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Aula 02
Criminologia p/ PC-MA (Delegado) Pós-edital
Professor: Renan Araujo
 
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CRIMINOLOGIA – PC-MA (2018) – DELEGADO DE POLÍCIA 
Teoria e questões 
Aula 02 – Prof. Renan Araujo 
 
 
AULA 02 
CRIMINOLOGIA E POLÍTICA CRIMINAL. MODELOS TEÓRICOS 
DA CRIMINOLOGIA. TEORIAS SOCIOLÓGICAS. PREVENÇÃO DA 
INFRAÇÃO PENAL NO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO. 
PREVENÇÃO PRIMÁRIA. PREVENÇÃO SECUNDÁRIA. 
PREVENÇÃO TERCIÁRIA. MODELOS DE REAÇÃO AO CRIME. 
CRIMINOLOGIA AMBIENTAL. 
SUMÁRIO 
1 MODELOS TEÓRICOS ............................................................................................. 3 
1.1 Criminologia científica e seus modelos teóricos ............................................. 3 
1.2 Teorias bioantropológicas, psicodinâmicas e psicopsicológicas. O homem 
delinquente ................................................................................................................. 5 
1.3 Teorias sociológicas ....................................................................................... 8 
1.3.1 Criminologia do consenso ................................................................................ 9 
1.3.1.1 Escola de Chicago .................................................................................... 9 
1.3.1.2 Teoria da associação diferencial (aprendizagem social ou social learning) ...... 10 
1.3.1.3 Teoria das subculturas delinquentes ......................................................... 11 
1.3.1.4 Teoria da anomia .................................................................................. 11 
1.3.2 Criminologia do conflito ................................................................................ 12 
1.3.2.1 Teoria do etiquetamento ou labeling approach ........................................... 12 
1.3.2.2 Garantismo, minimalismo e abolicionismo penal ........................................ 14 
1.3.3 Criminologia ambiental ................................................................................. 16 
1.4 A prevenção penal no Estado Democrático de Direito ................................... 18 
1.4.1 Prevenção primária ...................................................................................... 19 
1.4.2 Prevenção secundária ................................................................................... 19 
1.4.3 Prevenção terciária ....................................................................................... 19 
1.4.3.1 Teoria absoluta da pena ......................................................................... 19 
1.4.3.2 Teoria relativa e sua finalidade preventiva ................................................ 20 
1.4.3.3 Teoria Mista (unificadora ou eclética ou unitária) e sua dupla finalidade ........ 20 
1.4.4 Programas de prevenção de infrações penais ................................................... 21 
2 CRIMINOLOGIA E POLÍTICA CRIMINAL. CRIMINOLOGIA E CIÊNCIAS CRIMINAIS
 23 
2.1 MODELOS DE REAÇÃO AO CRIME .................................................................. 24 
2.1.1 Clássico ou dissuasório ................................................................................. 24 
2.1.2 Ressocializador ............................................................................................ 24 
2.1.3 Restaurador ................................................................................................ 24 
3 RESUMO .............................................................................................................. 25 
4 EXERCÍCIOS DA AULA ......................................................................................... 31 
5 EXERCÍCIOS COMENTADOS ................................................................................. 40 
6 GABARITO .......................................................................................................... 59 
 
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Olá, meus amigos! 
 
Hoje, finalizando nosso pequeno curso, vamos falar sobre diversos temas 
importantes da criminologia: Modelos teóricos, teorias sociológicas, 
prevenção penal, etc. 
 
Desejo a todos uma excelente maratona de estudos! 
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1! MODELOS TEÓRICOS 
 
1.1!Criminologia científica e seus modelos teóricos 
A criminologia enquanto ciência só surge no final do século XIX, e apesar de 
romper com o modelo criminológico pré-científico, se valeu de algumas 
contribuições destas “pseudociências” para seu desenvolvimento. 
Pré-cientificamente podemos citar a: 
DEMONOLOGIA Explica o crime por meio da existência do demônio. 
Focava muito nos doentes mentais, pois eram 
confundidos com possuídos e endemoniados 
FISIONOMIA Foi a pseudociência que mais se aproximou da 
criminologia positivista (ou positivismo criminológico) 
do final do século XIX. Busca explicar o crime com base 
na aparência do indivíduo, na sua fisionomia, fazendo 
uma ligação entre o físico e o psíquico. Por meio das 
características físicas seria possível determinar se o 
indivíduo era “bom” ou “mal” e, portanto, menos ou 
mais propenso à prática de delitos. Tem em DELLA 
PORTA o seu maior expoente (embora o precursor mais 
rudimentar tenha sido SÃO JERÔNIMO). Curiosamente, 
a repercussão de tal pseudociência foi tão grande que 
chegou-se até mesmo ao conhecido “ÉDITO DE 
VALÉRIO”1. 
FRENOLOGIA Os frenólogos se valem da contribuição da 
fisionomia para desenvolver sua teoria. Contudo, para 
esta teoria, o comportamento delitivo poderia ser 
explicado por meio da análise do crânio, 
especificamente. Foi fundada e difundida por FRANÇOIS 
JOSEPH GALL. Para GALL o formato do crânio irá 
influenciar a atividade cerebral, podendo, pela análise 
externa da caixa craniana, saber quais faculdades 
cerebrais são mais ou menos desenvolvidas e, assim, 
determinar as características psicológicas da pessoa 
(agressividade, coragem, etc.), o que culmina na 
possibilidade de afirmar a propensão à prática de 
delitos. 
PSIQUIATRIA Surge com o francês PHILIPPE PINEL. Sua grande 
contribuição foi a diferenciação entre criminoso e 
enfermo mental. 
 
1 “Quando se tem dúvida entre dois presumidos culpados, condena-se o mais feio” (VIANA, Eduardo. 
CRIMINOLOGIA, 2º ed. 2014. Ed. Juspodivm. Pág. 24.) 
 
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 Tal diferenciação possibilitou o desenvolvimento da 
ideia de imputabilidade penal e de criação de 
estabelecimentos distintos para cada um (doente 
mental e criminoso). 
 
Ultrapassada esta fase pré-científica, a criminologia passa a tentar explicar 
o fenômeno do crime e o comportamento criminal de forma mais científica, 
utilizando-se do empirismo como ponto de partida. 
Seus PRINCIPAIS MODELOS TEÓRICOS FORAM: 
CRIMINOLOGIA 
CLÁSSICA E 
NEOCLÁSSICA 
Tinham como ponto central de seu trabalho o LIVRE 
ARBÍTRIO. Para este modelo, o homem é LIVRE para 
fazer suas escolhas, inclusive para cometer delitos. 
Nega completamente a influência de fatores 
externos, como a condição econômico-social, etc. 
CRIMINOLOGIA 
POSITIVISTA 
Rompe com a ideia de que o homem “delinque” 
porque quer delinquir. Para este modelo teórico, 
compreendero fenômeno criminal é uma tarefa que 
demanda a análise de fatores causais-explicativos, 
ou seja, deve-se buscar as causas do delito (o que 
se pode chamar de “paradigma etiológico”). 
Contudo, as “causas” do delito poderiam se de 
diversas ordens (biológicas, psicológicas, sociais, 
etc.). 
SOCIOLOGIA 
CRIMINAL 
Enquanto a criminologia positivista vê o crime como 
uma consequência de determinados fatores 
(diversos), a sociologia criminal rompe com a ideia 
de “causas do crime” e parte para a ideia da teoria 
da criminalização. Com uma forte influência 
marxista, tal modelo entende que não importa tanto 
a “causa” de determinado comportamento 
criminoso, e mais o “porquê” de se considerar 
criminoso determinado comportamento, ou seja, 
quais os interesses estão por trás da criminalização 
de determinadas condutas. A teoria da REAÇÃO 
SOCIAL é o principal marco deste modelo. Também 
é conhecida como teoria da rotulação social ou do 
etiquetamento (labelling aproach). 
 
LUIZ FLAVIO GOMES e ANTONIO GARCÍA-PABLOS DE MOLINA ainda 
acrescentam um QUARTO modelo teórico, que seria representado por diversas 
correntes criminológicas contemporâneas (como a teoria do curso da vida, a 
teoria das trajetórias criminais, etc.), que tentam explicar o fenômeno delituoso 
 
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 por meio de uma análise dinâmica dos padrões de comportamento do indivíduo 
ao longo da vida (e suas diversas variáveis). 
 
1.2!Teorias bioantropológicas, psicodinâmicas e 
psicopsicológicas. O homem delinquente 
Embora na atualidade a classificação dos criminosos em determinados 
“grupos”, de acordo com suas características biológicas, psicológicas, etc., tenha 
perdido bastante de sua relevância, ainda gozam de algum prestígio em 
determinados setores. 
Vamos estudar as principais classificações do “homem delinquente”: 
 
Classificação de HILÁRIO VEIGA DE CARVALHO 
BIOCRIMINOSOS PUROS 
(pseudocriminosos) 
São criminosos apenas por fatores 
biológicos, de forma que se nega a estes o 
livre arbítrio (é o caso dos doentes mentais) 
BIOCRIMINOSOS 
PREPONDERANTES 
(criminosos de difícil 
correção) 
Possuem uma tendência biológica ao delito, 
e acabam por delinquir ao ceder a estímulos 
externos. Aqui há alguma dose de livre 
arbítrio. 
BIOMESOCRIMINOSOS 
(criminosos de correção 
possível) 
Sofrem influências de fatores biológicos e 
externos, não sendo possível definir qual 
destes fatores prepondera. A reincidência, 
aqui, é ocasional. 
MESOCRIMINOSOS 
(criminosos de correção 
provável ou esperada) 
Possuem personalidade fraca, sofrendo 
grande influência do meio. São os clássicos 
“Maria vai com as outras”, nas palavras do 
próprio mestre HILÁRIO. 
MESOCRIMINOSOS PUROS 
(criminosos ambientais) 
São considerados “vítimas” do meio. Agem 
de forma antissocial apenas em razão de 
fatores externos. É o caso do holandês que 
vem ao Brasil e acende um cigarro de 
maconha. Em seu seio social tal conduta é 
permitida. No Brasil, trata-se de conduta 
criminosa (posse de droga para uso 
próprio). 
 
Para esta classificação os “PUROS” (mesocriminosos puros e biocriminosos 
puros) são considerados “pseudocriminosos”, pois não possuem todos os 
elementos necessários ao delito. 
 
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 Em relação aos últimos faltaria a consciência da ilicitude, não possuindo a 
intenção de violar a Lei. Em relação aos primeiros faltaria a possibilidade de 
autodeterminação. 
 
Classificação segundo LOMBROSO, FERRI e GAROFALO 
Classificação de LOMBROSO 
NATOS Um degenerado, por fatores biológicos (cabeça 
pequena ou deformada, sobrancelhas salientes, 
etc.). Um selvagem sem correção. 
LOUCOS Perverso, louco moral, alienado mental. Deve 
permanecer fora da sociedade, segregado em 
manicômio ou similar. 
DE OCASIÃO Possuem predisposição hereditária e são 
influenciados pelo meio, ou seja, são criminosos em 
razão das circunstâncias (“A ocasião faz o ladrão”. 
POR PAIXÃO São inconsequentes, irrefletidos, impulsivos, 
exaltados. 
 
Classificação de ENRICO FERRI 
NATO Possui as mesmas características do criminoso nato de 
LOMBROSO. 
LOUCO Inclui, além dos alienados completos, os semiloucos 
(ou fronteiriços). 
OCASIONAL O indivíduo que não se dedica ao crime habitualmente, 
mas acaba por cometer delitos de forma ocasional, 
inclusive em razão das circunstâncias momentâneas. 
Pode ser associado ao criminoso “de ocasião” de 
LOMBROSO. 
HABITUAL Faz do crime seu meio de vida. Poderia começar como 
ocasional e “se desenvolver” para o criminoso 
habitual. 
PASSIONAL Semelhante ao criminoso “por paixão” de LOMBROSO. 
É impetuoso, inconsequente, etc. 
 
Classificação de GARÓFALO 
ASSASSINOS São instintivos, egoístas, aproximando-se dos seres 
selvagens e das crianças. 
 
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ENÉRGICOS OU 
VIOLENTOS 
Possuem senso moral, mas lhes falta compaixão. 
LADRÕES OU 
NEURASTÊNICOS 
Falta a estes criminosos a ideia de honestidade, de 
probidade, embora não lhes falte o senso moral. 
 
Percebam que as classificações destes três expoentes do 
POSITIVISMO criminológico são bem semelhantes. As classificações de 
FERRI e LOMBROSO, então, são praticamente idênticas. 
 
Classificação de ODON RAMOS MARANHÃO 
OCASIONAL Sua personalidade é normal, mas em decorrência de 
algum fator poderoso (externo ou interno) há um 
rompimento transitório dos mecanismos de 
contenção impulsos. 
SINTOMÁTICO Seus atos estão mais vinculados à predisposição 
criminosa decorrente de uma doença do que à 
existência de um fato desencadeante. 
CARACTEROLÓGICO A delinquência, aqui, deriva de falha na formação do 
caráter, havendo pouca ou nenhuma influência de 
um fator desencadeante. 
 
Classificação para GUIDO ARTURO PALOMBA 
IMPETUOSOS Seus atos são frutos de “amnésia momentânea do 
senso crítico”. São similares aos criminosos 
passionais de FERRI. 
OCASIONAIS Não se dedicam à atividade criminosa, cometendo 
crimes esporadicamente, em razão de fatores 
internos e externos. 
HABITUAIS Segundo o professor, são “incapazes de readquirir 
uma existência honesta”. Fazem do crime seu meio 
de vida. É o chamado “criminosos contumaz”. 
FRONTEIRIÇOS Apresentam deformidades permanentes em seu 
senso moral, com distúrbios de afeto e sensibilidade. 
Tais alterações psíquicas os conduzem ao crime. 
LOUCOS CRIMINOSOS Dois tipos: (i) Agem mediante um processo lento e 
reflexivo; (ii) Agem por impulso. 
 
 
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 Como vocês podem perceber, a bem da verdade, existem diversas 
classificações que acabam por dizer, se não a mesma coisa, quase a mesma coisa, 
com pequenas variáveis. 
Assim, podemos resumir as teorias BIOANTROPOLÓGICAS como aquelas 
que buscam explicar o criminoso com base em fatores biológicos. Para 
esta teoria, existe o “criminoso” e “não criminoso”. 
As teorias PSICODINÂMICAS também entendem haver o “criminoso” 
e o “não criminoso”, mas ao invés de considerar tal distinção com base em 
fatores biológicos, enxergam a diferença entre eles como decorrência de 
falhas no processo de aprendizado e socialização do indivíduo. 
Por fim, as teorias PSICOSOCIOLÓGICAS verificam a existência de 
predominânciados fatores sociais sobre o fenômeno do crime, em 
detrimento de fatores ligados à personalidade do criminoso. 
 
1.3!Teorias sociológicas 
Sociedade criminógena é, por definição, uma sociedade que PRODUZ 
CRIME. 
Essa ideia de que a sociedade produz o criminoso e, por consequência, o 
crime, possibilitou o surgimento de diversas teorias calcadas na ideia de que o 
centro da análise do fenômeno delitivo não é o criminoso, e sim a 
sociedade (embora aquele também mereça atenção). 
Assim, desloca-se o centro do estudo para o meio (a sociedade), 
criando-se o que se convencionou chamar de SOCIOLOGIA CRIMINAL. 
Dentro deste quadro sociológico, dois grandes grupos teóricos se 
desenvolveram: A TEORIA DO CONSENSO e a TEORIA DO CONFLITO. 
A teoria do consenso ou “criminologia do consenso” parte da premissa 
de que a sociedade é formada por uma séria de valores fundamentais 
consensuais, que devem ser protegidos e promovidos por todos. Assim, o Direito 
Penal nada mais seria que uma ferramenta para a defesa destes valores comuns 
a todos os indivíduos. 
Inserem-se nesta ideia as teorias desenvolvidas pela ESCOLA DE CHICAGO, 
ANOMIA E ASSOCIAÇÃO DIFERENCIAL. 
A criminologia do conflito, por sua vez, verifica a sociedade não como um 
todo coeso e harmônico, fundado em valores comuns a todos os indivíduos, e sim 
um campo de batalha entre classe dominante e dominada. Partindo deste viés 
marxista, as teorias decorrentes desta ideia vão estabelecer que o Direito Penal 
nada mais é que uma ferramenta a serviço da classe dominante, de forma a 
garantir a manutenção do status quo, coagindo a classe dominada a “andar na 
linha”. Para tanto, o Direito Penal seria absolutamente seletivo na escolha 
das condutas que seriam criminalizadas, optando por uma criminalização 
primária voltada às condutas geralmente praticadas pelos indivíduos 
pertencentes à classe dominada (furto seria mais grave que condutas lesivas à 
ordem econômica, por exemplo). 
 
==db697==
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 Feita essa distinção, vamos à análise das principais teorias relativas à 
sociologia criminal. 
 
