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ECONOMIA EMPRESARIAL ECONOMIA EMPRESARIAL REVISÃO 1. MICROECONOMIA E MACROECONOMIA 2. TIPOS DE MERCADOS 3. A FORÇA DOS MERCADOS: OFERTA E DEMANDA 4. FATORES DE PRODUÇÃO 1. MICROECONOMIA E MACROECONOMIA Economia Economia é a ciência social que estuda como o indivíduo e a sociedade decidem empregar recursos produtivos escassos na produção de bens e serviços, de modo a distribuí-los entre as várias pessoas e grupos da sociedade, a fim de satisfazer as necessidades humanas. Economia Estuda os processos de produção, distribuição, comercialização e consumo de bens e serviços. Bem como as variações e combinações na alocação dos fatores de produção (terra, capital, trabalho, tecnologia), na distribuição de renda, na oferta e procura e nos preços das mercadorias. Estuda também como as pessoas e a sociedade decidem empregar recursos escassos, que poderiam ter utilizações alternativas, para produzir os mais variados tipos de bens. ECONOMIA EMPRESARIAL Economia Objetos do Estudo da Ciência Econômica Essa definição contém conceitos fundamentais, que são a base e o objeto do estudo da Ciência Econômica: Escassez; Necessidades; Recursos; Produção; Distribuição. ECONOMIA EMPRESARIAL Economia Principais elementos de um sistema econômico de mercado; Fatores de produção (terra, capital e trabalho), Firmas, Consumidores, Governo e instituições (jurídicas, políticas e socioeconômicas) Necessidades humanas ilimitadas X Recursos produtivos escassos Escassez Escolha O que e quanto Como Para quem (produzir) Problemas Econômicos Fundamentais O QUE e QUANTO produzir ? A sociedade deve produzir mais bens de consumo ou bens de capital, e quanto ? COMO produzir ? Questão de eficiência produtiva. Capital ou mão-de- obra intensiva. PARA QUEM produzir ? Como será a distribuição de renda gerada pela ativi- dade econômica. Quais os setores beneficiados. Problemas Econômicos Fundamentais ESTUDA OS ATORES ECONÔMICOS INDIVIDUAIS PERSPECTIVA INDIVIDUAL AVALIA A PRODUÇÃO INDIVIDUAL DAS EMPRESAS MICROECONOMIA ESTUDA OS ATORES ECONÔMICOS GLOBAIS PERSPECTIVA GERAL AVALIA A PRODUÇÃO TOTAL DO PAÍS MACROECONOMIA Variáveis: PIB Taxa de desemprego Inflação Variáveis: Oferta e Demanda Custos de Produção Renda familiar Macroeconomia e Microeconomia Macroeconomia e Microeconomia Microeconomia Microeconomia – é o ramo da Teoria Econômica que estuda o funcionamento do mercado de um determinado produto ou grupo de produtos, ou seja, o comportamento dos compradores (consumidores) e vendedores (produtores) de tais bens. – Estuda o comportamento de consumidores e produtores e o mercado no qual interagem. Preocupa-se com a determinação dos preços e quantidades em mercados específicos. Ex.: Evolução dos preços internacionais do café brasileiro. O nível de vendas no varejo, numa capital. Macroeconomia – estuda o funcionamento da economia como um todo, identificando e medindo as variáveis (agregadas) que determinam o volume da produção total (crescimento econômico), o nível de emprego e o nível geral de preços (Inflação), bem como a inserção do mesmo na economia mundial. Macroeconomia A DINÂMICA DO MERCADO FLUXO RENDA & PRODUTO Economia empresarial Campo da economia aplicada, utiliza conhecimentos da teoria econômica e de métodos quantitativos para analise empresaria de negócios e os fatores que contribuem para a diversidade das estruturas organizacionais e as relações das empresas com os mercados de trabalho, o capital e os mercados de produtos. 