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LINGUÍSTICA 
 
 
 
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Linguística 
O termo “Linguística” pode ser definido como a ciência que estuda os fatos da linguagem. Para que 
possamos compreender o porquê de ela ser caracterizada como uma ciência, tomemos como exem-
plo o caso da gramática normativa, uma vez que ela não descreve a língua como realmente se evi-
dencia, mas sim como deve ser materializada pelos falantes, constituída por um conjunto de sinais 
(as palavras) e por um conjunto de regras, de modo a realizar a combinação desses. 
Assim, a título de reforçarmos ainda mais a ideia abordada, consideremos as palavras de André Mar-
tinet, acerca do conceito de Linguística: 
“A linguística é o estudo científico da linguagem humana. Diz-se que um estudo é científico quando 
se baseia na observação dos fatos e se abstém de propor qualquer escolha entre tais fatos, em nome 
de certos princípios estéticos ou morais. ‘Científico’ opõe-se a ‘prescritivo’. No caso da linguística, im-
porta especialmente insistir no caráter científico e não prescritivo do estudo: como o objeto desta ci-
ência constitui uma atividade humana, é grande a tentação de abandonar o domínio da observação 
imparcial para recomendar determinado comportamento, de deixar de notar o que realmente se diz 
para passar a recomendar o que deve dizer-se”. 
MARTINET, André. Elementos de linguística geral. 8 ed. Lisboa: Martins Fontes, 1978. 
O fundador destaciência foi Ferdinand de Saussure, um linguista suíço cujas contribuições em muito 
auxiliaram para o caráter autônomo adquirido por essa ciência de estudo. Assim, antes de retratá-las, 
constatemos um pouco mais acerca de seus dados biográficos: 
Ferdinand de Saussure nasceu em 26 de novembro de 1857 em Genebra, Suíça. Por incentivo de um 
amigo da família e filólogo, Adolphe Pictet, deu início aos seus estudos linguísticos. Estudou Química 
e Física, mas continuou fazendo cursos de gramática grega e latina, quando se convenceu de que 
sua carreira estava voltada mesmo para tais estudos, ingressou-se na Sociedade Linguística de Pa-
ris. Em Leipzig estudou línguas europeias, e aos vinte e um anos publicou uma dissertação sobre o 
sistema primitivo das vogais nas línguas indo-europeias, defendendo, posteriormente, sua tese de 
doutorado sobre o uso do caso genitivo em sânscrito, na cidade de Berlim. Retornando a Paris pas-
sou a ensinar sânscrito, gótico e alemão e filologia indo-europeia. Retornando a Genebra continuou a 
lecionar novamente sânscrito e linguística histórica em geral. 
Na Universidade de Genebra, entre os anos de 1907 e 1910, Saussure ministrou três cursos sobre 
linguística, e em 1916, três anos após sua morte, Charles Bally e Albert Sechehaye, alunos dele, 
compilaram todas as informações que tinham aprendido e editaram o chamado Curso de Linguística 
Geral – livro no qual ele apresenta distintos conceitos que serviram de sustentáculo para o desenvol-
vimento da linguística moderna. 
Entre tais conceitos, tornam-se passível de menção alguns deles, tais como as dicotomias: 
Língua X Fala 
Esse grande mestre suíço aponta que entre dois elementos há uma diferença que os demarca: en-
quanto a língua é concebida como um conjunto de valores que se opõem uns aos outros e que está 
inserida na mente humana como um produto social, razão pela qual é homogênea, a fala é conside-
rada como um ato individual, pertencendo a cada indivíduo que a utiliza. Sendo, portanto, sujeita a 
fatores externos. 
Significante X Significado 
Para Saussure, o signo linguístico se compõe de duas faces básicas: a do significado – relativo ao 
conceito, isto é, à imagem acústica, e a do significante – caracterizado pela realização material de tal 
conceito, por meio dos fonemas e letras. Falando em signo, torna-se relevante dizer acerca do cará-
ter arbitrário que o nutre, pois, sob a visão saussuriana, nada existe no conceito que o leve a ser de-
nominado pela sequência de fonemas, como é o caso da palavra casa, por exemplo, e de tantas ou-
tras. Fato esses que bem se comprova pelas diferenças existentes entre as línguas, visto que um 
mesmo significado é representado por significantes distintos, como é ocaso da palavra cachorro (em 
português); dog (inglês); perro (espanhol); chien (francês) e cane (italiano). 
 LINGUÍSTICA 
 
 
 
