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EPIDEMIOLOGIA Epidemiologia: é o estudo da frequência, da distribuição e dos determinantes das doenças, bem como a aplicação desses estudos na prevenção, controle e erradicação de doenças e agravos. Cada indivíduo apresenta características que o predispõem ou o protegem de doenças (genética e fatores ambientais). Agravo são acidentes (picada de cobra ou escorpião, automobilística etc), enquanto doença tem um agente etiológico envolvido. São objetivos da epidemiologia: identificar os fatores de risco para a doença; determinar a “extensão” da doença na comunidade; estudar a história e o prognóstico das doenças; avaliar novas medidas preventivas e terapêuticas e fornecer evidências para o desenvolvimento de políticas de saúde e planos públicos de intervenção. Hipócrates (pai da medicina) Início do raciocínio epidemiológico Inúmeros fatores do ambiente físico poderiam ser capazes de produzir doença. Descrever a doença de forma racional, em vez sobrenatural. O corpo era composto por quatro humores: o sangue, a fleuma (átomos de terra e água), a bílis amarela (átomos de fogo e água) e a bílis negra (átomos de terra e ar). Dizia que a saúde era o resultado do equilíbrio desses quatro humores e que a doença resultava do seu desequilíbrio. 1ª teoria = maus-espíritos: a origem das doenças era feiticeiras, espíritos mortos, demônios e o tratamento eram com exorcismos, sacrifícios, cerimônias e rituais. 2ª teoria = castigo divino: criação de conceitos inflamação, traumas etc. Sociedade começa a criar a noção da existência de deus, o pecado gera a doença como punição. Tratamento eram com cruzes queimadas na cabeça de gados, preces a serem rezadas na igreja, etc. 3ª teoria = causantes humanos: bodes expiatórios; bruxas eram marginalizadas; judeus perseguidos devido seus conhecimento financeiros. Início pensamento natural (não sobrenatural) 4ª teoria = miasmática (desordem nos humores): início existência de partículas invisíveis responsáveis pelas doenças que atingem homens através do contágio; experimentos (john snow). Eduard Jenner criou a vacina para varíola sem conhecer o agente; hospitais e cemitérios afastados da população. Transição miasmática – microbiológica: John snow (pai da epidemio): investigação surtos de cólera; constatou transmissão através das águas mesmo sem conhecer o agente etiológico. 5 ª teoria = microbiológica: início visibilidade dos microrganismos, multiplicação de institutos de doenças tropicais (controle, quarentena e isolamento), Louis Pasteur (fermentação, pasteurização, vacinas atenuadas). Robert koch: Identificação e isolamento de microrganismos (transmissibilidade, reprodutibilidade e formas esporuladas). Os postulados dizem que um microrganismo é o agente da doença: 1. Se estiver presente em todos os casos da doença; 2. Se não ocorrer outra doença como um oportunista; 3. Se transmitido a outros animais, reproduzisse a mesma doença. 6ª teoria = teoria multicausal: doença é resultado de varias causas e existe uma relação de fatores de risco; doença é desequilíbrio entre agente, hospedeiro e ambiente. 7ª teoria = ecológica: equilíbrio de todos os seres que habitam esse sistema. 8ª teoria = social: teoria atual, doença é integrante da estrutura social. A partir do momento que se vive em sociedade, o adoecimento depende do local que está inserido. Postulados de evans: 1. Nº doentes maior em expostos que entre os nãos expostos. 2. Fatores de risco mais frequentes entre doentes. 3. Nº de novos casos maior nos expostos do que nos não expostos; 4. Distribuição em curva na forma de sino; 5. A resposta do hospedeiro depende do grau de exposição 6. RI aumenta após exposições; 7. Reprodução experimental deve ser realizada em indivíduos expostos 8. A eliminação do agente acarreta na diminuição na frequência da doença; 9. Uso de vacina deverá diminuir ou eliminar a doença 10. Todas as relações e associações devem ser biológicas e epidemiologicamente confiáveis. A era da estatística sanitária e o paradigma miasmático: doença atribuída aos miasmas da matéria orgânica na água, ar e solo. O controle é com saneamento e drenagem. A era da epidemiologia de doenças infecciosas e o paradigma microbiano: doença é atribuída a um agente microbiano. O controle é com interrupção da transmissão e propagação do agente. A era da epidemiologia de doenças crônicas e o paradigma dos fatores de risco: a doença é atribuída á suscetibilidade e aos fatores de risco. O controle é com redução dos riscos individuais através de intervenções sobre os estilos de vida. Assim, a transição de paradigmas acompanha mudanças nas políticas de saúde, prioridades de pesquisa, necessidades de capacitação, organização dos sistemas de saúde etc. Os determinantes da saúde são fatores que exercem influência sobre a saúde das pessoas. Termos utilizados na investigação epidemiológica Agente etiológico: causa a doença (bactéria, vírus, fungo, protozoário, ectoparasitas ou endoparasitas). Infecção: Multiplicação de um agente infeccioso no individuo. Infestação: desenvolvimento e reprodução de artrópodes na superfície do corpo ou local. Fonte de infecção: é o animal que alberga o agente e o elimina. Reservatório: é um animal ou local que mantém um agente infeccioso na natureza. Caso: é o animal infectado ou doente. Foco: trata-se de um ou mais animais doentes, numa área ou concentração pequena. Enfermidade: etapa da doença que se caracteriza pela presença de sintomatologia. Enfermidade exótica: é aquela que não existe no país ou região estudada. Comunicantes: indivíduos que tiveram contato com animais infectados/doentes ou locais contaminados, sem que se conheça o seu estado sanitário. Vetor: geralmente artrópodes, que transmitem o agente infeccioso ao hospedeiro susceptível. Vetor biológico: é o hospedeiro onde o parasita desenvolve parte do seu ciclo evolutivo, possibilitando a transmissão para novo hospedeiro. Vetor mecânico: o vetor participa apenas como carreador de agente . Veículo: é qualquer elemento que transporte determinado agente infeccioso, vivo ou inanimado. Fômites: objetos inanimados, contaminados que podem transportar agentes infecciosos para os animais ou homem, como baldes, toalhas, seringas, entre outros. Portador: continuam eliminando o agente por algum tempo. Fatores de risco são características que podem se alterar como parar de fumar, por ex. Já características de risco são próprias do indivíduo, ele não pode alterar (câncer de mama, próstata). Componentes da cadeia epidemiológica: 1. Quem hospeda e elimina o agente? Fonte de infecção (fi). 2. Como o agente deixa o hospedeiro? Via de eliminação (ve). 3. Que recurso o agente utiliza para alcançar um novo hospedeiro? Via de transmissão (vt). 4. Como o agente se hospeda no novo hospedeiro? Porta de entrada (pe). 5. Quem pode adquirir a doença? Susceptível. Medidas em saúde coletiva Indicadores: medidas utilizadas para descrever e analisar uma situação, cumprimento de objetivos, metas e suas mudanças ao longo do tempo, além de confirmar tendências passadas e prever tendências futuras. Mensura doença e fatores fisiológicos. Probabilidade: o número de vezes que se espera que ocorra um evento no futuro. Risco à saúde: probabilidade de produzir um efeito ou dano à saúde. Coeficiente ou taxa: informa quanto ao “risco” de ocorrência de um evento. Proporção: Quociente entre duas medidas, estando o numerador incluído no denominador. Razão: o numerador não é um subconjunto dodenominador. Mortalidade: indivíduos que morrem em um intervalo de tempo e espaço. Representa a intensidade com que os óbitos por uma doença ocorrem em uma população. Taxa de mortalidade geral (TMG): mede o risco de morte por todas as causas em uma população de um dado local e período. Tmg = nº óbitos em dado período x fator (geralmente 1000) Nº população no mesmo local e período Taxa de mortalidade infantil (TMI): mede o risco de morte de crianças menores de um ano de um dado local e período. Tmi = nº óbitos em menores de 1 ano em dado local e período x 1000 Nº nascidos vivos no mesmo local e período Taxa de mortalidade por causa (TMC): mede o risco de morte por determinada causa, num dado local e período. No denominador consta a população exposta á causa. Tmc = nº óbitos por doença ou causa em dado local e período x 100 População exposta ao risco Taxa de letalidade (TL): mede o poder da doença em causar morte e também informa sobre a qualidade da assistência médica prestada ao doente. Tl = nº óbitos por doença ou causa em dado local e período x 100 Nº casos doença no mesmo local e período Swaroop-uemura: mede óbitos de pessoas com 50 anos ou mais em relação ao total de óbitos em um dado local e período. Altos valores indicam regiões mais desenvolvidas. Rmp = nº óbitos com menos de 50 anos em um local e período x 100 Total de óbitos no mesmo local e período Morbidade = indivíduos que adquirem doenças em um dado intervalo de tempo e lugar; Estudada segundo quatro indicadores (taxa de incidência; taxa de prevalência; taxa de ataque; e distribuição proporcional segundo variáveis diversas). Taxa de incidência (TI)= número de casos novos de uma doença em um dado local e período, relativo a uma população exposta. Ti = nº casos novos de uma doença em um local e período x 10n População em risco no mesmo local e período Taxa de prevalência (TP)= casos totais (novos e antigos) em um dado local e período. Prevalência lápsica/de período: todos os casos que ocorreram ate o período definido. Pontual: quantidade de casos da doença em um ponto particular no tempo Tp= nº casos totais (novos e antigos) de uma doença em um local e período x 10n População do mesmo local e período Exercícios 1. Em 1/7/90, existiam 2.000 casos de tuberculose, em tratamento, em um dado município. Sabendo- se que a sua população, na época, era quase de 1,2 milhão de habitante (sendo 1.176.935), calcule o número de casos de tuberculose em relação à população. Trata-se de prevalência ou incidência? 2000/1.176.935 = 0,0016 x 1000 = 1,6 casos de tuberculose para cada 1000 habitantes ou 17 casos para cada 10.000 habitantes. 2. No ano de 1998, foram detectados 473 novos casos de hanseníase nos serviços de saúde do distrito federal. No final daquele ano, um total de 2.563 estava em tratamento, incluindo os mais antigos e os em que se descobriu, recentemente, serem portadores do bacilo de hansen. Tomando-se estes números para os devidos cálculos e admitindo-se uma população de 1,5 milhão de habitantes, calcule a incidência e a prevalência. Incidência = 473/1.500.000 x 10.000 = 3,2 casos anuais por 10.000 hab. Prevalência = 2563/1.500.000 x 10.000 = 17,1 casos por 10.000 habitantes Taxa de ataque (TA)= forma especial de incidência, usada quando se investiga um surto em uma população definida (residência, creche, escola, quartel). Ta = nº casos da doença em um local e período x 100 População exposta ao risco Distribuição proporcional (DP) = Indica como se distribuem os casos entre as pessoas afetadas, por grupos etários, sexo, localidade e outras variáveis. Cobertura vacinal (CV) = a cobertura vacinal a população que foi vacinada em relação a população total. Cv = nº de vacinados x 100 Nº total da população TIPOS DE ESTUDOS Falta 1 estudo Observacionais descritivos Dados secundários, não coletados por você. Vantagens Baixo custo, dados disponíveis, eticamente aceitáveis. Desvantagens Ausência fator tempo (causa-efeito); sem poder de inferência causal. Caso controle Detecta doente x não doente; em doenças de baixa incidência; identificar características (exposições ou fatores de risco) que ocorrem em maior ou menor frequência entre os casos do que os controles; Retrospectivo; Busca exposição no passado; amostra representativa; Fonte de dados (hospitais, sistema de vigilância, laboratórios) Grupo controle tem que ter chance de exposição; Vantagens útil para doenças raras; fácil, baixo custo (comparado à coorte);muito utilizado em epidemias e desastres; investigação casos agudos Desvantagens viés de prevalência(doenças de longa duração – memória); viés de sobrevivência, viés de informação, seleção de controles. Coorte Estudo de população; muitas variáveis; busca incidência; sem vícios; prospectiva, retrospectivas ou ambas; Coorte pode ser fixa/fechada (estuda amostra determinada) ou aberta (pode aumentar/modificar a amostra), fontes de informações (questionários, entrevistas, exames, testes); avaliação etiologia de doenças, estudo do impacto de fatores prognósticos, intervenções diagnósticas e terapêuticas. Vantagens ótimo para estabelecer relação causal; mede a incidência do evento; caracteriza a história natural da doença; reflete temporalidade; qualidade nos dados. Desvantagens taxa de atrito =perda de seguimento, viés de seleção, viés de informação, demorados, alto custo, não usar em doenças raras. Transversal Ou seccional Observação direta de quantidade planejada de indivíduos em uma única oportunidade; estabelecer relações de associações entre as características; Procura a prevalência na população; estratégia de investigação para se conhecer parâmetros como média de (altura, peso, pressão, etc). Vantagens Não aplica para doenças raras; dificilmente estabelece relações causais Desvantagens bom para doenças infecciosas e crônicas; estudo de múltiplas exposições. Estudo experimental Ensaio clínico controlado (compara grupos) e não controlado; randomizado (seleção aleatória de indivíduos) e não randomizado (perde confiabilidade); nós influenciamos a população; Mascaramento (avaliadores desconhecem o grupo); um estudo prospectivo que compara o efeito de uma intervenção (fármaco). Variáveis epidemiológicas: Pessoa: características herdadas ou adquiridas (idade, sexo, cor, escolaridade, renda, estado nutricional e imunitário); atividades (trabalho, esportes, práticas religiosas, costumes); Circunstâncias de vida (condição social, econômica e do meio ambiente). Tempo: Cronologia de uma doença é fundamental para análise epidemiológica; demonstra evolução da doença; orientar intervenções e quando se devem concentrar recursos. Lugar: importante para conhecer o agente etiológico e as fontes de contaminação da doença; identifica-se sua concentração ou dispersão; orientar aplicação das medidas de controle; associa alta ocorrência á baixas coberturas vacinais, precariedade no saneamento básico, mananciais contaminados, existência rede básica de saúde; podem influenciar na distribuição das doenças: clima, fauna, relevo, poluentes, contaminações, espaço