2. ESTRUTURA DE MERCADO ESTRUTURA DE MERCADO DEFINIÇÃO DE MERCADO É uma forma de intercâmbio na qual se realizam compras e vendas de bens e serviços, pondo em contato compradores e vendedores; A DETERMINAÇÃO DO PREÇO E DA PRODUÇÃO, DEPENDE DE DIFERENTES CONDIÇÕES DE MERCADO. ESTRUTURA DE MERCADO Concorrência Perfeita; Oligopsônio; Monopsônio; Concorrência Monopolista; Oligopólio; Monopólio; Monopólio Bilateral. CONCORRÊNCIA PURA OU PERFEITA É um tipo de mercado em que há grande número de vendedores (empresas), de tal sorte que uma empresa, isoladamente, por ser insignificante, não afeta os níveis de oferta do mercado e, conseqüentemente o preço de equilíbrio; CONCORRÊNCIA PURA OU PERFEITA Nesse tipo de mercado, devem prevalecer as seguintes premissas: Mercado atomizado – composto de grande número de empresas, como se fossem “átomos”; Produtos homogêneos – não existe diferenciação entre produtos ofertados pelas empresas concorrentes; CONCORRÊNCIA PURA OU PERFEITA O mercado determina o preço, e cada empresa aceitará o preço como um dado fixo sobre o qual não pode influir; A empresa em regime de concorrência perfeita só fixa a quantidade a ser vendida, pois o preço está fixado pelo mercado CONCORRÊNCIA PURA OU PERFEITA O equilíbrio competitivo no longo prazo Todas as empresas do setor estão maximizando os lucros, nenhuma delas tem incentivo para entrar ou sair e o preço vigente torna iguais as quantidades ofertada e demandada; CONCORRÊNCIA PURA OU PERFEITA Nesse mercado os agentes devem competir pela eficiência em custos, pois não poderão concorrer pela diferenciação de produtos (que permitiria discriminar preços). As empresas de um mercado possuem a mesma tecnologia, a curto prazo, porém as instalações fixas das diferentes empresas serão diferentes, de forma que os custos e os lucros também serão diferentes; CONCORRÊNCIA PURA OU PERFEITA Não existe barreiras – A entrada e a saída de firmas no mercado são livres; Transparência do mercado – Existe completa informação e conhecimento sobre o preço do produto por parte dos produtores e dos consumidores. SÃO CONHECIDAS POR TODOS OS PARTICIPANTES DO MERCADO. MONOPÓLIO Existe um único empresário (empresa) dominando inteiramente a oferta, de um lado, e todos os consumidores, de outro; Não há concorrência, nem produto substituto; O vendedor determina o preço; Os consumidores se submetem ás condições imposta pelo vendedor, ou simplesmente deixarão de consumir o produto; MONOPÓLIO O mercado monopolista controla a quantidade produzida e o preço; No mercado monopolista, a firma é única, a entrada de novas firmas alteraria a estrutura do mercado; O monopólio somente se mantém se a firma conseguir impedir a entrada de outras firmas; MONOPÓLIO Diversos fatores podem concorrer para a manutenção do monopólio, representando barreiras ao acesso de novas firmas, dentre as quais destacamos: a dimensão reduzida do mercado; a existência de patentes, o que impede a produção de um dado produto por firmas concorrentes; o controle das fontes de suprimento de matérias-primas para a produção de seu produto; MONOPÓLIO Em razão dessas vantagens, o monopólio pode apresentar lucro maior que outros setores; Nesse sentido, é interessante distinguir lucro normal e lucro extraordinário: Lucro normal - inclui a remuneração do empresário e o seu custo de oportunidade; Lucro extraordinário - situação do monopólio que permite ao monopolista auferir um lucro acima do lucro normal; MONOPÓLIO CAUSAS QUE EXPLICAM A APARIÇÃO DO MONOPÓLIO O controle de um fator produtivo por uma empresa ou o domínio das fontes mas importantes de matéria-prima; A concessão de uma patente. Ex. Medicamentos. O controle estatal origina os monopólios estatais. Ex. Os serviços de correios, energia, petróleo, ferrovia, etc MONOPÓLIO TIPOS DE MONOPÓLIO Monopólio puro ou natural – ocorre quando o mercado, por suas própriascaracterísticas, exige elevado volume de capital; As empresas já instaladas operam com elevada economia de escala e custos unitários bastante baixos, o que possibilita a cobrança de preços relativamente baixos por seu produto, o que acaba sendo uma grande barreira para entrada de novos concorrentes. MONOPÓLIO Patentes - a existência de patentes, o que impede a produção de um dado produto por firmas concorrentes; A onerosidade