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Prévia do material em texto

1 
 
 
 
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ 
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, EDUCAÇÃO E LETRAS – CCHEL 
CURSO DE LETRAS – PORTUGUÊS/INGLÊS 
 
 
 
 
 
 
Monique dos Santos Silva 
Nicole Luana Rosa 
 
 
 
 
 
SEQUÊNCIA DIDÁTICA – MITOLOGIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MARECHAL CÂNDIDO RONDON - PR 
2019 
2 
 
“Viver é muito perigoso… Porque aprender a viver é o viver mesmo… O mais difícil 
não é um ser bom e proceder honesto, dificultoso mesmo, é um saber definido o que 
quer, e ter o poder de ir até o rabo da palavra.” 
- Guimarães Rosa 
 
Queridos(as) professores(as), 
 
 O material que vocês têm em mãos foi desenvolvido com muito cuidado e 
carinho pelos(as) acadêmicos(as) de Letras da UNIOESTE do campus de MCRondon, 
do terceiro e do quarto ano. São propostas sobre o trabalho em sala de aula com 
gêneros textuais/discursivos1. Há algumas sequências didáticas2 que inovam em 
apresentar materialidades contemporâneas (próprias da circulação nas mídias 
digitais). Já outras propõem novos caminhos para trabalhos já cristalizados nos livros 
didáticos publicados nas últimas décadas. 
 As atividades organizam-se em “módulos”, cujos procedimentos apontam 
possibilidades para uma sala de aula “real”. No Caderno, há atividades de produção 
inicial, de leitura fruição, de análise linguística, de estudo de gênero, de estudo de 
texto e, por fim, de produção final com vistas à construção de ambientes de 
interlocução. Nossas leituras, centradas no círculo de Bakhtin e nas contribuições da 
Linguística Textual, motivaram a produção de diferentes percursos, cujos caminhos – 
irregulares, dados à falha e ao desvio – desvelam a amplitude pedagógica dos 
gêneros: como ressalta Guimarães Rosa, trabalho de ir até o “rabo da palavra”. 
 Palavra que, a um só tempo, estabelece os culpados, os inocentes, a agitação, 
a construção das perspectivas de mundo, dos sistemas de atribuição de sentido, 
enfim... Palavra que é, como salienta Foucault3, o poder do qual queremos nos 
apropriar. Gêneros discursivos não são, sob essa perspectiva, estruturas textuais 
rígidas. São eles próprios a matéria que, mais ou menos, estabiliza a linguagem em 
todas as suas complexidades e vicissitudes. 
 
1 Cf. MARCUSCHI, Luiz Antônio. Produção de texto, análise de gêneros e compreensão. 
São Paulo: Parábola Editorial, 2008. 
2 Baseamo-nos no formato proposto por Dolz e Schneuwly, conforme a leitura e apresentação 
de Marcuschi (2008). 
3 Cf. FOUCAULT, Michel. A ordem do discurso. Trad. Laura Fraga de Almeida Sampaio. 
25.ed. São Paulo: Loyola, 2005. 
 
3 
 
 Acompanhar os(as) acadêmicos(as) nesses (des)caminhos tem sido um 
privilégio. Este trabalho concretiza muitas discussões, muitas leituras, muitos 
fichamentos, muitas lágrimas, muitas risadas, muitas reflexões acerca do aluno e dos 
textos em sala de aula e muitas tentativas de, a despeito de um ambiente tão adverso, 
contribuir com a educação de qualidade. Pelo poder da palavra – e só dela – esses 
alunos se constituem professores. As sequências didáticas foram uma pedra desse 
edifício, um tijolo dessa construção, uma expressão enunciativa do “simpósio 
universal”4 das vozes. 
 Esperamos que as atividades deste Caderno concretizem a interlocução das 
aulas da licenciatura e possibilitem, também, aos alunos do Ensino Fundamental II e 
do Ensino Médio, participar do nosso incerto diálogo. Incerto porque, na movência 
discursiva que constitui o nosso discurso em sala de aula, “aprender a viver é o viver 
mesmo”. 
 
 Ótima leitura! 
 
 
Rafael de Souza Bento Fernandes 
Docente do Colegiado do Curso de Letras-Português/Alemão/Espanhol/Inglês 
da UNIOESTE – campus de MCRondon 
Doutor em Letras pela UEM/ Universidade de Coimbra (PDSE-2016) 
rafaelsbfernandes@hotmail.com 
 
Mirian Schröder 
Docente do Colegiado do Curso de Letras-Português/Alemão/Espanhol/Inglês 
da UNIOESTE – campus de MCRondon 
Doutora em Letras pela UFPR 
msmirian@hotmail.com 
 
 
 
 
4 Cf. FARACO, Carlos Alberto. Linguagem e diálogo: as ideias linguísticas do círculo de 
Bakhtin. São Paulo: Parábola Editorial, 2009. 
4 
 
 
 
 
 
 
Monique dos Santos Silva 
Graduanda do Curso de Letras – Português/Alemão 
E-mail: moniqsantos@outlook.com 
 
Nicole Luana Rosa 
Graduanda do Curso de Letras – Português/Inglês 
E-mail: rosa.nicoleluana@gmail.com 
 
 
 
 
 
 
Professor(a), caso tenha utilizado em sala, envie-nos o seu relato! 
 
 
 Para citar esse trabalho: 
 
SILVA, Monique dos Santos; ROSA, Nicole Luana. Sequência didática – Mito. In: 
FERNANDES, Rafael de S. B.; SCHRÖDER, Mirian (Orgs.). Caderno de sequências 
didáticas. s/ editora: Marechal Cândido Rondon, 2019. 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
 
 
 
 
 
 
O mito é o nada que é tudo. 
O mesmo sol que abre os céus 
É um mito brilhante e mudo — 
O corpo morto de Deus, 
Vivo e desnudo. 
Este, que aqui aportou, 
Foi por não ser existindo. 
Sem existir nos bastou. 
Por não ter vindo foi vindo 
E nos criou. 
Assim a lenda se escorre 
A entrar na realidade, 
E a fecundá-la decorre. 
Em baixo, a vida, metade 
De nada, morre. 
 
 
Fernando Pessoa 
Primeiro, ULISSES 
 
 
6 
 
1. CONSIDERAÇÕES TEÓRICAS SOBRE A PERTINÊNCIA PARA O TRABALHO 
COM O GÊNERO MITO NO ENSINO FUNDAMENTAL II 
 
 
Desde as primeiras manifestações, que surgiram acerca da linguagem, há mais 
de 2.500 anos na índia, com Paganini, os objetivos dos homens eram relacionados à 
intenção religiosa, a fim de que se expandissem tais informações e alcançassem o 
maior número de pessoas. Com o passar dos tempos, os objetivos não se 
distanciaram muito deste que o iniciou. 
O homem evoluiu, aprendeu a utilizar diversas técnicas para sobreviver, e 
também para se comunicar, tornando possível a segregação de sociedades e as 
trocas culturais entre as diferentes culturas. A partir deste ponto, se iniciaram diversas 
explicações acerca de diferentes questões, incluindo o surgimento do mundo, dos 
seres e de tudo que nele habita. Estas histórias, contadas dentro de determinadas 
sociedades com o intuito de explicar a origem do universo, eram conhecidas como 
“mitos”. Textos que se referem a um conjunto de narrativas maravilhosas e lendas de 
distintos gêneros que, transmitidos em sua maioria nos discursos orais, propiciaram a 
muitos povos explicações contínuas sobre suas origens. 
 Como apontado por Branco (s.d, p. 60), “as características comuns a todos os 
deuses gregos deram a conhecer a sua relação com os fenômenos da natureza, cujas 
forças regiam a sua figura antropomórfica, baseada em modelos e costumes 
humanos.” Assim, alguns detalhes do gênero mito serão elencados com mais 
detalhes, justamente por se tratarem de pontos fundamentais para compreender suas 
origens e sua importância no momento histórico de propagação. 
 Para Branco (s.d), é a partir destas situações lendárias e mitológicas que se 
torna difícil o trabalho de distinguir a fantasia da realidade, pois as abordagens da 
problemática do mito histórico sofreram alterações de acordo com as tradições 
religiosas dos povos. 
 Portanto, ao se tratar de um gênero fictício, envolvendo interpretações sobre o 
que determinavam tais mitos, levando-se em consideração a cultura que o permeava, 
o trabalho com o gênero mito será elaborado para alunos do 7° ano das redes de 
ensino. Caso se faça necessário, o trabalho pode ser modificado para o trabalho com 
turmas anteriores/posteriores. Faz-se imprescindível que ao final deste trabalho os 
alunos compreendam a importância do gênero mito, visto que: 
 
7 
 
O mito surge como o lugar por excelência onde deviam refugiar-se 
sublimações e símbolos. A mitologia antiga seria, por isso, um 
verdadeiro subconsciente dos povos antigos, onde se encontrariam as 
suas aspirações, os seus temores e os seus terrores, tudo o que a moral 
consciente recusava ou não sabia interpretar. Por outro lado, os mitos 
vieram trazer umanova visão do Universo, uma visão baseada na 
fantasia, na imaginação e no mundo do sonho, embora com um cunho 
já de âmago espiritual e imortal. (BRANCO, s.d, p 72) 
 
 Como bem apontado por Garcia e Vignoli (2014), o gênero mitologia, embora 
remonte a tempos primórdios, é atualmente disseminado através de diversos outros 
discursos, como campanhas publicitárias, filmes, conteúdos literários e demais 
gêneros que utilizam de diversos artifícios para assim se apropriarem da mitologia. 
Com o intuito do aluno expandir seu desempenho quanto à escrita, oralidade, 
interação e senso crítico, as autoras abordaram o gênero narrativa mitológica em uma 
turma de nono ano, através de diversas atividades elaboradas. 
 Com base em Geraldi (1983), as defende-se a concepção de linguagem como 
expressão do pensamento, instrumento de comunicação e como forma de interação. 
A partir das Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná, salientamos a importância 
do discurso como prática social, e no desdobramento didático-pedagógico na inserção 
das aulas de Língua Portuguesa. 
 A partir de tais posicionamentos teóricos a metodologia de sequência didática 
em Garcia e Vignoli (2014) foca nos gêneros discursivos que, segundo a visão 
bakhtiniana, estão intimamente ligados às esferas de atividade humana. A SD tem 
caráter modular e é dividida em: produção inicial, na qual é exposto o gênero que será 
trabalhado, suas características e situações de emprego; uma primeira produção é 
então elaborada. A partir disto, os problemas são elencados e trabalhados 
detalhadamente para que posteriormente seja possível a produção final pertencente 
ao gênero. 
 Após uma breve definição de mito e sua importância histórica, pontuamos 
exemplos atuais em que o gênero foi empregado, tais como: filmes, publicidades, 
histórias em quadrinhos, e até mesmo os heróis folclóricos. Dessa forma, entendemos 
que: 
 
