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TRABALHOS DO GRUPOS – CONSTITUCIONAL APRESENTAÇÃO DIA 19/03/20 MODALIDADE DE CONTROLE: Quanto à natureza do órgão – político e judicial. a. Controle político: verifica-se em Estados onde o controle é exercido por um órgão distinto dos três Poderes, órgão esse garantidor da supremacia da Constituição. Tal sistema é comum em países da Europa, como Portugal e Espanha, sendo o controle normalmente realizado pelas Cortes ou Tribunais Constitucionais. Não há no Brasil um órgão separado dos três Poderes capaz de fazer qualquer hipótese de controle repressivo de constitucionalidade, como em países da Europa. As hipóteses em que o Poder Executivo e Legislativo podem atuar no controle são excepcionais, sendo a regra, o controle judicial. No Brasil, Luís Roberto Barroso sustenta que o veto do Executivo a projeto de lei, por entende-lo inconstitucional, bem como a rejeição de projeto de lei na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) seriam exemplos de controle político. Exemplo de controle político por meio do veto: O presidente Jair Bolsonaro vetou um projeto de lei que estabelecia um prazo de até um ano para o julgamento do mérito de medidas cautelares (ou seja, provisórias) concedidas em determinados tipos de ações. Bolsonaro seguiu um parecer da Casa Civil que considerou a proposta inconstitucional. De acordo com a Casa Civil, o projeto "contraria o interesse público e fere o princípio da segurança jurídica", porque uma pessoa que obteve uma decisão favorável em um processo considerado urgente poderia ser prejudicada com a derrubada dessa decisão, mesmo sem ter responsabilidade pelo desrespeito do prazo. Exemplo de controle político por meio da CCJ:A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) rejeitou o Projeto de Lei do Senado 186/2014, do senador Ciro Nogueira (PP-PI), que legaliza os jogos de azar. b. Controle judicial ou jurisdicional:nesse caso a verificação da compatibilidade das leis e atos normativos é realizado pelo Poder Judiciário, seja por alguns pouco tribunais(controle concentrado) – no caso do direito brasileiro, pelo STF e pelo TJ –,seja por qualquer juiz (controle difuso). No Brasil, o controle repressivo de constitucionalidade é predominantemente jurisdicional. Em regra, quem analisa a constitucionalidade das leis e atos normativos é o Poder Judiciário, poder que é dado pela própria Constituição Federal, como por exemplo o art. 97 - Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do poder público. O Brasil adotou o sistema jurisdicional misto, porque pode ser realizado pelo Poder Judiciário, tanto de forma concentrada como por qualquer juiz ou tribunal. Exemplo de controle judicial realizado por qualquer juiz: Uma decisão do juiz da 3ª Vara do Trabalho de Fortaleza, Germano Silveira de Siqueira, declarou inconstitucional a MP (Medida Provisória) 905, que criou o chamado Programa Verde e Amarelo, do governo Jair Bolsonaro. A decisão foi tomada dentro de um processo movido por um trabalhador contra a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ceará. Exemplo de controle judicial realizado pelo STF: STFconclui julgamento sobre leis municipais que restringem desproporcionalmente ou proíbem a atividade de transporte individual de passageiros por meio de aplicativos. O Plenário decidiu que a proibição ou a restrição desproporcional da atividade é inconstitucional, pois representa violação aos princípios constitucionais da livre iniciativa e concorrência. Direito Constitucional ÓRGÃO QUE EXERCE O CONTROLE – DIFUSO/CONCENTRADO É do Poder Judiciário a palavra final sobre a constitucionalidade de leis no Brasil. O Poder Executivo e o Legislativo detêm controles prévios à vigência da norma, como, por exemplo, veto jurídico presidencial, comissões temáticas. Uma vez em vigor, cabe aos Tribunais aferir se o ato normativo é ou não compatível com a Constituição Federal. Para o exame, o ordenamento jurídico admite duas vias de controle: difusa e concentrada. Todo órgão judicial exerce, dentro de sua competência, o controle difuso. Nessa via, o juiz deixa de aplicar lei que, no caso concreto, revela conteúdo incompatível com a regra constitucional. Nesse caso, questiona-se a compatibilidade de modo indireto, em face de uma situação particular, por meio de um incidente processual. Já o controle concentrado se limita ao Supremo Tribunal Federal (STF) quando a norma paradigma é a Constituição Federal e aos Tribunais de Justiça Estaduais, quando a norma paradigma é a Constituição Estadual. Nele, verifica-se a constitucionalidade do texto legal em si, isto é, da norma em abstrato. A análise, portanto, independe de aplicação a um caso concreto. O controle concentrado é o controle no qual existe um processo específico para esse fim, sendo o STF (órgão da cúpula do Poder Judiciário) detentor da competência para julgá-lo. Por essa razão, também é chamado de controle abstrato, principal, via de ação. Esse controle abarca as seguintes ações: ação declaratória