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SOCIOLOGIA – EJA Termo 3º P r e f e i t u r a M u n i c i p a l d e F r a n c a P r o f . O i l t o n N . C h a v e s J r o i l t o n j r @ b o l . c o m . b r 2 0 1 3 / 2 0 1 4 Oilton Apostila de Sociologia para o curso de Ensino Médio da Educação de Jovens e Adultos da Prefeitura de Franca - SP O QUE É CIDADANIA A Invenção das Nações Devemos ter em mente que os direitos e deveres estão diretamente ligados ao tema da cidadania. "Cidadão é aquele que se identifica culturalmente como parte de um território, usufrui dos direitos e cumpre os deveres estabelecidos em lei. Ou seja, exercer a cidadania é ter consciência de suas obrigações e lutar para que o que é justo e correto seja colocado em prática" Os direitos e deveres não podem andar separados. Afinal, só quando cumprimos com nossas obrigações permitimos que os outros exercitem seus direitos. Veja alguns exemplos dos direitos e deveres do cidadão: Deveres - Votar para escolher nossos governantes. - Cumprir as leis. - Respeitar os direitos sociais de outras pessoas. - Educar e proteger nossos semelhantes. - Proteger a natureza. - Proteger o patrimônio público e social do País. - Colaborar com as autoridades. Direitos - Homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações. - Saúde, educação, moradia, segurança, lazer, vestuário, alimentação e transporte são direitos dos cidadãos. - Ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei. - Ninguém deve ser submetido à tortura nem a tratamento desumano ou degradante. - A manifestação do pensamento é livre, sendo vedado o anonimato. - A liberdade de consciência e de crença é inviolável, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto. A Constituição de 1988 reserva cinco capítulos aos direitos fundamentais do cidadão, com várias categorias sobre os direitos individuais e coletivos. Existem leis importantes que não podem deixar de ser conhecidas como o Estatuto da Criança e do Adolescente, o Estatuto do Idoso. Os “Direitos” poder ser divididos em três tipos: Civis, Políticos e Sociais. A cidadania consiste na conquista desses direitos. Hoje temos ainda outros tipos de direitos, relacionados à modernidade, surgidos no final do século XX e inicio do século XXI, como o direito dos consumidores, dos idosos, dos adolescentes, das crianças, dos deficientes, dos homossexuais, das minorias étnicas, dos animais, da natureza (meio ambiente), etc. Podemos acrescentar uma outra maneira de entender os direitos que nos ajuda a distinguir aquilo que “diz a lei” e aquilo que é praticado no dia-a-dia. São dois tipos, a cidadania “formal” e a cidadania “real”. Cidadania formal refere-se a maneira como a cidadania está descrita formalmente na lei, nas constituições nacionais, é a garantia que o indivíduo tem para lutar legalmente por seus direitos. Cidadania Real também chamada de substantiva, refere-se a maneira como a cidadania é vivida na prática, no dia-a-dia. Através dela podemos ver que nem todos os seres humanos são iguais socialmente, que a sociedade se estrutura desigualmente e, pois alguns grupos sofrem os mais diversos tipos de necessidades e preconceitos. Ex: Um aluno de uma escola pública que não consegue competir em condições de igualdade com um aluno de escola particular, tem sua cidadania “formal” conquistada, pois a lei lhe garante acesso a educação, contudo, a cidadania “real” está bem longe de ser atingida. A mesma situação dos pobres, dos negros, dos deficientes, etc. que, em maior ou menor grau, conseguiram reconhecimento “formal”, mas ainda tem um longo caminho para conquistar a cidadania “real”. 2 Ética e Moral Antes de tudo, vale esclarecer que ética e moral são conceitos diferentes e com origens diferentes, mas que costumam ser confundidos, porque andam juntos. A palavra moral vem do latim mos (plural: mores), que significa “costumes” e ética vem do grego ethos, que significa morada do humano e refere-se ao caráter, ao modo de ser do indivíduo. Moral é o conjunto de regras de uma sociedade, que define o comportamento dos indivíduos a partir daquilo que essa coletividade considera bom ou mal, certo ou errado. A moral é sempre uma construção coletiva e os conceitos morais não são necessariamente os mesmos entre os povos, porque podem variar de cultura para cultura, assim como mudam dentro de uma sociedade com o passar do tempo (não esqueça que a moral é sempre cultural). Por exemplo: Se estivermos caminhando pelas ruas de Guaratuba ou Caiobá, não nos causa espanto um casal passeando de bicicleta ele vestindo apenas uma sunga e ela um minúsculo biquíni; mas, não aceitamos muito bem esse mesmo casal passeando nos mesmos trajes pelo centro de São José dos Pinhais ou Curitiba. Isto porque concordamos que a sunga e o biquíni são apropriados para a praia, mas inapropriados para uma cidade, embora as mesmas pessoas estejam envolvidas em um evento similar. Ou seja, é moralmente aceito que pessoas andem de biquíni/maiô/sunga pelas ruas dos balneários, mas não moralmente aceitáveis esses mesmos trajes no interior ou nas cidades sem praias. Note que os conceitos morais mudam com o tempo na medida em que uma sociedade vai alterando suas relações internas e seus próprios valores. Lembre-se, por exemplo, que há não muito tempo as calças eram de uso exclusivo masculino, era inaceitável a amamentação de bebês em público, esposas e filhos eram praticamente posses dos patriarcas, etc. Ética, por sua vez, é a reflexão que se faz sobre os conceitos e valores morais. Em outras palavras, Ética é a área de conhecimento (uma “ciência”, digamos) dedicada a estudar e refletir sobre os conceitos de certo ou errado, bom ou mal, na busca de regras e orientações que regulem as relações entre as pessoas, sempre buscando o equilíbrio e o respeito. Tanto a moral quanto a ética relacionam-se com a busca da harmonia e da felicidade nas relações sociais; mas, a moral refere-se às regras de convivência na coletividade, enquanto a ética está ligada a uma postura individual diante dessa coletividade. Portanto, uma ação moral pressupõe também a liberdade, porque entra em jogo não apenas a imposição das regras, mas também a aceitação consciente das regras impostas (eu obedeço as leis porque escolhi obedecer). Observe que, ética (caráter) e a moral (costumes) não são comportamentos naturais humanos, mas são construídos pelo hábito, durante toda a vida. A ética é o que separa aquilo que a natureza nos manda fazer (instinto), daquilo que nós escolhemos fazer (autonomia). Portanto, um comportamento moral é sempre racional. Os conceitos morais e éticos são adquiridos no convício e na busca por melhores relações. QUESTÃO 1 (ENEM) O brasileiro tem noção clara dos comportamentos éticos e morais adequados, mas vive sob o espectro da corrupção, revela pesquisa. Se o pais fosse resultado dos padrões morais que as pessoas dizem aprovar, pareceria mais com a Escandinávia do que com Bruzundanga (corrompida nação fictícia de Lima Barreto). FRAGA, P. Ninguém e inocente. Folha de S. Paulo. 