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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA integração das operações logísticas Master Production Scheduling (MPS) o impacto da Internet em ferramentas gerenciais LOGÍSTICA TECNOLOGIA e Professor Me. Julio Ernesto Colla LOGÍSTICA unidade I unidade II unidade III TECNOLOGIAS DE AUXÍLIO À TOMADA DE DECISÃO TECNOLOGIA PARA O SUPRIMENTO DA EMPRESA Viver e trabalhar em uma sociedade global é um grande desafio para todos os cidadãos. A busca por tecnologia, informação, conhecimento de qualida- de, novas habilidades para liderança e solução de problemas com eficiência tornou-se uma questão de sobrevivência no mundo do trabalho. Cada um de nós tem uma grande responsa- bilidade: as escolhas que fizermos por nós e pelos nossos fará grande diferença no futuro. Com essa visão, o Centro Universitário Cesumar – assume o compromisso de democra- tizar o conhecimento por meio de alta tecnologia e contribuir para o futuro dos brasileiros. No cumprimento de sua missão – “promo- ver a educação de qualidade nas diferentes áreas do conhecimento, formando profissionais cida- dãos que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade justa e solidária” –, o Centro Universitário Cesumar busca a integração do ensino-pesquisa-extensão com as demandas Reitor Wilson de Matos Silva palavra do reitor Direção UniceSUMar reitor Wilson de Matos Silva, Vice-reitor Wilson de Matos Silva Filho, Pró-reitor de administração Wilson de Matos Silva Filho, Pró-reitor de eaD Willian Victor Kendrick de Matos Silva, Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi. neaD - núcleo De eDUcação a DiStância Direção de operações Chrystiano Mincoff, coordenação de Sistemas Fabrício Ricardo Lazilha, coordenação de Polos Reginaldo Carneiro, coordenação de Pós-Graduação, extensão e Produção de Materiais Renato Dutra, coordenação de Graduação Kátia Coelho, coordenação administrativa/Serviços compartilhados Evandro Bolsoni, Gerência de inteligência de Mercado/Digital Bruno Jorge, Gerência de Marketing Harrisson Brait, Supervisão do núcleo de Produção de Materiais Nalva Aparecida da Rosa Moura, Design educacional Nádila Toledo, Diagramação Aline Morais, revisão textual Hellyery Agda Gonçalves da Silva, Fotos Shutterstock. neaD - núcleo de educação a Distância Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação - Cep 87050-900 Maringá - Paraná | unicesumar.edu.br | 0800 600 6360 institucionais e sociais; a realização de uma prática acadêmica que contribua para o desen- volvimento da consciência social e política e, por fim, a democratização do conhecimento aca- dêmico com a articulação e a integração com a sociedade. Diante disso, o Centro Universitário Cesumar almeja ser reconhecida como uma instituição univer- sitária de referência regional e nacional pela qualidade e compromisso do corpo docente; aquisição de com- petências institucionais para o desenvolvimento de linhas de pesquisa; consolidação da extensão univer- sitária; qualidade da oferta dos ensinos presencial e a distância; bem-estar e satisfação da comunidade interna; qualidade da gestão acadêmica e adminis- trativa; compromisso social de inclusão; processos de cooperação e parceria com o mundo do trabalho, como também pelo compromisso e relacionamento permanente com os egressos, incentivando a edu- cação continuada. CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância: C397 Logística e Tecnologia / Professor Me. Julio Ernesto Colla. Publicação revista e atualizada, Maringá - PR, 2014. 33 p. “Pós-graduação Núcleo Comum - EaD”. 1. Logística. 2. Tecnologia. . 3. EaD. I. Título. CDD - 22 ed. ??? CIP - NBR 12899 - AACR/2 Prezado(a) Acadêmico(a), bem-vindo(a) à Comunidade do Conhecimento. Essa é a característica principal pela qual a UNICESUMAR tem sido conhecida pelos nossos alunos, professores e pela nossa sociedade. Porém, é importante destacar aqui que não estamos falando mais daquele conhecimento estático, repetitivo, local e elitizado, mas de um conhecimento dinâmico, renovável em minutos, atemporal, global, de- mocratizado, transformado pelas tecnologias digitais e virtuais. De fato, as tecnologias de informação e comunicação têm nos aproximado cada vez mais de pessoas, lugares, informações, da edu- cação por meio da conectividade via internet, do acesso wireless em diferentes lugares e da mobilidade dos celulares. As redes sociais, os sites, blogs e os tablets aceleraram a informa- ção e a produção do conhecimento, que não reconhece mais fuso horário e atravessa oceanos em segundos. A apropriação dessa nova forma de conhecer transformou-se hoje em um dos principais fatores de agregação de valor, de superação das desigualdades, propagação de trabalho qualificado e de bem-estar. Logo, como agente social, convido você a saber cada vez mais, a co- nhecer, entender, selecionar e usar a tecnologia que temos e que está disponível. Da mesma forma que a imprensa de Gutenberg modificou toda uma cultura e forma de conhecer, as tecnologias atuais e suas novas fer- ramentas, equipamentos e aplicações estão mudando a nossa cultura e transformando a todos nós. Priorizar o conhecimento hoje, por meio da Educação a Distância (EAD), significa possibilitar o contato com ambientes cativantes, ricos em informações e interatividade. É um processo desafiador, que ao mesmo tempo abrirá as portas para melhores oportunidades. Como já disse Sócrates, “a vida sem desafios não vale a pena ser vivida”. É isso que a EAD da UNICesumar se propõe a fazer. Pró-Reitor de EaD Willian Victor Kendrick de Matos Silva boas-vindas sobre pós-graduação a importância da pós-graduação O Brasil está passando por grandes transformações, em especial nas últimas décadas, motivadas pela estabilização e crescimento da economia, tendo como consequência o aumento da sua impor- tância e popularidade no cenário global. Esta importância tem se refletido em crescentes investimentos internacionais e nacionais nas empresas e na infraestrutura do país, fato que só não é maior devido a uma grande carência de mão de obra especializada. Nesse sentindo, as exigências do mercado de trabalho são cada vez maiores. A graduação, que no passado era um diferenciador da mão de obra, não é mais suficiente para garantir sua emprega- bilidade. É preciso o constante aperfeiçoamento e a continuidade dos estudos para quem quer crescer profissionalmente. A pós-graduação Lato Sensu a distância da UNICESUMAR conta hoje com 21 cursos de especialização e MBA nas áreas de Gestão, Educação e Meio Ambiente. Estes cursos foram planejados pensando em você, aliando conteúdo teórico e aplicação prática, trazendo informações atualizadas e alinhadas com as necessida- des deste novo Brasil. Escolhendo um curso de pós-graduação lato sensu na UNICESUMAR, você terá a oportunidade de conhecer um conjun- to de disciplinas e conteúdos mais específicos da área escolhida, fortalecendo seu arcabouço teórico, oportunizando sua aplicação no dia a dia e, desta forma, ajudando sua transformação pessoal e profissional. Professor Dr. Renato Dutra Coordenador de Pós-Graduação , Extensão e Produção de Materiais NEAD - UNICESUMAR apresentação do material Caro(a) aluno(a), Meu nome é Julio Ernesto Colla e me apresento como o autor do material que você passará a estudar neste momento. Lembro que este material está adequado às novas tendências de ensino a distancia mundialmente co- nhecidas. Sinto-me bastante confortável no assunto que vamos tratar porque fiz diversos materiais para muitas uni- versidades e faculdades do país. Neste nosso encontro, vamos estudar a disciplina de Logística e Tecnologia, na qual você irá conhecer os nuances da gestão logística eficiente e certamente irá se apaixonar pelo tema, pois é muito útil para as empresas e certamenteirá melhorar a qualidade de vida de todos os envolvidos com a organização. Agora que já me apresentei, vou apresentar o material que vamos estudar nesta disciplina. O material está dividi- do em três unidades que sequencialmente levarão você, aluno (a), a conhecer a Logística e a Tecnologia. Dessa forma, você terá êxito no MBA em GESTÃO COMERCIAL. Nessa nossa apresentação, é preciso dizer que muitos estudiosos estão, de diversas formas, estudando a logísti- ca e certamente existem muitos caminhos que levam ao entendimento desse fenômeno dos nossos dias. Assim, outros caminhos de estudos podem ser