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Aula 07
Direito Empresarial p/ PC-MA (Delegado) Pós-edital
Professor: Paulo Guimarães
 
http://www.iceni.com/infix.htm
 
 
 
DIREITO EMPRESARIAL – PC-MA (DELEGADO) 
Teoria e Questões 
Aula 07 – Prof. Paulo Guimarães 
 
 
AULA 07 
TÍTULOS DE CRÉDITO. 
Sumário 
Sumário ................................................................................................. 1!
1 – Considerações Iniciais ......................................................................... 2!
2 – Noções introdutórias e aspectos históricos ............................................. 2!
2.1. Introdução .................................................................................... 2!
2.2. História ......................................................................................... 3!
3 – Os títulos de crédito na atualidade ........................................................ 4!
4 – Conceito, características e princípios dos títulos de crédito ....................... 6!
4.1. Princípios informadores dos títulos de crédito ..................................... 6!
4.2. Características dos títulos de crédito ................................................ 10!
4.3. Teoria da criação e teoria da emissão ............................................... 12!
5 – Classificação dos títulos de crédito ....................................................... 12!
5.1. Quanto à forma de transferência e circulação .................................... 12!
5.2. Quanto ao modelo ......................................................................... 13!
5.3. Quanto à estrutura ........................................................................ 14!
5.4. Quanto às hipóteses de emissão ...................................................... 14!
6 – Títulos de crédito em espécie .............................................................. 15!
6.1. Letra de câmbio ............................................................................ 15!
6.2. Nota promissória ........................................................................... 20!
6.3. Cheque ........................................................................................ 23!
6.4. Duplicata ..................................................................................... 34!
6.5. Outros títulos de crédito ................................................................. 42!
7 – Atos cambiários ................................................................................ 46!
8 – Questões ......................................................................................... 55!
8.1. Questões sem Comentários ............................................................ 55!
8.2. Gabarito ...................................................................................... 64!
8.3. Questões comentadas .................................................................... 65!
9 – Resumo da Aula ................................................................................ 84!
10 – Jurisprudência Aplicável ................................................................... 88!
11 – Considerações Finais ........................................................................ 96!
 
http://www.iceni.com/infix.htm
 
 
 
DIREITO EMPRESARIAL – PC-MA (DELEGADO) 
Teoria e Questões 
Aula 07 – Prof. Paulo Guimarães 
 
 
AULA 07 – TÍTULOS DE CRÉDITO. 
1 – Considerações Iniciais 
Olá, futuro Delegado de Polícia! 
Hoje começaremos a estudar a disciplina jurídica dos títulos de crédito. 
Geralmente este é um dos temas mais detestados pelos juristas que não têm 
muita afinidade com o Direito Empresarial, e por isso tomei um cuidado especial 
para torna-lo um pouco mais palatável...! J 
Pronto!? Bons estudos! 
 
2 – Noções introdutórias e aspectos históricos 
2.1. Introdução 
Desde que o homem passou a produzir bens para além de suas necessidades, as 
atividades de trocas comerciais tendem a se tornar mais complexas para que ser 
moldadas de acordo com diferentes situações e necessidades. É comum a criação 
de novos instrumentos que possibilitem trocas mais rápidas e seguras, e por isso 
surgiram os títulos de crédito. 
Num momento inicial havia as trocas diretas (escambo), mas com o passar do 
tempo e a consequente necessidade de trazer mais dinamismo a essas trocas, as 
pessoas passaram a escolher bens que tinham ampla aceitação para utilizá-los 
de forma muito semelhante ao que hoje fazemos com a moeda, ou seja, eram 
bens intermediários, que possibilitavam não apenas maior rapidez nas trocas, 
mas também simplificavam a valoração das mercadorias. 
Inicialmente esse papel era cumprido pelo sal, que posteriormente foi substituído 
pelos metais preciosos. Como um fenômeno mais recente temos a utilização do 
papel-moeda, ou moeda fiduciária como meio oficial para as trocas. Na maior 
parte dos países do mundo o uso da moeda é obrigatório por lei. 
Os títulos de crédito surgem justamente num momento em que a moeda deixou 
de ser suficiente para atender o mercado, em razão da sua dinâmica e crescente 
complexidade. 
Para regulamentar o uso desses complexos instrumentos, temos um regime 
jurídico próprio, chamado Direito Cambiário, que geralmente é encarado como 
parte integrante do Direito Empresarial. 
Para entendermos os títulos de crédito precisamos primeiramente compreender 
a noção de crédito, que, segundo Tulio Ascarelli, é o instrumento que permitiu 
ao mundo moderno que mobilizasse suas próprias riquezas, vencendo tempo e 
espaço. Pois bem, o crédito consiste num vínculo, pautado nos princípios da 
 
http://www.iceni.com/infix.htm
 
 
 
DIREITO EMPRESARIAL – PC-MA (DELEGADO) 
Teoria e Questões 
Aula 07 – Prof. Paulo Guimarães 
 
confiança e da boa-fé, por meio do qual alguém se compromete a uma prestação 
futura em benefício de outra pessoa. 
Por meio do crédito a riqueza pode circular de forma mais rápida e segura, e por 
isso dizemos que os títulos de crédito são justamente instrumentos que 
possibilitam circulação da riqueza. 
As primeiras notícias de surgimento dos títulos de crédito, assim como de quase 
todos os instrumentos próprio dos Direito Empresarial, datam da Idade Média, 
mas precisamente do momento do renascimento comercial, com intensas 
atividades nos entrepostos comerciais europeus. 
Ao longo dos séculos tivemos o desenvolvimento de diferentes modalidades de 
títulos de crédito, que serviam a diferentes propósitos. Ao longo do nosso curso 
estudaremos essas modalidades de títulos de crédito, inclusive de alguns que 
hoje praticamente não circulam mais (como as letras de câmbio). Mais 
recentemente temos a enorme ascensão do uso de meios eletrônicos para as 
transações comerciais, com o uso intenso dos cartões de crédito e débito, moeda 
eletrônica, entre outros, que também estudaremos na aula de hoje. 
 
2.2. História 
Um dos principais desafios do Direito Cambiário, desde o seu início, foi a 
uniformização do uso dos títulos de crédito. Isso porque o próprio Direito 
Comercial tem forte e marcante caráter internacional, e as transações mercantis 
entre diferentes países sempre enfrentam barreiras normativas. 
Nesse sentido, como as transações comerciais internacionais são feitas, na 
imensa maioria das vezes, por meio de títulos de crédito, ao longo das História 
vários países atentaram para a necessidade de uniformização da legislação 
aplicável. 
Em consequência do esforço constante de algumas associações internacionais, 
como as Câmaras de Comércio italianas e a Associoation Internacionalle por le 
Progrés de Sciences Sociales, foram organizados congressos e encontros para 
discussão do assunto. As mais importantes foram as Conferências de Haia, que 
ocorreram em 1910 e 1912. 
Na última dessas conferências foi aprovado o Regulamento Uniforme Relativo 
à Letra de Câmbio e à Nota Promissória, que representou um 
importantíssimo passo no caminho da uniformização internacional do Direito 
Cambiário. Com o fim da Primeira Guerra Mundial, após a criação da Ligadas 
Nações, foi organização da Convenção de Genebra de 1930, na qual foi aprovada 
a Lei Uniforme das Cambiais, relativa às letras de câmbio e notas promissórias. 
No ano seguinte houve uma nova convenção, na qual foi aprovada a Lei Uniforme 
do Cheque. 
As leis uniformes das cambiais e do cheque foram adotadas pelo Brasil e 
promulgadas, respectivamente, por meio do Decreto n. 57.663/1966 e 
57.595/1955. À época houve bastante controvérsia sobre a forma de adoção da 
 
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DIREITO EMPRESARIAL – PC-MA (DELEGADO) 
Teoria e Questões 
Aula 07 – Prof. Paulo Guimarães 
 
Lei Uniforme de Genebra, pois o Brasil já contava com o Decreto n. 2.044/1908, 
que possuía status de lei ordinária, e, portanto, somente poderia ser revogado 
por norma de mesma envergadura. Em 1971, porém, o Supremo Tribunal Federal 
considerou legítima a forma adotada para incorporar a nova legislação. 
 
3 – Os títulos de crédito na atualidade 
É inegável a importância dos títulos de crédito sob o ponto de vista do 
desenvolvimento dos mercados. Hoje, porém, o grau de complexidade das 
relações econômicas tem levado ao desenvolvimento de novos instrumentos, pois 
nem a moeda e nem os títulos de crédito tradicionais conseguem atender 
completamente ao enorme número de transações realizadas diariamente. 
Outro fator importante no desenvolvimento dessas novas práticas comerciais é a 
internet. Hoje em poucos minutos é possível comprar online mercadorias de 
vendedores que se encontram em outros estados ou países. Isso era inimaginável 
até poucos anos atrás. 
Essa nova realidade do comércio eletrônico, portanto, leva à necessidade de 
repensar os títulos de crédito. Obviamente na aula de hoje precisaremos estudar 
os institutos tradicionais relacionados ao tema, até porque eles continuam 
aparecendo em provas de concursos públicos, mas precisamos também abordar 
o fenômeno da desmaterialização dos títulos de crédito e a evolução desse 
instituto. 
O comércio eletrônico, tão comum nos dias atuais, é caracterizado sempre que 
a venda de produtos ou serviços é instrumentalizada por meio de transmissão 
eletrônica de dados, o que ocorre no ambiente virtual da rede mundial de 
computadores (internet). Não importa se o bem é virtual (um livro eletrônico ou 
um curso em videoaulas, por exemplo) ou se é físico (um sapato ou geladeira). 
Se a manifestação de vontade é instrumentalizada por meio virtual, estamos 
diante do comércio eletrônico1. 
 
O comércio eletrônico é caracterizado sempre que a venda de 
produtos ou serviços é instrumentalizada por meio de transmissão 
eletrônica de dados, o que ocorre no ambiente virtual da rede mundial 
de computadores. 
 
Como normalmente ocorre nos institutos do Direito Empresarial, o comércio 
eletrônico surgiu das próprias relações mercantis, e só posteriormente a prática 
foi regulamentada pelo Estado. Essa norma é o Decreto n. 7.962/2013, que na 
realidade tem foco muito maior nas relações de consumo do que nas relações 
empresariais em si. As preocupações básicas da norma são as seguintes: 
a)! Informações claras a respeito do produto, serviço e do fornecedor; 
 
1 Esta é a definição de comércio eletrônico trabalhada por André Luiz Santa Cruz Ramos. 
 
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DIREITO EMPRESARIAL – PC-MA (DELEGADO) 
Teoria e Questões 
Aula 07 – Prof. Paulo Guimarães 
 
b)!Atendimento facilitado ao consumidor; e 
c)! Respeito ao direito de arrependimento. 
Recomendo a leitura do decreto, mas não como um material primordial do nosso 
curso. Acredito que relevância da norma seja muito maior para aqueles que 
precisam aprofundar seus estudos no campo do Direito do Consumidor. 
 
Outro fenômeno interessante, também associado ao comércio eletrônico, é a 
facilitação de contato entre o fornecedor e o consumidor final, o que tem 
eliminado intermediários e criado uma nova organização mercadológica. Alguns 
contratos de colaboração tradicionais, como a representação e a distribuição, 
tendem a desaparecer em determinados setores, ao passo que novos modelos 
de colaboração empresarial surgirão. 
O que vem sendo apontado, porém, como a maior mudança, é a facilitação das 
negociações entre particulares, as chamadas relações P2P (peer to peer, ou 
pessoa para pessoa). Estamos diante do que os estudiosos têm chamado de 
economia do compartilhamento, ou economia colaborativa, fenômeno que 
vem se intensificando com a criação de novos marketplaces virtuais, ambientes 
nos quais qualquer pessoa pode colocar mercadorias à venda, muitas vezes de 
forma gratuita. 
Todos esses processos são impulsionados pela ampliação do acesso a dispositivos 
móveis conectados, pela diversificação nos meios de pagamento e também pelo 
crescimento das redes sociais, e terminam ocasionando a quebra de monopólios 
que tradicionalmente dominavam determinados setores da economia (com ou 
sem a intervenção do Estado). 
De todos os monopólios, porém, o mais difícil de quebrar certamente é o da 
moeda, mas os mercados vêm caminhando nesse sentido, com destaque para a 
criação de difusão do uso das moedas virtuais, ou criptomoedas, cujo principal 
exemplo é o bitcoin. 
Não se sabe ao certo qual a origem do bitcoin. A único origem conhecida é um 
artigo publicado num fórum de criptografia em 2008, assinado por Satoshi 
Nakamoto. Acredita-se que se trata de um pseudônimo, pois essa pessoa nunca 
foi encontrada, e alguns anos depois da divulgação da ideia terminou 
desaparecendo dos fóruns de discussão. 
O bitcoin utiliza uma tecnologia ponto a ponto (peer to peer) para criar um 
sistema de pagamentos online que não precisa de intermediários, com código 
aberto e design público. Não há sócios ou controladores, tampouco uma 
autoridade reguladora central. 
Os meios eletrônicos de pagamento tradicionais sempre contam com um 
intermediário (uma instituição financeira, uma operadora de cartão de crédito ou 
mesmo uma empresa de pagamentos online, como o famoso PayPal), e sempre 
são lastreados em uma moeda oficial (reais, dólares, euros, etc.). As transações 
com bitcoins, porém, não dependem de intermediários e não são lastreadas numa 
 
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DIREITO EMPRESARIAL – PC-MA (DELEGADO) 
Teoria e Questões 
Aula 07 – Prof. Paulo Guimarães 
 
moeda oficial, mas no próprio bitcoin. Por isso dizemos que não se trata apenas 
de um meio de pagamento, mas sim de uma nova moeda2. 
 
4 – Conceito, características e princípios dos títulos 
de crédito 
O Código Civil de 2002 adotou o conceito de título de crédito cunhado pelo jurista 
italiano Cesare Vivante. 
 
Art. 887. O título de crédito, documento necessário ao exercício do direito literal e 
autônomo nele contido, somente produz efeito quando preencha os requisitos da lei. 
 
O Código Civil de 2002 adota o conceito de título de crédito 
do jurista italiano Cesare Vivante, segundo o qual o título 
de crédito é o documento necessário ao exercício do 
direito literal e autônomo nele contido. 
 
Por meio do conceito de Vivante podemos compreender os princípios e 
características dos títulos de crédito, que passaremos a estudar a partir de agora. 
 
4.1. Princípios informadores dos títulos de crédito 
 
4.1.1. Princípio da cartularidade 
Segundo esse princípio, entende-se que o exercício de qualquer direito 
representado no título pressupõe a sua posse legítima. A cártula, ou seja, 
o documento escrito, é imprescindível para a demonstração do direito ao qual 
seu possuidor faz jus. 
Em outras palavras, o direito de crédito mencionado na cártula não existe em 
ela, não pode ser transmitido sem a sua tradição e não pode ser exigido sem a 
sua apresentação. Podemos, portanto, chegar às seguintes conclusões: 
a)!A posse do título pelo devedor presume o pagamento do título; 
b)!Só é possível protestar o título apresentando-o; e 
c)! Só é possível executar o título apresentando-o, não suprindo a sua ausência 
nem mesmo a apresentação de cópiaautenticada. 
 
2 Essas noções gerais sobre o bitcoin foram retiradas da obra Bitcoin: o donheiro na era digital, 
de Fernando Ulrich. 
 
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É comum ainda que os doutrinadores mencionem o princípio da incorporação, 
segundo o qual o direito de crédito materializa-se no próprio documento, não 
existindo direito sem o respectivo título. 
Pela leitura da doutrina você deve ter percebido que esse princípio já está um 
tanto ultrapassado, não é mesmo? Hoje convivemos muito facilmente com títulos 
de crédito totalmente virtuais, que não exigem a emissão de uma cártula. O 
Código Civil já incorporou essa possibilidade, como podemos apreender da leitura 
do art. 889, §3o. 
 
Art. 889. Deve o título de crédito conter a data da emissão, a indicação precisa dos direitos 
que confere, e a assinatura do emitente. 
[...] 
§ 3o O título poderá ser emitido a partir dos caracteres criados em computador ou meio 
técnico equivalente e que constem da escrituração do emitente, observados os requisitos 
mínimos previstos neste artigo. 
 
Esse processo tem sido chamado de desmaterialização dos títulos de crédito, 
e contesta frontalmente o princípio da cartularidade em seus aspectos mais 
básicos. Hoje as duplicatas virtuais, por exemplo, podem ser executadas em juízo 
sem a apresentação de documentos físicos, exigindo-se apenas que sejam 
entregues o instrumento de protesto por indicações e o comprovante de entrega 
das mercadorias, nos termos do art. 15, §2o da Lei n. 5.474/1968. 
Temos ainda outros movimentos legislativos no sentido de acomodar a 
possibilidade da criação de títulos de crédito virtuais, a exemplo da Lei n. 
11.076/2004, que criou títulos eletrônicos para o agronegócio, bem como o 
reconhecimento da jurisprudência do STJ. 
 
EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA EM RECURSO ESPECIAL. DIVERGÊNCIA 
DEMONSTRADA. EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL. DUPLICATA VIRTUAL. 
PROTESTO POR INDICAÇÃO. BOLETO BANCÁRIO ACOMPANHADO DO 
INSTRUMENTO DE PROTESTO, DAS NOTAS FISCAIS E RESPECTIVOS 
COMPROVANTES DE ENTREGA DAS MERCADORIAS. EXECUTIVIDADE 
RECONHECIDA. 
1. Os acórdãos confrontados, em face de mesma situação fática, apresentam solução 
jurídica diversa para a questão da exequibilidade da duplicata virtual, com base em boleto 
bancário, acompanhado do instrumento de protesto por indicação e das notas fiscais e 
respectivos comprovantes de entrega de mercadorias, o que enseja o conhecimento dos 
embargos de divergência. 
2. Embora a norma do art. 13, § 1º, da Lei 5.474/68 permita o protesto por indicação nas 
hipóteses em que houver a retenção da duplicata enviada para aceite, o alcance desse 
dispositivo deve ser ampliado para harmonizar-se também com o instituto da duplicata 
virtual, conforme previsão constante dos arts. 8º e 22 da Lei 9.492/97. 
3. A indicação a protesto das duplicatas mercantis por meio magnético ou de gravação 
eletrônica de dados encontra amparo no artigo 8º, parágrafo único, da Lei 9.492/97. O art. 
22 do mesmo Diploma Legal, a seu turno, dispensa a transcrição literal do título quando o 
 
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DIREITO EMPRESARIAL – PC-MA (DELEGADO) 
Teoria e Questões 
Aula 07 – Prof. Paulo Guimarães 
 
Tabelião de Protesto mantém em arquivo gravação eletrônica da imagem, cópia reprográfica 
ou micrográfica do título ou documento da dívida. 
4. Quanto à possibilidade de protesto por indicação da duplicata virtual, deve-se considerar 
que o que o art. 13, § 1º, da Lei 5.474/68 admite, essencialmente, é o protesto da duplicata 
com dispensa de sua apresentação física, mediante simples indicação de seus elementos ao 
cartório de protesto. Daí, é possível chegar-se à conclusão de que é admissível não somente 
o protesto por indicação na hipótese de retenção do título pelo devedor, quando 
encaminhado para aceite, como expressamente previsto no referido artigo, mas também 
na de duplicata virtual amparada em documento suficiente. 
5. Reforça o entendimento acima a norma do § 2º do art. 15 da Lei 5.474/68, que cuida de 
executividade da duplicata não aceita e não devolvida pelo devedor, isto é, ausente o 
documento físico, autorizando sua cobrança judicial pelo processo executivo quando esta 
haja sido protestada mediante indicação do credor, esteja acompanhada de documento 
hábil comprobatório da entrega e recebimento da mercadoria e o sacado não tenha recusado 
o aceite pelos motivos constantes dos arts. 7º e 8º da Lei. 
6. No caso dos autos, foi efetuado o protesto por indicação, estando o instrumento 
acompanhado das notas fiscais referentes às mercadorias comercializadas e dos 
comprovantes de entrega e recebimento das mercadorias devidamente assinados, não 
havendo manifestação do devedor à vista do documento de cobrança, ficando atendidas, 
suficientemente, as exigências legais para se reconhecer a executividade das duplicatas 
protestadas por indicação. 
7. O protesto de duplicata virtual por indicação apoiada em apresentação do boleto, das 
notas fiscais referentes às mercadorias comercializadas e dos comprovantes de entrega e 
recebimento das mercadorias devidamente assinados não descuida das garantias devidas 
ao sacado e ao sacador. 
8. Embargos de divergência conhecidos e desprovidos. 
EREsp 1.024.691/PR, Rel. Min. Raul Araújo, 2a Seção, j. 22.08.2012, DJe 29.10.2012. 
 
4.1.2. Princípio da literalidade 
Segundo esse princípio, o título de crédito vale pelo que nele está escrito. 
Somente os atos lançados no próprio título produzem efeitos jurídicos perante o 
seu legítimo portador. 
Segundo Tulio Ascarelli, o princípio da literalidade age em duas direções, uma 
negativa e outa positiva: da mesma forma que o credor tem direito de pleitear 
tudo que está escrito no título, o devedor tem a prerrogativa de arcar somente 
com a quantia que consta na cártula. 
Esse princípio contribui ainda para a segurança nas operações de crédito, pois a 
parte que recebe o título tem certeza de que está diante de toda a informação 
necessária para a transação. Se houver uma quitação parcial, por exemplo, esta 
deve ser lançada no próprio título, ou poderá ser contestada. Da mesma forma, 
o aval e o endosso só produzirão efeitos se anotados no próprio título. 
 
4.1.3. Princípio da autonomia 
Este princípio é considerado a pedra fundamental de todo o regime cambial, e 
traduz-se no entendimento de que o título de crédito configura a 
 
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DIREITO EMPRESARIAL – PC-MA (DELEGADO) 
Teoria e Questões 
Aula 07 – Prof. Paulo Guimarães 
 
constituição de direito novo, autônomo, originário e completamente 
desvinculado da relação que lhe deu origem. 
O legítimo possuidor do título de crédito pode exercer seu direito de crédito sem 
depender das demais relações que o antecederam. Esse é o “grande negócio” dos 
títulos de crédito, e por isso esses instrumentos são tão importantes: por meio 
deles o credor “queima” etapas no exercício do seu direito, sem a necessidade de 
comprovar outras relações, a origem do direito que está sendo exercido, etc. 
Haveria muito menos segurança na negociação com títulos de crédito se as regras 
fossem diferentes e as partes pudessem ser surpreendidas, por exemplo, pela 
alegação de vícios na relação jurídica que deu origem ao título. 
A doutrina aponta ainda dois importantes subprincípios relacionados ao princípio 
da autonomia: a abstração e a inoponibilidade das exceções pessoais ao terceiro 
de boa-fé. 
A abstração se refere à completa desvinculação do título da relação que 
lhe deu origem. Enquanto o título se restringe à esfera jurídica dos participantes 
no negócio que lhe deu origem, não haverá ainda abstração. A partir do momento 
em que há a circulação desse título, porém, estamos diante do fenômeno. Uma 
vez posto em circulação, o título passará a vincular outras pessoas, que não 
participaram da relaçãooriginária, e que por isso assumem direitos e obrigações 
exclusivamente em função do título. 
Vale salientar que a abstração se perde com a prescrição do título de crédito. A 
prescrição fulmina tanto sua executividade quanto sua cambiariedade, ou seja, o 
título perde as suas características intrínsecas de título de crédito, dentre elas a 
abstração. O STJ tem entendido que, na cobrança de título prescrito, o devedor 
deverá demonstrar a origem da dívida, o locupletamento ilícito do devedor, etc. 
 
Direito Comercial. Recurso Especial. Embargos à ação monitória. Cheque prescrito. 
Propositura de ação contra o avalista. Necessidade de se demonstrar o 
locupletamento. Precedente. 
- Prescrita a ação cambial, desaparece a abstração das relações jurídicas cambiais firmadas, 
devendo o beneficiário do título demonstrar, como causa de pedir na ação própria, o 
locupletamento ilícito, seja do emitente ou endossante, seja do avalista. 
- Recurso especial a que não se conhece. 
REsp 457.556/SP, Rel. Min. Nancy Adrighi, DJ 16.12.2002, p. 331. 
 
A inoponibilidade das exceções pessoais ao terceiro de boa-fé significa 
que o devedor, numa eventual execução, não poderá apresentar em sua 
defesa alegação de vício existente na relação que originou o título. 
Essa inoponibilidade é assegurada pelo art. 17 da Lei Uniforme. 
 
 
 
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DIREITO EMPRESARIAL – PC-MA (DELEGADO) 
Teoria e Questões 
Aula 07 – Prof. Paulo Guimarães 
 
Art. 17. As pessoas acionadas em virtude de uma letra não podem opor ao portador 
exceções fundadas sobre as relações pessoais delas com o sacador ou com os portadores 
anteriores, a menos que o portador ao adquirir a letra tenha procedido conscientemente em 
detrimento do devedor. 
 
No mesmo sentido temos ainda o art. 916 do Código Civil. 
 
Art. 916. As exceções, fundadas em relação do devedor com os portadores precedentes, 
somente poderão ser por ele opostas ao portador, se este, ao adquirir o título, tiver agido 
de má-fé. 
 
Enfim, podemos concluir que as defesas que o devedor pode opor a um terceiro 
de boa-fé se resumem àquelas que digam respeito às relações entre eles, bem 
como eventuais alegações relativas a vício de forma do título, ao próprio conteúdo 
da cártula, a prescrição, falsidade, entre outras. 
 
 
 
4.2. Características dos títulos de crédito 
Em primeiro lugar, podemos dizer que os títulos de crédito têm natureza 
estritamente comercial. Lembre-se de que eles foram criados para permitir a 
circulação da riqueza com rapidez e segurança, e por isso há todo um arcabouço 
jurídico voltado para assegurar essas transações. 
Outras características importantes dos títulos de crédito: 
a)! São documentos formais. Só serão válidos se forem observados os 
requisitos essenciais previstos na legislação cambiária. 
TÍTULOS DE CRÉDITO
Princípios informadores
Cartularidade
O exercício de qualquer direito 
representado no título pressupõe a 
sua posse legítima
Literalidade O título de crédito vale pelo que nele está escrito
Autonomia
O título de crédito configura a 
constituição de direito novo, 
autônomo, originário e 
completamente desvinculado da 
relação que lhe deu origem
 
http://www.iceni.com/infix.htm
 
 
 
DIREITO EMPRESARIAL – PC-MA (DELEGADO) 
Teoria e Questões 
Aula 07 – Prof. Paulo Guimarães 
 
b)! São considerados bens móveis. Nesse sentido temos disposições 
específicas do Código Civil (arts. 82 a 84). Os títulos de crédito, portanto, 
submetem-se aos princípios que norteiam a circulação dos bens móveis, 
como o que prescreve que a pose de boa-fé vale como propriedade; 
c)! São títulos de apresentação. Os documentos são necessários para o 
exercício dos direitos neles contidos; 
d)! Constituem títulos executivos extrajudiciais. A relação cambiária 
representada pelo título é independente da relação negocial que lhe deu 
origem, e por isso os títulos de crédito podem ser executados 
autonomamente; 
e)! Representam obrigações quesíveis (querable). O credor deve dirigir-
se ao devedor para receber a importância devida; 
f)! São títulos de resgate. Sua emissão pressupõe futuro pagamento em 
dinheiro que extinguirá a relação cambiária; 
g)! São títulos de circulação. Uma de suas principais funções é possibilitar 
a circulação do crédito. 
 
TÍTULOS DE CRÉDITO
Principais características
Natureza essencialmente 
comercial.
São documentos formais.
São considerados bens móveis.
São títulos de apresentação.
Constituem títulos executivos 
extrajudiciais.
Representam obrigações 
quesíveis.
São títulos de resgate.
São títulos de circulação.
 
