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Concepções de linguagem e o ensino da leitura em língua materna 1- Subjetivismo Idealista (Ling. Como expressão do pensamento) Fundamenta-se na tradição gramatical grega, passando pelos latinos, pela Idade Média e pela Moderna, ou seja, passou pela Idade antiga, média e moderna. Teve rompimento efetivo no início do século XX, com Saussure. Considerava a primeira visão de linguagem, nasceu a partir dos estudos de Dionísio Trácia, que foi responsável pela noção de certo ou errado no uso da língua. · Nesta concepção, a expressão se constrói no interior da mente do sujeito, sendo a enunciação um ato monológico e individual, nem tão pouco afetado por outros sujeitos e a situação social. · A língua é tida como um produto acabado, um sistema estável, um depósito inerte. Nesse sentido, ao considera a língua com essas características, não se tem espaço para o estudo das variações linguísticas, pois implicaria em uma alteração no pensamento. Assim, a forma a qual utilizavam no processo era uma forma “correta” da linguagem que favorecia uma forma correta do pensamento Gramática Normativa- privilegiam o falar das camadas socioeconomicamente favorecidas. Está relacionada a gramatica normativa-prescritiva, que são todas as gramáticas com conteúdo que corresponde a um conjunto de regras destinadas a ensinar os indivíduos a falarem e escreverem corretamente. · Regras: obrigação e uma avaliação de certo e errado. · Língua: Valoriza a forma de falar e escrever da norma culta ou variedade padrão · A aprendizagem da teoria gramatical; Tida como garantia para se chegar ao domínio de tais linguagens, pela prática de exercícios gramaticais Escola: Local de reprodução do uso linguístico, autorizado com a língua escrita, restando ao aluno leitor/produtor de textos atuar de forma passiva ao que lhe é exposto, assim não reconhecendo a historicidade da linguagem e reconstruir sua história de leitura e escrita. Material didático: A mecanização e a relevância da oralidade. Texto: tido como um produto, construído pela representação do pensamento do indivíduo produtor. Não cabe o indivíduo questionar, mas se manter passivo no recebimento de suas informações. Prática de leitura: Usada para exteriorizar o pensamento, avaliar seu domínio pela capacidade de o indivíduo expressar-se corretamente pela oralidade. Leitura em voz alta: Uma prática, tida com tradição em sala de aula, sendo utilizada como uma forma de avaliar a leitura do aluno. Essa avaliação foi difundida por meio da leitura dos clássicos da literatura, como forma de exposição oral que levava os alunos a uma literatura de boa qualidade. · Domínio do bem falar constituía-se como objetivo da concepção. 2- Objetivismo Abstrato (Ling. como instrumento de comunicação) · A língua é vista como um código, ou seja, um conjunto de signos que se combinam segundo regras e que é capaz de transmitir uma mensagem, informações de um emissor a um receptor; · Está ligada aos elementos comunicativos; · A linguagem é concebida como uma ferramenta, empregada para transmitir uma mensagem, uma informação; · Enfatiza a forma linguística; · Prática da leitura prioriza-se a estrutura do texto; Ligada ao Estruturalismo, como também ao transformacionalismo, que se preocupa com as formas abstratas da língua e a teoria da comunicação que concebe a língua como um código que servirá para transmitir uma mensagem do emissor para o receptor. · Separa o homem do seu contexto social, por se limitar ao estudo do funcionamento interno da língua. No Brasil- década de 60- Classe popular e os direitos da escolarização; regime militar. Lei nº 5692/71- Estabelecia que a língua nacional se deveria dar especial relevo como instrumento de comunicação e como expressão da cultura brasileira. · O sujeito é assujeitado pelo sistema, ou seja, apenas um repetidor de uma ideologia. Abordagem superficial e descontextualizada de ensino da língua Leitura: Processo de decodificação Psicolinguística: leitura como perspectiva do texto, em que o conhecimento vai do texto ao leitor constituindo um modelo de processamento ascendente. Atividade dessa concepção: Perguntas prontas no texto; Consulta ao dicionário; leitura em voz alta; atividades em que o texto torna-se pretexto para a proposição de diversas atividades gramaticais. 3- Concepção de dialógica de linguagem (Ling. como interação) Desenvolvida por Bakhtin, defende que o lócus da linguagem é a interação. · A língua se constitui em um processo ininterrupto, realizado através da interação verbal, social, entre interlocutores, não sendo um sistema estável de formas normativamente idênticas. · Os sujeitos são vistos como agentes sociais, pois é por meio de diálogos entre os indivíduos que ocorrem as trocas de experiências e conhecimentos. · O ensino da língua deve favorecer as práticas da leitura, produção e análise linguística, a partir de enunciados orais e escritos, que circulam nas diversas áreas esferas de comunicação humana. Expressão: Não é dada pela a atividade mental, mas é transmitida pelo indivíduo para o meio social; a formação da expressão depende das condições sociais, assim, temos o social interferindo no individual. Preocupação: Levar o aluno não apenas o conhecimento