da pesquisa e desenvolvimento de tecnologia. MONOPÓLIO Os direitos do inventor - assim como todos os decorrentes da propriedade industrial e intelectual, são conhecidos como Direitos de Monopólio; O Monopólio Legal ocorre quando o governo concede a uma empresa um direito exclusivo para ela operar, por meio de licença e concessões que permitem que uma única firma produza um determinado produto. Patentes proteção oferecida por leis governamentais; MONOPÓLIO Controle de matérias-primas básicas – O controle das minas de bauxita pelas empresas produtoras de alumínio; O monopólio institucional ou estatal - em setores considerados estratégicos ou de segurança nacional. Ex.: Petróleo. EXEMPLOS DE MONOPÓLIO Monopólio da Microsoft OLIGOPÓLIO Oligopólio é um tipo de estrutura normalmente caracterizada por um pequeno número de (grandes) empresas que dominam a oferta de mercado; O oligopólio pode ter duas, três, dez ou mais empresas, dependendo da natureza da indústria; As firmas levam em consideração e tem reações quanto às decisões de preço e produção de outras, ou seja a variação do PREÇO depende da concorrência. OLIGOPÓLIO Oligopólio pode ser puro ou diferenciado. Ele será considerado puro caso os concorrentes ofereçam um produto homogêneo (substitutos perfeitos entre si); Oligopólio puros podem ser encontrados nos serviços das empresas aéreas, industrias de alumínio, de fósforo, aço, geladeira, etc. Oligopólio diferenciado – verifica-se na indústria automobilística e de cigarros, cujos produtos, embora semelhantes, não são idênticos (o carro Vectra é diferente do Gol e o cigarro Marlboro é diferente do free). OLIGOPÓLIO Existência de dificuldades para entrar neste mercado Da mesma forma que no monopólio, existem barreiras que, impede a entrada e saída de novas firmas no mercado; As barreiras podem ser Naturais ou Artificiais. CONCORRÊNCIA PURA MONOPÓLIO OLIGOPOLIO ESTRUTURA DE MERCADO Muitos Vendedores Muitos Compradores Único Vendedor Peq qtdade Grandes Empresas ESTRUTURA PRODUTO Homogeneo Não tem similar Iguais PREÇO Mercado Demanda x Oferta Vendedor Concorrência ACESSO Livre acesso Difícil Difícil Características Concorrência Perfeita Monopólio Oligopólio Concorrência Monopolística Muito grande Só há uma empresa Pequeno Grande Homogêneo Produtonº de Empresas Controle de Preços Ingresso Não há substitutos próximos Pode ser homogêneo ou diferenciado Diferenciado Rigidez Empresa com poder Poder c/ Inter dependência Pouca margem de manobra Sem barreiras Há barreiras p/ as novas Sem barreiras Há barrei ras p/ as novas Estruturas de Mercado São exemplos de oligopólios: X X CONCORRÊNCIA MONOPOLISTA Concorrência monopolista é uma estrutura de mercado que contém elementos da concorrência perfeita e do monopólio, ficando em situação intermediária entre as duas formas de organização de mercado. Cada empresa produz um produto diferenciado, mas com substitutos próximos; As firmas podem agir como monopolistas, mas o preço de seus concorrentes limita tal poder; As firmas tentam manter ou aumentar sua porção de mercado através de uma "guerra de publicidade”. CONCORRÊNCIA MONOPOLISTA A DIFERENCIAÇÃO DOS PRODUTOS SE DÁ DE VÁRIOS MODOS: Qualidade, marca (griffe), padrão de acabamento; Assistência técnica e atendimento pós venda; Manutenção e Embalagem. CONCORRÊNCIA MONOPOLISTA Exemplos:. Lojas de confeccões; Restaurantes; Sabonetes (diferentes marcas); Produtos de limpeza e higiene pessoal. EXEMPLOS DE CONCORRÊNCIA MONOPOLÍSTICA Mercado de revistas Mercado de automóveis Mercado de perfumes Mercado de Televisores CARTEL Estrutura caracterizada por uma organização formal ou informal de poucos vendedores dentro de determinado setor, que determina a política de preços para todas as empresas que o compõem. Cartel é uma união de firmas OLIGOPOLISTAS com o fim de evitar competição e maximizar lucro no nível de cada firma; CARTEL O cartel é crime contra a ordem econômica previsto no art. 4º da Lei n.