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A linguagem dá ao ser humano a oportunidade de expressar sentimentos, revelar conhecimentos, expor suas opiniões e, sobretudo, promove a inserção do indivíduo no convívio social. Dentre os diversos fatores com os quais a linguagem se relaciona, os níveis da fala – que são basicamente o nível formal e o nível informal – são alguns dos que mais se destacam. O padrão formal está diretamente vinculado à escrita, se restringe às normas gramaticais de um modo geral; razão pela qual não devemos escrever da mesma maneira que falamos. O nível informal representa o estilo considerado de menor prestígio, e isto tem gerado controvérsias entre diversos estudos da língua, uma vez que para a sociedade em geral, aquele indivíduo que fala ou escreve de maneira vista como errada é considerado sem cultura. Compondo o quadro do padrão informal da língua, estão as chamadas variações linguísticas, que representam as variações existentes de acordo com as condições sociais, regionais e históricas. Dentre elas destacam-se: *Variações Históricas: A língua sofre alterações ao longo do tempo, um exemplo bastante representativo é a questão da ortografia. Por exemplo; a palavra farmácia era grafada com ph, contrapondo-se à linguagem dos internautas, que fundamenta-se pela supressão dos vocábulos. *Variações Regionais – chamadas também de Variações Diatópicas: São os chamados dialetos, que representam as marcas referentes a diferentes regiões. Como exemplo, podemos citar a palavra mandioca que, em alguns lugares, recebe outras nomenclaturas, tais como: macaxeira e aipim. Figurando também esta modalidade estão os sotaques, ligados às características orais da linguagem. *Variações Sociais ou Culturais – chamadas também de Variações Diastráticas. Ocorrem em virtude da convivência entre os grupos. Estão diretamente ligadas aos grupos sociais de uma maneira geral e também ao grau de instrução de determinada pessoa. Como exemplo, citamos as gírias, os jargões e o linguajar caipira. As gírias pertencem ao vocabulário específico de certos grupos, como os surfistas, os cantores de rap, os tatuadores, entre outros. Os jargões estão relacionados ao profissionalismo, caracterizando um linguajar técnico. Podemos citar, como exemplos, os médicos, os profissionais da área da informática, professores de Língua Portuguesa, de Matemática, dentre outros. Diante de tantas variantes linguísticas, é comum perguntar-se qual a forma mais correta; todavia, ela não existe. O que há é uma forma mais adequada de se expressar de acordo com a situação em que o indivíduo está inserido. Dessa forma, podemos dizer que o o bom falante é aquele que consegue estabelecer a forma mais adequada de se expressar de acordo com dada situação, consegunido o máximo de eficiência da língua. Usar o português rígido e sério (linguagem formal) em uma comunicação informal e descontraída, é falar de maneira inadequada; soa como pretensioso, artificial. Da mesma forma, é inadequado utilizar gírias e termos informais em uma situação que exige do falante o domínio do padrão formal da língua.