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4.3. Teoria da criação e teoria da emissão 
Existe certa divergência doutrinária acerca do momento em que nasce a 
obrigação cambial. Para os defensores da teoria da criação, a obrigação decorre 
da mera criação do título crédito, enquanto os adeptos da teoria da emissão 
defendem que a obrigação cambial apenas nasce coma entrega voluntária do 
título de crédito ao tomador (beneficiário). 
A aplicação prática se dá na disciplina dos casos em que o título de crédito é 
extraviado ou posto em circulação contra a vontade do sacador. Para a teoria da 
criação, como a obrigação cambial já havia nascido, nessas situações o sacador 
estará obrigado. Para a teoria da emissão, por outro lado, a obrigação ainda teria 
se aperfeiçoado, e por isso o sacador não assumiria, nesses casos, nenhuma 
obrigação. 
Considerando a redação do parágrafo único do art. 905, o Código Civil parece ter 
adotado a teoria da criação. O art. 896, porém, prevê que o título de crédito não 
poderá ser reivindicado do portador que o adquiriu de boa-fé. 
 
Art. 896. O título de crédito não pode ser reivindicado do portador que o adquiriu de boa-
fé e na conformidade das normas que disciplinam a sua circulação. 
[...] 
Art. 905. O possuidor de título ao portador tem direito à prestação nele indicada, mediante 
a sua simples apresentação ao devedor. 
Parágrafo único. A prestação é devida ainda que o título tenha entrado em circulação 
contra a vontade do emitente. 
 
5 – Classificação dos títulos de crédito 
5.1. Quanto à forma de transferência e circulação 
Esse critério diz respeito à forma como os títulos de crédito circulam, ou seja, 
como eles são transferidos de um titular para outro. Nesse sentido temos títulos 
ao portador, nominais à ordem, nominais não à ordem ou nominativos. 
 
TÍTULO AO PORTADOR 
É aquele que circula pela mera tradição, conforme previsão do art. 904 do Código 
Civil. 
 
Art. 904. A transferência de título ao portador se faz por simples tradição. 
 
Nessa modalidade de título não há a identificação expressa do credor, e por isso 
qualquer pessoa que esteja em sua posse assume a posição de titular do crédito. 
A simples transferência da cártula transfere a titularidade. 
 
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Entre os títulos próprios, o único emitido ao portador é o cheque de até R$100 
(cem reais), como veremos mais adiante. 
 
TÍTULO NOMINAL 
Este título identifica expressamente o credor. A transferência da titularidade do 
crédito não depende apenas da entrega do documento, sendo preciso, além disso, 
praticar um ato formal específico. Nos títulos nominais com cláusula “à ordem”, 
esse ato é o endosso, enquanto nos títulos nominais com cláusula “não à 
ordem”, esse ato é a cessão civil de crédito, a qual, como o próprio nome 
indica, submete-se ao regime jurídico civil. 
Aqui vale mencionar o art. 910 do Código Civil, que prevê a figura do endosso. 
 
Art. 910. O endosso deve ser lançado pelo endossante no verso ou anverso do próprio 
título. 
§ 1o Pode o endossante designar o endossatário, e para validade do endosso, dado no verso 
do título, é suficiente a simples assinatura doendossante. 
§ 2o A transferência por endosso completa-se com a tradição do título. 
§ 3o Considera-se não escrito o endosso cancelado, total ou parcialmente. 
 
A maior parte dos títulos próprios são da modalidade nominal “à ordem”, a 
exemplo das letras de câmbio, duplicatas, cheques e notas promissórias. 
 
TÍTULO NOMINATIVO 
Esse título é emitido em favor de pessoa determinada, cujo nome consta de 
registro específico mantido pelo emitente do título. A transferência neste caso 
depende de termo específico nesse registro, que deve ser assinado pelo emitente 
e pelo adquirente do título. 
 
Art. 921. É título nominativo o emitido em favor de pessoa cujo nome conste no registro 
do emitente. 
Art. 922. Transfere-se o título nominativo mediante termo, em registro do emitente, 
assinado pelo proprietário e pelo adquirente. 
 
5.2. Quanto ao modelo 
Segundo este critério temos os títulos de modelo livre e os de modelo vinculado. 
 
TÍTULO DE MODELO LIVRE 
A lei não estabelece uma padronização obrigatória, e por isso esse título pode ser 
emitido sem uma forma específica preestabelecida. É o caso da letra de câmbio 
 
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de da nota promissória, que podem ser emitidos numa simples folha de papel, 
desde que nela constem os requisitos essenciais desses títulos. 
 
TÍTULO DE MODELO VINCULADO 
Neste caso há uma rigorosa padronização estabelecida por lei específica, e 
somente haverá a produção de efeitos se a produção do título obedecer a esses 
padrões. É o que ocorre com o cheque e com a duplicata. 
 
5.3. Quanto à estrutura 
Segundo este critério os títulos de crédito podem constituir ordens de pagamento 
ou promessas de pagamento. 
 
TÍTULO QUE SE ESTRUTURA COMO ORDEM DE PAGAMENTO 
Caracteriza-se por estabelecer três situações jurídicas distintas a partir da sua 
emissão: em primeiro lugar temos a figura do sacador, que emite o título, ou 
seja, ordena o pagamento. Em segundo lugar temos o sacado, contra quem o 
título é emitido, ou seja, a pessoa que recebe a ordem de pagamento. Em terceiro 
lugar temos tomador (ou beneficiário), em favor de quem o título é emitido, 
ou seja, a pessoa a quem o sacado deve pagar, em obediência à ordem emitida 
pelo sacador. 
Os principais exemplos de títulos que se estruturam como ordens de pagamento 
são o cheque, a duplicata e a letra de câmbio. 
 
TÍTULO QUE SE ESTRUTURA COMO PROMESSA DE PAGAMENTO 
Neste caso há apenas duas situações jurídicas: de um lado temos a figura do 
sacador ou promitente, que promete pagar determinada quantia; e do outro 
temos o tomador, beneficiário da promessa, que receberá o valor prometido. 
O principal exemplo de título que configura promessa de pagamento é a nota 
promissória. 
 
5.4. Quanto às hipóteses de emissão 
Segundo este critério temos os títulos causais e os títulos abstratos. 
 
TÍTULO CAUSAL 
Somente pode ser emitido nas hipóteses em que a lei autoriza. É o caso a 
duplicata, que somente pode ser emitida por ocasião da celebração de um 
contrato de compra e venda ou de prestação de serviços. 
 
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TÍTULO ABSTRATO 
Sua emissão não está condicionada a nenhuma causa estabelecida em lei. É o 
caso do cheque, que pode ser emitido em razão de qualquer relação negocial. 
Tome cuidado aqui para não confundir essa abstração com o subprincípio 
relacionado à autonomia dos títulos de crédito, que estudamos anteriormente. 
 
6 – Títulos de crédito em espécie 
Estudaremos agora os principais títulos de crédito próprios, ou seja, que têm 
disciplina legal específica: letra de câmbio, nota promissória, cheque e duplicata. 
De longe, também são os que mais aparecem em provas de concursos. 
 
6.1. Letra de câmbio 
É considerada o mais antigo dos títulos de crédito, tendo sua origem registrada 
nas cidades mercantis italianas na época do renascimento. Normalmente 
utilizamos o termo câmbio para nos referir à troca de uma moeda por outra, e as 
derivações da palavra terminaram sendo incorporadas ao Direito Comercial em 
seus estudos sobre os títulos de crédito, em razão da popularidade da letra de 
câmbio. 
A organização comercial italiana medieval era caracterizada pelo alto grau de 
autonomia de cada cidade, e isso levou ao desenvolvimento de moedas próprias, 
o que, por sua vez, levou ao desenvolvimento das operações de câmbio entre os 
comerciantes que viajavam entre as diferentes localidades. 
Quando um comerciante deixava uma cidade e se dirigia a outra, não era 
conveniente que levasse a moeda que acumulou, já que esta não valeria no seu 
destino. A prática adotada, então, foi a seguinte: quando um comerciante saía 
de uma cidade para outra, trocava todo o seu dinheiro com um banqueiro, que 
lhe entregava uma carta (littera cambii), ordenando que outro banqueiro pagasse 
a quantia nela fixada ao seu portador. 
Na praxe comercial brasileira a letra de câmbio nunca foi popular, tendo sido ao 
longo do tempo substituída por outros títulos, notadamente a duplicata. 
Entretanto, os doutrinadores apontam utilidade em seu estudo, pois se trata de 
um título de crédito bastante completo em sua estrutura, permitindo demonstrar 
a prática dos diversos atos cambiais. 
 
6.1.1. Saque 
A letra de câmbio é um título que adota a estrutura de ordem de pagamento, e, 
por conseguinte, gera três situações jurídicas distintas: a do sacador, que emite 
a ordem; a do sacado, a quem a ordem se destina; e a do tomador, que é o 
beneficiário da ordem. Desde já é importante salientar que não é necessário que 
essas três posições sejam ocupadas por três pessoas diferentes. 
 
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A Lei Uniforme admite que a letra seja sacada à ordem do próprio sacador 
(sacador e tomador são a mesma pessoa), sobre o próprio sacador (sacador e 
sacado são a mesma pessoa) ou ainda por ordem e conta de terceiro (as posições 
são ocupadas por três pessoas distintas). 
A partir de agora veremos alguns dispositivos da Lei Uniforme, que nos indicam 
os requisitos básicos para o saque da letra de câmbio. 
 
Art. 1º. A letra contém: 
1. a palavra "letra" inserta no próprio texto do título e expressa na língua empregada para 
a redação desse título; 
2. o mandato puro e simples de pagar uma quantia determinada; 
3. o nome daquele que deve pagar (sacado); 
4. a época do pagamento; 
5. a indicação do lugar em que se deve efetuar o pagamento; 
6. o nome da pessoa a quem ou à ordem de quem deve ser paga; 
7. a indicação da data em que, e do lugar onde a letra é passada; 
8. a assinatura de quem passa a letra (sacador). 
Art. 2º. O escrito em que faltar algum dos requisitos indicados no artigo anterior não 
produzirá efeito como letra, salvo nos casos determinados nas alíneas seguintes: 
A letra em que se não indique a época do pagamento entende-se pagável à vista. 
Na falta de indicação especial, o lugar designado ao lado do nome do sacado considera-se 
como sendo o lugar do pagamento, e, ao mesmo tempo, o lugar do domicilio do sacado. 
A letra sem indicação do lugar onde foi passada considera-se como tendo-o sido no lugar 
designado, ao lado do nome do sacador. 
 
Chamo sua atenção para o item 2 do art. 1o, que proíbe que o pagamento da 
letra seja condicionado a algum outro evento. Tal regra decorre do princípio da 
autonomia, segundo o qual o título de crédito se desvincula da relação jurídica 
que lhe deu origem. 
Quanto ao valor da letra, deve ser mencionada a moeda de pagamento. No Brasil, 
por força do art. 1o, II, do Decreto n. 2.044/1908, as letras de câmbio devem ser 
pagas sempre em moeda nacional. É possível ainda a emissão de letra com 
indexação, desde que o índice seja conhecido e de ampla utilização naprática 
comercial. 
Apesar de todos os requisitos da Lei Uniforme, o Código Civil e a jurisprudência 
dos Tribunais Superiores admitem a emissão de letra de câmbio (e de qualquer 
outro título de crédito) em branco ou incompleta. 
 
Art. 891. O título de crédito, incompleto ao tempo da emissão, deve ser preenchido de 
conformidade com os ajustes realizados. 
 
 
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Súmula 387 do STF 
A cambial emitida ou aceita com omissões, ou em branco, pode ser completada pelo credor 
de boa-fé antes da cobrança ou do protesto. 
 
Apesar de todos os requisitos da Lei Uniforme, o Código Civil 
e a jurisprudência dos Tribunais Superiores admitem a 
emissão de letra de câmbio (e de qualquer outro título de 
crédito) em branco ou incompleta. 
 
É muito importante também a identificação precisa do título. Somente dessa 
forma será possível definir qual o regime jurídico aplicável à obrigação por ele 
representada. 
Vejamos agora o que diz o art. 11 da Lei Uniforme. 
 
Art. 11. Toda letra de câmbio, mesmo que não envolva expressamente a cláusula à ordem, 
é transmissível por via de endosso. 
Quando o sacador tiver inserido na letra as palavras "não à ordem", ou uma expressão 
equivalente, a letra só é transmissível pela forma e com os efeitos de uma cessão ordinária 
de créditos. 
O endosso pode ser feito mesmo a favor do sacado, aceitando ou não, do sacador, ou de 
qualquer outro coobrigado. Estas pessoas podem endossar novamente a letra. 
 
Nos títulos de crédito próprios (letra de câmbio, cheque, duplicata e nota 
promissória) considera-se implícita a cláusula “à ordem”, que admite sua 
circulação por meio de endosso. Por outro lado, nada impede que conste no título 
a cláusula “não à ordem”, caso em que a letra somente poderá ser cedida pela 
forma e com os efeitos de uma cessão ordinária de créditos. 
A identificação do sacado também é um item muito importante, e deve ser feita 
de forma precisa. A simples indicação do nome da pessoa, por exemplo, pode ser 
perigosa, sendo recomendável a inscrição do número de um documento de 
identificação. Exige-se ainda a identificação do tomador, o que, em tese, 
impediria a emissão de letra de câmbio ao portador, apesar de, como já vimos, 
o STF admitir a emissão de letra de câmbio incompleta ou em branco. 
 
Art. 9º. O sacador é garante tanto da aceitação como do pagamento de letra. O sacador 
pode exonerar-se da garantia da aceitação; toda e qualquer cláusula pela qual ele se 
exonere da garantia do pagamento considera-se como não escrita. 
 
A assinatura do sacador da letra é fundamental, pois, se o sacado não a aceitar 
a recusar-se a pagar o valor devido ao tomador, este poderá voltar-se contra o 
sacador, já que ele assume a posição de garante. 
 
 
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6.1.2. Aceite 
O aceite é o ato por meio do qual o sacado admite que fará o pagamento ordenado 
por meio da letra de câmbio. Isso se dá com a aposição no próprio título da 
expressão “aceito” ou “aceitamos”, seguida da assinatura do sacado ou de seu 
procurador. 
Por mais que seja facultativo (já que o sacado inicialmente não está envolvido na 
relação entre o sacador e o tomador), o aceite é um ato irretratável. Se o sacado 
decidir recusar o aceite, porém, não precisará fornecer justificativa. Este fato 
gera o vencimento antecipado do título, além da possibilidade de o tomador 
voltar-se contra o sacador, em razão da sua posição de garante do direito de 
crédito. 
 
Apesar de ser facultativo para o sacado, o aceite da letra 
de câmbio é um ato irretratável. 
 
Art. 26. O aceite é puro e simples, mas o sacado pode limitá-lo a uma parte da importância 
sacada. 
Qualquer outra modificação introduzida pelo aceite no enunciado da letra equivale a uma 
recusa de aceite. O aceitante fica, todavia, obrigado nos termos do seu aceite. 
 
É possível ainda que o sacado aceite a letra parcialmente, ou, olhando por outro 
lado, a recuse parcialmente. Neste caso também haverá o vencimento antecipado 
do título, e o tomador poderá cobrar do sacador o valor total da letra. 
O aceite parcial poderá ser limitativo, quando o sacado aceita apenas parte do 
valor do título; ou modificativo, quando o sacado altera alguma condição do 
pagamento, como, por exemplo, a data do vencimento. 
 
Art. 22. O sacador pode, em qualquer letra, estipular que ela será apresentada ao aceite, 
com ou sem fixação de prazo. 
Pode proibir na própria letra a sua apresentação ao aceite, salvo se se tratar de uma letra 
pagável em domicilio de terceiro, ou de uma letra pagável em localidade diferente da do 
domicílio do sacado, ou de uma letra sacada a certo termo de vista. 
O sacador pode também estipular que a apresentação ao aceite não poderá efetuar-se antes 
de determinada data. 
Todo endossante pode estipular que a letra deve ser apresentada ao aceite, com ou sem 
fixação de prazo, salvo se ela tiver sido declarada não aceitável pelo sacador. 
 
Você deve ter percebido que, ao emitir uma letra de câmbio, o sacador fica “na 
mão” do sacado, assumindo o risco de uma recusa, que ocasionará o vencimento 
antecipado do título. Há, porém, uma forma específica à disposição do sacador 
para que fique protegido. Estamos falando da aposição da cláusula não 
aceitável, segundo a qual o tomador fica obrigado a só procurar o sacado para 
 
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o aceite no dia do vencimento. Neste caso não haverá o vencimento antecipado 
do título, mesmo que o sacado recuse o aceite. 
A cláusula não aceitável, porém, não é admitida na letra de câmbio a certo termo 
da vista, uma vez que nestas a contagem do prazo para o vencimento somente 
se inicia a partir do aceite. 
 
6.1.3. Vencimento 
Uma vez aposto o aceite, a letra de câmbio se torna exigível a partir do seu 
vencimento. Aqui devemos fazer a distinção entre quatro diferentes modalidades 
de letras: 
a)!A letra com dia certo é a que vence em data estabelecida pelo sacador; 
b)!A letra à vista é a que tem seu vencimento no dia da apresentação do 
título ao sacado; 
c)! A letra a certo termo da vista vence após um determinado prazo, 
estipulado pelo sacador no momento da emissão, que começa a correr a 
partir do aceite do título. Neste caso a letra deve ser apresentada para 
aceite no prazo estabelecido. Se não houver prazo, a lei determina que este 
será de 1 ano; 
d)!A letra a certo termo da data também vence após um determinado praz 
estipulado pelo sacador, mas este é contado a partir da própria emissão 
(saque). 
Uma vez dado o aceite, a letra de câmbio deve ser imediatamente devolvida ao 
tomador, que poderá exigir o pagamento no vencimento, a depender da 
modalidade adotada. Se estivermos falando de uma letra à vista, ela poderá ser 
apresentada diretamente para pagamento, já que os dois atos (aceite e 
pagamento) terminam sendo praticados ao mesmo tempo. 
 
 
fonte:http://rbxjuridico.blogspot.com.br 
 
 
d
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6.2. Nota promissória 
A nota promissória, como você já sabe, configura uma promessa de pagamento, 
e por isso dá origem a duas situações jurídicas: a do sacador ou promitente 
(chamado da Lei Uniforme de subscritor), e a do tomador (que receberá 
importância prometida). 
 
6.2.1. Saque 
Os requisitos essenciais da nota promissória estão previstos no art., 75 da Lei 
Uniforme. 
 
Art. 75. A nota promissória contém: 
1. denominação "nota promissória" inserta no próprio texto do título e expressa na língua 
empregada para a redação desse título; 
2. a promessa pura e simples de pagar uma quantia determinada; 
3. aépoca do pagamento; 
4. a indicação do lugar em que se efetuar o pagamento; 
5. o nome da pessoa a quem ou à ordem de quem deve ser paga; 
6. a indicação da data em que e do lugar onde a nota promissória é passada; 
7. a assinatura de quem passa a nota promissória (subscritor). 
 
Aqui também valem algumas das observações que fizemos ao estudar a letra de 
câmbio: 
i. A nota pode ser emitida em branco ou incompleta (Súmula 387 do STF); 
ii. A cláusula “à ordem” é implícita, o que não impede que seja aposta a cláusula 
“não à ordem”; 
iii. A identificação do devedor principal (subscritor ou sacador) deve ser feita de 
forma precisa; 
iv. A Lei Uniforme exige a identificação do tomador, o que, em tese, significaria 
que não é possível emissão de nota promissória ao portador; 
v. A promessa de pagamento deve ser incondicional; 
vi. Se não houver menção à data do pagamento a nota promissória será 
considerada à vista. 
 
6.2.2. Regime jurídico 
Como a nota promissória é uma promessa de pagamento, não há que se falar em 
aceite. Não faria sentido algum que o próprio promitente tivesse que aceitar a 
 
b
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promessa, não é mesmo!? Por estranho que pareça, porém, a Lei Uniforme prevê 
a possibilidade de emissão de nota promissória a certo termo da vista. 
 
Art. 78. O subscritor de uma nota promissória é responsável da mesma forma que o 
aceitante de uma letra. 
As notas promissórias pagáveis a certo termo de vista devem ser presentes ao visto dos 
subscritores nos prazos fixados no artigo 23. O termo de vista conta-se da data do visto 
dado pelo subscritor. A recusa do subscritor a dar o seu visto é comprovada por um protesto 
(artigo 25), cuja data serve de início ao termo de vista. 
 
Nesta modalidade, portanto, o título deverá ser levado ao visto do subscritor no 
prazo de 1 ano contado da sua emissão. Após o visto do subscritor, começará 
então a correr o prazo estipulado no momento da emissão. 
 
6.2.3. A nota promissória e os contratos bancários 
Diferentemente da letra de câmbio, que praticamente não existe mais no Brasil, 
a nota promissória ainda é usada com moderada frequência, principalmente para 
garantir contratos bancários. 
Nestes casos, porém, é comum que a nota promissória adquira certas 
peculiaridades. A principal delas é a expressa vinculação do título ao 
contrato que lhe deu origem, o que mitiga a sua abstração/autonomia, 
permitindo que o devedor alegue contra um eventual terceiro endossatário as 
exceções fundadas na relação contatual que está atrelada ao título. 
Perceba aqui que estamos falando de uma mitigação do princípio da autonomia, 
mas não de sua aniquilação. Mesmo quando vinculada a determinado contrato, a 
nota promissória continua preservando seu caráter de título executivo, salvo se 
o contrato a que está ligada descaracterizar sua liquidez. 
 
PROCESSO CIVIL - RECURSO ESPECIAL - EXECUÇÃO - NOTA PROMISSÓRIA 
VINCULADA A CONTRATO DE CONFISSÃO DE DÍVIDA - EXECUTORIEDADE - 
PRECEDENTES. 
1 - Consoante entendimento desta Corte, o fato de achar-se a nota promissória 
vinculada a contrato não a desnatura como título executivo extrajudicial. 
2 - Recurso provido para determinar o regular prosseguimento da execução. 
REsp 259.819/PR, Rel. Min. Jorge Scartezzini, DJ 05.02.2007, p. 237. 
 
Você precisa ficar atento aqui, pois os contratos bancários que estamos 
mencionando aqui são notadamente os contratos de mútuo. No caso dos 
contratos de abertura de crédito, a lógica é outra. Como na abertura de crédito 
o banco apenas põe uma quantia à disposição do cliente, o STJ sempre entendeu 
que esse contrato não poderia ser considerado título executivo, já que a 
 
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liquidação do valor ficaria a critério exclusivo do banco. O máximo aqui seria a 
possibilidade de ajuizamento de uma ação monitória. 
As instituições bancárias, por conseguinte, tentaram dar mais segurança ao 
crédito concedido por meio desses contratos exigindo que o cliente assinasse nota 
promissória vinculada ao contrato. Mais uma vez, porém, o STJ adotou 
posicionamento no sentido de negar liquidez ao título, e por isso essas notas 
promissórias vinculadas a contratos de abertura de crédito não são consideradas 
títulos executivos. 
A solução para o problema dos bancos veio com a Lei n. 10.931/2004, que criou 
a cédula de crédito bancário, especificamente destinada a operacionalizar 
contratos bancários. 
 
Para o STJ, a nota promissória expressamente 
vinculada a contrato de mútuo bancário não perde sua 
característica de título executivo, mas a nota 
promissória vinculada a contrato de abertura de crédito é considerada ilíquida. 
 
Outro entendimento do STJ que vale a pena mencionar é o que diz respeito à 
chamada cláusula-mandato, que era muito comum nos contratos bancários até 
alguns anos atrás. Por meio dessa cláusula o cliente constituía a própria 
instituição financeira como sua procuradora, e esta, em caso de inadimplemento 
da obrigação, simplesmente emitia uma nota promissória em seu favor, sanando 
o problema da iliquidez. 
O STJ, mais uma vez, frustrou os interesses dos bancos, editando o enunciado 
60 da súmula de jurisprudência dominante. 
 
Súmula 60 do STJ 
É nula a obrigação cambial assumida por procurador do mutuário vinculado ao mutuante, 
no exclusivo interesse deste. 
 
 
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fonte: http://www.bortolotto.adv.br/ 
 
6.3. Cheque 
O cheque é uma ordem de pagamento à vista, emitida contra um banco em 
razão de fundos de que o emitente dispõe junto àquela instituição financeira. 
Trata-se de um título de modelo vinculado, que precisa ser emitido por meio do 
preenchimento de talonário específico, fornecido pelo banco, e sujeito a padrões 
fixados pelo Banco Central do Brasil. 
Além da Lei Uniforme do Cheque (Decreto n. 57.595/1966), o cheque atualmente 
é regido por lei específica, que cuida do regime jurídico a ele aplicável: trata-se 
da Lei n. 7.357/1985, conhecida como Lei do Cheque. 
 
6.3.1. Emissão e formalidades 
 
Art. 1º O cheque contém: 
I - a denominação ‘’cheque’’ inscrita no contexto do título e expressa na língua em que este 
é redigido; 
II - a ordem incondicional de pagar quantia determinada; 
III - o nome do banco ou da instituição financeira que deve pagar (sacado); 
IV - a indicação do lugar de pagamento; 
V - a indicação da data e do lugar de emissão; 
VI - a assinatura do emitente (sacador), ou de seu mandatário com poderes especiais. 
 
 
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A indicação do valor a ser pago deve ser feita de forma muito precisa, tanto com 
a indicação em algarismos quanto com a redação por extenso do montante. 
Havendo divergência, prevalece o valor mencionado por extenso. 
Considerando que o cheque é uma ordem de pagamento à vista, a data do saque 
deveria ser sempre aquela em que o título está sendo efetivamente emitido. No 
Brasil, porém, já há décadas é comum o uso do chamado cheque “pré-datado”, 
no qual o emitente indica data posterior para pagamento do título. 
O local que deve constar no cheque deve ser aquele em que o emitente se 
encontra no momento do preenchimento. Essa informação é muito importante, 
pois determinará o prazo de apresentação do título ao banco sacado. É comum, 
porém, que as pessoas preencham o local de acordo com a sua agência bancária, 
ainda que estejam em outra cidade ou estado. Neste caso prevalece a informação 
que consta no título. 
 
6.3.2. Características importantes 
Inicialmente é importante deixar claro que hoje o cheque nãoestá sujeito a 
limites no que se refere ao endosso. A legislação que regulamentava a malfadada 
CPMF trazia limitação, permitindo apenas um endosso, mas hoje o tributo não 
mais existe, e sua regulamentação não está mais em vigor. 
 
Hoje o cheque não está sujeito a limitações na quantidade 
possível de endossos. 
 
Art. 39 O sacado que paga cheque “à ordem’’ é obrigado a verificar a regularidade da série 
de endossos, mas não a autenticidade das assinaturas dos endossantes. A mesma obrigação 
incumbe ao banco apresentante do cheque a câmara de compensação. 
Parágrafo único. Ressalvada a responsabilidade do apresentante, no caso da parte final 
deste artigo, o banco sacado responde pelo pagamento do cheque falso, falsificado ou 
alterado, salvo dolo ou culpa do correntista, do endossante ou do beneficiário, dos quais 
poderá o sacado, no todo ou em parte, reaver a que pagou. 
 
O banco tem o dever legal de verificar a regularidade da cadeia de endossos, mas 
obviamente não é capaz de certificar a autenticidade de todas as assinaturas 
apostas, já que não tem necessariamente registros de todos os endossantes. A 
única assinatura que o banco tem condições e a obrigação de conferir é a do 
emitente, o que é feito a partir de análise do cartão de autógrafo do correntista. 
Apesar da clareza do disposto no art. 39 da Lei do Cheque, o STJ já reconheceu, 
algumas ocasiões, a obrigação de o banco analisar a legitimidade do endossante. 
 