1.3.1!Criminologia do consenso 
1.3.1.1! Escola de Chicago 
A Escola de CHICAGO e sua explicação ECOLÓGICA do crime talvez seja 
a principal escola criminológica moderna. 
PARK foi o principal expoente desta Escola. Este autor analisou o crescimento 
populacional na cidade de Chicago no começo do século XX e, com suas 
observações, a Escola de Chicago chegou à conclusão de que o fenômeno delitivo 
estava relacionado diretamente ao conglomerado urbano e suas características 
(multiculturais, étnicas, etc.). 
Assim, a CIDADE (mais especificamente do que a “sociedade” genericamente 
considerada) seria o foco principal da atenção da criminologia. Para os teóricos 
desta Escola, a CIDADE, ou seja, o meio urbano produz a criminalidade 
(crescimento populacional, crescimento desordenado, etc.). 
A Escola de Chicago também chegou à conclusão de que a delinquência era 
mais concentrada em determinadas áreas, e tal concentração seria fruto, dentre 
outras coisas, da desorganização social destas áreas. 
São oriundas da Escola de Chicago as teorias ECOLÓGICA, ESPACIAL, 
DAS JANELAS QUEBRADAS e DA TOLERÂNCIA ZERO. 
Vejamos sinteticamente cada uma delas: 
 
ECOLÓGICA 
(DESORGANIZAÇÃO 
SOCIAL) 
Para esta teoria o progresso leva a criminalidade aos 
grandes centros urbanos. Propõe que a estabilidade e a 
integração contribuem para a ordem social, enquanto a 
desordem social e a ausência de integração entre os 
indivíduos contribuem para índices mais elevados de 
criminalidade. A deterioração de núcleos primários 
(família, igreja, etc.), a superficialização das relações 
sociais, tudo isso cria um meio desorganizado e 
potencialmente criminógeno2. 
ESPACIAL Defendia a reestruturação arquitetônica das cidades 
como forma de prevenção do delito, inclusive como 
forma de permitir maior controle sobre as pessoas. 
Teve em OSCAR NEWMAN seu maior expoente. 
JANELAS 
QUEBRADAS 
Tem suas raízes na obra dos estadunidenses JAMES 
WILSON e GEORGE KELLING. Para esta teoria a 
 
2 GARCÍA –PABLOS DE MOLINA, Antonio. GOMES, Luiz Flavio. Criminologia. Ed. Revista dos Tribunais. 8º 
ed. P. 344. 
 
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 repressão dos menores delitos é ABSOLUTAMENTE 
INDISPENSÁVEL para inibir a prática dos delitos mais 
graves. Tem este nome em razão de um experimento 
de PHILIP ZIMBARDO. O citado psicólogo deixou um 
carro estacionado na rua em um bairro de classe alta 
da cidade de Palo Alto, Califórnia. Durante a primeira 
semana, o carro permaneceu intacto. Após, o 
pesquisador quebrou uma das janelas do veículo e o 
deixou mais uma semana parado na rua. Ao final desta 
segunda semana o veículo foi completamente destruído 
e furtado por vândalos. Daí a ideia de que um 
“pequeno” dano à sociedade, se não consertado, gera 
a sensação de que “tudo é permitido”, estimulando a 
prática de delitos. 
TOLERÂNCIA ZERO A teoria da tolerância zero (neorretribucionismo) 
decorre naturalmente da ideia defendida pela teoria das 
janelas quebradas. Trata-se de uma política 
criminal de repressão a toda e qualquer conduta 
desviante, por menor que seja, como forma de 
reafirmar o poder do Estado e a necessidade de respeito 
à Lei. Surgiu em Nova York, no começo dos anos 90. 
Trata-se de decorrência do como “Movimento Lei e 
Ordem” (Law and Order), que pugna pela 
expansão do Direito Penal, um seja, um 
incremento da resposta formal do Estado. 
 
1.3.1.2! Teoria da associação diferencial (aprendizagem social ou social 
learning) 
Difundida por Edwin Sutherland, tendo como base as ideias de Gabriel 
TARDE (e suas “Leis da Imitação”). 
SUTHERLAND focou seus estudos sobre os crimes de colarinho 
Branco, nos Estados Unidos da América, mais especificamente em Chicago. 
Para Sutherland, as explicações fornecidas pelas diversas teorias 
criminológicas até então não seriam capazes de responder de forma 
adequada à questão dos crimes de colarinho branco, já que todas (ou quase 
todas) viam nas mazelas sociais (desorganização social, pobreza, etc.) a gênese 
do crime, de forma que se distanciavam da realidade dos crimes de colarinho 
branco (White colar crimes). 
Para Sutherland, ninguém nasce criminoso, mas APRENDE a se tornar um, 
ou seja, o crime é mero resultado de um processo inadequado ou falho de 
socialização do indivíduo. 
Segundo esta teoria o indivíduo se tornaria criminoso ao observar outras 
condutas criminosas e INTERAGIR com outras pessoas, notadamente aquelas que 
se dedicam ao delito. 
 
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 Assim, a pessoa se tornaria delinquente por estar mais submetida a modelos 
de comportamento delitivo do que a modelos de comportamento não delitivos. A 
cultura criminosa existe e, a depender do nível de atuação do Estado em 
determinados grupos sociais, ela predomina em relação à cultura legal. 
 
1.3.1.3! Teoria das subculturas delinquentes 
Tal teoria acaba defende que a conduta delitiva não seria um reflexo negativo 
da desorganização social e outras mazelas da sociedade contemporânea. Para 
esta teoria todo agrupamento humano é dotado de subculturas, com uma filosofia 
de vida e regras próprias. 
Assim, a existência de subculturas corresponde, naturalmente, à existência 
de valores distintos daqueles pregados pela culturadominante. 
Desta forma, é possível que algumas destas subculturas possuam valores 
que se contraponham aos valores da cultura dominante e, em razão disso, o 
delito não derivaria de uma predisposição à violação da Lei, e sim um 
mero reflexo destas diferenças culturais. 
 
1.3.1.4! Teoria da anomia 
Denominada por alguns de “estrutural-funcionalista”, teve como principais 
expoentes ROBERT MERTON e TALCOTT PARSONS, que se valeu das ideias de 
DURKHEIN, para desenvolver sua teoria. 
Para esta teoria, o crime é um fenômeno “natural”, inerente à sociedade, de 
forma que seriam inválidas as ideias de criminoso como anormal, bem como as 
tentativas de explicar o crime com base em aspectos sociológicos. 
DURKHEIM, talvez o principal nome desta teoria, entendia que o crime era 
algo “normal” na sociedade, pois uma sociedade sem crime seria absolutamente 
inviável, e que patologia social não seria a existência de crime, mas a sua 
ausência. 
Para DURKHEIM, o crime era o fenômeno o social que permitia a reafirmação 
da ordem social, pois toda vez que um crime era praticado surgia a possibilidade 
de reafirmação e legitimação dos vínculos estruturais e estruturantes da 
sociedade. 
Tal Teoria não prega a desvinculação entre crime e ambiente social, apenas 
entende que o crime é decorrência natural do meio social, e não uma 
anormalidade. 
Para esta teoria a sociedade impõe objetivos e metas inalcançáveis 
para a maioria dos indivíduos (sucesso, poder, status), e como tais metas 
são inatingíveis, a dissociação entre os objetivos e os instrumentos para 
seu alcance geraria a ANOMIA, que seria uma situação de renúncia às normas 
sociais. 
Esta teoria elenca diversos modelos de adaptação do indivíduo à sociedade. 
 
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 Primeiro temos o indivíduo que aceita as metas sociais e os meios à sua 
disposição. 
Depois temos o indivíduo que, ao perceber que os meios não são hábeis à 
obtenção das finalidades, continua aceitando as metas sociais, mas não os meios 
colocados à sua disposição. Ou seja, aqui ele passa a buscar um “atalho” para 
alcançar as metas sociais. 
Outro modelo é o do ritualismo. O indivíduo renuncia às metas sociais, aos 
objetivos culturais, mas permanece apegado às normas da sociedade. 
Há, também, o modelo evasivo (retraimento). Neste grupo se incluem os 
bêbados habituais, mendigos, drogados crônicos, etc. Tais indivíduos se 
conformam e buscam mecanismos de fuga. 
Por fim, há o modelo da rebelião. Aqui o indivíduo rejeita completamente as 
metas culturais e os meios à sua disposição (institucionalmente falando). Este 
indivíduo passa a se dedicar à luta pela criação de novos paradigmas sociais, de 
uma nova ordem. 
 
1.3.2!Criminologia do conflito 
 
1.3.2.1! Teoria do etiquetamento ou labeling approach 
No seio da criminologia crítica, surge a TEORIA DO LABELING 
APPROACH, ou “Teoria do Etiquetamento”. 
A teoria do etiquetamento vai dizer, basicamente, que o crime não é um 
dado ontológico, ou seja, não existem condutas que são, por sua própria 
natureza, criminosas. 
O que existem são condutas, simplesmente, condutas. 
A qualidade de “criminosa” a uma conduta é o que revela o caráter 
de “etiquetamento” do Direito Penal, ou seja, as condutas, em seu estado 
natural, não são criminosas, até que surge um dado novo, de cunho 
normativo, que lhes confere tal “estigma”. 
Tal teoria tem, em grande parte, fundamento na ideia de “interacionismo 
simbólico”. A expressão “interação simbólica” se refere aos processos de 
relacionamento interpessoal entre os indivíduos, de forma que a noção de crime 
surge da relação entre os indivíduos e da eleição dos valores que devem 
ser protegidos, ou seja, o rótulo de “crime” a uma conduta é dado pela 
sociedade, e não pela natureza. 
Isto posto, temos uma corrente criminológica que sustenta que não se deve 
buscar entender por que alguém vira criminoso, mas porque a sociedade rotula 
tal conduta cromo criminosa (ou tal pessoa como criminosa). 
 
 
 
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EXEMPLO: A conduta criminosa prevista no art. 169, § único, II do CP, que 
estabelece o crime de “apropriação de coisa achada”. Vejamos a redação: 
Art. 169 - Apropriar-se alguém de coisa alheia vinda ao seu poder por erro, caso 
fortuito ou força da natureza: 
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa. 
Parágrafo único - Na mesma pena incorre: 
(...) 
Apropriação de coisa achada 
II - quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria, total ou parcialmente, 
deixando de restituí-la ao dono ou legítimo possuidor ou de entregá-la à autoridade 
competente, dentro no prazo de 15 (quinze) dias. 
Vejam, assim, que a conduta de “apropriar-se de coisa achada” não é, por 
si só, crime. Ela passa a ser crime quando a norma penal assim estabelece. 
Qual é a grande sacada desta teoria? Ela desmistifica a ideia de 
criminoso. Imagine que a ideia de criminoso esteja centrada sobre aquele que 
furta. Se amanhã surgir nova lei dizendo que furto não é crime, aquela pessoa 
“deixaria de ser criminoso” e todos os estudos referentes ao crime e suas causas 
iriam por água abaixo. 
Além disso, seguindo a linha da teoria do conflito, a teoria do 
etiquetamento entende que o Direito Penal procede à “rotulação” de condutas 
não em razão da persecução de um fim legítimo e a defesa de valores comuns 
aos cidadãos, mas tendo como objetivo supremo a perpetuação da estrutura 
social dividida em classes. 
Desta forma, o Estado se vale do Direito Penal para rotular como 
“criminosas” as condutas praticadas com maior frequência pelos membros das 
classes mais baixas, bem como impõe a elas penas mais severas. Com relação 
às condutas praticadas com maior frequência pelas classes altas, ou não são 
rotuladas como criminosas ou, quando o são, recebem penas brandas. 
 
Para esta teoria, portanto, o crime não seria um fenômeno social, mas um 
fenômeno normativo, ou seja, o Estado rotula como crime as condutas 
que ele pretende sejam consideradas como criminosas. Assim, não existiria 
um crime “por natureza”, mas apenas “condutas”, que recebem o rótulo de 
criminosas de acordo com os interesses do Estado (que nem sempre protegem 
por igual os interesses dos mais diversos grupos sociais, tendendo a conferir 
maior proteção aos bens de interesse da classe dominante).3 
Além disso, não seriam apenas as condutas (isoladamente consideradas) que 
influenciariam na resposta do Estado, mas também a pessoa do indivíduo e sua 
posição social. 
Portanto, ao desviar o foco do desviante para o processo de criminalização 
(e suas seletivas escolhas), a teoria da reação social coloca em xeque os 
 
3 HASSEMER, Winfried. MUÑOZ CONDE, Francisco. Introdución a la Criminologia y al Derecho Penal. Ed. 
Tirant lo blanch. Valência, 1989, p. 18 
 
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 repressores, ao argumento de que o desviante é mero produto das instâncias 
formais de controle na sociedade punitiva. 
Teve como principais expoentes GOFFMAN, LEMERT e BECKER. 
 
1.3.2.2! Garantismo, minimalismo e abolicionismo penal 
O principal papel da criminologia num Estado Democrático de Direito é 
pugnar pelo desenvolvimento de um sistema jurídico-penal que respeite 
os direitos e garantias fundamentais. Um modelo, portanto, 
GARANTISTA. 
FERRAJOLI4 foi o maior expoente do Garantismo penal,que para ele pode 
ser definido segundo três prismas: 
•! Modelo normativo 
•! Teoria Jurídica 
•! Filosofia Política 
 
Nas palavras de FERRAJOLI: 
“Segundo um primeiro significado, "garantismo" designa um modelo normativo de 
direito: precisamente, no que diz respeito ao direito penal, o modelo de "estrita 
legalidade, próprio do Estado de direito, que sob o plano epistemológico se caracteriza 
como um sistema cognitivo ou de poder mínimo, sob o plano político se caracteriza 
como uma técnica de tutela idônea a minimizar a violência e a máxima liberdade e, 
sob o plano jurídico, como um sistema de vínculos impostos à func ̧ão punitiva do 
Estado em garantia dos direitos dos cidadãos. É, consequentemente, "garantista" todo 
sistema penal que se conforma normativamente com tal modelo e que o satisfaz 
efetivamente. 
(...) 
Em um segundo significado, "garantismo" designa uma teoria jurídica da "validade" 
e da "efetividade" como categorias distintas não só entre si mas, também, pela 
"existência" ou "vigor" das normas. Neste sentido, a palavra garantismo exprime uma 
aproximac ̧ão teórica que mantém separados o "ser" e o "dever ser" no direito; e, aliás, 
põe como questão teórica central, a diverge ̂ncia existente nos ordenamentos 
complexos entre modelos normativos (tendentemente garantistas) e práticas 
operacionais (tendentemente antigarantistas), interpretando-a com a antinomia - 
dentro de certos limites fisiológica e fora destes patológica - que subsiste entre 
validade (e não efetividade) dos primeiros e efetividade (e invalidade) das segundas. 
(...) 
Segundo um terceiro significado, por fim, "garantismo" designa uma filosofia 
política que requer do direito e do Estado o o ̂nus da justificac ̧ão externa com base nos 
bens e nos interesses dos quais a tutela ou a garantia constituem a finalidade. Neste 
último sentido o Garantismo (pressupõe) a doutrina laica da separação entre direito e 
moral, entre validade e justic ̧a, entre ponto de vista interno e ponto de vista externo 
na valoração do ordenamento, ou mesmo entre o "ser" e o "dever ser” do direito. E 
 
4 O Garantismo penal foi bem desenvolvido por FERRAJOLI, professor da Universidade de Camerino, na 
Itália. Para um aprofundamento maior: FERRAJOLI, LUIGI. Direito e razão: teoria do garantismo penal. São 
Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2002, p. 683 e seguintes. 
 
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 equivale à assunção, para os fins da legitimac ̧ão e da perda da legitimac ̧ão ético-
política do direito e do Estado, do ponto de vista exclusivamente externo. 
 
Um Estado democrático de Direito deve, portanto, buscar a adoção 
de um sistema penal garantista, não apenas no que tange às previsões 
normativas, mas também no que se refere ao efetivo respeito ao modelo 
normativamente adotado, a fim de que seja respeitado pelas instâncias de 
controle (Polícia, Judiciário, etc.). 
Assim, um modelo baseado no “Direito Penal do Inimigo”, por exemplo, 
não pode, de forma alguma, ser admitido num Estado democrático de Direito. 
Mas o que seria o “Direito Penal do Inimigo”? Trata-se de um modelo 
que pressupõe a existência de um Direito Penal que mitigue as garantias 
constitucionais aos criminosos considerados “contumazes”, ou seja, aqueles que 
fazem do crime seu meio de vida.5 
Assim, haveria um “Direito Penal do Cidadão” (garantista), no qual são 
observados os direitos e garantias fundamentais do acusado, e um “Direito Penal 
do Inimigo”, no qual estas garantias poderiam ser flexibilizadas ou afastadas, já 
que não se estaria diante de alguém que merecesse qualquer consideração por 
parte do Estado. 
Este tipo de teoria é inadmissível num Estado Democrático de Direito 
por, inicialmente, violar o princípio da isonomia. Num segundo plano, não menos 
importante, violaria, ainda, a ideia de que o Direito Penal pune as pessoas pelo 
que elas FAZEM e não pelo que elas SÃO. 
Da mesma forma, num Estado Democrático de Direito o ser humano é o 
centro, o fim último de toda e qualquer ação do Estado. Desta maneira, a pena 
deve ter por finalidade não apenas castigar o infrator, tampouco servir apenas a 
uma esperada “prevenção especial”, mas também, e principalmente, ressocializar 
o infrator. 
O MINIMALISMO penal, por sua vez, prega a redução do raio de 
abrangência do Direito Penal, que deve ser reservado apenas àquelas condutas 
absolutamente incompatíveis com a vida em sociedade, e apenas para a proteção 
dos bens jurídicos mais valiosos (Direito Penal mínimo). 
O minimalismo tem em FERRAJOLI e BARATTA dois de seus maiores 
expoentes. A lógica do minimalismo é clara: se o Direito Penal é o instrumento 
mais invasivo de regulação social, só deve ser utilizado em último caso (ultima 
ratio). 
Além da redução do raio de abrangência do Direito Penal, o minimalismo 
prega, ainda a redução da aplicação da pena privativa de liberdade, que deve, 
sempre que possível, ser substituída por sanções alternativas. 
 
