Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

Anatofisiologia II 
 
 
Fibrose Pulmonar Idiopática 
 
 
 
 
 
Professores: Cristiano Ponte e Fabrícia Viana. 
Aluno: Luan Bohrer. 
 
 
 
Rio de Janeiro, 26 de agosto de 2019. 
 
1. Mecanismo da Fibrose Pulmonar Idiopática 
 O termo “fibrose pulmonar idiopática” (FPI) refere-se a uma síndrome clinico-patológica 
com aspectos radiológicos, patológicos e clínicos característicos. O padrão histológico da fibrose 
é referido como pneumonia intersticial usual (PIU), que é necessária para o diagnóstico de FPI, 
mas também pode ser observada em outras doenças, notavelmente doenças do tecido 
 conjuntivo, pneumonia por hipersensibilidade crônica e asbestose (doença causada pela 
inalação de amianto). 
 A FPI é a forma mais comum entre as chamadas doenças intersticiais pulmonares. É uma 
doença crônica não infecciosa, de causa desconhecida e limitada aos pulmões, em que vai 
ocorrendo substituição do pulmão normal por fibrose (tecido de cicatrização, mais espesso e 
inelástico), alterando a sua capacidade de realização de trocas gasosas (oxigenação do 
sangue). 
 Há uma grande variação na evolução entre os portadores de fibrose pulmonar 
idiopática, podendo a doença evoluir lentamente no decorrer de anos ou apresentar uma 
progressão mais rápida, de alguns meses. Na maioria das vezes, apresenta evolução lenta e 
progressiva, porém fatal, de modo que os portadores da doença sobrevivem em média 2 a 4 
anos após o diagnóstico. 
 
2. Patogenia da FPI 
 Embora os agentes causadores da FPI permaneçam desconhecidos, nossos conceitos de 
patogenia evoluíram ao longo dos anos. A noção anterior era de que a FPI era iniciada por uma 
agressão não identificada que originava uma inflamação crônica resultando em fibrose. O triste 
insucesso da terapia anti-inflamatória potente na alteração do curso da doença não sustentava 
essa visão. O conceito atual é que a FPI é causada por “ciclos repetidos” de ativação/lesão 
epitelial por algum agente não identificado. Ocorrem inflamação e indução de uma resposta de 
células T de tipo TH2 caracterizada pela presença de eosinófilos, mastócitos, IL-4 e IL-13 nas 
lesões. Porém a significância desta resposta inflamatória é desconhecida. O reparo epitelial 
anormal nesses locais origina proliferação fibroblástica/miofibroblástica exuberante, levando 
aos “focos fibroblásticos”, que são tão característicos da FPI (Fig. 1). Os circuitos que acionam 
este reparo epitelial aberrante não são totalmente compreendidos, mas todas as evidências 
apontam para TGF-β1 como acionador do processo. Sabe-se que TGF-β1 é fibrogênico e é 
liberado das células epiteliais alveolares de tipo I lesadas. Ele favorece a transformação de 
fibroblastos em miofibroblastos e a deposição de colágeno e outras moléculas da matriz 
extracelular. 
 
Figura 1. Representação esquemática da compreensão atual da patogênese da fibrose pulmonar idiopática. 
 O conceito de que existe uma anormalidade intrínseca do reparo tissular na FPI é 
sustentada pelo achado de que alguns pacientes com fibrose pulmonar familiar apresentam 
mutações que encurtam os telômeros. Com o encurtamento dos telômeros, as células epiteliais 
alveolares sofrem senescência rápida e apoptose. Curiosamente, TGF-β1 regula negativamente 
a atividade da telomerase, consequentemente facilitando a apoptose de células epiteliais e o 
ciclo de morte e reparo. Outra molécula regulada por TGF-β1 é a caveolina-1, a proteína 
estrutural predominante das cavéolas, invaginações em forma de cantil da membrana 
plasmática presentes em muitas células de diferenciação terminal. A caveolina-1 atua como 
inibidor endógeno da fibrose pulmonar, limitando a produção de matriz extracelular induzida 
por TGF-β1 e restaurando os processos de reparo epitelial alveolar. A caveolina-1 está diminuída 
nas células epiteliais e nos fibroblastos de pacientes com FPI, e a superexpressão de caveolina-
1 em um modelo de camundongos limita a fibrose. Esta infrarregulação pode ser mediada pela 
capacidade de o TGF-β1 atenuar a expressão de caveolina-1 em fibroblastos. Portanto, parece 
que TGF-β1 deixa suas marcas em múltiplas vias que regulam a fibrose pulmonar. A terapêutica 
direcionada para a neutralização de TGF-β1, o aumento da atividade de telomerase ou o retardo 
do encurtamento de telômeros ou ainda a potencialização de caveolina-1 pode levar a novos 
tratamentos para FPI no futuro. 
 Curso Clínico. A FPI começa insidiosamente, com dispneia de esforço gradualmente 
crescente e tosse seca. A maioria dos pacientes tem de 40 a 70 anos de idade no momento da 
apresentação. Hipoxemia, cianose e baqueteamento ocorrem tardiamente na evolução. A 
progressão no paciente individualmente é imprevisível. A maioria dos pacientes apresenta 
deterioração gradual de seu estado pulmonar, apesar do tratamento médico (esteroides, 
ciclofosfamida ou azatioprina). Em alguns pacientes com FPI, ocorrem exacerbações agudas da 
doença subjacente com um curso clínico deteriorante rápido. A sobrevida média corresponde a 
3 anos ou menos. O transplante de pulmão é a única terapia definitiva atualmente disponível. 
 
3. Bibliografia 
• KUMAR, V. et al. Robbins & Cotran: Bases Patológicas das Doenças. 8. ed. Rio de 
Janeiro : Elsevier. 2010. 
• GUYTON, A. C.; HALL, J. E. Tratado De Fisiologia Médica. 12. ed. Rio de Janeiro : 
Guanabara Koogan, 2011.

Mais conteúdos dessa disciplina