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FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS – FMU 
DIREITO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA – APS 
PROCESSO PENAL:INF.E PROC.CRIMINAIS 
 
 
RAFAELLA PERRINI DA LUZ SILVA 
3015287 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SÃO PAULO 
2021 
Resenha crítica: A partir da leitura do texto “A Filosofia de Agamben, o terrorismo de Bin Laden e 
o Direito Penal do inimigo: Um estudo de fronteiras entre a proteção e a punição de Fernando 
Antônio C. Alves de Souza e José Arlindo de Aguiar Filho 
 
Essenciais para a vida humana, e garantidos pela Constituição Federal de 1988, os 
Direitos Fundamentais podem ser divididos em alguns grupos, sendo um deles os direitos individuais, 
trazendo como base, por exemplo, o direito à vida, a liberdade, segurança e igualdade. 
Os autores do texto afirmam a importancia desses direitos, e em como o Estado 
Democrático de Direito foi construído para lutar por essas garantias, contudo, a realidade se difere da teoria. 
Ao analisar a obra de Giorgio Agamben, “Homo Sacer”, onde é abordado qual a 
natureza e os alicerces do Poder Soberano na sociedade, que determina quem tem valor ou não e admite a 
violação dos direitos fundamentais, nos deixando desprotegidos diante deles, Fernando Antônio pontua o 
seguinte: 
“O estado de exceção cria um ser sem direitos, um ente no qual se opõem 
o máximo direito do Estado e a diminuição do indivíduo ao ponto zero. É 
a ultima ratio além da ultima ratio penal, é o ponto limite da sobrevivência 
do Estado ao custo do indivíduo (o inimigo).” 
 
Pode o Estado tratar esses homo sacers como uma exceção? Nesse sentido, o alemão 
Gunther Jakobs criou a teoria do direito penal do inimigo que estabelece a necessidade de excluir e tratar 
como inimigo quem se apresenta ao Estado assim, tirando todos os seus direitos. Para ele, não resta outra 
opção ao Estado. O que nos remete ao regime totalitarista, onde o Estado detém controle sobre as pessoas, 
seus direitos e até a sua vida, usando o medo e o terror como justificada. 
Assim como feito com o terrorista Osama Bin Laden, que passou a ser um objeto 
aquém de um ser humano para o governo dos Estados Unidos da América, e, como dito pelo autor do texto: 
 “Negar ao terrorista, no caso do artigo, mesmo a Osama 
Bin Laden, a noção de pessoa, sem um processo penal com as garantias 
constitucionalmente garantidas, além de grave é uma contradição em si.” 
O fato é, que não da para estabelecer uma régua para separar quem é cidadão e quem 
é inimigo, o inimigo do direito penal está entre a norma e a exceção, não teria como resolver o problema, 
e já alerta Agamben: 
 “O que ocorreu e ainda está ocorrendo sob nossos olhos 
é que o espaço “juridicamente vazio” do estado de exceção (em que a lei 
vigora na figura – ou seja, etimologicamente, na ficção – da sua dissolução, 
e no qual podia portanto acontecer tudo aquilo que o soberano julgava de 
fato necessário) irrompeu de seus confins espaço-temporais e, 
esparramando-se para fora deles, tende agora por toda parte a coincidir 
com o ordenamento normal, no qual tudo se torna assim novamente 
possível. (2004, p. 44) 
 
Por fim, fica sem resposta a questão de até onde o Estado pode destituir um indivíduo 
dos seus direitos fundamentais. Como podemos evitar que o detentor do papel de proteger tais bens 
jurídicos detém, também, o poder de reduzir qualquer um a homo sacer. E, é como finaliza Fernando 
Antônio: 
 “Será que os Estados Unidos retornarão a assim proceder, como 
nos ensinaram num passado não tão remoto, a respeitar e garantir os 
direitos humanos? Sabemos que atualmente são os Estados Unidos os 
maiores violadores destes direitos, humanos, tão caros conseguidos com o 
sacrifício de muitos. Como evitar que o Estado, responsável pela guarda 
da ordem jurídica, desrespeite essa ordem em sua mais enraizada norma 
fundamental, os mais básicos direitos do homem?”. 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
 
______. Homo sacer: v. 1 – Poder soberano e a vida nua. Trad. Henrique Burigo. 2. ed. Belo 
 
AGAMBEN, G. Estado de exceção. Trad. Iraci D. Poleti. 2. ed. São Paulo: Boitempo, 2004. 
ANTÔNIO, Fernando; JOSÉ ARLINDO DE AGUIAR FILHO. A FILOSOFIA DE 
AGAMBEN, O TERRORISMO DE BIN LADEN E O DIREITO PENAL DO INIMIGO: UM 
ESTUDO DE FRONTEIRAS ENTRE A PROTEÇÃO E A PUNIÇÃO. Revista Justiça e 
Sistema Criminal, v. 6, n. 10, p. 121–134, 2014. 
Horizonte: Editora UFMG, 2010.

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