º 8.137, de 27 de dezembro de 1990. Trata-se da formação de acordo, convênio, ajuste ou aliança entre ofertantes, visando à fixação de preços ou quantidades vendidas ou produzidas, prevista no inciso II, "a" do dispositivo em questão. FALAMOS DE CRIME PESSOAL, CUJA SANÇÃO CONSISTE EM PENA DE RECLUSÃO OU MULTA. CARTEL O cartel é, também, crime concorrencial e, portanto, infração econômico-penal. O art. 21 da Lei n.º 8.884, de 11 de junho de 1.994, trata-se: Fixação de preço e condições de venda de bens e prestação de serviços em acordo com concorrente; Combinar previamente preços ou vantagens em concorrência pública. Divisão de mercados de serviços ou produtos; Obtenção de conduta comercial uniforme ou concertada entre concorrentes; TRUSTE Truste é a expressão utilizada para designar as empresas ou grupos que, sob uma mesma orientação, mas sem perder a autonomia, se reúnem com o objetivo de dominar o mercado e suprimir a livre concorrência; Truste são grandes grupos ou empresas que controlam todas as etapas da produção, desde a retirada de matéria-prima da natureza até a distribuição das mercadorias. TRUSTE TRUSTE: Configura como uma imposição sobre os concorrentes de menor expressão. As maiores obrigam as menores a adotarem políticas de preços semelhantes, caso contrário, baixam seus preços além dos custos forçando a quebra dos concorrentes. TRUSTE Existem dois tipos de trustes: Trustes Verticais são aqueles que visam controlar de forma seqüencial a produção de determinado gênero industrial desde a matéria-prima até o produto acabado, sendo que as empresas podem ser de diversos ramos; Trustes Horizontais são constituídos por empresas que trabalham com o mesmo ramo de produtos. Com o truste, há o controle maior da economia em um determinado ramo; Ex:. Siderurgia - extração até distribuição para se eliminar os custos de produção. HOLDING Holding é uma espécie de empresa criada com a finalidade de dirigir outras empresas de atividade produtiva. Exemplo de holding: Itaú, Grupo Votorantin, Pão de Açúcar. O fato de possuir a maioria das ações condiciona a obtenção maior do poder, então passa a gerir todas as suas subordinadas. Holding corresponde à formação de uma sociedade, no qual, se adquire ações de forma majoritária de um grupo de empresas; MONOPSÔNIO No mercado monopsônio existe um único comprador e muitos vendedores; Se desejar aumentar a oferta do produto ou serviço a empresa compradora eleva o preço de compra. A empresa compradora impõe um preço de compra do produto ou serviço; Ex. Fumo, Leite etc. OLIGOPSÔNIO Os compradores conseguem impor um preço de compra dos produtos aos produtores. Tal preço de compra não deve desestimular os produtores, mas não é de magnitude que compense os compradores a executarem ele próprios a produção. Exemplo: caso da relação entre a Sadia, Chapecó e Perdigão com os produtores de frango em Santa Catarina e em outras cidades brasileiras onde estão instaladas. MONOPOLIO BILATERAL Ocorrequando um monopolista, na compra do fator de produção, defronta com um monopolista na venda desse fator. Exemplo: Só a empresa A monopolista porque só compra esse tipo de aço que é produzido pela siderúrgica B, e a siderúrgica B é monopolista porque só vende esse tipo de aço. A determinação dos preços de mercado dependerá não só de fatores econômicos, mas do poder de barganha de ambos; DUMPING Dumping é uma prática comercial que consiste em uma ou mais empresas de um país venderem seus produtos por preços extraordinariamente abaixo de seu valor justo para outro país (preço que geralmente se considera menor do que se cobra pelo produto dentro do país exportador), por um tempo, visando prejudicar e eliminar os fabricantes de produtos similares concorrentes no local, passando então a dominar o mercado e impondo preços altos. É um termo usado em comércio internacional e é reprimido pelos governos nacionais, quando comprovado. 