O mito é uma narrativa determinada pela sua cultura e atrelada a ela, 
entretanto, procura explicar às outras culturas, o seu lugar. O 
comportamento mitológico é admitido e reconhecido na sociedade 
atual, até, e, principalmente, ao se perceber o desejo natural que o 
8 
 
homem tem de retornar às suas origens, de questionar o princípio das 
coisas e de si próprio. (GARCIA E VIGNOLI, 2014, p 10) 
 
 Portanto, o estudo de gêneros narrativos é um papel importante a ser 
desempenhado pela escola, visto que para muitos alunos é o único lugar de contato 
com os mais diversos gêneros textuais, e que de forma direta ou indireta se fazem 
presentes em nosso cotidiano. 
Na sequência didática ora apresentada, priorizou-se desenvolver estratégias 
que levassem ao desenvolvimento de habilidades para a elaboração de uma produção 
textual individual do gênero mito. Para tal, o trabalho foi dividido em sete 
etapas/módulos. A primeira atividade da sequência didática serve para que o 
professor seja capaz de realizar um diagnóstico dos conhecimentos prévios dos 
alunos sobre o gênero, ou seja, os aprendizes são orientados, primeiramente, a 
escrever um mito com base em leituras bases apresentadas no anexo da primeira 
etapa. 
Em seguida, o módulo 1 (M1) visa fomentar nos educandos o interesse pela 
leitura por meio de um jogo de RPG5 que estimule a leitura fruição e a sensibilidade 
de identificação em relação ao gênero. Ou seja, a finalidade master da aplicação 
desse jogo é a diversão em companhia com a leitura e não exatamente a necessidade 
de se obter respostas corretas e/ou erradas em relação às especificidades do gênero 
mito, embora entendamos que o contato com questões do jogo que relacionam-se 
com o estilo e a estrutura do gênero também tragam, de maneira positiva, um primeiro 
contato com tais assuntos. Além disso, é importante destacar que, devido ao seu 
tamanho, o jogo e sua forma de aplicação encontram-se ao final de trabalho para que 
seja possível uma impressão e melhor entendimento por parte do educador. 
Já o segundo módulo (M2), é um módulo de estudo de texto e se apresenta por 
meio de uma lista de exercícios que serve para que seja possível aprofundar o 
trabalho com o reconhecimento das estruturas básicas do mito, que foram 
previamente vistas de modo lúdico por meio do jogo de RPG. 
 Em seguida, sugere-se que, no módulo estudo de gênero (M3), o professor estude 
previamente a combinação de ações que foram desenvolvidas para que a aula 
 
5 Oriunda do inglês, a sigla significa Role Playing Game. Estilo de jogo no qual os participantes 
interpretam seus personagens, criando narrativas, histórias e um enredo guiado por uma delas, que 
geralmente leva o nome de mestre do jogo. 
9 
 
ocorra de forma expositiva e prática. Por meio desta aula, será possível trazer à luz 
conceitos relacionados ao estilo, linguagem, conteúdo e etc. 
No quarto módulo (M4), alguns aspectos linguísticos, tais como: a 
personificação e o campo associativo, foram inferidos por dedução, sendo possível a 
reflexão do aplicador em realizar ou adaptar o módulo de acordo com as 
necessidades, conhecimentos e dificuldades da turma. 
O quinto e penúltimo módulo (M5) pretende fazer com que uma pesquisa seja 
motivada inicialmente em sala e que seja concluída em casa por parte dos alunos. 
Acreditamos que para uma boa aproximação de um gênero e tudo o que este significa, 
se faz necessário contatos diversos com leituras e réplicas diversas de mitos. Só 
dessa forma será possível alcançar bons resultados na linha de trabalho, isto é, 
entendemos que o tempo fornecido em sala nem sempre é o suficiente, é importante 
que encantemos os aprendizes na construção dos saberes da leitura. 
Por fim, a última etapa da sequência didática está reservada para a produção 
final do gênero mito. A esta altura, espera-se um bom amadurecimento de ideias, 
reflexões e laços linguísticos e literários dos alunos em relação ao gênero. Todavia, 
como já mencionado anteriormente, não esperamos restringir o trabalho pedagógico 
do professor, haja visto que apenas o educador poderá entender – por meio da 
resposta da turma às atividades-, a necessidade de aumentar, adaptar, modificar, 
excluir e reordenar quaisquer etapas e módulos apresentados no trabalho até então. 
Além do exposto acima, objetiva-se, por meio desta SD, fazer com que o aluno 
consiga ter clareza dos aspectos de estrutura composicional, estilo e conteúdo 
temático do gênero, assim como desenvolver autonomia para criar infinitas réplicas 
do mito, pois: “Conhecer um gênero de texto também é conhecer suas condições de 
uso, sua pertinência, sua eficácia, ou de forma mais geral, sua adequação em relação 
às características desse contexto social” (BRONCKART, 1999, p. 48). 
Quanto à importância de se trabalhar gêneros em sala, é importante destacar 
que seguimos os ideais de Marcuschi (2002 p.10): “quando dominamos um gênero 
textual, não dominados uma forma linguística e sim uma forma de realizar 
linguisticamente objetivos específicos em situações particulares”. 
Ou seja, conseguir desenvolver nos aprendizes as habilidades necessárias de 
escrita e reflexão sobre diversos gêneros significa tornar o aluno um cidadão atuante 
em seu meio e inseri-lo nas práticas sociais enquanto ser que não se limita em seu 
pensar e agir. Sendo assim, gostaríamos de destacar as palavras do estudioso ao 
10 
 
afirmar que: “A apropriação dos gêneros é um mecanismo fundamental de 
socialização, de inserção prática nas atividades comunicativas humanas.” 
(BRONCKART, 1999, p.103). 
Por isto, é importante esclarecer todas as dúvidas encontradas durante a 
trajetória do estudo que será realizado com a turma, para que ao final sejam capazes 
de identificar tal gênero dentro de contextos mais amplos, bem como compreender 
sua função e suas apropriações culturais. 
 
2. PUBLICAÇÃO E CONSTRUÇÃO DA INTERLOCUÇÃO 
 
 A SD em questão destina-se a turmas do sétimo ano, e a produção do gênero 
poderá ser realizada em sala de aula,conforme o cronograma exposto em sequência, 
visando que ao final o aluno esteja apto para a realização da criação de um mito, 
considerando o gênero estudado e suas especificidades. 
As aulas em questão contam com o tempo mínimo de 8 horas aulas, e após as 
produções finais, tais textos poderão ser reunidos pelo professor/coordenador e 
disponibilizados à biblioteca em forma de coletânea de mitos. Além disso, sugerimos 
que outras turmas e/ou séries também desenvolvam suas coletâneas, dessa forma, 
poderia haver na escola uma troca de livros entre turmas, além de uma pequena 
premiação para a série que desenvolver o livro mais lido pela escola. Sendo assim, a 
SD em questão ajuda a fomentar a escrita de potenciais escritores e a leitura rotineira 
no ambiente de ensino. 
 
3. BREVE DESCRIÇÃO DOS MÓDULOS 
 
 Quadro 1. Fonte: autoral. 
MÓDULO FORMA DE APLICAÇÃO MATERIAIS 
PRODUÇÃO INICIAL Quebra-gelo com 
coletânea de mitos e 
produção de um texto do 
gênero para levantamento 
de dados. 
Anexo I - Coletânea de 
textos + Comanda de 
produção inicial. 
11 
 
M1. LEITURA FRUIÇÃO Aula com jogo de RPG: 
enfoque está nos 
múltiplos textos da 
biblioteca e na 
intertextualidade entre 
acervo e Background 
story, cartas e tabuleiro. 
Anexo II – II.I – Cartas; 
Anexo II.II - Biblioteca de 
mitos; 
Anexo II.III - Background 
story; 
Anexo II.IV- Tabuleiro; 
Anexo II.V- Pergaminhos. 
M2. ESTUDO DO TEXTO Lista de exercícios para 
aprofundar o trabalho com 
o reconhecimento das 
estruturas básicas do 
mito. 
Anexo III - Lista de 
exercícios. 
M3. ESTUDO DO 
GÊNERO 
Aula expositiva e prática 
(tripé: apresentação, 
fixação e prática). 
Anexo IV.I – Material de 
apoio; 
Anexo IV.II - Slides; 
Anexo IV.III – Exercícios; 
Anexo IV.IIII – Dinâmica. 
M4. ANÁLISE 
LINGUÍSTICA 
Aula expositiva e 
dinâmicas relacionadas à 
personificação e campo 
associativo. 
Anexo V.I – Exercícios; 
Anexo V.II – Gincana. 
M5. PESQUISA Aula sobre mitologias e 
orientação sobre pesquisa 
orientada. 
Anexo VI.I - Estudo das 
mitologias; 
Anexo VI.II – Trabalho em 
grupo. 
PRODUÇÃO FINAL Produção final do gênero 
mito. 
Anexo VII.I – Comanda. 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
PRODUÇÃO INICIAL 
 
ANEXO I 
 
ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS: 
Essa aula tem por objetivo apresentar o gênero mito pela primeira vez à turma. 
Além disso, este será o primeiro módulo de uma sequência didática que tem por 
objetivo desenvolver conhecimentos suficientes para uma futura produção do gênero. 
Por meio da atividade do módulo de produção inicial, o professor poderá ativar 
os conhecimentos prévios dos alunos e aferir facilidades, dificuldades e compreensão 
do gênero textual mito. 
É importante ressaltar que os módulos na sequência antecipam eventuais 
dificuldades que os alunos possam demonstrar em suas produções iniciais. 
Para o módulo de produção inicial, os alunos receberão uma folha de atividades 
com uma coletânea de textos, pertencentes aos mais diversos gêneros, a fim de que 
sensibilize os alunos para o tema proposto. Conforme os Parâmetros Curriculares 
Nacionais, estabelecidos em 1998, torna importante que o aluno desenvolva leituras 
diversas do sentido/intenção que tais textos carregam, pois “o trabalho de reflexão 
deve permitir-lhe tanto o reconhecimento de sua linguagem e de seu lugar no mundo 
quanto a percepção das outras formas de organização do discurso, particularmente 
daquelas manifestas nos textos escritos.” (PCN, 1998, p 47). Portanto, cada texto será 
discutido e analisa de forma conjunta. 
O texto I apresenta uma pintura a óleo de Michel Angelo Merisi da Caravaggio. 
Aqui será discutido com os alunos se já ouviram falar nesta lendária figura de Medusa, 
e qual característica tornava-a marcante (o fato de ela transformar quem a olhasse 
diretamente nos olhos em estátuas de pedra). O texto II, será lido com a turma a 
pequena narrativa sobre Istar, deusa do amor, e Tammuz, deus das searas. Após, 
pedir que identifiquem o eu lírico do poema que segue, o qual se trata de um ser 
apaixonado, que usa como referência o mito de Istar e Tammuz para se declarar ao 
seu amado. Já no texto III, o uso de uma imagem de um dos filmes da atualidade 
requer dos alunos conhecimento prévio de mundo, no qual terão que identificar de 
quais personagens se trata a trama. Thor é um deus, o qual gerou inúmeras 
possibilidades de narrativas, com filmes relacionados a sua vida. Posteriormente, no 
13 
 
texto IV, será passada à turma a música de Zé Ramalho, que se trata do mito de 
Hércules e seus doze trabalhos, que segundo rege a história, lhe foram depositados 
a cumprir. No último texto, recorre-se a história em quadrinhos, na qual o interlocutor 
cria um sentido irônico durante uma conversa dos deuses, como se estivessem 
conversando no mundo atual. Utilizando-se do recurso linguístico no primeiro 
quadrinho, com a palavra “zap”, e posteriormente, mandando um ‘raio’ para a terra, 
mandando assim sua mensagem à Hércules. 
Em sequência, ao término das discussões sobre os textos, espera-se que a 
partir da intertextualidade, os aprendizes adentrem no mundo dos mitos, o que é 
importante, conforme apontam os PCNs (1998): 
 
