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Líquido cefalorraquidiano Discentes: Cláudia Santos, Diego Lopes, Maria Luiza Brinker e Suzy Caldas UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS- UFAM INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA-ICET Líquido cefalorraquidiano Introdução Também chamado de líquor é um líquido que está presente dentro do canal vertebral e que envolve o cérebro. Terceiro principal fluido biologico. Sua produção é feita por filtração sob pressão hidrostática ou secreção com transporte ativo pelas células epiteliais coroides. 20ml/h são produzidos no plexocoroide Trata-se de um sistema fisiológico destinado a distribuir nutrientes pelo tecido nervoso, retirar resíduos metabólicos e servir de barreira mecânica para amortecimento. A análise do líquor serve para identificar a etiologia da meningite. Plexo coróide de traumatismos que porventura atinjam o encefalo e a medula espinhal. Sua producão ocorre por filtração nos pelxos coroídes 2 Líquido cefalorraquidiano Introdução Através de alterações comuns no liquor, pode-se classificar as meningites quanto etiologias infecciosas, a exemplo das virais e bacterianas, e não infecciosas, a exemplo de traumas. Dentre as patologias neurologicas, as meningites que sao processos inflamatorios nas meninges, membranas que revestem o SNC, sao as mais comuns. As meningites com maior prevalencia e impacto na saude publica, sao as meningites virais e as bacterianas. 3 Coleta da amostra Assepsia cirúrgica no local da punção Colhido por punção lombar entre a 3L e 4L ou entre a 4L e 5L. 2 a 3 tubos seqüenciais Evitar contaminação com sangue no trajeto da agulha Enviar ao laboratório em, no máximo, 30 minutos Iniciar a análise imediatamente A concentração de M.O é baixa por isso centrifuga-se a amostra. Tubo 1 analises bioquimicas e sorologicas/ 2 usado para microbiologia e 3 destinado a contagem celular se possivel retirar um 4 tubo para microbiologia uma vez que este terá menos contaminantes cutâneos. 4 Coleta da amostra O sobrenadante pode ser usado para outros exames bioquímicos ou sorológicos. O execesso só poderá ser descartado se não houver mais uso para ele. 1 2 3 Sorologia Microbiologia Hematologia Outras análises 5 Coleta traumática Líquido LCR sanguinolento: pode significar hemorragia intracaniana ou ruptura de vaso durante a punção. Como diferenciar? 6 Coleta traumática 1-Distribuição desigual do sangue: se for hemorragia intracraniana o sangue se distribuirá com uniformidade por todos os tubos. Se for proveniente de punção traumática terá maior concentração no tubo 1, com diminuição gradual no tubo 1 e 3. 2- Formação de coágulo: a punção traumática pode produzir LCR formador de coágulo, devido a presença de fibrinogênio na amostra. Quando for hemorragia intracraniana não haverá formação de coágulo. Doenças em que ocorre lesão na barreira hematoencefálica e que permitem infiltrado de proteínas e fatores de coagulação também formam coágulos. 3-Sobrenadante xantocrômico:estará presente quando houver hemorragia intracraniana pois as hemácias sofrem lise após 2h de exposição no LCR. 7 Conservação da amostra Temperatura ambiente de armazenamento até congelamento; Pg.livro de micro 204----O líquor deve ser armazenado em três tubos, onde: - Tubo 1: destinado para testes químicos e sorológicos, esses tubos podem ser congelados para manter a estabilidade da amostra; - Tubo 2: destinado para laboratório de microbiologia, os tubos devem permanecer na temperatura ambiente; - Tubo 3: destinado à hematologia, os tubos podem ser refrigerados. Um quarto tubo pode ser retirado para fazer testes adicionais. Excesso de fluido não deve ser descartado e deve ser congelado até que não haja nenhum uso para ele. 8 Processamento da amostra Não refrigerar! Volume mínimo de 2mL para bactérias e 7mL para fungos Descarte das amostras de LCR com sangue: Se houver sangramento: não processar, considerando que critérios para sangramento são mais que 500 células/l; Amostras refrigeradas podem inibir e até impedir o crescimento de MO’s, no entanto essas amostras servem para a pesquisa de antígenos 9 Processamento da amostra Devido à gravidade dessas infecções, o laboratório deve estar preparado para realizar o diagnóstico de modo rápido e preciso Condições padronizadas de centrifugação: • Soro: 2000 g, por 10 min a temperatura