urbano, etc. Caso autóctone: caso confirmado que foi detectado no mesmo local onde ocorreu a transmissão. Caso alóctone: caso confirmado que foi detectado em um local diferenteda onde ocorreu a transmissão. Ocorrência das doenças Caso esporádico: ex: peste Conglomerado temporal de casos: ex: leptospirose Pandemia: ocorrência epidêmica que atinge várias nações. Endemia: ocorrência da doença apresenta variações na sua incidência de caráter regular, mantendo incidência constante ou com variações cíclicas ou sazonais. Exemplo: tuberculose, lvc em bh. Epidemia: aumento do número de casos acima do que se espera, comparado à incidência de períodos anteriores. Exemplo: epidemia de dengue. Surto epidêmico: dois ou mais casos da doença ocorrem em locais circunscritos (instituições, escolas, bairros ou comunidades), que tiveram a mesma fonte de infecção/contaminação ou o mesmo fator de risco, o mesmo quadro clínico e ocorrência simultânea. Causas de epidemias e surtos: Aumento do número de suscetíveis, Alterações no meio ambiente que favorecem a transmissão de doenças infecciosas e não infecciosas (contaminação água, aglomerado pessoas, contaminação de alimentos, aumento vetores infectados, etc). Epidemia ou surto pode surgir: inexiste uma doença no lugar e aí se introduz uma fonte de infecção ou contaminação; Quando ocorrem casos esporádicos da doença e começa a haver aumento na incidência além do esperado; A partir de uma doença que ocorre endemicamente e alguns fatores desequilibram a sua estabilidade, iniciando uma epidemia. Tipos de epidemias ou surto Epidemia de fonte comum: O fator que causa a doença pode ser veiculado pela água, por alimentos, pelo ar ou introduzido por inoculação; Todos suscetíveis devem ter acesso direto a uma única fonte de contaminação, geralmente uma epidemia explosiva e localizada. Epidemia de fonte progressiva ou propagada (contágio) Transmissão hospedeiro-hospedeiro, propagação em cadeia, (via respiratória, anal, oral, genital) ou por vetores. Geralmente, sua progressão é lenta. Epidemia lenta velocidade com que ocorre na etapa inicial do processo, que é lenta, gradual e progride durante um longo tempo; doenças de curso clínico longo (principalmente não transmissíveis); doenças cujos agentes apresentam baixa resistência ao meio exterior ou para os quais a população seja altamente resistente ou imune; se as formas de transmissão e meios de prevenção forem conhecidos pela população. Epidemia explosiva ou maciça: Quando várias pessoas são expostas, simultaneamente, à mesma fonte. 14/09 Diagrama de controle ou canal endêmico – P2 O canal endêmico expressa, de forma gráfica, a distribuição e o comportamento de uma doença durante um ano. Usa um eixo de coordenadas, no qual o eixo horizontal representa o tempo e o vertical, as frequências. Representado graficamente por três curvas: curva endêmica e outras duas curvas limites, que indicam os valores máximos e mínimos. Nos serviços locais de saúde, o canal endêmico é usado para a análise da situação atual de uma doença, determinação de situações de alerta epidêmico e previsão de epidemias. Para isso, deve-se sobrepor a curva epidêmica atual (frequência observada) ao canal endêmico (frequência esperada). Elementos do canal endêmico Curva endêmica: corresponde à linha central do gráfico e representa a frequência media esperada de casos. Limite superior ou limiar epidêmico: corresponde à linha superior do gráfico e representa a frequência esperada máxima de casos. Limite inferior ou nível de segurança: corresponde à linha inferior do gráfico e representa a frequência esperada mínima de casos Canal endêmico: corresponde ao intervalo delimitado pelos limites inferior e superior do gráfico e representa o nível de variação esperado de casos. Zona de controle: corresponde a área do gráfico delimitada pela linha basal e o limite inferior. Zona de segurança: corresponde a área do gráfico delimitada pelo limite inferior e a curva endêmica. Zona de alerta: corresponde a área do gráfico delimitada pela curva endêmica e pelo limite superior. Zona de epidemia: corresponde à zona localizada acima do limite superior. Objetivo: Determinar a ocorrência de endemias e epidemias; Avaliar programas de controle de erradicação; Fazer vigilância epidemiológica de doenças (monitoramento) Método dos quartis: slide 10 Construção de tabelas e gráficos Para que seja possível conhecer onde ocorre a maior incidência ou prevalência de determinadas doenças e o momento em que elas ocorrem, podem-se agrupar os casos de doenças segundo idade, sexo, profissão, área de ocorrência, distribuindo-os no tempo. Isso permite saber em que momento ocorreu o maior número de casos, quando começaram a aumentar, a partir de quando estão diminuindo, onde mais ocorrem e assim por diante. Tabela É uma maneira de expressar, ordenadamente, os dados. A tabela visa auxiliar a análise dos dados e resultados e, também, facilitar ao leitor a compreensão mais rápida das conclusões. Para sua construção, seguir os seguintes passos: As tabelas devem ser simples. É melhor fazer varias tabelas pequenas do que uma tabela grande. Geralmente, três variáveis são o número máximo que pode ser lido com facilidade. As tabelas devem ser autoexplicativas: códigos, abreviações ou símbolos devem ser explicados no rodapé. Cada coluna ou linha deve ser nomeada claramente. As unidades de medida devem ser fornecidas. Deverá ser mantida uniformidade quanto ao número de casas decimais. O título deve ser claro e responder às questões: o quê? Como? Onde? Quando? O título é, normalmente, separado do corpo da tabela por linhas ou espaços. Os totais devem ser mostrados. A fonte dos dados deve estar disponível no rodapé da tabela. Uma tabela compõe-se de elementos essenciais e elementos complementares. Essenciais: título, corpo da tabela, cabeçalho, coluna indicadora. Comple3mentares: fontes, notas, chamadas. Sinais convencionais a ser utilizados: – (hífen ou traço), quando o valor numérico for nulo; ... (dois pontos), quando não se aplica a dado numérico; .… (reticência), quando não se dispuser do dado; ? (ponto de interrogação), quando houver dúvidas quanto à exatidão do valor numérico; 0; 0,0; 0,00 (zero), quando o valor numérico for menor que a metade da unidade ou da fração decimal adotada; Z (letra z): quando o dado for rigorosamente zero. Tabelas podem ser simples ou compostas Tabelas simples: São aquelas que apresentam resultados segundo um único. Uma observação deve ter um só atributo. Tabelas compostas: São aquelas em que os dados são classificados segundo dois ou mais itens. Uma observação precisa ter dois ou mais atributos. Gráficos Muitas vezes, a interpretação de uma tabela com dados estatísticos pode ser difícil pela complexidade ou pela quantidade de dados que contém. Para facilitar a sua compreensão, usa-se a apresentação gráfica. O uso de gráficos, por se apresentarem de forma mais simples e clara, pode facilitar a interpretação dos dados de uma tabela. O gráfico deve ser auto-explicativo e compreensível, preferentemente sem comentários inseridos no seu corpo ou espaço gráfico. Os gráficos mais simples são mais eficientes. O título deve ser colocado abaixo do gráfico e responder às questões: o quê? Como? Onde? Quando? Quando mais de uma variável é representada, cada uma deve ser identificada com legendas. A frequência é representada pela abscissa (eixo y - vertical) e a variável pela ordenada (eixo x - horizontal). Em geral, utilizam-se gráficos em curvas, paraindicar continuidade; ou de barras, para dados categorizados. Indicadores de qualidade de vida - PIB (produto interno bruto) e renda per capita consideram apenas a parte econômica do desenvolvimento. -IDH é uma medida resumida do progresso em longo prazo das três dimensões básicas do desenvolvimento humano: renda, educação e saúde. Diferentemente visão do crescimento econômico, que vê o bem-estar de uma sociedade pelos recursos ou pela renda que ela pode gerar, a abordagem de desenvolvimento humano procura olhar diretamente para as pessoas, suas oportunidades e capacidades. As pessoas podem ter boa escolaridade, longa expectativa de vida, acesso às riquezas geradas, mas morarem e trabalharem em locais poluídos, sujeitos a riscos, conviverem com águas sujas, respirarem poluentes e habitarem compactamente selvas de pedra deprimentes, onde as cores predominantes sejam os tons de cinza do cimento e do asfalto. O real bem-estar tem de envolver também aspectos ambientais. Da mesma forma que não se pode Considerar que tenha uma vida de qualidade uma pessoa que viva em cenários idílicos e hígidos, mas sem acesso à educação, aos serviços de saúde e à tecnologia contemporânea. Qualidade de vida: definida como a soma das condições econômicas, ambientais, científico-culturais e políticas disponíveis a população para que possam realizar suas potencialidades: inclui a acessibilidade à produção e ao consumo, aos meios para produzir cultura, ciência e arte, bem como acesso a mecanismos de comunicação, de informação, de participação e de influência no coletivo, através da gestão territorial que assegure água e ar limpos, higidez ambiental, equipamentos coletivos urbanos, alimentos saudáveis e a disponibilidade de espaços naturais amenos urbanos, bem como da preservação de ecossistemas naturais. Indicadores epidemiológicos de qualidade de vida Swaroop-uemura: mede óbitos de pessoas com 50 anos ou mais em relação ao total de óbitos em um dado local e período. Altos valores indicam regiões mais desenvolvidas. Rmp = nº óbitos com menos de 50 anos em um local e período x 100 Total de óbitos no mesmo local e período Curva de Nelson de Moraes Indice de guedes e guedes É uma quantificação da curva de nelson moraes, são atribuidos pesos para cada faixa etaria de mortalidade proporcional, o peso mais negativo é da mortalidade de mnores de 1 ano Indicadores qualidade de vida: Swaroop – uemura Curva de Nelson de Moraes Índice Guedes e Guedes TMG TMI Taxa de mortalidade geral (TMG): mede o risco de morte por todas as causas em uma população de um dado local e período. Tmg = nº óbitos em dado período x fator (geralmente 1000) Nº população no mesmo local e período Taxa de mortalidade infantil (TMI): mede o risco de morte de crianças menores de um ano de um dado local e período. Tmi = n º óbitos em menores de 1 ano em dado local e período x 1000 Nº nascidos vivos no mesmo local e período Critério para avaliação de indicadores Os indicadores de saúde são usados na prática quando se mostram relevantes para os quais foram propostos (fidedignos, práticos, seguros e éticos). Quais são os indicadores ideais para se usar na saúde? Alguns pontos merecem ser considerados: Complexidade do conceito de saúde -mensurar a saúde é muito complexo porque são muitos enfoques: mortalidade, morbidade, qualidade de vida, etc; -existem muitos indicadores, e não da pra usa-los ao mesmo tempo. -não existe um indicador único, que pode ser usado em todas as ocasiões; -cada situação demanda um tipo de indicador; -muitos deles se correlacionam entre si; Facetas a se considerar para avaliação A escolha do indicador depende dos objetivos de cada situação, em especial da questão científica, aspectos metodológicos, éticos e operacionais (validade, confiabilidade, representatividade, questão ética, ângulo técnico administrativo) Validade - Alto grau de validade significa que o indicador é adequado para representar a situação. - O indicador deve conseguir diferenciar o evento de outros e detectar mudanças no tempo - Ex: anemia é uma condição mensurada pela medida da hemoglobina no sangue. Ponto de corte = indicador de escolha Confiabilidade (reprodutibilidade ou fidedignidade) - Alto grau de confiabilidade significa que mesmo fazendo varias medidas os resultados serão semelhantes - Ex: se refizer os exames na mesma amostra de material para anemia, os resultados serão os mesmos - Um indicador de “baixa confiabilidade” não tem utilidade prática, enquanto que um de “alta confiabilidade” só tem utilidade se for também de “alta validade”. Representatividade (cobertura) - Um indicador sanitário á mais apropriado quanto maior cobertura populacional alcançar. - quando um indicador vem de um sistema de amostragem, a sua representatividade é garantida se houver um processo adequado de seleção de componentes da amostra e por um trabalho de campo que alcance todos, ou quase todos componentes. Questão ética -Coleta de dados não pode trazer malefícios ou prejuízos às pessoas investigadas; -É preciso manter em sigilo as informações coletadas (dados individuais e pessoais); - A informação divulgada deve ser referente à população e sob forma anônima de estatísticas; Ângulo técnico administrativo - O uso de indicadores exige considerações como: simplicidade, flexibilidade, facilidade de obtenção, custo operacional compatível e oportunidade; - Nem sempre essas características irão ser consideradas em pesquisas, mas nos serviços de saúde elas são fundamentais; - nos serviços de saúde não se pode gerar perturbações ou inconvenientes e isso pode resultar em baixa cobertura e confiabilidade dos dados obtidos; - Banco de dados = computador (atualizados, comparáveis no espaço e no tempo). Validade e confiabilidade de testes de diagnóstico e rastreamento O diagnóstico tem a probabilidade de acerto, pois, nenhum teste é 100% (nenhum possui 100% de especificidade e de sensibilidade). O teste ideal precisa ser preciso e válido. Zona “cinza” = compreende testes inconclusivos. Para entender uma doença e definir medidas para o cuidado da saúde é necessário distinguir os doentes dos saudáveis na população e isso é um desafio. Variação biológica das populações: Curva bimodal Curva unimodal Validade dos testes de rastreamento Validade (acurácia) = é a habilidade de diferenciar quem tem e quem não tem a doença. Possui dois componentes intrínsecos ao teste: Sensibilidade: capacidade de identificar os doentes Especificidade: capacidade de identificar os saudáveis Teste muito sensível = menos possibilidade de apresentar falsos negativos. Teste muito específico = menos possibilidades de apresentar falsos positivo Teste pouco sensível = mais possibilidade de apresentar falsos negativos Teste pouco específico = mais possibilidades de apresentar falsos positivos Exemplo - avalie as seguintes situações: -população = 100 -prevalência = 40% 1) teste s =90% e e =30% 2) teste s =30% e e =90% Sensibilidade = nº indivíduos doentes e com teste