3. AS FORÇAS DE MERCADO OFERTA E DEMANDA Demanda mercado= soma das demandas individuais Função demanda relaciona a quantidade demandada e o preço de um bem.Sabe-se que quando o preço aumenta, a procura diminui e, quando o preçodiminui, a procura aumenta. Esta é a Lei de demanda, caracterizada por uma função decrescente. p = -A.p + C Efeito substituição: Os consumidores tenderão a comprar mais do bem que se tornou mais barato e menos das mercadorias que se tornaram relativamente mais caras; Aumento de 10% no preço reduz em 4% a qtde demandada. – Adolescentes aumento de 10% reduz em 12% a qtde demandada. • Como o preço do cigarro afeta drogas ilegais como a maconha? Função oferta relaciona o preço como função da quantidade ofertada. Ao contrário da função demanda, a oferta é uma função crescente, pois, no aumentodos preços, os fornecedores colocam uma quantidade maior do produto no mercado. q = A.p + C Variações na Quantidade Ofertada versus Deslocamento da Oferta Variações na Quantidade Ofertada versus Deslocamento da Oferta Variações na Quantidade Ofertada versus Deslocamento da Oferta Preço da casquinha de sorvete Preço da casquinha de sorvete Preço da casquinha de sorvete $2.00 – O preço está acima do preço de equilíbrio. – Produtores não são capazes de vender tudo o que desejam ao preço praticado. Existem mais pessoas vendendo do que comprando. O resultado disso é um excedente de produtos no mercado, sem compradores. Temos deflação. Os preços caem pois todos querem vender e estão competindo entre si pelo cliente. – O preço está abaixo do preço de equilíbrio. – Consumidores não são capazes de comprar tudo o que desejam ao preço praticado. Existem mais pessoas comprando do que vendedores. O resultado disso é a falta de produtos no mercado. Temos inflação. Os preços sobem pois os consumidores estão disputando entre si a aquisição de bens e produtos que estão ‘em falta’ no mercado EXEMPLO Considerando Qdx = 12 – 4Px Qsx = 2Px. Qual o preço de equilíbrio (Pe) e a quantidade de equilíbrio (Qe)? Ponto de equilíbrio: é o preço que iguala a quantidade ofertada e demandadade um bem. Graficamente é o ponto de encontro entre as curvas de demanda eoferta Qdx = Qsx 12 – 4 Px = 2 Px 6Px = 12 Px = 2 Qsx = 2 Px Qsx = Qdx + 4 Oferta x Demanda Elasticidade Após analisar os conceitos de oferta e demanda em mercados competitivos e suas implicações, passamos a um outro conceito da microeconomia, o da elasticidade. Observando o comportamento dos consumidores e dos produtores diante da demanda e da oferta, considerando os preços e as quantidades dos bens e serviços comercializados, constata-se alguns bens são mais sensíveis a variações do preço de mercado. Oferta x Demanda Elasticidade Para que o lançamento de um produto no mercado tenha êxito, uma das análises a ser feita é a projeção do grau de resposta dos consumidores através da quantidade demandada diante do preço de mercado do produto. Algumas considerações devem ser feitas no projeto de lançamento do bem que preveja a quantidade a ser produzida conforme o grau de aceitação do produto no mercado. A lei geral da demanda descreve a relação inversa entre o preço de mercado dos bens e a quantidade demandada. A elasticidade mede a intensidade da variação da quantidade demandada de um bem diante da variação do seu preço. Definimos o grau de elasticidade de um bem, como o grau de intensidade da quantidade demandada, a partir da variação do seu preço. Assim, o bem tem demanda elástica quando a quantidade demandada responde substancialmente a variações no preço. E tem demanda inelástica quando a quantidade demandada responde pouco a variações no preço. Oferta x Demanda Elasticidade Os determinantes do grau de elasticidade de um bem são as preferências do consumidor, determinadas por várias forças econômicas, sociais e psicológicas que definem os