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MATHEUS HENRIQUE RISSARDI RESENHA – PUBLICIDADE É ISSO AÍ! PATO BRANCO-PR ABRIL/2018 Um passeio por uma agência de publicidade Matheus Henrique Rissardi MARTINS, Zeca. Propaganda é isso aí: um guia para novos anunciantes e futuros publicitários. São Paulo: Futura, 1999. O livro “Publicidade é isso aí! (1999), publicado pela editora Futura e escrito por Zeca Martins, profissional com experiência na área de propaganda e marketing, redator publicitário, docente universitário e autor de obras relevantes na área da comunicação social, apresenta com neste livro, como bem explicito já em sua capa, um guia para novos anunciantes e futuros publicitários. Diferente de um guia comum com dicas de ‘faça ou não faça’, o autor propõe-se a compartilhar suas ricas experiências práticas, lançando mão de uma linguagem leve e dinâmica, apresentando um conteúdo fácil de ser consumido por iniciantes na área da publicidade, bem como novos e pequenos anunciantes e estudantes das áreas de comunicação interessados em conhecer a publicidade além da área da criação e do ambiente restrito das agências do ramo. Contando com a apresentação de Roberto Menna Barreto, prefácio por Roberto Dualibi e Washington Olivetto, importantes nomes da publicidade brasileira, o consenso é geral a respeito da relevância da contribuição de Martins com este livro, convidando o leitor a uma conversa sem pretensões e definição de jargões técnicos, com o intuito de apresentar informações a partir de sua experiência e entusiasmo com a profissão. Já na introdução, Martins (1999) deixa claro seu objetivo de estimular a discussão da publicidade, a partir de sua bagagem prática, aos novos anunciantes e estudantes curiosos, frisando a importância da relação cliente- criador, explicitando no decorrer dos capítulos, os caminhos desde a concepção de uma ideia até a execução desta, visando facilitar o relacionamento entre os interessados em fortalecer uma marca evidenciando seus produtos e os profissionais envolvidos nos processos de concretização e divulgação da propaganda. O autor inicia o primeiro capítulo delineando o percurso do provável nascimento da comunicação comercial até culminar na propaganda, ainda com o homem das cavernas e achados arqueológicos datados em a.C, partindo para a primeira utilização do termo ‘propaganda’ pelo Papa Urbano XIII, ainda em 1633, na Congregação para Propagação da Fé. Do latim, o termo ‘propagar’ remete à semeadura, o plantio aguardando a colheita, termo mais do que cabível ao que se conhece como propaganda atualmente, onde ideias e criações são lançadas objetivando atingir o público-alvo e a obtenção de lucros. Ainda neste percurso histórico, Martins (1999) aponta o Vaticano, e consequentemente a Igreja Católica, como as mais poderosas organizações de marketing, vendendo ideias com benefícios específicos. Outro importante ponto de referência na evolução da propaganda e da comunicação apontado pelo autor, foi Joseph Goebbels, “criador” de Adolf Hitler, responsável pela grande figura de comoção e comunicação de massas. As guerras também são apontadas como momentos importantes no fortalecimento da propaganda, bem como o desenvolvimento dos meios de comunicação eletrônicos, desde o fim da década de 50, em constante aprimoramento. Passando do momento histórico, salta-se para a compreensão da propaganda como a necessidade de vender algo, e com isso, as estratégias utilizadas na execução dos detalhes até atingir o público-alvo, aqui chamado de target group, ou como carinhosamente denominado por Zeca, Sr. Target. O marketing revela-se um imprescindível mecanismo de comunicação com o Sr. Target, pois constrói a metodologia para a promoção da venda dos produtos, baseando-se no bom senso profissional, atentando-se aos desejos e necessidades do target group e quanto estão dispostas a investir nisso. Zeca apresenta ainda os 4 P’s, conhecidos dos estudantes da área e que se constituem relevantes pontos de ordenação no raciocínio de marketing, sendo eles: Produto: o bem, serviço ou ideia a ser oferecido, é uma promessa de benefício, objetivo ou subjetivo; Preço: análise do custo, lucro, concorrência e disponibilidade do público-alvo em investir no benefício, visto que ninguém compra um mero produto sem lapidação e sim o benefício que tal item oferece; Ponto de venda: remete à distribuição do produto, a facilidade com que se encontra do alcance do consumidor; Propaganda: é a divulgação, saber a quem dirigir os esforços e investimentos do anunciante. Na sequência, o leitor é apresentado ao conceito de agência de publicidade e pode-se entender a importância da relação agência e cliente, utilizando-se dos atributos mínimos aos profissionais da área, tais como: talento, vontade de fazer, informação, responsabilidade e ousadia. Martins (1999) caracteriza a agência como uma prestadora de serviços, que produz ideias atreladas aos atributos citados anteriormente, oferecendo ao cliente os meios necessários para a concretização dos projetos iniciais. No capítulo 2, apresenta-se de forma básica, a estrutura geral de uma agência e nos capítulos subsequentes, o autor esmiúça as atribuições de cada setor brevemente citado, oferecendo ao leitor a oportunidade de compreender as etapas de nascimento de uma ideia e sua tomada de forma no decorrer no processo dentro de uma agência e o sem número de profissionais envolvidos nesta lapidação. Passando pelo setor administrativo, seguindo o setor de atendimento, área de relevante cuidado por tratar diretamente com o cliente e seus interesses, é a ligação entre a agência e seu anunciante na busca pelo maior benefício, setor de planejamento, tratando desde o briefing (detalhamento a respeito do produto repassado à agência para a elaboração das estratégias de comunicação), análise do target group, da concorrência, da disponibilidade de investimento do cliente, até os resultados da aplicação deste. A mídia é um setor de grande relevância no processo de desenvolvimento de uma propaganda, é onde ocorre a distribuição do investimento publicitário nos meios de comunicação genéricos, como tv, rádio, revistas, internet, até a definição de veículos de comunicação específicos, como a revista x, a emissora y. Neste ponto, o autor frisa a internet como grande meio de comunicação e divulgação. Na sequência, tem-se a criação, que muitos leigos acreditam, à primeira vista, ser essa a única atribuição de uma agência de publicidade. Neste setor, ocorre a elaboração das ideias a serem materializadas nos meios de comunicação, lembrando sempre que um material de publicidade deve falar por si mesmo, sem argumentação direta ao público-alvo, que deve compreendê-lo por si só. Nos capítulos 7 e 8, Zeca apresenta com consideráveis detalhes, os processos de produção gráfica e produção eletrônica, respectivamente, mais uma vez salientando o número de diferentes profissionais e prestadoras de serviços envolvidos no desenvolvimento do produto publicitário. Ao término do livro, o leitor terá feito um passeio pela história da propaganda, adentrando uma agência de publicidade e sendo apresentado aos diversos setores desta, seja o leitor um novo anunciante, estudante da área ou entusiasta pelo tema, a lição deixada pelo autor é de realizar seu trabalho com convicção, enxergando a comunicação como um processo de paixão pelo que é desenvolvido e divulgado.