4 out. 2009 (adaptado). O distanciamento entre “reconhecer” e “cumprir” efetivamente o que e moral constitui uma ambiguidade inerente ao humano, porque as normas morais são A) decorrentes da vontade divina e, por esse motivo, utópicas. B) parâmetros idealizados, cujo cumprimento e destituído de obrigação. C) amplas e vão alem da capacidade de o individuo conseguir cumpri-las integralmente. D) criadas pelo homem, que concede a si mesmo a lei a qual deve se submeter. QUESTÃO 2 (ENEM) A ética precisa ser compreendida como um empreendimento coletivo a ser constantemente retomado e rediscutido,porque é produto da relação interpessoal e social. A ética supõe ainda que cada grupo social se organize sentindo- se responsável por todos e que crie condições para o exercício de um pensar e agir autônomos. A relação entre ética e política é também uma questão de educação e luta pela soberania dos povos. É necessária uma ética renovada, que se construa a partir da natureza dos valores sociais para organizar também uma nova prática política. CORDI et al. Para filosofar. São Paulo: Scipione, 2007 (adaptado). O Século XX teve de repensar a ética para enfrentar novos problemas oriundos de diferentes crises sociais, conflitos ideológicos e contradições da realidade. Sob esse enfoque e a partir do texto, a ética pode ser compreendida como a) instrumento de garantia da cidadania, porque através dela os cidadãos passam a pensar e agir de acordo com valores coletivos. b) mecanismo de criação de direitos humanos, porque é da natureza do homem ser ético e virtuoso. c) meio para resolver os conflitos sociais no cenário da globalização, pois a partir do entendimento do que é efetivamente a ética, a política internacional se realiza. d) parâmetro para assegurar o exercício político primando pelos interesses e ação privada dos cidadãos. e) aceitação de valores universais implícitos numa sociedade que busca dime nsionar sua vinculação à outras sociedades. (UEL-2004) “- O que significa exatamente essa expressão antiquada: ‘virtude’? – perguntou Sebastião. - No sentido filosófico, compreende-se por virtude aquela atitude de, na ação, deixar-se guiar pelo bem próprio ou pelo bem alheio – esclareceu o senhor Barros. - O bem alheio? – perguntou Sebastião. - Sim – disse o senhor Barros. – É verdade que a coragem e a moderação são virtudes, em primeiro lugar, para consigo mesmo, mas também há outras virtudes, como a benevolência, a justiça e a seriedade ou confiabilidade, ou seja, a qualidade de ser confiável, que são disposições orientadas para o bem dos outros.” (TUGENDHAT, Ernst; VICUÑA, Ana Maria; LÓPES, Celso. O livro de Manuel e Camila: diálogos sobre moral. Trad. de Suzana Albornoz. Goiânia: Ed. da UFG, 2002. p. 142.) Com base no texto, é correto afirmar: a) As ações virtuosas são reguladas por leis positivas, determinadas pelo direito, independentemente de um princípio de bem moral. b) A virtude limita-se às ações que envolvem outras pessoas; em relação a si próprio a ação é independente de um princípio de bem. c) A ação virtuosa é orientada por princípios externos que determinam a qualidade da ação. d) Ser virtuoso significa guiar suas ações por um bem, que pode ser tanto em relação a si próprio quanto em relação aos outros. 1.Ética é: a) um conjunto de valores morais e princípios que norteiam a conduta humana na sociedade. b) um conjunto de comportamento correto e relacionado à conduta humana dentro de uma sociedade organizada. c) a maneira como os seres humanos se comportam uns com os outros. d) o princípio fundamental para que o ser humano possa viver em família. e) um comportamento que se deve ter apenas quando se estiver trabalhando. 2. A ética serve para que se possa existir certo equilíbrio e funcionamento social de qualidade, fazendo com que ninguém saia prejudicado. Neste ponto de vista, a ética, embora não possa ser confundida com as leis, está diretamente voltada com: a) a educação das pessoas b) o sentimento de justiça social c) o medo da sociedade de errar d) a educação dada na infância e) o pensamento de pessoas que possuem conhecimentos profundos 3. A ética é construída por uma sociedade com base: a) na genética que se passa por geração b) na educação que é dada nas escolas c) nos ensinamentos oferecidos nas faculdades d) nos meios de comunicação como TV e rádio. e) nos valores históricos e culturais. 4. Um ser humano que não segue a ética da sociedade a qual faz parte é denominado de: a) antiético b) antissocial c) imoral d) excluso ou excluído e) moralista 5. A ética na área de pesquisas biológicas é denominada: a) bioética b) ética na saúde c) ética na ciência d) ética social e) ética profissional Gabarito do simulado da prova de ética do concurso da caixa econômica federal 2012: 1.a – 2.b – 3.e – 4.a – 5.a ORGANIZAÇÃO POLÍTICA DE UM PAÍS FONTE: http://estudantesacademicos.blogspot.com.br/2011/08/poderes-do-estado-executivo-legislativo_31.html “O Estado é uma sociedade de pessoas chamada população, em determinado território, sob a autoridade de determinado governo, a fim de alcançar determinado objtivo, o bem comum População são todos os indivíduos residentes dentro de um território (Estado) inclusive estrangeiros. Povo tem o sentido politico que se refere aos cidadãos. O povo brasileiro possui em sua essência sua nacionalidade. O território de um Estado é constituído de solo, subsolo, Espaço aéreo, embaixadas, navios e aviões militares ou civil, mar territorial. O Governo não é o mesmo que Estado, mas sim o poder do Estado, dividido em funções, geralmente representadas pelos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. A História e Organização dos Três Poderes A ideia ligada a separação dos poderes políticos de acordo com as concepções modernas, está ligada ao Iluminismo, movimento intelectual e político surgido na Europa, durante o século XVII e XVIII que reuniu intelectuais como, Locke, Voltaire e Montesquieu que defendiam uma plataforma de grandiosas modificações políticas para o continente, ao mesmo tempo que, fundamentavam profundas críticas aos Estados absolutistas alicerçados pela teoria do Direito Divino. Valorizando o pensamento racional em contraposição ao dogmatismo político, os iluministas se destacaram bastante, principalmente pela formulação da divisão dos poderes políticos. Locke, autor do livro, Segundo Tratado