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Sintagma X Paradigma 
Na visão de Saussure, o sintagma é a combinação de formas mínimas numa unidade linguística su-
perior, ou seja, a sequência de fonemas se desenvolve numa cadeia, em que um sucede ao outro, e 
dois fonemas não podem ocupar o mesmo lugar nessa cadeia. Enquanto que o paradigma para ele 
se constitui de um conjunto de elementos similares, os quais se associam na memória, formando con-
juntos relacionados ao significado (campo semântico). Como o autor mesmo afirma, é o banco de re-
servas da língua. 
Sincronia X Diacronia 
Saussure, por meio dessa relação dicotômica retratou a existência de uma visão sincrônica – o es-
tudo descritivo da linguística em contraste à visão diacrônica - estudo da linguística histórica, materia-
lizado pela mudança dos signos ao longo do tempo. Tal afirmação, dita em outras palavras, trata-se 
de um estudo da linguagem a partir de um dado ponto do tempo (visão sincrônica), levando-se em 
consideração as transformações decorridas mediante as sucessões históricas (visão diacrônica), 
como é o caso da palavra vosmecê, você, ocê, cê, vc... 
Mediante os postulados aqui expostos, cabe ainda ressaltar que a linguística não se afirma como 
uma ciência isolada, haja vista que se relaciona com outras áreas do conhecimento humano, tendo 
por base os conceitos dessas. Por essa razão, pode-se dizer que ela assim subdivide: 
* Psicolinguística – trata-se da parte da linguística que compreende as relações entre linguagem e 
pensamentos humanos. 
* Linguística aplicada – revela-se como a parte dessa ciência que aplica os conceitos linguísticos no 
aperfeiçoamento da comunicação humana, como é o caso do ensino das diferentes línguas. 
* Sociolinguística – considerada a parte da linguística que trata das relações existentes entre fatos 
linguísticos e fatos sociais. 
Variação Linguistica 
A língua abriga vários registros que dependem basicamente da situação de fala e de com quem se fala. 
Há variações dentro da mesma língua decorrentes de fatores como: a região geográfica (nordestino, 
mineiro, carioca, paulista etc.), o sexo, a idade, a classe social e o grau de instrução dos falantes e o 
grau de formalidade do contexto (formal e informal). 
Dentre as diversas variações pode-se dizer que a oposição mais importante se dá entre a chamada 
linguagem culta (ou padrão) e a linguagem popular, coloquial. 
A noção de certo e errado está ligada ao prestígio que a variedade culta adquiriu na sociedade. No 
entanto, todas as demais variedades são legítimas e devem ser respeitadas, combatendo o preconceito 
linguístico. 
A variedade culta é difundida principalmente pela escola e pelos meios de comunicação e está relaci-
onada a um grupo de pessoas de maior prestígio social. 
Aula de Português (Carlos Drummond de Andrade, 1999) 
A linguagem 
na ponta da língua, tão fácil de falar 
e de entender. 
A linguagem 
na superfície estrelada de letras, sabe lá o que ela quer dizer? 
Professor Carlos Góis, ele é quem sabe e vai desmatando 
o amazonas de minha ignorância. Figuras de gramática, esquipáticas, 
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atropelam-me, aturdem-me, sequestram-me. 
Já esqueci a língua em que comia, em que pedia para ir lá fora, 
em que levava e dava pontapé, 
a língua, breve língua entrecortada do namoro com a prima. 
O português são dois: o outro, mistério. 
Tipos de variação: 
Variação histórica: acontece ao longo de um determinado período de tempo e pode ser identificada 
ao serem comparados dois estados de uma língua. O processo de mudança é gradual: uma variante 
inicialmente utilizada por um grupo restrito de falantes passa a ser adotada porindivíduos socioecono-
micamente mais expressivos. A forma antiga permanece ainda entre as gerações mais velhas, período 
em que as duas variantes convivem; porém com o tempo a nova variante torna-se normal na fala, e 
finalmente consagra-se pelo uso, na modalidade escrita. As mudanças podem ser de grafia ou de sig-
nificado. 
Variação geográfica: refere-se a diferentes formas de pronúncia, às diferenças de vocabulário e de 
estrutura sintática entre regiões. Dentro de uma comunidade mais ampla, formam-se comunidades lin-
guísticas menores, em torno de centros polarizadores da cultura, da política e da economia, que aca-
bam por definir os padrões linguísticos utilizados na região sob sua influência. As diferenças linguísticas 
entre as regiões são graduais, nem sempre coincidindo com as fronteiras geográficas. 
Variação social: agrupa alguns fatores de diversidade: o nível socioeconômico, o grau de educação, 
a idade e o gênero do indivíduo. A variação social não compromete a compreensão entre indivíduos, 
como poderia acontecer na variação regional. O uso de certas variantes pode indicar qual o nível soci-
oeconômico de uma pessoa, e há a possibilidade de que alguém, oriundo de um grupo menos favore-
cido, venha a atingir o padrão de maior prestígio. 
Variação estilística: refere-se às diferentes circunstâncias de comunicação em que se coloca um 
mesmo indivíduo: o ambiente em que se encontra (familiar ou profissional, por exemplo) o tipo de as-
sunto tratado e quem são os receptores. Sem levar em conta as graduações intermediárias, é possível 
identificar dois limites extremos de estilo: o informal, quando há um mínimo de reflexão do indivíduo 
sobre as normas linguísticas, utilizado nas conversações imediatas do cotidiano; e o formal, em que o 
grau de reflexão é máximo, utilizado em conversações que não são do dia-a-dia e cujo conteúdo é mais 
elaborado e complexo. Não se deve confundir o estilo formal e informal com língua escrita efalada, pois 
os dois estilos ocorrem em ambas as formas de comunicação. 
 