5 Este termo foi desenvolvido de maneira aprofundada pelo professor alemão, da Universidade de Bonn, 
Günther Jakobs. JAKOBS, Günther. La normativización de la dogmática jurídico-penal. Trad. Manuel Cancio 
Meliá e Bernardo Feijó Sánchez. 1. ed. Madrid: Ed. Thomson Civitas, 2003, p. 57 e seguintes. 
 
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 Por fim, o ABOLICIONISMO PENAL prega a supressão do Sistema Penal, 
seja porque se nega legitimidade ético-política a essa forma de controle 
social, desde seu surgimento, seja porque é visto, na prática, como mais 
danoso que vantajoso. Os fundamentos do abolicionismo são: 
⇒! Anomia do sistema penal – Apesar de existir, o Direito Penal não 
consegue regular a vida em sociedade. 
⇒! Seletividade do sistema penal – O Direito penal não tutela de maneira 
uniforme a vida em sociedade, mas seleciona, cuidadosamente, os 
destinatários de sua atuação. 
⇒!O Direito Penal estigmatiza o condenado – Ao invés de ressocializar o 
apenado, o Direito Penal funciona como uma marca negativa para aqueles 
que foram condenados, privando-os, perpetuamente, do retorno à vida 
social. 
⇒!O Direito Penal marginaliza a vítima – O Estado, por meio do Direito 
Penal, expropria o problema (que, a princípio, se dá entre dois indivíduos), 
castiga o infrator (quando consegue), mas não se preocupa com a vítima. 
 
Há, basicamente, duas grandes vertentes abolicionistas: 
⇒! Abolicionismo imediato – Defendido, dentre outros, por LOUCK 
HULSMAN, prega a imediata supressão do Direito Penal. Isso não significa 
que esses doutrinadores pregam a ausência total de controle formal do 
Estado sobre as condutas lesivas à sociedade, mas a substituição imediata 
do Direito Penal por outros métodos de solução de conflitos (composição 
civil dos danos, etc.). 
⇒! Abolicionismo mediato – Também conhecido como minimalismo radical, 
prega que o ideal seria a abolição do Direito Penal, mas a realidade impõe 
a manutenção de tal sistema, já que seria impossível sua supressão sem 
que houvesse um abalo social considerável, com possível transmutação da 
violência estatal para a vingança privada sem qualquer regulamentação 
estatal. 
 
Dentre os defensores do Abolicionismo mediato podemos citar THOMAS 
MATHIESEN como o principal expoente. 
 
1.3.3!Criminologia ambiental 
Vários são os fatores criminógenos, ou seja, o crime é um fenômeno que 
deriva de uma série de fatores, como a personalidade do agente, o meio social 
no qual está inserido, etc. 
Esta ideia de que a conduta criminosa é influenciada pelo ambiente em que 
seinsere o criminoso é o principal fundamento da chamada “criminologia 
ambiental”. Assim, o ambiente que cerca o infrator no momento do crime 
pode e deve ser considerado um fator criminógeno. 
 
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 A criminologia ambiental, portanto, estuda os eventos criminosos não sob a 
perspectiva do infrator como um ser isolado, mas sob a perspectiva de um 
indivíduo cercado por um determinado contexto. 
Garofalo, já em 1914, dizia que o estilo de vida de uma pessoa era um fator 
capaz de determinar sua maior ou menor propensão a sofrer um delito. Isto parte 
da ideia de “teoria da oportunidade”. 
As “teorias da oportunidade” foram melhor desenvolvidas por CLARKE e 
FELSON, e se fundamentam na ideia de que o comportamento criminoso é 
produto de da interação de três fatores: um infrator inclinado a praticar o 
delito, uma vítima propícia e a ausência de controle. 
Assim, a “oportunidade” para delinquir seria, em determinados casos, um 
fator determinante para a ocorrência do delito. 
 
EXEMPLO: José é uma pessoa comum, trabalhadora, não inclinada, em regra, à 
prática de delitos. Certo dia, um caminhão-frigorífico tombou próximo à sua casa, 
espalhando quilos de carne pela estrada. Como não havia policiamento, várias 
pessoas começaram a saquear a carga. José, percebendo a oportunidade e a 
ausência de controle, resolveu furtar também 01 quilo de carne. 
 
Percebam que José, possivelmente, não furtaria 01 quilo de carne no 
açougue da esquina, ou no supermercado, em condições normais. Todavia, as 
circunstâncias relatadas formaram um cenário ideal para a prática do delito. 
 
Um outro exemplo pode ajudar a esclarecer: 
EXEMPLO: Imaginem que torcedores de times rivais frequentam o estádio sem 
entrar em confronto, já que ambos possuem um número de integrantes 
semelhante e há bastante policiamento. Todavia, em determinado “clássico”, 
uma das torcidas organizadas comparece com apenas 20 integrantes, enquanto 
outra comparece com cerca de 500 integrantes. Neste mesmo dia, a polícia militar 
enviou efetivo extremamente reduzido para acompanhar a partida. Assim, os 
integrantes da torcida organizada que estava em maior número, resolveram 
armar uma emboscada, para agredir os torcedores rivais. 
 
Percebam, assim, que no último exemplo a torcida organizada que praticou 
o delito encontrou um cenário ideal para a prática do delito: uma vítima 
perfeita (uma torcida em menor número) e a ausência de controle. Tudo isto, 
aliado à inclinação daqueles indivíduos à prática delitiva, gerou o fato criminoso. 
 
Assim, a ideia de que o contexto ajuda a maximizar ou minimizar a 
ocorrência de um evento criminoso é fundamental para que se possa combater a 
criminalidade. Através de dados estatísticos é possível determinar quais locais e 
situações criam “oportunidades delitivas”, de maneira que o aparato estatal possa 
 
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 intervir para fazer desaparecer tais oportunidades ou, ao menos, reduzi-
las ao mínimo possível. 
 
1.4!A prevenção penal no Estado Democrático de Direito 
O principal papel da criminologia num Estado Democrático de Direito é 
pugnar pelo desenvolvimento de um sistema jurídico-penal que respeite 
os direitos e garantias fundamentais. 
Assim, um modelo criminológico baseado no “Direito Penal do Inimigo”6, 
por exemplo, não pode ser admitido, já que pressupõe a existência de um 
Direito Penal que mitigue as garantias constitucionais aos criminosos 
considerados “contumazes”, ou seja, aqueles que fazem do crime seu meio 
de vida. 
Assim, haveria um “Direito Penal do Cidadão”, no qual são observados os 
direitos e garantias fundamentais do acusado, e um “Direito Penal do Inimigo”, 
no qual estas garantias poderiam ser flexibilizadas ou afastadas, já que não se 
estaria diante de alguém que merecesse qualquer consideração por parte do 
Estado. 
Este tipo de teoria é inadmissível num Estado Democrático de Direito por, 
inicialmente, violar o princípio da isonomia. Num segundo plano, não menos 
importante, violaria, ainda, a ideia de que o Direito Penal pune as pessoas pelo 
que elas FAZEM e não pelo que elas SÃO. 
Da mesma forma, num Estado Democrático de Direito o ser humano é o 
centro, o fim último de toda e qualquer ação do Estado. Desta maneira, a pena 
deve ter por finalidade não apenas castigar o infrator, tampouco servir apenas a 
uma esperada “prevenção especial”, mas também, e principalmente, ressocializar 
o infrator. 
Mais especificamente no que tange à prevenção, podemos estabelecer a 
prevenção do delito, no Estado Democrático de Direito, como: 
•! MEDIDAS DIRETAS DE PREVENÇÃO – Atuam diretamente sobre o 
delito, como a pena, a tipificação de condutas, etc. 
•! MEDIDAS INDIRETAS DE PREVENÇÃO DE DELITOS – Atuam nas 
causas da criminalidade (melhorias na condição de vida da 
população, educação, saúde, emprego, moradia, etc.). 
 
 
6 A teoria do Direito Penal do inimigo foi melhor desenvolvida por Günther Jakobs. Para o 
autor, o Direito Penal deve separar as pessoas dos inimigos. As pessoas seriam aquelas que, 
eventualmente, cometeram algum delito, mas que não se dedicam a atividades criminosas. Para 
estes, o Direito Penal preservaria toda o sistema de garantias processuais. De outro lado, aqueles 
que praticam crimes de forma reiterada perderiam a condição de “pessoa”, sendo considerados 
inimigos da sociedade e, portanto, estaria autorizada uma flexibilização no sistema de garantias. 
(JAKOBS, Günther. La normativización de la dogmática jurídico-penal. Trad. Manuel Cancio Meliá 
e Bernardo Feijóo Sánchez. Ed. Thomson civitas, primera edición. Madrid, 2003, p. 57-59) 
 
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 Por outra classificação, podemos ter a prevenção nos seguintes moldes: 
•! Prevenção primária 
•! Prevenção secundária 
•! Prevenção terciária 
 
Vejamos cada uma delas: 
 
1.4.1!Prevenção primária 
Programas cuja finalidade é atacar a causa da criminalidade, ou seja, a 
origem do problema (desigualdade social, pobreza, desemprego, etc.). Trata-se, 
portanto, de uma forma de prevenção que busca atingir as estruturas do sistema. 
Temos, aqui, os métodos preventivos com resultado de médio a longo prazo. 
 
1.4.2!Prevenção secundária 
Momento posterior ao delito ou na iminência de sua ocorrência. Aqui 
o foco da prevenção recai sobre os setores sociais em que a criminalidade mais 
se manifesta, ou seja, recai sobre os grupos que apresentam determinadas 
características que os tornam mais propensos a praticar ou sofrer delitos. 
Apresentam resultados de curto a médio prazo. 
A prevenção secundária ocorre, por exemplo, por meio da criminalização de 
condutas, da ação policial, etc. 
 
1.4.3!Prevenção terciária 
Aqui a prevenção recai sobre o condenado, ou seja, visa a evitar a 
reincidência. Pode se dar por meio da escolha da pena mais apropriada, pela 
progressão de regime, que possibilita o reencontro paulatino do preso com a 
sociedade, etc. 
A prevenção terciária é materializada por meio da pena, ou seja, a pena é o 
instrumento utilizado pelo Estado para alcançar prevenção terciária, de forma a 
evitar a reincidência. 
Para a melhor compreensão do tema, necessária se faz uma breve síntese 
das finalidades atribuídas à pena criminal, de acordo com as diversas teorias: 
 
1.4.3.1! Teoria absoluta da pena 
Paraesta teoria, pune-se o agente simplesmente porque ele cometeu uma 
transgressão à ordem estabelecida e deve ser castigado por isso. Não há 
nenhuma finalidade educacional de reinserção do indivíduo à vida social. A pena 
é mero instrumento para a realização da vingança estatal. Trata-se de um 
 
d
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 imperativo categórico de Justiça ou de Moral (se delinquiu, deve ser punido, 
independentemente de qualquer outra finalidade).7 
 
1.4.3.2! Teoria relativa e sua finalidade preventiva 
Pune-se o agente não para castigá-lo, mas para prevenir a prática de novos 
crimes. Essa prevenção pode ser: 
Prevenção Geral – Busca controlar a violência social, de forma a despertar 
na sociedade o desejo de se manter conforme o Direito. Pode ser negativa8, 
quando busca criar um sentimento de medo perante a Lei penal, ou positiva, 
quando simplesmente se busca reafirmar a vigência da Lei penal. 
Prevenção especial – Não se destina à sociedade, mas ao infrator, de 
forma a prevenir a prática da reincidência. Também pode ser negativa, quando 
busca intimidar o condenado, de forma a que ele não cometa novos delitos por 
medo, ou positiva, quando a preocupação está voltada à ressocialização do 
condenado (Infelizmente, não há uma preocupação com isto na prática). 
IMPORTANTE! FRANZ VON LISZT foi um dos mais conceituados expoentes 
da “Escola Moderna Alemã”. Buscou enxergar a pena como meio de 
ressocialização do indivídio, muito além da mera punição pelo ato cometido. 
Para tanto, defendia que a pena deveria ter finalidade preventiva, mas apenas 
em relação aos criminosos corrigíveis. Para ele, os criminosos poderiam ser 
divididos em: 
⇒!Habituais – Sem chance de ressocialização. A pena não teria, aqui, 
finalidade preventiva especial. 
⇒! Iniciantes – Estes poderiam ser ressocializados, de maneira que a pena 
teria, em relação a estes, finalidade preventiva especial. 
⇒!Ocasionais – Estes não necessitariam de ressocialização, pois apenas 
cometeram um desvio pontual. 
 Tais pensamentos ficaram conhecidos como “Programa de Marburgo”. 
 
1.4.3.3! Teoria Mista (unificadora ou eclética ou unitária) e sua dupla 
finalidade 
Aqui, entende-se que a pena deve servir como castigo (punição) ao infrator, 
mas também como medida de prevenção, tanto em relação à sociedade quanto 
 
7 BACIGALUPO, Enrique. Manual de Derecho penal. Ed. Temis S.A., tercera reimpressión. Bogotá, 
1996, p. 12 
8 ROXIN, Claus. Derecho penal, parte general. Madrid: Civitas, 1997. tomo I, p. 91. 
 
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 ao próprio infrator (prevenção geral e especial). Além de consagrada na maioria 
dos países ocidentais9, foi a adotada pelo art. 59 do CP.10 
 
1.4.4!Programas de prevenção de infrações penais 
Podemos elencar como principais programas os seguintes: 
⇒! PROGRAMAS DE PREVENÇÃO SOBRE DETERMINADAS “ÁREAS 
GEOGRÁFICAS” – Trata-se da prevenção “dirigida”. Tem como premissa 
a existência de um determinado espaço, geográfica e socialmente 
delimitado, em praticamente todos os centros urbanos, que concentra os 
mais elevados índices de criminalidade. São áreas geralmente muito 
pobres, deterioradas, esquecidas pelo Poder Público e com alta 
desorganização social. 
 
⇒! PREVENÇÃO DO DELITO POR MEIO DO DESENHO ARQUITETÔNICO 
E URBANÍSTICO – Visam a reestruturação urbana e se valem do desenho 
arquitetônico, de forma a neutralizar o elevado risco de influências que 
favorecem o comportamento criminoso, existente em certos espaços. 
Somente desloca o delito para outras áreas menos protegidas, mas 
não atinge as bases do problema criminal. 
 
⇒! PROGRAMAS DE PREVENÇÃO VITIMAL - Orientada para as vítimas, 
parte de uma perspectiva de que o risco de se tornar vítima não se distribuir 
de forma isonômica na população nem é produto do acaso: O risco de se 
tornar vítima é possível de ser calculado de forma estatística, tendo como 
base inúmeras variáveis, todas relacionadas com a própria vítima (idade, 
personalidade, classe social, etc.) 
 
⇒! PROGRAMAS DE PREVENÇÃO POLÍTICO-SOCIAL - São programas de 
prevenção “primária”, autêntica prevenção. Uma sociedade que assegura a 
todos os seus membros um acesso efetivo aos mecanismos para o alcance 
dos fins que lhe são exigidos, reduz, consequentemente, a possibilidade de 
que o indivíduo recorra a instrumentos paralelos para a obtenção destes 
fins, o que contribui para a queda nas taxas de criminalidade. 
 
 
9 DOS SANTOS, Juarez Cirino. Direito Penal, Parte Geral. Curitiba: Ed. Lumen Juris, 2008, p. 470 
10 Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade 
do agente, aos motivos, às circunstâncias e consequências do crime, bem como ao 
comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação 
e prevenção do crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
6
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⇒! PROGRAMAS DE PREVENÇÃO DA CRIMINALIDADE DE ORIENTAÇÃO 
COGNITIVA – Fundamenta-se na premissa de que a aquisição de 
determinadas habilidades (positivas) é uma técnica reintegradora com alto 
potencial de sucesso, porque afasta o criminoso de influências negativas, 
substituindo-as por boas influências, no que se pode conceber como um 
ataque às “subculturas criminais”. 
⇒! PROGRAMAS DE PREVENÇÃO À REINCIDÊNCIA – São programas de 
prevenção terciária, pois aqui o crime já ocorreu, de forma que se buscará 
evitar sua nova ocorrência. Na verdade, estes programas estão mais 
relacionados à intervenção (sobre o delinquente) do que à prevenção (para 
evitar que haja delinquência). 
 
Um dos maiores problemas no que tange à profilaxia criminal é a diferença 
entre a criminalidade real e a criminalidade registrada pelas agências de controle, 
a denominada de CIFRA NEGRA. 
Assim, temos como “cifra negra” o número de delitos que, por qualquer 
razão, não chegam ao conhecimento das agências formais de controle. 
PILGRAN assevera que a existência de “cifra negra”, bem como da 
impunidade, decorre de um processo de filtragem que envolve as vítimas, as 
testemunhas, o Judiciário, a Polícia, o legislador e o MP. 
Para ele, o legislador falha ao: 
•! Não criminalizar 
•! Criminalizar de forma lacunosa 
•! Criminalizar excessivamente 
 
No mesmo sentido, a vítima também contribui para a impunidade e, 
neste particular, para a cifra negra, ao não proceder à comunicação da ocorrência 
do delito (notitia criminis). 
A Polícia, por sua vez, contribuiria para a impunidade ao não proceder à 
abertura da investigação (por falta de estrutura, conhecimentos técnicos, 
corrupção, etc.), bem como ao proceder a uma investigação deficiente, 
defeituosa. 
O MP contribuiria quando não procede à abertura dos processos, seja porque 
oferece denúncia inepta, seja porque requer o arquivamento, etc. 
O Judiciário também seria um fator determinante, quando: 
•! Apresenta falhas na comprovação do delito 
•! Quando não se obtém prova cabal para a condenação, devendo ser 
aplicado o princípio do in dubio pro reo. 
•! Quando a morosidade do Judiciário conduz à prescrição. 
•! Quando falha na efetiva execução da pena 
 
Por fim, importante destacar o que se convencionou chamar de cifra 
dourada, cifra cinza e cifra amarela: 
 
 
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CIFRA DOURADA É um subtipo da cifra negra. Contudo, está 
atrelada aos crimes praticados pelas 
consideradas “elites”, como os crimes contra 
a ordem tributária, sonegação fiscal, crimes 
contra o sistema financeiro, etc. É a 
chamada “criminalidade do colarinho 
branco”. Trata-se, aqui, de uma impunidade 
“proposital”, ou seja, o Estado é conivente 
com tais práticas, notadamente em razão da 
influência do criminoso. 
CIFRA CINZA Consiste nos delitos que são registrados 
perante os órgãos públicos, mas cuja 
solução é encontrada na própria delegacia, 
não havendo instauração de processo 
judicial (Ex.: ausência de representação nos 
crimes de ação penal pública). 
CIFRA AMARELA A cifra amarela também é uma espécie de 
cifra negra. Contudo, aqui estamos diante 
de delitos praticados pela própria polícia 
contra o indivíduo que, por medo de futuras 
represálias, acaba por não registrar o fato. 
 
