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<p>Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br</p><p>CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE</p><p>1</p><p>CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE</p><p>Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br</p><p>CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE</p><p>2</p><p>www.questoesdiscursivas.com.br</p><p>Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br</p><p>CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE</p><p>3</p><p>AUTORES:</p><p>BALTAZAR RODRIGUES</p><p>Procurador do Estado do Rio de Janeiro - PGE/RJ. Sócio do escritório</p><p>Fontana, Maurell, Gaio e Rodrigues Advogados. Mestre em Direito</p><p>Processual pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ. Ex-</p><p>Diretor Jurídico do Fundo Único de Previdência Social do Estado do Rio de</p><p>Janeiro (Rioprevidência - 2013/2014). Aprovado nos seguintes concursos:</p><p>PGE/RJ (15º lugar - 2010); Advogado do BNDES (65º lugar - 2009).</p><p>RODRIGO DUARTE</p><p>Advogado da União. Ex-Oficial de Justiça e Avaliador Federal no TRF da 2ª</p><p>Região; Ex-Técnico Administrativo do Ministério Público da União (MPU) e</p><p>Ex-Técnico de Atividade Judiciária no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro</p><p>(TJRJ); Aprovado e nomeado no concurso de Analista Processual do</p><p>Ministério Público do Rio de Janeiro (MPE/RJ).</p><p>MIGUEL BLAJCHMAN (Organizador)</p><p>Advogado. Fundador do site Questões Discursivas. Ex-Analista de</p><p>Planejamento e Orçamento da Secretaria Municipal da Fazenda do Rio de</p><p>Janeiro (SMF/RJ). Aprovado nos seguintes concursos: Analista de Controle</p><p>Externo do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE/RJ).</p><p>Analista e Técnico do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro</p><p>(MPE/RJ) e Advogado da Dataprev.</p><p>Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br</p><p>CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE</p><p>4</p><p>ÍNDICE</p><p>CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE</p><p>1. MAGISTRATURA ESTADUAL – TJSP – 2019 – VUNESP</p><p>2. PROCURADOR – ASSEMBLEIA LEGISLATIVA/GO – 2019 – IADES</p><p>3. PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/PR- 2017 – BANCA PRÓPRIA</p><p>4. DELEGADO DE POLÍCIA – PCRS – 2018 – FUNDATEC</p><p>5. ANALISTA JUDICIÁRIO - STF - CESPE - 2013</p><p>6. DELEGADO DE POLÍCIA – PCGO – 2013 – UEG</p><p>7. DELEGADO DE POLÍCIA – PCGO – 2018 - UFG</p><p>8. MAGISTRATURA – TJDFT – 2014 - CESPE</p><p>9. PROCURADOR DO ESTADO - PGE/SP - 2012 - FCC</p><p>10. PROCURADOR DO ESTADO - PGE/BA - 2014 - CESPE</p><p>11. ADVOGADO DA UNIÃO – AGU - 2016 - CESPE</p><p>12. PROCURADOR LEGISLATIVO –CAMPINA GRANDE DO SUL/PR – 2014 - FAPIFA</p><p>13. MAGISTRATURA FEDERAL – TRF5 – 2015 - CESPE</p><p>14. PROCURADOR AUTÁRQUICO - UNICAMP - 2018 – VUNESP</p><p>15. PROCURADOR DO ESTADO - PGE/RO - 2011 - FCC</p><p>16. PROCURADOR DO BANCO CENTRAL – AGU - CESPE - 2013</p><p>17. MAGISTRATURA ESTADUAL - TJMS - 2015 – VUNESP</p><p>18. PROCURADOR FEDERAL – AGU - CESPE - 2010</p><p>19. PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/RR – 2017 – CESPE</p><p>20. MAGISTRATURA FEDERAL – TRF2 – 2017 – BANCA PRÓPRIA</p><p>21. DELEGADO DE POLÍCIA – PCRJ – 2012 – FUNCAB</p><p>22. DELEGADO DE POLÍCIA – PCMG – 2018 – ACADEPOL</p><p>23. DELEGADO DE POLÍCIA – PCSP – 2008 – ACADEPOL</p><p>24. DELEGADO DE POLÍCIA – PCGO – 2013 – UEG</p><p>25. DELEGADO DE POLÍCIA – PCGO – 2018 - UFG</p><p>26. AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO - TCE/PA - 2012 - AOCP</p><p>27. AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO - TCE/MS - 2013 – BANCA PRÓPRIA</p><p>28. PROCURADOR DO ESTADO – PGE/MT – FCC - 2016</p><p>29. PROCURADOR – ASSEMBLEIA LEGISLATIVA/GO – 2019 – IADES</p><p>30. PROCURADOR MUNICIPAL - PGM-PAULÍNIA/SP - 2016 – FGV</p><p>31. TRIBUNAIS DE CONTAS – TCM/SP - 2015 – FGV</p><p>32. MAGISTRATURA ESTADUAL – TJPA – 2011 - CESPE</p><p>33. DELEGADO DE POLÍCIA – PCPR – 2013 – COPS UEL</p><p>Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br</p><p>CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE</p><p>5</p><p>MAGISTRATURA ESTADUAL – TJSP – 2019 – VUNESP</p><p>Disserte sobre o tema: Controle judicial de constitucionalidade. 1. Origem. Conceito e</p><p>Importância. 2. Controle incidental ou difuso. Características. Efeitos. Reserva de</p><p>Plenário. 3. Controle concentrado ou principal. Características. Ação Direta de</p><p>Inconstitucionalidade. Legitimidade e pertinência temática. Efeitos temporais e</p><p>modulação. Obs.: No desenvolvimento da dissertação, o candidato deverá levar em</p><p>consideração rigorosamente os itens e subitens, de acordo com a ordem proposta.</p><p>SUGESTÃO DE RESPOSTA:</p><p>O controle de constitucionalidade é um dos temas mais importantes do direito</p><p>constitucional. Pode ser conceituado, basicamente, como a possibilidade de declaração</p><p>de invalidade de leis, tendo como parâmetro a Constituição.</p><p>Sua origem remonta ao caso Marbury vs Madison, onde a Suprema Corte</p><p>Americana declarou que um conflito entre uma norma ordinária e uma norma</p><p>constitucional seria resolvido com a prevalência desta última, tendo em vista a sua</p><p>superioridade normativa. Sua importância decorre do óbvio parâmetro que se</p><p>estabelece para avaliar a validade das normas editadas no ordenamento jurídico</p><p>pátrio.</p><p>Há classicamente duas modalidades de controle: o incidental e o concentrado.</p><p>O controle incidental (ou difuso) é exercido por todos os órgãos julgadores, sem a</p><p>necessidade de deslocamento de competência caso a questão da inconstitucionalidade</p><p>da norma seja suscitada no processo. Em geral, seu efeito é inter partes: ou seja, só é</p><p>aplicável àquele caso sob exame pelo juízo. No Brasil, o art. 97 da CRFB prevê a</p><p>aplicação da chamada reserva de Plenário: quando um órgão colegiado é chamado a</p><p>analisar a validade de uma norma, a sua inconstitucionalidade deve ser declarada por</p><p>maioria absoluta de seus membros.</p><p>Já o controle concentrado (ou principal) baseia-se na indicação de um órgão</p><p>julgador específico para a análise da constitucionalidade das leis, em geral um órgão</p><p>de cúpula. Seus efeitos, em geral, são erga omnes, se espraiando por todo o</p><p>ordenamento, a fim de conferir segurança jurídica à aplicação das leis.</p><p>No Brasil, seu principal instrumento é a ação direta de inconstitucionalidade, de</p><p>competência do STF. Sua legitimidade é restrita às autoridades ou instituições previstas</p><p>no art. 103 da CRFB, sendo que alguns deles, como os Governadores de Estado ou as</p><p>confederações sindicais, devem comprovar a pertinência da norma impugnada com</p><p>seus interesses institucionais (no primeiro caso, uma lei que impacte no ordenamento</p><p>ou nas finanças daquele Estado e, no segundo caso, uma lei que tenha sido editada</p><p>acerca do âmbito de atuação daquela entidade).</p><p>Finalmente, por a inconstitucionalidade ser um vício que afeta a norma em seu</p><p>plano de validade, ela acaba fulminando-a desde seu nascedouro. Contudo, em alguns</p><p>casos isso acaba gerando situações injustas, uma vez que a lei foi aplicada na prática.</p><p>Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br</p><p>CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE</p><p>6</p><p>Assim, a legislação autoriza que o Supremo Tribunal Federal module esses efeitos,</p><p>sendo resguardada a segurança jurídica (art. 27 da Lei 9.868/99).</p><p>PROCURADOR – ASSEMBLEIA LEGISLATIVA/GO – 2019 – IADES</p><p>Leia, com atenção, as informações a seguir. Analise o caso de um cidadão que interpôs</p><p>ação de descumprimento de preceito fundamental (ADPF) perante o Supremo Tribunal</p><p>Federal (STF), para discutir a inconstitucionalidade de determinada lei pré-</p><p>constitucional em face da Constituição de 1998. Na ação, foi formulado um pedido</p><p>para que, se não conhecida a ADPF, ela fosse recebida como ação direta de</p><p>inconstitucionalidade (ADI). O estado de Goiás e a Assembleia Legislativa de Goiás</p><p>foram intimados para se manifestarem. Com base nessas informações, redija um texto</p><p>dissertativo e (ou) descritivo respondendo ao questionamento “é correto afirmar que a</p><p>ADPF será julgada procedente?”. Aborde necessariamente, os tópicos a seguir: a)</p><p>Quem são os legitimados para ajuizar a ADPF? b) O que é o princípio da</p><p>subsidiariedade? c) Seria admitido, no caso narrado, o recebimento da ADPF como</p><p>ADI? d) No procedimento da ADPF, o relator poderia indeferir a inicial liminarmente, e</p><p>tal decisão é recorrível?</p><p>SUGESTÃO DE RESPOSTA:</p><p>1. A ADPF tem previsão no art. 102, § 1o da CF;</p><p>2. Os legitimados para ação direita são os mesmo da ADPF - Podem propor arguição de</p><p>descumprimento de preceito</p><p>Diga se a Câmara agiu em acordo ou desacordo com a medida.</p><p>SUGESTÃO DE RESPOSTA:</p><p>Prevista no art. 97 da CRFB, a cláusula de reserva do plenário (também</p><p>chamada de “fullbench”) menciona que o julgamento da inconstitucionalidade de lei ou</p><p>ato normativo do Poder Público, quando efetuada por tribunal, só será possível pelo</p><p>voto da maioria absoluta dos seus membros ou dos membros de seu órgão especial.</p><p>Saliente-se que isso não impede que os juízos singulares declarem a</p><p>inconstitucionalidade de lei ou ato normativo no controle difuso, bem como não se</p><p>aplica às turmas recursais dos juizados especiais, pois turma recursal não é tribunal.</p><p>http://www.jusbrasil.com/topico/872507/artigo-97-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988</p><p>Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br</p><p>CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE</p><p>27</p><p>Um entendimento importante por parte do STF é que a cláusula de reserva de</p><p>plenário é aplicável somente aos textos normativos erigidos sob a égide da atual</p><p>Constituição. As normas editadas quando da vigência das Constituições anteriores se</p><p>submetem somente ao juízo de recepção ou não pela atual ordem constitucional, o que</p><p>pode ser realizado por órgão fracionário dos Tribunais sem que se tenha por violado o</p><p>art. 97 da CRFB.</p><p>Diante disso, a câmara deveria ter submetido a questão ao Plenário do Tribunal</p><p>ou ao respectivo Órgão Especial e, depois, ficando reconhecida a inconstitucionalidade,</p><p>decidir o mérito do recurso de apelação, observando o que foi decidido pelo plenário ou</p><p>pelo órgão especial.</p><p>JURISPRUDÊNCIA RELACIONADA:</p><p>Súmula Vinculante nº 10 –Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, art. 97) a</p><p>decisão de órgão fracionário de tribunal que, embora não declare expressamente a</p><p>inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público, afasta sua incidência,</p><p>no todo ou em parte.</p><p>O art. 97 da Constituição, ao subordinar o reconhecimento da inconstitucionalidade de</p><p>preceito normativo a decisão nesse sentido da "maioria absoluta de seus membros ou</p><p>dos membros dos respectivos órgãos especiais", está se dirigindo aos tribunais</p><p>indicados no art. 92 e aos respectivos órgãos especiais de que trata o art. 93, XI. A</p><p>referência, portanto, não atinge juizados de pequenas causas (art. 24, X) e juizados</p><p>especiais (art. 98, I), os quais, pela configuração atribuída pelo legislador, não</p><p>funcionam, na esfera recursal, sob regime de plenário ou de órgão especial. [ARE</p><p>792.562 AgR, rel. min. Teori Zavascki, j. 18-3-2014, 2ª T, DJE de 2-4-2014.]</p><p>AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. EMPRÉSTIMO</p><p>COMPULSÓRIO. LEI 4.156/62. MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL. ARGUIÇÃO DE</p><p>AUSÊNCIA DE MOTIVAÇÃO DA DECISÃO. OFENSA REFLEXA. ALEGAÇÃO DE VIOLAÇÃO</p><p>DA CLÁUSULA DE RESERVA DE PLENÁRIO (ARTIGO 97 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL).</p><p>INOCORRÊNCIA. NORMA ERIGIDA SOB A ÉGIDE DA CONSTITUIÇÃO ANTERIOR.</p><p>RECEPÇÃO DA LEI POR ÓRGÃO FRACIONÁRIO. POSSIBILIDADE. 1. Os princípios da</p><p>legalidade, do devido processo legal, da ampla defesa e do contraditório, da motivação</p><p>das decisões judiciais, bem como os limites da coisa julgada, quando a verificação de</p><p>sua ofensa dependa do reexame prévio de normas infraconstitucionais, revelam</p><p>ofensa indireta ou reflexa à Constituição Federal, o que, por si só, não desafia a</p><p>instância extraordinária. Precedentes 2. A cláusula de reserva de plenário (fullbench)</p><p>é aplicável somente aos textos normativos erigidos sob a égide da atual</p><p>Constituição. 3. As normas editadas quando da vigência das Constituições anteriores</p><p>se submetem somente ao juízo de recepção ou não pela atual ordem constitucional, o</p><p>que pode ser realizado por órgão fracionário dos Tribunais sem que se tenha por</p><p>violado o art. 97 da CF. Precedentes: AI- AgR 582.280, Segunda Turma, Rel. Min. Celso</p><p>de Mello, DJ 6.11.2006 e AI 831.166-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Gilmar Mendes,</p><p>Dje de 29.4.2011. 3. Agravo regimental desprovido (AgIN 851.849 AgRg / RT 935).</p><p>http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=5568018</p><p>http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=5568018</p><p>Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br</p><p>CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE</p><p>28</p><p>PROCURADOR DO BANCO CENTRAL – AGU - CESPE - 2013</p><p>À luz da chamada cláusula de reserva de plenário, prevista no art. 97 da Constituição</p><p>Federal, bem como da legislação que rege o processo e julgamento da ação direta de</p><p>inconstitucionalidade (ADI), da ação declaratória de constitucionalidade (ADC) e da</p><p>arguição de descumprimento de preceito fundamental (ADPF), responda, de forma</p><p>justificada, à seguinte indagação. Ao julgar o mérito de ADPF proposta em face de</p><p>controvérsia judicial relevante sobre a constitucionalidade de determinada lei, o</p><p>plenário do Supremo Tribunal Federal poderia declará-la inconstitucional por cinco</p><p>votos contra quatro, ausentes justificadamente dois ministros?</p><p>SUGESTÃO DE RESPOSTA:</p><p>A chamada cláusula de reserva de plenário ou full bench está prevista no art. 97</p><p>da CRFB. Por essa ótica, somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou</p><p>dos membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a</p><p>inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público.</p><p>A intenção disso é que para que os tribunais afastem determinada norma por</p><p>entendê-la inconstitucional, é necessário que a decisão seja proferida pela maioria</p><p>absoluta da composição do Tribunal ou de seu órgão especial. Isso, de acordo com a</p><p>doutrina, gera maior segurança e legitimidade nas discussões acerca da</p><p>constitucionalidade de uma norma. No caso do STF, a decisão por maioria absoluta</p><p>demanda a presença de pelo menos 2/3 dos Ministros, ou seja, 8 dos 11 Ministros.</p><p>Nota-se, portanto, que a declaração de inconstitucionalidade deve ser proferida pela</p><p>maioria absoluta (seis votos), mas desde que presente, ao menos, oito ministros.</p><p>Porém, de acordo com o STF, a cláusula de reserva de plenário (full bench) é</p><p>aplicável somente aos textos normativos erigidos sob a égide da atual CRFB, o que</p><p>invalida de qualquer maneira o quantitativo de ministros presentes ou não. Frise-se</p><p>que a ADPF não suscita o controle de constitucionalidade, de forma que se verifica o</p><p>controle de compatibilidade.</p><p>JURISPRUDÊNCIA RELACIONADA:</p><p>“(...) A cláusula de reserva de plenário (full bench) é aplicável somente aos textos</p><p>normativos erigidos sob a égide da atual Constituição. 3. As normas editadas quando</p><p>da vigência das Constituições anteriores se submetem somente ao juízo de recepção</p><p>ou não pela atual ordem constitucional, o que pode ser realizado por órgão fracionário</p><p>dos Tribunais sem que se tenha por violado o art. 97 da CF. (...) (ARE 705316 AgR,</p><p>Relator(a): Min. LUIZ FUX, Primeira Turma, julgado em 12/03/2013, PROCESSO</p><p>ELETRÔNICO DJe-070 DIVULG 16-04-2013 PUBLIC 17-04-2013)</p><p>MAGISTRATURA ESTADUAL - TJMS - 2015 – VUNESP</p><p>É possível a realização de controle de constitucionalidade no âmbito da ação civil</p><p>pública? Fundamente sua resposta de modo que aborde o seguinte: a) exercício do</p><p>Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br</p><p>CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE</p><p>29</p><p>controle de constitucionalidade mediante instrumentos que qualifiquem a questão</p><p>constitucional como questão prejudicial ou incidental; b) exercício do controle de</p><p>constitucionalidade mediante instrumentos que qualifiquem a questão constitucional</p><p>como questão principal; c) se a ação civil pública serve como instrumento de</p><p>constitucionalidade de caráter prejudicial/incidental e/ou principal; d) posicionamento</p><p>do Supremo Tribunal Federal acerca do controle de constitucionalidade na ação civil</p><p>pública.</p><p>SUGESTÃO DE RESPOSTA:</p><p>O controle de constitucionalidade realizado de forma concreta ou incidental é</p><p>aquele em que a questão da constitucionalidade encontra-se na causa de pedir e não</p><p>no pedido, ou seja, em qualquer demanda em que se pretenda um bem da vida, a</p><p>inconstitucionalidade de lei ou ato normativo poderá ser alegada como questão</p><p>prejudicial,</p><p>a ser resolvida antes do julgamento do mérito da demanda.</p><p>O controle de constitucionalidade realizado de forma abstrata é aquele em que</p><p>a questão da constitucionalidade encontra-se como questão central de mérito no</p><p>processo, demandando uma declaração que afirme ou negue o caráter constitucional</p><p>desse dispositivo. Nesse caso, o controle será realizado por ações específicas previstas</p><p>na Constituição Federal (Ação Direta de Inconstitucionalidade, Ação Direta de</p><p>Inconstitucionalidade por Omissão, Ação Declaratória de Constitucionalidade e</p><p>Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental), a serem julgadas pelo STF.</p><p>A ação civil pública não consta do rol referido no item b, portanto, somente</p><p>pode ser realizado o controle concreto ou incidental de constitucionalidade por meio</p><p>dela. Conforme entendimento do STF, é cabível a ação civil pública como instrumento</p><p>de controle difuso de constitucionalidade quando a alegação de inconstitucionalidade</p><p>integra a causa de pedir, e não o pedido estrito.</p><p>A inconstitucionalidade de determinado dispositivo legal pode ser alegada em</p><p>ação civil pública, desde que a título de causa de pedir, e não de pedido, pois nessa</p><p>hipótese o controle de constitucionalidade terá caráter incidental.