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SIMULADO 1 - ENEM 2018 - PROVA I
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S
LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS
Questões de 01 a 45
Questões de 01 a 05 (opção inglês)
QUESTÃO 01 
NASA: California has one year of water left 
Plagued by prolonged drought, California now has only 
enough water to get it through the next year, according to NASA. 
In an op-ed published Thursday by the Los Angeles Times, 
Jay Famiglietti, a senior water scientist at the NASA Jet 
Propulsion Laboratory in California, painted a dire picture of 
the state’s water crisis. California, he writes, has lost around 
12 million acre-feet of stored water every year since 2011. 
In the Sacramento and San Joaquin river basins, the combined 
water sources of snow, rivers, reservoirs, soil water and 
groundwater amounted to a volume that was 34 million 
acre-feet below normal levels in 2014. And there is no 
relief in sight. 
“As our ‘wet’ season draws to a close, it is clear that 
the paltry rain and snowfall have done almost nothing to 
alleviate epic drought conditions. January was the driest in 
California since record-keeping began in 1895. Groundwater 
and snowpack levels are at all-time lows” Famiglietti writes. 
“We’re not just up a creek without a paddle in California, 
we’re losing the creek too.” 
SCHLANGER, Z. Disponível em: <http://www.newsweek.com>. 
Acesso em: 04 out. 2017. [Fragmento]
O texto aborda a crise hídrica na Califórnia, que é um dos 
maiores desafios enfrentados na atualidade por esse estado. 
Um dos fatores mencionados no texto que contribuíram para 
que se chegasse a essa situação é
A. 	 o desperdício decorrente da degradação do sistema de 
distribuição. 
B. 	 a quantidade rarefeita de chuva nos meses de janeiro 
desde 1895.
C. 	 o nível baixo de precipitação em forma de neve na 
região do estado.
D. 	 a conclusão antecipada do período chuvoso nessa 
região dos EUA. 
E. 	 o consumo desregrado pela população e indústria 
californianas. 
Alternativa C
Resolução:
A) INCORRETA – O texto aponta que os reservatórios 
californianos perderam cerca de 12 milhões de 
acre-pés de água (14,8 bilhões de metros cúbicos, 
aproximadamente) todos os anos desde 2011. Contudo, 
essa perda não é atribuída à degradação dos sistemas de 
distribuição, visto que eles não são sequer mencionados. 
B) INCORRETA – O artigo aponta que, no ano de sua 
publicação, o mês de janeiro havia sido o mais seco 
desde que as precipitações no estado começaram a ser 
aferidas, em 1895. Conclui-se, portanto, que a afirmativa 
da letra B é uma deturpação do que se diz no texto.
IMOH
C) CORRETA – O pesquisador da NASA, James Famiglietti, 
atribui, entre outras coisas, à baixa precipitação em 
forma de chuva e de neve o estado de extrema seca 
em que se encontra a Califórnia.
D) INCORRETA – Não se menciona uma combinação dos 
reservatórios que abastecem a Califórnia como motivo 
da seca. O que se aponta no texto é que, nas bacias 
dos rios Sacramento e San Joaquin, toda a água da 
neve, de rios, de reservatórios, do solo e de lençóis 
freáticos combinada correspondeu a um total que estava 
34 milhões de acre-pés abaixo do nível normal de 2014.
E) INCORRETA – Embora o consumo desregrado possa 
ser inferido como um dos fatores da crise hídrica 
californiana, o texto não o menciona, motivo pelo qual 
essa alternativa não pode ser escolhida como resposta.
QUESTÃO 02 
The mighty Amazon might be sunk by the demand for 
instant gratification
Hegemony never lasts in technology. The day the first 
pundit calls a tech superpower a dangerous monopoly, start 
looking for whatever is coming to overthrow it. 
This seems to be where we are with mighty Amazon.com. 
Amazon is still growing like crazy, about 20 percent 
year-over-year. But it’s not growing the way it used to. 
The company this month missed earnings and said its 
fourth-quarter revenue will be lower than expected. Plus, 
it seems to be suffering occasional brain farts, like its overly 
hasty 60 Minutes drone reveal and the introduction of its Fire 
phone. The Fire was a colossal misreading of consumers, 
as if McDonald’s launched a haggis sandwich and was 
puzzled when nobody bought it. 
Disponível em: <http://www.newsweek.com/business>. 
Acesso em: 21 mar. 2017. [Fragmento]
A gigante de vendas Amazon.com destaca-se no comércio 
via Internet há muitos anos. Contudo, a empresa enfrentou 
questões problemáticas em 2014. Entre essas questões, o 
texto cita 
A. 	a consideração supervalorizada das demandas dos 
consumidores finais.
B. 	a crítica à sua hegemonia feita por especialistas da área 
de tecnologia.
C. 	a queda no faturamento da empresa no quarto trimestre 
do ano.
D. 	o surgimento de práticas de venda mais eficazes que 
as da Amazon. 
E. 	o crescimento nas vendas de apenas 20% nos quatro 
anos anteriores. 
ARUC
ENEM – VOL. 1 – 2018 LCT – PROVA I – PÁGINA 1BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
Alternativa C
Resolução: 
A) INCORRETA – O texto não fala de uma consideração 
supervalorizada das demandas dos consumidores, mas, 
sim, de uma leitura equivocada – misreading –, o que 
levou a empresa a lançar o smartphone Fire, fracasso 
de vendas.
B) INCORRETA – Essa alternativa distorce o que diz o 
primeiro parágrafo do texto. Nele, o autor afirma que 
um indicador de que uma grande empresa tecnológica 
vai começar a ruir é o fato de ela ser considerada 
um monopólio por especialistas. Isso não quer dizer, 
contudo, que foram as críticas que impediram o 
crescimento da Amazon em 2014.
C) CORRETA – Um quarto de ano corresponde a três 
meses, isto é, um trimestre. Portanto, fourth-quarter 
pode ser traduzido como “do quarto trimestre”. Assim, 
a alternativa está de acordo com a seguinte passagem 
do texto: The company this month missed earnings 
and said its fourth-quarter revenue will be lower than 
expected.
D) INCORRETA – O artigo não cita o surgimento de 
nenhuma prática de venda melhor que as da Amazon, 
logo a alternativa não se sustenta no texto.
E) INCORRETA – O texto afirma que a Amazon teve um 
crescimento de 20% ano após ano, o que é algo positivo, 
e não uma questão problemática (a expressão growing 
like crazy – crescendo feito doida – deixa isso claro). 
QUESTÃO 03 
Disponível em: <https://i.pinimg.com>. Acesso em: 09 out. 2017.
Nesse cartum, a quebra de expectativa leva a um efeito de 
humor. Essa quebra ocorre porque
A. 	 a entrevistada atribui aos congressistas as 
características citadas pelo entrevistador. 
B. 	 a entrevistada responde com impaciência às perguntas 
feitas pelo entrevistador.
C. 	 as personagens têm opiniões parecidas sobre o 
recebimento de ajudas financeiras.
D. 	 o entrevistador induz a entrevistada a criticar os 
membros do Poder Legislativo.
E. 	 o entrevistador emite um juízo de valor sobre os 
beneficiários de programas sociais.
2VØ7
Alternativa A
Resolução:
A) CORRETA – Ao questionar o que se deve fazer com 
“pessoas que recebem ajuda financeira do governo, mas 
são preguiçosas demais para trabalhar”, o entrevistador 
está se referindo aos beneficiários de programas sociais. 
Contudo, a mulher atribui essas características aos 
congressistas, dizendo que essas pessoas devem 
ser expulsas do Congresso. Isso gera uma quebra de 
expectativa, que, por sua vez, contribui para o efeito de 
humor irônico e crítico do cartum.
B) INCORRETA – A mulher entrevistada estácom os 
braços cruzados e dá uma resposta inesperada, o que, 
de fato, demonstra certa impaciência, mas isso em si 
não gera uma quebra de expectativa. 
C) INCORRETA – Nota-se que as personagens têm 
opiniões marcadamente divergentes sobre os benefícios 
financeiros distribuídos pelo governo, visto que o 
entrevistador os considera um problema quando são 
recebidos pela população, e a mulher os vê como 
problema quando recebidos por políticos. 
D) INCORRETA – Não existem elementos textuais 
suficientes para afirmar que o entrevistador tenha 
buscado induzir a entrevistada a criticar os membros 
do Poder Legislativo. Além disso, o elemento textual 
que gera a quebra de expectativa não é esse, mas, sim, 
a resposta da entrevistada. 
E) INCORRETA – Embora o entrevistador de fato emita 
um juízo de valor sobre os beneficiários de programas 
sociais, não é isso que causa a quebra de expectativa no 
cartum, levando ao efeito de humor, mas, sim, o fato de 
a mulher atribuir esse juízo de valor aos congressistas.
QUESTÃO 04 
PARKER, J. Disponível em: <http://www.cagle.com/>. Acesso em: 22 dez. 2014.
O cartum é um desenho humorístico de caráter crítico, 
retratando, de uma forma bastante sintetizada, algo que 
envolve o dia a dia de uma sociedade. O texto anterior 
provoca no leitor uma reflexão acerca da(o)
A. 	atitude irresponsável e preguiçosa da juventude.
B. 	desemprego de pessoas na faixa dos 30 anos.
C. 	custo alto da formação universitária. 
D. 	postura altamente repressora dos pais.
E. 	preferência dos jovens por viver na casa dos pais.
IAØN
LCT – PROVA I – PÁGINA 2 ENEM – VOL. 1 – 2018 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
Alternativa C
Resolução: Como explica o enunciado da questão, os cartuns geralmente satirizam e / ou problematizam um aspecto de 
uma determinada sociedade. O cartum em questão, produzido por Jeff Parker, retrata um problema atual dos EUA, que é o 
endividamento dos jovens devido aos altos custos da formação superior e aos financiamentos estudantis. O texto também 
aborda o conflito de gerações que esse fato socioeconômico produz, pois os americanos mais velhos – que não tiveram, 
no passado, o mesmo problema com débitos estudantis que os jovens de 20 a 30 anos têm hoje – tacham as novas gerações 
de preguiçosas e irresponsáveis. 
Portanto, tendo em vista o que foi exposto anteriormente, pode-se afirmar que a alternativa A está incorreta, pois não descreve 
uma reflexão suscitada no leitor pelo texto, mas, sim, um preconceito geralmente nutrido pelos americanos mais velhos em 
relação aos mais jovens. 
A alternativa B também está incorreta, pois o tema do cartum não é o desemprego nos EUA, mas, sim, como dito anteriormente, 
os altos custos da educação superior naquele país e o consequente endividamento dos jovens na faixa etária dos 20 aos 
30 anos. 
A alternativa C, por sua vez, está correta, pois a reflexão suscitada pelo cartum é justamente sobre o alto custo da formação 
universitária nos EUA.
A alternativa D está incorreta, pois, embora os pais do jovem retratado no cartum o chamem de preguiçoso e irresponsável, 
a reflexão que o texto suscita não é exatamente sobre a postura repressora deles, mas, sim, sobre o conflito de gerações 
que, como explicamos anteriormente, decorre da atual conjuntura do ensino superior nos EUA.
Por fim, a alternativa E está incorreta, pois os jovens americanos não preferem morar com os pais; eles simplesmente não têm 
opção, visto que estão endividados.
QUESTÃO 05 
Disponível em: <https://kingsjester.wordpress.com>. Acesso em: 05 out. 2017.
Esse cartum aborda um aspecto sociopolítico dos Estados Unidos. Por meio dele, busca-se fazer uma crítica à falta de
A. 	 preocupação da população estadunidense com o aquecimento global. 
B. 	 critério para o estabelecimento de prioridades pelo governo dos EUA.
C. 	 funcionários públicos para atender à população carente estadunidense.
D. 	 acesso a um serviço de saúde barato e de qualidade nos Estados Unidos.
E. 	 comprometimento do governo estadunidense com os problemas da população.
Alternativa B
Resolução:
A) INCORRETA – O cartum não busca criticar a falta de preocupação da população dos EUA com o aquecimento global, mas, 
sim, apontar que, enquanto o governo se ocupa com esse problema, várias pessoas estão sem emprego e sem assistência.
B) CORRETA – No cartum, vê-se uma fila de pessoas aguardando atendimento à porta de um “unemployment office” 
(agência responsável por ajudar os cidadãos a encontrar emprego). Afixadas na porta dessa agência, há duas placas 
indicando que o lugar estará fechado até que se resolvam os problemas do aquecimento global e da saúde. Com isso, 
faz-se uma crítica implícita à incapacidade da administração pública estadunidense de estabelecer prioridades para 
conseguir resolver o problema do desemprego, que também é urgente. 
C) INCORRETA – A crítica feita no cartum não é à falta de funcionários públicos para atender à população carente, mas, sim, 
ao empenho do governo estadunidense em resolver problemas que podem não ser tão urgentes quanto o do desemprego. 
D) INCORRETA – O cartum, na verdade, critica o esforço do governo estadunidense em resolver o problema do acesso à saúde 
em detrimento da busca por resolver o problema do desemprego. Portanto, a crítica não é à falta de acesso à saúde em si. 
E) INCORRETA – O aquecimento global e a saúde podem ser considerados problemas da população, e, tendo em vista 
que o cartum sugere que o governo do país está empenhado em resolvê-los, não se pode dizer que haja falta de 
comprometimento. A crítica que se faz no cartum, na verdade, é à falta de capacidade desse governo de fazer isso sem 
deixar de lado outro problema tão ou mais urgente, que é o desemprego. 
R3HA
ENEM – VOL. 1 – 2018 LCT – PROVA I – PÁGINA 3BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS
Questões de 01 a 45
Questões de 01 a 05 (opção espanhol)
QUESTÃO 01 
Disponível em: <http://i.blogs.es/b243a6/650_1000_captura-20de-20pantalla-202012-12-11-20a-20las-2014.34.53/1366_2000.jpg>. Acesso em: 30 ago. 2016.
A propaganda institucional divulga mensagens de cunho social, cultural ou cívico com a intenção de promover uma determinada 
ação em seu público-alvo. Essa propaganda institucional da Unicef tem por objetivo
A. 	 agradecer as doações realizadas às crianças em situação de desnutrição.
B. 	 noticiar as informações coletadas sobre a desnutrição infantil no mundo. 
C. 	 incentivar o aumento das doações para o combate à desnutrição infantil.
D. 	 chocar seus interlocutores com os dados divulgados sobre a desnutrição.
E. 	 destacar a baixa expectativa de vida das crianças que sofrem de desnutrição.
Alternativa C
Resolução: A alternativa correta é a C, pois a propaganda da Unicef tem por objetivo estimular o leitor a contribuir com a 
causa, aumentando, assim, o número de doações para o combate à fome no mundo. As demais alternativas estão incorretas 
porque elas referem-se aos recursos utilizados na campanha para atingir o objetivo de captar doações.
QUESTÃO 02 
Las barras bravas representan un cáncer para el fútbol profesional de Argentina, el deporte nacional por excelencia. 
Ya cargan sobre sus espaldas nada menos que 301 asesinatos en batallas campales en los estadios y emboscadas por 
ajustes de cuentas. 
Pese a ello la sociedad no reacciona como sería necesario ante esa enfermedad colectiva. Ya se han probado varios 
antídotos y ninguno ha surtido efecto, desde el veto personalizado de ingreso a las gradas o la suspensión del estadio, hasta 
proscribir del partido a toda una afición. 
El último intento por frenar a las barras bravas ha sido un proyecto que propuso modificar el código penal e incluir la 
tipificación de los delitos y el monto de los castigos para los violentos. 
En principio parecía que el proyecto iba a pasar sin sobresaltos por la comisión de legislación penal del congreso de los 
diputados y luego sería debatido en el hemiciclo. El gobierno de la provincia de Buenos Aires mandó a su secretariode Deportes, 
Alejandro Rodríguez, en señal de respaldo a la medida. 
Sin embargo, en la reunión de comisión la diputada oficialista Diana Conti, ha salido con una reacción inesperada y ha 
planteado objeciones que pusieron todo marcha atrás. 
“El Frente para la Victoria (de la Presidenta Cristina Fernández) no está de acuerdo con estos proyectos” pues producen 
“una estigmatización del barrabrava”, ha argumentado. Y ha opinado que “el derecho penal no es una solución mágica” y se 
debe “ser cuidadosos con los aumentos de pena o una tipificación de los barrabravas”. 
Disponível em: <http://www.elmundo.es/internacional/2015/03/11/5500bf0422601d0d4 98b4575.html>. Acesso em: 10 maio 2015. 
O argumento que sustenta as objeções a tornar mais severa a punição de membros de torcidas organizadas na Argentina 
se baseia na premissa de que
A. 	 a sociedade rejeita a existência dessa doença coletiva. 
B. 	 as medidas propostas para diminuir a violência se mostraram ineficazes.
C. 	 os membros de torcidas organizadas apresentam comportamentos diferenciados. 
D. 	 o direito penal oferece soluções que parecem mágicas de maneira cuidadosa. 
E. 	 a última tentativa para frear a violência nos estádios apontou novos caminhos para o êxito. 
7IGQ
ZMML
LCT – PROVA I – PÁGINA 4 ENEM – VOL. 1 – 2018 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
Alternativa C
Resolução: Segundo o texto, a deputada Diana Conti 
apresentou objeções ao projeto de modificação ao 
código penal com o argumento de que ele produzirá uma 
estigmatização dos membros de torcidas organizadas, e 
que alterar o direito penal não será uma solução mágica 
para a situação, razão pela qual deve-se ter cuidado com 
o aumento das penas e a tipificação dos barrabravas. 
Com base na argumentação da deputada, percebe-se que a 
lógica subjacente à sua posição é a de que uma tipificação 
levaria ao estigma de que todo membro de torcida organizada 
pratica atos de violência, o que não necessariamente é 
verdade. Portanto, a alternativa correta é a C.
QUESTÃO 03 
El Diccionario de la Lengua Española ya no es de la 
RAE, es de las 22 academias
Al presentar la edición XXIII del Diccionario de la 
Lengua Española, Jaime Labastida señaló que hasta hace 
poco este libro era conocido popularmente como RAE 
(Real Academia Española), porque era en efecto el 
diccionario de esta institución. Hoy ya no lo es, pertenece 
a todas las academias y debemos llamarlo de otra manera, 
con otra sigla. Él lo llamó “DILE”.
La lengua española es universal y no tiene centro, es 
policéntrica, en la que no se reconoce como correcta solo 
una de las normas lingüísticas. Cada una de las naciones 
posee la forma del habla que le es propia, su léxico y giros 
distintos. Y esto revela la actual edición del diccionario, 
precisó Jaime Labastida. […]
Sin embargo, explicó que esta edición aún contiene 
algunos defectos como el no señalar los españolismos. 
Por ejemplo, dijo, la palabra “grifo”, en España describe a 
un animal y en México es la acepción de una persona que 
se intoxica con drogas, como la mariguana. Otro, añadió, 
es la palabra “bañador”, de que define a una persona que 
baña, pero el españolismo dice que es una prenda de una 
pieza usada para bañarse en playas. “En el diccionario 
estas dos palabras no tienen la marca de españolismo.”
Estos defectos podrán subsanarse en próximas 
ediciones, “porque este diccionario, pese a todo, es el 
diccionario canónico de nuestra lengua, más ahora por la 
amplia colaboración de las 22 academias”.
Disponível em: <http://www.cronica.com.mx/notas/2014/870345.html>. 
Acesso em: 10 dez. 2014 (Adaptação).
Jaime Labastida aponta uma falha na última edição do 
Dicionário da Língua Espanhola, elaborado pelas 22 
academias da língua. O erro fundamental a que se refere o 
membro da Academia Mexicana decorre da
A. 	 ausência da marca de espanholismos no dicionário.
B. 	 falta de participação das academias da língua.
C. 	 marcação de americanismos no dicionário.
D. 	 presença da sigla DILE no título do dicionário.
E. 	 prevalência do sentido ambíguo de algumas palavras.
RQTG
Alternativa A
Resolução: No texto, Labastida apresenta a nova edição 
do dicionário da RAE, feita em colaboração entre as 
22 academias de Língua Espanhola, porém, sinaliza que o 
dicionário possui defeitos, a saber, a falta de espanholismos 
– variações no uso e significado de algumas palavras entre 
os países hispanofalantes –, problema que pode ser corrigido 
nas próximas edições do dicionário colaborativo. Portanto, 
a alternativa correta é a A. 
QUESTÃO 04 
Reloj biológico y horario de verano 
Todos tenemos un reloj interno llamado reloj biológico, 
biorritmo o reloj circadiano, que regula entre otros aspectos 
de nuestra vida el sueño y el hambre. 
El biorritmo está basado en las influencias del ritmo 
circadiano. Es decir que el ser humano y al parecer la mayoría 
de los seres vivos, están regulados por “un reloj biológico” 
que interactúa con la naturaleza y sus ciclos, como el día 
y noche y las estaciones, y repercute en los ciclos de sueño 
e insomnio, de apetito, de actividad hormonal, entre otros. 
Fisiológicamente lo más adecuado para la salud y el 
rendimiento del ser humano es acoplar de la mejor forma 
posible sus actividades más importantes al ciclo natural luz / 
obscuridad. El regulador de este reloj es la luz ya que cuando 
la retina capta el primer rayo de sol, manda la información al 
cerebro y éste envía docenas de órdenes al cuerpo. 
Para activarnos en el día el sistema endocrino segrega, 
entre otras, la hormona del estrés cortisol y por la noche, la 
melatonina para dormir. Por eso, cuando en verano amanece 
más temprano, lo lógico es recorrer el horario una hora antes, 
porque el cuerpo de forma natural se activará por la luz. 
Disponível em: <http://www.cronica.com.mx/notas/2015/892063.html>. 
Acesso em: 10 mar. 2016. [Fragmento] 
O texto informativo, veiculado no jornal Crónica, apresenta ao 
leitor explicações sobre o relógio biológico, além de orientá-lo 
a como proceder diante do efeito do horário de verão nesse 
mecanismo. A partir da leitura do texto, depreende-se o 
“relógio biológico” como:
A. 	 Informação de luz captada pela retina e enviada ao 
cérebro, que ativará o organismo.
B. 	 Sistema biológico exclusivo dos seres humanos, capaz 
de regular as atividades diárias. 
C. 	 Mecanismo orgânico capaz de gerar uma ordem 
temporal nas atividades do indivíduo. 
D. 	 Reconhecimento orgânico automático do melhor 
horário para realizar as atividades diárias. 
E. 	 Adaptação humana das atividades mais importantes 
do dia ao ciclo natural de luz e escuridão. 
66SW
ENEM – VOL. 1 – 2018 LCT – PROVA I – PÁGINA 5BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
Alternativa C
Resolução: De acordo com o texto, o ser humano e a maioria dos seres vivos possuem um relógio biológico interatuante 
com a natureza e seus ciclos. Esse mecanismo é regulado pela luz, que manda a informação ao cérebro, o qual, por sua 
vez, envia dezenas de ordens ao corpo, fazendo com que os indivíduos tenham uma ordem temporal em suas atividades 
obedecendo aos ciclos de luz e escuridão. Portanto, a alternativa correta é a C. A alternativa A é incorreta porque a luz é o 
regulador do relógio biológico, não o próprio relógio. A alternativa B é incorreta porque quase todos os seres vivos possuem 
relógio biológico. A alternativa D é incorreta porque o relógio biológico regula o sono e a fome, entre outros mecanismos, 
e não atua como um sistema de reconhecimento automático do melhor horário para realizar as atividades diárias. 
Por fim, a alternativa E é incorreta porque o relógio biológico não é uma adaptação humana para a realização de atividades 
importantes de acordo com os ciclos de luz e escuridão, e sim um mecanismo fisiológico inerente a quase todos os seres 
vivos que regula alguns processos no organismo.
QUESTÃO 05 
Un mercado de colores 
Poco más hay que decir del mercado de artesanías de Otavalo que se pone cada sábado por toda la ciudad,TIENES QUE VERLO. Es uno de los mercados de artesanías al aire libre más grandes de Latinoamérica. 
El colorido y originalidad de las piezas que se pueden encontrar es único, claro está que ahora abundan también los 
puestos con marroquinería china por doquier, pero teniendo en cuenta que Otavalo sigue siendo referente de fabricación de 
artesanía indígena para todo el mundo, aquí puedes encontrar casi de todo. Si llegas otro día que no sea el sábado, siempre 
encontraras en la plaza de los ponchos una exposición fija de los comerciantes locales. 
Si tienes algo que comprar de recuerdo, no dejes de pasear por este mercado, seguro que algo picas. Ojo con los niños 
el sábado es fácil de perderse por la cantidad ingente de personas que se mueven ese día, y por supuesto bolsas y mochilas 
de mano bien cerradas y en la parte delantera pues los carteristas hacen su agosto durante los sábados. 
Disponível em: <http://www.minube.com/rincon/mercado-de-otavalo-a1602#modal-78602>. Acesso em: 15 mar. 2016. 
O texto apresentado descreve um típico mercado artesanal indígena na cidade de Otavalo, no Equador. Além de elogiar o 
artesanato, o autor faz algumas recomendações e alertas aos leitores que pretendam visitar o mercado. O fragmento “[...] los 
carteristas hacen su agosto durante los sábados” sugere que, no mercado, os visitantes
A. 	 encontram uma exposição de carteiras. 
B. 	 devem ficar atentos ao grande perigo de furtos.
C. 	 podem facilmente perder as crianças na multidão. 
D. 	 encontram opções de lembranças para comprar.
E. 	 preferem comprar aos sábados do mês de agosto.
Alternativa B
Resolução: A expressão “hacen su agosto” significa lucrar aproveitando-se de uma situação, e “carteristas” refere-se a ladrões de 
carteiras. A última frase do texto alerta os leitores que pretendem visitar o mercado sobre o grande perigo de furtos aos sábados 
e orienta-os a deixarem suas bolsas e mochilas bem fechadas e posicionadas na dianteira do corpo, a fim de evitar furtos, 
de modo que a alternativa correta é a B. A alternativa A é incorreta porque o texto não diz que há exposições de carteiras no 
mercado. A palavra “carteirista” é usada para referir-se aos ladrões. A alternativa C é incorreta porque o fragmento indicado 
no enunciado está relacionado à frase “y por supuesto bolsas y mochilas de mano bien cerradas y en la parte delantera […] ”, 
e não à facilidade das crianças de se perderem, o que é indicado pela conjunção “pues”, que conecta a orientação à sua 
explicação. A alternativa D é incorreta porque faz referência a uma informação presente no texto, mas não tem nenhuma 
relação com o fragmento apresentado. A alternativa E é incorreta porque, como exposto anteriormente, o trecho destacado 
diz que os ladrões cometem muitos furtos aos sábados.
GZ9J
LCT – PROVA I – PÁGINA 6 ENEM – VOL. 1 – 2018 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
QUESTÃO 06 
TEXTO I
PORTINARI, C. Retrato de Carlos Drummond de Andrade. 1936. 
Óleo sobre tela. 72 × 58 cm.
TEXTO II
Confidência do Itabirano
Alguns anos vivi em Itabira. 
Principalmente nasci em Itabira. 
Por isso sou triste, orgulhoso: de ferro. 
Noventa por cento de ferro nas calçadas. 
Oitenta por cento de ferro nas almas. 
E esse alheamento do que na vida é porosidade e 
[ comunicação.
 
A vontade de amar, que me paralisa o trabalho, 
vem de Itabira, de suas noites brancas, sem mulheres e 
[ sem horizontes.
E o hábito de sofrer, que tanto me diverte, é doce herança
[ itabirana.
 
De Itabira trouxe prendas diversas que ora te ofereço: 
esta pedra de ferro, futuro aço do Brasil, 
este São Benedito do velho santeiro Alfredo Duval; 
este couro de anta, estendido no sofá da sala de visitas; 
este orgulho, esta cabeça baixa... 
 