 
 
 
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DIREITO COMERCIAL E DIREITO PROCESSUAL CIVIL. CHEQUE. PAGAMENTO 
INDEVIDO A TERCEIRO. ACEITAÇÃO DE FALSO ENDOSSO. ART. 39 DA LEI N.º 
7.357/85 (LEI DO CHEQUE). DANOS AO CLIENTE TITULAR DO CHEQUE. 
RESPONSABILIDADE DO BANCO. PRECEDENTE DA SEGUNDA SEÇÃO. MULTA DO 
ART. 538, PARÁGRAFO ÚNICO DO CPC. FUNDAMENTAÇÃO IMPRESCINDÍVEL PARA 
SUA APLICAÇÃO. MANUTENÇÃO PRECEDENTES DA SEGUNDA SEÇÃO. 
- O banco que recebe o cheque endossado está obrigado a verificar a regularidade 
da série de endossos, aí incluído a legitimidade dos endossantes. Precedente da 
segunda seção. 
- Uma das funções precípuas de um banco é o cuidado com os valores e documentos de 
seus clientes, por isso os cheques destes devem ser manejados com extremo cuidado pelo 
banco. 
- A exemplo de protesto indevido de título, a autuação fiscal de empresa, com suspeita de 
sonegação fiscal e fraude decorrente da falsificação de guias de recolhimento de tributos, 
por culpa do banco que não efetua corretamente o pagamento de tributo devido ao Fisco, 
é causa de abalo à imagem da empresa perante o mercado. 
- A jurisprudência das Turmas que compõem a 2.ª Seção, quanto à imposição da multa do 
art. 538, parágrafo único do CPC, reputa imprescindível a fundamentação do juízo 
condenatório. Recurso especial não conhecido. 
REsp 605.088/MT, Rel. Min. Nancy Adrighi, Rel. p/ Acórdão Min. Antônio de Pádua Ribeiro, 
DJ 28.06.2004, p/ 182. 
 
Outro aspecto que merece ser mencionado é a possibilidade de emissão de 
cheque ao portador, desde que limitado ao valor de R$100 (cem reais). Cheques 
acima desse valor devem ser emitidos nominalmente, lembrando, mais uma vez, 
que o STF admite a emissão de títulos de crédito em branco ou incompletos, que 
devem ser complementados pelo tomador na hora da apresentação. 
Quanto à autonomia do cheque, é entendimento do STJ que esta não deve ser 
entendida de forma absoluta, permitindo-se que, em alguns casos, o devedor 
discuta a causa debendi. 
 
Cheque. Vinculação a contrato de compra e venda. Possibilidade de exame da 
causa do débito. Fundamentação que permanece suficiente para a manutenção do 
julgado. 
1. Se o cheque foi dado em garantia, "deve ser admitida a investigação da causa debendi" 
(REsp nº 111.154/DF, da minha relatoria, DJ de 19/12/97; no mesmo sentido: REsp nº 
43.513/SP, Relator o Ministro Aldir Passarinho Junior, DJ de 15/4/02; REsp nº 434.433/MG, 
Relator o Ministro Aldir Passarinho Junior, DJ de23/6/03). 
2. O acórdão, no caso, está subordinado a dois fundamentos que permanecem fortes, a 
saber, a ausência de pedido para que fosse efetuada a compensação e a ausência de "prova 
do acolhimento da reclamatória nem do valor de possível condenação" (fl. 101). Esses 
fundamentos são suficientes para manter o julgado, tornando hígido aquele cheque que 
estaria vinculado ao negócio de compra e venda. 
3. Recurso especial não conhecido. 
REsp 659.327/MG, Rel. Min. Carlos Alberto Menezes Direito, DJ 30.04.2007, p. 310. 
 
 
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Mais uma vez aqui devemos destacar a previsão da cláusula “à ordem” implícita, 
o que admite, como regra geral, sua circulação mediante endosso. Nada impede, 
porém, que o emitente aponha a cláusula “não à ordem”, o que proibirá o 
endosso, restando apenas a possibilidade de cessão civil do crédito. 
O STJ também já decidiu em diversas ocasiões que os estabelecimentos 
comerciais não são obrigados a aceitar pagamentos por meio de cheque. Por 
outro lado, se aceita o meio de pagamento, não pode haver discriminação 
injustificada de clientes. 
 
Civil. Recurso Especial. Ação de indenização por danos materiais e morais. 
Embargos de declaração. Omissão, contradição ou obscuridade. Não ocorrência. 
Recusa indevida de cheque. Alegação de que não há provisão de fundos. 
Configuração de danos morais. Compra realizada por outra forma de pagamento. 
Irrelevância. 
- Após recusa da sociedade empresária em receber cheque emitido pelo consumidor, sob o 
falso argumento de que não havia provisão de fundos, o pagamento da mercadoria foi 
efetuado mediante cartão de débito em conta corrente. 
- Embora o cheque não seja título de crédito de aceitação compulsória no exercício 
da atividade empresarial, a sociedade empresária, ao possibilitar, inicialmente, o 
pagamento de mercadoria por meio desse título, renunciou sua mera faculdade de 
aceitação e se obrigou a demonstrar justa causa na recusa, sob pena de violação 
ao princípio da boa-fé objetiva. 
- Na hipótese julgada, não foi demonstrada justa causa para a recusado cheque, sobretudo 
porque na data da emissão deste havia provisão de fundos em conta corrente, bem como o 
nome da recorrente não estava inscrito em cadastros de proteção ao crédito. 
- Dessarte, a recusa indevida de cheque, sob a alegação inverídica de que não há provisão 
de fundos, ocasiona danos morais in re ipsa. Ademais, a utilização de outra forma de 
pagamento e a posterior realização do negócio jurídico não ilidiram a conduta ilícita já 
consumada. Recurso especial provido. 
REsp 981.583/PR, Rel. Min. Nancy Andrighi, 3a Turma, j. 23.03.2010, DJe 01.07.2010. 
 
6.3.3. Cheque “pré-datado” 
O cheque “pré-datado”, como todos sabemos, subverte a própria definição de 
cheque como ordem de pagamento à vista, mas terminou se tornando prática 
comum no brasil, especialmente em razão da forma pouco burocrática como um 
cheque pode ser emitido. Alguns doutrinadores dizem que a expressão mais 
adequada seria cheque “pós-datado”, mas essa discussão é inócua. 
 
Art. 32 O cheque é pagável à vista. Considera-se não-estrita qualquer menção em 
contrário. 
Parágrafo único - O cheque apresentado para pagamento antes do dia indicado como data 
de emissão é pagável no dia da apresentação. 
 
 
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A Lei do Cheque, como podemos ver, é bastante rigorosa ao assegurar o caráter 
de ordem de pagamento à vista do cheque, simplesmente desconsiderando 
qualquer menção em outro sentido que conste na cártula. 
Em suma, um cheque, ainda que grafado com data futura, pode ser apresentado 
a qualquer momento, e o banco será obrigado a honrar a ordem recebida. 
Todavia, isso não significa que haja consequências jurídicasem relação àquele 
que descumpriu acordo comercial, apresentando o cheque antes do acordado. 
Segundo a jurisprudência do STJ, essa apresentação antecipada do cheque 
configura quebra de acordo, podendo ensejar responsabilidade civil. 
 
Civil. Recurso especial. Cheque pré-datado. Apresentação antes do prazo. 
Compensação por danos morais. 
- Não ataca o fundamento do acórdão o recurso especial que discute apenas a natureza 
jurídica do título cambial emitido e desconsidera o posicionamento do acórdão a respeito da 
existência de má-fé na conduta de um dos contratantes. 
- A apresentação do cheque pré-datado antes do prazo estipulado gera o dever de 
indenizar, presente, como no caso, a devolução do título por ausência de provisão 
de fundos. Recurso especial não conhecido. 
REsp 707.272/PB, Rel. Min. Nancy Andrighi, DJ 21.03.2005, p. 382. 
 
Consolidado esse entendimento, foi aprovado o enunciado 370 da súmula de 
jurisprudência dominante do STJ. Na mesma época foi aprovado também o 
enunciado 388, que traz uma definição interessante de dano moral aplicada ao 
contexto das transações com cheque. 
 
Súmula 370 do STJ 
Caracteriza dano moral a apresentação antecipada de cheque pré-datado. 
 
Súmula 388 do STJ 
A simples devolução indevida de cheque caracteriza dano moral. 
 
Vale salientar ainda que o “acordo de pré-datação” vincula apenas as partes que 
fizeram o negócio. Se um terceiro de boa-fé recebe cheque pré-datado e o 
apresenta ao banco antes da data acordada entre emitente e tomador, não há 
que se falar em dano moral. 
 
6.3.4. Modalidades de cheque 
Existem algumas modalidades de cheque que vale a pena conhecermos e que 
aparecem em provas de concursos. 
 
 
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Art. 44 O emitente ou o portador podem cruzar o cheque, mediante a aposição de dois 
traços paralelos no anverso do título. 
§ 1º O cruzamento é geral se entre os dois traços não houver nenhuma indicação ou existir 
apenas a indicação ‘’banco’’, ou outra equivalente. O cruzamento é especial se entre os dois 
traços existir a indicação do nome do banco. 
§ 2º O cruzamento geral pode ser convertida em especial, mas este não pode converter-se 
naquele. 
§ 3º A inutilização do cruzamento ou a do nome do banco é reputada como não existente. 
Art. 45 O cheque com cruzamento geral só pode ser pago pelo sacado a banco ou a cliente 
do sacado, mediante crédito em conta. O cheque com cruzamento especial só pode ser pago 
pelo sacado ao banco indicado, ou, se este for o sacado, a cliente seu, mediante crédito em 
conta. Pode, entretanto, o banco designado incumbir outro da cobrança. 
§ 1º O banco só pode adquirir cheque cruzado de cliente seu ou de outro banco. Só pode 
cobrá-lo por conta de tais pessoas. 
§ 2º O cheque com vários cruzamentos especiais só pode ser pago pelo sacado no caso de 
dois cruzamentos, um dos quais para cobrança por câmara de compensação. 
§ 3º Responde pelo dano, até a concorrência do montante do cheque, o sacado ou o banco 
portador que não observar as disposições precedentes. 
 
Primeiramente temos o cheque cruzado. Quando o emitente apõe dois traços 
paralelos no anverso (frente) do título, haverá uma regra especial acerca do 
pagamento do cheque: o pagamento somente poderá ser efetuado a um banco 
ou a um cliente do banco, mediante crédito em conta, o que evita, 
consequentemente, o desconto do cheque na “boca do caixa”. 
O art. 44 prevê o cruzamento geral, quando apenas são apostos ou dois traços 
ou quando entre os dois traços menciona-se apenas a expressão “banco”; e 
também o cruzamento especial, quando entre os traços for mencionado um 
banco específico, pelo seu nome ou pelo número de registro junto ao Banco 
Central. Neste segundo caso o cheque somente poderá ser pago ao banco 
identificado ou a um cliente seu, mediante crédito em conta corrente. 
 
Art. 7º Pode o sacado, a pedido do emitente ou do portador legitimado, lançar e assinar, 
no verso do cheque não ao portador e ainda não endossado, visto, certificação ou outra 
declaração equivalente, datada e por quantia igual à indicada no título. 
 
Aqui temos a menção ao cheque visado, em que o banco confirma, mediante 
assinatura no verso do título, a existência de fundos suficientes para pagamento. 
Pela regra do art. 7o, somente pode receber o visto o cheque que ainda não tenha 
sido endossado. 
No momento em que apõe o visto, o banco garante o pagamento durante o prazo 
de apresentação, e obrigando-se a reservar os valores respectivos durante esse 
período. Por outro lado, o visto não implica em aceite por parte do banco, nem 
exonera o emitente e eventuais codevedores (endossantes, por exemplo) de 
responsabilidade pelo pagamento. 
 
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Art. 9º O cheque pode ser emitido: 
I - à ordem do próprio sacador; 
II - por conta de terceiro; 
III - contra o próprio banco sacador, desde que não ao portador. 
 
O cheque emitido pelo próprio banco contra si é o chamado cheque 
administrativo. Neste caso o banco assume ao mesmo tempo as posições de 
emitente e sacado. 
Esta modalidade de cheque cumpre um papel de segurança interessante no 
mercado, relacionado a transações envolvendo quantias mais altas. Como o 
cheque foi emitido pelo próprio banco, o credor tem muito mais segurança de 
que haverá fundos para honrar o pagamento. 
 
Art. 46 O emitente ou o portador podem proibir que o cheque seja pago em dinheiro 
mediante a inscrição transversal, no anverso do título, da cláusula ‘’para ser creditado em 
conta’’, ou outra equivalente. Nesse caso, o sacado só pode proceder a lançamento contábil 
(crédito em conta, transferência ou compensação), que vale como pagamento. O depósito 
do cheque em conta de seu beneficiário dispensa o respectivo endosso. 
§ 1º A inutilização da cláusula é considerada como não existente. 
 
Este é o chamado cheque para se creditado em conta. Neste caso o sacado 
não pode pagar em dinheiro em razão da proibição anotada na frente do título, 
que pode consistir na expressão “para ser creditado em conta” ou na informação 
do número da conta do beneficiário” entre os traços do cruzamento. Neste caso 
o pagamento somente poderá ser feito mediante lançamento contábil (crédito em 
conta, transferência ou compensação). 
 
6.3.5. Sustação de cheque 
 
Art. 35 O emitente do cheque pagável no Brasil pode revogá-lo, mercê de contra-ordem 
dada por aviso epistolar, ou por via judicial ou extrajudicial, com as razões motivadoras do 
ato. 
Modalides de 
cheque
Cheque cruzado
Cruzamento geral (em branco)
Cruzamento especial (em preto)
Cheque visado
Cheque administrativo
Cheque para ser creditado 
em conta
 
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Parágrafo único - A revogação ou contra-ordem só produz efeito depois de expirado o 
prazo de apresentação e, não sendo promovida, pode o sacado pagar o cheque até que 
decorra o prazo de prescrição, nos termos do art. 59 desta Lei. 
Art. 36 Mesmo durante o prazo de apresentação, o emitente e o portador legitimado podem 
fazer sustar o pagamento, manifestando ao sacado, por escrito, oposição fundada em 
relevante razão de direito. 
§ 1º A oposição do emitente e a revogação ou contra-ordem se excluem reciprocamente. 
§ 2º Não cabe ao sacado julgar da relevância da razão invocada pelo oponente. 
 
O pagamento do cheque pode ser “sustado” pelo seu emitente em dois casos. NO 
caso da contra-ordem, temos a necessidade de um documento escrito, judicial 
ou extrajudicial, na qual devem ser explicitados os motivos. Esta modalidade de 
sustação somente produz efeitos depois de expirado o prazo de apresentação. 
A sustação do art. 36, por outro lado, pode ser manejada mesmo duranteesse 
período, por meio da manifestação de oposição do emitente junto ao sacado 
(banco). A lei proíbe ainda que o sacado analise a relevância das razões 
apresentadas pelo emitente. 
 
Na sustação por oposição, a Lei do Cheque determina que 
não cabe ao banco analisar a relevância das razoes 
apresentadas pelo emitente. 
 
Por outro lado, o prejudicado obviamente pode buscar a responsabilização do 
emitente que invoca a oposição para eximir-se de cumprir suas obrigações. Era 
comum na prática comercial que, em razão de cheques não honrados, o credor 
se dirigisse à autoridade policial para oferecer notícia crime de estelionato (art. 
171, §2o do Código Penal). Tal prática, porém, foi descontinuada em razão de 
decisões do STJ no sentido de que o cheque pré-datado é uma garantia de dívida, 
o que afastaria a possibilidade de enquadramento da conduta no crime 
mencionado. 
 
RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. ESTELIONATO. REVOGAÇÃO DA 
PRISÃO PREVENTIVA. EMISSÃO DE CHEQUE PRÉ-DATADO. ATIPICIDADE DA 
CONDUTA. ORDEM CONCEDIDA DE OFÍCIO PARA TRANCAR A AÇÃO PENAL. 
1. Em que pese o pedido do recorrente se restringir a revogação da prisão preventiva por 
ausência dos requisitos que autorizam a segregação cautelar, percebe-se, conforme pacífica 
jurisprudência desta Corte, que a emissão de cheque pré-datado descaracteriza a cártula 
de um título de pagamento à vista, transformando-a numa garantia de dívida. Atipicidade 
da conduta. 
2. Recurso conhecido para conceder, de ofício a ordem, para trancar a ação penal. 
RHC 16.880/PB, Rel. Min. Hélio Quaglia Barbosa, DJ 24.10.2005, p. 381. 
 
 
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6.3.6. Prazo de apresentação 
 
Art. 33 O cheque deve ser apresentado para pagamento, a contar do dia da emissão, no 
prazo de 30 (trinta) dias, quando emitido no lugar onde houver de ser pago; e de 60 
(sessenta) dias, quando emitido em outro lugar do País ou no exterior. 
Parágrafo único - Quando o cheque é emitido entre lugares com calendários diferentes, 
considera-se como de emissão o dia correspondente do calendário do lugar de pagamento. 
 
O prazo de apresentação é aquele durante o qual se deve levar o cheque para 
pagamento junto à instituição financeira. Tome cuidado aqui, pois o prazo de 
apresentação não se confunde com o prazo de prescrição do título. O prazo de 
apresentação na realidade funciona de forma muito semelhante ao prazo de 
protesto nos demais títulos, destinando-se principalmente a assegurar o 
direito de execução contra os codevedores do título, nos termos do art. 47, 
II da Lei do Cheque. 
O prazo de apresentação é contado sempre a partir da data de emissão, e será 
de 30 dias se o cheque for da mesma praça, e de 60 dias se estivermos falando 
de praças diferentes. 
Em outras palavras, o beneficiário do cheque, passado esse período, ainda poderá 
liquidar o título normalmente, mas não poderá mais executar endossantes, que, 
à luz da legislação, são considerados, como regra geral, codevedores. 
Devemos ainda mencionar um caso específico, em que o a perda do prazo de 
apresentação gera a perda do direito de executar não apenas os codevedores, 
mas também o próprio emitente do cheque. Isso ocorrerá quando o emitente 
puder comprovar que tinha fundos suficientes durante o prazo de apresentação, 
mas deixou de tê-los por motivos alheios à sua vontade. A previsão legal 
encontra-se no §3o do art. 47 da Lei do Cheque. 
 
Art. 47 Pode o portador promover a execução do cheque: 
I - contra o emitente e seu avalista; 
II - contra os endossantes e seus avalistas, se o cheque apresentado em tempo hábil e a 
recusa de pagamento é comprovada pelo protesto ou por declaração do sacado, escrita e 
datada sobre o cheque, com indicação do dia de apresentação, ou, ainda, por declaração 
escrita e datada por câmara de compensação. 
[...] 
§ 3º O portador que não apresentar o cheque em tempo hábil, ou não comprovar a recusa 
de pagamento pela forma indicada neste artigo, perde o direito de execução contra o 
emitente, se este tinha fundos disponíveis durante o prazo de apresentação e os deixou de 
ter, em razão de fato que não lhe seja imputável. 
 
 
 
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6.3.7. Prescrição 
 
Art. 59 Prescrevem em 6 (seis) meses, contados da expiração do prazo de apresentação, 
a ação que o art. 47 desta Lei assegura ao portador. 
Parágrafo único - A ação de regresso de um obrigado ao pagamento do cheque contra 
outro prescreve em 6 (seis) meses, contados do dia em que o obrigado pagou o cheque ou 
do dia em que foi demandado. 
 
O cheque, como título de crédito, constitui título executivo extrajudicial. O prazo 
prescricional da ação de execução do cheque é de 6 meses, contados após o 
término do prazo de apresentação (30 ou 60 dias, a depender da praça de 
emissão). 
Aproveito para chamar sua atenção para um detalhe importante: o prazo para 
apresentação é contado em dias (30 ou 60) enquanto o prazo prescricional é de 
6 meses. Isso significa que não se podem simplesmente somar os dois prazos e 
concluir que a prescrição se dará em 7 ou 8 meses contados da emissão do 
cheque. 
A regra do início da contagem do prazo prescricional, porém, encontra uma 
exceção, que é a situação em que o cheque “pré-datado” é apresentado antes da 
data acordada. Como o prazo de apresentação ainda não começou a fluir, o prazo 
prescricional deve ter sua contagem iniciada da própria apresentação. 
 
O prazo prescricional de 6 meses para o exercício da 
pretensão à execução do cheque pelo respectivo 
portador é contado do encerramento do prazo de 
apresentação, tenho ou não sido apresentado dentro do 
referido prazo. No caso de cheque “pré-datado” 
apresentado antes da data de emissão ou da data pactuada com o emitente, o 
termo inicial é contado da data da primeira apresentação. 
 
Art. 61 A ação de enriquecimento contra o emitente ou outros obrigados, que se 
locupletaram injustamente com o não-pagamento do cheque, prescreve em 2 (dois) anos, 
contados do dia em que se consumar a prescrição prevista no art. 59 e seu parágrafo desta 
Lei. 
 
O cheque prescrito obviamente não poderá mais ser executado, mas a Lei do 
Cheque prevê a possibilidade de ajuizamento da chamada ação de 
enriquecimento ilícito (também chamada de ação de locupletamento) 
contra o emitente ou demais coobrigados. Essa ação prescreve no prazo de 2 
anos contados a partir da prescrição da execução de execução do cheque. 
Apesar de ser uma ação cambiária (na qual o título de crédito conserva sua 
essência e autonomia), deve ser seguido o rito ordinário de uma ação de 
conhecimento, já que o cheque perdeu sua executividade. 
 
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Art. 62 Salvo prova de novação, a emissão ou a transferência do cheque não exclui a ação 
fundada na relação causal, feita a prova do não-pagamento. 
 
Prescrita a ação de enriquecimento ilícito, ainda será possível cobrar o valor do 
cheque, mas apenas por meio de ação de cobrança, que pressupõe a necessidade 
de comprovação da relação causal que originou o título. Aqui já não estamos mais 
diante de uma ação cambial, não havendo mais que se falar na autonomia do 
título de crédito. 
Devemos ainda mencionar que o STJ admite a propositura de ação monitória com 
base em cheque prescrito, conforme enunciado 299 da súmula de jurisprudência 
dominante. 
 
Súmula 299 do STJ 
É admissível ação monitória fundada em cheque prescrito. 
 
Neste caso o STJ entende ainda que o credor não precisa demonstrar a causa de 
emissão do título, preservando, assim, sua abstração. 
 
PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE 
CONTROVÉRSIA.ART. 543-C DO CPC. AÇÃO MONITÓRIA APARELHADA EM CHEQUE 
PRESCRITO.DISPENSADA MENÇÃO À ORIGEM DA DÍVIDA. 
1. Para fins do art. 543-C do CPC: Em ação monitória fundada em cheque prescrito, ajuizada 
em face do emitente, é dispensável menção ao negócio jurídico subjacente à emissão da 
cártula. 
2. No caso concreto, recurso especial parcialmente provido. 
REsp 1.094.571/SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, 2a Seção, j. 04.02.2013, DJe 14.02.2013. 
 
Há ainda o enunciado 503, que solidifica o entendimento jurisprudencial de que 
o prazo para ajuizamento da ação monitória fundada em cheque prescrito é de 5 
anos. 
 
Súmula 503 do STJ 
O prazo para ajuizamento de ação monitória em face do emitente de cheque sem força 
executiva é quinquenal, a contar do dia seguinte à data de emissão estampada na cártula. 
 
Para finalizar trago mais um julgado do STJ, que resume muito bem as 
alternativas à disposição do credor para a cobrança de um cheque, em todas as 
situações que acabamos de estudar. 
 
 
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DIREITO COMERCIAL. RECURSO ESPECIAL. CHEQUES. BENEFICIÁRIA 
DOMICILIADA NO EXTERIOR. PRAÇA DE EMISSÃO. OBSERVÂNCIA AO QUE 
CONSTANA CÁRTULA. AÇÃO DE LOCUPLETAMENTO SEM CAUSA DE NATUREZA 
CAMBIAL. TRANSCURSO DO PRAZO PREVISTO NO ARTIGO 61 DA LEI 7.357/85. 
POSSIBILIDADE DE AJUIZAMENTO DE AÇÃO DE COBRANÇA, COM DESCRIÇÃO 
DONEGÓCIO JURÍDICO SUBJACENTE, OU DE AÇÃO MONITÓRIA, CUJO 
PRAZOPRESCRICIONAL É DE 5 ANOS.1. 
O cheque é título de crédito que se submete aos princípios cambiários da cartularidade, 
literalidade, abstração, autonomia das obrigações cambiais e inoponibilidade das exceções 
pessoais a terceiros de boa-fé, por isso deve ser considerado como local de emissão o 
indicado no título.2. O artigo 33 da Lei 7.357/85 prevê expressamente que o cheque pode 
ser emitido no exterior, não podendo, portanto, servir de escusa a alegação de que o local 
consignado na cártula diverge daquele em que ela foi efetivamente emitida por a 
beneficiária não ter domicílio no Brasil.3. O fato de a tomadora ter domicílio no estrangeiro 
não elide, por si só, a possibilidade de o cheque ter sido recebido na praça constante da 
cártula, ainda que por um representante ou preposto datomadora.4. O cheque é ordem de 
pagamento à vista, sendo de 6 (seis) meses o lapso prescricional para a execução após o 
prazo de apresentação, que é de 30 (trinta) dias a contar da emissão, se da mesma praça, 
ou de 60 (sessenta) dias, também a contar da emissão, se consta no título como sacado 
em praça diversa, isto é, em município distinto daquele em que se situa a agência 
pagadora.5. Prescrito o prazo para execução do cheque, o artigo 61 da Lei do Cheque prevê, 
no prazo de 2 (dois) anos a contar da prescrição, a possibilidade de ajuizamento de ação 
de locupletamento ilícito que, por ostentar natureza cambial, prescinde da descrição do 
negócio jurídico subjacente. Expirado o prazo para ajuizamento da ação por enriquecimento 
sem causa, o artigo 62 do mesmo Diploma legal ressalva ainda a possibilidade de 
ajuizamento de ação fundada na relação causal, a exigir, portanto, menção ao negócio 
jurídico que ensejou a emissão do cheque.6. A jurisprudência desta Corte admite também 
o ajuizamento de ação monitória (Súmula 299/STJ) com base em cheque prescrito, sem 
necessidade de descrição da causa debendi, reconhecendo que a cártula satisfaz a exigência 
da "prova escrita sem eficácia de título executivo", a que alude o artigo 1.102-A do CPC.7. 
Recurso especial não provido. 
REsp 1.190.037/SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, 4a Turma, j. 06.092011, DJe 27.09.2011. 
 
 
fonte: http://economia.culturamix.com 
 
6.4. Duplicata 
A duplicata surgiu no Brasil mais por necessidades fiscais do que mercantis, e 
terminou se consolidando em razão do pouco uso da letra de câmbio. A grande 
 
http://www.iceni.com/infix.htm
 
 
 
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diferença entre a duplicata e a letra de câmbio está na relação entre o sacador e 
o sacado. Enquanto na letra de câmbio, como você já sabe, o aceite é facultativo, 
na duplicata é ato obrigatório, e isso confere mais segurança ao tomador do 
crédito. 
Atualmente a duplicata é regulada pela Lei n. 5.474/1968, com algumas 
alterações feitas pelo Decreto Lei n. 436/1969. 
 
6.4.1. Causalidade 
A duplicata é um título casual, somente podendo ser emitida para documentar 
determinadas relações jurídicas estabelecidas pela lei. No regime jurídico 
brasileiro temos apenas duas possibilidades: a compra e venda mercantil e a 
prestação de serviços. 
Não é permitida a emissão de duplicata para outros negócios jurídicos, conforme 
já decidiu o STJ. 
 
Leasing. Duplicatas. Protesto. O negócio de leasing não admite a emissão de duplicata, 
ainda que avençada, razão pela qual não pode tal título ser levado a protesto. Recurso 
conhecido em parte e, nessa parte, provido para deferir a liminar de sustação ou 
cancelamento das duplicatas enviadas a cartório. 
REsp 202.068/SP, Rel. Min. Ruy Rosado, j. 11.05.1999, Informativo 18/1999. 
 