A discretização de conteúdos, ainda que possa provocar maior 
distanciamento entre o aspecto tematizado e a totalidade do 
texto, possibilita a ampliação e apropriação dos recursos 
expressivos e dos procedimentos de compreensão, interpretação 
e produção dos textos, bem como de instrumentos de análise 
linguística. (p. 48) 
 
Portanto, conforme a proposta de escrita inferida ao final das atividades, os 
alunos serão orientados a produzir um mito. Os textos serão lidos e discutidos entre 
professor e alunos. 
O resultado da produção inicial poderá ser utilizado pelo professor para 
desenvolver outros módulos e/ou modificar atividades conforme a necessidade 
demonstrada pelos aprendizes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
 
 
1. COLETÂNEA DE TEXTOS 
TEXTO 1: 
Medusa, Medusah ou Medusa de Caravaggio é uma pintura a óleo sobre tela 
montada sobre madeira (não é talha dourada), de Michel Angelo Merisi da 
Caravaggio. 
 
 
Adaptado de: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Medusa_(Caravaggio)>. Disponível em 09 
setembro 2019. 
TEXTO 2: 
Istar, deusa do amor, apaixonou-se por Tammuz, deus das searas. Por uma 
causa mal definida, Tammuz morreu, causando violenta dor em Istar que, 
desesperada, resolveu descer aos infernos onde reinava sua irmã Ereshkigal, a fim 
de libertá-lo. 
Conseguindo que lhe abrissem as portas transpôs os sete muros deixando em 
cada porta uma peça de sua roupa e chegou até Ereshkigal que desencadeou contra 
ela 60 moléstias e a prendeu em seu palácio. O cativeiro de Istar causou tal desolação 
na terra que os deuses enviaram um mensageiro, munido de poderes mágicos, para 
libertá-la. Ereshkigal teve de ceder e Istar, aspergida com a água da vida, transpôs de 
novo as sete portas, acompanhada de Tammuz. 
Tal qual Istar 
 
Tal qual Istar 
eu não hesitaria 
15 
 
um só instante 
em descer aos infernos 
para te resgatar. 
 
Tal qual Istar 
violenta dor sofri 
e, em nome dessa dor, 
sete vezes sete, 
eu atravessaria 
as sete portas do inferno 
indiferente aos males 
que pudessem me afetar. 
 
Tal qual Istar 
eu poderia, então, 
enfim te amar. 
Fonte: <https://www.recantodasletras.com.br/artigos/724968>. Acesso em 09 setembro 2019. 
TEXTO 3: 
 
 
Fonte: <http://collider.com/thor-captain-america-marvel-post-converting-3d-chris-hemsworth-anthony-hopkins-
tom-hiddleston-image/>. Acesso em 09 setembro 2019. 
TEXTO 4: 
 
Os Doze Trabalhos de Hércules - Zé Ramalho 
Os doze trabalhos de Hércules, destino que Zeus lhe deu, 
castigos ou penitências nas ordens do rei Eristeu, 
caçar o leão da lua em cuja pele nada penetra, a hidra 
de lerna, dragões, 9 cabeças tão imortais, ou a corsa 
dos pés de bronze, a cerinita dos chifres de ouro,golpes de clava vão destruir o javali do monte erimanto, 
os cavalos do Rei Algias, cavalariças para limpar, 
16 
 
muitos perigos esperam Hércules, tantos segredos por 
desvendar, como as aves do lago estinfale, o touro 
louco da ilha de Creta, de Diomédes trazer seus 
cavalos, e da rainha do Hipólita o cinto, os bois do Rei Gerião 
outro gigante para enfrentar, tirar o pomo do jardim 
da Hespéride, matar a cérbero que é o cão do mau, os doze 
trabalhos de Hércules a todos ele ira comprir, herói 
dos heróis da Grécia, com muitos deuses ira seguir,como as aves do lago estinfale, 
o touro louco da ilha de Creta, de Diomédes trazer seus 
cavalos, e da rainha do Hipólita o cinto, os bois do Rei Gerião 
outro gigante para enfrentar, tirar o pomo do jardim 
da Hespéride, matar a cérbero que é o cão do mau, os doze 
trabalhos de Hércules a todos eles ira comprir, herói 
dos heróis da Grécia, com muitos deuses ira seguir. 
Disponível em: <https://www.letras.mus.br/ze-ramalho/1160822/>. Acesso em 20 março 2019. 
 
TEXTO 5: 
 
Disponível em: <https://twitter.com/quadrinhosltda/status/996358802072104960?lang=ca>. Acesso em 20 março 
2019. 
 
 
 
 
 
17 
 
 
 
 
2. PROPOSTA DE ESCRITA: 
COMANDO: Ao procurar explicar as origens do mundo e do homem por meio de 
personagens sobrenaturais como deuses ou semideuses, os mitos reúnem fatos reais 
com imaginários que se tornaram parte de uma tradição histórica de um povo e sua 
língua. Tendo por base a leitura da coletânea de textos e os seus conhecimentos 
prévios, desenvolva um mito, com possibilidade de publicação. 
 
 
 
 
______________________________ 
 
1 
 
2 
 
3 
 
4 
 
5 
 
6 
 
7 
 
8 
 
9 
 
10 
 
 
11 
 
12 
 
13 
 
 
18 
 
 
 
 
M1. LEITURA FRUIÇÃO 
ANEXO II 
ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS: 
Por se tratar de um RPG, o jogo conta com diversos personagens 
representados por seus respectivos cards cada um contendo nome do mito grego, 
pontos de vida totais e habilidade especial. 
Cada card será controlado por um grupo/trio de alunos que tentarão alcançar 
seus objetivos. O jogo mescla elementos clássicos do RPG com elementos de jogos 
casuais de tabuleiro, envolvendo movimentação pelo mapa através das perguntas dos 
pergaminhos respondidos corretamente por eles e guiadas pelo professor/a. 
 Vinte pergaminhos foram planejados com perguntas envolvendo questões 
referentes ao gênero textual mito, cujas respostas corretas determinarão o avanço dos 
jogadores e sua movimentação dentro do tabuleiro. 
O jogo se inicia do seguinte modo: os trios/grupos retirarão uma carta com seu 
personagem (Titãs), e em seguida, o professor (guia da partida) guiará os alunos a 
procurarem os pergaminhos que estarão escondidos pela sala/escola (fica a critério 
do professor regente o espaço que delimitará para realizar esta atividade). Esse 
pergaminho contará com o Background story que deverá ser lido para toda turma para 
que a ambientação de cenário/história/enredo possa ser harmonizada durante o jogo. 
 O professor enquanto guia dirá qual o objetivo do jogo: matar Urano. Os Titãs 
começarão a partida na torre de vigia no canto inferior direito do mapa. A cada rodada, 
o grupo efetuará uma rolagem de dados, cujo resultado especificará qual pergaminho 
deverá ser lido e respondido pelos alunos. 
 
19 
 
A soma total dos dados será 20, sendo assim, existem 20 perguntas a serem 
respondidas, 1 a cada rodada. Uma resposta correta determinará um avanço no 
tabuleiro previamente descrito e especificado no pergaminho, já uma resposta 
incorreta, representa um retrocesso na jornada para matar Urano e um dano ao 
personagem que poderá acarretar em sua derrota na batalha. 
Como o objetivo do jogo é derrotar Urano, este se encontrará no templo do céu 
(ver mapa - Anexo II.IV). Os jogadores que chegarem primeiro até lá, poderão escolher 
como matarão seu inimigo. 
 Para que os alunos consigam chegar nas respostas adequadas, será 
necessária uma visita ao labirinto. Este local deve ser montado previamente em um 
local específico da sala com uma biblioteca de mitos. Este local será determinante 
para que os alunos consigam responder as questões, uma vez que eles precisarão 
entrar em contato com os mitos para entender as questões sobre o gênero. Dessa 
forma, os alunos além de estimularem sua percepção quanto ao gênero, entrarão em 
contato com diversos textos exemplares do gênero trabalhado, de forma prazerosa. 
O jogo envolve perguntas relacionadas ao gênero textual em estudo, além de 
envolver os alunos estimulando sua criatividade, imaginação e socialização com um 
conteúdo rico presentes nos mitos gregos. 
O guia da partida tem a obrigação e o dever de manter a ordem do jogo e 
conferir todas as respostas dos jogadores. Caso elas estejam erradas, o guia deverá 
conferir se os alunos tiveram seu damage recebido, bem como verificar as rodadas 
nas quais os jogadores não poderão jogar. 
Caso algum personagem não cumpra seu damage ele estará imediatamente 
morto/fora da partida. O guia poderá narrar um golpe certeiro de Urano para tanto. 
Assim como o guia em conjunto com os alunos que chegarem primeiro até Urano, 
poderão narrar a batalha final do jogo. 
O guia ficará responsável por entregar os pergaminhos correspondente ao 
número de dados de cada rolagem. 
Não é permitido que os jogadores criem outros objetivos ou que tentem matar 
Urano longe de sua morada. 
 
 
 
20 
 
 
 
 
 
 
 
ANEXO II.I 
 
 
 
21 
 
 
ANEXO II.II 
 
 I - UM MUNDO CAÓTICO - A CRIAÇÃO DO MUNDO 
Na origem, nada tinha forma no universo. Tudo se confundia, e não era possível 
distinguir a terra do céu nem do mar. Esse abismo nebuloso se chamava Caos. 
Quanto tempo durou? Até hoje não se sabe. 
Uma força misteriosa, talvez um deus, resolveu pôr ordem nisso. Começou 
reunindo o material para moldar o disco terrestre, depois o pendurou no vazio. Em 
cima, cavou a abóbada celeste, que encheu de ar e de luz. Planícies verdejantes se 
estenderam então na superfície da terra, e montanhas rochosas se ergueram acima 
dos vales. A água dos mares veio rodear as terras. Obedecendo à ordem divina, as 
águas penetraram nas bacias para formar lagos, torrentes desceram das encostas, e 
rios serpearam entre os barrancos. 
Assim, foram criadas as partes essenciais de nosso mundo. Elas só esperavam 
seus habitantes. Os astros e os deuses logo iriam ocupar o céu, depois, no fundo do 
mar, os peixes de escamas luzidias estabeleceriam domicílio, o ar seria reservado aos 
pássaros e a terra a todos os outros animais, ainda selvagens. 
Era necessário um casal de divindades para gerar novos deuses. Foram Urano, 
o Céu, e Gaia, a Terra, que puseram no mundo uma porção de seres estranhos. 
 