</p><p>JURISPRUDÊNCIA RELACIONADA:</p><p>(...) 3. CABIMENTO DA AÇÃO CIVIL PÚBLICA. A não recepção do Decreto-Lei no</p><p>972/1969 pela Constituição de 1988 constitui a causa de pedir da ação civil pública e</p><p>não o seu pedido principal, o que está plenamente de acordo com a jurisprudência</p><p>desta Corte. A controvérsia constitucional, portanto, constitui apenas questão</p><p>prejudicial indispensável à solução do litígio, e não seu pedido único e principal.</p><p>Admissibilidade da utilização da ação civil pública como instrumento de fiscalização</p><p>incidental de constitucionalidade. Precedentes do STF. (RE 511961, Relator(a): Min.</p><p>GILMAR MENDES, Tribunal Pleno, julgado em 17.06.2009, DJe-213 DIVULG 12.11.2009</p><p>PUBLIC 13.11.2009 EMENT VOL-02382-04 PP- 00692 RTJ VOL-00213- PP-00605).</p><p>PROCURADOR FEDERAL – AGU - CESPE - 2010</p><p>Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br</p><p>CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE</p><p>30</p><p>Considerando as características do controle difuso de constitucionalidade e as</p><p>peculiaridades da ação civil pública no ordenamento jurídico nacional, redija um texto</p><p>dissertativo que responda à seguinte pergunta. De acordo com a doutrina dominante e</p><p>com o entendimento do STF, é viável o controle difuso de constitucionalidade em sede</p><p>de ação civil pública? Ao elaborar seu texto, aborde, necessariamente, os seguintes</p><p>aspectos: - efeito do controle difuso de constitucionalidade no sistema brasileiro; -</p><p>efeito da ação civil pública no ordenamento jurídico nacional; - viabilidade ou não do</p><p>controle difuso de constitucionalidade no âmbito da ação civil pública.</p><p>SUGESTÃO DE RESPOSTA:</p><p>A ação civil pública é o instrumento que tem por objetivo a proteção de</p><p>interesses difusos, coletivos e individuais homogêneos, tendo sido criada para efetivar</p><p>a responsabilização por danos ao meio ambiente, ao consumidor, à honra e à</p><p>dignidade de grupos raciais, étnicos ou religiosos, ao patrimônio público e social, bem</p><p>como a bens e direitos que possuam valor artístico, estético, histórico, turístico e</p><p>paisagístico.</p><p>O STF tem reconhecido a legitimidade da utilização da ação civil pública como</p><p>instrumento idôneo de fiscalização incidental de constitucionalidade, pela via difusa, de</p><p>quaisquer leis ou atos do Poder Público. Importante aduzir que ainda que haja</p><p>contestação em face da CRFB, a controvérsia constitucional deve ser qualificada como</p><p>simples questão prejudicial, indispensável à resolução do litígio principal.</p><p>Essa possibilidade é fundamental para, por exemplo, permitir o controle</p><p>incidental de constitucionalidade de leis municipais. Afinal, o sistema constitucional</p><p>brasileiro não permite o controle normativo abstrato de leis municipais quando</p><p>contestadas em face da Constituição Federal. A fiscalização de constitucionalidade das</p><p>leis e atos municipais, nos casos em que estes venham a ser questionados em face da</p><p>CRFB, somente se legitima em sede de controle incidental (método difuso).</p><p>É inquestionável que a utilização da ação civil pública como sucedâneo da ação</p><p>direta de inconstitucionalidade, além de traduzir situação configuradora de abuso do</p><p>poder de demandar, também caracterizará hipótese de usurpação da competência do</p><p>STF. Se, contudo, o ajuizamento da ação civil pública buscar não à apreciação da</p><p>validade constitucional de lei em tese, mas objetivar o julgamento de uma específica e</p><p>concreta relação jurídica, será lícito promover, incidenter tantum, o controle difuso de</p><p>constitucionalidade de qualquer ato emanado do Poder Público.</p><p>No que tange aos efeitos do controle difuso de constitucionalidade, também</p><p>chamado de controle pela via de exceção ou defesa, ou controle aberto, ele é realizado</p><p>por qualquer juízo ou tribunal do Poder Judiciário. No controle difuso, para as partes,</p><p>os efeitos serão inter partes e ex tunc. Porém, segundo a teoria da abstrativização do</p><p>controle difuso, no caso de o Plenário do STF decidir pela constitucionalidade ou não de</p><p>uma norma em controle difuso, essa decisão teria eficácia erga omnes e vinculante.</p><p>Logo, a disposição do art. 52, X, da CRFB serviria apenas como forma de publicizar a</p><p>decisão do STF.</p><p>Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br</p><p>CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE</p><p>31</p><p>Em 2014, o STF, julgando um caso concreto, entendeu que a decisão em</p><p>controle difuso produz, em regra, efeitos apenas inter partes e o papel do Senado é o</p><p>de aumentar essa eficácia. Porém, em 2017 houve decisões do próprio STF em sentido</p><p>contrário, isto é, dando eficácia vinculante em provimentos judiciais feitos em controle</p><p>difuso.</p><p>JURISPRUDÊNCIA RELACIONADA:</p><p>Reclamação constitucional - Ação Civil Pública – Lei nº 9.688/98 – Cargo de censor</p><p>federal - Normas de efeitos concretos – Declaração de inconstitucionalidade – Pleito</p><p>principal na Ação Civil Pública – Contorno de ação direta de inconstitucionalidade –</p><p>Usurpação da competência do Supremo Tribunal Federal (...) 3. O pleito de</p><p>inconstitucionalidade deduzido pelo autor da ação civil pública atinge todo o escopo</p><p>que inspirou a edição da referida lei, traduzindo-se em pedido principal da demanda,</p><p>não se podendo falar, portanto, que se cuida de mero efeito incidental do que restou</p><p>então postulado. (...) (Rcl 1519, Relator(a): Min. CARLOS VELLOSO, Relator(a) p/</p><p>Acórdão: Min. DIAS TOFFOLI, Tribunal Pleno, julgado em 17/11/2011, DJe-</p><p>029 DIVULG 09-02-2012 PUBLIC 10-02-2012 EMENT VOL-02644-01 PP-00032)</p><p>PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/RR – 2017 – CESPE</p><p>O estado de Roraima editou lei com o objetivo de regulamentar a ocupação, por</p><p>sociedades empresárias, de espaços em logradouros públicos de determinada região,</p><p>concedendo prazo para a regularização e a ocupação. O Ministério Público do Estado</p><p>de Roraima (MP/RR), então, ajuizou ação civil pública contra o estado e várias</p><p>sociedades comerciais, com vistas a impedir e reprimir a ocupação de áreas públicas</p><p>da referida região. Em um dos vários pedidos, o MP/RR arguiu a inconstitucionalidade</p><p>da referida lei. A partir da situação hipotética apresentada e considerando o</p><p>entendimento dos tribunais superiores, redija, de forma fundamentada, um texto</p><p>dissertativo acerca do controle de constitucionalidade na ação civil pública em apreço.</p><p>Em seu texto, aborde, necessariamente, os seguintes aspectos: 1 a possibilidade de</p><p>ajuizamento de ação civil pública com fundamento em controle de</p><p>constitucionalidade; [valor: 1,00 ponto] 2 a legitimidade do MP/RR para propor a</p><p>referida ação; [valor: 0,40 ponto] 3 a competência jurisdicional para processar e julgar</p><p>essa espécie de ação quanto à manifestação sobre a constitucionalidade da lei. [valor:</p><p>0,50 ponto]</p><p>SUGESTÃO DE RESPOSTA:</p><p>1) É possível ajuizar ação civil pública para declarar a inconstitucionalidade de lei</p><p>estadual, desde que seja</p><p>incidenter tantum, ou seja, por meio do controle difuso,</p><p>sendo este o entendimento do Supremo Tribunal Federal, conforme se extrai do</p><p>recurso extraordinário abaixo transcrito.</p><p>“Ementa: Recurso Extraordinário. Ação Civil Pública. Controle de Constitucionalidade.</p><p>Ocupação de logradouros públicos no Distrito Federal. Pedido de inconstitucionalidade</p><p>Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br</p><p>CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE</p><p>32</p><p>incidenter tantum da Lei n.º 754/1994 do Distrito Federal (...) Ação Civil Pública</p><p>ajuizada pelo Ministério Público do Distrito Federal com pedidos múltiplos, dentre</p><p>eles, o pedido de declaração de inconstitucionalidade incidenter tantum da Lei Distrital</p><p>n.º 754/1994, que disciplina a ocupação de logradouros públicos no Distrito Federal</p><p>(...) A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal tem reconhecido que se pode</p><p>pleitear a inconstitucionalidade de determinado ato normativo na ação civil pública,</p><p>desde que incidenter tantum. Veda-se, no entanto, o uso da ação civil pública para</p><p>alcançar a declaração de inconstitucionalidade com efeito erga omnes (...)”. (RE</p><p>424.993/DF. Relator: min. Joaquim Barbosa. Julgamento: 12/9/2007. Tribunal Pleno).</p><p>2) O MP/RR tem legitimidade para propor a ação, por tratar-se de controle incidental</p><p>de constitucionalidade.</p><p>3) Todos os órgãos judiciais podem exercer o controle incidental de</p><p>constitucionalidade, ou seja, o juiz de primeiro grau e as demais instâncias recursais</p><p>competentes podem processar e julgar essa espécie de ação e se manifestar sobre a</p><p>constitucionalidade da lei.</p><p>MAGISTRATURA FEDERAL – TRF2 – 2017 – BANCA PRÓPRIA</p><p>A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal tem ampliado a chamada “modulação</p><p>dos efeitos” da pronúncia de inconstitucionalidade da lei. Analise a compatibilidade de</p><p>tal prática para com o sistema brasileiro de controle de constitucionalidade, assim</p><p>como o momento adequado e a legitimidade para a sua provocação, bem como a sua</p><p>aplicabilidade às leis que instituem ou majoram tributos.</p><p>SUGESTÃO DE RESPOSTA:</p><p>A temática da modulação está prevista no art. 27 da Lei nº 9.868/99 e no art.</p><p>11 da Lei nº 9.882/99. Ambos os dispositivos aludem ao fato de que, ao declarar a</p><p>inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, e tendo em vista razões de segurança</p><p>jurídica ou de excepcional interesse social, poderá o Supremo Tribunal Federal, por</p><p>maioria de dois terços de seus membros, restringir os efeitos daquela declaração ou</p><p>decidir que ela só tenha eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou de outro</p><p>momento que venha a ser fixado.</p><p>O STF reiteradamente faz uso da modulação, ou seja, acaba por admitir sua</p><p>compatibilidade, situação que é seguida por boa parte da doutrina. Importante</p><p>ressaltar que a modulação pode ocorrer no controle abstrato e no controle concreto. O</p><p>novo CPC também faz previsão da modulação.</p><p>No que toca ao momento da modulação, ela pode ocorrer enquanto não</p><p>transitar em julgado o acórdão, sendo certo que a jurisprudência do STF reconhece,</p><p>quando a Corte não tenha apreciado a incidência ou não da modulação quando do</p><p>julgamento do mérito da questão constitucional, a possibilidade de a matéria ser</p><p>suscitada também via embargos de declaração.</p><p>Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br</p><p>CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE</p><p>33</p><p>Acerca da legitimidade, considerando a omissão legal em definir a legitimidade</p><p>especifica para a provocação da questão de modulação, ela poderá ser suscitada ex</p><p>officio tanto pelo Relator quanto por qualquer outro julgador (seja do STF, seja das</p><p>demais instancias), assim como pelos demais atores da relação processual, como o</p><p>Ministério Público, a AGU e eventuais amici curiae.</p><p>Por fim, considerando que as leis que instituem ou majoram tributos podem em</p><p>tese acarretar questões de insegurança jurídica ou de excepcional interesse social,</p><p>poderão elas, em tese, sofrer modulação. Essa modulação, todavia, deve ser</p><p>excepcionalíssima, na medida em que a conduta de permanente modulação de</p><p>inconstitucionalidade de leis que instituem tributos por mero argumento de "prejuízo</p><p>ao Erário" termina por incentivar a produção de leis inconstitucionais e premiar o</p><p>Estado por sua própria torpeza, gerando enriquecimento estatal às custas do sacrifício</p><p>de direitos fundamentais do contribuinte. Ademais, o juiz deve ser imparcial em suas</p><p>decisões, sem pender para mera preocupação com eventuais prejuízos de seus julgados</p><p>aos cofres públicos.</p><p>DELEGADO DE POLÍCIA – PCRJ – 2012 – FUNCAB</p><p>“O controle de constitucionalidade configura-se, portanto, como garantia de</p><p>supremacia dos direitos e garantias fundamentais previstos na constituição que, além</p><p>de configurarem limites ao poder do Estado, são também uma parte da legitimação do</p><p>próprio Estado, determinando seus deveres e tornando possível o processo</p><p>democrático em um Estado de Direito”. a) O que se entende pela modulação temporal</p><p>dos efeitos no controle de constitucionalidade? b) Qual o posicionamento do STF sobre</p><p>a possibilidade de sua aplicação no âmbito do controle difuso?</p><p>SUGESTÃO DE RESPOSTA:</p><p>O sistema de controle de constitucionalidade brasileiro aderiu ao modelo norte</p><p>americano, ou seja, a lei inconstitucional é nula desde o seu nascedouro, considerando-</p><p>se inapta à produção de efeitos jurídicos válidos. Assim, a declaração de</p><p>inconstitucionalidade produz efeitos retroativos (ex tunc), atingindo tudo o que foi</p><p>realizado com base no ato normativo tido como inconstitucional.</p><p>Porém, existem situações excepcionais nas quais o efeito retroativo pode gerar</p><p>grave lesão à segurança jurídica e ao interesse social. Com base nisso, a legislação</p><p>ordinária prevê que em determinadas situações a declaração de inconstitucionalidade</p><p>não gera efeito retroativo, podendo gerar efeito ex nunc desde o seu trânsito em</p><p>julgado ou a partir de uma data a ser fixada pelo STF (efeitos pro futuro).</p><p>Esse tipo de situação é chamada de modulação temporal dos efeitos no controle</p><p>de constitucionalidade. Com efeito, o art. 27 da Lei 9.869/99 dispõe que, estando</p><p>presentes, no caso concreto, razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse</p><p>social, poderá o STF, através do voto de dois terços de seus membros, atribuir efeitos ex</p><p>nunc ou pro futuro à decisão declamatória de inconstitucionalidade.</p><p>Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br</p><p>CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE</p><p>34</p><p>Nesse caso, em razão de a decisão que declarou a inconstitucionalidade gerar</p><p>efeitos muito impactantes, o princípio da segurança jurídica se sobrepõe ao princípio</p><p>da Supremacia da Constituição.</p><p>No controle difuso, diversamente do controle concentrado, não existe previsão</p><p>legal para o uso da modulação temporal dos efeitos no controle de constitucionalidade.</p><p>Entretanto, o STF tem decidido no sentido de que é aplicável, por analogia, a</p><p>modulação dos efeitos também nos casos de controle difuso, desde que presentes os</p><p>pressupostos fixados no artigo 27 da Lei nº 9.869/99, muito embora exista uma grande</p><p>controvérsia doutrinária sobre o tema.</p><p>DELEGADO DE POLÍCIA – PCMG – 2018 – ACADEPOL</p><p>Leia o texto abaixo e, em seguida, responda às perguntas:Trecho do Informativo 886</p><p>do STF (2017): ADI: amianto e efeito vinculante de declaração incidental de</p><p>inconstitucionalidade O Supremo Tribunal Federal (STF), por maioria, julgou</p><p>improcedentes pedidos formulados em ações diretas de inconstitucionalidade</p><p>ajuizadas contra a Lei nº 3.579/2001 do Estado do Rio de Janeiro. O referido diploma</p><p>legal proíbe a extração do asbesto/amianto em todo o território daquela unidade da</p><p>Federação e prevê a substituição progressiva da produção e da comercialização de</p><p>produtos que o contenham.” A Corte declarou, também por maioria e</p><p>incidentalmente, a inconstitucionalidade do art. 2º da Lei Federal nº 9.055/1995, com</p><p>efeito vinculante e erga omnes. O dispositivo já havia sido declarado inconstitucional,</p><p>incidentalmente, no julgamento da ADI 3.937/SP (rel. orig. min.</p><p>Marco Aurélio, red. p/</p><p>o ac. min. Dias Toffoli, julgamento em 24.8.2017). (…) ADI 3.406/RJ, rel. Min. Rosa</p><p>Weber, julgamento em 29.11.2017. ADI 3.470/RJ, rel. Min. Rosa Weber, julgamento</p><p>em 29.11.2017. Pergunta-se: a) ESTABELEÇA UM PARALELO entre a Teoria da</p><p>Abstrativização do controle difuso de constitucionalidade e a Teoria da Transcendência</p><p>dos Motivos Determinantes, estabelecendo suas diferenças, se existirem, e</p><p>contextualizando sua resposta com os julgados referidos no Informativo 886 do STF. b)</p><p>As decisões do Supremo Tribunal Federal, referidas no Informativo 886 do STF,</p><p>declarando, incidentalmente, a inconstitucionalidade de dispositivo legal, com a</p><p>atribuição de efeitos vinculantes e erga omnes, indicam ter havido mutação</p><p>constitucional em relação ao disposto no inciso X do artigo 52 da Constituição da</p><p>República Federativa do Brasil de 1988? EXPLIQUE sua resposta de forma</p><p>fundamentada.</p><p>SUGESTÃO DE RESPOSTA:</p><p>a) A teoria da transcendência dos motivos determinantes sustenta, em linhas gerais,</p><p>que a força vinculante das decisões do Supremo Tribunal Federal proferidas no</p><p>controle concentrado de constitucionalidade não se limita apenas ao dispositivo da</p><p>decisão, mas também aos fundamentos daquela. No caso, a vinculação estaria na ratio</p><p>decidendi do julgado e não em argumento acessório dito de passagem (obter dictum),</p><p>sem vinculação com a conclusão do julgamento. Por outro lado, a teoria da</p><p>Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br</p><p>CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE</p><p>35</p><p>abstrativização do controle difuso de constitucionalidade sustenta que quando o</p><p>Supremo Tribunal Federal declara uma lei inconstitucional, mesmo em sede de</p><p>controle difuso, a decisão já tem efeito vinculante e "erga omnes" e o Supremo</p><p>Tribunal Federal deve apenas comunicar ao Senado a sua decisão apenas com o</p><p>objetivo de que a citada Casa Legislativa confira publicidade à decisão do Supremo</p><p>Tribunal Federal que, por si só, já será “erga omnes” e vinculante. Neste caso,</p><p>diferentemente da transcendência dos motivos determinantes, não se trata de</p><p>conferir efeito vinculante e “erga omnes” a determinada fundamentação (ratio</p><p>decidendi) utilizada pelo Supremo Tribunal Federal em controle concentrado, mas sim</p><p>de conferir ao dispositivo da decisão proferida em controle difuso os efeitos “erga</p><p>omnes” e vinculante. Contudo, um ponto que deve ser destacado é que no caso do</p><p>julgamento citado na questão, um dos argumentos utilizados pelo Supremo Tribunal</p><p>Federal para conferir efeito vinculante e erga omnes às suas decisões proferidas no</p><p>controle difuso foi o reconhecimento de que a jurisprudência da Corte tende a</p><p>reconhecer que as suas decisões devem reconhecer a inconstitucionalidade da própria</p><p>matéria que foi objeto do processo de controle, caminhando para uma inovação da</p><p>jurisprudência no sentido de não ser mais declarado inconstitucional cada ato</p><p>normativo, mas a própria matéria que nele se contém.