positivo OU S = VP número total de doentes VP + FN Especificidade = nº indivíduos saudáveis e com testenegativo OU E = VN número total de saudáveis VN + FP Prevalência = fração de indivíduos doentes na população analisada Prevalência aparente não é real porque usa o teste diagnostico e pode detectar falsos positivos. Prevalência real (PR) = A + C Prevalência aparente (PA) = A + B N (ABCD) N (ABCD) - Testes qualitativos = dicotômicos, positivo ou negativo, sim ou não. - Testes quantitativos = valores, escalas, títulos, etc Testes dicotômicos: Para calcular a sensibilidade e a especificidade de um teste, devemos compar nossos resultados com algum “ padrão ouro” – fonte externa da verdade considerando o estado da doença de cada indivíduo na população. - Na vida real quando usamos um teste não sabemos claramente quem tem e quem não tem a doença, pois se isso fosse sabido o teste não era útil. - Para avaliar quantitativamente a sensibilidade e especificidade de um teste precisamos sempre ter outra fonte de verdade para comparar os resultados dos nossos testes. Testes de rastreamento: grupo de pessoas positivas incluindo as VP + FP. Problema: todos os positivos serão chamados a um novo exame (mais sofisticados e mais caros) = sobrecarga no sistema de saúde e, além disso, ansiedade e preocupação gerada nas pessoas consideradas positivas. O falso negativo é um problema uma vez que a pessoa pode estar com uma doença grave e não receber tratamento por ter sido classificado como negativo. Os FP estão associados a custos emocionais e financeiros com sobrecarga ao sistema de assistência à saúde. Os FN podem acarretar prejuízos econômicos por não terem sido detectados e tratados a tempo, pode acarretar em óbitos, etc. Testes de variáveis contínuas: pressão arterial, nível de glicose no sangue, titulação de anticorpos, etc. Necessário estabelecer ponto de corte. Quando diminui PC = aumenta sensibilidade = aumenta a prevalência aparente; Quando aumenta PC = aumenta especificidade = diminui a prevalência aparente Uso de múltiplos testes Teste sequencial (dois estágios): Geralmente é um teste mais barato, menos invasivo e usado como triagem, e os positivos passam por novos testes mais caros, mais invasivos de maior sensibilidade e especificidade. È um teste de rastreio que deve ser realizado em locais com media a alta frequência da doença. Geralmente o primeiro é mais sensível e após o segundo teste aumenta a especificidade e diminui a sensibilidade. No segundo teste vai usar os positivos e s falsos positivos, dessa forma diminui a incidência de falso positivo. Dois testes simultâneos (SLIDE 14) Usa em emergências e diagnostico de doenças graves. Tem baixa especificidade e alta sensibilidade. Diminui o numero de falso negativo e isso é importante para instituir o tratamento. Comparação entre testes sequenciais e testes simultâneos dois testes sequenciais usados = ganho em especificidade e perda em sensibilidade dois testes simultâneos usados = ganho em sensibilidade e perda em especificidade A escolha de testes sequenciais ou simultâneos vai depender se objetivo é rastreamento (sequencial) ou diagnostico. Valor preditivo de um teste Proporção de pacientes positivos que realmente tem a doença - valor preditivo positivo. Probabilidade de pacientes negativos não ter a doença - valor preditivo negativo VPP = VP VPN = VN VP+FP VN+FN VP é afetado pela prevalência e pela especificidade. Quanto maior minha prevalência, maior meu VPP. Se em baixa especificidade, tem muito falso positivo, então isso afeta o valor de VPP = ele vai abaixar mais do que alteração na sensibilidade. Se em baixa sensibilidade, tem muito falso negativo, então isso afeta o valor de VPN = ele vai abaixar mais do que uma alteração na especificidade. O VPN somente vai ter seu valor drasticamente diminuído em prevalências muito altas (acima 80%) Na prática, as doenças comumente são de baixa prevalência, então VPN sofre poucas alterações na modificação da sensibilidade e especificidade. Programa de rastreamento é mais produtivo e eficiente se for direcionado para uma população alvo de alto risco (prevalência maior) Resultados de VP devem ser interpretados no contexto da prevalência da doença na população. Acurácia: proporção de acertos de um teste, verdadeiros positivos e verdadeiros negativos. Confiabilidade (reprodutibilidade): Independente de sensibilidade e especificidade, se os resultados não puderem ser reproduzidos, o teste tem pouca utilidade. Variação intra-sujeito: variações do indivíduo de acordo com o período do dia (pós-prandial, após exercícios, no consultório, etc). Variação intra-observador: variação de resultado do mesmo avaliador em diferentes momentos. Quanto maior a subjetividade, maior é a possibilidade de variação nas leituras. Variação inter-observador: variações entre observadores. Conclusão: Devemos ter em mente todas as características (sensibilidade, especificidade, confiabilidade, validade) ao avaliarmos os testes, juntamente com os propósitos para os quais o teste será utilizado. P3 Vigilância epidemiológica É o processo sistemático e contínuo de coleta, análise, interpretação e disseminação de informações com a finalidade de recomendar e adotar medidas de prevenção e controle dos problemas de saúde. Bases Históricas e Conceituais No inicio do sec. XX iniciaram as intervenções na prevenção e controle de doenças, houve avanço na era bacteriológica, grandes campanhas sanitárias, controle de doenças transmissíveis, isolamento, quarentena etc. Através da campanha de erradicação da varíola foi possível fazer vigilância após a vacinação e detecção precoce da doença, bloqueando a transmissão. Em 1975 criou-se a lei da notificação obrigatória de doenças transmissíveis Objetivos da Vigilância Epidemiológica 1. Identificar e descrever o comportamento epidemiológico das doenças (identificar grupos de risco, monitorar tendências, etc). 2. Fornecer orientação técnica para profissionais de saúde - execução de ações de controle de doenças. 3. Avaliar o impacto de medidas de intervenção. 4. Disponibilizar informações atualizadas sobre a ocorrência dessas doenças e agravos e fatores condicionantes, numa área geográfica e população definida. Instrumento para Planejamento, Organização e Operacionalização dos serviços de saúde. Atividades de Vigilância Epidemiológica Coleta, processamento, análise e interpretação de dados Recomendação, promoção e avaliação da eficácia e da efetividade das medidas de controle Divulgação das informações obtidas. Níveis do Sistema de Saúde: Nacional, estadual ou municipal. Uma coleta adequada de dados (matéria prima) fornece subsidio para fornecer uma informação (produto final) de qualidade e consistente. A qualidade dos dados depende do tipo de dado (mortalidade, demográficos, socioeconômicos), da fonte de obtenção (sites, banco de dados) e do fluxo do sistema de informação (muitos dados podem se perder no sistema). PORTARIA Nº 1.271, DE 6 DE JUNHO DE 2014 - conceitos Agravo: qualquer dano à integridade física ou mental do indivíduo, provocado por circunstâncias nocivas, tais como acidentes, intoxicações por substâncias químicas, abuso dedrogas ou lesões decorrentes de violências como agressões e maus tratos, e lesão autoprovocada; Doença: enfermidade ou estado clínico, independente de origem ou fonte, que represente ou possa representar um dano significativo para os seres humanos; Epizootia: doença ou morte de animal ou de grupo de animais que possa apresentar riscos à saúde pública; Evento de Saúde Pública (ESP): situação com potencial de ameaça à saúde pública, como a ocorrência de surto ou epidemia, doença ou agravo de causa desconhecida, alteração no padrão clínico epidemiológico das doenças conhecidas, considerando o potencial de disseminação, a magnitude, a gravidade, a severidade, a transcendência e a vulnerabilidade, bem como epizootias ou agravos decorrentes de desastres ou acidentes; Sistema de Informação OIE WAHIS/WAHID Compreende a notificação de doenças e informação epidemiológica, com transparência, precisão, clareza no status e controle da doença, alerta precoce etc. As informações são disponibilidades no site e ajuda na avaliação dos serviços veterinários e reconhecimento oficial do status da doença. A notificação imediata se aplica a doenças, infecções/infestações ou eventos epidemiológicos excepcionais, esses são seguidos da informação semanal. O informe final é realizado se os focos foram resolvidos e se a doença foi declarada endêmica. E ainda há o informe semestral e o anual. Manual do SIZ – sistema nacional de informação zoosanitaria •Definir as responsabilidades •Padronizar procedimentos, fluxos e documentos de coleta da informação zoossanitária para manutenção do banco de dados •Atualizar a lista de doenças animais de notificação obrigatória do MAPA Doença de notificação obrigatória: Doença inscrita em uma lista pela autoridade veterinária e cuja presença deve ser levada ao seu conhecimento assim que for detectada ou suspeitada, em conformidade com a regulamentação nacional (OIE). Qualquer cidadão, organização ou instituição que tenha animais sob sua responsabilidade ou que tenha conhecimento de casos suspeitos ou casos confirmados das doenças listadas, devem notificar ao SVO, em conformidade com os prazos estabelecidos para cada lista. Lista de doenças LISTA 1: doenças nunca registradas no País, que exigem notificação imediata ao SVO de qualquer caso suspeito ou de diagnóstico confirmatório da presença do agente. LISTA 2: doenças que exigem notificação imediata de caso suspeito. LISTA 3: doenças que exigem notificação imediata, de caso confirmado. LISTA 4: doenças que exigem notificação mensal do conhecimento de caso confirmado. Fontes de obtenção de dados: laboratórios, imprensa, população, laboratórios de pesquisa, zoológicos, escolas veterinárias etc. 1. Estudos epidemiológicos Inquéritos: estudo seccional, do tipo amostra, realizado quando as informações são insuficientes. Levantamentos: estudo se baseia em dados já existentes, complementando a informação. Investigação: estudo a campa para confirmar o diagnostico, características da doença, causas e medidas de controle. 2. Sistemas sentinelas são empresas privadas que fazem o mapeamento da soroprevalência de infecções inaparentes, detecção de doenças preveniveis e exames periódicos. 3. Normatização consiste na uniformização dos dados com padronização dos critérios diagnósticos 4. Processamento, análise e interpretação dos dados, variáveis, indicadores. 5. Divulgação de dados a partir de relatórios finais, boletins. Vigilância em Saúde é um processo contínuo e dinâmico de conhecimento, considerando o risco e as necessidades sócio-ambientais, buscando a co-responsabilização para desenvolver ações que levem à promoção, prevenção e recuperação da saúde e da qualidade de vida de uma determinada população em um dado território. Exemplo de um Programa de Vigilância: Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD) Por quê a dengue é um grande desafio? Infestações extensivas do vetor Sistemas inadequados de suprimento de água Aumento na densidade populacional em áreas urbanas Aumento de recipientes não-biodegradáveis Descarte inadequado de resíduos sólidos Falta de comprometimento, custo alto e perda produtiva Investigação Epidemiológica de Dengue Objetivos • Evitar a ocorrência das infecções pelo vírus da dengue em áreas livres de circulação. • Detectar precocemente as epidemias. • Controlar as epidemias em curso. • Reduzir o risco de transmissão da dengue nas áreas endêmicas. • Reduzir a letalidade de FHD mediante diagnóstico precoce e tratamento oportuno e adequado. Vigilância epidemiologica Caso suspeito de dengue clássico: doença febril aguda, máximo de 7 dias, + 2 sintomas: cefaléia, dor retroorbital, mialgia, artralgia, prostração, exantema. Últimos quinze dias em área com transmissão ou presença de A. aegypti. Notificação do caso suspeito: comunicação à epidemiologia, a equipe de controle vetorial, desencadeamento e avaliação das ações de controle. Medidas a serem adotadas: A adoção de medidas de controle não deve aguardar resultados de exames laboratoriais para confirmação dos casos suspeitos. 1. Atenção médica ao paciente – unidades básicas, duas consultas (inicial e após 48 a 72 horas após). 2. Confirmação diagnóstica – a depender da situação epidemiológica, coletar material para diagnóstico laboratorial. 3. Proteção da população – ações de bloqueio. 4. Ações de esclarecimento à população: meios de comunicação, visitas domiciliares e palestras nas comunidades. Vigilância entomológica: 1. Atividades de rotina = reduzir os criadouros do mosquito, retirada mecânica e uso de larvicidas. 2. Determinação e/ou acompanhamento dos níveis de infestação vetorial: Ovitrampas (Armadilhas), Levantamento dos índices (predial, Breteau, recipientes, etc.) 3. Acompanhar a evolução temporal da incidência de casos em cada área da cidade e confrontar com os índices de infestação vetorial. 4. Organizar discussões conjuntas com as equipes de controle de vetores e de vigilância, visando a adoção de medidas capazes de reduzir (impedir) a circulação viral em momento oportuno. 5. Ação especial em imóveis fechados: zoonoses, vigilância sanitária, limpeza urbana, guarda municipal e chaveiro. Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica O Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica é um subsistema do Sistema Único de Saúde (SUS), baseado na informação para decisão e controle de doenças e agravos específicos. Seus principais objetivos são elaborar, recomendar e avaliar as medidas de controle e o planejamento. Notificação compulsória consiste na comunicação obrigatória a autoridade sanitária sobre a ocorrência de doença ou agravo, enquanto que a notificação negativa consiste na notificação de não ocorrência de uma doença de comunicação compulsória. Investigação epidemiológica de casos e epidemias O seu propósito final é orientar medidas de controle e impedir a ocorrência de novos casos. A investigação epidemiológica deve ser realizada para esclarecimento de casos, de óbitos, de surtos ou de epidemias e constitui atividade obrigatória do Sistema de Vigilância Epidemiológica (SVE). A investigação epidemiológica deve ser realizada sempre que ocorrer: Doença de notificação compulsória, Número de casos que exceda à frequência habitual, Fonte comum de infecção, Evolução severa e Doença desconhecida na região. Recomendações e medidas de controle Após a identificação das fontes de infecção, dos modos de transmissão e da populaçãoexposta, deve-se recomendar as medidas de controle. Essas medidas devem ser implantadas imediatamente e podem ser direcionadas para qualquer elo da cadeia epidemiológica (agente, fonte ou reservatório) para interromper a cadeia de transmissão ou reduzir a susceptibilidade do hospedeiro. Investigação Epidemiológica Objetivo geral: Orientar os profissionais de saúde na investigação epidemiológica. Objetivos específicos Realizar a descrição epidemiológica necessária à investigação do evento. Utilizar os dados e interpretar as informações para avaliação de um surto. Levantar e justificar hipóteses. Identificar, aplicar e avaliar as medidas de controle. Elaborar relatório de encerramento da investigação. Planejamento do trabalho de campo Antes de iniciar o trabalho de investigação, os profissionais da vigilância epidemiológica deverão buscar o conhecimento disponível sobre a doença suspeita de estar causando a epidemia (quadro clínico, vias de transmissão, diagnóstico diferencial, exames laboratoriais, tratamento, medidas de controle) e, ainda: preparar o material e equipamento necessário, prever viagens e insumos que necessitam de recursos, dividir as tarefas, formar equipe com diferentes profissionais etc. A investigação epidemiológica envolve várias etapas. Etapa 1 – confirmação e caracterização da doença. Quando ocorre uma epidemia, deve verificar se é caso suspeito ou confirmado e para isso necessita da coleta de dados. As informações são coletadas através da entrevista om o paciente, familiares, médicos e outros para identificação do paciente, anamnese, exame físico e exame laboratoriais. O investigador deve identificar a fonte de contagio, período de incubação, faixa etária, gênero, raça e grupos acometidos, presença de outros casos, existência de vetores, fatores de risco, viagens realizadas pelo paciente. .Primeiramente, devemos iniciar a coleta de dados sobre os casos. Ela deve ser feita por meio da ficha de investigação epidemiológica da doença. .Quando se tratar de um evento inusitado, deverá ser elaborada uma ficha de investigação epidemiológica especial, considerando as características clínicas e epidemiológicas da doença/agravo sob suspeita. Qual a importância da investigação domiciliar e hospitalar na obtenção de dados? Inicia-se a investigação pela visita hospitalar ou ambulatorial, com busca de dados clínicos e laboratoriais, por meio dos quais será possível identificar casos suspeitos de doença de notificação compulsória (DNC) e, posteriormente, obter a sua confirmação diagnóstica. Esses dados são conseguidos em conversas com os profissionais médicos e de enfermagem responsáveis pelo atendimento dos casos suspeitos, os quais podem fornecer as hipóteses diagnósticas levantadas, os exames solicitados e a evolução clínica dos pacientes. Outra forma de acesso a esses dados está na investigação de prontuários. Os comunicantes domiciliares são, frequentemente, os indivíduos sob maior risco de contrair a doença do paciente, porque, muitas vezes, encontram-se expostos aos mesmos fatores causadores. A visita não se restringe apenas ao domicílio. Geralmente, ela inclui, também, a escola/creche, a vizinhança, o ambiente de trabalho e outros locais frequentados pelo doente durante o período de transmissibilidade. Esse trabalho visa identificar a fonte de infecção e, ademais, prevenir casos secundários e co primários entre os comunicantes do paciente, adotando medidas de prevenção e controle. Etapa 2 – Identificação de novos casos A atividade básica do sistema de vigilância é a notificação de doenças de notificação obrigatória, dessa forma, podemos conhecer o comportamento da doença e propor medidas de controle. Inicia com a identificação na região as fontes de notificação, e todos serviços de saúde devem ser notificantes. Etapa 3 – caso suspeito X caso confirmado Usa-se uma definição de caso suspeito que abrange confirmados e provaveis, ate eu as hipoteses confirmem de forma mais especifica. Etapa 4 – epidemia ou surto epidemico? A verificação de surto é feita comparando a incidencia com dados atuais e passados, se a atual formaior, considera-se o surto. Etapa 5 – epidemia ou surto epidemico segundo pessoa, tempo e local. Etapa 7 – determinação de fontes e modo de transmissão Nas doenças com vetor, o período de incubação é dividido em extrínseco, corresponde ao período no vetor, da infecção do mosquito ate o momento em que ele se torna infectante; e período intrínseco, no homem, corresponde desde a exposição ao agente ate o aparecimento dos sintomas. O período de incubação é o mesmo que deve ficar em observação e pode ainda descobrir a origem do caso e auxiliar no diagnostico de doenças transmissíveis. 8 – Comprovação da Relação epidemiológica entre os casos 9 – Determinação dos fatores de risco A localização dos casos facilita identificar as fontes, além de revelar a área mais atingida e de maior risco, onde as medidas de controle devem ser reforçadas. 10 – Proposição de medidas de prevenção e controle Indicadores de Saúde e de Produção em Medicina Veterinária Proporções e taxas são expressas em três principais formas: brutas, específicas e ajustadas MEDIDAS BRUTAS (incidência, prevalência, mortalidade bruta). As taxas brutas expressam prevalência ou incidência de uma doença em particular, mas não levam em consideração fatores específicos do hospedeiro, tais como idade que por exemplo pode ter profundo efeito na ocorrência da doença na população. MEDIDAS ESPECÍFICAS= São aquelas que descrevem a ocorrência da doença em categorias específicas da população, relacionadas aos atributos do hospedeiro, como idade, sexo, raça, manejo, etc. Elas fornecem muito mais informações sobre o padrão das doenças que as medidas brutas. MEDIDAS AJUSTADAS pode ser direta ou indireta e adequa para fins de comparação. TAXAS E RAZÕES FREQUENTEMENTE USADAS: Ex: Taxa de prenhez, expresso em porcentagem (%): número de vacas prenhes 60 dias após o término da estação de monta multiplicado por 100 e dividido pelo número de vacas que entraram na estação de monta e foram submetidas ao diagnóstico de gestação (60 dias após o témino da estação); 38 vacas prenhes 110 vacas que entraram na estação de monta 38/110 * 100 = 34,5% Taxa de mortalidade em bezerros 130 mortes abaixo de 5 meses 1000 bezerros nascidos vivos 130/1000* 100 = 13% SUS (aula 1 e 2). Antes de existir o SUS, o ministério da saúde fazia catálogos para alertar na prevenção de doenças e os distribuía em escolas e empresas, isso não atendia toda a população e por isso não era eficiente. O INAMPS (1974) atendia os contribuintes da previdência social, a maioria dos atendimentos era realizada pelo setor privado, que era remunerado por procedimentos realizados, ou seja, recebiam para curar doenças e não preveni-las. Quem podia pagar por assistência médica privada era atendido e os demais ficavam sem acesso a saúde. A reforma sanitária (1970) buscou universalizar o direito a saúde, integrar as ações, inverter a entrada no sistema de saúde, descentralizar a gestão e promover participação e controle social. Após a realização de movimentos sociais, redemocratização do país e melhoria da qualidade de vida surgiu à frase saúde como direito do cidadão e dever do estado (1980). Fundamentos legais do SUS: sistema universal, regionalizado e hierarquizado, que integra o conjunto de ações do país, estados e municípios. Lei 8080: identificar e divulgar os determinantes de saúde,promover acesso universal e igualitário a saúde, assistência com ações de promoção, proteção e recuperação da saúde. Ações: formulação da politica e execução das ações de saneamento básico; vigilância e orientação nutricional; proteção do meio ambiente; formulação de politicas para insumos de interesse a saúde (medicamentos, equipamentos etc); controle e fiscalização de serviços, produtos e substancias de interesse para a saúde, alimentos e bebidas, sangue e biológicos e incentivo ao desenvolvimento cientifico e tecnológico. Princípios do SUS 1. Universalidade: garante o acesso a saúde a qualquer cidadão; a saúde é dever municipal, estadual e federal; não há diferença entre população urbana e rural, contribuintes da previdência e indigentes; deve-se oferecer o serviço de acordo com a necessidade e reduzir diferenças regionais e sociais. 2. Equidade: Todo cidadão é igual e será atendido de acordo com sua necessidade. 3. Integralidade: Ações voltadas para prevenção e cura; olhar o indivíduo como um todo considerando situações de vida e trabalho. 4. Regionalização e hierarquização: A hierarquização é em níveis crescentes de complexidade, relacionada aos gestores estaduais e municipais. 5. Resolubilidade: Quando solicitado, o serviço deve estar apto a resolver o problema ate o nível de sua complexidade. 6. Descentralização: Redistribuição das responsabilidades entre as esferas do governo (municipal, estadual e federal), quanto mais perto do ocorrido, melhor chance de acerto; lei 8080 e NOBs definem as obrigações de cada esfera e há reforço da gestão municipal. 7. Participação dos cidadãos: direito e dever da sociedade que deve ser garantido pelo poder publico; um representante participara da formulação de politicas e controle da sua execução em todos os níveis de gestão; haverá conselhos de saúde representada por usuários, governo, profissionais e prestadores de serviços; conferencias de saúde periódicas, em cada esfera de governo e é dever das instituições oferecerem informações para que a população se posicione. Fundamentos do controle social: desenvolvimento da cidadania; construção de espaços democráticos; reconhecimento dos diferentes interesses na sociedade; construção de politicas e desenvolvimento de programas de ação que beneficiem a população; ação permanente e vigilância pelo cidadão. Participação do setor privado: ocorre quando o setor público não for suficiente e prioriza-se serviços não lucrativos; o contrato deve seguir as normas do direito público, a instituição deve estar de acordo com princípios e normas do SUS. Os gestores devem garantir a implementação e funcionamento correto do SUS. Municipal: programar, executar e avaliar ações de promoção, proteção e recuperação da saúde; é o primeiro e maior responsável pelo planejamento, execução e controle das ações. Estadual: coordenar ações do estado; consolidar as necessidades propostas do município; corrigir erros; estimular os municípios e executar ações que os municípios não conseguirem. Federal: liderar ações de promoção, proteção e recuperação da saúde, identificando riscos para melhoria da qualidade de vida; controle macro estratégico. Vigilância epidemiológica: busca informações sobre as doenças para planejar medidas de prevenção e controle. Vigilância sanitária: garante a qualidade dos produtos consumidos, qualidade do meio ambiente e serviços usados para controlar fatores adversos á saúde. Educação em saúde: objetivo de criar e fortalecer mecanismos individuais de proteção (alimentação, higiene etc). Legislação especifica: regulamentar fatores que influenciam a saúde (trânsito, funcionamento de fábricas, comercio de produtos, combate a violência etc). Programas de saúde: avaliam os grupos de risco e programas para cada situação, devendo respeitar os aspectos das doenças, condições sociais, epidemiológicas, culturais etc. NUCLEO DE APOIO A SAUDE DA FAMILIA (aula 3) Atenção primaria a saúde (APS): Orientada de acordo com os principais problemas sanitários da comunidade, as ações devem considerar as condições econômicas e sociais e possui abordagem preventiva e promocional a saúde de forma coletiva. A atenção básica são ações que promovem a saúde, previvem ocorrência de agravos e instituem o tratamento, é o primeiro nível do SUS. Equipe de estratégia a saúde da família (ESF): Composta de no mínimo médico generalista, enfermeiro, técnico de enfermagem e agente comunitário de saúde. Pode ser acrescentado dentista e auxiliar dentista. Foca áreas estratégicas que incluem a eliminação da hanseníase, controle da tuberculose, da hipertensão arterial e do diabetes mellitus, saúde bucal, fim da desnutrição infantil, saúde da criança, da mulher e do idoso. Cada equipe deve ser responsável por no máximo 4.000 pessoas O NASF atua em conjunto com as equipes do ESF, buscando atenção básica a toda população. Composta por acupunturista; assistente social; professor de educação física; farmacêutico; fisioterapeuta; fonoaudiólogo; ginecologista/obstetra; homeopata; nutricionista; pediatra; psicólogo; psiquiatra; terapeuta ocupacional; geriatra; médico internista, médico do trabalho, veterinário, profissional com formação em arte e educação e profissional com pós em saúde pública ou coletiva. Atua em 9 áreas: atividade física e práticas corporais; práticas integrativas e complementares; reabilitação; alimentação e nutrição; saúde mental; serviço social; saúde da criança, do adolescente e do jovem; saúde da mulher e assistência farmacêutica. Atuação do veterinário: 75% das doenças são de origem animal (zoonoses) principalmente por animais sinantrópicos; intervir nos reservatórios; avaliar fatores de risco relacionados a interação entre homem, animal e meio ambiente; ação educativa para prevenção e controle em doenças de caráter antropozoonótico e doenças veiculadas por alimentos; identificação e orientação sobre risco de contaminação por substancias toxicas (agrotóxicos e inseticidas); identificação e controle de vetores e pragas urbanas, animais sinantrópicos e peçonhentos. RAIVA (aula 4) Doença com letalidade próxima de 100% com alto custo social e econômico e é possível de eliminação do ciclo urbano, além de ser imunoprevenível. È uma zoonose, no Brasil as principais variantes são a 3 onde o desmodus rotundos é o transmissor e a variante 2 onde o cão é o reservatório. A vacina protege contra todas as variantes. O vírus da raiva possui envelope e por isso é sensível a sabão, éter, clorofórmio, acetona, etanol, compostos de amônia quaternária ou iodados, temperatura de pasteurização e luz UV. Resiste à dessecação, congelamentos e baixas temperaturas e é estável em PH entre 5-10. Acomete todos os mamíferos causando encefalite com prognostico fatal. A transmissão é geralmente por mordida, arranhadura ou lembedura de mucosas uma vez que o vírus fica na saliva do animal infectado. O período de incubação depende do grau de exposição e quantidade de inócuo, no homem é em media de 45 dias e no cão 3 