encontrados e variados pontos de vista são necessários. Nesse caso em especial, a diversidade de olhares faz com que os estudos tornem-se melhores. Disso decorre Professor Mestre Júlio ernesto colla que o melhor entendimento do que acontece na logística das empresas reverte-se imediatamente na vida de todas as pessoas, bem como colabora para o fortalecimento do país. Agora vamos falar um pouco sobre cada unidade que você vai encontrar neste material de estudos. Conforme dito anteriormente, as unidades são independentes, porém complementares. Dessa forma, cada unidade possui uma introdução e uma consideração final, bem como um pequeno conjunto de questões denominadas Atividades de Autoestudo que serve para que você sedimente os conceitos apresentados em cada unidade. Na Unidade I, chamada de LOGÍSTICA, você verá os seguintes tópicos: Definição de Logística, Integração das operações logísticas, Projetos de cadeias de suprimento e Nível de serviço logístico. Na Unidade II, chamada de TECNOLOGIAS DE AUXÍLIO À TOMADA DE DECISÃO, você aprenderá sobre: Supply Chain Management (SCM), Efficient Consumer Response (ECR), Enterprise Resource Planning (ERP), Material Requeriment Planning (MRP) e Master Production Scheduling (MPS). Ao final dos estudos da Unidade III, denominada TECNOLOGIA PARA O SUPRIMENTO DA EMPRESA, você compreenderá os conceitos de Eletronic Data Interchange e E-business, e sua implicação na Logística. Reconhecerá o EDI e o E-business como ferramentas de busca de eficiên- cia e eficácia no processo logístico e observará o impacto da Internet em ferramentas gerenciais. Bom estudo! su m ár io 01 12 Definição de Logística 15 Integração das Operações Logísticas 23 Projetos de Cadeias de Suprimento 25 Coordenação da Cadeia de Suprimentos 27 Nível de Serviço Logístico LOGÍSTICA 02 03 36 Supply Chain Management (SCM) 40 Eficient Consumer Response (ECR) 42 Enterprise Resource Planning (ERP) 44 Material Requeriment Planning (MRP) 46 Funções e Atividades que Devem Ser Analisadas Pelo Sistema MRP 48 Master Productions Sheduling (MPS) 59 Eletronic Data Interchange - EDI 65 A Internet e a Logística: E-Business 69 Redes de Valor Agregado TECNOLOGIAS DE AUXÍLIO À TOMADA DE DECISÃO TECNOLOGIA PARA O SUPRIMENTO DA EMPRESA 1 LOGÍSTICA Professor Me. Júlio Ernesto Colla Plano de estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estu- dará nesta unidade: • Definição de Logística • Integração das operações logísticas • Projetos de cadeias de suprimento • Nível de serviço logístico objetivos de aprendizagem • Compreender os conceitos de Logística, Integração das Operações Logísticas, Projetos de Cadeias de Suprimento e Nível de Serviço Logístico. • Reconhecer os conceitos de Logística, Integração das Operações Logísticas, Projetos de Cadeias de Suprimento e Nível de Serviço Logístico como ferramentas de busca de eficiência e eficácia no processo logístico. A logística vem sendo demasiadamente discutida nos últimos tempos. Apesar de ser um assunto relativamente novo, pois é uma fronteira plausível para a redução de custos nas empre- sas, a logística é uma preocupação humana, desde os tempos em que se viviam grandes guerras até agora, pois é imprescin- dível para vencer batalhas. A evolução logística aconteceu de maneira bastante sutil. Ao longo dos anos, ela foi incorporando várias atividades e hoje é responsável por praticamente todo o processo que se inicia com o pedido do cliente e termina atendendo esse pedido. Um dos fatores responsáveis pelo desenvolvimento da logística é a globalização, que permitiu o aprimoramento das relações comerciais e tornou o cliente como foco mais importante. Em um passado muito próximo, no ano de 2012, tivemos aqui no Brasil a realização de uma conferência para tratar do clima no mundo, a chamada Conferência Rio +20 e um dos pontos prin- cipais para a melhoria das condições ambientais é a evolução da logística. Por que este fato foi tratado em uma conferência de meio ambiente? Porque é imprescindível para os governos limitarem e reduzirem a emissão de poluentes. Então, quando se tem uma base mundial de transportes localiza- da em transportes com propulsão a motor e consequentemente a base de um combustível fóssil, a melhoria dos transportes reduz a emissão de poluentes na atmosfera. Vamos entender um pouco mais sobre logística, seus conceitos, suas nuances. É uma trajetória bastante interessante e essen- cial para as organizações modernas. Logística e Tecnologia 12 definição de logística Pós-Graduação | Unicesumar 13 a logística vem de origem militar e busca colocar os recursos certos no local certo e na hora certa, com o objetivo de vencer batalhas. Nas empresas, a logística é responsável pelo planejamento, operação e controle de todo o fluxo de mer- cadorias e informações, desde o fornecedor até o consumidor final, ou seja, a logística gerencia desde a chegada dos materiais ainda inacabados até o momento em que o produto é colocado à disposição do con- sumidor final. Todavia, a definição de logística não era tão abrangente assim. Acreditava-se que a logística era associada apenas ao transpor- te de mercadorias ou a distribuição física. Atualmente, a logística incorpora, além do transporte e da distribuição, outras atividades, como a seleção de fornecedores, o estoque, a armazenagem, as embalagens e as infor- mações relacionadas (MARTINS; ALT, 2002; CHRISTOPHER, 2002; CHING, 1999; BALLOU, 2007). Para manter o fluxo contínuo de maté- ria-prima, a fabricação do bem e a saída do produto acabado até o ponto de venda, a logística atua de modo que nenhum ponto do processo seja interrompido, minimizando cada vez mais os estoques e maximizando a lucratividade por meio de baixo custo. Nesse sentido, surge uma visão mais moderna do conceito de logística: a logística integrada que busca alinhar os processos de maneira que as mercadorias e os produtos vão das fábricas direto para o consumidor, e as infor- mações e os recursos vão dos consumidores direto para as indústrias (CHING, 1999). Percebemos que a logística permite que as empresas saibam exatamente o que pro- duzir, como produzir, quanto produzir, como cuidar do estoque, como distribuir diminuin- do custos e seus impactos no preço final. Dessa forma, a logística pode ser um diferen- cial para a empresa, ajudando-a a satisfazer as necessidades e expectativas dos clientes e pode significar a diferença entre o sucesso e o fracasso nos negócios, vista tanto como um simples meio para colocar os produtos no mercado ou como um setor da empresa que, administrado corretamente, traz vanta- gens competitivas (CHING, 1999; HESKETT, 1986). Logística e Tecnologia 14 Em busca do selo de boas práticas de distribuição, uma renomada distribuidora de medicamentos certificada pela ANVISA, adotou medi- das que tornaram o atendi- mento da empresa o mais completo possível. Para isso, as ações adotadas foram: ca-pacitação da equipe; colabo- ração de consultores exter- nos e desenvolvimento da loja virtual. Como agilidade já era uma característica forte da distribuidora, não foi pou- pado esforços para garantir a entrega do produto final dentro prazo combinado. Com o objetivo de estreitar as distâncias, a empresa pas- sou a trabalhar com dois ti- pos de entrega: própria e ter- ceirizada. Além disso, adotou funcionamento em horários especiais e finais de semana, com motoboy para entrega expressa, conferência ele- trônica dos itens, além do sistema de acompanhamen- to online do pedido. Outra prioridade foi a integração e interação na comunicação com a implementação de um relacionamento da empre- sa com os seus clientes por meio das redes sociais, SMS e e-mail. Com todas as melhorias, a distribuidora alcançou o selo de boas práticas de distribui- ção que cumprem todas as normas exigidas pela Agên- cia Nacional de Vigilância Sa- nitária e garante a qualidade dos seus produtos e gestão de processo. Fonte: http://goo.gl/QKPkdY. Acesso em: 17 jun. 2014. A IMPORTÂNCIA DA LOGÍS- TICA PARA AS EMPRESAS BRASILEIRAS No cenário atual, as empre- sas brasileiras vivem um mo- mento extremamente de- safiador caracterizado pela busca por maior competitivi- dade, maior desenvolvimen- to tecnológico, maior oferta de produtos e serviços ade- quados às expectativas dos clientes e maior desenvolvi- mento e motivação de seu capital intelectual (recursos humanos).Na pretensão de superar todos esses