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Livro Eletrônico Aula 00 Direito Financeiro p/ Carreira Jurídica (Curso Regular) - Prof. Alessandro Sanchez Professor: Alessandro Sanchez 00000000000 - DEMO 1 73 SUMÁRIO Sumário ....................................................................................................................... 1 Direito Econômico para Carreiras Jurídicas ................................................................. 3 Apresentação Pessoal ........................................................................................................ 3 Breves Comentários Aos Modelos De Editais Da Disciplina ........................................ 8 Cronograma de Aulas .................................................................................................. 9 Legislação Destacada – Aula por Aula ....................................................................... 10 Indicação Bibliográfica .............................................................................................. 10 Roteiro de Estudos .................................................................................................... 11 1-Considerações Iniciais ............................................................................................ 14 1.1 - A Atividade Financeira do Estado............................................................................. 14 1.2 - Principais características da atividade financeira do estado .................................... 15 2-Direito Constitucional Financeiro .......................................................................... 17 2.1. Competência legislativa ............................................................................................ 19 2.2. Federalismo fiscal ..................................................................................................... 20 2.2.1. Guerra fiscal ............................................................................................................................................ 23 2.2.2. Unidades Federativas e a concessão de incentivos fiscais ..................................................................... 25 2.2.3. Instituição de incentivos financeiro-fiscais mediante convênio ............................................................. 26 3- Fontes De Direito Financeiro ................................................................................. 30 4-Princípios De Direito Financeiro ............................................................................. 32 4.1. Princípio da Legalidade ............................................................................................. 33 4.2. Princípio da Anualidade ............................................................................................ 35 4.3. Princípio da Unidade ................................................................................................. 36 4.4. Princípio da Universalidade....................................................................................... 36 4.5. Princípio da proibição do estorno.............................................................................. 37 4.6. Princípios do Equilíbrio Fiscal .................................................................................... 38 4.6.1. Contingenciamento de despesas ............................................................................................................ 38 4.6.2. Renúncia de Receitas .............................................................................................................................. 40 4.7. Princípio da Prudência Fiscal ..................................................................................... 41 4.8. Princípio da Transparência Fiscal .............................................................................. 42 Alessandro Sanchez Aula 00 Direito Financeiro p/ Carreira Jurídica (Curso Regular) - Prof. Alessandro Sanchez www.estrategiaconcursos.com.br 0 00000000000 - DEMO 2 73 5- Questões ............................................................................................................... 44 5.1- Lista de Questões sem comentários .......................................................................... 44 5.2 – Gabarito ................................................................................................................. 51 5.3 – Lista de Questões com Comentários ........................................................................ 51 6 – Destaques da Legislação e da Jurisprudência ...................................................... 65 7 – Resumo ................................................................................................................ 70 Atividade Financeira do Estado........................................................................................ 71 Direito Constitucional Financeiro ..................................................................................... 71 Fontes De Direito Financeiro ............................................................................................ 72 Princípios De Direito Financeiro ....................................................................................... 72 8 – Considerações Finais ........................................................................................... 72 Alessandro Sanchez Aula 00 Direito Financeiro p/ Carreira Jurídica (Curso Regular) - Prof. Alessandro Sanchez www.estrategiaconcursos.com.br 0 00000000000 - DEMO 3 73 APRESENTAÇÃO DO CURSO E PROFESSOR DIREITO ECONÔMICO PARA CARREIRAS JURÍDICAS Olá, amigos alunos Estratégia Concursos, tudo bem? É com enorme alegria que damos início hoje ao nosso “Curso de Direito Financeiro para o canal Estratégia Carreira Jurídica”. Antes de qualquer coisa, pedimos licença para uma breve apresentação: O meu nome é Alessandro Sanchez, sou Professor de Direito Econômico e Financeiro do Curso Estratégia Carreira Jurídica e Direito Empresarial do Estratégia Concursos, onde enfatizo as carreiras fiscais. Contarei um pouco de minha trajetória em sala de aula. APRESENTAÇÃO PESSOAL Ingressei na Universidade São Francisco aos 17 anos de idade com maturidade bastante limitada. Após 1 ano de sala de aula e a construção de grande admiração por meus Professores, comecei a notar que aqueles que lecionavam em grandes Cursos Preparatórios para as Carreiras Jurídicas da Magistratura e Ministério Público dominavam a sala de aula com autoridade legítima e didática impecável, trazendo brilho nos olhos para os seus ouvintes. Tudo isso pode ter sido mera coincidência, uma inspiradora coincidência. A partir de então, pouco experiente e com brilho nos olhos, aos 18 anos de idade decidi que ingressaria em uma carreira pública. Iniciei a aquisição de livros e até uma pasta com os editais de concursos. No final do ano de 1997 me envolvi em Processo Seletivo para Conciliador do Juizado Especial Cível Central e prestei concursos para Estágio na Escola Paulista de Magistratura e Ministério Público Federal, além da Escola Experimental da Ordem dos Advogados Paulista. A aprovação chegou em todos os casos, sempre com nota máxima. Tratavam-se de processos e concursos pequenos, mas estava bastante empolgado. Alessandro Sanchez Aula 00 Direito Financeiro p/ Carreira Jurídica (Curso Regular) - Prof. Alessandro Sanchez www.estrategiaconcursos.com.br 0 00000000000 - DEMO 4 73 Meu amigo, sei que muito do que estou falando reflete nas lutas que você teve e como passaremos bastante tempo juntos com os livros digitais e vídeo aulas, tomei a liberdade de me aproximar e fazer com que você também lembre de sua luta. Tudo isso fará muito sentido pra você. Lembro bem que trabalhava às madrugadas no Banco Bradesco e dormia 4 (quatro) horas no período da manhã para realizaros meus estágios. Ao completar 20 anos de idade e no quarto ano de direito, o Professor Ricardo Cunha Chimenti das cadeiras de Direito Financeiro e Tributário de grandes cursos preparatórios, Juiz de Direito e Corregedor do Juizado Especial Cível, em vista de toda a minha dedicação e conhecimento teórico e prático daquele órgão, passou-me para a área de treinamento dos conciliadores que lá iniciavam. Um desafio e tanto. Naquele momento tudo começava a se definir. O treinamento se transformou em um curso a respeito da lei 9.099/95 e ainda antes de concluir a minha graduação, as salas de aula tornaram-se parte do que eu sou. No ano 2000 conclui a graduação na Universidade São Francisco e também pude me graduar na Escola de Bacharéis da Ordem dos Advogados do Brasil no biênio de 1999-2000. No ano de 2002, a conclusão da Pós-graduação e em seguida o ingresso no Mestrado e a aprovação no concurso para o cargo de Professor-Assistente na Universidade onde estudei e passei grande parte de minha vida profissional. Estava de volta aos bancos acadêmicos da Universidade São Francisco. No início de minha carreira como Professor de Direito, mantive firme os meus estudos para a Magistratura Federal e todas as matérias que frequentavam o certame, pois desejava me preparar enquanto ainda não tinha experiência profissional suficiente para a inscrição. Em minha mente, lecionar com qualidade teria como pré-requisito a experiência em uma grande carreira pública e estava disposto a tanto. Em meu primeiro concurso estive muito próximo da nota de corte e tudo aquilo me empolgou muito. Veio a amizade com o também Professor e Desembargador Raimundo Cerqueira Ally que, pela primeira vez, jogou um balde de água fria em meu projeto. De fato, a magistratura não integrava a minha veia. Eis o momento marcante. Como se fosse hoje, lembro aquelas palavras: “Meu amigo, a minha carreira é a da Magistratura e aos 80 (oitenta) anos de idade ainda sinto o fervor no coração ao chegar ao tribunal, não é o seu caso. Explicou mais meu amigo. Ao continuar aquele bate-papo, explicou: “Levo as minhas aulas aos alunos da graduação em sua companhia e devo lhe dizer que ao ver a sua preparação para a sala de aula, noto que conhece todas as bancas examinadoras e não apenas do certame que busca enfrentar. Noto também que em sua preparação para subir até a sala de aula, existe um brilho em seus olhos que não se repete quando antecede os concursos para a Magistratura ou mesmo quando me visita no Tribunal.” Sigo agora em uma conversa franca contigo meu “Amigo” e quero dividir o que considero a melhor reflexão de minha carreira profissional. “Se fechar os olhos por um instante e Alessandro Sanchez Aula 00 Direito Financeiro p/ Carreira Jurídica (Curso Regular) - Prof. Alessandro Sanchez www.estrategiaconcursos.com.br 0 00000000000 - DEMO 5 73 imaginar cumprindo os detalhes da carreira que projetou e o sorriso não abrir naturalmente, deixe esse projeto de lado.” Pode parecer pesado meu amigo. Explico melhor. No ano de 2007, conclui uma extensão em Direito à Educação na Universidade de São Paulo – USP e iniciei a minha carreira como Professor de Carreiras Jurídicas e Concursos Públicos, mais especificamente para a Magistratura do Trabalho em um curso especializado em Carreiras Jurídicas trabalhistas. Fui convidado por um amigo, também Juiz do Trabalho e deixei bem claro: “Não vejo como esse projeto prosseguir, afinal, eu não sou uma referência para esses alunos”. Em seguida, me respondeu: “Na verdade, somos juízes, você Professor e com larga experiência na militância Empresarial, então digo que vai dar certo”. Sinceramente, foi uma experiência e tanto. Ainda hoje encontro alunos daquela turma de mais de uma década, hoje juízes do trabalho. Uma imensa alegria. Naquele momento de minha carreira tudo fazia sentido. Eu havia preparado a minha graduação para lecionar em cursos preparatórios. Havia estudado técnicas didático- pedagógicas e aquilo era simplesmente parte do que eu realmente sou. Fiz a minha estreia lecionando “Debêntures e outros valores mobiliários”, imagine você! No dia seguinte, o Coordenador daquele Curso olhei em meus olhos e disse: “Vou oferecer aulas em volume tal que você não vai ter tempo para perder com uma carreira que não é a sua. Desse dia em diante você será especialista em fazer claro para os meus alunos se de fato eles são ou não vocacionados para a carreira escolhida”. Havia um motivo para a missão que me foi incumbida. Em vista de tudo que ouvi e refleti, criei um fragmento dessa reflexão e gosto de entrar em sala de aula e repetir as palavras a seguir. Sinto-me legítimo para lhe afirmar: “Meu amigo, se nesse meio tempo você fecha os olhos e se vê exercendo proativamente a carreira que escolheu, não perca tempo fazendo coisas que não tem nada a ver com o seu projeto.” Ao longo dessas quase duas décadas de sala de aula, quantas não foram as vezes que escutei alunos com a desculpa esfarrapada de que precisa lecionam para aprender mais e advogam por horas e horas para cumprir experiência temporal para o certame. As contas chegam e a única forma de não se tornar escravo dos boletos, é fazer o que se gosta. Ao longo de minha carreira, vejo muita gente gastando dinheiro para preencher o vazio decorrente de utilizar talvez o maior volume de seu tempo em uma repartição pública como se estivessem enjaulados ou fossem forçados àquilo. Pude perceber isso também em meus pares não vocacionados para a docência reclamando e reclamando dos alunos na sala dos professores. Lamentável. Hoje digo de peito cheio que sou muito feliz na carreira que integra parte do que eu sou. No momento em que escrevo esse material estou em meu quarto período de meu expediente diário às 4h da matina. Passo bem, muito obrigado (rs). Agradeço a Deus todos os dias por me ajudar a todo instante a tornar-me o que realmente sou. Alessandro Sanchez Aula 00 Direito Financeiro p/ Carreira Jurídica (Curso Regular) - Prof. Alessandro Sanchez www.estrategiaconcursos.com.br 0 00000000000 - DEMO 6 73 Se você chegou nessa parte, a minha felicidade é dupla. Além de fazer o que mais gosto e digo legitimamente: “Sou um Professor vocacionado”, poderei ajudá-lo fazendo o que já não se refere a um trabalho ou a uma carreira e ganha agora um cenário de missão de vida. Peço humildemente autorização para me tornar um facilitador nas disciplinas de Direito Econômico e Financeiro para a carreira por você escolhida, a sua carreira, aquilo que se mistura consigo mesmo e pulsa em suas veias. Vejo você seguindo para a prova com o coração fervendo e a cabeça fria. Nesse instante, e após fortes e firmes palavras, é natural que você queira conhecer um pouco de minha carreira como Professor de Carreiras Jurídicas e Concursos Públicos. A minha entrada no mundo jurídico se deu no ano de 2002 com a conclusão de minha pós- graduação pela PUC-SP e o ingresso no Mestrado da UNIMES-SP com a intenção de estudar o Direito Econômico e Empresarial sob a ótica dos Direitos Fundamentais. O meu primeiro concurso docente se deu no mesmo ano e fui aprovado em vaga única para lecionar Direito Empresarial e Teoria Geral do Direito na Universidade São Francisco para a vaga de Professor-Assistente em banca presidida pelo Professor Rodrigo Rosas Fernandes. A minha paixão, como você já sabe, sempre foi pelas salas de aula. Em cursos de graduação, lecionei também no Centro Universitário Salesiano enfatizando o conteúdo de Falências e Recuperações de Empresas e na Universidade São Judas Tadeu em São Paulo, enfatizando o Direito Econômico e Societário. Iniciei em um grande curso preparatório no final da primeira década deste século no Curso FMB – Flávio Monteiro de Barros. Não poderia ser melhor. Tratava-se do primeiro curso preparatório que se concentrava na preparação de materiais para Concursos Públicos. Além disso, os professores eram treinados para que alémde utilização de método auditivo de explicação, oferecesse aulas que possibilitasse ao aluno criar um relatório dirigido. Explico mais. Essa metodologia é utilizada por mim até os dias atuais. Você perceberá em nossas vídeo aulas que logo após uma breve apresentação do curso fazemos o início do tema esclarecendo os dispositivos de lei que serão utilizados e sigo para a primeira temática como no parágrafo seguinte. A título de exemplo trago o temo dos “Princípios da Ordem Econômica”. Faço uma explicação do que o tema representa e se logo percebo que existe um trecho recorrente em prova, peço que de modo objetivo faça determinada anotação em seu relatório de aula com o correspondente dispositivo. Você pode fazê-lo em um caderno, bloco de notas ou em seu computador. Após cuidar da memorização e anotação, sigo para explicações para prosseguir na compreensão da matéria. Você não precisa escolher entre a memorização e a compreensão. Pode conseguir ambos. Nesse instante, você pode estar se perguntando: “Haverá alguma metodologia visual?” Sim, em todas as aulas acompanha em meus “slides” os principais dispositivos, questões, infográficos, tabelas e fluxogramas para que haja o melhor rendimento possível quando Alessandro Sanchez Aula 00 Direito Financeiro p/ Carreira Jurídica (Curso Regular) - Prof. Alessandro Sanchez www.estrategiaconcursos.com.br 0 00000000000 - DEMO 7 73 estiver de frente com o seu livro digital e relatório de aula para a revisão, e principalmente, quando estiver treinando questões. No ano de 2011, fui contratado como Professor exclusivo da Rede LFG de ensino – Luiz Flávio Gomes. Naquele momento, o verdadeiro atestado para receber convites para palestras em Universidades de todo o país e legitimar-se perante o mundo concurseiro. Em meu primeiro ano, poucas oportunidades na área de Concursos, afinal tratava-se de um gigante do mercado e era preciso encontrar os meus espaços. No ano de 2013 comecei a galgar espaço nos Concursos Públicos no Curso preparatório para a Advocacia-Geral da União e assumi a Coordenação da Pós-Graduação. Um ótimo começo. Em seguida, um ano após, o meu currículo conheceu a Coordenação da área de Concursos Públicos e encerrava a minha atuação em Universidades para focar nas diversas carreiras, como Defensorias, Magistraturas, Ministério Público, Procuradorias, Carreiras Fiscais e Policiais. Um sonho receber a avaliação positiva de alunos de diversificadas carreiras. A dedicação sempre foi ao limite de minhas forças e sempre com sorriso no rosto. No ano de 2019, um dos maiores marcos de minha carreira: A contratação como Professor exclusivo do Curso Estratégia nos canais de Concursos e Carreiras Públicas. Hoje o Curso Estratégia representa o maior movimento de democratização do ensino jurídico do país e você pode imaginar o tamanho de minha empolgação. Nesse início, assumi os cursos com a disciplina de Direito Empresarial e após um ótimo começo e adaptação, agora o desafio nas disciplinas de Direito Econômico e Financeiro, disciplinas que além de experiência em Concursos para as Carreiras Jurídicas, levam o selo de minha dissertação de Mestrado, como segue: “A Interpretação Constitucional da Empresa e os princípios de Direito Econômico e Financeiro.” Agora, vamos aos estudos de nossa primeira aula. Um grande abraço virtual que pode ser substituído por um abraço real. Quando estiver por São Paulo nos faça uma visita na sede do Estratégia Concursos. Será um imenso prazer conhecer um pouco de suas lutas e batalhas. Alessandro Sanchez. Para tirar dúvidas e ter acesso a dicas e conteúdos gratuitos, acesse nossas redes sociais: Instagram - Professor Alessandro Sanchez: https://www.instagram.com/Prof_SANCHEZ/ Canal do YouTube do Professor Alessandro Sanchez: https://www.youtube.com/channel/alessandrosanchez Alessandro Sanchez Aula 00 Direito Financeiro p/ Carreira Jurídica (Curso Regular) - Prof. Alessandro Sanchez www.estrategiaconcursos.com.br 0 00000000000 - DEMO 8 73 BREVES COMENTÁRIOS AOS MODELOS DE EDITAIS DA DISCIPLINA Antes de iniciarmos nosso estudo vou te mostrar como os editais costumam cobrar Direito Financeiro. É importante perceber que os diversos editais apresentam os temas de modo mais genérico ou detalhado, mas as mudanças em nossa disciplina são muito pequenas. TCE-MG – 2018 - DIREITO FINANCEIRO: 1 Direito financeiro. 1.1 Conceito e objeto. 1.2 O Direito financeiro na Constituicã̧o Federal de 1988. 1.2.1 Normas gerais e orca̧mento. 2 Despesa pública. 2.1 Conceito e classificacã̧o de despesa pública. 2.2 Disciplina constitucional dos precatórios. 3 Receita pública. 3.1 Conceito. 3.1.1 Ingresso e receitas. 3.2 Classificacã̧o das receitas públicas. 4 Div́ida pública: conceito; evolucã̧o; classificacã̧o; disciplina jurid́ica e processamento. 5 Orca̧mento público. 5.1 Conceito, espécies e natureza jurid́ica. 5.2 Princiṕios orca̧mentaŕios. 6 Fiscalizacã̧o e controle orca̧mentário. 7 Normas gerais de Direito Financeiro. 8 Lei no 4.320/1964. 9 Lei Complementar no 101/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal). PGM-SOROCABA - Direito Financeiro: 1. Direito financeiro: conceito e objeto. Atividade financeira do Estado. Fontes do Direito financeiro. Constituicã̧o Federal/88, Tit́ulo VI, Cap. II. Lei Federal no 4.320/64: A Lei do Orca̧mento. A Receita Pública – conceito e classificacã̧o. A Despesa Pública – conceito e classificacã̧o, proposta orca̧mentária, elaboracã̧o da Lei do Orca̧mento, exercićio financeiro, créditos adicionais – suplementares, especiais e extraordinários, execucã̧o do orca̧mento. Fundos Especiais, controle da execucã̧o orca̧mentária, contabilidade, autarquias e outras entidades. Lei Complementar no101/00. 2. Orca̧mento público. Conceito. Tipos. Orca̧mento-programa. Princiṕios orca̧mentários. 3. Leis orca̧mentárias. Plano Plurianual. Lei de Diretrizes Orca̧mentárias. Lei Orca̧mentária anual. Ciclo orca̧mentaŕio. Processo legislativo. 4. Vedacõ̧es constitucionais.5. Estágios da Despesa Pública. Empenho: conceito, tipos, nota de empenho. Restos a pagar. Despesas obrigatórias de caráter continuado. Despesas com pessoal. Despesas com seguridade social.6. Receita Pública: Renúncia de receita. Disponibilidade de caixa.7. Transferências voluntárias. Destinacã̧o de recursos públicos para o setor privado. Sistema financeiro nacional. 8. Regime de adiantamento. 9. Precatórios. Conceito. Histórico. Parcelamento do art. 33 do ADCT. Intervencã̧o Federal. Precatório alimentar: Súmula 655 do STF. Emenda Constitucional no 30: débitos de natureza alimentićia; atualizacã̧o monetária; requisitório de pequeno valor; Emenda constitucional no 37: vedacã̧o de fracionamento. Parcelamento do art. 78 do ADCT. Emenda Constitucional no 62. Prioridade alimentar. Abatimento de débitos tributários. Compra de imóveis públicos. Atualizacã̧o monetária. Juros de mora. Cessão de precatórios. Assuncã̧o de div́ida. Parcelamento do art. 97 do ADCT. Dois sistemas de parcelamento. Resolucã̧o 115 do CNJ. Acordos. Sequestro. Decisões do Supremo Tribunal Federal. Precatório na lei de responsabilidade fiscal. 