2! CRIMINOLOGIA E POLÍTICA CRIMINAL. 
CRIMINOLOGIA E CIÊNCIAS CRIMINAIS 
Inicialmente, devemos entender as diferenças entre criminologia e suas 
áreas correlatas (política criminal e ciências criminais). 
A Criminologia é a ciência que empírica, interdisciplinar, que se ocupa do 
estudo do crime, do criminoso, da vítima e da sociedade, conforme nós já vimos. 
A Política Criminal, por sua vez, é o ramo que estuda os meios de 
prevenção e repressão à criminalidade. Ou seja, a política criminal se vale da 
criminologia para traçar estratégias de controle penal, seja pela ampliação ou 
restrição de condutas incriminadas, estabelecimento das penas adequadas, etc. 
As ciências criminais, por seu turno, englobam: 
•! CRIMINOLOGIA 
•! POLÍTICA CRIMINAL 
•! DIREITO PENAL 
 
Este último é a materialização dos dois primeiros, por meio da conversão de 
suas conclusões em termos jurídicos. 
Com relação ao sistema de Justiça Criminal, ele pode ser conceituado como 
o aparato desenvolvido pelo Estado para que seja realizado o controle punitivo. 
 
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 Voltando ao estudo da Política Criminal, não podemos deixar de atrelar suas 
proposições ao Sistema de Justiça Criminal, já que este último, ao fim e ao cabo, 
também atua na prevenção e repressão ao delito. Embora a atuação se dê com 
muito maior ênfase na repressão ao delito, o caráter preventivo também é 
encontrado quando entendemos que a pena também possui caráter preventivo. 
Assim, qualquer atuação do sistema de Justiça Criminal sobre determinada 
violação à norma penal será, ao mesmo tempo, repressão e prevenção, já que 
adotada a teoria eclética da pena por nosso sistema jurídico-penal. 
 
2.1!MODELOS DE REAÇÃO AO CRIME 
A Doutrina elenca os chamados MODELOS DE REAÇÃO AO CRIME, assim 
definidos: 
 
2.1.1!Clássico ou dissuasório 
Tem por finalidade INTIMIDAR o delinquente (ou o potencial 
delinquente), por meio da ameaça da pena, de forma que pratique a conduta 
delituosa ou, caso tenha praticado, não torne a delinquir 
Este modelo se vale da finalidade de prevenção negativa da pena, ou seja, 
a prevenção do delito por meio a ameaça, de maneira que dependerá, 
naturalmente, de diversos fatores, como a gravidade da sanção prevista, a maior 
ou menor probabilidade de sua imposição, etc. 
O problema deste modelo é que ele pressupõe que o potencial criminoso irá 
refletir seriamente antes de praticar o delito e, após muita discussão interna, 
adotará a conduta que tenha o melhor custo-benefício, de forma que a pena deve 
ser severa, a fim de que nesse raciocínio o potencial criminoso chegue à conclusão 
de que o “crime não compensa”. 
 
2.1.2!Ressocializador 
De caráter mais “humanizado”, busca interferir na vida do delinquente, 
promovendo sua reinserção social. 
Assim, o modelo ressocializar está calcado numa finalidade de prevenção 
positiva da pena, ou seja, a pena como instrumento de transformação social. 
 
2.1.3!Restaurador 
É considerado um modelo integrador, pois busca reparar o dano causado 
à vítima, restabelecendo o status quo ante, bem como reparar o “dano social” 
causado pelo delito. 
Não se preocupa tanto com o castigo, nem com a transformação do infrator, 
mas volta sua visão para a figura da vítima, de forma que o dano a ela provocado 
 
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 seja reparado, já que os dois modelos anteriores acabam por negligenciar a figura 
do ofendido. 
 
3! RESUMO 
Para finalizar o estudo da matéria, trazemos um resumo dos 
principais aspectos estudados ao longo da aula. Nossa 
sugestão é a de que esse resumo seja estudado sempre 
previamente ao início da aula seguinte, como forma de 
“refrescar” a memória. Além disso, segundo a organização 
de estudos de vocês, a cada ciclo de estudos é fundamental 
retomar esses resumos. Caso encontrem dificuldade em 
compreender alguma informação, não deixem de retornar à 
aula. 
Criminologia científica - A criminologia enquanto ciência só surge no final do 
século XIX, e apesar de romper com o modelo criminológico pré-científico, se 
valeu de algumas contribuições destas “pseudociências” para seu 
desenvolvimento. 
Pré-cientificamente: 
⇒!DEMONOLOGIA 
⇒! FISIONOMIA 
⇒! FRENOLOGIA 
⇒! PSIQUIATRIA 
 
Método da criminologia científica - A criminologia passa a tentar explicar o 
fenômeno do crime e o comportamento criminal utilizando-se do empirismo 
como ponto de partida. 
Principais modelos teóricos: 
CRIMINOLOGIA CLÁSSICA E NEOCLÁSSICA - Tinham como ponto central de 
seu trabalho o LIVRE ARBÍTRIO. Para este modelo, o homem é LIVRE para fazer 
suas escolhas, inclusive para cometer delitos. 
CRIMINOLOGIA POSITIVISTA - Rompe com a ideia de que o homem 
“delinque” porque quer delinquir. Para este modelo teórico, compreender o 
fenômeno criminal é uma tarefa que demanda a análise de fatores causais-
explicativos, ou seja, deve-se buscar as causas do delito (paradigma etiológico). 
SOCIOLOGIA CRIMINAL – Abandona a ideia de “causas do crime” e parte para 
a ideia da teoria da criminalização. Com uma forte influência marxista, tal modelo 
entende que não importa tanto a “causa” de determinado comportamento 
criminoso, e mais o “porquê” de se considerar criminoso determinado 
comportamento, ou seja, quais os interesses estão por trás da criminalização de 
determinadas condutas 
 
 
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 Teoria sociológicas 
Sociedade criminógena - Uma sociedade que PRODUZ CRIME. 
Teoria do consenso ou “criminologia do consenso” - Parte da premissa de 
que a sociedade é formada por uma séria de valores fundamentais consensuais, 
que devem ser protegidos e promovidos por todos. Assim, o Direito Penal nada 
mais seria que uma ferramenta para a defesa destes valores comuns a todos os 
indivíduos. 
Teoria do conflito ou “criminologia do conflito” - A criminologia do 
conflito, por sua vez, verifica a sociedade não como um todo coeso e harmônico, 
fundado em valores comuns a todos os indivíduos, e sim um campo de batalha 
entre classe dominante e dominada. Partindo deste viés marxista, as teorias 
decorrentes desta ideia vão estabelecer que o Direito Penal nada mais é que uma 
ferramenta a serviço da classe dominante, de forma a garantir a manutenção do 
status quo, coagindoa classe dominada a “andar na linha”. Denuncia a 
seletividade do Sistema Penal. 
 
CRIMINOLOGIA DO CONSENSO 
Escola de Chicago - A Escola de CHICAGO e sua explicação ECOLÓGICA 
do crime talvez seja a principal escola criminológica moderna. PARK foi o principal 
expoente desta Escola. Este autor analisou o crescimento populacional na cidade 
de Chicago no começo do século XX e, com suas observações, a Escola de Chicago 
chegou à conclusão de que o fenômeno delitivo estava relacionado diretamente 
ao conglomerado urbano e suas características (multiculturais, étnicas, etc.). 
Também se chegou à conclusão de que a delinquência era mais concentrada em 
determinadas áreas, e tal concentração seria fruto, dentre outras coisas, da 
desorganização social destas áreas. 
Escolas que derivam da Escola de Chicago: 
⇒! ECOLÓGICA (DESORGANIZAÇÃO SOCIAL) - Para esta teoria o 
progresso leva a criminalidade aos grandes centros urbanos. Propõe que a 
estabilidade e a integração contribuem para a ordem social, enquanto a 
desordem social e a ausência de integração entre os indivíduos contribuem 
para índices mais elevados de criminalidade 
⇒! ESPACIAL - Defendia a reestruturação arquitetônica das cidades como 
forma de prevenção do delito, inclusive como forma de permitir maior 
controle sobre as pessoas. Teve em OSCAR NEWMAN seu maior expoente. 
⇒! JANELAS QUEBRADAS - Para esta teoria a repressão dos menores delitos 
é ABSOLUTAMENTE INDISPENSÁVEL para inibir a prática dos delitos mais 
graves. 
⇒! TOLERÂNCIA ZERO - A teoria da tolerância zero decorre naturalmente 
da ideia defendida pela teoria das janelas quebradas. Trata-se de uma 
política criminal de repressão a toda e qualquer conduta desviante, por 
menor que seja, como forma de reafirmar o poder do Estado e a 
necessidade de respeito à Lei. 
 
 
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 Teoria da associação diferencial (aprendizagem social ou social learning) 
- Difundida por Edwin Sutherland, tendo como base as ideias de Gabriel TARDE 
(e suas “Leis da Imitação”). Para Sutherland, ninguém nasce criminoso, mas 
APRENDE a se tornar um, ou seja, o crime é mero resultado de um processo 
inadequado ou falho de socialização do indivíduo. O indivíduo se tornaria 
criminoso ao observar outras condutas criminosas e INTERAGIR com outras 
pessoas, notadamente aquelas que se dedicam ao delito. 
 
Teoria das subculturas delinquentes - Tal teoria acaba defende que a conduta 
delitiva não seria um reflexo negativo da desorganização social e outras mazelas 
da sociedade contemporânea. Para esta teoria todo agrupamento humano é 
dotado de subculturas, com uma filosofia de vida e regras próprias. Desta forma, 
é possível que algumas destas subculturas possuam valores que se 
contraponham aos valores da cultura dominante e, em razão disso, o delito não 
derivaria de uma predisposição à violação da Lei, e sim um mero reflexo 
destas diferenças culturais. 
 
Teoria da anomia - Teve como principal expoente ROBERT MERTON, que se 
valeu das ideias de DURKHEIN, para desenvolver sua teoria. Para esta teoria a 
sociedade impõe objetivos e metas inalcançáveis para a maioria dos 
indivíduos (sucesso, poder, status), e como tais metas são inatingíveis, 
a dissociação entre os objetivos e os instrumentos para seu alcance 
geraria a ANOMIA, que seria uma situação de renúncia às normas sociais. 
 
CRIMINOLOGIA DO CONFLITO 
Teoria do etiquetamento ou labeling approach - Para esta teoria, também 
chamada de “teoria da reação social”, o crime não seria um fenômeno social, mas 
um fenômeno normativo, ou seja, o Estado rotula como crime as condutas 
que ele pretende sejam consideradas como criminosas. Assim, não existiria 
um crime “por natureza”, mas apenas “condutas”, que recebem o rótulo de 
criminosas de acordo com os interesses do Estado (que nem sempre protegem 
por igual os interesses dos mais diversos grupos sociais, tendendo a conferir 
maior proteção aos bens de interesse da classe dominante). Teve como 
principais expoentes GOFFMAN, LEMERT e BECKER. 
 
GARANTISMO, MINIMALISMO E ABOLICIONISMO PENAL 
Garantismo - Sistema jurídico-penal que respeite os direitos e garantias 
fundamentais. 
Três prismas (Ferrajoli): 
•! Modelo normativo – Limites formais à atuação punitiva do Estado-
legislador. 
•! Teoria Jurídica – Necessidade de que o garantismo, assim entendido 
como o respeito aos direitos e garantias fundamentais, não fique 
 
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 apenas no plano normativo, mas também seja verificado quando da 
operacionalização do sistema. 
•! Filosofia Política – Limites materiais à atuação punitiva do Estado, 
que deve saber separar direito e moral, criminalizando apenas aquilo 
que for capaz de atentar seriamente contra a vida em sociedade. 
Direito Penal do Inimigo - Trata-se de um modelo que pressupõe a existência 
de um Direito Penal que mitigue as garantias constitucionais aos criminosos 
considerados “contumazes”, ou seja, aqueles que fazem do crime seu meio de 
vida. 
 
MINIMALISMO PENAL – Prega a redução do raio de abrangência do Direito 
Penal, que deve ser reservado apenas àquelas condutas absolutamente 
incompatíveis com a vida em sociedade, e apenas para a proteção dos bens 
jurídicos mais valiosos (Direito Penal mínimo). Prega, ainda a redução da 
aplicação da pena privativa de liberdade, que deve, sempre que possível, ser 
substituída por sanções alternativas. 
 
ABOLICIONISMO PENAL - Prega a supressão do Sistema Penal, seja porque 
se nega legitimidade ético-política a essa forma de controle social, desde seu 
surgimento, seja porque é visto, na prática, como mais danoso que 
vantajoso. 
Fundamentos do abolicionismo: 
⇒! Anomia do sistema penal 
⇒! Seletividade do sistema penal 
⇒!O Direito Penal estigmatiza o condenado 
⇒!O Direito Penal marginaliza a vítima 
 
Vertentes abolicionistas: 
⇒! Abolicionismo imediato – Defendido, dentre outros, por LOUCK 
HULSMAN, prega a imediata supressão do Direito Penal e sua substituição 
imediata do Direito Penal por outros métodos de solução de conflitos 
(composição civil dos danos, etc.). 
⇒! Abolicionismo mediato – Também conhecido como minimalismo radical, 
prega que o ideal seria a abolição do Direito Penal, mas a realidade impõe 
a manutenção de tal sistema, já que seria impossível sua supressão sem 
que houvesse um abalo social considerável, com possível transmutação da 
violência estatal para a vingança privada sem qualquer regulamentação 
estatal (THOMAS MATHIESEN é um dos principais defensores). 
 
Prevenção do delito no Estado Democrático de Direito 
⇒! Prevenção primária - Programas cuja finalidade é atacar a causa da 
criminalidade, ou seja, a origem do problema (desigualdade social, 
 
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 pobreza, desemprego, etc.). Trata-se, portanto, de uma forma de 
prevenção que busca atingir as estruturas do sistema. 
⇒! Prevenção secundária - Momento posterior ao delito ou na iminência de 
sua ocorrência. Aqui o foco da prevenção recai sobre os setores sociais em 
que a criminalidade mais se manifesta, ou seja, recai sobre os grupos que 
apresentam determinadas características que os tornam mais propensos a 
praticar ou sofrer delitos. 
⇒! Prevenção terciária - Aqui a prevenção recai sobre o condenado, ou seja, 
visa a evitar a reincidência. Pode se dar por meio da escolha da pena mais 
apropriada,pela progressão de regime, que possibilita o reencontro 
paulatino do preso com a sociedade, etc. 
 
Programas de prevenção à infração penal 
⇒! PROGRAMAS DE PREVENÇÃO SOBRE DETERMINADAS “ÁREAS 
GEOGRÁFICAS” – Trata-se da prevenção “dirigida”. Tem como premissa 
a existência de um determinado espaço, geográfica e socialmente 
delimitado, em praticamente todos os centros urbanos, que concentra os 
mais elevados índices de criminalidade. São áreas geralmente muito 
pobres, deterioradas, esquecidas pelo Poder Público e com alta 
desorganização social. 
⇒! PREVENÇÃO DO DELITO POR MEIO DO DESENHO ARQUITETÔNICO 
E URBANÍSTICO – Visam a reestruturação urbana e se valem do desenho 
arquitetônico, de forma a neutralizar o elevado risco de influências que 
favorecem o comportamento criminoso, existente em certos espaços. 
Somente desloca o delito para outras áreas menos protegidas, mas 
não atinge as bases do problema criminal. 
⇒! PROGRAMAS DE PREVENÇÃO VITIMAL - Orientada para as vítimas, 
parte de uma perspectiva de que o risco de se tornar vítima não se distribuir 
de forma isonômica na população nem é produto do acaso. 
⇒! PROGRAMAS DE PREVENÇÃO POLÍTICO-SOCIAL - São programas de 
prevenção “primária”, autêntica prevenção. Uma sociedade que assegura a 
todos os seus membros um acesso efetivo aos mecanismos para o alcance 
dos fins que lhe são exigidos, reduz, consequentemente, a possibilidade de 
que o indivíduo recorra a instrumentos paralelos para a obtenção destes 
fins, o que contribui para a queda nas taxas de criminalidade. 
⇒! PROGRAMAS DE PREVENÇÃO DA CRIMINALIDADE DE ORIENTAÇÃO 
COGNITIVA – Fundamenta-se na premissa de que a aquisição de 
determinadas habilidades (positivas) é uma técnica reintegradora com alto 
potencial de sucesso, porque afasta o criminoso de influências negativas, 
substituindo-as por boas influências, no que se pode conceber como um 
ataque às “subculturas criminais”. 
⇒! PROGRAMAS DE PREVENÇÃO À REINCIDÊNCIA – São programas de 
prevenção terciária, pois aqui o crime já ocorreu, de forma que se buscará 
evitar sua nova ocorrência. Na verdade, estes programas estão mais 
relacionados à intervenção (sobre o delinquente) do que à prevenção (para 
evitar que haja delinquência). 
 
