Prévia do material em texto
TRAJETÓRIA DO NUTRICIONISTA NO BRASIL Unidade 2 Símbolo da Nutrição A resolução do Conselho Federal de Nutricionistas – CFN no 343/2004 dispõe sobre os sinais distintivos da profissão de nutricionista. Art. 1º São instituídos, como sinais distintivos da profissão de nutricionista, o símbolo, a cor e o anel de grau. Art. 2º O símbolo, a cor e o anel de grau da profissão de nutricionista têm as seguintes especificações: I- Símbolo, é formado com a integração das seguintes figuras: a) Balança: tem a significação do equilíbrio; b) Serpente: tem a significação da saúde; c) Trigo: tem a significação do alimento d) Escudo: envolve a balança e a serpente; No Brasil, a nutrição emergiu no decorrer dos anos 1930-1940, como parte integrante do projeto de modernização da economia brasileira, conduzido pelo chamado Estado Nacional Populista, cujo contexto histórico delimitou a implantação das bases para a consolidação de uma sociedade capitalista urbano-industrial no país Preocupados com aspectos clínico-fisiológicos relacionados ao consumo e à utilização dos nutrientes; A partir de 1940, esta vertente deu origem à Nutrição Clínica (Dietoterapia), considerada a especialização matriz do campo da Nutrição dentro do contexto mundial, direcionada para a prática de ações, de caráter individual, centradas no “alimento como agente de tratamento”, bem como originou a Nutrição Básica e Experimental, uma outra especialização, voltada ao desenvolvimento de pesquisas básicas de caráter experimental e laboratorial. Preocupados com aspectos relacionados à produção, à distribuição e ao consumo de alimentos pela população brasileira. A partir da década de 1940, esta vertente deu origem à Alimentação Institucional (Alimentação Coletiva), também considerada como uma especialização matriz do campo da Nutrição, direcionada para a “administração no sentido de racionalização da alimentação” de coletividades sadias e enfermas, bem como nos anos 1950-1960, originou a Nutrição em Saúde Pública, uma outra especialização, voltada ao desenvolvimento de ações de caráter coletivo “no sentido de contribuir para garantir que a produção e distribuição de alimentos seja adequada e acessível a todos os indivíduos da sociedade” Estes primeiros nutrólogos brasileiros iniciaram o processo de produção e difusão de estudos e pesquisas sobre composição química e valor nutricional de alimentos, sobre consumo e hábitos alimentares e sobre o estado nutricional da população, procurando, desta maneira, garantir especificidade e legitimidade para esta nova área do saber científico que se constituía no país. O primeiro curso para formação de nutricionistas foi criado em 1939, no Instituto de Higiene de São Paulo (atual Curso de Graduação em Nutrição do Departamento de Nutrição da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo). Nesta fase inicial, o profissional era formado dentro de um curso técnico de nível médio. A partir dos anos 1960 passou-se a discutir a formação de um profissional de nível universitário, qualificado por formação e experiência, para atuar nos Serviços de Saúde Pública com o fim de melhorar a nutrição humana, essencial para a manutenção do mais alto nível de saúde. Entre 1950 e 1975, além da ampliação do número de cursos, profissionais e áreas de atuação, outras importantes conquistas foram incorporadas à história do nutricionista no Brasil. Ressaltam-se, entre elas, o reconhecimento dos Cursos de Nutricionistas como de nível superior e a aprovação da lei de regulamentação da profissão. Destaca-se a aprovação da Lei nº 6.583, de 20 de outubro de 1978, a qual “cria os Conselhos Federal e Regionais de Nutricionistas, regula o seu funcionamento, e dá outras providências”. Com a aprovação da referida lei, os nutricionistas brasileiros passam a dispor de um órgão específico com a finalidade não apenas de fiscalizar o exercício da profissão, mas também de organizar, disciplinar e desenvolver a categoria e lutar pelos seus interesses Conselho Regional de Nutricionista Aos Conselhos