Tive ouro, tive gado, tive fazendas. 
Hoje sou funcionário público. 
Itabira é apenas uma fotografia na parede. 
Mas como dói!
ANDRADE, C. D. Confidência do Itabirano. In: Sentimento do mundo. 
São Paulo: Companhia das Letras, 2012.
83FE Os dois textos representam o mesmo objeto: o primeiro é 
um retrato de Carlos Drummond de Andrade pintado por 
Candido Portinari, e o segundo é um texto poético em que o 
próprio poeta define a si mesmo. A respeito da abordagem, 
a diferença entre ambos, respectivamente, é que
A. 	 um esclarece quem é o retratado, e o outro busca 
mistificá-lo.
B. 	 um privilegia a objetividade, e o outro privilegia a 
expressividade.
C. 	 um expressa opiniões, e o outro distorce a realidade 
pelas palavras.
D. 	 um expõe uma visão social, e o outro traz uma 
justificativa à sociedade.
E. 	 um é composto por simbologias, e o outro é marcado 
por fatos históricos.
Alternativa B
Resolução: Ambos os textos retratam a mesma pessoa, 
 o poeta Carlos Drummond de Andrade. A principal diferença 
entre ambos, à parte a linguagem artística empregada – 
pintura e literatura –, é que a obra de Candido Portinari 
apresenta uma abordagem que privilegia uma representação 
objetiva, próxima da realidade, enquanto em seu poema 
Drummond define a si mesmo de maneira subjetiva, com 
o foco em suas atitudes e características psicológicas. 
Portanto, está correta a alternativa B. A alternativa A está 
incorreta porque o eu lírico de Drummond não busca mistificar 
sua figura, no sentido de envolvê-la em aspectos ocultos e 
espirituosos; além disso, em ambos os textos, está claro 
quem é o ser retratado. A alternativa C está incorreta porque, 
ainda que o quadro de Portinari possa ser encarado como 
sua interpretação do poeta, o poema de Drummond não 
distorce a realidade, mas expressa o ponto de vista da voz 
poética. A alternativa D está incorreta porque a representação 
de Drummond no quadro não tem engajamento social de 
qualquer tipo, nem o poema funciona como uma justificativa 
do poeta para agir de uma maneira ou de outra. Por fim, 
a alternativa E está incorreta porque, ainda que possam ser 
encontradas simbologias no quadro de Portinari, o texto de 
Drummond não se baseia em eventos da História, mas em 
acontecimentos da vida do poeta, sobre os quais ele reflete.
QUESTÃO 07 
[...] Presumi que estavam muito contentes de ganhar o 
repouso de horas, pois tinham navegado na sela a noite toda. 
Um falou mais alto, aquilo era bonito e sem tino: – “Siruiz, 
cadê a moça virgem?”. Largamos a estrada, no capim 
molhado meus pés se lavavam. Algum, aquele Siruiz, cantou, 
palavras diversas, para mim a toada toda estranha:
Urubu é vila alta, 
mais idosa do sertão: 
padroeira, minha vida – 
vim de lá, volto mais não... 
 Vim de lá, volto mais não?...
NIFU
ENEM – VOL. 1 – 2018 LCT – PROVA I – PÁGINA 7BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
Corro os dias nesses verdes, 
meu boi mocho baetão: 
buriti – água azulada, 
carnaúba – sal do chão...
Remanso de rio largo, 
viola da solidão: 
quando vou pr’a dar batalha, 
convido meu coração...
ROSA, G. Grande sertão: veredas. 19. ed. Rio de Janeiro: Nova 
Fronteira, 2001.
A presença de versos dentro do texto em prosa consiste 
numa característica da escrita de Guimarães Rosa, que, por 
meio dessa estratégia, no fragmento anterior, representa a 
mescla de
A. 	 oralidade da canção com narrativa escrita.
B. 	 informalidade da toada com língua padrão.
C. 	 descrição nos versos com narração em prosa.
D. 	 abordagem em primeira e em terceira pessoas. 
E. 	 subjetividade da canção com objetividade da prosa.
Alternativa A
Resolução: Por meio da estratégia de representar os versos 
da canção dentro do texto, o autor apresenta uma mescla 
entre a cultura oral, percebida no ritmo da canção e nas 
construções típicas da oralidade, como “pra” e “volto mais 
não”, e a narrativa escrita. A alternativa correta é, portanto, a A. 
A alternativa B está incorreta porque tanto a narrativa quanto 
os versos apresentam elementos de linguagem informal; 
ainda assim, qualquer contraposição entre língua formal e 
informal não se dá pela mescla de gêneros literários, mas 
pelas escolhas linguísticas do autor. A descrição sugerida 
na alternativa C não está presente nos versos, pois eles 
são carregadosde lirismo. A mescla, portanto, não é de tipo 
descritivo e narrativo, e sim de lírico e épico. A alternativa D 
está incorreta porque também não é possível contrapor 
abordagem em primeira e em terceira pessoa, pois tanto a 
narrativa em prosa como os versos empregam essas pessoas 
do discurso, não sendo a mescla dos gêneros literários a 
ferramenta usada para tal. Por fim, a alternativa E também 
está incorreta porque sugere que haja objetividade na prosa, 
mas tanto os versos como a prosa são subjetivos.
QUESTÃO 08 
TEXTO I
Nos sertões americanos, 
anda um povo desgrenhado: 
gritam pássaros em fuga 
sobre fugitivos riachos; 
desenrolam-se os novelos 
das cobras, sarapintados; 
espreitam, de olhos luzentes, 
os satíricos macacos. 
Súbito, brilha um chão de ouro: 
corre-se – é luz sobre um charco.
XCWH
A zoeira dos insetos 
cresce, nos valos fechados, 
com o perfume das resinas 
e desse mel delicado 
que se acumula nas flores 
em grãos de veludo e orvalho.
MEIRELES, C. Romance I ou Da revelação do ouro. In: Romanceiro 
da Inconfidência. Porto Alegre: L&PM, 2011.
TEXTO II
O século XVII mal havia terminado, as finanças de 
Portugal estavam comprometidas com o elevado custo 
da administração do Império, e a agroindústria canavieira 
começava a sentir o peso da concorrência da cana plantada 
nas Antilhas e levada pelos holandeses expulsos do Brasil, 
a qual atingia duramente os engenhos de açúcar do Nordeste. 
Mas, em Salvador, o governador-geral do país, João de 
Lencastro, ainda se perguntava se a descoberta de lavras de 
ouro no sertão dos “Cataguás” era de fato um bom negócio 
para Coroa portuguesa.
SCHWARCZ, L. M.; STARLING, H. M. Brasil: uma biografia. 
São Paulo: Companhia das Letras, 2015. [Fragmento]
A descoberta do ouro na América portuguesa é o tema dos 
textos anteriores, os quais variam em forma e conteúdo, pois
A. 	 demonstram objetivos comunicativos diferentes.
B. 	 exigem a mobilização de diferentes conhecimentos.
C. 	 registram duas interpretações sobre um fato histórico.
D. 	 representam posicionamentos contrários sobre o evento.
E. 	 expõem, respectivamente, uma alegoria e um registro 
do fato.
Alternativa A
Resolução: Ainda que a temática dos textos seja a mesma, 
a descoberta do ouro na América Portuguesa, eles foram 
compostos com diferentes objetivos, o que fica claro na 
escolha, por parte dos autores, do gênero textual. O texto I, 
de Cecília Meireles, é um fragmento de um romance 
integrante de um romanceiro, coleção de obras narrativas em 
prosa ou em verso, muito populares na Península Ibérica por 
volta do século XV. Já o texto II é um fragmento de um texto 
acadêmico da disciplina História. Assim, percebe-se que a 
intenção de cada um dos textos é única, já que o primeiro 
tem o foco na forma da mensagem, ou seja, a língua é usada 
com criatividade pela autora, que se preocupa mais em como 
dizer do que com o que dizer, o que justifica a linguagem 
figurada predominante; e o segundo privilegia o relato 
fidedigno da realidade, com linguagem denotativa. Dessa 
forma, bem como são diferentes os objetivos comunicativos, 
são diferentes o público-alvo e a função social desses textos. 
Está correta, então, a alternativa A. As alternativas B, C e D 
estão incorretas porque os diferentes conhecimentos 
mobilizados pelos leitores e os posicionamentos dos autores 
não pressupõem distinção em forma ou conteúdo, já que 
poderiam ser coincidentes mesmo em gêneros diferentes. 
Por sua vez, a alternativa E está incorreta porque o texto de 
Cecília Meireles não é uma alegoria da descoberta do ouro, 
mas uma versão poética do fato.
LCT – PROVA I – PÁGINA 8 ENEM – VOL. 1 – 2018 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
QUESTÃO 09 
TODO MUNDO TEM UM CONHECIDO QUE FALA 
ASSIM. Seja o tio com pouca experiência online ou a vovó 
que acha que as letras grandes facilitam a leitura, em algum 
momento alguém vai tentar explicar para eles que, no mundo 
da Internet, o Caps Lock virou sinônimo de gritaria.
Foi mais ou menos contra o uso indiscriminado do 
Caps Lock que um usuário do Twitter chamado Derek Arnold 
lançou o Dia Internacional do Caps Lock. Mais ou menos porque, 
como outras pseudocausas do Twitter, o objetivo era menos 
militante e mais para dar umas risadas. A regra era que 
todos passassem o dia todo escrevendo só em Caps Lock, 
independente da situação.
Com o aumento das discussões acaloradas e do discurso 
de ódio na Internet, muitas caixas de comentários começaram 
a bloquear os que eram digitados todos em caixa alta. 
Nos jogos virtuais, quem escreve em maiúscula pode 
ser punido. Outras soluções tentaram ser mais criativas, 
como um projeto de plug-in que transforma frases raivosas 
digitadas em Caps em outras estranhas e aleatórias como 
“Eu gosto de pinguins roxos”.
Se parece tudo besteira, saiba que o ódio ao Caps Lock 
não é apenas parte do folclore zueiro da Internet. Existem pelo 
menos duas campanhas oficiais, criadas por engenheiros de 
software, para fazer lobby pela extinção dele nos teclados, 
a CAPSoff e a antiCAPSLOCK, que consideram que 
o Caps Lock representa um saudosismo inútil e é uma falha 
fundamental na experiência do usuário.
LEONARDI, A. C. Disponível em: <https://super.abril.com.br>. 
Acesso em: 24 out. 2017. [Fragmento adaptado]
Ao discorrer sobre o uso do Caps Lock, o texto tem como 
objetivo
A. 	 divulgar o Dia Internacional do Caps Lock para provocar 
humor em usuários do Twitter.
B. 	 explicar por que essa ferramenta pode ser um indício 
de falta de educação virtual.
C. 	 discutir estratégias para cessar o uso desse recurso 
em jogos, fóruns e softwares.
D. 	 partir de uma premissa local até chegar a uma 
discussão de mobilização global.
E. 	 servir de suporte para difundir os resultados das 
campanhas oficiais online.
Alternativa B
Resolução: O texto tem como introdução uma breve 
contextualização sobre o que é usar caixa alta no 
ambiente virtual, em que se afirma que essa prática se 
tornou “sinônimo de gritaria”, portanto, um comportamento 
mal-educado. Ao longo do texto, a autora explica que 
a caixa alta incomoda tantos usuários que campanhas 
descontraídas, ou mesmo oficiais, foram criadas para bani-la, 
já que na linguagem virtual denota raiva ou exaltação, 
sentimentos manifestos, normalmente, em discussões. 
CRWX Assim, está correta a alternativa B. A alternativa A está 
incorreta porque o texto menciona a existência do Dia 
Internacional do Caps Lock, data criada ironicamente 
para combater a caixa alta, com o objetivo de provar que 
essa ferramenta incomoda muitos usuários; portanto, 
divulgar a data não é seu objetivo. A alternativa C está 
incorreta porque o texto não promove um debate acerca 
de como se evitar a caixa alta em jogos, fóruns online e 
softwares, mas mostra que o incômodo gerado é tanto 
que os próprios usuários têm recorrido a estratégias; 
portanto, o texto apenas as expõe. A alternativa D 
está incorreta porque partir de uma premissa local (uso de 
caixa alta por familiares) para uma global (uso de caixa 
alta por internautas em todos os ambientes virtuais) não é 
o objetivo do texto, mas uma estratégia argumentativa que 
cativa e contextualiza os leitores. Finalmente, a alternativa E 
está incorreta porque o texto não é um informe dos resultados 
obtidos pelas campanhas, as quais são mencionadas 
somente para corroborar o ponto de vista defendido: 
o incômodo causado pelo uso exacerbado da caixa alta em 
ambientes virtuais.
QUESTÃO 10 
Tentarei recrear meu espírito e recriar teu vício.
Desatarei o laço da saudade que de lasso adoeceu.
BANTIM, E. Disponível em: <http://www.gostodeler.com.br>. 
Acesso em: 26 out. 2017.
Sobre as relações entre forma e significado nos vocábulos, 
considerando o texto anterior, identifica-se que
A. 	 “recrear” e “recriar” são diferentes em sentido e iguais 
em pronúncia.
B. 	 “recrear” e “recriar” são iguais na pronúncia e diferentes 
na grafia.
C. 	 “recrear” e “recriar” são diferentes em grafia e iguais 
em sentido.
D. 	 “laço” e “lasso”são iguais na pronúncia e diferentes 
na grafia.
E. 	 “laço” e “lasso” são iguais em sentido e em pronúncia.
Alternativa D
Resolução: As palavras “laço” e “lasso” são homófonas 
heterográficas, portanto, são iguais na pronúncia e diferentes 
na escrita, apresentando, ainda, sentidos diferentes: de acordo 
com o dicionário Michaelis online, “laço” é “um nó que se 
desata com facilidade, com uma ou mais alças”; e “lasso” é 
“aquele que está fatigado ou cansado”, que está acometido 
por lassidão. Portanto, está correta a alternativa D.
HK87
ENEM – VOL. 1 – 2018 LCT – PROVA I – PÁGINA 9BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
QUESTÃO 11 
Solitário
Como um fantasma que se refugia 
Na solidão da natureza morta, 
Por trás dos ermos túmulos, um dia, 
Eu fui refugiar-me à tua porta! 
 
Fazia frio e o frio que fazia 
Não era esse que a carne nos conforta... 
Cortava assim como em carniçaria 
O aço das facas incisivas corta! 
 
Mas tu não vieste ver minha Desgraça! 
E eu saí, como quem tudo repele, 
– Velho caixão a carregar destroços – 
 
Levando apenas na tumbal carcaça 
O pergaminho singular da pele 
E o chocalho fatídico dos ossos!
ANJOS, A. Eu e outras poesias. 3. ed. São Paulo: Livraria Martins 
Fontes Editora, 2011.
O soneto de Augusto dos Anjos pertence ao gênero lírico 
porque a voz poética
A. 	 canta a tristeza dos poetas que morreram por amor.
B. 	 verbaliza figurativamente o amor e a rejeição sentida.
C. 	 homenageia a amada com atitudes de devoção doentia.
D. 	 invoca uma figura fantasmagórica para relatar a própria 
tragédia.
E. 	 simboliza com uma alegoria a abstração de amar e ser 
amado.
Alternativa B
Resolução: O gênero lírico é caracterizado por suas 
temáticas intimistas, em que a voz poética expõe seus 
sentimentos num texto permeado, normalmente, de 
linguagem conotativa, isto é, figurada. No soneto de 
Augusto dos Anjos, o eu lírico emprega comparações e 
metáforas para expor à sua amada seus sentimentos, 
revelando um amor desesperado, que não é retribuído e o 
faz se sentir como um corpo sem vida que perambula pela 
cidade nas noites frias. Está correta, portanto, a alternativa B. 
As outras alternativas estão incorretas porque não apontam 
características do gênero lírico ou porque interpretam 
incorretamente o texto. A alternativa A está incorreta porque 
a tristeza retratada é somente a do eu lírico, não a de outros 
poetas que também sofrem por um amor não correspondido. 
A alternativa C está incorreta porque o eu lírico não 
apresenta atitudes que homenageiam sua amada, mas que 
representam o desespero por encontrá-la ou chamar sua 
atenção. A alternativa D está incorreta porque a figura do 
fantasma não é invocada como numa epopeia, mas usada 
como comparação para representar os sentimentos do eu 
lírico. Finalmente, a alternativa E está incorreta porque o 
amor do eu lírico não é correspondido.
RDPU QUESTÃO 12 
Cadê teu suin-?
Cadê teu repi- 
Quem é teu padri- 
Onde é que tu to- 
Cadê teu suin- 
Guitarra não po- 
Desista mole- 
Quem é que te indi- 
Cadê teu suin-
CAMELO, M. Cadê teu suin-?. In: Bloco do eu sozinho. Los Hermanos. 
CD. Abril Music, 2001. [Fragmento]
Para estruturar o texto da canção, o autor considerou, em 
todos os versos,
A. 	 a sílaba tônica da última palavra.
B. 	 o ditongo crescente na última palavra.
C. 	 o hiato na primeira e na última palavra.
D. 	 a posição da sílaba tônica em cada palavra.
E. 	 a ocorrência de semivogais na última palavra.
Alternativa A
Resolução: A última palavra de cada verso tem sua última 
sílaba suprimida, no entanto, a primeira palavra do verso 
seguinte inicia-se com a sílaba que completa a palavra 
anterior. A sonoridade do texto não é afetada porque a 
última palavra dos versos é paroxítona, acomodando a 
sílaba da palavra que inicia os versos, já que as primeiras 
palavras não têm sua primeira sílaba pronunciada de forma 
enfática. Assim, está correta a alternativa A. A alternativa B 
está incorreta porque não há ditongo nas últimas palavras. 
A alternativa C está incorreta porque não há hiato em todas 
as palavras que terminam os versos, somente em “suingue”. 
A alternativa D está incorreta porque somente a sílaba 
tônica das palavras que iniciam e terminam os versos são 
levadas em consideração, já que os versos não apresentam 
mesmo número de sílabas gramaticais nem poéticas. 
Por fim, a alternativa E está incorreta porque não há 
semivogais nas últimas palavras; em “suingue”, na sílaba 
“gue” há, na verdade, um dígrafo, já que “gu” denota um 
fonema somente.
QUESTÃO 13 
Segundo quadro
(Uma sala da prefeitura. O ambiente é modesto. Durante 
a mutação, ouve-se um dobrado e vivas a Odorico, “viva o 
prefeito” etc. Estão em cena Dorotéa, Juju, Dirceu, Dulcinéa, 
Vigário e Odorico. Este último, à janela, discursa.)
ODORICO
Povo sucupirano! Agoramente já investido no cargo de 
prefeito, aqui estou para receber a confirmação, ratificação, 
a autenticação e por que não dizer a sagração do povo que 
me elegeu.
(Aplausos vêm de fora.)
6SPA
YXV5
LCT – PROVA I – PÁGINA 10 ENEM – VOL. 1 – 2018 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
ODORICO
Eu prometi que o meu primeiro ato como prefeito seria 
ordenar a construção do cemitério.
(Aplausos, aos quais se incorporam as personagens em cena.)
GOMES, D. O bem-amado. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2014.
Rubricas, ou didascálias, são instruções cênicas que orientam a 
interpretação do texto dramático e situam a leitura. No fragmento 
de Dias Gomes, as rubricas são empregadas para
A. 	 justificar as ações de cada uma das personagens.
B. 	 descrever o ambiente e as ações de personagens.
C. 	 interromper a leitura para esclarecimentos do autor.
D. 	 narrar os acontecimentos paralelos à cena retratada.
E. 	 preencher lacunas discursivas deixadas pelo narrador.
Alternativa B
Resolução: As rubricas no texto de Dias Gomes vêm entre 
parênteses e são usadas para situar o lugar em que as 
cenas acontecem: “Uma sala da prefeitura. O ambiente é 
modesto.” Além disso, também mostram aos leitores quais 
personagens aparecem e o que estão fazendo em cena: 
“Estão em cena Dorotéa, Juju, Dirceu, Dulcinéa, Vigário 
e Odorico. Este último, à janela, discursa.” Portanto, está 
correta a alternativa B. A alternativa A está incorreta porque 
as rubricas não explicam o porquê de cada personagem 
desempenhar uma ou outra ação, já que a motivação de 
cada uma delas é explicada pelo próprio universo narrativo 
do texto. A alternativa C está incorreta porque, ainda que 
as rubricas possam ser entendidas como interrupções do 
autor do texto dramático, elas não apresentam qualquer 
tipo de esclarecimento, já que não há interlocução entre 
autor e leitores. A alternativa D está incorreta porque as 
rubricas devem ser consideradas como se estivessem fora 
do universo da trama; ainda, no texto de O bem-amado, 
elas não narram acontecimentos paralelos, mas se limitam 
a descrever o que acontece fora do ambiente em que a cena 
ocorre, sempre do ponto de vista dos personagens: “ouve-se 
um dobrado e vivas a Odorico”, “Aplausos vêm de fora”. 
Por fim, a alternativa E está incorreta porque não há narrador 
em textos dramáticos; assim, qualquer lacuna da narrativa 
não será preenchida pelas rubricas, cujo objetivo é descrever 
ou situar o ambiente e indicar a ação das personagens, uma 
vez que o texto principal consiste apenas em falas.
QUESTÃO 14 
Tenho uma tendência à prolixidade, uso mais palavras e 
frases do que o necessário e acabo me tornando enfadonho. 
Não existe nada pior do que ler um texto fastidioso. Por isso 
tentarei ser o mais conciso possível ao narrar esta história.
FONSECA, R. Segredo e mentiras. In: Amálgama. Rio de Janeiro: 
Nova Fronteira, 2013.
Q11Ø
No fragmento de Rubem Fonseca, os adjetivos “enfadonho” 
e “fastidioso” colaboram para
A. 	 marcar a atitude do narrador com relação à história, 
que é anunciada como desinteressante.
B. 	 quebrar a expectativa dos leitores, que iniciam a leitura 
esperando não apreciá-la.
C. 	 alertar os leitores sobre o conto,que carece de 
elementos literários rebuscados.
D. 	 demonstrar a falta de empatia do narrador pelo relato, 
que é feito por obrigação.
E. 	 comprovar a prolixidade do narrador, que anuncia e 
estende o início do relato.
Alternativa E
Resolução: Os adjetivos “enfadonho” e “fastidioso” 
caracterizam, nessa ordem, o narrador e seus textos. 
Assim, ao mesmo tempo que usa palavras de valoração 
negativa para definir a si mesmo e a seus escritos, 
ele repete o comportamento que critica, alongando 
desnecessariamente seu relato e atravancando a leitura. 
Portanto, esses vocábulos comprovam o que o narrador 
diz no fragmento. Da mesma forma, eles também têm sua 
aplicação comprovada pelo contexto em que se inserem. 
Está correta, então, a alternativa E. A alternativa A está 
incorreta porque a atitude demonstrada pelo narrador é de 
se estender muito em seus relatos, e não de os considerar 
desinteressantes. A alternativa B está incorreta porque, ao 
anunciar seu relato como prolixo, o narrador, na verdade, 
seduz seus leitores a continuarem a leitura e chegarem ao 
ponto em que se inicia a história, portanto não há quebra 
de expectativa. A alternativa C está incorreta porque nada 
no trecho comprova que o conto em análise dispensa 
elementos literários rebuscados; a própria técnica de 
alongar o início da história, aliás, pode ser considerada um 
aspecto trabalhado com o objetivo de descolar o texto de 
narrativas tradicionais. A alternativa D, por sua vez, está 
incorreta porque o narrador não é apático em relação a seu 
relato, o qual também não é feito por obrigação; o narrador 
expõe um julgamento negativo, na verdade, sobre a maneira 
como relata suas histórias. 
QUESTÃO 15 
A trabalhadora doméstica Maria Sales passa a maior parte 
da semana morando na casa onde trabalha. Se precisasse 
sair de casa todos dias para ir ao trabalho, teria que percorrer 
diariamente cerca de 34 quilômetros para se deslocar.
A baixa oferta de transporte público, o alto custo das 
passagens, a falta de infraestrutura – como sinalização e 
calçadas inexistentes – e a insegurança são fatores que 
tornam o sistema de mobilidade urbana ineficiente. Isso tudo 
resulta em problemas como maior tempo de deslocamento 
nos centros urbanos, excesso de veículos nas vias e 
consequentemente maior número de mortes no trânsito e 
mais poluição.
SINIMBÚ, F. Disponível em: <http://agenciabrasil.ebc.com.br>. 
Acesso em: 21 out. 2017. [Fragmento]
ØUIN
ENEM – VOL. 1 – 2018 LCT – PROVA I – PÁGINA 11BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
A argumentação presente no texto permite a identificação da 
tese defendida pela autora, que corresponde à
A. 	 exploração das trabalhadoras domésticas que moram 
no trabalho.
B. 	 insegurança vivenciada pelos trabalhadores nos 
grandes centros.
C. 	 ausência de fiscalização do trabalho informal pela 
Justiça.
D. 	 precariedade das condições de vida urbana na 
atualidade.
E. 	 ineficiência do sistema de mobilidade urbana nas 
cidades.
Alternativa E
Resolução: A argumentação enumera diversos problemas 
como fatores que tornam o sistema de mobilidade urbana 
ineficiente – como baixa oferta de transporte público, 
o alto custo das passagens, a falta de infraestrutura e a 
insegurança – e exemplifica com o caso do deslocamento 
de uma trabalhadora doméstica. A tese do texto é, portanto, 
acerca da ineficiência do sistema de mobilidade urbana 
nas cidades, conforme aponta a alternativa E. A exploração 
sobre os trabalhadores e a falta de fiscalização do trabalho 
informal são questões sociais que não se aplicam ao texto, 
pois o caso da trabalhadora doméstica é citado apenas 
como exemplo das dificuldades enfrentadas para se chegar 
até o trabalho. Ficam invalidadas, assim, as alternativas A 
e C. A insegurança nos grandes centros urbanos, sugerida 
na B, é abordada no texto como um dos fatores que tornam 
precária a mobilidade urbana, e não como a tese do texto, 
o que invalida a alternativa. Por sua vez, a precariedade 
das condições de vida nos grandes centros, sugerida na 
D, não se aplica ao texto porque este trata de uma questão 
muito específica, a qual contribui para a precariedade das 
condições de vida, mas não é tão ampla. 
QUESTÃO 16 
Oração ao tempo
És um senhor tão bonito 
Quanto a cara do meu filho 
Tempo, tempo, tempo, tempo 
Vou te fazer um pedido 
Tempo, tempo, tempo, tempo 
 