Sobre o Governo Civil, discorre argumentos sobre a divisão dos poderes, principalmente no que diz respeito a questão dos mecanismos de criação das leis e dos mecanismos de execução dessas, segundo o autor, para que o governo seja, de fato e de direito, legítimo, as esferas executivas e legislativas devem ser separadas. Montesquieu, ao escrever a obra O 6 Espírito das Leis, também trabalha durante o decorrer do seu discurso sobre diferentes formas de governos, a tese da repartição do poder político em três esferas: a Legislativa, a Executiva e Judiciária. Nessa obra, Montesquieu diz: “Quando, na mesma pessoa ou no mesmo corpo de Magistratura, o Poder Legislativo é reunido ao Executivo, não há liberdade. Porque pode temer-se que o mesmo Monarca ou mesmo o Senado faça leis tirânicas para executá-las tiranicamente. Também não haverá liberdade se o Poder de Julgar não estiver separado do Legislativo e do Executivo. Se estivesse junto com o Legislativo, o poder sobre a vida e a liberdade dos cidadãos seria arbitrário: pois o Juiz seria o Legislador. Se estivesse junto com o Executivo, o Juiz poderia ter a força de um opressor. Estaria tudo perdido se um mesmo homem, ou um mesmo corpo de principais ou nobres, ou do Povo, exercesse estes três poderes: o de fazer as leis; o de executar as resoluções públicas; e o de julgar os crimes ou as demandas dos particulares.” (MONTESQUIEU p.75). Teoria dos Poderes: Segundo Montesquieu, "só o poder freia o poder", e apartir daí, encontramos uma das análises mais relevantes para se obter um maior entendimento sobre a teoria dos poderes, uma vez que, nessa forma de organização política, e de singular importância conceber a autonomia de cada uma dessas esferas para que a co-relação entre as mesmas sejam harmonios e racionais. É daí que encontramos a idéia dos freios e contrapesos, que é proveniente da expressão americana, check and balances, que consiste no fato deque, os poderes políticos detém funções típicas e atípicas, ou seja, além de suas funções definidas, cabe também a possibilidade desses poderes exercerem outras funções que não estão diretamente ligadas a eles. Um bom exemplo disso é o fato do Senado brasileiro deter a função de julgar o presidente ou os ministros do supremo em caso de crimes de responsabilidade. Ou seja, mesmo com suas funções explícitas, o poderes políticos ao cometer algum excesso, poderá ser controlada por um outro, mesmo não sendo essa a sua função típica. Assim, nenhum poder terá liberdade absoluta. 1) Defina com as sua palavras o que é um Estado (País) >>>>RESPONDA ATRÁS DA FOLHA<<<<<< 2) Um Estado (país) só existe a fim de alcançar um determinado objetivo que é... a) O bem comum b) Controle e organização da população c) Regulamentar o convívio social através das leis 3) O território de um Estado (país) não consiste em apenas suas fronteiras nacionais, mas um conjunto de partes como solo , subsolo, espaço aéreo, embaixadas. Podemos definir embaixadas como: a) Territórios nacionais de um país (sede) em países estrangeiros b) Um indivíduo que representa um país em um país estrangeiro c) Navios de um país que navegam em águas estrangeiras. 4) De acordo com a matéria ministrada em aula defina o o que é governo. >>>>RESPONDA ATRÁS DA FOLHA<<<<<< 5) Qual o nome oficial do país chamado Brasil a) Republica Federativa do Brasil b) Republica Democrática do Brasil c) Republica do Brasil 6) A Teoria dos Três Poderes foi consagrada pelo pensador francês Montesquieu. O objetivo de dividir o governo em três poderes tem em seu fundamento... a) Todos os poderes são iguais em relação de poder, apesar de terem funções e obrigações diferentes. b) Todos os poderes são iguais em relação de poder, e possuem as mesmas funções. c) Todos os poderes são diferentes em relação de poder do outro, apesar de terem funções e obrigações iguais. 7) De acordo com a matéria ministrada em aula e do quandro ao lado, relacione a alternativa correta das relações dos poderes por ordem de acordo com as frases da figura. a) Legislativo, Judiciário e Executivo. b) Executivo, Legislativo e Judiciário c) Judiciário, Executivo e Legislativo. 8) De acordo com a charge acima responda. Quando se lê sobre os direitos e deveres do cidadão estamos falando da cidadania... a) Real b) Formal c) Vivida no dia a dia. 9) A Constituição de 1988 completa 25 anos no dia 5 de outubro. Um ano e sete meses antes, foi convocada a Assembleia Nacional Constituinte, em meio ao processo de transição democrática do país após 21 anos sob o regime militar. Responda qual o outro nome da constituição de 1988? a) Carta Magna b) Constituição Cidadã c) Carta dos Direitos Hunanos 10) Quando o professor cumpre o seu dever de dar aula, ele garante ao aluno o direito à __________. Quando o médico entra no hospital para cumprir o seu dever ele garante ao doente o direito à _____. Assinale a alternativa certa para preencher os espaços em branco no texto acima referente aos direitos do cidadão. a) Educação / Saúde b) Ir para escola / Ser atendido no hospital c) Exigir uma boa educação / Exigir d) Bom atendimento ORGANIZAÇÃO DO ESTADO BRASILEIRO FONTE: http: //estudantesacademicos.blogspot.com.br/2011/08/poderes-do-estado-executivo-legislativo_31.html O nome oficial do Brasil é República Federativa do Brasil. O Brasil é formado por 26 Estados, a União, o Distrito Federal (cuja capital é Brasília) e os Municípios, sendo ele uma República Federativa. Cada ente federativo possui sua autonomia financeira, política e administrativa, em que cada Estado deve respeitar a Constituição Federal e seus princípios constitucionais, além de ter sua Constituição própria; e também, cada município (através de sua lei orgânica), poderá ter sua própria legislação. Essa organização é formada pelos três poderes: Poder Executivo, Poder Judiciário, Poder Legislativo, adotando a teoria da tripartição dos poderes. Segundo a Constituição Federal no seu artigo 2º, o Brasil é organizado por meio da existência de três poderes, Executivo, Legislativo e Judiciário e cada uma dessas esferas detém suas funções típicas e funções atípicas. Diante disso, o Estado como um todo, além de ter funções de legislar e administrar o patrimônio público, também tema função de julgar, no entanto, essas funções, mesmo sendo específicas a cada poder constitucional, não existe a centralização de funções, uma vez que, cabe às três esferas, a incumbência de exercer todas essas funções. No presente estudo, vamos trabalhar sobre esses diferentes conceitos inseridos na teoria dos poderes. 