desafios, algumas empresas buscam adotar ações que visam a redução de custos de uma forma isolada (por meio da eliminação de posições em seu quadro de colaborado- res, eliminação do cafezinho, controle de ligações telefôni- cas e outras tão conhecidas). Contudo, é importante des- tacar que essas ações, às ve- zes se fazem necessárias, no entanto, quando tomadas de forma isolada, não garantem o resultado desejado. Por outro lado, é possível encontrar empresas que enxergam a Logística como uma estratégia competitiva bastante eficaz. Essas empre- sas planejam e coordenam suas ações gerenciais de uma forma integrada, avaliando todo o processo desde o for- necimento da matéria-prima até a certeza de que o clien- te teve suas necessidades e expectativas atendidas pelo produto ou serviço entregue. Fonte: Adaptado de: <http:// goo.gl/BrRkuz/>. Acesso em: 11 jun. 2014. Pós-Graduação | Unicesumar 15 a logística vem sendo posicionada dentro das empresas como uma das competências que contribuem para o processo de criação de valor para o cliente. Essa competência é alcançada pela coordenação de cinco áreas funcionais da logística: (1) projeto de rede, (2) informação, (3) transporte, (4) estoque e (5) armazena- gem, manuseio de materiais e embalagem. integração das operações logísticas Logística e Tecnologia 16 o projeto de rede é a estrutura das instalações da empresa e é usado para fornecer produtos e materiais aos clientes. As questões mais importan- tes do projeto de rede são a determinação da quantidade necessária de cada tipo de instalação e sua localização geográfica. A empresa Laura Ashley, que fabrica roupas femininas e infantis, é um exemplo de como o projeto de rede pode ser incompatível com a obtenção de lucro nas organiza- ções. Embora essa empresa tenha mantido sempre excelência no design e desenvol- vimento do produto, ela tinha um sistema logístico ineficiente, além de caro e com- plexo, pois contava com cinco armazéns, oito transportadoras principais e dez sis- temas de informações gerenciais que não estavam integrados. Essa ineficiência logís- tica fez com que a empresa perdesse o total controle gerencial. A reorganização das ope- rações logísticas foi o fator decisivo para que a empresa recuperasse esse controle. Laura Ashley optou por transferir todas as opera- ções logísticas para apenas uma empresa que tinha a responsabilidade de gerenciar todos os aspectos do fluxo de mercadorias e as informações, dentro da cadeia de supri- mentos (BOWERSOX; CLOSS, 2009; CHOPRA; MEINDL, 2004). Bowersox e Closs (2009) dizem que o ob- jetivo do projeto de rede é: projeto de rede determinar a quantidade e a localização de todos os tipos de instalações necessárias para a execução do processo logísti- co. Também é necessário vincular os pedidos de clientes aos locais onde deve ser feita a expedição. A rede de instalações forma uma estrutura a partir da qual as operações logísticas são executadas. Assim, a rede incorpora capacidades relacionadas com a informação e o transporte. Todas as tarefas específi- cas associadas ao processamento de pedidos de clientes, à manutenção de estoque e ao manuseio de materiais são exe- cutadas dentro da estrutura do projeto de rede (BOWERSOX; CLOSS, 2009, p. 39). Pós-Graduação | Unicesumar 17 a informação é crucial para o desempenho da cadeia de supri-mentos, porque permite que os gerentes tomem decisões que levam em consideração todas as etapas que afetam a cadeia. As informações devem ser úteis, estar acessíveis no tempo certo e serem precisas para que possam colaborar com a tomada de decisão na cadeia de suprimentos (BOWERSOX; CLOSS, 2009; CHOPRA; MEINDL, 2004). Para tomar decisões sobre projeto de rede, estoque, transpor- te ou armazenagem, os gerentes precisam ser capazes de analisar as informações dos fornecedores, de fabricação, de distribuição e varejo e sobre demanda. Para obter acesso às informações e analisá -las de maneira a tomar a melhor decisão, utilizam-se ferramentas da tecnologia da informação. À medida que a importância da in- formação aumenta, valoriza-se mais a tecnologia da informação na tomada de decisão (CHOPRA; MEINDL, 2004). informação Logística e Tecnologia 18 o transporte envolve vários meios de movimentar os produtos fora das dependências da empresa. Ou seja, ele é responsável por mobilizar o produto nos estágios da cadeia de supri- mentos. São cinco os meios de transporte: ferroviário, rodoviário, hidroviário, dutos e ae- roviário (BOWERSOX; CLOSS, 2009; CHOPRA; MEINDL, 2004). Podemos acrescentar ainda um meio bastante novo na cadeia de suprimentos: o meio de transporte eletrônico via internet, para produtos como música (BOWERSOX; CLOSS, 2009; CHOPRA; MEINDL, 2004). transporte Qual é a importância da integração dos vários modais de transporte? Fonte: O autor. Desde o fim de 2005, quan- do o então presidente ameri- cano George Bush anunciou metas crescentes de uso de biocombustíveis, muitas ex- pectativas foram criadas e bi- lhões de dólares investidos. Somente no Brasil, foram US$ 30 bilhões na constru- ção de mais de 100 usinas - valor que não considera os aportes na área agrícola (implantação de canaviais). Desde então, as exportações globais continuaram pífias, equivalentes a 6% da pro- dução global. Em 2014, de- vem voltar a cair. A previsão da consultoria FO Licht é de que os embarques mundiais do biocombustível serão de 6,778 bilhões de litros neste ano. Além de uma queda de 10% ante 2013, o volume é praticamente o mesmo do registrado há oito anos. Leia mais em: <http://goo. gl/WgmtAZ>. Acesso em: 17 jun. 2014. A decisão sobre qual meio de transporte uti- lizar deve levar em conta a rota e o grupo de locais pelo qual o produto será transportado. Além disso, é preciso decidir se o transpor- te será realizado internamente ou será uma atividade terceirizada (BOWERSOX; CLOSS, 2009; CHOPRA; MEINDL, 2004). Pós-Graduação | Unicesumar 19 É a matéria-prima, os produtos em processamento e os produtos acabados. Ele existe porque há uma inadequação entre ossuprimentos e a demanda. A inadequação nos estoques pode ser intencional para as empresas siderúrgicas e varejistas, por exemplo, pois ambas preferem armazenar seus produtos antecipando uma futura demanda, permitindo que esteja disponível para o momento que o cliente quiser. O estoque está espalhado por toda a cadeia de suprimentos, passando de matéria- prima para processamento até produtos acabados mantidos por fornecedores, fabricantes, distribuidores e varejistas. O estoque é o principal fator de custo na cadeia, todavia, ele é fundamental na capacidade da cadeia de suprimentos em apoiar a estra- tégia competitiva da empresa. Além disso, quando a meta da empresa é ser um fabrican- te com custos baixos, ela pode usar o estoque para tornar-se mais eficiente, reduzindo-o e utilizando uma armazenagem centralizada (BOWERSOX; CLOSS, 2009; CHOPRA; MEINDL, 2004). Nesse sentido, o gerente da cadeia de suprimentos deve analisar e identificar qual a decisão a ser tomada quanto ao estoque, pois ele pode ser: • Cíclico: compreende a quantidade média de estoque utilizada para satisfazer a demanda. • Estoque de segurança: compreende o estoque mantido como precaução no caso de a demanda exceder as expectativas. • Estoque sazonal: compreende os estoques armazenados em períodos de baixa demanda para atender os períodos de alta demanda. Em última análise, o gerente da cadeia de su- primentos pode utilizar o estoque como um dos fatores-chave para atingir o nível de efici- ência estabelecido pela empresa (BOWERSOX; CLOSS, 2009; CHOPRA; MEINDL, 2004). estoque Logística e Tecnologia 20 Durante o processo logístico, as mercadorias necessitam de arma-zenamento. O transporte exige o manuseio de materiais, e para carregá-los e descarregá-los eficientemente, os produ- tos devem ser embalados de maneira que o transporte dos produtos aconteça de forma segura (BOWERSOX; CLOSS, 2009; CHOPRA; MEINDL, 2004). Para armazenar os produtos, a organi- zação pode contratar os serviços de uma empresa especializada ou operar por meio de suas próprias instalações. O manuseio de materiais é uma atividade importante, pois abrange o recebimento, a movimentação, a separação e o agrupamento armazenagem, manuseio de materiais e embalagem Pós-Graduação | Unicesumar 21 dos produtos de modo a atender às necessi- dades dos clientes (BOWERSOX; CLOSS, 2009; CHOPRA; MEINDL, 2004). Entretanto, essa