II - URANO E GAIA 
 Da união deles nasceram primeiro seis meninos e seis meninas, os Titãs e as 
Titânides, todos de natureza divina, como seus pais. Eles também tiveram filhos. 
22 
 
Um deles, Hiperíon, uniu-se à sua irmã Téia, que pôs no mundo Hélio, o Sol, e 
Selene, a Lua, além de Eo, a Aurora. Outro, Jápeto, casou-se com Clímene, uma filha 
de Oceano. Ela lhe deu quatro filhos, entre eles Prometeu. O mais moço dos Titãs, 
Crono, logo, logo ia dar o que falar. 
A descendência de Urano e Gaia não parou nesses filhos. Conceberam ainda 
seres monstruosos como os Ciclopes, que só tinham um olho, bem redondo, no meio 
da testa, e os Cem-Braços, monstros gigantescos e violentos. Os coitados viviam no 
Tártaro, uma região escondida nas profundezas da terra. Nenhum deles podia ver a 
luz do dia, porque seu pai os proibia de sair. 
Gaia, a mãe, quis libertá-los. Ela apelou para seus primeiros filhos, os Titãs, 
mas todos se recusaram a ajudá-la, exceto Crono. Os dois arquitetaram juntos um 
plano que deveria acabar com o poder tirânico de Urano. 
Certa noite, guiado pela mãe, Crono entrou no quartodos pais. Estava muito 
escuro lá, mas o luar lhe permitiu ver seu pai, que roncava tranquilo. Com um golpe 
de foice, cortou-lhe os testículos. Urano, mutilado, berrou de raiva, enquanto Gaia 
dava gritos de alegria. Esse atentado punha fim a uma autoridade que ela estava 
cansada de suportar, e a inútil descendência deles parava aí — ou quase... Algumas 
gotas de sangue da ferida de Urano caíram na terra e a fecundaram, dando origem a 
demônios, as Erínias, a outros monstros, os Gigantes, e às ninfas, as Melíades. 
 
III - CRONO 
Vencedor de seu pai Urano, Crono se tornou o senhor todo-poderoso do 
universo. Em vez de beneficiar seus parentes, libertando os irmãos, preferiu reinar 
sozinho e os deixou encerrados nas profundezas da terra. Sua mãe, furiosa, predisse 
seu fim: 
"Você também, filho meu, será deposto do trono por um dos seus filhos!" 
 Temendo a realização dessa profecia, Crono fez como o pai: arranjou um jeito 
de eliminar os filhos que lhe dava sua esposa Réia. Cada vez que nascia um, ele o 
devorava. Isso ocorreu com cinco recém-nascidos. 
 A mãe deles, desesperada, foi ver Gaia: 
"Querida avó, preciso da sua ajuda. Seu filho faz desaparecer todos os filhos 
que concebo. Um sexto acaba de nascer. E um menino. Ajude-me a salvá-lo!" 
23 
 
"Você precisa ser mais astuciosa do que ele, minha filha", respondeu-lhe 
maliciosamente Gaia. "Enrole uma pedra numa coberta e entregue a Crono, no lugar 
do bebê. Ele nem vai desconfiar e vai engolir a pedra, como engoliu os outros filhos!" 
 A profecia de Gaia não tardaria a se realizar: o bebê que elas acabavam de 
salvar era Zeus. O jovem deus logo tomou do pai o poder absoluto sobre o mundo... 
 
IV 
O COMBATE DE ZEUS E A DIVISÃO DO MUNDO 
O menino foi criado às escondidas numa gruta da ilha de Creta. Réia teve a 
idéia de confiar sua educação aos Curretes, demônios que tinham o costume de 
dançar batendo as armas umas contra as outras. De fato, Réia, preocupada em 
proteger o filho, contava com o barulho do bronze para encobrir o choro do bebê. 
Cercado pelas ninfas do lugar, o menino cresceu alimentado com o leite da cabra 
Amaltéia e com o mel que as abelhas do monte Ida forneciam. Essa infância secreta 
transcorreu harmoniosamente, sem que Crono descobrisse a existência de seu sexto 
filho. 
Já crescido, Zeus sonhava em destronar o pai, mas não conseguiria fazer isso 
sozinho. Teve então a idéia de lhe dar uma bebida que o obrigasse a vomitar os filhos 
que engolira. O efeito foi fulminante. Libertados seus irmãos, Zeus pôde se lançar com 
eles num duro combate contra Crono e os Titãs. 
Após dez anos de luta, a guerra ainda continuava. Gaia decidiu ajudar Zeus e 
seu grupo, revelando-lhe o conteúdo de uma velha profecia: "Você não poderá nunca 
vencer a exército de seu pai sem o auxílio dos Ciclopes e dos outros gigantes. Desça, 
pois, às profundezas do Tártaro, onde estão encerrados. Liberte-os, e eles lhe darão 
o trovão, o relâmpago e o raio!". 
Zeus seguiu esse conselho e, com a ajuda dos Ciclopes, dos Cem-Braços e 
dos Gigantes, conseguiu derrotar o pai. 
Como tinha vencido graças a seus irmãos Hades e Posêidon, Zeus partilhou 
com eles o domínio do mundo. 
O universo se dividia em três regiões: o céu estrelado e a terra eram a primeira; 
o oceano, que rodeava a terra, a segunda, e, por fim, vinham as partes subterrâneas. 
A sorte destinou a cada um seu reino. Zeus recebeu a parte luminosa e terrestre. Suas 
armas simbolizavam as forças celestes. Coube a Hades a parte subterrânea, para 
24 
 
onde vão os mortos: foi reinar no Inferno, sobre o povo das Sombras. Posêidon, enfim, 
fixou seu poder sobre todos os elementos líquidos, os mares e os rios que percorrem 
a terra. 
 
V 
POSEIDON 
O palácio dourado do deus marinho cintilava nas águas profundas e calmas de 
uma ilha. Posêidon vivia ali em companhia da rainha Anfitrite. Às vezes saía do fundo 
arenoso; o mar então se abria para deixar seu carro passar. E ao lado dele se viam 
as ninfas e os monstros pulando de alegria. 
Seus passeios nem sempre eram de bom agouro. O deus era muito irritadiço. 
Quando sua raiva chegava ao auge, ele surgia das águas brandindo seu tridente. 
Podia desencadear tempestades e promover a subida da água dos rios, que 
transbordavam. Também sabia fazer o chão tremer, provocando os terremotos. Por 
isso, os homens o temiam e tomavam a precaução de lhe oferecer esplêndidos 
sacrifícios antes de iniciar uma viagem no mar. 
 
ANEXO II.III 
No princípio de todos os mitos, houve um tempo em que nada existia no 
Universo além do Caos – a mais antiga, a mais inexplicável, a mais absurda das 
divindades. Nenhum poeta e nenhum filósofo grego imaginava o que teria existido 
antes dele: era o primeiro dos deuses, a sombra da loucura e confusão que está nas 
profundezas de tudo o que existe. 
O Sol não iluminava o dia, e a Lua não brilhava à noite. Não havia chão para 
firmar os pés, nem mar para se nadar – todos os elementos estavam misturados num 
caldo primitivo. E as coisas, embora sempre em convulsão, não saíam do lugar: pois 
não havia sequer direita e esquerda, em cima ou embaixo, Norte ou Sul, dentro ou 
fora. O Caos era tudo e, ao mesmo tempo, nada. 
Mas de repente, e sem qualquer explicação, brotou do Caos o primeiro sinal de 
um futuro menos caótico: uma deusa. Era a Terra, que os gregos chamavam de Gaia, 
“a de seios fartos”. Das profundezas do Caos, surgiram outros seres grandiosos, 
enigmáticos e tão antigos que a mente humana mal consegue compreendê-los. Um 
25 
 
deles foi Eros, o princípio da atração universal: graças a ele, elementos diferentes se 
uniam para gerar novos seres. Era uma divindade irresistível. 
 Não era, ainda, o amor entre humanos, mas a força motriz que faz o próprio 
Universo seguir existindo. Mas junto a Eros também surgiu Tártaro. Como Gaia, era 
tanto uma divindade quanto um lugar: um abismo obscuro, nevoento e infinitamente 
profundo. 
Na organização do Universo, Tártaro se fixou abaixo de Gaia. Dois mundos 
contíguos, mas distantes. No Tártaro, subsistia a confusão e as sombras do antigo 
Caos. Era um lugar horrendo, a mais profunda prisão onde os deuses jogavam seus 
inimigos. Do Caos, também nasceram outras duas divindades primordiais: Nyx, a 
Noite, e Érebo, a Escuridão. Gaia decidida a procriar, gerou e gestou dois filhos - 
sozinha-. Primeiro ela criou o Céu Estrelado, que os gregos e romanos chamavam de 
Urano. Em seguida, gerou o imenso e rumoroso Ponto – o Mar Salgado. 
Agora, o mundo da mitologia grega estava estruturado: no alto, o Céu; no meio, 
a fértil Gaia, com montanhas e planícies, banhada pelas ondas do mar; e, lá nas 
profundezas, o Tártaro sombrio. E assim o Caos ia se transformando em Cosmos – 
palavra que em grego significa “ordem”. O Mar e a Terra se amaram apenas uma vez. 
Da união, surgiu uma vasta descendência de deuses e criaturas primordiais 
que viveriam nas profundezas do oceano. O primeiro filho de Ponto e Gaia foi Nereu, 
antiga divindade do mar Egeu, que os gregos chamavam de Velho do Mar. Ele tinha 
o poder de assumir a forma de todos os seres marinhos. 
Depois, vieram Fórcis e Ceto, encarnações dos perigos do mar, e ancestrais 
das criaturas gigantescas das profundezas aquáticas, como as baleias. Gaia, mais 
tarde deu à luz seis filhos e seis filhas, chamados de titãs e titânides: Oceano, Coios, 
Crios, Hipérion, Jápeto, Teia, Reia, Têmis, Febe, Tétis, Mnemósine e, por fim, Cronos, 
deus do Tempo, conhecido como Saturno entre os romanos - “o mais terrível filho da 
Terra”. Desde o momento em que nasceu, Cronos sentiu um ódio inexplicável pelo 
pai. E ambos, de fato, estavam destinados desde sempre a se enfrentar. Urano não 
tinha afeto algum pelos filhos. Na verdade, detestava-os. Impiedoso, ele os condenava 
ao aprisionamento perpétuo assim que nasciam. A todos os filhos que teve com a 
Terra, o Céu os odiava, desde o começo; nem bem vinham ao mundo,ele os 
encarcerava em uma cova na Terra, não permitindo que saíssem de lá, nem que 
vissem a luz do dia. E o Céu se alegrava com sua maligna obra. 
26 
 
Lá em cima, Urano sorria ao ouvir os gemidos da prole encarcerada. Gaia 
resolveu pôr um fim ao domínio brutal de seu marido: arrancou, de seu próprio corpo, 
um veio de metal cinzento. Com ele, forjou uma foice: a primeira arma a ser fabricada. 
Em seguida, estendeu-a para Cronos. E incitou-o a atacar o próprio pai... 
ANEXO II.IV 
 
Anexo II.V- Pergaminhos 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. As histórias lidas apresentam 
um caráter: 
( x ) Explicativo e simbólico; 
( ) Descritivo e narrativo; 
( ) Explicativo e descritivo. 
☓ Volte 3 casas. 
✓ Ande 2 casas. 
 