Tome cuidado para não confundir a causalidade da duplicata (em oposição, por 
exemplo, à abstração do cheque) com a aplicação do princípio da autonomia, 
complementado pelo subprincípio da abstração. O fato de a duplicada ser causal 
significa apenas que ela só pode ser emitida diante das transações negociais de 
compra e venda e prestação de serviços, mas ela constitui título executivo 
autônomo, como qualquer título de crédito. 
A jurisprudência do STJ chega a expressar o entendimento de que a causalidade 
desaparecer com o aceite, já que neste ato foi aperfeiçoada a relação jurídica 
representada pelo título. 
 
RECURSO ESPECIAL. COMERCIAL. TÍTULOS DE CRÉDITO. DUPLICATA. ACEITE. 
TEORIA DA APARÊNCIA. AUSÊNCIA DE ENTREGA DAS MERCADORIAS. EXCEÇÃO 
OPOSTA A TERCEIROS. PRINCÍPIO DA AUTONOMIA DAS CAMBIAIS. 
IMPOSSIBILIDADE. 
1. Ainda que a duplicata mercantil tenha por característica o vínculo à compra e venda 
mercantil ou prestação de serviços realizada, ocorrendo o aceite - como verificado nos autos 
-, desaparece a causalidade, passando o título a ostentar autonomia bastante para obrigar 
a recorrida ao pagamento da quantia devida, independentemente do negócio jurídico que 
lhe tenha dado causa; 
2. Em nenhum momento restou comprovado qualquer comportamento inadequado da 
recorrente, indicador de seu conhecimento quanto ao descumprimento do acordo realizado 
entre as partes originárias; 
 
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3. Recurso especial provido. 
REsp 668.682/MG, Rel. Min. Hélio Quaglia Barbosa, DJ 19.03.2007, p. 355. 
 
A emissão de duplicata em desacordo com a mercadoria vendida é crime 
tipificado pelo art. 172 do Código Penal. Até 1990, porém, havia a conduta típica 
de aceitar duplicata que não correspondesse efetivamente a uma compra e venda 
mercantil. 
 
6.4.2. Características essenciais 
Além da causalidade, a duplicata também se caracteriza por ser um título de 
modelo vinculado. Isso significa que já requisitos formais para sua emissão, que 
precisam ser atendidos para que o título seja válido. Esses requisitos constam 
em resolução do Conselho Monetário Nacional e na própria Lei das Duplicatas, 
cujos dispositivos estudaremos a partir de agora. 
 
Art. 2º No ato da emissão da fatura, dela poderá ser extraída uma duplicata para circulação 
como efeito comercial, não sendo admitida qualquer outra espécie de título de crédito para 
documentar o saque do vendedor pela importância faturada ao comprador. 
§ 1º A duplicata conterá: 
I - a denominação "duplicata", a data de sua emissão e o número de ordem; 
II - o número da fatura; 
III - a data certa do vencimento ou a declaração de ser a duplicata à vista; 
IV - o nome e domicílio do ven dedor e do comprador; 
V - a importância a pagar, emalgarismos e por extenso; 
VI - a praça de pagamento; 
VII - a cláusula à ordem; 
VIII - a declaração do reconhecimento de sua exatidão e da obrigação de pagá-la, a ser 
assinada pelo comprador, como aceite, cambial; 
IX - a assinatura do emitente. 
 
Diferentemente do que ocorre com as notas promissórias e letras de câmbio, as 
duplicatas não podem ser emitidas a certo termo da vista e nem a certo termo 
da data. Guarde bem essa informação, pois a duplicada só pode ser emitida com 
dia certo ou à vista. 
 
Diferentemente do que ocorre com as notas promissórias e 
letras de câmbio, as duplicatas não podem ser emitidas a 
certo termo da vista e nem a certo termo da data. Pelo 
contrário, a duplicada só pode ser emitida com dia certo ou à vista. 
 
 
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Uma vez emitida a duplicata, esta deverá ser enviada ao sacado (comprador) 
para que ele a pague, no caso da duplicata à vista, ou a aceite e devolva, se 
estivermos falando de uma duplicata a prazo. 
A duplicata é estruturada como ordem de pagamento, com aceite obrigatório. É 
preciso, porém, analisar essa questão com cuidado, pois o fato de o aceite ser 
obrigatório não significa que ele seja irrecusável. É razoável pensar que, diante 
de certas circunstâncias, a recusa do aceite seja possível. É o que ocorre nos 
casos de não recebimento das mercadorias, existência de vícios nos produtos 
recebidos, ou entrega fora do prazo estipulado. 
 
Art. 8º O comprador só poderá deixar de aceitar a duplicata por motivo de: 
I - avaria ou não recebimento das mercadorias, quando não expedidas ou não entregues 
por sua conta e risco; 
II - vícios, defeitos e diferenças na qualidade ou na quantidade das mercadorias, 
devidamente comprovados; 
III - divergência nos prazos ou nos preços ajustados. 
 
6.4.3. Emissão, aceite e cobrança 
 
Art. 1º Em todo o contrato de compra e venda mercantil entre partes domiciliadas no 
território brasileiro, com prazo não inferior a 30 (trinta) dias, contado da data da entrega 
ou despacho das mercadorias, o vendedor extrairá a respectiva fatura para apresentação 
ao comprador. 
§ 1º A fatura discriminará as mercadorias vendidas ou, quando convier ao vendedor, 
indicará somente os números e valores das notas parciais expedidas por ocasião das vendas, 
despachos ou entregas das mercadorias. 
Art. 2º No ato da emissão da fatura, dela poderá ser extraída uma duplicata para circulação 
como efeito comercial, não sendo admitida qualquer outra espécie de título de crédito para 
documentar o saque do vendedor pela importância faturada ao comprador. 
 
A duplicata é notadamente um título emitido pelo próprio credor, o que é uma 
peculiaridade interessante. Quem emite o título é o vendedor da mercadoria, para 
recebimento dos correspondentes valores à vista ou em data certa. 
Ao contrário do que se poderia supor a partir de uma primeira leitura do art. 2o, 
também é possível a emissão de outros títulos de crédito para documentar a 
compra e venda, a exemplo da nota promissória e do cheque. Esta é a posição 
que tem sido adotada pela jurisprudência do STJ. 
 
 
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COMERCIAL. VENDA DE MERCADORIAS. EMISSÃO DE NOTA PROMISSÓRIA E 
DUPLICATA. COBRANÇA VIA EXECUTIVA DA PRIMEIRA. POSSIBILIDADE. LEI N. 
5.474/68, ART. 2º. INTERPRETAÇÃO. 
I. A restrição contida no art. 2º da Lei n. 5.474/68 refere-se apenas à emissão de qualquer 
outro título, que não a duplicata, "para documentar o saque do vendedor pela importância 
faturada ao comprador", não obstando, todavia, que o devedor emita nota promissória 
comprometendo-se a pagar o débito decorrente da compra e venda mercantil realizada 
entre as partes. 
II. Hígida, pois, a execução baseada nas notas promissórias assim emitidas. 
III. Recurso especial não conhecido. 
REsp 136.637/SC, Rel. Min. Aldir Passarinho Júnior, DJ 28.10.2002, p. 321. 
 
Art. 6º A remessa de duplicata poderá ser feita diretamente pelo vendedor ou por seus 
representantes, por intermédio de instituições financeiras, procuradores ou, 
correspondentes que se incumbam de apresentá-la ao comprador na praça ou no lugar de 
seu estabelecimento, podendo os intermediários devolvê-la, depois de assinada, ou 
conservá-la em seu poder até o momento do resgate, segundo as instruções de quem lhes 
cometeu o encargo. 
§ 1º O prazo para remessa da duplicata será de 30 (trinta) dias, contado da data de sua 
emissão. 
§ 2º Se a remessa for feita por intermédio de representantes instituições financeiras, 
procuradores ou correspondentes estes deverão apresentar o título, ao comprador dentro 
de 10 (dez) dias, contados da data de seu recebimento na praça de pagamento. 
 
Emitida a duplicata, esta será enviada ao próprio devedor, para a aceite e 
devolva. Esta remessa deverá ser efetuada no prazo de 30 dias contados da 
emissão do título. 
 
Art. 7º A duplicata, quando não for à vista, deverá ser devolvida pelo comprador ao 
apresentante dentro do prazo de 10 (dez) dias, contado da data de sua apresentação, 
devidamente assinada ou acompanhada de declaração, por escrito, contendo as razões da 
falta do aceite. 
§ 1º Havendo expressa concordância da instituição financeira cobradora, o sacado poderá 
reter a duplicata em seu poder até a data do vencimento, desde que comunique, por escrito, 
à apresentante o aceite e a retenção. 
§ 2º - A comunicação de que trata o parágrafo anterior substituirá, quando necessário, no 
ato do protesto ou na execução judicial, a duplicata a que se refere. 
 
Caberá então ao devedor aceitar a duplicada e devolvê-la, caso não esteja 
presente nenhuma das circunstâncias que ensejam a recusa. Lembre-se de que, 
no regime jurídico da duplicata, o aceite é obrigatório, e o devedor se obriga ao 
pagamento independentemente de aceita-lo expressamente. 
Por isso é comum a doutrina apontar que o aceite da duplicata poderá ser 
expresso (ordinário) ou presumido (por presunção). O aceite expresso é aquele 
aposto sobre o próprio título. Já o aceite presumido ocorre quando o devedor 
 
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recebe, sem reclamação, as mercadorias adquiridas e enviadas pelo credor. Neste 
caso o simples recebimento das mercadorias já caracteriza o aceite do título. 
A principal diferença entre uma modalidade e a outra é a execução da duplicata. 
A duplicata aceita expressamente se aperfeiçoa como título de crédito, e por isso 
pode ser executada sem maiores formalidades. A execução da duplicata aceita 
por presunção, porém, é um pouco mais dificultosa. Além da apresentação do 
título, será necessário ainda o protesto e o comprovante de entrega das 
mercadorias. 
 
 
É possível ainda que a duplicata tenha sido endossada a terceiros pelo sacador 
(vendedor), e por isso há a possibilidade de execução do terceiro contra ele, na 
condição e coobrigado. Neste caso o STJ entende que não há necessidade de 
comprovação da entre das mercadorias. 
 
Comercial. Duplicata não aceita. Execução contra endossante e avalista. 
Possibilidade. 
I - O endossatário de duplicata sem aceite, desacompanhada da prova da entrega da 
mercadoria, não pode executá-la contra o sacado, mas pode executá-la contra o endossante 
e avalista. Interpretação do art. 15, § 1º, da Lei nº 5.474/68, com a redação que lhe deu a 
Lei nº 6.458/77. 
II - Recurso especial conhecido e provido 
REsp 250.568/MS, Rel. Min. Antônio de Pádua Ribeiro, j. 19.10.200, Informativo 75/2000. 
 
É também entendimento corrente do STJ que a duplicata sem aceite (expresso 
ou presumido) não assume as características de título executivo, mas pode 
subsidiar o ajuizamento de ação monitória. 
 
Aceite das 
duplicatas
Expresso 
(ordinário)
O devedorapõe o aceite no título
Para a execução basta a apresentação da 
duplicata
Presumido (por 
presunção)
O devedor recebe, sem reclamação, as 
mercadorias adquiridas e enviadas pelo 
credor.
Para execução, além da apresentação do 
título, será necessário ainda o protesto e o 
comprovante de entrega das mercadorias.
 
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AÇÃO MONITÓRIA - PROVA ESCRITA - DUPLICATAS PROTESTADAS, SEM ACEITE E 
SEM O RECIBO DE ENTREGA DAS MERCADORIAS - DOCUMENTOS HÁBEIS À 
INSTAURAÇÃO DO PROCEDIMENTO MONITÓRIO - PRECEDENTES DO STJ. 
I - O documento escrito a que se refere o legislador não precisa ser obrigatoriamente 
emanado do devedor, sendo suficiente, para a admissibilidade da ação monitória, a prova 
escrita que revele razoavelmente a existência da obrigação. 
II - Assentando o Tribunal de origem estar a duplicata despida de força executiva por 
ausência de aceite, é ela documento hábil à instrução do procedimento monitório. 
III - Recurso não conhecido. 
REsp 204.894/MG, Rel. Min. Waldemar Zveiter, j. 19.02.2001, Informativo 85/2001. 
 
Art. 13. A duplicata é protestável por falta de aceite de devolução ou pagamento. 
§ 1º Por falta de aceite, de devolução ou de pagamento, o protesto será tirado, conforme 
o caso, mediante apresentação da duplicata, da triplicata, ou, ainda, por simples indicações 
do portador, na falta de devolução do título. 
§ 2º O fato de não ter sido exercida a faculdade de protestar o título, por falta de aceite ou 
de devolução, não elide a possibilidade de protesto por falta de pagamento. 
§ 3º O protesto será tirado na praça de pagamento constante do título. 
§ 4º O portador que não tirar o protesto da duplicata, em forma regular e dentro do prazo 
da 30 (trinta) dias, contado da data de seu vencimento, perderá o direito de regresso contra 
os endossantes e respectivos avalistas. 
 
O protesto da duplicata pode dar-se em três diferentes modalidades: por falta 
de aceite, por falta de devolução, ou por falta de pagamento. A omissão do 
credor em protestar a duplicata por falta de aceite ou de devolução não o impede 
de fazer o protesto por falta de pagamento. 
O prazo para protesto (comum a vários títulos de crédito) é de 30 dias. Após esse 
período o credor perderá o direito de regresso contra os endossantes e avalistas. 
O local indicado no título, além de ser a praça indicada para a realização do 
protesto, define também o foro competente para cobrança judicial da duplicata. 
Aqui chamo sua atenção para a regra do §1o, segundo a qual há a possibilidade 
de protesto por simples indicações do portador, caso a duplicata tenha sido 
remetida ao devedor e não tenha sido por ele devolvida. Essas indicações são 
retiradas da escrituração contábil do credor (fatura e livro Registro de 
Duplicatas). 
Esse protesto por indicações e a comprovação do recebimento das mercadorias 
são suficientes para assegurar os direitos do credor, possibilitando a execução do 
título. Trata-se de uma exceção ao princípio da cartularidade, pois neste caso 
poderá haver execução sem que o credor esteja de posse da cártula. 
 
 
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O protesto por indicações e a comprovação do 
recebimento das mercadorias são suficientes para 
assegurar os direitos do credor da duplicata que não 
tenha sido devolvida pelo devedor, possibilitando a 
execução do título. Trata-se de uma exceção ao princípio da cartularidade, 
pois neste caso poderá haver execução sem que o credor esteja de posse da 
cártula. 
 
Apesar da previsão legal, o protesto por indicações é muito raro na prática. O 
que normalmente acontece no caso de retenção da duplicata pelo devedor é a 
emissão de uma triplicata pelo credor, que a envia para protesto e depois ajuíza 
execução. O procedimento não é correto, já que triplicata não deve ser emitida a 
não ser em casos de perda ou extravio da duplicata. 
O STJ já decidiu que não é possível o protesto por indicações e meros boletos 
bancários, sendo necessária a efetiva emissão de duplicatas e a sua posterior 
retenção por parte do devedor. 
 
Direito Comercial. Duplicata mercantil. Protesto por indicação de boletos 
Bancários. Inadmissibilidade. 
I - A retenção da duplicata remetida para aceite é conditio sine qua non exigida pelo art. 
13, § 1º da Lei nº 5.474/68 a fim de que haja protesto por indicação, não sendo admissível 
protesto por indicação de boletos bancários. 
II - Recurso não conhecido. 
REsp 827.856/SC, Rel. Min. Antônio de Pádua Ribeiro, DJ 17.09.2007, p. 295. 
 
A prescrição da duplicata é regulamentada pelo art. 18 da lei. 
 
Art. 18 - A pretensão à execução da duplicata prescreve: 
I - contra o sacado e respectivos avalistas, em 3 (três) anos, contados da data do 
vencimento do título; 
II - contra endossante e seus avalistas, em 1 (um) ano, contado da data do protesto; 
III - de qualquer dos coobrigados contra os demais, em 1 (um) ano, contado da data em 
que haja sido efetuado o pagamento do título. 
 
 
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fonte: http://blog.quantosobra.com.br 
 
6.5. Outros títulos de crédito 
Além dos principais títulos, que acabamos de estudar, é importante ainda que 
você conheça, mesmo que de forma mais superficial, outros títulos de crédito que 
têm assumido cada vez mais importância para o mercado, a exemplo dos títulos 
de crédito comercial, industrial, rural, à exportação, imobiliário e 
bancário. 
Em geral podemos dizer que esses títulos de crédito ostentam as seguintes 
características: 
a)!São títulos causais; 
b)!Configuram promessa de pagamento; e 
c)! Podem ter ou não garantia real, conforme a natureza e a atividade própria. 
 
 
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6.5.1. Títulos de crédito comercial 
Nesta categoria se destacam o conhecimento de depósito e o warrant, cuja 
regulamentação legal se encontra no Decreto n. 1.102/1903. São títulos emitidos 
pelos armazéns-gerais por ocasião do depósito de mercadorias. 
O conhecimento de depósito é um título representativo da mercadoria 
depositada, que pode ser transferida com o endosso do título. O warrant, por 
sua vez, constitui promessa de pagamento, cuja garantia é a mercadoria 
depositada. 
Aqui devemos mencionar ainda a cédula de crédito comercial e a nota de 
crédito comercial, disciplinadas pela Lei n. 6.840/1980. Esses títulos resultam 
de financiamento obtido por empresas no mercado financeiro, para finalidade 
comercial. Os dois constituem promessas de pagamento, mas a cédula de crédito 
comercial tem garantia real, enquanto a nota de crédito comercial não conta com 
essa característica. 
 
6.5.2. Títulos de crédito industrial 
Aqui temos a cédula de crédito industrial e a nota de crédito industrial, 
regulamentadas pelo Decreto-Lei n. 413/1969. Esses títulos são resultantes da 
obtenção de financiamentos para a indústria, e seguem a mesma lógica dos 
títulos de crédito comercial: a cédula conta com garantia real, enquanto a nota 
não ostenta esse tipo de garantia. 
 
6.5.3. Títulos de crédito à exportação 
Estes títulos são a cédula de crédito à exportação e a nota de crédito à 
exportação, disciplinadas pela Lei n. 6.313/1975. Esses títulos resultam de 
operações de financiamento à exportação ou à produção de bens destinados à 
exportação. A distinção entre um e outro é a mesma das demais modalidades, 
consistindo na existência, ou não, de garantia real. 
 
6.5.4. Títulos de crédito rural 
Aqui temos uma maior variedade de títulos. Em primeiro lugar devemos 
mencionar a cédula de crédito rural e a nota de créditorural, disciplinadas 
pelo Decreto-Lei n. 167/1967, que são títulos causais, de natureza civil, 
resultantes do financiamento a cooperativa, empresa ou produtor rural. São 
promessas de pagamento, que se distinguem em razão da existência, ou não, de 
garantia real. 
Há também a nota promissória rural e a duplicata rural, que também 
encontram previsão no Decreto-Lei n. 167/1967. São títulos causais, fundados 
em operações de compra e venda de natureza rural, contatadas a prazo, não 
constitutivas de financiamento no âmbito do crédito rural. 
 
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Por fim temos a cédula de produto rural, disciplinada pela Lei n. 8.929/1994. 
Mias uma vez estamos diante de um título de natureza causal, emitido por 
produtor ou cooperativa rural, como promessa de entrega de produtos rurais, 
podendo conter garantia hipotecária, pignoratícia ou fiduciária. Normalmente a 
CPR é utilizada pelo produtor rural que adquire insumos e se compromete a pagá-
los entregando certa quantidade de produto rural em determinada data. 
 
6.5.5. Títulos de crédito imobiliário 
Dentre esses títulos destaca-se a letra imobiliária, disciplinada pela Lei n. 
4.380/1964. É um título causal representativo de promessa de pagamento, 
destinado à captação de recursos destinados à execução de projeto imobiliário, 
mediante garantia do governo federal. 
Devemos ainda mencionar a letra hipotecária (Lei n. 7.684/1988) e a cédula 
hipotecária (Decreto-Lei n. 70/1966), que são títulos causais representativos de 
promessa de pagamento, emitidos com lastro sobre crédito hipotecário. A letra 
hipotecária é emitida por instituição financeira, enquanto a cédula hipotecária é 
emitida por associação de poupança e empréstimo. 
Nos últimos anos tivemos ainda a criação de algumas novas modalidade de títulos 
imobiliários: 
a)!Certificado de recebíveis imobiliários (Lei n. 9.514/1997). Trata-se de 
um título causal, emitido por companhias securitizadoras de crédito, como 
promessa de pagamento, sob a forma escritural, com registro no sistema 
CETIP; 
b)!Letra de crédito imobiliário (Lei n. 10.931/2004). Título causal, emitido 
por instituição financeira, como promessa de pagamento, com lastro em 
crédito imobiliário decorrente de hipoteca ou alienação fiduciária; 
c)! Cédula de crédito hipotecário (Lei n. 10.931/2004). Título causal, 
emitido pelo tomador do crédito imobiliário, em favor da instituição 
financeira credora, com garantia real ou fidejussória, ou sem garantia. 
 
6.5.6. Títulos de crédito bancário 
Dentre esses títulos devemos dar destaque à cédula de crédito bancário, 
também criada pela Lei n. 10.931/2004. Este título é emitido pelo tomador em 
favor da instituição financeira, com garantia real ou fidejussória, ou sem garantia, 
em qualquer espécie de operação de crédito. 
A peculiaridade dessa cédula de crédito é a destinação do capital objeto do 
financiamento, que nos demais casos é específica (atividades comerciais, 
industriais, rurais, etc.), enquanto na cédula de crédito bancário o capital pode 
ser empregado no desenvolvimento de qualquer atividade. 
A criação desse título também veio resolver o velho problema dos bancos que 
buscavam um título executivo para garantir o contrato de abertura de crédito. O 
STJ já pacificou entendimento acerca da licitude desse tipo de operação. 
 
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DIREITO BANCÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO 
DE CONTROVÉRSIA. ART. 543-C DO CPC. CÉDULA DE CRÉDITO BANCÁRIO 
VINCULADA A CONTRATO DE CRÉDITO ROTATIVO. EXEQUIBILIDADE. LEI N. 
10.931/2004. POSSIBILIDADE DE QUESTIONAMENTO ACERCA DO 
PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS LEGAIS RELATIVOS AOS DEMONSTRATIVOS 
DA DÍVIDA. INCISOS I E IIDO § 2º DO ART. 28 DA LEI REGENTE. 
1. Para fins do art. 543-C do CPC: A Cédula de Crédito Bancário é título executivo 
extrajudicial, representativo de operações de crédito de qualquer natureza, circunstância 
que autoriza sua emissão para documentar a abertura de crédito em conta-corrente, nas 
modalidades de crédito rotativo ou cheque especial. O título de crédito deve vir 
acompanhado de claro demonstrativo acerca dos valores utilizados pelo cliente, trazendo o 
diploma legal, de maneira taxativa, a relação de exigências que o credor deverá cumprir, 
de modo a conferir liquidez e exequibilidade à Cédula (art. 28, § 2º, incisos I e II, da Lei n. 
10.931/2004). 
2. No caso concreto, recurso especial não provido. 
REsp 1.291.575/PR, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, 2a Seção, j. 14.08.2013, DJe 02.09.2013. 
 
Outro título bancário importante é o certificado de depósito bancário (CDB), 
regulamentado pela Lei n. 4.728/1965. É um título causal emitido pelo banco 
comercial ou banco de investimento, como promessa de pagamento a título de 
captação de depósito a prazo, com ou sem certificado. 
Por fim temos o certificado de depósito em garantia, também disciplinado 
pela Lei n. 4.728/1965 e pela Lei n. 6.404/1976, conhecida como Lei das SA. 
Trata-se de título causal, emitido por instituição financeira, relativo ao depósito 
em garantia de títulos de crédito ou de valores mobiliários, que permanecem no 
estabelecimento bancário, como lastro da operação, até a devolução do 
certificado. 
 
6.5.7. Letra de arrendamento mercantil 
A letra de arrendamento mercantil foi criada pela Lei n. 11.882/2008, sendo 
possível sua emissão pelas sociedades de arrendamento mercantil. Trata-se de 
título de crédito representativo de promessa de pagamento em dinheiro, cujas 
principais características constam no art. 2o da referida lei. 
 
Art. 2o As sociedades de arrendamento mercantil poderão emitir título de crédito 
representativo de promessa de pagamento em dinheiro, denominado Letra de 
Arrendamento Mercantil - LAM. 
§ 1o O título de crédito de que trata o caput deste artigo, nominativo, endossável e de livre 
negociação, deverá conter: 
I - a denominação “Letra de Arrendamento Mercantil”; 
II - o nome do emitente; 
III - o número de ordem, o local e a data de emissão; 
IV - o valor nominal; 
V - a taxa de juros, fixa ou flutuante, admitida a capitalização; 
 
http://www.iceni.com/infix.htm
 
 
 
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VI - a descrição da garantia, real ou fidejussória, quando houver; 
VII - a data de vencimento ou, se emitido para pagamento parcelado, a data de vencimento 
de cada parcela e o respectivo valor; 
VIII - o local de pagamento; e 
IX - o nome da pessoa a quem deve ser pago. 
§ 2o O endossante da LAM não responde pelo seu pagamento, salvo estipulação em 
contrário. 
 
O §2o traz uma peculiaridade importante, que é exoneração do endossante da 
condição de coobrigado pelo pagamento do título. Nesse sentido o endosso da 
letra de arrendamento mercantil assume características de cessão civil de 
créditos. 
 
7 – Atos cambiários 
Além da disciplina dos títulos de crédito em espécie, precisamos ainda entender 
como funcionam alguns atos próprios deste ramo do Direito Empresarial, 
conhecidos como atos cambiários. Os principais, que estudaremos na aula de 
hoje, são o endosso, o aval e o protesto. 
 
7.1. Endosso 
Por meio deste ato, o credor do título (endossante) transmite seus direitos 
a outra pessoa (endossatário). Em primeiro lugar devemos lembrar que os 
títulos gravados com a cláusula “não à ordem” não podem circular mediante 
endosso, dependendo para isso da cessão civil de crédito. Devemos ainda 
relembrar que os títulos de crédito próprios (letra de câmbio, nota promissória, 
cheque, duplicata, etc.) têm implícita a cláusula “à ordem”. 
Além de transferir os direitos de crédito, o endosso também gera outra 
consequência jurídica: constitui o endossante como codevedor do título. 
Entretanto, é possível que o endossoseja gravado com a cláusula “sem garantia”, 
que exonera o endossante de responsabilidade pela obrigação representada pelo 
título. 
Como regra geral, o endosso deve ser feito no verso do título, bastando a simples 
assinatura do endossante. É possível também que seja feito no anverso (frente), 
mas neste caso deve conter, além da assinatura, a indicação de que se trata de 
um endosso, já que o anverso do título normalmente já contém muitas 
informações. 
O endosso é um ato simples, não sujeito a limitações ou condições. Tanto a 
legislação cambiária específica quanto o Código Civil (art. 912) desconsideram 
qualquer menção, no ato do endosso, a condição que subordine o endossante. 
Da mesma forma, também é nulo o endosso parcial. 
 
http://www.iceni.com/infix.htm
 
 
 
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Tanto a legislação cambiária específica quanto o Código Civil 
(art. 912) desconsideram qualquer menção, no ato do 
endosso, a condição que subordine o endossante. Da mesma 
forma, também é nulo o endosso parcial. 
 
Outro fato importante é que, em princípio, não há limitações na legislação em 
relação à quantidade de endossos. A legislação tributária da CPMF exigia que 
houvesse no máximo 1 endosso no cheque, mas essa norma já não faz mais 
parte do ordenamento. 
 