</p><p>b) Sim, quando do julgamento citado na questão, conforme noticiado no Informativo</p><p>nº 886 do Supremo Tribunal Federal, o Colegiado, por maioria de votos, a partir da</p><p>manifestação do ministro Gilmar Mendes, entendeu pela necessidade de, a fim de</p><p>evitar anomias e fragmentação da unidade, equalizar a decisão que se toma tanto em</p><p>sede de controle abstrato quanto em sede de controle incidental, conferindo a esta</p><p>última efeitos erga omnes e vinculante. Na oportunidade, em que pese tratar-se do</p><p>julgamento de uma ADI, o Supremo Tribunal Federal promoveu, no seu bojo, o</p><p>controle incidental de constitucionalidade do art. 2º da Lei Federal nº 9.055/1995, que</p><p>não fazia parte do pedido da ação de controle concentrado de constitucionalidade.</p><p>Conforme noticiado no Informativo nº 886, o Colegiado declarou a</p><p>inconstitucionalidade incidental do art. 2º da Lei Federal nº 9.055/1995 a partir da</p><p>manifestação do ministro Gilmar Mendes no sentido de que a abstrativização dos</p><p>efeitos da declaração de inconstitucionalidade se sustenta na releitura do disposto no</p><p>art. 52, X, da CF, no sentido de que a Corte comunica ao Senado a decisão de</p><p>declaração de inconstitucionalidade, para que ele faça a publicação, intensifique a</p><p>publicidade. Ou seja, a abstrativização proposta está fundamentada na interpretação</p><p>judicial como instrumento juridicamente idôneo de mudança informal da Constituição</p><p>mediante exegese atualizadora, com as novas exigências, necessidades e</p><p>transformações resultantes dos processos sociais, econômicos e políticos que</p><p>caracterizam, em seus múltiplos e complexos aspectos, a sociedade contemporânea.</p><p>Por fim, registre-se que a questão ainda aguarda uma decisão definitiva do Plenário,</p><p>uma vez que a Ministra relatora, Rosa Weber, após o fim do julgamento, deferiu tutela</p><p>de urgência para suspender, em parte, os efeitos da decisão, apenas no ponto em que</p><p>se atribuiu eficácia erga omnes à declaração de inconstitucionalidade do art. 2º da Lei</p><p>nº 9.055/1995, até a publicação do acórdão e a fluência do prazo para oposição de</p><p>embargos de declaração que pretenda discutir a modulação temporal dos efeitos.</p><p>Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br</p><p>CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE</p><p>36</p><p>DELEGADO DE POLÍCIA – PCSP – 2008 – ACADEPOL</p><p>Em sede de controle de constitucionalidade, explique a teoria da transcendência dos</p><p>motivos determinantes.</p><p>SUGESTÃO DE RESPOSTA:</p><p>De acordo com a teoria da transcendência dos motivos determinantes, a ratio</p><p>decidendi, ou seja, os fundamentos determinantes da decisão teriam efeito vinculante</p><p>em relação aos demais casos. Esta seria a visão extensiva do efeito vinculante, pois</p><p>dispositivo e motivos criariam vinculações. A visão restrita aduz que apenas o</p><p>dispositivo seria vinculador, com base no art. 102, §2º, da CRFB.</p><p>Há doutrinadores, inclusive integrantes do STF, que possuem simpatia por essa</p><p>teoria. Contudo, a posição prevalente é no sentido de que ela não pode ser acolhida.</p><p>Estava ocorrendo o ajuizamento de uma série de reclamações perante o STF por conta</p><p>de situações muito parecidas que tiveram uma decisão em determinado sentido.</p><p>Diante disso, pessoas supostamente em situações semelhantes, com base nesse</p><p>fundamento, compareciam ao STF, pela via da reclamação, demandando o mesmo</p><p>tratamento.</p><p>Mas, como dito, acolheu-se a teoria restritiva, ou seja, apenas o dispositivo da</p><p>decisão produz efeito vinculante. Os motivos invocados na decisão (fundamentação)</p><p>não são vinculantes.</p><p>É necessária a existência de aderência estrita do objeto do ato reclamado ao</p><p>conteúdo das decisões paradigmáticas do STF para que seja admitido o manejo da</p><p>reclamatória constitucional. Embora possa haver similitude quanto à temática de</p><p>fundo, o uso da reclamação, como regra, não se amolda ao mecanismo da</p><p>transcendência dos motivos determinantes, de modo que não se promove a cassação</p><p>de decisões eventualmente confrontantes com o entendimento do STF por esta via</p><p>processual.</p><p>DELEGADO DE POLÍCIA – PCGO – 2013 – UEG</p><p>O art. 52, X, da Constituição Federal, dispõe que compete privativamente ao Senado</p><p>Federal suspender a execução no todo ou em parte de lei declarada inconstitucional</p><p>por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal. Assim, em que forma de controle</p><p>se exerce a atribuição de controle de constitucionalidade do Senado e qual o alcance</p><p>dos efeitos da decisão do STF neste caso? Tem o Senado discricionariedade no</p><p>cumprimento do disposto no art 52, X, da Constituição Federal, segundo entendimento</p><p>doutrinário e jurisprudencial?</p><p>SUGESTÃO DE RESPOSTA:</p><p>Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br</p><p>CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE</p><p>37</p><p>Há dois entendimentos doutrinários e jurisprudenciais predominantes. Para o</p><p>primeiro deles, o controle de constitucionalidade no Brasil, nos termos do art. 52, X, da</p><p>CRFB, ocorre por declaração do Supremo Tribunal Federal, cabendo ao Senado proferir</p><p>juízo político a respeito da decisão no controle concreto para atribuir-lhe eficácia erga</p><p>omnes.</p><p>Importante frisar</p><p>que o controle de constitucionalidade pela via direta é</p><p>exercido de forma concentrada pelo STF. Entende-se, segundo essa corrente, que a</p><p>prerrogativa conferida ao Senado está afeta ao controle concreto, ou seja, restringe-se</p><p>à via de exceção ou de defesa, em caso de arguição incidental da inconstitucionalidade</p><p>da lei em processos nos quais haja parte.</p><p>Nesse sentido, em algumas decisões, o STF reconheceu a liberdade do Senado,</p><p>proferindo o entendimento de que cabe o exame político da oportunidade e</p><p>conveniência da suspensão da execução da lei.</p><p>No entanto, há também entendimento doutrinário e jurisprudencial no sentido</p><p>contrário, isto é, de que a atribuição do Senado é para conferir mera publicidade à</p><p>decisão do STF, a quem compete determinar, no controle concreto, a eficácia erga</p><p>omnes. Quanto à produção de efeitos, tem-se entendido que somente depois da</p><p>manifestação do Senado é que o texto normativo perderia sua aptidão de criar direitos</p><p>e impor obrigações, isto é, efeitos ex nunc.</p><p>Por outro lado, para outros, os efeitos provêm da decisão do STF. Quanto à</p><p>retroatividade dos efeitos, ela prevalece para a corrente que defende a nulidade do</p><p>texto normativo inconstitucional.</p><p>GABARITO DA BANCA EXAMINADORA:</p><p>Há dois entendimentos doutrinários e jurisprudenciais predominantes. Para o primeiro</p><p>deles, o controle de constitucionalidade no Brasil, nos termos do art. 52, X, da</p><p>Constituição Federal, se dá por declaração do Supremo Tribunal Federal, cabendo ao</p><p>Senado proferir juízo político a respeito da decisão no controle concreto, para atribuir-</p><p>lhe eficácia erga omnes. O controle de constitucionalidade pela via direta é exercido de</p><p>forma concentrada pelo Supremo Tribunal Federal. Entende-se, segundo essa</p><p>corrente, que a prerrogativa conferida ao Senado, pelo artigo 52, X, está afeta ao</p><p>controle concreto, ou seja, restringe-se à via de exceção ou de defesa, em caso de</p><p>arguição incidental da inconstitucionalidade da lei em caso concreto. Nesse sentido,</p><p>em algumas decisões, o Supremo Tribunal Federal reconheceu a liberdade do Senado,</p><p>proferindo o entendimento de que cabe o exame político da oportunidade e</p><p>conveniência da suspensão da execução da lei, atribuindo-lhe efeitos erga omnes, a ser</p><p>realizado por aquela Casa. No entanto, há também entendimento doutrinário e</p><p>jurisprudencial no sentido contrário, de que a atribuição do Senado é para conferir</p><p>mera publicidade à decisão do Supremo Tribunal Federal, a quem compete</p><p>determinar, no controle concreto a eficácia erga omnes. Quanto à produção de</p><p>efeitos, tem-se entendido que somente depois da manifestação do Senado, portadora</p><p>da eficácia erga omnes, é que o texto normativo perderia sua aptidão de criar direitos</p><p>Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br</p><p>CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE</p><p>38</p><p>e impor obrigações. Ex nunc, portanto. Por outro lado, para outros, os efeitos provém</p><p>da decisão do Supremo Tribunal Federal. Quanto à retroatividade dos efeitos, ela</p><p>prevalece para a corrente que defende a nulidade do texto normativo inconstitucional.</p><p>DELEGADO DE POLÍCIA – PCGO – 2018 - UFG</p><p>Discorra sobre a leitura atual do STF quanto ao disposto no art. 52, inciso X, da</p><p>Constituição Federal de 1988</p><p>SUGESTÃO DE RESPOSTA:</p><p>Segundo o STF, houve mutação constitucional, e, por isso, o papel do Senado agora é</p><p>intensificar a publicidade da declaração incidental de inconstitucionalidade pelo</p><p>Supremo. Ou seja, cabe ao Senado apenas divulgar a decisão do STF, que, por si só, já</p><p>conta com eficácia vinculante e efeito contra todos (erga omnes). Assim, mesmo a</p><p>declaração incidental de inconstitucionalidade opera a preclusão consumativa da</p><p>matéria. [ADI 3.406 e ADI 3.470, rel. min. Rosa Weber, j. 29-11-2017, P, Informativo</p><p>886].</p><p>AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO - TCE/PA - 2012 - AOCP</p><p>Discorra sobre o tema: “Controle de Constitucionalidade Brasileiro” manifestando-se</p><p>sobre o exercício do controle de constitucionalidade pelo Tribunal de Contas.</p><p>SUGESTÃO DE RESPOSTA:</p><p>O controle de constitucionalidade consiste no mecanismo pelo qual se verifica a</p><p>adequação dos atos normativos aos preceitos da CRFB, fundamento de validade para</p><p>todas as demais normas. Pelo controle de constitucionalidade concretiza-se o princípio</p><p>da supremacia da Constituição.</p><p>No Brasil, o controle de constitucionalidade ocorre nas formas concreta e</p><p>abstrata. O controle de constitucionalidade concreto é feito incidentalmente, na</p><p>análise de um caso. Já o controle abstrato envolve a análise da constitucionalidade em</p><p>abstrato de certa norma, isto é, sem ser em um caso específico.</p><p>Quanto à competência para exercê-lo, o controle de constitucionalidade pode</p><p>ser difuso (realizado por qualquer juiz ou tribunal) ou concentrado (realizado pelo</p><p>Supremo Tribunal Federal, tendo como parâmetro a Constituição Federal, ou pelos</p><p>Tribunais de Justiça, tendo como parâmetro as Constituições Estaduais dos respectivos</p><p>Estados). O controle judicial de constitucionalidade de leis e atos normativos é, em</p><p>regra, posterior, e realizado pelo Poder Judiciário.</p><p>Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br</p><p>CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE</p><p>39</p><p>O ordenamento jurídico brasileiro prevê, porém, hipóteses de exercício de</p><p>controle de constitucionalidade por órgãos integrantes de outros poderes. Exemplo</p><p>disso é o controle de constitucionalidade exercido pelos Tribunais de Contas. Conforme</p><p>o art. 71 da CRFB, compete ao Tribunal de Contas da União auxiliar o Congresso</p><p>Nacional no controle externo, sendo que essa norma é de aplicabilidade similar em</p><p>relação aos TCEs e TCMs.</p><p>Com base nisso, o entendimento dominante no STF é o de que, no exercício do</p><p>controle externo de legalidade dos atos administrativos, o Tribunal de Contas poderá,</p><p>com fundamento na supremacia da Constituição, afastar a aplicação da lei que julgue</p><p>inconstitucional no caso em concreto. Nesse sentido, a Súmula nº 347 do STF consagra</p><p>essa possibilidade de controle concreto de constitucionalidade pelas Cortes de Contas.</p><p>Em que pese a sua remota edição, o verbete da súmula 347 do STF continua</p><p>vigente, mas vem sendo alvo de críticas. Mesmo entre ministros do próprio STF há os</p><p>que entendem pela incompatibilidade da súmula, editada na égide da Constituição de</p><p>1946, com o atual ordenamento jurídico.</p><p>Argumenta-se que o verbete em questão foi editado em 1963, em um contexto</p><p>constitucional totalmente diferente do atual, quando se admitia a recusa, por parte de</p><p>órgãos não jurisdicionais, à aplicação da lei considerada inconstitucional. A atual</p><p>Constituição, ao ampliar significativamente o rol de legitimados a provocar o STF no</p><p>processo de controle abstrato, teria restringido a amplitude do controle difuso de</p><p>constitucionalidade, o que leva à conclusão da necessidade de se reavaliar a</p><p>subsistência da Súmula 347 em face da nova ordem constitucional. Tal posição, porém,</p><p>segue minoritária no STF, mantendo-se vigente, atualmente, a Súmula nº 347.</p><p>GABARITO DA BANCA EXAMINADORA:</p><p>Espera-se que o candidato em sua resposta, manifeste-se sobre a pergunta exposta,</p><p>tratando especificamente sobre o controle de Constitucionalidade Brasileiro que</p><p>estabelece que a constitucionalidade de leis ou atos normativos vigentes é controlada</p><p>pelo Poder Judiciário (sistema jurisdicional de controle –difuso e concentrado).</p><p>Manifeste-se sobre a competência ao Tribunal de Contas para apreciar a</p><p>constitucionalidade de leis ou atos normativos do Poder Público, inclusive com amparo</p><p>na Súmula nº 347 do Supremo Tribunal Federal. E, ainda, desenvolva argumentação se</p><p>a ordem constitucional inaugurada com a Constituição de 1988 admite que o Tribunal</p><p>de Contas exerça o controle pela via difusa, afastando a aplicação de uma lei sob</p><p>fundamento de inconstitucionalidade. Ao final, mencione a preocupação dos Ministros</p><p>do STF, em especial o posicionamento do Ministro Gilmar Ferreira Mendes acerca da</p><p>necessidade de se reapreciar a subsistência da Súmula nº 347 em face da ordem</p><p>constitucional estabelecida pela Constituição de 1988. O candidato deve, também,</p><p>demonstrar coerência na exposição das ideias e temas, objetividade e atenção ao que</p><p>dispõe as normas gramaticais da língua portuguesa, bem como elementos extras,</p><p>demonstrando seu domínio do tema.</p><p>Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br</p><p>CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE</p><p>40</p><p>AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO - TCE/MS - 2013 – BANCA PRÓPRIA</p><p>Discorra sobre o controle externo realizado pelos Tribunais de Contas, abordando,</p><p>necessariamente a seguinte indagação: a) De acordo com a atual jurisprudência do</p><p>STF, é possível o Tribunal de Contas apreciar a constitucionalidade e/ou legalidade de</p><p>lei ou ato normativo?</p><p>SUGESTÃO DE RESPOSTA:</p><p>Conforme determina o art. 71 da CRFB, compete ao Tribunal de Contas da</p><p>União auxiliar o Congresso Nacional no controle externo, sendo que essa norma é de</p><p>aplicabilidade similar em relação aos TCEs e TCMs. No exercício de suas atividades, os</p><p>Tribunais de Contas podem deixar de aplicar, no caso concreto, determinados atos</p><p>normativos que considerem inconstitucionais, o que caracteriza claro controle</p><p>incidental de constitucionalidade.</p><p>Trata-se de hipótese de controle de constitucionalidade posterior ou repressivo</p><p>não jurisdicional (exceção à regra geral de que o controle de constitucionalidade</p><p>repressivo que, no Brasil, é exercido pelo Poder Judiciário).</p><p>Nesse sentido, a Súmula nº 347 do STF dispõe que o Tribunal de Contas, no</p><p>exercício de suas atribuições, pode apreciar a constitucionalidade das leis e dos atos do</p><p>Poder Público. Essa competência do Tribunal de Contas para realizar controle de</p><p>constitucionalidade até o momento se mantém, tendo em vista não ter sido dada por</p><p>superada a referida súmula.</p><p>Em que pese a sua remota edição, o verbete da súmula 347 do STF continua</p><p>vigente, mas vem sendo alvo de críticas. Mesmo entre ministros do próprio STF há os</p><p>que entendem pela incompatibilidade da súmula, editada na égide da Constituição de</p><p>1946, com o atual ordenamento jurídico.</p><p>Argumenta-se que o verbete em questão foi editado em 1963, em um contexto</p><p>constitucional totalmente diferente do atual, quando se admitia a recusa, por parte de</p><p>órgãos não jurisdicionais, à aplicação da lei considerada inconstitucional. A atual</p><p>Constituição, ao ampliar significativamente o rol de legitimados a provocar o STF no</p><p>processo de controle abstrato, teria restringido a amplitude do controle difuso de</p><p>constitucionalidade, o que leva à conclusão da necessidade de se reavaliar a</p><p>subsistência da Súmula 347 em face da nova ordem constitucional. Tal posição, porém,</p><p>segue minoritária no STF, mantendo-se vigente, atualmente, a Súmula nº 347.</p><p>JURISPRUDÊNCIA RELACIONADA:</p><p>Súmula 347 do STF - O Tribunal de Contas, no exercício de suas atribuições, pode</p><p>apreciar a constitucionalidade das leis e dos atos do Poder Público.</p><p>“2. Descabe a atuação precária e efêmera afastando do cenário jurídico o que</p><p>assentado pelo Tribunal de Contas da União. A questão alusiva à possibilidade de este</p><p>último deixar de observar, ante a óptica da inconstitucionalidade, certo ato normativo</p><p>Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br</p><p>CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE</p><p>41</p><p>há de ser apreciada em definitivo pelo Colegiado, prevalecendo, até aqui, porque não</p><p>revogado, o Verbete nº 347 da Súmula do Supremo. De início, a atuação do Tribunal de</p><p>Contas se fez considerado o arcabouço normativo constitucional." (MS 31439 MC,</p><p>Relator Ministro Marco Aurélio, Decisão Monocrática, julgamento em 19.7.2012, DJe</p><p>de 7.8.2012)</p><p>"Assim, a declaração de inconstitucionalidade, pelo Tribunal de Contas da União, do</p><p>art. 67 da Lei n° 9.478/97, e do Decreto n° 2.745/98, obrigando a Petrobrás,</p><p>conseqüentemente, a cumprir as exigências da Lei n° 8.666/93, parece estar em</p><p>confronto com normas constitucionais, mormente as que traduzem o princípio da</p><p>legalidade, as que delimitam as competências do TCU (art. 71), assim como aquelas</p><p>que conformam o regime de exploração da atividade econômica do petróleo (art. 177).