2. Que efeito extraordinário de 
ação heróica, característica 
presente nos mitos, faz de Zeus 
um herói? 
Ele ter conseguido derrotar seu 
pai, Cronos. 
☓ Volte 3 casas 
✓ Ande 1 casa e escolha um 
personagem para voltar 3 
casas. 
 
27 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3. Responda as seguintes perguntas e complete-as na cruzadinha. Você tem 
5 minutos. 
A) Qual o nome dos primeiros 12 filhos de Urano e Gaia? 
B) Qual o nome dos seres monstruoso que só tinham um olho? 
C) Qual o nome da região escondida nas profundezas da terra? 
D) Qual o nome do filho de Gaia que ajudou-a acabar com Urano? 
E) Qual o nome do jovem deus que tomou do pai o poder absoluto sobre o 
mundo? 
 
☓ Volte 5 casas. Urano lhe descobriu enquanto você dormia. Com um 
golpe certeiro, lhe arrancou um dos olhos. Você perde 5 pontos de vida, 
pois o ferimento foi grave e você precisa descansar na próxima rodada. 
✓ Ande 3 casas. 
 
 
28 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4. O narrador dos mitos é um 
narrador observador ou 
personagem? Como vocês 
constataram isto? 
Narrador observador, pois ele 
somente narra os fatos. 
☓ Volte 3 casas 
✓ Ande 1 casa 
☓ Volte 3 casas. 
✓ Ande 2 casas. 
 
5. Vocês têm 5 minutos para 
narrar algum mito para seus 
adversários. Não vale os que 
acabamos de ler! 
 
☓ Volte 3 casas 
✓ Ande 2 casas 
6. Levante a reflexão com seu 
grupo: que elementos estão 
presentes nos textos da 
biblioteca para que se tornem 
narrativas? 
(A) espaço, tempo, personagens 
enredo e narrador; 
(B) rimas, métricas, versos bem 
estruturados; 
(C) detalhes fictícios, fantasiosos 
ou críticos. 
 
☓ Você é ferido nas costas por 
Urano que chega de supetão e 
lhe golpeia. Preso no tártaro 
você ficará uma rodada sem 
jogar e perderá 3 de vida 
 
✓ Ande 4 casas. 
7. Considere as seguintes 
afirmações. 
 I. Mitos são narrativas de caráter 
popular ou religioso que têm por 
objetivo a explicação de fatos e 
fenômenos para os quais não há 
explicação lógica. 
 II. Na mitologia grega, os heróis 
eram semideuses, filhos de 
deuses com seres humanos. 
 III. Os heróis possuíam poderes 
superiores aos dos humanos, e 
eram imortais, como os deuses. 
Quais delas estão corretas? 
A) Todas elas. 
B) I, II e III. 
C) I e II. 
D) I e III. 
 
☓ Volte 3 casas 
✓ Ande 2 casas 
29 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8. Discuta com seus colegas: por 
quais principais motivos a 
mitologia grega podem ser 
considerados atemporal e 
alegórica? 
 
(A) por que suas histórias ainda 
podem ser consideradas 
verdades e por que sua 
linguagem inclui metáforas; 
(B) por que sua narrativa é linear 
e a história apresenta-se em 
forma de poesia. 
 
☓ Volte 3 casas 
✓ Ande 1 casas 
9. Qual o nome do casal de 
divindades responsável por gerar 
novos deuses, pondo no mundo 
uma porção de seres estranhos? 
Urano e Gaia. 
 
☓ Oceano ficou irritado por não 
ter chegado até Urano ainda e 
resolve movimentar o mar e 
você acaba sendo atingido. 
Fique uma rodada sem jogar e 
você perde 2 pontos de vida. 
✓ Ande 4 casas. 
 
10. Escolha uma das histórias da 
biblioteca e a encene com seu 
grupo, em no máximo 5 minutos. 
 
 
☓ Urano sabendo do objetivo 
de Titãs, resolve lhe lançar 
furacões e você é atingido, 
você perde duas rodadas do 
jogo, e de vida. 
✓ Ande 5 casas. 
11. Façam um desenho do 
universo e das três regiões que 
se dividiram, depois da divisão do 
mundo realizada pelos deuses. 
 
☓ Você está quase 
atravessando a ponte, quando 
de repente a serpente marinha 
lhe atacou. Você é 
arremessado na água e perde 4 
pontos de vida. 
✓ Ande 2 casas. 
30 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12. Quem mutilou Urano? 
(A) Zeus 
(B) Hades 
(C) Gaia 
(D) Crono 
 
☓ Em uma das ruínas do mapa, 
há vários demônios que lhe 
atacam em sua passagem, 
você volta 4 casas e perde 5 
pontos de vida. 
✓ Ande 4 casas. 
13. Por que as profecias sempre 
se cumprem nos mitos? 
Pois o destino sempre se cumpre, 
independente das ações dos 
personagens de tentarem mudar 
seus resultados. 
 
☓ Volte 3 casas e devido ao 
calor intenso do Tártato. Você 
está desidratado e perde 2 
pontos de vida. 
✓ Ande 2 casas. 
14. Considere as afirmações: 
 I. Téia era mãe de quatro filhos, 
entre eles Prometeu e Cronos; 
 II. Os filhos de Gaia a ajudaram 
a libertar seus irmãos do Tártaro; 
 III. Crono cortou os testículos de 
seu pai com uma faca. 
 
Quais das alternativas não está 
correta? 
(A) Todas. 
(B) I e II. 
(C) I e III. 
 
☓ Volte 1 casa. Você foi 
seduzido por Tétis, e sob seus 
encantos precisa doar 4 pontos 
de vida para continuar. 
15. Por que a mãe de Cronos o 
amaldiçoa assim como havia feito 
ao seu marido? 
Pois Cronos preferiu governar 
sozinho, ao invés de libertar seus 
irmãos, como havia prometido à 
mãe. 
 
☓ Volte 3 casas. Os espíritos 
dos mortos estão lhe 
assombrando e você começa a 
delirar. Fique uma rodada sem 
jogar. 
✓ Ande 4 casas 
 
 
 
31 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16. Elabore um plano que você 
usaria contra Zeus caso não 
tivesse ajuda dos Ciclopes e dos 
outros gigantes. 
 
☓ Volte 5 casas. 
✓ Ande 4 casas e escolha um 
personagem para responder 
ao próximo pergaminho e 
reiniciar a ordem da partida. 
 
 
 
17. Assinale as alternativas a 
seguir com V para verdadeiro e F 
para falso. 
( V ) A mitologia grega é uma 
narrativa de uma possível de 
criação do mundo; 
( V ) Muitos povos basearam-se 
na mitologia grega como uma 
verdade absoluta; 
( F ) A mitologia grega continua 
em expansão e seus 
personagens têm aumentado 
cada vez mais. 
 
☓ Volte 3 casas. 
✓ Ande 2 casas. 
 
18. Sobre Poseidon: 
( ) Era temido por ser inteligente 
e sempre vencer em suas 
batalhas; 
( X ) O temiam pois era irritadiço 
e provocava terremotos e 
tempestades; 
( ) Tinham medo dele pois ele 
era assustador e gigante. 
 
☓ Volte 3 casas! Urano estava a 
sua frente, você pega sua arma 
para matá-lo, mas ao avançar 
você pisa em um graveto a sua 
frente que faz barulho e afasta 
Urano que, com rapidez some 
de sua frente. 
✓ Ande 2 casas. 
 
 
19. Aponte os personagens, o 
cenário e o contexto que são 
narradas as histórias. 
 
☓ Volte 3 casas. 
✓ Ande 4 casas. 
 
 
 
 
32 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
M2. – APÊNDICE C 
 
 
M2. ESTUDO DO TEXTO 
ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO 
Para a realização desta atividade, espera-se que o professor aprofunde 
questões relacionados ao estudo de texto e que, com isto, o aluno se sinta cada vez 
mais estimulado a observar algumas estruturas básicas do gênero para que na 
sequência o professor possa adentrar as características mais profundas do mito. 
A lista de exercícios, deverá ser entregue aos alunos para a realização das 
questões. O professor poderá escolher entrerealizar a leitura individual ou em 
conjunto do texto inicial e das atividades. As atividades irão abranger questões 
relacionadas ao texto (anexo III), o qual refere-se ao mito de Crono. Os alunos terão 
de reconhecer quem são os personagens envolvidos no mito, o motivo do clímax 
(Crono devorar todos os filhos que tem com sua esposa Réia), interpretar de que 
maneira os mitos apresentam suas profecias, além de interpretação e conhecimento 
de mundo. Conforme pontua os Parâmetros Nacionais Curriculares (1998), será 
abordada também a leitura tópica, na qual o aluno tem de “identificar informações 
20. Quais eram as intenções dos 
mitos, no momento em que foram 
criados? 
Explicar fatos que a ciência ainda 
não havia explicado, mas o 
homem já tinha curiosidade em 
saber. 
☓ Volte 1 casa. 
✓ Ande 2 casas. 
 
 
 
 
 
33 
 
pontuais no texto, localizar verbetes em um dicionário ou enciclopédia” (p 55). Desta 
forma, ele é instigado na procura por palavras que ainda não conheça. 
As atividades que encerram este módulo são relacionadas à gramática. Fazem 
com que o aluno situe pontos gramaticais que se fazem presentes no gênero 
estudado, a fim de que perceba pontos importantes na construção do mesmo, bem 
como seu 
reconhecimento do universo discursivo dentro do qual cada texto e 
gêneros de texto se inserem, considerando as intenções do 
enunciador, os interlocutores, os procedimentos narrativos, 
descritivos, expositivos, argumentativos e conversacionais que 
privilegiam, e a intertextualidade (explícita ou não). (p 60) 
 
Caso o professor se interesse em realizar um diagnóstico sobre o andamento 
do processo de aprendizado dos alunos, é sugerido que os estudantes sejam 
orientados a tentar realizar as questões sozinhos ou em grupos e, na sequência, com 
auxílio e correção do educador. 
 
