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DIREITO PROCESSUAL CIVIL Formas consensuais de solução de conflitos – Equivalentes jurisdicionais AUTOTUTELA A autotutela é definida como o uso da força. É usada de forma excepcional, sendo um sacrifício integral do interesse de uma das partes em razão do exercício da força pela outra parte. Exemplo: art. 1467, CC – apreensão de bens por penhor legal. AUTOCOMPOSIÇÃO (CONCILIAÇÃO) A autocomposição é a solução de conflito por meio da vontade e é uma forma prioritária de pacificação social. A conciliação é mais adequada para conflitos de interesses que não envolvam relação continuada entre as partes, por exemplo na colisão de veículos. Transação: é o sacrifício reciproco – bilateral Submissão ou Reconhecimento jurídico do pedido: é a submissão a pretensão contrária – unilateral Renúncia: é feita em juízo, a parte abre mão do direito ou interesse mesmo que legítimo – unilateral. Exemplo: Giovanna pretende obter 10, mas Jean só está disposto a pagar 5. Havendo um sacrifício recíproco, as partes podem se autocompor por qualquer valor entre 5 e 10 (transação). Giovanna, por outro lado, pode abdicar do direito de crédito de 10 (renúncia). Finalmente, Jean poderia, mesmo acreditando ser devedor de apenas 5, pagar a Giovanna os 10 cobrados (submissão). A autocomposição pode ocorrer durante o processo judicial, devendo o juiz homologar por sentença de mérito de autocomposição (Art. 487, III do CPC) OBS: na negociação as partes chegam a uma transação sem a intervenção de um terceiro. MEDIAÇÃO É fundada na vontade das partes. Não deve ser confundida com autocomposição. Não há sacrifício, a mediação não é centrada no conflito em si, mas sim em suas causas. As partes poderão escolher o mediador e o conciliador. Art. 165, §3º do CPC O mediador não propõe soluções do conflito às partes, mas conduz a descobrirem as suas causas. Há vínculo entre as partes anterior a lide. Exemplo: Direito de família, vizinhança e societário. REQUISITOS PARA SER MEDIADOR OU CONCILIADOR - Art. 165, § 1º do CPC Além dos requisitos previstos no artigo citado, o artigo 11 da Lei 13.140/2015 exige graduação de pelo menos 2 anos em curso de instituição reconhecida pelo Ministério da Educação. Não é necessário que seja graduado em Direito. Caso for advogado, estará impedido de exercer a advocacia nos juízos em que exerça suas funções. Art. 172 do CPC O conciliador e o mediador ficam impedidos pelo prazo de 1 anos, contado do término da última audiência em que atuaram, de assessorar, representar ou patrocinar qualquer das partes, o que é importante para evitar o aliciamento de clientes. Legislação pertinente: Lei 13.140/2015 PRINCÍPIOS DAS FORMAS CONSENSUAIS DE SOLUÇÃO DOS CONFLITOS INDEPENDÊNCIA: os conciliadores e mediadores devem atuar de forma independente, sem sofrerem qualquer espécie de pressão interna ou externa. IMPARCIALIDADE: dever de agir com ausência de favoritismo. Aplicam- se ao mediador e conciliador as mesmas hipóteses legais de impedimento e suspeição do juiz. NORMALIZAÇÃO DO CONFLITO: suprido pelo Senado no texto final do art. 166 do CPC. Cabe destacar que os princípios que norteiam a conciliação e a mediação não dependem da vontade do legislador. AUTONOMIA DA VONTADE: princípio da liberdade ou da autodeterminação. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13140.htm CONFIDENCIALIDADE: o dever de confidencialidade cabe ao mediador, as partes, advogados, assessores técnicos e outras pessoas que participaram ORALIDADE: as tratativas entre as partes e o terceiro imparcial serão orais. Objetivos: conferir celeridade ao procedimento, prestigiar a informalidade dos atos e promover a confidencialidade, já que restará escrito o mínimo possível. ARBITRAGEM É a técnica de solução de conflitos mediante a qual os conflitantes buscam em uma terceira pessoa, de confiança, a sua solução amigável e imparcial do litígio. É uma forma de heterocomposição. Legislação: Lei n. 9.307/96 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9307.htm