10. Empréstimos públicos. Conceito, natureza, classificacã̧o, princiṕios, regime constitucional. Limitacõ̧es impostas pela Lei Complementar no 101/00. Operacõ̧es de crédito. Antecipacã̧o de receita.11. Controle financeiro interno. Controle Alessandro Sanchez Aula 00 Direito Financeiro p/ Carreira Jurídica (Curso Regular) - Prof. Alessandro Sanchez www.estrategiaconcursos.com.br 0 00000000000 - DEMO 9 73 financeiro externo. Controle pelo Tribunal de Contas. Controle jurisdicional do orca̧mento. Orca̧mento e reserva do possiv́el. 12. Súmulas dos Tribunais Superiores (STJ e STF). CRONOGRAMA DE AULAS Vejamos a distribuição das aulas: AULA TEMA DATA AULA 00 INTRODUÇÃO AO DIREITO FINANCEIRO. 10.07.2019 AULA 01 INTRODUÇÃOAO ORÇAMENTO PÚBLICO 20.07.2019 AULA 02 LEGISLAÇÃO ORÇAMENTÁRIA ESPECÍFICA. LDO. LOA. PPA. 25.07.2019 AULA 03 RECEITA PÚBLICA. 05.08.2019 AULA 04 DESPESA PÚBLICA. 15.08.2019 AULA 05 CRÉDITO PÚBLICO. 30.08.2019 AULA 06 CONTROLE DA ATIVIDADE FINANCEIRA DO ESTADO. 10.09.2019 AULA 07 TRIBUNAL DE CONTAS E PRECATÓRIOS. 20.09.2019 AULA 08 RESPONSABILIDADE FISCAL. 30.09.2019 Essa é a distribuição dos assuntos ao longo do curso. Eventuais ajustes poderão ocorrer, especialmente por questões didáticas. De todo modo, sempre que houver alterações no cronograma acima, você será previamente informado com as correspondentes justificativas. Inicialmente, recomendo o estudo nas duas primeiras aulas digitais e construção de relatório conforme dissertei em minha apresentação e ressalto nas vídeo aulas, para que, após isso, siga firme o seu estudo por questões na banca correspondente ao seu certame. O Estratégia Carreira Jurídica lhe proporciona um estudo completo já que os livros digitais trazem todo tipo de técnica didático-pedagógica, seguindo para aspectos cinestésicos, imagéticos com “slides” preparados para que a sua memorização ganhe longevidade, além de explicações pontuais com o intuito de alcançar fortemente os alunos com aprendizado auditivo aguçado para a boa compreensão da matéria. O conhecimento vem como resultado de memorização e compreensão. Uma vez mais digo sobre a desnecessidade de escolha de apenas um dos fatores. Alessandro Sanchez Aula 00 Direito Financeiro p/ Carreira Jurídica (Curso Regular) - Prof. Alessandro Sanchez www.estrategiaconcursos.com.br 0 00000000000 - DEMO 10 73 É importante ressaltar que você esteja a vontade para trazer o seu “feedback” em relação aos materiais e vídeo aulas, com críticas e sugestões, pois é desse modo que temos a condição de desenvolver os materiais. Aqui no Estratégia os materiais começam menores, pois preferimos bancas mais recentes, mas como atualizamos constantemente e os alunos não nos deixam remover as questões anteriores, o material tende a crescer. Desse modo, a cada trimestre é possível que você já não reconheça o material. O fórum de dúvidas é constantemente respondido, utilize bastante esse canal de comunicação e não deixe nenhuma dúvida passar. LEGISLAÇÃO DESTACADA – AULA POR AULA AULA TEMA DATA AULA 00 INTRODUÇÃO AO DIREITO FINANCEIRO. AULA 01 INTRODUÇÃO AO ORÇAMENTO PÚBLICO AULA 02 LEGISLAÇÃO ORÇAMENTÁRIA ESPECÍFICA. LDO. LOA. PPA. AULA 03 RECEITA PÚBLICA. AULA 04 DESPESA PÚBLICA. AULA 05 CRÉDITO PÚBLICO. AULA 06 CONTROLE DA ATIVIDADE FINANCEIRA DO ESTADO. AULA 07 TRIBUNAL DE CONTAS E PRECATÓRIOS. AULA 08 RESPONSABILIDADE FISCAL. INDICAÇÃO BIBLIOGRÁFICA Sei que você deve estar ansioso pra começar a sua aula, mas antes disso vamos conversar um pouco sobre as doutrinas que podem lhe ajudar em sua performance. Assim, embora você já tenha uma ótima base com o material em PDF + as vídeo aulas que disponibilizamos, em vezes pode surgir aquela duvida sobre os estudos que realizamos para a confecção dos materiais, já que sabemos que as bancas examinadoras costumam girar em torno de duas ou três doutrinas e dá preferência para as temáticas que não ofereçam polêmica de correção. Ao menos em Direito Econômico, não há muito o que reclamar acerca desse cenário. Alessandro Sanchez Aula 00 Direito Financeiro p/ Carreira Jurídica (Curso Regular) - Prof. Alessandro Sanchez www.estrategiaconcursos.com.br 0 00000000000 - DEMO 11 73 Indicarei autores que tem relação com o que vamos estudar ao longo do curso, assim você vai perceber que os raciocínios estão amarrados e que as doutrinas trarão mais aprofundamento ao nosso curso. ROTEIRO DE ESTUDOS Acredito que esse seja o seu maior questionamento, pois é comum que quando se tem um número maior de material para estudo você se sinta perdido, sem saber como utilizar todos da melhor forma possível e ainda, com o tempo que você tem disponível, por isso meu amigo, vamos te orientar e juntos seguiremos rumo a sua aprovação. Para que você tome a decisão de que caminho seguir, primeiramente você deve observar em qual roteiro você se encaixa. Ofereceremos 3: o roteiro inicial, intermediário e o avançado. O inicial é ideal se você deseja ter uma rápida noção dos pontos mais cobrados dentro da matéria pela sua banca, mas contudo tem tempo suficiente para estudar todo o conteúdo estipulado no edital. Geralmente esse roteiro vai ser utilizado em casos de edital aberto, onde seu tempo de estudo será muito curto. O intermediário é direcionado ao aluno que tem um pouco mais de tempo disponível ou que deseja se dedicar um pouco mais a matéria, esse roteiro seria o recomendado pra você que tem uma rotina mais cheia e que dispõe de poucas horas disponíveis no seu dia para se dedicar ao estudo. O avançado é voltado para quem tem um bom tempo disponível, tempo esse suficiente para esgotar todo conteúdo cobrado no edital e que ainda consegue utilizar todos os meios de estudo disponíveis pela plataforma do estratégia. Então vamos ao que te interessa, você terá disponível o livro digital as videoaulas para estudo, dois excelentes instrumentos para que você estude todo o conteúdo relevante para sua aprovação. Você fará uma combinação entre eles, alternado o seu modo de estudar. Chega o momento do questionamento: “Alternando?”. Isso quer dizer que o seu estudo será dirigido e que você não estudará do mesmo modo a depender do momento em que está. Vou lhe mostrar que a depender do tema e do tempo disponível, você utilizará somente o PDF, somente a vídeo aula ou ainda os dois, fazendo primeiro a leitura e depois revisando com a vídeo aula. Vamos com calma. Inicialmente, você precisa escolher qual roteiro se enquadra em sua realidade, e digo mais, não escolha o roteiro com base em metas impossíveis. Pare, respire, pense em quanto tempo você dispõe e só depois disso escolha com convicção o roteiro que você consegue seguir fielmente. A ideia é que você aprenda todo o conteúdo necessário para ser aprovado, mas se impor metas impossíveis, sempre haverá acúmulo de matérias a estudar e isso não vai funcionar, pois o segredo da aprovação é a organização e o estudo diário. Então antes de seguirmos, bora escolher o seu roteiro...Roteiro Escolhido?! Vamos adiante! Alessandro Sanchez Aula 00 Direito Financeiro p/ Carreira Jurídica (Curso Regular) - Prof. Alessandro Sanchez www.estrategiaconcursos.com.br 0 00000000000 - DEMO 12 73 Roteiro básico: Se este foi o roteiro escolhido, então imagino que seu edital esteja aberto e o tempo de dedicação da disciplina de Direito Econômico é limitado. É importante ressaltar que, alguns alunos estudarão fortemente a disciplina por já dominar outras matérias e conseguirão dar conta de um estudo mais forte, ainda que o edital esteja aberto. A escolha é sua, e caso queira, podemos trocar algumas ideias pelo fórum de dúvidas. Ainda que o edital não esteja aberto, se você tem pouco tempo livre para estudar, recomendo que você veja o histórico da banca e estude com muita dedicação os temas mais cobrados. Os menos cobrados você vai estudar se eventualmente sobrar tempo. Nesse roteiro você deverá utilizar apenas os livros digitais, deixando as vídeo aulas apenas se houver necessidade, caso contrário pelo tempo que você tem, os livros digitais serão suficientes para um bom rendimento. Roteiro Intermediário: Se você optou por esse roteiro, devo imaginar que você separou um tempo pra estudar todos os dias para o cargo dos sonhos, mas ainda assim não dispõe de um tempo muito grande, e é por isso que você estudará de forma combinada, assistindo a vídeo aula e acompanhado do seu material em PDF, ou se tiver que escolher apenas uma forma de estudo, deverá optar pelo PDF, deixando as aulas para o final, como método de revisão. Roteiro avançado: Meu amigo, se você escolheu esse roteiro estou certo que a suapreparação está um tanto quanto intensa, e por isso o seu método de estudo também será. Você deve começar o tema pela leitura completa do PDF, e após isso, assistir a vídeo aula sobre correspondente, e isso deve ser feito no mesmo dia. Mas professor, eu ainda não entendi como estudar através das aulas e dos PDF`s... Não se preocupe, vamos esclarecer isso já! Quando seu estudo for através do PDF você deverá ler o material completo e em seguida passe a grifar os pontos mais importantes, de preferência palavras chaves que lhe ajudarão a identificar o que a questão da banca está cobrando. Feito isso, crie breves resumos, pois uma das melhores formas de fixação de conteúdo é a escrita! Bom, mas e as vídeo aulas?! Ao estudar por intermédio de vídeo aulas, faça anotações em seu caderno de estudo sobre os pontos que entender mais importantes. Finalmente, existe algo que não pode faltar em sua preparação: A resolução de questões! Para que você teste seu aprendizado e ainda se adapte a forma como a banca costuma cobrar determinados temas, é necessário resolver o maior número de questões possíveis. Aliás, vou te ensinar uma dica sensacional: “O caderno de erros.” O caderno de erros é um caderno onde você anotará o fundamento de todas as questões que você errou. Isso mesmo. Ao responder as questões, você vai fazer duas coisas: a primeira é anotar qual o erro da alternativa escolhida e em segundo plano anotar o fundamento da alternativa correta. A metodologia apresentada ajudará a reduzir os erros nas próximas questões que você vier a responder sobre o mesmo tema. Vamos lembrar os principais pontos: PDF: leitura + grifos Alessandro Sanchez Aula 00 Direito Financeiro p/ Carreira Jurídica (Curso Regular) - Prof. Alessandro Sanchez www.estrategiaconcursos.com.br 0 00000000000 - DEMO 13 73 Vídeo aula: assistir + anotação Caderno de Erros: anotar a resposta certa + a resposta errada. Com isso meu aluno, acredito que juntos estaremos mais próximos de sua aprovação! Alessandro Sanchez Aula 00 Direito Financeiro p/ Carreira Jurídica (Curso Regular) - Prof. Alessandro Sanchez www.estrategiaconcursos.com.br 0 00000000000 - DEMO 14 73 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO FINANCEIRO 1-CONSIDERAÇÕES INICIAIS O primeiro passo a ser dado, é entender o que é o Direito Financeiro, que nada mais é do que a disciplina jurídica da atividade financeira do Estado. O objetivo desta matéria é disciplinar a constituição e a gestão da fazenda pública, estabelecendo regras e procedimentos para a obtenção da receita pública para a realização dos gastos necessários à consecução dos fins estatais. É importante ressaltar que o Direito Financeiro se relaciona com a ciência das finanças que é retratada na atividade que antecede a norma jurídica trazendo relações nas mais diversas áreas do conhecimento. A Ciência das Finanças estuda os aspectos teóricos da Atividade Financeira do Estado nos âmbitos econômico, social ou político, oferecendo o material de trabalho para a criação do sistema normativo que nada mais é do que o próprio Direito Financeiro regulando a AFE. 1.1 - A ATIVIDADE FINANCEIRA DO ESTADO Por visar realizar o bem comum, o Estado assume uma série de incumbências, naturalmente em decorrência de decisões políticas que, ao final das contas, se inserem na Norma Jurídica. Deste modo, o Estado precisa obter e gerir o dinheiro público para a realização de tais necessidades. É assim que surge a atividade financeira do Estado, no qual envolve o estudo das receitas públicas, as despesas públicas, o orçamento público e o crédito público. Atividade Financeira do Estado Estudo das receitas públicas Despesas públicas Orçamento público Crédito público Alessandro Sanchez Aula 00 Direito Financeiro p/ Carreira Jurídica (Curso Regular) - Prof. Alessandro Sanchez www.estrategiaconcursos.com.br 0 00000000000 - DEMO 15 73 Desse modo, é natural que a satisfação de tais necessidades públicas, como a prestação de serviços públicos, implica a existência de gastos públicos, que só poderão ser satisfeitos a partir de uma adequada obtenção de receitas. Aliás, nesse sentido a nossa Constituição Federal vigente em seu art. 3º se vincula à arrecadação de recursos destinados à concretização dos objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil e à satisfação de necessidades públicas básicas inseridas na ordem jurídico-constitucional, seja mediante prestação de serviços públicos, intervenção no domínio econômico ou exercício do poder de polícia. Na busca de melhor explicita para você as políticas públicas do Estado no sentido de suprir as necessidades humanas, a doutrina de Edvaldo Brito (2011:109), leciona: “As necessidades humanas são essas carências e desejos que o homem tem, por ser animado, porque ele também raciocina, porque ele também tem inteligência, acima do instinto. Portanto, como essas carências são variadas, impõe-se a sua classificação nas seguintes espécies: “necessidades individuais; necessidades comuns; necessidades coletivas; incluindo-se nessas últimas, a chamada necessidade pública, na qual há um componente importante, qual seja, o da avocação, feita pelo Estado, para que ele as satisfaça, não só por causa da natureza delas, como, também, pela natureza dele. A segurança pública é desse tipo, somente ele pode atuar nesse campo”.1 Então eu posso concluir que as receitas e os gastos públicos serão geridos por meio da elaboração de um orçamento público, que poderá prever empréstimos para o custeio de tais atividades ou para atingir o equilíbrio entre as receitas e despesas estatais? Isso! A doutrina de Aliomar Baleeiro é no sentido de que a Atividade Financeira do Estado: “consiste em obter, criar, gerir e despender o dinheiro indispensável às necessidades, cuja satisfação do Estado assumiu ou cometeu já outras pessoas de direito público”.2 E por fim, ressalto que a atividade financeira do Estado é considerada como um meio para a realização do próprio fim do Estado, a partir da obtenção de receitas e da previsão ordenada de despesas. 1.2 - PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA ATIVIDADE FINANCEIRA DO ESTADO A) Obrigatoriedade Decorre do poder-dever do Estado atender às necessidades públicas; B) Dinamismo O seu conceito dinâmico está atrelado ao fato de depender da vontade e decisões políticas que se modifica de acordo com a orientação político-ideológica de quem governa o Estado que 1 BRITO, Edvaldo. Tratado de Direito Tributário. Editora Saraiva, Volume I. Ives Gandra da Silva Martins, Carlos Valder do Nascimento e Rogério Gandra da Silva Martins (coordenadores). A Atividade Financeira do Estado. São Paulo: Saraiva, 2011:109 2 BALEEIRO, Aliomar. Uma introdução à ciência das finanças. Rio de Janeiro: Forense, 2004:04 Alessandro Sanchez Aula 00 Direito Financeiro p/ Carreira Jurídica (Curso Regular) - Prof. Alessandro Sanchez www.estrategiaconcursos.com.br 0 00000000000 - DEMO 16 73 pode variar, a título de exemplo, de “Liberal”, chamado também de Estado mínimo ao “Socialista” com uma participação mais ativa do Estado nas necessidades coletivas. C) Rigidez A legislação de Direito Financeiro, em sua maior parte, está na Constituição Federal e Leis Complementares, que exigem quórum qualificado para a sua modificação, sendo a rigidez uma característica desse ramo do direito. D) Transparência É característica do setor público a transparência na gestão financeira do Estado e o dever de prestar contas pelos seus agentes públicos. É importante ressaltar que a fiscalização deve contar com cada cidadão no exercício de seu direito de voto, mídia geral e especializada, além dos mecanismos estatais de controle como os Tribunais de Contas e o Ministério Público. Observação: A característica da “transparência” ou “dever de prestar contas” se tornoumuito conhecida a partir da década de 80 por intermédio da expressão “accountability”. (UFG - Procurador da Assembleia Legislativa de Goiás – 2015) A atividade financeira do Estado consiste em orçar, gerir e arrecadar recursos públicos. A respeito de cada uma dessas atividades, a) o orçamento público no direito brasileiro é veiculado através de leis orçamentárias que, ante as características da generalidade, abstração e coercitividade, são de execução obrigatória. b) a lei orçamentária não admite qualquer participação popular, dado que sua proposta é de iniciativa exclusiva do Chefe do Poder Executivo. c) a má gestão de recursos públicos pode implicar aos agentes públicos a imposição de multas e o ressarcimento do prejuízo causado ao erário, o que não alcança aos agentes privados. Alessandro Sanchez Aula 00 Direito Financeiro p/ Carreira Jurídica (Curso Regular) - Prof. Alessandro Sanchez www.estrategiaconcursos.com.br 0 00000000000 - DEMO 17 73 d) a atividade de arrecadação compete à Administração Tributária, sendo atribuição das Procuradorias dos Estados a inscrição em dívida ativa, conforme simetria federativa do que vigora na Administração Tributária Federal. Comentários A atividade financeira do Estado consiste em orçar, gerir e arrecadar recursos públicos. A respeito de cada uma dessas atividades, A alternativa “A” está incorreta, de acordo com a doutrina majoritária, que defende que o orçamento possui natureza formal, de execução não obrigatória. Assim, o orçamento é instrumento meramente político, servindo apenas a execução de políticas, através de atos administrativos discricionários. A alternativa “B” está incorreta, pois não há qualquer vedação a participação popular na elaboração da LOA. A alternativa “C” está incorreta, O texto constitucional presente em seu parágrafo único do artigo 70se expressa no sentido de que prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária. Observe que a natureza privada não isenta o indivíduo de ressarcir o erário ou ser multado pelos órgãos competentes por má gestão dos recursos. A alternativa “D” está correta, pois o órgão encarregado pela representação judicial do ente federativo, é também o responsável pela inscrição em dívida ativa. Assim, na esfera federal, a incumbência recai sobre a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional e nos Estados e Municípios, às respectivas procuradorias. 2-DIREITO CONSTITUCIONAL FINANCEIRO Agora que você já sabe o que é o direito financeiro e como ele se apresenta dentro do Estado, vamos iniciar um tópico de extrema importância, vamos a partir dela identificar as normas constitucionais próprias do Direito Financeiro. Tomaremos como ponto de partida a autonomia do Direito Financeiro, já que existe um objeto de estudo, além de um conjunto de regras e princípios que lhe são próprios. O objeto principal desse tópico consiste na obtenção de receitas e os gastos intermediados por um orçamento que se submete a controle público e social. Em decorrência disso, não podemos nos afastar da análise Constitucional, pois é preocupação patente não atentar às garantias do indivíduo frente ao poder de arrecadação. Alessandro Sanchez Aula 00 Direito Financeiro p/ Carreira Jurídica (Curso Regular) - Prof. Alessandro Sanchez www.estrategiaconcursos.com.br 0 00000000000 - DEMO 18 73 Em decorrência do estudo Constitucional do Direito Financeiro, devemos considerar o indivíduo como centro de direitos e não como ponto de incidência tributária, já que os gastos envolvem as garantias do cidadão e seus respectivos direitos, para uma análise imprescindível no campo da Justiça Social na compreensão do fenômeno financeiro. A doutrina de Régis Fernandes de Oliveira relata o Direito Constitucional Financeiro como aquele que: “cuida das receitas e despesas dos entes federativos e entidades estatais, dos meios de arrecadação, da disciplina orçamentária, da fiscalização financeira e orçamentária, do controle do gasto público, do endividamento por meio de operações de crédito e do pagamento de débitos do poder público. Sobre tudo isso recai a Responsabilidade Fiscal.”3 Veja bem meu amigo, o Estado, por meio da Constituição da República, fixa o atendimento das necessidades públicas, quais sejam: a) Prestação dos serviços públicos; b) Exercício do poder de polícia; c) Intervenção no domínio econômico; d) Manutenção da estrutura do Estado; e) Identificação e preservação da memória e da história. E em vista de tais atribuições, deve o Estado atender a tais imposições. Assim, a Constituição Federal cuida das competências das três entidades federadas, atribuindo-lhes um plexo de atribuições a desempenhar. O mesmo texto prevê a estrutura e meios para que estas entidades prestem tais atividades, eis aí o nascimento do Direito Financeiro. Vale ainda dizer que é através do Direito Financeiro, que nasce o Direito Tributário, que cuidará especificamente do Tributo. Então eu posso dizer que o Direito Tributário esta contido dentro do Direito Financeiro? Pode sim! O Direito Financeiro alcança não somente as receitas tributárias, mas as advindas de Petróleo, Energia Elétrica, prestação de serviços pelos entes estatais, assim como a exploração do patrimônio público, entre diversas outras mais. O Estado deve cuidar das atividades essenciais, que atendem a interesses primários da Administração. A Constituição é a norma identificadora dos fins estatais, como a Educação, Saúde, Segurança Pública e outros. Por outro lado, necessita de recursos para o cumprimento de seu dever. 3 FERNANDES DE OLIVEIRA, Régis. Curso de Direito Financeiro. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2015:249 Alessandro Sanchez Aula 00 Direito Financeiro p/ Carreira Jurídica (Curso Regular) - Prof. Alessandro Sanchez www.estrategiaconcursos.com.br 0 00000000000 - DEMO 19 73 Nesse momento, é importante fazer claro que a arrecadação de recursos e de destinação da receita são meramente instrumentais (interesses secundários) para que se possa alcançar as atividades essenciais. A estrutura da arrecadação é atividade-meio para que as finalidades identifiquem a atividade-fim. Aliás, a nossa Constituição Federal em seu art. 3º, traçou os objetivos fundamentais, quais sejam: I – Construir uma sociedade livre, justa e solidária; II – Garantir o desenvolvimento nacional; III – Erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; IV – Promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. O ideário Constitucional apenas será possível em vista da disponibilidade de meios aptos a gerir os interesses outrora definidos. 2.1. COMPETÊNCIA LEGISLATIVA Como já vimos também em Direito Constitucional e Administrativo, é característica do Estado Federal o processo de repartição das competências entre a União e os Estados Federados, além de autonomia dos Estados Federados e a sua participação nas decisões da União. Nesse caso, a soberania integra apenas a Pessoa Jurídica da União, portanto, indivisível. A união titulariza os interesses do Estado Federal, as competências de cada Estado-membro e, também, o interesse dos municípios. Assim, as atribuições do Estado Federal e dos Estados- membros são definidas na Constituição. As atribuições podem ser privativas ou exclusivas, de forma que não é possível o seu exercício por outras esferas, ou CONCORRENTES, também chamadas de facultativas. Prof. E em qual dessas atribuições se enquadra o direito financeiro? A competência para legislar sobre direito financeiro está inserido no rol de competênciasconcorrentes. Itiberê Rodrigues citado por Harrison Leite observa: “A respeito da regulação de determinadas matérias cabe à União editar (somente) uma Lei de diretrizes gerais ou, literalmente: “prescrições-moldura” (“Rahmenvorschriften”) para os Estados-membros. Na literatura jurídica portuguesa essa espécie de lei é referida como “lei-quadro”. Os Estados-membros deverão depois, dentro dos limites estipulados nas diretrizes gerais, editar sua própria legislação a Alessandro Sanchez Aula 00 Direito Financeiro p/ Carreira Jurídica (Curso Regular) - Prof. Alessandro Sanchez www.estrategiaconcursos.com.br 0 00000000000 - DEMO 0 20 73 respeito da matéria. A lei federal de diretrizes gerais deve ainda fixar o prazo de realização obrigatória dessa legislação estadual (art. 75, parágrafo 3, LF).4 A competência da União é restrita à edição de normas gerais, ficando aos Estados-membros e ao Distrito Federal a competência para edição de leis específicas (§1º, Art. 24). A competência dos Estados é SUPLEMENTAR (§2º, art. 24). Na ausência de norma geral, os Estados exercem competência plena (§3º, art. 24). Sobrevindo norma geral federal, a norma estadual fica SUSPENSA, “no que lhe for contrário” (§4º, art. 24). Prof. Mas e o Distrito Federal, se a lei não menciona ele, significa que ele não tem competência? Não, pelo contrário, embora o artigo 24 e §§ não mencionam o “Distrito Federal”. Todavia, é importante advertir que o §1º, art. 32, CF atribui competência legislativa também ao Distrito Federal, sendo relevante constar que o Distrito Federal possui as mesmas competências dos Estados. É também importante ressaltar que o mesmo art. 24, CF, não traz a figura do Município como detentor de competência para legislar de forma concorrente sobre Direito Financeiro, mas parte da doutrina é no sentido de que os Municípios estão amparados pelo art. 30, II, CF. (Valdecir Pascoal, Teixeira Machado Jr., e Costa Reis). 2.2. FEDERALISMO FISCAL Você precisa saber que o Sistema Tributário deve ser dividido entre os três entes federativos. Nessa linha, se a Constituição distribui as competências político-administrativas é forçoso que se atribua os recursos necessários para o cumprimento de suas finalidades. A Constituição, inclusive, estabelece os: 4 RODRIGUES, Itiberê “apud” LEITE, Harrison. Manual de Direito Financeiro. Salvador: JusPodivm, 2019:77 União Edita a Norma Estado Especifica a Norma Alessandro Sanchez Aula 00 Direito Financeiro p/ Carreira Jurídica (Curso Regular) - Prof. Alessandro Sanchez www.estrategiaconcursos.com.br 0 00000000000 - DEMO 21 73 Além disso, a Constituição ainda estabelece a forma de repartição das receitas tributárias nos artigos 157-162. E ao lado de outras determinações, veda alguns fatos econômicos, assim como impede que determinadas Pessoas Jurídicas sejam tributadas, como é o caso dos Partidos Políticos, Fundações, Entidades sindicais de trabalhadores, instituições de Educação e Assistência Social, sem fins lucrativos (letra “c”, inciso VI, art. 150). Impede ainda, a tributação sobre templos, livros, jornais, periódicos e o papel destinado à impressão (letra “d”, inciso VI, art. 150). Vale ressaltar que além das demais determinações, ainda, proíbe que haja tributação sem lei ou desigual na forma dos princípios da legalidade, anterioridade e do não confisco. Ainda para demonstrar a lógica fiscal na Constituição, a Carta Magna estabelece que Lei Complementar deve dispor sobre conflitos de competência entre os entes federativos (inciso I, art. 146). À mesma lei cabe regular as limitações constitucionais ao poder de tributar e conforme artigo 146, III, alíneas “a”, “b” e “c”, dispor sobre: a) Definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos discriminados nesta Constituição, e dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes; b) Obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários; c) Adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas Sociedades Cooperativas. Os empréstimos compulsórios somente podem ser instituídos pela União mediante Lei Complementar, e nas hipóteses dos Impostos da União Artigos 153 e 154, CF Impostos dos Estados e DF Art. 155, CF Impostos dos Municípios Art. 156, CF Alessandro Sanchez Aula 00 Direito Financeiro p/ Carreira Jurídica (Curso Regular) - Prof. Alessandro Sanchez www.estrategiaconcursos.com.br 0 00000000000 - DEMO 22 73 incisos I e II, artigo 148. As contribuições Sociais também somente podem ser criadas pela União nos exatos termos do art. 149. Prof. Essa regra é absolta? Não é absoluta, existe a exceção contida no art. 149-A da CF, a qual diz que os demais entes federados “poderão instituir contribuição, cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, de sistema de previdência e assistência social”. Ainda em termos excepcionais, a EC 39/2002 introduziu a contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública. Perceba que em razão disso a Constituição outorgou Competência tributária a cada ente federativo para que possa instituir seus próprios tributos, de acordo com a repartição efetuada e como a Constituição estabeleceu as atribuições de cada ente federal, é natural que deve dar-lhe os recursos para que se possa atendê-las. Fixadas as atribuições de cada ente federativo, cabe a distribuição dos recursos. São os artigos 157 a 162 da CF que estabelecem a forma de distribuição dos recursos dos entes federativos maiores, sendo importante ressaltar a coexistência das autonomias federal e estaduais em relação as três espécies tributárias antes mencionadas. Prof. E o que é o tal do federalismo fiscal? O federalismo fiscal significa a partilha dos tributos pelos diversos entes federativos, de forma a assegurar-lhes meios para atendimentos de seus fins. Nesse momento quero que fique claro pra você a razão de termos tratado das três espécies tributárias nos parágrafos anteriores, e logicamente, não fizemos para adentrar a seara do Direito Tributário, mas para chegarmos à partilha dos tributos para os objetivos do Estado, o que finalmente, representa o objeto do Direito Financeiro. Deste modo, podemos aproveitar a deixa para separar com maior clareza o objeto de estudo do Direito Tributário, seja o estudo das receitas públicas derivadas (Tributos) e a matéria de Direito Financeiro, sejam as receitas públicas originárias (exploração do patrimônio) ao lado da despesa, orçamento e do crédito público para que o Estado possa atingir o seu desiderato. Parece-nos importante fazer o fechamento do texto para demonstrar na seara da Constituição Federal a eficiência do Direito Financeiro para a garantia dos Direitos Fundamentais na doutrina de Ricardo Lôbo Torres, a seguir: “em face de sua extraordinária aptidão para destruir a Liberdade, o poder tributário já nasce rigidamente limitado pela Constituição, sendo a partilha de receita um dos instrumentos mais eficientes para a garantia dos direitos fundamentais.”5 5 LOBO TORRES, Ricardo. Curso de Direito Financeiro e Tributário. Rio de Janeiro: Renovar, 2004:358 Alessandro Sanchez Aula 00 Direito Financeiro p/ Carreira Jurídica (Curso Regular) - Prof. Alessandro Sanchez www.estrategiaconcursos.com.br 0 00000000000 - DEMO 23 73 2.2.1. Guerra fiscal É natural do modelo de Estado Federal que as unidades federativas queiram progredir e receber investimentos, trazendo incentivos para que haja o desenvolvimento regional. Nesse sentir, não é menos natural que o interesse de determinada unidade venha a colidir com outra, originando ao que se denomina guerra fiscal. Cada unidade federativa tem seus próprios aspectos típicos, culturais, étnicos, históricos e sociais, dando ênfase ao multiculturalismo e diversidade,muito próprios em nosso país, o que nos faz afirmar que dado a tais diferenças, regras genéricas não são bem-vindas. Diante dessa luta para captação de recursos privados por meio de concessão de incentivos e a prática de renúncia fiscal, o Estado Federativo deve impor limites para que o destino dos recursos seja distribuído entre as unidades, afastando a frequência para apenas algumas poucas Unidades. Prof. Mas o que o Estado faz para evitar que essa guerra fiscal permaneça? É através do chamado “PACTO FEDERATIVO”, que tem o dever de orientar ou reorientar incentivos, fixando restrições, amoldando interesses e evitando desgastes. Estamos tratando de estabelecer um equilíbrio que não mutile os Estados para o alcance de seu desenvolvimento regional, e ao mesmo tempo, criando regras para evitar práticas abusivas pelas Unidades Federativas na consecução de seus interesses. É verdade que os incentivos fiscais alavancam o progresso e estimulam a competição, importante no que se denomina “ECONOMIA DE MERCADO”, significando que os efeitos nocivos serão analisados de acordo com o contexto histórico. Em nosso país temos o CONFAZ – Conselho Nacional de Política Fazendária, constituído pelos Secretários da Fazenda dos Estados e do Distrito Federal ou por representante indicado e a sua finalidade é promover ações necessárias à elaboração de políticas de harmonização do exercício da competência tributária dos Estados na concessão de benefícios e incentivos fiscais referentes ao ICMS – Imposto sobre circulação de mercadorias e serviços. Aliás, sobre o tema temos vasta jurisprudência relacionada à matéria em vista de soluções que chegaram até o STF – Supremo Tribunal Federal, a seguir: Ementa: TRIBUTÁRIO. IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES DE CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS E DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE COMUNICAÇÃO E DE TRANSPORTE INTERESTADUAL E INTERMUNICIPAL. COBRANÇA NAS OPERAÇÕES INTERESTADUAIS PELO ESTADO DE DESTINO. EXTENSÃO ÀS REMESSAS PARA CONSUMIDORES FINAIS. COMÉRCIO ELETRÔNICO. “GUERRA FISCAL”. DENSA PROBABILIDADE DE VIOLAÇÃO CONSTITUCIONAL. LEI 9.582/2011 DO ESTADO DA PARAÍBA. MEDIDA CAUTELAR REFERENDADA. 1. A Constituição define que o estado de origem será o sujeito ativo do ICMS nas operações interestaduais aos consumidores finais que não forem contribuintes desse imposto, mas a legislação atacada subverte essa ordem (art. 155, § 2º, II, b da Constituição). 2. Os entes federados não Alessandro Sanchez Aula 00 Direito Financeiro p/ Carreira Jurídica (Curso Regular) - Prof. Alessandro Sanchez www.estrategiaconcursos.com.br 0 00000000000 - DEMO 24 73 podem utilizar sua competência legislativa privativa ou concorrente para retaliar outros entes federados, sob o pretexto de corrigir desequilíbrio econômico, pois tais tensões devem ser resolvidas no foro legítimo, que é o Congresso Nacional (arts. 150, V e 152 da Constituição). 3. Compete ao Senado definir as alíquotas do tributo incidente sobre as operações interestaduais. 4. A tolerância à guerra fiscal tende a consolidar quadros de difícil reversão. (STF - ADI: 4705 DF, Relator: Min. JOAQUIM BARBOSA, Data de Julgamento: 23/02/2012, Tribunal Pleno, Data de Publicação: DJe-119 DIVULG 18-06-2012 PUBLIC 19-06-2012) INCONSTITUCIONALIDADE. Ação direta. Lei nº 11.393/2000, do Estado de Santa Catarina. Tributo. Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços - ICMS. Benefícios fiscais. Cancelamento de notificações fiscais e devolução dos correspondentes valores recolhidos ao erário. Concessão. Inexistência de suporte em convênio celebrado no âmbito do CONFAZ, nos termos da LC 24/75. Expressão da chamada "guerra fiscal". Inadmissibilidade. Ofensa aos arts. 150, § 6º, 152 e 155, § 2º, inc. XII, letra g, da CF. Ação julgada procedente. Precedentes. Não pode o Estado-membro conceder isenção, incentivo ou benefício fiscal, relativos ao Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços - ICMS, de modo unilateral, mediante decreto ou outro ato normativo, sem prévia celebração de convênio intergovernamental no âmbito do CONFAZ. (STF - ADI: 2345 SC, Relator: Min. CEZAR PELUSO, Data de Julgamento: 30/06/2011, Tribunal Pleno, Data de Publicação: DJe-150 DIVULG 04-08-2011 PUBLIC 05- 08-2011 EMENT VOL-02560-01 PP-00009 REPIOB v. 1, n. 18, 2011, p. 587-585) AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE – LEGITIMIDADE E CAPACIDADE POSTULATÓRIA. Descabe confundir a legitimidade para a propositura da ação direta de inconstitucionalidade com a capacidade postulatória. Quanto ao Governador do Estado, cuja assinatura é dispensável na inicial, tem-na o Procurador-Geral do Estado. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE – NATUREZA DA NORMA E ALCANCE. O fato de a norma disciplinar matéria balizada não a torna de efeito concreto. Este pressupõe a individualização. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE – ATUAÇÃO DO ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO. Consoante dispõe o § 3º do artigo 103 da Constituição Federal, cumpre ao Advogado-Geral da União o papel de curador da lei atacada, não lhe sendo dado, sob pena de inobservância do múnus público, adotar posição diametralmente oposta, como se atuasse como fiscal da lei, qualidade reservada, no controle concentrado de constitucionalidade perante o Supremo, ao Procurador-Geral da República. “GUERRA FISCAL” – PRONUNCIAMENTO DO SUPREMO – DRIBLE. Surge inconstitucional lei do Estado que, para mitigar pronunciamento do Supremo, implica, quanto a recolhimento de tributo, dispensa de acessórios – multa e juros da mora – e parcelamento. Inconstitucionalidade da Lei nº 3.394, de 4 de maio de 2000, regulamentada pelo Decreto nº 26.273, da mesma data, do Estado do Rio de Janeiro. (STF - ADI: 2906 RJ, Relator: Min. MARCO AURÉLIO, Data de Julgamento: 01/06/2011, Tribunal Pleno, Data de Publicação: DJe-123 DIVULG 28-06-2011 PUBLIC 29-06-2011 EMENT VOL-02553-01 PP- 00001) Tais julgados apontam para a consubstanciação da “GUERRA FISCAL” o fato de a unidade da Federação reduzir a alíquota do ICMS sem a existência de consenso, mediante convênio, entre os demais Estados, traçando a Inconstitucionalidade de lei estadual que, para mitigar pronunciamento do Supremo, implica, quanto a recolhimento de tributo, dispensa de acessórios, multa, juros de mora e acessórios. Alessandro Sanchez Aula 00 Direito Financeiro p/ Carreira Jurídica (Curso Regular) - Prof. Alessandro Sanchez www.estrategiaconcursos.com.br 0 00000000000 - DEMO ==0== 25 73 2.2.2. Unidades Federativas e a concessão de incentivos fiscais Ainda no tema, é importante explicitar a matéria da Lei Complementar 24/75, em decorrência da alínea “g” do inciso XII, art. 155 da Constituição Federal de 1988 no sentido de que: “XII – cabe à lei complementar – “g” regular a forma como, mediante Deliberação dos Estados e do Distrito Federal, isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados. O ICMS – Imposto sobre mercadorias e serviços, é sem sombra de dúvidas, o mais importante dos tributos estaduais, mas a nossa Constituição, mais do que instituir esse essencial tributo para as Unidades Federativas, trouxe limitações bastante restritivas, como trataremos a seguir. Ressalto ainda que a interpretação dos tribunais, é para prevalecer o interesse do Estado Federal e a Lei Complementar citada exige unanimidade dos Estados-membros para as decisões do CONFAZ. DECISÃO:Vistos.Cuida-se de arguição de descumprimento de preceito fundamental, com pedido de liminar, proposta pelo Governador do Distrito Federal, contra os artigos 2º, § 2º, e 4º, da Lei Complr nº 24/75, por suposta afronta ao preceito fundamental do princípio democrático (artigo 1º, caput , da Constituição Federal), pois a exigência de unanimidade, então prevista para a concessão de incentivos fiscais, viola a autonomia necessária dos estados federados, em ofensa ao princípio federativo.Anoto que foram prestadas informações e ouvidos o Advogado-Geral da União e o Procurador-Geral da República.A FEDERAÇÃO DASINDÚSTRIAS NO ESTADO DE MATO GROSSO vem aos autos requerer a sua admissão no feito na qualidade de amicus curiae.Decido.Na sessão do dia 22 de abril de 2009, no julgamento da ADI-AgR nº 4.071 (Rel. Min. Menezes Direito, DJ de 15.10.2009), o Plenário deste Supremo Tribunal Federal decidiu que os pedidos de ingresso dos amici curiae poderão ser formulados até a inclusão do processo em pauta para julgamento, o que revela a tempestividade deste pedido.Clara, por outro lado, a representatividade e o interesse da Federação na presente demanda, que versa sobre a concessão de incentivos fiscais pelos Estados-membros.Ante o exposto, admito, na forma do art. 7º, § 2º, da Lei nº 9.868/99, admito o amicus curiae.Reautue-se.Publique-se.Brasília, 17 de dezembro de 2010.Ministro D IAS T OFFOLIRelatorDocumento assinado digitalmente. (STF - ADPF: 198 DF, Relator: Min. DIAS TOFFOLI, Data de Julgamento: 17/12/2010, Data de Publicação: DJe-020 DIVULG 31/01/2011 PUBLIC 01/02/2011) Para as deliberações do Senado, objetivando a manutenção da unidade da federação em relação ao poder tributário, há a necessidade de deliberação em que conste aprovação de 2/3 de seus membros. A incongruência da exigência de unanimidade sofre duras críticas na doutrina de Régis Fernandes de Oliveira em seu Curso de Direito Financeiro: Editora RT, 7.ª edição, 2015:121. Alessandro Sanchez Aula 00 Direito Financeiro p/ Carreira Jurídica (Curso Regular) - Prof. Alessandro Sanchez www.estrategiaconcursos.com.br 0 00000000000 - DEMO 26 73 A regra da unanimidade para a concessão de benefícios não nos agrada, pois é parte dos processos no Estado Democrático de Direito, a existência de dissenso. 2.2.3. Instituição de incentivos financeiro-fiscais mediante convênio Ainda, a lei complementar 24/75 em seu art. 4º dispõe sobre um sistema em que determinados incentivos fiscais ou financeiro-fiscais, como a redução da base de cálculo, devolução total ou parcial do tributo a contribuinte, responsável ou terceiro, concessão de créditos presumidos ou outros apenas sejam instituídos mediante um instituto jurídico denominado “CONVÊNIO”. O convênio é aprovado se receber a ratificação expressa ou tácita de todas as unidades da federação (§2º, art. 4º), significando um acordo administrativo firmado por entidades públicas ou entre estas e particulares para a realização de objetivos comuns dos participantes. Prof. Mas ainda não ficou claro o que é o convenio, você pode simplificar? Claro! O convênio nada mais é do que uma fase do Processo legislativo. Revelam a manifestação do Estado-membro. A ratificação se dá por decreto do Poder Executivo, no prazo de quinze dias, mas é sempre bom esclarecer que o convênio é parte do processo legislativo. O Supremo Tribunal Federal exige o convênio como ato procedimental inicial para o vínculo obrigacional (ADI 2688/PR, Relatoria do Ministro Joaquim Barbosa, ADI 3664/RJ, de relatoria do Ministro César Peluso e ADI 3674/RJ, de relatoria do Ministro marco Aurélio, todas julgadas o dia 01.06.2011. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE -ATUAÇÃO DA PRESIDÊNCIA -EXCEPCIONALIDADE NÃO VERIFICADA - DISTRIBUIÇÃO.1. A assessoria prestou as informacoes:O Governador do Estado do Paraná ajuíza Ação Direta de Inconstitucionalidade contra os dispositivos da Lei estadual nº 13.561, de 27 de maio de 2002.Requer, liminarmente, a suspensão da eficácia do artigo 2º da citada lei, por entender ser hipótese de vício de inconstitucionalidade material, havendo transgressão aos artigos 150, § 6º e 155, § 2º, inciso XII, g, da Constituição Federal, bem como aos princípios federativo e republicano.Alfim, pugna pela decretação da inconstitucionalidade do citado artigo da Lei estadual.2. A atuação da Presidência no curso de mês destinado a férias coletivas e em substituição aos demais integrantes da Corte pressupõe a necessidade da prática de ato urgente. Isso não ocorre em se tratando de ação direta de inconstitucionalidade, cujo julgamento, inclusive sob o ângulo da liminar, compete ao Plenário.3. Na forma do artigo 10 da Lei nº 9.868/99, solicite-se o pronunciamento prévio da requerida, aguardando- se a distribuição para o exame, pelo Plenário, do pedido de concessão de liminar.4. Publique-se.Brasília, Alessandro Sanchez Aula 00 Direito Financeiro p/ Carreira Jurídica (Curso Regular) - Prof. Alessandro Sanchez www.estrategiaconcursos.com.br 0 00000000000 - DEMO 27 73 16 de julho de 2002.Ministro MARÇO AURÉLIO Presidente. (STF - ADI: 2688 PR, Relator: Min. PRESIDENTE, Data de Julgamento: 16/07/2002, Data de Publicação: DJ 01/08/2002 PP-00068) EMENTAS: 1. INCONSTITUCIONALIDADE. Ação direta. Objeto. Admissibilidade. Impugnação de decreto autônomo, que institui benefícios fiscais. Caráter não meramente regulamentar. Introdução de novidade normativa. Preliminar repelida. Precedentes. Decreto que, não se limitando a regulamentar lei, institua benefício fiscal ou introduza outra novidade normativa, reputa-se autônomo e, como tal, é suscetível de controle concentrado de constitucionalidade. 