área funcional da logísti- ca deve basear-se em algumas técnicas para que o armazenamento aconteça de maneira que os produtos possam ser manuseados de forma rápida e eficaz. Vamos estudar agora a localização e o endereçamento de estoques para entendermos como a arma- zenagem deve ser um processo organizado e integrado com as demais áreas logísticas (BOWERSOX; CLOSS, 2009; CHOPRA; MEINDL, 2004). localização e endereçamento dos estoques a localização do estoque permite que os itens individuais armazenados no de-pósito sejam encontrados facilmente e ajuda a reduzir o esforço total necessário para receber, armazenar e retirar os produ- tos da remessa. Assim, a gestão de estoque, que tem como função verificar se os estoques estão sendo bem utilizados e bem localizados no depósito, tem maior facilidade de atingir os objetivos de minimizar custos e maximizar o atendimento ao cliente (BOWERSOX; CLOSS, 2009; CHOPRA; MEINDL, 2004). Entretanto, uma boa localização dos pro- dutos depende do sistema de armazenagem que foi adotado pela empresa. A utilização de um sistema depende do tipo de produto estocado e do tipo de instalações necessá- rias. Vamos estudar abaixo quatro sistemas básicos de localização de estoques: sistema de agrupar itens funcionalmente rela- cionados; agrupar itens de giro rápido; agrupar itens fisicamente semelhan- tes e colocar o estoque de trabalho e o estoque de reserva em locais separados (BOWERSOX; CLOSS, 2009; CHOPRA; MEINDL, 2004). Agrupar itens funcionalmente rela- cionados: Este sistema consiste em agrupar os itens de utilização semelhante, ou seja, funcionalmente relacionados. Por exemplo, colocar todos os itens de ferragens na mesma área do depósito. Agrupar itens de giro rápido: Este sistema consiste em colocar os itens de giro rápido próximos às áreas de recebimento e embarque para que o trabalho de movê-los para dentro e fora do estoque seja reduzi- do. Neste caso, os itens de giro mais lentos Logística e Tecnologia 22 podem ser colocados em áreas mais remotas do depósito. Agrupar itens fisicamente semelhan- tes: Este sistema consiste em armazenar juntos os itens semelhantes, já que muitas vezes estes itens exigem suas próprias ins- talações de armazenamento. Por exemplo, comidas congeladas exigem espaço de ar- mazenamento em congeladores, enquanto pneus ou tambores exigem instalações e equipamentos diferentes. Colocar o estoque de trabalho e o estoque de reserva em locais separados: Este sistema consiste em estocar os materiais de que são feitas retiradas perto da área de entrega e de remessas, enquanto o estoque de reserva, utilizado para repor o estoque de trabalho, pode ser colocado em um ponto mais remoto. Caro(a) aluno(a), estudamos até o momento os sistemas de localização dos estoques. Agora vamos estudar mais quatro sistemas básicos, que desta vez vão auxiliar os executivos a atribuírem locais específicos para itens individuais: localização fixa; locali- zação flutuante; armazenamento de ponto de uso e armazenamento central. Localização fixa: A área de armaze- namento é uma localização permanente e nenhum outro item é estocado ali. Esse sistema possibilita armazenar e retirar itens com um mínimo de registros. É como se guar- dássemos um pacote de bolacha sempre no mesmo lugar do armário da cozinha. Tudo é simples e as coisas são prontamen- te encontradas. Localização flutuante: Nesse sistema, os produtos são estocados onde houver lugar para eles. São necessárias informações precisas e atualizadas sobre a localização do item. É como se guardássemos o mesmo pacote de bolacha, do exemplo anterior, cada hora em um lugar do armário. Armazenamento de ponto de uso: A área de armazenamento, nesse sistema, é próxima ao local onde o item será utilizado, permitindo que o material esteja disponível o tempo todo. O pacote de bolacha, neste caso, deveria ser armazenado sobre a mesa do café, e não no armário da cozinha. Armazenamento central: O armazena- mento acontece em lugar central que abriga todo o estoque da empresa, facilitando o controle. Nesse caso, o pacote de bolacha seria acondicionado na despensa da casa, onde os outros itens encontram-se guar- dados (BOWERSOX; CLOSS, 2009; CHOPRA; MEINDL, 2004). Pós-Graduação | Unicesumar 23 fatores-chave da cadeia de suprimentos os principais fatores-chave de uma cadeia de suprimentos são: estoque, transporte, instalações e informação. Eles podem melhorar o desempe-nho de uma cadeia em termos de responsabilidade e eficiência, e podem determinar se o alinhamento estratégico é ou não alcançado em toda a cadeia (BOWERSOX; CLOSS, 2009; CHOPRA; MEINDL, 2004). projetos de cadeias de suprimento Logística e Tecnologia 24 com o passar dos anos, a cadeia de suprimentos passou por muitas mu-danças e enfrentou alguns obstáculos. Esses obstáculos criaram mais dificuldades para as empresas atingirem seu equilíbrio, mas também proporcionaram contínuas oportunidades de melhorias. Vamos estudar agora alguns obstáculos que influenciam a tomada de decisãona cadeia de suprimen- tos, baseados em Bowersox e Closs (2009), Chopra e Meindl (2004): Aumento na variedade de produtos: Existe disponível no mercado uma infinida- de de produtos capazes de atender clientes cada vez mais exigentes, porém os fabrican- tes investem mais em produtos customizados que atendem clientes específicos. O aumento na variedade de produtos complica a cadeia, pois as previsões sobre demanda e o atendi- mento a essa demanda ficam mais difíceis, aumentando a incerteza e os custos. Redução dos ciclos de vida do produto: Além do aumento na variedade de produtos, o ciclo de vida deles vem diminuin- do. Dessa maneira, a cadeia de suprimentos deve estar em constante adaptação com a produção e entrega de novos produtos, além de enfrentar a incerteza de demanda. Clientes cada vez mais exigentes: Os clientes atuais estão exigindo atendimento rápido, melhor qualidade, melhor desem- penho do produto pelo mesmo preço. Essa exigência dos clientes significa que a cadeia de suprimentos deve oferecer mais para manter seu negócio. Globalização: O aumento do comércio internacional pode trazer problemas à cadeia de suprimentos, uma vez que as instalações que integram a cadeia estão separadas, tor- nando a coordenação mais difícil. Além disso, a globalização provoca o aumento da concor- rência, pois as empresas nacionais passaram a competir com empresas internacionais. Dificuldade para executar novas es- tratégias: A criação de uma boa estratégia pode criar dificuldades na cadeia de supri- mentos, pois são necessários funcionários com grande talento em todos os níveis da organização para que a estratégia da cadeia seja bem sucedida. Esses obstáculos apresentados dificul- tam a criação de equilíbrio na cadeia de suprimentos, todavia representam também uma oportunidade extraordinária para as empresas utilizarem o gerenciamento da cadeia de suprimento para a obtenção de vantagem competitiva (CHOPRA; MEINDL, 2004). obstáculos da cadeia de suprimentos Pós-Graduação | Unicesumar 25 o objetivo da coordenação da cadeia de suprimentos é aumentar os lucros, desde que todos os estágios da cadeia realizem ações levando em consi- deração o impacto sobre os outros estágios. Caso contrário, a falta de coordenação pode gerar conflitos porque as informações e os objetivos dos elos da cadeia podem ser dis- torcidos ou diferentes (BOWERSOX; CLOSS, 2009; CHOPRA; MEINDL, 2004). A falta de coordenação da cadeia de su- primentos pode ocorrer quando existe um grande número de responsáveis nos diversos estágios da cadeia e o aumento na varieda- de de produtos (BOWERSOX; CLOSS, 2009; CHOPRA; MEINDL, 2004). Vamos analisar um exemplo, baseado em Chopra e Meindl (2004): A Ford Motor Company possui milha- res de fornecedores, como a Goodyer e a Motorola. Cada um desses fornecedores também possui diversos fornecedores. As informações vão sendo distorcidas à medida que circulam pela cadeia de suprimentos porque são incompletas e não são compar- tilhadas entre os diversos estágios. A Ford fabrica vários modelos e isso faz com que ela tenha dificuldade para coordenar o in- tercâmbio de informações com milhares de fornecedores e revendedores. Também pode existir falta de coordena- ção na cadeia de suprimentos quando se observa o efeito chicote (também conheci- do como efeito Forrester), em que a variação nos pedidos é amplificada em cada elo da cadeia de