1. Poder Legislativo Constitucionalmente, o Legislativo é representado pela Câmara dos Deputados e Senado Federal em legislações que duram quatro anos. Suas funções típicas são de legislar e fiscalizar questões inerentes ao Poder Executivo. Do outro lado, suas funções atípicas estão ligadas a administrar e julgar sobre questões ligadas a sociedade brasileira. O Congresso Nacional, como já fora retratado nas linhas anteriores, pode julgar crimes cometidos pelo Executivo. 9 2. Poder Executivo O Executivo Federal é exercido pelo Presidente e Vice-Presidente da República, junto com os Ministros, escolhidos pelo mesmo para auxiliá-lo nas administrações públicas. Sua função principal é a chefia e governo do Estado, por outro lado, no que se refere a suas funções atípicas, o executivo também pode legislar por meio de Medidas Provisórias, como tambem, julgar questões ligadas a adminstração pública. Cabe ao também ao Executico enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o projeto de lei de diretrizes orçamentárias e as propostas de orçamento previstas na Constituição. 3.Poder Judiciário O judiciário brasileiro é composto pelo Supremo Tribunal Federal; Supremo Tribunal de Justiça; Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais; Tribunais e Juízes do Trabalho; Tribunais e Juízes Eleitorais; Tribunais e Juízes Militares e Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios. O judiciário cumpre principalmente a função de julgar e aplicar a lei em casos concretos, tendo em vista os diversos conflitos de interesses nas diversas relações jurídicas. Por outro lado, no que se refere as suas funções atípicas, encontramos no judiciário o exercício de legislar sobre os regimentos internos dos seus órgãos, como também sobre questões administrativas, como o fato de poder conceder férias para os seus funcionários e prover os cargos de juiz de carreira, assim como criar ou extinguir novas varas judiciárias e tribunais inferiores. Além disso, cabe ao Judiciário a autonomia administrativa e financeira. Enfim, a divisão dos poderes políticos é fruto de um longo processo histórico que remonta desdá a Antiguidade até a contemporaneidade. Sua principal finalidade é de acabar com a centralização política do poder nas mãos de uma pessoa ou de um só órgão político. Nessa conjuntura, os três poderes instituídos de maneira constitucional, mesmo que autônomos, são interligados um com o outro, tendo suas relações orientadas por meio dos freios e contrapesos, cabendo aos mesmos, todas responsabilidades para o bom funcionamento do Estado. Na teoria dos poderes, cada uma das esferas inerentes ao poder político, são interligadas de maneira direta e indireta, evitando excessos e garantindo autonomia e governabilidade. 10 FORMAS DE GOVERNO As formas de governo é a maneira com que os órgãos fundamentais do Estado se formam, assim como seus poderes e relações; ou seja , designa a organização política do Estado ou conjunto de indivíduos a quem é confiadoo exercício dos poderes públicos. A palavra governo é vulgarmente conhecida como Poder Executivo, ele pode ser subdividido em : Classificação de Aristóteles É a primeira de todas as classificações, sendo recordada por muitos estudiosos até hoje. Com base em observações quanto a organização dos Estados Gregos e inspirada em um conceito ético e político, Aristóteles divide em três formas: Monarquia: poder centrado em uma pessoa física. Aristocracia: poder onde o Estado é governado por um pequeno grupo de pessoas físicas Democracia ou Politéia: governo de uma maioria Essas três formas eram consideradas puras , perfeitas ou normais, por Aristóteles, porque visam o bem de uma coletividade; entretanto, a Democracia, em particular, era tida por ele como a melhor forma de governo, uma vez que a população possui uma participação mais ativa. Em oposição as formas pura de governo, temos as formas impuras, corruptas ou imperfeitas, por serem distorções das formas perfeitas, já que seu objetivo é primeiramente os interesses dos governantes em detrimento dos anseios de todos os demais, são chamadas portanto de: Tirania: forma distorcida de Monarquia. Oligarquia: forma impura de Aristocracia. Demagogia : que é a corrupção Democracia. Classificação de Maquiavel Seguindo uma linha de pensamento diferente dos outros filósofos, a dicotomia de seu conceito se aproxima mais da realidade. Sua teoria se divide em: República: caracterizada pela temporalidade do poder (temporariedade) seu exercício é atribuído ao povo. Outra característica marcante é que ninguém ocupa o maior cargo de uma República se não for através de eleições (eletividade), portanto está intrinsecamente ligada a um partido ou a uma coligação de partidos políticos.(responsabilidade) A República pode ser subdividida em: República Direta: onde a população exerce diretamente as funções do Estado. Exemplo.: Estados Atenieses República Presidencial: onde o presidente ocupa a função de Chefe de Estado e Chefe de Governo Exemplo.: Brasil, Estados Unidos, Argentina. 11 República Parlamentar: em que as funções são divididas, ficando o presidente com a função de Chefe de Estado e o Conselho de Ministros com a chefia de governo. Ex: França Monarquia: que é marcada pela vitaliciedade do poder, que é confiado a uma pessoa física, no caso monarca ou rei, que está no cargo não pelo consenso da coletividade, mas por razões históricas tradicionais, por esse motivo o monarca está desvinculado de partidos ou coligações políticas.(irresponsabilidade). Na monarquia temos a hereditariedade, quando o monarca morre ou deixa o governo por qualquer outro motivo é substituído por um herdeiro. Quanto a extensão do poder A Monarquia pode ser subdividida em: Monarquia Absoluta: o poder está centrado nas mãos do rei e sujeito a suas arbitrariedades. Ex. Arabia Saudita, Bahrein, Brunei e Catar Monarquia de Estamentos (ou de Braços): é aquela em que o rei descentraliza certas funções que são delegadas a elementos da nobreza reunidos em Cortes, ou órgãos semelhantes que funcionam como desdobramentos do poder real .Forma de governo antiga típica da Monarquia feudal. Exemplo: Suécia até 1.918 e Reinos Feudais Monarquia Constitucional: é aquela em que o rei só exerce função do Poder Executivo ao lado dos Poderes Legislativos e Judiciário, nos termos de uma Constituição escrita. Exemplo: Bélgica, Holanda, Suécia, Brasil Império, Japão, Dinamarca, Mônaco Monarquia Parlamentar: é aquela em que o rei não exerce função de governo - o rei reina mas não governa - segundo a fórmula dos ingleses o Poder Executivo é exercido por um Conselho de Ministros responsável perante o Parlamento, ao rei se atribui um quarto poder - Poder Moderador - com ascendência moral sobre o povo e sobre os próprios órgãos governamentais, um símbolo vivo da nação, porém sem participação no funcionamento da máquina estatal. Ex: Espanha, Granada, Reino Unido, Suécia, Austrália, Emirados Àrabes 12 PRESIDENCIALISMO E PARLAMENTARISMO Presidencialismo No regime presidencialista, há três poderes: o Executivo, o Legislativo e o Judiciário. São exercidos, respectivamente, pelo presidente da república, pelo Parlamento e pelo Supremo Tribunal ou Corte Suprema. Toda a concepção do presidencialismo baseia-se na harmonia desses três poderes. Nenhum pode superar ou impor-se a outro. Para manter esse equilíbrio, há um sistema de freios e contrapesos, pelo qual um poder controla o outro, e cada um depende dos outros dois. Vamos ver alguns exemplos: É o Parlamento que aprova os projetos de lei, assim como, o orçamento que fixa as despesas. Com isso, o Legislativo controla o Executivo e o Judiciário. Mas o presidente da República pode vetar o que foi aprovado pelo Legislativo, e, assim, o freia. O Legislativo pode rejeitar o veto, voltando a exercer controle sobre o Executivo. É o presidente da República (Executivo) que escolhe os nomes dos membros do Supremo Tribunal, controlando o Judiciário. Mas o Legislativo deve aprovar esses nomes, controlando o Executivo e o Judiciário. O Judiciário é que julga a aplicação das leis, podendo, inclusive suspender a execução delas. Com isso, ele freia o Legislativo e o Executivo. No presidencialismo, o chefe de Estado (que simboliza a nação) e o chefe de governo (que dirige a administração do país) são a mesma pessoa. O presidente da República é chefe de Estado e chefe de governo. A natureza do presidencialismo está nessa divisão do poder em três ramos. Teoricamente, ele será tanto mais puro quanto menos um poder prevalecer sobre o outro. A harmonia dos três é da essência do regime presidencialista. No presidencialismo, o presidente e os parlamentares são escolhidos por um período de tempo fixo e determinado, geralmente quatro ou cinco anos. Salvo situações excepcionais, uma vez eleitos, têm o seu mandato garantido durante esse prazo. Em um regime presidencialista, o Legislativo pode ser exercido apenas pela Câmara dos Deputados (sistema unicameral) ou por duas casas, a Câmara e o Senado (sistema bicameral). Parlamentarismo No parlamentarismo, todo o poder concentra-se no Parlamento, que é, de fato, o único poder. Se o governo executivo discordar do Parlamento, a maioria dos deputados dissolve esse governo. A Justiça não se deve opor ao Parlamento, inclusive porque, em um parlamentarismo puro, a constituição não é rígida: se uma lei for considerada inconstitucional, o Parlamento simplesmente altera a constituição. No Reino Unido, o exemplo mais puro de parlamentarismo, não há sequer uma constituição escrita. Em um regime parlamentarista, distingue-se o chefe de Estado do chefe do governo. O chefe de Estado apenas simboliza a nação, mas não tem poderes administrativos. Pode ser um monarca ou presidente escolhido pelo Parlamento ou eleito diretamente pelo povo. A Rainha da Inglaterra, por exemplo, reina, mas não governa: ela é chefe de estado apenas. O chefe do governo é quem governa e administra. Ele é sempre escolhido pelo Parlamento, que pode destituí-lo. Após as eleições, o partido político ou a coligação que teve a maioria dos votos escolhe um primeiro ministro e os que vão ocupar os diferentes ministérios. Levam esses nomes ao chefe de Estado, que os submete ao Parlamento. Se os nomes forem aprovados pela maioria, esse ministério (Gabinete) será empossado e governará até que haja novas eleições (quatro ou cinco anos depois), ou até que perca a confiança da maioria parlamentar. 13 Se a maioria, em algum momento, discordar do Gabinete, votará uma moção de desconfiança e o governo cairá. A maioria vitoriosa no Parlamento indicará ao chefe de Estado os nomes dos novos ministros, que serão submetidos à votação. Se forem aprovados, começam a governar; se não forem, novos ministros terão de ser escolhidos, até que o Gabinete indicado tenhao apoio da maioria dos deputados. 1 – As formas de governo é a maneira com que os órgãos fundamentais do Estado se formam, isto é, é como sabemos qual o tipo de governo é daquele país. Quando perguntamos o tipo de governo de um país geralmente nos referimos ao poder... a) Executivo b) Judiciario c) Legislativo 2 – Quais as formas puras de governo segundo as classificações de Aristóteles? <<<< Responda atrás da folha >>>> 3 – Segundo Aristóteles as formas impuras e imperfeitas de governo são originadas das formas puras e perfeitas. As formas de governo se tornam impuras quando... a) O governo não é eleito pelo povo b) O governo deixa de atender o povo e passa a atender a interesses particulares c) O governo se torna ilegítimo, isto é, quando há um golpe no governo distinguindo o governo anterior. 4 – Das formas puras e perfeitas de Aristóteles , qual delas era a preferida. a) Tirania b) Demagogia c) Democracia 5 – Qual a forma de governo que tem em suas características a vitaliciedade, hereditariedade e a irresponsabilidade? a) República b) Monarquia c) Presidencialismo 6 - As duas formas de governo mais comum no mundo são as repúblicas e as monarquias. Qual o sistema de governo presente nas duas formas de governo? a) Presidencialismo b) Parlamentarismo c) Absolutismo 7 – Descreva qual é a função do Chefe de Estado e a do Chefe de Governo? <<<< Responda atrás da folha >>>> 8 – Na Republica Presidencialista o chefe de estado e chefe de governo são... a) Distintos do cargo que são ocupados pelo monarca e pelo primeiro ministro b) Acumulados pelo presidente c) Acumulado pelo primeiro ministro 9 – Na Monarquia parlamentar o chefe de estado é um cargo exercido pelo... a) Primeiro Ministro b) Monarca c) Presidente. 14 COMO FUNCIONA AS ELEIÇÕES 1. PARTIDOS POLÍTICOS Introdução. Os partidos políticos surgiram na democracia moderna, servindo como intermediários entre as diversas correntes de opinião da sociedade e o Estado e canalizando essas correntes para a representação política. Embora em declínio, eles ainda são os atores principais do sistema político, sendo a democracia representativa também chamada de “democracia de partidos”. Conceito. “Organização de pessoas que, inspiradas por idéias ou movidas por interesses, buscam tomar o poder, normalmente por meios legais, e nele conservar-se para a realização dos fins propugnados” (Paulo Bonavides) Quanto à organização externa. Essa classificação diz respeito ao número de partidos que existem ou podem existir num Estado: • Partido único: sistema próprio do totalitarismo, que só admite um partido e não admite divisões políticas. Ex.: nazi-fascismo, URSS e Cuba. • Bipartidarismo: sistema em que dois grandes partidos predominam em razão do sistema eleitoral, sem proibir a existência de outros. Ex.: Inglaterra e EUA. • Pluripartidarismo: sistema em que mais de dois partidos predominam e têm chances de chegar ao poder, podendo levar à extrema dispersão e à necessidade de imposição de limites, que são as “cláusulas de barreira”. Ex.: Brasil e Alemanha. Quanto à ideologia. Essa classificação é baseada em Norberto Bobbio, que em obra recente defende a validade, ainda hoje, da dicotomia entre direita e esquerda, que para alguns estaria superada. Essa divisão tem origem na Revolução Francesa, quando a Assembléia Nacional dividiu-se entre os jacobinos (radicais, defensores da igualdade, que se sentavam à esquerda do salão) e girondinos (moderados, defensores da liberdade e que se localizavam à direita). Para Bobbio, o critério de distinção entre os dois pólos é a postura diante da igualdade. - Esquerda. Preocupação com a igualdade real. Reivindica justiça social por meio de maior intervenção do Estado. Prega a predominância do coletivo, mesmo que isso prejudique a liberdade individual. A centro-esquerda (social-democracia) atua segundo as regras do jogo democrático. A extrema-esquerda despreza a democracia liberal e aceita métodos violentos e governo totalitário para atingir suas finalidades (Ex.: URSS, Cuba, FARCs, MST). - Direita. Valoriza a liberdade individual e a igualdade formal (perante a lei). Condena a intervenção do Estado na economia e na sociedade. As desigualdades sociais seriam naturais e o progresso do indivíduo deve depender do próprio esforço. A centro-direita (direita liberal) aceita as regras do jogo democrático. A extrema-direita despreza a democracia e prega superioridade de um grupo sobre outros (nacionalismo xenófobo, racismo etc.), usando milícias e métodos violentos para a imposição da ideologia (Ex.: nazi-fascismo, Ku Klux Klan). 15 Partidos políticos no Brasil. Os partidos políticos surgiram no Brasil durante o reinado de D. Pedro II, dividindo-se entre conservadores e liberais. Durante a República Velha predominaram os partidos de âmbito estadual (PRP etc.). Entre 1946 e 1965, predominaram o PSD (centro), PTB (centro-esquerda) e a UDN (centro-direita). Durante a ditadura militar, só foram permitidos dois partidos, a ARENA (apoio à ditadura) e o MDB (oposição consentida). Com a redemocratização, surgiram: PDS (ex-arena, atual PP), PMDB (ex-MDB) e outros. Atualmente, temos DEM (ex-PFL, dissidência do antigo PDS), PT (intelectuais de esquerda e sindicalistas), PSDB (dissidência do PMDB), PDT (herdeiro do PTB getulista), PPS (ex-PCB), PC do B (dissidência do antigo PCB), PSOL (dissidência do PT), PV etc. 2. SISTEMA ELEITORAL “A vontade do povo significa, na prática, a vontade do maior número ou da parte mais ativa do povo, da maioria ou daqueles que conseguem se fazer aceitos como a maioria; conseqüentemente, o povo pode desejar oprimir uma parte de seu número, e são necessárias tantas precauções contra isto como contra qualquer outro abuso do poder” (J. Stuart Mill, Sobre a Liberdade, 1859) Introdução Na democracia representativa a escolha de representantes é feita pelo sufrágio (voto). Há diversas formas de se organizar a escolha dos candidatos e contabilizar os votos, a fim de que a representação seja autêntica, ou seja, corresponda o mais fielmente possível à vontade popular, pois esse é o principal objetivo da democracia. Isso é feito por meio dos sistemas eleitorais. Definição. Sistema eleitoral é o “conjunto de regras que define como, em uma determinada eleição, o eleitor pode fazer suas escolhas e como os votos são contabilizados para serem transformados em mandatos”. Em outras palavras, o sistema eleitoral determina “como se transformam votos em poder” (Jairo Nicolau) Tipos de sistemas Há diversos tipos de sistemas eleitorais, que podem ser utilizados de forma exclusiva ou, como é mais comum, de forma combinada. Os sistemas mais conhecidos são o Majoritário, o Distrital, o Proporcional e o Distrital Misto. 1 - Sistema Majoritário. É o sistema mais simples: quem obtém mais votos é eleito. Pode exigir maioria simples (maior número de votos entre os candidatos) ou maioria absoluta (mais da metade dos votos válidos, que pode ser obtida em primeiro ou segundo turno de votação). Utilizado para a eleição do chefe do Executivo (presidente, governador e refeito), para senador e, no sistema distrital, para a escolha de candidatos ao Legislativo. Consequências do Sistema Majoritário. O sistema de maioria simples tende ao bipartidarismo e forma governos mais homogêneos, com maioria mais clara e programa mais definido. Os partidos pequenos tendem a enfraquecer, porque não têm força para lançar candidatos próprios. O sistema de maioria absoluta (turno duplo, se necessário) favorece o pluripartidarismo e forma governos de coalizão, pois os partidos preferem lançar candidatos próprios no primeiro turno e deixar as coalizões para o segundo. 16 2 - Sistema Distrital. Utilizado para a eleição dosmembros do Poder Legislativo (órgãos colegiados). Divide-se a circunscrição (cidade, estado ou País) em distritos, em número correspondente ao de cadeiras na casa legislativa. Em cada distrito realiza-se uma eleição pelo sistema majoritário. Normalmente, cada distrito elege apenas um representante. Ex: Inglaterra e EUA. Conseqüências do Sistema Distrital. As mesmas do sistema majoritário. Aspectos positivos: aproximação entre o eleitor e o representante e barateamento das campanhas. Aspectos negativos: facilitação do clientelismo, possibilidade de formação de “currais eleitorais”, sub-representação das minorias e possibilidade de manipulação do desenho dos distritos (gerrymandering) 3 - Sistema Proporcional. Criado na Bélgica, em 1900, sob a inspiração de Stuart Mill. Possibilita a representação de minorias e correntes de opinião diversas no Poder Legislativo. A eleição é feita em toda a circunscrição e não por distritos. Basicamente, cada partido elege, para o Legislativo, número de representantes proporcional votação obtida. Ex.: 20% dos votos = 20% das cadeiras. Cálculo da representação proporcional. Divide-se o número de votos válidos pelo número de cadeiras a preencher = quociente eleitoral (QE); divide-se a votação do partido (ou coligação) pelo quociente eleitoral (QE) = quociente partidário (QP). QP será número de cadeiras a que o partido (ou coligação) tem direito. Se houver sobras, as vagas restantes são preenchidas pelo sistema da maior média (repete-se a operação, adicionado-se 1 ao QE). Exemplo. Numa cidade com 100.000 votos válidos e 20 vagas para vereador, o QE é 5.000 (são precisos 5.000 votos para o partido conquistar uma cadeira na Câmara de Vereadores). O partido A obteve 20.000 votos, o Partido B teve 10.000 votos e o Partido C teve 4.000 