Níveis das variações: 
Fonética: alteração na pronúncia das palavras. Ex: planta/pranta; vossa mercê/ você/ocê/cê. Morfoló-
gica: alteração na forma das palavras. 
Ex: Verão/ verãos, limão/limões (oposição aos – ões). 
Sintática: alteração na correlação entre as palavras. 
Ex: Os meninos fizeram o dever. / Os menino fez o dever. Lexical: alteração na escolha das palavras. 
Ex: mandioca /aipim; “Choveu direto essa semana”/ “Choveu todos os dias nesta semana” 
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Variação Linguística 
Variação linguística é o movimento comum e natural de uma língua, que varia principalmente por fato-
res históricos e culturais. Modo pelo qual ela se usa, sistemática e coerentemente, de acordo com o 
contexto histórico, geográfico e sociocultural no qual os falantes dessa língua se manifestam verbal-
mente. É o conjunto das diferenças de realização linguística falada pelos locutores de uma mesma 
língua. Tais diferenças decorrem do fato de um sistema linguístico não ser unitário, mas comportar 
vários eixos de diferenciação: estilístico, regional, sociocultural, ocupacional e etário. A variação e 
a mudança podem ocorrer em algum ou em vários dos subsistemas constitutivos de uma língua (fo-
nético, morfológico, fonológico, sintático, léxico e semântico). O conjunto dessas mudanças constitui 
a evolução dessa língua. 
A variação é também descrita como um fenômeno pelo qual, na prática corrente de um dado grupo 
social, em uma época e em certo lugar, uma língua nunca é idêntica ao que ela é em outra época e 
outro lugar, na prática de outro grupo social. O termo variação pode também ser usado como sinô-
nimo de variante. 
Existem diversos fatores de variação possíveis - associados a aspectos geográficos e sociolinguísti-
cos, à evolução linguística e ao registro linguístico. 
Variedade ou variante linguística se define pela forma pela qual determinada comunidade de falantes, 
vinculados por relações sociais ou geográficas, usa as formas linguísticas de uma língua natural. É 
um conceito mais forte do que estilo de prosa ou estilo de linguagem. Refere-se a cada uma das mo-
dalidades em que uma língua se diversifica, em virtude das possibilidades de variação dos elementos 
do seu sistema (vocabulário, pronúncia, sintaxe) ligadas a fatores sociais ou culturais (escolaridade, 
profissão, sexo, idade, grupo social etc.) e geográficos (tais como o português do Brasil, o português 
de Portugal, os falares regionais etc.). A língua padrão e a linguagem popular também são variedades 
sociais ou culturais. Um dialeto é uma variedade geográfica.[3]Variações de léxico, como ocorre 
na gíria e no calão, podem ser consideradas como variedades mas também como registros ou, ainda, 
como estilos - a depender da definição adotada em cada caso. Os idiotismos são às vezes considera-
dos como formas de estilo, por se limitarem a variações de léxico. 
Utiliza-se o termo 'variedade' como uma forma neutra de se referir a diferenças linguísticas entre os 
falantes de um mesmo idioma. Evita-se assim ambiguidade de termos como língua (geralmente asso-
ciado à norma padrão) ou dialeto (associado a variedades não padronizadas, consideradas de menor 
prestígio ou menos corretas do que a norma padrão). O termo "leto" também é usado quando há difi-
culdade em decidir se duas variedades devem ser consideradas como uma mesma língua ou como 
línguas ou dialetos diferentes. Alguns sociolinguistas usam o termo leto no sentido de variedade lin-
guística - sem especificar o tipo de variedade. As variedades apresentam não apenas diferenças de 
vocabulário mas também diferenças de gramática, fonologia e prosódia. 
Nenhuma língua permanece a mesma em todo o seu domínio e, ainda num só local, apresenta um 
sem-número de diferenciações.[...] Mas essas variedades de ordem geográfica, de ordem social e até 
individual, pois cada um procura utilizar o sistema idiomático da forma que melhor lhe exprime o 
gosto e o pensamento, não prejudicam a unidade superior da língua, nem a consciência que têm os 
que a falam diversamente de se servirem de um mesmo instrumento de comunicação, de manifesta-
ção e de emoção. 
 LINGUÍSTICA 
 
 
 