suprimentos, como do varejis- ta para o atacadista ou do fabricante para os fornecedores. O que ocasiona distorção das informações e análises muito distintas sobre a demanda, ou seja, uma pequena oscilação de consumo em uma ponta da cadeia causa grandes variações nos atores mais distantes. O efeito chicote, além de ocasionar aumento nos custos de fabricação, estoque e transporte, prejudica a disponibilidade do CoorDenAÇÃo da cadeia de suprimentos Logística e Tecnologia 26 produto e influencia negativamente o de- sempenho de cada estágio da cadeia. Além disso, vamos apresentar a seguir outros obstáculos que interferem na coor- denação na cadeia de suprimentos: Obstáculos de incentivo: Quando os incentivos oferecidos aos estágios ou aos participantes da cadeia levam à redução de lucro. Obstáculos de processamento de informação: Quando as informações de demanda são distorcidas à medida que cir- culam entre os diferentes estágios da cadeia. Obstáculos operacionais: Quando há uma variação de pedidos ocasionada por ações realizadas no período entre a emissão e o atendimento dos pedidos. Obstáculos de preço: Quando as po- líticas de preço de um produto levam ao aumento na variação dos pedidos. Obstáculos comportamentais : Quando os problemas de atitudes nas or- ganizações contribuem para o efeito chicote. Como vimos, alcançar a coordenação na cadeia de suprimentos não é tarefa fácil. Os gerentes podem ajudar alinhando objetivos e incentivos entre os diferentes estágios e funções, além de compartilhar informações sobre vendas, previsão e construir parce- rias estratégicas baseadas em confiança. (CHOPRA; MEINDL, 2004). Pós-Graduação | Unicesumar 27 algumas empresas caracterizam nível de serviço logístico como a disponibilidade de estoque, outras consideram que é o tempo necessário para entregar um pedido ao cliente. Entretanto, nível de serviço logístico “se refere à cadeia de atividades que atendem as vendas, ge- ralmente iniciando na recepção do pedido e terminando na entrega do produto para o cliente” (BLANDING, 1974 apud BALLOU, 2009). Então podemos considerar que o nível de serviço logístico, em uma ordem de po- pularidade, é: • Tempo decorrido entre o recebimento e o despacho de um pedido. • Lote mínimo de compra. • Porcentagem de itens em falta no depósito do fornecedor a qualquer instante. • Proporção dos pedidos de clientes preenchidos com exatidão. • Porcentagem de clientes atendidos. • Porcentagem de ordens dos clientes que podem ser preenchidas completamente assim que recebidas no depósito. • Proporção de bens que chegam ao cliente em condições adequadas para venda. • Tempo despendido entre a colocação de um pedido pelo cliente e a entrega dos bens solicitados. • Facilidade e flexibilidade com que o cliente pode gerar um pedido. Resumidamente, o nível de serviço oferece características de preço, qualidade e serviço para satisfazer as necessidades dos com- pradores e foi dividido em três elementos: pré-transação, transação e pós-transação. Os elementos de pré-transação propor- cionam por escrito uma política para o nível de serviço, deixando claro para os clientes o que eles podem esperar do serviço ofe- recido. Exemplo: Normas e procedimentos para tratar devoluções ou faltas e, ainda, nível de serviço LoGÍstiCo Logística e Tecnologia 28 estabelecimento de planos de contingência para greves ou desastres naturais (BALLOU, 2009). Os elementos de transação são aqueles envolvidos diretamente nos resultados obtidos com a entrega do produto ao cliente. Exemplo: Seleção de modos de transporte e adequação de níveis de estoque. Os elementos de pós-transação repre- sentam os serviços necessários para proteger consumidores de produtos defeituosos, para providenciar o retorno da embalagem e tratar de reclamações, devoluções ou solicitações (BALLOU, 2009). Atualmente, o nível de serviço logístico tem sido alvo de atenção pelas empresas devido ao maior interesse pelo consumidor, já que quando não há nívelde serviço entre comprador e fornecedor pouca ou nenhuma venda é gerada. Porém, à medida que o nível de serviço vai aumentando e aproximan- do-se do oferecido pela concorrência, as vendas mostram considerável crescimento, ou seja, as empresas, em sua maioria, ofere- cem o mesmo preço e qualidade, assim o nível de serviço é considerado um diferencial na decisão do consumidor (BALLOU, 2009). O nível de serviço é uma das razões do esforço logístico. Ele tem muitas dimensões e controlá-lo é vital, pois o custo logístico cresce rapidamente à medida que o maior nível de serviço é estabelecido (BALLOU, 2009). Pós-Graduação | Unicesumar 29 Nesta unidade, estudamos sobre a conceitu- ação de logística, a integração das operações logísticas, os projetos da cadeia de suprimen- tos e os níveis de serviço logístico. Vimos que apesar da logística ter origem militar e buscar colocar os recursos certos no local certo e na hora certa, com o objetivo de vencer batalhas. Nas empresas, a logística é responsável pelo planejamento, operação e controle de todo o fluxo de mercadorias e informações, desde o fornecedor até o consumidor final, ou seja, a logística gerencia desde a chegada dos ma- teriais ainda inacabados até o momento em que o produto é colocado à disposição do consumidor final. Podemos perceber que a logística é vital para a empresa, inclusive na redução de custos, em especial quando adotadas práticas que contribuem para um melhor de- sempenho da cadeia logística, por exemplo, a escolha certa do meio de transporte a ser utilizado. Um elemento essencial visto nesta unidade é que logística vem sendo posicio- nada dentro das empresas como uma das competências que contribuem para o pro- cesso de criação de valor para o cliente. Essa competência é alcançada pela coordena- ção de cinco áreas funcionais da logística: (1) projeto de rede; (2) informação; (3) transpor- te; (4) estoque e (5) armazenagem, manuseio de materiais e embalagem. Vimos também nesta unidade que os principais fatores-chave de uma cadeia de suprimentos são: estoque, transporte, insta- lações e informação. Eles podem melhorar o desempenho de uma cadeia em termos de responsabilidade e eficiência, e podem de- terminar se o alinhamento estratégico é ou não alcançado em toda a cadeia. Na Unidade II vamos aprender um pouco mais sobre Supply Chain ou Cadeia de Suprimentos e Tecnologias que auxiliam a tomada de decisão no processo logístico. considerações finais Logística e Tecnologia 30 atividade de autoestudo 1. Discorra sobre a importância da logística dentro das empresas. 2. Analise como a integração dos processos logísticos pode contribuir na criação de valor para o cliente. 3. Descreva como a logística tem afetado as decisões gerenciais dentro das organizações. Pós-Graduação | Unicesumar 31 O que é Logística? <https://www.youtube.com/watch?v=efX429kLcPA&feature=related>. Logística FedEx – Impressionante <https://www.youtube.com/watch?v=6hl5HNdgok0&feature=related>. Para os que se interessarem em maiores conhecimento sobre o tema, sugiro as seguintes leituras: <www.imam.com.br>. <www.coppead.br>. <http://www.administradores.com.br/informe-se/artigos/simplificando-o-mrp/30966/>. Web Título: Logística Empresarial Autor: Ronald H. Ballou Editora: Atlas Sinopse: Este é um livro sobre a administração do fluxo de bens e serviços em organizações orien- tadas ou não para o lucro. O assunto é vital e absorve parte substancial do orçamento operacional de uma organização, incluindo atividades de transporte, gestão de estoques, processamento de pedidos, compras, armazenagem, manuseio de materiais, embalagem e programação da produção. A ênfase situa-se nos princípios e conceitos que servem como guias para a tomada de decisões. O assunto é levado ao leitor de modo gradual. Cada seção oferece perspectivas, discernimento, compreensão e desenvolvimento de habilidades, enfocando Distribuição Física, Administração de Materiais, Nível de Serviço, Administração de Tráfego, Manuseio e Acondicionamento do Produto e Controles de Estoques, entre outros temas. Gestão de Negócios 32 Apesar de intrigar os estudiosos, a logística vem de origem militar e busca colocar os recur- sos certos no local certo e na hora certa, com o objetivo de vencer batalhas. Todavia, a definição de logística não era tão abrangente assim. Acred- itava-se que a logística era associada apenas ao transporte de mercadorias ou a distribuição