É possível que haja ainda o endosso em branco ou em preto. 
O endosso em branco é aquele que não identifica o endossatário. Na prática 
essa possibilidade termina sendo uma permissão para circulem, no Brasil, títulos 
ao portador, pois o primeiro beneficiário (tomador ou credor) era conhecido, mas, 
a partir do endosso em branco, não será mais possível indicar com precisão quem 
é o titular do crédito. 
 
Art. 913. O endossatário de endosso em branco pode mudá-lo para endosso em preto, 
completando-o com o seu nome ou de terceiro; pode endossar novamente o título, em 
branco ou em preto; ou pode transferi-lo sem novo endosso. 
 
O endosso em preto, por sua vez, contém a identificação da pessoa a quem 
está sendo transferida a titularidade do crédito. 
Perceba que no caso do endosso em branco podemos ter, na prática, um 
endossatário que posteriormente endosse novamente o título sem praticar 
nenhum ato formal. Neste caso ele não comporá a cadeia de coobrigados, pois 
na prática o endosso se deu pela simples tradição do título que já havia sido 
anteriormente endossado em branco. No caso do endosso em preto isso não é 
possível, pois o endossatário somente pode praticar novo endosso (ainda que em 
branco) por meio de ato formal, aponto sua assinatura ao título e, por 
conseguinte, tornando-se também coobrigado. 
Há ainda a figura do endosso impróprio, que admite duas modalidades: o 
endosso-mandato e o endosso-caução. O endosso impróprio não transfere a 
titularidade do crédito, apenas legitimando a posse de um terceiro sobre o título, 
para que esta pessoa exerça o direito por ele representado. 
 
Art. 917. A cláusula constitutiva de mandato, lançada no endosso, confere ao endossatário 
o exercício dos direitos inerentes ao título, salvo restrição expressamente estatuída. 
§ 1o O endossatário de endosso-mandato só pode endossar novamente o título na qualidade 
de procurador, com os mesmos poderes que recebeu. 
 
http://www.iceni.com/infix.htm
 
 
 
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§ 2o Com a morte ou a superveniente incapacidade do endossante, não perde eficácia o 
endosso-mandato. 
§ 3o Pode o devedor opor ao endossatário de endosso-mandato somente as exceções que 
tiver contra o endossante. 
 
Por meio do endosso-mandato, o endossante confere poderes ao endossatário 
para agir como seu representante, podendo cobrar o título, executá-lo, protestá-
lo, etc. Esse endosso pode ser feito por meio da aposição das expressões “para 
cobrança”, “valor a cobrar” ou “por procuração”. 
É muito comum que esse tipo de endosso seja feito em benefício de instituições 
financeiras, e por isso há diversos julgados do STJ a respeito do assunto. Aqui 
destaco o entendimento segundo o qual o banco que atuar como mandatário 
nestes casos somente responde por eventuais danos causados ao devedor do 
título se for comprovada a sua atuação culposa, o que ocorre, por exemplo, 
quando o banco tem conhecimento inequívoco de que o negócio jurídico que 
embasou a duplicata foi desfeito. 
 
DIREITO CIVIL E CAMBIÁRIO. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO 
DECONTROVÉRSIA. ART. 543-C DO CPC. DUPLICATA RECEBIDA PORENDOSSO-
MANDATO. PROTESTO. RESPONSABILIDADE DO ENDOSSATÁRIO.NECESSIDADE 
DE CULPA. 
1. Para efeito do art. 543-C do CPC: Só responde por danos materiais e morais o 
endossatário que recebe título de crédito por endosso-mandato e o leva a protesto se 
extrapola os poderes de mandatário ou em razão de ato culposo próprio, como no caso de 
apontamento depois da ciência acerca do pagamento anterior ou da falta de higidez da 
cártula. 
2. Recurso especial não provido. 
REsp 1.063.474/RS, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, 2a Seção, j. 28.09.2011, DJe 
17.11.2011. 
 
Súmula 476 do STJ 
O endossatário de título de crédito por endosso-mandato só responde por danos decorrentes 
de protesto indevido se extrapolar os poderes de mandatário. 
 
Art. 918. A cláusula constitutiva de penhor, lançada no endosso, confere ao endossatário 
o exercício dos direitos inerentes ao título. 
§ 1o O endossatário de endosso-penhor só pode endossar novamente o título na qualidade 
de procurador. 
§ 2o Não pode o devedor opor ao endossatário de endosso-penhor as exceções que tinha 
contra o endossante, salvo se aquele tiver agido de má-fé. 
 
O endosso-caução, por sua vez, também chamado de endosso-pignoratício ou 
endosso-garantia, ocorre quando o endossante transmite o título como forma de 
garantia de uma dívida contraída perante o endossatário. O endosso pode ser 
 
http://www.iceni.com/infix.htm
 
 
 
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feito com o uso das expressões “valor em garantia”, “valor em penhor” ou outra 
que indique uma caução. 
Caso o endossante faça o pagamento da dívida, poderá resgatar o título. Caso a 
dívida não seja honrada, o endossatário poderá executar a garantia e passar, 
então, à condição de titular do crédito. 
 
 
 
A doutrina aponta ainda uma outra modalidade de endosso, chamado de 
endosso póstumo ou tardio. O ato recebe esse nome porque é feito após o 
protesto ou após o prazo para sua realização. Neste caso o endosso somente gera 
os efeitos de uma cessão civil de créditos. 
Um detalhe importante aqui é que o Código Civil e a Lei Uniforme estabelecem a 
presunção de que o endosso sem data foi feito antes do prazo para realização do 
protesto. 
 
7.2. Aval 
O aval é o ato por meio do qual um terceiro (avalista) se responsabiliza pelo 
adimplemento da obrigação representada pelo título. 
Normalmente o ato deve ser praticado no anverso (frente) do título, caso em que 
basta a simples assinatura do avalista. Também é possível que o aval seja feito 
no verso, caso em que deve constar a indicação clara de que se trata de um aval. 
Também temos o aval em branco, que não indica quem é o avalizado, e o aval 
em preto, que identifica o beneficiário da garantia. Caso o aval seja dado em 
branco, presume-se que seu beneficiário seja o sacador (no caso da letra de 
câmbio), o emitente o subscritor (nos demais títulos). 
Devemos também mencionar a diferença entre os avais simultâneos e os avais 
sucessivos. 
Endosso
Próprio
Transfere a titularidade do 
crédito e constitui o endossante 
como codevedor.
Em branco
Em preto
Impróprio
Endosso-mandato
Endosso-caução
 
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Os avais simultâneos ocorrem quando duas ou mais pessoas avalizam o título 
simultaneamente, garantindo a mesmaobrigação, com responsabilidade 
solidária. Os avais sucessivos, por sua vez, ocorrem quando alguém avaliza outro 
avalista. Nesse caso todos os eventuais avalistas dos avalistas terão a mesma 
responsabilidade do avalizado, ou seja, aquele que pagar a dívida terá direito de 
regresso em relação ao total da dívida, e não apenas em relação a uma parte 
dela. 
Assim como o endosso tem relação com a cessão civil de créditos, o aval também 
encontra um instituto similar no direito civil: a fiança. Há duas diferenças básicas 
entre os dois institutos. 
O aval, por relacionar-se a um título de crédito autônomo, constitui obrigação 
própria. Se houver vício na obrigação do avalizado, portanto, este não se 
transmite ao avalista. A fiança, porém, é uma obrigação acessória, seguindo o 
mesmo destino da obrigação principal. O STJ já reconheceu em diversas ocasiões 
a autonomia do aval em relação à obrigação representada pelo título de crédito. 
 
COMERCIAL. TÍTULOS DE CRÉDITO. AVALISTA. ÓBITO ANTES DO VENCIMENTO. 
OBRIGAÇÃO NÃO PERSONALÍSSIMA. TRANSMISSÃO AOS HERDEIROS. 
I - O aval, espécie de obrigação cambial, é autônomo em relação à obrigação do devedor 
principal e se constitui no momento da aposição da assinatura do avalista no título de 
crédito. 
[...] 
REsp 260.004/SP, Rel. Min. Castro Filho, 3a Turma, j. 28.11.2006, DJ 18.12.2006, p. 358. 
 
A segunda distinção relevante entre o aval e a fiança está relacionada ao benefício 
de ordem. O avalista pode ser acionado juntamente com o avalizado, enquanto, 
na fiança, é preciso primeiro buscar o cumprimento da obrigação junto ao 
afiançado, para só depois acionar o fiador. A obrigação do avalista é solidária, 
enquanto a do fiador é subsidiária. 
 
Outro fator importante em relação ao aval, que também se aplica à fiança, é a 
exigência feita pelo Código Civil (art. 1.647, III) de outorga conjugal para que 
essas garantias sejam prestadas por pessoas casadas em regime que não seja o 
da separação absoluta. 
Tal regra é duramente criticada pela doutrina, sob o argumento de que beneficia 
o avalista casado que age de má-fé e, ao mesmo tempo, burocratiza 
demasiadamente as relações comerciais. Os Tribunais Superiores, porém, vêm 
aplicando a regra, considerando nulas as garantias concedidas sem a outorga do 
cônjuge. 
 
Art. 897. O pagamento de título de crédito, que contenha obrigação de pagar soma 
determinada, pode ser garantido por aval. 
Parágrafo único. É vedado o aval parcial. 
 
http://www.iceni.com/infix.htm
 
 
 
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O Código Civil veda o aval parcial, pode se pode facilmente depreender do 
parágrafo único do art. 897. Todavia, há leis específicas que preveem essa 
possibilidade, como é o caso da Lei Uniforme em relação à nota promissória. 
Nestes casos o aval parcial é permitido, aplicando-se a norma mais específica. 
Por fim, devemos ainda mencionar o enunciado 26 da súmula de jurisprudência 
dominante do STJ, que estabelece a responsabilidade do avalista de título de 
crédito vinculado a contrato de mútuo bancário, quando no contrato figurar como 
devedor solidário. 
 
Súmula 26 do STJ 
O avalista do titulo de credito vinculado a contrato de mútuo também responde pelas 
obrigações pactuadas, quando no contrato figurar como devedor solidário. 
 
7.3. Protesto 
O protesto é o ato por meio do qual se atesta um fato relevante para a 
relação cambial. Este fato relevante pode ser a falta de devolução do título, a 
falta de aceite do título ou a falta de pagamento. 
Se o protesto for por falta de aceite, somente poderá ser efetuado antes do 
vencimento da obrigação e pós o decurso do prazo legal para o aceite ou a 
devolução. Após o vencimento, o protesto será feito apenas por falta de 
pagamento. 
Um fato interessante é o que diz respeito à obrigatoriedade do protesto. Na 
realidade, só há exigência legal da prática do ato se houver a pretensão de 
executar coobrigados, a exemplo dos endossantes. Para executar o título 
cobrando o cumprimento da obrigação do devedor principal ou de seu avalista, 
não será necessário protestar o título. 
 
 
 
Existe, por outro lado, disposições legais específicas que eventualmente exigem 
o protesto para o exercício de determinados direitos. É o caso da propositura da 
Protesto
Necessário Contra os coobrigados e endossantes.
Facultativo Contra o devedor principal e seu avalista.
 
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falência do devedor por impontualidade injustificada (art. 94 da Lei n. 
11.101/2005). 
Além disso, atualmente o Código Civil determina que o protesto interrompe a 
prescrição, desde que feito no prazo e na forma da lei. Esta foi uma inovação 
trazida pelo Código Civil de 2002, que terminou por superar o entendimento do 
da súmula 153 do STF, segundo a qual “o simples protesto cambiário não 
interrompe a prescrição”. 
Uma vez lavrado o protesto, seu cancelamento dependerá de requerimento do 
devedor, mediante a apresentação do documento que comprove o pagamento, 
assinado pelo credor. Na praxe comercial esse documento normalmente é 
chamado de carta de anuência. 
Devemos ainda mencionar os enunciados 475 e 476 da súmula de jurisprudência 
dominante do STJ, que tratam da responsabilização do endossatário que leva o 
título a protesto indevidamente. 
 
Súmula 475 do STJ 
Responde pelos danos decorrentes de protesto indevido o endossatário que recebe por 
endosso translativo título de crédito contendo vício formal extrínseco ou intrínseco, ficando 
ressalvado seu direito de regresso contra os endossantes e avalistas. 
 
Súmula 476 do STJ 
O endossatário de título de crédito por endosso-mandato só responde por danos decorrentes 
de protesto indevido se extrapolar os poderes de mandatário. 
 
Para encerrar nosso estudo do ato de protesto, é importante conhecermos a regra 
do art. 9o da Lei n. 9.492/1997. 
 
Art. 9º Todos os títulos e documentos de dívida protocolizados serão examinados em seus 
caracteres formais e terão curso se não apresentarem vícios, não cabendo ao Tabelião de 
Protesto investigar a ocorrência de prescrição ou caducidade. 
Parágrafo único. Qualquer irregularidade formal observada pelo Tabelião obstará o 
registro do protesto. 
 
O papel do tabelião de protestos, portanto, é fazer um exame formal do título 
apresentado, não lhe cabendo analisar a prescrição e a caducidade. 
 
7.4. Ação Cambial 
A ação cambial se funda na inadimplência do devedor quanto ao cumprimento da 
obrigação consubstanciada no título de crédito. Nessa situação surge em favor 
do credor o direito subjetivo de promover a cobrança judicial da dívida. A tutela 
 
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judicial, portanto, obrigará o devedor ao pagamento, sob pena de constrição de 
seu patrimônio. 
Entre as modalidades de ações cambiais destacam-se a execução de título 
extrajudicial, prevista no art. 784 do Novo Código de Processo Civil, e a ação de 
enriquecimento sem causa, ou locupletamento, que encontra previsão no art. 61 
da Lei n. 7.357/1985 (Lei do Cheque). Ambas têm caráter cambial, e por isso a 
defesa do devedor é bastante restrita, eliminando-se a possibilidade de oposição 
de exceções pessoais relacionadas às circunstâncias da obrigação original. No 
entanto, na ação de locupletamento, o título, embora não perca o caráter 
cambial, deixa de ser titulo executivo extrajudicial em razão da prescrição. 
 
Art. 784. São títulos executivos extrajudiciais: 
I - a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture e o cheque; 
II - a escritura pública ou outro documento público assinado pelo devedor; 
III - o documento particular assinado pelo devedor e por 2 (duas) testemunhas; 
IV - o instrumento de transação referendado pelo Ministério Público,pela Defensoria 
Pública, pela Advocacia Pública, pelos advogados dos transatores ou por conciliador ou 
mediador credenciado por tribunal; 
V - o contrato garantido por hipoteca, penhor, anticrese ou outro direito real de garantia e 
aquele garantido por caução; 
VI - o contrato de seguro de vida em caso de morte; 
VII - o crédito decorrente de foro e laudêmio; 
VIII - o crédito, documentalmente comprovado, decorrente de aluguel de imóvel, bem 
como de encargos acessórios, tais como taxas e despesas de condomínio; 
IX - a certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, dos Estados, do Distrito Federal 
e dos Municípios, correspondente aos créditos inscritos na forma da lei; 
X - o crédito referente às contribuições ordinárias ou extraordinárias de condomínio edilício, 
previstas na respectiva convenção ou aprovadas em assembleia geral, desde que 
documentalmente comprovadas; 
XI - a certidão expedida por serventia notarial ou de registro relativa a valores de 
emolumentos e demais despesas devidas pelos atos por ela praticados, fixados nas tabelas 
estabelecidas em lei; 
XII - todos os demais títulos aos quais, por disposição expressa, a lei atribuir força 
executiva. 
 
Art. 61. A ação de enriquecimento contra o emitente ou outros obrigados, que se 
locupletaram injustamente com o não-pagamento do cheque, prescreve em 2 (dois) anos, 
contados do dia em que se consumar a prescrição prevista no art. 59 e seu parágrafo desta 
Lei. 
 
A execução pode ser proposta diretamente contra o devedor e seus avalistas (não 
há necessidade de protesto prévio) ou de forma indireta, dirigida também contra 
os coobrigados e seus avalistas (caso em que o protesto será necessário). O prazo 
 
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para o ajuizamento da execução encontra previsão legal específica para cada 
título. 
Vencido o prazo de prescrição para ajuizar a execução, no caso do cheque poderá 
o credor manejar a ação de locupletamento no prazo de 2 anos contados do dia 
em que se consumar a prescrição da execução. 
Além das ações cambiais, o credor de título de crédito prescrito ou que não 
preencha completamente os requisitos legais poderá se valer da ação monitória, 
amplamente mencionada nesta aula, prevista nos arts. 700 e seguintes do Novo 
Código de Processo Civil. A ação monitória é mais ágil do que a ação ordinária de 
cobrança, mas a defesa do devedor tem caráter mais amplo, o que poderá 
retardar o recebimento do crédito. 
Aqui vale mencionar o entendimento do STJ acerca do prazo para ajuizamento 
da ação monitória. 
 
Súmula 504 do STJ 
O prazo para ajuizamento de ação monitória em face do emitente de nota promissória sem 
força executiva é quinquenal, a contar do dia seguinte ao vencimento do título. 
 
O credor ainda tem ainda a possibilidade de ajuizar a ação ordinária de cobrança, 
fundada na relação jurídica que deu causa à emissão do título. Neste caso 
obviamente o título de crédito servirá apenas como início de prova. Por essas 
razões a ação de cobrança termina sendo usada somente quando não houver 
outra alternativa. 
 
Abaixo trago quadro comparativo que consta no livro Direito Empresarial 
Esquematizado, de Edilson Enedino Chagas: 
 
AÇÕES CAMBIAIS 
Tipo de Ação Prazo Fundamento 
Execução 
Prazo prescricional específico 
de cada título. Título de crédito 
Locupletamento 
2 anos após a prescrição 
(cheque) Título de crédito 
Monitória 
5 anos, após um dia da 
emissão ou do vencimento do 
título. 
Título de crédito 
 
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Cobrança 
Prazo previsto em lei para a 
relação originária típica 
(artigos 206 e 205 do CC ou 
legislação especial). 
A causa originária 
 
8 – Questões 
8.1. Questões sem Comentários 
01. TJ-PR – Juiz de Direito – 2017 – Cespe. 
O ato cambiário pelo qual o credor transmite a outrem seus direitos sobre 
título nominal à ordem é denominado: 
a) Aceite 
b) Aval 
c) Endosso 
d) Cessão civil de crédito 
02. PGE-AM – Procurador do Estrado – 2016 – Cespe. 
No que concerne ao direito empresarial em sentido amplo, julgue o item a 
seguir. 
A promoção prévia de protesto válido do título é condição para que o credor 
de título de crédito válido mova uma ação de execução contra o devedor 
principal. 
03. PGE-AM – Procurador do Estrado – 2016 – Cespe. 
No que concerne ao direito empresarial em sentido amplo, julgue o item a 
seguir. 
A doutrina relativa ao direito cambiário trata do princípio da abstração, um 
subprincípio derivado do princípio da autonomia, que destaca a ligação entre 
o título de crédito e o fato jurídico que deu origem à obrigação que ele 
representa. 
04. DPE-ES – Defensor Público – 2016 – FCC. 
Sobre o endosso e o aval de letras de câmbio e de notas promissórias, 
I. pelo endosso transmitem-se todos os direitos emergentes da letra de 
câmbio e da nota promissória e o endossante, salvo cláusula em contrário, 
garante o pagamento desses títulos. 
II. o endosso pode ser condicional, mas não parcial. 
III. o pagamento de uma letra de câmbio ou de uma nota promissória pode 
ser no todo ou em parte garantido por aval. 
 
http://www.iceni.com/infix.htm
 
 
 
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IV. o avalista é responsável da mesma maneira que a pessoa afiançada, mas 
sua obrigação se mantém se a obrigação que ele garantiu for nula apenas 
por vício de forma. 
V. o endossante acionado não pode opor ao portador de uma nota 
promissória as exceções fundadas sobre as relações pessoais dele com os 
portadores anteriores, salvo se o portador ao adquirir a nota promissória 
tiver procedido conscientemente em detrimento do devedor. 
Está correto o que se afirma APENAS em 
a) II, III e IV. 
b) III, IV e V. 
c) II, IV e V. 
d) I, III e V. 
e) I, II e IV. 
05. DPE-BA – Defensor Púlico – 2016 – FCC. 
Sobre os títulos de crédito, analise as afirmações abaixo: 
I. De acordo com o entendimento do Superior Tribunal de Justiça, a nota 
promissória vinculada a contrato de abertura de crédito não goza de 
autonomia em razão da iliquidez do título que a originou. 
II. O cheque nominal, com ou sem a cláusula expressa “à ordem”, é 
transmissível por via de endosso, enquanto o cheque nominal com cláusula 
“não à ordem” somente pode ser transmitido pela forma de cessão. 
III. O título de crédito emitido sem o preenchimento de requisito de forma 
que lhe retire a validade, acarreta a invalidade do negócio jurídico que lhe 
deu origem. 
IV. Ao contrário da nota promissória, a duplicata é um título causal e, em 
regra, não goza de abstração. 
Está correto o que se afirma APENAS em 
a) I, II e IV. 
b) I, II e III. 
c) I e II. 
d) II e IV. 
e) I e IV. 
06. TJ-RJ – Juiz de Direito – 2016 – FCC. 
Dispõe a lei que rege o título de crédito, denominado duplicata, que em todo 
contrato de compra e venda mercantil, celebrado entre partes domiciliadas 
no território brasileiro, com prazo não inferior a 30 dias, contados da data 
da entrega ou despacho das mercadorias, o vendedor extrairá a respectiva 
 
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fatura para apresentação ao comprador. A esse respeito, é correto afirmar 
que: 
a) quando a remessa da duplicata for feita por intermédio de representantes, 
instituições financeiras, procuradores ou correspondentes, estes deverão 
apresentar o título ao comprador, dentro de 10 dias contados da data de seu 
recebimento na praça de pagamento. 
b) em toda venda realizada em tais condições, o vendedor é obrigado a 
extrair da fatura a respectiva duplicata. 
c) no ato da emissão da fatura, o vendedor extrairá a duplicata para 
circulação com efeito comercial, sendo admitida, nesse caso,qualquer outra 
espécie de título de crédito, a exemplo da letra de câmbio ou da nota 
promissória, para documentar o saque do vendedor pela importância 
faturada ao comprador. 
d) uma só duplicata poderá corresponder a mais de uma fatura, nos casos 
de venda para pagamento em parcelas, situação em que se discriminarão 
todas as prestações e vencimentos, distinguindo-se a numeração pelo 
acréscimo, em sequência, de letra do alfabeto. 
e) no valor total da duplicata serão incluídos os abatimentos de preços das 
mercadorias feitos pelo vendedor até o ato do faturamento, desde que 
constem da fatura. 
07. Prefeitura de Campinas – Procurador do Município – 2016 
– FCC. 
O Banco Z recebeu título de crédito por endosso-mandato e o levou a 
protesto. Porque indevido o protesto, o prejudicado ajuizou ação contra o 
Banco Z requerendo compensação por danos morais. De acordo com 
jurisprudência consolidada do Superior Tribunal de Justiça, o Banco Z 
a) responde por danos morais nas mesmas hipóteses em que o credor da 
cártula. 
b) responde por danos morais, independentemente de culpa, se for 
inexistente o negócio jurídico subjacente à cártula. 
c) é parte ilegítima para figurar no polo passivo, porque o endossatário, na 
hipótese de endosso-mandato, jamais responde por danos decorrentes de 
protesto indevido. 
d) responde por danos morais se houver extrapolado os poderes de 
mandatário ou agido com culpa, como no caso de apontamento depois da 
ciência acerca do pagamento ou de falta de higidez da cártula. 
e) é parte ilegítima para figurar no polo passivo, porque o endossatário, em 
qualquer espécie de endosso, jamais responde por danos decorrentes de 
protesto indevido. 
 
 
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08. TRT 1ª Região – Juiz do Trabalho Substituto – 2016 – FCC. 
Sobre os títulos de crédito, é INCORRETO afirmar: 
a) A perda ou extravio da duplicata obrigará o vendedor a extrair a triplicata. 
b) O cheque apresentado para pagamento antes do dia indicado como data 
de emissão não é pagável quando da sua apresentação. 
c) No caso dos cheques, são nulos o seu endosso parcial e do sacado. 
d) As empresas, individuais ou coletivas, fundações ou sociedades civis 
poderão emitir faturas e duplicatas de prestação de serviços. 
e) O cheque pode ser emitido à ordem do próprio sacador. 
09. TJ-RJ – Juiz de Direito – 2016 – VUNESP. 
A cláusula “não à ordem": 
a) inviabiliza o aceite. 
b) impede a circulação mediante endosso. 
c) implica em aceite do cumprimento da obrigação assumida em Nota 
Promissória. 
d) não é admitida na Letra de Câmbio. 
e) inviabiliza o aval parcial. 
10. TJDFT – Juiz de Direito – 2016 – Cespe. 
Assinale a opção correta, no que diz respeito a aval: 
a) Se o título de crédito avalizado for vinculado a contrato de mútuo, o 
avalista deverá responder pelas obrigações nele contidas, ainda que ali não 
figure como devedor solidário. 
b) No caso do cheque, se houver dois avais superpostos e em branco, 
considera-se que houve aval de aval. 
c) Os avais simultâneos estabelecem entre os coavalistas uma relação 
fundada na solidariedade de direito comum, e não cambiária. Assim, se um 
deles pagar a dívida, terá o direito de exigir do outro apenas a quota parte 
que caberia a este 
d) O avalista de cheque prescrito deverá responder pelo pagamento deste 
em ação monitória, independentemente da prova de ter-se beneficiado da 
dívida. 
e) O avalista citado para pagar o valor constante do título poderá invocar em 
seu favor benefício de ordem, de forma que, primeiro, sejam excutidos bens 
do avalizado 
 
 
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11. DPE-RN – Defensor Público – 2014 – Cespe. 
A respeito de títulos de crédito e de contratos bancários, assinale a opção 
correta. 
a) Atualmente, ainda é válida a pactuação das tarifas de abertura de crédito 
e de emissão de carnê na cobrança por serviços bancários, segundo o 
entendimento do STJ. 
b) Conforme entendimento do STJ, o ajuizamento isolado de ação revisional 
de contrato bancário é capaz de descaracterizar a mora do devedor. 
c) A omissão de qualquer requisito legal que retire a validade do título de 
crédito implica também a invalidade do negócio jurídico que lhe deu origem. 
d) O pagamento do título de crédito pode ser garantido por aval dado de 
forma parcial. 
e) De acordo com o STJ, a estipulação de juros remuneratórios superiores a 
12% ao ano, por si só, não indica abusividade. 
12. TJ-PI – Juiz de Direito – 2015 – FCC. 
O Warrant Agropecuário − WA: 
a) tem a mesma finalidade do Certificado de Depósito Agropecuário − CDA, 
dele se diferenciando por ter objeto operações superiores a um milhão de 
reais e prever prazo de pagamento mais longo. 
b) é título de crédito representativo de promessa de entrega de produtos 
agropecuários, seus derivados, subprodutos e resíduos de valor econômico, 
depositados em conformidade com a Lei n° 9.973/2000. 
c) não constitui título executivo extrajudicial, diferentemente do Certificado 
de Depósito Agropecuário − CDA, que possui essa característica. 
d) é título de crédito representativo de promessa de pagamento em dinheiro 
que confere direito de penhor sobre o Certificado de Depósito Agropecuário 
− CDA correspondente, assim como sobre o produto nele descrito. 
e) é transmissível por cessão de crédito, mas não admite endosso, 
diferentemente do Certificado de Depósito Agropecuário − CDA. 
13. TJ-PI – Juiz de Direito – 2015 – FCC. 
Alberto emitiu um cheque nominal em favor de Bruno, que, por sua vez, 
endossou o título a Carlos, subordinando o endosso a determinada condição 
que anotou do verso da cártula. Carlos então apresentou o cheque para 
pagamento ao banco sacado dentro do prazo legal. Nesse caso, considerando 
que Alberto mantém fundos suficientes e disponíveis para o pagamento, o 
banco sacado deve: 
a) pagar o cheque, mas desde que tenha sido previamente informado pelo 
endossante ou pelo sacador sobre a realização da condição anotada na 
cártula. 
 