meses. O período de transmissão inicia de 2 a 5 dias antes de manifestarem os sintomas e a morte ocorre de 5 a 7 dias após manifestar os sintomas (observar o animal por 10 dias). Profilaxia pré-exposição: Pessoas expostas permanentemente ao risco de infecção recebem 3 doses (dias 0, 7, 28), devem fazer sorologia a partir do 14º dia após a última dose e sorologia anual. O reforço é com 1 dose caso título seja inferior a 0,5ui/ml. Vigilância: vacinação de cães e gatos; apreensão de cães errantes; atendimento de pessoas envolvidas em agravos com animais; observação clínica de cães e gatos suspeitos;tratamento das pessoas expostas; vigilância epidemiológica (colheita e o envio de material para exames laboratoriais para detecção do vírus rábico); controle de áreas de foco e educação em saúde. O bloqueio de foco inclui: vacinação de cães e gatos casa a casa; retirada dos animais de rua; intensificação do envio de amostras para diagnóstico laboratorial; busca ativa de pessoas expostas e educação em saúde. Diagnóstico humano: In vivo pode ser por imunofluorescência direta (IFD) com amostras da saliva, impressão de córnea, raspado mucosa oral e lingual ou por PCR da saliva e biópsia de pele. Após necropsia pode usar fragmentos do SNC (IFD) e isolamento viral em camundongos ou cultivo celular Diagnóstico animais: fragmentos do SNC refrigerados ou a cabeça completa, cão e gato (hipocampo), equino (medula espinhal) e bovinos (cerebelo). Tratamento humano (protocolo de milwaukee): indução de coma, uso de antivirais e reposição de enzimas, além da manutenção dos sinais vitais do paciente. A profilaxia pré ou pós-exposição deve ser adequadamente executada, sendo ainda a melhor maneira de prevenir a doença. Vacina contra raiva animal: Aplicar 1 ml, via SC, evitando locais de peladeiras ou feridas. Vacinar a partir de 4 meses. O transporte da vacina deve ser em caixas térmicas com bobinas de gelo reciclável com temperatura entre 2° e 8°C. NÂO vacinar outros animais que não cão e gato e NÂO fornecer a vacina para o proprietário levar para casa! Eventos adversos à vacina: Hipersensibilidade de animais aos conservantes, hiperemia, dor, edema, calor local, reações urticariformes no local da aplicação, febre, apatia, inquietação, prurido, edema de face, membros e/ ou glote, pápula, urticária, vômito, diarréia. Parestesias e paralisias transitórias podem ocorrer devido a forma inadequada de administração. LEPSTOSPIROSE (aula 5) Doença febril aguda (zoonose) causada por bactérias do gênero leptospira, doença sistêmica, transmitida ao homem pelo contato direto ou indireto com a urina de animais infectados. Agente etiológico: a espécie mais importante é a l. interrogans; capacidade de sobreviver no ambiente; sorovares ictero haemorrhagiae e copenhageni estão relacionados aos casos mais graves no homem; endêmica; alta incidência; alto custo hospitalar e causa perda de dias de trabalho; alta letalidade dos casos graves. Saúde pública: afeta homens e animais; prejuízos sanitários e econômicos (problemas reprodutivos, morte de animais, condenação de vísceras, redução produção de carne e leite); ocorrência relacionada às precárias condições sanitárias e elevado número de roedores infectados. Fatores condicionantes: em animais são a densidade populacional, diferentes espécies animais juntas e contato com regiões alagadas, lagoas. No homem é a atividade profissional (lavrador). Características epidemiológicas: Surto sazonal em clima tropical e subtropical; elevada temperatura e períodos com altos índices pluviométricos; PH próximo de 7,0 e inundações propiciam a disseminação e a persistência do agente causal no ambiente. No Brasil: principalmente em centros urbanos maiores, devido à aglomeração populacional de baixa renda em condições inadequadas de saneamento e à alta infestação de roedores infectados. Modo de transmissão: exposição direta ou indireta à urina de animais infectados; o microrganismo penetra na pele com presença de lesões, íntegra imersa por longos períodos em água contaminada e através das mucosas. Os animais infectados podem eliminar a leptospira através da urina durante meses, anos ou por toda a vida, dependendo da espécie animal e do sorovar envolvido. A imunidade adquirida após infecção é sorovar-específica. Caso suspeito: indivíduo que apresente sintomas sugestivos (febre, mialgia, vômitos, calafrios, diminuição do volume urinário, hiperemia de conjuntiva e icterícia) ou apresente sinais de processo infeccioso inespecífico com antecedentes epidemiológicos sugestivos nos últimos 30 dias. Sintomas (humanos): Desde formas subclínicas até quadros clínicos graves, a fase precoce é anictérica e o individuo apresenta febre, dor de cabeça, vômitos, diarreia, tosse, sem icterícia. Já a fase tardia é a ícteroctero hemorrágica. Diagnóstico diferencial: na fase precoce, dengue com hemorragia; hantavirose; influenza; malária; riquetsioses; doença de chagas aguda; toxoplasmose; febre tifóide. Já na fase tardia: hepatites virais agudas; hantavirose; febre amarela; pielonefrite aguda; sepses; meningites; colangites; síndrome hemolítico-urêmica; vasculites. Diagnóstico: pode ser por sorologia (soro aglutinação micro/macroscópica e ensaio imunoenzimático - elisa), PCR ou cultura. Tratamento: antibióticos IV pelo menos, 7 dias. Forma anictérica: amoxicilina ou azitromicina e claritromicina. Forma grave: penicilina cristalina, ampicilina, ceftriaxona, cefotaxima Suporte: hidratação venosa (reposição da volemia), acompanhamento da função renal e pulmonar e reposição de potássio e dialise peritonial, se necessário. Bovinos: hemoglobinúria, anorexia, febre, diarreia, icterícia, mastite, agalaxia, bezerros fracos e distúrbios reprodutivos Suínos: abortamento: fase final da gestação Leitões: hemoglobinúria, icterícia, convulsões, diarreia Caninos: febre, anorexia, insuficiência renal, hepatite, icterícia, vasculite generalizada e lesão entérica Equinos: mialgia, fraqueza, febre, abortamento, uveíte (úvea = íris, corpo ciliar e coróide) Profilaxia: controle de ratos, campanhas educacionais (uso de EPI), evitar recreação em lagos, rios e represas, medidas de saneamento básico; medidas que evitem enchentes. Vacinação (suinos e bovinos): 1ª dose com 3 a 4 meses, após 30 dias reforço e revacinação anual. Vacinação (cães): primeira dose com 45 a 60 dias, reforço após 30 e 60 dias e revacinações anuais. HANTAVIROSE Doença viral, transmitida principalmente por ratos silvestres, que causa uma síndrome pulmonar em humanos (SPH). Agente etiológico: vírus do gênero hantavírus que possuem envelope lipídico (suscetíveis a muitos desinfetantes); são três grupos principais, os associados à febre hemorrágica com síndrome renal (FHS); os que causam a síndrome cardiopulmonar (SCPH); e os que não tem patogenia determinada para o homem. Transmissão: Para humanos a via mais comum é aerógena com inalação de poeira e aerossóis contaminados com a urina, fezes ou saliva de roedor infectado. Já entre os roedores é horizontal geralmente entre machos por meio de mordeduras e inalação de aerossóis contaminados. No homem poucos dias antes dos sintomas é o período de maior viremia. Os roedores podem eliminar o vírus por meio de suas excretas durante semanas, meses ou por toda a vida, essa eliminação é muito maior nas primeiras três a oito semanas pós-infecção. Sintomas: febre acima de 38 graus; dores musculares; dificuldade de respirar (o paciente tenha estado na zona rural nos últimos 60 dias), SCPH E FHSR. Definições de caso suspeito 1. Paciente com quadro viral (febre acima de 38°c, mialgia, e cefaleia) e sinais de insuficiência respiratória aguda 2. Paciente com enfermidade aguda, insuficiência respiratória aguda, com evolução para óbito na primeira semana da doença; 3. Paciente com quadro viral (febre acima de 38°c, mialgia e cefaleia) que tenha sido exposto a uma situação de risco Definição de caso confirmado: Sorologia reagente para anticorpos séricos específicos (Igm);- imunohistoquimica e RT-PCR. Critério clinico epidemiológico: insuficiência respiratória aguda, que tenha evoluído ao óbito, que tenha frequentadoáreas conhecidas de transmissão. ANIMAIS SINANTRÓPICOS (aula 7) São espécies que se instalam em habitações humanas e em seus arredores beneficiando-se de abrigo, acesso a alimentos e água. São pragas urbanas importantes na transmissão de doenças RATOS São três espécies sinantrópicas o rattus norvegicus, (ratazana); rattus rattus (rato preto) e mus musculus (camundongo). Necessidades básicas: abrigo, alimento, acesso. Características: enxergam mal; noturnos; vivem em território definido; incisivos de crescimento contínuo: crescem cerca de 3 mm por semana, por isso têm necessidade de roer para desgaste destes dentes. Vestígios de roedores: marcas de gordura, tocas e fezes Ratazana (rattus norvegicus) Rato de telhado (rattus rattus) Camundongo (mus musculus) Rato de esgoto (marrom); habilidade em escavar e nadar; vive em colônias; neofobia; grande; cauda menor que o corpo; preferência por cereais, carnes, peixes e aves; fezes em forma de cápsulas com extremidades rombudas (caroço de azeitona) Vive em construções com forros falsos, galerias para passagem de fios, telhado; habilidade em escalar, andar sobre galhos e cabos; neofobia; onívoros (frutas, legumes e cereais); cauda maior que o corpo; vive em colônias; fezes fusiformes Pequeno; intradomiciliares; podem cavar pequenas ninheiras no solo; cauda do mesmo tamanho do corpo; Neofilia (curioso);fezes em forma de bastonetes; muito pequenas Doenças que transmitem Peste bubónica (peste negra): doença pulmonar ou septicêmica, infectocontagiosa, provocada pela bactéria yersinia pestis, transmitida ao homem pela pulga através do ratus rattus (rato de telhado). Triquinose: causada por parasitas nemátodes do género trichinella. Transmissão pela ingestão de carne de porco mal cozida. Febre da mordedura: infecção causada por bactérias através de mordedura de roedor O streptobacillus moniliformis, bactéria que habita a boca e a garganta dos ratos saudáveis. Tifo: causada por rickettsia typhi ou rickettsia mooseri, transmitidas para o homem pelas pulgas do rato. Hantavirose: é uma doença viral, transmitida por ratos silvestres, que causa uma síndrome pulmonar em humanos (sph). Controle Identificação das espécies: a ratazana faz tocas no chão, fontes de água evidentes e trilhas bem definidas; o rato de telhado faz tocas no teto, manchas de gordura nas paredes e restos de comidas sobre as paredes e o camundongo faz ninhos muito pequenos nos pés das paredes, fezes muito pequenas e tocas muito pequenas Métodos mecânicos ou físicos: armadilhas de cola; aparelhos de ultra som; ratoeiras. Métodos biológicos: gatos Métodos químicos (desratização): os rodenticidas são compostos para causar a morte do roedor, usam-se os crônicos que são anticoagulantes que provocam hemorragia interna, são seguros e possuem antidoto confiável (vitamina k1). Podem ser formuladas em bloco extrusado (resistem em umidade e são muito atrativos), iscas granuladas (mais apreciada pelo rato) pó de contato (resiste em umidade) e soft baibait (muito palatável, atrativo, resistente, eficaz). Agir de acordo com a espécie presente no ambiente e as condições do local. O Chumbinho é um rodenticida agudo proibido no Brasil, não é raticida, é agrotóxico e inseticida, proibido a venda fracionada, crime a compra e venda, a espécie alvo pode ser outra e não tem antídoto. Objetivos da vigilância ambiental: Reduzir a incidência de leptospirose e outras doenças; Reduzir a ocorrência de mordeduras; Manter os roedores urbanos em baixos níveis de infestação; Promover ações de educação visando o controle de roedores; Estimular a população a adotar práticas que dificultem a instalação e proliferação de roedores; manejo ambiental. Medidas preventivas: acabar com disponibilidade de água, alimentos, abrigo, acesso; limpeza de canais, terrenos baldios; implantar barreiras físicas; manter alimentos bem fechados e manter lixeiras bem fechadas. ANIMAIS PEÇONHENTOS (aula 8) São aqueles que possuem estrutura para inoculação do veneno. Dentre eles estão serpentes, escorpiões, aranhas e alguns tipos de lagartas. ESCORPIÕES Animal terrestre de hábito noturno que procuram locais escuros para esconder, são mais ativos durante os meses quentes (+ nas chuvas), alimentam-se de insetos e podem praticar canibalismo. O controle químico não funciona. Capacidade de sobrevivência: forma achatada; podem permanecer longos períodos sem alimentar; exoesqueleto rígido (evita perda de líquido) e coloração (camuflagem). Tityus serrulatus (escorpião amarelo): causa acidentes graves e registro de óbitos, principalmente em crianças. Em caso de picada: limpar o local com água e sabão; compressa morna sob o local para aliviar a dor; levar crianças para o centro de saúde e se possível, levar o escorpião. Não fazer: Não amarrar ou fazer torniquete; não aplicar substâncias sobre o local, nem fazer curativos que fechem o local, pois favorecem infecções; não cortar, perfurar ou queimar o local. SERPENTES Répteis carnívoros que se defendem por instinto, as mais comuns no Brasil são as jararacas, cascavel, surucucu e as corais verdadeiras. Apresentam fosseta loreal (orifício entre a narina e o olho) e dentição inoculadora do veneno. Cascavel: comportamentos de defesa com bote e vibração do chocalho na ponta da cauda. Jararaca: causa 90% dos acidentes possui manchas triangulares Surucucu: é maior e possui a ponta da cauda com escamas em forma de "espinhos". Coral: anéis pretos, vermelhos e brancos ou amarelos, que circulam todo o corpo (tríades) e não é agressiva. Prevenção de acidentes: usar botas de cano alto ou perneiras; não andar descalço, sentar, apoiar em locais de risco; limpar ao redor da casa e não segurar as cobras com as mãos, mesmo mortas. Após um acidente: lavar o local com água e sabão; manter o acidentado em repouso; levar o acidentado imediatamente ao atendimento mais próximo; tratamento (soro antiofídico). Atenção: não amarrar ou fazer torniquetes; não colocar substâncias no local, pois, predispõe infecção; não fazer cortes no local e não ingerir bebida alcoólica. ARANHAS Aranha armadeira: acidentes dentro das residências e proximidades (material de construção, lenha, calçar sapatos); acidentes frequentes e menos graves, geralmente dor local; caso grave ocorre em crianças e deve monitorar. Viúva negra: As fêmeas causam acidentes, são encontradas nas regiões quentes, próximas ao mar. Aranha marrom: a