votos, a quantas cadeiras terá direito cada partido? Resposta: se o Partido A obteve 20.000 votos, seu QP é 4: terá direito a 4 cadeiras. Se o Partido B teve 10.000 votos, seu QP é 2: terá direito a 2 cadeiras. Se o Partido C teve 4.000 votos, não terá direito a cadeira, pois não atingiu o QE. Preenchimento das vagas no sistema proporcional. Pelo sistema de lista aberta (usado no Brasil), as vagas de cada partido são preenchidas pelos candidatos mais votados, por ordem de votação. Pelo sistema de lista fechada, o partido apresenta previamente uma lista, com a ordem de preferência dos candidatos, preenchendo as vagas conquistadas segundo essa ordem. Conseqüências do Sistema Proporcional. O sistema proporcional possibilita a representação das minorias, que têm poucas chances pelo sistema majoritário, favorecendo o pluralismo político. Isso gera o pluripartidarismo, às vezes com multiplicação excessiva de partidos, o que tem levado ao estabelecimento de cláusulas de barreira (requisitos mínimos para que um partido possa eleger representantes). Os candidatos de um partido com grande votação ou com um “puxador de votos” (ex. Enéias) podem ser eleitos com um número de votos menor do que candidatos mais votados de outros partidos. 4 - Sistema Distrital Misto. Utilizado para as eleições no Poder Legislativo (menos o Senado). Metade dos representantes é eleita pelo sistema distrital e metade pelo sistema proporcional. O eleitor dá dois votos: um no seu distrito e outro na circunscrição. Utilizado na Alemanha e proposto para o Brasil. Seus defensores alegam que ele une as vantagens do sistema distrital e do proporcional. 17 18 19 Sistemas adotados no Brasil Chefia do Executivo (Presidente da República, Governador de Estado e Prefeito): majoritário (maioria absoluta, turno duplo se necessário). Maioria simples para municípios com menos de 200 mil eleitores. Senado: majoritário: maioria simples. Legislativos (Câmara dos Deputados, Assembléias Legislativas dos Estados e Câmara de Vereadores): proporcional com lista aberta. Há proposta para uma reforma do sistema eleitoral brasileiro, para a adoção do sistema Distrital Misto, com lista fechada. 1. O SULFRÁGIO “Nenhum homem é bom o bastante para governar a outro sem o seu consentimento" (Abraham Lincoln) Introdução. Diversas são as formas de escolha de governantes: força física, sorteio, sucessão hereditária, voto etc. A democracia representativa, que prevalece no Estado Moderno, requer a escolha de representantes para governar em nome do povo. Essa escolha é feita através do sufrágio, que envolve o direito de votar e ser votado. Definição. Sufrágio é o direito público subjetivo (exercido na esfera pública e para fins públicos) de participar das decisões políticas, votando (sufrágio ativo) ou sendo votado (sufrágio passivo). Observe-se que o sufrágio é utilizado tanto para a escolha de representantes (democracia representativa) como para a expressão direta da vontade popular (democracia semidireta: plebiscito e referendo). Característica do Voto Secreto O eleitor não precisa falar quem é o candidato que escolheu Público O eleitor apresenta publicamente o candidato que escolheu Obrigatório O eleitor deve comparecer as urnas no dia da eleição ou justificar Facultativo O eleitor pode escolher vota ou não votar Igual O eleitor vota apenas uma vez e seu voto tem o mesmo peso ou valor que todos os demais Desigual O eleitor vota mais de uma vez ou seu voto tem valor superior ao de outros eleitores 20 Direto O eleitor escolhe seus representantes diretamente Indireto Os representantes são escolhidos por delegados dos eleitores. Condições de Elegibilidade Enquanto a alistabilidade é a capacidade eleitoral ativa (o direito de votar), a elegibilidade é a capacidade eleitoral passiva (o direito de ser votado ). Para ser candidato no Brasil, não basta ser eleitor. Para que alguém, entre nós, possa concorrer a um cargo eletivo, é necessário que preencha certos requisitos constitucionais e legais, denominados condições de elegibilidade, e que não incida em nenhuma das inelegibilidades que precisamente constituem impedimentos à capacidade eleitoral passiva. São CONDIÇÕES de ELEGIBILIDADE (CF/1988, Art. 14, § 3º): a) A nacionalidade brasileira (seja originária ou adquirida), não se podendo esquecer das exceções previstas na própria Constituição (Art. 12, § 3º), em relação aos cargos privativos de brasileiro nato. São privativos de brasileiro nato os cargos (CF/1988, art. 12, § 3º): I – de Presidente e Vice-Presidente da República; II – de Presidente da Câmara dos Deputados; III – de Presidente do Senado Federal; IV – de Ministro do Supremo Tribunal Federal; V – da carreira diplomática; VI – de oficial das Forças Armadas. VII – de Ministro de Estado da Defesa b) O pleno exercício dos direitos políticos ou pleno exercício da cidadania (a CF/1988, em seu art. 15, dispõe sobre as causas de suspensão e perda dos direitos políticos). c) O alistamento eleitoral, que é a forma de obtenção do pleno exercício dos direitos políticos. Somente os que são eleitores podem se candidatar a cargo eletivo. 21 d) O domicílio eleitoral na circunscrição – significa dizer que o candidato precisa ser eleitor na localidade em que pretenda se candidatar, no prazo previsto na legislação (a Lei nº 9.504/97, que estabelece normas para as eleições, prevê o prazo de um ano antes do pleito, em seu art. 9º). Importante lembrar que a circunscrição para o candidato a Presidente e Vice-Presidente da República é o país; para Governador e Vice-Governador do Estado ou do Distrito Federal, Senador, Deputados Federal e Estadual é o Estado ou o Distrito Federal e para o Prefeito, Vice-Prefeito e Vereador é o município. e) A filiação partidária – no Brasil, não há candidaturas independentes, mas somente aquelas vinculadas a um Partido Político (a Lei nº 9.504/97,art. 9º, assim como a Lei nº 9.096/95, arts. 18 e 20, preveem o prazo de um ano antes da eleição para a filiação partidária, sendo facultado ao partido político estabelecer prazo maior em seu estatuto. Apenas sendo vedada a alteração desse prazo, em ano eleitoral). f) A idade mínima de acordo com o cargo que se pretende disputar, conforme discriminado no texto constitucional, quais sejam: 35 anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador; 30 anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal; 21 anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz e 18 anos para Vereador. Importante ressaltar que, de o acordo com o art.11, § 2°, da Lei nº 9.504/97, a idade mínima deve ter como referência a data da posse e não a data da eleição. INELEGIBILIDADE São inelegíveis os inalistáveis (estrangeiros e conscritos) e os