físi- ca. Atualmente, a logística incorpora, além do transporte e da distribuição outras atividades, como a seleção de fornecedores, o estoque, a armazenagem, as embalagens e as informações relacionadas. Na intenção de manter o fluxo contínuo de matéria-prima, a fabricação do bem e a saída do produto acabado até o ponto de venda, a logística atua de modo que nenhum ponto do processo seja interrompido, minimizando cada vez mais os estoques e maximizando a lucratividade por meio do baixo custo. A logística, portanto, per- mite que as empresas saibam exatamente o que produzir, como produzir, quanto produzir, como cuidar do estoque, como distribuir, diminuindo custos e seus impactos no preço final. Podemos concluir que a logística é, e pode ser um diferencial para a empresa, ajudando-a a satisfaz- er as necessidades e expectativas dos clientes e pode significar a diferença entre o sucesso e o fracasso nos negócios, vista tanto como um sim- ples meio para colocar os produtos no mercado ou como um setor da empresa que, administrado corretamente, traz vantagens competitivas. Mas isto não é simples assim, temos empresas que enxergam a Logística como uma estraté- gia competitiva bastante eficaz. Essas empresas planejam e coordenam suas ações gerenciais de uma forma integrada, avaliando todo o processo, desde o fornecimento da matéria-prima até a certeza de que o cliente teve suas necessidades e expectativas atendidas pelo produto ou serviço entregue. Basicamente, a logística vem sendo posicionada dentro das empresas como uma das competên- cias que contribuem para o processo de criação de valor para o cliente. Uma das decisões a tomar é sobre qual meio de transporte utilizar, deve-se levar em conta a rota e o grupo de locais pelo qual o produto será transportado. Além disso, é preciso decidir se o transporte será realizado internamente ou será uma atividade terceirizada. Os principais fatores-chave para a logística são: es- toque, transporte, instalações e informação. Eles podem melhorar o desempenho de uma cadeia em termos de responsabilidade e eficiência, e podem determinar se o alinhamento estratégico é ou não alcançado em toda a cadeia. Neste sen- tido, cada fator deve apresentar, individualmente, um equilíbrio entre eficiência e responsividade, porém a eficiência e responsividade de toda a cadeia de suprimentos serão determinadas pelo equilíbrio de todos os fatores. Por exemplo, a manutenção de altos níveis de estoque aumenta a responsividade da cadeia de suprimentos não permitindo que o equilíbrio entre responsivi- dade e eficiência aconteça, enquanto que a ma- nutenção de baixos níveis de estoque aumenta a eficiência, desequilibrando a responsividade proporcionada à cadeia. Fonte: O autor. Pós-Graduação | Unicesumar 33 relato de caso Qual a relação entre Logística em Desastres Natu- rais? Os pesquisadores Marcia Regina Santiago Scarpin, Fernando Picasso e Renata de Oliveira Silva estudaram os Fatores Críticos que auxiliam no processo de logística em casos de desastres naturais. Por meio de uma pesquisa qualitativa, exploratória, com emprego da análise de con- teúdo temática realizaram 11 entrevistasna ci- dade de Blumenau, com os principais agentes que atuam no processo logístico em caso de catástrofes. Eles puderam verificar que os fatores críticos que auxiliam no atendimento as vítimas em uma catástrofe estão relacionados a uma or- ganização prévia de todos os processos. No caso estudado, a experiência da cidade em enfrentar enchentes, desde praticamente sua fundação, criou um know-how que favorece a um rápido e pronto atendimento as vítimas. Questões como um cadastro prévio dos fornecedores auxiliam no pronto atendimento das famílias atingidas, pois cria-se um relacionamento de longo prazo, no qual o poder público identifica rapidamente quais os fornecedores estarão aptos a atender a demanda gerada. Em relação às doações tanto a teoria como a práti- ca mostraram que elas podem ser uma solução ou um problema. Solução, pois é o principal meio de obter recursos em caso de catástrofes, porém, geram um problema porque o doador é que decide o que quer doar, isso ocasiona no recebimento de mercadorias sem condições de uso ou consumo. Essas doações são encaminhadas a um Centro de Distribuição, que recebe, separa e organiza os kits que serão encaminhados aos atingidos. Seu papel, portanto, é essencial para armazenar e proteger as mercadorias, bem como amenizar a variabilidade de tempo e a volatilidade da de- manda. Neste processo, o exercito é um agente importante no controle e distribuição das do- ações. A categoria de beneficiários corresponde basica- mente a duas atividades. A primeira é do auxilio imediato, de forma que as organizações de alívio ofereçam serviços e produtos para garantir a so- brevivência das vítimas. No segundo momento, a preocupação é em fornecer moradia, alimen- tação, transporte e cuidado com a saúde. Para conhecer o relato completo, acesse: <http:// goo.gl/BngP3c>. Acesso em: 11 jun. 2014. 2 TECNOLOGIAS DE AUXÍLIO À TOMADA DE DECISÃO Professor Me. Júlio Ernesto Colla Plano de estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: • Supply Chain Management (SCM) • Efficient Consumer Response (ECR) • Enterprise Resource Planning (ERP) • Material Requeriment Planning (MRP) • Master Production Scheduling (MPS) objetivos de aprendizagem • Compreender os conceitos e observam os impac- tos do Supply Chain Management (SCM), Efficient Consumer Response (ECR), Enterprise Resource Planning (ERP), Material Requeriment Planning (MRP) e Master Production Scheduling (MPS). As mudanças ocorridas no setor de distribuição nos últimos anos no Brasil, sobretudo a internacionalização e a concentração no setor supermercadista, fizeram com que as empresas passassem a buscar diferenciais competitivos que permitissem manter ou ampliar seus mercados. Em geral, o mercado consumidor brasileiro tem passado por grandes transformações nas últimas décadas, pautadas em diversos fatores. Destacam-se a faixa etária da população e a estrutura das famílias, o aumento da participação da mulher no mercado de trabalho e também o consumo frenético por produtos que possuem apelo saudável, higiene e beleza, bem como questões relacionadas às transformações do estilo de vida das pessoas (novos padrões de consumo). Esse cenário faz com que varejistas de artigos de mercearia se tornem mais conscientes e cada vez mais preocupados com a perda de competitividade do setor. Nos últimos 20 anos, o ganho de pro- dutividade no varejo de alimentos tem se reduzido e ficado atrás do ganho de outros canais que hoje se tornam mais atrativos. Esses outros canais têm incorporado mais rapidamente, em suas práticas de negociação, o uso de novas tecnologias como o Intercâmbio Eletrônico de Dados (EDI – Eletronic Data Interchange). Assim, o crescimento da indústria de artigos de mercearia, apenas como exemplo, vem sendo comprometido a tal ponto que muitos par- ticipantes deste segmento estão sentindo que o relacionamento com seus pares na cadeia de abastecimento é mais de adversários do que de parceiros, pois ambos os lados têm procurado aumen- tar os seus lucros um as expensas do outro. Assim, a história do comércio ficou marcada por comportamentos completamente opostos e o ponto determinante de uma nego- ciação era basicamente o preço (atacado e varejo). Logística e Tecnologia 36 supply chain management (SCM) Pós-Graduação | Unicesumar 37 o termo cadeia de suprimentos tra-ta-se de uma tradução do termo inglês Supply Chain, e desde seu surgimento tem se confundido com a logís- tica, porém a cadeia de suprimentos abrange um escopo maior de processos e funções que a logística. Esta confusão se dá porque certamente a logística é a parte mais visível da cadeia de suprimentos, embora não seja a única. A cadeia de suprimentos pode ser defi- nida como: a “integração dos processos que formam um determinado negócio, desde os fornecedores originais até o usuário final, proporcionando produtos, serviços e infor- mações que agregam valor para o cliente” (FRANCISCHINI; GURGEL, 2002, p. 262). A relação em uma cadeia de suprimentos está muito além da relação entre fabricantes e os fornecedores. Ela engloba todas as funções envolvidas no pedido ao cliente direta ou in- diretamente. Isto porque a empresa necessita, para possibilitar o sucesso, expandir-se por todas as partes envolvidas