desejos individuais. Podemos apontar alguns fatores determinantes da elasticidade – preço da demanda: Grau de essencialidade do bem Bens substitutos próximos Horizontes temporal Oferta x Demanda Elasticidade Oferta x Demanda Elasticidade Demanda Elástica (Ed > 1) Quando o resultado do coeficiente de elasticidade da demanda é >1 Significa que uma mudança em termos percentuais do preço do bem provoca uma mudança em termos percentuais na quantidade demandada maior que a mudança de preço. Oferta x Demanda Elasticidade Preço ($/unidade) Quantidade (entradas de cinema por mês) Pontos 10,00 300 A 8,00 400 B EXEMPLO Consideremos a escala de demanda de entradas de cinema: Suponhamos que um aumento de 30% no preço das entradas de cinema provoque uma queda de 50% na demanda de ingresso. Diante dessas variações, calculamos a elasticidade – preço da demanda como: O resultado do coeficiente de elasticidade 1,66 implica que a variação na quantidade demandada é 1,66 vez maior do que a variação do preço. Demanda Elástica (Ed > 1) Por exemplo, suponhamos que o preço do iogurte tenha diminuído 10%, provocando uma elevação de 40% na quantidade demandada. Podemos calcular o coeficiente de elasticidade-preço como: O resultado indica que o produto tem grande sensibilidade a variações do preço, já que a relação da variação percentual da quantidade demandada é quatro vezes maior que a variação percentual do preço que a ocasionou. Então, quando temos o coeficiente de elasticidade da demanda Ed > 1, consideramos o bem com demanda elástica. ELASTICIDADE EXEMPLO Um produtor vendeu no primeiro trimestre, 5000 unidades de um produto ao preço de venda unitário de R$ 69,00. Já no segundo trimestre, vendeu 8000 unidades ao preço de R$ 62,10. Qual a elasticidade-preço da demanda? = 60% / 10% = 6,0 DEMANDA ELÁSTICA Demanda Inelástica (Ed < 1) Quando o resultado do coeficiente de elasticidade da demanda é <1 Significa que uma mudança em termos percentuais do preço do bem provoca uma mudança em termos percentuais na quantidade demandada menor que a mudança de preço. Demanda Inelástica (Ed < 1) Por exemplo, suponhamos que o preço do arroz tenha diminuído 10%, provocando uma elevação de 5% na quantidade demandada. Podemos calcular o coeficiente de elasticidade-preço como: O resultado indica que o produto tem pouca sensibilidade a variações do preço, uma vez que a relação da variação percentual da quantidade demandada é menor que a variação percentual do preço que a ocasionou. Então, quando temos o coeficiente de elasticidade da demanda Ed < 1, consideramos o bem com demanda inelástica. Demanda com Elasticidade Unitária (Ed =1) Quando o coeficiente de elasticidade da demanda é igual a 1,Significa que uma mudança em termos percentuais do preço do bem provoca uma mudança em termos percentuais na quantidade demandada igual à mudança de preço. = 1 Demanda com Elasticidade Unitária (Ed =1) Por exemplo, suponhamos que o preço de um produto tenha diminuído 10%, provocando uma elevação de 10% na quantidade demandada. Podemos calcular o coeficiente de elasticidade-preço como: O resultado indica que a variação percentual da quantidade é igual à variação percentual do preço que a ocasionou. Então, quando temos o coeficiente de elasticidade da demanda Ed = 1, consideramos o bem com demanda com elasticidade unitária. Demanda Gasto com o aumento do preço Gasto com a queda do preço Inelástica Maior Menor Unitária Constante Constante Elástica Menor Maior Elasticidade-preço e gasto do consumidor http://www.anhembi.br/html/ead01/economia/lu04/lo3/index.htm 1. O preço de um produto aumentou 60%, em consequência a demanda diminuiu 15%. Podemos afirmar que o coeficiente da elasticidade-preço da demanda é: = 15%/60% = 0,25 2. Dado que as funções de demanda e de oferta são: Demanda = Qd = 44 – 3p Oferta = Qs = 20 + p Qual é a quantidade de equilíbrio? No equilíbrio Qd = Qs 44 – 3p = 20 + p p = 6 Qd = Qs + 26 Exercícios 3. Considerando Qdx = 12 – 4Px e Qsx = 2Px. Qual o preço de equilíbrio (Pe) e a quantidade de equilíbrio (Qe), respectivamente: No equilíbrio Qdx = Qsx 12 – 4Px = 2Px Px = 2 Qdx = Qsx = 4 4. OS FATORES DE PRODUÇÃO Capítulo 6 Slide 111 Produção • A teoria da firma aborda questões como: – O modo pelo qual uma firma toma decisões de produção minimizadoras de custo – O modo pelo qual os custos de produção variam com o nível de produção – Características da oferta de mercado – Problemas das atividades produtivas em geral Capítulo 6 Slide 112 Produção • O Processo Produtivo – Combinação e transformação de insumos ou fatores de produção em produtos • Tipos de Insumos (fatores de produção) – Trabalho – Matérias-primas – Capital Capítulo 6 Slide 113 Produção • Funçao de Produção: – Indica o maior nível de produção que uma firma pode atingir para cada possível combinação de insumos, dado o estado da tecnologia. – Mostra o que é tecnicamente viável quando a firma opera de forma eficiente. Capítulo 6 Slide 114 Produção • No caso de dois insumos a função de produção é: Q = F(K,L) Q = Produto, K = Capital, L = Trabalho • Essa função depende do estado da tecnologia Capítulo 6 Slide 115 Produção Isoquantas • Premissas: Um produtor de alimentos utiliza dois insumos Trabalho (L) & Capital (K) Para qualquer nível de K, o produto aumenta quando L aumenta. Para qualquer nível de L, o produto aumenta quando K aumenta. Várias combinações de insumos podem produzir a mesma quantidade de produto. Capítulo 6 Slide 116 Isoquantas • Isoquantas – São curvas que representam todas as possíveis combinações de insumos que geram a mesma quantidade de produto 1 20 40 55 65 75 2 40 60 75 85 90 3 55 75 90 100 105 4 65 85 100 110 115 5 75 90 105 115 120 Capítulo 6 Slide 117 Função de Produção para Alimentos Capital 1 2 3 4 5 Trabalho Capítulo 6 Slide 118 Produção com dois insumos variáveis (L,K) Isoquantas Trabalho por ano 1 2 3 4 1 2 3 4 5 5 Q1 = 55 As Isoquantas são dadas pela função de produção para níveis de produto iguais a 55, 75, e 90. A D B Q2 = 75 Q3 = 90 C E Capital por ano São curvas que representam todas as possíveis combinações de insumos que geram a mesma quantidade de produto Capítulo 6 Slide 119 Isoquantas • As isoquantas mostram de que forma diferentes combinações de insumos podem ser usadas para produzir a mesma quantidade de produto. • Essa informação permite ao produtor reagir eficientemente às mudanças nos mercados de insumos. Flexibilidade no Uso de Insumos Capítulo 6 Slide 120 Isoquantas • Curto prazo: – Período de tempo no qual as quantidades de um ou mais insumos não podem ser modificadas. – Tais insumos são denominados insumos fixos. Curto Prazo versus Longo Prazo • Longo prazo – Período de tempo necessário para tornar variáveis todos os insumos. Capítulo 6 Slide 121 Quantidade Quantidade Produto Produto Produto de Trabalho (L) de Capital (K) Total (Q) Médio Marginal Produção com um insumo variável (Trabalho) 0 10 0 --- --- 1 10 10 10 10 2 10 30 15 20 3 10 60 20 30 4 10 80 20 20 5 10 95 19 15 6 10 108 18 13 7 10 112 16 4 8 10 112 14 0 9 10 108 12 -4 10 10 100 10 -8 Capítulo 6 Slide 122 • Observações: 1) À medida que aumenta o número de trabalhadores, o produto (Q) aumenta, atinge um máximo e, então, decresce. Produção com um insumo variável (Trabalho) Capítulo 6 Slide 123 • Observações: 2) O produto médio do trabalho (PM), ou produto por trabalhador, inicialmente aumenta e depois diminui. L Q Trabalho Produto PM Produção com um insumo variável (Trabalho) Capítulo 6 Slide 124 • Observações: 3) O Produto Marginal do trabalho (PMg), ou produto de um trabalhador adicional, aumenta rapidamente no início, depois diminui e se torna negativo. L Q rabalhoT rodutoP PMgL Produção com um insumo variável (Trabalho) Produção com um insumo variável (Trabalho) Produção com um insumo variável (Trabalho) Capítulo 6 Slide 127 • Observações: – Quando PMg = 0, PT encontra-se no seu nível máximo – Quando PMg > PM, PM é crescente – Quando PMg < PM, PM é decrescente – Quando PMg = PM, PM encontra-se no seu nível máximo Produção com um insumo variável (Trabalho) Capítulo 6 Slide 128 Produção com um insumo variável (Trabalho) Capítulo 6 Slide 129 • À medida que o uso de determinado insumo aumenta, chega- se a um ponto em que as quantidades adicionais de produto obtidas tornam-se menores (ou seja, o PMg diminui). Produção com um insumo variável (Trabalho) A Lei dos Rendimentos Marginais Decrescentes Capítulo 6 Slide 130 • Quando a quantidade utilizada do insumo trabalho é pequena, o PMg é grande em decorrência da maior especialização. • Quando a quantidade utilizada do insumo trabalho é grande, o PMg decresce em decorrência de ineficiências. A Lei dos Rendimentos Marginais Decrescentes Produção com um insumo variável (Trabalho) Capítulo 6 Slide 131 • Pode ser aplicada a decisões de longo prazo relativas à escolha entre diferentes configurações de plantas produtivas • Supõe-se que a qualidade do insumo variável seja constante A Lei dos Rendimentos Marginais Decrescentes Produção com um insumo variável (Trabalho) Capítulo 6 Slide 132 • Explica a ocorrência de um PMg declinante, mas não necessariamente de um PMg negativo • Supõe-se uma tecnologia constante A Lei dos Rendimentos Marginais Decrescentes Produção com um insumo variável (Trabalho) Capítulo 6 Slide 133 Efeito da Inovação Tecnológica Trabalho por período de tempo Produção por período de tempo 50 100 0 2 3 4 5 6 7 8 9 101 A O1 C O3 O2 B A produtividade do trabalho pode aumentar à medida que ocorram melhoramentos tecnológicos, mesmo que cada processo produtivo seja caracterizado por rendimentos decrescentes do trabalho. Capítulo 6 Slide 134 Produção com dois insumos variáveis • Existe uma relação entre produção e produtividade. • No longo prazo, K& L são variáveis. • As isoquantas descrevem as possíveis combinações de K & L que produzem o mesmo nível de produto Capítulo 6 Slide 135 • Produtividade do Trabalho Produção com um insumo variável(Trabalho) Trabalho de Quantidade Total Produção Média adeProdutivid Capítulo 6 Slide 136 A forma das Isoquantas Trabalho por ano 1 2 3 4 1 2 3 4 5 5 No longo prazo, ambos o capital e o trabalho variam e apresentam rendimentos decrescentes. Q1 = 55 Q2 = 75 Q3 = 90 Capital por ano A D B C E Capítulo 6 Slide 137 • Interpretação das Isoquantas 1) Suponha que o nível de capital seja 3 e que o nível de trabalho aumente de 0 para 1, depois para 2 e finalmente para 3. • Note que a produção aumenta a uma taxa decrescente (55, 20, 15), o que ilustra a ocorrência de rendimentos decrescentes do trabalho no curto e longo prazos. Produção com dois insumos variáveis Taxa Marginal de Substituição Decrescente Capítulo 6 Slide 138 • Interpretação das Isoquantas 2) Suponha que o nível de trabalho seja 3 e que o nível de capital aumente de 0 para 1, depois para 2 e finalmente para 3. • Novamente, a produção aumenta a uma taxa decrescente (55, 20, 15), devido aos rendimentos decrescentes do capital. Taxa Marginal de Substituição Decrescente Produção com dois insumos variáveis Capítulo 6 Slide 139 • Substituição entre Insumos – Os gerentes de uma firma desejam determinar a combinação de insumos a ser utilizada. – Eles devem levar em consideração as possibilidades de substituição entre os insumos. – A inclinação de cada isoquanta indica a possibilidade de substituição entre dois insumos, dado um nível constante de produção. Produção com dois insumos variáveis 140 Taxa Marginal de Substituição Técnica TMST Quantidade de um insumo que pode ser reduzida quando uma unidade extra de outro insumo é utilizada, mantendo-se o produto constante; Em termos geométricos a TMST é dado pela tangente à isoquanta. A A 1:2 B B 1:1 C C 3:1 O O O Obrigado! Wagner Quirici Contato: wagner.quirici@eadlaureate.com.br