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RAIO CRÍTICO DE ISOLAMENTO / ESPESSURA CRÍTICA DO ISOLAMENTO Eduardo Gonçalves Cipriani Prof. Jussan Jaeger Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Engenharia Mecanica (EME108) – Trabalho de Graduação 19/04/2021 1 INTRODUÇÃO A espessura até a qual o fluxo de calor aumenta e após o qual o fluxo de calor diminui é denominada espessura crítica . No caso de cilindros e esferas, é chamado raio crítico . Pode-se derivar que o raio crítico do isolamento depende da condutividade térmica do isolamento e do coeficiente de transferência de calor por convecção externa. 2 ESPESSURA CRÍTICA DO ISOLAMENTO – RAIO CRÍTICO Em uma parede plana, a área perpendicular à direção do fluxo de calor, adicionando mais isolamento a uma parede sempre diminui a transferência de calor. Quanto mais espessa a isolação , menor a taxa de transferência de calor . Isso se deve ao fato de a superfície externa ter sempre a mesma área . Mas nas coordenadas cilíndricas e esféricas, a adição de isolamento também aumenta a superfície externa , o que diminui a resistência de convecção na superfície externa. Além disso, em alguns casos, uma diminuição na resistência à convecção devido ao aumento na área da superfície pode ser mais importante do que um aumento na resistência à condução devido ao isolamento mais espesso. Como resultado, a resistência total pode realmente diminuir, resultando em aumento do fluxo de calor. Outros acréscimos de isolamento, além da espessura crítica, provocam a diminuição da perda de energia. Por isso, a espessura crítica pode ser utilizada para propiciar o resfriamento de um cabo, ou um fio ou tubo. Entretanto, se o isolamento for usado para reduzir a perda de calor de um tubo, é essencial que a espessura final do isolamento seja maior que a espessura crítica de isolamento. 3 RAIO CRÍTICO DE ISOLAMENTO EM AREAS PLANA, CILINDRICAS E ESFERICAS 3.1 RAIO CRÍTICO DE ISOLAMENTO EM AREAS PLANAS Não tem problemas de isolamento para áreas planas (não envolve raio crítico), pois a área não aumenta em virtude do aumento da espessura do isolamento. 3.2 RAIO CRÍTICO DE ISOLAMENTO EM CILINDRICAS Para deduzir uma expressão da espessura crítica de isolamento, consideremos um tubo circular de raio r i mantido a uma temperatura uniforme Ti e recoberto por uma camada isolante de raio r o , como está na Figura 1. O calor é dissipado convectivamente da superfície externa do isolante para um ambiente à temperatura T , com um coeficiente de transferência de calor h0 : Se H for o comprimento do tubo e k, a condutividade térmica do isolante, as resistências térmicas Ris e Ro do isolamento e da convecção na superfície externa, são: Agora admitamos que Ti , T , k, H, ho e r i permaneçam constantes e que r o varie (isto é, r o ≥ r i ). Notamos que, à medida que r o cresce, a resistência Ro decresce, mas Ris cresce. Portanto, Q pode ter um máximo para um certo valor de r o r oc. Determina-se este valor crítico do raio r o c derivando-se a Equação 1 em relação a r o e igualando a zero a expressão resultante: A solução da Equação 4 em r o dá o raio crítico de isolamento r oc com o qual a taxa de transferência do calor é um máximo; encontramos: Na prática, o significado físico deste resultado é o seguinte: se o raio for maior que o raio crítico definido pela Equação 5, qualquer acréscimo de isolante sobre a superfície do tubo diminui a perda de calor, como se espera. Mas, se o raio for menor do que o raio crítico, como em tubos, cabos ou fios de pequeno diâmetro, a perda de calor aumentará continuamente com o acréscimo de isolante até que o raio da superfície externa do isolamento seja igual ao raio crítico. A perda de calor atinge um máximo na espessura crítica de isolamento e principia a decrescer com o aumento de isolamento além do raio crítico. 3.3 RAIO CRÍTICO DE ISOLAMENTO EM ESFERAS Na análise precedente discutimos a espessura crítica de um isolamento num corpo cilíndrico. No caso de uma esfera, seguindo procedimento semelhante, podemos demonstrar que o raio crítico de isolamento é dado por: Os resultados dados anteriormente para o raio crítico não incluem os efeitos da radiação térmica. Suponha que o coeficiente de transferência de calor ho na superfície externa do isolamento seja aproximado pela soma de uma parcela de convecção (hc ) e uma parcela de radiação (hr ), na forma: Então o raio crítico dado pelas Equações 5 e 6 se tornam, respectivamente: 4 CONCLUSÃO Há numerosas aplicações práticas do raio crítico de isolamento. Nos fios e cabos elétricos, a espessura crítica do revestimento pode ser utilizada para conseguir um máximo de resfriamento. Se o isolamento em um tubo de vapor for umedecido, a condutividade térmica do isolamento cresce, o que aumenta o raio crítico. Então, é possível que, com o raio crítico resultante, a perda de calor do tubo seja maior com o isolamento úmido do que sem nenhum isolamento. REFERÊNCIAS P.J. Oliveira. "Transmissão de Calor – Condução Estacionária: Raio Crítico de Isolamento "; UBI. Disponível em: http://webx.ubi.pt/~pjpo/TransCal6.pdf. Acesso em 20 de abril de 2021. PROFESSOR. Simões. "Isolamento de tubos: raio crítico"; Fisica. Disponível em: http://masimoes.pro.br/fisica/transcal/Tema_5/Raio%20crítico%20%20slides%20das% 20aulas.pdf. Acesso em 20 de abril de 2021. MONTORO. Sergio R. "Transferência de Calor e Massa"; USP. Disponível em: https://sistemas.eel.usp.br/docentes/arquivos/5022779/LOM3083/AULA%207%20%20 FTEM%20-%20RAI0%20CRITIC0%20DE%20IS0LAMENT0-P2.pdf. Acesso em 20 de abril de 2021. CONNOR. Nick. "Raio Crítico - Definição"; TE. Disponível em: www.thermal- engineering.org/pt-br/o-que-e-espessura-critica-de-isolamento-raio-critico definicao /#:~:text=Espessura%20crítica%20do%20isolamento%20–%20raio,taxa%20de%20 transferência%20de%20calor%20. . Acesso em 20 de abril de 2021.