picada ocorre se for comprimida contra o corpo; habitam debaixo de cascas de árvores, folhas secas, fendas de muros, buracos, telhas etc. Sintomas: dor ou queimação, vermelhidão, inchaço, coceira, bolhas, dor de cabeça, mal-estar geral e febre, pode ocorrer náuseas, vômitos e dores musculares. Em caso de acidente: procurar atendimento o mais rápido (antes do aparecimento dos sintomas), o tratamento é com soroterapia e medicamentos para minimizar os sintomas. Evitar os acidentes: verificar roupas, calçados, roupas de cama e banho antes de usá-las; remover periodicamente quadros e outros objetos pendurados; tapar buracos e frestas; manter o interior e ao redor da casa limpos, sem acúmulo de materiais e lixo; afastar as camas das paredes. LACRAIAS São herbívoros ou carnívoros predadoras de insetos, lagartixas, camundongos e até filhotes de pássaros; tem hábitos noturnos e esconde em locais secos e escuros. Possuem ferrões venenosos,o veneno é pouco tóxico para o homem, mas deve-se buscar orientação médica. Os sintomas são dor forte e inchaço (edema) no local da picada. Prevenção de acidentes: manter limpos os quintais; limpar os ralos e mantê-los fechados; limpar e manter fechadas as caixas de gordura e esgotos; vedar frestas em portas, janelas e muros, principalmente ao anoitecer; evitar que as paredes fiquem sem reboco (buracos em tijolos servem de abrigo); evitar infestação de baratas (atrai lacraias); manter fechado armários e gavetas; examinar roupas e calçados e antes de usá-los. Lonomia obliqua (venenosa): possui espinhos venenosos que podem causar sangramentos graves, é encontrada em florestas e em pomares domésticos. Causa dor e queimação no local, seguidas de desconforto e dor generalizada pelo corpo; dor de cabeça, náuseas e vômitos; sangramentos na gengiva, nariz, urina; manchas escuras no local ou em outras partes do corpo. Em caso de acidente: procure a unidade de saúde mais próxima, se possível colete cuidadosamente a lagarta e leve-a para identificação. Não use soluções caseiras e automedicação. ARBOVIROSES (aula 8) Vírus que podem ser transmitidos através de vetores artrópodes: dengue, zika, chikungunya e febre amarela. Dengue: aumento na severidade dos casos; ocorrência de epidemias geralmente associadas a novos sorotipos e/ou alteração do sorotipo predominante. É uma doença infecciosa, febril e aguda transmitida através da picada do mosquito fêmea aedes aegypti. A segunda infecção por um sorotipo diferente da primeira pode aumentar a gravidade da doença. O vetor pica o individuo que esta na fase virêmica e após 12 dias passa a transmitir o vírus. O PI no homem é em media de 5 a 6 dias. O período de transmissibilidade é de 1 dias antes do aparecimento da febre. Os surtos ocorrem em áreas urbanas durante a estação chuvosa. O vetor se alimenta no inicio da manha ou ao entardecer, fora desse período se abriga no peridomicilio. Os ovos resistem a um longo período sem agua, dificultando a erradicação. Dificuldade no controle da dengue: Rápida dispersão do mosquito; aumento da densidade populacional; precariedade no abastecimento de agua; aumento na produção de lixo; facilidade de deslocamento no território; expansão do setor de turismo; dificuldades na legislação, troca de gestores, processos eleitorais e peculiaridade de transmissão. Vigilância epidemiológica: detectar precocemente para promover tratamento adequado, reduzir a morbidade e evitar o óbito; detectar precocemente o aumento da ocorrência para adoção de medidas de controle, evitando epidemias; investigação para identificar a área de transmissão e orientar ações de bloqueio e controle vetorial; acompanhar a curva epidêmica, identificando a área de maior ocorrência de casos e grupos mais acometidos, visando controlar a transmissão; realizar a investigação de óbitos suspeitos, visando identificar possíveis determinantes. Controle vetorial: cinco visitas casa a casa/ano; resgate de pendências; monitoramento de pontos estratégicos (quinzenal); monitoramento com ovitrampas (semanal); bloqueio de transmissão; vigilâncias epidemiológica (conhecer a distribuição e frequência dos casos pela sua gravidade, propor isolamento viral para identificar o vírus circulante) e sanitária; mutirões de limpeza em áreas críticas (limpeza urbana); abertura de casas fechadas. Desafios do controle da dengue BH: intersetorialidade (saneamento urbano e coleta de lixo); ações de educação e mobilização; aprimorar os modelos para indicar áreas de risco; garantir ações de controle vetorial e da transmissão da doença; investigação de óbitos e ajustes na rede de assistência; integração vigilância, assistência e ações de campo; integração vigilância em saúde e atenção primária. FEBRE AMARELA - MINAS GERAIS (AULA 9) Doença infecciosa não contagiosa, febril aguda e imunoprevinível que é transmitida por artrópodes. Possui ciclo silvestre e urbano com elevado potencial de disseminação em áreas urbanas, no ciclo silvestre macacos são os principais hospedeiros e amplificadores do vírus, o homem é hospedeiro acidental. Já no ciclo urbano o homem é o único hospedeiro com importância epidemiológica (PI 3 a 6 dias). Pode apresentar-se com quadro clínico inaparente, pouco sintomática e até formas fulminantes, com piora importante em horas ou dias, classificada em leve, moderada e grave. Confirmados 07 casos em MG do sexo masculino, não vacinados e com media de 41 anos. Aspectos epidemiológicos (SLIDES) Caso suspeito: quadro febril agudo (ate 7 dias), de inicio súbito, com elevação de transaminases (5X o valor de referencia) e/ou icterícia e/ou manifestações hemorrágicas, em áreas de risco, não vacinados ou sem histórico. Vacinação: Vírus vivo atenuado (95% proteção); no Brasil é indicado para residentes ou viajantes de áreas com recomendação da vacina (MG); Em caso de surtos ou epizootias é indicada a intensificação da vacinação, priorizando áreas próximas a casos suspeitos e posteriormente todo município; A campanha vacinal de BH (2017) atingiu 83% da população, sendo que a meta era 95%. Esquema recomendado: Vacinar com 1 dose a partir de 9 meses; gestantes devem receber 1 dose caso forem pra área de risco; mães que estão amamentando devem receber 1 dose se forem para áreas de risco e suspender o aleitamento por 10 dias; pessoas acima de 60 anos, receber 1 dose se for para área de risco; quando for viajar para áreas de risco ou países que exigem, receber 1 dose 10 dias antes. *somente vacinar pessoas que não foram vacinadas. Contra-indicações: menores de 9 meses; eventos adversos graves em doses anteriores; pacientes com alergia grave ao ovo ou outros componentes da vacina; doenças do timo, lúpus, artrite reumatóide, doença de addison, portadores de imunossupressão grave (hiv +, transplantados, portadores de neoplasia ativa, algumas doenças hematológicas, usuários de terapia imunossupressora, inclusive corticoterapia). Não são consideradas contraindicações : hipertensão, diabetes mellitus, história de infarto agudo do miocárdio ou ave, insuficiência renal crônica, asplenia, cirrose hepática. Pacientes atendidos em centros de saúde com formas moderadas ou graves da doença (independente de confirmação laboratorial) devem ser encaminhados para a UPA de referência. A UPA deverá comunicar imediatamente ao CIEVS-BH e cadastrar na central de leitos, com o intuito de agilizar a transferência para o hospital de referência para os pacientes do SUS. Alarme: vomito, diarreia, dor abdominal, sangramento leve (epistaxe, gengivorragia, petequias), TGO > 5X, plaquetas < 50.000 e proteinuria. Grave: icterícia, oligúria, alteração do estado mental, convulsão, sangramento, dificuldade respiratória, hipotensão e sinais de má perfusão, TGO > 2000, CR>2, RNI > 1,5. Diagnóstico Laboratorial: isolamento viral, PCR, imunofluorescência, sorologias. Coletar sorologia para febre amarela no sexto dia após sintomas. Tratamento: não existe tratamento antiviral específico. É sintomático com assistência ao paciente que deve permanecer em repouso, com reposição de líquidos e das perdas sanguíneas, quando indicado. Os quadros clássicos e/ou fulminantes exigem atendimento em unidade de terapia intensiva, o que reduz as complicações e a letalidade. P2 UNIDADE DE VIGILÂNCIA DE ZOONOSES = UVZ ou Centro de Controle de Zoonoses Zoonoses e agravos de importância para saúde pública: dengue, doença de chagas, esquistossomose, febre maculosa, leishmaniose, leptospirose, malária, raiva, acidente com animais peçonhentos. PORTARIA Nº 1.138 (2014): Defineas ações e os serviços de saúde voltados para vigilância, prevenção e controle de zoonoses e de acidentes causados por animais peçonhentos e venenosos, de relevância para a saúde pública. UVZ’s: São instituições municipais com estrutura física e personalidade jurídica legalmente estabelecida, geralmente vinculada ao órgão de saúde local, com competência e atribuição para desenvolver os serviços nos Programas de Zoonoses, de Doenças Transmitidas por Vetores e de Agravos por Animais Peçonhentos. Devem trabalhar juntamente com as ONG’s. A verba pode ser obtida por programas municipais, estaduais e federais. Competências profissionais Equipe multidisciplinar (medicina, med. Veterinária, biologia, estatística, educação, comunicação, assistência social, etc). Equipe de apoio engloba técnicos de agropecuária, de laboratório, de necropsias, etc. Respeitar as regulamentações profissionais de cada área envolvida; O gerenciamento deve ser por profissional de nível superior da saúde, de preferência o médico veterinário com especialização em saúde pública. Programas básicos a serem implantados Controle da Raiva (vacinação cães e gatos, educação em saúde, vigilância epidemiológica, controle de populações). Controle vetores (investigação epidemiológica, controle de focos, educação em saúde). Controle de roedores (investigação epidemiológica, controle de focos, educação em saúde). Controle de animais peçonhentos (investigação epidemiológica, controle de focos, educação em saúde). Controle de outras zoonoses DESAFIOS: Legislações recente (21.970 e 13.426), Recursos, Profissionais capacitados e vocacionados, Estrutura e Ausência de políticas públicas eficazes. Lei 21.970 (2016) - Dispõe sobre a proteção, a identificação e o controle populacional de cães e gatos. Realizados em conformidade com o disposto nesta Lei, com vistas à garantia do bem-estar animal e à prevenção de zoonoses. Fica vedado, no âmbito do Estado, o extermínio de cães e gatos para fins de controle populacional. Compete ao município, com o apoio do Estado: I - implementar ações que promovam: a proteção, a prevenção e a punição de maus-tratos e de abandono de cães e gatos; a identificação e o controle populacional de cães e gatos; a conscientização da sociedade sobre a importância da proteção, da identificação e do controle populacional de cães e gatos; II - disponibilizar processo de identificação de cães e gatos por meio de dispositivo eletrônico subcutâneo capaz de identificá-los, relacioná-los com seu responsável e armazenar dados relevantes sobre a sua saúde. poderão ser realizadas por meio de parceria com entidades públicas ou privadas. Lei 13.426 (2017) - Controle de natalidade de cães e gatos em território nacional será regido de acordo com o estabelecido nesta Lei, mediante esterilização permanente por cirurgia, ou por outro procedimento que garanta eficiência, segurança e bem-estar ao animal. A esterilização de animais de que trata o art. 1º desta Lei será executada mediante programa em que seja levado em conta: I - o estudo das localidades ou regiões que apontem para a necessidade de atendimento prioritário ou emergencial, em face da superpopulação, ou quadro epidemiológico; II - o quantitativo de animais a serem esterilizados, por localidade, necessário à redução da taxa populacional em níveis satisfatórios, inclusive os não domiciliados; e III - o tratamento prioritário aos animais pertencentes ou localizados nas comunidades de baixa renda. O programa desencadeará campanhas educativas pelos meios de comunicação adequados, que propiciem a assimilação pelo público de noções de ética sobre a posse responsável de animais domésticos. VIGILÂNCIA SANITÁRIA Vigilância sanitária é o conjunto de ações capaz de: Eliminar, diminuir ou prevenir riscos e agravos à saúde do indivíduo e da coletividade; Intervir nos problemas sanitários decorrentes da produção, distribuição, comercialização e uso de bens de capital e consumo, e da prestação de serviços de interesse da saúde; Exercer fiscalização e controle sobre o meio ambiente e os fatores que interferem na sua qualidade, abrangendo os processos e ambientes de trabalho, a habitação e o lazer. Marco legal: constituição brasileira, lei 8080/90 (lei orgânica da saúde), portaria 1565/94, lei 9782/99 (lei da anvisa), normas e regulamentos e boas práticas de higiene e conservação. Abrangência: proteção do ambiente e defesa do desenvolvimento sustentado; saneamento básico; alimentos, água e bebidas para consumo humano; medicamentos, equipamentos, imunobiológicos e outros; ambiente e processos de trabalho, e saúde do trabalhador; serviços de assistência à saúde; produção, transporte, guarda e utilização de outros bens, substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radiativos; sangue e hemoderivados; radiações de qualquer natureza; portos, aeroportos e fronteiras. Cabe a à união, coordenar o snvs, prestar cooperação técnica e financeira aos estados e municípios e executar ações de sua exclusiva competência; ao estado, coordenar, executar ações e implementar serviços de vigilância sanitária, em caráter complementar às atividades municipais e prestar apoio técnico e financeiro aos municípios; ao município, executar ações e implementar serviços de vigilância sanitária, com a cooperação técnica e financeira da união e do estado. Ações no âmbito da saúde pública veterinária Identificação e divulgação dos fatores condicionantes e determinantes da saúde, em territórios definidos; Promoção e proteção da saúde com realização integrada de ações educativas, da prevenção de danos e agravos à saúde individual e coletiva, do diagnóstico e da terapêutica; Estímulo e fortalecimento da participação da comunidade nas ações preventivas e corretivas de iniciativa do poder público, que dizem respeito à saúde coletiva; O processo de aprendizagem do agente não implica apenas no domínio das técnicas das ações básicas de saúde, faz-se necessário que o mesmo compreenda sua comunidade, entenda seus problemas