Compositor de destinos 
Tambor de todos os ritmos 
Tempo, tempo, tempo, tempo 
Entro num acordo contigo 
Tempo, tempo, tempo, tempo
VELOSO, C. Oração ao tempo. In: Cinema transcendental. Caetano 
Veloso. LP. Verve, 1979. [Fragmento]
A construção dos versos da canção se baseia na utilização 
da figura de linguagem que cumpre o papel de
A. 	 comparar as belezas para exaltar a figura do filho.
B. 	 representar um ser divino sem mencionar o seu nome.
C. 	 atenuar o sentido do pedido para torná-lo mais aceitável.
D. 	 exagerar as características do ser invocado para agradá-lo.
E. 	 personificar o elemento inanimado para simular uma 
proximidade.
MD6P
Alternativa E
Resolução: Os versos da canção apresentam uma 
prece feita pelo eu lírico à figura do tempo, à qual ele 
se dirige com elogios e anuncia que fará um pedido. 
A figura de linguagem utilizada pelo eu lírico na construção 
de seus versos pode ser identificada, portanto, como a 
personificação do ser inanimado “tempo”, para que seja 
feito o pedido e criada certa intimidade. A alternativa correta 
é, portanto, a E. A comparação, proposta em A, é uma 
figura de linguagem que não se associa às características 
da personificação, o que a invalida. A omissão do nome 
proposta em B se refere à figura elipse, o que a torna 
incorreta. A atenuação de sentido proposta em C, por sua 
vez, se refere ao eufemismo, o que também a torna incorreta. 
Por fim, o exagero proposto na alternativa D não se refere à 
personificação, e sim à hipérbole, o que também a invalida.
QUESTÃO 17 
Aula inaugural
É verdade que na Ilíada não havia tantos heróis como na 
[ guerra do Paraguai... 
Mas eram bem falantes 
E todos os seus gestos eram ritmados como num balé 
Pela cadência dos metros homéricos. 
Fora do ritmo, só há danação. 
Fora da poesia não há salvação. 
A poesia é dança e a dança é alegria. 
Dança, pois, teu desespero, dança 
Tua miséria, teus arrebatamentos, 
Teus júbilos 
E, 
Mesmo que temas imensamente a Deus, 
Dança como David diante da Arca da Aliança; 
Mesmo que temas imensamente a morte 
Dança diante da tua cova. 
QUINTANA, M. Apontamentos de história sobrenatural. São Paulo: 
Globo Editora, 2005. [Fragmento]
O título do poema de Mario Quintana sugere a apresentação de 
um conjunto de instruções a serem seguidas. A apresentação 
dessas instruções se caracteriza por
A. 	 ritmo e subjetividade.
B. 	 dramaticidade e encenação.
C. 	 grandiosidade e saudosismo.
D. 	 objetividade e menção a heróis.
E. 	 historicidade e referências mitológicas.
Alternativa A
Resolução: A divisão do texto em versos constrói um ritmo 
de leitura, uma musicalidade cuja importância é reiterada 
pelo conteúdo do verso “Fora do ritmo, só há danação”. 
Há também emotividade nos versos, que apresentam as 
instruções de maneira subjetiva, presumindo misérias e 
temores e sugerindo ao ministrante da aula que dance. 
EHCK
LCT – PROVA I – PÁGINA 12 ENEM – VOL. 1 – 2018 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
A alternativa correta é, portanto, a A. A encenação sugerida 
na alternativa B é característica do gênero dramático, o que 
a invalida. No mesmo sentido, grandiosidade, conforme 
sugerido em C, referência objetiva a heróis, como proposto 
em D, e referências mitológicas, como presente em E são 
características do gênero épico, e não do lírico.
QUESTÃO 18 
Em maio de 2012, uma das quatro versões do quadro 
O grito, de Edvard Munch, foi leiloada em Nova York por 
120 milhões de dólares. O recorde de preço de uma obra 
de arte, no entanto, não foi esse. Em fevereiro do mesmo 
ano, um Cézanne foi adquirido pela família real do Catar 
por 250 milhões de dólares. O quadro – Os jogadores decarta – tornou-se assim, até aquele momento, a mais cara 
obra de arte do mundo.
Disponível em: <http://veja.abril.com.br>. Acesso em: 25 fev. 2014.
No fragmento da notícia anterior, para se referir a uma obra 
de arte de Cézanne, usou-se a figura de linguagem chamada
 A metáfora.
 B hipérbole.
 C metonímia. 
 D personificação 
 E sinédoque.
Alternativa C
Resolução: Numa prática recorrente em textos sobre 
obras de arte, o autor decide por chamar a tela do pintor 
Paul Cézanne por apenas “um Cézanne”. A figura de 
linguagem que possibilita esse recurso é a metonímia, 
que consiste na utilização de um termo por outro, em que 
o sentido do termo original é estendido ao novo termo. 
Portanto, está correta a alternativa C. A alternativa A está 
incorreta porque não há uma comparação implícita entre 
“quadro de Paul Cézanne” e “um Cézanne”. A alternativa 
B está incorreta porque não há exagero intencional em 
“um Cézanne”. A alternativa D está incorreta porque também 
não há a atribuição de características ou ações humanas ao 
quadro de Paul Cézanne. Finalmente, a alternativa E está 
incorreta porque a sinédoque, embora possa ser considerada 
um tipo de metonímia, toma o todo pela parte ou a parte 
pelo todo. Já a metonímia designa uma realidade por meio 
de outra realidade que tenha relação com a primeira, o que 
é observado no texto em análise.
QUESTÃO 19 
Atitude sustentável
Se você e sua família mudarem pequenas atitudes, e as 
tiverem como hábito, o mundo pode ser bem melhor.
• Economize água e energia elétrica.
• Recicle embalagens.
• Separe o lixo e o deixe na coleta seletiva.
• Plante árvores.
• Recicle o papel e o utilize como rascunho.
UWCØ
MØIV
• Não queime o lixo.
• Quando for fazer compras, leve a sacola sustentável 
para o supermercado. Assim você evita de trazer 
inúmeras sacolas plásticas para casa.
Disponível em: <http://www.atitudessustentaveis.com.br>. 
Acesso em: 21 out. 2017.
O texto anterior pode ser caracterizado como exemplar da 
tipologia injuntiva porque
A. 	 descreve o conceito de sustentabilidade e as ações 
relacionadas.
B. 	 informa as pessoas sobre a possibilidade de um mundo 
melhor.
C. 	 explica as causas e consequências das atitudes 
sustentáveis.
D. 	 convence o leitor das vantagens de mudar atitudes e 
hábitos.
E. 	 apresenta um método para concretizar ações 
sustentáveis.
Alternativa E
Resolução: Textos injuntivos se caracterizam por 
apresentarem uma metodologia para a concretização de 
uma ação, no caso, para realizar atitudes sustentáveis. 
Assim, torna-se correta a alternativa E. A descrição proposta 
em A está incorreta por se adequar ao tipo descritivo. 
A informação sobre a possibilidade de um mundo melhor, 
proposta em B, e a explicação sugerida em C também não 
se aplicam por serem características do tipo expositivo. 
Por fim, o convencimento proposto em D é característica do 
tipo argumentativo, e não injuntivo.
QUESTÃO 20 
A humanidade demorou milhões de anos para inventar 
a linguagem escrita e vêm agora as portas das toaletes 
e a desinventam. Por que não escrever “homens” e “mulheres”, 
reunião de letras que proporciona a segurança da clareza 
e do entendimento imediato? Não. Algumas portas exibem 
silhuetas de calças e saias. Outras, desenhos de cartolas, 
luvas, bolsas, gravatas, cachimbos e outros adereços de 
uso supostamente exclusivos de um sexo ou outro. Milhões 
de anos de progresso da humanidade, até a invenção da 
comunicação escrita, são jogados fora, à porta das toaletes.
E no entanto a palavra, a palavra escrita especialmente, 
continua sendo um estupendo meio de comunicação. 
Deixa-se um bilhete para um colega de trabalho dizendo 
“Fui para casa”, e vazado nesses termos, com o uso 
dessas três singelas palavrinhas, será sem dúvida de 
entendimento mais fácil e unívoco do que se desenhar 
uma casinha de um lado, um hominho de outro, e uma 
flecha indicando o movimento de um para a outra. 
Vivemos um tempo de culto da imagem. Esquece-se 
o valor inestimável da palavra.
VTZI
ENEM – VOL. 1 – 2018 LCT – PROVA I – PÁGINA 13BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
Lorde Thomson of Monifieth, um inglês que já 
presidiu a Independent Broadcasting Authority, órgão de 
supervisão do sistema de rádio e televisão na Grã-Bretanha, 
disse certa vez numa conferência que lamenta não ter 
surgido na história da humanidade primeiro a televisão, 
e depois os tipos móveis de Gutenberg. “Penso que imprimir 
e ler representam formas mais avançadas de comunicação 
civilizada do que a transmissão de TV”, afirmou. Esse lúcido 
inglês confessou que, em seus momentos sombrios, se sente 
incomodado com o pensamento de que a humanidade caminhou 
milhões de anos para voltar ao ponto de partida. Começou 
magnetizada pelos desenhos nas paredes das cavernas 
e terminou magnetizada diante da figura de alta definição nas 
paredes onde se embutem os aparelhos de televisão.
TOLEDO, R. P. Disponível em: <https://oepilogo.wordpress.com>. 
Acesso em: 30 maio 2017. 
Partindo de uma afirmação genérica, o autor constrói uma 
linha de raciocínio que 
A. 	 menciona Lorde Thomson of Monifieth de modo a 
expor e criticar atitudes conservadoras.
B. 	 pondera a crítica aos meios de comunicação modernos 
devido à importância que adquiriram.
C. 	 demonstra contrariedade e conformação com as 
mudanças na comunicação humana.
D. 	 questiona a representação de homens e mulheres por 
adereços e vestimentas ditos exclusivos.
E. 	 relaciona a preferência pelos recursos audiovisuais e 
pictográficos ao retrocesso da humanidade.
Alternativa E
Resolução: O autor, logo na primeira frase, afirma que 
a linguagem escrita vem sendo preterida em detrimento 
da visual, mesmo após milhões de anos para atingir a 
complexidade que apresenta hoje. Ele cita ainda portas 
de banheiros em estabelecimentos que usam imagens em 
vez de palavras para indicar o gênero dos usuários. Mais 
adiante, cita o exemplo de um bilhete, que é mais facilmente 
compreendido quando se privilegia o texto escrito, e não o 
imagético. Por fim, menciona Lorde Thomson of Monifieth, 
elogiando seu posicionamento sobre preferir a linguagem 
escrita à audiovisual. O objetivo do autor, assim, é mostrar 
que, ao se optar por imagens, a comunicação passa por 
um processo retroativo, já que, segundo ele, a linguagem 
verbal é mais sofisticada, conforme aponta a alternativa E. 
A alternativa A está incorreta porque o autor recorre a 
Lorde Thomson of Monifieth como discurso de autoridade. 
A alternativa B está incorreta porque o autor não condena 
os meios de comunicação modernos, mas, na verdade, 
mostra-se contrário ao fato de se sobreporem à comunicação 
por linguagem escrita. A alternativa C está incorreta porque 
o autor demonstra somente contrariedade às mudanças 
na comunicação humana, não se conformando com elas, 
portanto. Por sua vez, a alternativa D está incorreta porque, 
quando o autor cita a representação de homens e mulheres 
por ícones supostamente exclusivos dos gêneros, ele está 
apenas exemplificando uma das situações que o fazem 
refletir sobre o que, na sua opinião, é um retrocesso da 
comunicação humana; seu raciocínio, portanto, vai muito 
além desse questionamento.
QUESTÃO 21 
Disponível em: <http://sustentabilidadevida.blogspot.com.br>. 
Acesso em: 04 set. 2017.
No texto publicitário anterior, são utilizados recursos verbais 
e não verbais para a construção de sentido, cujo tom é de
A. 	ameaça, para o leitor sentir medo e abandonar hábitos 
egoístas.
B. 	advertência, para mostrar ao leitor a vantagem de se 
mudar de atitude.
C. 	desesperança, para conscientizar o leitor das 
consequências de seus atos.
D. 	melancolia, para atingir a emoção do leitor e comovê-lo 
para a mudança.
E. 	euforia, para incitar o leitor a adotar instantaneamente 
ações efetivas.
Alternativa B
Resolução: Os recursos verbais e não verbais presentes 
no texto consistem em imagens de árvores que mimetizam 
a forma dos pulmões humanos, associando natureza e 
respiração para a construção de seu sentido.O conteúdo 
verbal que acompanha a imagem reitera essa associação 
ao sugerir “Comece a preservar”, estabelecendo uma 
relação de causa e consequência entre a preservação da 
natureza e a continuidade da vida humana. A publicidade 
mostra, portanto, que existe uma vantagem em se mudar 
de atitude ao fazer uma advertência ao seu público-alvo, 
o que torna correta a alternativa B. Ao contrário do 
que propõe a alternativa A, o texto publicitário não visa 
acuar os leitores por meio de uma ameaça, pois não 
pretende causar medo nem afirma que seus hábitos são 
egoístas. A alternativa C também está incorreta porque 
não existe um tom de desesperança, já que a proposta 
de mudança de atitude mostra que há esperança de 
se reverter uma situação prejudicial à humanidade. 
No mesmo sentido, a alternativa D está incorreta por 
não haver indícios de melancolia no texto, pois essa 
publicidade não se dirige à emoção, e sim à razão dos 
leitores, promovendo a reflexão. Tampouco há euforia no 
texto, como sugerido na alternativa E, pois o tom utilizado 
é direto e objetivo.
B8ZY
LCT – PROVA I – PÁGINA 14 ENEM – VOL. 1 – 2018 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
QUESTÃO 22 
O dinossauro
Quando acordou, o dinossauro ainda estava lá.
MONTERROSO, A. O dinossauro. In: A orelha negra e outras fábulas. 
São Paulo: Cosac Naify, 2017.
A objetividade do gênero conto é percebida em “O dinossauro”, 
do autor guatemalteco Augusto Monterroso, por meio do(a)
A. 	ausência de finalização no clímax, decorrente do 
enfraquecimento de uma combinação de elementos.
B. 	brevidade na abordagem dos tempos, pois, embora 
seja uma narrativa curta, há passado, presente e futuro. 
C. 	densidade no estudo psicológico da personagem, que 
aparece condensada para se adequar à extensão do texto.
D. 	encadeamento de episódios autônomos, que condensa 
diversas ações individuais e as relaciona para compor 
o enredo.
E. 	unidade de ação, pois a narrativa contém apenas uma 
célula dramática com um conflito que converge para um 
só ponto.
Alternativa E
Resolução: Analisando as afirmações feitas em cada uma 
das alternativas, vê-se que, em A, é sugerido que a finalização 
do conto não acontece no clímax, o que está incorreto e 
consiste em uma característica do romance. A alternativa B 
está incorreta porque afirma ser a brevidade na abordagem 
de passado, presente e futuro, o que não procede, visto 
que no conto há apenas uma cena no tempo presente. 
A alternativa C está incorreta porque o texto não se aprofunda 
na análise psicológica da personagem que acorda, e muito 
menos na do dinossauro. A alternativa D, por sua vez, sugere 
o encadeamento de episódios autônomos para compor o 
enredo como manifestação da objetividade do gênero, o que 
está incorreto, pois essa característica também se associa 
à complexidade do romance. Por fim, a alternativa E afirma 
corretamente que a objetividade se manifesta na unidade de 
ação, pois a narrativa contém apenas uma célula dramática 
com um conflito que converge para um só ponto, no caso, 
a personagem acordando e constatando que o dinossauro 
ainda estava no mesmo local de antes.
QUESTÃO 23 
[...] Meneses trazia amores com uma senhora, separada 
do marido, e dormia fora de casa uma vez por semana. 
Conceição padecera, a princípio, com a existência da 
comborça; mas, afinal, resignara-se, acostumara-se, e 
acabou achando que era muito direito.
Boa Conceição! Chamavam-lhe “a santa”, e fazia jus ao 
título, tão facilmente suportava os esquecimentos do marido. 
Em verdade, era um temperamento moderado, sem 
extremos, nem grandes lágrimas, nem grandes risos. 
No capítulo de que trato, dava para maometana; aceitaria 
um harém, com as aparências salvas. Deus me perdoe, se a 
julgo mal. Tudo nela era atenuado e passivo. O próprio rosto 
era mediano, nem bonito nem feio. Era o que chamamos uma 
pessoa simpática. Não dizia mal de ninguém, perdoava tudo. 
Não sabia odiar; pode ser até que não soubesse amar.
ASSIS, M. A missa do galo. In: Contos consagrados. Rio de Janeiro: 
Ediouro, 1998. [Fragmento]
3D5T
VHBO
No trecho do conto de Machado de Assis, predomina uma 
tipologia no primeiro parágrafo e outra no segundo, já que 
estes trazem, respectivamente,
A. 	 explicação de fatos e instrução sobre o temperamento 
de uma santa.
B. 	 recapitulação do enredo e explicação para as atitudes 
de Conceição.
C. 	 exposição da situação e argumentação para justificar 
o título “santa”.
D. 	 informação a respeito do enredo e elucidação da 
história da personagem.
E. 	 progressão de acontecimentos e caracterização da 
personagem.
Alternativa E
Resolução: O primeiro parágrafo consiste no encadeamento 
de acontecimentos que oferece um panorama da situação 
vivenciada pela personagem Conceição; já o segundo 
parágrafo apresenta uma descrição da personagem, 
elencando suas características. Assim, as tipologias 
predominantes são a narração e a descrição. A alternativa 
correta é, nesse sentido, a E. A explicação e a instrução 
sugeridas em A são características das tipologias expositiva 
e injuntiva, o que a invalida. A recapitulação e a explicação 
são características que não definem as tipologias em 
questão, o que torna a alternativa B incorreta. A exposição e a 
argumentação propostas em C são adequadas às tipologias 
expositiva e argumentativa, o que a torna incorreta. Por fim, a 
informação e a elucidação presentes em D se referem ambas 
ao tipo expositivo, o que também a invalida. 
QUESTÃO 24 
Um leão ficou com raiva de um mosquito que não parava 
de zumbir ao redor de sua cabeça, mas o mosquito não deu 
a mínima.
– Você está achando que vou ficar com medo de você só 
porque você pensa que é rei? – disse ele altivo, e em seguida 
voou para o leão e deu uma picada ardida no seu focinho.
Indignado, o leão deu uma patada no mosquito, mas a 
única coisa que conseguiu foi arranhar-se com as próprias 
garras. O mosquito continuou picando o leão, que começou 
a urrar como um louco. No fim, exausto, enfurecido e coberto 
de feridas provocadas por seus próprios dentes e garras, 
o leão se rendeu. O mosquito foi embora zumbindo para 
contar a todo mundo que tinha vencido o leão, mas entrou 
direto numa teia de aranha. Ali o vencedor do rei dos animais 
encontrou seu triste fim, comido por uma aranha minúscula.
ESOPO. Fábulas. São Paulo: Companhia das Letras, 1994.
A fábula é uma narrativa curta, geralmente com animais 
personificados, que carrega um ensinamento moral. 
Sobre o texto anterior, infere-se que a moral defende que o
A. 	 oponente maior e mais forte pode ser vencido pelo 
cansaço.
B. 	 ato de persistência leva à vitória, mas deve ser mantida 
no futuro.
C. 	 vencedor deve ser humilde e guardar segredo de suas 
conquistas.
D. 	 sentimento da raiva leva à derrota, ainda que o inimigo 
seja menor. 
E. 	 adversário de aparente menor importância pode ser o 
mais temido.
4ASB
ENEM – VOL. 1 – 2018 LCT – PROVA I – PÁGINA 15BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
Alternativa E
Resolução: Na fábula, o mosquito enfrenta o leão e o 
pica até que este se renda, exausto e dolorido, pois não 
consegue acertá-lo com uma patada, ferindo a si mesmo. 
O mosquito, então, vai embora para contar a todos sua vitória 
sobre o grande animal, mas cai em uma teia e é comido por 
uma pequena aranha. Apresenta-se, portanto, o pequeno 
mosquito como vencedor do grande leão e, depois, a pequena 
aranha como vencedora do mosquito, transmitindo-se 
o ensinamento de que o inimigo supostamente menos 
importante pode ser o mais perigoso, o que torna correta 
a alternativa E. Vencer o oponente pelo cansaço não se 
aplica ao caso do mosquito, que foi vencido de surpresa, 
o que torna incorreta a alternativa A. No mesmo sentido, 
a atitude persistente sugerida em B também está incorreta, 
porque a aranha não precisou insistir para vencer o mosquito, 
mas apenas ser paciente e esperar por ele. A sugestão de 
humildade para o vencedor, presente em C, está incorreta 
porque não foi o fato de o mosquito querer falar de sua 
vitória queo levou à derrota, e sim a pouca atenção dada 
às pequenas ameaças. Por fim, o sentimento de raiva que 
leva à derrota não se aplica, pois os animais derrotados não 
sentiram raiva, mas orgulho, o que invalida a alternativa D. 
QUESTÃO 25 
Terça-feira, 29 de agosto
Por que todo o mundo gosta de reprovar as coisas 
más que a gente faz e não elogia as boas? Eu e minha 
irmã nem parecemos filhas dos mesmos pais. Eu sou 
impaciente, rebelde, respondona, passeadeira, incapaz 
de obedecer e tudo o que quiserem que eu seja. Luisinha 
é um anjo de bondade. Não sei como se pode ser como 
ela, tão sossegada. Nunca sai de casa sem ir empencada 
no braço de mamãe. Não reclama nada. Se eu disser que 
já a vi reclamando um vestido novo, minto. E se ganha um 
vestido e eu quiser lhe tomar, ela não se importa. Pois todos 
me chamam de menina rebelde e ninguém elogia Luisinha.
Vou escrever aqui o que eu fiz com ela e não tenho 
vergonha, porque é só o papel que vai saber.
MORLEY, H. Minha vida de menina. São Paulo: Companhia das 
Letras, 2016.
Entre as características do texto que permitem identificá-lo 
como pertencente ao gênero diário, está o fato de ter sido 
escrito para ser
A. 	 esquecido pela própria autora.
B. 	 publicado em tempos posteriores.
C. 	 mantido como um registro privado.
D. 	 exposto a interlocutores específicos.
E. 	 descartado para preservar segredos.
Alternativa C
Resolução: Ao relatar que não tem vergonha de escrever o 
que fez “porque é só o papel que vai saber”, a autora mostra 
que escreveu o diário para ser lido apenas por si mesma, ou 
seja, para mantê-lo privado, distante das outras pessoas.
XEY6
Está correta, portanto, a alternativa C. As alternativas A e E 
estão incorretas porque textos desse gênero são escritos 
justamente para que a autora possa se lembrar dos fatos 
relatados; ainda, diários costumam ser guardados em 
segredo, para garantir sua confidencialidade. Também estão 
invalidadas as alternativas B e D, já que textos do gênero 
diário não são escritos com o intuito de serem publicados 
ou expostos a outros leitores. 
QUESTÃO 26 
Direciono este texto não aos meus pares – aqueles 
apaixonados por livros, que devoram as páginas para 
mergulhar em um novo mundo –, mas, sim, àqueles que 
não gostam de ler; que acham chato, monótono ou perda 
de tempo.
Antes de tudo, é importante dizer que eu o entendo. 
Mais do que isso, até meus 13 anos, eu era como você: 
havia lido apenas alguns livros obrigatórios do colégio e não 
extraía qualquer prazer daqueles clássicos. Mas, apenas 
para retomar o conceito, acredito que os principais erros 
estão no momento e na abordagem das leituras escolares.
A meu ver, o correto é que aquele que não gosta de 
ler comece por um texto mais simples, mais divertido, e, 
aos poucos, chegue a autores mais complexos e ricos na 
linguagem e no tema.
MONTES, R. Disponível em: <https://oglobo.globo.com>. 
Acesso em: 21 out. 2017. [Fragmento adaptado]
Considerando a intenção argumentativa do texto, percebe-se 
que seu autor se dirige aos leitores que não gostam de ler 
com o objetivo de
A. 	 compará-los às pessoas que gostam de ler e, por isso, 
adquirem mais conhecimento.
B. 	 persuadi-los da importância da leitura dos autores 
clássicos para sua formação.
C. 	 acolhê-los por meio da identificação consigo mesmo e 
com seu desgosto pela leitura.
D. 	 convencê-los de que sua resistência à leitura decorre 
de erros na abordagem escolar.
E. 	 aconselhá-los a realizar ao menos as leituras 
obrigatórias para as disciplinas do colégio.
Alternativa D
Resolução: Na argumentação construída, o autor identifica 
o leitor consigo mesmo, descrevendo seu ponto de vista 
sobre a leitura na época em que estava na escola e também 
não gostava ler. Assim, ele apresenta sua visão de que os 
principais erros estão no momento e na abordagem das 
leituras escolares, o que resulta em pessoas que creem 
não gostar de ler, já que, ainda muito jovens, são expostas 
a obras literárias muitas vezes densas e difíceis de ler, 
o que torna correta a alternativa D. Não há no texto uma 
comparação entre as pessoas que não gostam de ler e 
aquelas que gostam, e sim uma aproximação entre o leitor e 
o autor em sua adolescência, o que invalida a alternativa A. 
68FT
LCT – PROVA I – PÁGINA 16 ENEM – VOL. 1 – 2018 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
O autor também não busca persuadir sobre a importância 
da leitura dos autores clássicos, mas os cita para explicitar 
que, em sua adolescência, não extraía prazer algum dessas 
leituras, tornando incorreta a alternativa B. A intenção de 
acolher os leitores por meio da identificação consigo mesmo, 
como sugere a alternativa C, também está incorreta, pois 
essa identificação não tem o objetivo de acolher, mas de ser 
uma estratégia argumentativa para mostrar que é comum 
o desgosto pela leitura na época da escola devido a um 
equívoco na abordagem da disciplina Literatura. Por fim, 
não há no texto um aconselhamento para que os alunos 
realizem ao menos as leituras obrigatórias para as disciplinas 
do colégio, o que invalida a alternativa E.
QUESTÃO 27 
Um foguete, uma varinha mágica, um trem ou qualquer 
tipo de animal estão entre as muitas formas que um 
simples graveto pode tomar pela criatividade e imaginação 
(principalmente) das crianças. O exercício é importante 
para o desenvolvimento e para a construção autoral dos 
pequenos, e ter esta consciência ajuda os adultos a garantir 
que haja momentos livres de brinquedos prontos.
“É preciso não planejar tantas atividades e não deixar tantas 
opções de brinquedos com uma função específica disponível”, 
afirma Tatiana Weberman, responsável pelo SlowKids, 
movimento que propõe a desaceleração para a infância. 
“Deixar menos opções, muitas vezes, é abrir uma porta para 
a criatividade e uma vastidão de possibilidades.”
RODRIGUES, C. Disponível em: <http://www.cartaeducacao.com.br>. 
Acesso em: 21 out. 2017. [Fragmento]
De acordo com a argumentação desenvolvida no texto, 
o ponto de vista defendido diz respeito ao
A. 	 planejamento de atividades monitoradas e objetivas 
que desenvolvem a criatividade.
B. 	 sistema educativo que propõe às crianças brincarem 
com brinquedos específicos.
C. 	 método que atende à demanda dinâmica e acelerada 
das crianças em brincadeiras.
D. 	 movimento que solicita aos pais suprimirem brinquedos 
como modo de educar as crianças.
E. 	 exercício que incentiva crianças a brincarem sem 
brinquedos com usos predeterminados.
Alternativa E
Resolução: A argumentação apresenta a declaração da 
responsável por um movimento que propõe a desaceleração 
da infância, segundo a qual “É preciso não planejar tantas 
atividades e não deixar tantas opções de brinquedos com 
uma função específica disponível”. Nesse sentido, o ponto de 
vista defendido no texto diz respeito ao incentivo às crianças 
a brincarem sem brinquedos com funções predeterminadas, 
como visto no primeiro parágrafo, em que às autora afirma 
ser importante as crianças exercitarem sua criatividade. 
YCLO
Está correta, dessa forma, a alternativa E. Não há referências 
no texto ao planejamento de atividades monitoradas, como 
sugerido em A, o que a invalida. O texto não propõe a 
construção de brinquedos pelas crianças, conforme sugerido 
em B, e sim que brinquem com qualquer objeto. Como a 
autora sugere a desaceleração da infância, fica invalidada 
também a alternativa C, que propõe uma metodologia 
acelerada como a infância atual. Tampouco é solicitado 
aos pais que suprimam os brinquedos das crianças, como 
sugerido em D, e sim que apresentem brinquedos e objetos 
sem função predefinida, para estimular a criatividade. 
QUESTÃO 28 
Romance XXXIV ou de Joaquim Silvério
Melhor negócio que Judas 
fazes tu, Joaquim Silvério: 
que ele traiu Jesus Cristo, 
tu trais um simples Alferes. 
Recebeu trinta dinheiros... 
– e tu muitas coisas pedes: 
pensão para toda a vida, 
perdão para quanto deves, 
comenda para o pescoço, 
honras, glórias, privilégios. 
E andas tão bem na cobrançaque quase tudo recebes! 
 
Melhor negócio que Judas 
fazes tu, Joaquim Silvério! 
Pois ele encontra remorso, 
coisa que não te acomete. 
Ele topa uma figueira, 
tu calmamente envelheces, 
orgulhoso e impenitente, 
com teus sombrios mistérios. 
(Pelos caminhos do mundo, 
nenhum destino se perde: 
Há os grandes sonhos dos homens, 
e a surda força dos vermes.)
MEIRELES, C. Romanceiro da Inconfidência. Porto Alegre: L&PM, 2011.
O poema de Cecília Meireles aborda a traição de Joaquim 
Silvério, que delatou Tiradentes no episódio histórico da 
Inconfidência Mineira. Nesse sentido, o texto, mesmo 
carregado de lirismo, apresenta a característica épica de
A. 	 retomar a mitologia greco-latina.
B. 	 retratar acontecimentos grandiosos.
C. 	 apresentar verbos no tempo pretérito.
D. 	 abordar os fatos de maneira subjetiva.
E. 	 representar emotivamente as personagens.
RGSJ
ENEM – VOL. 1 – 2018 LCT – PROVA I – PÁGINA 17BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
Alternativa B
Resolução: Considerando que o trecho trata do momento 
em que o movimento da Inconfidência Mineira foi traído 
e, portanto, descoberto pelas autoridades, infere-se que 
o poema apresenta a abordagem de acontecimentos 
grandiosos como característica épica, o que torna correta a 
alternativa B. O texto não retoma a mitologia greco-latina, 
mas apresenta referências bíblicas, o que torna incorreta a 
alternativa A. A alternativa C está incorreta porque o tempo 
pretérito não é uma característica fixa dos textos épicos, 
que podem apresentar verbos no tempo presente ou futuro 
também. Abordar os fatos de maneira subjetiva, conforme 
proposto em D, ou emotivamente, como sugerido em E, 
são características líricas, e não épicas, o que as invalida.
QUESTÃO 29 
Lisboa, 14 de março de 1916.
Meu querido Sá-Carneiro:
Escrevo-lhe hoje por uma necessidade sentimental – 
uma ânsia aflita de falar consigo. Como de aqui se 
depreende, eu nada tenho a dizer-lhe. Só isto – que estou 
hoje no fundo de uma depressão sem fundo. O absurdo da 
frase falará por mim.
[...] Pode ser que se não deitar hoje esta carta no correio 
amanhã, relendo-a, me demore a copiá-la à máquina, para 
inserir frases e esgares dela no «Livro do Desassossego». 
Mas isso nada roubará à sinceridade com que a escrevo, 
nem à dolorosa inevitabilidade com que a sinto.
[...]
De que cor será sentir?
Milhares de abraços do seu, sempre muito seu
Fernando Pessoa.
PESSOA, F. Carta a Mário de Sá-Carneiro, 14 mar. 1915. 
In: SIMÕES, J. G. Vida e Obra de Fernando Pessoa: História de uma 
Geração. Amadora: Dom Quixote, 2017. [Fragmento]
Na carta, o poeta Fernando Pessoa escreve ao também 
poeta Mário de Sá-Carneiro. Depreende-se que a motivação 
para a escrita do texto é o(a)
A. 	 sentimento de tristeza e solidão que faz o autor ansiar 
por se comunicar com o amigo.
B. 	 reflexão sobre a importância de escrever, reler o 
conteúdo e transcrevê-lo para enviar.
C. 	 informação sobre o livro que o remetente está 
escrevendo simultaneamente à carta.
D. 	 questionamento sobre o ato de sentir, cuja resposta 
será esperada pelo remetente.
E. 	 descrição objetiva das intenções e ocupações do 
remetente para o dia seguinte.
Alternativa A
Resolução: Tendo em vista que o remetente declara 
que nada tem a dizer, mas escreve ao amigo por uma 
necessidade sentimental, já que se sentia depressivo 
e ansiava por falar com ele, infere-se que a motivação 
para a escrita da carta seja o sentimento de tristeza e 
solidão do seu autor, o que torna correta a alternativa A. 
Ø996
Não há indícios que permitam identificar a motivação do 
autor como decorrente da reflexão sobre a importância de 
escrever, o que invalida a alternativa B. A informação sobre 
o livro sugerida em C é transmitida na carta, mas não é a 
motivação para sua escrita, como se percebe nas declarações 
do escritor. Tampouco há um questionamento para o qual o 
remetente aguarde resposta, mas apenas a pergunta retórica 
“De que cor será sentir?”, o que invalida a alternativa D. 
Por fim, a descrição objetiva das intenções e ocupações do 
remetente para o dia seguinte proposta em E também está 
incorreta, pois é feita de maneira subjetiva e, além disso, 
não é motivadora da escrita da carta.
QUESTÃO 30 
Denúncias mostram desvio de verba em cidades 
devastadas por enchente
Em 2010, uma enchente terrível devastou muitas 
cidades do interior de Alagoas e de Pernambuco. Uma 
situação dramática, que o Fantástico mostrou para todo 
o país. Milhões em dinheiro público foram enviados para 
reconstruir esses lugares.
Quatro anos depois, o Fantástico voltou lá, e sabe 
o que encontramos? Postos de saúde que não atendem 
ninguém, escolas caindo aos pedaços e verbas que saíam 
da prefeitura, para pagar serviços que jamais foram feitos.
Junho de 2010, Pernambuco. “O que chama a atenção 
aqui é que estamos no segundo andar do prédio do hospital 
e olha só a quantidade de lama”, disse o repórter na época.
Pernambuco, hoje, quatro anos depois. “Um buraco 
enorme no teto. Chove dentro do prédio”, mostra o repórter.
Disponível em: <http://g1.globo.com>. Acesso em: 23 out. 2017. 
[Fragmento]
O texto anterior cumpre a função social do gênero reportagem 
ao apresentar à sociedade
A. 	 convocações à população para agir contra desvios de 
verbas da prefeitura.
B. 	 argumentos para justificar a importância de se debater 
sobre a corrupção.
C. 	 adversidades locais para divulgar as diferenças 
socioeconômicas do país.
D. 	 informações objetivas e imparciais para eximir o veículo 
de questões legais.
E. 	 resultados de investigação feita pela equipe para 
denunciar os problemas.
Alternativa E
Resolução: As principais funções sociais atribuídas ao gênero 
reportagem consistem na investigação e na denúncia de 
situações. Na reportagem em questão, a equipe empreende 
uma investigação sobre postos de saúde, escolas e hospitais 
que se encontram sucateados em virtude de dinheiro 
público desviado, o que possibilita identificar como correta a 
alternativa E. A convocação para uma ação é característica 
de um texto publicitário, o que torna incorreta a alternativa A. 
SDF1
LCT – PROVA I – PÁGINA 18 ENEM – VOL. 1 – 2018 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
Já a alternativa B está incorreta porque o texto não argumenta 
sobre a suposta necessidade de se debaterem causas e 
consequências da corrupção, e sim denuncia um problema 
social. A alternativa C está incorreta porque o objetivo do texto 
ao apresentar as adversidades de uma região não é divulgar 
as diferenças socioeconômicas do Brasil, mas denunciar os 
problemas desse lugar em específico. Por fim, a alternativa D 
também está incorreta porque a função da reportagem não 
é meramente a transmissão de informações objetivas, sem 
qualquer traço da opinião do repórter ou do veículo; sua função 
é denunciar o caso investigado, com traços da indignação dos 
repórteres com a situação encontrada. Uma das intenções da 
reportagem é sensibilizar os telespectadores, por isso usam-se 
recursos subjetivos e parciais.
QUESTÃO 31 
Disponível em: <https://www.facebook.com>. Acesso em: 15 nov. 2014. 
 Com a popularização das redes sociais, diversificam-se 
as postagens feitas no ambiente digital. O post anterior, 
extraído da página do Facebook “Artes depressão”, efetua 
uma montagem sobre a tela São Miguel Arcanjo, do 
renascentista italiano Rafael Sanzio, com o auxílio de uma 
letra de funk carioca atual. 
O humor produzido por essa postagem deve-se, de forma 
global, à 
 A expressão facial e corporal das personagens retratadas 
na tela. 
 B incoerência da junção entre a letra de funk e a peça artística. 
 C irreverência na mescla de elementos clássicos e 
contemporâneos.
 D oposição entre a seriedade do quadro e o tom 
inapropriado da música. 
 E presença de termos e expressões giriáticas na parte 
não verbal.
KILW
Alternativa C
Resolução: O humor do meme em análise decorre da 
mistura inesperada de obras de arte tão diferentes, 
produzidas em lugares e épocas distintas. A pintura 
de Rafael Sanzio datado início do século XVI e está 
associada ao período renascentista. Nela, está retratada 
a passagem bíblica em que o Arcanjo Miguel combate 
demônios do inferno. Já a parte verbal do meme consiste 
num trecho de uma letra de “Quem nasceu piriga”, 
da cantora de funk carioca Camila Uckers. Assim, 
a associação irreverente de uma obra clássica a uma obra 
contemporânea, cujos conteúdos não se relacionam, mas, 
no contexto do meme, dialogam, é o que gera o humor, 
como descrito na alternativa C. A alternativa A está incorreta 
porque a expressão das personagens no quadro não deve 
causar humor, já que esse não é o propósito do pintor. 
Considerando o texto um meme, seu humor recai na 
união irreverente dos recursos verbais e não verbais. 
A alternativa B está incorreta porque a junção da letra com o 
quadro não é incoerente, já que, no contexto de publicação 
do meme, é compreensível e, até mesmo, engraçada. 
A alternativa D está incorreta porque, mesmo que o humor 
se deva ao contraste na produção das obras, não se pode 
afirmar que o tom da letra é inapropriado considerando-se 
seu objetivo comunicativo. Finalmente, a alternativa E está 
incorreta porque o humor decorre de quão inusitada é a 
mescla dos elementos no texto, e não da linguagem informal 
na qual se apoia a autora para a composição da letra. 
QUESTÃO 32 
Aquífero Guarani: uma reserva de água 
para o futuro?
O acordo que regula a utilização das águas do Aquífero 
Guarani, assinado entre Argentina, Uruguai, Paraguai 
e Brasil, “é o primeiro tratado do mundo sobre águas 
transfronteiriças assinado sem que um conflito bélico ou 
diplomático estivesse em curso” e “se destina, sobretudo, a 
determinar a titularidade do Aquífero Guarani, ou seja, dizer 
quem são os únicos donos dessa reserva”, informa Cinthia 
Leone dos Santos.
“O Aquífero Guarani é visto como uma reserva de água 
para o ‘futuro’, mas ele já é intensamente usado no Brasil há 
muitos anos, e o pior, de maneira irresponsável, com pouca 
fiscalização de poços clandestinos, poluição e exploração 
acima da capacidade de recarga das regiões”, afirma a 
jornalista, membro do Grupo de Pesquisa Laboratório de 
Geografia Política – GEOPO.
Disponível em: <https://www.ecodebate.com.br>. 
Acesso em: 31 out. 2017. [Fragmento]
O questionamento presente no título, posteriormente 
respondido na fala da jornalista entrevistada, revela o objetivo 
argumentativo do texto de
A. 	 denunciar o fato de diversos países estarem utilizando 
as águas da reserva.
B. 	 apresentar ao leitor leigo uma importante reserva de 
água em território brasileiro.
C. 	 sugerir que o acordo distribuirá melhor a água para o 
consumo das gerações futuras.
D. 	 alertar para o fato de a reserva de água já estar sendo 
utilizada de modo irresponsável.
E. 	 prevenir o leitor para a possibilidade de um conflito 
entre os países envolvidos no acordo.
ØXKC
ENEM – VOL. 1 – 2018 LCT – PROVA I – PÁGINA 19BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
Alternativa D
Resolução: O questionamento presente no título do texto, 
“uma reserva de água para o futuro?”, é respondido, 
por meio da fala da jornalista. Segundo Cinthia Leone dos 
Santos, o Aquífero Guarani é uma reserva de água para 
o “futuro”, mas ele já é usado de maneira irresponsável 
no Brasil há anos. A resposta ao questionamento do título 
é, portanto, negativa, e revela o objetivo argumentativo 
do texto, que é alertar para o fato de a reserva de água 
já estar sendo utilizada de modo irresponsável, tornando 
correta a alternativa D. Não há no texto denúncia ao fato 
de diversos países estarem utilizando as águas da reserva, 
pois cita-se apenas a utilização indevida feita pelo Brasil, 
invalidando-se, assim, a alternativa A. Tampouco é o objetivo 
do texto apresentar ao leitor leigo o Aquífero Guarani, pois 
ele é abordado como uma reserva já conhecida e tida 
como garantia para o futuro, o que invalida a alternativa B. 
A alternativa C está incorreta porque no texto há a informação 
de que o objetivo do tratado é “determinar a titularidade do 
Aquífero Guarani, ou seja, dizer quem são os únicos donos 
dessa reserva”, portanto não é discutido se no futuro a 
água será melhor distribuída entre as comunidades que a 
utilizam. Por fim, não há qualquer menção no texto sobre a 
possibilidade de um conflito envolvendo os países do acordo, 
o que torna incorreta a alternativa E.
QUESTÃO 33 
Cientistas brasileiros pesquisam geração de 
energia a partir do açúcar
A experiência brasileira desvenda um mistério. 
Há mais de 50 anos, pesquisadores do mundo inteiro 
tentavam descobrir de que forma a proteína agia quando 
entrava em contato com o álcool. Pela primeira vez, 
os cientistas da USP de São Carlos conseguiram 
comprovar como é essa reação química, que transforma 
o açúcar em energia elétrica.
A pesquisa é capa de uma das mais respeitadas 
revistas científicas do mundo na área química. E a ação 
da enzima para produzir energia não é a única descoberta.
“A outra novidade foi que no mesmo sistema nós 
conseguimos realizar duas reações ao mesmo tempo, 
ou seja, tanto o fungo quanto a proteína atuavam ao 
mesmo tempo para gerar o etanol e gerar a eletricidade, 
o que nunca tinha sido comprovado anteriormente”, disse 
o professor Frank Crespilho.
Disponível em: <http://g1.globo.com>. 
Acesso em: 23 out. 2017. [Fragmento]
Considerando o gênero a que pertence o texto, seu primeiro 
parágrafo tem a função de
A. 	 apresentar opinião cientificamente embasada sobre 
o tema.
B. 	 justificar a evidência dada ao tema pela publicação.
C. 	 detalhar a reação química que gera etanol e eletricidade.
D. 	 argumentar a favor da importância da pesquisa noticiada.
E. 	 sintetizar os principais aspectos do fato noticiado.
Alternativa E
Resolução: Na estrutura do gênero notícia, o primeiro 
parágrafo é conhecido como “lide” e corresponde à introdução 
do texto, em que constam todas as informações de forma 
sintetizada: o que aconteceu, como, quando, onde e por quê. 
9Q1Z
Nesse sentido, o primeiro parágrafo sintetiza os principais 
aspectos sobre o fato noticiado, ao afirmar que os cientistas 
da USP de São Carlos conseguiram comprovar como é 
a reação química que transforma o açúcar em energia 
elétrica, a qual era pesquisada há mais de 50 anos. 
A alternativa correta é, portanto, a E. Considerando que 
sua função é sintetizar o fato que será apresentado no 
desenvolvimento, o primeiro parágrafo não busca expor um 
posicionamento cientificamente comprovado, justificar o tema 
do texto ou argumentar sobre a importância da pesquisa, 
como sugerem as alternativas A, B e D, respectivamente, 
visto que não se trata de um texto argumentativo. Por fim, 
sua função também não é detalhar a reação química que 
gera etanol e eletricidade, como sugerido na alternativa C, 
e sim apresentá-la como o fato que será abordado no 
decorrer do texto.
QUESTÃO 34 
Um sonho
Na messe, que enlourece, estremece a quermesse... 
O Sol, o celestial girassol, esmorece... 
E as cantilenas de serenos sons amenos 
Fogem fluidas, fluindo à fina flor dos fenos... 
 