</p><p>Não me impressiona o teor da Súmula n° 347 desta Corte, (...). A referida regra</p><p>sumular foi aprovada na Sessão Plenária de 13.12.1963, num contexto constitucional</p><p>totalmente diferente do atual. Até o advento da Emenda Constitucional n° 16, de</p><p>1965, que introduziu em nosso sistema o controle abstrato de normas, admitia-se</p><p>como legítima a recusa, por parte de órgãos não-jurisdicionais, à aplicação da lei</p><p>considerada inconstitucional. No entanto, é preciso levar em conta que o texto</p><p>constitucional de 1988 introduziu uma mudança radical no nosso sistema de controle</p><p>de constitucionalidade. Em escritos doutrinários, tenho enfatizado que a ampla</p><p>legitimação conferida ao controle abstrato, com a inevitável possibilidade de se</p><p>submeter qualquer questão constitucional ao Supremo Tribunal Federal, operou uma</p><p>mudança substancial no modelo de controle de constitucionalidade até então vigente</p><p>no Brasil. Parece quase intuitivo que, ao ampliar, de forma significativa, o círculo de</p><p>entes e órgãos legitimados a provocar o Supremo Tribunal Federal, no processo de</p><p>controle abstrato de normas, acabou o constituinte por restringir, de maneira radical,</p><p>a amplitude do controle difuso de constitucionalidade. A amplitude do direito de</p><p>propositura faz com que até mesmo pleitos tipicamente individuais sejam submetidos</p><p>ao Supremo Tribunal Federal mediante ação direta de inconstitucionalidade. Assim, o</p><p>processo de controle abstrato de normas cumpre entre nós uma dupla função: atua</p><p>tanto como instrumento de defesa da ordem objetiva, quanto como instrumento de</p><p>defesa de posições subjetivas. Assim, a própria evolução do sistema de controle de</p><p>constitucionalidade no Brasil, verificada desde então, está a demonstrar a necessidade</p><p>de se reavaliar a subsistência da Súmula 347 em face da ordem constitucional</p><p>instaurada com a Constituição de 1988." (MS 25888 MC, Relator Ministro Gilmar</p><p>Mendes, julgamento em 22.3.2006, DJ de 29.3.2006)</p><p>PROCURADOR DO ESTADO – PGE/MT – FCC - 2016</p><p>ESTUDO DE CASO - Projeto de lei ordinária alterando a organização da carreira de</p><p>Procurador do Estado de Mato Grosso, de autoria de determinado Deputado Estadual,</p><p>é aprovado pela maioria simples dos membros da Assembleia Legislativa, presente a</p><p>maioria absoluta à sessão de votação. É, então, enviado ao Governador do Estado, que</p><p>dentro do prazo de quinze dias acaba por vetá-lo totalmente. O projeto retorna, assim,</p><p>à Assembleia Legislativa, que introduz pequena modificação no texto, sendo em</p><p>http://www.stf.jus.br/portal/processo/verProcessoPeca.asp?id=171492625&tipoApp=.pdf</p><p>http://www.stf.jus.br/portal/processo/verProcessoPeca.asp?id=171492625&tipoApp=.pdf</p><p>http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s1=%28MS%24%2ESCLA%2E+E+25888%2ENUME%2E%29+NAO+S%2EPRES%2E&base=baseMonocraticas&url=http://tinyurl.com/ac6wykq</p><p>Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br</p><p>CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE</p><p>42</p><p>seguida o veto do Chefe do Poder Executivo Estadual rejeitado pela maioria absoluta</p><p>de seus membros, e a lei consequentemente promulgada e publicada pelo Presidente</p><p>da Assembleia Legislativa. Reputando irregular o processo de elaboração da norma</p><p>nessas condições, o Governador do Estado pretende questionar sua</p><p>constitucionalidade, em sede judicial. À luz da disciplina da matéria na Constituição da</p><p>República e na Constituição do Estado de Mato Grosso, responda fundamentadamente</p><p>às seguintes indagações acerca da situação hipotética acima apresentada: a. Sob quais</p><p>aspectos o processo de elaboração da norma em questão acima referida seria</p><p>inconstitucional? b. Estaria o Governador do Estado legitimado a questionar a</p><p>constitucionalidade da lei em sede judicial? Em caso negativo, por quê? Em caso</p><p>afirmativo, qual a medida cabível e o juízo competente? (Elabore sua resposta</p><p>definitiva em até 40 linhas)</p><p>SUGESTÃO DE RESPOSTA:</p><p>O processo de elaboração da norma</p><p>em questão seria inconstitucional sob</p><p>quatro aspectos: vício de iniciativa: trata-se de projeto de lei de iniciativa privativa do</p><p>Governador do Estado; inadequação da via eleita: para organização da Procuradoria-</p><p>Geral do Estado de Mato Grosso é necessária lei complementar, cujo quorum de</p><p>aprovação é o da maioria absoluta dos membros da assembleia Legislativa;</p><p>procedimento de análise do veto (a Assembleia Legislativa não poderia introduzir</p><p>alteração no texto vetado) e promulgação da lei (após a rejeição do veto, o projeto</p><p>deveria ser enviado ao Governador do Estado para promulgação e somente se esta não</p><p>tivesse ocorrido no prazo de 48 horas é que caberia ao Presidente da Assembleia</p><p>Legislativa fazê-lo).</p><p>O Governador do Estado está legitimado a questionar a constitucionalidade da</p><p>Lei Ordinária em face da Constituição do Estado, por meio de Ação Direta de</p><p>Inconstitucionalidade, ajuizada perante o Tribunal de Justiça de Mato Grosso.</p><p>PROCURADOR – ASSEMBLEIA LEGISLATIVA/GO – 2019 – IADES</p><p>Leia, com atenção, as informações a seguir. Analise o caso em que um partido político,</p><p>com representação da Câmara Legislativa, ajuizou ação direta de inconstitucionalidade</p><p>(ADI) em face de determinada lei estadual. O fundamento é a afronta de uma lei</p><p>estadual em face da Constituição do Estado que, por sua vez, reproduz dispositivo da</p><p>Constituição Federal. A ação foi julgada procedente e a lei foi declarada</p><p>inconstitucional com eficácia geral. Considerando o exposto, redija um texto</p><p>dissertativo e (ou) descritivo respondendo aos questionamentos “é cabível a referida</p><p>ação declaratória de inconstitucionalidade? É possível recorrer dessa decisão?”.</p><p>Aborde, necessariamente os tópicos a seguir. a) Explique se é cabível o controle de</p><p>constitucionalidade de lei estadual em face da Constituição do Estado, e qual o órgão</p><p>competente para o julgamento da ADI na justiça estadual. b) Indique, no que tange aos</p><p>legitimados para propor ação declaratória de inconstitucionalidade, se deve existir</p><p>simetria entre o modelo federal e o estadual. c) Indique se cabe recurso da decisão</p><p>que julgou procedente a ADI e a quem tal recurso deveria ser dirigido. d) Indique se a</p><p>Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br</p><p>CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE</p><p>43</p><p>Procuradoria da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás e a Procuradoria do Estado</p><p>de Goiás poderiam recorrer, mesmo sem ter legitimidade para a ADI. e) Indique se a</p><p>recorrente, no caso narrado, em cabendo o recurso, teria, como a fazenda pública,</p><p>prazo em dobro.</p><p>SUGESTÃO DE RESPOSTA:</p><p>1. Cabe ADI de lei estadual em face da Constituição do estado – cabe aos Estados a</p><p>instituição de representação de inconstitucionalidade de leis ou atos normativos</p><p>estaduais ou municipais em face da Constituição Estadual, vedada a atribuição da</p><p>legitimação para agir a um único (art. 125, § 2o, da CF).</p><p>2. Proposta a ação direta em face da Constituição Estadual, será competente o</p><p>Tribunal de Justiça, que é o guardião do direito constitucional estadual.</p><p>3. O controle, no caso, é concentrado, pois se trata de lei em tese.</p><p>4. Não há necessidade de simetria – previsão que não afronta a CF, já que é ausente o</p><p>dever de simetria para com o modelo federal, que impõe apenas a pluralidade de</p><p>legitimados para a propositura da ação (art. 125, § 2o, CF/1988). [ADI 119, rel. min.</p><p>Dias Toffoli, j. 19-2-2014, P, DJE de 28-3-2014.].</p><p>5. Cabe ao Supremo Tribunal Federal (STF) o julgamento do recurso extraordinário,</p><p>porque se trata de questão constitucional (CF, art. 102, III, “a”).</p><p>6. Cabe recurso extraordinário, porque as normas constitucionais estaduais</p><p>reproduzem dispositivos da Constituição Federal.</p><p>7. Se não houvesse a reprodução, não caberia o recurso (Brasília, 27 de setembro de</p><p>2006. Ministro GILMAR MENDES Relator * decisão publicada no DJU de 10.10.2006).</p><p>8. O STF fixou entendimento de que a legitimidade recursal no controle concentrado é</p><p>paralela à legitimidade processual ativa. Caberia ao governador do estado, por</p><p>exemplo, assinar o recurso, e não o procurador. (RE 774057 AgR / SP – SÃO PAULO .</p><p>AG. REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. Relator(a): Min. ROBERTO BARROSO.</p><p>Julgamento: 30/11/2018).</p><p>9. O prazo para interpor o recurso extraordinário é de 15 (quinze) dias – CPC, art.</p><p>1.003, § 5o: excetuados os embargos de declaração, o prazo para interpor os recursos e</p><p>para responder-lhes é de 15 (quinze) dias.</p><p>10. Segundo entendimento do STF, não há prazo em dobro nos processos objetivos -</p><p>CPC, art. 183.</p><p>PROCURADOR MUNICIPAL - PGM-PAULÍNIA/SP - 2016 – FGV</p><p>O Prefeito do Município X, com o objetivo de promover o ecoturismo na região,</p><p>negocia há longa data com representantes do ramo hoteleiro a fixação de uma Área de</p><p>Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br</p><p>CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE</p><p>44</p><p>Proteção Ambiental – APA e a edição de um Plano de Desenvolvimento Turístico. Anos</p><p>após o início das negociações, o Município X edita a Lei n. 123, que define a área da</p><p>APA e aprova o referido Plano de Desenvolvimento Turístico. Entretanto, esta Lei vem</p><p>a ser declarada inconstitucional pelo Tribunal de Justiça, em controle concentrado de</p><p>constitucionalidade. Com isso, o presidente de uma grande rede de hotéis, ingressa</p><p>com Ação de Responsabilidade Civil em face do Município X, alegando: i)</p><p>responsabilidade por omissão legislativa do Município X, pela demora na aprovação da</p><p>Lei, frustrando sua legítima expectativa; e ii) responsabilidade civil pela declaração de</p><p>inconstitucionalidade da Lei n. 123, que lhe causou comprovados prejuízos</p><p>decorrentes do início das obras de construção de um hotel no Município X. Sobre o</p><p>caso, responda: A) Procede a responsabilidade por omissão legislativa no caso?</p><p>Justifique. B) Procede a responsabilidade em decorrência de declaração de</p><p>inconstitucionalidade da Lei n. 123? Justifique.</p><p>SUGESTÃO DE RESPOSTA:</p><p>A responsabilidade civil do Estado é um tema polêmico, que sempre traz</p><p>diversos questionamentos. A regra geral está prevista no art. 37, § 6º, da CRFB,</p><p>segundo o qual os entes públicos (suas autarquias, fundações e prestadoras, ainda que</p><p>empresas privadas, de serviços públicos) serão responsáveis pelos danos que seus</p><p>agentes causarem a terceiros.</p><p>Boa parte da doutrina e jurisprudência pátrias defende a tese de que aquele</p><p>dispositivo prevê a responsabilidade objetiva do Estado. Ou seja: uma vez comprovado</p><p>o nexo de causalidade entre a conduta do agente (lícita ou ilícita) e o dano sofrido por</p><p>terceiro, o Estado terá a obrigação de indenizar, independentemente de qualquer</p><p>elucubração acerca de eventual dolo ou culpa do agente público.</p><p>Contudo, é importante ressaltar que a tese da responsabilidade objetiva não é</p><p>aplicada em todas as situações. Por regra, ela é muito bem aceita em condutas</p><p>comissivas de agentes estatais, bem como em atos negociais (contratos, por exemplo).</p><p>Por outro lado, o enunciado em comento trata de dois atos de império por excelência: a</p><p>elaboração de lei e a realização de controle de constitucionalidade pelo Judiciário.</p><p>Em primeiro lugar, um particular jamais pode entender que o Município é</p><p>responsável por um ato que depende da vontade soberana de dois Poderes: o</p><p>Executivo, que deveria enviar o projeto de lei, e o Legislativo, que aprovará o projeto</p><p>após discussões e deliberações de diversos membros. O processo legislativo não é ato</p><p>negocial, pois configura verdadeiro ato de império (tal como a declaração de guerra e o</p><p>exercício da diplomacia, ainda que comercial), sobre o qual não se pode responsabilizar</p><p>o ente público, sob pena de engessar toda e qualquer elaboração legislativa. O que se</p><p>admite, em casos bastante excepcionais, é a responsabilização por leis de efeitos</p><p>concretos, desde que os prejuízos e o nexo de causalidade sejam provados</p><p>inequivocamente pelo particular (o que não parece ser o caso em tela).</p><p>Ademais, a mera demora no processo legislativo não implica em omissão</p><p>legislativa nesse caso. A jurisprudência</p><p>até reconhece, em remotas hipóteses, a</p><p>responsabilidade estatal, mas apenas se houver obrigação prevista</p><p>Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br</p><p>CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE</p><p>45</p><p>constitucionalmente para o envio (e não aprovação) do projeto de lei, desde que seja</p><p>essencial para a disciplina e/ou tutela de direitos. No enunciado em comento, nenhum</p><p>desses requisitos está presente, uma vez que existia mera expectativa do particular</p><p>que o agente público conseguisse (por meios políticos) a aprovação de projeto que lhe</p><p>seria favorável.</p><p>No que tange à declaração de inconstitucionalidade, igualmente se está diante</p><p>de um ato de império, neste caso do Poder Judiciário. As decisões judiciais, em regra,</p><p>não ensejam qualquer responsabilidade do Estado por se tratarem de atos apolíticos e</p><p>neutros, mas passíveis de impugnação inclusive por terceiros que demonstrem</p><p>interesse jurídico em sua reforma. Excepcionalmente admite-se a mitigação dessa</p><p>regra nas hipóteses de erro judiciário grave, em que haja a lesão a direitos humanos</p><p>(por exemplo, a privação da liberdade decretada em processo criminal).</p><p>Não se vislumbra, também, responsabilidade do Município na declaração da</p><p>inconstitucionalidade da lei. A aprovação de ato legislativo é uma conduta legítima de</p><p>qualquer esfera de governo, apresentando-se como clássico ato de império, não</p><p>passível de indenização. O que o particular poderia requerer, em remotíssima hipótese,</p><p>seria a responsabilização direta do agente público, em nome deste, mas devendo</p><p>provar o dolo específico em causar o vício que deu origem à inconstitucionalidade.</p><p>TRIBUNAIS DE CONTAS – TCM/SP - 2015 – FGV</p><p>Um grupo de vereadores, com forte apoio popular, encaminhou projeto de lei à</p><p>respectiva Casa Legislativa promovendo o aumento da remuneração de todos os</p><p>servidores públicos municipais. O projeto foi aprovado pela Câmara Municipal e</p><p>sancionado pelo Chefe do Poder Executivo em solenidade muito festiva, tornando-se,</p><p>portanto, lei. Pouco tempo depois, o Prefeito Municipal arrependeu-se de ter apoiado</p><p>a iniciativa e solicitou à Procuradoria do Município que analisasse a possibilidade de</p><p>não cumprir a lei. À luz do exposto, responda de forma fundamentada: a – A lei</p><p>apresenta algum vício de inconstitucionalidade? b – O Prefeito municipal pode deixar</p><p>de cumprir a lei?</p><p>SUGESTÃO DE RESPOSTA:</p><p>Em primeiro lugar, é necessário pontuar que a lei padece de grave vício formal</p><p>de inconstitucionalidade. Com efeito, algumas matérias previstas na Constituição</p><p>guardam a chamada reserva de iniciativa, com fundamento no princípio da separação</p><p>de poderes. Vale dizer: com o intuito de evitar desequilíbrios ou até mesmo ingerências</p><p>entre os diferentes poderes, o legislador constitucional entendeu por bem reservar a</p><p>iniciativa dessas matérias para o Chefe do Poder Executivo (regra que é aplicada aos</p><p>demais entes da Federação em virtude do princípio da simetria).</p><p>Note-se que justamente uma dessas matérias é a organização, o regime jurídico</p><p>ou a remuneração dos servidores públicos (consoante disposição do art. 61, § 1º, II, “c”,</p><p>da CRFB). E esse é o tema sobre o qual a lei tratada no enunciado versa, o que conduz</p><p>Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br</p><p>CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE</p><p>46</p><p>inevitavelmente à inconstitucionalidade. Perceba-se que a mera sanção da lei com vício</p><p>de iniciativa pelo Chefe do Poder Executivo não supre a irregularidade, tal como</p><p>enunciado na Súmula 5 do Supremo Tribunal Federal (aplicada até hoje).</p><p>A princípio, o Prefeito não pode se furtar de cumprir a lei, pois uma norma geral</p><p>e abstrata é dotada de coercitividade, devendo ser de observância por todos,</p><p>indistintamente. No entanto, não se pode perder de vista que se está diante de um</p><p>Chefe de Poder, independente. Assim, o Prefeito tem o direito (talvez até o dever) de</p><p>orientar a Administração Pública acerca de uma possível inconstitucionalidade,</p><p>notoriamente sobre um tema que impacta diretamente nas contas públicas.</p><p>Portanto, vem sendo reconhecida a possibilidade de o Chefe do Executivo editar</p><p>um decreto em que determina a não aplicação de uma norma, desde que de maneira</p><p>fundamenta e seguida do manejo da ação cabível para a sua impugnação pela via</p><p>judicial (no caso, a representação de inconstitucionalidade, de competência do Tribunal</p><p>de Justiça).</p><p>MAGISTRATURA ESTADUAL – TJPA – 2011 - CESPE</p><p>Emenda constitucional de iniciativa da assembleia legislativa de determinada unidade</p><p>da Federação tratou das condições para ingresso e promoção no quadro de oficiais</p><p>combatentes dos militares no âmbito do estado-membro. O governador do estado,</p><p>então, ajuizou ação direta de inconstitucionalidade relativa a essa emenda junto ao</p><p>Supremo Tribunal Federal. Com base na situação hipotética acima, responda, de forma</p><p>fundamentada e de acordo com a jurisprudência da suprema corte, ao seguinte</p><p>questionamento: A emenda constitucional padece de vício de inconstitucionalidade</p><p>formal?</p><p>SUGESTÃO DE RESPOSTA:</p><p>A emenda constitucional, por ser de iniciativa de integrante da respectiva</p><p>Assembleia Legislativa e por tratar de condições de ingresso e promoção no quadro de</p><p>oficiais combatentes militares do Estado, possui vício.</p><p>O vício é a inconstitucionalidade formal subjetiva, já que apresentada por</p><p>pessoa não legitimada para o processo legislativo. Com base no art. 61, § 1º, II, f, da</p><p>CRFB, aplicada por simetria aos Estados e com base no entendimento do STF, o projeto</p><p>deveria ter sido apresentado apenas pelo governador por ser matéria de competência</p><p>privativa.