de inconstitucionalidade (ADIN), ação declaratória de constitucionalidade (ADC), ação declaratória por omissão (ADO) e ação de descumprimento preceito fundamental (ADPF). Foi com a emenda constitucional n. 16, de 1965 à CF de 1946 que surgiu no ordenamento jurídico o controle abstrato das normas. O Controle Difuso é realizado por qualquer juízo ou tribunal, do Poder Judiciário. Devem ser observadas e respeitadas as regras de competência processual de acordo com as normas estabelecidas no ordenamento de processo civil, além do previsto na Constituição Federal. É verificado no controle difuso, um caso concreto, e a declaração de inconstitucionalidade ocorre de forma incidental prejudicialmente ao exame de mérito, ou seja, é feito um pedido ao Juízo, fundamentando-se na inconstitucionalidade de uma lei ou ato normativo, a alegação de inconstitucionalidade será a causa de pedir. Como exemplo, teríamos o caso ocorrido no governo Collor, onde muitos interessados propuseram ação judicial com a finalidade de requerer o desbloqueio dos Cruzados (moeda à época), com fundamento de que o ato que motivou o bloqueio era inconstitucional. O pedido principal da ação judicial não era a declaração de inconstitucionalidade, mas sim o desbloqueio. Nos tribunais o controle difuso, também é exercido, a parte que em uma ação judicial for vencida por ocasião da sentença, não ter sido favorável em sua pretensão, poderá devolver a análise da matéria ao Tribunal Superior, ou seja, o processo se iniciou em primeira instância (Vara Cível) sendo interposto recurso de apelação ao Tribunal de Justiça (segunda instância). Perante o Tribunal Superior, no caso o Tribunal de Justiça se a matéria da ação judicial for de âmbito estadual, de natureza cível, este Tribunal órgão de segunda instância irá reexaminar a matéria, verificando se existe um questionamento incidental sobre a constitucionalidade da lei ou ato normativo. Suscita-se uma questão de ordem e a análise da constitucionalidade da lei é remetido ao pleno, ou órgão especial do tribunal, para resolver a questão suscitada. O artigo 97 da Constituição Federal de 1988 prevê que somente pela maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ata normativo do Poder Público, esta informação é conhecida como cláusula de reserva de plenário. MODO DE CONTROLE – INCIDENTAL E PRINCIPAL Conceitos: • Modo de controle via incidental: Também chamado pela via de exceção ou defesa, o controle será exercido como questão prejudicial e premissa lógica do pedido principal. A análise de questão prejudicial é dada, também, como fundamentoda pretensão do autor, o que se vê nas ações constitucionais. • Modo de controle via principal: Conhecida também como abstrata ou pela via de “ação”, a análise da constitucionalidade da lei será o objeto principal, autônomo e exclusivo da causa. • Via incidental e via principal: No direito brasileiro, como exceção à regra do controle concentrado e abstrato de constitucionalidade, podemos pensar em situação na qual o controle será concentrado (em órgão de cúpula, com competência originária), mas incidental, discutindo-se a questão de constitucionalidade como questão prejudicial ao objeto principal da lide. No direito estrangeiro “características ecléticas apresentam os sistemas atuais de controle na Itália e na República Federal da Alemanha, que reconhecem a um único órgão judicial competência para apreciar a questão da constitucionalidade, mas lhe deferem o exercício dessa competência quer pela via principal (mediante provocação de algum legitimado), quer por via incidental, a propósito de caso concreto, sujeito à cognição de qualquer outro órgão judicial, que submete a questão à Corte Constitucional, a fim de que esta a resolva com força vinculativa, ficando suspenso, nesse meio-tempo, o processo em que se suscitou a questão. Exemplos: • Via incidental: na época do Presidente Collor, os interessados pediam o desbloqueio dos cruzados fundando-se no argumento de que o ato que motivou tal bloqueio era inconstitucional. O pedido principal não era a declaração de inconstitucionalidade, mas sim o desbloqueio! • Via principal: ADI 4.068, ajuizada pela OAB e que tem por objeto, em razão da criação da Super-Receita (Lei n. 11.457/2007), a regra contida no art. 16, § 1.º, que determina que a partir de 1.º de abril de 2008 toda a dívida ativa da União seja transferida para a Procuradoria- Geral da Fazenda Nacional (PGFN). • Via incidental e principal: o art. 102, I, “d”, que estabelece ser competência originária do STF processar e julgar o habeas corpus, sendo paciente qualquer das pessoas referidas nas alíneas anteriores; o mandado de segurança e o habeas data contra atos do Presidente da República, das Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, do Procurador-Geral da República e do próprio Supremo Tribunal Federal. Referência Bibliográfica: Lenza, Pedro. Direito constitucional esquematizado® / Pedro Lenza. – 23. ed. – São Paulo : Saraiva Educação, 2019. (Coleção esquematizado ®)