fora da empresa (CHOPRA; MEINDL, 2004; PIRES, 2004, CHING, 1999). A cadeia de suprimentos, ou supply chain, começa com a chegada de matéria-prima destinada à produção de um determinado produto, que é armazenado em depósitos, normalmente denominados centros de dis- tribuição, e termina no despacho do produto final ao cliente. Contudo, a cadeia de supri- mentos transcende as funções de fabricação e entrega do produto final ao cliente, pois engloba também funções como marketing, operações, finanças, serviços de atendimen- to ao cliente etc. (CHOPRA; MEINDL, 2004). Vamos entender por meio da figura abaixo como é formada uma cadeia de suprimentos: FORNCECEDOR FABRICANTE VAREJISTA CLIENTE FORNCECEDOR FABRICANTE VAREJISTA CLIENTE FORNCECEDOR FABRICANTE VAREJISTA CLIENTE Figura 1 – Estágios da Cadeia de Suprimentos Fonte: Chopra e Meindl (2004) Logística e Tecnologia 38 a razão da existência da cadeia de suprimentos é a necessidade de satisfazer os clientes, pois os clientes são seus componentes essenciais. Todavia, uma cadeia de suprimentos não necessariamente passa por todos os estágios. Em alguns casos o fabri- cante pode atender diretamente aos clientes, dependendo apenas das necessidades dos clientes e do papel de cada estágio para satisfazer suas necessidades. A cadeia de suprimentos pode apresentar alguns conflitos que a tornam insatisfatória em determinados momentos, pois esta vê os mercados apenas como pontos de destino, deixando as exigências do mercado-alvo num segundo plano. Segundo uma projeção feita pelo especialista Luiz Lemos Leite, em 2012, o custo logís- tico do Brasil é um dos maio- res do mundo, pelo simples fato do peso da ineficiência logística. De acordo com ele, nos próximos anos, existe a possibilidade do início de um longo ciclo de crescimento em patamares de 4% ao ano. As projeções se justifi- cam por alguns elementos, como o aumento do número de empresas que anuncia- ram investimentos no Brasil, pelo aumento da produção interna de petróleo nos pró- ximos anos, elevação do va- lor real do salário mínimo e o aumento da participação das classes C, D e E no consumo. No que se refere ao custo Brasil, o especialista afirma que a falta investimento em infraestrutura afeta a com- petitividade do País. Entre os principais problemas é possível destacar: a matriz rodoviária, principaleixo de movimentação de cargas, conta com estradas, na sua maioria, em condições ruins e o escoamento para o exte- rior, seja através dos portos ou dos aeroportos, ainda não alcançou a eficiência ne- cessária para que os produ- tos nacionais consigam ter condições de competir com produtos concorrentes em mercados externos. Fonte: Adaptado de: <http:// goo.gl/Hhj4Jz>. Acesso em: 17 jun. 2014. Pós-Graduação | Unicesumar 39 outras razões podem criar na cadeia conflitos que impeçam de atingir um alto grau de integração (FERREL; HARTLINE, 2005; KOTLER, 2000). Nesse sentido, a cadeia de suprimentos necessita de constante capacidade de adap- tação. Quanto mais flexível ela for, menos sobressaltos, reinvestimentos ou desloca- mentos de pessoal ela sofrerá atingindo uma eficiência de resposta. (MARTINS; ALT, 2002). A cadeia de suprimentos, quando bem gerenciada, traz benefícios para as empresas, desde a compra até a distribuição de bens e serviços. O gerenciamento da cadeia de suprimentos nada mais é do que adminis- trar o sistema de logística integrada, ou seja, o uso de tecnologias avançadas, entre elas: gerenciamento de informações e pesquisa operacional, para planejar e controlar uma complexa rede visando produzir e distribuir produtos e serviços para satisfazer o cliente. Dessa forma, o gerente da cadeia tem como principal objetivo satisfazer rapida- mente o cliente, criando um diferencial competitivo e, minimizando os custos fi- nanceiros, diminuir desperdícios e evitar ao máximo as atividades que não acrescentem valor ao produto (MARTINS; ALT, 2002). A empresa ALFA, considera- da a maior rede varejista do planeta, possui uma nova meta em seu planejamento para alcançar a excelência de seus serviços logísticos: ser o responsável pelo trans- porte dos produtos de quase todos os fornecedores para as mais de 4.000 lojas nos Estados Unidos. Para isso, a rede pretende assumir este transporte quando for capaz de realizar o mesmo serviço com custos menores, já que tem escala suficiente para fazer o transporte de qual- quer produto melhor que a maioria dos fabricantes o faz atualmente: desde comida para cachorro até cadeiras de jardim. Com isso, a rede permitirá liberar os fornecedores para fazer o que fazem de melhor: fabricar produtos. E com pre- ços menores, as vendas ten- dem a aumentar. O sistema pretendido terá todos os ingredientes ne- cessários para ser mais um sucesso justamente por seu tamanho. A rede varejista tem volume suficiente para forçar os fornecedores a en- trar neste novo sistema, caso seja vantajoso para a grande rede. Como o fornecedor es- tará livre do transporte, co- brará preços menores, que em teoria serão repassados aos consumidores, conse- guindo assim uma pequena vantagem no mercado, mui- to competitivo nessa indús- tria. Para dar uma noção do volume, em 2009 a rede eco- nomizou US$ 200 milhões por meio de embalagem, agendamento e roteamen- to mais eficiente dos cami- nhões nos EUA. Além do to- tal financeiro, os caminhões rodaram 160 milhões de km a menos, despejando menos poluentes na atmosfera. Fonte: Adaptado de: <http:// goo.gl/JIUr52>. Acesso em: 17 jun. 2014. Logística e Tecnologia 40 o ECR – Efficient Consumer Response, que pode ser traduzido como Resposta Eficiente do Consumidor, é uma iniciativa em que fabricantes de pro- dutos diversos trabalham em conjunto para reduzir custos dessa cadeia de logística in- tegrada e trazer maior valor ao consumidor (CHING, 2009). O ECR é uma ação empresarial que tem por objetivo otimizar o tempo e o custo do sistema de reposição por meio da automação do ciclo de reposição da loja. Para sua opera- cionalização, são fundamentais os processos de reposição contínua e gerenciamento por categorias (CHING, 2009). eficient consumer response (ECR) Reflita sobre todas as tecnologias que estão disponíveis no seu dia a dia e como elas podem ser utilizadas para melhorar a logística das empresas. Fonte: O autor. Essa iniciativa está transformando as rela- ções de negócios entre os integrantes dessa cadeia logística e apoia-se em ferramentas e estratégias que permitem responder às necessidades crescentes e variadas dos con- sumidores (CHING, 2009). Pós-Graduação | Unicesumar 41 o ECR é, portanto, uma ação do canal de distribuição, na qual for-necedores, atacadistas e varejistas trabalham em conjunto, visando proporcio- nar maior valor ao consumidor e baseia-se em um conjunto de estratégias que forçam as funções tradicionais de logística, vendas e marketing a um novo alinhamento, o que possibilita otimizar a eficiência da empresa e agregar valor ao consumidor. Essa ação estimula os participantes da cadeia de supri- mentos a estudar e a implementar métodos que possibilitem o trabalho conjunto entre os participantes, para que juntos consigam atingir a missão da cadeia como um todo (CHING, 2009). De acordo com pesquisa rea- lizada pelo Instituto Brasilei- ro de Logística, a nota média de avaliação dos executivos do setor de logística para a infraestrutura brasileira caiu para 4,8 em 2013, de uma média de 5 em 2011. Em 2009, a nota era 5,2. Se- gundo os executivos ouvi- dos na pesquisa, os maiores impactos negativos sobre a atual infraestrutura de logís- tica são: aumentos de cus- tos (99%), aumento do prazo de entrega (99%), perda de renda (95%), inviabilização de investimentos privados (92%) e aumento de esto- ques (90%). Os dados acima foram apresentados no dia 7/05/2014, durante o XII Se- minário Guarani - Cenários e Perspectivas para os Mer- cados de Açúcar, Etanol e Energia - Safra 2014/15, em São Paulo. Fonte: Adaptado de: <http:// goo.gl/kjLl9f>. Acesso em: 17 jun. 2014. ECR - Resposta Eficiente ao Consumidor: O elo que faltava nas relações Cliente-Forne- cedor Recentemente, o varejo de massa (super- mercados, lojas de conveniência, farmácias etc.) e o atacado (distribuidores, centros de distribuição etc.) ganharam um novo instru- mento de relacionamento com as indústrias. É a ECR − Efficient Consumer Responsea −, ou Resposta Eficiente ao Consumidor. Trata- se de uma filosofia que