</p><p>A emenda apresentada pelo integrante da Assembleia Legislativa violou uma</p><p>competência privativa do Governador (Executivo), ou seja, também macula o princípio</p><p>da separação de poderes. Não é de hoje que vigora a teoria da separação dos poderes,</p><p>cujo escopo não é apenas o surgimento de governos autocráticos, mas também o de</p><p>racionalizar o funcionamento do Estado, fazendo-o atuar segundo um sistema de freios</p><p>e contrapesos. O regime presidencialista e um Estado federal como o nosso prevalece</p><p>Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br</p><p>CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE</p><p>47</p><p>não apenas no plano do governo da União, mas em todos os demais níveis político-</p><p>administrativos, incluindo, por óbvio, os estados e municípios</p><p>Por fim, saliente-se que, com base no entendimento do STF, o vício formal não é</p><p>superado pelo fato de a iniciativa legislativa ostentar hierarquia constitucional</p><p>estadual.</p><p>JURISPRUDÊNCIA RELACIONADA:</p><p>EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. EMENDA CONSTITUCIONAL QUE</p><p>DISPÕE SOBRE REGIME JURÍDICO DOS SERVIDORES MILITARES DO ESTADO DE</p><p>RONDÔNIA. PROJETO ORIGINADO NA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA.</p><p>INCONSTITUCIONALIDADE FORMAL. VÍCIO RECONHECIDO. VIOLAÇÃO À RESERVA DE</p><p>INICIATIVA DO CHEFE DO PODER EXECUTIVO. AÇÃO JULGADA PROCEDENTE. I - À luz do</p><p>princípio da simetria, a jurisprudência desta Suprema Corte é pacífica ao afirmar que,</p><p>no tocante ao regime jurídico dos servidores militares estaduais, a iniciativa de lei é</p><p>reservada ao Chefe do Poder Executivo local por força do artigo 61, § 1º, II, f, da</p><p>Constituição. II - O vício formal não é superado pelo fato de a iniciativa legislativa</p><p>ostentar hierarquia constitucional. III - Ação direta julgada procedente para declarar a</p><p>inconstitucionalidade do artigo 148-A da Constituição do Estado de Rondônia e do</p><p>artigo 45 das Disposições Constitucionais Transitórias da Carta local, ambos acrescidos</p><p>por meio da Emenda Constitucional 56, de 30 de maio de 2007.</p><p>(ADI 3930, Relator(a): Min. Ricardo Lewandowski, Tribunal Pleno, julgado em</p><p>16/09/2009, DJe-200 Divulg 22-10-2009 Public 23-10-2009 Ement Vol-02379-02 PP-</p><p>00310)</p><p>DELEGADO DE POLÍCIA – PCPR – 2013 – COPS UEL</p><p>Analise o caso de uma pessoa que tem um direito constitucional individual assegurado</p><p>na Constituição Federal por norma de eficácia plena, autoaplicável. Considere que esse</p><p>direito veio a sofrer restrições por norma infraconstitucional</p><p>posterior à Constituição</p><p>Federal de 1988. Considere, então, o caso de uma lei que veio restringir o direito de</p><p>liberdade do cidadão e autorizar a prisão em afronta à Constituição Federal Brasileira.</p><p>Considere, também, que esse indivíduo deve observar essa lei, uma vez que ela possui</p><p>a presunção de constitucionalidade. Considere, além disso, que, estando esse</p><p>indivíduo sofrendo ou na iminência de sofrer violação de direito seu assegurado</p><p>constitucionalmente, ele pode se socorrer do Poder Judiciário para evitar a incidência</p><p>dessa norma violadora de seu direito. Diante da problemática apresentada e tendo em</p><p>vista o controle de constitucionalidade, considere os itens a seguir. a) Explique as</p><p>diferenças entre a ação judicial proposta pelo cidadão, permitindo-lhe o controle de</p><p>constitucionalidade, e o controle de constitucionalidade realizado pela instituição</p><p>denominada Ordem dos Advogados do Brasil, considerando que esta, no caso, não é</p><p>lesada. b) O órgão judicial competente para a ação será o mesmo para a ação que</p><p>envolve o cidadão e para a ação promovida pela Ordem dos Advogados do Brasil?</p><p>Justifique sua resposta. c) O objeto principal das duas ações (do cidadão e da Ordem</p><p>Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br</p><p>CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE</p><p>48</p><p>dos Advogados do Brasil) será o pedido de declaração de inconstitucionalidade da lei?</p><p>Se houver diferença entre as ações, nesse quesito, explique cada uma delas.</p><p>SUGESTÃO DE RESPOSTA:</p><p>O controle de constitucionalidade a se realizar pelo próprio lesado se dará de</p><p>forma concreta (ou incidental, ou por via de defesa ou por via de exceção), ou seja, sua</p><p>pretensão será deduzida em juízo através de um processo constitucional subjetivo,</p><p>exercido com a finalidade principal de solucionar uma controvérsia envolvendo direitos</p><p>subjetivos. Será ainda difuso (ou aberto), já que pode ser exercido por qualquer órgão</p><p>do Poder Judiciário. Na hipótese em análise, o órgão competente para a ação do</p><p>cidadão será determinado em função da autoridade apontada como coatora, podendo</p><p>ser qualquer juiz ou tribunal (juiz natural).</p><p>Já o controle de constitucionalidade exercido pela Ordem dos Advogados do</p><p>Brasil se dará de forma abstrata (por via de ação, por via direta ou por via principal), o</p><p>qual será realizado em tese, independentemente da existência de um caso concreto</p><p>levado à apreciação do Poder Judiciário. Trata-se de um processo constitucional de</p><p>índole objetiva, sem partes formais, podendo ser instaurado sem a necessidade de um</p><p>interesse jurídico subjetivo. Será também concentrado (ou reservado), já que pode ser</p><p>exercido apenas por determinado órgão judicial. No caso em tela, a ação direta de</p><p>inconstitucionalidade intentada pela OAB deverá ser impetrada junto ao Supremo</p><p>Tribunal Federal, por força do art. 102, I, “a” c/c art. 103, VII, todos da CRFB.</p><p>Por fim, na ação manejada diretamente pelo lesado, o que se objetiva é a</p><p>proteção de direitos subjetivos. A análise da inconstitucionalidade ocorre na</p><p>fundamentação da decisão, de forma incidental (incidenter tantum), como questão</p><p>prejudicial de mérito. O órgão jurisdicional não a declara no dispositivo, tão somente a</p><p>reconhece para afastar sua aplicação no caso concreto. Vale dizer, o que se busca não</p><p>é a declaração de inconstitucionalidade em si, mas a prevenção ou reparação da lesão</p><p>a um direito concretamente violado.</p><p>Já na ação direta de inconstitucionalidade intentada pela OAB, a finalidade</p><p>precípua é a proteção da ordem constitucional objetiva, por intermédio da declaração</p><p>de inconstitucionalidade do dispositivo questionado.</p><p>Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br</p><p>CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE</p><p>49</p><p>fundamental: I - os legitimados para a ação direta de</p><p>inconstitucionalidade (art. 2o, da Lei no 9.882/1999);</p><p>3. Os legitimados para ADI estão na Constituição Federal (CF), art. 103 e seus incisos;</p><p>4. O princípio da subsidiariedade significa que não cabe ADPF quando houver outro</p><p>meio eficaz para sanar a lesividade, por exemplo, quando couber ADI, ADC etc. Não</p><p>será admitida arguição de descumprimento de preceito fundamental quando houver</p><p>qualquer outro meio eficaz de sanar a lesividade (art. 4o, § 1o, da Lei no 9.882/1999);</p><p>5. À ADPF cabe direito pré-constitucional. Caberá também arguição de</p><p>descumprimento de preceito fundamental: I - quando for relevante o fundamento da</p><p>controvérsia constitucional sobre lei ou ato normativo federal, estadual ou municipal,</p><p>incluídos os anteriores à Constituição (art. 1o, parágrafo único da Lei no 9.882/1999);</p><p>6. Não caberia o recebimento, porque não cabe ADI de lei pré-constitucional, nem o</p><p>legitimado está correto;</p><p>7. O STF não admite a fungibilidade da ADPF pela ADI quando se tratar de erro</p><p>grosseiro;</p><p>8. O relator pode indeferir liminarmente, pois o cidadão não é legitimado para o</p><p>ajuizamento da ADPF. A petição inicial será indeferida liminarmente pelo relator,</p><p>Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br</p><p>CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE</p><p>7</p><p>quando não for o caso de arguição de descumprimento de preceito fundamental, faltar</p><p>algum dos requisitos prescritos nessa lei ou for inepta (art. 4o da Lei no 9.882/1999);</p><p>9. Liminar é no início do processo, sem ouvir as partes; e</p><p>10. Cabe recurso de agravo em cinco dias – art. 4, § 2o, da Lei no 9.882/1999.</p><p>PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/PR- 2017 – BANCA PRÓPRIA</p><p>Conceitue o estado de coisas inconstitucional, identificando os requisitos para sua</p><p>configuração e eventual crítica a respeito do instituto.</p><p>SUGESTÃO DE RESPOSTA:</p><p>Inspirado nas medidas estruturantes do Direito norte americano, o estado de</p><p>coisas inconstitucional é instituto desenvolvido na Suprema Corte da Colômbia, e sua</p><p>configuração demanda os seguintes requisitos: a) violação massiva e generalizada de</p><p>direitos fundamentais de número significativo de pessoas; b) prolongada omissão das</p><p>autoridades na adoção de providências natureza legislativas, administrativas ou</p><p>judiciais para implementação desses direitos; c) a causa dessa violação não seja</p><p>imputada a autoridade identificável, mas sim a causas estruturais; d) a existência de</p><p>problema social grave cuja solução demande providências de mais de uma instituição;</p><p>e) a violação não se situa apenas no plano normativo (não se trata de</p><p>inconstitucionalidade por omissão), mas sim em patamar fático; f) risco de colapso do</p><p>Judiciário em razão da multiplicação de demandas individuais.</p><p>O reconhecimento do estado de coisas inconstitucional, pela Suprema Corte,</p><p>estabelece diálogos institucionais, pois sua superação demanda atuação coordenada</p><p>de mais de um órgão.</p><p>Críticas são dirigidas ao instituto, pois pode ensejar ativismo judicial exagerado,</p><p>com déficit democrático e falta de legitimação, notadamente diante da imprecisão de</p><p>seus requisitos, o que conduz a possível falta de eficácia do instituto.</p><p>Ademais, no Brasil, o enfrentamento desse tipo de demanda tem sido feito em</p><p>sede de ações coletivas, então o STF deve empregar a técnica de maneira dosada.</p><p>DELEGADO DE POLÍCIA – PCRS – 2018 – FUNDATEC</p><p>O Estado de Coisas Inconstitucional (ECI) é uma técnica decisória que visa enfrentar</p><p>situações de violações graves e sistemáticas dos direitos fundamentais cujas causas</p><p>sejam de natureza estrutural, isto é, decorram de falhas estruturais em políticas</p><p>públicas adotadas pelo Estado, exigindo uma atuação conjunta de diversas entidades</p><p>estatais. Sendo assim, responda: a) qual a origem do ECI?; b) qual a sua importância?;</p><p>e c) discorra sobre o emblemático caso em que o Direito Brasileiro adotou o ECI.</p><p>Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br</p><p>CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE</p><p>8</p><p>SUGESTÃO DE RESPOSTA:</p><p>A ideia em torno do chamado Estado de Coisas Inconstitucional tem origem,</p><p>conforme aponta a doutrina, em decisões proferidas pela Corte Constitucional da</p><p>Colômbia, tendo por objeto o enfrentamento de casos em que se constataram</p><p>sistemáticas, contínuas e generalizadas violações a direitos fundamentais.</p><p>De forma pioneira, o reconhecimento do Estado de Coisas Inconstitucional teria</p><p>ocorrido em 1997, quando a referida Corte deliberou acerca dos direitos</p><p>previdenciários de professores, cujo desrespeito teria alcançado níveis altíssimos por</p><p>parte do poder público, sendo repetidamente inobservados, o que motivou a</p><p>determinação judicial de que tal quadro de inconstitucionalidade fosse superado</p><p>(Sentencia de Unificación – SU 559, 06/11/1997).</p><p>A postura judiciária frente a casos em que se verifica o Estado de Coisas</p><p>Inconstitucional escora-se no denominado “Ativismo Judicial”, por meio do qual o</p><p>Poder Judiciário acaba determinando a adoção de providências que, tradicionalmente,</p><p>comporiam o campo discricionário e político dos demais Poderes. Isso gera, inclusive,</p><p>reflexos orçamentários, uma vez que a concretização de diversos direitos, notadamente</p><p>os de natureza social, pressupõe o destaque e a vinculação de verbas públicas</p><p>específicas.</p><p>Trata-se de movimento objeto de críticas, principalmente sob o enfoque da</p><p>divisão de poderes, pelos fundamentos acima referidos, mas que, por outro lado,</p><p>recebe elogios, suscitando-se que o Poder Judiciário, reconhecendo a força normativa</p><p>da Constituição, não poderia quedar-se inerte frente às - por vezes, deliberadas -</p><p>violações a direitos fundamentais, mormente quando dotadas de caráter sistemático,</p><p>permanente e generalizado.</p><p>No Brasil considera-se emblemático o caso em que se reconheceu o Estado de</p><p>Coisas Inconstitucional frente ao sistema carcerário nacional, em que, como é notório,</p><p>percebem-se permanentes e graves violações a direitos fundamentais, principalmente</p><p>no que tange às condições mínimas de saúde, higiene, e referente à superlotação.</p><p>Por ocasião do julgamento de medidas cautelares pugnadas na ADPF nº</p><p>347/DF, o STF identificou a configuração do Estado de Coisas Inconstitucional no</p><p>sistema prisional brasileiro, frente às severas e contínuas violações a direitos</p><p>fundamentais dos detentos, asseverando que as penas acabam sendo cumpridas em</p><p>descompasso com as disposições constitucionais, que, no Brasil, vedam as de caráter</p><p>cruel (art. 5º, XLVII, da CRFB). Consequentemente, o STF aduziu que seriam imperiosas</p><p>medidas de cunho legal, administrativo e orçamentário a fim de solucionar a crise</p><p>estrutural instalada no sistema carcerário, sob pena de perpetuar e agravar a situação</p><p>constitucionalmente inadmissível.</p><p>GABARITO DA BANCA EXAMINADORA:</p><p>ITEM 1 - Língua Portuguesa: Formalidade de introdução, desenvolvimento e conclusão;</p><p>clareza de argumentação; utilização da norma culta padrão (nota máxima 0,5). ITEM 2</p><p>Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br</p><p>CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE</p><p>9</p><p>- Pois bem, o Estado de Coisas Inconstitucional tem origem nas decisões da Corte</p><p>Constitucional Colombiana (CCC) diante da constatação de violações generalizadas,</p><p>contínuas e sistemáticas de direitos fundamentais. Tem por finalidade a construção de</p><p>soluções estruturais voltadas à superação desse lamentável quadro de violação</p><p>massiva de direitos das populações vulneráveis em face das omissões do poder</p><p>público. A primeira decisão da Corte Constitucional Colombiana que reconheceu o ECI</p><p>foi proferida em 1997 (Sentencia de Unificación - SU 559, de 6/11/1997), numa</p><p>demanda promovida por diversos professores que tiveram seus direitos</p><p>previdenciários sistematicamente violados pelas autoridades públicas. Ao declarar,</p><p>diante da grave situação, o Estado de Coisas Inconstitucional, a Corte Colombiana</p><p>determinou às autoridades envolvidas a superação do quadro de</p><p>inconstitucionalidades em prazo razoável. É inegável que o reconhecimento do Estado</p><p>de Coisas Inconstitucional pressupõe uma atuação ativista do Tribunal (uma espécie de</p><p>Ativismo Judicial Estrutural), na medida em que as decisões judiciais vão</p><p>induvidosamente interferir nas funções executivas e legislativas, com repercussões,</p><p>sobretudo, orçamentárias (nota máxima 1,0). ITEM 3 – Sim. Na sessão plenária de 09</p><p>de setembro de 2015, o Supremo Tribunal Federal, ao deferir parcialmente o pedido</p><p>de medidas cautelares formulado na ADPF nº 347/DF, proposta em face da crise do</p><p>sistema carcerário brasileiro, reconheceu expressamente a existência do Estado de</p><p>Coisas Inconstitucional no sistema penitenciário brasileiro, ante as graves,</p><p>generalizadas e sistemáticas violações de direitos fundamentais da população</p><p>carcerária. Como é do conhecimento de todos, o sistema prisional brasileiro vive uma</p><p>grande crise. São observados inúmeros problemas, como a superlotação e a falta de</p><p>condições mínimas de saúde e de higiene. O STF, assim reconheceu que o sistema</p><p>penitenciário brasileiro vive um "Estado de Coisas Inconstitucional", com uma violação</p><p>generalizada de direitos fundamentais dos presos. As penas privativas de liberdade</p><p>aplicadas nos presídios acabam sendo penas cruéis e desumanas. A ausência de</p><p>medidas legislativas, administrativas e orçamentárias eficazes representa uma</p><p>verdadeira "falha estrutural" que gera ofensa aos direitos dos presos, além da</p><p>perpetuação e do agravamento da situação. Nesse sentido: STF. Plenário. ADPF 347</p><p>MC/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 9/9/2015 (Info 798) (nota máxima 0,5).</p><p>ANALISTA JUDICIÁRIO - STF - CESPE - 2013</p><p>Redija um texto dissertativo a respeito dos possíveis momentos de realização do</p><p>controle de constitucionalidade pelo Poder Judiciário. Em seu texto, aborde,</p><p>necessariamente, os seguintes aspectos: 1- diferença entre o controle repressivo e o</p><p>controle preventivo de constitucionalidade; [valor: 8,00 pontos] 2- posicionamento do</p><p>STF quanto à possibilidade de utilização da via do mandado de segurança para a</p><p>realização de controle de constitucionalidade repressivo e preventivo; [valor: 10,50</p><p>pontos] 3- posicionamento do STF quanto à possibilidade de realização de controle</p><p>jurisdicional de constitucionalidade preventivo de projeto de lei por alegação de</p><p>inconstitucionalidade material. [valor: 10,0 pontos]</p><p>SUGESTÃO DE RESPOSTA:</p><p>Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br</p><p>CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE</p><p>10</p><p>Em síntese, pode-se dizer que o controle de constitucionalidade compreende um</p><p>mecanismo de proteção à ordem constitucional e de correção de atos e normas que</p><p>possam divergir materialmente da Lei Maior, ou que não tenham, durante o processo</p><p>de elaboração, respeitado as formalidades exigidas. Nesse sentido, o controle pode</p><p>adquirir feição preventiva ou repressiva, a depender do momento de sua aplicação.</p><p>Esse instituto jurídico possibilita ao Poder Judiciário zelar pela fiel observância</p><p>da Constituição Federal, ao permitir que se extirpe do ordenamento e do mundo fático</p><p>atos e normas que possam violar os preceitos magnos, bem como prevenindo que tais</p><p>normas anômalas venham a viger no ordenamento jurídico. Quanto ao momento em</p><p>que se realiza, o controle de constitucionalidade pode se dar nas seguintes formas:</p><p>preventiva ou repressiva, isto é, se ocorre antes ou depois que a norma, objeto de</p><p>análise, tenha entrado no ordenamento jurídico.