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A sociolinguística procura estabelecer as fronteiras entre os diferentes falares de uma língua. O pes-
quisador verifica se os falantes apresentam diferenças nos seus modos de falar de acordo com o lu-
gar em que estão (variação diatópica), com a situação de fala ou registro (variação diafásica) ou de 
acordo com o nível socioeconômico do falante (variação diastrática).e, de acordo com o contexto his-
tórico, geográfico e sociocultural no qual os falantes dessa língua se manifestam verbalmente. É o 
conjunto das diferenças de realização linguística falada pelos locutores de uma mesma língua. Tais 
diferenças decorrem do fato de um sistema linguístico não ser unitário, mas comportar vários eixos de 
diferenciação: estilístico, regional, sociocultural, ocupacional e etário. A variação e a mudança podem 
ocorrer em algum ou em vários dos subsistemas constitutivos de uma língua (fonético, morfoló-
gico, fonológico, sintático, léxico e semântico). O conjunto dessas mudanças constitui a evolução 
dessa língua. 
 1Tipos de variedades linguísticas 
 2Definições 
Tipos de variedades linguísticas 
 Variedades geográficas: dizem respeito à variação diatópica e são variantes devidas à distância ge-
ográfica que separa os falantes.[9] Assim, por exemplo, a mistura de cimento, água e areia, se 
chama betão em Portugal; no Brasil, se chama concreto. 
As mudanças de tipo geográfico se chamam dialetos (ou mais propriamente geoletos), e o seu estudo 
é a dialetologia. Embora o termo 'dialeto' não tenha nenhum sentido negativo, acontece que, erronea-
mente, tem sido comum chamar dialeto a línguas que supostamente são "simples" ou "primitivas". Di-
aleto é uma forma particular, adotada por uma comunidade, na fala de uma língua. Nessesentido, 
pode-se falar de inglês britânico, inglês australiano, etc. É preciso também ter presente que os diale-
tos não apresentam limites geográficos precisos - ao contrário, são borrados e graduais - daí se con-
siderar que os dialetos que constituem uma língua formam um continuum sem limites precisos. Diz-se 
que uma língua é um conjunto de dialetos cujos falantes podem se entender. Embora isto possa ser 
aproximadamente válido para o português, não parece valer para o alemão, pois há dialetos desta 
língua que são ininteligíveis entre si. Por outro lado, fala-se de línguas escandinavas, quando, na rea-
lidade, um falante sueco e um dinamarquês podem se entender usando cada um a sua própria lín-
gua. 
No que diz respeito ao português, além de vários dialetos e subdialetos, falares e subfalares, há dois 
padrões reconhecidos internacionalmente: o português de Portugal e o português do Brasil. 
 Variedades históricas: relacionadas com a mudança linguística, essas variedades aparecem quando 
se comparam textos em uma mesma língua escritos em diferentes épocas e se verificam diferenças 
sistemáticas na gramática, no léxico e às vezes na ortografia (frequentemente como reflexo de mu-
danças fonéticas). Tais diferenças serão maiores quanto maior for o tempo que separa os textos. 
Cada um dos estágios da língua, mais ou menos homogêneos circunscritos a uma certa época é cha-
mado variedade diacrônica. Por exemplo, na língua portuguesa pode-se distinguir claramente o portu-
guês moderno (que, por sua vez, apresenta diversidades geográficas e sociais) e o português ar-
caico. 
 Variedades sociais: compreendem todas as modificações da linguagem produzidas pelo ambiente 
em que se desenvolve o falante. Neste âmbito, interessa sobretudo o estudo dos socioletos, os quais 
se devem a fatores como classe social, educação, profissão, idade, procedência étnica, etc. Em cer-
tos países onde existe uma hierarquia social muito clara, o socioleto da pessoa define a qual classe 
social ela pertence. Isso pode significar uma barreira para a inclusão social. 
 Variedades situacionais: incluem as modificações na linguagem decorrentes do grau de formalidade 
da situação ou das circunstâncias em que se encontra o falante. Esse grau de formalidade afeta o 
grau de observância das regras, normas e costumes na comunicação linguística. 
Os três tipos de variações linguísticas são: 
 Variações diafásicas 
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Representam as variações que se estabelecem em função do contexto comunicativo, ou seja, a oca-
sião é que determina a maneira como nos dirigimos ao nosso interlocutor, se deve ser formal ou infor-
mal. 
Variações Diatópicas 
São as variações ocorridas em razão das diferenças regionais, como, por exemplo, a palavra “abó-
bora”, que pode adquirir acepções semânticas (relacionadas ao significado) em algumas regiões que 
se divergem umas das outras, como é o caso de “jerimum”, por exemplo. 
Variações Diastráticas 
São aquelas variações que ocorrem em virtude da convivência entre os grupos sociais. Como exem-
plo podemos citar a linguagem dos advogados, dos surfistas, da classe médica, entre outras. 
Definições 
 Dialetos: variantes diatópicas, isto é, faladas por comunidades geograficamente definidas. 
 Idioma é um termo intermediário na distinção dialeto-linguagem e é usado para se referir ao sistema 
comunicativo estudado (que poderia ser chamado tanto de um dialeto ou uma linguagem) quando sua 
condição em relação a esta distinção é irrelevante (sendo, portanto, um sinônimo para lingua-
gem num sentido mais geral); 
 Socioletos: variedades faladas por comunidades socialmente definidas ou seja, por grupos de indiví-
duos que, tendo características sociais em comum (profissão, faixa etária etc.), usam termos técnicos, 
gírias ou fraseados que os distinguem dos demais falantes na sua comunidade. É também chamado 
dialeto social ou variante diastrática. [10] 
 Linguagem padrão ou norma padrão ou norma culta: variedade linguística padronizada com base 
em preceitos estabelecidos de seleção do que deve ou não ser usado, levando em conta fatores lin-
guísticos e não linguísticos, como tradição e valores socioculturais (prestígio, elegância, estética etc.). 
Corresponde à variedade usualmente adotada pelos falantes instruídos ou empregada na comunica-
ção pública. 
 Idioletos: variedade peculiar a um único indivíduo ou o conjunto de traços próprios ao seu modo de 
se expressar. 
 Registros (ou diátipos): o vocabulário especializado e/ou a gramática de certas atividades ou profis-
sões 
 Etnoletos: variedade falada pelos membros de uma etnia (termo pouco utilizado, já que geralmente 
ocorre em uma área geograficamente definida, coincidindo, portanto, com o conceito de dialeto). 
 Ecoletos, um idioleto adotado por um número muito reduzido de pessoas (membros de uma família 
ou de um grupo de amigos, por exemplo). 