2. INCONSTITUCIONALIDADE. Ação direta. Decreto nº 27.427/00, do Estado do Rio de Janeiro. Tributo. Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS. Benefícios fiscais. Redução de alíquota e concessão de crédito presumido, por Estado-membro, mediante decreto. Inexistência de suporte em convênio celebrado no âmbito do CONFAZ, nos termos da LC 24/75. Expressão da chamada “guerra fiscal”. Inadmissibilidade. Ofensa aos arts. 150, § 6º, 152 e 155, § 2º, inc. XII, letra “g”, da CF. Ação julgada procedente. Precedentes. Não pode o Estado-membro conceder isenção, incentivo ou benefício fiscal, relativos ao Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS, de modo unilateral, mediante decreto ou outro ato normativo, sem prévia celebração de convênio intergovernamental no âmbito do CONFAZ. (STF - ADI: 3664 RJ, Relator: Min. CEZAR PELUSO, Data de Julgamento: 01/06/2011, Tribunal Pleno, Data de Publicação: DJe-181 DIVULG 20-09- 2011 PUBLIC 21-09-2011 EMENT VOL-02591-01 PP-00017) AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE – TRATAMENTO TRIBUTÁRIO PREFERENCIAL – AUSÊNCIA DE CONSENSO DAS UNIDADES DA FEDERAÇÃO – ADEQUAÇÃO. Mostra-se adequada a ação direta de inconstitucionalidade quando há tratamento tributário diferenciado em lei da unidade da Federação, sem remissão a consenso entre os demais Estados. TRIBUTO – PRINCÍPIO DA LEGALIDADE – DELEGAÇÃO AO PODER EXECUTIVO – ALÍQUOTA – IMPROPRIEDADE. Surge discrepante da Constituição Federal lei por meio da qual se delega ao Poder Executivo fixação de alíquota de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS, pouco importando a previsão, na norma, de teto relativo à redução. PROCESSO OBJETIVO – AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE – ATUAÇÃO DO ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO. Consoante dispõe a norma imperativa do § 3º do artigo 103 da Constituição Federal, incumbe ao Advogado-Geral da União a defesa do ato ou texto impugnado na ação direta de inconstitucionalidade, não lhe cabendo emissão de simples parecer, a ponto de vir a concluir pela pecha de inconstitucionalidade. TRIBUTO – “GUERRA FISCAL”. Consubstancia “guerra fiscal” o fato de a unidade da Federação reduzir a alíquota do ICMS sem a existência de consenso, mediante convênio, entre os demais Estados. (STF - ADI: 3674 RJ, Relator: Min. MARCO AURÉLIO, Data de Julgamento: 01/06/2011, Tribunal Pleno, Data de Publicação: DJe-123 DIVULG 28-06-2011 PUBLIC 29-06-2011 EMENT VOL-02553-01 PP-00011) Perceba que a vontade do Estado-membro apenas se consolida com a manifestação da Assembleia Legislativa, que pode se dar por meio de decreto legislativo ainda que não seja lei. O princípio da não cumulatividade faz justificar a existência da regra, já que havendo uma operação mercantil precedente sobre incidirá a regra tributária, o alienante caso faça uma nova operação receberá o crédito que pagou na primeira relação. Alessandro SanchezAula 00 Direito Financeiro p/ Carreira Jurídica (Curso Regular) - Prof. Alessandro Sanchez www.estrategiaconcursos.com.br 0 00000000000 - DEMO 28 73 O receio é que, diante da inexistência do convênio, haja prejuízo a um dos Estados porque, se foi dada isenção à operação originária, não haverá tributo a ser pago na segunda transferência. Finalmente, o art. 8º LC 24/75 estabelece que: a inobservância dos dispositivos desta lei acarretará, cumulativamente: I – A nulidade do ato e a ineficácia do crédito fiscal atribuído ao estabelecimento recebedor da mercadoria; II – A exigibilidade do imposto não pago ou devolvido e a ineficácia da lei ou ato que conceda remissão do débito correspondente. Prof. Não entendi, essa regra diz que o beneficio fiscal concedido a um contribuinte não atinge a outros? É quase isso, veja que a interpretação da regra acima é no sentido de que a concessão de um benefício fiscal a determinados contribuintes por uma unidade federativa é fator autônomo se não houver repercussão em outra unidade, sendo desnecessária qualquer interferência do CONFAZ. Mas além disso, devemos discutir a hipótese da concessão de determinado benefício fiscal trazer efeitos para outra unidade federativa, situação em que a discussão pode instaurar- se perante o Supremo Tribunal Federal, órgão competente para a deslegitimação de atos lesivos dos interesses federativos em confronto. O sistema constitucional Brasileiro, atribui de forma difusa a toda e qualquer autoridade a competência para desconsiderar normas inconstitucionais. Assim, o agente público tem o dever de fazê-lo, conforme raciocínio exarado nas obras de Celso Antônio Bandeira de Mello em seu Curso de Direito Administrativo, 26ª edição, São Paulo: Editora Malheiros, 2009:478 e Régis Fernandes de Oliveira, 7ª edição, São Paulo: Editora RT, 2015:131. Ressalte-se que não se exclui, a atividade jurisdicional do Estado de decidir a respeito, ato que se distingue da declaração incidental de inconstitucionalidade praticada por autoridade administrativa, que depende de futura confirmação pelo judiciário, se a questão for levada a seu julgamento com a declaração definitiva de inconstitucionalidade pelo Poder Judiciário. Uma coisa é a competência difusa do reconhecimento da inconstitucionalidade; outra a declaração definitiva do vício por intermédio do Supremo Tribunal Federal. Alessandro Sanchez Aula 00 Direito Financeiro p/ Carreira Jurídica (Curso Regular) - Prof. Alessandro Sanchez www.estrategiaconcursos.com.br 0 00000000000 - DEMO 29 73 Finalmente, vale trazer até você a temática apelidada de “CORTESIA COM CHAPÉU ALHEIO”, que consiste na concessão de incentivos fiscais, por parte de um determinado ente da Federação, que implique diminuição de receitas para outros entes. Ainda no tema, o Supremo Tribunal Federal decidiu no ano de 2008 (RE 572762/SC), que a quota do ICMS arrecadado pelos Estados e repassada aos Municípios não pode ser modificada em virtude de concessões de incentivos fiscais dos primeiros, por voto de relatoria do Ministro Ricardo Lewandowski, defendendo que a autonomia política dos entes federados depende da autonomia financeira. APELAÇÃO CÍVEL. RAZÕES RECURSAIS DISSOCIADAS DA SENTENÇA E DA MATÉRIA DEBATIDA. VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA DIALETICIDADE. APELO NÃO CONHECIDO. REMESSA NECESSÁRIA. TRIBUTÁRIO E FINANCEIRO. AÇÃO DECLARATÓRIA E CONDENATÓRIA. REPARTIÇÃO DE RECEITAS TRIBUTÁRIAS. ICMS. ART. 158, INCISO IV, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. LEI ESTADUAL N. 13.992/2007. PROGRAMA PRÓ-EMPREGO. PLANO DE INCENTIVO FISCAL DO ESTADO. DIFERIMENTO E REDUÇÃO DE ALÍQUOTA (3%), MANTIDO O DIREITO AO CREDITAMENTO PELA ALÍQUOTA INTEGRAL (12%). PREJUÍZO AOS MUNICÍPIOS. RETENÇÃO INDEVIDA DE PARCELA DO PRODUTO DA ARRECADAÇÃO. SIMILITUDE FÁTICA COM O PRODEC AFERIDA EM JULGAMENTO PERANTE O ÓRGÃO ESPECIAL DESTA CORTE (0055194-87.2011.8.24.0023). SISTEMA DECLARADO INCONSTITUCIONAL PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (RE 572762/SC). PRECEDENTES DESTA CORTE. HONORÁRIOS SUCUMBENCIAIS. ADEQUAÇÃO. FIXAÇÃO EM R$ 2.000 (DOIS MIL REAIS). I - A parcela do imposto estadual sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, a que se refere o art. 158, IV, da Carta Magna pertence de pleno direito aos Municípios. II - O repasse da quota constitucionalmente devida aos Municípios não pode sujeitar-se à condição prevista em programa de benefício fiscal de âmbito estadual. III - Limitação que configura indevida interferência do Estado no sistema constitucional de repartição de receitas tributárias. IV - Recurso extraordinário desprovido. (RE 572762, Relator (a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Tribunal Pleno, julgado em 18/06/2008, REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-167, PUBLIC 05-09-2008). (TJ-SC - AC: 00551965720118240023 Capital 0055196-57.2011.8.24.0023, Relator: Vera Lúcia Ferreira Copetti, Data de Julgamento: 13/07/2017, Quarta Câmara de Direito Público) (Auditor do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais) Ao tratar das normas gerais sobre finanças públicas, a Constituição da República de 1988 reservou expressamente a disciplina de determinadas matérias ao trato por lei complementar. Nesse contexto, assinale a alternativa que NÃO se enquadra entre tais matérias. Alessandro Sanchez Aula 00 Direito Financeiro p/ Carreira Jurídica (Curso Regular) - Prof. Alessandro Sanchez www.estrategiaconcursos.com.br 0 00000000000 - DEMO 30 73 a) Compatibilização das funções das instituições oficiais de crédito da União, resguardadas as características e condições operacionais plenas das voltadas ao desenvolvimento regional. b) Dívida pública externa e interna, incluída a das autarquias, fundações e demais entidades controladas pelo Poder Público. c) Operações de câmbio realizadas por órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. d) Finanças públicas. e) Fiscalização de recursos repassados pela União mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres, a Estado, ao Distrito Federal ou a Município. Comentários A alternativa “A” está correta, pois está de acordo com o inciso VII do artigo 163 da Constituição Federal de 1988, sendo uma das funções que serão estabelecidas em lei complementar federal. A alternativa “B” está de acordo com o inciso II do artigo 163 da Constituição Federal de 1988, sendo uma das funções que serão estabelecidas em lei complementar federal. A alternativa “C” está correta, por estar de acordo com o inciso VI do artigo 163 da Constituição Federal de 1988, sendo uma das funções que serão estabelecidas em lei complementar federal. A alternativa “D” está correta, pois está de acordo com o inciso I do artigo 163 da Constituição Federal de 1988, sendo uma das funções que serão estabelecidas em lei complementar federal. A alternativa “E” está incorreta, por se tratar de uma atribuição do TCU (Tribunal de Contas da União), conforme o inciso VI do artigo 71 da Constituição Federal de 1988. 3- FONTES DE DIREITO FINANCEIRO Antes de entrarmos nesse terceiro tópico central de hoje, que tal fazer uma pausa?! Para ajudar na memorização é importante tirar 15 minutos de descaso entre um estudo e outro, então faca isso já daremos continuidade a nossa aula. Alessandro Sanchez Aula 00 Direito Financeiro p/ Carreira Jurídica (Curso Regular) - Prof. Alessandro Sanchez www.estrategiaconcursos.com.br 0 00000000000 - DEMO 31 73 Descansou?! Então agora vamos retratar as fontes formais do Direito Financeiro. Além da Norma Constitucional, vale ressaltar que não há uma Lei Complementar tratando de modo codificado ou organizado as “normas gerais” de Direito Financeiro, muito embora a Lei ordinária 4.320/64, editada sob a vigência da Constituição Federal de 1946, fora recepcionada pela Carta Magna de 1988, com “status” de Leicomplementar, nos mesmos moldes do Código Tributário Nacional. A lei 4320/64, regulamenta as normas gerais sobre elaboração e controle dos orçamentos e balanços. Aliás, é de extrema importância o conhecimento e estudo da Lei Complementar 101/2000, a tão conhecida LRF – Lei de Responsabilidade Fiscal. As suas regras são aplicadas ao Poder Legislativo, Tribunal de Contas, Poder Judiciário, Executivo, Ministério Público, Administração Direta, Autarquias, Fundações Públicas, Fundos e Empresas Estatais dependentes. A LRF - Lei de Responsabilidade Fiscal demonstra a sua maior preocupação com o equilíbrio orçamentário do Estado, buscando gastar apenas aquilo que se arrecada, exigindo dos encarregados da gestão pública em todos os âmbitos, ações planejadas, restritivas e transparentes, sob pena de responsabilização. Além disso, busca o aumento de arrecadação de receitas públicas, restringindo a concessão de “renúncias de receitas”, estabelecendo medidas prudenciais, controle efetivo do gasto Lei de Responsabilidade Fiscal Poder Legislativo Tribunal de Contas Poder Judiciário Poder Executivo Ministério Público Administração Direta Autarquias Fundações Públicas Fundos e Empresas Estatais dependentes Regras aplicáveis Alessandro Sanchez Aula 00 Direito Financeiro p/ Carreira Jurídica (Curso Regular) - Prof. Alessandro Sanchez www.estrategiaconcursos.com.br 0 00000000000 - DEMO 32 73 público com medidas de compensação para gerar mais receita e menos despesa, em casos de aumento permanente de despesa ou renúncia de receitas e medidas que visam corrigir desvios e vedar gastos em fins de mandatos. De forma paralela, busca o controle do endividamento público, com fixação de limites, mecanismos de restabelecimento ao “status quo ante” e prudência. Além de outras leis que serão trabalhadas ao longo de nossas aulas e livros digitais, é importante ressaltar a lei federal 10.028/2000 (Lei de Crimes Fiscais) que inclusive traçou alterações no próprio Código Penal. Vale destacar que o Direito Financeiro, e principalmente o orçamento público, tem sido objeto de estudo e análise de economistas, financistas, contadores, administradores, políticos, entre mais. Aliás, tais estudos trazem dados para a elaboração das normas desse ramos do Direito. Bem e além disso, temos que saber que as fontes do direito financeiro comportam as fontes materiais que estão contidas na Ciência das Finanças. Daí que o direito financeiro persiste atento aos influxos econômicos e sociais. As necessidades públicas são relevadas no quotidiano. A ciência das finanças consiste na atividade que antecede a norma, trazendo todo o arcabouço de informações, dados e indicadores para a construção do Direito Financeiro, já que, afinal, o legislador deve estar atento à realidade econômica do país. Daí a importância da ciência das finanças como fonte do direito financeiro. 4-PRINCÍPIOS DE DIREITO FINANCEIRO Outro ponto de extrema importância, é sabermos que os princípios organizam e fundamentam um determinado conjunto de realidades que não se confunde com o que organiza. Assim, por meio dos princípios determinada coisa começa a ser compreensível. A doutrina é bastante divergente na escolha dos princípios, como é o caso de Régis Fernandes de Oliveira que traz a eficiência, a Boa-fé objetiva, impessoalidade e Segurança Jurídica, sendo que em vista da Segurança Jurídica retira outros subprincípios. Já a doutrina de Ricardo Lôbo Torres agrupa os princípios em 4 grupos: Justiça, Equidade, Segurança Jurídica e Legitimidade. Prof. Mas com essa confusão toda dentro da doutrina, quais princípios eu devo utilizar? Em nossa aula, o foco será nos princípios indispensáveis a boa compreensão do Direito financeiro na Constituição e em suas principais leis, sendo importante lembrar que alguns são cobrados diretamente em provas de concursos, o que também será relevante em nossas escolhas. Alessandro Sanchez Aula 00 Direito Financeiro p/ Carreira Jurídica (Curso Regular) - Prof. Alessandro Sanchez www.estrategiaconcursos.com.br 0 00000000000 - DEMO 33 73 4.1. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE A Constituição Federal de 1988 em seu art. 167, incisos I e II veda programas e projetos não incluídos na lei orçamentária anual, bem como a realização de despesas ou assunção de obrigações diretas que excedam os créditos orçamentários ou adicionais. O princípio da legalidade exige que o gestor público observe os preceitos e normas legais aplicáveis à arrecadação de receitas e à realização de despesas. Ressalte-se que não é princípio exclusivo do Direito Financeiro, ligado a ideia de Estado Democrático de Direito. Trata-se de um princípio que permeia toda a Atividade Financeira do Estado. P ri n cí p io s Legalidade Anualidade Unidade Universalidade Proibição do estorno Equilíbrio Fiscal Prudência Fiscal Transparência Fiscal Alessandro Sanchez Aula 00 Direito Financeiro p/ Carreira Jurídica (Curso Regular) - Prof. Alessandro Sanchez www.estrategiaconcursos.com.br 0 00000000000 - DEMO 34 73 REMESSA NECESSÁRIA. IDOSO COM SEQUELAS DE ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL. PLEITO DE FRALDAS GERIÁTRICAS. OBRIGAÇÃO DE FAZER. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DOS ENTES FEDERADOS. DIREITO FUNDAMENTAL. PRIMAZIA DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA SOBRE PRINCÍPIOS DE DIREITO FINANCEIRO E ADMINISTRATIVO. INEXISTÊNCIA DE VIOLAÇÃO À INDEPENDÊNCIA E HARMONIA DOS PODERES. IMPROCEDÊNCIA MANIFESTA. DESPROVIMENTO. - A proteção constitucional à vida e à saúde, como valores corolários da dignidade da pessoa humana, impõe sua primazia sobre princípios de direito financeiro (questão orçamentária, por exemplo) e administrativo. Nessa seara, inaplicável inclusive a justificativa da reserva do possível. - Não há também que se alegar ferimento à independência e à harmonia dos Poderes, pois consiste o pedido da inicial em tutela de direito fundamental, sendo dever do Judiciário garantir a observância desses princípios por parte das entidades governamentais. - Constatada a necessidade de utilização de fraldas geriátricas por paciente que não pode custeá-lo sem privação dos recursos indispensáveis ao próprio sustento da família, bem como a responsabilidade do ente demandado em seu fornecimento/custeio, não há argumentos capazes de retirar do demandante, o direito de buscar do Poder Público a concretização da garantia constitucional do direito à saúde, em consonância com o que prescreve o artigo 196, da Carta Magna.</p (TJPB - ACÓRDÃO/DECISÃO do Processo Nº 00212212720148150011, 2ª Câmara Especializada Cível, Relator DES. OSWALDO TRIGUEIRO DO VALLE FILHO , j. em 12-09-2017) (TJ-PB - REEX: 00212212720148150011 0021221- 27.2014.815.0011, Relator: DES. OSWALDO TRIGUEIRO DO VALLE FILHO, Data de Julgamento: 12/09/2017, 2A CIVEL) APELAÇÃO. AÇÃO COMINATÓRIA CONTRA O MUNICÍPIO DE PORTO CALVO. DIREITO FUNDAMENTAL À SAÚDE. CHAMAMENTO AO PROCESSO DO ESTADO DE ALAGOAS E DA UNIÃO. NÃO CABIMENTO. RESERVA DO POSSÍVEL. PREVALÊNCIA DO DIREITO À SAÚDE SOBRE PRINCÍPIOS DO DIREITO FINANCEIRO. APELO CONHECIDO E NÃO PROVIDO. SENTENÇA MODIFICADA EM SEDE DE REEXAME NECESSÁRIO APENAS PARA REDIRECIONAMENTO AO ENTE PÚBLICO DA MULTA APLICADA AO SECRETÁRIO DE SAÚDE MUNICIPAL. UNANIMIDADE. 1. Deve ser priorizado o exercício do direito à saúde, outorgando ao recorrente, plenitude eficacial e, consequentemente, sua efetividade de maneira igualitária, ou seja, por meio de ações que atendam a todos aqueles que necessitem de assistência, em consonância com o preceito maior, a Lei nº. 8.080/90 (Lei Orgânica da Saúde); 2. A solidariedade passiva dos Entes na prestação da garantia constitucional à saúde confere ao Demandante a faculdade de pleitear, junto a quaisquer deles, a concessão dos medicamentos que necessita, o que permite a afirmação de que o Apelante é parte legítima para figurar no polo passivo da lide, descartando a necessidade de chamamentoao processo da União e do Estado de Alagoas; 3. Diante do conflito de interesses entre os direitos fundamentais e a proteção ao orçamento, deve, o Poder Judiciário, ponderar pela prevalência da proteção e efetivação daqueles, em virtude da aplicação dos princípios da proporcionalidade e da máxima efetividade dos direitos fundamentais; 4. Recurso conhecido e não provido; 5. Reexame Necessário conhecido para desconstituir a multa aplicada ao gestor municipal, direcionando-a ao Município de Porto Calvo. (TJ-AL - APL: 00004540820148020050 AL 0000454-08.2014.8.02.0050, Relator: Des. Alcides Gusmão da Silva, Data de Julgamento: 04/02/2016, 3ª Câmara Cível, Data de Publicação: 16/02/2016) MANDADO DE SEGURANÇA Repasse de quantia destinada na Lei Orçamentária Anual ao Poder Legislativo Municipal Impossibilidade de repasse de quantia aleatória, conforme maior ou menor arrecadação municipal Inviabilidade de se considerar a arrecadação efetiva do Município Base de cálculo predeterminada Observância dos princípios de direito financeiro, dentre os quais se destacam a Alessandro Sanchez Aula 00 Direito Financeiro p/ Carreira Jurídica (Curso Regular) - Prof. Alessandro Sanchez www.estrategiaconcursos.com.br 0 00000000000 - DEMO 35 73 legalidade e a universalidade Inteligência dos dispositivos constitucionais e infraconstitucionais municipais pertinentes Denegação da ordem Recurso não provido. (TJ-SP - APL: 00011181020128260028 SP 0001118-10.2012.8.26.0028, Relator: Maria Olívia Alves, Data de Julgamento: 04/08/2014, 6ª Câmara de Direito Público, Data de Publicação: 07/08/2014) Prof. Se você pudesse simplificar o máximo o principio da legalidade, o que você diria pra eu decorar? Bom, eu diria que você deve ter em sua mente que o princípio da legalidade traz a ideia de que as finanças públicas não podem ser manejadas sem autorização legal. A lei do orçamento é que permite a realização de gastos públicos, sendo inclusive considerada crime contra as finanças públicas a ordenação de despesa não autorizada em lei (art. 359-D, do Código Penal). A doutrina de Harrison Leite complementa esse ponto de vista: 6 “Daí se afirmar que o orçamento é o início e o fim de toda ação estatal, pois a lei do orçamento é que permite a realização dos gastos públicos. Não pode ser despendido sem a previsão nesta lei.” Note-se que ao tratarmos do Orçamento Público especificamente, trataremos outros princípios que são aplicáveis tão somente a disciplina Orçamentária. 4.2. PRINCÍPIO DA ANUALIDADE A lei do orçamento possui uma periodicidade anual, conforme o seu próprio nome “Lei Orçamentária ANUAL”. Prof. quer dizer que a lei orçamentaria se altera ano após ano? Isso mesmo, as despesas e receitas são estimadas para o intervalo de um ano, o qual coincide com o exercício civil (art. 34 da Lei 4320/64). Esse princípio encontra seu fundamento inicial no art. 2.º a Lei 4.320/64 a seguir: “A Lei do Orçamento conterá a discriminação da receita e despesa de forma a evidenciar a política econômica financeira e o programa de trabalho do Governo, obedecidos os princípios de unidade universalidade e anualidade.” Esse princípio impõe que o orçamento deve ter vigência limitada no tempo, e no caso de nossa legislação, corresponde ao período de um ano. A legislação também menciona os princípios da unidade e universalidade que serão tratados adiante. 