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Desvios estatísticos na prevenção do delito 
CIFRA 
NEGRA 
Número de delitos que, por qualquer razão, não chegam ao 
conhecimento das agências formais de controle. 
CIFRA 
DOURADA 
É um subtipo da cifra negra. Contudo, está atrelada aos crimes 
praticados pelas consideradas “elites”, como os crimes contra a 
ordem tributária, sonegação fiscal, crimes contra o sistema 
financeiro, etc. (Impunidade proposital) 
CIFRA 
CINZA 
Consiste nos delitos que são registrados perante os órgãos 
públicos, mas cuja solução é encontrada na própria delegacia, 
não havendo instauração de processo judicial (Ex.: ausência de 
representação nos crimes de ação penal pública). 
CIFRA 
AMARELA 
A cifra amarela também é uma espécie de cifra negra. Contudo, 
aqui estamos diante de delitos praticados pela própria polícia 
contra o indivíduo que, por medo de futuras represálias, acaba 
por não registrar o fato. 
 
Criminologia e Política criminal. Criminologia e Ciências criminais 
Criminologia - É a ciência que empírica, interdisciplinar, que se ocupa do estudo 
do crime, do criminoso, da vítima e da sociedade. 
Política Criminal - Ramo que estuda os meios de prevenção e repressão à 
criminalidade. Ou seja, a política criminal se vale da criminologia para traçar 
estratégias de controle penal, seja pela ampliação ou restrição de condutas 
incriminadas, estabelecimento das penas adequadas, etc. 
Ciências criminais – Englobam 
⇒! CRIMINOLOGIA 
⇒! POLÍTICA CRIMINAL 
⇒!DIREITO PENAL 
 
Modelos de reação ao delito 
⇒! Clássico (dissuasório) - Tem por finalidade INTIMIDAR o delinquente 
(ou o potencial delinquente), por meio da ameaça da pena, de forma 
que pratique a conduta delituosa ou, caso tenha praticado, não torne a 
delinquir 
 
⇒! Ressocializador - De caráter mais “humanizado”, busca interferir na vida 
do delinquente, promovendo sua reinserção social. 
⇒! Restaurador - É considerado um modelo integrador, pois busca reparar 
o dano causado à vítima, restabelecendo o status quo ante, bem como 
reparar o “dano social” causado pelo delito. 
 
 
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Teoria e questões 
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 ___________ 
Bons estudos! 
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4! EXERCÍCIOS DA AULA 
 
01.! (CESPE – 2013 – POLÍCIA FEDERAL – DELEGADO) 
O surgimento das teorias sociológicas em criminologia marca o fim da pesquisa 
etiológica, própria da escola ou do modelo positivista. 
 
02.! (CESPE – 2013 – POLÍCIA FEDERAL – DELEGADO) 
De acordo com o interacionismo simbólico, ou simplesmente interacionismo, cuja 
perspectiva é macrossociológica, deve-se indagar como se define o criminoso, e 
não quem é o criminoso. 
 
03.! (CESPE – 2013 – POLÍCIA FEDERAL – DELEGADO) 
O positivismo criminológico caracteriza-se, entre outros aspectos, pela negação 
do livre arbítrio, pela crença no determinismo e pela adoção do método empírico-
indutivo, ou indutivo-experimental, também apresentado como indutivo-
quantitativo, embasado na observação dos fatos e dos dados, 
independentemente do conteúdo antropológico, psicológico ou sociológico, como 
também a neutralidade axiológica da ciência. 
 
04.! (CESPE – 2013 – POLÍCIA FEDERAL – DELEGADO) 
As ideias sociológicas que fundamentam as construções teóricas de Merton e 
Parsons obedecem ao modelo da denominada sociologia do conflito. 
 
05.! (CESPE – 2013 – POLÍCIA FEDERAL – DELEGADO) 
A teoria funcionalista da anomia e da criminalidade, introduzida por Emile 
Durkheim no século XIX, contrapunha à ideia da propensão ao crime como 
patologia a noção da normalidade do desvio como fenômeno social, podendo ser 
situada no contexto da guinada sociológica da criminologia, em que se origina 
uma concepção alternativa às teorias de orientação biológica e caracterológica do 
delinquente. 
 
06.! (CESPE – 2013 – POLÍCIA FEDERAL – DELEGADO) 
Ações como controle dos meios de comunicação e ordenação urbana, orientadas 
 
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Teoria e questões 
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 a determinados grupos ou subgrupos sociais, estão inseridas no âmbito da 
chamada prevenção secundária do delito. ͒ 
 
07.! (CESPE – 2013 – POLÍCIA FEDERAL – DELEGADO) 
As modalidades preventivas nas quais se inserem os programas de policiamento 
orientado à solução de problemas e de policiamento comunitário, assim como 
outros programas de aproximação entre polícia e comunidade, podem ser 
incluídas na categoria de prevenção primária. 
 
08.! (CESPE – 2013 – POLÍCIA FEDERAL – DELEGADO) 
Na terminologia criminológica, criminalização primária equivale à chamada 
prevenção primária. ͒ 
 
09.! (CESPE – 2013 – POLÍCIA FEDERAL – DELEGADO) 
A prevenção terciária, considerada intervenção tardia e parcial, destina-se 
exclusivamente à população carcerária, objetivando evitar a reincidência, mas 
não atua nas condições gerais que favorecem a ocorrência de episódios violentos. 
 
10.! (CESPE – 2016 – PC-PE – DELEGADO DE POLÍCIA - ADAPTADA) 
Entre os modelos teóricos explicativos da criminologia, o conceito definitorial de 
delito afirma que, segundo a teoria do labeling approach, o delito carece de 
consistência material, sendo um processo de reação social, arbitrárioe 
discriminatório de seleção do comportamento desviado. 
 
11.! (MPE-SC – 2016 – MPE-SC – PROMOTOR DE JUSTIÇA) 
No âmbito das teorias criminológicas, a teoria da subcultura delinquente, 
originariamente conhecida como “Escola de Chicago”, assevera que a 
delinquência surge como resultado da estrutura das classes sociais, que faz com 
que alguns grupos aceitem a violência como forma de resolver os conflitos sociais. 
 
12.! (MPE-SC – 2016 – MPE-SC – PROMOTOR DE JUSTIÇA) 
O minimalismo, enquanto movimento crítico ao sistema de justiça penal, foi 
concebido com a proposta de supressão integral do sistema penal por outras 
instâncias de controle social. Em sentido oposto, revelou-se o movimento “Lei e 
Ordem”, que reconhecia no direito penal máximo o instrumento primordial à 
resolução dos problemas que afligem a sociedade. 
 
13.! (MPE-SC – 2016 – MPE-SC – PROMOTOR DE JUSTIÇA) 
Em sua obra "O Novo em Direito e Política", José Alcebíades de Oliveira Júnior 
cita interessante trecho da doutrina de Luigi Ferrajoli: "a sujeição do juiz à lei já 
não é de fato, como no velho paradigma juspositivista, sujeição à letra da lei, 
 
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 qualquer que seja o seu significado, mas sim sujeição à lei somente enquanto 
válida, ou seja, coerente com a Constituição". A interpretação da frase em 
destaque nos remete ao conteúdo do modelo garantista. 
 
14.! (CESPE – 2016 – PC-PE – DELEGADO DE POLÍCIA - ADAPTADA) 
A Escola de Chicago, ao atentar para a mutação social das grandes cidades na 
análise empírica do delito, interessa-se em conhecer os mecanismos de 
aprendizagem e transmissão das culturas consideradas desviadas, por 
reconhecê-las como fatores de criminalidade. 
 
15.! (VUNESP - 2013 - PC-SP - PAPILOSCOPISTA POLICIAL) 
Uma das mais importantes teorias do conflito; surgiu nos Estados Unidos nos 
anos de 1960, e seus principais expoentes foram Erving Goffman e Howard 
Becker. Trata-se da 
A) Teoria do labelling approach. 
B) Teoria da subcultura delinquente. 
C) Teoria da desorganização social. 
D) Teoria da anomia. 
E) Teoria das zonas concêntricas. 
 
16.! (VUNESP - 2014 - PC-SP - ESCRIVÃO DE POLÍCIA) 
A teoria do neorretribucionismo, com origem nos Estados Unidos, também 
conhecida por “lei e ordem” ou “tolerância zero”, é decorrente da teoria. 
A) “positiva” 
B) “janelas quebradas” 
C) “clássica” 
D) “cidade limpa” 
E) “diferencial”. 
 
17.! (VUNESP - 2013 - PC-SP - AUXILIAR DE PAPILOSCOPISTA 
POLICIAL) 
Quanto à teoria neorretribucionista, é correto afirmar: 
A) surgiu na Europa, no século passado, baseada na teoria do consenso, tem 
como objetivo coibir o crime organizado e os crimes transnacionais, o que inibiria 
os crimes menos graves. 
B) surgiu na Itália, na década de sessenta, é uma das mais importantes teorias 
do conflito, por meio dessa teoria, a criminalidade não é resultante somente da 
conduta humana, mas a consequência de um processo em que se atribui uma 
qualidade à pessoa. 
 
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 C) surgiu nos Estados Unidos, inspirada na escola de Chicago, com a 
denominação “lei e ordem” ou “tolerância zero”, decorrente da teoria das janelas 
quebradas, tem como objetivo coibir os pequenos delitos, o que inibiria os mais 
graves 
D) surgiu na Alemanha, no século XIX, defende que o comportamento do 
criminoso é aprendido, nunca herdado, criado ou desenvolvido pelo sujeito ativo, 
tem como objetivo identificar e punir rigorosamente o criminoso para servir de 
exemplo, a chamada prevenção geral. 
E) surgiu na Inglaterra, está baseada na teoria da sub- cultura delinquente, ou 
seja, o comportamento criminoso é um sintoma de dissociação entre as 
aspirações socioculturais e os meios desenvolvidos para alcançar essas 
aspirações. 
 
18.! (UFPR – 2014 – DPE-PR – DEFENSOR PÚBLICO) 
Em relação às distintas teorias criminológicas, a ideia de que o “desviante” é, na 
verdade, alguém a quem o rótulo social de criminoso foi aplicado com sucesso foi 
desenvolvida pela Teoria 
a) da anomia. 
b) da associação diferencial. 
c) da subcultura delinquente. 
d) da ecologia criminal. 
e) da reação social ou Labelling Approach. 
 
19.! (FEPESE – 2014 – MPE-SC – PROMOTOR DE JUSTIÇA) 
Contrariamente ao classicismo, que não visualizou no criminoso nenhuma 
anormalidade - e dele não se ocupou - o positivismo reconduziu-o para o centro 
de suas análises, apreendendo nele estigmas decisivos da criminalidade. 
 
20.! (FEPESE – 2014 – MPE-SC – PROMOTOR DE JUSTIÇA) 
No paradigma etiológico, modelado segundo uma matriz positivista derivada Das 
Ciências Naturais, a Criminologia é definida como uma Ciência causal-explicativa 
da criminalidade, isto é, que investiga as causas da criminalidade (seu objeto) 
segundo o método experimental. 
 
21.! (VUNESP – 2014 – PC-SP – MÉDICO LEGISTA) 
O método de estudo da Criminologia reúne as seguintes características: 
a) silogismo; vedação de interdisciplinariedade; visão indutiva da realidade. 
b) empirismo; vedação de interdisciplinariedade; visão indutiva da realidade. 
c) racionalismo; interdisciplinariedade; visão indutiva da realidade. 
d) empirismo; interdisciplinariedade; visão indutiva da realidade. 
e) racionalismo; interdisciplinariedade; visão dedutiva da realidade. 
 
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22.! (VUNESP – 2014 – PC-SP – MÉDICO LEGISTA) 
Assinale a alternativa que completa as lacunas do texto. 
Os estudos de Sociologia Criminal de Sutherland (Teoria da Associação 
Diferencial) estão principalmente ligados aos crimes de ________e tiveram como 
foco ________ . 
a) genocídio ... a Alemanha 
b) organizações criminosas ... a Itália 
c) jogo ilegal ... a atual Rússia (ex-URSS) 
d) discriminação de gênero ... países do Oriente Médio 
e) colarinho branco ... os Estados Unidos da América 
 
23.! (VUNESP – 2014 – PC-SP – DELEGADO DE POLÍCIA) 
A moderna Sociologia Criminal possui visão bipartida do pensamento 
criminológico atual, sendo uma de cunho funcionalista e outra de cunho 
argumentativo. Trata-se das teorias 
a) indutiva e dedutiva. 
b) do consenso e do conflito. 
c) absoluta e relativa. 
d) moderna e contemporânea. 
e) abstrata e concreta. 
 
24.! (FEPESE – 2014 – MPE-SC – PROMOTOR DE JUSTIÇA) 
O movimento de política criminal denominado "lei e ordem" se deve à construção 
teórica de Gunther Jacobs que, por sua vez, deriva do "labelling approach". 
 
25.! (VUNESP – 2013 – PC-SP – AGENTE) 
Os “crimes de colarinho branco” são delitos conhecidos na Criminologia por 
a) crimes contra a dignidade social. 
b) crimes de menor potencial ofensivo. 
c) cifras cinza. 
d) cifras amarelas. 
e) cifras douradas. 
 
26.! (PC-SP – 2010 – PC-SP – ESCRIVÃO) 
Dentre as alternativas, assinale a que é apontada como a menos compatível com 
a dignidade da pessoa humana e o Estado Democrático de Direito. 
a) O Direito Penal do Inimigo. 
 
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 b) O abolicionismo penal. 
c) O Direito Penal Mínimo. 
d) A “Terza Scuola”. 
e) A Lei da Saturação Criminal 
 
27.! (VUNESP – 2013 – PC/SP – PAPILOSCOPISTA) 
De acordo com a Sociologia Criminal, pode-se citar como exemploda Teoria de 
Consenso: 
a) a Teoria crítica. 
b) a Teoria radical. 
c) a Teoria das janelas quebradas. 
d) a Teoria da associação diferencial. 
e) a Teoria do conflito. 
 
28.! (VUNESP – 2014 – PC-SP – PERITO) 
A Teoria do labelling approach, a qual explica que a criminalidade não é uma 
qualidade da conduta humana, mas a consequência de um processo em que se 
atribui tal estigmatização, também é denominada teoria 
(A) da desorganização social. 
(B) da rotulação ou do etiquetamento. 
(C) da neutralização. 
(D) da identificação diferencial. 
(E) da anomia. 
 
29.! (VUNESP - 2014 - PC-SP - ESCRIVÃO DE POLÍCIA) 
Dentre os modelos sociológicos, as teorias da criminologia crítica, da rotulação e 
da criminologia radical são exemplos da teoria. 
A) do consenso 
B) da aparência 
C) do descaso 
D) da falsidade. 
E) do conflito. 
 
30.! (PC-SP - 2011 - PC-SP - DELEGADO DE POLÍCIA) 
Assinale a alternativa incorreta. 
A Teoria do Etiquetamento 
A) é considerada um dos marcos das teorias de consenso. 
B) é conhecida como Teoria do Labelling Aproach. 
 
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 C) tem como um de seus expoentes Ervinh Goffman. 
D) tem como um de seus expoentes Howard Becker. 
E) surgiu nos Estados Unidos. 
 
31.! (VUNESP - 2013 - PC-SP - ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL) 
Assinale a alternativa que apresenta corretamente uma das características da 
função retributiva da pena, segundo a Teoria Absoluta. 
A) Analogia: pena independente da gravidade do delito. 
B) Duração indeterminada: a duração da pena dependerá, dentre outros fatores, 
do comportamento do apenado. 
C) Infligibilidade: a pena consistirá em aflição corporal. 
D) Derrogabilidade: o delito terá, por consequência, uma punição, ainda que 
injusta. 
E) Responsabilidade penal individual: a pena não passará da pessoa do 
condenado. 
 
32.! (VUNESP - 2013 - PC-SP - INVESTIGADOR DE POLÍCIA) 
O legislador brasileiro, ao dispor sobre as funções da reprimenda pela prática de 
infração penal no artigo 59 do Código Penal – O juiz, atendendo à culpabilidade, 
aos antecedentes, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e 
consequências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, 
conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime... 
–, adotou a teoria da 
A) função reeducativa da pena. 
B) função de prevenção especial da pena. 
C) função de prevenção geral da pena. 
D) função retributiva da pena. 
E) função mista ou unificadora da pena. 
 
33.! (VUNESP – 2013 – PC/SP – PAPILOSCOPISTA) 
Umas das formas que o Estado Democrático de Direito possui para prevenir o 
crime é a pena. De acordo com a teoria mista que estuda as penas, estas têm a 
finalidade de 
a) punir o delinquente de forma proporcional ao mal praticado. 
b) trazer mais tranquilidade para a sociedade, uma vez que o criminoso não 
estará mais nas ruas. 
c) retomar a tranquilidade e a paz pública. 
d) prevenção geral e prevenção especial. 
e) afastar o delinquente da sociedade, para evitar novos crimes. 
 