Distinguem-se os dialetos, idioletos e socioletos não apenas por seu vocabulário, mas também por 
diferenças na gramática, na fonologia e na versificação. Por exemplo, o sotaque de palavras tonais 
nas línguas escandinavas tem forma diferente em muitos dialetos. Um outro exemplo é como pala-
vras estrangeiras em diferentes socioletos variam em seu grau de adaptação à fonologia básica da 
linguagem. 
Certos registros profissionais, como o chamado legalês, mostram uma variação na gramática da lin-
guagem padrão. Por exemplo, jornalistas ou advogados ingleses frequentemente usam modos ver-
bais, como o subjuntivo, que não são mais usados com frequência por outros falantes. Muitos regis-
tros são simplesmente um conjunto especializado de termos (veja jargão). 
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Variações Linguísticas 
A linguagem é a característica que nos difere dos demais seres, permitindo-nos a oportunidade de 
expressar sentimentos, revelar conhecimentos, expor nossa opinião frente aos assuntos relacionados 
ao nosso cotidiano, e, sobretudo, promovendo nossa inserção ao convívio social. 
E dentre os fatores que a ela se relacionam destacam-se os níveis da fala, que são basicamente 
dois: O nível de formalidade e o de informalidade. 
O padrão formal está diretamente ligado à linguagem escrita, restringindo-se às normas gramaticais 
de um modo geral. Razão pela qual nunca escrevemos da mesma maneira que falamos. Este fator foi 
determinante para a que a mesma pudesse exercer total soberania sobre as demais. 
Quanto ao nível informal, este por sua vez representa a linguagem do dia a dia, das conversas infor-
mais que temos com amigos, familiares etc. 
Compondo o quadro do padrão informal da linguagem, estão as chamadas variedades linguísticas, as 
quais representam as variações de acordo com as condições sociais, culturais, regionais e históricas 
em que é utilizada. Dentre elas destacam-se: 
Variações históricas: 
Dado o dinamismo que a língua apresenta, a mesma sofre transformações ao longo do tempo. Um 
exemplo bastante representativo é a questão da ortografia, se levarmos em consideração a palavra 
farmácia, uma vez que a mesma era grafada com “ph”, contrapondo-se à linguagem dos internautas, 
a qual fundamenta-se pela supressão do vocábulos. 
Analisemos, pois, o fragmento exposto: 
Antigamente 
“Antigamente, as moças chamavam-se mademoiselles e eram todas mimosas e muito prendadas. 
Não faziam anos: completavam primaveras, em geral dezoito. Os janotas, mesmo sendo rapagões, 
faziam-lhes pé-de-alferes, arrastando a asa, mas ficavam longos meses debaixo do balaio." 
Carlos Drummond De Andrade 
Comparando-o à modernidade, percebemos um vocabulário antiquado. 
Variações regionais: 
São os chamados dialetos, que são as marcas determinantes referentes a diferentes regiões. Como 
exemplo, citamos a palavra mandioca que, em certos lugares, recebe outras nomenclaturas, tais 
como: macaxeira e aipim. Figurando também esta modalidade estão os sotaques, ligados às caracte-
rísticas orais da linguagem.Variações sociais ou culturais: 
Estão diretamente ligadas aos grupos sociais de uma maneira geral e também ao grau de instrução 
de uma determinada pessoa. Como exemplo, citamos as gírias, os jargões e o linguajar caipira. 
As gírias pertencem ao vocabulário específico de certos grupos, como os surfistas, cantores de rap, 
tatuadores, entre outros. 
Os jargões estão relacionados ao profissionalismo, caracterizando um linguajar técnico. Represen-
tando a classe, podemos citar os médicos, advogados, profissionais da área de informática, dentre 
outros. 
As variações linguísticas reúnem as variantes da língua, que foram inventadas pelos homens e vem 
sendo reinventada a cada dia. 
Dessas reinvenções surgem as variações que envolvem diversos aspectos históricos, sociais, cultu-
rais e geográficos. 
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No Brasil, é possível encontrar muitas variações linguísticas, por exemplo, a linguagem regional. 
Tipos de Variações Linguísticas 
Há diversos tipos de variações linguísticas segundo o campo de atuação: 
 Variações Geográficas: está relacionada com o local em que é desenvolvida, por exemplo, as varia-
ções entre o português do Brasil e de Portugal. 
 Variações Históricas: ela ocorre com o desenvolvimento da história, por exemplo, o português medi-
eval e o atual. 
 Variações Sociais: são percebidas segundo os grupos (ou classes) sociais envolvidos, por exemplo, 
um orador jurídico e um morador de rua. 
 Variação Situacional: ocorre de acordo com o contexto o qual está inserido, por exemplo, as situa-
ções formais e informais. 
Exemplos 
Dentre os tipos de variações linguísticas podemos destacar: 
 Regionalismo: particularidades linguísticas de determinada região. 
 Dialetos: variações regionais ou sociais de uma língua. 
 Socioletos: variantes da língua utilizadas por determinado grupo social. 
 Gírias: expressões populares utilizadas por determinado grupo social. 
Linguagem Formal e Informal 
Quanto aos níveis da fala, podemos considerar dois padrões de linguagem, a linguagem formal e in-
formal. Certamente, quando falamos com pessoas próximas utilizamos a linguagem dita coloquial, ou 
seja, aquela espontânea, dinâmica e despretensiosa. 
No entanto, de acordo com o contexto que estamos inseridos devemos seguir as regras e normas im-
postas pela gramática, por exemplo, quando elaboramos um texto (linguagem escrita) ou organiza-
mos nossa fala numa palestra (linguagem oral). Em ambos os casos, utilizaremos a linguagem formal, 
a qual está de acordo com a normas gramaticais. 
Observe que as variações linguísticas são expressas geralmente nos discursos orais, uma vez que 
quando produzimos um texto escrito, seja em qual for o lugar do Brasil, seguimos as regras do 
mesmo idioma: o português. 
Preconceito Linguístico 
O preconceito linguístico está intimamente relacionado com as variações linguísticas, uma vez que 
ele surge para julgar as manifestações linguísticas ditas superiores. 
Para pensarmos nele não precisamos ir muito longe, posto que no nosso país, embora o mesmo idi-
oma seja falado em todas as regiões, cada uma delas possui suas peculiaridades que envolvem di-
versos aspectos históricos e culturais. 
Sendo assim, a maneira de falar do norte é muito diferente da falada no sul do país. Isso ocorre por-
que nos atos comunicativos, os falantes da língua vão determinando expressões, sotaques e entona-
ções de acordo com as necessidades linguísticas. 
De tal modo, o preconceito linguístico surge no tom de deboche, sendo a variação apontada de ma-
neira pejorativa e estigmatizada. 
Quem comete esse tipo de preconceito, geralmente tem a ideia de que sua maneira de falar é correta 
e ainda, superior a outra. 
 LINGUÍSTICA 
 