6 LEITE, Harrison. Manual de Direito Financeiro. Salvador: Jus Podivm, 2019:123 Alessandro Sanchez Aula 00 Direito Financeiro p/ Carreira Jurídica (Curso Regular) - Prof. Alessandro Sanchez www.estrategiaconcursos.com.br 0 00000000000 - DEMO 36 73 O princípio da anualidade no direito financeiro não se confunde com a ideia de anualidade tributária, a qual não mais subsiste no direito brasileiro, já que em tempos idos a cobrança de um tributo era vinculada a uma autorização orçamentária, o que atualmente, é desnecessário em vista do princípio da anterioridade tributária. Ressalte-se o teor da súmula 66, do STF, que afirma: “É legítima a cobrança do tributo que houver sido aumentado após o orçamento, mas antes do início do respectivo exercício financeiro”. Assim, os tributos podem ser majorados ou criados, de modo que a ausência da previsão da sua receita no orçamento não impede a sua cobrança no exercício seguinte. 4.3. PRINCÍPIO DA UNIDADE De acordo com este princípio, deve haver apenas um orçamento para cada ente da federação, em cada exercício financeiro. A doutrina de Founrouge citada por Régis Fernandes de Oliveira, leciona: “El principio de unidad presupuestaria consiste em la reunión o agrupacíon de todos los gastos y recursos em um documento único.”7 Assim, os planos de trabalho de autarquias, fundações públicas e estatais dependentes devem estar previstos em uma única lei orçamentária, não sendo possível o destaque em decretos. O referido princípio não impede que haja subdivisões, tal qual ocorre nos três suborçamentos previstos no §5º art. 165 da Constituição Federal de 1988. 4.4. PRINCÍPIO DA UNIVERSALIDADE Pelo princípio da universalidade, todas as receitas e despesas devem constar do orçamento. Nesse sentido, dispõe o art. 3º da Lei 4.320/64: “A Lei de Orçamentos compreenderá todas as receitas, inclusive as de operações de crédito autorizadas em lei.” 7 FERNANDES DE OLIVEIRA, Régis. Curso de Direito Financeiro. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2015:637. Alessandro Sanchez Aula 00 Direito Financeiro p/ Carreira Jurídica (Curso Regular) - Prof. Alessandro Sanchez www.estrategiaconcursos.com.br 0 00000000000 - DEMO 37 73 Na mesma linha, cite-se o §1º, art. 5º, da Lei 101/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal), a qual traz a necessidade de previsão das despesas relativas à dívida pública e as receitas que serão destinadas ao seu pagamento. Segundo James Giacomoni, esse princípio: “permite ao legislativo: a) conhecer a priori as receitas e despesas do governo e dar prévia autorização para a respectiva arrecadação e realização; b) impedir ao Executivo a realização de qualquer operação de receita e despesa sem prévia autorização parlamentar; c) conhecer o exato volume global das despesas projetadas pelo governo, a fim de autorizar a cobrança dos tributos estritamente necessários para atendê-las.”8 Prof. Mas eu não entendi qual a diferença entre o principio da universalidade e o da unidade... O princípio da universalidade não se confunde com o da unidade, acima estudado. Enquanto a universalidade traz a ideia de que o orçamento deve conter TODAS as despesas e receitas, o princípio da unidade traduz a ideia de unidade e coerência na programação orçamentária. 4.5. PRINCÍPIO DA PROIBIÇÃO DO ESTORNO Tendo como base a constituição, o referido princípio traz a vedação para que o gestor público remaneje recursos de uma categoria para outra ou de um órgão para outro, sem prévia autorização legislativa, tudo conforme inciso VI, art. 167 da Constituição Federal de 1988, sem prévia autorização legislativa; O dispositivo veda a transposição, o remanejamento e a transferência de recursos, substituindo a expressão “estorno de verba”, que constava em Constituições anteriores. Assim, para que haja essa recategorização ou realocação de recursos, impõe-se a prévia participação do legislativo, por meio de lei autorizativa específica. 8 GIACOMONI, James. Orçamento Público. São Paulo: Atlas, 2017:89. Princípio da proibição do estorno veda transposição remanejamento de recursos transferência Alessandro Sanchez Aula 00 Direito Financeiro p/ Carreira Jurídica (Curso Regular) - Prof. Alessandro Sanchez www.estrategiaconcursos.com.br 0 00000000000 - DEMO 38 73 A recente emenda constitucional 85/2015 estabeleceuuma exceção a esse princípio, permitindo a transferência, a transposição e o remanejamento de recursos de uma categoria para a outra no âmbito das atividades de ciência, tecnologia e inovação mediante ato do poder executivo, sem necessidade de prévia autorização legislativa. 4.6. PRINCÍPIOS DO EQUILÍBRIO FISCAL A lei complementar 101/2000 de responsabilidade fiscal menciona em seu §1º, art. 1º uma gestão fiscal que pressupõe a ação planejada e transparente, em que se previnem riscos e corrigem desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas. Para isso, cita ainda em sua segunda parte: “o cumprimento de metas de resultados entre receitas e despesas e a obediência a limites e condições no que tange a renúncia de receita, geração de despesas com pessoal, da seguridade social e outras, dívidas consolidada e mobiliária, operações de crédito, inclusive por antecipação de receita, concessão de garantia e inscrição em Restos a Pagar.” Note-se, que o déficit não é o pior dos males. Augustinho Paludo é cirúrgico ao afirmar que: “os déficits não são sempre um mal. De acordo com a teoria Keynesiana, a utilização de déficits orçamentários é recomendada para solucionar crises econômicas. Gastando mais, os governos ajudam suas economias a superar a crise. Esse gasto excessivo (déficit) é compensado posteriormente em momentos de crise econômica.” Ainda assim, é importante ter em conta que a Lei de Responsabilidade Fiscal é também uma lei de Gestão Fiscal. A lei 4.320/64 já regulamentava a receita e a despesa, mas nada falava sobre gestão fiscal. A ideia base do equilíbrio fiscal é a de que a administração deve gastar apenas o que possui. Em vista da ideia exarada ao que se denomina prudência fiscal, podemos citar o contingenciamento de despesas e a renúncia de receitas. 4.6.1. Contingenciamento de despesas A expressão “contingenciamento de despesas” é midiática. O art. 9º da Lei de Responsabilidade Fiscal trata de “limitação de empenho e movimentação financeira”. A determinação legal é que ao final de um bimestre, em que a realização da receita poderá não comportar o cumprimento das metas de resultado primário ou nominal, estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais, os Poderes e o Ministério Público promoverão, por ato próprio e nos montantes necessários, nos trinta dias subsequentes, limitação de empenho e movimentação financeira, segundo os critérios fixados pela lei de diretrizes orçamentárias. Alessandro Sanchez Aula 00 Direito Financeiro p/ Carreira Jurídica (Curso Regular) - Prof. Alessandro Sanchez www.estrategiaconcursos.com.br 0 00000000000 - DEMO 39 73 Prof. Então a cada bimestre é necessário verificar se houve a arrecadação prevista? Exato! E se positivo, ocorre a saída programada. A lei orçamentária trabalha com previsões, e se estas não se concretizarem, não ocorre a saída. Assim, em decorrência de análise bimestral, se não se arrecadou o esperado, deve ser feita a limitação de empenho. Se foi arrecadado, o Executivo pode continuar gastando. O contingenciamento é feito pelo governo, através de ATO ADMINISTRATIVO, e não por meio de lei. Após tais explicações acerca do “contingenciamento” ou “limitação de empenho”, ressalte- se que algumas despesas não podem ser contingenciadas, a seguir: Obrigações constitucionais e legais do ente, inclusive aquelas destinadas ao pagamento do serviço da dívida, e as ressalvadas pela lei de diretrizes orçamentárias. Um exemplo é o precatório. Não se pode contingenciar o pagamento de precatórios, que é uma obrigação constitucional do ente, nos exatos termos do art. 100, Constituição Federal de 1988. Também não se pode contingenciar a dívida pública. Na ADIn 2238-5, foi declarada em sede de cautelar a inconstitucionalidade do §3º do artigo 9º da Lei de Responsabilidade Fiscal, já que o executivo não pode contingenciar gastos do legislativo e do Ministério Público, pois isso feriria o princípio da separação dos poderes. CONSTITUCIONAL, ADMINISTRATIVO E FINANCEIRO. SERVIDOR PÚBLICO. CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL. RESOLUÇÃO 229/07. SUSPENSÃO DE PROGRESSÃO FUNCIONAL. ATO DA MESA DIRETORA Nº 64. PERDA SUPERVENIENTE DO OBJETO. INOCORRÊNCIA. ARTIGO 169, § 3º DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. ADIN 2238-5. SUSPENSÃO CAUTELAR DE P ARTE DO § 3º E DE P ARTE DO § 2º DO ART. 23 DA LEI 101/2000 (LRF). ANALOGIA. COMPETÊNCIA CONCORRENTE. NORMA FEDERAL GERAL. NORMA DISTRITAL. LIMITES. TRANBORDAMENTO. i - apesar de o sobrestamento temporário da progressão funcional determinado pela resolução 229/07 ter sido revogado pelo ato da mesa diretora nº 64 (fls. 154), remanesce interesse à autora, porquanto os elementos dos autos apontam que o respectivo adicional de tempo de serviço não foi contado e que o apelante não repôs o congelamento ocasionado pela suspensão. ii - com a suspensão cautelar do § 3º e de p arte do § 2º do art. 23 da lei 101/2000 determinado pelo e. stf na adin 2238-5, infere-se que a questão sub judice se resolve pelo princípio da irredutibilidade de vencimentos e não pela falta de direito adquirido do servidor a regime jurídico. ademais, se a administração não pode reduzir valores de cargos/funções em vez de extingui-los nem pode reduzi-los na proporção em que diminuir a jornada de trabalho, muito menos pode suspender promoções antes de extinguir cargos de comissão/funções de confiança e antes de exonerar servidores não-estáveis. iii - como direito financeiro é de competência legislativa concorrente entre união, estados Alessandro Sanchez Aula 00 Direito Financeiro p/ Carreira Jurídica (Curso Regular) - Prof. Alessandro Sanchez www.estrategiaconcursos.com.br 0 00000000000 - DEMO 40 73 e df, o preceito distrital não pode extrapolar os limites do preceito geral como no caso, em que o art. 1º da resolução 229/07 não se limitou a repetir o art. 22 da lei de responsabilidade fiscal, adicionando-lhe dois parágrafos, um dos quais é o nascedouro do pomo-da-discórdia. iv - o magistrado não está adstrito a examinar pormenorizadamente todas as teses e dispositivos levantados pela p arte, mostrando-se suficiente a matéria expressamente registrada e debatida nessa instância para fins de prequestionamento. v - por força do decreto lei nº 500/69, o distrito federal é isento do pagamento de custas processuais, ressalvadas as parcelas comprovadamente adiantadas pelo autor. vi - negou-se provimento à apelação do distrito federal e deu-se parcial provimento à remessa oficial. (tj-df - apl: 728301420088070001 df 0072830-14.2008.807.0001, relator: josé divino de oliveira, data de julgamento: 04/11/2009, 6ª turma cível, data de publicação: 18/11/2009, dj-e pág. 167) 4.6.2. Renúncia de Receitas A renuncia de receitas, nada mais é do controle da política de benefícios fiscais, exigindo-se adequação orçamentária para os mesmos. Assim, os entes públicos devem observar a Lei 101/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal) na concessão de isenção de determinado tributo. Um bom exemplo do item acima, se relaciona a não proibição do subsídio se cumpridos os requisitos previstos no art. 14 da Lei de Responsabilidade Fiscal, a seguir: “A concessão ou ampliação de incentivo ou benefício de natureza tributária da qual decorra renúncia de receita deverá estar acompanhada de estimativa do impacto orçamentário financeiro no exercício em que deva iniciar sua vigência e nos dois seguintes, atender ao disposto na lei de diretrizes orçamentárias e a pelo menos uma das seguintes condições: I - demonstração pelo proponente de que a renúncia foi considerada na estimativa de receita da lei orçamentária, na forma do art. 12, e de que não afetará as metas de resultados fiscais previstas no anexo próprio da lei de diretrizes orçamentárias; ” O inciso I acima, mostra planejamento e organização para demonstrar o encaminhamento do projeto de lei orçamentária com a previsão do subsídio. É o subsídio previsto na Lei Orçamentária Anual,de forma ordenada. No entanto, o governo muitas vezes acaba fazendo a renúncia de receita ao longo do exercício financeiro. Prof. E quais são os requisitos para a concessão ou ampliação dos incentivos triuatrios? São ele: 1) A estimativa de impacto do subsídio no exercício e nos dois anos subsequentes, e 2) previsão na lei de diretrizes orçamentárias. Segue o inciso II: “II - estar acompanhada de medidas de compensação, no período mencionado no caput, por meio do aumento de receita, proveniente da elevação de alíquotas, ampliação da base de cálculo, majoração ou criação de tributo ou contribuição.” Nesse caso, o inciso II diz que a renúncia tem que estar acompanhada de medidas de compensação. Alguém tem que pagar a conta, para não haver desequilíbrio orçamentário. O inciso II está relacionado com o §2º do artigo 14 da Lei de Responsabilidade Fiscal, já que traz uma “CONDIÇÃO DE EFICÁCIA” para o ato, como a seguir: Alessandro Sanchez Aula 00 Direito Financeiro p/ Carreira Jurídica (Curso Regular) - Prof. Alessandro Sanchez www.estrategiaconcursos.com.br 0 00000000000 - DEMO 41 73 “§ 2o Se o ato de concessão ou ampliação do incentivo ou benefício de que trata o caput deste artigo decorrer da condição contida no inciso II, o benefício só entrará em vigor quando implementadas as medidas referidas no mencionado inciso.” Assim, se o poder público escolher a opção do inciso II, o subsídio só vai produzir efeitos quando forem implementadas as medidas de compensação. Aliás, o §1º traz alguns exemplos de renúncia de receitas, para além dos subsídios, como no caso de anistia, como segue: “§1o A renúncia compreende anistia, remissão, subsídio, crédito presumido, concessão de isenção em caráter não geral, alteração de alíquota ou modificação de base de cálculo que implique redução discriminada de tributos ou contribuições, e outros benefícios que correspondam a tratamento diferenciado.” Perceba que a Lei de Responsabilidade Fiscal só considera renúncia de receita a isenção em caráter NÃO GERAL, ou seja, aquela que é concedida mediante o preenchimento de requisitos específicos pelo beneficiário. O tema é muito cobrado em provas objetivas. 4.7. PRINCÍPIO DA PRUDÊNCIA FISCAL Tal princípio traduz a ideia de evitar problemas, uma vez que a Lei complementar 101/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal) não foi editada para punir, mas sim para evitar desequilíbrios orçamentários. A “PRUDÊNCIA FISCAL” é medida essencial. A Emenda Constitucional 19/1998 trouxe, limite de gastos com servidores públicos, para o art. 169 do texto constitucional, a seguir: “A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios não poderá exceder os limites estabelecidos em lei complementar.” O §1º, do mesmo artigo 169, leciona “A concessão de qualquer vantagem ou aumento de remuneração, a criação de cargos, empregos e funções ou alteração de estrutura de carreiras, bem como a admissão ou contratação de pessoal, a qualquer título, pelos órgãos e entidades da administração direta ou indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo poder público, só poderão ser feitas: I - se houver prévia dotação orçamentária suficiente para atender às projeções de despesa de pessoal e aos acréscimos dela decorrentes; II - se houver autorização específica na lei de diretrizes orçamentárias, ressalvadas as empresas públicas e as sociedades de economia mista. Essa lei complementar mencionada pela Constituição é a Lei 101/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal), que fixa os limites nos artigos 18 e seguintes. Prof. E quais são esse limites? O limite é de 50% para a União e 60% para os demais entes da federação. O objetivo da Lei de Responsabilidade Fiscal é evitar que o poder público extrapole esses limites. Alessandro Sanchez Aula 00 Direito Financeiro p/ Carreira Jurídica (Curso Regular) - Prof. Alessandro Sanchez www.estrategiaconcursos.com.br 0 00000000000 - DEMO 42 73 Deste modo, existe a previsão de vários “AVISOS”. Se chega a 90% do limite, há um alerta do Tribunal de Contas para que não gaste mais (é o chamado limite de alerta), conforme artigo 59, §1º. Se chega a 95%, tem-se o limite prudencial, que é bem mais sério, pois traz restrições. Não são sanções, pois ainda não extrapolou o limite. São restrições para não extrapolar o limite, como a proibição de provimento em cargo público. Os incisos do parágrafo único, art. 22, leciona: “Se a despesa total com pessoal exceder a 95% (noventa e cinco por cento) do limite, são vedados ao Poder ou órgão referido no art. 20 que houver incorrido no excesso: I - concessão de vantagem, aumento, reajuste ou adequação de remuneração a qualquer título, salvo os derivados de sentença judicial ou de determinação legal ou contratual, ressalvada a revisão prevista no inciso X do art. 37 da Constituição; II - criação de cargo, emprego ou função; III - alteração de estrutura de carreira que implique aumento de despesa; IV - provimento de cargo público, admissão ou contratação de pessoal a qualquer título, ressalvada a reposição decorrente de aposentadoria ou falecimento de servidores das áreas de educação, saúde e segurança; V - contratação de hora extra, salvo no caso do disposto no inciso II do § 6o do art. 57 da Constituição e as situações previstas na lei de diretrizes orçamentária. O tema será aprofundado em capítulo próprio. Esse tema é bastante cobrado em provas. O Princípio da prudência fiscal é uma evolução do princípio da eficiência e da Moralidade. 4.8. PRINCÍPIO DA TRANSPARÊNCIA FISCAL O artigo 48 da Lei Complementar 101/2000, fundamenta o princípio da transparência fiscal, na medida que determina como instrumentos de transparência e gestão fiscal, o acesso ao público aos planos, orçamentos e leis de diretrizes orçamentárias, além das prestações de contas e o respectivo parecer prévio. Como já explicado anteriormente, o relatório traz menção de alerta ao atingir 90% e além do alerta no caso de se atingir 95%, traz o limite de alerta com restrições. As restrições, vem de acordo com o parágrafo único, art. 22, da Lei de Responsabilidade Fiscal, ao estabelecer o Limite prudencial Resumido da Execução Orçamentária e o Relatório de Gestão Fiscal; e as versões simplificadas desses documentos. §1º A transparência será assegurada também mediante: I – incentivo à participação popular e realização de audiências públicas, durante os processos de elaboração e discussão dos planos, lei de diretrizes orçamentárias e orçamentos; (Incluído pela Lei Complementar nº 131, de 2009). Alessandro Sanchez Aula 00 Direito Financeiro p/ Carreira Jurídica (Curso Regular) - Prof. Alessandro Sanchez www.estrategiaconcursos.com.br 0 00000000000 - DEMO 43 73 II - liberação ao pleno conhecimento e acompanhamento da sociedade, em tempo real, de informações pormenorizadas sobre a execução orçamentária e financeira, em meios eletrônicos de acesso público; e III – adoção de sistema integrado de administração financeira e controle, que atenda a padrão mínimo de qualidade estabelecido pelo Poder Executivo da União e ao disposto no art. 48-A. (Incluído pela Lei Complementar nº 131, de 2009) (Vide Decreto nº 7.185, de 2010) §2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios disponibilizarão suas informações e dados contábeis, orçamentários e fiscais conforme periodicidade, formato e sistema estabelecidos pelo órgão central de contabilidade da União, os quais deverão ser divulgados em meio eletrônico de amplo acesso público. (...) §6o Todos os Poderes e órgãos referidos no art. 20, incluídos autarquias, fundações públicas, empresas estatais dependentes e fundos, do ente da Federação devem utilizar sistemas únicos de execução orçamentária e financeira, mantidos e gerenciados pelo Poder Executivo, resguardada a autonomia. Prof. Eu posso dizer que a transparênciaesta introduzida na publicidade? Eu iria além disso, a ideia da transparência é uma evolução do princípio da publicidade (art. 37 da CRFB). Assim não basta a publicação, pois além de ser claro, é necessário que seja acessível, pois só um orçamento transparente permite que o cidadão tenha ciência dos gastos e receitas públicas e possa promover um adequado controle. Por isso, somam-se à transparência as audiências públicas, orçamento participativo etc. Nesse sentido temos a Lei nº 12527/2011 (a chamada lei do acesso à informação), que exige a transparência dos gastos do governo. Sobre o tema, importante mencionar que a Constituição Federal de 1988 e a Lei de Responsabilidade Fiscal que preveem alguns relatórios acerca da execução orçamentária e da gestão: O RREO “Relatório Resumido de Execução Orçamentária” e o RGF “Relatório de Gestão Fiscal” encontram fundamento no art. 165, §3º da Constituição Federal de 1988 e art. 52 da LRF, tendo por finalidade “evidenciar a situação fiscal do Ente, de forma especial da execução orçamentária da receita e despesa sob diversos enfoques”. Tal relatório é BIMESTRAL, devendo ser publicado pelo Executivo até trinta dias após o encerramento de cada bimestre, conforme §3º, art. 165, da Constituição Federal de 1988. Art. 52. O relatório a que se refere o § 3o do art. 165 da Constituição abrangerá todos os Poderes e o Ministério Público, será publicado até trinta dias após o encerramento de cada bimestre e composto de: I - balanço orçamentário, que especificará, por categoria econômica, as: a) receitas por fonte, informando as realizadas e a realizar, bem como a previsão atualizada; b) despesas por grupo de natureza, discriminando a dotação para o exercício, a despesa liquidada e o saldo; Alessandro Sanchez Aula 00 Direito Financeiro p/ Carreira Jurídica (Curso Regular) - Prof. Alessandro Sanchez www.estrategiaconcursos.com.br 0 00000000000 - DEMO 44 73 II - demonstrativos da execução das: a) receitas, por categoria econômica e fonte, especificando a previsão inicial, a previsão atualizada para o exercício, a receita realizada no bimestre, a realizada no exercício e a previsão a realizar; b) despesas, por categoria econômica e grupo de natureza da despesa, discriminando dotação inicial, dotação para o exercício, despesas empenhada e liquidada, no bimestre e no exercício; c) despesas, por função e subfunção. O grande exemplo é o Portal da Transparência do governo Federal, no qual é possível visualizar o nome do servidor, sua renda bruta, deduções, renda líquida e situação atual na Administração Pública. Bom meu amigo, chegamos ao final dessa primeira aula, estarei te esperando para nossa próxima conversa! 5- QUESTÕES 5.1- LISTA DE QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS 1.