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Curso: Medicina Veterinária 
Disciplina: Toxicologia Veterinária e Plantas Tóxicas 
 
 
 
 
 
INTOXICAÇÃO POR CARPROFENO EM 
CÃES E GATOS 
 
 
 
Acadêmica: Fernanda Daniele Ziehmann 
 
 
 
Araquari – SC 
Setembro/2019 
 
2 
 
CARPROFENO – INTOXICAÇÃO EM CÃES E GATOS 
 
O carprofeno é um anti-inflamatório não esteroidal (AINE) pertencente à classe do ácido 
propiônico, que apresenta propriedades analgésicas, anti-inflamatórias e anti-térmicas. É 
também o agente mais lipofílico dentre a classe dos ácidos propiônicos; equivalente em 
potência à indometacina, entretanto, menos provável em se causar sangramento do trato 
gastrintestinal, sendo consideravelmente mais potente no controle dos sinais de dor crônica que 
os anti-inflamatórios tradicionais, tais como a aspirina. Atua diminuindo a produção de 
prostaglandina via inibição da cicloxigenase (COX), preferencialmente COX2. O metabolismo 
do carprofeno em cães se dá primeiramente por oxidação e, subsequentemente, por 
glicuronidação. Os metabólitos são eliminados principalmente pela bile, sendo que uma parte 
deles sofre ciclo entero-hepático. Por possuírem deficiência de enzimas glicuroniltransferases, 
os gatos são mais facilmente suscetíveis à intoxicação. A dose segura recomendada para cães é 
4,4 mg/kg SID ou 2,2 mg/kg BID, já para gatos a dose recomendada é de 1-2 mg/kg SID. A 
intoxicação em cães pode ser proveniente de doses agudas cinco vezes maiores que as 
terapêuticas e em gatos a dose pode ser duas ou três vezes maiores que a terapêutica. O 
carprofeno é aprovado para cães como método alternativo no tratamento da osteoartrite crônica, 
entretanto, como qualquer outro AINE, possui potencial em causar danos ao trato 
gastrintestinal, renal e hepático. Sua utilização em gatos é recomendada apenas para uso em 
dose única. Apesar da prevalência de complicações associadas à administração do carprofeno 
em várias espécies ser baixa, se comparada aos outros AINES, a hepatotoxicidade induzida pelo 
carprofeno tem sido descrita como uma reação adversa ocasional, sendo fatal em alguns cães. 
Toxicocinética: 
 Após administração oral, o carprofeno é rápido e quase que completamente absorvido, 
sendo os picos de concentrações sanguíneas obtidos em cerca de 1 a 3 horas. Carprofeno se liga 
mais do que 99% à proteína plasmática e exibe um pequeno volume de distribuição. Após a 
administração oral de 1 a 35mg/kg de peso vivo, a meia-vida média do carprofeno é de 8h em 
cães, já em gatos esse valor sobe para em média 20 horas. Após aplicação única intravenosa de 
100 mg, a meia-vida média de eliminação é de cerca de 11,7h no cão. Foi observada circulação 
enterohepática da droga. A biotransformação ocorre no fígado, seguida de rápida excreção dos 
metabólitos resultantes nas fezes e na urina. 
3 
 
Toxicodinâmica: 
 O mecanismo de ação do carprofeno está relacionado com a inibição de mediadores de 
inflamação e da dor ou com o antagonismo de receptores nos locais onde atuam os eicosanóides. 
O carprofeno tem atividade inibidora reversível das cicloxigenases (COX), enzimas capazes de 
promover a quebra do ácido araquidônico em prostaglandinas, que são mediadores de grande 
importância no processo inflamatório e no mecanismo da dor. Sua ação é mais seletiva para as 
COX-2 do que para as COX-1. Este mecanismo pode justificar sua atividade ulcerogênica 
relativamente baixa quando comparada com a de outras drogas da sua classe. O composto é um 
inibidor moderadamente potente de fosfolipases A2, que são responsáveis pela produção do 
ácido araquidônico nas membranas celulares, resultando menor produção de prostaglandinas e 
tromboxanos e na diminuição da inflamação. Adicionalmente, estudos revelaram que o 
carprofeno tem efeito modulador nas respostas imunes celular e humoral, além de ser 
condroprotetor, por meio da inibição da produção do fator ativador de osteoclastos e do 
estímulo da produção dos glicosaminoglicanos articulares. 
Descrição: 
• Indicações: anti-inflamatório, analgésico e antitérmico para cães e gatos, analgesia pós-
operatória, no tratamento de doenças osteoarticulares agudas ou crônicas, nos processos 
inflamatórios. 
• Vias de administração: vias oral e subcutânea. 
• Frequência de utilização: de 12 em 12 horas ou de 24 em 24 horas. 
• Duração do tratamento: pode se estender até 14 dias, ou conforme orientação do médico 
veterinário. 
Sinais clínicos: 
 A intoxicação aguda produz êmese, gastrite, ulceração gastrintestinal, diarreia, 
alterações no apetite e anorexia, podendo ocorrer hematêmese, melena ou hematoquesia. O 
carprofeno provoca menores danos à mucosa gastrintestinal quando comparado ao meloxicam 
e ao cetoprofeno. Pode haver o aparecimento de sinais de hepatotoxicidade em exposições 
agudas ou crônicas, como letargia, icterícia, perda de peso e elevações nos níveis enzimáticos 
de alanina transaminase (ALT), aspartato transaminase (AST) e fosfatase alcalina (FA). Se não 
diagnosticado e tratado rapidamente, o dano hepático pode progredir e causar encefalopatia 
hepática. 
4 
 