da gramática de sua língua, mas, sobretudo, ao desenvolvimento da capacidade de refletir, de maneira crítica sobre o mundo, sobre a utilização da língua como instrumento de interação social. Reflexão sobre a língua: É realizada na compreensão, a análise, a interpretação e a produção de textos verbais. Na concepção dialógica de linguagem, o discurso se manifesta por meio de textos. Texto: É visto como lugar de interação, pois a partir dele que professor e aluno interagem e trocam informações. O significado do enunciado não está nem no texto nem na mente do leitor, mas é constituído da interação entre eles. Não é mais unidade fechada, acabar em si, mas sim, como uma dimensão discursiva, considerando-o em suas múltiplas situações de interlocução como resultado de trocas entre os sujeitos, situados em um contexto determinado. O indivíduo: emprega a linguagem não só para expressar o pensamento ou para transmitir conhecimentos, mas também para agir, atuar, sobre o outro e sobre o mundo. Sujeito ativo em sua produção linguística, assim como um trabalho constante com a linguagem dos textos orais e escritos. Na década de 80, uma má interpretação das propostas em relação a como não ensinar a gramática, surgiu o método sociológico de Bakthin/Volochinov (1992) que entendia o estudo da língua partindo primeiramente do contexto social, depois as características do gênero, e assim estudar as marcas linguísticos- enunciativas mais relevantes. Então, postulou-se não abandonar o ensino gramatical, mas aborda-lo de uma maneira contextualizada. Organização em gêneros discursivos: · Os gêneros são formas de textos criados pela sociedade, que funcionam como mediadores entre criador e o destinatário. O trabalho com gêneros discursivos em sala de aula: trabalho do gênero pelo gênero, a tendência em apenas trabalhar com estrutura, em tomá-lo como mais uma metalinguagem e em conduzir um trabalho apenas de leitura e identificação do gênero. Livros didáticos: ainda trazem essa abordagem apresentando, em um mesmo capítulo, diversos gêneros, porém sem realizar um trabalho em que desenvolva as capacidades de leitura e de escrita aos alunos. De acordo, com o texto a partir das contribuições de pesquisas desenvolvidas nos últimos anos, passou-se a conceber os gêneros discursivos não mais como processo de visitação mas como instrumento para que sujeitos se apropriem da linguagem. Diferencia os gêneros primários dos secundários. · Constituem nas interações de áreas naturais ou seja em circunstâncias de comunicação verbal espontânea na oralidade em escrita informal ponto. · Gêneros secundários se constituem em situações mais complexas de comunicação principalmente a escrita com os discursos políticos científicos etc em seu processo de formação Três aspectos que caracterizam o gênero: conteúdo temático, os assuntos outemas típicas; o estilo, a escolha dos recursos linguísticos do gênero, a construção composicional ou formas de organização textual. Processo de ensino e aprendizagem da língua materna: os gêneros são tomados como objeto de ensino, são responsáveis pela seleção dos textos que serão trabalhados como unidade de ensino Cinco agrupamento de gênero: narrar, relatar, argumentar, expor e instruir. Três critérios: os domínios sociais da comunicação a homogeneidade quanto à capacidade de linguagem e a retomada as distinções tipológicas. Nenhum gênero está sozinho, mas contido nas esferas comunicativas, se dividem em esferas do cotidiano em que se inclui as familiares, íntimas, comunitárias e as esferas do sistema ideológico construídos. A prática de leitura é resultado da interação entre leitor-texto-autor, que são responsáveis pela construção do significado do texto e pela produção de sentidos. A leitura não é tida apenas como uma prática de extração, implica a compreensão e conhecimentos prévios e são construídos antes mesmo da leitura. · A leitura passa a ser como co-produção de sentidos, fundamentada na perspectiva sócio-discursiva, considera autor e o leitor como partes constitutivas da comunicação verbal e a compreensão de um texto como parte preparatória da atitude responsiva ativa do leitor. · Promover a leitura possibilita o desenvolvimento e o crescimento do leitor competente, ele produz sentidos e não apenas os extrai do texto. Significado de enunciado não está nem no texto nem na mente do leitor, mas construído a partir da interação entre eles. Visão interacionista do ensino aprendizagem da leitura expõe que o significado do enunciado é construído mediante o processo de interação entre leitor e texto pelo momento de diálogo. · A construção de conhecimento é realizada por meio das relações sociais pelo diálogo entre o leitor, o texto, o autor e os objetivos de leitura. Considera a linguagem como processo dialógico, necessário remeter-se aos gêneros discursivos tendo em vista a esfera da comunicação. A linguagem é concebida de maneira diferente a cada momento histórico e social a partir de seu caráter de nada e no meio no meio social Concepções de linguagem e o ensino da leitura em língua materna 1 - Subjetivismo Idealista (Ling. Como expressão do pensamento) Fundamenta - se na tradição gramatical grega, passando pelos latinos, pela Idade Média e pela Moderna, ou