(FCC/2018) - Consultor Legislativo - CL DF - Finanças Públicas) No âmbito da doutrina relativa à gestão pública nacional, o Direito Financeiro e a Ciência das Finanças têm como objeto a atividade financeira do estado, que, como regra, consiste a) na requisição pura e simples, pelo Estado, de coisas e serviços dos administrados, sem necessidade de qualquer contraprestação. b) na colaboração gratuita e honorífica dos administrados nas funções governamentais, em prol do bem comum. c) no deslocamento apenas do setor público para o setor privado de recursos e serviços, para atendimento das necessidades essenciais da população e para o fomento das atividades econômicas. d) em não ter nenhuma essência política, porque os juristas concordam que não existe caráter político na atividade financeira do Estado, a ser estudado pelo Direito Financeiro ou pela Ciência das Finanças. e) em obter, gerir e despender o dinheiro indispensável às necessidades, cuja satisfação o Estado assumiu. 2.(VUNESP/2018) - Procurador Jurídico - CM Campo Limpo) Além da Constituição Federal, são fundamentais para o subsistema jurídico de direito financeiro no Brasil a chamada Lei Geral de Orçamentos (LGO), de 1964, e a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), de 2000. A respeito destas leis e de sua eficácia normativa, é correto afirmar que Alessandro Sanchez Aula 00 Direito Financeiro p/ Carreira Jurídica (Curso Regular) - Prof. Alessandro Sanchez www.estrategiaconcursos.com.br 0 00000000000 - DEMO 45 73 a) ambas as leis foram editadas como leis complementares, apenas podendo ser modificadas por lei complementar posterior, em linha com o previsto na Constituição. b) apenas a LGO foi editada como lei complementar, sendo a LRF decorrência da conversão em lei de Medida Provisória editada em 1999. c) a LGO foi editada como Decreto-Lei, dada a sua origem e tramitação durante regime de exceção no Brasil. Não obstante, esta lei foi recepcionada pela Constituição de 1988 como lei ordinária, ou seja, como lei da mesma espécie da LRF. d) a LGO foi editada como lei ordinária, sendo, porém, recepcionada pela Constituição de 1988 como lei complementar, em razão da matéria. A LRF, por sua vez, já foi editada como lei complementar. e) os dispositivos previstos na LGO e na LRF são de cunho obrigatório apenas para a União Federal, servindo apenas de referência para os estados e municípios, os quais não se obrigam aos seus termos, em razão da autonomia federativa constitucional de que gozam. 3.(FCC/2018) - Auditor Público Externo - TCE-RS - Ciências Jurídicas e Sociais, Direito) A Constituição Federal e a Lei de Responsabilidade Fiscal dispõem que o Banco Central do Brasil a) foi autorizado a emitir títulos da dívida pública a partir de dois anos após a publicação da Lei Complementar nº 101/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal). b) poderá conceder, direta ou indiretamente, empréstimos ao Tesouro Nacional e a qualquer órgão ou entidade que não seja instituição financeira. c) poderá comprar e vender títulos de emissão do Tesouro Nacional, com o objetivo de regular a oferta de moeda ou a taxa de juros. d) tem competência, juntamente com o Banco do Brasil, para emitir moedas e títulos da dívida pública. e) tem seu presidente e diretores nomeados pelo Presidente da República, após aprovação pelo Congresso Nacional, pela maioria absoluta de seus membros. 4.(FCC/2018) - Consultor Legislativo – CL/DF - Finanças Públicas) Há consenso doutrinário quando os juristas, de forma unânime e sem qualquer divergência, afirmam que o Direito Financeiro é a) o conjunto de regras jurídicas que disciplinam somente as despesas públicas. b) um ramo do Direito Público que rege as relações jurídicas entre o Estado e os particulares, decorrentes somente da atividade de obtenção, pelo Estado, de receitas, desde que correspondam ao conceito de tributo. Alessandro Sanchez Aula 00 Direito Financeiro p/ Carreira Jurídica (Curso Regular) - Prof. Alessandro Sanchez www.estrategiaconcursos.com.br 0 00000000000 - DEMO 46 73 c) um ramo do Direito Administrativo, porque, além de ser regulado pelos princípios administrativos, a organização dos serviços públicos, relacionados com a atividade financeira do Estado, é objeto do Direito Administrativo. d) um ramo do Direito Econômico e tem por objeto a instituição, arrecadação e destinação das receitas não tributárias, mas, no tocante às receitas tributárias, é o Direito Tributário que cuida do aspecto da destinação delas. e) um ramo do Direito Público e seu objeto é o conjunto de princípios e normas jurídicas que se relaciona com a atividade financeira do Estado, ou seja, com as despesas públicas, receitas públicas, orçamento público e créditos públicos. 5.(FUNDEP/2015) - Auditor do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais) Ao tratar das normas gerais sobre finanças públicas, a Constituição da República de 1988 reservou expressamente a disciplina de determinadas matérias ao trato por lei complementar. Nesse contexto, assinale a alternativa que NÃO se enquadra entre tais matérias. a) Compatibilização das funções das instituiçõesoficiais de crédito da União, resguardadas as características e condições operacionais plenas das voltadas ao desenvolvimento regional. b) Dívida pública externa e interna, incluída a das autarquias, fundações e demais entidades controladas pelo Poder Público. c) Operações de câmbio realizadas por órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. d) Finanças públicas. e) Fiscalização de recursos repassados pela União mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres, a Estado, ao Distrito Federal ou a Município. 6.(CESPE/2013) - Juiz Federal - TRF 2ª Região) No que tange ao SFN e a finanças públicas, assinale a opção correta. a) O Banco Central do Brasil poderá comprar e vender títulos de emissão do Tesouro Nacional, com o objetivo de regular a oferta de moeda ou a taxa de juros, bem como conceder empréstimos a qualquer órgão ou entidade que não seja instituição financeira. b) Segundo o princípio da legalidade, a lei orçamentária anual não poderá conter dispositivos estranhos à previsão da receita e à fixação das despesas, incluindo-se nessa proibição a autorização para a abertura de crédito suplementar. Alessandro Sanchez Aula 00 Direito Financeiro p/ Carreira Jurídica (Curso Regular) - Prof. Alessandro Sanchez www.estrategiaconcursos.com.br 0 00000000000 - DEMO 47 73 c) A abertura de crédito extraordinário somente será admitida para atender a despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção ou calamidade pública, porém não caberá ao Poder Judiciário a análise desses requisitos. d) O plano plurianual, as diretrizes orçamentárias e os orçamentos anuais integram o sistema orçamentário, sendo que as leis que versem sobre esses temas serão de iniciativa do Poder Executivo. e) Embora o SFN deva ser regulado por lei complementar, o STF sumulou o entendimento de que a norma que limitava a taxa de juros reais a 12% ao ano tinha eficácia plena. 7.(IBFC/2018) - Juiz Federal - TRF 2ª Região) Em relação às normas de finanças públicas previstas na Constituição, assinale a alternativa correta: a) a competência da União para emitir moeda será exercida exclusivamente pelo Banco Central e pela Secretaria do Tesouro Nacional. b) faculta-se ao Poder Executivo fazer acompanhar o projeto de lei orçamentária de demonstrativo regionalizado do efeito, sobre as receitas e despesas, decorrente de isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária e creditícia. c) após o envio ao Congresso Nacional de projeto de lei orçamentária, o Presidente da República não poderá mais propor qualquer alteração. d) é possível a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de programação para outra ou de um órgão para outro, desde que com prévia autorização por ato do chefe do Poder Executivo, com exceção daqueles relacionados às atividades de ciência, tecnologia e inovação, os quais necessitam de prévia autorização legislativa. e) as emendas individuais ao projeto de lei orçamentária serão aprovadas no limite de 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento) da receita corrente líquida prevista no projeto encaminhado pelo Poder Executivo, sendo que a metade deste percentual será destinada a ações e serviços públicos de saúde. 8.(CESPE/2013) - Juiz Federal - TRF 5ª Região) À luz da CF, das normas gerais de direito financeiro e da jurisprudência do STF sobre a matéria, assinale a opção correta. a) A prerrogativa da autonomia financeira dos poderes visa impedir o Poder Executivo de causar, em desfavor do Poder Judiciário, do Poder Legislativo e do MP, um estado de subordinação financeira capaz de comprometer, pela gestão arbitrária do orçamento, a independência político-jurídica dessas instituições. b) Compete ao Congresso Nacional estabelecer os limites globais e as condições para o montante da dívida mobiliária dos estados, do DF e dos municípios. Alessandro Sanchez Aula 00 Direito Financeiro p/ Carreira Jurídica (Curso Regular) - Prof. Alessandro Sanchez www.estrategiaconcursos.com.br 0 00000000000 - DEMO 48 73 c) As despesas empenhadas, não liquidadas e não pagas até 31 de dezembro são consideradas restos a pagar processados. d) Caso não receba a proposta orçamentária no prazo fixado pela CF, o Poder Legislativo não poderá considerar como proposta a lei do orçamento vigente. e) A CF não possui vedação expressa às chamadas caudas orçamentárias. 9.(CESPE/2013) - Juiz Federal - TRF 2ª Região) A competência privativa para fixar limites globais para o montante da dívida consolidada da União, dos estados, do DF e dos municípios pertence a) STF. b) TCU. c) ao Senado Federal. d) ao Congresso Nacional. e) à Câmara dos Deputados. 10.(Com. Exam/2018) - Juiz Federal - TRF 3ª Região) Indique a afirmação CORRETA: a) Lei ordinária não pode dispor sobre dívida pública e sobre emissão e resgate de títulos da dívida pública. b) É da competência da cada pessoa política dispor, mediante decreto regulador, sobre sua dívida pública externa e interna, incluída a de suas autarquias, fundações e demais entidades controladas. c) Cabe ao Conselho Monetário Nacional exercer a competência constitucional para emitir moeda em nome da União. d) O orçamento da seguridade social abrange todas as entidades e órgãos a ela vinculados por determinação legal, mas não está incluído na lei orçamentária anual. 11.(CESPE/2013) - Juiz Federal - TRF 2ª Região) No Brasil, o órgão que tem competência exclusiva para julgar anualmente as contas prestadas pelo presidente da República é a) o Congresso Nacional. b) STF. c) a Comissão Mista de Senadores e Deputados. d) TCU. e) o Senado Federal. Alessandro Sanchez Aula 00 Direito Financeiro p/ Carreira Jurídica (Curso Regular) - Prof. Alessandro Sanchez www.estrategiaconcursos.com.br 0 00000000000 - DEMO 49 73 12.(Com. Exam/2017) - TRF 2ª Região) Sobre a renúncia de receitas na Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar nº 101/2000), assinale a opção correta: a) A legalidade da concessão de benefício de natureza tributária da qual decorra renúncia de receita estará garantida, sob o ponto de vista da Lei Complementar nº 101, desde que esteja acompanhada de estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício em que deva iniciar sua vigência e nos dois seguintes. b) A redução nas alíquotas do imposto de produtos industrializados (IPI), em razão de seu impacto sobre a arrecadação federal, submete-se aos requisitos para renúncia de receitas estabelecidos pela Lei de Responsabilidade Fiscal. c) Quando o ato de concessão ou ampliação do incentivo ou benefício do qual decorra renúncia de receita estiver condicionado à implementação de medidas de compensação, o benefício só entrará em vigor 90 (noventa) dias após implementadas tais medidas. d) É facultativo o exercício da competência tributária pelos entes federados, razão pela qual o ente que não instituir todos os impostos de sua competência pode, nos termos da Lei de Responsabilidade Fiscal, continuar a receber transferências obrigatórias e voluntárias. e) O cancelamento de débito cujo montante seja inferior ao dos respectivos custos de cobrança não é considerado, pela Lei de Responsabilidade Fiscal, como renúncia de receita. 13.(FCC - TCM-GO-Procurador-2015) De acordo com normas constitucionais que tratam de finanças públicas, cabe à lei complementar dispor sobre: a) finanças públicas; o estabelecimento de normas de gestão financeira e patrimonial da Administração direta e indireta; estabelecimento dos orçamentos anuais; o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a organização do plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária anual. b) emissão e resgate de títulos da dívida pública; estabelecimento do plano plurianual; compatibilização das funçõesdas instituições oficiais de crédito da União, resguardadas as características e condições operacionais plenas das voltadas ao desenvolvimento regional; estabelecimento das diretrizes orçamentárias; fiscalização financeira da Administração pública direta e indireta; operações de câmbio realizadas por órgãos e entidades dos Municípios. c) finanças públicas; estabelecimento dos orçamentos anuais; dívida pública externa e interna, incluída a das autarquias, fundações e demais entidades controladas pelo Poder Público; estabelecimento das diretrizes orçamentárias; concessão de garantias pelas entidades públicas. d) emissão e resgate de títulos da dívida pública; estabelecimento de normas de gestão financeira e patrimonial da Administração direta e indireta; fiscalização financeira da Alessandro Sanchez Aula 00 Direito Financeiro p/ Carreira Jurídica (Curso Regular) - Prof. Alessandro Sanchez www.estrategiaconcursos.com.br 0 00000000000 - DEMO 50 73 Administração pública direta e indireta; operações de câmbio realizadas por órgãos e entidades dos Municípios. e) compatibilização das funções das instituições oficiais de crédito da União, resguardadas as características e condições operacionais plenas das voltadas ao desenvolvimento regional; estabelecimento do plano plurianual; dívida pública externa e interna, incluída a das autarquias, fundações e demais entidades controladas pelo Poder Público; o estabelecimento das diretrizes orçamentárias; concessão de garantias pelas entidades públicas. 14.(PGE RR - FCC) No âmbito da legislação concorrente, a Constituição Federal determina que a competência: a) da União limitar-se-á a estabelecer normas individuais. b) da União para legislar sobre normas gerais exclui a competência suplementar dos Estados. c) dos Estados para legislar sobre normas gerais exclui a competência concorrente da União. d) da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais. e) da União limitar-se-á a estabelecer normas individuais e exclui a competência suplementar dos Estados. 15.(PGE-AL- Procurador do Estado-CESPE) O direito financeiro cuida: a) da despesa feita pela administração pública, sendo que a receita arrecadada fica a cargo do direito tributário. b) da receita, da despesa e do orçamento público e privado. c) de regulamentar a instituição de tributos. d) do orçamento, do crédito, da receita e da despesa no âmbito da administração pública. e) tão-somente da receita e da despesa públicas. 16.(PG-DF - Procurador-2013- CESPE) A respeito das normas que regem o direito financeiro e orçamentário, julgue os itens a seguir. Diferentemente da Lei n.º 4.320/1964, que tem hoje status de lei complementar, a LRF procura estabelecer normas gerais sobre orçamento e balanços. Alessandro Sanchez Aula 00 Direito Financeiro p/ Carreira Jurídica (Curso Regular) - Prof. Alessandro Sanchez www.estrategiaconcursos.com.br 0 00000000000 - DEMO 51 73 17.(CESPE - PGE-BA - Procurador do Estado - (2014) Os estados podem legislar sobre direito financeiro e, sempre que o fizerem, estarão revogando qualquer norma preexistente, ainda que editada pela União. 18. (UFG) Procurador da Assembleia Legislativa de Goiás - 2015) A atividade financeira do Estado consiste em orçar, gerir e arrecadar recursos públicos. A respeito de cada uma dessas atividades, a) o orçamento público no direito brasileiro é veiculado através de leis orçamentárias que, ante as características da generalidade, abstração e coercitividade, são de execução obrigatória. b) a lei orçamentária não admite qualquer participação popular, dado que sua proposta é de iniciativa exclusiva do Chefe do Poder Executivo. c) a má gestão de recursos públicos pode implicar aos agentes públicos a imposição de multas e o ressarcimento do prejuízo causado ao erário, o que não alcança aos agentes privados. d) a atividade de arrecadação compete à Administração Tributária, sendo atribuição das Procuradorias dos Estados a inscrição em dívida ativa, conforme simetria federativa do que vigora na Administração Tributária Federal. 5.2 – GABARITO 1. E 2. D 3. C 4. E 5. E 6. D 7. E 8. A 9. C 10. A 11. A 12. E 13. D 14. D 15. D 16. Errada 17. Errada 18. D 5.3 – LISTA DE QUESTÕES COM COMENTÁRIOS 1.(FCC/2018) - Consultor Legislativo - CL DF - Finanças Públicas) No âmbito da doutrina relativa à gestão pública nacional, o Direito Financeiro e a Ciência das Finanças têm como objeto a atividade financeira do estado, que, como regra, consiste Alessandro Sanchez Aula 00 Direito Financeiro p/ Carreira Jurídica (Curso Regular) - Prof. Alessandro Sanchez www.estrategiaconcursos.com.br 0 00000000000 - DEMO 52 73 a) na requisição pura e simples, pelo Estado, de coisas e serviços dos administrados, sem necessidade de qualquer contraprestação. b) na colaboração gratuita e honorífica dos administrados nas funções governamentais, em prol do bem comum. c) no deslocamento apenas do setor público para o setor privado de recursos e serviços, para atendimento das necessidades essenciais da população e para o fomento das atividades econômicas. d) em não ter nenhuma essência política, porque os juristas concordam que não existe caráter político na atividade financeira do Estado, a ser estudado pelo Direito Financeiro ou pela Ciência das Finanças. e) em obter, gerir e despender o dinheiro indispensável às necessidades, cuja satisfação o Estado assumiu. Comentários A Atividade Financeira do Estado consiste em obter, criar, gerir e despender o dinheiro indispensável às necessidades, cuja satisfação o Estado assumiu ou cometeu a outras pessoas de direito público. Nesse sentido, é tarefa do Estado a realização do bem comum por intermédio de políticas públicas nas esferas sociais, econômicas e administrativas, que se concretiza por meio do atendimento das necessidades públicas, como por exemplo: segurança, educação, saúde, previdência, justiça, defesa nacional, emprego, diplomacia, alimentação, habitação, transporte, lazer, etc. A alternativa “E” está correta. 2.(VUNESP/2018) - Procurador Jurídico - CM Campo Limpo) Além da Constituição Federal, são fundamentais para o subsistema jurídico de direito financeiro no Brasil a chamada Lei Geral de Orçamentos (LGO), de 1964, e a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), de 2000. A respeito destas leis e de sua eficácia normativa, é correto afirmar que a) ambas as leis foram editadas como leis complementares, apenas podendo ser modificadas por lei complementar posterior, em linha com o previsto na Constituição. b) apenas a LGO foi editada como lei complementar, sendo a LRF decorrência da conversão em lei de Medida Provisória editada em 1999. c) a LGO foi editada como Decreto-Lei, dada a sua origem e tramitação durante regime de exceção no Brasil. Não obstante, esta lei foi recepcionada pela Constituição de 1988 como lei ordinária, ou seja, como lei da mesma espécie da LRF. Alessandro Sanchez Aula 00 Direito Financeiro p/ Carreira Jurídica (Curso Regular) - Prof. Alessandro Sanchez www.estrategiaconcursos.com.br 0 00000000000 - DEMO 53 73 d) a LGO foi editada como lei ordinária, sendo, porém, recepcionada pela Constituição de 1988 como lei complementar, em razão da matéria. A LRF, por sua vez, já foi editada como lei complementar. e) os dispositivos previstos na LGO e na LRF são de cunho obrigatório apenas para a União Federal, servindo apenas de referência para os estados e municípios, os quais não se obrigam aos seus termos, em razão da autonomia federativa constitucional de que gozam. Comentários A alternativa “D” está correta, pois corresponde ao formato de recepção da LGO, já a LRF, de fato, já foi editada como Lei Complementar. 3.(FCC/2018) - Auditor Público Externo - TCE-RS - Ciências Jurídicas e Sociais, Direito) A Constituição Federal e a Lei de ResponsabilidadeFiscal dispõem que o Banco Central do Brasil a) foi autorizado a emitir títulos da dívida pública a partir de dois anos após a publicação da Lei Complementar nº 101/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal). b) poderá conceder, direta ou indiretamente, empréstimos ao Tesouro Nacional e a qualquer órgão ou entidade que não seja instituição financeira. c) poderá comprar e vender títulos de emissão do Tesouro Nacional, com o objetivo de regular a oferta de moeda ou a taxa de juros. d) tem competência, juntamente com o Banco do Brasil, para emitir moedas e títulos da dívida pública. e) tem seu presidente e diretores nomeados pelo Presidente da República, após aprovação pelo Congresso Nacional, pela maioria absoluta de seus membros. Comentários A alternativa “A” está incorreta, pois o Banco Central é proibido de emitir títulos, conforme art. 34, LRF; A alternativa “B” está incorreta, pois está em desacordo com a literalidade do texto constitucional, previsto no §1º, art. 164 que traz proibição específica ao Tesouro. A alternativa “C” está correta, pois nos exatos termos do §2º, art. 164 do texto Constitucional. A alternativa “D” está incorreta, pois não atende a literalidade do texto constitucional, conforme o “caput”, art. 164 que traz competência exclusiva do Banco Central. A alternativa “E” está incorreta, pois não atende o art. 52 do texto constitucional, no sentido de que o Senado Federal é que aprovará as nomeações citadas Alessandro Sanchez Aula 00 Direito Financeiro p/ Carreira Jurídica (Curso Regular) - Prof. Alessandro Sanchez www.estrategiaconcursos.com.br 0 00000000000 - DEMO 54 73 4.