analfabetos (Art. 14, § 4º). Conscrito é o recruta ou o alistado no Exército, na Marinha ou na Aeronáutica durante o período de prestação do serviço militar obrigatório. Com a introdução do voto facultativo ao maior de 16 e menor de 18 anos, pode ocorrer do conscrito já possuir alistamento eleitoral antes de se alistar ao serviço militar. Nessa hipótese, não se pode anular o alistamento eleitoral realizado de forma válida, na medida em que se constituiu por um ato jurídico perfeito. Entretanto, o conscrito ficará impedido de exercer o direito de votar. Ao término do serviço militar obrigatório, deverá requerer o restabelecimento pleno de sua inscrição eleitoral, pois voltou a ser-lhe obrigatório o exercício do voto. CUIDADO! O conscrito que já tem título de eleitor não ficará com seus direitos políticos suspensos, no período de cumprimento do serviço militar obrigatório, pois as causas de perda ou suspensão dos direitos políticos são aquelas taxativamente previstas no art. 15, da Constituição Federal de 1988. Ficará apenas impossibilitado de votar durante esse período, pois terá sua inscrição eleitoral suspensa. Quanto ao analfabeto, foi-lhe dado o direito de ser eleitor e de votar. É direito e não dever, tendo em vista que é uma faculdade e não uma obrigação. No entanto, mesmo quando eleitor, o analfabeto só pode votar. Jamais poderá ser votado, uma vez que é absolutamente inelegível. O analfabeto possui apenas a capacidade eleitoral ativa. 1. José é brasileiro nato, tem 19 anos de idade, mora e estuda na Espanha desde os 14 anos de idade. João tem 21 anos, mas é analfabeto. Maria tem 18 anos, mas é inválida. O alistamento eleitoral é obrigatório para José e facultativo para João e Maria. ( ) Verdadeiro ( ) Falso 2. No que concerne aos Direitos Políticos, é correto afirmar que o alistamento eleitoral é facultativo para os a) analfabetos. b) maiores de quinze anos. c) maiores de sessenta e cinco anos. d) conscritos, durante o período do serviço militar obrigatório. e) maiores de sessenta anos. 3. (Consulplan/Adv. SMTT-Pref. Itabaiana-SE/2010) Sobre o tema Forma de Estado, pode-se afirmar que o Estado Brasileiro é: A) Um Estado Democrático. B) Um Estado Federal. C) Um Estado Republicano. D) Um Estado Unitário. E) Um Estado de bem-estar social 4. (Consulplan/Adv. Pref. Nossa Senhora do Socorro - SE/2005)República é a forma de governo em que os governantes são eleitos periodicamente pelo povo. Quanto às suas características, assinale a alternativa INCORRETA: A) Eletividade. B) Temporariedade. C) Clássica divisão dos poderes. D) Pessoalidade. E) Responsabilidade política. 5. (Consulplan/AJAJ – TRE-RS/2008) “É condição de elegibilidade, na forma da lei, a idade mínima de _____________________ anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz.” Assinale a alternativa que completa corretamente a afirmativa anterior: A) dezoito B) vinte e um C) trinta D) trinta e cinco E) quarenta 6. O voto no Brasil é? a) secreto, facultativo e direto b) secreto,obrigatório e direto c) público, facultativo e indireto d) secreto, obrigatório e indireto 7. No Brasil a pessoa pode e candidatar-se com os seguintes requisitos: a) Votar – analfabeto e alfabetizada / Candidatar - alfabetizada b) Votar – alfabetizada / Candidatar – alfabetizada c) Votar – analfabeto / Candidatar – alfabetizada e analfabeto d) Votar – analfabeto e alfabetizada / Candidatar – alfabetizada e analfabeto. 8. Em relação ao sistema proporcional e sistema majoritário, é correto afirmar: a) no sistema majoritário, adotado nas eleições para prefeitos, governadores, presidente da República, ganha o candidato mais votado, independente do voto de seu partido. b) o sistema adotado nas eleições para prefeitos, governadores, presidente da República e senadores é o chamado sistema proporcional. c) o partido que não atinge o quociente eleitoral pode eleger representantes no sistema proporcional. d) o sistema majoritário é o sistema adotado nas eleições para vereadores. 23 GABARITO 1. Errado. Na situação apresentada, o alistamento é obrigatório para José (o fato de morar na Espanha não o exime das obrigações eleitorais), facultativo para João e obrigatório para Maria (o simples fato de ser inválida, por si só, não retira a obrigatoriedade do alistamento). 2. A 3. A questão pede um famoso pulo do gato: falou em forma, lembrou de "República Federativa". O Brasil é um “Estado Federal”, com governo republicano. Forma de Governo: República Forma de Estado: Federação Regime de Governo ou Político: Democracia (mista ou semi-direta) Sistema de Governo: Presidencialismo (art. 84 da CF) Gabarito: Letra B. 4. As formas de governo, basicamente, são as repúblicas (todos exercem o poder) eas monarquias (só um exerce o poder). Características da Monarquia: 1- Vitaliciedade - O governante terá o governo em suas mãos por toda a sua vida. Não há temporariedade. 2- Hereditariedade - Não há eletividade. O governo é passado de pai para filho, como herança. Características da República: A coisa é do povo. Embora, o povo escolha representantes para a gestão de "sua coisa", estes representantes não se apoderam da coisa pública. Assim, é essencial que tenhamos em uma república: 1- Temporariedade dos mandatos: Pois assim, nenhum representante tomará para si a feição do poder, permanecendo ilimitadamente no cargo. Haverá uma rotatividade dos cargos públicos para que diversas pessoas, com pluralidade de opiniões e idéias possam representar a sociedade. 2- Eletividade dos cargos políticos: Os cargos políticos só serão legítimos se providos pro eleições, de acordo com a vontade do povo. 3 - Transparência na gestão pública, através de prestação de contas, levando a uma responsabilidade dos governantes: Os representantes não podem se apoderar do patrimônio que é de todos, nem geri-los como bem entenderem. Devem promover uma gestão que esteja alinhada com a finalidade do bem comum. 4- Separação das funções do Poder Político entre diferentes agentes. Se analisarmos as alternativas, vemos que somente a alternativa "D" (Pessoalidade) não é característica da república, já que esta é marcada pela impessoalidade, ou seja, o governante não exerce o Poder em nome próprio, mas sim em nome da coletividade. Gabarito: Letra D. 5. E aí?! Fixaram o pulo do gato?!! 18 anos = só vereador; 30 anos = É a exigência somente para Governadores e Vice-Governadores. 35 anos = É necesário aos cargos que demandam experiência, sabedoria... Senador, Presidente e Vice-Presidente da República. O que sobrou? 21 anos, aplicável aos cargos de DeputadoFederal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz. A questão trouxe aregra geral... os 21 anos... Gabarito: Letra B. 6. B 7. A 8. A