seja, passou pela Idade a ntiga, média e moderna. Teve rompimento efetivo no início do século XX, com Saussure. Considerava a primeira visão de linguagem, nasceu a partir dos estudos de Dionísio Trácia, que foi responsável pela noção de certo ou errado no uso da língua. · Nesta conce pção, a expressão se constrói no interior da mente do sujeito, sendo a enunciação um ato monológico e individual, nem tão pouco afetado por outros sujeitos e a situação social. · A língua é tida como um produto acabado, um sistema estável, um depósito inerte . Nesse sentido, ao considera a língua com essas características, não se tem espaço para o estudo das variações linguísticas, pois implicaria em uma alteração no pensamento. Assim, a forma a qual utilizavam no processo era uma forma “correta” da linguage m que favorecia uma forma correta do pensamento Gramática Normativa - privilegiam o falar das camadas socioeconomicamente favorecidas. Está relacionada a gramatica normativa - prescritiva, que são todas as gramáticas com conteúdo que corresponde a um conjunto de regras destinadas a ensinar os indivíduos a falarem e escreverem corretamente. · Regras: obrigação e uma avaliação de certo e errado. · Língua: Valoriza a forma de falar e escrever da norma culta ou variedade padrão · A aprendizagem da teoria gramatical; Tid a como garantia para se chegar ao domínio de tais linguagens, pela prática de exercícios gramaticais Escola: Local de reprodução do uso linguístico, autorizado com a língua escrita, restando ao aluno leitor/produtor de textos atuar de forma passiva ao que lhe é exposto, assim não reconhecendo a historicidade da linguagem e reconstruir sua história de leitura e escrita. Material didático: A mecanização e a relevância da oralidade. Texto: tido como um produto, construído pela representação do pensamento do i ndivíduo produtor. Não cabe o indivíduo questionar, mas se manter passivo no recebimento de suas informações. Prática de leitura: Usada para exteriorizar o pensamento, avaliar seu domínio pela capacidade de o indivíduo expressar - se corretamente pela oralid ade. Leitura em voz alta: Uma prática, tida com tradição em sala de aula, sendo utilizada como uma forma de avaliar a leitura do aluno. Essa avaliação foi difundida por meio da leitura dos clássicos da literatura, como forma de exposição oral que levava os alunos a uma literatura de boa qualidade. · Domínio do bem falar constituía - se como objetivo da concepção. 2 - Objetivismo Abstrato (Ling. como instrumento de comunicação) Concepções de linguagem e o ensino da leitura em língua materna 1- Subjetivismo Idealista (Ling. Como expressão do pensamento) Fundamenta-se na tradição gramatical grega, passando pelos latinos, pela Idade Média e pela Moderna, ou seja, passou pela Idade antiga, média e moderna. Teve rompimento efetivo no início do século XX, com Saussure. Considerava a primeira visão de linguagem, nasceu a partir dos estudos de Dionísio Trácia, que foi responsável pela noção de certo ou errado no uso da língua. Nesta concepção, a expressão se constrói no interior da mente do sujeito, sendo a enunciação um ato monológico e individual, nem tão pouco afetado por outros sujeitos e a situação social. A língua é tida como um produto acabado, um sistema estável, um depósito inerte. Nesse sentido, ao considera a língua com essas características, não se tem espaço para o estudo das variações linguísticas, pois implicaria em uma alteração no pensamento. Assim, a forma a qual utilizavam no processo era uma forma “correta” da linguagem que favorecia uma forma correta do pensamento Gramática Normativa- privilegiam o falar das camadas socioeconomicamente favorecidas. Está relacionada a gramatica normativa-prescritiva, que são todas as gramáticas com conteúdo que corresponde a um conjunto de regras destinadas a ensinar os indivíduos a falarem e escreverem corretamente. Regras: obrigação e uma avaliação de certo e errado. Língua: Valoriza a forma de falar e escrever da norma culta ou variedade padrão A aprendizagem da teoria gramatical; Tida como garantia para se chegar ao domínio de tais linguagens, pela prática de exercícios gramaticais Escola: Local de reprodução do uso linguístico, autorizado com a língua escrita, restando ao aluno leitor/produtor de textos atuar de forma passiva ao que lhe é exposto, assim não reconhecendo a historicidade da linguagem e reconstruir sua história de leitura e escrita. Material didático: A mecanização e a relevância da oralidade. Texto: tido como um produto, construído pela representação do pensamento do indivíduo produtor. Não cabe o indivíduo questionar, mas se manter passivo no recebimento de suas informações. Prática de leitura: Usada para exteriorizar o pensamento, avaliar seu domínio pela capacidade de o indivíduo expressar-se corretamente pela oralidade. Leitura em voz alta: Uma prática, tida com tradição em sala de aula, sendo utilizada como uma forma de avaliar a leitura do aluno. Essa avaliação foi difundida por meio da leitura dos clássicos da literatura, como forma de exposição oral que levava os alunos a uma literatura de boa qualidade. Domínio do bem falar constituía-se como objetivo da concepção. 2- Objetivismo Abstrato (Ling. como instrumento de comunicação)