ANEXO III 
 
III 
CRONO 
Vencedor de seu pai Urano, Crono se tornou o senhor todo-poderoso do 
universo. Em vez de beneficiar seus parentes, libertando os irmãos, preferiu reinar 
sozinho e os deixou encerrados nas profundezas da terra. Sua mãe, furiosa, predisse 
seu fim: 
"Você também, filho meu, será deposto do trono por um dos seus filhos!" 
Temendo a realização dessa profecia, Crono fez como o pai: arranjou um jeito 
de eliminar os filhos que lhe dava sua esposa Réia. Cada vez que nascia um, ele o 
devorava. Isso ocorreu com cinco recém-nascidos. 
A mãe deles, desesperada, foi ver Gaia: 
"Querida avó, preciso da sua ajuda. Seu filho faz desaparecer todos os filhos 
que concebo. Um sexto acaba de nascer. E um menino. Ajude-me a salvá-lo!" 
"Você precisa ser mais astuciosa do que ele, minha filha", respondeu-lhe 
maliciosamente Gaia. "Enrole uma pedra numa coberta e entregue a Crono, no lugar 
do bebê. Ele nem vai desconfiar e vai engolir a pedra, como engoliu os outros filhos!" 
A profecia de Gaia não tardaria a se realizar: o bebê que elas acabavam de 
salvar era Zeus. O jovem deus logo tomou do pai o poder absoluto sobre o mundo... 
 
Questões: 
1) Quem são as personagens do mito lido? 
34 
 
2) Por que Crono devorava seus filhos? 
3) Indique, de acordo com o texto, qual era a profecia a ser concretizada. Caso seja 
necessário, retire trechos do conto. 
4) Explique o que Réia fez para salvar seu filho. Qual era o nome do filho? 
5) Comente com suas palavras o que você sabe sobre profecias. 
6) Por que geralmente as profecias acabam se concretizando, apesar dos esforços 
dos personagens para evitá-las? 
7) Pesquise o significado das palavras abaixo que foram retiradas do texto e inclua 
outras desconhecidas por você e crie um minidicionário de significados: 
Predizer 
Conceber 
Tardar 
(Outras...) 
 
8) Leia a informação abaixo sobre as características do gênero mito e faça o que se 
pede: 
Mitos, por sua vez, são narrativas utilizadas pelos povos antigos para explicar fatos 
da realidade e fenômenos da natureza que não eram compreendidos por eles. 
 Os mitos se utilizam de muita simbologia, personagens/fatos sobrenaturais, deuses 
e heróis. Todos estes componentes são misturados a fatos reais, características 
humanas e pessoas que realmente existiram. Um dos objetivos do mito é transmitir 
conhecimento e explicar fatos que a ciência ainda não havia explicado. 
Aqui estão outras características: 
• Relaciona-se com uma data ou com uma religião. 
• Procura explicar as origens do mundo e do homem por meio de personagens 
sobrenaturais como deuses ou semi-deuses. 
• Mito não é o mesmo que fábula, conto de fadas ou lenda. 
 
a) Agora, retorne ao texto lido em sala e marque com lápis de cor as características 
do gênero mencionadas nas informações acima. Caso necessário, faça uma tabela 
em seu caderno com trechos que se relacionem a essas características. 
9) O texto apresenta alguma “moral”? Se sim, qual seu ensinamento? 
10) Você já viu em outro texto a história de Crono? Onde? Como ele é geralmente 
retratado? Comente. 
 
• Você sabe o que são adjetivos? 
35 
 
 
 
 
 
11) Agora, volte ao texto e marque com lápis de cor os adjetivos encontrados. 
12) Cite os adjetivos marcados e traga outros adjetivos que são similares. Caso 
necessário, faça uma tabela e inclua outros adjetivos conhecidos por você e colegas. 
13) Imagine que você recebeu a função de não deixar que Crono coma seu filho e lhe 
foi dada a missão de enganá-lo. Como você faria isto? 
14) Crono pertence a mitologia grega. A personagem faz parte de uma história sobre 
a criação do mundo. Em dupla, reconte a história de Crono e sua profecia. Use sua 
criatividade. 
15) Pesquise outros mitos que você ache interessante e compartilhe com os colegas 
em sala na aula seguinte. 
 
Respostas: 
1) Urano, Crono, Gaia, Réia, filhos de Crono, Zeus. 
2) Para tentar evitar a profecia que sua mãe lhe predisse quando venceu seu pai, 
Urano, e escolheu governar sozinho o universo, indo contra o que havia combinado 
com sua mãe. 
3) “Você também, filho meu, será deposto do trono por um dos seus filhos!” 
4) Zeus, sexto filho nascido de Réia e Cronos, foi substituído por uma pedra, fazendo 
com que Crono a comesse pensando ser seu filho. 
5) Resposta individual. Levar em consideração posição e argumentos do aluno. 
6) Uma característica marcante dos mitos é o fato de que as profecias jamais poderiam 
ser quebradas, não importando quais ações os personagens tivessem tentando evitá-
las, no final, o destino sempre acabava fazendo com que se concretizassem. 
7) Predizer: Prever; dizer alguma coisa de maneira antecipada. Ex: a meteorologia 
predizia temporais. Fazer previsões sobre situações futuras. Ex: a cartomante 
predisse a mulher seus infortúnios. 
Conceber: Gerar ou engravidar; dar origem a outro ser humano. Ex: o Espírito Santo 
concebeu a Virgem Maria; a vizinha concebeu do primo; não tinha vontade de 
conceber. 
Os adjetivos compreendem a classe gramatical cuja 
função é acompanhar e modificar os substantivos, 
atribuindo-lhes características ou particularidades. 
36 
 
Tardar: Deixar para mais tarde; adiar, protelar, retardar. Ex: não costuma tardar os 
compromissos. 
8) A) Vencedor de seu pai Urano, Crono se tornou o senhor todo-poderoso do 
universo. (deuses) Sua mãe, furiosa, predisse seu fim: "Você também, filho meu, será 
deposto do trono por um dos seus filhos!" (simbologia) Cada vez que nascia um, ele 
o devorava. Isso ocorreu com cinco recém-nascidos. (fatos sobrenaturais) A profecia 
de Gaia não tardaria a se realizar: o bebê que elas acabavam de salvar era Zeus. O 
jovem deus logo tomou do pai o poder absoluto sobre o mundo... (sucessão no 
governo do mundo) 
9) As profecias sempre se realizam no final, e não podemos fazer nada para evitá-las. 
10) Respostas abertas. Cada aluno irá falar um pouco sobre, caso já tenha ouvido ou 
conheças esta história de alguma outra forma. 
11) Todo-poderoso; é um menino; astuciosa; maliciosamente; jovem. 
12) Todo-poderoso - dominador; menino -garoto; astuciosa - esperto; maliciosamente 
- perverso; jovem - novo. Deixar as respostas abertas a fim de que cada aluno traga 
uma possibilidade nova a ser preenchida, bem como verificar sua abrangência de 
vocabulário. 
13) Resposta individual de cada aluno. Analisar a criatividade e argumentatividade 
apresentadas. 
14) Resposta individual. Analisar a criatividade dos alunos no desempenho da 
atividade. 
15) Resposta livre. Espera-se que os alunos pesquisem mais sobre o gênero mito. 
 
M3. ESTUDO DO GÊNERO 
 
ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO: 
Para esse módulo, é necessário que o professor estude o material de apoio 
(textos em anexo abaixo) para que o educador consiga, por meio da apresentação 
dos slides, explanar as características mais profundas do gênero mito. Os textos de 
apoio são fundamentais para que exemplos possam ser realizados entre mitos e os 
conteúdos do gênero. 
Após a explicação interativa do gênero por parte do professor, será entregue 
aos alunos uma lista de exercícios de fixação sobre o que foi aprendido. O objetivo da 
lista é tornar claro a estrutura composicional, o estilo, o conteúdo temático, a situação 
de produção e a circulação do gênero mito. 
37 
 
O educador poderá usar a lista para fazer um diagnóstico da compreensão dos 
alunos em relação ao gênero, além disso, os estudantes poderão receber o conteúdo 
dos slides de forma impressa anteriormente pelo professor, para que os jovens 
possam colar em seus cadernos e realizar a pesquisa do material sempre que 
necessário. 
Depois de terem respondido às questões propostas, será feito um círculo para 
a exposição da dinâmica. Cada colega irá narrar seu acontecimento, com a ordem 
dos fatos alterada, e caberá ao resto dos alunos desvendarem qual a ordem correta 
dos acontecimentos. Ao final, será discutido de que forma a ordem dos fatos pode 
determinar diferentes percursos para as histórias, e no caso dos mitos, a importância 
das alegorias e da atemporalidade. 
 
Anexo IV.I – Material de apoio (destinado ao professor). 
 
O mito do Minotauro 
 
Conta o mito que ele nasceu em função de um desrespeito de seu pai ao deus dos 
mares, Poseidon. O rei Minos, antes de tornar-se rei de Creta, havia feito um pedido ao deus 
para que ele se tornasse o rei. Poseidon aceita o pedido, porém pede em troca que Minos 
sacrificasse, em sua homenagem, um lindo touro branco que sairia do mar. Ao receber o 
animal, o rei ficou tão impressionado com sua beleza que resolveu sacrificar outro touro em 
seu lugar, esperando que o deus não percebesse. 
Muito bravo com a atitude do rei, Poseidon resolve castigar o mortal. Faz com que a 
esposa de Minos, Pasífae, se apaixonasse pelo touro. Isso não só aconteceu como também 
ela acabou ficando grávida do animal. Nasceu desta união o Minotauro. Desesperado e com 
muito medo, Minos solicitou a Dédalos que este construísse um labirinto gigante para prender 
a criatura. O labirinto foi construído no subsolo do palácio de Minos, na cidade de Cnossos, 
em Creta. 
 