Regionais cabe cumprir e fazer cumprir as normas que regem a profissão e realizar as atividades de fiscalização e orientação ético-profissional em suas respectivas jurisdições. CRN-1: DF, GO, MT, TO – sede: Brasília-DF CRN-2: RS – sede: Porto Alegre-RS CRN-3: SP e MS – sede: São Paulo-SP CRN-4: ES e RJ – sede: Rio de Janeiro-RJ CRN-5: BA e SE – sede: Salvador-BA CRN-6: AL, CE, MA, PB, PE, PI, RN – sede: Recife-PE CRN-7: AC, AM, AP, PA, RO, RR – sede: Belém-PA CRN-8: PR – sede: Curitiba-PR CRN-9: MG – sede: Belo Horizonte-MG CRN-10: SC – sede: Florianópolis-SC Áreas de atuação A Resolução CFN nº 600, de 25 de fevereiro de 2018 dispõe sobre a definição das áreas de atuação do nutricionista e suas atribuições. https://www.cfn.org.br/wp-content/uploads/resolucoes/Res_600_2018.htm https://www.cfn.org.br/wp-content/uploads/resolucoes/Res_600_2018.htm I- Nutrição em Alimentação Coletiva II- Nutrição Clínica III- Nutrição em Esportes e Exercício Físico IV- Nutrição em Saúde Coletiva V- Nutrição na Cadeia de Produção, na Indústria e no Comércio de Alimentos V- Nutrição no Ensino, na Pesquisa e na Extensão A fiscalização das profissões regulamentadas é delegada pela União através de lei específica aos conselhos profissionais. Para cada profissão é criado um Conselho Federal e em cada estado ou mais de um estado, os Conselhos Regionais. Compete ao CFN criar resoluções e outros atos que disciplinem a atuação dos CRN, dos profissionais inscritos e das pessoas jurídicas registradas e cadastradas. Com isto, é estabelecida uma unidade de procedimentos que caracterizam a profissão, respeitando as particularidades das diversas regiões. A missão do CFN é contribuir para a saúde da população, assegurando assistência nutricional e alimentar como direitos sociais fundamentais de todos os cidadãos por meio do exercício ético, por profissionais habilitados e capacitados. Cabe aos CRN cumprir e fazer cumprir as normas que regem a profissão e realizar as atividades de fiscalização e orientação ético profissional em suas respectivas jurisdições. Um dos maiores desafios de um Conselho é gerir a verba que lhe é confiada, de forma a atender aos interesses da categoria que representa, cumprindo suas obrigações legais. Tudo isso é custeado, basicamente, com o pagamento da anuidade por profissionais inscritos e empresas registradas. Para estar habilitado para o exercício profissional, de acordo com o que disciplina a lei que regulamenta a profissão, o nutricionista precisa efetuar sua inscrição no CRN de sua jurisdição, ou seja, na região em que pretende trabalhar. Ao assinar os trabalhos, deve ser mencionado o título nutricionista, seguido da sigla do CRN da região em que estiver inscrito e do número de sua inscrição. Código de Ética Resolução CFN 599/2018. https://www.cfn.org.br/wp-content/uploads/2018/04/codigo-de-etica.pdf O objetivo do código de ética e conduta do nutricionista é garantir que os princípios da Nutrição sejam respeitados e valorizados, e que a soberania e a segurança alimentar e nutricional sejam premissas na atuação dos nutricionistas. http://www.cfn.org.br/wp-content/uploads/resolucoes/Res_599_2018.htm https://www.cfn.org.br/wp-content/uploads/2018/04/codigo-de-etica.pdf OS TRÊS EIXOS QUE CONSOLIDAM A FORMAÇÃO ACADÊMICA Pesquisa: são ações desenvolvidas com o objetivo de fomentar as atividades de pesquisa dentro das universidades. Geralmente acontecem através da monografia, no Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), ou Iniciação Científica. Ensino: corresponde as atividades voltadas ao aprendizado dos alunos, como as horas destinadas às aulas em sala, laboratórios, atividades de monitoria, estágios, entre outras. Extensão: é criar uma relação entre a comunidade e a universidade. Para isso, são desenvolvidasações que possibilitem uma troca de conhecimentos. Dessa forma, a instituição leva à comunidade os saberes desenvolvidos em seus espaços e presta auxílio à população, seja por meio de atendimento gratuito, clínica-escola, orientação, entre outros. Obrigado!!