 
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 34.! (VUNESP – 2014 – PC-SP – PERITO) 
No tocante à temática da prevenção da infração à lei penal, é correto afirmar que 
a prevenção 
(A) secundária consiste em, dentre outras, políticas criminais voltadas 
exclusivamente à reintegração do preso na sociedade. 
(B) terciária consiste em políticas públicas de conscientização de todos os 
cidadãos quanto à importância de se cumprirem as leis, mediante o fornecimento 
de serviços públicos de qualidade, tais como saúde, educação e segurança. 
(C) geral busca, por meio da pena, intimidar os indivíduos propensos a delinquir, 
inibindo-os de transgredir a lei penal. 
(D) geral negativa busca, por meio da pena, a reeducação e a ressocialização do 
criminoso. 
(E) primária consiste em, dentre outras, ações policiais de repressão às práticas 
delituosas. 
 
35.! (VUNESP - 2014 - PC-SP - ESCRIVÃO DE POLÍCIA) 
A criminologia moderna estuda o fenômeno da criminalidade por meio da 
estatística criminal. Nessa seara, a expressão “cifra dourada” designa. 
A) o total de delitos registrados e de conhecimento do poder público que são 
elucidados. 
B) as infrações penais praticadas pela elite, não reveladas ou apuradas; trata-se 
de um subtipo da “cifra negra”, a exemplo do crime de sonegação fiscal 
 C) as infrações penais de maior gravidade, como, por exemplo, o homicídio, que, 
ao ser elucidado, permite ao poder público planejar melhor suas ações e alterar 
a legislação 
D) as infrações penais de menor potencial ofensivo, por enquadrar-se na Lei n.º 
9.099/95, a exemplo do delito de perturbação do sossego alheio 
E) o percentual de delitos praticados pela sociedade de baixa renda que não chega 
ao conhecimento do poder público por falta de registro, e, portanto, não são 
elucidados 
 
36.! (VUNESP - 2014 - PC-SP - ESCRIVÃO DE POLÍCIA) 
Uma das formas que o Estado Brasileiro adota como controle e inibição criminal 
é a pena prevista para cada crime, cuja teoria adotada pelo Código Penal 
Brasileiro é a mista, de acordo com o artigo 59 do Código Penal, que tem como 
finalidade a: 
A) prevenção e a retribuição 
B) indenização e a repreensão. 
C) punição e a reparação. 
D) inibição e a reeducação. 
E) conciliação e o exemplo. 
 
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37.! (VUNESP - 2014 - PC-SP - ESCRIVÃO DE POLÍCIA) 
O conceito de prevenção delitiva, no Estado Democrático de Direito, e as medidas 
adotadas para alcançá-la são. 
A) o conjunto de ações que visam evitar a ocorrência do delito, atingindo direta 
e indiretamente o delito. 
B) o conjunto de ações que visam estudar o delito, atingindo direta e 
indiretamente o criminoso 
C) o conjunto de ações adotadas pela vítima que visam evitar o delito, atingindo 
o delinquente direta e indiretamente. 
D) o conjunto de ações que visam estudar o criminoso, atingindo o ato delitivo 
direta e indiretamente. 
E) o conjunto de ações que visam estudar o crime, atingindo o criminoso direta 
e indiretamente. 
 
38.! (UFPR – 2014 – DPE-PR – DEFENSOR PÚBLICO) 
Na Criminologia, é frequente o debate a respeito das funções da pena. Segundo 
a ideia de prevenção especial negativa, a pena teria a função de: 
a) ressocializar o condenado, promovendo sua harmônica integração social. 
b) retribuir proporcionalmente o mal causado pelo delito. 
c) neutralizar ou segregar o condenado do meio social, impedindoo de cometer 
novas infrações penais. 
d) reforçar a confiança da coletividade na vigência da norma, estimulando a 
fidelidade ao Direito. 
e) intimidar e dissuadir a coletividade, de modo que todos se abstenham da 
prática de infrações penais. 
 
39.! (VUNESP – 2014 – PC-SP – MÉDICO LEGISTA) 
A expressão “cifra negra”, em Criminologia, corresponde ao número de 
a) erros judiciais (decisões judiciais incompatíveis com a realidade dos fatos). 
b) crimes ocorridos e não reportados à autoridade. 
c) criminosos reincidentes. 
d) prisões efetuadas injustamente. 
e) crimes ocorridos em ambientes públicos, mas cuja autoria permanece 
ignorada. 
 
40.! (VUNESP – 2014 – PC-SP – DELEGADO DE POLÍCIA) 
A prevenção criminal que está voltada à segurança e qualidade de vida, atuando 
na área da educação, emprego, saúde e moradia, conhecida universalmente 
 
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 como direitos sociais e que se manifesta a médio e longo prazos, é chamada pela 
Criminologia de prevenção 
a) primária. 
b) individual. 
c) secundária. 
d) estrutural. 
e) terciária. 
 
41.! (PC-SP – 2011 – PC-SP – DELEGADO DE POLÍCIA) 
A prevenção terciária da infração penal, no Estado Democrático de Direito, está 
relacionada 
a) ao controle dos meios de comunicação. 
b) aos programas policiais de prevenção. 
c) à ordenação urbana. 
d) à população carcerária. 
e) ao surgimento de conflito. 
 
42.! (PC-SP – 2010 – PC-SP – ESCRIVÃO) 
O termo cifra dourada é indicativo 
a) dos crimes praticados por membros da realeza. 
b) da violência doméstica ocorrida nas classes altas e não relatadas à polícia. 
c) dos crimes esclarecidos mediante à oferta de uma recompensa. 
d) do número de jovens de alto poder aquisitivo envolvidos com o narcotráfico. 
e) dos crimes denominados de “colarinho branco”. 
 
5! EXERCÍCIOS COMENTADOS 
 
01.! (CESPE – 2013 – POLÍCIA FEDERAL – DELEGADO) 
O surgimento das teorias sociológicas em criminologia marca o fim da 
pesquisa etiológica, própria da escola ou do modelo positivista. 
COMENTÁRIOS: Embora o surgimento das teorias sociológicas tenha sido um 
avanço considerável, com rompimento de diversos paradigmas até então 
vigentes, notadamente aqueles relacionados à biocriminologia, tais teorias não 
marcam o fim da pesquisa etiológica (pesquisa das causas do crime), apenas 
deslocam o foco do estudo do criminoso para a sociedade, para o meio social. 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA. 
 
02.! (CESPE – 2013 – POLÍCIA FEDERAL – DELEGADO) 
De acordo com o interacionismo simbólico, ou simplesmente 
 
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 interacionismo, cuja perspectiva é macrossociológica, deve-se indagar 
como se define o criminoso, e não quem é o criminoso. 
COMENTÁRIOS: A expressão “interação simbólica” se refere aos processos de 
relacionamento interpessoal entre os indivíduos, de forma que a noção de crime 
surge da relação entre os indivíduos e da eleição dos valores que devem ser 
protegidos, ou seja, o rótulo de “crime” a uma conduta é dado pela sociedade, e 
não pela natureza. 
Isto posto, temos uma corrente criminológica que sustenta que não se deve 
buscar entender porque alguém vira criminoso, mas porque a sociedade rotula 
tal conduta cromo criminosa (ou tal pessoa como criminosa). 
O CESPE, todavia, entendeu a questão como errada, ao afirmar tratar-se de um 
enfoque macrossociológico, já que se teria um enfoque microssociológico. 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA. 
 
03.! (CESPE – 2013 – POLÍCIA FEDERAL – DELEGADO) 
O positivismo criminológico caracteriza-se, entre outros aspectos, pela 
negação do livre arbítrio, pela crença no determinismo e pela adoção do 
método empírico-indutivo, ou indutivo-experimental, também 
apresentado como indutivo-quantitativo, embasado na observação dos 
fatos e dos dados, independentemente do conteúdo antropológico, 
psicológico ou sociológico, como também a neutralidade axiológica da 
ciência. 
COMENTÁARIOS: De fato, o positivismo criminológico rompe com a ideia livre-
arbítrio, pilar da criminologia clássica, ou seja, rompe com a ideia de que o 
homem “delinque” porque quer delinquir. Para este modelo teórico, compreender 
o fenômeno criminal é uma tarefa que demanda a análise de fatores causais-
explicativos, ou seja, deve-se buscar as causas do delito (o que se pode chamar 
de “paradigma etiológico”). Contudo, as “causas” do delito poderiam se de 
diversas ordens (biológicas, psicológicas, sociais, etc.). 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA. 
 
04.! (CESPE – 2013 – POLÍCIA FEDERAL – DELEGADO) 
As ideias sociológicas que fundamentam as construções teóricas de 
Merton e Parsons obedecem ao modelo da denominada sociologia do 
conflito. 
COMENTÁRIOS: Item errado, pois Robert Merton foi um dos maiores expoentes 
da teoria da anomia, e Parsons foi um dos grandes expoentes do funcionalismo 
estrutural. As duas correntes, todavia, situam-se na chamada “criminologia do 
consenso”, e não na criminologia do conflito. 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA. 
 
05.! (CESPE – 2013 – POLÍCIA FEDERAL – DELEGADO) 
 
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 A teoria funcionalista da anomia e da criminalidade, introduzida por 
Emile Durkheim no século XIX, contrapunha à ideia da propensão ao 
crime como patologia a noção da normalidade do desvio como fenômeno 
social, podendo ser situada no contexto da guinada sociológica da 
criminologia, em que se origina uma concepção alternativa às teorias de 
orientação biológica e caracterológica do delinquente. 
COMENTÁRIOS: Item correto. A teoria ou concepção estrutural-
funcionalista rompe com as teorias clínica e sociológica. Para esta teoria, 
o crime é um fenômeno “natural”, inerente à sociedade, de forma que seriam 
inválidas as ideias de criminoso como anormal, bem como as tentativas de 
explicar o crime com base em aspectos sociológicos. 
DURKHEIM, talvez o principal nome desta teoria, entendia que o crime era algo 
“normal” na sociedade, pois uma sociedade sem crime seria absolutamente 
inviável, e que patologia social não seria a existência de crime, mas a sua 
ausência. 
Para DURKHEIM, o crime era o fenômeno o social que permitia a reafirmação da 
ordem social, pois toda vez que um crime era praticado surgia a possibilidade de 
reafirmação e legitimação dos vínculos estruturais e estruturantes da sociedade. 
Tal Teoria não prega a desvinculação entre crime e ambiente social, apenas 
entende que o crime é decorrência natural do meio social, e não uma 
anormalidade. 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA. 
 
06.! (CESPE – 2013 – POLÍCIA FEDERAL – DELEGADO) 
Ações como controle dos meios de comunicação e ordenação urbana, 
orientadas a determinados grupos ou subgrupos sociais, estão inseridas 
no âmbito da chamada prevenção secundária do delito. ͒ 
COMENTÁRIOS: Na prevenção secundária o foco da prevenção recai sobre os 
setores sociais em que a criminalidade mais se manifesta, ou seja, recai sobre os 
grupos que apresentam determinadas características que os tornam mais 
propensos a praticar ou sofrer delitos. Apresentam resultados de curto a médio 
prazo. 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA. 
 
07.! (CESPE – 2013 – POLÍCIA FEDERAL – DELEGADO) 
As modalidades preventivas nas quais se inserem os programas de 
policiamento orientado à solução de problemas e de policiamento 
comunitário, assim como outros programas de aproximação entre polícia 
e comunidade, podem ser incluídas na categoria de prevenção primária. 
COMENTÁRIOS: Item errado, pois temos aí a prevenção secundária, que é 
aquela que recai sobre os setores sociais em que a criminalidade mais se 
manifesta, ou seja, recai sobre os grupos que apresentam determinadas 
características que os tornam mais propensos a praticar ou sofrer delitos. 
Apresentam resultados de curto a médio prazo. 
 
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 Na prevenção primária a prevenção se dá por meio de programas cuja finalidade 
é atacar a causa da criminalidade, ou seja, a origem do problema (desigualdade 
social, pobreza, desemprego, etc.). Trata-se, portanto, de uma forma deprevenção que busca atingir as estruturas do sistema. Temos, aqui, os métodos 
preventivos com resultado de médio a longo prazo. 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA. 
 
08.! (CESPE – 2013 – POLÍCIA FEDERAL – DELEGADO) 
Na terminologia criminológica, criminalização primária equivale à 
chamada prevenção primária. ͒ 
COMENTÁRIOS: Item errado. A prevenção primária é um modelo de prevenção 
do delito orientado às bases do problema, ou seja, às causas da criminalidade. A 
criminalização primária, por sua vez, é a realizada pelos legisladores, quando 
sancionam uma lei penal que criminaliza determinada conduta. 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA. 
 
09.! (CESPE – 2013 – POLÍCIA FEDERAL – DELEGADO) 
A prevenção terciária, considerada intervenção tardia e parcial, destina-
se exclusivamente à população carcerária, objetivando evitar a 
reincidência, mas não atua nas condições gerais que favorecem a 
ocorrência de episódios violentos. ͒ 
COMENTÁRIOS: O item está errado, pois a prevenção terciária recai sobre o 
condenado, ou seja, visa a evitar a reincidência. Pode se dar por meio da escolha 
da pena mais apropriada, pela progressão de regime, que possibilita o reencontro 
paulatino do preso com a sociedade, etc. 
Assim, a população carcerária é APENAS UM dos destinatários da prevenção 
terciária, já que pode recair sobre os condenados que não estão encarcerados, 
como, por exemplo, aqueles que cumprem pena restritiva de direitos. 
A questão foi dada inicialmente como correta. Todavia, como o edital do concurso 
não admitia alteração de gabarito (para ERRADO), o CESPE teve que anular a 
questão. 
Portanto, a questão foi ANULADA. 
 
10.! (CESPE – 2016 – PC-PE – DELEGADO DE POLÍCIA - ADAPTADA) 
Entre os modelos teóricos explicativos da criminologia, o conceito 
definitorial de delito afirma que, segundo a teoria do labeling approach, 
o delito carece de consistência material, sendo um processo de reação 
social, arbitrário e discriminatório de seleção do comportamento 
desviado. 
COMENTÁRIOS: Item correto, pois tal teoria sustenta que o delito não é um 
dado ôntico, ou seja, não está no mundo do ser, mas um dado normativo, pois é 
uma realidade criada pelo legislador. O que se encontra no mundo do “ser” são 
 
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 condutas. O adjetivo de “criminosa” a uma conduta deriva de um processo 
seletivo e discriminatório, que visa a criminalizar apenas (ou com mais 
frequência) as condutas praticadas pelos indivíduos das classes dominadas. 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA. 
 
11.! (MPE-SC – 2016 – MPE-SC – PROMOTOR DE JUSTIÇA) 
No âmbito das teorias criminológicas, a teoria da subcultura delinquente, 
originariamente conhecida como “Escola de Chicago”, assevera que a 
delinquência surge como resultado da estrutura das classes sociais, que 
faz com que alguns grupos aceitem a violência como forma de resolver 
os conflitos sociais. 
COMENTÁRIOS: Item errado, pois a teoria das subculturas delinquentes não vê 
a delinquência como resultado da estrutura das classes sociais, mas defende que 
a conduta delitiva não seria um reflexo negativo da desorganização social e outras 
mazelas da sociedade contemporânea. Para esta teoria todo agrupamento 
humano é dotado de subculturas, com uma filosofia de vida e regras próprias. 
Desta forma, a existência de subculturas corresponde, naturalmente, à existência 
de valores distintos daqueles pregados pela cultura dominante. Desta forma, é 
possível que algumas destas subculturas possuam valores que se contraponham 
aos valores da cultura dominante e, em razão disso, o delito não derivaria de 
uma predisposição à violação da Lei, e sim um mero reflexo destas diferenças 
culturais. 
Além disso, tal teoria não se confunde com a Escola de Chicago, embora tenha 
sido considerada decorrência desta. 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA. 
 
12.! (MPE-SC – 2016 – MPE-SC – PROMOTOR DE JUSTIÇA) 
O minimalismo, enquanto movimento crítico ao sistema de justiça penal, 
foi concebido com a proposta de supressão integral do sistema penal por 
outras instâncias de controle social. Em sentido oposto, revelou-se o 
movimento “Lei e Ordem”, que reconhecia no direito penal máximo o 
instrumento primordial à resolução dos problemas que afligem a 
sociedade. 
COMENTÁRIOS: Item errado, pois o minimalismo não prega a supressão 
integral do sistema penal por outras instâncias de controle (isso é defendido pelo 
abolicionismo imediato), mas a redução da esfera de abrangência do Direito 
Penal, que deve regular apenas as condutas que sejam ameaça grave à vida em 
sociedade, devendo as demais serem reguladas por outros mecanismos de 
controle. Quanto ao movimento “Lei e Ordem”, de fato, é expressão do Direito 
Penal Máximo, ou seja, entende que o Direito Penal deve regular toda e qualquer 
conduta desviante. 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA. 
 
 
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 13.! (MPE-SC – 2016 – MPE-SC – PROMOTOR DE JUSTIÇA) 
Em sua obra "O Novo em Direito e Política", José Alcebíades de Oliveira 
Júnior cita interessante trecho da doutrina de Luigi Ferrajoli: "a sujeição 
do juiz à lei já não é de fato, como no velho paradigma juspositivista, 
sujeição à letra da lei, qualquer que seja o seu significado, mas sim 
sujeição à lei somente enquanto válida, ou seja, coerente com a 
Constituição". A interpretação da frase em destaque nos remete ao 
conteúdo do modelo garantista. 
COMENTÁRIOS: O que a questão quer dizer, basicamente, é que o garantismo 
penal prega não apenas que o Juiz esteja atrelado ao que diz a letra da lei, 
embora isso importante. O garantismo penal exige do Juiz uma postura crítica 
frente ao texto da lei, de forma a verificar se o que a lei prevê está de acordo 
com a Constituição, ou seja, não basta ao Juiz aplicar a lei de forma “cega”, 
devendo realizar uma análise acerca da legitimidade da lei (sua validade frente 
ao sistema jurídico-penal garantista previsto na Constituição). 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA. 
 