 
 
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Entretanto, devemos salientar que todas variações são aceitas e nenhuma delas é superior, ou consi-
derada a mais correta. 
Antigamente 
 
Antigamente, as moças chamavam-se mademoiselles e eram todas mimosas e muito prendadas. Não 
faziam anos: completavam primaveras, em geral dezoito. Os janotas, mesmo sendo rapagões, fa-
ziam-lhes pé-de-alferes, arrastando a asa, mas ficavam longos meses debaixo do balaio. 
 Carlos Drummond de Andrade 
Ao travarmos contato com o fragmento ora exposto, percebemos que nele existem certas expressões 
que já se encontram em desuso, tais como: Mademoiselles, prendadas, janotas, pé-de-alferes, balaio. 
Caso fôssemos adequá-las ao vocabulário atual, como ficaria? 
Restringindo-se a uma linguagem mais coloquial, os termos em destaque seriam substituídos por 
“mina”, “gatinha”, “maravilhosas”, “saradas”, “da hora”, “Os manos”, “A galera,” “Davam uma cantada”, 
e assim por diante. 
 
Perceberam que a língua é dinâmica? Ela sofre transformações com o passar do tempo em virtude 
de vários fatores advindos da própria sociedade, que também é totalmente mutável. 
 
Existem diferentes variações ocorridas na língua, entre elas estão: 
 
Variação Histórica - Aquela que sofre transformações ao longo do tempo. Como por exemplo, a pala-
vra “Você”, que antes era vosmecê e que agora, diante da linguagem reduzida no meio eletrônico, é 
apenas VC. O mesmo acontece com as palavras escritas com PH, como era o caso de pharmácia, 
agora, farmácia. 
 
Variação Regional (os chamados dialetos) - São as variações ocorridas de acordo com a cultura de 
uma determinada região, tomamos como exemplo a palavra mandioca, que em certas regiões é tra-
tada por macaxeira; e abóbora, que é conhecida como jerimum. 
Destaca-se também o caso do dialeto caipira, o qual pertence àquelas pessoas que não tiveram a 
oportunidade de ter uma educação formal, e em função disso, não conhecem a linguagem “culta”. 
 
Variação Social - É aquela pertencente a um grupo específico de pessoas. Neste caso, podemos des-
tacar as gírias, as quais pertencem a grupos de surfistas, tatuadores, entre outros; a linguagem colo-
quial, usada no dia a dia das pessoas; e a linguagem formal, que é aquela utilizada pelas pessoas de 
maior prestígio social. 
Fazendo parte deste grupo estão os jargões, que pertencem a uma classe profissional mais especí-
fica, como é o caso dos médicos, profissionais da informática, dentre outros. 
Variantes Linguísticas 
A língua pode transformar-se através do tempo devido a vários fatores vindos da própria sociedade. 
Conheça as variantes linguísticas que ocorrem na língua 
A língua pode transformar-se através do tempo devido a vários fatores vindos da própria sociedade, 
pois ela não é regida por normas fixas e imutáveis. Uma mesma língua sempre estará sujeita a varia-
ções, como a diferença de épocas, regionalidade, grupos sociais e diferentes situações, como a fala 
formal e informal. 
Você já deve ter percebido que, mesmo dentro do Brasil, por exemplo, existem várias maneiras de 
falar a Língua Portuguesa. As pessoas se comunicam de formas diferentes e diversos fatores devem 
ser considerados no nosso falar, incluindo a época, a região geográfica, idade, ambiente e o status 
sociocultural dos falantes. 
As Variantes Linguísticas Que Ocorrem Na Língua 
Diante de tantas variantes linguísticas, é importante ressaltar que não existe forma mais correta de se 
falar, e sim a maneira mais adequada de se expressar de acordo com o contexto e o interlocutor. Nós 
adequamos o nosso modo de falar ao ambiente e não falamos da mesma forma que escrevemos. 
 LINGUÍSTICA 
 
 
 
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Por exemplo, usar a linguagem formal escrita em uma comunicação informal é inadequado, pois pode 
soar como artificial e pretensioso. O ideal é que saibamos adequar a nossa fala ao contexto de comu-
nicação, o que inclui o ambiente e o nosso interlocutor. 
Confira a seguir quais são as diferentes variações linguísticas que ocorrem na língua: 
 Variações diafásicas: Trata-se das variações que ocorrem em função do contexto comunicativo. A 
ocasião determina como falaremos com o nosso interlocutor, podendo ser formal ou informal. 
 Variaçõesdiastráticas: Variações que ocorrer devido à convivência entre os grupos sociais. Como 
exemplos desta modalidade de variantes linguísticas temos as gírias, os jargões e o linguajar caipira. 
Trata-se de uma variante social pertencente a um grupo específico de pessoas. As gírias pertencem 
ao vocabulário de certos grupos, como, por exemplo, os surfistas, estudantes, policiais; já os jargões 
estão relacionados com as áreas profissionais e se caracterizam pelo linguajar técnico. Como exem-
plo, podemos citar os profissionais da Informática, os advogados e outros. 
 Variações históricas: A língua não é fixa e imutável, mas sim dinâmica e sofre transformações ao 
longo do tempo. A palavra “você”, por exemplo, tem origem na expressão de tratamento “vossa 
mercê” e que se transformou sucessivamente em “vossemecê”, “vosmecê”, “vancê” até chegar no 
abreviado “vc”. 
 Variações diatópicas: São as variações que ocorrem pelas diferenças regionais. As variações regio-
nais são denominadas dialetos e fazem referência a diferentes regiões geográficas, de acordo com a 
cultura local. A palavra “mandioca”, por exemplo, em certos lugares do Brasil, recebe outras denomi-
nações, como “macaxeira” e “aipim”. 
 Você já deve ter percebido que um mineiro não fala igual ao paulista, gaúcho ou nordestino, por 
exemplo. São os sotaques, pertencentes a esta modalidade de variante linguística e que estão liga-
dos às marcas orais da linguagem. 
 Estamos inseridos em um sociedade dinâmica, a qual se transforma com o passar do tempo e 
acaba transformando o modo pelo qual as pessoas estabelecem seus relacionamentos interpessoais. 
 