As estrelas em seus halos 
Brilham com brilhos sinistros... 
Cornamusas e crótalos, 
Cítolas, cítaras, sistros, 
Soam suaves, sonolentos, 
Sonolentos e suaves, 
Em suaves, 
Suaves, lentos lamentos 
De acentos 
Graves, 
Suaves... 
 
Flor! enquanto na messe estremece a quermesse 
E o Sol, o celestial girassol, esmorece, 
Deixemos estes sons tão serenos e amenos, 
Fujamos, Flor! à flor destes floridos fenos...
CASTRO, E. Poesias escolhidas. Paris: Livraria Aillaud & Cia., 1902. 
[Fragmento]
O estrato sonoro é um importante elemento para a construção 
de significado de um poema. Nesse sentido, são vários os 
recursos utilizados para se explorar a sonoridade poética. 
Em “Um sonho”, de Eugênio de Castro, esses elementos auxiliam 
na construção de uma ambientação misteriosa, abstrata. 
No fragmento, verifica-se o uso de
A. 	anáfora em “Na messe, que enlourece, estremece 
a quermesse / O Sol, o celestial girassol, esmorece”.
B. 	aliteraçãoem “Fogem fluidas, fluindo à fina flor dos fenos”.
C. 	rima emparelhada em “As estrelas em seus halos / 
Brilham com brilhos sinistros... / Cornamusas e crótalos, / 
Cítolas, cítaras, sistros”.
D. 	rima intercalada em “Deixemos estes sons tão serenos 
e amenos, / Fujamos, Flor! à flor destes floridos fenos”.
E. 	onomatopeia em “Suaves, lentos lamentos / De acentos / 
Graves, / Suaves”.
W9P1
LCT – PROVA I – PÁGINA 20 ENEM – VOL. 1 – 2018 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
Alternativa B
Resolução: Analisando as afirmações feitas nas alternativas, constata-se que a B está correta porque no verso “Fogem 
fluidas, fluindo à fina flor dos fenos...” há a repetição do fonema consonantal /f/, identificando-se, portanto, a figura sonora 
da aliteração. A alternativa A está incorreta porque nos versos citados não há anáfora, com a repetição de uma palavra ou 
expressão, mas aliteração, com a repetição do fonema consonantal /s/. A alternativa C está incorreta porque apresenta um 
exemplo de rima intercalada, no esquema ABAB. Já a alternativa D está incorreta porque a rima exposta se organiza por 
emparelhamento; a estrofe está organizada no esquema AABB. Por fim, a alternativa E está incorreta porque não há nos 
versos citados uma expressão que reproduza algum tipo de som.
QUESTÃO 35 
Disponível em: <http://www.casaronald.org.br/>. Acesso em: 04 abr. 2017.
A propaganda anterior foi criada para uma campanha de doação a uma instituição de combate ao câncer infantil. Com base 
nessa finalidade, identifica-se a informação implícita de que
A. 	as estratégias nacionais para tratar a doença mudaram.
B. 	o câncer é a principal causa do sofrimento infantojuvenil. 
C. 	as despesas para o combate ao câncer ainda são altas.
D. 	o número de doentes entre os jovens aumentou no país.
E. 	o perfil das pessoas com a doença mudou recentemente.
Alternativa C
Resolução: A peça publicitária carrega uma mensagem da Casa Ronald McDonald-RJ, instituição sem fins lucrativos que 
dá atenção a crianças portadoras de câncer e a suas famílias. Na propaganda, textos verbais e não verbais se unem por um 
único propósito: sensibilizar os leitores para arrecadar doações para a manutenção dos projetos desenvolvidos pela instituição. 
Assim, com base na frase “Sua doação é importante na cura do câncer infantojuvenil”, infere-se que as despesas para o 
combate ao câncer são altas, motivo pelo qual o órgão pede doações aos clientes do McDonald’s. Portanto, está correta a 
alternativa C. A alternativa A está incorreta porque não se fala no texto sobre estratégias empregadas pelo Brasil para tratar 
o câncer. A alternativa B está incorreta porque também não há no texto informação sobre o número de crianças e jovens 
portadores de câncer, muito menos se essa doença seria o que mais causa sofrimento a eles. A alternativa D está incorreta 
porque não há uma comparação entre o número de jovens doentes no presente e no passado. Finalmente, a alternativa E 
está incorreta porque o texto não tece comentários sobre mudança alguma do perfil das pessoas com câncer.
CEWØ
ENEM – VOL. 1 – 2018 LCT – PROVA I – PÁGINA 21BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
QUESTÃO 36 
Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br>. Acesso em: 15 nov. 2014. 
Os quadrinhos compõem gêneros textuais usualmente verbo-imagéticos que se valem de estratégias diversas para gerar humor. 
Nesse sentido, o cumprimento do objetivo da tirinha de Fernando Gonsales exige do leitor, principalmente,
 A atenção às expressões faciais das personagens envolvidas.
 B avaliação da gravidade da ameaça contida na resposta do menino. 
 C conhecimento de dados extratextuais do universo ficcional. 
 D entendimento do tom irônico na escrita da carta do garoto.
 E percepção da simultaneidade temporal existente entre os quadros.
Alternativa C
Resolução: Como é natural ao gênero tirinha, a compreensão do texto exige do leitor a mobilização de diferentes conhecimentos 
prévios. No texto em pauta, é indispensável conhecer a mitologia por trás da figura do Papai Noel, que, na noite de Natal, 
leva presentes às crianças que se comportaram bem, e os Corleone, família de mafiosos dos livros e filmes O poderoso 
chefão, muito famosos e representativos da cultura pop do século XX. Assim, está correta a alternativa C. As alternativas A e 
B estão incorretas porque, embora complementem o sentido do texto, não são elas as responsáveis pela geração do humor, 
mas a intertextualidade com dados externos à tirinha. A alternativa D está incorreta porque o entendimento do tom da carta 
do garoto só se efetiva se os leitores tiverem os conhecimentos prévios específicos exigidos. Por último, a alternativa E está 
incorreta porque o terceiro quadro não acontece simultaneamente aos dois primeiros; ainda assim, não é a percepção da 
simultaneidade, ou da falta dela, que faz o quadrinho ser compreendido.
QUESTÃO 37 
TEXTO I
Assum preto
Tudo em vorta é só beleza
Sol de abril e a mata em frô
Mas assum preto, cego dos óio
Num vendo a luz, ai, canta de dor
Tarvez por ignorança
Ou mardade das pió
Furaro os óio do assum preto
Pra ele assim, ai, cantá mió
Assum preto veve sorto
Mas num pode avuá
Mil vez a sina de uma gaiola
Desde que o céu, ai, pudesse oiá
TEIXEIRA, H.; GONZAGA, L. Assum preto. In: Luiz Gonzaga. Um novo espaço para a música. LP. RCA, 1978. [Fragmento]
4J2V
WN8Q
LCT – PROVA I – PÁGINA 22 ENEM – VOL. 1 – 2018 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
TEXTO II
Assum preto, pobre pássaro!
Trata-se de um belo pássaro de cor negra, que vive 
nas caatingas do Nordeste e canta apenas à noite, quando 
já bastante escuro. O sertanejo, que leva uma vidinha 
apertada, passando necessidade muitas vezes, caça-o e 
prende numa gaiola. 
Para vender aos turistas que por lá trafegam, visando 
alguns trocados para seu sustento, furam seus dois olhinhos 
com espinho de laranjeira, para que, na escuridão eterna 
de sua cegueira, cante sem parar, dia e noite, encantando 
o incauto comprador. 
Ao levá-lo para casa, nota que a pobre ave vai ficando 
jururu e emitindo apenas uns melancólicos assobios – 
prenúncio de uma morte próxima. Seu frágil corpo vai se 
definhando a cada dia e em breve estará morto de tristeza 
e de fome. 
PICCININ, O. Disponível em: <https://www.noticiasagricolas.com.br>. 
Acesso em: 24 maio 2017. [Fragmento] 
Os hábitos de tratamento ao assum preto são descritos nos 
textos. Em ambos, os autores evidenciam um contexto em 
que a
A. 	 obediência do animal ao ser humano leva a um convívio 
disparatado.
B. 	 renúncia dos jovens à tradição acaba por gerar o 
sofrimento do pássaro. 
C. 	 estratégia escolhida para fazer o pássaro cantar melhor 
é cruel e dolorosa.
D. 	 ave se mostra mais amigável quando cega e solta num 
ambiente natural.
E. 	 ignorância do ser humano metaforiza a vida de um 
pássaro livre e sofrido.
Alternativa C
Resolução: Os assuns pretos são conhecidos pelo canto, 
que acontece somente à noite. Muitos deles, depois de 
capturados, têm seus olhos furados para que possam cantar 
com mais frequência e beleza, por viverem em escuridão 
permanente, conforme descrito em ambos os textos. Essa 
prática, no entanto, é condenada pelos autores, que a têm 
como cruel e dolorosa, como visto em “Num vendo a luz, ai, 
canta de dor / Tarvez por ignorança / Ou mardade das pió”, na 
canção, e “a pobre ave vai ficando jururu e emitindo apenas 
uns melancólicos assobios” e “breve estará morto de tristeza 
e de fome”, no artigo. Portanto, C é a alternativa correta. 
A alternativa A está incorreta porque não se fala, nos textos, 
de obediência do pássaro ao ser humano; o assum preto 
é maltratado e enganado, sendo, assim, coagido a cantar. 
A alternativa B está incorreta porque também não há no texto 
informação a respeito de abandono nem de manutenção das 
tradições por parte de gerações mais novas. A alternativa D 
está incorreta porque, de acordo com os textos, a ave mostra-se 
dócil somente quando enxerga e vive, preferencialmente, 
solta na natureza. Por sua vez, a alternativa E está incorretaporque não há metáforas que associem a ignorância humana 
à liberdade do assum preto.
QUESTÃO 38 
O zum-zum chegava ao seu apogeu. A fábrica de 
massas italianas, ali mesmo da vizinhança, começou a 
trabalhar, engrossando o barulho com o seu arfar monótono 
de máquina a vapor. As corridas até à venda reproduziam-se, 
transformando-se num verminar constante de formigueiro 
assanhado. Agora, no lugar das bicas apinhavam-
se la tas de todos os fe i t ios , sobressaindo as 
de querosene com um braço de madeira em cima; 
sentia-se o trapejar da água caindo na folha. Algumas 
lavadeiras enchiam já as suas tinas; outras estendiam 
nos coradouros a roupa que ficara de molho. Principiava 
o trabalho. Rompiam das gargantas os fados portugueses 
e as modinhas brasileiras. Um carroção de lixo entrou com 
grande barulho de rodas na pedra, seguido de uma algazarra 
medonha algaraviada pelo carroceiro contra o burro.
AZEVEDO, A. O cortiço. São Paulo: Ática, 1997.
O trecho de Aluísio Azevedo apresenta as atividades 
dos moradores do cortiço no início do dia por meio, 
predominantemente, da tipologia textual que 
A. 	narra uma história que envolve personagens e 
acontecimentos em um enredo.
B. 	descreve detalhadamente o ambiente e as atividades 
para formar uma imagem.
C. 	expõe uma situação criticamente com o objetivo de 
defender um ponto de vista. 
D. 	explica um modo de vida sobre o qual reflete 
objetivamente para informar o leitor.
E. 	orienta o modo de executar as atividades e suas 
sequências diárias no ambiente.
Alternativa B
Resolução: No trecho do romance O cortiço, as atividades dos 
moradores são apresentadas por meio da descrição detalhada 
da cena, com seus sons característicos e movimentações. 
É construída, então, uma cena impessoal, em que a rotina 
das pessoas que se deslocam ou principiam seus trabalhos é 
descrita coletivamente. A alternativa correta é, portanto, a B. 
A alternativa A sugere erroneamente que haja no trecho 
uma narração, mas não há enredo que caracterize esse 
tipo textual. A alternativa C propõe incorretamente que a 
situação seja exposta de forma crítica, pois a descrição da 
cena é impessoal e não há, portanto, a defesa de um ponto 
de vista. A alternativa D está também incorreta porque sugere 
que o texto visa informar o leitor por meio de explicação e 
reflexão, o que não ocorre no trecho, caracterizado pela 
impessoalidade. Por fim, a alternativa E está incorreta por 
sugerir que o texto se caracterize pela tipologia injuntiva, 
orientando o modo de executar as atividades.
J5WS
ENEM – VOL. 1 – 2018 LCT – PROVA I – PÁGINA 23BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
QUESTÃO 39 
Durante muitos anos, mantive viva uma lembrança 
específica de um momento com meu pai: um olhar 
de reprovação e um breve discurso de repreensão. 
Era uma memória marcante que voltava (ainda volta) 
em momentos específicos e segue me influenciando 
enormemente. No entanto, há algum tempo, me dei 
conta de que havia algo errado: como ela envolvia um 
incidente escolar e meu pai morreu quando eu tinha 
cinco anos de idade, não há como aquilo ser real – 
ao menos, não da forma como reside em minha mente. 
Apesar disso, ela ainda me move e forma elementos 
da minha visão de mundo. Assim, a pergunta é: faz 
diferença o fato de ela ser real ou não? De certo 
modo, todas as nossas memórias não são edições 
subjetivas e mutáveis de acontecimentos reais – 
e, consequentemente, nossas personalidades não são 
fruto de fatores de natureza fluida?
VILLAÇA, P. Disponível em: <http://cinemaemcena.cartacapital.com.br>. 
Acesso em: 25 out. 2017. [Fragmento]
No universo de um texto, o valor semântico das palavras 
pode oscilar conforme as intenções do autor. Com base nisso, 
no texto anterior, apresenta valoração positiva a palavra
A. 	 “memória” (. 4).
B. 	 “incidente” (. 8).
C. 	 “visão” (. 12).
D. 	 “acontecimentos” (. 15).
E. 	 “personalidades” (. 16).
Alternativa A
Resolução: Entre os vocábulos expostos nas alternativas, 
“memória” tem valoração positiva, uma vez que o autor 
fala justamente que a lembrança do olhar de seu pai é 
marcante e o “influencia enormemente”, sendo, ainda, algo 
que o sensibiliza e molda sua visão de mundo. Está correta, 
portanto, a alternativa A. As demais alternativas estão 
incorretas porque apresentam vocábulos que, no texto, são 
neutros quanto à sua associação a algo positivo ou negativo. 
“Incidente” denota um evento ocorrido na escola, o qual não 
é caracterizado como bom ou ruim. “Visão” é associado à 
maneira como o autor vê o mundo, a qual também não recebe 
valoração. “Acontecimentos” e “personalidades”, por sua vez, 
também não recebem juízo de valor, já que não são o objeto 
de análise do fragmento.
QUESTÃO 40 
18:39
Gostaria de desdobrar-me na maldição da ressaca, ou 
no desequilíbrio de uma paixão pós-botequim, mas não, 
o que me consome é uma franqueza sem fetiche... febre 
estúpida não sexy, um cansaço justo, porém, desnecessário. 
Me acalenta lembrar de noites mal dormidas e bem-amadas.
Esqueci o remédio, está tudo fora do horário, dói 
escrever, respirar tá um saco, parece saudade. Então fico 
no breu da cama... uma música triste... Sinto-me cansada, 
fecho as cortinas, não gosto de sol desenho luas estranhas 
na parede rock and roll.
Fragmento.
VIEIRA, M. Um conto sobre a gripe. Disponível em: 
<http://oacidodatarde.blogspot.com.br>. Acesso em: 31 ago. 2017. 
[Fragmento]
 
 
 
 
5 
 
 
 
 
10 
 
 
 