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b) pagar o cheque, reputando-se não escrita a condição anotada na cártula 
pelo endossante 
c) pagar o cheque, mas desde que lhe seja apresentada, pelo endossatário, 
prova escrita da realização da condição anotada na cártula. 
d) negar o pagamento, pois a anotação de condição pelo endossante da 
cártula invalida o cheque. 
e) negar o pagamento, pois a anotação de condição torna o cheque título 
causal, impossibilitando, por consequência, a sua transmissão por endosso. 
14. DPE-SP – Defensor Público – 2015 – FCC. 
Joaquim comparece à Defensoria Pública alegando que recebeu notificação 
do tabelião de protestos relativa a cheque ao portador por ele emitido e não 
pago por falta de fundos. No entanto, alega que o notificante, Antônio da 
Silva, é terceiro por ele desconhecido e que já realizou acordo com Luiz de 
Souza, pessoa com quem realizou a transação comercial que motivou a 
emissão do cheque. O acordo consistiu em uma compensação de dívidas, 
visto que Joaquim possuía um crédito junto à empresa de Luiz, uma 
sociedade Empresária limitada. 
Ante o exposto, analise as assertivas a seguir. 
I. Dentre os princípios que regem os títulos de crédito deve-se ressaltar o da 
autonomia ou independência, que prevê que o cheque, após expedido, 
desliga-se da obrigação que lhe deu origem, tornando-se autônomo e 
exigível por terceiro detentor do título, em razão de sua circulação. 
II. O cheque ao portador permite sua circulação, sendo o titular do crédito 
quem porta o título, não havendo limites à sua emissão. Já o cheque 
nominativo a ordem faz expressa menção do titular do crédito, o que impede 
sua circulação, só sendo transmissível atravésda cessão civil de créditos. 
III. Tendo em vista a existência de recusa de pagamento comprovada pelo 
protesto, é possível ao portador do cheque cobrar o valor nele encartado do 
emitente e de todos os endossantes, de forma solidária, mesmo que algum 
deles alegue que a falta de fundos se deu por fato não imputável a si. 
IV. No caso em tela não há que se falar em compensação de créditos. 
Joaquim emitiu o cheque em favor de Luiz, não podendo compensar créditos 
com a empresa deste, ante o requisito da reciprocidade exigido pelo instituto 
da compensação. 
Está correto o que se afirma APENAS em 
a) III e IV. 
b) I e III. 
c) I e IV. 
d) I, II e IV. 
e) II e III. 
 
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15. TJ-SP – Juiz de Direito – 2015 – VUNESP. 
Sobre títulos de crédito, é correto afirmar que 
a) não é possível o preenchimento do título de crédito incompleto pelo credor 
após a sua emissão. 
b) na cédula de crédito bancário pode ser constituída garantia real em 
documento separado, desde que se faça mera referência a isso no corpo da 
cédula. 
c) o devedor deve conferir a autenticidade das assinaturas de toda a cadeia 
de endossos lançados no título, antes de realizar o pagamento ao último 
endossatário e portador. 
d) o endossatário de endosso em branco pode mudá-lo para endosso em 
preto, desde que o complete com o seu nome ou de terceiro, bem como pode 
endossar novamente o título, mas não pode transferi-lo sem novo endosso. 
16. TJ-AL – Juiz de Direito – 2015 – FCC. 
No tocante ao cheque, é INCORRETO afirmar: 
a) O banco sacado responde por ato ilícito que venha a praticar, mas não 
pode assumir qualquer obrigação cambial referente a cheques sacados por 
seus correntistas. 
b) O sacado não pode aceitar um cheque, mas pode endossá-lo a terceiros 
c) Somente o cheque nominativo ainda não endossado comporta seu 
visamento, que não equivale ao aceite. 
d) O endosso transmite todos os direitos resultantes do cheque e, salvo 
estipulação em contrário, o endossante garante o pagamento. 
e) Um cheque pós-datado é pagável em sua apresentação, à vista, mesmo 
que esta se dê em data anterior àquela indicada como a de sua emissão 
17. TJ-AL – Juiz de Direito – 2015 – FCC. 
No que se refere a protesto de títulos: 
a) não responde pelos danos decorrentes de protesto indevido o 
endossatário que recebe, por endosso translativo, título de crédito contendo 
vício formal extrínseco ou intrínseco, cabendo ao suposto devedor exigir o 
valor reparatório diretamente dos endossantes 
b) aquele tirado por falta de aceite poderá ser efetuado antes ou após o 
vencimento da obrigação, desde que após o decurso do prazo legal para o 
ato de aceite. 
c) será ele tirado exclusivamente por falta de pagamento ou de aceite. 
d) o pagamento do título ou do documento de dívida apresentado para 
protesto será feito diretamente no tabelionato competente e não poderá ser 
recusado, se oferecido dentro do prazo legal, no tabelionato de protesto 
competente e no horário de funcionamento dos serviços. 
 
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e) após o vencimento da obrigação, o protesto poderá ser efetuado por falta 
de pagamento ou aceite, sendo defesa a lavratura e registro do protesto por 
motivo não previsto na lei cambial. 
18. TJ-AL – Juiz de Direito – 2015 – FCC. 
No tocante às duplicatas, considere: 
I. É lícito ao comprador resgatar a duplicata antes de aceitá-la ou antes da 
data do vencimento. 
II. A duplicata não admite reforma ou prorrogação do prazo de vencimento, 
sendo necessária a emissão de novo título para esses fins. 
III. O pagamento da duplicata poderá ser assegurado por aval, desde que 
prestado anteriormente ao vencimento do título. 
IV. A duplicata é protestável por falta de aceite, de devolução ou pagamento. 
Está correto o que se afirma APENAS em 
a) I e IV. 
b) II, III e IV. 
c) I, III e IV. 
d) I, II e III. 
e) II e III. 
19. TJ-PB – Juiz de Direito – 2015 – Cespe. 
Guilherme sustou o pagamento de três cheques pós-datados, emitidos no 
dia 30/1/2015, para adimplir obrigação decorrente de negócio jurídico 
celebrado com a sociedade empresária Alfa. O motivo da sustação foi que 
ele não recebeu os produtos do referido negócio jurídico. Cada um dos três 
cheques teve suas especificidades. No primeiro cheque, pós-datado para o 
dia 28/2/2015, o campo da data da emissão ficou em branco. O segundo 
cheque, pós-datado para o dia 30/3/2015, foi nominado a Maria, sócia da 
sociedade empresária Alfa, que o endossou a Pedro. Este, por sua vez, 
apresentou o segundo cheque ao banco sacado para compensação no dia 
2/2/2015. Em relação ao terceiro cheque, Maria o levou a protesto depois 
de seis meses do prazo concebido para o ajuizamento da ação de execução 
de título extrajudicial. 
Com referência a essa situação hipotética, assinale a opção correta, sabendo 
que os cheques foram emitidos na praça em que deveriam ser apresentados 
e pagos. 
a) O protesto do terceiro cheque foi pertinente, porque, a despeito de lhe 
faltar certeza e exigibilidade para aparelhar ação de execução, esse cheque 
não perdeu a característica de documento de dívida suficiente para a prática 
de tal ato. 
 
==db697==
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b) O segundo cheque não comporta ação de execução ajuizada no dia 
10/10/2015, uma vez que a pretensão ao crédito decorrente da cártula se 
encontra prescrita. 
c) No eventual processamento da execução do terceiro cheque, os juros 
(simples) de mora incidirão a partir da citação do devedor e a correção 
monetária, desde a data da apresentação. 
d) A falta de indicação da data implica nulidade do primeiro cheque para fins 
de execução. 
e) Pedro, mesmo dentro do prazo legal, não pode ajuizar ação de execução 
contra Maria porque, com a circulação do título, prevalecem, na situação 
posta, os princípios da autonomia, abstração e não oponibilidade das 
exceções pessoais derivadas do negócio jurídico subjacente. 
20. TJ-RR – Juiz de Direito – 2015 – FCC. 
João subscreveu uma nota promissória em favor de Paulo. Além da 
denominação “nota promissória”, a cártula, devidamente assinada por João, 
contém a promessa pura e simples de pagar a Paulo a quantia de R$ 
2.000,00 (dois mil reais), a indicação da data em que foi emitida e do lugar 
onde foi passada, mas não prevê nem a época do pagamento, nem o lugar 
onde este deve ser realizado. Nesse caso, a cártula: 
a) não vale como nota promissória, pois a indicação da época do pagamento 
é requisito essencial do título. 
b) não vale como nota promissória, pois a indicação do lugar onde o 
pagamento deve ser realizado é requisito essencial do título. 
c) vale como nota promissória, sendo que, à falta de indicação da época do 
pagamento, considera-se o título à vista. 
d) vale como nota promissória, sendo que, à falta de indicação do lugar do 
pagamento, considera-se como tal o domicílio de Paulo, independentemente 
de onde o título foi passado. 
e) vale como nota promissória, sendo que, à falta de indicação da época do 
pagamento, este só poderá ser exigido trinta dias após a sua apresentação 
ao subscritor do título. 
 
 
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8.2. Gabarito 
 
1. C 11. E 
2. ERRADA 12. D 
3. CERTA 13. B 
4. D 14. C 
5. A 15. B 
6. A 16. B 
7. D 17. D 
8. B 18. A 
9. B 19. B 
10. C 20. C 
 
 
 
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8.3. Questões comentadas 
01. TJ-PR – Juiz de Direito – 2017 – Cespe. 
O ato cambiário pelo qual o credor transmitea outrem seus direitos sobre 
título nominal à ordem é denominado: 
a) Aceite 
b) Aval 
c) Endosso 
d) Cessão civil de crédito 
Comentários: 
O aceito é o ato por meio do qual o sujeito que é obrigado a pagar os valores 
descritos no título de crédito reconhece essa obrigação. A depender do título esse 
ato pode ser obrigatório ou voluntário. 
O aval é o ato por meio do qual um terceiro (avalista) se responsabiliza pelo 
adimplemento da obrigação representada pelo título. 
O endosso é o ato cambiário mediante o qual o credor do título de crédito 
(endossante) transmite seus direitos a outrem (endossatário). Além de transferir 
os direitos de crédito, o endosso também gera outra consequência jurídica: 
constitui o endossante como codevedor do título. Entretanto, é possível que o 
endosso seja gravado com a cláusula “sem garantia”, que exonera o endossante 
de responsabilidade pela obrigação representada pelo título. 
A cessão civil de crédito é ato de certa forma equivalente ao endosso, por 
transferir direitos, mas no âmbito civil, não fazendo parte da disciplina do Direito 
Cambiário. 
GABARITO: C 
02. PGE-AM – Procurador do Estrado – 2016 – Cespe. 
No que concerne ao direito empresarial em sentido amplo, julgue o item a 
seguir. 
A promoção prévia de protesto válido do título é condição para que o credor 
de título de crédito válido mova uma ação de execução contra o devedor 
principal. 
Comentários: 
Um fato interessante é o que diz respeito à obrigatoriedade do protesto. Na 
realidade, só há exigência legal da prática do ato se houver a pretensão de 
executar coobrigados, a exemplo dos endossantes. Para executar o título 
cobrando o cumprimento da obrigação do devedor principal ou de seu avalista, 
não será necessário protestar o título. 
 
 
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Existe, por outro lado, disposições legais específicas que eventualmente exigem 
o protesto para o exercício de determinados direitos. É o caso da propositura da 
falência do devedor por impontualidade injustificada (art. 94 da Lei n. 
11.101/2005). 
Além disso, atualmente o Código Civil determina que o protesto interrompe a 
prescrição, desde que feito no prazo e na forma da lei. Esta foi uma inovação 
trazida pelo Código Civil de 2002, que terminou por superar o entendimento do 
da súmula 153 do STF, segundo a qual “o simples protesto cambiário não 
interrompe a prescrição”. 
GABARITO: ERRADA 
03. PGE-AM – Procurador do Estrado – 2016 – Cespe. 
No que concerne ao direito empresarial em sentido amplo, julgue o item a 
seguir. 
A doutrina relativa ao direito cambiário trata do princípio da abstração, um 
subprincípio derivado do princípio da autonomia, que destaca a ligação entre 
o título de crédito e o fato jurídico que deu origem à obrigação que ele 
representa. 
Comentários: 
O princípio da autonomia é considerado a pedra fundamental de todo o regime 
cambial, e traduz-se no entendimento de que o título de crédito configura a 
constituição de direito novo, autônomo, originário e completamente desvinculado 
da relação que lhe deu origem. 
A doutrina aponta ainda dois importantes subprincípios relacionados ao princípio 
da autonomia: a abstração e a inoponibilidade das exceções pessoais ao terceiro 
de boa-fé. 
A abstração se refere à completa desvinculação do título da relação que lhe deu 
origem. Enquanto o título se restringe à esfera jurídica dos participantes no 
negócio que lhe deu origem, não haverá ainda abstração. A partir do momento 
em que há a circulação desse título, porém, estamos diante do fenômeno. Uma 
vez posto em circulação, o título passará a vincular outras pessoas, que não 
participaram da relação originária, e que por isso assumem direitos e obrigações 
exclusivamente em função do título. 
Protesto
Necessário Contra os coobrigados e endossantes.
Facultativo Contra o devedor principal e seu avalista.
 
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Vale salientar que a abstração se perde com a prescrição do título de crédito. A 
prescrição fulmina tanto sua executividade quanto sua cambiariedade, ou seja, o 
título perde as suas características intrínsecas de título de crédito, dentre elas a 
abstração. 
Diante do exposto, podemos dizer, sem medo de errar, que o princípio da 
abstração realmente trata da ligação entre o título de crédito e o fato jurídico que 
deu origem à obrigação que ele representa. 
GABARITO: CERTA 
04. DPE-ES – Defensor Público – 2016 – FCC. 
Sobre o endosso e o aval de letras de câmbio e de notas promissórias, 
I. pelo endosso transmitem-se todos os direitos emergentes da letra de 
câmbio e da nota promissória e o endossante, salvo cláusula em contrário, 
garante o pagamento desses títulos. 
II. o endosso pode ser condicional, mas não parcial. 
III. o pagamento de uma letra de câmbio ou de uma nota promissória pode 
ser no todo ou em parte garantido por aval. 
IV. o avalista é responsável da mesma maneira que a pessoa afiançada, mas 
sua obrigação se mantém se a obrigação que ele garantiu for nula apenas 
por vício de forma. 
V. o endossante acionado não pode opor ao portador de uma nota 
promissória as exceções fundadas sobre as relações pessoais dele com os 
portadores anteriores, salvo se o portador ao adquirir a nota promissória 
tiver procedido conscientemente em detrimento do devedor. 
Está correto o que se afirma APENAS em 
a) II, III e IV. 
b) III, IV e V. 
c) II, IV e V. 
d) I, III e V. 
e) I, II e IV. 
Comentários: 
Todos os itens se referem a dispositivos da Lei Uniforme, incorporada ao 
ordenamento jurídico brasileiro pelo Decreto n. 57.663/1966. A maior parte deles 
encontra correspondência também no Código Civil de 2002, mas vamos nos ater 
aos dispositivos da Lei Uniforme na nossa análise. 
O item I está correto, nos termos dos arts. 14 e 15. 
Art. 14 - O endosso transmite todos os direitos emergentes da letra. 
Se o endosso for em branco, o portador pode: 
1 - Preencher o espaço em branco, quer com o seu nome, quer com o nome de outra pessoa; 
 
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2 - Endossar de novo a letra em branco ou a favor de outra pessoa; 
3 - Remeter a letra a um terceiro, sem preencher o espaço em branco e sem a endossar. 
Art. 15 - O endossante, salvo cláusula em contrário, é garante tanto da aceitação como do 
pagamento da letra. 
O endossante pode proibir um novo endosso, e, neste caso, não garante o pagamento as 
pessoas a quem a letra for posteriormente endossada. 
O item II está incorreto. O ordenamento não permite o endosso parcial e nem o 
condicional. 
Art. 12 - O endosso deve ser puro e simples. Qualquer condição a que ele seja subordinado 
considera-se como não escrita. 
O endosso parcial é nulo. 
O endosso ao portador vale como endosso em branco. 
O item III está correto, nos termos do art. 30. 
Art. 30 - O pagamento de uma letra pode ser no todo ou em parte garantido por aval. Esta 
garantia é dada por um terceiro ou mesmo por um signatário da letra. 
O item IV está incorreto. O vício de forma é justamente a exceção em relação à 
autonomia do aval. Se houver vício de forma, o próprio título será nulo, e por 
isso não haverá que se falar em aval. 
Art. 32 - O dador de aval é responsável da mesma maneira que a pessoa por ele afiançada. 
A sua obrigação mantém-se, mesmo no caso de a obrigação que ele garantiu ser nula por 
qualquer razão que não seja um vicio de forma. 
Se o dador de aval paga a letra, fica sub-rogado nos direitos emergentes da letra contra a 
pessoa a favor de quem foi dado o aval e contra os obrigados para com esta em virtude da 
letra. 
O item V está correto, nos termos do art. 17. 
Art. 17 - As pessoas acionadas em virtude de uma letra não podemopor ao portador as 
exceções fundadas sobre as relações pessoais delas com o sacador ou com os portadores 
anteriores, a menos que o portador ao adquirir a letra tenha procedido conscientemente em 
detrimento do devedor. 
GABARITO: D 
05. DPE-BA – Defensor Púlico – 2016 – FCC. 
Sobre os títulos de crédito, analise as afirmações abaixo: 
I. De acordo com o entendimento do Superior Tribunal de Justiça, a nota 
promissória vinculada a contrato de abertura de crédito não goza de 
autonomia em razão da iliquidez do título que a originou. 
II. O cheque nominal, com ou sem a cláusula expressa “à ordem”, é 
transmissível por via de endosso, enquanto o cheque nominal com cláusula 
“não à ordem” somente pode ser transmitido pela forma de cessão. 
III. O título de crédito emitido sem o preenchimento de requisito de forma 
que lhe retire a validade, acarreta a invalidade do negócio jurídico que lhe 
deu origem. 
 
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IV. Ao contrário da nota promissória, a duplicata é um título causal e, em 
regra, não goza de abstração. 
Está correto o que se afirma APENAS em 
a) I, II e IV. 
b) I, II e III. 
c) I e II. 
d) II e IV. 
e) I e IV. 
Comentários: 
O item I está correto. Nos termos da súmula 258 do STJ, a nota promissória 
vinculada a contrato de abertura de crédito não goza de autonomia em razão da 
iliquidez do título que a originou. Lembre-se da discussão envolvendo títulos de 
crédito que lastreiam o contrato de abertura de crédito bancário. 
O item II está correto. Nominativo à ordem é o cheque em que se consigna o 
nome do tomador, sendo permitida sua circulação mediante endosso. O cheque 
nominativo não à ordem, por sua vez, é aquele em que a circulação por endosso 
não é possível em razão da aposição da cláusula “não à ordem”, havendo apenas 
a possibilidade de cessão civil de crédito. Lembre-se de que o cheque é um dos 
títulos de crédito em que a cláusula “à ordem” é considerada implícita. 
O item III está incorreto. De acordo com o art. 888 do Código Civil, a omissão de 
qualquer requisito legal que tire ao escrito a sua validade como título de crédito, 
não implica a invalidade do negócio jurídico que lhe deu origem. Aqui estamos 
diante de uma manifestação do princípio da autonomia dos títulos de crédito. 
O item IV está correto. A duplicata, na condição de título causal, só poderá ser 
emitida quando verificadas determinadas circunstâncias determinadas por lei. Por 
outro lado, temos os títulos abstratos, cuja emissão não depende de fato 
determinado por lei. 
GABARITO: A 
06. TJ-RJ – Juiz de Direito – 2016 – FCC. 
Dispõe a lei que rege o título de crédito, denominado duplicata, que em todo 
contrato de compra e venda mercantil, celebrado entre partes domiciliadas 
no território brasileiro, com prazo não inferior a 30 dias, contados da data 
da entrega ou despacho das mercadorias, o vendedor extrairá a respectiva 
fatura para apresentação ao comprador. A esse respeito, é correto afirmar 
que: 
a) quando a remessa da duplicata for feita por intermédio de representantes, 
instituições financeiras, procuradores ou correspondentes, estes deverão 
apresentar o título ao comprador, dentro de 10 dias contados da data de seu 
recebimento na praça de pagamento. 
 
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b) em toda venda realizada em tais condições, o vendedor é obrigado a 
extrair da fatura a respectiva duplicata. 
c) no ato da emissão da fatura, o vendedor extrairá a duplicata para 
circulação com efeito comercial, sendo admitida, nesse caso, qualquer outra 
espécie de título de crédito, a exemplo da letra de câmbio ou da nota 
promissória, para documentar o saque do vendedor pela importância 
faturada ao comprador. 
d) uma só duplicata poderá corresponder a mais de uma fatura, nos casos 
de venda para pagamento em parcelas, situação em que se discriminarão 
todas as prestações e vencimentos, distinguindo-se a numeração pelo 
acréscimo, em sequência, de letra do alfabeto. 
e) no valor total da duplicata serão incluídos os abatimentos de preços das 
mercadorias feitos pelo vendedor até o ato do faturamento, desde que 
constem da fatura. 
Comentários: 
Nossa questão deve ser respondida com base na Lei n. 5.474/1968, que trata da 
duplicata. 
A alternativa A está correta e é a nossa resposta, nos termos do art. 6o, §2o da 
referida lei. 
Art. 6o, § 2º Se a remessa for feita por intermédio de representantes instituições 
financeiras, procuradores ou correspondentes estes deverão apresentar o título, ao 
comprador dentro de 10 (dez) dias, contados da data de seu recebimento na praça de 
pagamento. 
A alternativa B está incorreta. Na realidade a duplica é que é extraída da fatura. 
Daí vem o nome desse título de crédito, não é mesmo!? J 
Art. 2º No ato da emissão da fatura, dela poderá ser extraída uma duplicata para circulação 
como efeito comercial, não sendo admitida qualquer outra espécie de título de crédito para 
documentar o saque do vendedor pela importância faturada ao comprador. 
A alternativa C está incorreta. Na realidade, nesta situação não podem ser 
admitidas outras modalidades de títulos de crédito, conforme art. 2o. 
A alternativa D está incorreta. A duplicata é um documento que contém as 
mesmas informações da fatura. Não faria sentido nenhum que uma duplicata 
correspondesse a mais de uma fatura. 
Art. 2º, § 2º Uma só duplicata não pode corresponder a mais de uma fatura. 
A alternativa E está incorreta. Os abatimentos anteriores ao faturamento não 
devem, em regra, ser incluídos na duplicata. 
Art. 3º, §1º Não se incluirão no valor total da duplicata os abatimentos de preços das 
mercadorias feitas pelo vendedor até o ato do faturamento, desde que constem da fatura. 
GABABRITO: A 
 
 
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07. Prefeitura de Campinas – Procurador do Município – 2016 
– FCC. 
O Banco Z recebeu título de crédito por endosso-mandato e o levou a 
protesto. Porque indevido o protesto, o prejudicado ajuizou ação contra o 
Banco Z requerendo compensação por danos morais. De acordo com 
jurisprudência consolidada do Superior Tribunal de Justiça, o Banco Z 
a) responde por danos morais nas mesmas hipóteses em que o credor da 
cártula. 
b) responde por danos morais, independentemente de culpa, se for 
inexistente o negócio jurídico subjacente à cártula. 
c) é parte ilegítima para figurar no polo passivo, porque o endossatário, na 
hipótese de endosso-mandato, jamais responde por danos decorrentes de 
protesto indevido. 
d) responde por danos morais se houver extrapolado os poderes de 
mandatário ou agido com culpa, como no caso de apontamento depois da 
ciência acerca do pagamento ou de falta de higidez da cártula. 
e) é parte ilegítima para figurar no polo passivo, porque o endossatário, em 
qualquer espécie de endosso, jamais responde por danos decorrentes de 
protesto indevido. 
Comentários: 
Por meio do endosso-mandato, o endossante confere poderes ao endossatário 
para agir como seu representante, podendo cobrar o título, executá-lo, protestá-
lo, etc. Esse endosso pode ser feito por meio da aposição das expressões “para 
cobrança”, “valor a cobrar” ou “por procuração”. 
É muito comum que esse tipo de endosso seja feito em benefício de instituições 
financeiras, e por isso há diversos julgados do STJ a respeito do assunto. Aqui 
destaco o entendimento segundo o qual o banco que atuar como mandatário 
nestes casos somente responde por eventuais danos causados ao devedor do 
título se for comprovada a sua atuação culposa, o que ocorre, por exemplo, 
quando o banco tem conhecimento inequívoco de que o negócio jurídico que 
embasou a duplicata foi desfeito. 
 
DIREITO CIVIL E CAMBIÁRIO. RECURSOESPECIAL REPRESENTATIVO 
DECONTROVÉRSIA. ART. 543-C DO CPC. DUPLICATA RECEBIDA PORENDOSSO-
MANDATO. PROTESTO. RESPONSABILIDADE DO ENDOSSATÁRIO.NECESSIDADE 
DE CULPA. 
1. Para efeito do art. 543-C do CPC: Só responde por danos materiais e morais o 
endossatário que recebe título de crédito por endosso-mandato e o leva a protesto se 
extrapola os poderes de mandatário ou em razão de ato culposo próprio, como no caso de 
apontamento depois da ciência acerca do pagamento anterior ou da falta de higidez da 
cártula. 
2. Recurso especial não provido. 
 
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REsp 1.063.474/RS, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, 2a Seção, j. 28.09.2011, DJe 
17.11.2011. 
 