e a estimule a buscar melhores condições de saúde. Ações propostas relacionadas a medicina veterinária: orientação quanto a alternativas alimentares; controle de doenças diarreicas; cuidados com a contaminação por alimentos, atenção na aquisição de alimentos, atenção no acondicionamento, conservação e exposição dos alimentos. Ações propostas relacionadas a vigilância sanitária: orientar a comunidade para utilização adequada dos serviços de saúde; orientar a comunidade para utilização de procedimentos adequados no controle de zoonoses; controle de população animal, saúde dos animais; controle de infecção alimentar; promoção de ações de saneamento e melhoria do meio ambiente: utilização da medicina veterinária preventiva; promoção da educação em saúde. Vigilância sanitária é um conjunto de ações capaz de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde, abrangendo: o controle de bens de consumo que, direta ou indiretamente, se relacionem com a saúde, compreendidas todas as etapas e processos, da produção ao consumo; e o controle da prestação de serviços que se relacionam direta ou indiretamente com a saúde (lei8080/90). Bens de consumo relacionados diretamente à saúde: alimentos, medicamentos, produtos de higiene, estética e limpeza (domissanitários). Bens de consumo relacionados indiretamente à saúde: qualquer outro bem ou produtoque possa ocasionar risco à saúde da população. Serviços relacionados diretamente ou de interesse à saúde: trata-se de qualquer serviço ligado ao atendimento ao cidadão. Procedimentos decorrentes de atendimentos odontológicos, fisioterapêuticos ou qualquer outro serviço de atenção à saúde que possa ocasionar danos. Serviços relacionados indiretamente à saúde: Bronzeamento artificial e manicure, que podem ocasionar risco. Ações prioritárias: cadastramento de estabelecimentos e ação educativa em vigilância sanitária Inspeção sanitária 1. Comércio de alimentos 2. Drogarias/ervanárias e postos de medicamentos 3. Creches e estabelecimentos de atenção pré-escolar 4. Estabelecimentos de ensino fundamental 5. Estações rodoviárias e ferroviárias 6. Empresa prestadora de serviços de limpeza e/ou desinfecção de caixas d’água, esgotamento sanitário. 7. Distribuidora de produtos saneantes 8. Instituto de beleza 9. Estabelecimentos de massagem 10. Academia de ginástica, clubes e congêneres 11. Estabelecimentos comerciais, de distribuição ou transporte de produtos veterinários ou agrotóxicos 12. Estabelecimentos prestadores de serviços de saúde Saúde do trabalhador: conjunto de atividades que se destina à promoção e à proteção da saúde dos trabalhadores, assim como à recuperação e à reabilitação da saúde dos trabalhadores submetidos aos riscos e agravos advindos das condições de trabalho. Importância do mv na vs (lei nº. 1.283/1950): obrigatoriedade da fiscalização sob o ponto de vista industrial e sanitário, de todos os poas, comestíveis, preparados, transformados, manipulados, recebidos, acondicionados, depositados e em trânsito no brasil. Inspeção sanitária de poas é uma prática da vig. Sanitária restrita ao médico veterinário. Agentes fiscalizadores 1. Anvisa A anvisa tem papel de promover a proteção da saúde da população através do controle sanitário de produtos e serviços, sejam eles nacionais ou importados. Esse controle é feito através da fiscalização dos ambientes, processos, insumos e tecnologias associados à produção, bem como pelo controle de portos, aeroportos, fronteiras e recintos alfandegários. Industrias são fiscalizadas pelo estado e bares, restaurantes são fiscalizados pelas vigilâncias municipais. Mas, quando um problema é identificado, a anvisa adota medidas para redução do risco, como a suspensão do alimento, a determinação de recolhimento etc. A agência e as vigilâncias sanitárias têm autoridade para interditar, apreender produtos e multar estabelecimentos. 2. Vigilância sanitária As vigilâncias sanitárias funcionam a nível estadual e municipal e são responsáveis por ações que eliminem, diminuam ou previnam riscos à saúde da população, intervindo em problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação de serviços relacionados à saúde. Na área alimentar, a vigilância sanitária fiscaliza todos os tipos de alimentos, matérias-primas, processos tecnológicos, embalagens e utensílios que fazem parte da produção. 3. Ministério da agricultura O ministério da agricultura, pecuária e abastecimento (mapa) é responsável pela gestão do agronegócio. Garantir a segurança alimentar da população e da produção para exportação. Para isso, o mapa fiscaliza indústrias de poa e vegetal, bem como os abatedouros. Neste último, o trabalho é feito pelo mapa e por uma equipe de técnicos contratados pela própria empresa, que inspecionam diariamente cada animal morto antes do início da produção. Em fábricas de poa, como o leite, a fiscalização é feita de forma periódica nos lotes dos produtos e a responsabilidade maior de garantia de qualidade fica por parte da empresa produtora. O mapa é responsável pelas fiscalizações oficiais em indústrias de produtos de origem animal e vegetal, fiscalizando empresas que solicitem o sif, o que permite que os produtos circulem por todo o país e sejam exportados. Com o selo do serviço de inspeção estadual (sie), os produtos só podem circular dentro de um estado, enquanto os que estão sob o serviço de inspeção municipal (sim) são comercializados dentro de um município. DOENÇAS TRANSMITIDAS POR ALIMENTOS (DTA) Causa síndrome apresentando geralmente anorexia, náuseas, vômitos ou diarreia relacionada à ingestão de alimentos ou água contaminados. Podem ser causados por bactérias, vírus, parasitas, toxinas, príons, agrotóxicos, produtos químicos e metais pesados. O quadro clínico depende do agente etiológico e varia desde leve desconforto intestinal até quadros extremamente sérios, podendo levar a desidratação grave, diarreia sanguinolenta e insuficiência renal aguda. São transmitidas pela ingestão de alimentos e/ou água contaminados e a contaminação pode ocorrer em toda cadeia alimentar. Modo de contaminação dos alimentos: mãos sujas ou com ferimentos, moscas, água, falta de higiene em equipamentos, baratas, utensílios, formigas etc. Perigo biológico: bactérias, vírus, parasitas, toxinas. Perigos químicos: pesticidas, herbicidas, antibióticos. Perigos físicos: fragmentos de vidros, metais, madeiras. Apresentação clínica Gastrointestinal: náuseas, vômitos, cólicas, diarreia (com ou sem sangue), febre. Neurológico (botulismo, síndrome de guillain-barré) Renal (estreptococose, shu) Reprodutivo (brucelose, toxoplasmose) Infecção: ingestão de microrganismos patogênicos que se multiplicam no intestino. (ex: brucella spp, salmonella spp, c. Jejuni) Intoxicação: ingestão de toxina presente no alimento (ex: staphylococcus aureus, c. Botulinum, b. Cereus - emética) Toxinfecção: ingestão de alimento com microrganismos patogênicos, que produzirá toxinas no intestino (ex: v. Cholerae, c. Perfringens, e. Coli o157:h7, b. Cereus -Diarréica) Notificação (portaria 104 – 2011): caso suspeito de botulismo, cólera, febre tifoide, esquistossomose (em área não endêmica), doença de creutzfeldt – jacob, surto ou agregação de casos ou de óbitos por agravos inusitados. O surto de DTA deve ser investigado para coletar informações para seu controle; diagnosticar a doença e identificar o agente etiológico; identificar os fatores de risco; propor medidas de intervenção, prevenção, controle; analisar a distribuição da DTA na população de risco e divulgar os resultados às áreas envolvidas. Consequências dos surtos: muitos casos, sequelas e óbitos; prejuízo ao comércio e turismo; perdas econômicas; desemprego; conflitos e disseminação de doenças. 10 passos da investigação de um surto 1. Determinar a existência de um surto 2. Confirmar diagnóstico 3. Compor uma equipe 4. Implementar medidas de controle imediatas 5. Desenvolver definição, identificar e contar os casos 6. Gerar hipótese 7. Testar hipótese 8. Analisar dados de tempo, lugar e pessoa 9. Implementar medidas de prevenção e controle 10. Comunicar os resultados e avaliar impacto Determinar a existência de um surto O conhecimento do surto pode ser formal (vigilância epidemiológica, vigilância sanitária e laboratórios) ou informal (denúncias da população, comerciantes (concorrentes) e de empresas). Deve certificar-se da veracidade do surto. Suspeitar de surto quando houver vários casos ligados por evento em comum e casos atendidos com sintomas, data de início e alimentos em comum (até 72 h) semelhantes. 1. Análise preliminar Definir as características gerais do surto: Os casos devem ter quadros clínicos semelhantes ou ligados epidemiologicamente a casos confirmados por laboratório(amostras clínicas e bromatológicas) não esperar resultados do laboratório para iniciar a investigação. 2. Compor uma equipe Deve ter uma equipe mínima (vigilância epidemiológica, sanitária e laboratório) e se necessário pode-se acrescentar a vigilância ambiental e assistência de outras áreas Reunião de planejamento deve contar com equipe capacitada, definir líder da investigação e de cada área, atividades necessárias, atribuições de responsabilidades de cada membro e prazos. Objetivo de compartilhar e discutir toda informação disponível; verificar disponibilidade de recursos; divisão das funções; necessidade do apoio a outros níveis quando não houver pessoal suficiente ou preparado definir porta voz; data das próximas reuniões etc. 3. Medidas de prevenção e controle imediatas Com objetivo de interromper a propagação do surto e para isso, deve evitar a circulação do alimento suspeito; orientar quanto a mudança no processo de produção; busca ativa de outros casos; manter informada as UBS e demais serviços; orientar e repassar as informações ao público; 4. Identificar e contar os casos Com objetivo de identificar o maior número possível de casos Os surtos fechados são casos ligados por um evento com alimento contaminado, relativamente fácil encontrar os casos, avaliar lista de expostos para iniciar as entrevistas e lista dos alimentos, ex: casamento, aniversário, congressos, cursos. Os surtos abertos são mais difíceis de detectar, alimento comum vendido em restaurantes, ambulantes etc ou industrializado com ampla distribuição, os casos são dispersos atendidos em vários lugares. O diagnostico depende de exames laboratoriais e equipe atenta. 5. Gerar hipótese Para explicar o problema, devendo abordar a origem e o modo de transmissão. A hipótese deve ser consistente com fatos, conhecimento científico e análises. 6. Testar a hipótese Usando estudo descritivo, estudo analítico e resultados de laboratório. Estudo descritivo: é necessário entrevistar doentes e não doentes obtendo dados de identificação (sexo, idade), demográficos, data e hora da ingestão da refeição, data e hora do início dos sintomas (PI do agente), sinais, sintomas (tratamento), hospitalização, óbito, alimentos ingeridos (fatores de risco), informações sobre tratamento e coleta de amostras. A curva epidêmica temporal ajudará a responder o tipo de exposição, quando a pessoa foi exposta e qual o período de incubação. Já a curva epidêmica mostra distribuição de casos por data de início de sintomas. Preparar fluxograma de produção de cada alimento: modo de preparo, ingredientes, origem de cada ingrediente, tempo e temperatura de cada etapa, identificar pontos críticos, entrevistar manipuladores e identificar lesões, indicar coleta de amostras clínicas, orientar exame de manipuladores e adotar medidas de intervenção e controle. Coleta de amostras Clínica: coprocultura para pesquisa viral e parasitológica Bromatológica Coletar, acondicionar e transportar amostras biológicas conforme orientações do lacen, deve mandar as fichas e combinar com o laboratório o número de amostras e dia e horário da chegada. Conhecer os patógenos pesquisados no lacen e os encaminhados para lrn e prazos necessários para os resultados. Estudo analítico Estudo de coorte: è o mais comum, usado em surtos pequenos com população definida e fácil de ser encontrado, o inquérito é coletivo. Estudo de caso-controle: Surtos com muitos casos, com população difícil de ser encontrada. 7. Análise dos dados Quem foi afetado? Quando foram afetados? Onde foram afetados? Como e porque? 8. Implementação de medidas preventivas Eliminar a fonte recolhendo o produto do mercado e orientar a população. A longo prazo modificar procedimentos de cultivo, transporte e/ou processamento de alimentos para reduzir riscos de contaminação. 9. Comunicar resultados e avaliar Consolidar os dados, analisar, encerrar o surto com outras áreas e preencher ficha investigação de surto de dta do sinan. PLANO DE GERENCIMENTO DE RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE Resíduo de serviço de saúde (RSS) é o resíduo de atividades de estabelecimentos que necessitam de manejo diferenciado. São classificados em biológico (A), químico (B), radioativo (C), domiciliares e recicláveis (D) e perfuro cortantes (E). Gerenciamento de resíduos são as atividades técnicas e administrativas aplicáveis ao manuseio, minimização da geração, segregação, coleta, acondicionamento, transporte, armazenamento, tratamento, controle, registro e à disposição final dos resíduos. Essa operação envolve risco de acidente, principalmente para os profissionais que atuam na coleta, transporte, tratamento e na disposição final. Gerenciamento de risco é o controle dos riscos que os trabalhadores estão expostos durante as tarefas para assegurar a saúde, prevenir acidentes e minimizar impactos ambientais. Os riscos podem ser minimizados ou eliminados através da seleção e aplicação de medidas controle; implantação de programas de alertas, com distribuição de material informativo; capacitação dos recursos humanos para reconhecer os riscos envolvidos em suas tarefas; e sensibilização para a importância da utilização e higienização dos EPI’s para evitar danos à saúde. Deve ser implementada por todas as partes envolvidas nos processos, ou seja, em todos os níveis da organização. Resíduos de serviços de saúde são provenientes de unidades que execute atividades médico-assistencial humana ou animal; centros de pesquisa, desenvolvimento ou experimentação na área de farmacologia e saúde; medicamentos e imunoterápicos vencidos ou deteriorados; resíduos de necrotérios, funerárias e serviços de medicina legal; e resíduos de barreiras sanitárias. Objetivos gerais: atendimento a legislação vigente e implantação da política ambiental Objetivos específicos: redução de riscos, redução do nº de acidentes de trabalho, redução dos custos no manejo dos resíduos, redução do nº de infecções hospitalares, incremento da reciclagem. Responsabilidades Assegurar que os RSS sejam manuseados garantindo a segurança dos funcionários, pacientes, comunidade e do meio ambiente. Assegurar a manutenção do PGRSS e a aplicação das normas de segurança Informar à administração as recomendações para prevenção de infecções relacionadas com os RSS. Garantir a saúde ocupacional dos funcionários e monitorar os riscos existentes no processo GRUPO A: Resíduos com possível presença de agentes biológicos que podem apresentar risco de infecção. GRUPO B: Resíduos contendo substâncias químicas que podem apresentar risco à saúde ou ao meio ambiente, pode possuir características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade. GRUPO C: Rejeitos radioativos são materiais resultantes de atividades que contenham radionuclídeos em quantidades superiores aos limites especificados nas normas e que a reutilização é imprópria ou não prevista. GRUPO D: Resíduos que não apresentem risco biológico, químico ou radiológico à saúde ou ao meio ambiente, resíduos domiciliares. GRUPO E: materiais perfurocortantes ou escarificantes. Etapas do manejo dos RSS: segregação, acondicionamento, coleta interna, armazenamento temporário, armazenamento externo, tratamento intra-estabelecimento, tratamento extra-estabelecimento, coleta externa e destino final 1. Segregação: Separação dos resíduos para o descarte, logo após a sua origem, deve ser realizado conforme a classificação, identificaras categorias. Objetivos: minimizar a contaminação de resíduos comuns; adoção de procedimentos específicos para cada categoria; reduzir riscos para a saúde; diminuir os custos no manejo; reciclar ou reaproveitar parte dos resíduos comuns. 