14.! (CESPE – 2016 – PC-PE – DELEGADO DE POLÍCIA - ADAPTADA) 
A Escola de Chicago, ao atentar para a mutação social das grandes 
cidades na análise empírica do delito, interessa-se em conhecer os 
mecanismos de aprendizagem e transmissão das culturas consideradas 
desviadas, por reconhecê-las como fatores de criminalidade. 
COMENTÁRIOS: Item correto, pois a Escola de Chicago sustenta que a forma 
com a qual as cidades estão estruturadas é o grande problema que gera a 
criminalidade. Para esta Teoria, a CIDADE (mais especificamente do que a 
“sociedade” genericamente considerada) seria o foco principal da atenção da 
criminologia. Para os teóricos desta Escola, a CIDADE, ou seja, o meio urbano 
produz a criminalidade (crescimento populacional, crescimento desordenado, 
formação de guetos, etc.). 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA. 
 
15.! (VUNESP - 2013 - PC-SP - PAPILOSCOPISTA POLICIAL) 
Uma das mais importantes teorias do conflito; surgiu nos Estados 
Unidos nos anos de 1960, e seus principais expoentes foram Erving 
Goffman e Howard Becker. Trata-se da 
A) Teoria do labelling approach. 
B) Teoria da subcultura delinquente. 
C) Teoria da desorganização social. 
D) Teoria da anomia. 
E) Teoria das zonas concêntricas. 
COMENTÁRIOS: As teorias do conflito são as correntes criminológicas que, em 
contraposição às teorias do consenso, entendem que o Direito Penal não parte de 
 
http://www.iceni.com/infix.htm
 
 
 
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Teoria e questões 
Aula 02 – Prof. Renan Araujo 
 um consenso social sobre os bens jurídicos mais relevantes e por isso os tutela 
(ou pretende tutelar). 
As teorias do conflito entendem o Direito Penal como um instrumento nas mãos 
de uma das classes na sociedade, a classe dominante e que, portanto, o Direito 
Penal não selecionaria bens jurídicos mais importantes para a sociedade a fim de 
tutelá-los, mas selecionaria os bens jurídicos mais importantes para esta classe 
dominante, de forma que haveria um conflito entre uma classe e outra. 
Erving Goffman e Howard Becker foram dois dos maiores expoentes da teoria do 
Labelling approach, ou teoria do “etiquetamento”, segundo a qual o delito não é 
um dado natural, mas um dado normativo, ou seja, nada é delito “por sua própria 
natureza”. É delito aquele fato que foi assim rotulado, e é criminoso, portanto, 
aquele que foi assim rotulado pela lei, já que o fenômeno “crime” necessita de 
uma previsão normativa. 
Podemos citar como expoentes, ainda, o grande Alessandro Baratta. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A. 
 
16.! (VUNESP - 2014 - PC-SP - ESCRIVÃO DE POLÍCIA) 
A teoria do neorretribucionismo, com origem nos Estados Unidos, 
também conhecida por “lei e ordem” ou “tolerância zero”, é decorrente 
da teoria. 
A) “positiva” 
B) “janelas quebradas” 
C) “clássica” 
D) “cidade limpa” 
E) “diferencial”. 
COMENTÁRIOS: A teoria das janelas quebradas, ou "Broken Windows Theory", 
foi desenvolvida nos EUA, e tem como fundamento básico o combate severo ao 
crime, por menor que seja, pois segundo esta teoria a proliferação dos pequenos 
delitos cria um ambiente propício ao desenvolvimento de grandes delitos, sob a 
alegação de que a aparente inércia do Estado produziria um efeito estimulante 
em relação à prática de delitos. Trata-se de uma espécie de política de tolerância 
zero. 
A teoria do “neo-retribucionismo” é uma das políticas criminais contemporâneas 
que pregam uma maior repressão estatal, ou seja, uma aplicação do sistema 
punitivo do Estado. 
Trata-se, na verdade, de um movimento de reação aos elevados índices de 
criminalidade (surgido nos Estados Unidos), e tem como principal fundamento a 
ideia de que para diminuir a criminalidade é necessário punir mais. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B. 
 
17.! (VUNESP - 2013 - PC-SP - AUXILIAR DE PAPILOSCOPISTA 
POLICIAL) 
 
http://www.iceni.com/infix.htm
 
 
 
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 Quanto à teoria neorretribucionista, é correto afirmar: 
A) surgiu na Europa, no século passado, baseada na teoria do consenso, 
tem como objetivo coibir o crime organizado e os crimes transnacionais, 
o que inibiria os crimes menos graves. 
B) surgiu na Itália, na década de sessenta, é uma das mais importantes 
teorias do conflito, por meio dessa teoria, a criminalidade não é 
resultante somente da conduta humana, mas a consequência de um 
processo em que se atribui uma qualidade à pessoa. 
C) surgiu nos Estados Unidos, inspirada na escola de Chicago, com a 
denominação “lei e ordem” ou “tolerância zero”, decorrente da teoria 
das janelas quebradas, tem como objetivo coibir os pequenos delitos, o 
que inibiria os mais graves 
D) surgiu na Alemanha, no século XIX, defende que o comportamento do 
criminoso é aprendido, nunca herdado, criado ou desenvolvido pelo 
sujeito ativo, tem como objetivo identificar e punir rigorosamente o 
criminoso para servir de exemplo, a chamada prevenção geral. 
E) surgiu na Inglaterra, está baseada na teoria da sub- cultura 
delinquente, ou seja, o comportamento criminoso é um sintoma de 
dissociação entre as aspirações socioculturais e os meios desenvolvidos 
para alcançar essas aspirações. 
COMENTÁRIOS: A teoria do “neo-retribucionismo” é uma das políticas criminais 
contemporâneas que pregam uma maior repressão estatal, ou seja, uma 
aplicação do sistema punitivo do Estado. 
Trata-se, na verdade, de um movimento de reação aos elevados índices de 
criminalidade (surgido nos Estados Unidos), e tem como principal fundamento a 
ideia de que para diminuir a criminalidade é necessário punir mais. 
De fato, esta teoria se vale, dentre outras, da conhecida “teoria das janelas 
quebradas”, segundo a qual a ausência de punição dos delitos pequenos serviria 
como estímulo à prática dos delitos mais graves, de maneira que o Estado deveria 
aumentar, ainda mais, seu sistema punitivo. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C. 
 
18.! (UFPR – 2014 – DPE-PR – DEFENSOR PÚBLICO) 
Em relação às distintas teorias criminológicas, a ideia de que o 
“desviante” é, na verdade, alguém a quem o rótulo social de criminoso 
foi aplicado com sucesso foi desenvolvida pela Teoria 
a) da anomia. 
b) da associação diferencial. 
c) da subcultura delinquente. 
d) da ecologia criminal. 
e) da reação social ou Labelling Approach. 
 
http://www.iceni.com/infix.htm
 
 
 
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 COMENTÁRIOS: A ideia de que o crime é um rótulo imposto a determinadas 
condutas deriva da teoria da reação social ou rotulamento social (labelling 
approach). Em consequência disso, “criminoso” também será alguém que foi 
rotulado como tal, de acordo com a seletividade do sistema penal. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E. 
 
19.! (FEPESE – 2014 – MPE-SC – PROMOTOR DE JUSTIÇA) 
Contrariamente ao classicismo, que não visualizou no criminoso 
nenhuma anormalidade - e dele não se ocupou - o positivismo 
reconduziu-o para o centro de suas análises, apreendendo nele estigmas 
decisivos da criminalidade. 
COMENTÁRIOS: Discordo um pouco do gabarito desta questão. Isto porque os 
clássicos, de fato, apoiavam suas teses na ideia de que o crime não seria 
decorrência de uma anormalidade da figura do criminoso. Contudo, dizer que os 
clássicos não se ocuparam da figura do criminoso parece um pouco forçado. De 
toda forma, o positivismo realmente conduziu o criminoso para o centro da 
análise, inclusive verificando nele aspectos biológicos como fatores criminógenos. 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA. 
 
20.! (FEPESE – 2014 – MPE-SC – PROMOTOR DE JUSTIÇA) 
No paradigma etiológico, modelado segundo uma matriz positivista 
derivada Das Ciências Naturais, a Criminologia é definida como uma 
Ciência causal-explicativa da criminalidade, isto é, que investiga as 
causas da criminalidade (seu objeto) segundo o método experimental. 
COMENTÁRIOS: A etiologia criminal é uma disciplina que visa a explicar as 
causas da criminalidade. Para tanto, se vale do empirismo, o método científico 
da experimentação. 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA. 
 
21.! (VUNESP – 2014 – PC-SP – MÉDICO LEGISTA) 
O método de estudo da Criminologia reúne as seguintes características: 
a) silogismo; vedação de interdisciplinariedade; visão indutiva da 
realidade. 
b) empirismo; vedação de interdisciplinariedade; visão indutiva da 
realidade. 
c) racionalismo; interdisciplinariedade; visão indutiva da realidade. 
d) empirismo; interdisciplinariedade; visão indutiva da realidade. 
e) racionalismo; interdisciplinariedade; visão dedutiva da realidade. 
COMENTÁRIOS: Ciência do “ser”, a criminologia se vale do empirismo para 
comprovar suas teses, bem como possui caráter interdisciplinar, já que se utiliza 
de diversos ramos da ciência que lhe são correlatos, como a psicologia, a 
psiquiatria, a sociologia, etc. 
 
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 Também pode ser considerada indutiva,eis que se vale do conhecimento do 
objeto de estudo para formar um juízo universal. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D. 
 
22.! (VUNESP – 2014 – PC-SP – MÉDICO LEGISTA) 
Assinale a alternativa que completa as lacunas do texto. 
Os estudos de Sociologia Criminal de Sutherland (Teoria da Associação 
Diferencial) estão principalmente ligados aos crimes de ________e 
tiveram como foco ________ . 
a) genocídio ... a Alemanha 
b) organizações criminosas ... a Itália 
c) jogo ilegal ... a atual Rússia (ex-URSS) 
d) discriminação de gênero ... países do Oriente Médio 
e) colarinho branco ... os Estados Unidos da América 
COMENTÁRIOS: Sutherland focou seus estudos sobre os crimes de colarinho 
Branco, nos Estados Unidos da América, mais especificamente em Chicago. 
Para Sutherland, as explicações fornecidas pelas diversas teorias criminológicas 
até então não seriam capazes de responder de forma adequada à questão dos 
crimes de colarinho branco, já que todas (ou quase todas) viam nas mazelas 
sociais (desorganização social, pobreza, etc.) a gênese do crime, de forma que 
se distanciavam da realidade dos crimes de colarinho branco (White colar crimes). 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E. 
 
23.! (VUNESP – 2014 – PC-SP – DELEGADO DE POLÍCIA) 
A moderna Sociologia Criminal possui visão bipartida do pensamento 
criminológico atual, sendo uma de cunho funcionalista e outra de cunho 
argumentativo. Trata-se das teorias 
a) indutiva e dedutiva. 
b) do consenso e do conflito. 
c) absoluta e relativa. 
d) moderna e contemporânea. 
e) abstrata e concreta. 
COMENTÁRIOS: O pensamento da criminologia social ou sociológica é bipartido 
em teoria do consenso e teoria do conflito. 
A teoria do consenso ou “criminologia do consenso” parte da premissa de que a 
sociedade é formada por uma séria de valores fundamentais consensuais, que 
devem ser protegidos e promovidos por todos. Assim, o Direito Penal nada mais 
seria que uma ferramenta para a defesa destes valores comuns a todos os 
indivíduos. 
Inserem-se nesta ideia as teorias desenvolvidas pela ESCOLA DE CHICAGO, 
ANOMIA E ASSOCIAÇÃO DIFERENCIAL. 
 
http://www.iceni.com/infix.htm
 
 
 
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Teoria e questões 
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 A criminologia do conflito vê a sociedade não como um todo coeso e harmônico, 
fundado em valores comuns a todos os indivíduos, e sim um campo de batalha 
entre classe dominante e dominada. Para ela, o Direito Penal nada mais é que 
uma ferramenta a serviço da classe dominante, de forma a garantir a manutenção 
do status quo, coagindo a classe dominada a “andar na linha”. Para tanto, o 
Direito Penal seria absolutamente seletivo na escolha das condutas que seriam 
criminalizadas, optando por uma criminalização primária voltada às condutas 
geralmente praticadas pelos indivíduos pertencentes à classe dominada (furto 
seria mais grave que condutas lesivas à ordem econômica, por exemplo). 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B. 
 
24.! (FEPESE – 2014 – MPE-SC – PROMOTOR DE JUSTIÇA) 
O movimento de política criminal denominado "lei e ordem" se deve à 
construção teórica de Gunther Jacobs que, por sua vez, deriva do 
"labelling approach". 
COMENTÁRIOS: Item errado. O movimento “lei e ordem”, assim como o 
“tolerância zero” decorrem da teoria das janelas quebradas, que entendia que os 
delitos deveriam ser sempre punidos, por menores que fossem, como forma de 
reafirmar a autoridade da Lei e inibir a prática dos delitos mais graves. 
Tal teoria derivou da corrente de pensamento conhecida como ESCOLA DE 
CHICAGO. 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA. 
 
25.! (VUNESP – 2013 – PC-SP – AGENTE) 
Os “crimes de colarinho branco” são delitos conhecidos na Criminologia 
por 
a) crimes contra a dignidade social. 
b) crimes de menor potencial ofensivo. 
c) cifras cinza. 
d) cifras amarelas. 
e) cifras douradas. 
COMENTÁRIOS: Na verdade, a cifra dourada corresponde aos crimes de 
colarinho branco que não são reportados ou apurados pelas agências de controle, 
normalmente em razão do poder econômico dos infratores. 
Assim, embora crime de colarinho branco não seja sinônimo de cifra dourada, 
esta está vinculada aos crimes de colarinho branco. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E. 
 
26.! (PC-SP – 2010 – PC-SP – ESCRIVÃO) 
 
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 Dentre as alternativas, assinale a que é apontada como a menos 
compatível com a dignidade da pessoa humana e o Estado Democrático 
de Direito. 
a) O Direito Penal do Inimigo. 
b) O abolicionismo penal. 
c) O Direito Penal Mínimo. 
d) A “Terza Scuola”. 
e) A Lei da Saturação Criminal 
COMENTÁRIOS: Dentre as alternativas, certamente o “Direito Penal do Inimigo” 
não se coaduna com um Estado Democrático de Direito. 
O Direito Penal do Inimigo pressupõe a existência de um Direito Penal que mitigue 
as garantias constitucionais aos criminosos considerados “contumazes”, ou seja, 
aqueles que fazem do crime seu meio de vida. 
Assim, haveria um “Direito Penal do Cidadão”, no qual seriam observados os 
direitos e garantias fundamentais do acusado, e um “Direito Penal do Inimigo”, 
no qual estas garantias poderiam ser flexibilizadas ou afastadas, já que não se 
estaria diante de alguém que merecesse qualquer consideração por parte do 
Estado. 
Este tipo de teoria é inadmissível num Estado Democrático de Direito por, 
inicialmente, violar o princípio da isonomia. Num segundo plano, não menos 
importante, violaria, ainda, a ideia de que o Direito Penal pune as pessoas pelo 
que elas FAZEM e não pelo que elas SÃO. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A. 
 
27.! (VUNESP – 2013 – PC/SP – PAPILOSCOPISTA) 
De acordo com a Sociologia Criminal, pode-se citar como exemplo da 
Teoria de Consenso: 
a) a Teoria crítica. 
b) a Teoria radical. 
c) a Teoria das janelas quebradas. 
d) a Teoria da associação diferencial. 
e) a Teoria do conflito. 
COMENTÁRIOS: A Teoria do Consenso parte do pressuposto de que o Direito 
Penal não é instrumento de dominação de classes, mas instrumento em prol do 
bem comum de uma sociedade cujos interesses são homogêneos. A Teoria do 
Conflito, por sua vez, entende que a sociedade não possui interesses 
homogêneos, já que existe um conflito de classes, e que o Direito Penal nada 
mais é que uma ferramenta para o exercício da dominação de uma classe pela 
outra. 
Dentre as alternativas, a teoria da associação diferencial é uma das que 
representa a teoria do consenso, pois prega que o delito, como qualquer conduta 
humana, é um aprendizado, uma apreensão de comportamentos desviantes, pela 
 
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Teoria e questões 
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 Lei da Imitação. Esta teoria não enxerga a existência de um grupo pré-
determinado como alvo da Lei Penal, ou seja, uma clientela já pré-estabelecida, 
como entende a Teoria do Conflito Social. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D. 
 
28.! (VUNESP – 2014 – PC-SP – PERITO) 
A Teoria do labelling approach, a qual explica que a criminalidade não é 
uma qualidade da conduta humana, mas a consequência de um processo 
em que se atribui tal estigmatização, também é denominada teoria 
(A) da desorganização social. 
(B) da rotulação ou do etiquetamento. 
(C) da neutralização. 
(D) da identificação diferencial. 
(E) da anomia. 
COMENTÁRIOS: A teoria do labelling aproach, ou teoria do “etiquetamento” ou 
da “rotulação”, tem como um dos principais expoentes o criminólogoAlessandro 
Baratta. 
Enquanto o pensamento criminológico até então vigente sustentava que o 
atributo criminal de uma conduta existia objetivamente, como um ente natural e 
até era preexistente às normas penais que o definiam num mero exercício de 
reconhecimento (num alardeado consenso social), a "Teoria do Labelling 
Approach" virá para desmistificar todas essas equivocadas convicções. 
O "Labelling Approach" ou "etiquetamento" indica que um fato só é tomado como 
criminoso após a aquisição desse "status" através da criação de uma lei que 
seleciona certos comportamentos como irregulares, de acordo com os interesses 
sociais. Em seguida, a atribuição a alguém da pecha de criminoso depende 
novamente da atuação seletiva das agências estatais. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B. 
 