 
15
YKW8
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Um senso de incomunicabilidade e fragmentação permeia o 
texto de Mia Vieira. Para além dessas características, vê-se 
uma narradora marcado por uma sensação de
A. 	insatisfação, causada pela lembrança de um passado 
feliz que se contrapõe a um presente de ruína.
B. 	tristeza, derivada da incompletude do sentimento 
amoroso e do sofrimento por se reconhecer sozinha.
C. 	suspeita, relacionada à velocidade com que os próprios 
desejos e ambições foram realizados com sucesso.
D. 	apatia, vinculada a um sofrimento físico e à incapacidade 
de controlar e compreender o mundo a sua volta.
E. 	inadequação, provocada pela ausência de lógica na 
experiência do eu com a paisagem que a rodeia.
Alternativa D
Resolução: No fragmento do conto, a narradora relata sua 
condição de enferma, expondo como se sente desestimulada 
a seguir com sua rotina. Por causa disso, começa a alimentar 
vontades que, na situação em que se encontra, são 
impossíveis de realizar. Em seguida, ela relata que não está 
tomando seu remédio, do qual se esqueceu provavelmente 
por causa da dor que sente. A consequência disso é uma 
estagnação, a qual a impede de escrever, obriga-a a ficar na 
cama – cansada e entediada –, e a induz a tomar atitudes 
aparentemente sem sentido, como rabiscar a parede, numa 
prova contundente de sua falta de controle ou mesmo de 
compreensão do que lhe acontece. Dessa forma, a sensação 
que descreve o estado da narradora é a apatia, como indica 
a alternativa D. A alternativa A está incorreta porque a 
narradora não se recorda de um passado feliz, mas pensa 
no que gostaria de estar fazendo se não estivesse doente. 
A alternativa B está incorreta porque o estado de espírito 
da narradora não provém de um amor incompleto ou da 
solidão, mas dos infortúnios da doença. A alternativa C está 
incorreta porque os desejos e ambições da narradora não 
se realizaram com sucesso, portanto não há motivos para 
suspeita. Por sua vez, a alternativa E está incorreta porque 
a narradora não se sente inadequada, mas incomodada e 
entediada com a situação. Além disso, a paisagem que a 
rodeia, seu quarto, não oferece uma experiência incoerente; 
na verdade, o tédio e a languidez da doença a levam a fazer 
coisas inusitadas para passar o tempo.
QUESTÃO 41 
Escola invisível
Cerca de 80% dos estudantes brasileiros que frequentam 
a escola básica estão em escolas públicas! Poucas vezes nos 
damos conta dessa proporção, já que vivemos em bolhas, 
em redes de relacionamento em geral homogêneas. [...] 
É por isso que para nós, da classe média, osalunos da 
escola pública são invisíveis. 
Mas eles se tornaram visíveis e ganharam nossa 
simpatia, principalmente nas redes sociais virtuais, com seu 
movimento de ocupação de escolas, para que muitas delas 
não fossem fechadas.
ØIJQ
LCT – PROVA I – PÁGINA 24 ENEM – VOL. 1 – 2018 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
Provavelmente, caro leitor, seus filhos estudam ou 
estudaram em escolas particulares, cujos alunos estão 
seguros, cujos professores são bons e assíduos, e cujos 
prédios são bonitos, bem conservados e equipados. [...]
Nada disso faz parte da realidade de nossas escolas 
públicas. Visitei a E.E. Pequeno Cotolengo de Don Oriani, 
localizada em Cotia, SP, na última sexta-feira (4), a convite 
da mãe de um aluno que participa da ocupação da escola, 
que iria – ou irá – ser fechada. Conversei com alunos e visitei 
a parte acessível da escola. Apesar das peculiaridades dessa 
unidade escolar, creio que ela representa a maioria das outras 
escolas, ocupadas ou não. [...]
Os alunos estavam cuidando bem da escola: ela 
estava limpa, organizada. Tiveram aulas e oficinas com 
voluntários, o que os deixou muito entusiasmados. A frase 
dita por uma aluna martela minha cabeça desde então: 
“Nunca senti que fazia parte desta escola; agora, com a 
ocupação, eu sinto”. 
SAYÃO, R. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br>. 
Acesso em: 08 dez. 2015. [Fragmento]
Os textos argumentativos mesclam dados da realidade 
e opiniões por meio de diferentes recursos linguísticos, 
mais ou menos subjetivos, a fim de tentar persuadir seu 
público-alvo. No texto anterior, prevalecem as marcas de 
objetividade em: 
A. 	“É por isso que para nós, da classe média, os alunos da 
escola pública são invisíveis.”
B. 	“Provavelmente, caro leitor, seus filhos estudam ou 
estudaram em escolas particulares, cujos alunos estão 
seguros [...].”
C. 	“Apesar das peculiaridades dessa unidade escolar, creio 
que ela representa a maioria das outras escolas, ocupadas 
ou não.”
D. 	“Tiveram aulas e oficinas com voluntários, o que os 
deixou muito entusiasmados.”
E. 	“A frase dita por uma aluna martela minha cabeça desde 
então [...].”
Alternativa D
Resolução: O enunciado exige a identificação do trecho 
em que prevalece a objetividade da autora, ou seja, em que 
ela não expressa sua opinião e se limita a expor um fato. 
No trecho da alternativa D, “Tiveram aulas e oficinas com 
voluntários, o que os deixou muito entusiasmados.”, a autora 
relata o que está acontecendo na escola que visitou. Ela não 
faz juízo do que viu, apenas informa que as aulas e oficinas 
causaram empolgação nos alunos. Essa caracterização 
dos alunos, porém, não é sua opinião sobre eles, mas 
a descrição de como estavam, por isso o trecho não é 
subjetivo, mas objetivo. As alternativas A, B, C e E estão 
incorretas porque são altamente subjetivas, apresentando 
marcas linguísticas que sinalizam a opinião da autora: “para 
nós [...] são invisíveis”, “provavelmente”, “creio” e “martela 
minha cabeça” (sinônimo de “me incomoda”).
QUESTÃO 42 
Profundamente
Quando ontem adormeci 
Na noite de São João 
Havia alegria e rumor 
[...]
No meio da noite despertei 
Não ouvi mais vozes nem risos 
[...]
Onde estavam os que há pouco 
Dançavam 
Cantavam 
E riam 
Ao pé das fogueiras acesas? 
– Estavam todos dormindo 
Estavam todos deitados
Dormindo 
Profundamente. 
[...] 
Hoje não ouço mais as vozes daquele tempo 
Minha avó 
Meu avô 
Totônio Rodrigues 
Tomásia 
Rosa 
Onde estão todos eles? 
– Estão todos dormindo 
Estão todos deitados 
Dormindo 
Profundamente.
BANDEIRA, M. Estrela da vida inteira. 8. ed. Rio de Janeiro: 
Livraria José Olympio Editora, 1980.
Para construir o diálogo entre seu passado e seu presente, 
o poeta cria um jogo de sentidos com os verbos “dormir” e 
“adormecer”. A lembrança do acontecimento da infância, 
quando não viu o fim da festa de São João, é marcada pelo 
uso literal do verbo “adormecer”, que significa “cair no sono”. 
Já o momento presente, evocado pelo advérbio “hoje”, cria 
um sentido figurado para o verbo “dormir”, que remete à ideia 
de que os familiares estão
 A cansados, profundamente desinteressados da vida.
 B desaparecidos, como evidenciam as interrogações do 
eu lírico.
 C introspectivos, tentando aceitar o momento de solidão.
 D mortos, envolvidos no sono eterno.
 E saudosos, sonhando com a festa popular do passado.
SMPL
ENEM – VOL. 1 – 2018 LCT – PROVA I – PÁGINA 25BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
Alternativa D
Resolução: Na primeira parte do texto, o uso do verbo 
“dormir” é literal, indicando que os parentes do eu lírico 
estavam adormecidos depois de terminada a festa, que 
aconteceu tempos atrás e é rememorada. Já na segunda 
parte, quando eu lírico trata de seu presente, provavelmente 
muitos anos depois da noite de São João mencionada, 
o emprego de “dormir” é figurado e tem o mesmo sentido de 
“morrer”, o que pode ser inferido do fato de a voz poética não 
ouvir mais “as vozes daquele tempo”. Assim, a alternativa 
correta é a D. A alternativa A está incorreta porque o emprego 
conotativo de “dormir”, no texto, não sugere cansaço 
nem desinteresse. A alternativa B está incorreta porque o 
questionamento do eu lírico na segunda parte do poema 
é retórico, já que ele sabe que seus parentes morreram; 
assim, o verbo “dormir” não remete a desaparecimento. Já as 
alternativas C e E estão incorretas porque os familiares do eu 
lírico estão mortos, portanto não demonstram introspecção 
nem saudade.
QUESTÃO 43 
Desterro
Eu ia triste, triste, com a tristeza discreta dos fatigados, 
com a tristeza torpe dos que partiram tendo despedidas, 
tão preso aos lugares 
de onde o trem já me afastara estradas arrastadas, 
que talvez eu não estivesse todo inteiro presente 
no horror dessa viagem. 
Mas a minha tristeza pesava mais que todos os pesos, 
e era por causa de mim, da minha fadiga desolada, 
que a locomotiva, lá adiante, ridícula e honesta, 
bracejava, 
puxando com esforço vagões quase vazios, 
com almas cheias de distância, a penetrar no longe. 
A tarde subiu do chão para a paisagem sem casas, 
e o comboio seguia, 
cada vez mais longe, mais fundo, a terra mais vermelha, 
o esforço maior, as montanhas mais duras, 
como sabem ser duros os caminhos, 
pelos quais a gente vai, só pensando na volta… 
Coagulada em preto, 
a noite isolou as cousas dentro da tarde, 
e o barulho do trem foi um rumor de soçobro 
no fundo de um mar sem tona. 
Nem mesmo foi a noite: foi a ausência 
brusca e absurda do dia. 
Tão definitiva e estranha, que eu me alegrei, esperando 
o não continuar da vida, 
o não regresso da luz, o não-andar-mais do trem…
ROSA, J. G. Desterro. Magma. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1997. 
p. 69-70.
1F69
Em “Desterro”, de Guimarães Rosa, o eu lírico evoca a 
sensação dolorosa experimentada pela viagem malquista. 
Melancólico e intranquilo, associa características humanas 
a elementos da paisagem sombria que o cerca. A figura de 
linguagem que permite tal “humanização” da matéria bruta 
é conhecida por prosopopeia ou personificação e pode ser 
encontrada no trecho:
A. 	“Eu ia triste, triste, com a tristeza discreta dos fatigados”. 
B. 	“que talvez eu não estivesse todo inteiro presente”.
C. 	“que a locomotiva, lá adiante, ridícula e honesta, / bracejava”.
D. 	“pelos quais a gente vai, só pensando na volta…”.
E. 	“e o barulho do trem foi um rumor de soçobro”.
Alternativa C
Resolução: Personificação é a figura de linguagem na qual 
são atribuídas características ou ações a um ser inanimado. 
Nesse sentido, o trecho do poema exposto na alternativa C 
apresenta uma locomotiva – ser inanimado – bracejando, 
ação de seres vivos que têm braços. Portanto, essa é a 
alternativa correta, ainda que as características “ridícula” 
e “honesta” possam ser atribuídas a seres animados ou 
inanimados. As alternativas A, B e D estão incorretas porque 
são atribuídas a seres vivos características e ações de seres 
vivos, logo não há personificação. A alternativa E, por sua 
vez, está incorretaporque há, na verdade, uma metáfora na 
definição do barulho do trem.
QUESTÃO 44 
MORDILLO, G. Disponível em: <https://www.pinterest.com>. 
Acesso em: 30 mar. 2015.
Na charge de Mordillo, cartunista argentino, percebe-se 
que não se lançou mão dos recursos da linguagem verbal, 
mas alcançou-se o objetivo de comunicar uma crítica ao(à)
UJC3
LCT – PROVA I – PÁGINA 26 ENEM – VOL. 1 – 2018 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
 A ausência de comunicação entre as pessoas. 
 B caráter selvagem dos seres humanos.
 C desejo de evasão que caracteriza os habitantes das metrópoles.
 D falta de cuidados com o meio ambiente.
 E isolamento humano característico do século XXI.
Alternativa D
Resolução: Na charge, vê-se uma personagem com trajes de quem vive na selva, numa alusão à personagem Tarzan, de Edgar 
Rice Burroughs. No entanto, enquanto usa um cipó para se transportar pela floresta, ela olha as árvores cortadas, e seu olhar 
revela questionamento pelo aparente desmatamento inesperado. Assim, a crítica do autor direciona-se à falta de cuidados com 
o meio ambiente, como indica a alternativa D. Por causa da expressão da personagem, não se pode afirmar que a crítica do 
texto está voltada para a ausência de comunicação entre as pessoas, seja ela por algum desejo de solidão ou pela conjuntura 
das sociedades do século XXI, o que invalida as alternativas A, C e E. Já a alternativa B está incorreta porque não se critica as 
similaridades entre as pessoas e os animais selvagens, mas o comportamento destrutivo dos seres humanos com a natureza.
QUESTÃO 45 
A presença dos índios gamela na região de Viana é antiga. Segundo o Conselho Indigenista Missionário (CIMI), a etnia 
vive na região desde 1750 e, na época, parte das terras foram doadas pelo Governo Imperial. No período da Ditadura, 
os índios foram novamente expulsos das suas terras e passaram a viver como camponeses, escondendo suas identidades 
para evitar possíveis ataques.
A partir de 2010, os índios voltam a se organizar, assumem sua identidade étnica e passam a exigir reconhecimento 
em relação ao território. Desde 2014, segundo informações do CIMI, a etnia vem encaminhando documentos aos órgãos 
responsáveis, como a Funai e o Ministério da Justiça.
No entanto, a ausência e conveniência dos aparatos do Estado brasileiro com relação à demarcação de terras vêm 
dificultando a vida dos gamelas. Os índios já sofreram ataques anteriores em 2015 e 2016 devido à morosidade das instituições 
competentes ante a demarcação de terras. 
RAMOS, B. D. Disponível em: <http://www.cartaeducacao.com.br>. Acesso em: 21 out. 2017. [Fragmento]
De acordo com a argumentação empreendida no texto, seu objetivo é
A. 	 propor uma divisão das terras entre indígenas e camponeses.
B. 	 defender que o território pertence originalmente aos indígenas.
C. 	 comprovar que os indígenas desocuparam as terras há tempos.
D. 	 alertar que os camponeses exigem terras juntamente com a etnia.
E. 	 sugerir que foram os indígenas que invadiram as terras de outrem.
Alternativa B
Resolução: O texto trata da questão dos conflitos por território, nos quais os índios gamela sofreram ataques. 
A argumentação do autor mostra que a etnia vive na região desde 1750, o que comprova que o território pertence originalmente 
aos indígenas, sendo correta, portanto, a alternativa B. Não é proposta uma divisão das terras entre indígenas e camponeses, 
como sugerido em A, pois no texto é explicitado que os próprios indígenas começaram a viver como camponeses. Considerando 
que a argumentação informa que os indígenas habitam as terras há muito tempo, o objetivo não é comprovar que eles 
desocuparam o território, o que invalida a alternativa C. Não há o alerta de que os camponeses exigem terras juntamente 
com a etnia, pois os camponeses citados no texto seriam os próprios indígenas, o que invalida a alternativa D. Por fim, não 
há a sugestão de que os indígenas tenham invadido as terras de outrem, mas sim de que invasores estão atacando esses 
povos, o que torna incorreta a alternativa E. 
MOIY
ENEM – VOL. 1 – 2018 LCT – PROVA I – PÁGINA 27BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
TEXTO I
Cenário Nacional
No Brasil, 9 552 pessoas, de 82 nacionalidades distintas, 
já tiveram sua condição de refugiadas reconhecida. Dessas, 
713 chegaram ao Brasil por meio de reassentamento e a 
317 foram estendidos os efeitos da condição de refugiado 
de algum familiar. 
Desde o início do conflito na Síria, 3 772 nacionais 
desse país solicitaram refúgio no Brasil. 
Aumento da solicitação de refúgio por cidadãos 
venezuelanos: Apenas em 2016, 3 375 venezuelanos 
solicitaram refúgio no Brasil, cerca de 33 % das solicitações 
registradas no país naquele ano. 
BRASIL. Ministério da Justiça e Segurança Pública. Disponível em: 
<http://www.justica.gov.br>. Acesso em: 07 nov. 2017. [Fragmento]
TEXTO II
BRASIL. Ministério da Justiça e Segurança Pública. Disponível em: 
<http://www.justica.gov.br>. Acesso em: 07 nov. 2017. [Fragmento]
TEXTO III
CAPÍTULO I 
DOS PRINCÍPIOS E DAS GARANTIAS 
Art. 3º A política migratória brasileira rege-se pelos 
seguintes princípios e diretrizes: [...]
II – repúdio e prevenção à xenofobia, ao racismo e a 
quaisquer formas de discriminação;
INSTRUÇÕES PARA A REDAÇÃO
• O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado. 
• O texto definitivo deve ser escrito à tinta, na folha própria, em até 30 linhas. 
• A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação ou do Caderno de Questões terá o número de 
linhas copiadas desconsiderado para efeito de correção. 
Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que:
• desrespeitar os direitos humanos.
• tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo considerada “texto insuficiente”.
• fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo.
• apresentar parte do texto deliberadamente desconectada com o tema proposto.
TEXTOS MOTIVADORES
9T7U
III – não criminalização da migração;
IV – não discriminação em razão dos critérios ou dos 
procedimentos pelos quais a pessoa foi admitida 
em território nacional;
V – promoção de entrada regular e de regularização 
documental;
VI – acolhida humanitária;
VII – desenvolvimento econômico, turístico, social, 
cultural, esportivo, científico e tecnológico do Brasil;
VIII – garantia do direito à reunião familiar;
IX – igualdade de tratamento e de oportunidade ao 
migrante e a seus familiares;
X – inclusão social, laboral e produtiva do migrante por 
meio de políticas públicas; [...]
BRASIL. Lei nº 13.445, de 24 de maio de 2017. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br>. Acesso em: 07 nov. 2017. [Fragmento]
TEXTO IV
A lei brasileira sobre refugiados decorreu do Programa 
Nacional de Direitos Humanos de 1996, o qual demonstrou 
claramente o desejo do governo brasileiro de se inserir 
na ordem internacional no que concerne à proteção da 
pessoa humana. 
Essa inserção é necessária no que se refere à questão 
dos refugiados, uma vez que este fenômeno é típico da 
ordem internacional; dado que o que se pretende é garantir 
os direitos fundamentais a indivíduos que tenham perdido 
a proteção de seus Estados de origem e / ou de residência; 
o que somente pode ser feito por meio da asseguração 
desses direitos no território de um outro Estado. Isto porque 
a proteção às liberdades e garantias individuais exige uma 
esfera na qual ela possa existir concretamente, campo este 
que vem a ser concretizado por meio do Estado.
JUBILUT, L. L. O procedimento de concessão de refúgio no Brasil. 
Disponível em: <http://www.justica.gov.br>. Acesso em: 07 nov. 2017. 
[Fragmento adaptado]
PROPOSTA DE REDAÇÃO
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua 
formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da Língua Portuguesa sobre o tema 
“Desafios para a inserção social dos refugiados no Brasil”, apresentando proposta de intervenção que respeite osdireitos 
humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
LCT – PROVA I – PÁGINA 28 ENEM – VOL. 1 – 2018 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
A proposta de redação orienta-se por uma temática geral: 
DESAFIOS PARA A INSERÇÃO SOCIAL DOS REFUGIADOS NO BRASIL
Toda a coletânea apresenta informações referentes a esse tema e, de modo geral, também oferece elementos para que os 
alunos consigam problematizar seu enfoque. A proposição de um título não é obrigatória na redação do Enem, no entanto, 
caso os alunos decidam assim, a correção deve penalizar apenas aqueles que colocarem o tema como título. 
Itens de correção de acordo com a grade Enem:
I. Item destinado à avaliação da composição linguística do texto (uso da norma-padrão). São considerados os aspectos de 
domínio gramatical explorados na estruturação do raciocínio: concordância verbo-nominal, acentuação gráfica, ortografia, 
variedade vocabular, pontuação, entre outros recursos que, caso sejam mal utilizados, devem ser penalizados. O aspecto 
linguístico deve ser considerado em função do conteúdo do texto. Desse modo, se a redação for clara, mas apresentar 
algumas falhas gramaticais que não prejudiquem o conjunto textual, elas devem ser penalizadas de forma moderada ou 
mesmo não ser penalizadas. 
• Número máximo de erros linguísticos para a obtenção de nota total nessa competência: dois erros (acima disso, penalizar 
na correção). Este item é avaliado em consonância com o item IV.
II. Na compreensão do tema, os alunos devem discutir e problematizar a questão dos refugiados no Brasil. Analisando 
os textos motivadores, veem-se, no texto I e no texto II, dados do Ministério da Justiça e Segurança Pública sobre os 
refugiados no país. Esses dados revelam o número de refugiados e seu perfil, expondo que, nos últimos anos, o Brasil 
tem recebido cidadãos principalmente da Venezuela, país vizinho e que vive grave crise sociopolítica, e da Síria, que 
desde 2011 atravessa uma guerra entre tropas leais ao governo e forças de oposição. O texto III, por sua vez, é um 
fragmento da Lei 13 445, a Lei de Migração, que apresenta as disposições gerais sobre migrantes e visitantes no país. 
Por meio desse texto, ficam conhecidos alguns dos direitos dos cidadãos estrangeiros que desejarem solicitar ao governo 
brasileiro a condição de refugiado, como a proteção do Estado e a inclusão social. Já o texto IV é o trecho de um texto 
opinativo que defende a inserção social dos refugiados a fim de lhes garantir os direitos que lhes foram suprimidos em 
seus estados de origem. Com relação ao cumprimento do objetivo, os alunos devem perceber a necessidade de 
criar um enfoque problematizador do tema (desafios e perspectivas), já que é solicitada a criação de uma proposta de 
intervenção. Desse modo, pode-se propor uma tese de raciocínio relacionada, por exemplo, ao aspecto humanista do 
refúgio, já que o estado tem o dever de zelar por seus cidadãos, sejam eles nascidos em território brasileiro ou não. 
Também pode-se argumentar a favor das contribuições econômicas e culturais dos refugiados, que, uma vez inseridos 
na comunidade, desempenharão o mesmo papel social que os cidadãos nascidos no Brasil.
• Sinalizar, na correção, existência ou ausência da tese de raciocínio. Caso não haja tese na redação dos alunos, 
este item deve ser penalizado com maior rigor (nota mínima ou zero). Penalizar também a presença de trechos mais 
longos que escapem às tipologias argumentativa e expositiva (como os de cunho narrativo). Este item é avaliado em 
consonância com o item III. 
III. Com relação à terceira habilidade avaliada, domínio da estrutura textual argumentativa, os alunos devem confirmar 
ou discutir sua tese por meio de estratégias argumentativas diversificadas, com certo grau de ineditismo e autoria, 
procurando fugir, ao menos parcialmente, de uma abordagem atrelada ao senso comum. No caso dessa proposta, 
pode-se apontar algumas situações a que refugiados estariam expostos no Brasil: muitos não falam português, por isso 
enfrentam dificuldades na busca por emprego, por exemplo; além disso, por serem estrangeiros, constantemente enfrentam 
xenofobia. Partindo daí, deve-se defender a necessidade de se acolher essas pessoas e de inseri-las na sociedade, já 
que, uma vez no Brasil, tornam-se cidadãos brasileiros, que devem ser tratados com igualdade de direitos e deveres. 
Ainda, com base na Lei de Migração, é importante argumentar que atitudes discriminatórias contra migrantes, visitantes 
ou refugiados são consideradas crime. Considerando uma argumentação a favor das contribuições dos refugiados para a 
sociedade brasileira, pode-se falar de como suas habilidades profissionais, talentos artísticos e mesmo seu conhecimento 
de mundo podem agregar para as comunidades em que serão inseridos. Num país plural como o Brasil, povos recém-
chegados de outros países devem ser bem acolhidos, combatendo-se o lugar-comum de que tomarão os empregos e 
oportunidades dos brasileiros. Essa ideia vem sendo sistematicamente rebatida por estudos os mais diversos, os quais 
comprovam, na verdade, que os imigrantes trazem benefícios econômicos, já que movimentam a economia local.
• A ausência de problematização do enfoque deve ser penalizada com nota igual ou inferior a 50%. Este item deve ser 
avaliado em conexão com o item II, para que não haja penalização dupla dos mesmos problemas. 
IV. Na quarta habilidade, domínio da estrutura linguístico-semântica, os alunos devem demonstrar uso coerente de 
sequências discursivas, especialmente no que diz respeito às cadeias coesivas construídas no texto, com o auxílio de 
determinadas ferramentas da norma-padrão (pontuação, conectores etc.). As relações coesivas devem ser avaliadas 
entre as sentenças e entre os parágrafos. 
ENEM – VOL. 1 – 2018 LCT – PROVA I – PÁGINA 29BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
• Este item deve ser avaliado em conexão com o item I, para que não haja penalização dupla dos mesmos problemas. 
V. Na quinta habilidade avaliada, proposta de intervenção, os alunos devem propor estratégias para solucionar as situações-
problema apresentadas ao longo da redação. Nesse sentido, deve haver detalhamento e variedade nas propostas 
apresentadas. Em relação ao tema em questão, devem ser apontadas medidas que superem os desafios de se inserir 
os refugiados na sociedade brasileira, portanto devem ser apresentadas propostas que garantam o cumprimento dos 
seus direitos e deveres como cidadãos brasileiros. Como já existe uma lei que prevê a proteção ao migrante, visitante 
e refugiado no Brasil, deve-se exigir uma fiscalização maior por parte dos órgãos responsáveis, garantindo que tenham 
acesso aos seus direitos básicos e coibindo atos discriminatórios. Também pode ser sugerido que haja um auxílio maior 
por parte do governo para receber essas pessoas, que precisam estudar a Língua Portuguesa e adquirir condições 
para ingresso no mercado de trabalho formal. Finalmente, também pode ser mencionado que haja campanhas de 
conscientização, produzidas pelo governo, que mostrem à população os motivos que obrigaram esses cidadãos a se 
refugiarem no Brasil, sensibilizando as pessoas a melhor receberem-nos. Essas campanhas, ainda, mostrariam os 
benefícios culturais e econômicos que os refugiados podem trazer ao país, incentivando a contratação dessas pessoas 
e reduzindo a incidência de atos de preconceito contra elas.
• A intervenção proposta pelos alunos deve estar em conformidade com a tese e a argumentação desenvolvidas 
ao longo da redação. Do contrário, deve haver penalização.
LCT – PROVA I – PÁGINA 30 ENEM – VOL. 1 – 2018 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS
Questões de 46 a 90
QUESTÃO 46 
Enfim, no estado positivo, o espírito humano, 
reconhecendo a impossibilidade de obter noções absolutas, 
renuncia a procurar a origem e o destino do universo, 
a conhecer as causas íntimas dos fenômenos, para 
preocupar-seunicamente em descobrir, graças ao uso 
bem combinado do raciocínio e da observação, suas leis 
efetivas, a saber, suas relações invariáveis de sucessão e 
de similitude. A explicação dos fatos, reduzida então a seus 
termos reais, se resume de agora em diante na ligação 
estabelecida entre os diversos fenômenos particulares 
e alguns fatos gerais, cujo número o progresso da ciência 
tende cada vez mais a diminuir. 
COMTE, A. Curso de filosofia positiva. São Paulo: Abril Cultural, 1978. 
No estado positivo, para Comte, o espírito humano 
A. 	 averigua a sociedade se baseando em conhecimentos 
metafísicos. 
B. 	 analisa a possibilidade de explicação dos fatos sem o 
auxílio da ciência.
C. 	 procura desvendar a origem do universo com base em 
generalizações abstratas.
D. 	 examina o mundo com o intuito de perceber as noções 
absolutas que o regem.
E. 	 busca leis invariáveis que substituem a procura 
abstrata pela essência das coisas.
Alternativa E
Resolução: O positivismo pode ser entendido como 
um conjunto de teorias científicas, sociais e políticas, 
fortemente influenciado pelo otimismo característico do 
século XIX em relação à ciência, devido ao sentimento de 
prosperidade que existia em torno da industrialização e do 
imperialismo europeu. Em uma dessas teorias, de acordo 
com Comte, a humanidade se desenvolveria em três 
estágios sucessivos, correspondentes ao nível do progresso 
do espírito humano. No estado positivo, a etapa final desse 
processo, “não se busca mais o ‘porquê’ das coisas, mas 
sim o ‘como’, por meio da descoberta e do estudo das 
leis naturais e das relações de causa e efeito. O estudo 
do particular substitui a busca abstrata pela essência. 
A ciência toma o lugar da religião e da Filosofia” (DELAZARI, F. 
Positivismo e Revolução Industrial. In: Coleção Estudo 6V: 
Sociologia. Belo Horizonte: Bernoulli Sistema de Ensino, 
2018. v. 1, p. 9.). Com base nas informações anteriores, 
constata-se que a alternativa correta é a E. 
Vamos analisar as demais alternativas:
A) O conhecimento metafísico, para Comte, corresponde 
à segunda etapa da lei dos três estados, isto é, 
ao estado metafísico.
B) O conhecimento científico é imprescindível para Comte, 
uma vez que é por intermédio da ciência que se pode 
descobrir as leis, ou seja, as relações de causa e efeito, 
universais e imutáveis, que estariam na base de todos 
os fenômenos.
VHZM
C) Como dito anteriormente, no estado posit ivo, 
as generalizações são abandonadas e substituídas pelo 
estudo do particular, pela busca das leis invariáveis. 
D) A busca pelas noções absolutas, pela essência 
das coisas, é, de acordo com Comte, parte da 
caracterização dos estados teológico e metafísico, não 
do estado positivo. 
QUESTÃO 47 
A superioridade dos gregos em combates a curta 
distância tornou-se dolorosamente evidente para os 
persas nas batalhas de Maratona e Plateia. Os soldados 
de infantaria gregos, chamados hoplitas, dispunham de 
armaduras e escudos mais resistentes do que os dos persas, 
além de lanças mais longas.
A ELEVAÇÃO DO ESPÍRITO 600-400 A.C. Rio de Janeiro: Abril Livros, 
1991. (História em Revista) (Adaptação).
O texto anterior ressalta os conflitos designados como 
Guerras Médicas. Ao utilizar o termo “gregos”, o autor busca 
representar
A. 	 a estrutura imperial de Alexandre, o Grande, responsável 
pela difusão dos valores helenísticos aos povos distantes.
B. 	 o agrupamento humano que nasceu na região da 
Grécia, primeira região governada por um modelo 
político democrático.
C. 	 o Estado grego fundado em torno da cidade de Atenas, 
berço da cultura clássica da Antiguidade.
D. 	 o monopólio intelectual e filosófico de um povo 
diferenciado perante a selvageria dos povos do passado.
E. 	 os povos de cultura comum, desenvolvida em torno do 
Mar Egeu, apesar de viverem em cidades autônomas.
Alternativa E
Resolução: As Guerras Médicas ou Greco-Pérsicas foram 
uma série de batalhas, durante o século V a.C., em que 
as cidades gregas enfrentaram seguidas tentativas de 
invasão dos reis persas, Dário I e, posteriormente, Xerxes. 
As cidades-Estado gregas, autônomas politicamente, mas 
que compartilhavam, em grande medida, de uma mesma 
cultura, se associaram militarmente para fazer frente aos 
fortes exércitos persas. Portanto, ao utilizar o termo “gregos”, 
o autor buscava representar esses povos de cultura comum, 
desenvolvida em torno do Mar Egeu, que viviam em cidades 
autônomas, o que torna correta a alternativa E. A alternativa A 
está incorreta, pois o período helenístico é posterior à 
ocorrência das Guerras Médicas. A alternativa B também 
está incorreta, pois havia, entre as cidades gregas envolvidas 
nas Guerras Greco-Pérsicas, aquelas que não possuíam um 
modelo político democrático, como Esparta. Não havia um 
Estado grego naquele período, mas, sim, um conjunto de 
cidades-Estado autônomas politicamente, o que invalida a 
alternativa C. Por fim, a alternativa D também está incorreta, 
pois os gregos não possuíam o monopólio intelectual.
OL6G
ENEM – VOL. 1 – 2018 CH – PROVA I – PÁGINA 31BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
QUESTÃO 48 
O Brasil foi o primeiro país sul-americano a ter um 
movimento eugenista organizado, a partir da criação da 
Sociedade Eugênica de São Paulo (1918). O movimento 
eugênico brasileiro é bastante heterogêneo, mas vale 
destacar sua atuação junto à saúde pública e ao 
saneamento, bem como à psiquiatria e à “higiene mental” ao 
longo das décadas de 1920 e 1930, o que permite verificar 
algumas das principais questões nas quais a questão 
urbana se relaciona ao pensamento eugênico. Parte do 
sucesso do eugenismo nesse período parece devido 
à sua formulação suprapolítica. Podendo ser utilizada 
por qualquer tendência político-ideológica, a eugenia 
“oferecia mecanismos de contenção dos conflitos sociais 
provenientes das reivindicações trabalhistas e justificavam 
o fortalecimento do Estado”. Nesse contexto, a ideologia 
do branqueamento se consolidou.
SILVA, Marcos Virgílio. Disponível em: <http://www.vitruvius.com.br>. 
Acesso em: 12 nov. 2014.
A ideologia do branqueamento a que o texto se refere está 
diretamente associada à perspectiva do(a) 
A. 	 darwinismo social, que julgava a herança africana 
benéfica para a genética europeia, contribuindo para 
seu desenvolvimento físico.
B. 	 democracia racial, que defendia a existência de 
um estado igualitário entre brancos e negros 
no Brasil.
C. 	 higienismo racial, que pregava a necessidade de 
exterminar, em curto prazo, negros e indígenas do 
território brasileiro.
D. 	 miscigenação racial, que se associava ao sincretismo 
religioso herdado das relações interculturais durante o 
período colonial.
E. 	 racismo científico, que explicava o atraso brasileiro 
pela presença de grupos raciais inferiores.
Alternativa E
Resolução: O darwinismo social faz parte do que, 
poster iormente, f icou conhecido como rac ismo 
científico. Esse conjunto de teorias é demarcado pelo 
determinismo biológico e propunha a raça como fator 
determinante para o estabelecimento de hierarquias e 