Súmula 476 do STJ 
O endossatário de título de crédito por endosso-mandato só responde por danos decorrentes 
de protesto indevido se extrapolar os poderes de mandatário. 
GABARITO: D 
08. TRT 1ª Região – Juiz do Trabalho Substituto – 2016 – FCC. 
Sobre os títulos de crédito, é INCORRETO afirmar: 
a) A perda ou extravio da duplicata obrigará o vendedor a extrair a triplicata. 
b) O cheque apresentado para pagamento antes do dia indicado como data 
de emissão não é pagável quando da sua apresentação. 
c) No caso dos cheques, são nulos o seu endosso parcial e do sacado. 
d) As empresas, individuais ou coletivas, fundações ou sociedades civis 
poderão emitir faturas e duplicatas de prestação de serviços. 
e) O cheque pode ser emitido à ordem do próprio sacador. 
Comentários: 
A alternativa A está correta. A triplicata não deve ser emitida a não ser em casos 
de perda ou extravio da duplicata. 
A alternativa B está incorreta. O prazo de apresentação é aquele durante o qual 
se deve levar o cheque para pagamento junto à instituição financeira. Como sua 
natureza é de ordem de pagamento à vista, o cheque deve ser pago quando for 
apresentado, ainda que a data que conste no título seja futura. Isso não significa, 
porém, que o descumprimento das condições acordadas não enseje 
responsabilização de quem apresentou o cheque antecipadamente. 
A alternativa C está correta. Tanto a legislação cambiária específica quanto o 
Código Civil (art. 912) desconsideram qualquer menção, no ato do endosso, a 
condição que subordine o endossante. Da mesma forma, também é nulo o 
endosso parcial. 
A alternativa D está correta. Nada impede que instituições que prestam serviços 
regularmente, seja mediante atividade empresarial ou civil, emitam duplicatas. 
A alternativa E está correta. Nada impede que um cheque nominativo tenha como 
beneficiário o próprio sacador. Nessa situação ele poderá, na condição de 
beneficiário, endossar o cheque, caso deseje. 
GABARITO: B 
 
 
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09. TJ-RJ – Juiz de Direito – 2016 – VUNESP. 
A cláusula “não à ordem": 
a) inviabiliza o aceite. 
b) impede a circulação mediante endosso. 
c) implica em aceite do cumprimento da obrigação assumida em Nota 
Promissória. 
d) não é admitida na Letra de Câmbio. 
e) inviabiliza o aval parcial. 
Comentários: 
Como você já está cansado de saber, a aposição da cláusula “não à ordem” 
impede a circulação do título mediante endosso, deixando como alternativa 
apenas a cessão civil de crédito. 
GABARITO: B 
10. TJDFT – Juiz de Direito – 2016 – Cespe. 
Assinale a opção correta, no que diz respeito a aval: 
a) Se o título de crédito avalizado for vinculado a contrato de mútuo, o 
avalista deverá responder pelas obrigações nele contidas, ainda que ali não 
figure como devedor solidário. 
b) No caso do cheque, se houver dois avais superpostos e em branco, 
considera-se que houve aval de aval. 
c) Os avais simultâneos estabelecem entre os coavalistas uma relação 
fundada na solidariedade de direito comum, e não cambiária. Assim, se um 
deles pagar a dívida, terá o direito de exigir do outro apenas a quota parte 
que caberia a este 
d) O avalista de cheque prescrito deverá responder pelo pagamento deste 
em ação monitória, independentemente da prova de ter-se beneficiado da 
dívida. 
e) O avalista citado para pagar o valor constante do título poderá invocar em 
seu favor benefício de ordem, de forma que, primeiro, sejam excutidos bens 
do avalizado 
Comentários: 
A alternativa A está incorreta. De acordo com a Súmula 26 do STJ, o avalista do 
titulo de credito vinculado a contrato de mútuo também responde pelas 
obrigações pactuadas, quando no contrato figurar como devedor solidário. 
A alternativa B está incorreta. Nos termos da súmula 189 do STF, avais em branco 
e superpostos consideram-se simultâneos, e não sucessivos. O aval sucessivo 
ocorre quando o avalista presta o aval para quem já era avalista do título, 
ocorrendo o aval do aval. 
 
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A alternativa C está correta. No aval simultâneo temos duas pessoas como 
avalistas de um mesmo devedor. Neste caso, há solidariedade entre os dois 
avalistas, tendo cada um deles direito de regresso contra o outro, mas apenas 
pela respectiva quota-parte. 
A alternativa D está incorreta. Prescrito o cheque, desaparece a relação cambial 
e, em consequência, o aval. Permanece responsável pelo débito apenas o devedor 
principal, salvo se demonstrado que o avalista obteve vantagem ilícita. 
A alternativa E está incorreta. O ato de garantia que prevê benefício de ordem é 
a fiança civil. O avalista pode ser acionado juntamente com o avalizado, 
enquanto, na fiança, é preciso primeiro buscar o cumprimento da obrigação junto 
ao afiançado, para só depois acionar o fiador. A obrigação do avalista é solidária, 
enquanto a do fiador é subsidiária. 
GABARITO: C 
11. DPE-RN – Defensor Público – 2014 – Cespe. 
A respeito de títulos de crédito e de contratos bancários, assinale a opção 
correta. 
a) Atualmente, ainda é válida a pactuação das tarifas de abertura de crédito 
e de emissão de carnê na cobrança por serviços bancários, segundo o 
entendimento do STJ. 
b) Conforme entendimento do STJ, o ajuizamento isolado de ação revisional 
de contrato bancário é capaz de descaracterizar a mora do devedor. 
c) A omissão de qualquer requisito legal que retire a validade do título de 
crédito implica também a invalidade do negócio jurídico que lhe deu origem. 
d) O pagamento do título de crédito pode ser garantido por aval dado de 
forma parcial. 
e) De acordo com o STJ, a estipulação de juros remuneratórios superiores a 
12% ao ano, por si só, não indica abusividade. 
Comentários: 
A alternativa A está incorreta. Desde 2008 o CMN proibiu que as instituições 
financeiras cobrassem a tarifa de abertura de crédito (TAC) e a tarifa de emissão 
de carnê (TEC), posicionamento corroborado pela jurisprudência do STJ (Súmula 
565). 
A alternativa B está incorreta. O entendimento do STJ é justamente no sentido 
contrário, de que o ajuizamento de ação revisional de contrato bancário não é 
capaz, por si só, de descaracterizar a mora do devedor. 
A alternativa C está incorreta. O fato de o título de crédito não estar completo 
significa que ele não terá valor de título executivo extrajudicial, mas não invalida 
o negócio jurídico que lhe deu origem. 
A alternativa D está incorreta. O Código Civil veda, como regra geral, o aval 
parcial, ainda que haja leis cambiárias específicas que o admitam. 
 
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A alternativa E é a nossa resposta. Nos termos da Súmula 382 do STJ, a 
estipulação de juros remuneratórios superiores a 12% ao ano, por si só, não 
indica abusividade. 
GABARITO: E 
12. TJ-PI – Juiz de Direito – 2015 – FCC. 
O Warrant Agropecuário − WA: 
a) tem a mesma finalidade do Certificado de Depósito Agropecuário− CDA, 
dele se diferenciando por ter objeto operações superiores a um milhão de 
reais e prever prazo de pagamento mais longo. 
b) é título de crédito representativo de promessa de entrega de produtos 
agropecuários, seus derivados, subprodutos e resíduos de valor econômico, 
depositados em conformidade com a Lei n° 9.973/2000. 
c) não constitui título executivo extrajudicial, diferentemente do Certificado 
de Depósito Agropecuário − CDA, que possui essa característica. 
d) é título de crédito representativo de promessa de pagamento em dinheiro 
que confere direito de penhor sobre o Certificado de Depósito Agropecuário 
− CDA correspondente, assim como sobre o produto nele descrito. 
e) é transmissível por cessão de crédito, mas não admite endosso, 
diferentemente do Certificado de Depósito Agropecuário − CDA. 
Comentários: 
A alternativa A está incorreta. O CDA é título de crédito representativo de 
promessa de entrega de produtos agropecuários, seus derivados, subprodutos e 
resíduos de valor econômico, enquanto o WA é título de crédito representativo 
de promessa de pagamento em dinheiro que confere direito de penhor sobre o 
CDA correspondente, assim como sobre o produto nele descrito. 
A alternativa B está incorreta, pois traz a definição de CDA, e não do WA. 
A alternativa C está incorreta. Tanto o CDA quanto o WA são títulos executivos 
extrajudiciais. 
A alternativa D está correta. Aqui está a definição correta do WA: título de crédito 
representativo de promessa de pagamento em dinheiro que confere direito de 
penhor sobre o CDA correspondente, assim como sobre o produto nele descrito. 
A alternativa E está incorreta. O CDA e o WA são títulos unidos, emitidos 
simultaneamente pelo depositário, a pedido do depositante, podendo ser 
transmitidos unidos ou separadamente, mediante endosso. 
GABARITO: D 
13. TJ-PI – Juiz de Direito – 2015 – FCC. 
Alberto emitiu um cheque nominal em favor de Bruno, que, por sua vez, 
endossou o título a Carlos, subordinando o endosso a determinada condição 
que anotou do verso da cártula. Carlos então apresentou o cheque para 
 
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pagamento ao banco sacado dentro do prazo legal. Nesse caso, considerando 
que Alberto mantém fundos suficientes e disponíveis para o pagamento, o 
banco sacado deve: 
a) pagar o cheque, mas desde que tenha sido previamente informado pelo 
endossante ou pelo sacador sobre a realização da condição anotada na 
cártula. 
b) pagar o cheque, reputando-se não escrita a condição anotada na cártula 
pelo endossante 
c) pagar o cheque, mas desde que lhe seja apresentada, pelo endossatário, 
prova escrita da realização da condição anotada na cártula. 
d) negar o pagamento, pois a anotação de condição pelo endossante da 
cártula invalida o cheque. 
e) negar o pagamento, pois a anotação de condição torna o cheque título 
causal, impossibilitando, por consequência, a sua transmissão por endosso. 
Comentários: 
A legislação cambiária veda o endosso parcial ou condicionado. Por outro lado, 
em relação ao aval parcial, este é, em regra, vedado pelo Código Civil, mas há 
leis especiais que o admitem. 
GABARITO: B 
14. DPE-SP – Defensor Público – 2015 – FCC. 
Joaquim comparece à Defensoria Pública alegando que recebeu notificação 
do tabelião de protestos relativa a cheque ao portador por ele emitido e não 
pago por falta de fundos. No entanto, alega que o notificante, Antônio da 
Silva, é terceiro por ele desconhecido e que já realizou acordo com Luiz de 
Souza, pessoa com quem realizou a transação comercial que motivou a 
emissão do cheque. O acordo consistiu em uma compensação de dívidas, 
visto que Joaquim possuía um crédito junto à empresa de Luiz, uma 
sociedade Empresária limitada. 
Ante o exposto, analise as assertivas a seguir. 
I. Dentre os princípios que regem os títulos de crédito deve-se ressaltar o da 
autonomia ou independência, que prevê que o cheque, após expedido, 
desliga-se da obrigação que lhe deu origem, tornando-se autônomo e 
exigível por terceiro detentor do título, em razão de sua circulação. 
II. O cheque ao portador permite sua circulação, sendo o titular do crédito 
quem porta o título, não havendo limites à sua emissão. Já o cheque 
nominativo a ordem faz expressa menção do titular do crédito, o que impede 
sua circulação, só sendo transmissível através da cessão civil de créditos. 
III. Tendo em vista a existência de recusa de pagamento comprovada pelo 
protesto, é possível ao portador do cheque cobrar o valor nele encartado do 
emitente e de todos os endossantes, de forma solidária, mesmo que algum 
deles alegue que a falta de fundos se deu por fato não imputável a si. 
 
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IV. No caso em tela não há que se falar em compensação de créditos. 
Joaquim emitiu o cheque em favor de Luiz, não podendo compensar créditos 
com a empresa deste, ante o requisito da reciprocidade exigido pelo instituto 
da compensação. 
Está correto o que se afirma APENAS em 
a) III e IV. 
b) I e III. 
c) I e IV. 
d) I, II e IV. 
e) II e III. 
Comentários: 
O item I está correto. Como manifestação do princípio da autonomia, as relações 
jurídico-cambiais são autônomas e independentes entre si. O devedor não poderá 
opor exceções pessoais a terceiros de boa-fé. 
O item II está incorreto. A banca tenta confundir o título nominativo e ao portador 
com os conceitos de título nominado à ordem e não à ordem. No ordenamento 
jurídico brasileiro não se admite título de crédito ao portador, a não ser o cheque 
de até R$100. 
O item III está incorreto. A recusa de pagamento não é comprovada apenas com 
o protesto, como se depreende do art. 47 da Lei do Cheque. 
Art. 47 Pode o portador promover a execução do cheque: 
[...] 
II - contra os endossantes e seus avalistas, se o cheque apresentado em tempo hábil e a 
recusa de pagamento é comprovada pelo protesto ou por declaração do sacado, escrita e 
datada sobre o cheque, com indicação do dia de apresentação, ou, ainda, por declaração 
escrita e datada por câmara de compensação. 
O item IV está correto. De acordo com o art. 368 do Código Civil, se duas pessoas 
forem ao mesmo tempo credor e devedor uma da outra, as duas obrigações 
extinguem-se, até onde se compensarem. A personalidade da sociedade da qual 
Joaquim é sócio não se confunde com sua personalidade natural. 
GABARITO: C 
15. TJ-SP – Juiz de Direito – 2015 – VUNESP. 
Sobre títulos de crédito, é correto afirmar que 
a) não é possível o preenchimento do título de crédito incompleto pelo credor 
após a sua emissão. 
b) na cédula de crédito bancário pode ser constituída garantia real em 
documento separado, desde que se faça mera referência a isso no corpo da 
cédula. 
 
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c) o devedor deve conferir a autenticidade das assinaturas de toda a cadeia 
de endossos lançados no título, antes de realizar o pagamento ao último 
endossatário e portador. 
d) o endossatário de endosso em branco pode mudá-lo para endosso em 
preto, desde que o complete com o seu nome ou de terceiro, bem como pode 
endossar novamente o título, mas não pode transferi-lo sem novo endosso. 
Comentários: 
A alternativa A está incorreta em razão da regra do art. 891 do Código Civil, 
segundo o qual o título de crédito incompleto ao tempo da emissão deve ser 
preenchido de conformidade com os ajustes realizados. O STF complementa a 
interpretação da norma por meio da Súmula 387, que reconhece como lícita a 
complementação das informações do título de crédito pelo credor de boa-fé. 
A alternativa B está correta e é a nossa resposta, cobrando conhecimento da Lei 
n. 10.931/2004, que trata de alguns títulos de crédito,entre eles e a cédula de 
crédito bancário. Segundo o art. 32 da lei, a constituição da garantia poderá ser 
feita na própria Cédula de Crédito Bancário ou em documento separado, neste 
caso fazendo-se, na Cédula, menção a tal circunstância. 
A alternativa C está incorreta porque aquele que paga o título está obrigado a 
verificar a regularidade da série de endossos, mas não a autenticidade das 
assinaturas, de acordo com a regra do parágrafo único do art. 911 do Código 
Civil. 
A alternativa D está incorreta porque, além da possibilidade de alteração do 
endosso em branco para endosso em preto e do reendosso, também é possível a 
transferência, mesmo sem novo endosso. 
GABARITO: B!
16. TJ-AL – Juiz de Direito – 2015 – FCC. 
No tocante ao cheque, é INCORRETO afirmar: 
a) O banco sacado responde por ato ilícito que venha a praticar, mas não 
pode assumir qualquer obrigação cambial referente a cheques sacados por 
seus correntistas. 
b) O sacado não pode aceitar um cheque, mas pode endossá-lo a terceiros 
c) Somente o cheque nominativo ainda não endossado comporta seu 
visamento, que não equivale ao aceite. 
d) O endosso transmite todos os direitos resultantes do cheque e, salvo 
estipulação em contrário, o endossante garante o pagamento. 
e) Um cheque pós-datado é pagável em sua apresentação, à vista, mesmo 
que esta se dê em data anterior àquela indicada como a de sua emissão 
 
 
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Comentários: 
A alternativa A está correta. O sacado de um cheque não tem, em nenhuma 
hipótese, qualquer obrigação cambial. O credor não pode responsabilizar o banco 
pela inexistência ou insuficiência de fundos disponíveis. 
 
A alternativa B está incorreta. De acordo com o art. 6o da Lei n. 7.357/1985, o 
cheque não admite aceite, considerando-se não escrita qualquer declaração com 
esse sentido. 
A alternativa C está correta. De acordo com o art. 7o da Lei do Cheque, o sacado 
pode, a pedido do emitente ou do portador legitimado, lançar e assinar, no verso 
do cheque não ao portador e ainda não endossado, visto, certificação ou outra 
declaração equivalente, datada e por quantia igual à indicada no título. 
A alternativa D está correta. Você já está cansado de saber, mas não custa repetir 
que o endosso transfere os direitos sobre o título de crédito, e, como regra geral, 
o endossante se torna coobrigado, nos termos dos arts. 20 e 21 da Lei do Cheque. 
A alternativa E está correta. O cheque é pagável à vista, ainda que nele conste 
data futura. Considera-se não-estrita qualquer menção em contrário. 
GABARITO: B 
17. TJ-AL – Juiz de Direito – 2015 – FCC. 
No que se refere a protesto de títulos: 
a) não responde pelos danos decorrentes de protesto indevido o 
endossatário que recebe, por endosso translativo, título de crédito contendo 
vício formal extrínseco ou intrínseco, cabendo ao suposto devedor exigir o 
valor reparatório diretamente dos endossantes 
b) aquele tirado por falta de aceite poderá ser efetuado antes ou após o 
vencimento da obrigação, desde que após o decurso do prazo legal para o 
ato de aceite. 
c) será ele tirado exclusivamente por falta de pagamento ou de aceite. 
d) o pagamento do título ou do documento de dívida apresentado para 
protesto será feito diretamente no tabelionato competente e não poderá ser 
recusado, se oferecido dentro do prazo legal, no tabelionato de protesto 
competente e no horário de funcionamento dos serviços. 
e) após o vencimento da obrigação, o protesto poderá ser efetuado por falta 
de pagamento ou aceite, sendo defesa a lavratura e registro do protesto por 
motivo não previsto na lei cambial. 
Comentários: 
A alternativa A está incorreta. De acordo com a Súmula 475 do STJ, responde 
pelos danos decorrentes de protesto indevido o endossatário que recebe por 
 
http://www.iceni.com/infix.htm
 
 
 
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endosso título de crédito contendo vício formal, ficando ressalvado seu direito de 
regresso contra os endossantes e avalistas. 
A alternativa B está incorreta. O protesto por falta de aceite somente poderá ser 
efetuado antes do vencimento da obrigação e após o decurso do prazo legal para 
o aceite ou a devolução, nos termos do art. 21, §1º da Lei 9.492/1997. 
A alternativa C está incorreta. Há três modalidades de protesto: por falta de 
pagamento, de aceite ou de devolução. 
A alternativa D está correta. Nos termos do art. 19 da Lei n. 9.492/1997, o 
pagamento do título ou do documento de dívida apresentado para protesto será 
feito diretamente no Tabelionato competente, no valor igual ao declarado pelo 
apresentante, acrescido dos emolumentos e demais despesas. Além disso, não 
poderá ser recusado pagamento oferecido dentro do prazo legal, desde que feito 
no Tabelionato de Protesto competente e no horário de funcionamento dos 
serviços. 
A alternativa E está incorreta. De acordo com o art. 21, §2º da Lei 9.492/1997, 
após o vencimento, o protesto sempre será efetuado por falta de pagamento, 
vedada a recusa da lavratura e registro do protesto por motivo não previsto na 
lei cambial. 
GABARITO: D 
18. TJ-AL – Juiz de Direito – 2015 – FCC. 
No tocante às duplicatas, considere: 
I. É lícito ao comprador resgatar a duplicata antes de aceitá-la ou antes da 
data do vencimento. 
II. A duplicata não admite reforma ou prorrogação do prazo de vencimento, 
sendo necessária a emissão de novo título para esses fins. 
III. O pagamento da duplicata poderá ser assegurado por aval, desde que 
prestado anteriormente ao vencimento do título. 
IV. A duplicata é protestável por falta de aceite, de devolução ou pagamento. 
Está correto o que se afirma APENAS em 
a) I e IV. 
b) II, III e IV. 
c) I, III e IV. 
d) I, II e III. 
e) II e III. 
Comentários: 
Para responder corretamente à questão precisamos conhecer a Lei n. 
5.474/1968. 
O item I está correto, nos termos do art. 9o. 
 
http://www.iceni.com/infix.htm
 
 
 
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Art. 9º É lícito ao comprador resgatar a duplicata antes de aceitá-la ou antes da data do 
vencimento. 
O item II está incorreto. A duplicata admite reforma ou prorrogação do prazo, 
nos termos do art. 11. 
Art. 11. A duplicata admite reforma ou prorrogação do prazo de vencimento, mediante 
declaração em separado ou nela escrita, assinada pelo vendedor ou endossatário, ou por 
representante com poderes especiais. 
Parágrafo único. A reforma ou prorrogação de que trata este artigo, para manter a 
coobrigação dos demais intervenientes por endosso ou aval, requer a anuência expressa 
destes. 
O item III está incorreto. Não há problema na aposição do aval após o vencimento 
do título, nos termos do art. 12. 
Art. 12. O pagamento da duplicata poderá ser assegurado por aval, sendo o avalista 
equiparado àquele cujo nome indicar; na falta da indicação, àquele abaixo de cuja firma 
lançar a sua; fora desses casos, ao comprador. 
Parágrafo único. O aval dado posteriormente ao vencimento do título produzirá os 
mesmos efeitos que o prestado anteriormente àquela ocorrência. 
O item IV está correto. A duplicata é protestável por falta de aceite, de devolução 
ou pagamento, nos termos do art. 13. 
Art. 13. A duplicata é protestável por falta de aceite de devolução ou pagamento. 
GABARITO: A 
19. TJ-PB – Juiz de Direito – 2015 – Cespe. 
Guilherme sustou o pagamento de três cheques pós-datados, emitidos no 
dia 30/1/2015, para adimplir obrigação decorrente de negócio jurídico 
celebrado com a sociedade empresária Alfa. O motivo da sustação foi que 
ele não recebeu os produtos do referido negócio jurídico. Cada um dos três 
cheques teve suas especificidades. No primeiro cheque, pós-datado para o 
dia 28/2/2015, o campo da data da emissão ficou em branco. O segundo 
cheque, pós-datadopara o dia 30/3/2015, foi nominado a Maria, sócia da 
sociedade empresária Alfa, que o endossou a Pedro. Este, por sua vez, 
apresentou o segundo cheque ao banco sacado para compensação no dia 
2/2/2015. Em relação ao terceiro cheque, Maria o levou a protesto depois 
de seis meses do prazo concebido para o ajuizamento da ação de execução 
de título extrajudicial. 
Com referência a essa situação hipotética, assinale a opção correta, sabendo 
que os cheques foram emitidos na praça em que deveriam ser apresentados 
e pagos. 
a) O protesto do terceiro cheque foi pertinente, porque, a despeito de lhe 
faltar certeza e exigibilidade para aparelhar ação de execução, esse cheque 
não perdeu a característica de documento de dívida suficiente para a prática 
de tal ato. 
 
http://www.iceni.com/infix.htm
 
 
 
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b) O segundo cheque não comporta ação de execução ajuizada no dia 
10/10/2015, uma vez que a pretensão ao crédito decorrente da cártula se 
encontra prescrita. 
c) No eventual processamento da execução do terceiro cheque, os juros 
(simples) de mora incidirão a partir da citação do devedor e a correção 
monetária, desde a data da apresentação. 
d) A falta de indicação da data implica nulidade do primeiro cheque para fins 
de execução. 
e) Pedro, mesmo dentro do prazo legal, não pode ajuizar ação de execução 
contra Maria porque, com a circulação do título, prevalecem, na situação 
posta, os princípios da autonomia, abstração e não oponibilidade das 
exceções pessoais derivadas do negócio jurídico subjacente. 
Comentários: 
A alternativa A está incorreta. O cheque prescrito obviamente não poderá mais 
ser executado, mas a Lei do Cheque prevê a possibilidade de ajuizamento da 
chamada ação de enriquecimento ilícito (também chamada de ação de 
locupletamento) contra o emitente ou demais coobrigados. Essa ação prescreve 
no prazo de 2 anos contados a partir da prescrição da execução de execução do 
cheque. Apesar de ser uma ação cambiária (na qual o título de crédito conserva 
sua essência e autonomia), deve ser seguido o rito ordinário de uma ação de 
conhecimento, já que o cheque perdeu sua executividade. 
A alternativa B está correta. O segundo cheque foi datado para 30/03/2015, mas 
foi apresentado ao banco sacado no dia 02/02/2015. Pela regra geral, o prazo de 
apresentação findaria apenas em 30/04/2015, mas aqui estamos diante de um 
caso especial: o prazo prescricional de 6 meses para o exercício da pretensão à 
execução do cheque pelo respectivo portador é contado do encerramento do 
prazo de apresentação, tenho ou não sido apresentado dentro do referido prazo. 
No caso de cheque “pré-datado” apresentado antes da data de emissão ou da 
data pactuada com o emitente, o termo inicial é contado da data da primeira 
apresentação 
A alternativa C está incorreta. A Lei do Cheque determina que os juros de mora 
devem ser contados desde a data da primeira apresentação do cheque pelo 
portador à instituição financeira. Não se aplica, portanto, a regra do art. 405 do 
Código Civil, pela qual os juros de mora são contabilizados a partir da citação 
inicial. 
A alternativa D está incorreta. Apesar de todos os requisitos da Lei Uniforme, o 
Código Civil e a jurisprudência dos Tribunais Superiores admitem a emissão de 
qualquer título de crédito em branco ou incompleta. 
GABARITO: B 
 
 
http://www.iceni.com/infix.htm
 
 
 
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20. TJ-RR – Juiz de Direito – 2015 – FCC. 
João subscreveu uma nota promissória em favor de Paulo. Além da 
denominação “nota promissória”, a cártula, devidamente assinada por João, 
contém a promessa pura e simples de pagar a Paulo a quantia de R$ 
2.000,00 (dois mil reais), a indicação da data em que foi emitida e do lugar 
onde foi passada, mas não prevê nem a época do pagamento, nem o lugar 
onde este deve ser realizado. Nesse caso, a cártula: 
a) não vale como nota promissória, pois a indicação da época do pagamento 
é requisito essencial do título. 
b) não vale como nota promissória, pois a indicação do lugar onde o 
pagamento deve ser realizado é requisito essencial do título. 
c) vale como nota promissória, sendo que, à falta de indicação da época do 
pagamento, considera-se o título à vista. 
d) vale como nota promissória, sendo que, à falta de indicação do lugar do 
pagamento, considera-se como tal o domicílio de Paulo, independentemente 
de onde o título foi passado. 
e) vale como nota promissória, sendo que, à falta de indicação da época do 
pagamento, este só poderá ser exigido trinta dias após a sua apresentação 
ao subscritor do título. 
Comentários: 
A nota promissória configura uma promessa de pagamento, e por isso dá origem 
a duas situações jurídicas: a do sacador ou promitente (chamado da Lei Uniforme 
de subscritor), e a do tomador (que receberá importância prometida). 
Os requisitos essenciais da nota promissória estão previstos no art., 75 da Lei 
Uniforme. 
Art. 75. A nota promissória contém: 
1. denominação "nota promissória" inserta no próprio texto do título e expressa na língua 
empregada para a redação desse título; 
2. a promessa pura e simples de pagar uma quantia determinada; 
3. a época do pagamento; 
4. a indicação do lugar em que se efetuar o pagamento; 
5. o nome da pessoa a quem ou à ordem de quem deve ser paga; 
6. a indicação da data em que e do lugar onde a nota promissória é passada; 
7. a assinatura de quem passa a nota promissória (subscritor). 
Aqui valem algumas das observações adicionais: 
i. A nota pode ser emitida em branco ou incompleta (Súmula 387 do STF); 
ii. A cláusula “à ordem” é implícita, o que não impede que seja aposta a cláusula 
“não à ordem”; 
 
http://www.iceni.com/infix.htm
 
 
 
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iii. A identificação do devedor principal (subscritor ou sacador) deve ser feita de 
forma precisa; 
iv. A Lei Uniforme exige a identificação do tomador, o que, em tese, significaria 
que não é possível emissão de nota promissória ao portador; 
v. A promessa de pagamento deve ser incondicional; 
vi. Se não houver menção à data do pagamento a nota promissória será 
considerada à vista. 
GABARITO: C 
 
9 – Resumo da Aula 
 
Para finalizar o estudo da matéria, trazemos um resumo dos 
principais aspectos estudados ao longo da aula. Nossa sugestão é a 
de que esse resumo seja utilizado nos dias que antecederem a prova 
para “refrescar” os principais pontos do conteúdo teórico. 
 
O comércio eletrônico é caracterizado sempre que a venda de produtos ou 
serviços é instrumentalizada por meio de transmissão eletrônica de dados, o que 
ocorre no ambiente virtual da rede mundial de computadores. 
 
O Código Civil de 2002 adota o conceito de título de crédito do jurista italiano 
Cesare Vivante, segundo o qual o título de crédito é o documento necessário 
ao exercício do direito literal e autônomo nele contido. 
 
TÍTULOS DE CRÉDITO
Princípios informadores
Cartularidade
O exercício de qualquer direito 
representado no título pressupõe a 
sua posse legítima
Literalidade O título de crédito vale pelo que nele está escrito
Autonomia
O título de crédito configura a 
constituição de direito novo, 
autônomo, originário e 
completamente desvinculado da 
relação que lhe deu origem
 
http://www.iceni.com/infix.htm
 
 
 
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Apesar de todos os requisitos da Lei Uniforme, o Código Civil e a jurisprudência 
dos Tribunais Superiores admitem a emissão de letra de câmbio (e de qualquer 
outro título de crédito) em branco ou incompleta. 
 