</p><p>O controle de constitucionalidade preventivo (ou prévio) é aquele realizado</p><p>durante o processo legislativo, ou seja, inicia-se na própria elaboração do projeto de lei</p><p>e ocorre antes que o ato normativo ingresse no ordenamento jurídico. O objetivo do</p><p>controle preventivo é justamente evitar que um ato normativo atentatório à Lei Maior</p><p>ingresse no mundo jurídico e venha a produzir efeitos. Realizável pelos três poderes, o</p><p>controle preventivo é predominantemente verificado no âmbito da função legiferante</p><p>(executado pelas suas Comissões); no âmbito do Poder Executivo (o instrumento é o</p><p>veto jurídico); e, excepcionalmente, o Poder Judiciário realiza essa modalidade de</p><p>controle.</p><p>Já o controle de constitucionalidade repressivo (ou posterior) é aquele exercido</p><p>depois que a lei é promulgada e já está vigente. Tal controle, realizado via de regra</p><p>pelo Poder Judiciário, destina-se a verificar se a lei, durante a sua elaboração, observou</p><p>todo o trâmite processual constitucionalmente prescrito ou se é materialmente</p><p>compatível com a Lei Maior, isto é, se o seu conteúdo está adequado aos imperativos</p><p>constitucionais. Encontra-se na via de exceção ou por ação.</p><p>Uma questão peculiar diz respeito ao controle de constitucionalidade preventivo</p><p>realizado pelo Poder Judiciário, que se verifica apenas excepcionalmente. De acordo</p><p>com a jurisprudência consolidada do STF, é possível a utilização de mandado de</p><p>segurança com o fito de questionar a constitucionalidade formal de projeto de lei, dada</p><p>a inobservância do processo legislativo. De acordo com o STF, os parlamentares</p><p>possuem direito subjetivo (líquido e certo) à observância do processo legislativo hígido,</p><p>ou seja, conforme à Constituição, na formulação das leis e/ou atos normativos.</p><p>Desse modo, são eles os únicos legitimados a impetrar o mandamus com tal</p><p>finalidade, visto que não se pode configurar o controle de constitucionalidade abstrato</p><p>de projeto de lei, o que não é reconhecido em nosso ordenamento jurídico, mesmo que</p><p>terceiros aleguem sua condição de destinatários da lei.</p><p>Por outro lado, ainda de acordo com a jurisprudência dominante do STF, não se</p><p>faz possível a utilização do remédio constitucional supramencionado para questionar</p><p>preventivamente projeto de lei sob a alegação de inconstitucionalidade material, ainda</p><p>Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br</p><p>CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE</p><p>11</p><p>que se verificasse afronta clara e direta à Constituição da República, denominada de</p><p>inconstitucionalidade chapada ou flagrante.</p><p>Segundo o STF, é inadmissível o controle preventivo da constitucionalidade</p><p>material das normas em curso de formação. Até porque, seria antecipar um juízo de</p><p>controle, abstratamente, engessando a atividade legiferante e pondo em risco a</p><p>natural discussão e embate de ideias que devem nortear a produção e o</p><p>aperfeiçoamento das normas.</p><p>Nesse mesmo sentido, no tocante à intervenção jurisdicional para realizar</p><p>controle de constitucionalidade preventivo de projeto de lei, sob a alegação de</p><p>inconstitucionalidade material, entende o STF que isso não se afigura possível,</p><p>tampouco aceitável no atual ordenamento jurídico. A prematura intervenção do</p><p>Judiciário em domínio jurídico e político de formação dos atos normativos em curso no</p><p>Parlamento, além de universalizar um sistema de controle preventivo não admitido</p><p>pela Constituição, subtrairia dos outros Poderes da República, sem justificação</p><p>plausível, a prerrogativa constitucional que possuem de debater e aperfeiçoar os</p><p>projetos, inclusive para sanar seus eventuais vícios de inconstitucionalidade.</p><p>Quanto mais evidente e grotesca possa ser a inconstitucionalidade material de</p><p>projetos de leis, menos ainda se deverá duvidar do exercício responsável do papel do</p><p>Legislativo de negar-lhe aprovação, e do Executivo de apor-lhe veto, se for o caso.</p><p>Partir da suposição contrária significaria menosprezar a seriedade e o senso de</p><p>responsabilidade desses dois Poderes do Estado. E se, eventualmente, um projeto assim</p><p>se transformar em lei, sempre haverá a possibilidade de provocar o controle repressivo</p><p>pelo Judiciário, para negar-lhe validade, retirando-a do ordenamento jurídico.</p><p>DELEGADO DE POLÍCIA – PCGO – 2013 – UEG</p><p>A violação de normas constitucionais pelo poder público pode ocorrer por omissão. A</p><p>Constituição Federal prevê instrumentos para garantir a própria supremacia, na</p><p>ocorrência desses casos. Esses instrumentos, apesar de aparentemente semelhantes,</p><p>possuem características distintas. A partir de uma análise comparativa desses</p><p>instrumentos, apresente-os, identificando</p><p>as diferenças entre eles quanto ao objeto, à</p><p>legitimidade de partes e aos efeitos da decisão.</p><p>SUGESTÃO DE RESPOSTA:</p><p>O descumprimento das normas constitucionais pelo poder público pode se dar</p><p>por omissão. Com isso, para assegurar a supremacia constitucional, o art. 5º, LXXI, da</p><p>CRFB previu a concessão de mandado de injunção sempre que a falta de norma</p><p>regulamentadora tornar inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e</p><p>das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania.</p><p>Trata-se de um instrumento de defesa de direitos subjetivos em face de omissão</p><p>do poder regulatório, na qualidade de controle difuso-concreto de constitucionalidade.</p><p>Para além desse instrumento, a CRFB instituiu, no art. 103, § 2°, um sistema de</p><p>Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br</p><p>CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE</p><p>12</p><p>controle abstrato da omissão do ente legiferante, que ocorre por meio da Ação Direta</p><p>de Inconstitucionalidade por omissão.</p><p>Tanto o mandado de injunção quanto a ação direta de inconstitucionalidade</p><p>por omissão são cabíveis na omissão inconstitucional do Poder Público, que não atua</p><p>na conformidade da exigência da norma constitucional, cuja aplicabilidade depende da</p><p>vontade integradora de seus comandos.</p><p>No que diz respeito ao objeto, o mandado de injunção quer dar concretude ao</p><p>direito abstrato previsto na norma constitucional, enquanto a ação direta de</p><p>inconstitucionalidade por omissão visa dar ciência ao poder competente de sua inércia</p><p>para que tome as providências necessárias e, em se tratando de órgão administrativo,</p><p>que as faça em trinta dias.</p><p>Acerca da legitimidade ativa, o mandado de injunção pode ser impetrado por</p><p>qualquer pessoa física ou jurídica, titular de direito constitucionalmente assegurado</p><p>que tenha o seu exercício impedido por ausência de norma regulamentadora.</p><p>O mandado de injunção coletivo pode ser impetrado por partido político com</p><p>representação no Congresso Nacional, organização sindical, entidade de classe ou</p><p>associação constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos</p><p>interesses de seus membros ou associados, aplicando-se por analogia o disposto no art.</p><p>5°, LXX, da CRFB.</p><p>Enquanto a legitimidade ativa no mandado de injunção é aberta, a legitimidade</p><p>ativa para propor Ação Direta de Inconstitucionalidade por omissão é fechada e está</p><p>indicada no art. 103 da CRFB. Em relação aos efeitos da decisão no mandado de</p><p>injunção, há duas posições: a concretista e a não concretista.</p><p>A posição não concretista é a menos eficaz, pois apenas reconhece formalmente</p><p>a omissão, não garantindo a efetividade da norma. A posição concretista apresenta um</p><p>maior grau de efetividade da norma e divide-se em direta e intermediária. O efeito</p><p>concreto direto ocorre quando a decisão é aplicável apenas para o autor.</p><p>Já o efeito concreto intermediário ocorre quando o Judiciário fixa um prazo para</p><p>que o Legislativo elabore a norma que supra a omissão. Se o prazo não for respeitado,</p><p>o autor terá o seu direito assegurado. O STF adotou por muito tempo a posição não</p><p>concretista, a mais fraca para suprir as omissões. Mas mudou de entendimento e</p><p>passou a adotar a posição concretista.</p><p>Em alguns casos, adotou a posição concretista intermediária, ou seja, a fixação</p><p>de prazo para que a omissão fosse suprida pelo Legislativo. Como em diversas</p><p>situações a omissão permanecia, o STF entendeu por aplicar uma lei já existente até</p><p>que o Legislativo elabore a norma competente.</p><p>Podem ser citados dois exemplos disso: o direito de greve e a aposentadoria</p><p>especial para o servidor público. Enquanto não houver leis que regulamentem essas</p><p>Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br</p><p>CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE</p><p>13</p><p>questões, o STF decidiu que as normas aplicáveis para os trabalhadores privados</p><p>devem incidir para os servidores.</p><p>DELEGADO DE POLÍCIA – PCGO – 2018 - UFG</p><p>A Constituição Federal de 1988 ampliou o rol de legitimados para a propositura das</p><p>ações de controle concentrado de constitucionalidade. Discorra sobre a natureza do</p><p>rol de legitimados perante o STF. Classifique-os conforme a pertinência temática e a</p><p>capacidade postulatória. Por fim, responda se o rol de legitimados perante o Tribunal</p><p>de Justiça local pode extrapolar ou ficar aquém da estrita simetria com o rol de</p><p>legitimados perante o STF.</p><p>SUGESTÃO DE RESPOSTA:</p><p>É taxativo (numerus clausus) o rol de legitimados para a propositura das ações</p><p>de controle concentrado perante o STF. São seis os legitimados ditos universais ou</p><p>neutros pelo Supremo: Presidente da República, Mesas do Senado Federal, da Câmara</p><p>dos Deputados, Procurador-Geral da República, Conselho Federal da Ordem dos</p><p>Advogados do Brasil e partido político com representação no Congresso Nacional.</p><p>Os outros três precisam demonstrar que o interesse na representação está</p><p>alinhado com sua finalidade institucional. Por isso, são chamados legitimados especiais</p><p>ou interessados: Mesa de Assembleia Legislativa estadual ou da Câmara Legislativa</p><p>distrital, Governador de Estado ou do Distrito Federal e confederação sindical ou</p><p>entidade de classe de âmbito nacional.</p><p>O STF decidiu ainda que só os partidos políticos e as confederações sindicais ou</p><p>entidades de classe de âmbito nacional precisam contratar advogados, mediante a</p><p>outorga de procuração com poderes específicos para atacar determinada norma, que</p><p>também precisa estar expressa no mandato.</p><p>As demais autoridades mencionadas no rol do art. 103, incisos I a VII, como,</p><p>por exemplo, o Governador de Estado, possuem capacidade processual plena, o que</p><p>inclui a capacidade postulatória.</p><p>Por fim, o rol de legitimados pela Constituição Estadual para a propositura de</p><p>controle concentrado perante o Tribunal de Justiça local pode, sim, extrapolar ou ficar</p><p>aquém da estrita simetria com o rol de legitimados perante o STF, pois o que a</p><p>Constituição Federal veda é apenas a atribuição da legitimação para agir a um único</p><p>órgão (art. 125, § 2º).</p><p>GABARITO DA BANCA EXAMINADORA:</p><p>É taxativo (numerus clausus) o rol de legitimados para a propositura das ações de</p><p>controle concentrado perante o STF. São seis os legitimados ditos universais ou</p><p>neutros pelo Supremo: Presidente da República, Mesas do Senado Federal, da Câmara</p><p>dos Deputados, Procurador-Geral da República, Conselho Federal da Ordem dos</p><p>Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br</p><p>CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE</p><p>14</p><p>Advogados do Brasil e partido político com representação no Congresso Nacional. Os</p><p>outros três precisam demonstrar que o interesse na representação está alinhado com</p><p>sua finalidade institucional. Por isso, são chamados legitimados especiais ou</p><p>interessados: Mesa de Assembleia Legislativa estadual ou da Câmara Legislativa</p><p>distrital, Governador de Estado ou do Distrito Federal e confederação sindical ou</p><p>entidade de classe de âmbito nacional. O STF decidiu ainda que só os partidos</p><p>políticos e as confederações sindicais ou entidades de classe de âmbito nacional</p><p>precisam contratar advogados, mediante a outorga de procuração com poderes</p><p>específicos para atacar determinada norma, que também precisa estar expressa no</p><p>mandato. As demais autoridades mencionadas no rol do art. 103, incisos I a VII, como,</p><p>por exemplo, o Governador de Estado, possuem capacidade processual plena, o que</p><p>inclui a capacidade postulatória. Por fim, o rol de legitimados pela Constituição</p><p>Estadual para a propositura de controle concentrado perante o Tribunal de Justiça</p><p>local pode, sim, extrapolar ou ficar aquém da estrita simetria com o rol de legitimados</p><p>perante o STF, pois o que a Constituição Federal veda é apenas a atribuição da</p><p>legitimação para agir a um único órgão (art. 125, § 2º).</p><p>MAGISTRATURA – TJDFT – 2014 - CESPE</p><p>Em relação ao tema do controle de constitucionalidade, responda justificadamente aos</p><p>seguintes quesitos: a- A quem compete julgar Ação Declaratória de</p><p>Inconstitucionalidade</p><p>contra lei do Distrito Federal que viola a Constituição Federal?;</p><p>b- Qual a natureza jurídica do amicus curiae?; c- Qual a distinção entre o instituto da</p><p>interpretação conforme a Constituição e ação declaratória de inconstitucionalidade</p><p>sem redução de texto?</p><p>SUGESTÃO DE RESPOSTA:</p><p>É importante notar que a competência para o controle concentrado de</p><p>constitucionalidade, no que tange a uma lei do Distrito Federal, será determinada pelo</p><p>seu conteúdo. Com efeito, sabe-se que aquele ente federativo apresenta competências</p><p>legislativas estaduais e municipais, conforme previsto no art. 32, § 1º, da CRFB.</p><p>Quando a lei distrital apresentar conteúdo afeto aos Estados, a impugnação de</p><p>sua constitucionalidade será de competência do STF, em virtude do disposto no art.</p><p>102, I, a, da CRFB. Por outro lado, quando a lei distrital apresentar conteúdo municipal,</p><p>sua constitucionalidade deverá ser questionada no Tribunal de Justiça do Distrito</p><p>Federal e Territórios (TJDFT), vez que assim dispõe o art. 125, § 2º, da CRFB. Aliás, esse</p><p>entendimento encontra-se consagrado na Súmula 642, do STF.</p><p>O amicus curiae é uma figura processual importada do direito estrangeiro.</p><p>Inserida pela primeira vez em nosso ordenamento pela Lei nº 9.868/99, (o art. 7º, § 2º,</p><p>permite a manifestação de outros órgãos ou entidades). Com efeito, o amicus curiae</p><p>representa uma entidade estranha ao processo originário, mas que apresenta interesse</p><p>em seu desfecho ou notória especialização sobre o tema em debate.</p><p>Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br</p><p>CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE</p><p>15</p><p>Sua natureza jurídica sempre foi objeto de debate, pois não se encaixa</p><p>propriamente em nenhuma das definições clássicas. Não se trata de uma parte do</p><p>processo, vez que não dispõe de todos os ônus e benefícios que lhe usualmente</p><p>pertence. Por outro lado, há quem defenda que se trata de uma intervenção de</p><p>terceiros sui generis, o que parece ter sido acolhido pelo Novo Código de Processo Civil,</p><p>consoante a topografia de seu art. 138.</p><p>Por fim, a interpretação conforme a Constituição é uma técnica de</p><p>hermenêutica que permite ao julgador excluir determinadas hipóteses de</p><p>interpretação, que levariam à aplicação inconstitucional da norma. Por sua vez, a</p><p>declaração de inconstitucionalidade sem redução de texto é verdadeira hipótese de</p><p>controle de constitucionalidade, pelo qual uma hipótese de aplicação é expressamente</p><p>rechaçada, sem qualquer alteração formal no texto da norma.</p><p>PROCURADOR DO ESTADO - PGE/SP - 2012 - FCC</p><p>Projeto de lei estadual de rigem parlamentar que criou um programa social, no Âmbito</p><p>da Administração Estadual, não foi vetado pelo anterior Governador do Estado e assim</p><p>se converteu em lei. Com base nessa premissa, responda de forma fundamentada: a.</p><p>Essa lei é constitucional? b. Pode o atual Governador do Estado propor Ação Direta de</p><p>Inconstitucionalidade perante o Supremo Tribunal Federal ou ha impedimento, nos</p><p>termos da Sumula 5 do Supremo Tribunal Federal? Obs.: A Súmula nº 5 do Supremo</p><p>Tribunal Federal assim está editada: "A sanção do projeto supra a falta de iniciativa do</p><p>Poder Executivo.”.</p><p>SUGESTÃO DE RESPOSTA:</p><p>Em regra, o Chefe do Poder Executivo Estadual apresenta legitimidade ampla</p><p>para ajuizar a ação direta de inconstitucionalidade, em virtude do disposto no art. 103,</p><p>V, da CRFB. Contudo, a doutrina e a jurisprudência já entendem, de longa data,</p><p>restringindo a sua legitimidade aos atos de seu Estado. Caso deseje impugnar um ato</p><p>de outro Ente, o Governador do Estado deverá apresentar razões que justifiquem seu</p><p>interesse. Se por um lado não há uma exigência de pertinência temática tão grande</p><p>quanto no caso das entidades de classe, por outro também não se tutela a impugnação</p><p>a atos normativos que não apresentam nenhum gravame para aquele Estado</p><p>específico.</p><p>Por outro lado, existia ainda entendimento de que atos com vício de iniciativa,</p><p>mas posteriormente sancionados, não poderiam ser objeto de ação direta de</p><p>inconstitucionalidade que alegasse o vício formal. O entendimento era tão sólido que</p><p>chegou a ser consolidado na mencionada Súmula nº 5 do STF.Não é despiciendo</p><p>lembrar que o processo legislativo é um conjunto de atos de autoridades destinadas a</p><p>produzir um ato normativo dotado, em regra, de generalidade e abstração, as leis.</p><p>Como expressão mais conhecida da soberania popular, as leis são elaboradas com base</p><p>no ideal democrático de participação, em harmonia com a independência que deve</p><p>nortear a relação entre os três poderes da República.</p><p>Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br</p><p>CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE</p><p>16</p><p>Assim, os arts. 61 e seguintes da CRFB determinam as etapas do processo</p><p>legislativo: a iniciativa, discussão, deliberação, sanção, promulgação e publicação. A</p><p>iniciativa de leis de interesse direto do Poder Executivo é privativa deste Poder (art. 61,</p><p>§1º, da CRFB), exatamente para preservar sua independência, garantindo a perfeita</p><p>atuação do sistema de freios e contrapesos, evitando que o Poder Legislativo abuse de</p><p>seu direito constitucionalmente legítimo em desfavor da Administração Pública.