diferenças entre os humanos. A eugenia, assim como 
a craniometria e a frenologia, faz parte desse quadro. 
Para Francis Galton, pai da eugenia, essa “ciência” 
buscava contribuir para o aprimoramento da herança 
genética, a partir de uma seleção artificial. Assim, a 
eugenia tinha como objetivo acelerar o processo de 
seleção natural, favorecendo as raças consideradas 
“mais fortes” em detrimento daquelas “mais fracas”. 
XFN4 Dito de outra maneira, “significava favorecer os aspectos 
genéticos identificados com o dominador branco e suprimir 
as características consideradas inferiores das demais raças, 
principalmente da raça negra”. (DELAZARI, F. Positivismo e 
revolução industrial. In: Coleção Estudo 6V: Sociologia. Belo 
Horizonte: Bernoulli Sistema de Ensino, 2018. v. 1, p. 7.). 
Dessa maneira, com base em tais informações e na leitura 
do texto-base, percebe-se que a eugenia era sustentada 
pela ideia de supremacia da raçabranca sobre as demais, 
fato que torna a alternativa E a correta.
QUESTÃO 49 
O crescimento da população brasileira vivencia um 
decréscimo em seu ritmo nas últimas décadas, reflexo 
de vários fatores, como o processo de urbanização e a 
expansão do planejamento familiar. Algumas implicações 
desse fenômeno são esperadas para meados do século XXI, 
como as de natureza econômica e etária, exemplificadas, 
respectivamente, pelo(a) 
A. 	 queda da mão de obra e aumento da população idosa. 
B. 	 recuo da população absoluta e ampliação da força de 
trabalho. 
C. 	 aumento da quantidade de jovens e declínio da 
proporção de idosos. 
D. 	 crescimento da população em idade ativa e aumento 
da expectativa de vida. 
E. 	 diminuição do número de jovens e comprometimento 
do setor previdenciário. 
Alternativa A 
Resolução: O comando da questão explicita que se quer saber 
os efeitos esperados em meados do século XXI do decréscimo 
do ritmo de crescimento da população brasileira, isto é, do 
declínio da fecundidade. Primeiramente, uma implicação 
econômica e, depois, uma implicação etária. Para essa 
época, prevê-se que o chamado bônus demográfico, quando 
a População Economicamente Ativa é proporcionalmente 
maior do que o número de crianças e idosos, terá findado 
e a proporção de idosos acima de 65 anos será bem maior. 
A alternativa B está incorreta porque, além de não 
corresponder a implicações verdadeiras da queda da 
fecundidade em meados do século XXI, a primeira é de 
natureza etária, e a segunda, de natureza econômica. 
A alternativa C está incorreta, pois as duas consequências 
etárias citadas não são resultado da redução da taxa de 
fecundidade. A alternativa D está incorreta porque, na 
metade do século XXI, estima-se que o crescimento da 
população em idade ativa já será passado e a expectativa 
de vida é um indicador demográfico diferente da taxa de 
fecundidade. A alternativa E está incorreta, pois a primeira 
é de natureza etária, e a segunda, de natureza econômica. 
CUMK
CH – PROVA I – PÁGINA 32 ENEM – VOL. 1 – 2018 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
QUESTÃO 50 
Quinto Império
[...]
Eu decifrei
Astros e constelações,
Conduzi embarcações,
Destinei-me a navegar.
Atravessei
A Tormenta, a Esperança,
Até onde o sonho alcança
Minha fé pude cravar.
Rasguei as lendas
Do Oceano Tenebroso
Para El Rey, o glorioso
Não há mais trevas no mar.
NÓBREGA, A. C. FREIRE, W. Disponível em: <https://www.vagalume.com.br>. 
Acesso em: 12 set. 2017.
A canção descreve aspectos das viagens marítimas da época 
moderna, relacionando-as à(ao)
A. 	 confirmação do imaginário europeu acerca do Atlântico.
B. 	 ausência da participação governamental na empreitada.
C. 	 demarcação de um novo período na história da Europa.
D. 	 sonho da existência de reservas de ouro no além-mar.
E. 	 projeto civilizatório dos europeus para o Novo Mundo.
Alternativa C
Resolução: Apesar das grandes transformações no ideário 
do homem moderno e em diversos setores do conhecimento, 
o pensamento mítico e religioso ainda era muito presente 
no século XV. Entretanto, a canção, ao afirmar que “rasgou 
as lendas do oceano tenebroso”, rompe com o imaginário 
europeu do período, que acreditava na existência de 
monstros e abismos nos mares, o que invalida a alternativa A. 
Ao exaltar a figura do rei, a canção destaca a participação 
e a importância das monarquias na empresa marítima, 
contrariando a alternativa B. A expansão marítima dos 
séculos XV e XVI permitiu a compreensão mais ampla do 
mundo, tanto no aspecto geográfico quanto no cultural, 
mudando os rumos de povos e nações, demarcando um 
novo tempo na História da Europa, o que torna a alternativa C 
válida. A alternativa D está incorreta, pois, ainda que o 
interesse metalista tenha contribuído para o projeto de 
expansão marítima, o trecho da canção apresentado não 
destaca o aspecto comercial das Grandes Navegações. 
Por fim, apesar de trazer a ideia de expansão da fé, a canção 
não faz menção a um projeto civilizatório europeu no Novo 
Mundo, o que invalida a alternativa E.
4YSE QUESTÃO 51 
Segundo Kant, a Filosofia não é algo que possa ser 
aprendido, pelo simples fato de que ela ainda não possui um 
corpo de conhecimentos já constituído e acabado. E mesmo 
que houvesse um sistema filosófico totalmente acabado, aquele 
que o aprendesse não seria jamais um filósofo, pois, nesse 
caso, estaria fazendo simplesmente um uso “histórico-subjetivo” 
da razão. Quem quer aprender Filosofia tem que fazer um uso 
pessoal e autônomo da própria razão. Por isso, para Kant, 
“quem quer aprender a filosofar tem o direito de considerar todos 
os sistemas da Filosofia tão somente como uma história do uso 
da razão e como objetos do exercício de seu talento filosófico”. 
É assim que o “verdadeiro filósofo, portanto, na qualidade de 
quem pensa por si mesmo, tem que fazer um uso livre e pessoal 
de sua razão, não um uso servilmente imitativo”.
CÂNDIDO, C. A Filosofia hoje. Disponível em: <http://www.caosmose.net>. 
Acesso em: 16 maio 2017. 
O conhecimento filosófico constitui uma maneira de conhecer 
o mundo, sendo um dos seus elementos o(a)
A. 	 compreensão religiosa.
B. 	 imaginação discursiva.
C. 	 racionalidade lógica.
D. 	 pensamento fictício.
E. 	 fantasia mitológica.
Alternativa C
Resolução: A questão aborda as características gerais 
do pensamento filosófico, apresentando um texto que 
comenta aspectos da consideração de Kant sobre o tema. 
É importante ressaltar, antes de prosseguirmos, que não 
devemos fazer uma hierarquização, pensando a Filosofia 
como conhecimento melhor ou pior, mas, sim, como único 
e singular, atentando para as suas características. Assim, 
dentre as alternativas expostas, a resposta correta é a letra C, 
que afirma ser um dos elementos do conhecimento filosófico 
a racionalidade lógica.
Analisaremos as alternativas:
A) A religião faz parte da Filosofia, e a filosofia medieval 
é um grande exemplo disso. Contudo, não se deve 
confundir esse fato com o erro que seria afirmar que 
a compreensão religiosa seria uma característica da 
Filosofia.
B) A discursividade, por se tratar de linguagem, é um 
elemento da Filosofia. Ainda assim, a “imaginação 
discursiva” é uma ideia que não nos remete à Filosofia, 
uma vez que estaria mais atrelada a uma atividade do 
pensamento mais livre e despretensiosa, o que foge ao 
ideal da Filosofia de conhecer o mundo.
D) A Filosofia não consiste em ficções, em sentido de 
histórias não verdadeiras, mas numa constante tentativa 
de elaborar perguntas e respostas sobre todo e qualquer 
fato ou ideia na realidade.
E) Apesar de ter bebido da mitologia, a Filosofia não se limita 
a uma “fantasia mitológica”, uma vez que transcende a 
forma de pensar e leva a razão ao papel de validadora 
daquilo que se pretende chamar de conhecimento.
KDSU
ENEM – VOL. 1 – 2018 CH – PROVA I – PÁGINA 33BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
QUESTÃO 52 
A fim de tornar o entendimento de um mapa mais 
visual e rápido, utiliza-se, na cartografia, a anamorfose. 
Muito mais importante do que a representação exata dos limites 
nacionais, estaduais ou municipais, é o dado representado. 
Brasil
Minas Gerais
Rio de Janeiro
São Paulo
Paraná
Rio Grande
Do Sul
Santa
Catarina
Santa
Catarina
Espírito
Santo
Espírito
Santo
Sergipe
Alagoas
Pernambuco
Paraíba
Rio Grande
Do Norte
Sergipe
Alagoas
Pernambuco
Paraíba
Rio Grande
Do NorteCeará
Piauí
Maranhão
Piauí
Maranhão
TocantinsTocantins
Pará
Amapá
Amazonas
Roraima
Acre Rondônia Mato GrossoMato Grosso
Goiás
Mato Grosso
Do Sul
Mato Grosso
Do Sul
DF Bahia
Disponível em: <http://meioambiente.culturamix.com>. 
Acesso em: 02 nov. 2016. 
A anamorfose anterior destaca os estados do Sudeste e do 
Sul ao refletir a realidade econômica brasileira confirmada 
pela expressividade dessas regiões no que se refere ao(à) 
A. 	 exploração mineral. 
B. 	 turismo internacional. 
C. 	 Produto Interno Bruto. 
D. 	 atividade agropecuária. 
E. 	 utilização das hidrovias.Alternativa C 
Resolução: A anamorfose é um tipo de representação 
cartográfica que associa a forma ao dado representado. 
Desse modo, a alternativa C é a resposta correta porque o 
Sudeste e o Sul do Brasil são as maiores regiões no mapa 
e na contribuição de cada estado para o Produto Interno 
Bruto (PIB) do país. Como se nota, o PIB brasileiro é formado 
principalmente por cinco estados: São Paulo, Rio de Janeiro, 
Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná. A alternativa A 
está incorreta, pois Minas Gerais e Pará são os maiores 
produtores minerais. A alternativa B está incorreta, pois a 
região Nordeste é importante para o turismo internacional 
no Brasil. A alternativa D está incorreta, pois os estados do 
Centro-Oeste têm grande participação na produção agrícola 
nacional. A alternativa E está incorreta porque as hidrovias 
são o transporte por excelência da região Norte. 
CHYP QUESTÃO 53 
Estou convencido de que isto é uma terra firme, imensa, 
sobre a qual até hoje nada se soube. E o que me reforça a 
opinião é o fato deste rio tão grande, e do mar que é doce; em 
seguida, são as palavras de Esdras em seu livro IV, capítulo 6, 
onde ele diz que seis partes do mundo são de terra seca e uma 
de água, este livro tendo sido aprovado por Santo Ambrósio 
em seu Hexameron e por Santo Agostinho. [...] Além disso, 
asseguraram-me as palavras de muitos índios canibais que 
eu tinha apresado em outras ocasiões, os quais diziam que 
ao sul de seu país estava a terra firme.
TODOROV, T. A conquista da América: a questão do outro. 
São Paulo: Martins Fontes. 2001. p. 17.
O trecho escrito pelo genovês Cristóvão Colombo foi retirado 
do seu diário, produzido na sua terceira viagem à América, 
no final do século XV. A conclusão do navegador foi
A. 	 baseada nos relatos de navegadores anteriores.
B. 	 fundamentada na ideia da existência da América.
C. 	 refutada pelos viajantes europeus subsequentes.
D. 	 pautada pelos seus saberes e crenças religiosas.
E. 	 validada por índios e teólogos católicos da época.
Alternativa D
Resolução:
A) INCORRETA – A afirmação de Colombo de que a terra 
encontrada “sobre a qual até hoje nada se soube” 
invalida a alternativa.
B) INCORRETA – O relato de Colombo não evidencia 
que a terra firme encontrada se tratava de um novo 
continente, comprovação feita por outro navegador 
(Américo Vespúcio).
C) INCORRETA – A ideia de terra firme apresentada 
por Colombo não foi refutada por outros navegantes. 
O que seria refutado, posteriormente, pelo navegador 
Américo Vespúcio, era a ideia de Colombo de que 
alcançara a região da Ásia, navegando rumo ao Oeste, 
e não um novo continente, aspecto que não é tratado 
no texto. 
D) CORRETA – Colombo chega a sua conclusão pautado 
nos seus conhecimentos (“o fato deste rio tão grande, 
e do mar que é doce”) e nas suas crenças religiosas 
(“são as palavras de Esdras em seu livro IV”).
E) INCORRETA – As afirmações religiosas em que 
Colombo se baseou eram de outro contexto: “este 
livro tendo sido aprovado por Santo Ambrósio em seu 
Hexameron e por Santo Agostinho”.
RWY5
CH – PROVA I – PÁGINA 34 ENEM – VOL. 1 – 2018 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
QUESTÃO 54 
 Disponível em: <http://georesumos2014.blogspot.com.br/2014/02/
aula-9-1-ano-em-nocoes-espaciais.htmll>. Acesso em: 30 ago. 2016. 
O movimento da Terra responsável pelo fenômeno natural 
representado na imagem
A. 	 delimita a proximidade do Sol e ocorre no sentido 
oeste-leste. 
B. 	 dá origem aos dias e às noites e ocorre no sentido 
oeste-leste. 
C. 	 determina as estações do ano e ocorre no sentido 
oeste-leste. 
D. 	 marca a duração desigual do dia e da noite e ocorre no 
sentido leste-oeste. 
E. 	 estabelece a mesma duração do dia e da noite e ocorre 
no sentido leste-oeste. 
Alternativa B
Resolução: O movimento aparente do Sol ocorre de leste para 
oeste, como pode ser verificado na imagem da questão. Isso 
é possível por causa da rotação da Terra de oeste para leste, 
que dá origem aos dias e às noites. As alternativas restantes 
estão incorretas por não corresponderem ao movimento da 
Terra responsável pelo fenômeno natural representado. 
QUESTÃO 55 
A maravilha sempre foi, antes como agora, a causa 
pela qual os homens começaram a filosofar: a princípio, 
surpreendiam-se com as dificuldades mais comuns; depois, 
avançando passo a passo, tentavam explicar fenômenos 
maiores, como, por exemplo, as fases da lua, o curso do 
sol e dos astros e, finalmente, a formação do Universo. 
Procurar uma explicação e admirar-se é reconhecer-se 
ignorante. Por isso, pode-se dizer que sob um certo aspecto 
o filósofo é também amante do mito, uma vez que o mito se 
compõe de maravilhas.
ARISTÓTELES. In: REALE, Giovanni (Ed.). Metafísica. São Paulo: 
Loyola, 2002. v. 1.
Para Aristóteles, a maravilha é considerada a causa do 
filosofar, pois 
A. 	 aproxima o homem das explicações míticas sobre 
o mundo.
B. 	 desperta a curiosidade e a consequente busca pelo 
conhecimento.
C. 	 faz com que o homem se surpreenda com as questões 
mais complexas.
D. 	 induz o homem à passividade diante dos acontecimentos 
da natureza.
E. 	 leva o homem ao reconhecimento de seu conhecimento. 
1QFS
G5E8
Alternativa B
Resolução: O trecho anterior apresenta a visão de 
Aristóteles sobre a atividade filosófica. Segundo o pensador, 
e como podemos ler no texto, a partir da “maravilha” – que 
deve aqui ser entendida como “espanto”, “admiração”; por 
exemplo, como a reação que temos ao nos depararmos 
com eventos até então extraordinários para nós, como ver 
o mar pela primeira vez – é que as pessoas se colocam a 
buscar maior conhecimento sobre a realidade. Disso se 
segue que as pessoas, ao se maravilharem, iniciam um 
longo e interminável percurso em busca do conhecimento. 
A maravilha é considerada a causa do filosofar, pois desperta 
a curiosidade e a consequente busca pelo conhecimento. 
Reparem que o enunciado pergunta o porquê de a maravilha 
ser considerada a causa do filosofar, o que invalida as outras 
alternativas. Assim, a resposta correta é a alternativa B. 
QUESTÃO 56 
Lista de países por população absoluta – 2015
População total Área total (km2)
China 1 376 048 943 9 600 001
Índia 1 311 050 527 3 287 260
Estados Unidos 321 773 631 9 831 510
Indonésia 257 563 815 1 910 930
Brasil 207 847 528 8 515 770
Paquistão 188 924 874 796 100
Nigéria 182 201 962 923 770
Bangladesh 160 995 642 148 460
Rússia 143 456 918 17 098 240
México 127 017 224 1 964 380
IBGE (Adaptação).
Comparando os dados do quadro anterior, o país mais 
densamente povoado é o(a)
A. 	 China, pois é o mais populoso.
B. 	 Rússia, porque é o mais extenso em km2.
C. 	 Indonésia, pois tem a maior população relativa. 
D. 	 Índia, visto que tem a maior densidade demográfica. 
E. 	 Bangladesh, pois tem a maior média de habitantes 
por km2.
Alternativa E
Resolução: No quadro apresentado, Bangladesh é o país 
mais densamente povoado, pois tem a maior densidade 
demográfica, isto é, a média de habitantes por quilômetro 
quadrado (km2) é a mais alta. A densidade demográfica é 
calculada pela divisão do número de habitantes pela área do 
território em km2. No caso de Bangladesh: 160 995 642 / 
148 460 = 1 084 h/km2. A alternativa A está incorreta, pois, 
embora a China seja o país mais populoso, com a maior 
população absoluta, não é o mais densamente povoado. 
A alternativa B está incorreta porque a Rússia tem o 
maior território e é fracamente povoada. A alternativa C 
está incorreta porque população relativa é o mesmo que 
densidade demográfica, que é maior em Bangladesh. 
A alternativa D está incorreta, pois a Índia tem a segunda 
maior densidade (399/km2). 
89K3
ENEM – VOL. 1 – 2018 CH – PROVA I – PÁGINA 35BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
QUESTÃO 57 
Em 1920, o reverendo Joseph Singh viajava numa missão espiritual pela Índia quando soube da lenda de duas meninas 
que viviam com uma matilha daqueles animais. Intrigado, partiu atrás delas. Ao encontrá-las, ficouimpressionado: ambas 
andavam de quatro e, antes de sair da caverna em que se escondiam, colocavam só a cabeça para fora e olhavam desconfiadas 
para os lados. Capturadas, foram encaminhadas ao orfanato da cidade indiana de Midnapore. [...] Kamala tinha cerca de 
8 anos e Amala, apenas um ano e meio. Carnívoras, bebiam água lambendo e tinham horror à luz. Passavam o dia todo 
arredias, mas à noite uivavam e grunhiam. A menor sobreviveu 10 meses longe dos bosques e morreu, um ano depois, de 
nefrite (inflamação nos rins). Foi quando Kamala chorou pela primeira vez desde que chegara ao orfanato. [...] A menina mais 
velha ainda viveu por nove anos.
Disponível em: <http://guiadoestudante.abril.com.br>. 
Acesso em: 23 nov. 2016.
O texto descreve comportamentos humanos que fomentam as discussões filosóficas em torno da noção de liberdade e que 
caracterizam a perspectiva do
A. 	 realismo. 
B. 	 empirismo. 
C. 	 criticismo. 
D. 	 racionalismo.
E. 	 determinismo.
Alternativa E
Resolução: A ideia de liberdade, para a filosofia antropológica, está associada à possibilidade de autodeterminação do 
ser humano, isto é, à possibilidade de o indivíduo escolher, conscientemente, o que ser e as atitudes que pode tomar, 
independentemente dos condicionantes de sua natureza. Por outro lado, a perspectiva determinista afirma que as ações 
humanas e as dos demais animais são condicionadas por sua própria natureza e por fatores biológicos e sociais, por exemplo, 
tal como os comportamentos apontados no texto indicam, não sendo, portanto, os indivíduos, por essa perspectiva, livres. 
Logo, a resposta correta é a alternativa E.
QUESTÃO 58 
TEXTO I
O comércio europeu no século XIII e XIV
ÁFRICA
EUROPA
ÁSIA
OCEANIA
OCEANO
ÍNDICO
OCEANO
ATLÂNTICO
OCEANO
PACÍFICO
Ceuta
Alexandria
Bagdá
Calicute
Cantão
Pequim
Tripoli
Constantinopla
Odessa
Kiev
SmolenskLubeckAmsterdã
Antuérpia
Genova
Bremen
Veneza
Disponível em: <http://olhonahistoria.blogspot.com.br>. Acesso em: 20 out. 2017 (Adaptação).
1DRY
A68L
CH – PROVA I – PÁGINA 36 ENEM – VOL. 1 – 2018 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
TEXTO II
As Grandes Navegações
AMÉRICA
DO NORTE
AMÉRICA
DO SUL
ÁFRICA
EUROPA ÁSIA
OCEANIA
OCEANO
ÍNDICO
ÍndiaÍndia
BrasilBrasil
EspanhaEspanha
PortugalPortugal
Espanha
Portugal
Calicute,
1498
Calicute,
1498
Açores,1427
Ceuta,1415Ceuta,1415
São
Salvador,
1492
São
Salvador,
1492
Cabo Bojador,1435Cabo Bojador,1435
Madeira,1420
OCEANO
ATLÂNTICO
OCEANO
PACÍFICO
Moçambique
Cabo da Boa
Esperança,1498
Cabo da Boa
Esperança,1498
Cabo VerdeCabo Verde
Porto Seguro,
1500
Porto Seguro,
1500
Disponível em: <http://ced31c.blogspot.com.br>. Acesso em: 20 out. 2017 (Adaptação).
A análise dos mapas indica que as mudanças ocorridas na Europa dos séculos XV e XVI
A. 	 retardaram o processo de globalização comercial mundial.
B. 	 consolidaram a hegemonia comercial de Gênova e Veneza.
C. 	 resultaram na derrocada do comércio interno no continente.
D. 	 representaram a ampliação da área de atuação das hansas.
E. 	 provocaram a superação das rotas comerciais mediterrâneas.
Alternativa E
Resolução: Ao longo da Baixa Idade Média, os comerciantes passaram a perceber a necessidade de se alcançar a longínqua região 
da Ásia por meio de rotas alternativas, tendo em vista os obstáculos impostos pelos diversos povos intermediários do comércio de 
especiarias. Os mapas apresentados na questão demonstram o surgimento de um novo eixo comercial europeu a partir do século XV. 
As Grandes Navegações, empreendidas inicialmente pelos Estados Ibéricos, deslocaram o eixo econômico do interior do 
continente europeu e do Mar Mediterrâneo para o Atlântico e para a costa do continente africano, o que torna válida, portanto, 
a alternativa E. Para muitos estudiosos, a expansão marítima europeia dos séculos XV e XVI, ao alcançar regiões até então 
desconhecidas, como a América, em busca de riquezas e novas experiências, representou os primeiros sinais da ideia de 
globalização, o que invalida a alternativa A. A alternativa B está incorreta, pois as cidades italianas vivenciaram uma drástica 
retração comercial após a tomada de Constantinopla pelos turcos em 1453, o que contribuiu para a busca de novas rotas comerciais. 
Apesar do deslocamento do eixo econômico europeu para o Atlântico, o comércio interno continuava a desempenhar um 
importante papel na dinâmica econômica do continente, o que contraria a alternativa C. Por fim, a alternativa D está incorreta, 
pois as hansas não tiveram papel de destaque nas expedições marítimas durante as Grandes Navegações, tendo maior 
sucesso na região Norte do continente europeu durante a Idade Média.
QUESTÃO 59 
Estados Unidos e Rússia (representando a ex-União Soviética) possuem um obscuro passado ligado a eventos de 
conspiração, boicote e conflitos latentes um contra o outro. O período em que se deram esses embates é chamado de 
Guerra Fria e durou de 1945 até 1991. Um dos momentos mais tensos dessa disputa ocorreu quando, sob a liderança do 
líder soviético Nikita Kruschev, em 1962, no intuito de demonstrar a força bélica do bloco socialista, mísseis foram instalados 
na Ilha de Cuba e direcionados para os Estados Unidos. Por pouco, o mundo não mergulhou em uma terceira guerra. 
O conflito entre Estados Unidos e União Soviética citado no texto marcou profundamente a conjuntura geopolítica internacional, pois 
A. 	 privilegiou a discussão sociopolítica devido à inexistência de confrontos militares. 
B. 	 carregou consigo um viés de ódio pautado principalmente nos casos de xenofobia. 
C. 	 consistiu no embate declarado entre as potências e assegurou a destruição mútua. 
D. 	 representou diversas ideologias baseadas na economia intervencionista do Estado. 
E. 	 esteve no limiar de uma disputa territorial por vias diretas de ataque e defesa militar. 
PL71
ENEM – VOL. 1 – 2018 CH – PROVA I – PÁGINA 37BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
Alternativa E
Resolução: A alternativa E está correta, pois diz respeito 
à Crise dos Mísseis, como ficou conhecido o episódio da 
Guerra Fria descrito na questão. Ela é considerada, talvez, 
o momento em que Estados Unidos e União Soviética 
estiveram mais próximos de envolver a si mesmos e ao resto 
do mundo em um conflito nuclear. Diante disso, Kruchev 
retirou os mísseis de Cuba e Kennedy se comprometeu 
a fazer o mesmo com os mísseis colocados na Turquia. 
A alternativa A está incorreta, pois os confrontos militares 
entre as duas potências da Guerra Fria eram indiretos e não 
declarados. A alternativa B está incorreta porque o ódio entre 
os dois lados da Guerra Fria tinha fundamento ideológico e 
político. A alternativa C está incorreta porque a possibilidade 
de uma guerra nuclear refreava, de certa forma, as duas 
potências, que assinaram acordos quanto ao uso de armas 
nucleares. A alternativa D está incorreta, pois o capitalismo 
e o socialismo foram as ideologias que se enfrentaram na 
Guerra Fria e têm diferentes graus de intervenção do Estado. 
QUESTÃO 60 
Disponível em: <https://www.forumancientcoins.com>. 
Acesso em: 13 out. 2017.
A gravura de Théodore de Bry (1590) representa o encontro 
entre Hernando de Soto, espanhol integrante da expedição 
de Francisco Pizarro, e o imperador inca Atahualpa. Essa 
representação expressa a
A. 	 passividade dos nativos, que contribuiu para a rápida 
dominação espanhola.
B. 	 subalternidade da sociedade inca diante do novo 
governante do seu império.
C. 	 mentalidade etnocêntrica típica do contexto 
expansionista dos reinos ibéricos.
D. 	 dificuldade de subjugar um povo que apresentava uma 
superioridade numérica.
E. 	 brutalidade utilizada na conquista espanhola da 
América que dizimou os nativos.
Alternativa C
Resolução:
A) INCORRETA – A imagem não retrata os nativos de forma 
passiva. Além disso, não se pode afirmar que isso tenha 
contribuído para a “rápida” conquista, uma vez que os 
índios resistiram intensamente a esse processo.
B) INCORRETA – O espanhol retratado não foi considerado 
pelopovo inca (nem se tornou) um novo imperador. Os 
espanhóis dominaram a sociedade inca desfazendo seu 
vasto império.
HPDW
C) CORRETA – Os incas são representados quase nus. 
O próprio imperador, apresenta uma vestimenta 
simplória, que não condiz com a cultura dessa 
civilização. Já os espanhóis são representados como 
triunfadores, ricamente trajados. De um lado, um líder 
inca seminu, de outro, um líder espanhol soberano, 
imponente (o uso de cavalos reforça essa visão). 
Essa representação corresponde ao olhar eurocêntrico, 
típico do contexto moderno.
D) INCORRETA – A imagem não retrata nenhuma 
dificuldade enfrentada pelos espanhóis no processo de 
conquista da América.
E) INCORRETA – Ainda que a conquista espanhola da 
América tenha sido marcada pelo uso da violência, a 
obra não destaca esse aspecto do processo.
QUESTÃO 61 
TEXTO I
Tomai o fardo do Homem Branco
Enviai vossos melhores filhos
Ide, condenai seus filhos ao exílio
Para servirem aos vossos cativos;
Para esperar, com chicotes pesados
O povo agitado e selvagem
Vossos cativos, tristes povos, 
Metade demônio, metade criança
[...]
KIPLING, R. O fardo do Homem Branco. Disponível em: <http://www.
ensinarhistoriajoelza.com.br>. Acesso em: 02 out. 2017.
TEXTO II
O racismo serviu assim como justificativa ideológica para 
associar o domínio colonialista, a conquista e subjugação 
de povos não europeus com uma missão civilizadora, ligada 
aos valores do progresso econômico, do avanço científico, 
da ordem política liberal e do cristianismo. Esses eram os 
valores que a propaganda imperial alegava serem levados 
aos nativos da África e da Ásia, selvagens, desorganizados, 
atrasados, incapazes de se autogovernarem e pagãos. 
FACINA, A. De volta ao fardo do Homem Branco: o novo imperialismo 
e suas justificativas culturalistas. In: Anais do IV Colóquio Marx e 
Engels. Campinas: UNICAMP, 2005. 
De acordo com os textos, o fardo do Homem Branco está 
na base da
A. 	 instauração de uma proteção da Europa contra as 
invasões de outros povos.
B. 	 criação de diversas teorias raciais que pregavam uma 
união entre os povos.
C. 	 explicação europeia para o domínio sobre os povos 
durante a colonização.
D. 	 instituição de um contato horizontal com as populações 
não europeias.
E. 	 caracterização dos povos não europeus como 
civilizados e racionais. 
RJUJ
CH – PROVA I – PÁGINA 38 ENEM – VOL. 1 – 2018 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
Alternativa C
Resolução: A tentativa de transpor critérios físicos e 
biológicos para a interpretação e reflexão com relação à 
sociedade produziu teorias que ajudaram na disseminação 
de olhares preconceituosos e legitimadores de dominações 
políticas. Assim, como os brancos, falaciosamente, 
seriam mais capazes do que as demais raças, de acordo 
com as teorias raciais em voga na época, os europeus 
estariam submetidos ao “fardo do homem branco”. Isto é, 
“à obrigação moral de ‘civilizar’ os povos atrasados, ainda 
que esse processo de civilização implicasse o extermínio dos 
povos ‘primitivos’” (DELAZARI, F. Positivismo e Revolução 
Industrial. In: Coleção Estudo 6V: Sociologia. Belo Horizonte: 
Bernoulli Sistema de Ensino, 2018. v. 1, p. 7.). Dessa 
maneira, percebe-se que a alternativa correta é a letra C. 
Analisando as demais alternativas:
A) Pelo contrário, os europeus é que estavam no processo 
de invasão de outros territórios, estimulados pelo “fardo 
do homem branco”.
B) As teorias raciais não pregavam uma união entre povos, 
mas uma superioridade da raça branca em detrimento 
das demais.
D) O contato dos europeus com outros povos não era 
baseado em uma relação horizontal. Na verdade, 
pressupunha uma hierarquização, uma vez que os 
próprios europeus, estimulados pelas teorias raciais, 
se consideravam superiores.
E) Pelo poema, pode-se perceber que não eram atribuídas 
características vinculadas à noção de civilização e 
racionalidade aos povos não europeus. Pelo contrário, 
estes eram entendidos como “selvagens”, “bárbaros” 
e / ou “incivilizados”.
QUESTÃO 62 
A crise de Cuba entrou para a história como a maior 
demonstração de força da administração Kennedy. 
Os preparativos militares soviéticos, à época, não só irritaram 
os norte-americanos como também foram interpretados 
como provocação bélica por outros países ocidentais.
Disponível em: <http://www.dw.com/pt/1962-ultimato-de-kennedy-na-
crise-dos-m%C3%ADsseis-de-cuba/a-974637>. 
Acesso em: 16 jul. 2015.
Em 1962, no que é considerado o momento mais tenso da 
Guerra Fria, a reação dos Estados Unidos ao que o trecho 
chama de “provocação bélica” da União Soviética foi o(a)
A. 	Bloqueio naval a Cuba.
B. 	Conferência de Yalta na Ucrânia.
C. 	Cortina de Ferro na Europa.
D. 	Doutrina Truman na América.
E. 	Macarthismo nos Estados Unidos.
6YUZ
Alternativa A
Resolução: Em 22 de outubro de 1962, o presidente do 
Estados Unidos, John Kennedy, denunciou mísseis da 
União Soviética instalados em Cuba. Nesse mesmo dia, 
os Estados Unidos decretaram o bloqueio naval à ilha de 
Fidel e deram o ultimato para a retirada dos mísseis ao 
líder da União Soviética, Nikita Khruchev. A alternativa B 
está incorreta porque a Conferência de Yalta, em 1945, 
reuniu os líderes da Inglaterra, dos Estados Unidos e da 
União Soviética para discutirem a ordem internacional no 
pós-Guerra. A alternativa C está incorreta, pois a Cortina de 
Ferro foi, durante a Guerra Fria, o limite que dividia os países 
europeus soviéticos dos países capitalistas. A alternativa D 
está incorreta porque a Doutrina Truman consistiu em um 
conjunto de medidas políticas e econômicas dos Estados 
Unidos para combater o comunismo. A alternativa E está 
incorreta porque o Macarthismo foi um movimento político 
anticomunista nos Estados Unidos, durante a Guerra Fria, 
defendido pelo senador Joseph McCarthy. O direito 
constitucional à opinião política foi violado e os acusados 
de atividades comunistas foram perseguidos.
QUESTÃO 63 
O avanço do capitalismo como modo de produção 
dominante na Europa ocidental foi desestruturando, com 
velocidade e profundidade variadas, tanto os fundamentos 
da vida material como as crenças e os princípios morais, 
religiosos, jurídicos e filosóficos em que se sustentava o 
antigo sistema. Profundos câmbios na estrutura de classes 
e na ossatura do Estado foram ocorrendo em muitas das 
sociedades europeias. A dinâmica do desenvolvimento 
capitalista e as novas forças sociais por ele engendradas 
provocaram o enfraquecimento ou desaparecimento, mais 
ou menos rápido, dos estamentos tradicionais – aristocracia 
e campesinato – e das instituições feudais: servidão, 
propriedade comunal, organizações corporativas artesanais e 
comerciais. A partir da segunda metade do século XVIII, com a 
Primeira Revolução Industrial e o nascimento do proletariado, 
cresceram as pressões por uma maior participação política, e 
a urbanização intensificou-se, recriando uma paisagem social 
muito distinta da que antes existia.
OLIVEIRA, M; QUINTANEIRO, T. Introdução. In: QUINTANEIRO, T; 
BARBOSA, M; OLIVEIRA, M. Um toque de clássicos: Marx, Durkheim 
e Weber. Belo Horizonte: UFMG, 2002 (Adaptação). 
Com base no texto, o desenvolvimento do novo modo de 
produção
A. 	 assentou o proletariado como a classe dominante na 
sociedade. 
B. 	 produziu mudanças em diversos aspectos da vida 
social europeia.
C. 	 unificou as classes existentes em prol do 
desenvolvimento industrial.
D. 	 fortaleceu as instituições que já eram consolidadas no 
antigo regime.
E. 	 garantiu acesso igual a toda a população aos bens 
materiais produzidos.
BR79
ENEM – VOL. 1 – 2018 CH – PROVA I – PÁGINA 39BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
Alternativa B
Resolução: O progresso das ciências da natureza, 
ancorado na revolução científica do século XVII e reforçado 
pelo Iluminismo, concedeu fundamentos para o avanço 
tecnológico que, por um lado, conduziu a Europa ao 
processo das revoluções industriais. Dessa maneira, 
com o avanço e a consolidação de novas tecnologias e, 
sobretudo,de um novo modo de produção, houve uma 
grande modificação na estrutura da sociedade europeia. 
As bases econômicas e sociais do antigo regime foram sendo 
desestruturadas e substituídas por aquelas cujo vínculo com 
o capitalismo era mais estreito. Como exemplo, pode-se citar 
a produção de bens e riquezas, que passou a ser realizada 
majoritariamente por meio da mecanização do trabalho. 
Portanto, o desenvolvimento do sistema capitalista “rompe 
com a lógica que até então dominava a vida em sociedade 
nos períodos pré-capitalistas” (DELAZARI, F. Positivismo 
e Revolução Industrial. In: Coleção Estudo 6V: Sociologia. 
Belo Horizonte: Bernoulli Sistema de Ensino, 2018. v. 1, p. 4.). 