(FCC/2018) - Consultor Legislativo – CL/DF - Finanças Públicas) Há consenso doutrinário quando os juristas, de forma unânime e sem qualquer divergência, afirmam que o Direito Financeiro é a) o conjunto de regras jurídicas que disciplinam somente as despesas públicas. b) um ramo do Direito Público que rege as relações jurídicas entre o Estado e os particulares, decorrentes somente da atividade de obtenção, pelo Estado, de receitas, desde que correspondam ao conceito de tributo. c) um ramo do Direito Administrativo, porque, além de ser regulado pelos princípios administrativos, a organização dos serviços públicos, relacionados com a atividade financeira do Estado, é objeto do Direito Administrativo. d) um ramo do Direito Econômico e tem por objeto a instituição, arrecadação e destinação das receitas não tributárias, mas, no tocante às receitas tributárias, é o Direito Tributário que cuida do aspecto da destinação delas. e) um ramo do Direito Público e seu objeto é o conjunto de princípios e normas jurídicas que se relaciona com a atividade financeira do Estado, ou seja, com as despesas públicas, receitas públicas, orçamento público e créditos públicos. Comentários O direito financeiro consiste no ramo do direito público que estuda as finanças do Estado em sua estreita relação com a sua atividade financeira. Ou seja, é o conjunto de regras e princípios que estuda a atividade financeira do Estado, compreendida esta como receita, despesa, orçamento e crédito públicos. A alternativa “E” está de acordo com os objetivos do Direito Financeiro. 5.(FUNDEP/2015) - Auditor do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais) Ao tratar das normas gerais sobre finanças públicas, a Constituição da República de 1988 reservou expressamente a disciplina de determinadas matérias ao trato por lei complementar. Nesse contexto, assinale a alternativa que NÃO se enquadra entre tais matérias. a) Compatibilização das funções das instituições oficiais de crédito da União, resguardadas as características e condições operacionais plenas das voltadas ao desenvolvimento regional. b) Dívida pública externa e interna, incluída a das autarquias, fundações e demais entidades controladas pelo Poder Público. c) Operações de câmbio realizadas por órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. d) Finanças públicas. Alessandro Sanchez Aula 00 Direito Financeiro p/ Carreira Jurídica (Curso Regular) - Prof. Alessandro Sanchez www.estrategiaconcursos.com.br 0 00000000000 - DEMO 55 73 e) Fiscalização de recursos repassados pela União mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres, a Estado, ao Distrito Federal ou a Município. Comentários A alternativa “A” está correta, pois está de acordo com o inciso VII do artigo 163 da Constituição Federal de 1988, sendo uma das funções que serão estabelecidas em lei complementar federal. A alternativa “B” está de acordo com o inciso II do artigo 163 da Constituição Federal de 1988, sendo uma das funções que serão estabelecidas em lei complementar federal. A alternativa “C” está correta, por estar de acordo com o inciso VI do artigo 163 da Constituição Federal de 1988, sendo uma das funções que serão estabelecidas em lei complementar federal. A alternativa “D” está correta, pois está de acordo com o inciso I do artigo 163 da Constituição Federal de 1988, sendo uma das funções que serão estabelecidas em lei complementar federal. A alternativa “E” está incorreta, por se tratar de uma atribuição do TCU (Tribunal de Contas da União), conforme o inciso VI do artigo 71 da Constituição Federal de 1988. 6.(CESPE/2013) - Juiz Federal - TRF 2ª Região) No que tange ao SFN e a finanças públicas, assinale a opção correta. a) O Banco Central do Brasil poderá comprar e vender títulos de emissão do Tesouro Nacional, com o objetivo de regular a oferta de moeda ou a taxa de juros, bem como conceder empréstimos a qualquer órgão ou entidade que não seja instituição financeira. b) Segundo o princípio da legalidade, a lei orçamentária anual não poderá conter dispositivos estranhos à previsão da receita e à fixação das despesas, incluindo-se nessa proibição a autorização para a abertura de crédito suplementar. c) A abertura de crédito extraordinário somente será admitida para atender a despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção ou calamidade pública, porém não caberá ao Poder Judiciário a análise desses requisitos. d) O plano plurianual, as diretrizes orçamentárias e os orçamentos anuais integram o sistema orçamentário, sendo que as leis que versem sobre esses temas serão de iniciativa do Poder Executivo. e) Embora o SFN deva ser regulado por lei complementar, o STF sumulou o entendimento de que a norma que limitava a taxa de juros reais a 12% ao ano tinha eficácia plena. Comentários Alessandro Sanchez Aula 00 Direito Financeiro p/ Carreira Jurídica (Curso Regular) - Prof. Alessandro Sanchez www.estrategiaconcursos.com.br 0 00000000000 - DEMO 56 73 A alternativa “A” está incorreta, pois o Banco Central do Brasil – Bacen, de fato pode comprar e vender títulos de emissão do Tesouro Nacional para regular a oferta de moeda da economia, conforme se verifica no inciso XII, do Art. 10 da Lei nº 4.595/64. Entretanto, o Banco Central do Brasil – Bacen, apenas realiza operações com instituições financeiras públicas ou privadas. Portanto, não pode conceder empréstimos a órgão ou entidade que não seja instituição financeira, tudo conforme o art. 12 da Lei nº 4.595/64. A alternativa “B” está incorreta, pois a lei orçamentária anual não poderá conter dispositivos estranhos à previsão da receita e à fixação das despesas, incluindo-se nessa proibição a autorização para a abertura de crédito suplementar (e autorização para a contratação de operações de crédtio, mesmo que por antecipação de receita) é o princípio da exclusividade e não da legalidade. A alternativa “C” está incorreta, de acordo com o §3º do Art. 167 da CF/88, já que somente cabe o uso de créditos extraordinários para atender despesas imprevisíveis e urgentes podendo esses créditos serem abertos por Medida Provisória. Cabe ao poder judiciário a análise dos requisitos de urgência e imprevisibilidade.É importante ressaltar a matéria da Ação Direta de Inconstitucionalidade - ADI nº 4.049, onde o Supremo Tribunal Federal - STF suspendeu a Medida Provisória nº 402, que abriu crédito extraordinário de R$ 1,65 bilhão no orçamento federal para uso em obras de infra-estrutura, por considerar que não foram atendidos os requisitos de urgência e imprevisibilidade. A alternativa “D” está correta, pois o sistema orçamentário brasileiro é composto por três leis, o Plano Plurianual - PPA, a Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO e a Lei Orçamentária Anual - LOA, que é o orçamento propriamente dito. Essas três leis são de iniciativa do Poder Executivo, conforme estabelece o Art. 165 da Constituição Federal de 1988. A alternativa “E” está incorreta. O texto constitucional do §3º, art. 192, que limitava a taxa de juros reais em 12% ao ano foi revogado pela Emenda Constitucional nº 40/2003, além do que, o Supremo Tribunal Federal - STF, por meio da Súmula Vinculante nº 7, firmou entendimento de que essa norma constitucional do §3º do Art. 192 da CF/88 revogada pela E.C. nº40/2003 era de eficácia limitada. 7.(IBFC/2018) - Juiz Federal - TRF 2ª Região) Em relação às normas de finanças públicas previstas na Constituição, assinale a alternativa correta: a) a competência da União para emitir moeda será exercida exclusivamente pelo Banco Central e pela Secretaria do Tesouro Nacional. b) faculta-se ao Poder Executivo fazer acompanhar o projeto de lei orçamentária de demonstrativo regionalizado do efeito, sobre as receitas e despesas, decorrente de Alessandro Sanchez Aula 00 Direito Financeiro p/ Carreira Jurídica (Curso Regular) - Prof. Alessandro Sanchez www.estrategiaconcursos.com.br 0 00000000000 - DEMO 57 73 isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária e creditícia. c) após o envio ao Congresso Nacional de projeto de lei orçamentária, o Presidente da República não poderá mais propor qualquer alteração. d) é possível a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de programação para outra ou de um órgão para outro, desde que com prévia autorização por ato do chefe do Poder Executivo, com exceção daqueles relacionados às atividades de ciência, tecnologia e inovação, os quais necessitam de prévia autorização legislativa. e) as emendas individuais ao projeto de lei orçamentária serão aprovadas no limite de 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento) da receita corrente líquida prevista no projeto encaminhado pelo Poder Executivo, sendo que a metade deste percentual será destinada a ações e serviços públicos de saúde. Comentários A alternativa “A” está incorreta, já que estamos diante de competência Exclusiva do Banco Central, conforme art. 164 da Constituição Federal. A alternativa “B” está incorreta, pois há obrigatoriedade de envio deste demonstrativo regionalizado do efeito, conforme previsão Constitucional no texto do §6º, art. 165. A alternativa “C” está incorreta, já que será permitida o envio de mensagem ao Congresso para propor modificação nos Projetos de Lei, desde que não tenha sido iniciada a votação na Comissão Mista, de acordo com o texto do §5º, art. 166, Constituição Federal. d) é possível a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de programação para outra ou de um órgão para outro, desde que com prévia autorização por ato do chefe do Poder Executivo, com exceção daqueles relacionados às atividades de ciência, tecnologia e inovação, os quais necessitam de prévia autorização legislativa. A alternativa “D” está incorreta, pois o texto se apresenta em desacordo com o §5º, VI, art. 167, Constituição Federal que traz vedação acerca do conceito relatado na hipótese. A alternativa “E” está correta, pois se apresenta em pleno acordo com o texto do §9º, art. 166 do texto constitucional. 8.(CESPE/2013) - Juiz Federal - TRF 5ª Região) À luz da CF, das normas gerais de direito financeiro e da jurisprudência do STF sobre a matéria, assinale a opção correta. a) A prerrogativa da autonomia financeira dos poderes visa impedir o Poder Executivo de causar, em desfavor do Poder Judiciário, do Poder Legislativo e do MP, um estado de subordinação financeira capaz de comprometer, pela gestão arbitrária do orçamento, a independência político-jurídica dessas instituições. Alessandro Sanchez Aula 00 Direito Financeiro p/ Carreira Jurídica (Curso Regular) - Prof. Alessandro Sanchez www.estrategiaconcursos.com.br 0 00000000000 - DEMO 58 73 b) Compete ao Congresso Nacional estabelecer os limites globais e as condições para o montante da dívida mobiliária dos estados, do DF e dos municípios. c) As despesas empenhadas, não liquidadas e não pagas até 31 de dezembro são consideradas restos a pagar processados. d) Caso não receba a proposta orçamentária no prazo fixado pela CF, o Poder Legislativo não poderá considerar como proposta a lei do orçamento vigente. e) A CF não possui vedação expressa às chamadas caudas orçamentárias. Comentários A alternativa “A” está correta, de acordo com a exigência de Julgado do STF, senão vejamos: O autogoverno da Magistratura tem, na autonomia do Poder Judiciário, o seu fundamento essencial, que se revela verdadeira pedra angular, suporte imprescindível à asseguração da independência político-institucional dos juízes e dos tribunais. O legislador constituinte, dando consequência à sua clara opção política - verdadeira decisão fundamental concernente à independência da Magistratura –, instituiu, no art. 16832 de nossa Carta Política, uma típica garantia instrumental, assecuratória da autonomia financeira do Poder Judiciário. A norma inscrita no art. 168 da CF reveste-se de caráter cautelar, concebida que foi para impedir o Executivo de causar, em desfavor do Judiciário, do Legislativo e do Ministério Público, um estado de subordinação financeira que comprometesse, pela gestão arbitrária do orçamento – ou, até mesmo, pela injusta recusa de liberar os recursos nele consignados -, a própria independência político-jurídica daquelas Instituições” (STF, Pleno, MSAQO 21.291/DF, rel. em. Min. Celso de Mello. RJT 159/454). A alternativa “B” está incorreta, pois estamos diante de competência privativa do Senado Federal, conforme IX, art. 52, Constituição Federal. A alternativa “C” está incorreta, pois a despesa é apenas empenhada, logo, não liquidada e paga. Os restos a pagar processados ocorrem quando a despesa é empenhada e liquidada, porém não paga. A alternativa “D” está incorreta, nos termos do art. 32, lei nº 4.320/64, pois o texto é no sentido de que se não receber a proposta orçamentária no prazo fixado nas Constituições ou nas Leis Orgânicas dos Municípios, o Poder Legislativo considerará como proposta a Lei de Orçamento vigente. A alternativa “E” está incorreta, pois a hipótese se refere ao princípio da exclusividade, previsto no §8º do art. 165 da Constituição Federal, que estabelece que a LOA não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa. Ressalvam-se dessa proibição a autorização para abertura de crédito suplementar e a contratação de operações de crédito, nos termos da lei. O termo "cauda orçamentária" refere-se a matérias estranhas à receita e à despesa que antigamente eram inseridas nas peças orçamentárias como forma de aproveitar o regime especial de tramitação orçamentária para concretizar interesses (na maioria das vezes) clientelistas. Alessandro Sanchez Aula 00 Direito Financeiro p/ Carreira Jurídica (Curso Regular) - Prof. Alessandro Sanchez www.estrategiaconcursos.com.br 0 00000000000 - DEMO 59 73 Esse foi o principal motivo da positivação no texto constitucional do princípio da exclusividade acima referido, que eliminou as "caudas orçamentárias". 9.(CESPE/2013) - Juiz Federal - TRF 2ª Região) A competência privativa para fixar limites globaispara o montante da dívida consolidada da União, dos estados, do DF e dos municípios pertence a) STF. b) TCU. c) ao Senado Federal. d) ao Congresso Nacional. e) à Câmara dos Deputados. Comentários A alternativa “C” é a correta, conforme o VI, art. 52, do texto Constitucional É competência privativa do Senado Federal fixar os limites globais para o montante da dívida consolidada da União, Estados, DF e Municípios. 10.(Com. Exam/2018) - Juiz Federal - TRF 3ª Região) Indique a afirmação CORRETA: a) Lei ordinária não pode dispor sobre dívida pública e sobre emissão e resgate de títulos da dívida pública. b) É da competência da cada pessoa política dispor, mediante decreto regulador, sobre sua dívida pública externa e interna, incluída a de suas autarquias, fundações e demais entidades controladas. c) Cabe ao Conselho Monetário Nacional exercer a competência constitucional para emitir moeda em nome da União. d) O orçamento da seguridade social abrange todas as entidades e órgãos a ela vinculados por determinação legal, mas não está incluído na lei orçamentária anual. Comentários A alternativa “A” está correta, pois Lei Complementar que deverá dispor sobre emissão e resgate de títulos da dívida pública. Conforme Constituição Federal em sua alínea “b”, IV, art. 163. A alternativa “B” está incorreta, pois Lei complementar disporá sobre dívida pública externa e interna, incluída a das autarquias, fundações e demais entidades controladas pelo Poder Público, Conforme Constituição Federal em seu inciso II, art. 163. A alternativa “C” está incorreta, pois cabe exclusivamente ao Banco Central do Brasil - BACEN a emissão de moeda, conforme art. 164, Constituição Federal. Alessandro Sanchez Aula 00 Direito Financeiro p/ Carreira Jurídica (Curso Regular) - Prof. Alessandro Sanchez www.estrategiaconcursos.com.br 0 00000000000 - DEMO 60 73 d) O orçamento da seguridade social abrange todas as entidades e órgãos a ela vinculados por determinação legal, mas não está incluído na lei orçamentária anual. A alternativa “D” está incorreta, pois a LOA compreenderá três orçamentos: Fiscal, de Investimentos e da Seguridade Social, de acordo com o inciso III, §5º, Constituição Federal. 11.(CESPE/2013) - Juiz Federal - TRF 2ª Região) No Brasil, o órgão que tem competência exclusiva para julgar anualmente as contas prestadas pelo presidente da República é a) o Congresso Nacional. b) STF. c) a Comissão Mista de Senadores e Deputados. d) TCU. e) o Senado Federal. Comentários A alternativa “A” está correta, pois a competência exclusiva para julgar as contas do Presidente da República foi atribuída pela Constituição Federal de 1988 ao Congresso Nacional, conforme o art. 49, inciso IX do texto Constitucional. 12.(Com. Exam/2017) - TRF 2ª Região) Sobre a renúncia de receitas na Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar nº 101/2000), assinale a opção correta: a) A legalidade da concessão de benefício de natureza tributária da qual decorra renúncia de receita estará garantida, sob o ponto de vista da Lei Complementar nº 101, desde que esteja acompanhada de estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício em que deva iniciar sua vigência e nos dois seguintes. b) A redução nas alíquotas do imposto de produtos industrializados (IPI), em razão de seu impacto sobre a arrecadação federal, submete-se aos requisitos para renúncia de receitas estabelecidos pela Lei de Responsabilidade Fiscal. c) Quando o ato de concessão ou ampliação do incentivo ou benefício do qual decorra renúncia de receita estiver condicionado à implementação de medidas de compensação, o benefício só entrará em vigor 90 (noventa) dias após implementadas tais medidas. d) É facultativo o exercício da competência tributária pelos entes federados, razão pela qual o ente que não instituir todos os impostos de sua competência pode, nos termos da Lei de Responsabilidade Fiscal, continuar a receber transferências obrigatórias e voluntárias. Alessandro Sanchez Aula 00 Direito Financeiro p/ Carreira Jurídica (Curso Regular) - Prof. Alessandro Sanchez www.estrategiaconcursos.com.br 0 00000000000 - DEMO 61 73 e) O cancelamento de débito cujo montante seja inferior ao dos respectivos custos de cobrança não é considerado, pela Lei de Responsabilidade Fiscal, como renúncia de receita. Comentários A questão versa sobre a Lei Complementar nº 101/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF). A alternativa “A” está incorreta, segundo a LRF, além de estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício em que deva iniciar sua vigência e nos dois seguintes, observar as disposições da Lei de Diretrizes Orçamentárias e atender a pelo menos uma das seguintes condições: I - demonstração de que a renúncia foi considerada na estimativa de receita da Lei Orçamentária Anual, e de que não afetará as metas de resultados fiscais previstas no anexo próprio da LDO; ou II - estar acompanhada de medidas de compensação, durante o ano de sua implementação e nos dois seguintes, por meio do aumento de receita, proveniente da elevação de alíquotas, ampliação da base de cálculo, majoração ou criação de tributo ou contribuição. A alternativa “B” está incorreta, conforme dispõe o art. 14 da LRF: “A concessão ou ampliação de incentivo ou benefício de natureza tributária da qual decorra renúncia de receita deverá estar acompanhada de estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício em que deva iniciar sua vigência e nos dois seguintes, atender ao disposto na lei de diretrizes orçamentárias e a pelo menos uma das seguintes condições: “§ 3o O disposto neste artigo não se aplica: I - às alterações das alíquotas dos impostos previstos nos incisos I (Imposto de Importação), II (Imposto de Exportação), IV (Imposto sobre Produtos Industrializados) e V (Imposto sobre Operações Financeiras) do art. 153 da Constituição, na forma do seu § 1º; II - ao cancelamento de débito cujo montante seja inferior ao dos respectivos custos de cobrança.” A alternativa “C” está incorreta, pois quando o ato de concessão ou ampliação do incentivo ou benefício do qual decorra renúncia de receita estiver condicionado à implementação de medidas de compensação, o benefício só entrará em vigor após implementadas tais medidas. A alternativa “D” está incorreta, conforme dispõe o art. 11 da LRF: “Art. 11. Constituem requisitos essenciais da responsabilidade na gestão fiscal a instituição, previsão e efetiva arrecadação de todos os tributos da competência constitucional do ente da Federação. Alessandro Sanchez Aula 00 Direito Financeiro p/ Carreira Jurídica (Curso Regular) - Prof. Alessandro Sanchez www.estrategiaconcursos.com.br 0 00000000000 - DEMO 62 73 Parágrafo único. É vedada a realização de transferências voluntárias para o ente que não observe o disposto no caput, no que se refere aos impostos.” Assim, o ente que não instituir todos os IMPOSTOS de sua competência não poderá receber transferências voluntárias mas permanecerá sendo destinatário das transferências obrigatórias. A alternativa “E” está correta, conforme ensina a Lei de Responsabilidade Fiscal: “Art. 14. A concessão ou ampliação de incentivo ou benefício de natureza tributária da qual decorra renúncia de receita deverá estar acompanhada de estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício em que deva iniciar sua vigência e nos dois seguintes, atender ao disposto na lei de diretrizes orçamentárias e a pelo menos uma das seguintes condições: (...) § 3o O disposto neste artigo não se aplica: I - às alterações das alíquotas dos impostos previstos nos incisos I, II, IV e V do art. 153 da Constituição, na forma do seu § 1º; II - ao cancelamento de débito cujo montante seja inferior ao dos respectivos custos de cobrança. 13.