 Um bom exemplo de tais mudanças é a linguagem dos internautas, que em meio a tantas abrevia-
ções e neologismos termina por criar um universo específico, no qual somente os interlocutores são 
capazes de decifrar o vocabulário por eles utilizado. 
 
Partindo dessa prerrogativa, ocupemo-nos em discorrer acerca dos tipos de variações que as línguas 
apresentam, os quais dependem de fatores específicos, tais como condição social, faixa etária, dife-
renças existentes entre uma região e outra, enfim... 
 
Variações Diafásicas 
 
Representam as variações que se estabelecem em função do contexto comunicativo, ou seja, a oca-
sião é que determina a maneira como nos dirigimos ao nosso interlocutor, se deve ser formal ou infor-
mal. 
 
Variações Diatópicas 
 
São as variações ocorridas em razão das diferenças regionais, como, por exemplo, a palavra “abó-
bora”, que pode adquirir acepções semânticas (relacionadas ao significado) em algumas regiões que 
se divergem umas das outras, como é o caso de “jerimum”, por exemplo. 
 
Variações Diastráticas 
 
São aquelas variações que ocorrem em virtude da convivência entre os grupos sociais. Como exem-
plo podemos citar a linguagem dos advogados, dos surfistas, da classe médica, entre outras. 
 LINGUÍSTICA 
 
 
 
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Variação linguística – A língua em movimento 
A variação linguística é um interessante aspecto da língua portuguesa. Pode ser compreendida por 
meio das influências históricas e regionais sobre os falares. 
Você sabe o que é variação linguística? 
A variação linguística é um fenômeno que acontece com a língua e pode ser compreendida por inter-
médio das variações históricas e regionais. Em um mesmo país, com um único idioma oficial, a língua 
pode sofrer diversas alterações feitas por seus falantes. Como não é um sistema fechado e imutável, 
a língua portuguesa ganha diferentes nuances. 
O português que é falado no Nordeste do Brasil pode ser diferente do português falado no Sul do 
país. Claro que um idioma nos une, mas as variações podem ser consideráveis e justificadas de 
acordo com a comunidade na qual se manifesta. 
As variações acontecem porque o princípio fundamental da língua é a comunicação, então é compre-
ensível que seus falantes façam rearranjos de acordo com suas necessidades comunicativas. Os di-
ferentes falares devem ser considerados como variações, e não como erros. Quando tratamos as va-
riações como erro, incorremos no preconceito linguístico que associa, erroneamente, a língua ao sta-
tus. O português falado em algumas cidades do interior do estado de São Paulo, por exemplo, pode 
ganhar o estigma pejorativo de incorreto ou inculto, mas, na verdade, essas diferenças enriquecem 
esse patrimônio cultural que é a nossa língua portuguesa. Leia a letra da música “Samba do Arne-
sto”, de Adoniran Barbosa, e observe como a variação linguística pode ocorrer: 
Samba do Arnesto 
O Arnesto nos convidou pra um samba, ele mora no Brás 
Nós fumos não encontremos ninguém 
Nós voltermos com uma baita de uma reiva 
Da outra vez nós num vai mais 
Nós não semos tatu! 
No outro dia encontremo com o Arnesto 
Que pediu desculpas mais nós não aceitemos 
Isso não se faz, Arnesto, nós não se importa 
Mas você devia ter ponhado um recado na porta 
Um recado assim ói: "Ói, turma, num deu pra esperá 
Aduvido que isso, num faz mar, num tem importância, 
Assinado em cruz porque não sei escrever. 
Samba do Arnesto, Adoniran Barbosa 
Há, na letra da música, um exemplo interessante sobre a variação linguística. É importante ressaltar 
que o código escrito, ou seja, a língua sistematizada e convencionalizada na gramática, não deve so-
frer grandes alterações, devendo ser preservado. Já imaginou se cada um de nós decidisse escrever 
como falamos? 
Um novo idioma seria inventado, aboliríamos a gramática e todo o sistema linguístico determinado 
pelas regras cairia por terra. 
Contudo, o que o compositor Adoniran Barbosa fez pode ser chamado de licença poética, pois ele 
transportou para a modalidade escrita a variação linguística presente na modalidade oral. 
As variações linguísticas acontecem porque vivemos em uma sociedade complexa, na qual estão in-
seridos diferentes grupos sociais. Alguns desses grupos tiveram acesso à educação formal, enquanto 
outros não tiveram muito contato com a norma culta da língua. Podemos observar também que a lín-
gua varia de acordo com suas situações de uso, pois um mesmo grupo social pode se comunicar de 
maneira diferente, de acordo com a necessidade de adequação linguística. Prova disso é que você 
não vai se comportar em uma entrevista de emprego da mesma maneira com a qual você conversa 
com seus amigos em uma situação informal, não é mesmo? 
 LINGUÍSTICA 
 
 
 