ambiente; • LCR: 400g, por 10min a temperatura ambiente e 2000 se não existirem células preservadas; Tempo de atraso entre a retirada e centrifugação e congelamento: Melhor para LCR: 1-2 h e para soro: 30-60 min. Assim fazendo ambos os fluidos corporais, simultaneamente, de preferência em 1 h. Depois de girar, as amostras devem ser divididos em alíquotas e imediatamente congeladas para armazenamento na - 80 ° C. 10 Exames Físico Aspecto Cor Bioquímico Proteína Glicose Lactato Glutamina Enzimas Exame Físico (Aspecto / Cor (antes e após centrifugação) Aspecto: (Límpido, Opalescente, Hemorrágico, Purulento, Leitoso e Turvo); Cor: (Incolor, Xantocrômico e Sanguinolento). RN = Límpido / xantocrômico > 2º mês = Límpido / Incolor ⇒ “Água de Rocha” RECÉM-NASCIDO-Normal podendo permanecer por até 30 dias após nascimento e em alguns casos até 120 dias. 12 Exame Físico (Tubos com diferentes aspectos) Exame Bíoquimico (Proteína) Concentração normal: 15 a 45mg/dL É mais frequente observar valores elevados na meningite, na hemorragia e na esclerose multipla. Frações: Pré-albumina 2-7% Albumina 56-76% α-Globulinas 6-19% β-Globulinas 8-18% γ-Globulinas 5-12% Duas técnicas: Utilizam os princípios da produção de turvação ou da capacidade de ligação a um corante. Exame Bíoquimico (Proteína) Turbidimetria é um método de medida da redução da transmissão de luz em um meio causada pela formação de partículas, graças a um sistema ótico que mede a absorbãncia de um raio luminoso que atravessa a suspensão. Luz difratada Turbidimetria com reagente de ácido tricoácetico Nefelometria- com cloreto de benzalconio luz difratada—diferentes direções 15 A técnica de ligação a corantes têm a vantagem de permitir o uso de amostras menores e de reduzir a interferência de fontes externas. Um corante bastante utilizado é o Coomassie azul brilhante que se liga a várias proteínas e não apenas a albumina. Quando as proteínas se ligam a ele ocorre uma mudança de coloração. Exame Bíoquimico (Proteína) 16 Exame Bíoquimico Exame Bíoquimico (Glicose) Valor normal: 60 a 70% da concentração plasmática. Exame de glicemia O sangue deve ser colhido pelo menos 2h antes da punção espinhal. Um decréscimo nos valores de glicose “in vitro” poderia produzir erros graves no tratamento do paciente A glicose entra no LCR por transporte seletivo através da barreira hematoecenfalcica seus valores normais cficam em torno de 60 a 70. Para uma avaliação precisa é necessario fazer um exame de glicemia Afim de que haja tempo para o equilibrio entre o sangue e o líquor, cuja a glicose é analisada com os mesmo métodos empregados na analise de glicemia. 18 Exame Bíoquimico (Glicose) 19 Dos níveis de glicose é resultado de elevações plasmáticas Dos níveis de glicose podem ter grande importância no diagnostico da meningite. Exame Bíoquimico (Glicose) Níveis baixos de glicose, com níveis elevados de leucócitos e grande porcetagem de neutrófilos, é forte indicío de meningite bacteriana. Se os leucócitos forem linfócitos e não neutrofilos, a suspeita é de meningite turbeculosa. Níveis normais de glicose com níveis elevados de linfócitos o diagnóstico é de suspeita de meningite viral. 20 Exame Bíoquimico (Glutamina) É produzida no sistema nervoso pelas células do encefalo a partir da amônia e do alfa-cetoglutarato. Concentração normal 8 a 18mg/dl. Observam-se níveis elevados de glutamina nos disturbios hepáticos que elevam as taxas de amônia no sangue e o LCR. Método de dosagem da glutamina: Dosagem da amônia. 21Exame Bíoquimico (Enzimas) Isoenzimas LD1 E LD2 encontradas no tecido encefálico Isoenzimas LD2 E LD3 encontradas nos linfócitos Isoenzimas LD4 E LD5 encontradas nos neutrófilos 22 Dosagem da desidrogenase láctica e da creatina cinase. A desidrogenase láctica pode ser separada em 5 isoenzimas, chamadas de LD1, LD2, LD3, LD4 E LD5. São utilizadas para confirmar a presença de neutrófilos e linfócitos, o que ajuda a calcular a quantidade de tecido destruído pela meningite viral. se os níveis de creatina cinase forem inferiores a 17mg/ml, o prognóstico é favoravel. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS SOUZA, Marcos Oliveira de Estudo do perfil dos exames de líquor, com diagnóstico de meningite, em um Hospital de referência de Salvador, 2012. MOTA. A.P, Bioquimica clinica II.Líquido cefalorraquidiano, UNIFENAS 2010. 23 OBRIGADA PELA ATENÇÃO !!! 24