(FCC - TCM-GO-Procurador-2015) De acordo com normas constitucionais que tratam de finançaspúblicas, cabe à lei complementar dispor sobre: a) finanças públicas; o estabelecimento de normas de gestão financeira e patrimonial da Administração direta e indireta; estabelecimento dos orçamentos anuais; o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a organização do plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária anual. b) emissão e resgate de títulos da dívida pública; estabelecimento do plano plurianual; compatibilização das funções das instituições oficiais de crédito da União, resguardadas as características e condições operacionais plenas das voltadas ao desenvolvimento regional; estabelecimento das diretrizes orçamentárias; fiscalização financeira da Administração pública direta e indireta; operações de câmbio realizadas por órgãos e entidades dos Municípios. c) finanças públicas; estabelecimento dos orçamentos anuais; dívida pública externa e interna, incluída a das autarquias, fundações e demais entidades controladas pelo Poder Público; estabelecimento das diretrizes orçamentárias; concessão de garantias pelas entidades públicas. d) emissão e resgate de títulos da dívida pública; estabelecimento de normas de gestão financeira e patrimonial da Administração direta e indireta; fiscalização financeira da Administração pública direta e indireta; operações de câmbio realizadas por órgãos e entidades dos Municípios. e) compatibilização das funções das instituições oficiais de crédito da União, resguardadas as características e condições operacionais plenas das voltadas ao desenvolvimento regional; estabelecimento do plano plurianual; dívida pública externa Alessandro Sanchez Aula 00 Direito Financeiro p/ Carreira Jurídica (Curso Regular) - Prof. Alessandro Sanchez www.estrategiaconcursos.com.br 0 00000000000 - DEMO 63 73 e interna, incluída a das autarquias, fundações e demais entidades controladas pelo Poder Público; o estabelecimento das diretrizes orçamentárias; concessão de garantias pelas entidades públicas. Comentário: A alternativa “D” está correta, nos exatos termos do art. 163 da Constituição Federal. As demais alternativas estão incorretas, tudo em vista do “caput” art. 165, que prevê que o plano plurianual, bem como os orçamentos e diretrizes orçamentárias são previstos em lei ordinária. 14.(PGE RR - FCC) No âmbito da legislação concorrente, a Constituição Federal determina que a competência: a) da União limitar-se-á a estabelecer normas individuais. b) da União para legislar sobre normas gerais exclui a competência suplementar dos Estados. c) dos Estados para legislar sobre normas gerais exclui a competência concorrente da União. d) da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais. e) da União limitar-se-á a estabelecer normas individuais e exclui a competência suplementar dos Estados. A alternativa “A” está correta, pois segundo o §1º, art. 24 da Constituição Federal a competência da União para legislar limitar-se-á a estabelecer normas gerais e não individuais. A alternativa “B” está incorreta, pois o §2º, art. 24, CF, estabelece que que a competência da União não exclui a competência suplementar dos Estados. A alternativa “C” está incorreta, nos moldes do §1º, art. 24 Constitucional, já que o Estado jamais será excluído da competência concorrente. A alternativa “D” está correta, nos exatos termos do §1º da Carta Magna. A alternativa “E” está incorreta, pois além de a União não estabelecer normas individuais, a concorrência suplementar dos Estados não é excluída. 15.(PGE-AL- Procurador do Estado-CESPE) O direito financeiro cuida: a) da despesa feita pela administração pública, sendo que a receita arrecadada fica a cargo do direito tributário. b) da receita, da despesa e do orçamento público e privado. c) de regulamentar a instituição de tributos. Alessandro Sanchez Aula 00 Direito Financeiro p/ Carreira Jurídica (Curso Regular) - Prof. Alessandro Sanchez www.estrategiaconcursos.com.br 0 00000000000 - DEMO 64 73 d) do orçamento, do crédito, da receita e da despesa no âmbito da administração pública. e) tão-somente da receita e da despesa públicas. A alternativa “A” está incorreta, inclusive pelo fato de que a receita arrecadada em vista da exploração da atividade econômica é matéria do Direito Financeiro, o que já demonstra que a afirmativa no sentido de que a receita fica a cargo do Direito Tributário está incorreta. A alternativa “B” está incorreta, pois o Estado não tem ingerência sobre o orçamento privado, mas exclusivamente ao orçamento público. A alternativa “C” está incorreta, já que a matéria elencada na assertiva pertence exclusivamente ao âmbito do Direito Tributário. A alternativa “D” está correta, por citar hipóteses pertencentes ao Direito Financeiro, que além do elencado, trata da obtenção e gestão de tais elementos. A alternativa “E” está incorreta, já que restringe o conteúdo do Direito Financeiro. 16.(PG-DF - Procurador-2013- CESPE) A respeito das normas que regem o direito financeiro e orçamentário, julgue os itens a seguir. Diferentemente da Lei n.º 4.320/1964, que tem hoje status de lei complementar, a LRF procura estabelecer normas gerais sobre orçamento e balanços. A hipótese está “ERRADA”, pois a Lei n.º 4.320/1964 estabelece normas gerais para elaboração e controle dos orçamentos e balanços, enquanto a LRF estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal. 17.(CESPE - PGE-BA - Procurador do Estado - (2014) Os estados podem legislar sobre direito financeiro e, sempre que o fizerem, estarão revogando qualquer norma preexistente, ainda que editada pela União. A hipótese está “ERRADA”. No âmbito da competência concorrente, caso a União não edite normas gerais, os estados poderão exercer a competência legislativa plena, tudo conforme o art. 24 e §§ do texto constitucional. Entretanto, se houver superveniência de lei federal, haverá suspensão da eficácia da lei estadual e não revogação e jamais será possível a revogação da norma federal pela estadual. 18. (UFG) Procurador da Assembleia Legislativa de Goiás - 2015) A atividade financeira do Estado consiste em orçar, gerir e arrecadar recursos públicos. A respeito de cada uma dessas atividades, Alessandro Sanchez Aula 00 Direito Financeiro p/ Carreira Jurídica (Curso Regular) - Prof. Alessandro Sanchez www.estrategiaconcursos.com.br 0 00000000000 - DEMO 65 73 a) o orçamento público no direito brasileiro é veiculado através de leis orçamentárias que, ante as características da generalidade, abstração e coercitividade, são de execução obrigatória. b) a lei orçamentária não admite qualquer participação popular, dado que sua proposta é de iniciativa exclusiva do Chefe do Poder Executivo. c) a má gestão de recursos públicos pode implicar aos agentes públicos a imposição de multas e o ressarcimento do prejuízo causado ao erário, o que não alcança aos agentes privados. d) a atividade de arrecadação compete à Administração Tributária, sendo atribuição das Procuradorias dos Estados a inscrição em dívida ativa, conforme simetria federativa do que vigora na Administração Tributária Federal. A alternativa “A” está incorreta, de acordo com a doutrina majoritária, que defende que o orçamento possui natureza formal, de execução não obrigatória. Assim, o orçamento é instrumento meramente político, servindo apenas a execução de políticas, através de atos administrativos discricionários. A alternativa “B” está incorreta, pois não há qualquer vedação a participação popular na elaboração da LOA. A alternativa “C” está incorreta, O texto constitucional presente em seu parágrafo único do artigo 70se expressa no sentido de que prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais aUnião responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária. Observe que a natureza privada não isenta o indivíduo de ressarcir o erário ou ser multado pelos órgãos competentes por má gestão dos recursos. A alternativa “D” está correta, pois o órgão encarregado pela representação judicial do ente federativo, é também o responsável pela inscrição em dívida ativa. Assim, na esfera federal, a incumbência recai sobre a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional e nos Estados e Municípios, às respectivas procuradorias. 6 – DESTAQUES DA LEGISLAÇÃO E DA JURISPRUDÊNCIA Neste ponto da aula, citamos, para fins de revisão, os principais dispositivos de lei e entendimentos jurisprudenciais que podem fazer a diferença na hora da prova. Lembre-se de revisá-los! art. 24 da CF Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: Alessandro Sanchez Aula 00 Direito Financeiro p/ Carreira Jurídica (Curso Regular) - Prof. Alessandro Sanchez www.estrategiaconcursos.com.br 0 00000000000 - DEMO 66 73 I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico; II - orçamento; III - juntas comerciais; IV - custas dos serviços forenses; V - produção e consumo; VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição; VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico; VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico; IX - educação, cultura, ensino, desporto, ciência, tecnologia, pesquisa, desenvolvimento e inovação; X - criação, funcionamento e processo do juizado de pequenas causas; XI - procedimentos em matéria processual; XII - previdência social, proteção e defesa da saúde; XIII - assistência jurídica e Defensoria pública; XIV - proteção e integração social das pessoas portadoras de deficiência; XV - proteção à infância e à juventude; XVI - organização, garantias, direitos e deveres das polícias civis. art. 49 da CF Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional: I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional; II - autorizar o Presidente da República a declarar guerra, a celebrar a paz, a permitir que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente, ressalvados os casos previstos em lei complementar; III - autorizar o Presidente e o Vice-Presidente da República a se ausentarem do País, quando a ausência exceder a quinze dias; IV - aprovar o estado de defesa e a intervenção federal, autorizar o estado de sítio, ou suspender qualquer uma dessas medidas; V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa; VI - mudar temporariamente sua sede; VII - fixar idêntico subsídio para os Deputados Federais e os Senadores, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; Alessandro Sanchez Aula 00 Direito Financeiro p/ Carreira Jurídica (Curso Regular) - Prof. Alessandro Sanchez www.estrategiaconcursos.com.br 0 00000000000 - DEMO 67 73 VIII - fixar os subsídios do Presidente e do Vice-Presidente da República e dos Ministros de Estado, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; IX - julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da República e apreciar os relatórios sobre a execução dos planos de governo; X - fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Casas, os atos do Poder Executivo, incluídos os da administração indireta; XI - zelar pela preservação de sua competência legislativa em face da atribuição normativa dos outros Poderes; XII - apreciar os atos de concessão e renovação de concessão de emissoras de rádio e televisão; XIII - escolher dois terços dos membros do Tribunal de Contas da União; XIV - aprovar iniciativas do Poder Executivo referentes a atividades nucleares; XV - autorizar referendo e convocar plebiscito; XVI - autorizar, em terras indígenas, a exploração e o aproveitamento de recursos hídricos e a pesquisa e lavra de riquezas minerais; XVII - aprovar, previamente, a alienação ou concessão de terras públicas com área superior a dois mil e quinhentos hectares. art. 52 da CF Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal: I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes de responsabilidade, bem como os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles; II processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público, o Procurador-Geral da República e o Advogado- Geral da União nos crimes de responsabilidade; III - aprovar previamente, por voto secreto, após argüição pública, a escolha de: a) Magistrados, nos casos estabelecidos nesta Constituição; b) Ministros do Tribunal de Contas da União indicados pelo Presidente da República; c) Governador de Território; d) Presidente e diretores do banco central; e) Procurador-Geral da República; f) titulares de outros cargos que a lei determinar; IV - aprovar previamente, por voto secreto, após argüição em sessão secreta, a escolha dos chefes de missão diplomática de caráter permanente; V - autorizar operações externas de natureza financeira, de interesse da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios; Alessandro Sanchez Aula 00 Direito Financeiro p/ Carreira Jurídica (Curso Regular) - Prof. Alessandro Sanchez www.estrategiaconcursos.com.br 0 00000000000 - DEMO 68 73 VI - fixar, por proposta do Presidente da República, limites globais para o montante da dívida consolidada da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; VII - dispor sobre limites globais e condições para as operações de crédito externo e interno da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, de suas autarquias e demais entidades controladas pelo Poder Público federal; VIII - dispor sobre limites e condições para a concessão de garantia da União em operações de crédito externo e interno; IX - estabelecer limites globais e condições para o montante da dívida mobiliária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; X - suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal; XI - aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a exoneração, de ofício, do Procurador-Geral da República antes do término de seu mandato; XII - elaborar seu regimento interno; XIII - dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias; XIV - eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII. XV - avaliar periodicamente a funcionalidade do Sistema Tributário Nacional, em sua estrutura e seus componentes, e o desempenho das administrações tributárias da União, dos Estados e do Distrito Federal e dos Municípios. art. 164 da CF Art. 164. A competência da União para emitir moeda será exercida exclusivamente pelo banco central. art. 166 da CF Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual e aos créditos adicionaisserão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na forma do regimento comum. art. 167 da CF Art. 167. São vedados: I - o início de programas ou projetos não incluídos na lei orçamentária anual; II - a realização de despesas ou a assunção de obrigações diretas que excedam os créditos orçamentários ou adicionais; III - a realização de operações de créditos que excedam o montante das despesas de capital, ressalvadas as autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovados pelo Poder Legislativo por maioria absoluta; IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de recursos para as Alessandro Sanchez Aula 00 Direito Financeiro p/ Carreira Jurídica (Curso Regular) - Prof. Alessandro Sanchez www.estrategiaconcursos.com.br 0 00000000000 - DEMO 69 73 ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento do ensino e para realização de atividades da administração tributária, como determinado, respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem como o disposto no § 4º deste artigo; V - a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia autorização legislativa e sem indicação dos recursos correspondentes; VI - a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de programação para outra ou de um órgão para outro, sem prévia autorização legislativa; VII - a concessão ou utilização de créditos ilimitados; VIII - a utilização, sem autorização legislativa específica, de recursos dos orçamentos fiscal e da seguridade social para suprir necessidade ou cobrir déficit de empresas, fundações e fundos, inclusive dos mencionados no art. 165, § 5º; IX - a instituição de fundos de qualquer natureza, sem prévia autorização legislativa. X - a transferência voluntária de recursos e a concessão de empréstimos, inclusive por antecipação de receita, pelos Governos Federal e Estaduais e suas instituições financeiras, para pagamento de despesas com pessoal ativo, inativo e pensionista, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. XI - a utilização dos recursos provenientes das contribuições sociais de que trata o art. 195, I, a, e II, para a realização de despesas distintas do pagamento de benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201. Emenda Constitucional nº 40/2003 As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, nos termos do § 3°- do art. 60 da Constituição Federal, promulgam a seguinte Emenda ao texto constitucional: Art. 1°- O inciso V do art. 163 da Constituição Federal passa a vigorar com a seguinte redação: "Art. 163. ................................................ ................................................ V - fiscalização financeira da administração pública direta e indireta; ................................................"(NR) Art. 2°- O art. 192 da Constituição Federal passa a vigorar com a seguinte redação: "Art. 192. O sistema financeiro nacional, estruturado de forma a promover o desenvolvimento equilibrado do País e a servir aos interesses da coletividade, em todas as partes que o compõem, abrangendo as cooperativas de crédito, será regulado por leis complementares que disporão, inclusive, sobre a participação do capital estrangeiro nas instituições que o integram. I - (Revogado). II - (Revogado). III - (Revogado) a) (Revogado) Alessandro Sanchez Aula 00 Direito Financeiro p/ Carreira Jurídica (Curso Regular) - Prof. Alessandro Sanchez www.estrategiaconcursos.com.br 0 00000000000 - DEMO 70 73 b) (Revogado) IV - (Revogado) V -(Revogado) VI - (Revogado) VII - (Revogado) VIII - (Revogado) § 1°- (Revogado) § 2°- (Revogado) § 3°- (Revogado)" (NR) Art. 3°- O caput do art. 52 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias passa a vigorar com a seguinte redação: "Art. 52. Até que sejam fixadas as condições do art. 192, são vedados: ........................................................"(NR) Art. 1 Lei Complementar 24/75 Art. 1º - As isenções do imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias serão concedidas ou revogadas nos termos de convênios celebrados e ratificados pelos Estados e pelo Distrito Federal, segundo esta Lei. Parágrafo único - O disposto neste artigo também se aplica: I - à redução da base de cálculo; II - à devolução total ou parcial, direta ou indireta, condicionada ou não, do tributo, ao contribuinte, a responsável ou a terceiros; III - à concessão de créditos presumidos; IV - à quaisquer outros incentivos ou favores fiscais ou financeiro-fiscais, concedidos com base no Imposto de Circulação de Mercadorias, dos quais resulte redução ou eliminação, direta ou indireta, do respectivo ônus; V - às prorrogações e às extensões das isenções vigentes nesta data. 7 – RESUMO Para finalizar o estudo da matéria, trazemos um resumo dos principais aspectos estudados ao longo da aula. Sugerimos que esse resumo seja estudado sempre previamente ao início da aula seguinte, como forma de “refrescar” a memória. Além disso, segundo a organização de estudos de vocês, a cada ciclo de estudos é fundamental retomar esses resumos. Caso encontrem dificuldade em compreender alguma informação, não deixem de retornar à aula. Alessandro Sanchez Aula 00 Direito Financeiro p/ Carreira Jurídica (Curso Regular) - Prof. Alessandro Sanchez www.estrategiaconcursos.com.br 0 00000000000 - DEMO 71 73 ATIVIDADE FINANCEIRA DO ESTADO A atividade financeira do Estado envolve o estudo das receitas públicas, as despesas públicas, o orçamento público e o crédito público. E a atividade financeira do Estado é considerada como um meio para a realização do próprio fim do Estado, a partir da obtenção de receitas e da previsão ordenada de despesas. PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA ATIVIDADE FINANCEIRA DO ESTADO Obrigatoriedade Dinamismo Rigidez Transparência DIREITO CONSTITUCIONAL FINANCEIRO Em decorrência do estudo Constitucional do Direito Financeiro, devemos considerar o indivíduo como centro de direitos e não como ponto de incidência tributária O Direito Financeiro alcança não somente as receitas tributárias, mas as advindas de Petróleo, Energia Elétrica, prestação de serviços pelos entes estatais, assim como a exploração do patrimônio público, entre diversas outras mais. COMPETÊNCIA LEGISLATIVA É característica do Estado Federal o processo de repartição das competências entre a União e os Estados Federados, além de autonomia dos Estados Federados e a sua participação nas decisões da União. A competência da União é restrita à edição de normas gerais, ficando aos Estados- membros e ao Distrito Federal a competência para edição de leis específicas (§1º, Art. 24). A competência dos Estados é SUPLEMENTAR (§2º, art. 24). Na ausência de norma geral, os Estados exercem competência plena (§3º, art. 24). Sobrevindo norma geral federal, a norma estadual fica SUSPENSA, “no que lhe for contrário” (§4º, art. 24). FEDERALISMO FISCAL O Sistema Tributário deve ser dividido entre os três entes federativos. Nessa linha, se a Constituição distribui as competências político-administrativas é forçoso que se atribua os recursos necessários para o cumprimento de suas finalidades. Alessandro Sanchez Aula 00 Direito Financeiro p/ Carreira Jurídica (Curso Regular) - Prof. Alessandro Sanchez www.estrategiaconcursos.com.br 0 00000000000 - DEMO 72 73 Lei Complementar deve dispor sobre conflitos de competência entre os entes federativos (inciso I, art. 146). À mesma lei cabe regular as limitações constitucionais ao poder de tributare conforme artigo 146, III, alíneas “a”, “b” e “c”, dispor sobre: a) Definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos discriminados nesta Constituição, e dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes; b) Obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários; c) Adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas Sociedades Cooperativas. FONTES DE DIREITO FINANCEIRO CF a Lei ordinária 4.320/64 Lei Complementar 101/2000 LRF – Lei de Responsabilidade Fiscal PRINCÍPIOS DE DIREITO FINANCEIRO Legalidade Anualidade Unidade Universalidade Proibição do estorno Equilíbrio Fiscal Prudência Fiscal Transparência Fiscal 8 – CONSIDERAÇÕES FINAIS Chegamos ao final da nossa aula inaugural! Vimos uma pequena parte da matéria, a qual é, sobremaneira, um assunto muito relevante para a compreensão da disciplina como um todo. Alessandro Sanchez Aula 00 Direito Financeiro p/ Carreira Jurídica (Curso Regular) - Prof. Alessandro Sanchez www.estrategiaconcursos.com.br 0 00000000000 - DEMO 73 73 A pretensão desta aula é a de situá-los no mundo do Direito Eleitoral, a fim de que não tenham dificuldades em assimilar os conteúdos relevantes que virão na sequência. Além disso, procuramos demonstrar como será desenvolvido nosso trabalho ao longo do Curso. Um grande abraço, Alessandro Sanchez Para tirar dúvidas e ter acesso a dicas e conteúdos gratuitos, acesse nossas redes sociais: Instagram - Professor Alessandro Sanchez: https://www.instagram.com/Prof_SANCHEZ/ Canal do YouTube do Professor Alessandro Sanchez: https://www.youtube.com/channel/alessandrosanchez Alessandro Sanchez Aula 00 Direito Financeiro p/ Carreira Jurídica (Curso Regular) - Prof. Alessandro Sanchez www.estrategiaconcursos.com.br 0 00000000000 - DEMO