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A adequação é um tipo de variação linguística que consiste em adequar a língua às diferentes situa-
ções comunicacionais 
A tirinha Calvin e Haroldo, do quadrinista Bill Watterson, mostra-nos um exemplo bem divertido sobre 
a importância da adequação linguística. Já pensou se precisássemos utilizar uma linguagem tão re-
buscada e cheia de arcaísmos nas mais corriqueiras situações de nosso cotidiano? Certamente per-
deríamos a espontaneidade da fala, sem contar que a dinamicidade da comunicação seria prejudi-
cada. Podemos elencar também nos tipos de variação linguística os falares específicos para grupos 
específicos: os médicos apropriam-se de um vocabulário próprio de sua profissão quando estão exer-
cendo o ofício, mas essas marcas podem aparecer em outros tipos de interações verbais. O mesmo 
acontece com os profissionais de informática, policiais, engenheiros etc. 
Portanto, apesar de algumas variações linguísticas não apresentarem o mesmo prestígio social no 
Brasil, não devemos fazer da língua um mecanismo de segregação cultural, corroborando com a ideia 
da teoria do preconceito linguístico, ao julgarmos determinada manifestação linguística superior a ou-
tra, sobretudo superior às manifestações linguísticas de classes sociais ou regiões menos favoreci-
das. 
A variação de uma língua é a forma pela qual ela difere de outras formas da linguagem sistemática e 
coerentemente. Uma nação apresenta diversos traços de identificação, e um deles é a língua. 
Esta pode variar de acordo com alguns fatores, tais como o tempo, o espaço, o nível cultural e asitu-
ação em que um indivíduo se manifesta verbalmente. Conceito Variedade é um conceito maior do 
que estilo de prosa ou estilo de linguagem. Alguns escritores de sociolinguística usam o termo leto, 
aparentemente um processo de criação de palavras para termos específicos, são exemplos dessas 
variações: 
• Dialetos (variação diatópica?), isto é, variações faladas por comunidades geograficamente definidas. 
• idioma é um termo intermediário na distinção dialeto 
-linguagem e é usado para se referir ao sistema comunicativo estudado (que poderia ser chamado 
tanto de um dialeto ou uma linguagem) quando sua condição em relação a esta distinção é irrele-
vante (sendo, portanto, um sinônimo para linguagem num sentido mais geral); socioletos, isto é, vari-
ações faladas por comunidades socialmente definidas 
• linguagem padrão ou norma padrão, padronizada em função da comunicação pública e da educa-
ção 
• idioletos, isto é, uma variação particular a uma certa pessoa 
• registros (ou diátipos), isto é, o vocabulário especializado e/ou a gramática de certas atividades ou 
profissões 
• etnoletos, para um grupo étnico 
• ecoletos, um idioleto adotado por uma casa 
 LINGUÍSTICA 
 
 
 
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Variações como dialetos, idioletos e socioletos podem ser distinguidos não apenas por seu vocabulá-
rios, mas também por diferenças na gramática, na fonologia e na versificação. Por exemplo, o sota-
que de palavras tonais nas línguas escandinavas tem forma diferente em muitos dialetos. Um outro 
exemplo é como palavras estrangeiras em diferentes socioletos variam em seu grau de adaptação à 
fonologia básica da linguagem. Certos registros profissionais, como o chamado legalês, mostram uma 
variação na gramática da linguagem padrão. 
Por exemplo, jornalistas ou advogados ingleses frequentemente usam modos gramaticais, como o 
modo subjuntivo, que não são mais usados com frequência por outros falantes. Muitos registros são 
simplesmente um conjunto especializado de termos (veja jargão).É uma questão de definição se gí-
ria e calão podem ser considerados como incluídos no conceito de variação ou de estilo. Coloquialis-
mos e expressões idiomáticas geralmente são limitadas como variações do léxico, e de, portanto, es-
tilo. 
Espécies De Variação 
Variação Histórica 
Acontece ao longo de um determinado período de tempo, pode ser identificada ao se comparar dois 
estados de uma língua. O processo de mudança é gradual: uma variante inicialmente utilizada por um 
grupo restrito de falantes passa a ser adotada por indivíduos sócio economicamente mais expressivo. 
A forma antiga permanece ainda entre as gerações mais velhas, período em que as duas variantes 
convivem; porém com o tempo a nova variante torna-se normal na fala, e finalmente consagra-se pelo 
uso na modalidade escrita. As mudanças podem ser de grafia ou de significado. 
Variação Geográfica Trata das diferentes formas de pronúncia, vocabulário e estrutura sintática entre 
regiões. Dentro de uma comunidade mais ampla, formam-se comunidades linguísticas menores em 
torno de centros polarizadores da cultura, política e economia, que acabam por definir os padrões lin-
guísticos utilizados na região de sua influência. As diferenças linguísticas entre as regiões são gradu-
ais, nem sempre coincidindo com as fronteiras geográficas. Variação Social Agrupa alguns fatores de 
diversidade: o nível socioeconômico, determinado pelo meio social onde vive um indivíduo; o grau de 
educação; a idade e o sexo. 
A variação social não compromete a compreensão entre indivíduos, como poderia acontecer na varia-
ção regional; ouso de certas variantes pode indicar qual o nível socioeconômico de uma pessoa, e há 
a possibilidade de alguém oriundo de um grupo menos favorecido atingir o padrão de maior prestígio. 
Variação Estilística Considera um mesmo indivíduo em diferentes circunstâncias de comunicação: se 
está em um ambiente familiar, profissional, o grau de intimidade, o tipo de assunto tratado e quem 
são os receptores. Sem levar em conta as graduações intermediárias, é possível identificar dois limi-
tes extremos de estilo: o informal, quando há um mínimo de reflexão do indivíduo sobre as normas 
linguísticas, utilizado nas conversações imediatas do cotidiano; e o formal, em que o grau de reflexão 
é máximo, utilizado em conversações que não são do dia-a-dia e cujo conteúdo é mais elaborado e 
complexo. 
Não se deve confundir o estilo formal e informal com língua escrita e falada, pois os dois estilos ocor-
rem em ambas as formas de comunicação. As diferentes modalidades de variação linguística não 
existem isoladamente, havendo um inter-relacionamento entre elas: uma variante geográfica pode ser 
vista como uma variante social, considerando-se a migração entre regiões do país. Observa-se que o 
meio rural, por ser menos influenciado pelas mudanças da sociedade, preserva variantes antigas. O 
conhecimento do padrão de prestígio pode ser fator de mobilidade social para um indivíduo perten-
cente a uma classe menos favorecida. 
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