</p><p>Porém, mesmo diante de uma lei cuja iniciativa é privativa do Executivo, o Chefe</p><p>deste Poder ainda apresenta outro momento para frear sua inserção no mundo</p><p>jurídico: a sanção, prevista no art. 66, §1º, da CRFB, que prevê a possibilidade de veto</p><p>por razões jurídicas, dentre elas, logicamente, o vício de iniciativa. Dispondo de meios</p><p>para tentar obstar a produção de efeitos do ato normativo, entendia-se que a sanção</p><p>do projeto importava em aquiescência com seu conteúdo e a derrogação do vício</p><p>formal e, consequentemente, importando em abuso de direito e benefício em virtude</p><p>de sua própria torpeza o manejo da ação direta de inconstitucionalidade para arguir</p><p>esse mesmo vício. No entanto, houve uma guinada expressiva neste entendimento.</p><p>Atualmente, casos como a lei que cria de programa que interfira diretamente</p><p>na Administração Estadual, considerados como de iniciativa privativa do Chefe do</p><p>Poder Executivo, podem ser arguidos pelo próprio a qualquer tempo, sem configurar</p><p>abuso de direito ou aquiescência.</p><p>Em primeiro lugar, entende-se que o vício de iniciativa não pode ser suprido</p><p>pela sanção, por estar ínsito na formação do ato, por existir desde o começo. Assim, a</p><p>sanção do projeto ou seu veto pelo Governador é irrelevante para que a nulidade do</p><p>ato seja arguida, notadamente pela necessidade de defesa da Constituição. Em</p><p>segundo lugar, o manejo da ação direta de inconstitucionalidade não é do Estado da</p><p>Federação, mas do próprio Governador, como figura política. Dessa maneira,</p><p>considera-se que sua propositura é um ato de disposição política, e não jurídica,</p><p>ficando a seu critério até mesmo impugnar ato por ele elabora, uma vez que seu juízo</p><p>de conveniência política pode assim requerer que o faça, especialmente por conta de</p><p>mudanças nas circunstâncias governamentais.</p><p>Assim, a fim de impugnar a lei mencionada no enunciado da questão, que é</p><p>inconstitucional por vício de iniciativa (art. 61, § 1º, II, alíneas “a”, “b” e “e”), é possível</p><p>que o Governador proponha ação direta de inconstitucionalidade, já que resta</p><p>superado o entendimento outrora consagrado na Súmula nº 5 do STF.</p><p>JURISPRUDÊNCIA RELACIONADA:</p><p>O Plenário julgou procedente pedido formulado em ação direta para declarar a</p><p>inconstitucionalidade da Lei 6.841/1996 do Estado de Mato Grosso. A norma</p><p>impugnada, de iniciativa parlamentar, dispõe sobre a indenização por morte e</p><p>invalidez permanente dos servidores públicos militares do referido Estado-membro.</p><p>Segundo alegado, a norma em comento ofenderia os artigos 2º; 61, § 1º, II, c e f; 63, II;</p><p>e 84, III, todos da CF, a ensejar sua inconstitucionalidade formal, porquanto se trataria</p><p>de matéria relativa a regime jurídico dos servidores militares, a implicar acréscimo de</p><p>despesa pública. O Colegiado, de início, afastou a preliminar de decadência da ação</p><p>Questões Discursivas</p><p>– www.questoesdiscursivas.com.br</p><p>CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE</p><p>17</p><p>direta, aplicável, no caso, o Verbete 360 da Súmula do STF (“Não há prazo de</p><p>decadência para a representação de inconstitucionalidade prevista no art. 8º,</p><p>parágrafo único, da Constituição Federal”). Também rejeitou argumento segundo o</p><p>qual teria havido a convalidação do ato impugnado em razão da sanção do</p><p>governador, haja vista o vício formal de iniciativa. Quanto ao mérito, a Corte destacou</p><p>que a locução “regime jurídico” abrangeria, entre outras regras, aquelas relativas aos</p><p>direitos e às vantagens de ordem pecuniária dos servidores públicos. Ademais, a lei</p><p>teria criado indenização a ser paga pelo Executivo. ADI 3920/MT, rel. Min. Marco</p><p>Aurélio, 5.2.2015. (ADI-3920)</p><p>Por ofensa à iniciativa privativa do Chefe do Poder Executivo para a propositura de leis</p><p>sobre o regime jurídico dos servidores públicos (CF, art. 61, § 1º II, c), o Tribunal,</p><p>julgando procedente a ação direta ajuizada pelo Governador do Estado do Rio de</p><p>Janeiro, declarou a inconstitucionalidade da Lei 1.786/91, do mesmo Estado, de</p><p>origem parlamentar ("Art.1º - Os servidores aposentados, por exceção, em razão de</p><p>exercício de atividades consideradas penosas, insalubres ou perigosas serão</p><p>considerados, para efeito de cálculo dos triênios incorporados aos seus proventos,</p><p>como se em atividade estivessem até o necessário para integralizar o percentual</p><p>máximo atribuível aos servidores em atividade. Parágrafo único - As disposições desta</p><p>lei são estendidas aos professores excetuados na aposentadoria por norma</p><p>constitucional, bem como a outras categorias funcionais em idêntica situação,</p><p>definidas em outras leis."). O Tribunal considerou ainda que a sanção tácita da lei não</p><p>supre o vício formal por falta de iniciativa do Chefe do Poder Executivo. Precedentes</p><p>citados: Rp 890-GB (RTJ 69/625); ADInMC 1.070-MS (DJU de 15.995); ADInMC 1.963-PR</p><p>(DJU de 7.5.99). ADIn 700-RJ, rel. Min. Maurício Corrêa, 23.5.2001.(ADI-700)</p><p>PROCURADOR DO ESTADO - PGE/BA - 2014 - CESPE</p><p>De acordo com a jurisprudência do STF relativa ao processamento de ADIs federal e</p><p>estadual em face de uma mesma lei estadual e considerando que o parâmetro de</p><p>controle estadual seja de observância obrigatória, pelo princípio da simetria, analise,</p><p>de forma fundamentada, os seguintes aspectos: 1- possibilidade de processamento</p><p>simultâneo das ADIs federal e estadual em face da mesma norma estadual; [valor:</p><p>11,00 pontos] 2- possibilidade de processamento de ADI estadual superveniente,</p><p>impugnando a constitucionalidade da norma estadual, caso esta venha a ser declarada</p><p>inconstitucional pelo STF, ao julgar procedente ADI federal em decisão transitada em</p><p>julgado. [valor: 8,00 pontos]</p><p>SUGESTÃO DE RESPOSTA:</p><p>Em relação ao item 1, nos termos da jurisprudência do STF, verifica-se a</p><p>impossibilidade de processamento simultâneo das duas ADIs. Trata-se da situação</p><p>denomina simultaneus processus, na qual deverá ser suspenso o processamento da ADI</p><p>estadual até a conclusão do julgamento da ADI ajuizada perante o STF, já que a</p><p>decisão desse influenciará na persistência ou não da ADI local.</p><p>Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br</p><p>CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE</p><p>18</p><p>Em outras palavras, o ajuizamento simultâneo das ADIs é possível, mas seu</p><p>processamento simultâneo e consequente julgamento não, já que a ADI estadual</p><p>deverá ser suspensa até o julgamento final da ADI federal. Não se mostra, portanto,</p><p>possível que se continue o processamento da ADI estadual (com a colhida de</p><p>informações, pareceres, solicitações adicionais, relatório e voto), tendo em vista que</p><p>ela poderá perder seu objeto, a depender do desfecho da ADI em trâmite perante o</p><p>STF. Assim, suspende-se o trâmite/processamento da ADI estadual para se aguardar o</p><p>desfecho da federal.</p><p>Logo, é uma causa de suspensão prejudicial do processo de controle</p><p>concentrado de constitucionalidade, nos termos da jurisprudência do STF. Tal</p><p>conclusão só será atingida ao se considerar que o parâmetro de controle invocado</p><p>perante a Constituição Estadual é de reprodução obrigatória.</p><p>Em relação ao item 2, verifica-se a impossibilidade de processamento da ADI</p><p>estadual superveniente. Isso porque, uma vez tendo a norma sido declarada</p><p>inconstitucional pelo STF, em julgamento de ADI com trânsito em julgado, tal diploma</p><p>normativo restou extirpado do ordenamento jurídico. Dessa forma, não subsistirá</p><p>norma apta a ser apreciada em julgamento de ADI estadual superveniente. Nesses</p><p>casos, a ADI estadual não deverá ser proposta e, caso o seja, será considerada</p><p>prejudicada, por perda de objeto.</p><p>JURISPRUDÊNCIA RELACIONADA:</p><p>Ação direta de inconstitucionalidade. Pedido de liminar. Lei nº 9.332, de 27 de</p><p>dezembro de 1995, do Estado de São Paulo. - Rejeição das preliminares de</p><p>litispendência e de continência, porquanto, quando tramitam paralelamente duas</p><p>ações diretas de inconstitucionalidade, uma no Tribunal de Justiça local e outra no</p><p>Supremo Tribunal Federal, contra a mesma lei estadual impugnada em face de</p><p>princípios constitucionais estaduais que são reprodução de princípios da Constituição</p><p>Federal, suspende-se o curso da ação direta proposta perante o Tribunal estadual até o</p><p>julgamento final da ação direta proposta perante o Supremo Tribunal Federal,</p><p>conforme sustentou o relator da presente ação direta de inconstitucionalidade em voto</p><p>que proferiu, em pedido de vista, na Reclamação 425. - Ocorrência, no caso, de</p><p>relevância da fundamentação jurídica do autor, bem como de conveniência da</p><p>concessão da cautelar. Suspenso o curso da ação direta de inconstitucionalidade nº</p><p>31.819 proposta perante o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, defere-se o</p><p>pedido de liminar para suspender, ex nunc e até decisão final, a eficácia da Lei nº</p><p>9.332, de 27 de dezembro de 1995, do Estado de São Paulo. (ADI 1.423-MC/SP, Rel.</p><p>Min. Moreira Alves, Tribunal Pleno, DJU de 22/11/96</p><p>AJUIZAMENTO DE AÇÕES DIRETAS DE INCONSTITUCIONALIDADE TANTO PERANTE O</p><p>SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (CF, ART. 102, I, “A”) QUANTO PERANTE TRIBUNAL DE</p><p>JUSTIÇA LOCAL (CF, ART. 125, § 2º). PROCESSOS DE FISCALIZAÇÃO CONCENTRADA NOS</p><p>QUAIS SE IMPUGNA O MESMO DIPLOMA NORMATIVO EMANADO DE ESTADO-</p><p>MEMBRO, NÃO OBSTANTE CONTESTADO, PERANTE O TRIBUNAL DE JUSTIÇA, EM FACE</p><p>DE PRINCÍPIOS, QUE, INSCRITOS NA CARTA POLÍTICA LOCAL, REVELAM-SE</p><p>Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br</p><p>CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE</p><p>19</p><p>IMPREGNADOS DE PREDOMINANTE COEFICIENTE DE FEDERALIDADE (RTJ 147/404 –</p><p>RTJ 152/371-373). OCORRÊNCIA DE ‘SIMULTANEUS PROCESSUS’. HIPÓTESE DE</p><p>SUSPENSÃO PREJUDICIAL DO PROCESSO DE CONTROLE NORMATIVO ABSTRATO</p><p>INSTAURADO PERANTE O TRIBUNAL DE JUSTIÇA LOCAL. NECESSIDADE DE SE</p><p>AGUARDAR, EM TAL CASO, A CONCLUSÃO, PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, DO</p><p>JULGAMENTO DA AÇÃO DIRETA. DOUTRINA. PRECEDENTES (STF).” (ADI 4138, Rel. Min.</p><p>Celso de Mello, DJe 16.12.2009</p><p>Coexistência de jurisdições constitucionais estaduais e federal. Propositura simultânea</p><p>de ação direta de inconstitucionalidade contra lei estadual perante o STF e o Tribunal</p><p>de Justiça. Suspensão do processo no âmbito da Justiça estadual, até a deliberação</p><p>definitiva desta Corte. Precedentes. Declaração de inconstitucionalidade, por esta</p><p>Corte, de artigos da lei estadual. Arguição pertinente à mesma norma requerida</p><p>perante a Corte estadual. Perda de objeto”. (Pet 2.701-AgR, Rel. p/ o ac. Min. Gilmar</p><p>Mendes, Plenário, DJ de 19.03.2004</p><p>ADVOGADO DA UNIÃO – AGU - 2016 - CESPE</p><p>Determinado estado da Federação editou lei que torna o exercício da acupuntura uma</p><p>exclusividade dos médicos. Dada a existência de relevante controvérsia doutrinária</p><p>sobre a aplicação dessa lei, o Conselho Federal de Medicina (CFM) ajuizou no Supremo</p><p>Tribunal Federal (STF) ação declaratória de constitucionalidade (ADC) pedindo que o</p><p>tribunal declare sua constitucionalidade. Com base na jurisprudência do STF e nas</p><p>normas constitucionais, redija um texto dissertativo acerca</p><p>da viabilidade da ADC</p><p>apresentada. Em seu texto, aborde 1 - a finalidade da ADC e a presunção de</p><p>constitucionalidade das normas; [valor: 2,00 pontos] 2 - a legitimidade do CFM para</p><p>ajuizar ADC; [valor: 2,50 pontos] 3 - o objeto da ADC; [valor: 2,50 pontos] 4 - a</p><p>relevante controvérsia sobre a aplicação da norma objeto da referida ADC como</p><p>requisito para sua propositura. [valor: 2,50 pontos]</p><p>SUGESTÃO DE RESPOSTA:</p><p>A ação declaratória de constitucionalidade foi regulada pela Lei nº 9.868/99,</p><p>tendo como objetivo a declaração de conformidade de uma lei ou ato normativo</p><p>federal autônomo (não regulamentar) com a CRFB. Nesse tipo de ação, é feita a análise</p><p>em abstrato da norma impugnada, sem avaliar sua aplicação a um caso concreto. A</p><p>legitimidade ativa para propor a ação está prevista no art. 103 da CRFB, que é bem</p><p>mais amplo do que o rol previsto na Lei nº 9.868/99.</p><p>Diversamente da ação direta de inconstitucionalidade, que pode ser manejada</p><p>contra lei ou ato normativo estadual e federal, a ação declaratória de</p><p>constitucionalidade tem por alvo apenas lei ou ato normativo federal. Acerca do</p><p>procedimento, a petição inicial indicará o dispositivo da lei ou do ato normativo</p><p>questionado e os fundamentos jurídicos do pedido, o pedido, com suas especificações,</p><p>e a existência de controvérsia judicial relevante sobre a aplicação da disposição objeto</p><p>da ação declaratória, consoante o art. 14 da Lei nº 9.868/99.</p><p>Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br</p><p>CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE</p><p>20</p><p>Aduza-se que a controvérsia deve ser jurídica, com decisões judiciais</p><p>conflitantes, e não a mera cizânia doutrinária. Afinal, a inexistência de</p><p>pronunciamentos judiciais distintos faria com que a ADC se tornasse um instrumento</p><p>de consulta sobre a validade constitucional de determinada lei ou ato normativo</p><p>federal, o que desconfiguraria a natureza jurisdicional que qualifica a atividade</p><p>desenvolvida pelo STF.</p><p>No que se refere ao julgamento, proclamar-se-á a constitucionalidade ou a</p><p>inconstitucionalidade da disposição ou da norma impugnada se em um ou em outro</p><p>sentido se tiverem manifestado pelo menos seis Ministros. Ademais, proclamada a</p><p>constitucionalidade, julgar-se-á improcedente eventual ação direta de</p><p>inconstitucionalidade ajuizada. Isso ocorre porque a ADC é uma ADI de sinal trocado.</p><p>Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, e tendo em vista</p><p>razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social, poderá o STF, por</p><p>maioria de dois terços de seus membros, restringir os efeitos daquela declaração ou</p><p>decidir que ela só tenha eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou de outro</p><p>momento que venha a ser fixado. Referido procedimento é chamado de modulação dos</p><p>efeitos jurídicos.</p><p>A doutrina e a jurisprudência apontam que a ADC busca transformar a</p><p>presunção relativa de constitucionalidade das normas em presunção absoluta. Apesar</p><p>de as normas possuírem uma presunção de constitucionalidade, essa presunção é</p><p>apenas relativa, o que pode levar ao constante questionamento de sua</p><p>constitucionalidade. Com isso, mostra-se viável o ajuizamento de ADC para confirmar</p><p>essa constitucionalidade relativa, transformando-a em absoluta.</p><p>Os legitimados para a ADC são os mesmos para propor a ação direta de</p><p>inconstitucionalidade: o Presidente da República, os governadores, a Mesa da Câmara</p><p>dos Deputados, a Mesa do Senado Federal, a Mesa de Assembleia/Câmara Legislativa;</p><p>o Procurador-Geral da República, o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do</p><p>Brasil, partido político com representação no Congresso Nacional e confederação</p><p>sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.</p><p>Em relação ao CFM, ele não se configura como uma entidade de classe, mas</p><p>uma entidade de fiscalização profissional. O rol do art. 103 da CRFB (legitimados para</p><p>ADI e ADC) é taxativo, de forma que a única entidade de fiscalização é o Conselho</p><p>Federal da Ordem dos Advogados do Brasil.</p><p>JURISPRUDÊNCIA RELACIONADA:</p><p>“O ajuizamento da ação declaratória de constitucionalidade, que faz instaurar</p><p>processo objetivo de controle normativo abstrato, supõe a existência de efetiva</p><p>controvérsia judicial em torno da legitimidade constitucional de determinada lei ou ato</p><p>normativo federal. Sem a observância desse pressuposto de admissibilidade, torna-se</p><p>inviável a instauração do processo de fiscalização normativa in abstracto, pois a</p><p>inexistência de pronunciamentos judiciais antagônicos culminaria por converter, a</p><p>ação declaratória de constitucionalidade, em um inadmissível instrumento de consulta</p><p>Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br</p><p>CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE</p><p>21</p><p>sobre a validade constitucional de determinada lei ou ato normativo federal,</p><p>descaracterizando, por completo, a própria natureza jurisdicional que qualifica a</p><p>atividade desenvolvida pelo Supremo Tribunal Federal. O Supremo Tribunal Federal</p><p>firmou orientação que exige a comprovação liminar, pelo autor da ação declaratória de</p><p>constitucionalidade, da ocorrência, 'em proporções relevantes', de dissídio judicial,</p><p>cuja existência -- precisamente em função do antagonismo interpretativo que dele</p><p>resulta -- faça instaurar, ante a elevada incidência de decisões que consagram teses</p><p>conflitantes, verdadeiro estado de insegurança jurídica, capaz de gerar um cenário de</p><p>perplexidade social e de provocar grave incerteza quanto à validade constitucional de</p><p>determinada lei ou ato normativo federal." (ADC 8-MC, rel. min. Celso de Mello,</p><p>julgamento em 13-10-1999, Plenário, DJ de 4-4-2003.) No mesmo sentido: ADC 1, rel.</p><p>min. Moreira Alves, julgamento em 1º-12-1993, Plenário, DJ de 16-6-1995.</p><p>“Aceita a idéia de que a ação declaratória configura uma ADI com sinal trocado, tendo</p><p>ambas caráter dúplice ou ambivalente, afigura-se difícil admitir que a decisão proferida</p><p>em sede de ação direta de inconstitucionalidade seria dotada de efeitos ou</p><p>conseqüências diversos daqueles reconhecidos para a ação declaratória de</p><p>constitucionalidade. Argumenta-se que, ao criar a ação declaratória de</p><p>constitucionalidade de lei federal, estabeleceu o constituinte que a decisão definitiva</p><p>de mérito nela proferida -- incluída aqui, pois, aquela que, julgando improcedente a</p><p>ação, proclamar a inconstitucionalidade da norma questionada -- 'produzirá eficácia</p><p>contra todos e efeito vinculante, relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário</p><p>e do Poder Executivo' (Art. 102, § 2º da Constituição Federal de 1988). Portanto,</p><p>sempre se me afigurou correta a posição de vozes autorizadas do Supremo Tribunal</p><p>Federal, como a de Sepúlveda Pertence, segundo a qual, 'quando cabível em tese a</p><p>ação declaratória de constitucionalidade, a mesma força vinculante haverá de ser</p><p>atribuída à decisão definitiva da ação direta de inconstitucionalidade." (Rcl 2.256, voto</p><p>do rel. min. Gilmar Mendes, julgamento em 11-9-2003, DJ de 30-4-2004.)