29.! (VUNESP - 2014 - PC-SP - ESCRIVÃO DE POLÍCIA) 
Dentre os modelos sociológicos, as teorias da criminologia crítica, da 
rotulação e da criminologia radical são exemplos da teoria. 
A) do consenso 
B) da aparência 
C) do descaso 
D) da falsidade. 
E) do conflito. 
COMENTÁRIOS: Estas teorias são exemplos de teoria do conflito. Para esta 
teoria a sociedade é uma grande luta de classes, de maneira que a classe 
dominante necessita manter a classe dominada nesta condição e, para tanto, se 
vale de diversas ferramentas, dentre elas o Direito Penal. Como decorrência de 
 
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Teoria e questões 
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 seu viés “parcial”, o Direito Penal não é isonômico, ou seja, não atua de maneira 
uniforme sobre todas as camadas sociais. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E. 
 
30.! (PC-SP - 2011 - PC-SP - DELEGADO DE POLÍCIA) 
Assinale a alternativa incorreta. 
A Teoria do Etiquetamento 
A) é considerada um dos marcos das teorias de consenso. 
B) é conhecida como Teoria do Labelling Aproach. 
C) tem como um de seus expoentes Ervinh Goffman. 
D) tem como um de seus expoentes Howard Becker. 
E) surgiu nos Estados Unidos. 
COMENTÁRIOS: A teoria do Labelling approach, ou teoria do “etiquetamento”, 
é a teoria segundo a qual o delito não é um dado natural, mas um dado 
normativo, ou seja, nada é delito “por sua própria natureza”. É delito aquele fato 
que foi assim rotulado, e é criminoso, portanto, aquele que foi assim rotulado 
pela lei, já que o fenômeno “crime” necessita de uma previsão normativa. 
Esta teoria surgiu nos EUA, em meados dos anos 1960 e tem como expoentes 
Ervinh Goffman e Howard Becker, além de Alessandro Baratta. 
Não se trata de uma das teorias do “consenso”, ao contrário, é uma das teorias 
do conflito social, teorias estas que entendem o Direito Penal como um 
instrumento nas mãos de uma das classes na sociedade, a classe dominante e 
que, portanto, o Direito Penal não selecionaria bens jurídicos mais importantes 
para a sociedade a fim de tutelá-los, mas selecionaria os bens jurídicos mais 
importantes para esta classe dominante, de forma que haveria um conflito entre 
uma classe e outra, e não um consenso entre elas contra um “mal comum”. 
Portanto, a ALTERNATIVA INCORRETA É A LETRA A. 
 
31.! (VUNESP - 2013 - PC-SP - ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL) 
Assinale a alternativa que apresenta corretamente uma das 
características da função retributiva da pena, segundo a Teoria 
Absoluta. 
A) Analogia: pena independente da gravidade do delito. 
B) Duração indeterminada: a duração da pena dependerá, dentre outros 
fatores, do comportamento do apenado. 
C) Infligibilidade: a pena consistirá em aflição corporal. 
D) Derrogabilidade: o delito terá, por consequência, uma punição, ainda 
que injusta. 
E) Responsabilidade penal individual: a pena não passará da pessoa do 
condenado. 
 
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Teoria e questões 
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 COMENTÁRIOS: Uma das características da função retributiva da pena (Infligir 
um mal ao infrator, um mal necessário em razão do rompimento dos laços com 
a sociedade) é a intranscendência da pena, segundo o qual a pena não passará 
da pessoa do apenado, já que tendo função retributiva, deverá, necessariamente, 
ser punido aquele que cometeu o delito, pois o seu sofrimento através da pena é 
fundamental para que esta alcance sua finalidade. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E. 
 
32.! (VUNESP - 2013 - PC-SP - INVESTIGADOR DE POLÍCIA) 
O legislador brasileiro, ao dispor sobre as funções da reprimenda pela 
prática de infração penal no artigo 59 do Código Penal – O juiz, 
atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à personalidade do 
agente, aos motivos, às circunstâncias e consequências do crime, bem 
como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja 
necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime... –, 
adotou a teoria da 
A) função reeducativa da pena. 
B) função de prevenção especial da pena. 
C) função de prevenção geral da pena. 
D) função retributiva da pena. 
E) função mista ou unificadora da pena. 
COMENTÁRIOS: Podemos perceber que o nosso ordenamento jurídico adotou a 
teoria mista das funções da pena, já que pela leitura do art. 59 do CP fica claro 
que se pretende tenha a pena um viés retributivo (castigo ao infrator) e um viés 
preventivo (prevenção geral e especial). 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E. 
 
33.! (VUNESP – 2013 – PC/SP – PAPILOSCOPISTA) 
Umas das formas que o Estado Democrático de Direito possui para 
prevenir o crime é a pena. De acordo com a teoria mista que estuda as 
penas, estas têm a finalidade de 
a) punir o delinquente de forma proporcional ao mal praticado. 
b) trazer mais tranquilidade para a sociedade, uma vez que o criminoso 
não estará mais nas ruas. 
c) retomar a tranquilidade e a paz pública. 
d) prevenção geral e prevenção especial. 
e) afastar o delinquente da sociedade, para evitar novos crimes. 
COMENTÁRIOS: A pena pode possui diversas funções, a depender da Teoria que 
se filie. 
A teoria utilitarista (ou da prevenção ou, ainda, teoria relativa) entende que a 
pena tem como finalidade prevenir o crime, seja pela prevenção especial (evitar 
 
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 que o infrator volte a delinquir), seja pela prevenção geral (servir de exemplo 
para que outras pessoas sejam desencorajadas a praticar crimes). 
A teoria absoluta (ou retributiva) entende que a pena tem por finalidade PUNIR 
o delinquente, como forma de recompensa pela mal que praticou. 
Já a teoria mista (ou eclética) entende que a pena conjuga ambas as finalidades: 
Punir e prevenir. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D. 
 
34.! (VUNESP – 2014 – PC-SP – PERITO) 
No tocante à temática da prevenção da infração à lei penal, é correto 
afirmar que a prevenção 
(A) secundária consiste em, dentre outras, políticas criminais voltadas 
exclusivamente à reintegração do preso na sociedade. 
(B) terciária consiste em políticas públicas de conscientização de todos 
os cidadãos quanto à importância de se cumprirem as leis, mediante o 
fornecimento de serviços públicos de qualidade, tais como saúde, 
educação e segurança. 
(C) geral busca, por meio da pena, intimidar os indivíduos propensos a 
delinquir, inibindo-os de transgredir a lei penal. 
(D) geral negativa busca, por meio da pena, a reeducação e a 
ressocialização do criminoso. 
(E) primária consiste em, dentre outras, ações policiais de repressão às 
práticas delituosas. 
COMENTÁRIOS: A prevenção, enquanto finalidade da pena, pode ser geral ou 
especial. Será geralquando tiver por finalidade desestimular os demais membros 
da sociedade, a fim de que não pratiquem crimes, utilizando-se da ideia de 
“exemplo”. 
A prevenção especial, por sua vez, se destina ao próprio infrator, ou seja, a pena 
tem a finalidade de evitar que aquele infrator volte a delinquir. 
Outra classificação, menos utilizada é a que divide a prevenção em primária, 
secundária e terciária: 
A prevenção primária é a verdadeira prevenção, pois ela ataca a raiz do mal, ou 
seja, as causas sociais do problema (desemprego, educação, etc.) Ela atua no 
longo prazo e requer forte investimento estatal. 
A prevenção secundária, por sua vez, não quer saber onde e quando conflito 
criminal ocorre ou é gestado, mas onde se manifesta. Opera a curto e médio 
prazos e se destina seletivamente a determinados grupos sociais, notadamente 
aqueles grupos e subgrupos que possuem maior risco de serem os protagonistas 
no cenário criminal, até pela própria seletividade do sistema, que 
convenientemente escolhe os destinatários da norma penal. Aqui, entram em 
cena o legislador (para tipificar condutas), o sistema repressivo policial e 
judiciário, bem como, inclusive, os meios de comunicação. 
 
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 A prevenção terciária, por fim, tem como objeto o preso, ou o condenado, melhor 
dizendo, com o objetivo de evitar a reincidência, possuindo nítido caráter 
punitivo, utilizando-se da pena como forma de prevenção. Aqui surge a ideia de 
prevenção especial e prevenção geral. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C. 
 
35.! (VUNESP - 2014 - PC-SP - ESCRIVÃO DE POLÍCIA) 
A criminologia moderna estuda o fenômeno da criminalidade por meio da 
estatística criminal. Nessa seara, a expressão “cifra dourada” designa. 
A) o total de delitos registrados e de conhecimento do poder público que 
são elucidados. 
B) as infrações penais praticadas pela elite, não reveladas ou apuradas; 
trata-se de um subtipo da “cifra negra”, a exemplo do crime de 
sonegação fiscal 
 C) as infrações penais de maior gravidade, como, por exemplo, o 
homicídio, que, ao ser elucidado, permite ao poder público planejar 
melhor suas ações e alterar a legislação 
D) as infrações penais de menor potencial ofensivo, por enquadrar-se na 
Lei n.º 9.099/95, a exemplo do delito de perturbação do sossego alheio 
E) o percentual de delitos praticados pela sociedade de baixa renda que 
não chega ao conhecimento do poder público por falta de registro, e, 
portanto, não são elucidados 
COMENTÁRIOS: Originalmente desenvolveu-se a ideia de “CIFRAS NEGRAS”, 
para designar o conjunto de crimes que não entravam nas estatísticas oficiais, ou 
que não eram solucionados ou punidos (Geralmente a primeira definição). 
Posteriormente, surgiu a expressão “cifra dourada”, para designar os crimes do 
“colarinho branco”, e que seriam uma espécie de “cifra negra” dos ricos, ou seja, 
as “cifras negras” das condutas criminosas praticadas pelas classes mais 
elevadas. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B. 
 
36.! (VUNESP - 2014 - PC-SP - ESCRIVÃO DE POLÍCIA) 
Uma das formas que o Estado Brasileiro adota como controle e inibição 
criminal é a pena prevista para cada crime, cuja teoria adotada pelo 
Código Penal Brasileiro é a mista, de acordo com o artigo 59 do Código 
Penal, que tem como finalidade a: 
A) prevenção e a retribuição 
B) indenização e a repreensão. 
C) punição e a reparação. 
D) inibição e a reeducação. 
E) conciliação e o exemplo. 
 
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 COMENTÁRIOS: A finalidade da pena, de acordo com o CP, é mista, ou seja, a 
pena é vista como forma de punição (retribuição) e prevenção do delito 
(prevenção especial e prevenção geral). 
Vejamos a redação do art. 59: 
Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, 
à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e conseqüências do 
crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja 
necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime: (Redação dada 
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A. 
 
37.! (VUNESP - 2014 - PC-SP - ESCRIVÃO DE POLÍCIA) 
O conceito de prevenção delitiva, no Estado Democrático de Direito, e as 
medidas adotadas para alcançá-la são. 
A) o conjunto de ações que visam evitar a ocorrência do delito, atingindo 
direta e indiretamente o delito. 
B) o conjunto de ações que visam estudar o delito, atingindo direta e 
indiretamente o criminoso 
C) o conjunto de ações adotadas pela vítima que visam evitar o delito, 
atingindo o delinquente direta e indiretamente. 
D) o conjunto de ações que visam estudar o criminoso, atingindo o ato 
delitivo direta e indiretamente. 
E) o conjunto de ações que visam estudar o crime, atingindo o criminoso 
direta e indiretamente. 
COMENTÁRIOS: No estado democrático de Direito, entende-se como prevenção 
delitiva o conjunto de ações que visam à prevenção da ocorrência do delito. 
Em decorrência deste conjunto de ações, o delito será, naturalmente, atingido, 
direta ou indiretamente. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A. 
 
38.! (UFPR – 2014 – DPE-PR – DEFENSOR PÚBLICO) 
Na Criminologia, é frequente o debate a respeito das funções da pena. 
Segundo a ideia de prevenção especial negativa, a pena teria a função 
de: 
a) ressocializar o condenado, promovendo sua harmônica integração 
social. 
b) retribuir proporcionalmente o mal causado pelo delito. 
c) neutralizar ou segregar o condenado do meio social, impedindo-o de 
cometer novas infrações penais. 
d) reforçar a confiança da coletividade na vigência da norma, 
estimulando a fidelidade ao Direito. 
 
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 e) intimidar e dissuadir a coletividade, de modo que todos se abstenham 
da prática de infrações penais. 
COMENTÁRIOS: A prevenção especial não se destina à sociedade, mas ao 
infrator, de forma a prevenir a prática da reincidência. Pode ser negativa, quando 
busca intimidar o condenado, de forma a que ele não cometa novos delitos por 
medo, ou positiva, quando a preocupação está voltada à ressocialização do 
condenado. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C. 
 
39.! (VUNESP – 2014 – PC-SP – MÉDICO LEGISTA) 
A expressão “cifra negra”, em Criminologia, corresponde ao número de 
a) erros judiciais (decisões judiciais incompatíveis com a realidade dos 
fatos). 
b) crimes ocorridos e não reportados à autoridade. 
c) criminosos reincidentes. 
d) prisões efetuadas injustamente. 
e) crimes ocorridos em ambientes públicos, mas cuja autoria permanece 
ignorada. 
COMENTÁRIOS: A cifra negra corresponde à diferença entre a criminalidade real 
e a criminalidade registrada pelas agências de controle, ou seja, ao número de 
delitos que, por qualquer razão, não chegam ao conhecimento das agências 
formais de controle. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B. 
 
40.! (VUNESP – 2014 – PC-SP – DELEGADO DE POLÍCIA) 
A prevenção criminal que está voltada à segurança e qualidade de vida, 
atuando na área da educação, emprego, saúde e moradia, conhecida 
universalmente como direitos sociais e que se manifesta a médio e longo 
prazos, é chamada pela Criminologia de prevenção 
a) primária. 
b) individual. 
c) secundária. 
d) estrutural. 
e) terciária. 
COMENTÁRIOS: A prevenção criminal que possui tais características é aprevenção primária. A prevenção primária consiste em programas cuja finalidade 
é atacar a causa da criminalidade, ou seja, a origem do problema (desigualdade 
social, pobreza, desemprego, etc.), com resultados de médio a longo prazo. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A. 
 
41.! (PC-SP – 2011 – PC-SP – DELEGADO DE POLÍCIA) 
 
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 A prevenção terciária da infração penal, no Estado Democrático de 
Direito, está relacionada 
a) ao controle dos meios de comunicação. 
b) aos programas policiais de prevenção. 
c) à ordenação urbana. 
d) à população carcerária. 
e) ao surgimento de conflito. 
COMENTÁRIOS: A prevenção terciária recai sobre o condenado, ou seja, visa a 
evitar a reincidência. Pode se dar por meio da escolha da pena mais apropriada, 
pela progressão de regime, que possibilita o reencontro paulatino do preso com 
a sociedade, etc. 
Assim, a população carcerária é um dos destinatários da prevenção terciária 
(embora possa recair sobre os condenados que não estão encarcerados). 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D. 
 
42.! (PC-SP – 2010 – PC-SP – ESCRIVÃO) 
O termo cifra dourada é indicativo 
a) dos crimes praticados por membros da realeza. 
b) da violência doméstica ocorrida nas classes altas e não relatadas à 
polícia. 
c) dos crimes esclarecidos mediante à oferta de uma recompensa. 
d) do número de jovens de alto poder aquisitivo envolvidos com o 
narcotráfico. 
e) dos crimes denominados de “colarinho branco”. 
COMENTÁRIOS: Na verdade, a cifra dourada corresponde aos crimes de 
colarinho branco que não são reportados ou apurados pelas agências de controle, 
normalmente em razão do poder econômico dos infratores. 
Assim, embora crime de colarinho branco não seja sinônimo de cifra dourada, 
esta está vinculada aos crimes de colarinho branco. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E. 
 
6! GABARITO 
 
 
1.! ERRADA 
2.! ERRADA 
3.! CORRETA 
 
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 4.! ERRADA 
5.! CORRETA 
6.! CORRETA 
7.! ERRADA 
8.! ERRADA 
9.! ANULADA 
10.! CORRETA 
11.! ERRADA 
12.! ERRADA 
13.! CORRETA 
14.! CORRETA 
15.! ALTERNATIVA A 
16.! ALTERNATIVA B 
17.! ALTERNATIVA C 
18.! ALTERNATIVA E 
19.! CORRETA 
20.! CORRETA 
21.! ALTERNATIVA D 
22.! ALTERNATIVA E 
23.! ALTERNATIVA B 
24.! ERRADA 
25.! ALTERNATIVA E 
26.! ALTERNATIVA A 
27.! ALTERNATIVA D 
28.! ALTERNATIVA B 
29.! ALTERNATIVA E 
30.! ALTERNATIVA A 
31.! ALTERNATIVA E 
32.! ALTERNATIVA E 
33.! ALTERNATIVA D 
34.! ALTERNATIVA C 
35.! ALTERNATIVA B 
36.! ALTERNATIVA A 
37.! ALTERNATIVA A 
38.! ALTERNATIVA C 
39.! ALTERNATIVA B 
40.! ALTERNATIVA A 
 
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