Mito da origem das estações 
Deméter e Perséfone 
Deméter era a deusa do trigo e, de um modo geral, de toda a terra cultivada. Senhora 
dos cereais, não admira que os Romanos lhe tenham chamado Ceres. 
https://www.suapesquisa.com/mitologiagrega/poseidon.htm
38 
 
Da sua união com Zeus, teve uma filha, Perséfone (Prosérpina, para os Romanos). Era a sua 
única filha, que cresceu, muito bela e feliz, na companhia das ninfas e de duas meias‑irmãs, 
as deusas Ártemis e Atena. 
Hades, o deus dos infernos, que era irmão de Zeus e, portanto, seu tio, apaixonou-se 
perdidamente por ela. Um dia, quando a jovem passeava despreocupada pelos prados 
verdejantes, ao colher uma flor, a terra abriu-se de repente e Hades surgiu para a raptar e 
levar consigo para o mundo inferior sobre o qual reinava. 
Deméter ouviu os gritos de aflição da filha e correu para a ajudar, mas nada pôde fazer. 
Nem sequer sabia onde ela estava nem quem a tinha levado. 
Desesperada, começou a percorrer o mundo de lés-a-lés, em busca da filha, sem comer nem 
beber, sem se preocupar com o seu aspeto nem tratar de si, sem cuidar de nenhuma das 
suas tarefas. Acabou por conseguir que o Sol, que tudo vê, lhe revelasse quem fora o raptor 
da filha. Decidiu então não mais voltar ao Olimpo, a morada dos deuses, e renunciou às suas 
funções divinas até que a filha lhe fosse devolvida. 
A terra foi ficando estéril e os homens com fome, pois as culturas secaram e morreram. 
Tudo era devastação e abandono. Então Zeus, responsável pela ordem no mundo, 
preocupado com a calamidade causada por Deméter, ordenou a Hades que devolvesse 
Perséfone. A jovem, porém, por fome ou instigada por Hades, comera já um bago de romã no 
mundo das sombras e esse pequeno gesto ligara-a para sempre ao reino do marido. 
Teve então de se chegar a uma solução de compromisso e a um acordo: Perséfone passaria 
metade do ano com a mãe, no Olimpo, e a outra metade com o marido, no mundo dos infernos. 
 Assim, quando Deméter tem a filha ao pé de si, está feliz e a natureza floresce: é o tempo 
da primavera e do verão. Mas quando Perséfone tem de regressar para junto de Hades, 
Deméter mergulha de novo na maior tristeza: começa então o outono, vem depois o inverno 
e a desolação na natureza. E é essa a causa do ciclo das quatro estações. 
,. 
Anexo IV.II -Slides 
39 
 
 
 
 
Anexo IV.II – Exercícios 
1) Você sabe o que é um mito? 
 
2) Explique com suas palavras por que o conteúdo temático do gênero mito se torna 
essencial para que ocorram as tramas durante a narrativa. 
 
3) O mito tentava explicar fatos que a ciência não conseguia, o que na época era 
muito importante. Hoje em dia, se estes mitos fossem contados à população, você 
acha que seu alcance seria tão grande como era naqueles povos? Explique de 
que forma a ciência se sobressai aos mitos atualmente. 
 
4) Muitos mitos eram criados a fim de explicar inúmeros fenômenos da natureza. 
Escolha um destes fenômenos e invente um mito que o explique. 
40 
 
 
Respostas (destinado ao professor). 
1) Mitos são narrativas que foram criadas por diferentes povos para responder a 
diversas perguntas que surgiam acerca de diferentes assuntos. Para tanto, 
misturavam fatos reais aos imaginários, com humanos e deuses como protagonistas 
das histórias. 
2) Pois as narrativas giram em torno do dilema humano x divino, o que torna as 
representações e as batalhas conflituosas, já que sempre ocorre esta inversão do 
imortal e das relações mantidas entre deuses e humanos. 
3) Analisar as respostas individuais dos alunos, levando em consideração o fato de 
atualmente a ciência ter mais prestígio devido ao fato de conseguir comprovar suas 
teorias, o que não acaba ocorrendo nos mitos. 
4) Resposta individual do aluno. 
 
Anexo IV.III – Dinâmica 
 
• Agora é a sua vez de jogar: conte uma história à sua turma que tenha ocorrido 
com você, mas de forma atemporal. Misture os acontecimentos, e deixe-os 
adivinharem qual a ordem dos fatos. Pode ser uma história de quando você era 
criança, ou até mesmo uma cena que você tenha presenciado. O importante é misturar 
os acontecimentos de forma com que seus colegas possam analisar os fatos e 
desvendar qual a ordem da história contada. 
 
 
M4. ANÁLISE LINGUÍSTICA 
ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS: 
O módulo a seguir pretende trabalhar com dois conteúdos linguísticos e centrais 
para a compreensão do gênero: campo associativo e da personificação. 
Para a primeira atividade, os alunos receberão uma cópia do mito da Medusa 
com perguntas. Sugerimos que alunos e professor leiam em conjunto e discutam o 
texto no campo da interpretação (é possível perguntar aos alunos previamente sobre 
a existência do mito e o que se sabe sobre ele). Na sequência, os alunos poderão ser 
divididos em trios para realizar as questões que seguem o texto. Já para a segunda 
41 
 
atividade, sugerimos que oprofessor desenhe no quadro uma nuvem que forme o 
espaço no qual os alunos colarão palavras pertencentes ao campo associativo do mito 
de Ares. As palavras deverão estar previamente separadas e recortadas em folhas 
(em tamanho consideravelmente grande), para que os alunos possam escolher as que 
realmente fazem parte desse campo e merecem ser levadas até o quadro. Ao final da 
dinâmica, poderá ser discutido o valor de cada palavra, bem como relembrar a 
importância dos adjetivos nos mitos, como visto no segundo módulo dessa sequência. 
Nesse módulo, espera-se que os aprendizes entendam o que é um campo 
associativo e como identificá-lo ao ler um exemplar do gênero. Além disso, a 
personificação tem também valor essencial para a produção do mito, por isso a 
atividade consistirá no objetivo de que os alunos compreendam a importância da 
personificação dentro dos mitos, já que em sua maioria todos possuem características 
de seres inanimados destinados aos deuses. Primeiramente os alunos terão contato 
com o mito de Poseidon, o qual farão a leitura em conjunto para em seguida refletirem 
acerca das palavras que se encontram sublinhadas no texto. Por que tais 
características são descritas como essenciais a estes deuses? As atividades são 
dirigidas a compreensão e trabalho em equipe dos alunos. 
 
ANEXO V.I 
Medusa 
Por Ana Lucia Santana 
Da união das divindades marinhas Fórcis - conhecido como o ‘Grisalho’, 
habitante da parte remota do Ocidente - e Ceto nasceram as Gréias – criaturas 
detentoras de um único olho e de um só dente, dividido entre elas – e as três 
Górgonas, deusas gregas de intensa beleza. Eram elas Esteno, ‘a forte’, Euríale, ‘a 
que corre o mundo’, e Medusa, ‘a ladina’, das quais somente esta era mortal. 
Suas faces detinham extrema formosura, os corpos eram esbeltos, e elas 
portavam delicadas asas douradas dobradas sobre os ombros. Não por acaso 
Poseidon, deus do Mar, se encantou com Medusa ao encontrá-la envolta por flores 
primaveris. Ambos se encontravam e namoravam em um templo dedicado a Atena, 
despertando a fúria desta deusa, a qual decide punir as Górgonas, transmutando-as 
em terríveis e monstruosas criaturas. Seus cabelos são substituídos por serpentes 
com presas afiadas, suas mãos agora são de bronze, a pele é semelhante a de um 
lagarto, a língua rodeada por presas de javali, e seus olhos adquirem o poder de 
petrificar quem os mire. Medusa é a mais pavorosa. 
42 
 
Temidas pelos mortais e pelos deuses, elas se refugiam na terra paterna, 
tornando-se vizinhas do reino noturno, governado por Nix, a divindade da Noite. São 
protegidas pelas irmãs mais velhas, as Gréias. Na caverna habitada por elas era 
comum encontrar seres vivos convertidos em pedra, por terem ousado olhar para elas. 
Elas são vistas como entidades responsáveis pela proteção do limiar dos mistérios 
ancestrais. Alguns estudiosos acreditam que as antigas sacerdotisas utilizavam 
máscaras de Górgonas para distanciarem de si os não iniciados em seus segredos. 
O herói Perseu é uma figura posteriormente inserida pela mitologia grega. Ele 
recebe a tarefa de matar Medusa, com o objetivo de entregar ao rei Polidete sua 
cabeça, para que este a presenteie ao rei de Pisa, Énomao, que assim lhe concederá 
a mão de sua filha, Hipodâmia. [...] 
Quando a cabeça da Medusa é cortada, nascem de seu pescoço Pégaso, o 
cavalo alado, e Crisaor, filhos de Poseidon. O sangue da deusa é presenteado a 
Esculápio, divindade portadora do dom da cura, fundador da Medicina, o que revela o 
poder igualmente positivo e curador da Górgona, não apenas destrutivo; isto lhe 
confere um certo equilíbrio. Perseu faz da cabeça de Medusa uma arma, derrota assim 
o gigante titã que o ameaça, e imobiliza o rei Polidete e sua corte, entregando a 
cabeça monstruosa para Atena, que a transforma em tótem, o qual a protege contra 
seus adversários e contra toda maldade. 
 
Fonte: <https://www.infoescola.com/mitologia-grega/mito-medusa/> Acesso em: 12 
setembro 2019 
 
O campo associativo é o conjunto de palavras agrupadas a partir de um termo-
chave, segundo uma lógica de associação de sentido. Num campo associativo, 
realizam-se laços associativos entre as palavras consideradas nesse campo. 
 
1. Identifique as palavras mais importantes no mito da Medusa, ou seja, aquelas que 
são necessárias na compreensão da história e estão diretamente relacionadas à 
Medusa; 
2. Marque as palavras encontradas com lápis de cor colorido; 
3. Justifique o motivo pelo qual tais palavras fazem parte do campo associativo. 
 
Respostas (destinado ao professor). 
1) Terríveis; monstruosas; serpentes; presas; mãos de bronze; petrificar; pedra. 
2) Marcação das palavras. 
3) Pois todas palavras encontradas podem ser agrupadas como adjetivos que 
caracterizam a aparência física de Medusa, relacionando-se a características físicas 
e atribuições pertencentes a figura mitológica. 
 
43 
 
 
Ares 
Por Fernanda Lima 
 
Ares era o deus grego das guerras, da guerra selvagem com sede de sangue, 
conhecido também em Roma como Marte, filho de Zeus e Hera, de quem herdou o 
mal gênio da mãe e a força do pai. Pertence a geração dos grandes doze deuses do 
Olimpo. Ares era guerreiro, gostava muito de guerras, batalhas e brigas, era muito 
violento, sanguinário, pelo contrário de muitos ele só encontrava sua paz, em suas 
lutas e batalhas. Era ele quem governava a cidade de Esparta. Em suas lutas sua 
chegada era anunciada com gritos que causavam pânico nas pessoas. 
Ares com sua fama era detestado pelos deuses, até seu pai Zeus não gostava 
dele. Embora Ares gostasse muitas das guerras e batalhas, não era invencível, perdeu 
muitas vezes. Tem como sua principal rival a deusa Atena que era a deusa das 
guerras estratégicas, ao contrário de Ares que gostava mesmo de sangue. Atena o 
derrotou muitas vezes. Ares em suas guerras usava capacete, lança, escudo e uma 
couraça, também usava uma carroça puxada por quatro cavalos que soltavam fogos 
pelas narinas. 
 
Fonte: <https://www.infoescola.com/mitologia-grega/ares/> Acesso em: 12 
setembro 2019 
 
Materiais: 
Palavras pertencentes ao campo associativo: 
GUERRAS DERROTOU BATALHAS 
FAMA BRIGAS MAL 
GÊNIO FORÇA PÂNICO 
ESCUDO DETESTADO SELVAGEM 
VIOLENTO LANÇA GUERREIRO 
 
Palavras que estão no texto, mas não pertencem ao campo associativo, mas que 
podem estar misturadas às demais palavras: 
CIDADE CAVALOS 
PAI MÃE 
 
 
44 
 
Após os alunos terem realizado esta parte de exercícios sobre os adjetivos, seguir-
se-á adiante com o estudo do campo da personificação. Primeiramente, os alunos irão 
ler em conjunto um texto, para então realizar as atividades que seguem. 
 