Assim, com base nessas informações e com uma leitura atenta 
do texto-base, percebe-se que a alternativa correta é a B.
Vamos analisar as demais alternativas:
A) O proletariado não era a força dominante na época. 
Pelo contrário, por não deter os meios de produção, 
se encontrava em uma situação de opressão frente ao 
capital burguês.
C) As classes, burguesia e proletariado, não eram unificadas. 
A relação entre elas pressupunha uma tensão entre 
o capital e o trabalho, uma vez que os burgueses eram 
os detentores dos meios de produção e o proletariado 
não possuía nenhuma propriedade que pudesse gerar 
lucro e / ou produção de bens. 
D) O que vimos no texto-base é o contrário: o desenvolvimento 
do sistema capitalista provocou um enfraquecimento das 
instituições que eram consolidadas no feudalismo. 
E) O acesso aos bens produzidos não era realizado de 
maneira igualitária e o texto-base não apresenta nenhuma 
informação a respeito disso. De fato, a burguesia era 
detentora dos meios de produção, o que facilitava o 
acúmulo de bens somente por parte dessa classe. 
QUESTÃO 64 
Naturalmente, vou me dispensar de me aprofundar na 
conceituação do determinismo como a teoria de que toda 
escolha é o resultado determinado ou necessário de causas 
previamente existentes mentais, físicas ou ambientais e, 
nesse sentido, oposta ao livre desejo [...]. Gostaria, no 
entanto, de seguir o critério que distingue dois tipos de 
determinismo a fim de situar a minha posição quase dentro 
de um deles. O primeiro tipo considera que cada ação é 
causalmente conectada não somente com o ambiente do 
agente, mas também, internamente, com seus motivos e 
impulsos. [...] No segundo tipo considera-se que, dentro 
de certos limites, o indivíduo é livre para fazer sua própria 
escolha de alternativas e chega-se a admitir que pode 
haver, em qualquer ação, que não é nem reflexa (no sentido 
neurológico) nem determinada por causas externas, um 
elemento de vontade.
MENDES, E. G. Determinismo e liberdade da vontade: o enfoque biológico. 
In: Estudos avançados, São Paulo, 1998. v. 12, n. 32, p. 213-224. 
R66P
Os tipos de determinismo mencionados no texto se 
diferenciam por
A. 	 aprofundar em maior ou menor nível a compreensão 
neurológica do tema.
B. 	 refletir a respeito de aspectos fundamentalmente distintos 
da essência humana.
C. 	 abordar as causas ambientais da ação humana de 
maneira divergente.
D. 	 pensar a margem de liberdade da ação humana em 
graus diferentes.
E. 	 compreender a natureza da ação humana de maneira 
oposta.
Alternativa D
Resolução: O autor aborda o problema do determinismo 
sob duas perspectivas, ou tipos. Segundo o determinismo 
de primeiro tipo, há conexões necessárias entre fatores 
biológicos, neurológicos e outros que implicam que o agente 
aja necessariamente como ele o faz, não dando espaço para 
a liberdade da ação. Já o segundo prevê que, apesar de 
uma série de influências, há algum espaço para a escolha. 
Assim, a alternativa correta é a D, que afirma que os tipos de 
determinismo mencionados no texto se diferenciam por pensar 
a margem de liberdade da ação humana em graus diferentes.
Analisaremos as alternativas:
A) Ambos os tipos fazem menções aos aspectos 
neurológicos do tema, não havendo elementos para 
dizer que há maior nível em um tipo do que em outro.
B) Ambos os tipos abordam o mesmo aspecto da essência 
humana: o problema da liberdade × determinismo.
C) Não é razoável inferir essa informação do texto, uma 
vez que não há menção direta ou indireta de fatores 
ambientais em ambos os tipos.
E) A natureza da ação humana não é compreendida de 
maneira oposta por um e outros tipos de determinismo, 
não sendo razoável inferir essa informação.
QUESTÃO 65 
TEXTO I
Para apaziguar os ânimos, o Império Romano 
buscou adotar uma ação que assegurasse, ao menos, 
uma alimentação adequada à população mais carente. 
Foi instituída por César Augusto a política de Pão e Circo 
(panem et circenses, no original em latim). A frase, aliás, tem 
origem na sátira X do poeta e humorista romano Juvenal, 
que viveu por volta do ano 100 d.C. No seu contexto original, 
o artista criticava a falta de informação do povo, que, segundo 
ele, não nutria qualquer interesse em assuntos ligados 
à política e só queria mesmo alimento e diversão. 
GUIA CONHEÇA A HISTÓRIA: Roma. 3. ed. São Paulo, 2016. p. 62.
DPUR
CH – PROVA I – PÁGINA 40 ENEM – VOL. 1 – 2018 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
TEXTO II
Fazendo uma analogia com o Império Romano, a Copa 
do Mundo aqui realizada, assemelha-se, consideravelmente, 
com a política romana do Pão e Circo. [...] Com isso, a plebe 
não interfere nos problemas sociais e continua acreditando 
que os espetáculos compensam a incompetência dos nossos 
governantes [...]. Aqui no Brasil, na época atual, vemos um 
governo preocupado em proporcionar um bom espetáculo 
nas arenas, fugindo de suas responsabilidades sociais 
relevantes.
FOLHA DO JURUÁ. Disponível em: <http://www.folhadojurua.com.br>. 
Acesso em: 11 jan. 2017.
Ao tratar da experiência da Copa do Mundo no Brasil como 
uma política de Pão e Circo, o jornalista busca ressaltar o(a)
A. 	entretenimento como forma de engajamento político por 
demandas sociais.
B. 	intolerância como matriz orientadora das variadas 
formas de diversão. 
C. 	semelhança das práticas de alienação social em 
períodos históricos distintos.
D. 	aspecto autoritário vigente nas formas atuais de 
governos ocidentais. 
E. 	humor presente tanto na Roma Antiga quanto no Brasil 
nos dias atuais.
Alternativa C
Resolução: A chamada política de “pão e circo” foi 
estabelecida na Roma Antiga com a finalidade de manter 
o povo quieto, isto é, sem revoltas. Para isso, era preciso 
lhe garantir comida e diversão. Essa prática foi largamente 
utilizada durante o Império Romano. Considerando essa 
característica, o autor do texto II ressalta que “vemos um 
governo preocupado em proporcionar um bom espetáculo 
nas arenas, fugindo de suas responsabilidades sociais 
relevantes”, ou seja, existe uma prática de alienação social 
presente nos dois contextos históricos, conforme sinaliza 
a letra C.
QUESTÃO 66 
TEXTO I
Sem dúvida, o capitalismo se mostrou extremamente 
dinâmico a partir da Revolução Industrial, que redefiniu a 
relação capital × trabalho e alterou por completo as condições 
da concorrência intercapitalista. [...] A Revolução Industrial, 
que se processou na Inglaterra nas últimas décadas do 
século XVIII e nas primeiras do século XIX, resultou numa 
completa transfiguração do mundo do trabalho. Nas fábricas, 
a máquina substituiu trabalhadores especializados e permitiu 
a contratação de mulheres e crianças. 
PRONI, M. Duas teses sobre o trabalho no capitalismo. In: Ciência e cultura. 
São Paulo, 2006. v. 58, n. 4, p. 23-25. 
S4U7
TEXTO II
Na ordem capitalista, a Revolução Industrial é um marco 
fundamental, afinal, o crescimento alarmante do volume, 
a gravidade e a frequência dos acidentes de trabalho, 
desde a mecanização e o surgimento da indústria, são 
uma prova da complexa e conflituosa relação entre capital 
e trabalho. Desde então, novas formas de organização do 
trabalho, com vistas à acumulação através da exploração – 
por vezes “científica” – da força de trabalho, têm ampliado 
massivamente a sinistralidade laboral. 
SILVA,A. Acidentes, adoecimento e morte no trabalho como tema de 
estudo da História. Disponível em: <http://books.scielo.org>. 
Acesso em: 04 out. 2017.
Considerando as informações dos textos, a relação entre 
capital e trabalho
A. 	 enfraqueceu a dependência dos trabalhadores para 
com os empregadores.
B. 	 exerceu influência na produção, abaixando o volume 
de bens produzidos.
C. 	 dissolveu os conflitos existentes durante a produção 
dos bens materiais.
D. 	 concedeu melhores condições de trabalho para o 
proletariado fabril.
E. 	 submeteu os trabalhadores a uma situação de 
exploração contínua.
Alternativa E
Resolução: Na ordem capitalista, a Revolução Industrial, 
conforme sabemos, configura-se como um marco. 
Em linhas gerais, esse processo se caracteriza pela 
introdução das máquinas no processo de produção, pelo uso 
de novas fontes de energia, pela divisão e especialização 
do trabalho, pelo desenvolvimento do transporte, da 
comunicação e, não menos importante, pela utilização da 
Ciência no processo de produção industrial. Dessa maneira, 
a Revolução Industrial alterou completamente a maneira como 
os indivíduos estabeleceram suas relações na sociedade 
e, concomitantemente, modificou a própria sociedade em 
diversos aspectos, tais como: industrialização, migração, 
comunicação, urbanização etc. Especificamente, os 
textos-base demonstram que, em um mundo capitalista, 
oriundo das consequências da Revolução Industrial, 
a relação entre capital e trabalho é complexa e conflituosa. 
Nota-se, por meio de uma leitura atenta, que, nessa 
relação capital e trabalho, no capitalismo, a dominação 
exercida pelo capital sobre o trabalho define uma 
condição de exploração. No texto I, por exemplo, 
está demarcado que a Revolução Industrial alterou 
a relação entre capital e trabalho, modificando por 
completo o mundo do trabalho, e a consequência 
dessa alteração foi a inserção das máquinas e de 
mulheres e crianças no processo produtivo. Já o texto II 
demonst ra que, mesmo atua lmente , a re lação 
capital e trabalho é conflituosa, e a ampliação da 
sinistralidade laboral se configura como uma das 
consequências dessa complexidade e conflitualidade. 
ENEM – VOL. 1 – 2018 CH – PROVA I – PÁGINA 41BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
Por fim, o capitalismo, juntamente com a alteração na 
relação capital e trabalho, “deixou para a classe operária 
uma situação de opressão frente à força do capital 
burguês. Da contradição entre o trabalho e o capital, 
surgiram revoltas no continente europeu, como o Cartismo 
na Inglaterra, em 1835, além de uma onda de greves 
e revoltas [...]” (DELAZARI, F. Positivismo e revolução 
industrial. In: Coleção Estudo 6V: Sociologia. Belo 
Horizonte: Bernoulli Sistema de Ensino, 2018. v. 1, p. 5.). 
Vamos analisar as demais alternativas:
A) Não enfraqueceu essa dependência, uma vez que o 
proletariado vende sua força de trabalho ao dono dos 
meios de produção.
B) Não abaixou o volume de bens produzidos, pois, após 
a Revolução Industrial, a produção em série e de forma 
massificada se tornou uma característica do capitalismo.
C) Não dissolveu os conflitos, visto que acarretou revoltas, 
como o Cartismo. 
D) Não concedeu melhores condições de trabalho aos 
trabalhadores. Por exemplo, na época da Revolução 
Industrial, os trabalhadores tinham uma jornada diária 
de até 16 horas. 
QUESTÃO 67 
Essa verdadeira massa humana era aproveitada para 
trabalhar na burocracia do governo romano, na agricultura, 
na mineração, na construção e nas obras públicas. A grande 
maioria, porém, dedicava-se aos trabalhos domésticos e 
desempenhava funções bastante específicas.
IMPÉRIOS EM ASCENSÃO. (História de Roma) Rio de Janeiro: Abril 
Livros, 1991. (Adaptação).
O perfil do trabalhador escravo da Roma Antiga, quando 
comparado com o exercício do trabalho cativo vigente na 
modernidade, apresenta como peculiaridade a
 A condição lamentável de patrimônio.
 B exploração máxima de sua força de trabalho.
 C impossibilidade de aquisição de alforria.
 D submissão total ao responsável pelo seu controle.
 E utilização em ofícios mais especializados.
Alternativa E
Resolução: A escravidão antiga possui características 
específicas que a distinguem da escravidão moderna. 
O texto demonstra que o escravo na Antiguidade romana 
podia atuar nas mais diversas atividades no interior da 
sociedade, como na “burocracia do governo romano, na 
agricultura, na mineração, na construção e nas obras 
públicas”, ainda que a grande maioria se dedicasse 
aos trabalhos domésticos e desempenhasse funções 
bem específicas, revelando a utilização da mão de obra 
escrava em ofícios mais especializados, o que torna 
válida a alternativa E. A alternativa A está incorreta, pois 
o texto não faz nenhum juízo acerca da condição de 
patrimônio dos escravos na Antiguidade. Além disso, nos 
dois modelos, os escravos eram tratados como patrimônio. 
L8Ø2
A alternativa B também está incorreta, pois, além de 
o texto não destacar a exploração máxima da força 
de trabalho escrava, tal aspecto não se diferencia da 
escravidão moderna. Contrariamente ao indicado na 
alternativa C, havia a possibilidade de alforria tanto 
no sistema escravista antigo quanto no moderno. 
Por fim, a alternativa D também está incorreta, pois o 
argumento apresentado, além de não ser tratado pelo texto, 
não diferencia os dois modelos de escravidão. 
QUESTÃO 68 
Senta-se Helena em poltrona provida de um belo 
escabelo, vira-se para o marido e de tudo procura informar-se: 
“Ó Menelau, de Zeus grande discípulo, sabemos, acaso, 
quem se gloriam de ser esses homens, que a casa nos 
chegam? Minto, ou verdade enuncio? A falar me compele 
a vontade entre quaisquer dos mortais – sou tomada de 
espanto indizível – tanto como o filho do grande Odisseu 
este aqui se parece, digo Telêmaco, que no palácio ainda 
infante deixara ele, o valente, no tempo em que vós, os 
aqueus, lutastes sob as muralhas de Tróia por causa de 
minha cegueira”.
Disse-lhe, então, Menelau, em resposta, o de louros 
cabelos: “Penso, ó mulher, de igual modo a respeito do que 
conjeturas”.
HOMERO. Odisseia. Tradução de Carlos Alberto Nunes. 
São Paulo: Melhoramentos, 1962.
O trecho da Odisseia, de Homero, apresenta aspectos que 
se contrapõem à historiografia tradicional acerca da mulher 
espartana, na medida em que 
A. 	 mostra o controle das mulheres sobre a política da pólis.
B. 	 revela a influência das mulheres nas decisões da cidade.
C. 	 evidencia a obrigação das mulheres na criação dos filhos.
D. 	 indica a relevância das mulheres espartanas nas guerras.
E. 	 assinala a igualdade de gêneros na sociedade espartana. 
Alternativa B
Resolução: A política espartana era controlada por uma 
oligarquia guerreira patriarcal que dominava o Estado e 
a propriedade da terra. De acordo com a historiografia 
tradicional, os assuntos públicos cabiam aos homens 
espartanos, que também se dedicavam à guerra, enquanto 
às mulheres de Esparta cabia a função de criar, dentro do 
espírito espartano, os futuros guerreiros. A leitura do trecho 
da Odisseia, de Homero, revela a participação de Helena nas 
discussões da cidade, o que se contrapõe à historiografia 
tradicional acerca da mulher espartana e torna válida a 
alternativa B. A alternativa A está incorreta, pois, apesar de 
participar das discussões com o rei, Helena não controlava 
a política na pólis espartana. A alternativa C também 
está incorreta, pois apresenta um aspecto defendido pela 
historiografia tradicional e que não está presente no texto. 
O texto não faz menção à participação das mulheres 
espartanas na guerra, o que contraria a alternativa D. 
Por fim, apesar de Helena influenciar as discussões da 
cidade, não há indícios históricos que demonstrem que 
a sociedade espartana fosse marcada pela igualdade de 
gênero, o que invalida a alternativa E.
U1HP
CH – PROVA I – PÁGINA 42 ENEM – VOL. 1 – 2018 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
QUESTÃO 69 
A Bulgária viu sua população ser reduzida em um quintodesde a década de 1990. As projeções indicam ser o país onde a 
população vai encolher de forma mais rápida no mundo.
[...]
Os povoados búlgaros assistem, há décadas, a uma redução de moradores. Quando o Partido Comunista assumiu o 
comando do país, após a Segunda Guerra Mundial, foram introduzidas técnicas de agricultura coletiva. A partir de 1989, com 
a dissolução da União Soviética e o fim da Guerra Fria, a agricultura comunitária parou de ter incentivos, aumentando o fluxo 
migratório do campo para as cidades.
Disponível em: <http://www.bbc.com>. Acesso em: 25 set. 2017.
A dinâmica populacional descrita no texto, semelhante à de outros países europeus, é caracterizada por
A. 	 saldo migratório positivo, incentivado por políticas públicas. 
B. 	 êxodo rural, que contribuiu para a queda da taxa de fecundidade.
C. 	 alta densidade demográfica, característica do processo de urbanização. 
D. 	 baixa razão de dependência devido à larga inserção no mercado de trabalho. 
E. 	 proporção significativa de jovens empregados, correspondente à População Economicamente Ativa. 
Alternativa B
Resolução: O êxodo rural contribuiu para a queda da taxa de fecundidade e juntos explicam o declínio populacional da 
Bulgária. Isso porque os jovens adultos deixam o país continuamente. A implosão demográfica, caracterizada por taxa de 
fecundidade abaixo da taxa de reposição populacional e, consequentemente, o encolhimento da população, é realidade 
em alguns países europeus. A alternativa A está incorreta porque o incentivo à imigração, se existisse no país, contribuiria 
para o crescimento total da população. A alternativa C está incorreta, pois alta densidade demográfica não se relaciona 
com declínio demográfico. A alternativa D está incorreta porque, em populações envelhecidas como a da Bulgária, a razão 
de dependência é alta devido ao declínio da População Economicamente Ativa (PEA) e o elevado número de idosos. 
A alternativa E está incorreta, pois a PEA é definida como a mão de obra disponível para o setor produtivo. 
QUESTÃO 70 
Pegada Ecológica por componente, 1961–2006
2.0
Área construída
Biocapacidade mundial
1961 1971 1981
Ano
1991 2001 2007
Área de cultivo
Pesqueiros
Área florestal
Pastagem
Carbono
1.5
1.0
0.5
0.0
N
úm
er
o 
de
 p
la
ne
ta
s
GLOBAL FOOTPRINT NETWORK, 2010. Disponível em: <http://d3nehc6yl9qzo4.cloudfront.net>. Acesso em: 22 set. 2017.
A Pegada Ecológica é uma metodologia que mede a pressão do consumo das populações humanas sobre os recursos 
naturais. No gráfico, a Pegada é representada como o número de planetas Terra necessários para manter o padrão de 
consumo da humanidade. A biocapacidade, que é a capacidade que os ecossistemas possuem de produzir recursos úteis 
e absorver os resíduos gerados pelo ser humano, identificada pela linha pontilhada, equivale a um planeta Terra. 
M5NK
2LMØ
ENEM – VOL. 1 – 2018 CH – PROVA I – PÁGINA 43BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
Com base na leitura do gráfico, infere-se que a Pegada 
Ecológica, no período retratado, tem o seguinte significado:
A. 	 As populações humanas liberam mais gás carbônico 
do que os ecossistemas conseguem absorver desde o 
final dos anos 1960. 
B. 	 A Pegada Ecológica da população planetária foi maior 
no início da primeira década do século XXI do que no 
fim desse mesmo período.
C. 	 A humanidade, desde meados dos anos 1970, 
consome recursos renováveis mais rápido do que os 
ecossistemas conseguem regenerá-los.
D. 	 Os seres humanos utilizaram, nos anos 1970, a 
capacidade de 1,5 Terra, isto é, usaram os recursos 
renováveis em ritmo maior do que o de regeração. 
E. 	 A emissão de gás carbônico, produto residual das 
atividades humanas, atualmente é menor do que os 
ecossistemas conseguem absorver. 
Alternativa C
Resolução: Conforme o gráfico, a Pegada Ecológica da 
humanidade é crescente e, a partir da segunda metade da 
década de 1970, foi ultrapassado o ponto correspondente 
à biocapacidade anual da Terra, isto é, a capacidade 
de autorregeneração do planeta em um ano. Desse 
modo, os seres humanos passaram a consumir recursos 
renováveis mais rapidamente do que os ecossistemas 
conseguem regenerar e a emitir mais gás carbônico do que 
os ecossistemas são capazes de absorver. A alternativa 
A está incorreta porque, nos anos 1960, a liberação de 
gás carbônico estava abaixo da capacidade ecológica do 
planeta de absorvê-lo. A alternativa B está incorreta, pois, 
conforme o gráfico, no final da primeira década do século 
XXI (ano 2007), a Pegada Ecológica da população planetária 
é maior do que no início dos anos 2000. A alternativa D está 
incorreta porque a humanidade utilizou, nos anos 1970, 
aproximadamente, a capacidade biológica anual da Terra. 
A alternativa E está incorreta, pois a emissão de gás 
carbônico nos nossos dias é maior do que os ecossistemas 
conseguem absorver.
QUESTÃO 71 
[...] as tragédias refletem as ânsias da cidade-estado. 
Os problemas domésticos das famílias reais têm obviamente 
uma relevância política. Por conseguinte, representar 
histórias heroicas tornou-se (entre outras coisas) um modo 
de refletir sobre as implicações políticas de ordem doméstica.
REDFIELD, J. O homem e a vida doméstica. In: VERNANT, Jean-Pierre 
(Org.). O homem grego. Lisboa-Portugal: Editorial Presença, 1994.
A dramaturgia desempenhou um papel importante na 
sociedade grega antiga e tinha, de acordo com o texto, 
o objetivo de
A. 	 entreter os cidadãos, desvinculando as peças do cotidiano.
B. 	 reconstruir o imaginário do povo acerca do passado grego.
C. 	contestar os aspectos religiosos em torno dos 
mitos gregos.
D. 	desassociar as ações de cunho político das 
práticas morais.
E. 	 atuar de forma pedagógica sobre os espectadores 
do teatro.
BE4N
Alternativa E
Resolução: Um importante aspecto da cultura grega foi o 
desenvolvimento da dramaturgia. O teatro grego foi marcado 
pelas tragédias e pelas comédias, com autores como Ésquilo, 
de Prometeu acorrentado e Sete contra Tebas, Sófocles, 
de Édipo Rei e Antígona, e Aristófanes, conhecido por suas 
comédias, como As rãs e As nuvens. As peças possuíam 
um cunho político e estavam ligadas a aspectos do cotidiano 
e aos problemas fundamentais da pólis. Os dramaturgos 
procuravam oferecer possibilidades de solução, atuando 
pedagogicamente sobre os cidadãos reunidos no teatro, 
o que contraria a alternativa A e torna válida a alternativa E. 
A alternativa B está incorreta, pois o texto não indica que as 
peças tinham o objetivo de reconstruir a história grega, mas 
eram ultilizadas para intervir civicamente, educando o povo. 
Não há indícios no texto que demonstrem que as dramaturgias 
procuravam contestar os aspectos religiosos em torno dos 
mitos, o que invalida a alternativa C. Por fim, a alternativa D 
também é inválida, visto que, ao assumir um caráter pedagógico, 
o teatro propõe uma relação entre a moral e a política.
QUESTÃO 72 
O que é Filosofia
Em seu pequeno e brilhante livro Introdução à Filosofia, 
o filósofo e psiquiatra alemão Karl Jaspers insiste na ideia de 
que a essência da Filosofia é a procura do saber e não a sua 
posse. Todavia, ela “se trai a si mesma quando degenera em 
dogmatismo, isto é, num saber posto em fórmula, definitivo, 
completo. Fazer filosofia é estar a caminho; as perguntas 
em Filosofia são mais essenciais que as respostas, e cada 
resposta transforma-se numa nova pergunta”. Há, então, 
na pesquisa filosófica uma humildade autêntica que se 
opõe ao orgulhoso dogmatismo do fanático: o fanático está 
certo de possuir a verdade. Assim sendo, ele não tem mais 
necessidade de pesquisar e sucumbe à tentação de impor 
sua verdade a outrem. Acreditando estar com a verdade, ele 
não tem mais o cuidado de se tornar verdadeiro; a verdade 
é seu bem, sua propriedade, enquanto para o filósofo é 
uma exigência. No caso do fanático, a busca da verdade 
degradou-se na ilusão da posse de uma certeza. Ele se 
acredita o proprietário da certeza, ao passo que o filósofo 
esforça-se porser peregrino da verdade.
HUISMAN, D.; VERGEZ, A. Ação. 2. ed. São Paulo: Freitas Bastos, 
1966. v. 1. p. 24. [Fragmento adaptado]
Um aspecto importante do dogmatismo evidenciado pelo 
texto é 
A. 	a tentativa de superar o pensamento científico por meio 
da religião, já que o dogmatismo é uma degeneração 
da Filosofia.
B. 	a abolição da dúvida mediante o estabelecimento 
de certezas empíricas, uma vez que o dogmatismo 
estabelece juízos.
C. 	a adoção de afirmações categóricas, considerando que 
o dogmatismo faz com que se sustente e adira a um 
juízo irrestritamente.
D. 	o estabelecimento de leis racionais que levam ao 
acesso da verdade, porque o dogmatismo é um saber 
posto em fórmula e definitivo.
E. 	o apelo aos mais variados discursos para legitimar o 
conhecimento, pois o dogmatismo concerne à ciência, 
à Filosofia e à religião.
3IAI
CH – PROVA I – PÁGINA 44 ENEM – VOL. 1 – 2018 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
Alternativa C
Resolução: O texto faz um comentário sobre o que se 
entende por dogmatismo, descrevendo a atitude dogmática 
e o problema para a Filosofia em se optar por essa atitude. 
O dogmatismo, podemos dizer, é a visão intelectual que 
defende haver certezas absolutas não demonstráveis, 
ou melhor, que sequer têm a necessidade de serem 
demonstradas, são per se. Também, pode-se chamar de 
dogmático todo o tipo de discurso, ação ou pensamento 
que se conduz por princípios que nunca são ou podem ser 
questionados. O estudante foi questionado sobre um aspecto 
central do dogmatismo que estivesse traduzido em uma das 
alternativas. Assim, a alternativa correta é a letra C, a qual 
afirma que esse aspecto central pedido é a “adoção e defesa 
de afirmações categóricas, considerando que o dogmatismo 
faz com que se sustente e adira a um juízo irrestritamente”. 
Isso significa que uma crença (seja ela religiosa ou de 
qualquer outra natureza) fortalece uma certeza pessoal, num 
processo de retroalimentação.
Analisaremos as demais alternativas:
A) O dogmatismo, ao contrário do que muitos pensam, 
não se limita à religião, uma vez que se manifesta 
das mais diferentes formas e modalidades possíveis. 
Ele se relaciona com todas as áreas e pode fazer com 
que os discursos e conhecimentos de uma área sejam 
subjugados (sic) por discursos e conhecimentos de 
outra área.
B) No processo de consolidação do dogmatismo, não 
são certezas empíricas que fazem com que a dúvida 
seja abolida, mas são pseudo-certezas (sic), i.e., 
certezas com pretensão de verdade que o fazem. 
Essas pseudo-certezas fazem com que não haja espaço 
para a dúvida.
D) Há um componente racional no dogmatismo. Entretanto, 
ele não garante o acesso à verdade, em vez disso, 
tende mais a afastar as pessoas da verdade do que 
a aproximá-las dela. 
E) O dogmatismo não necessariamente apela aos mais 
variados discursos para legimitar o conhecimento. 
O que ele faz é usar um desses discursos para “moldar” 
(sic) um conhecimento limitado e / ou falso.
QUESTÃO 73 
Nos primeiros anos da Guerra Fria, houve uma perseguição 
a roteiristas e outros profissionais de Hollywood, o que se tornou 
tema recorrente no cinema americano e já rendeu uma obra- 
-prima: Testa-de-ferro por acaso.
Em 2015, o tema foi retomado com Trumbo: lista negra. 
No filme, Bryan Cranston vive um roteirista perseguido 
nos EUA durante a década de 1950. Ele foi incluído na 
“Lista negra de Hollywood”, na qual constavam atores, 
diretores e roteiristas simpatizantes do socialismo que seriam 
impedidos de trabalhar.
Q1XK
O período retratado nos filmes, durante o qual as liberdades 
individuais foram colocadas em risco nos EUA, ficou 
conhecido como
A. 	macarthismo.
B. 	stalinismo.
C. 	americanismo.
D. 	arianismo.
E. 	determinismo.
Alternativa A
Resolução: O macarthismo, protagonizado pelo senador 
Joseph Raymond McCarthy nos Estados Unidos, durante 
a Guerra Fria, nos anos 1950, perseguiu sistematicamente 
pessoas que fossem suspeitas de atividade comunista. 
A alternativa B está incorreta porque o stalinismo refere-se 
ao período em que Joseph Stalin esteve no poder na 
União Soviética entre 1927 e 1953. A alternativa C está 
incorreta, pois o americanismo tem diferentes significados. 
Um deles é a influência dos Estados Unidos na cultura e 
na língua brasileiras. A alternativa D está incorreta porque 
a superioridade da raça ariana era uma das crenças dos 
nazistas. A alternativa E está incorreta, pois o determinismo 
geográfico é uma concepção de que as ações humanas e 
a sociedade são determinadas pelas condições naturais. 
QUESTÃO 74 
Em três anos Estado Islâmico perdeu 80% de seu 
território na Síria e no Iraque
Grupo jihadista chegou a dominar área do tamanho do 
Reino Unido. Derrota na batalha de Mossul se torna símbolo 
de seu grande recuo territorial.
Disponível em: <https://g1.globo.com>. Acesso em: 22 set. 2017.
O uso da expressão “território” para descrever a perda do 
grupo extremista citado no texto é pertinente porque essa 
categoria de análise geográfica está ligada 
A. 	 aos significados e à vivência afetiva. 
B. 	 ao poder, à dominação e à conquista. 
C. 	 aos domínios naturais e à uniformidade.
D. 	 à percepção e àquilo que a visão alcança. 
E. 	 à inter-relação entre ser humano e natureza.
Alternativa B
Resolução: A noção de território diz respeito às relações 
de poder, de posse ou de domínio que o definem. 
É uma porção do espaço dominada e apropriada por uma 
sociedade, organização ou grupo. A alternativa A está 
incorreta porque se refere à noção de lugar. A alternativa C 
está incorreta porque diz respeito ao conceito de região 
natural. A alternativa D está incorreta, pois trata da paisagem. 
A alternativa E está incorreta porque o espaço geográfico é 
a materialização das relações ser humano-natureza.
5GXØ
ENEM – VOL. 1 – 2018 CH – PROVA I – PÁGINA 45BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
QUESTÃO 75 
Os índios são obrigados a cuspir cada vez que falam 
em qualquer um de seus deuses. São obrigados a dançar 
danças novas, o Baile da Conquista e o Baile dos Mouros e 
Cristãos, que celebram a invasão da América e a humilhação 
dos infiéis. [...] Os índios fazem a Virgem desfilar em andores 
de plumas, e chamando-a de Avó da Luz pedem todas as 
noites que ela traga o sol na manhã seguinte; mas com 
maior devoção veneram a serpente que ela esmaga com o 
pé. [...] Identificam-se com Jesus, que foi condenado sem 
provas, como eles; mas não adoram a cruz por ser símbolo 
de sua imolação, e sim porque a cruz tem a forma do fecundo 
encontro da chuva com a terra.
GALEANO, E. As caras e as máscaras. Rio de Janeiro: 
Nova Fronteira, 1985. p. 75.
O texto demonstra a relação entre indígenas e espanhóis 
no que tange à religião, durante o processo de conquista e 
colonização da América, revelando a(o)
A. 	 abandono voluntário, pelos indígenas, de suas 
práticas religiosas.
B. 	 hostilidade dos indígenas diante do projeto 
catequético europeu. 
C. 	 liberdade religiosa concedida pelos espanhóis aos 
povos nativos.
D. 	 ressignificação dada pelos nativos aos elementos 
do catolicismo.
E. 	 reconhecimento europeu dos elementos das 
religiões ameríndias.
Alternativa D
Resolução: O texto destaca a imposição da fé católica pelos 
espanhóis aos indígenas americanos durante o processo de 
conquista e colonização da América. Entretanto, de acordo 
com o trecho apresentado, os índios, ao serem obrigados 
a praticar o culto católico, ressignificavam os elementos 
do catolicismo, conferindo, por exemplo, maior devoção à 
serpente do que à própria imagem da Virgem ou adorando 
a cruz, não como símbolo da imolação de Jesus, mas 
como representação do encontro da chuva com a terra, o 
que torna válida, portanto, a alternativa D. A alternativa A 
está incorreta, pois o início do trecho revela que, por mais 
que fossem proibidos de adorar seus deuses, os indígenas 
recorrentemente falavam sobre eles, demonstrando que os 
nativos não abandonaram espontaneamente suas antigas 
práticas religiosas. A alternativa B tambémestá incorreta, 
pois, no texto, não é possível identificar aspectos que 
demonstrem a hostilidade dos indígenas diante do projeto 
catequético europeu. O texto explicita a imposição da religião 
cristã católica aos indígenas, não sendo correto, portanto, 
afirmar que os europeus concediam liberdade religiosa aos 
nativos, o que invalida a alternativa C. Por fim, de acordo 
com o texto, “os índios eram obrigados a cuspir cada vez 
que falavam em qualquer um de seus deuses”, contrariando 
o argumento apresentado na alternativa E.
Y9Z5 QUESTÃO 76 
Apesar de crise, cresce taxa de natalidade na Rússia
O número de bebês nascidos na Rússia no primeiro 
semestre de 2016 subiu 1,6%. Ainda assim, houve uma 
queda de 32 200 pessoas no crescimento natural da 
população; em 2015, esse número foi o dobro. Os dados 
são resultado de um estudo do Instituto de Análise Social 
e Previsão da Academia Presidencial Russa de Economia 
Nacional e da Administração Pública. A estagnação da 
economia russa, ao que parece, não afetou a taxa de 
natalidade. Além de as pessoas já terem se adaptado às 
condições atuais, a fase aguda da crise já teria passado para 
muitas delas. Essa mudança de comportamento também se 
refletiu nos dados sobre fecundidade. Em 2015, a taxa de 
nascimento de crianças por mulher cresceu para 1,77. Já nos 
primeiros seis meses de 2016, este indicador subiu para 1,83. 
Disponível em: <http://www.ufjf.br>. Acesso em: 24 out. 2017.
A análise dos dados da demografia russa apresentados no 
texto permite inferir que
A. 	 o crescimento vegetativo, apesar do aumento da taxa 
de natalidade registrado em 2016, continua negativo, 
porque a taxa de mortalidade é superior à de natalidade. 
B. 	 a taxa de fecundidade já apresenta uma melhora 
capaz de garantir tanto o incremento na População 
Economicamente Ativa quanto a reposição da população. 
C. 	 a expectativa de vida, especialmente a de homens, 
tem registrado sucessivos declínios desde a década de 
1990, reflexo, sobretudo, da melhoria das condições de 
vida da população. 
D. 	 a baixa taxa de fecundidade pode ser compensada 
com a chegada de imigrantes, que são atraídos pelas 
políticas públicas de controle da natalidade. 
E. 	 o crescimento vegetativo, em patamares negativos, 
demonstra que o país está na primeira fase do 