 Danos renais geralmente ocorrem após exposições agudas a doses muito elevadas do 
medicamento. A falência renal vem acompanhada de letargia, oligúria ou anúria. Os níveis 
sanguíneos de ureia e creatinina se tornam elevados, produzindo vômitos, diarreia, perda de 
peso e anorexia. 
 Assim como os outros AINEs derivados do ácido propiônico, o carprofeno também pode 
causar, raramente, anomalias nas células brancas, vermelhas e nas plaquetas, que aparecem em 
apenas 0,02% dos animais tratados. 
Diagnóstico: 
 Para um correto diagnóstico é preciso conversar com o proprietário do animal, realizar 
a anamnese procurando buscar informações que possam ser relevantes, como histórico do 
animal ou uma possível ingestão acidental de alguma substância tóxica. Deve-se realizar o 
exame físico completo no animal e realizar exames complementares como hemograma 
completo para avaliar a contagem de glóbulos brancos e vermelhos, perfil bioquímico completo 
para avaliar possíveis nefro ou hepatotoxicidade, contagem de eritrócitos, urinálise, teste de 
tempo de coagulação ativada que permite analisar a via intrínseca e a via comum da coagulação 
sanguínea. 
Tratamento: 
 A terapia baseia-se nas medidas de descontaminação oral e do trato gastrintestinal, com 
a indução de êmese caso a ingestão tenha ocorrido há menos de 2 horas, devendo ser seguida 
pela lavagem gástrica com administração de carvão ativado e catártico osmótico. Deve-se 
realizar o tratamento de suporte e sintomático. A desidratação causada por êmese e diarreia 
pode ser tratada com fluidoterapia, usando NaCl 0,45% e dextrose 2,5% por via intravenosa, 
que também previne ou reduz os danos renais. O tratamento específico das úlceras gástricas 
causadas pelos AINEs pode ser realizado com sucralfato, antagonistas histaminérgicos do tipo 
2 (H2), inibidores da bomba de prótons (omeprazol) e análogos das prostaglandinas 
(misoprostol). O sucralfato é um protetor direto de mucosa, que tem afinidade cinco vezes maior 
com o tecido lesado do que com a mucosa normal, devendo ser administrado uma hora antes 
das refeições. Pode ser utilizado sozinho ou associado a antagonistas H2, como a cimetidina, 
que diminue a secreção de ácidos gástricos estimulada pela histamina e pela pentagastrina. 
 
 
5 
 
Figura 1 - Yanna Sury com uma caixa de Carproflan. Foto: arquivo pessoal. 
Controle: 
 Como medida de controlar a intoxicação por carprofeno deve-se evitar o contato do 
animal com o medicamento armazenando-o em local seguro onde o cão ou gato não tenha 
acesso e não administrar o medicamento no animal por conta própria sem indicação e orientação 
do médico veterinário. 
Profilaxia: 
 Para evitar uma intoxicação por carprofeno em um cão ou gato, a administração desse 
medicamento só deve ser feita com indicação e orientação do médico veterinário ou pelo 
próprio, que propiciaráa dosagem correta para cada animal e espécie. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
Figura 2 - Caixa do medicamento Carproflan (Carprofeno). Foto: arquivo 
pessoal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
REFERÊNCIAS 
 
NOGUEIRA, R. M. B.; ANDRADE, S. F. Manual de Toxicologia Veterinária. 8ª ed. São 
Paulo: Roca, 2011. 323. 
ADAMS, H. R. Farmacologia e Terapêutica em Veterinária. Rio de Janeiro: Guanabara 
Koogan, 2003. 1034. 
SPINOSA, H. S.; GÓRNIAK, S. L.; NETO, J. P. Toxicologia aplicada à Medicina 
Veterinária. Barueri: Manole, 2008. 931. 
CAVALCANTE, L. F. H. et. al. Intoxicação por Carprofeno em Cães – Artigo de Revisão. 
Disponível em: http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/fzva/article/view/3712/2856. 
Acesso em: 04 agosto de 2019. 
VET SMART CÃES E GATOS. Carprofeno. Disponível em: 
https://www.vetsmart.com.br/bulario/cg/produto/2176/carprofeno. Acesso em: 04 agosto de 
2019. 
VET SMART CÃES E GATOS. Carproflan. Disponível em: 
https://www.vetsmart.com.br/bulario/cg/produto/189/carproflan. Acesso em: 04 agosto de 
2019.