1) Agora que você já conhece a história dos deuses, leia a seguir um pouco mais 
sobre Poseidon e após responda as atividades que seguem. 
 
Estátua de Poseidon. Foto: Yutthaphong / Shutterstock.com 
 
Poseidon, também conhecido como Netuno para os romanos, era o grande 
rei dos mares, um homem muito forte, com barbas e sempre representado com seu 
tridente na mão e ás vezes com um golfinho. Era filho de Cronos, deus do tempo, e 
da deusa da fertilidade Réia. Sua casa era no fundo do mar e com seu tridente 
causava maremotos, tremores, além de fazer brotar água do solo. 
Poseidon era casado com Anfitrite. Quando se conheceram Poseidon se 
apaixonou por ela, mas Anfitrite o recusou e Poseidon a obrigou casar-se com ele, 
porém, ela para não casar, se escondeu nas profundezas do oceano, só sua mãe 
sabia onde ela estava. Mas com o tempo Anfitrite mudou de ideia e foi atrás de 
Poseidon com quem se casou e ficou sendo a rainha do oceano. Com ela teve um 
filho chamado Tritão que aterrorizava os marinheiros com um barulho espantoso que 
ele fazia quando soprava o búzio, um instrumento, mas também com ele fazia sons 
maravilhosos. Entretanto, na sua vida Poseidon teve muitos outros amores e fora de 
seu casamento teve mais filhos que ficarammuito conhecidos por sua crueldade, os 
dois que mais conhecidos foram o Ciclope e o gigante Orion. Poseidon disputou 
com Atena, a deusa da sabedoria, para ser a deidade da cidade hoje conhecida 
https://www.infoescola.com/wp-content/uploads/2010/03/poseidon.jpg
45 
 
como Atenas, porém Atena ganhou a competição e a cidade ficou conhecida com o 
seu nome. 
Na história da Guerra de Tróia, Poseidon e Apolo ajudaram o rei na construção 
dos muros daquela cidade e a eles foi prometida uma recompensa, porém tinham 
sidos enganados, pois o rei não os recompensou. Foi então que Poseidon muito 
enfurecido se vingou de Tróia e enviou um monstro do mar que saqueou toda a terra 
de Tróia e durante a guerra ele ajudou os gregos. 
Poseidon é também o pai de Pégaso, um cavalo alado gerado por Medusa, por 
esse motivo sempre esteve muito ligado aos cavalos e foi o primeiro a colocar cavalos 
na região. Outro caso de amor muito conhecido de Poseidon foi com sua 
irmã Demeter, ele a perseguiu e ela para evitá-lo se transformou em égua, porém ele 
se transformou em um garanhão e com ela teve um encantador cavalo, Arion. 
Poseidon era um deus muito importante e celebravam em sua honra os Jogos 
místicos, constituídos de competições atléticas e também de músicas e poesias, 
realizados de dois em dois anos. 
 
Fonte: <https://www.infoescola.com/mitologia-grega/poseidon/> Acesso em: 27 de 
setembro de 2019. 
 
• Depois de ter lido o texto em conjunto com seus colegas, reflita: as palavras 
que estão sublinhadas, são características que pertencem a natureza. Por que 
tais características são associadas aos deuses? 
Resposta (destinado ao professor). 
 Como tais narrativas eram criadas pelos povos, e propagadas por eles, eram 
inseridos nas histórias fatos reais, o que explica a presença de tais características 
pertencentes a natureza. Eram fatos da vida cotidiana daqueles povos, que 
misturados aos fatos fictícios, compunham as narrativas do gênero mitológico. 
 
1) Leia o boxe a seguir. 
 A personificação, também chamada de prosopopeia ou animismo, é uma 
figura de linguagem, mais precisamente, uma figura de pensamento muito 
utilizada nos textos literários. 
 Ela está diretamente relacionada com o significado (campo semântico) das 
palavras e corresponde ao efeito de “personificar”, ou seja, dar vida aos seres 
inanimados. 
 A personificação é utilizada para atribuir sensações, sentimentos, 
comportamentos, características e/ou qualidades essencialmente humanas (seres 
animados) aos objetos inanimados ou seres irracionais. 
 
1) Releia os textos disponíveis na biblioteca de mitos e encontre as 
personificações presentes. 
2) Em sua opinião, por que os deuses e semi-deuses foram “abençoados”, em 
sua maioria, com características da natureza? 
3) Agora é sua vez: escolha uma sensação, um sentimento, ou ainda uma 
característica de algum ser inanimado que você considere legal/divertido e 
46 
 
descreva como esta característica poderia pertencer a algum deus (invente 
algum que ainda não exista). 
 
Respostas (destinado ao professor). 
1) Descrever as características encontradas que se associam aos deuses mas 
pertencem a natureza. 
2) Pois estas características o tornam seres superiores aos humanos. 
3) Resposta individual. 
 
ANEXO V.II 
 
• Hora da gincana: serão distribuídos aos grupos (os mesmos da atividade 
anterior) as imagens de vários deuses, sendo que cada grupo ficará 
responsável por distinguir qual o nome da característica inanimada que melhor 
descreve cada deus. Ganha o grupo que terminar primeiro todas cartas. 
 
 
 
 
 TROVAO 
47 
 
 
 
 
 
 
 
48 
 
 
 
 
 
 
M5 – PESQUISA 
ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS: 
Este módulo prioriza o estudo e pesquisa dos mitos sob diversas origens. Para 
fomentar os alunos a buscar textos do gênero, foram desenvolvidas estratégias que 
esperam garantir que o aluno se sinta motivado a ler para além da sala de aula. Para 
isso, neste módulo serão abordadas as mitologias grega, nórdica e egípcia. 
Primeiramente, o professor poderá perguntar aos alunos quais os diferentes 
tipos de mitologias existentes, quais mitos são conhecidos por eles e quem são os 
personagens mais associados às respectivas mitologias. Em seguida, os alunos 
receberão uma folha contendo informações com as principais características e 
diferenças entre os tipos de mitos de acordo com sua mitologia que poderá ser lida e 
discutida entre educador e aprendizes. Na sequência, a turma será dividida em 3 
grandes grupos que receberão uma imagem, essa imagem representará a mitologia 
a ser descoberta pelos alunos por meio de pesquisa, ou seja, cada grupo deverá, em 
casa, recolher no mínimo 3 mitos pertencentes à mitologia indicada, e trazer para 
próxima aula os textos lidos e impressos. 
49 
 
Na aula seguinte, os grupos deverão ler um dos mitos selecionados para a 
turma. Após a leitura, o educador poderá guiar uma conversa sobre a real diferença 
entre os mitos em relação aos temas, apresentação dos personagens, cenários e 
demais características observadas. Na sequência, o professor poderá recolher todos 
os textos trazidos e formar uma coletânea de mitologias da turma. 
 
ANEXO VI.I 
 
MITOLOGIA GREGA: 
Tão famosa que para muitos é conhecida apenas por “mitologia”, refere-se ao 
conjunto de mitos e ensinamentos que são provenientes da Grécia Antiga, que contam 
histórias sobre seus deuses e também sobre seus heróis. 
 
 
A mitologia grega também é um relato sobre a criação, com especial destaque 
para a participação dos deuses, que são simplesmente alguns dos mais famosos de 
todos, com nomes como Zeus, Afrodite, Poseidon, Hermes e Apolo, por exemplo. 
MITOLOGIA NÓRDICA: 
O conjunto de mitos e lendas pertinentes aos povos do norte da Europa recebeu 
o nome de mitologia nórdica, que também é muito conhecida das pessoas nos dias 
de hoje, especialmente por conta da presença de deuses importantes como Odin e 
Thor. 
50 
 
 
O mais curioso é que, para muitos, a mitologia nórdica se refere apenas aos 
mitos vikings de locais onde hoje estão países como a Suécia, a Noruega, a Islândia, 
a Finlândia e a Dinamarca. No entanto, também fazem parte do que se entende por 
mitologia nórdica os mitos germânicos. 
Fonte:<https://www.colegioweb.com.br/wp-content/uploads/2015/03/5-mitologias-
mais-famosas-do-mundo.jpg> Acesso em: 22 de setembro 2019. 
MITOLOGIA EGÍPCIA: 
A história egípcia é a coleção dos mitos do antigo Egito, que descreve as ações 
dos deuses egípcios como uma forma de compreender o cosmos. 
 
O mundo mitológico dos egípcios era tido como uma verdade absoluta, 
expressada em todos os cantos e paredes por meio dos hieróglifos (escrita baseada 
em símbolos). Por meio dessa escrita, os egípcios traduziam o seu dia a dia. Muitas 
histórias e uma mistura de flores, corpos de animais e humanos e deuses com várias 
personalidades 
 
ANEXO VI.II 
 
51 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
BRANCO, A. M. V. A mitologia grega, uma concepção genial produzida pela 
humanidade: os condicionalismos religiosos e históricos na civilização 
helénica. Spectrum, s.d. 
BRONCKART, Jean Paul. Atividade de Linguagem, textos e discursos. Por um 
interacionismo sócio-discursivo. São Paulo: EDU, 1999. Disponível em 
52 
 
<http://www.3unisul.br/paginas/ensino/pos/linguagem/cd/port/84.pdf.> Acesso em: 28 
out. 2019. 
Dicionário Online de Português. Disponível em: < https://www.dicio.com.br/> 
Acesso em 12 de outubro de 2019. 
MARCUSCHI, L. A. Gêneros textuais, mídia e ensino de língua. São Paulo: Cortez, 
2002. 
Gerador de cruzadinhas. Disponível em: 
<https://nicecross.herokuapp.com/app/#/Crossword/5da3976bddb6780058bf8f90> 
Acesso em 12 de outubro de 2019. 
Mito ou Lenda. Disponível em: <https://www.infoescola.com/redacao/mito-ou-lenda/> 
Acesso em 12 de outubro de 2019. 
GARCIA, I. C. M.; VIGNOLI, J. C. S. Mitologia: possibilidadesde inserção no 
ensino de Língua Portuguesa. Os desafios da escola pública paranaense na 
perspectiva do professor PDE. Versão online, cadernos PDE, 2014. 
Brasil. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: 
terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental: língua portuguesa. Secretaria de 
Educação Fundamental. Brasília: MEC/SE, 1998. 
http://arquivopessoa.net/textos/1274 
https://www.tecmundo.com.br/video-game-e-jogos/243-o-que-e-rpg-.htm 
 
 
 
 
 
 
http://arquivopessoa.net/textos/1274
https://www.tecmundo.com.br/video-game-e-jogos/243-o-que-e-rpg-.htm

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