</p><p>“LEGITIMIDADE - AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE - CONSELHOS -</p><p>AUTARQUIAS CORPORATIVISTAS. O rol do artigo 103 da Constituição Federal e</p><p>exaustivo quanto a legitimação para a propositura da ação direta de</p><p>inconstitucionalidade. Os denominados Conselhos, compreendidos no genero</p><p>"autarquia" e tidos como a consubstanciar a espécie corporativista não se enquadram</p><p>na previsão constitucional relativa as entidades de classe de âmbito nacional. Da Lei</p><p>Basica Federal exsurge a legitimação de Conselho único, ou seja, o Federal da Ordem</p><p>dos Advogados do Brasil. Dai a ilegitimidade "ad causam" do Conselho Federal de</p><p>Farmacia e de todos os demais que tenham idêntica personalidade jurídica - de direito</p><p>público. (ADI 641 MC, Relator(a): Min. NÉRI DA SILVEIRA, Relator(a) p/ Acórdão: Min.</p><p>MARCO AURÉLIO, Tribunal Pleno, julgado em 11/12/1991, DJ 12-03-1993 PP-03557</p><p>EMENT VOL-01695-02 PP-00223)</p><p>GABARITO DA BANCA EXAMINADORA:</p><p>O candidato deverá abordar os seguintes aspectos: 1- A finalidade da ADC e a</p><p>presunção de constitucionalidade das normas - A ADC visa transformar a</p><p>presunção</p><p>relativa de constitucionalidade das normas (juris tantum) em presunção absoluta (jure</p><p>et de jure). Apesar de as normas possuírem uma presunção de constitucionalidade,</p><p>http://www.stf.jus.br/jurisprudencia/IT/frame.asp?PROCESSO=8&classe=ADC%2DMC&cod_classe=591&origem=IT&recurso=0&tip_julgamento=M&ementa=2105</p><p>http://www.stf.jus.br/jurisprudencia/IT/frame.asp?PROCESSO=1&classe=ADC&cod_classe=9&origem=IT&recurso=0&tip_julgamento=M&ementa=1791</p><p>http://www.stf.jus.br/jurisprudencia/IT/frame.asp?PROCESSO=2256&classe=Rcl&cod_classe=403&origem=IT&recurso=0&tip_julgamento=M&ementa=2149</p><p>Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br</p><p>CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE</p><p>22</p><p>essa presunção é apenas relativa, o que pode levar ao constante questionamento de</p><p>sua constitucionalidade. Com isso, mostra-se viável o ajuizamento de ADC para</p><p>confirmar essa constitucionalidade relativa, transformando-a em absoluta. Assim, caso</p><p>a ADC seja julgada procedente, a constitucionalidade da norma não poderá mais ser</p><p>questionada, seja pelos demais órgãos do Poder Judiciário, seja pela administração</p><p>pública (art. 102, § 2.º, da CF). 2- A legitimidade do CFM para ajuizar ADC - O CFM, por</p><p>não ser entidade de classe, mas uma entidade de fiscalização profissional, não é</p><p>legitimado para propor ADC, pois, conforme previsto no art. 103 da CF, o rol dos</p><p>legitimados para propor ADC é taxativo e não inclui esse tipo de entidade de</p><p>fiscalização. A única exceção, entre os conselhos de classe, é o Conselho Federal da</p><p>Ordem dos Advogados do Brasil, em virtude de menção expressa na CF. Assim, não se</p><p>mostra viável a ADC apresentada, por ilegitimidade ativa ad causam. Nesse sentido:</p><p>ADI 641 MC, relator para Acórdão min. Marco Aurélio, DJ 12/03/1993; ADI 1997,</p><p>relator ministro Marco Aurélio, DJ 8/6/1999. 3 O objeto da ADC A ADC, nos termos do</p><p>art. 102, I, a, da CF, somente poderá ter por objeto lei ou ato normativo federal, não</p><p>sendo possível sua propositura com base em norma estadual. Por mais esse motivo,</p><p>não se mostra viável a ADC apresentada, já que norma estadual não pode ser objeto</p><p>desse tipo de ação. 4- A relevante controvérsia sobre a aplicação da norma objeto da</p><p>ADC como requisito para sua propositura É indispensável que haja controvérsia jurídica</p><p>relevante sobre a aplicação da norma para justificar a propositura da ADC, não</p><p>bastando a relevante controvérsia doutrinária. Trata-se de requisito indispensável para</p><p>o conhecimento da ação, com o fim de justificar eventual insegurança na aplicação da</p><p>norma. De acordo com o STF, “a inexistência de pronunciamentos judiciais antagônicos</p><p>culminaria por converter a ação declaratória de constitucionalidade em um</p><p>inadmissível instrumento de consulta sobre a validade constitucional de determinada</p><p>lei ou ato normativo federal, descaracterizando, por completo, a própria natureza</p><p>jurisdicional que qualifica a atividade desenvolvida pelo Supremo Tribunal Federal”</p><p>(ADC 8, relator ministro Celso de Mello, DJ 4/4/2003). Por tal razão, também não se</p><p>mostra viável a ADC apresentada.</p><p>PROCURADOR LEGISLATIVO –CAMPINA GRANDE DO SUL/PR – 2014 - FAPIFA</p><p>O Controle de Constitucionalidade no ordenamento jurídico brasileiro pode ser</p><p>exercido por meio do Controle Difuso e por meio do Controle Concentrado de</p><p>Constitucionalidade. Por sua vez, o controle de constitucionalidade concentrado pode</p><p>ser exercido por meio da Ação de Inconstitucionalidade, da Ação de</p><p>Inconstitucionalidade por Omissão, Ação Declaratória de Constitucionalidade e pela</p><p>Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental. Desta forma, quando uma lei</p><p>ou ato normativo municipal contrariar a Constituição Federal, haverá possibilidade de</p><p>controle concentrado por meio da Ação de Inconstitucionalidade junto ao Supremo</p><p>Tribunal Federal? E em se tratando de Arguição de Descumprimento de Preceito</p><p>Fundamental, há possibilidade de interpô-lo junto ao Supremo Tribunal Federal,</p><p>quando uma lei ou ato normativo municipal contrariar a Constituição Federal?</p><p>SUGESTÃO DE RESPOSTA:</p><p>Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br</p><p>CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE</p><p>23</p><p>Por falta de expressa previsão constitucional, seja no art. 102, I, a, seja no</p><p>artigo 125, §2º, inexistirá controle concentrado por Ação Direta de</p><p>Inconstitucionalidade de lei municipal frente à Constituição Federal.</p><p>O máximo que pode ser feito é o controle via sistema difuso, podendo a questão</p><p>ser levada ao Judiciário, por meio de recurso extraordinário, de forma incidental, ser</p><p>apreciada pelo STF e ter sua eficácia suspensa, pelo Senado Federal, nos exatos termos</p><p>do artigo 52, X, da CF.</p><p>Há, contudo, a possibilidade de ajuizamento da arguição de descumprimento</p><p>de preceito fundamental, previsto no artigo 102, §1º da CF, tendo por objeto lei</p><p>municipal confrontada perante a Constituição Federal, pois no artigo 1º, parágrafo</p><p>único, I, da Lei 9.882/99, lei esta que regulamenta a ADPF, cabe o ajuizamento de ADPF</p><p>quando for relevante o fundamento da controvérsia constitucional sobre lei ou ato</p><p>normativo, federal, estadual, municipal.</p><p>MAGISTRATURA FEDERAL – TRF5 – 2015 - CESPE</p><p>Disserte sobre o tema controle de constitucionalidade, abordando, necessariamente,</p><p>os aspectos a seguir. 1- No que se refere ao controle preventivo de constitucionalidade</p><p>de lei federal pelo Judiciário, considere os seguintes pontos: controle concreto ou</p><p>abstrato; legitimados ativos e passivos; a(s) hipótese(s) de cabimento; meio(s)</p><p>viável(is) para a realização de tal controle; e os efeitos da decisão. 2- Com relação ao</p><p>controle abstrato de constitucionalidade de lei municipal, considere os seguintes</p><p>pontos: possibilidade e hipóteses de controle; normas-parâmetro; corte(s)</p><p>competente(s) para a realização de tal controle em cada hipótese; legitimados à</p><p>propositura da ação abstrata em cada hipótese; efeitos da decisão em cada hipótese.</p><p>3- Ainda no que tange ao controle abstrato de constitucionalidade de lei municipal,</p><p>considere o cabimento ou não de recurso extraordinário em face de acórdão do</p><p>tribunal local que declarar a inconstitucionalidade de lei municipal. [valor: 6,00 pontos]</p><p>SUGESTÃO DE RESPOSTA:</p><p>A doutrina aponta que o controle de constitucionalidade pode ser preventivo</p><p>(atua antes da promulgação normativa) ou repressivo (atua posteriormente à</p><p>promulgação do ato normativo). O controle repressivo é muito associado ao Judiciário</p><p>pelo fato de ser uma atividade rotineiramente perpetrada por aludido Poder, havendo</p><p>muita divergência acerca da possibilidade de o Tribunal de Contas, com base na antiga</p><p>e criticada súmula 347 do STF, poder apreciar a constitucionalidade de normas.</p><p>O controle preventivo é feito, por exemplo, pela Câmara dos Deputados e pelo</p><p>Senado Federal, pelo chefe do Executivo Federal (ao vetar um artigo, por exemplo) e,</p><p>como aponta a jurisprudência do STF, em viés de extrema excepcionalidade pelo</p><p>Judiciário. Assim, de acordo com entendimento do STF, o controle jurisdicional prévio</p><p>ou preventivo de constitucionalidade sobre projeto de lei ainda em trâmite somente</p><p>pode ocorrer de modo incidental, na via de exceção ou defesa.</p><p>Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br</p><p>CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE</p><p>24</p><p>Assim, é assente a jurisprudência do STF admitindo a impetração de Mandado</p><p>de Segurança por Parlamentar, no exercício do mandato, a fim de tutelar direito líquido</p><p>e certo à observância do devido processo legislativo constitucional. O que a</p><p>jurisprudência do STF tem admitido, como exceção, é a legitimidade do parlamentar - e</p><p>somente do parlamentar - para impetrar mandado de segurança com a finalidade de</p><p>coibir atos praticados no processo de aprovação de lei ou emenda constitucional</p><p>incompatíveis com disposições constitucionais que disciplinam o processo legislativo.</p><p>Nessas excepcionais situações, em que o vício de inconstitucionalidade está</p><p>diretamente relacionado a aspectos formais e procedimentais da atuação legislativa, a</p><p>impetração de segurança é</p><p>admissível porque busca corrigir vício já efetivamente</p><p>concretizado no próprio curso do processo de formação da norma, antes mesmo e</p><p>independentemente de sua final aprovação ou não.</p><p>Em relação ao controle abstrato de constitucionalidade de lei municipal, ela</p><p>poderá ocorrer pela via de ADI estadual (ou representação de inconstitucionalidade)</p><p>perante o TJ pertinente, bem como pela ADPF, mas no STF.</p><p>Importante salientar que o controle abstrato de constitucionalidade de normas</p><p>municipais terá, como parâmetro, a Constituição Estadual do respectivo Estado e,</p><p>como dito, será analisada pelo Tribunal de Justiça. Acerca dos legitimados, é preciso</p><p>verificar quem são eles, nos termos do art. 125, §2º, da CRFB, isto é, não pode ser</p><p>apenas um órgão legitimado para tal intento. Atinente aos efeitos da decisão, eles</p><p>serão erga omnes e ex tunc, mas pode haver modulação além de, obviamente, existir o</p><p>caráter de vinculatividade do comando judicial.</p><p>A possibilidade de ajuizamento de ADPF junto ao STF guarda previsão no art.</p><p>1º, parágrafo único, I, da Lei nº 9.882/99. Os legitimados são os mesmos da ADI e da</p><p>ADC, inclusive no que tange aos efeitos (pode haver modulação e a parametrização</p><p>envolve a norma constitucional).</p><p>Por fim, é viável a interposição de recurso extraordinário da decisão proferida</p><p>pelo Tribunal de Justiça quando do exercício do controle abstrato de</p><p>constitucionalidade de leis municipais. Porém, deve haver amoldamento às hipóteses</p><p>constitucionalmente elencadas. Frise-se que, via de regra, da decisão do Tribunal de</p><p>Justiça em controle abstrato de lei estadual ou municipal tendo a Constituição Estadual</p><p>como parâmetro não cabe recurso para o STF. Afinal, ele é o intérprete máximo de lei</p><p>(federal, estadual ou distrital de natureza estadual) perante a CRFB.</p><p>Mas, em cunho excepcional, a norma estadual parâmetro pode ser uma norma</p><p>de norma de observância obrigatória ou compulsória pelos Estados-Membros (norma</p><p>de reprodução obrigatória). Assim, se a lei estadual municipal macula a Constituição</p><p>Estadual, ela pode também, como pano de fundo, macular a própria CRFB. Tendo em</p><p>vista que o Tribunal de Justiça é incompetente para analisar referida violação, há a</p><p>possiblidade de se interpor o recurso extraordinário para que o STF profira sua análise.</p><p>JURISPRUDÊNCIA RELACIONADA:</p><p>Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br</p><p>CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE</p><p>25</p><p>Reclamação com fundamento na preservação da competência do Supremo Tribunal</p><p>Federal. Ação direta de inconstitucionalidade proposta perante Tribunal de Justiça na</p><p>qual se impugna Lei municipal sob a alegação de ofensa a dispositivos constitucionais</p><p>estaduais que reproduzem dispositivos constitucionais federais de observância</p><p>obrigatória pelos Estados. Eficácia jurídica desses dispositivos constitucionais</p><p>estaduais. Jurisdição constitucional dos Estados-membros. Admissão da propositura da</p><p>ação direta de inconstitucionalidade perante o Tribunal de Justiça local, com</p><p>possibilidade de recurso extraordinário se a interpretação da norma constitucional</p><p>estadual, que reproduz a norma constitucional federal de observância obrigatória</p><p>pelos Estados, contrariar o sentido e o alcance desta” (Rcl 383, Rel. Min. Moreira Alves,</p><p>j. 11.06.1992, DJ de 21.05.1993).</p><p>PROCURADOR AUTÁRQUICO - UNICAMP - 2018 – VUNESP</p><p>Considere a seguinte situação hipotética: A Assembleia Legislativa do Estado X, visando</p><p>aumentar a arrecadação do ente federativo, instituiu por lei ordinária um novo</p><p>imposto a ser pago por todos os contribuintes de forma mensal. Mélvio, residente no</p><p>Estado X, efetuou o pagamento do imposto por 3 (três) meses, mas, por duvidar da</p><p>constitucionalidade da lei em questão, ajuizou uma ação declaratória de inexistência</p><p>de débito, cumulada com repetição de valores pagos, aduzindo, dentre outros</p><p>argumentos e de forma incidental, que a nova lei estadual é inconstitucional.</p><p>Distribuída a ação, o juiz da 1a Vara da Fazenda Pública da Comarca da Capital do</p><p>Estado X julgou improcedentes os pedidos iniciais por entender que a norma está em</p><p>plena consonância com a Constituição Federal. Irresignado com a sentença, Mélvio</p><p>interpôs recurso de apelação que foi distribuído à 4a Câmara de Direito Público do</p><p>respectivo Tribunal de Justiça do Estado. Ao julgar o recurso, a 4a Câmara do Tribunal</p><p>de Justiça acolheu os argumentos da apelação e, embora não tenha declarado</p><p>expressamente a inconstitucionalidade da lei, afastou a sua incidência. Considere</p><p>ainda que no momento do julgamento a matéria não havia sido analisada pelo órgão</p><p>especial ou pleno do Tribunal de Justiça, tampouco pelo Supremo Tribunal Federal. A</p><p>partir do caso e das informações apresentadas, responda ao seguinte: a) Discorra</p><p>sobre a Cláusula de Reserva de Plenário. b) No caso hipotético indicado, a 4a Câmara</p><p>de Direito Público do Tribunal de Justiça violou a Cláusula da Reserva de Plenário?</p><p>Justifique.</p><p>SUGESTÃO DE RESPOSTA:</p><p>A cláusula de reserva de plenário é um mecanismo constitucional relativo ao</p><p>controle difuso de constitucionalidade brasileiro, insculpida no art. 97 da CRFB, a qual</p><p>determina que o julgamento da inconstitucionalidade de uma lei ou ato normativo do</p><p>Poder Público, quando realizada por um Tribunal, só será possível pelo voto da maioria</p><p>absoluta dos seus membros ou dos membros de seu órgão especial.</p><p>A 4ª Câmara do Tribunal de Justiça do Estado X violou a Cláusula da Reserva de</p><p>Plenário, pois, no exercício do controle difuso de constitucionalidade, nos termos</p><p>apregoados pelo art. 97 da CRFB, o julgamento da inconstitucionalidade de uma lei ou</p><p>Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br</p><p>CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE</p><p>26</p><p>ato normativo do Poder Público, quando realizada por um Tribunal, só será possível</p><p>pelo voto da maioria absoluta dos seus membros ou dos membros de seu órgão</p><p>especial. No caso hipotético apresentado, muito embora não tenha declarado</p><p>expressamente a inconstitucionalidade da norma, o órgão fracionário (4ª Câmara)</p><p>afastou a incidência da norma, e, conforme Súmula Vinculante nº 10, viola a cláusula</p><p>de reserva de plenário a decisão de órgão fracionário de tribunal que, embora não</p><p>declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do poder</p><p>público, afasta sua incidência, no todo ou em parte.</p><p>Por derradeiro, não há, no caso, as hipóteses de mitigação da cláusula de</p><p>reserva de plenário previstas pela jurisprudência do STF e reafirmada pelo artigo 949,</p><p>parágrafo único, do CPC/2015, quais sejam: 1) existência de pronunciamento do</p><p>plenário ou órgão especial do próprio Tribunal; ou 2) pronunciamento do plenário do</p><p>STF sobre a questão; e, o enunciado afirma expressamente que a matéria não foi</p><p>objeto de análise pelo plenário do TJ Estadual, tampouco pelo STF.</p><p>JURISPRUDÊNCIA RELACIONADA:</p><p>INCONSTITUCIONALIDADE - INCIDENTE - DESLOCAMENTO DO PROCESSO PARA O</p><p>ÓRGÃO ESPECIAL OU PARA O PLENO - DESNECESSIDADE. Versando a controvérsia</p><p>sobre ato normativo já declarado inconstitucional pelo guardião maior da Carta</p><p>Política da Republica - o Supremo Tribunal Federal - descabe o deslocamento previsto</p><p>no artigo 97 do referido Diploma maior. O julgamento de plano pelo órgão fracionado</p><p>homenageia não só a racionalidade, como também implica interpretação teleológica</p><p>do artigo 97 em comento, evitando a burocratização dos atos judiciais no que nefasta</p><p>ao princípio da economia e da celeridade. A razão de ser do preceito está na</p><p>necessidade de evitar-se que órgãos fracionados apreciem, pela vez primeira, a pecha</p><p>de inconstitucionalidade arguida em relação a um certo ato normativo. (AI 168149</p><p>AgR, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Segunda Turma, julgado em 26/06/1995, DJ</p><p>04-08-1995 PP-22520 EMENT VOL-01794-19 PP-03994)</p><p>PROCURADOR DO ESTADO - PGE/RO - 2011 - FCC</p><p>Uma câmara do Tribunal de Justiça considerou inconstitucional dispositivo de lei,</p><p>afastando a incidência da lei no caso, sem, entretanto, declarar expressamente a sua</p><p>inconstitucionalidade.</p>

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