Apesar de ser facultativo para o sacado, o aceite da letra de câmbio é um ato 
irretratável. 
 
Para o STJ, a nota promissória expressamente vinculada a contrato de mútuobancário não perde sua característica de título executivo, mas a nota promissória 
vinculada a contrato de abertura de crédito é considerada ilíquida. 
 
TÍTULOS DE CRÉDITO
Principais características
Natureza essencialmente 
comercial.
São documentos formais.
São considerados bens móveis.
São títulos de apresentação.
Constituem títulos executivos 
extrajudiciais.
Representam obrigações 
quesíveis.
São títulos de resgate.
São títulos de circulação.
 
http://www.iceni.com/infix.htm
 
 
 
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Hoje o cheque não está sujeito a limitações na quantidade possível de endossos. 
 
 
 
Na sustação por oposição, a Lei do Cheque determina que não cabe ao banco 
analisar a relevância das razoes apresentadas pelo emitente. 
 
O prazo prescricional de 6 meses para o exercício da pretensão à execução do 
cheque pelo respectivo portador é contado do encerramento do prazo de 
apresentação, tenho ou não sido apresentado dentro do referido prazo. No caso 
de cheque “pré-datado” apresentado antes da data de emissão ou da data 
pactuada com o emitente, o termo inicial é contado da data da primeira 
apresentação. 
 
Diferentemente do que ocorre com as notas promissórias e letras de câmbio, as 
duplicatas não podem ser emitidas a certo termo da vista e nem a certo termo 
da data. Pelo contrário, a duplicada só pode ser emitida com dia certo ou à 
vista. 
 
Modalides de 
cheque
Cheque cruzado
Cruzamento geral (em branco)
Cruzamento especial (em preto)
Cheque visado
Cheque administrativo
Cheque para ser creditado 
em conta
 
http://www.iceni.com/infix.htm
 
 
 
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O protesto por indicações e a comprovação do recebimento das mercadorias são 
suficientes para assegurar os direitos do credor da duplicata que não tenha sido 
devolvida pelo devedor, possibilitando a execução do título. Trata-se de uma 
exceção ao princípio da cartularidade, pois neste caso poderá haver 
execução sem que o credor esteja de posse da cártula. 
 
Tanto a legislação cambiária específica quanto o Código Civil (art. 912) 
desconsideram qualquer menção, no ato do endosso, a condição que subordine 
o endossante. Da mesma forma, também é nulo o endosso parcial. 
 
 
Aceite das 
duplicatas
Expresso 
(ordinário)
O devedor apõe o aceite no título
Para a execução basta a apresentação da 
duplicata
Presumido (por 
presunção)
O devedor recebe, sem reclamação, as 
mercadorias adquiridas e enviadas pelo 
credor.
Para execução, além da apresentação do 
título, será necessário ainda o protesto e o 
comprovante de entrega das mercadorias.
Endosso
Próprio
Transfere a titularidade do 
crédito e constitui o 
endossante como codevedor.
Em branco
Em preto
Impróprio
Endosso-mandato
Endosso-caução
 
http://www.iceni.com/infix.htm
 
 
 
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AÇÕES CAMBIAIS 
Tipo de Ação Prazo Fundamento 
Execução 
Prazo prescricional específico 
de cada título. Título de crédito 
Locupletamento 
2 anos após a prescrição 
(cheque) Título de crédito 
Monitória 
5 anos, após um dia da 
emissão ou do vencimento do 
título. 
Título de crédito 
Cobrança 
Prazo previsto em lei para a 
relação originária típica 
(artigos 206 e 205 do CC ou 
legislação especial). 
A causa originária 
 
10 – Jurisprudência Aplicável 
EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA EM RECURSO ESPECIAL. DIVERGÊNCIA 
DEMONSTRADA. EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL. DUPLICATA VIRTUAL. 
PROTESTO POR INDICAÇÃO. BOLETO BANCÁRIO ACOMPANHADO DO 
INSTRUMENTO DE PROTESTO, DAS NOTAS FISCAIS E RESPECTIVOS 
COMPROVANTES DE ENTREGA DAS MERCADORIAS. EXECUTIVIDADE 
RECONHECIDA. 
1. Os acórdãos confrontados, em face de mesma situação fática, apresentam solução 
jurídica diversa para a questão da exequibilidade da duplicata virtual, com base em boleto 
bancário, acompanhado do instrumento de protesto por indicação e das notas fiscais e 
respectivos comprovantes de entrega de mercadorias, o que enseja o conhecimento dos 
embargos de divergência. 
2. Embora a norma do art. 13, § 1º, da Lei 5.474/68 permita o protesto por indicação nas 
hipóteses em que houver a retenção da duplicata enviada para aceite, o alcance desse 
Protesto
Necessário Contra os coobrigados e endossantes.
Facultativo Contra o devedor principal e seu avalista.
 
http://www.iceni.com/infix.htm
 
 
 
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dispositivo deve ser ampliado para harmonizar-se também com o instituto da duplicata 
virtual, conforme previsão constante dos arts. 8º e 22 da Lei 9.492/97. 
3. A indicação a protesto das duplicatas mercantis por meio magnético ou de gravação 
eletrônica de dados encontra amparo no artigo 8º, parágrafo único, da Lei 9.492/97. O art. 
22 do mesmo Diploma Legal, a seu turno, dispensa a transcrição literal do título quando o 
Tabelião de Protesto mantém em arquivo gravação eletrônica da imagem, cópia reprográfica 
ou micrográfica do título ou documento da dívida. 
4. Quanto à possibilidade de protesto por indicação da duplicata virtual, deve-se considerar 
que o que o art. 13, § 1º, da Lei 5.474/68 admite, essencialmente, é o protesto da duplicata 
com dispensa de sua apresentação física, mediante simples indicação de seus elementos ao 
cartório de protesto. Daí, é possível chegar-se à conclusão de que é admissível não somente 
o protesto por indicação na hipótese de retenção do título pelo devedor, quando 
encaminhado para aceite, como expressamente previsto no referido artigo, mas também 
na de duplicata virtual amparada em documento suficiente. 
5. Reforça o entendimento acima a norma do § 2º do art. 15 da Lei 5.474/68, que cuida de 
executividade da duplicata não aceita e não devolvida pelo devedor, isto é, ausente o 
documento físico, autorizando sua cobrança judicial pelo processo executivo quando esta 
haja sido protestada mediante indicação do credor, esteja acompanhada de documento 
hábil comprobatório da entrega e recebimento da mercadoria e o sacado não tenha recusado 
o aceite pelos motivos constantes dos arts. 7º e 8º da Lei. 
6. No caso dos autos, foi efetuado o protesto por indicação, estando o instrumento 
acompanhado das notas fiscais referentes às mercadorias comercializadas e dos 
comprovantes de entrega e recebimento das mercadorias devidamente assinados, não 
havendo manifestação do devedor à vista do documento de cobrança, ficando atendidas, 
suficientemente, as exigências legais para se reconhecer a executividade das duplicatas 
protestadas por indicação. 
7. O protesto de duplicata virtual por indicação apoiada em apresentação do boleto, das 
notas fiscais referentes às mercadorias comercializadas e dos comprovantes de entrega e 
recebimento das mercadorias devidamente assinados não descuida das garantias devidas 
ao sacado e ao sacador. 
8. Embargos de divergência conhecidos e desprovidos. 
EREsp 1.024.691/PR, Rel. Min. Raul Araújo, 2a Seção, j. 22.08.2012, DJe 29.10.2012. 
 
Direito Comercial. Recurso Especial. Embargos à ação monitória. Cheque prescrito. 
Propositura de ação contra o avalista. Necessidade de se demonstrar o 
locupletamento. Precedente. 
- Prescrita a ação cambial, desaparece a abstração das relações jurídicas cambiais firmadas, 
devendo o beneficiário do título demonstrar, como causa de pedir na ação própria, o 
locupletamento ilícito, seja do emitente ou endossante, seja do avalista. 
- Recurso especial a que não se conhece. 
REsp 457.556/SP, Rel. Min. Nancy Adrighi, DJ 16.12.2002, p. 331. 
 
Súmula 387 do STF 
A cambial emitida ou aceita com omissões, ou em branco, pode ser completada pelo credor 
de boa-fé antes da cobrança ou do protesto. 
 
 
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PROCESSO CIVIL - RECURSO ESPECIAL - EXECUÇÃO - NOTA PROMISSÓRIA 
VINCULADA A CONTRATO DE CONFISSÃO DE DÍVIDA - EXECUTORIEDADE - 
PRECEDENTES. 
1 - Consoante entendimento desta Corte, o fato de achar-se a nota promissória 
vinculada a contrato não a desnatura como título executivo extrajudicial. 
2 - Recurso provido para determinar o regular prosseguimento da execução. 
REsp 259.819/PR, Rel. Min. Jorge Scartezzini, DJ 05.02.2007, p. 237. 
 
Súmula 60 do STJ 
É nula a obrigação cambial assumida por procurador do mutuário vinculado ao mutuante, 
no exclusivo interesse deste. 
 
DIREITO COMERCIAL E DIREITO PROCESSUAL CIVIL. CHEQUE. PAGAMENTO 
INDEVIDO A TERCEIRO. ACEITAÇÃO DE FALSO ENDOSSO. ART. 39 DA LEI N.º 
7.357/85 (LEI DO CHEQUE). DANOS AO CLIENTE TITULAR DO CHEQUE. 
RESPONSABILIDADE DO BANCO. PRECEDENTE DA SEGUNDA SEÇÃO. MULTA DO 
ART. 538, PARÁGRAFO ÚNICO DO CPC. FUNDAMENTAÇÃO IMPRESCINDÍVEL PARA 
SUA APLICAÇÃO. MANUTENÇÃO PRECEDENTES DA SEGUNDA SEÇÃO. 
- O banco que recebe o cheque endossado está obrigado a verificar a regularidade 
da série de endossos, aí incluído a legitimidade dos endossantes. Precedente da 
segunda seção. 
- Uma das funções precípuas de um banco é o cuidado com os valores e documentos de 
seus clientes, por isso os cheques destes devem ser manejados com extremo cuidado pelo 
banco. 
- A exemplo de protesto indevido de título, a autuação fiscal de empresa, com suspeita de 
sonegação fiscal e fraude decorrente da falsificação de guias de recolhimento de tributos, 
por culpa do banco que não efetua corretamente o pagamento de tributo devido ao Fisco, 
é causa de abalo à imagem da empresa perante o mercado. 
- A jurisprudência das Turmas que compõem a 2.ª Seção, quanto à imposição da multa do 
art. 538, parágrafo único do CPC, reputa imprescindível a fundamentação do juízo 
condenatório. Recurso especial não conhecido. 
REsp 605.088/MT, Rel. Min. Nancy Adrighi, Rel. p/ Acórdão Min. Antônio de Pádua Ribeiro, 
DJ 28.06.2004, p/ 182. 
 
Cheque. Vinculação a contrato de compra e venda. Possibilidade de exame da 
causa do débito. Fundamentação que permanece suficiente para a manutenção do 
julgado. 
1. Se o cheque foi dado em garantia, "deve ser admitida a investigação da causa debendi" 
(REsp nº 111.154/DF, da minha relatoria, DJ de 19/12/97; no mesmo sentido: REsp nº 
43.513/SP, Relator o Ministro Aldir Passarinho Junior, DJ de 15/4/02; REsp nº 434.433/MG, 
Relator o Ministro Aldir Passarinho Junior, DJ de23/6/03). 
2. O acórdão, no caso, está subordinado a dois fundamentos que permanecem fortes, a 
saber, a ausência de pedido para que fosse efetuada a compensação e a ausência de "prova 
do acolhimento da reclamatória nem do valor de possível condenação" (fl. 101). Esses 
fundamentos são suficientes para manter o julgado, tornando hígido aquele cheque que 
estaria vinculado ao negócio de compra e venda. 
 
http://www.iceni.com/infix.htm
 
 
 
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3. Recurso especial não conhecido. 
REsp 659.327/MG, Rel. Min. Carlos Alberto Menezes Direito, DJ 30.04.2007, p. 310. 
 
Civil. Recurso Especial. Ação de indenização por danos materiais e morais. 
Embargos de declaração. Omissão, contradição ou obscuridade. Não ocorrência. 
Recusa indevida de cheque. Alegação de que não há provisão de fundos. 
Configuração de danos morais. Compra realizada por outra forma de pagamento. 
Irrelevância. 
- Após recusa da sociedade empresária em receber cheque emitido pelo consumidor, sob o 
falso argumento de que não havia provisão de fundos, o pagamento da mercadoria foi 
efetuado mediante cartão de débito em conta corrente. 
- Embora o cheque não seja título de crédito de aceitação compulsória no exercício 
da atividade empresarial, a sociedade empresária, ao possibilitar, inicialmente, o 
pagamento de mercadoria por meio desse título, renunciou sua mera faculdade de 
aceitação e se obrigou a demonstrar justa causa na recusa, sob pena de violação 
ao princípio da boa-fé objetiva. 
- Na hipótese julgada, não foi demonstrada justa causa para a recusado cheque, sobretudo 
porque na data da emissão deste havia provisão de fundos em conta corrente, bem como o 
nome da recorrente não estava inscrito em cadastros de proteção ao crédito. 
- Dessarte, a recusa indevida de cheque, sob a alegação inverídica de que não há provisão 
de fundos, ocasiona danos morais in re ipsa. Ademais, a utilização de outra forma de 
pagamento e a posterior realização do negócio jurídico não ilidiram a conduta ilícita já 
consumada. Recurso especial provido. 
REsp 981.583/PR, Rel. Min. Nancy Andrighi, 3a Turma, j. 23.03.2010, DJe 01.07.2010. 
 
Civil. Recurso especial. Cheque pré-datado. Apresentação antes do prazo. 
Compensação por danos morais. 
- Não ataca o fundamento do acórdão o recurso especial que discute apenas a natureza 
jurídica do título cambial emitido e desconsidera o posicionamento do acórdão a respeito da 
existência de má-fé na conduta de um dos contratantes. 
- A apresentação do cheque pré-datado antes do prazo estipulado gera o dever de 
indenizar, presente, como no caso, a devolução do título por ausência de provisão 
de fundos. Recurso especial não conhecido. 
REsp 707.272/PB, Rel. Min. Nancy Andrighi, DJ 21.03.2005, p. 382. 
 
Súmula 370 do STJ 
Caracteriza dano moral a apresentação antecipada de cheque pré-datado. 
 
Súmula 388 do STJ 
A simples devolução indevida de cheque caracteriza dano moral. 
 
 
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RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. ESTELIONATO. REVOGAÇÃO DA 
PRISÃO PREVENTIVA. EMISSÃO DE CHEQUE PRÉ-DATADO. ATIPICIDADE DA 
CONDUTA. ORDEM CONCEDIDA DE OFÍCIO PARA TRANCAR A AÇÃO PENAL. 
1. Em que pese o pedido do recorrente se restringir a revogação da prisão preventiva por 
ausência dos requisitos que autorizam a segregação cautelar, percebe-se, conforme pacífica 
jurisprudência desta Corte, que a emissão de cheque pré-datado descaracteriza a cártula 
de um título de pagamento à vista, transformando-a numa garantia de dívida. Atipicidade 
da conduta. 
2. Recurso conhecido para conceder, de ofício a ordem, para trancar a ação penal. 
RHC 16.880/PB, Rel. Min. Hélio Quaglia Barbosa, DJ 24.10.2005, p. 381. 
 
Súmula 299 do STJ 
É admissível ação monitória fundada em cheque prescrito. 
 
PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE 
CONTROVÉRSIA.ART. 543-C DO CPC. AÇÃO MONITÓRIA APARELHADA EM CHEQUE 
PRESCRITO.DISPENSA DA MENÇÃO À ORIGEM DA DÍVIDA. 
1. Para fins do art. 543-C do CPC: Em ação monitória fundada emcheque prescrito, ajuizada 
em face do emitente, é dispensável mençãoao negócio jurídico subjacente à emissão da 
cártula. 
2. No caso concreto, recurso especial parcialmente provido. 
REsp 1.094.571/SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, 2a Seção, j. 04.02.2013, DJe 14.02.2013. 
 
Súmula 503 do STJ 
O prazo para ajuizamento de ação monitória em face do emitente de cheque sem força 
executiva é quinquenal, a contar do dia seguinte à data de emissão estampada na cártula. 
 
DIREITO COMERCIAL. RECURSO ESPECIAL. CHEQUES. BENEFICIÁRIA 
DOMICILIADA NO EXTERIOR. PRAÇA DE EMISSÃO. OBSERVÂNCIA AO QUE 
CONSTANA CÁRTULA. AÇÃO DE LOCUPLETAMENTO SEM CAUSA DE NATUREZA 
CAMBIAL.TRANSCURSO DO PRAZO PREVISTO NO ARTIGO 61 DA LEI 
7.357/85.POSSIBILIDADE DE AJUIZAMENTO DE AÇÃO DE COBRANÇA, COM 
DESCRIÇÃO DONEGÓCIO JURÍDICO SUBJACENTE, OU DE AÇÃO MONITÓRIA, CUJO 
PRAZOPRESCRICIONAL É DE 5 ANOS.1. 
O cheque é título de crédito que se submete aos princípios cambiários da cartularidade, 
literalidade, abstração, autonomia das obrigações cambiais e inoponibilidade das exceções 
pessoais a terceiros de boa-fé, por isso deve ser considerado como local de emissão o 
indicado no título.2. O artigo 33 da Lei 7.357/85 prevê expressamente que o cheque pode 
ser emitido no exterior, não podendo, portanto, servirde escusa a alegação de que o local 
consignado na cártula diverge daquele em que ela foi efetivamente emitida por a 
beneficiária não ter domicílio no Brasil.3. O fato de a tomadora ter domicílio no estrangeiro 
não elide, por si só, a possibilidade de o cheque ter sido recebido na praça constante da 
cártula, ainda que por um representante ou preposto datomadora.4. O cheque é ordem de 
pagamento à vista, sendo de 6 (seis) meses o lapso prescricional para a execução após o 
prazo de apresentação, que é de 30 (trinta) dias a contar da emissão, se da mesma praça, 
ou de 60 (sessenta) dias, também a contar da emissão, se consta no título como sacado 
 
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em praça diversa, isto é, em município distinto daquele em que se situa a agência 
pagadora.5. Prescrito o prazo para execução do cheque, o artigo 61 da Lei do Cheque prevê, 
no prazo de 2 (dois) anos a contar da prescrição, a possibilidade de ajuizamento de ação 
de locupletamento ilícito que, por ostentar natureza cambial, prescinde da descrição do 
negócio jurídico subjacente. Expirado o prazo para ajuizamento da ação por enriquecimento 
sem causa, o artigo 62 do mesmo Diploma legal ressalva ainda a possibilidade de 
ajuizamento de ação fundada na relação causal, a exigir, portanto, menção ao negócio 
jurídico que ensejou a emissão do cheque.6. A jurisprudência desta Corte admite também 
o ajuizamento de ação monitória (Súmula 299/STJ) com base em cheque prescrito, sem 
necessidade de descrição da causa debendi, reconhecendo que a cártula satisfaz a exigência 
da "prova escrita sem eficácia de título executivo", a que alude o artigo 1.102-A do CPC.7. 
Recurso especial não provido. 
REsp 1.190.037/SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, 4a Turma, j. 06.092011, DJe 27.09.2011. 
 
Leasing. Duplicatas. Protesto. O negócio de leasing não admite a emissão de duplicata, 
ainda que avençada, razão pela qual não pode tal título ser levado a protesto. Recurso 
conhecido em parte e, nessa parte, provido para deferir a liminar de sustação ou 
cancelamento das duplicatas enviadas a cartório. 
REsp 202.068/SP, Rel. Min. Ruy Rosado, j. 11.05.1999, Informativo 18/1999. 
 
RECURSO ESPECIAL. COMERCIAL. TÍTULOS DE CRÉDITO. DUPLICATA. ACEITE. 
TEORIA DA APARÊNCIA. AUSÊNCIA DE ENTREGA DAS MERCADORIAS. EXCEÇÃO 
OPOSTA A TERCEIROS. PRINCÍPIO DA AUTONOMIA DAS CAMBIAIS. 
IMPOSSIBILIDADE. 
1. Ainda que a duplicata mercantil tenha por característica o vínculo à compra e venda 
mercantil ou prestação de serviços realizada, ocorrendo o aceite - como verificado nos autos 
-, desaparece a causalidade, passando o título a ostentar autonomia bastante para obrigar 
a recorrida ao pagamento da quantia devida, independentemente do negócio jurídico que 
lhe tenha dado causa; 
2. Em nenhum momento restou comprovado qualquer comportamento inadequado da 
recorrente, indicador de seu conhecimento quanto ao descumprimento do acordo realizado 
entre as partes originárias; 
3. Recurso especial provido. 
REsp 668.682/MG, Rel. Min. Hélio Quaglia Barbosa, DJ 19.03.2007, p. 355. 
 
COMERCIAL. VENDA DE MERCADORIAS. EMISSÃO DE NOTA PROMISSÓRIA E 
DUPLICATA. COBRANÇA VIA EXECUTIVA DA PRIMEIRA. POSSIBILIDADE. LEI N. 
5.474/68, ART. 2º. INTERPRETAÇÃO. 
I. A restrição contida no art. 2º da Lei n. 5.474/68 refere-se apenas à emissão de qualquer 
outro título, que não a duplicata, "para documentar o saque do vendedor pela importância 
faturada ao comprador", não obstando, todavia, que o devedor emita nota promissória 
comprometendo-se a pagar o débito decorrente da compra e venda mercantil realizada 
entre as partes. 
II. Hígida, pois, a execução baseada nas notas promissórias assim emitidas. 
III. Recurso especial não conhecido. 
REsp 136.637/SC, Rel. Min. Aldir Passarinho Júnior, DJ 28.10.2002, p. 321. 
 
 
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Comercial. Duplicata não aceita. Execução contra endossante e avalista. 
Possibilidade. 
I - O endossatário de duplicata sem aceite, desacompanhada da prova da entrega da 
mercadoria, não pode executá-la contra o sacado, mas pode executá-la contra o endossante 
e avalista. Interpretação do art. 15, § 1º, da Lei nº 5.474/68, com a redação que lhe deu a 
Lei nº 6.458/77. 
II - Recurso especial conhecido e provido 
REsp 250.568/MS, Rel. Min. Antônio de Pádua Ribeiro, j. 19.10.200, Informativo 75/2000. 
 
AÇÃO MONITÓRIA - PROVA ESCRITA - DUPLICATAS PROTESTADAS, SEM ACEITE E 
SEM O RECIBO DE ENTREGA DAS MERCADORIAS - DOCUMENTOS HÁBEIS À 
INSTAURAÇÃO DO PROCEDIMENTO MONITÓRIO - PRECEDENTES DO STJ. 
I - O documento escrito a que se refere o legislador não precisa ser obrigatoriamente 
emanado do devedor, sendo suficiente, para a admissibilidade da ação monitória, a prova 
escrita que revele razoavelmente a existência da obrigação. 
II - Assentando o Tribunal de origem estar a duplicata despida de força executiva por 
ausência de aceite, é ela documento hábil à instrução do procedimento monitório. 
III - Recurso não conhecido. 
REsp 204.894/MG, Rel. Min. Waldemar Zveiter, j. 19.02.2001, Informativo 85/2001. 
 
Direito Comercial. Duplicata mercantil. Protesto por indicação de boletos 
Bancários. Inadmissibilidade. 
I - A retenção da duplicata remetida para aceite é conditio sine qua non exigida pelo art. 
13, § 1º da Lei nº 5.474/68 a fim de que haja protesto por indicação, não sendo admissível 
protesto por indicação de boletos bancários. 
II - Recurso não conhecido. 
REsp 827.856/SC, Rel. Min. Antônio de Pádua Ribeiro, DJ 17.09.2007, p. 295. 
 
DIREITO BANCÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO 
DE CONTROVÉRSIA. ART. 543-C DO CPC. CÉDULA DE CRÉDITO BANCÁRIO 
VINCULADA A CONTRATO DE CRÉDITO ROTATIVO. EXEQUIBILIDADE. LEI N. 
10.931/2004. POSSIBILIDADE DE QUESTIONAMENTO ACERCA DO 
PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS LEGAIS RELATIVOS AOS DEMONSTRATIVOS 
DA DÍVIDA. INCISOS I E IIDO § 2º DO ART. 28 DA LEI REGENTE. 
1. Para fins do art. 543-C do CPC: A Cédula de Crédito Bancário é título executivo 
extrajudicial, representativo de operações de crédito de qualquer natureza, circunstância 
que autoriza sua emissão para documentar a abertura de crédito em conta-corrente, nas 
modalidades de crédito rotativo ou cheque especial. O título de crédito deve vir 
acompanhado de claro demonstrativo acerca dos valores utilizados pelo cliente, trazendo o 
diploma legal, de maneira taxativa, a relação de exigências que o credor deverá cumprir, 
de modo a conferir liquidez e exequibilidade à Cédula (art. 28, § 2º, incisos I e II, da Lei n. 
10.931/2004). 
2. No caso concreto, recurso especial não provido. 
REsp 1.291.575/PR, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, 2a Seção, j. 14.08.2013, DJe 02.09.2013. 
 
 
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DIREITO CIVIL E CAMBIÁRIO. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO 
DECONTROVÉRSIA. ART. 543-C DO CPC. DUPLICATA RECEBIDA PORENDOSSO-
MANDATO. PROTESTO. RESPONSABILIDADE DO ENDOSSATÁRIO.NECESSIDADE 
DE CULPA. 
1. Para efeito do art. 543-C do CPC: Só responde por danos materiais e morais o 
endossatário que recebe título de crédito por endosso-mandato e o leva a protesto se 
extrapola os poderes de mandatário ou em razão de ato culposo próprio, como no caso de 
apontamento depois da ciência acerca do pagamento anterior ou da falta de higidez da 
cártula. 
2. Recurso especial não provido. 
REsp 1.063.474/RS, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, 2a Seção, j. 28.09.2011, DJe 
17.11.2011. 
 
Súmula 476 do STJ 
O endossatário de título de crédito por endosso-mandato só responde por danos decorrentes 
de protesto indevido se extrapolar os poderes de mandatário. 
 
COMERCIAL. TÍTULOS DE CRÉDITO. AVALISTA. ÓBITO ANTES DO VENCIMENTO. 
OBRIGAÇÃO NÃO PERSONALÍSSIMA. TRANSMISSÃO AOSHERDEIROS. 
I - O aval, espécie de obrigação cambial, é autônomo em relação à obrigação do devedor 
principal e se constitui no momento da aposição da assinatura do avalista no título de 
crédito. 
[...] 
REsp 260.004/SP, Rel. Min. Castro Filho, 3a Turma, j. 28.11.2006, DJ 18.12.2006, p. 358. 
 
Súmula 26 do STJ 
O avalista do titulo de credito vinculado a contrato de mútuo também responde pelas 
obrigações pactuadas, quando no contrato figurar como devedor solidário. 
 
Súmula 475 do STJ 
Responde pelos danos decorrentes de protesto indevido o endossatário que recebe por 
endosso translativo título de crédito contendo vício formal extrínseco ou intrínseco, ficando 
ressalvado seu direito de regresso contra os endossantes e avalistas. 
 
 
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11 – Considerações Finais 
Chegamos ao final da nossa aula de hoje. Quero agradecer pela sua confiança. 
Até o dia da prova estarei à disposição para tirar suas dúvidas no nosso fórum. 
 
Grande abraço! 
Paulo Guimarães 
professorpauloguimaraes@gmail.com 
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(61) 99607-4477 
 
 
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