modelo de transição demográfica, na qual as taxas de 
mortalidade são elevadas. 
Alternativa A
Resolução: O incremento na taxa de natalidade do país não 
foi suficiente para reverter o quadro de queda do crescimento 
vegetativo. A alternativa B está incorreta, pois a garantia da 
reposição da população ocorre quando a taxa de fecundidade 
é de 2,1 filhos por mulher. A alternativa C está incorreta 
porque, a partir da década de 1990, por causa da transição 
política, a Rússia enfrentou uma grave crise econômica 
que refletiu em problemas sociais, como a falta de acesso 
à saúde e ao saneamento. A baixa expectativa de vida na 
Rússia relaciona-se também ao excesso do uso de álcool e 
de tabaco. Esses problemas sociais, entre outros, fizeram 
a expectativa de vida da população, sobretudo a masculina, 
se manter baixa apesar do aumento gradual. A alternativa D 
está incorreta, pois o governo russo estimula a natalidade e 
a imigração. A alternativa E está incorreta porque a Rússia 
já passou por todas as fases da transição demográfica, 
expressando um novo cenário que esse modelo teórico não 
tem instrumentos para explicar. 
83GS
CH – PROVA I – PÁGINA 46 ENEM – VOL. 1 – 2018 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
QUESTÃO 77 
O município adotado foi o de caráter urbano mais 
evoluído, que se coadunava melhor com as condições 
de vida na América dos primeiros tempos. Os espanhóis, 
na fase inicial da colonização, não se dedicavam à agricultura; 
concentravam-se em núcleos urbanos fortificados, obtendo os 
víveres dos índios e fazendo expedições em ricos resgates. 
Não havia oportunidade de formação de municípios rurais.
LOBO, E. M. L. Processo Administrativo Íbero-Americano. In: 
CARVALHO, Delgado de. História Geral. Rio de Janeiro: Distribuidora 
Record, v. 3, p. 182. 
Na América Espanhola, a atividade econômica que favoreceu 
a ocupação do espaço, indicada no trecho, foi a(o)
A. 	pecuária extensiva.
B. 	extrativismo mineral.
C. 	manufatura doméstica.
D. 	sistema de plantation.
E. 	comércio inter-regional.
Alternativa B
Resolução: Conforme o texto destaca, os espanhóis faziam 
“expedições em ricos resgates”, referindo-se à atividade 
mineradora, principal atividade econômica desenvolvida 
na América Espanhola, o que torna correta, portanto, a 
alternativa B. 
QUESTÃO 78 
Em setembro de 2007, o então presidente da Venezuela, 
Hugo Chávez, mudou, via decreto, o fuso horário oficial do 
país, atrasando o relógio em 30 minutos. A partir de então, 
a Venezuela passou a contar com 4 horas e 30 minutos 
de diferença do Meridiano de Greenwich. Porém, essa 
mudança foi revertida em abril de 2016, quando o sucessor 
de Chávez, Nicolas Maduro, decidiu que a Venezuela voltaria 
a ter 4 horas a menos do que o meridiano de referência. 
O Brasil, também por motivos políticos, mudou em 2008 
o fuso do Acre deixando-o atrasado apenas 1 hora em 
relação à Brasília, que está no fuso GMT-3. Mudança não 
aceita pela população e eliminada oficialmente em 2013, 
quando o estado do Norte voltou a estar no fuso GMT-5. 
Analisando as mudanças nos fusos horários da Venezuela e 
do Brasil mencionadas no texto e desconsiderando o horário 
de verão, conclui-se que a(s)
A. 	 Venezuela, desde abril de 2016, está 2 horas atrasada 
em relação ao fuso horário oficial de Brasília e 3 horas 
em relação ao primeiro fuso brasileiro. 
B. 	 regiões Sul, Sudeste e Nordeste do Brasil, entre 
setembro de 2007 e abril de 2016, estavam adiantadas 
2 horas e 30 minutos em relação à Venezuela. 
C. 	 Venezuela e o estado do Acre, em 2008, quando 
ocorreu a mudança no fuso horário brasileiro, passaram 
a ter apenas 30 minutos de diferença entre si. 
D. 	 alteração do fuso do Acre em 2013 e a mudança 
instituída por Maduro fizeram com que tanto o Acre 
quanto a Venezuela ficassem atrasados 1 hora em 
relação à Brasília. 
E. 	 Venezuela, entre setembro de 2007 e abril de 2016, 
esteve 30 minutos atrasada em relação à maioria dos 
estados brasileiros, incluindo alguns estados do Norte, 
como o Pará. 
Ø7NN
FMM3
Alternativa C
Resolução: Entre 2008 e 2013, vigorou, no Acre, o 
fuso GMT –4, ficando o estado apenas com 1 hora de 
diferença de Brasília e no mesmo fuso de alguns estados 
do Norte do país e da Venezuela. Como a Venezuela, 
por uma decisão política, decidiu atrasar seu relógio em 
30 minutos, sendo essa a diferença entre ela e o Acre 
naquele período. A alternativa A está incorreta pois a 
Venezuela está na mesma faixa do fuso horário de parte 
dos estados do Norte e do Centro-Oeste (GMT –4), isto é, 
1 hora atrasada em relação ao horário oficial de Brasília 
e 2 horas atrasada em relação ao primeiro fuso brasileiro 
(GMT –2). A alternativa B está incorreta, pois as regiões 
Sul, Sudeste e Nordeste do Brasil estão no mesmo fuso 
de Brasília (GMT –3) e, portanto, entre setembro de 2007 
e abril de 2016, estavam adiantadas 1 hora e 30 minutos 
em relação à Venezuela. A alternativa D está incorreta 
porque, em 2013, o Acre voltou a estar 5 horas atrasado 
em relação a Greenwich e 2 horas atrasado em relação a 
Brasília. A alternativa E está incorreta porque a maioria 
dos estados do Brasil está no fuso GMT –3, ou seja, a 
Venezuela, entre setembro de 2007 e abril de 2016, esteve 
1 hora e 30 minutos atrasada em relação a grande parte 
dos estados brasileiros. 
QUESTÃO 79 
Desde os seus primórdios, com o lançamento do primeiro 
satélite Sputnik, em 1957, e o voo de Yuri Gagarin, em 
1961, a exploração do espaço foi dominada pela rivalidade 
entre a União Soviética e os Estados Unidos. Nessa 
disputa tumultuada, empresas ficaram em segundo plano. 
Eram governos que custeavam os esforços.
Disponível em: <http://www.bbc.com>. Acesso em: 18 set. 2017.A disputa entre as duas potências mencionadas no texto 
ficou conhecida como
A. 	 Détente.
B. 	 Corrida Espacial. 
C. 	 Pacto de Varsóvia. 
D. 	 Bloqueio de Berlim. 
E. 	 Corrida Armamentista.
Alternativa B 
Resolução: A Corrida Espacial na Guerra Fria foi 
caracterizada pela disputa entre os Estados Unidos e a 
União Soviética pela supremacia no desenvolvimento 
científico e tecnológico do setor espacial. A alternativa A 
está incorreta porque détente é o período após a Crise dos 
Mísseis de Cuba até 1981, em que as tensões entre Estados 
Unidos e União Soviética reduziram por meio de acordos 
bilaterais e de relações diplomáticas reestabelecidas. 
A alternativa C está incorreta, pois o Pacto de Varsóvia 
foi a aliança militar entre os países socialistas europeus 
e a União Soviética. A alternativa D está incorreta, pois o 
Bloqueio de Berlim entre 1948 e 1949, foi a interdição pelos 
soviéticos das vias rodoferroviárias de Berlim Ocidental. 
PF3Q
ENEM – VOL. 1 – 2018 CH – PROVA I – PÁGINA 47BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
A alternativa E está incorreta porque a Corrida Armamentista foi caracterizada pela pesquisa e desenvolvimento do setor 
bélico e de armamentos pelos Estados Unidos e a União Soviética durante a Velha Ordem Mundial. 
QUESTÃO 80 
120° 120°60° 60°
60°
60°
30°
30°
20
12
1
14
7
4
6
2
18
17 9
10
5
15
8
11
19
21
16
3
13
22
A figura anterior simula uma partida de futebol, na qual o time A é composto pelos jogadores de 1 ao 11, e o time B, pelos 
jogadores de 12 ao 22.
As posições dos jogadores estão definidas por pares ordenados que seguem a mesma lógica das coordenadas geográficas. 
Nesse caso, o campo representa o planisfério, no qual o meio de campo (traçado vertical) marca o meridiano principal e a 
posição dos goleiros define o paralelo de referência. O narrador de uma partida de futebol, utilizando esse modelo gráfico e 
as referências cartográficas, pode descrever a seguinte jogada: 
A. 	 O goleiro do time B (0° E, 150° E) lança a bola na direção NW para o jogador 21. 
B. 	 O jogador 3 (–15°, +120°) finaliza a jogada chutando para o gol na direção sudeste. 
C. 	 O jogador 6 (90° W, 60° N) chuta a bola para o jogador 9 (30° E, 60° N) na direção oeste. 
D. 	 O jogador 19 (0°, 90° E) chuta na direção NE para o jogador 16, na porção setentrional do campo. 
E. 	 O goleiro do time A, no lado oriental do campo, defende a bola jogada pelo jogador 20 na direção SW. 
Alternativa D
Resolução: Na alternativa D, estão corretos a localização do jogador pelas coordenadas geográficas, a direção da bola e 
o sinônimo do ponto cardeal norte (setentrional). A alternativa A está incorreta porque o valor de 0° sempre é a referência 
dos paralelos e meridianos, dividindo, dessa forma, os hemisférios. É impossível, portanto, que 0° esteja localizado em um 
hemisfério em especial. A alternativa B está incorreta porque convencionou-se que o símbolo negativo (–) representa os 
hemisférios Sul e Oeste, e o positivo (+), os hemisférios Norte e Leste. A localização correta do jogador 3 é (15° N 120° E). 
A alternativa C está incorreta, tanto por inverter a ordem convencional com a qual se representa as coordenadas geográficas 
(latitude seguida pela longitude) quanto por definir a direção da jogada de forma incorreta (a direção correta é a leste). 
A alternativa E está incorreta porque o goleiro do time A está do lado ocidental do campo.
QUESTÃO 81 
TEXTO I
Assim são as nações bárbaras e desumanas, estranhas à vida civil e aos costumes pacíficos. E sempre será 
justo e de acordo com o direito natural que essas pessoas sejam submetidas ao império de príncipes e de nações 
mais cultivadas e humanas, de modo que graças à virtude dos últimos e à prudência de suas leis, eles abandonam a 
barbárie e se adaptam a uma vida mais humana e ao culto da virtude. E, se recusam esse império, é permissível impô-lo 
por meio das armas e tal guerra será justa, assim como declara o direito natural [...]. Concluindo: é justo, normal e de acordo 
com a lei natural que todos os homens probos, inteligentes, virtuosos e humanos dominem todos os que não possuem essas 
virtudes.
SEPÚLVEDA, J. G. Apud PIRES, S. L. F. O aspecto jurídico da conquista da América pelos espanhóis e a inconformidade de Bartolomé de Las Casas. In: 
WOLKMER, A. C. (Org.). Direito e justiça na América indígena: da conquista à colonização. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 1998. p. 55-74.
HJ9L
9NGG
CH – PROVA I – PÁGINA 48 ENEM – VOL. 1 – 2018 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
TEXTO II
Deste modo, estas gentes das Índias, que nós estimamos 
como bárbaros, consideram-nos, também, como bárbaros, 
pois não nos entendem e lhes somos estranhos. [...] podemos 
afirmar que eles, com reta razão, por ver em nós outros 
costumes, estimam-nos não apenas como bárbaros da 
segunda espécie, que quer dizer estranhos, senão da primeira, 
isto é, ferocíssimos, duríssimos, aspérrimos e abomináveis.
LAS CASAS, Bartolomé. de. Apud BRUIT, H. H. Bartolomé de Las 
Casas e a simulação dos vencidos. Campinas: Unicamp, 1995.
O texto II contesta o argumento apresentado pelo texto 
I como justificativa para a subjugação dos indígenas 
americanos ao defender a(o)
A. 	 liberdade religiosa.
B. 	 relativismo cultural.
C. 	 enfrentamento justo.
D. 	 pacifismo ameríndio.
E. 	 supremacia europeia.
Alternativa B
Resolução: O processo de conquista e colonização da 
América empreendido pelos espanhóis foi marcado por 
intensa violência contra os nativos americanos. Os textos 
apresentam duas posições diferentes acerca da subjugação 
dos indígenas na América Espanhola. Enquanto o jurista 
Juan Sepúlveda defende a legitimidade da submissão dos 
indígenas aos interesses espanhóis, por meio do uso da 
violência, o frei dominicano Bartolomé de Las Casas se 
opunha aos abusos cometidos pelos espanhóis contra 
os indígenas. Ao contestar os argumentos apresentados 
por Sepúlveda, Las Casas aciona os princípios do 
relativismo cultural, demonstrando que o que provocava 
estranhamento diante do outro dependia da cultura de 
cada um dos envolvidos, o que torna válida a alternativa B. 
Ainda que o frei Las Casas se opusesse à escravização 
e à violência empreendida pelos espanhóis contra os 
indígenas, ele defendia a conversão dos ameríndios ao 
catolicismo, o que contraria a alternativa A. A alternativa C 
está incorreta, pois o jurista Sepúlveda é quem afirmava 
que a guerra contra os nativos americanos, considerados 
bárbaros, era um enfrentamento justo. A alternativa D 
também está incorreta, pois Las Casas não recorre à ideia 
de pacifismo ameríndio para se opor aos abusos cometidos 
pelos espanhóis. Por fim, Sepúlveda é quem defende a 
supremacia europeia como argumento para subjugar os 
indígenas, não sendo esse elemento, portanto, utilizado 
por Las Casas, o que invalida a alternativa E.
QUESTÃO 82 
O cartógrafo e matemático holandês Gerardus Mercator 
ganhou reputação pelos seus mapas, atlas e sua famosa 
projeção cartográfica de 1569, que, originalmente como 
ajuda para a navegação marítima, tornou-se um modelo 
para muitos mapas-múndi. Geógrafos críticos condenaram 
a projeção de Mercator, porque ela deforma e distorce 
grosseiramente as áreas representadas, contribuindo assim 
para a criação de uma imagem ideologizada do mundo a 
favor das economias dominantes. Mercator, portanto, precisa 
ser compreendido no contexto da sociedade renascentista 
da Holanda com todas as suas influências sociais, religiosas, 
políticas e econômicas.
Disponível em: <http://www.mercator.ufc.br/index.php/mercator/article/
viewFile/159/127>. Acesso em: 27 nov. 2015.
Conforme o texto, observando a conjuntura em que foi 
elaborada, bem como suas características, a projeção de 
Mercator pode ser considerada uma
A. 	representação do mundo na perspectiva de uma época.
B. 	ideia errônea para a circunstância em que foi concebida.
C. 	correção do panorama geopolítico em que foi aplicada.
D. 	opção neutra, objetivae livre de influências ideológicas.
E. 	classificação terceiro-mundista e equivalente dominante.
Alternativa A
Resolução: Na compreensão dos mapas, é necessário 
considerar o contexto em que foram produzidos e as influências 
da época. Mercator, portanto, representou o mundo conforme 
a perspectiva daquele tempo em que se considerava o 
Hemisfério Norte o centro do mundo. A alternativa B está 
incorreta porque a projeção de Mercator não está errada, 
mas é fruto de uma conjuntura. A alternativa C está incorreta, 
pois a projeção também não corrige um panorama geopolítico. 
A alternativa D está incorreta porque, de acordo com o 
texto-base da questão, deve-se considerar as influências 
sobre o cartógrafo na produção de mapas. A alternativa E 
está incorreta, pois a projeção de Mercator representa o 
domínio dos países ricos. 
QUESTÃO 83 
Há cinco séculos, estávamos muito distantes de 
um mundo inteiramente conhecido, fotografado por 
satélites, oferecido ao desfrute por pacotes de turismo. 
Havia continentes mal ou inteiramente desconhecidos, 
oceanos inteiros ainda não atravessados. As chamadas 
regiões ignotas concentravam a imaginação dos povos 
europeus, que aí vislumbravam, conforme o caso, reinos 
fantásticos, habitantes monstruosos, a sede do paraíso 
terrestre. [...] Não devemos tomar como fantasias desprezíveis, 
encobrindo a verdade representada pelo interesse material, 
os sonhos associados à aventura marítima. Mas não há 
dúvida de que o interesse material prevaleceu, sobretudo 
quando os contornos do mundo foram sendo cada vez mais 
conhecidos, e questões práticas de colonização entraram na 
ordem do dia.
FAUSTO, B. História do Brasil. São Paulo: Edusp, 2001.
O3FW
YWWJ
ENEM – VOL. 1 – 2018 CH – PROVA I – PÁGINA 49BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
O trecho é uma referência ao contexto das Grandes 
Navegações europeias. Esse momento histórico foi 
marcado pelo(a)
 A avanço do conhecimento a respeito do mundo, fruto da 
busca por contestar explicações religiosas acerca da 
natureza.
 B busca por metais preciosos, o que tornou irrelevantes os 
mitos e superstições medievais.
 C convivência dos interesses mercantis com um 
imaginário fantástico.
 D domínio da racionalidade sobre a mentalidade religiosa 
que guiava as viagens.
 E interesse dos europeus em constatar a existência de 
seres extraordinários.
Alternativa C
Resolução: Apesar dos profundos avanços do homem 
moderno nas diversas áreas do conhecimento, o pensamento 
mítico e religioso ainda estava muito presente no século XV. 
Os temores imaginários, como monstros e abismos, 
contribuíram para o medo da navegação dos europeus, 
entretanto, como destaca o texto, “o interesse material 
prevaleceu”, o que demonstra que as Grandes Navegações 
foram marcadas pela convivência dos interesses mercantis 
com um imaginário fantástico, validando, portanto, 
a alternativa C. A alternativa A está incorreta, pois, apesar 
dos avanços do conhecimento sobre o mundo, as Grandes 
Navegações foram fortemente marcadas pelo caráter 
religioso. A alternativa B também está incorreta, pois, como 
indicado anteriormente, os mitos e superstições marcaram 
a expansão marítima europeia dos séculos XV e XVI. 
Contrariamente ao indicado na alternativa D, o fortalecimento 
do pensamento racional não implicou o domínio sobre a 
mentalidade religiosa, que se fez muito presente no processo 
de expansão marítima. Por fim, a alternativa E também está 
incorreta, pois o texto não relaciona as Grandes Navegações 
ao desejo de se constatar a existência de seres fantásticos.
QUESTÃO 84 
Nossa constituição é chamada de democracia porque 
o poder está nas mãos não de uma minoria, mas de todo o povo. 
Quando se trata de resolver questões privadas, todos são 
iguais perante a lei, quando se trata de colocar uma pessoa 
diante de outra em posições de responsabilidade pública, 
o que vale não é o fato de pertencer à determinada classe, 
mas a competência real que o homem possui.
PÉRICLES. In: TUCÍDIDES. História da Guerra do Peloponeso. 
Lisboa: Gulbenkian, 2013.
Em seu discurso em homenagem aos mortos da Guerra 
do Peloponeso, Péricles (461-429 a.C.) afirma que 
o poder se encontra nas mãos de todo o povo. De acordo 
com o governante, a soberania popular era garantida pelo 
seguinte princípio:
DBWZ
 A Equiparação: igualdade de gêneros na participação 
política.
 B Flexibilidade: facilidade de acesso às informações 
governamentais.
 C Isocracia: igualdade de participação no poder.
 D Representatividade: eleição de representantes para 
cargos políticos.
 E Verdade: transparência na gestão dos recursos públicos.
Alternativa C
Resolução: A democracia ateniense estava baseada na 
premissa da igualdade, e não na da distinção, ou seja, todos 
os cidadãos atenienses eram iguais perante a lei (isonomia). 
Isso se estendia ao acesso aos cargos políticos, de forma 
que todos os cidadãos, pelo princípio da isocracia, possuíam 
o direito de participar do poder político da pólis, o que torna 
válida a alternativa C. A alternativa A está incorreta, pois, 
na democracia ateniense, as mulheres eram excluídas da 
participação política. A alternativa B também está incorreta, 
pois o texto não relaciona a soberania popular à facilidade 
de acesso às informações governamentais. Contrariamente 
ao indicado na alternativa D, a democracia ateniense era 
direta; não havia, portanto, representação, ou seja, cada 
cidadão ateniense podia tomar parte nas decisões públicas. 
Por fim, a alternativa E também está incorreta, pois o texto 
não associa a soberania popular ateniense à transparência 
da gestão dos recursos públicos. 
QUESTÃO 85 
No celular, você tem um mapa da sua cidade que avisa 
onde estão os Pokémons, como se fosse um aplicativo 
de navegação mostrando onde tem blitz da PM. Se você 
mora no Rio, por exemplo, o mapa pode dizer que tem um 
Pokémon na Pedra do Arpoador. Aí você vai até o Arpoador, 
liga a câmera do celular, e começa a vasculhar por ali 
até o monstro aparecer na sua tela. Então é só atirar as 
“pokebolas” nele e pronto: mais um bicho aprisionado para 
a sua coleção.
Disponível em: <https://super.abril.com.br>. 
Acesso em: 20 set. 2017 (Adaptação).
O jogo de Realidade Aumentada, citado no texto anterior foi 
desenvolvido para celular. Qual(is) elemento(s) da cartografia 
permite(m) situar os monstros virtuais (Pokémons) no espaço 
geográfico?
A. 	 Bússola, que possui uma agulha imantada e uma rosa 
dos ventos. 
B. 	 Pontos cardeais, colaterais e subcolaterais, que 
apontam as direções.
C. 	 Meridianos, que são círculos máximos imaginários que 
determinam as longitudes. 
D. 	 Coordenadas geográficas, que localizam um ponto na 
superfície da Terra. 
E. 	 Satélites, que dependem das condições estáveis do 
tempo para funcionar. 
5F2U
CH – PROVA I – PÁGINA 50 ENEM – VOL. 1 – 2018 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
Alternativa D
Resolução: O conjunto de paralelos e meridianos, denominado coordenadas geográficas, permite localizar um ponto na 
superfície terrestre. Desse modo, os monstros virtuais são colocados nas coordenadas geográficas em mapas para serem 
localizados pelos jogadores. A alternativa A está incorreta, pois a bússola aponta sentidos de deslocamento, mas não situa 
um ponto exato na superfície terrestre. A alternativa B está incorreta porque pontos cardeais, colaterais e subcolaterais 
indicam pontos de referência, mas não localizam um ponto na superfície do planeta. A alternativa C está incorreta porque os 
meridianos isoladamente são incapazes de informar a posição de um ponto na Terra. A alternativa E está incorreta porque os 
satélites orbitam a Terra e independem das condições estáveis do tempo para funcionarem. 
QUESTÃO 86 
Quando esta justiça, incorruptível como aquela dos deuses, rendeu-se igualmente aos grandes e aos pequenos, os 
decênviros não negligenciaram a redação das leis. Para satisfazer a uma demanda que toda a nação tinha em suspense, 
eles apresentaram enfim as dez tábuas e convocaram a assembleia dopovo. [...] Assim, o povo romano tinha leis das quais 
podia se jactar não apenas de as haver aprovado, mas também de as haver proposto eles mesmos. Depois que cada um dos 
capítulos apresentados sofreu as correções indicadas pela opinião geral, e julgadas necessárias, os comícios por centúrias 
adotaram as leis das dez tábuas. [...] Note-se que ainda existiam mais duas tábuas, cuja reunião às outras completava de 
toda sorte o corpo de todos os direitos dos romanos.
Disponível em: <http://www.bibliotecadigital.ufmg.br>. Acesso em: 28 set. 2017.
A elaboração da Lei das Doze Tábuas, ocorrida em 450 a.C., conforme apresentada no texto, representava a
A. 	 reiteração dos privilégios jurídicos.
B. 	 oficialização da legislação romana.
C. 	 negação da universalidade explícita. 
D. 	 afirmação do direito consuetudinário.
E. 	 promoção da corrupção institucional.
Alternativa B
Resolução: Apesar de os plebeus terem conquistado o direito de participação política na República Romana, com a criação 
do cargo de tribuno da plebe, as tensões entre patrícios e plebe permaneceram acirradas. Essa situação levou à elaboração 
da Lei das Doze Tábuas, em 450 a.C., considerada a base do direito romano, pois oficializava a legislação romana, antes 
baseada no direito consuetudinário, isto é, as leis romanas até então estavam fundamentadas nos costumes, o que torna 
válida a alternativa B e contraria a alternativa D. A alternativa A está incorreta, pois, de acordo com o texto, “a justiça [romana] 
rendeu-se igualmente aos grandes e pequenos”, de modo que a redação da Lei das Doze Tábuas representou uma conquista 
da plebe romana que, a partir de então, podia conhecer a lei e impelir os abusos dos patrícios. Assim, a edição da Lei das 
Doze Tábuas demonstra que o direito romano, ao contrário do indicado na alternativa C, caminhava para a universalidade 
explícita. Por fim, a alternativa E também está incorreta, pois a Lei não buscava promover a corrupção institucional, mas, em 
alguma medida, combatê-la.
QUESTÃO 87 
População da Europa e da África de 1950 a 2010 e projeções até 2100
África
19
50
19
60
19
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19
80
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90
20
00 20
10
20
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30 20
40
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50
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80
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90
21
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Europa
Po
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4 500 000
4 000 000
3 500 000
3 000 000
2 500 000
2 000 000
1 500 000
1 000 000
500 000
0
Disponível em: <http://www.ufjf.br>. Acesso em: 26 out. 2017.
XJ8P
7DPC
ENEM – VOL. 1 – 2018 CH – PROVA I – PÁGINA 51BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
A Europa e a África apresentam um fosso demográfico, 
pois apesar de geograficamente próximos, distanciam-
se bastante com relação à dinâmica de crescimento 
populacional. O gráfico sustenta essa afirmação ao 
A. 	 mostrar o comportamento das taxas de fecundidade 
europeias, em queda desde a década de 1950, 
contrastando-as com as elevadas taxas africanas. 
B. 	 revelar que, no final do século XX, o continente europeu 
apresentava um crescimento vegetativo negativo, 
enquanto a África experimentava um crescimento 
moderado. 
C. 	 expressar os prognósticos futuros que colocam a 
África nos mesmos padrões demográficos da Europa a 
partir de 2050, indicando que os países passaram pela 
transição demográfica. 
D. 	 indicar um ritmo de crescimento populacional 
contrastante entre os dois continentes, explicados, em 
grande medida, pela manutenção de altas taxas de 
natalidade do continente africano. 
E. 	 explicitar a situação catastrófica revelada pelas projeções, 
as quais apontam que a população africana representará 
mais de dois terços da população mundial em 2100. 
Alternativa D
Resolução: Há um fosso demográfico que diz respeito às 
dinâmicas demográficas contrastantes dos dois continentes. 
O gráfico demonstra a curva ascendente do crescimento da 
população africana a partir da segunda metade do século XX, 
projetada para até a virada do século XXI. A população da 
Europa continuou a crescer, ainda que lentamente, devido 
à imigração. De acordo com as projeções, no século XXI, 
haverá declínio populacional, apesar da imigração crescente, 
por causa da baixa taxa de fecundidade. A alternativa A está 
incorreta, pois o gráfico não traz informações sobre as taxas 
de fecundidade e, embora a inferência seja possível, ela 
necessita de outros dados para revelar um raciocínio correto. 
A alternativa B está incorreta porque no final do século XX, 
apesar do decrescimento vegetativo da Europa, houve 
lento crescimento demográfico no continente associado à 
imigração. O crescimento total da população da Europa 
é expresso no gráfico, e não o declínio do crescimento 
vegetativo. Além disso, no gráfico, é crescente o volume 
de crescimento demográfico da África. A alternativa C 
está incorreta, pois, conforme as projeções, o atual fosso 
demográfico tende a persistir. A alternativa E está incorreta, 
pois desconsidera que outros grupos de países, como 
alguns asiáticos, também têm a população cada vez mais 
numerosa. Para fazer tal inferência, os dados tinham que ser 
confrontados com o quantitativo da população mundial total. 
QUESTÃO 88 
Como se sabe, a grande rota comercial do mundo 
europeu que sai do esfacelamento do Império do 
Ocidente é a que liga por terra o Mediterrâneo ao mar 
do Norte, desde as repúblicas italianas, através dos 
Alpes, os cantões suíços, os grandes empórios do Reno, 
até o estuário do rio onde estão as cidades flamengas. 
ZHV7
No século XIV, mercê de uma verdadeira revolução na 
arte de navegar e nos meios de transporte por mar, outra 
rota ligará aqueles dois polos do comércio europeu: será 
a marítima que contorna o continente pelo estreito de 
Gibraltar. Rota que, subsidiária a princípio, substituirá 
afinal a primitiva no grande lugar que ela ocupava.
PRADO JÚNIOR, C. Formação do Brasil contemporâneo. São Paulo: 
Brasiliense, 1977. p. 21.
Um reflexo da transformação assinalada no texto que se liga 
à Expansão Marítima Europeia foi o(a)
A. 	falência econômica das cidades italianas, suplantadas 
pela criação de um novo polo comercial controlado pelos 
turcos otomanos, na Europa oriental: Constantinopla.
B. 	deslocamento da primazia comercial dos territórios 
centrais da Europa para aqueles que formam sua 
fachada oceânica: a Holanda, a Inglaterra, a Normandia, 
a Bretanha e a Península Ibérica. 
C. 	superação da navegação de cabotagem 
advinda dos avanços técnicos na arte 
de navegar: a invenção da bússola, 
do astrolábio, do sextante e da caravela pelos 
navegadores italianos. 
D. 	formação de um grande empório comercial, controlado 
pelos comerciantes flamengos e italianos, na região 
central da Europa: as feiras de Champanhe.
E. 	aliança entre espanhóis e portugueses na luta pela 
expulsão dos árabes muçulmanos da Península Ibérica: 
a Guerra de Reconquista.
Alternativa B
Resolução: A transformação assinalada no texto foi o 
deslocamento da primazia comercial dos territórios centrais 
da Europa, sobretudo das cidades italianas de Veneza, 
Florença e Gênova, cujas economias se desenvolveram com 
a reabertura do comércio com o Oriente, para os territórios que 
formam a fachada oceânica daquele continente: a Holanda, 
a Inglaterra, a Normandia, a Bretanha e, especialmente, os 
países da Península Ibérica, Portugal e Espanha, que se 
beneficiaram de seu precoce processo de centralização 
política, que deu origem aos primeiros Estados Nacionais 
da Era Moderna. Assim, a alternativa correta é a letra B. 
A tomada de Constantinopla pelos turcos-otomanos foi uma 
das razões que levaram ao enfraquecimento do comércio 
italiano, mas não à falência, o que invalida a alternativa A. 
Ademais, não é disso que trata o texto. A superação da 
navegação de cabotagem advinda dos avanços técnicos 
na arte de navegar foi antes uma causa do que um reflexo 
da transformação assinalada pelo texto, o que invalida a 
alternativa C. A alternativa D está equivocada, pois, como já 
mencionado, o comércio na Europa central foi enfraquecido, 
e não estimulado com essa transformação. Por fim, embora 
a Guerrade Reconquista esteja ligada a tais transformações, 
ela não é um de seus reflexos diretos, o que invalida a 
alternativa E. Ademais, não é disso que trata o texto.
CH – PROVA I – PÁGINA 52 ENEM – VOL. 1 – 2018 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
QUESTÃO 89 
[...] A expansão veio alterar esta situação e permitiu 
que a nobreza mantivesse o seu modelo social e mental 
quase inalterado durante mais de século e meio; desfez-se, 
assim, o bloqueio que parecia que iria asfixiar este grupo 
social, o que foi possível porque milhares de nobres, desde 
escudeiros recém nobilitados a fidalgos proeminentes e de 
velha cepa, aceitaram o risco de navegar e combater no 
exterior, passando muitas vezes longuíssimas temporadas 
fora do Reino.
COSTA, J. P. O. A formação do aparelho central da administração 
ultramarina no século XV. In: Anais de História de Além-mar. Lisboa, n. 2, p. 
87-114, 2001.
O texto destaca algumas das características do processo 
expansionista vivenciado por Portugal a partir do século XV, 
associando-as a aspectos de caráter
A. 	 social.
B. 	 político. 
C. 	 religioso. 
D. 	 comercial. 
E. 	 civilizatório. 
Alternativa A
Resolução: O texto relaciona o processo expansionista 
vivenciado por Portugal à participação de milhares de 
nobres portugueses, que “aceitaram o risco de navegar e 
combater no exterior”, indicando o interesse da aristocracia 
portuguesa em preservar seu status quo, o seu modelo social, 
associando, portanto, a expansão marítima portuguesa a um 
aspecto de caráter social, o que torna válida a alternativa A. 
O expansionismo marítimo comercial de Portugal também 
foi marcado por um caráter político, religioso, comercial e 
até mesmo civilizatório, entretanto, tais aspectos não são 
contemplados pelo texto, o que invalida as alternativas B, 
C, D e E.
9ACU QUESTÃO 90 
Religião sem livro sagrado, a vivência espiritual dos 
gregos baseava-se em algumas crenças que, em grande 
parte, eram vistas como especulações do ser humano diante 
do que não sabia explicar. Não havia textos ou sacerdotes 
que pudessem definir, sem direito a contestação, dogmas. 
Por isso mesmo, as explicações e os mitos variavam de 
um lugar a outro, de uma época a outra e mesmo de um 
indivíduo a outro. As divergências entre as versões dos 
mitos, que podem parecer ilógicas, resultam, justamente, 
da crença de que nada está certo de forma segura sobre o 
mundo dos deuses.
FUNARI’ P. P. (Org.). As religiões que o mundo esqueceu: egípcios, 
gregos celtas, astecas e outros povos cultuavam seus deuses. 1. ed. 
São Paulo: Contexto, 2012.
Uma peculiaridade da Grécia Antiga que estimulou o 
processo vivenciado pela religião grega nos moldes 
apresentados foi a
A. 	formação democrática das pólis gregas. 
B. 	fragmentação política das cidades gregas. 
C. 	valorização excessiva do pensamento filosófico. 
D. 	fusão cultural proveniente do período helenístico.
E. 	sobreposição religiosa com relação aos deuses romanos.
Alternativa B
Resolução: A Grécia Antiga era fragmentada em diversas 
cidades-Estado, conhecidas como pólis. Cada pólis 
tinha seu próprio governo, moeda, Exército, entre outros 
elementos. Desse modo, essa inexistência de uma unidade 
política desfavoreceu a formação de uma unidade religiosa, 
conforme o texto retrata. Portanto, a única afirmativa que 
apresenta uma justificativa correta é a letra B.
1FJP
ENEM – VOL. 1 – 2018 CH – PROVA I – PÁGINA 53BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO

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