2. Acondicionamento: Os resíduos devem ser acondicionados em recipientes adequados, com identificação. Objetivos: reduzir a contaminação através da barreira física, facilitar a coleta, o armazenamento e o transporte. 3. Armazenamento interno: Armazenamento realizado próximo a unidade geradora para manter os resíduos em condições seguras até o momento da coleta. “Armazenamento temporário”. 4. Armazenamento externo: Armazenamento realizado para a guarda dos RSS em local específico para a apresentação à coleta externa. 5. Coleta interna (I): Recolhimento dos resíduos do local de geração até o local de armazenamento temporário. 6. Coleta interna (II) e transporte interno: Recolhimento dos resíduos do local do armazenamento temporário até o local do armazenamento externo. 7. Coleta e transporte externo: Consiste na coleta do armazenamento externo e transporte até o destino final. 8. Tratamento RSS: objetivo de reduzir o risco associado aos resíduos anterior a destinação final. Intra-estabelecimento e extra-estabelecimento. Programa de reciclagem: A reciclagem reduz o volume de resíduos encaminhados para tratamento ou disposição final, pode ser considerado como uma das etapas fundamentais no PGRSS. Definição do PGRSS: -o quê: descrição da ação -por quê: risco minimizado pela realização da ação -quando: prazo de implementação ou dato de início e fim -onde: abrangência da ação (unidade ou serviço, todo o estabelecimento -quem: pessoa ou equipe responsável pela implementação da ação -como: detalhamento das etapas de implementação -quanto: custo para a implementação da ação Acompanhamento da eficácia do plano: Realizado através de indicadores para acompanhamento do manejo dos RSS. PESTICIDAS Pesticidas, agrotóxicos ou praguicidas são substâncias químicas, naturais ou sintéticas, destinadas a repelir, combater ou controlar uma praga (organismos que podem consumir ou deteriorar materiais usados pelo homem e causar ou transmitir doenças - insetos, carrapatos, aracnídeos, roedores, ervas daninhas ou qualquer forma de vida animal ou vegetal). São produtos e agentes de processos físicos, químicos ou biológicos, destinados ao uso nos setores de produção, armazenamento e beneficiamento de produtos agrícolas, pastagens, proteção de florestas, nativas ou plantadas, de outros ecossistemas, de ambientes urbanos, hídricos e industriais, cuja finalidade seja alterar a composição da fauna ou da flora, a fim de preserva-las da ação danosa de seres vivos considerados nocivos, bem como as substâncias de produtos empregados como desfolhantes, dessecantes, estimuladores e inibidores do crescimento. Inseticidas, fungicidas, herbicidas e raticidas. Vários fatores participam da determinação da intoxicação •características químicas e toxicológicas do produto; •concentração ambiental ou dose de exposição do agente químico (principal); •vias de absorção; •grau de exposição (quantidade de partículas que ficam suspensas no ar); •tempo de exposição; •frequência da exposição; Toxicologia de praguicidas 1. Suscetibilidade individual (condição do organismo reagir a uma agressão); 2. Exposição a um único produto ou a vários deles. 3. Dose letal mediana 50 (dl50) Quantidade (mg) da substância por kg/peso corpóreo (mg/kg), necessária para provocar a morte em 50% do lote de animais submetidos ao experimento. Quanto mais alta é a dl50 menor será risco de intoxicação. Classificação toxicológica Classe 1a: extremamente tóxico. Classe 1b: altamente tóxico. Classe 2: regularmente tóxico. Classe 3: pouco tóxico. Classe 4: muito pouco tóxicos. Tipos de intoxicação Aguda-onde os sintomas surgem rapidamente, algumas horas após a exposição excessiva, por curto período, a produtos altamente tóxicos. Podem ocorrer de forma branda, moderada ou grave, dependendo da quantidade do veneno absorvido. Os sinais e sintomas são nítidos e objetivos. Sub aguda – ocasionada por exposição moderada ou pequena a produtos altamente tóxicos ou medianamente tóxicos. Tem aparecimento mais lento e os principais sintomas são subjetivos e vagos, tais como dor de cabeça, fraqueza, mal-estar, dor de estômago e sonolência. Crônica- caracteriza-se por ser de surgimento tardio, após meses ou anos de exposição pequena ou moderada a produtos tóxicos ou a múltiplos produtos, acarretando danos irreversíveis como paralisias e neoplasias. Quadro clínico e algumas informações sobre o uso dos principais grupos de agrotóxicos utilizados no brasil Organoclorados e piretróides: atuam sobre a membrana dos neurônios alterando o fechamento dos canais de sódio. São neurotóxicos! Organofosforados – Carbamatos: inibem a enzima de degradação da acetilcolina (acumulo) Definição de equipe de aplicadores de pesticidas, o uso pode ser sazonal ou durante o ano inteiro. As equipes devem passar por treinamento para conscientização do risco, uso correto dos agrotóxicos, ler com atenção as instruções da receita agronômica e a bula do produto, regular corretamente o equipamento de aplicação etc. EPIs: máscara com filtro, óculos para produtos químicos, luvas de plástico, avental de plástico, botas de borracha etc. È obrigatório durante o manuseio, preparação e aplicação do agrotóxico. Treinamento de primeiros socorros, não fumar, beber ou comer durante a aplicação, proibido manuseio por menores de 18 anos, gestantes e idosos, respeitar os períodos de carência, correto armazenamento, transporte e uso dos agrotóxicos, orientação manutenção de equipamentos, usar produtos de menor grau de toxicidade possível. Programa de controle médico de saúde ocupacional para aplicadores de agrotóxicos. Notificação de qualquer acidente ou doença relacionado a operação de aplicação dos produtos e realização dos exames ocupacionais previstos. EXPERIMENTAÇÃO ANIMAL Os benefícios da utilização de animais em pesquisa são inegáveis, no entanto, é importante seguir os princípios éticos. Lei 6.638/79 - Revogada pela lei 11.794/2008 A vivisseção não será permitida: sem anestesia; em centro de pesquisas ou estudos não registrados; sem a supervisão de técnico especializado; com animais que não tenham permanecido mais de quinze dias em biotérios legalmente autorizados; em estabelecimentos de ensino de primeiro e segundo graus e em quaisquer locais freqüentados por menores de idade. O animal só poderá ser submetido às intervenções recomendadas nos protocolos das experiências que constituem a pesquisa ou os programas de aprendizado cirúrgico, quando, durante ou após a vivissecção, receber cuidados especiais. Quando houver indicação, o animal poderá ser sacrificado.caso não sejam sacrificados, os animais somente poderão sair do biotério trinta dias após a intervenção, desde que destinados a pessoas ou entidades idôneas que por eles queiram responsabilizar-se. Constituição de 1988: Todos têm direito ao meio ambiente equilibrado, de uso comum do povo e essencial à qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao poder público: Proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em riscosua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade. As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados. Colégio brasileiro de experimentação animal/cobea, em 1991, cria os princípios éticos na experimentação animal, postulando 9 artigos que passam a nortear a conduta dos professores e dos pesquisadores na prática. Outra medida importante foi a resolução no 592 de 1992, criada no CFMV que estabelece: estão obrigadas a registro na autarquia, conselho federal e conselhos regionais de medicina veterinária, jardins zoológicos e biotérios. Lei 9605/98 – crimes ambientais - Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos: pena -detenção, de três meses a um ano, e multa. Incorre nas mesmas penas quem realiza experiência dolorosa ou cruel em animal vivo, ainda que para fins didáticos ou científicos, quando existirem recursos alternativos. A pena é aumentada de um sexto a um terço, se ocorre morte do animal. Resolução cfmv nº 877/2008 - Dispõe sobre os procedimentos cirúrgicos em animais de produção e em animais silvestres e cirurgias mutilantes em pequenos animais. Resolução cfmv nº 879/2008 Dispõe sobre o uso de animais no ensino e na pesquisa e regulamenta as comissões de ética no uso de animais (ceuas) no âmbito da medicina veterinária e da zootecnia brasileiras Considera a necessidade da aplicação das cinco liberdades do bem-estar animal no ensino e na experimentação; I –livres de fome, sede e desnutrição; Ii –livres de desconforto; Iii –livres de dor, injúrias e doenças; Iv –livres para expressar o comportamento natural da espécie; V –livres de medo e estresse. Considera a necessidade de adotar o princípio dos “3 r's”, substituir, reduzir e refinar (replace, reduce and refine), no uso de animais no ensino e na experimentação. Lei nº 11.794 de 2008 - Regulamenta procedimentos para o uso científico de animais em atividades de ensino e pesquisa. é condição indispensável para o credenciamento das instituições com atividades de ensino ou pesquisa com animais a constituição prévia de comissões de ética no uso de animais –ceuas. compete às ceuas: examinar previamente os procedimentos de ensino e pesquisa serem realizados na instituição à qual esteja vinculada, para determinar sua compatibilidade com a legislação aplicável; constatado qualquer procedimento em descumprimento às disposições desta lei na execução de atividade de ensino e pesquisa, a respectiva ceua determinará a paralisação de sua execução, até que a irregularidade seja sanada, sem prejuízo da aplicação de outras sanções cabíveis. sempre que possível, as práticas de ensino deverão ser fotografadas, filmadas ou gravadas, de forma a permitir sua reprodução para ilustração de práticas futuras, evitando-se a repetição desnecessária de procedimentos didáticos com animais. o número de animaisa serem utilizados para a execução de um projeto e o tempo de duração de cada experimento será o mínimo indispensável para produzir o resultado. experimentos que possam causar dor ou angústia desenvolver-se-ão sob sedação, analgesia ou anestesia adequadas. experimentos cujo objetivo seja o estudo dos processos relacionados à dor e à angústia exigem autorização específica da ceua, em obediência a normas estabelecidas pelo concea. é vedado o uso de bloqueadores neuromusculares ou de relaxantes musculares em substituição a substâncias sedativas, analgésicas ou anestésicas. é vedada a reutilização do mesmo animal depois de alcançado o objetivo principal do projeto de pesquisa. Em programa de ensino, sempre que forem empregados procedimentos traumáticos, vários procedimentos poderão ser realizados num mesmo animal, desde que todos sejam executados durante a vigência de um único anestésico e que o animal seja sacrificado antes de recobrar a consciência. Compõem o comitê: Um professor do curso de ciências biológicas, um da área de ciências humanas, um do direito, um da área de bioestatística; Dois representantes do instituto de ciências biológicas e da saúde - icbss; Dois professores do curso de medicina veterinária do núcleo universitário de betim; Um professor do curso de medicina veterinária de poços de caldas; Dois representantes dos programas de pós-graduação relacionados com o universo do Comitê; Um representante da sociedade civil. Princípio dos 3 r’s: replace (substituir), reduce (reduzir), refine (refinar) As comissões de ética no uso de animais devem orientar suas ações de acordo com os 3r’s Parece sensato assumir que, quanto mais complexo o organismo animal, mais complexa será sua senciência. A partir deste reconhecimento da senciência, surge a demanda de encontrar soluções humanitárias para as questões envolvendo seres humanos e demais animais. Aliás, o reconhecimento da senciência animal demanda a busca de soluções humanitárias para as questões envolvendo seres humanos e todas as espécies animais. Saúde, Felicidade, Longevidade - Saúde física/mental e harmonia com o ambiente que o rodeia O bem estar é embasado em três elementos: ciência, ética e legislação Bea = estado do organismo durante suas tentativas de se ajustar ao seu ambiente. Conceito: Aspectos mentais, físicos e naturais compreender necessidades - Necessidade é um requisito fundamental na biologia do animal para responder a um estímulo Ambiental ou obter um recurso específico 5 liberdades 1. Livre de fome e sede 2. Livre de desconforto 3. Livre de dor, lesões e doenças 4. Livre para expressar o comportamento normal 5. Livre de medo, aflição e angústia 5 liberdades respeitadas: Qualidade de vida ao animal 5 domínios nutricional, ambiental, saúde, comportamental e estados mentais