visualiza a cadeia de suprimentos como um fluxo integrado e único de todas as funções do negócio. No passado e até hoje, muitos varejistas en- caravam seus fornecedores com certa sus- peita, quase que como adversários. Pouca lealdade era apresentada por parte do va- rejista e, consequentemente, o fornecedor jamais estava seguro quanto ao seu futuro relacionamento com a organização. Frequen- temente, o departamento de compras era cobrado no seu papel de arrancar o melhor negócio possível de um fabricante. O nome dado a este jogo era ganha-perde. O elemento mais importante da ECR será levar ao mercado, no momento certo, os produtos que o cliente realmente deseja, mais rapidamente, em uma qualidade mais elevada e com um custo menor. Fonte: Daniel Georges Jehlen Gasnier. Artigo na íntegra, disponível em: <http://goo.gl/ lJulBQ>. Acesso em: 1 jun. 2014. Logística e Tecnologia 42 em linhas gerais, ERP funciona como uma plataforma que permite a orga-nização de vários departamentos de uma empresa, com a função de organizar e controlar tudo. Sem uma organização e um controle devido, uma empresa não funcio- na, então a empresa passa a ser controlada por um software, ou seja, um multimodular, que auxilia o fabricante nas importantes fases de seu negócio. Serve para integrar todos os departamentos e funções de uma compa- nhia em um simples sistema de computador que pode servir a todas as necessidades par- ticulares de cada uma das diferentes seções(CHING, 2009). O ERP está tipicamente relacionado a uma base de dados, no software, que faz o controle a organização e o controle de uma empresa, facilitando o fluxo de atividades da empresa nas áreas de fabricação, logística, fi- nanças e recursos humanos (CHING, 2009). O ERP automatiza as tarefas envolven- do a performance de um processo, tal qual a finalização de um pedido, o qual envolve pegar o pedido de um cliente, enviá-lo e co- brá-lo. Com o ERP, quando um representante recebe o pedido de um cliente, ele ou ela, tem todas as informações necessárias para completá-lo. Todas as pessoas na empresa vêm o mesmo visor e têm acesso a um único banco de dados que guarda o novo pedido do cliente (CHING, 2009). enterprise resource planning (ERP) Pós-Graduação | Unicesumar 43 Quando um departamento termina a sua parte em um pedido, este é enviado automaticamente para o próximo departamento via ERP. Para saber em que ponto está um pedido em um determinado momento, é só checar no ERP. Com sorte, o processo se move como um raio dentro da organização, e os clientes recebem seus pedidos mais rapidamente que antes (CHING, 2009). Com o avanço da Tecnologia da Informa- ção as empresas passaram a utilizar sistemas computacionais para suportar suas ativida- des. Geralmente, em cada empresa, vários sistemas foram desenvolvidos para atender aos requisitos específicos das diversas uni- dades de negócio, plantas, departamentos e escritórios. Os principais problemas dessa fragmentação da informação são a dificulda- de de obtenção de informações consolida- das e a inconsistência de dados redundantes armazenados em mais de um sistema. Os sistemas ERP (Enterprise Resource Planning) solucionam esses problemas ao agregar, em um só sistema integrado, funcionalidades que suportam as atividades dos diversos processos de negócio das empresas. Nos sistemas ERP, foram agregadas as fun- ções de programação mestre da produção, cálculo grosseiro de necessidades de capa- cidade, cálculo detalhado de necessidade de capacidade, controle do chão de fábrica, controle de compras e, mais recentemente, Sales & Operations Planning. Dessa forma, os sistemas MRP deixaram de atender apenas as necessidades de informação referentes ao cálculo da necessidade de materiais, para atender às necessidades de informação para a tomada de decisão gerencial sobre outros recursos de manufatura. O MRP passou, en- tão, a ser chamado de MRP II (Manufactu- ring Resource Planning) - Planejamento de Recursos de Manufatura). Artigo na íntegra, disponível em: <http:// goo.gl/uRJUKB>. Acesso em: 11 jun. 2014. Logística e Tecnologia 44 Proveniente do inglês Material Requirement Planning, o MRP (Planejamento das Necessidades de Materiais) é uma ferramenta que surgiu na década de 60 que transforma a previsão da demanda de um determinado produto em uma programação das necessidades dos itens para comporem este mesmo produto (CHING, 2009). O MRP é um sistema de inventário que consiste em tentar minimizar o investimento em inventário. Em suma, o conceito de MRP é obter o material certo, no ponto certo, no momento certo. Tudo isto por meio de um planejamento das prioridades e a Programação Mestra de Produção. O MRP identifica a quantidade de itens necessários para a produção dos produ- tos ora solicitados, colaborando assim para reduzir a quantidade de estoque disponível, uma vez que automaticamente ele identifi- ca a necessidade existente para compor os produtos, bem como a disponibilidade de matéria-prima disponível. O sistema de MRP identifica questões como: quais são as partes necessárias para atender a demanda dos produtos finais, quais as quantidades necessárias e em que momento estas partes serão necessárias. Assim, alia-se o tipo de produto, suas partes e o momento que serão utilizadas. A criação e manutenção da infraestrutura material requeriment planning (MRP) Pós-Graduação | Unicesumar 45 de informação industrial passam pelo ca- dastro de materiais, estrutura de informação industrial, estrutura do produto (lista de ma- teriais), saldo de estoques, ordens em aberto, rotinas de processo, capacidade do centro de trabalho, entre outras (CHING, 2009). Este sistema tem funções de plane- jamento empresarial, previsão de vendas, planejamento dos recursos produtivos, pla- nejamento da produção, planejamento das necessidades de produção, controle e acompanhamento da fabricação, compras e contabilização dos custos, e criação e ma- nutenção da infraestrutura de informação industrial (CHING, 2009). A grande vantagem da implantação de um sistema de planejamento das necessidades de materiais é a de permitir ver, “rapidamen- te”, o impacto de qualquer replanejamento. Assim, podem-se tomar medidas corretivas sobre o estoque planejado em excesso, para cancelar ou reprogramar pedidos e manter os estoques em níveis razoáveis. O objetivo do MRP é superar este desafio. Logística e Tecnologia 46 a previsão de vendas busca prever e antecipar a neces-sidade do cliente. Planejar e replanejar com vistas à previsibilidade constituem-se em uma das funções do MRP. Por meio desta função do sistema MRP, pode-se programar compras e produção (CHING, 2009). funções e atividades que devem ser analisadas pelo sistema MRP O que é MRP? O MRP original data dos anos 60, quando as letras queriam dizer “Materials Requirements Planning” − Planejamento das necessidades de materiais −, agora chamado de MRP um ou MRP I. O MRP I permite que as empresas calculem quanto material de determinado tipo é necessário e em que momento. Para fa- zer isso, utiliza os pedidos em carteira, assim como previsões de pedidos que a empresa acha que irá receber. O MRP verifica todos os ingredientes ou componentes necessários para completar esses pedidos, garantindo que sejam providenciados a tempo. Fonte: Disponível em: <http://goo.gl/C7r- x5y>. Acesso em: 11 jun. 14. Pós-Graduação | Unicesumar 47 o plano mestre se faz necessário para planejar o quanto será produzido esta semana, na semana seguin- te, na outra etc. No entanto, não é porque planejamos vender 100 unidades que iremos produzir 100. Nem sempre o planejado corresponde à necessidade das vendas. Se há sazonalidade, por exemplo, pode ser pro- duzido mais por certo período, para atender às necessidades do pico de vendas. A alta ad- ministração também deve perceber que o fluxo de caixa está implícito no plano mestre, e chamá-lo de plano global (ARNOLD, 1999). A liberação de ordens é uma atividade que envolve compra, produção e a defini- ção, alteração ou revisão, ou seja, quando e quanto. São decisões tomadas a todo o ins- tante, independentemente do número de itens envolvidos, se 1.000, 2.000 ou 50.000 itens. A liberação das ordens está ligada ao plano mestre, sendo ele o responsável pelas decisões tomadas para o produto final (ARNOLD, 1999). O follow-up ou planejamento de priorida- de é constituído de dois tipos de seguimento, ambos consideram as ordens já liberadas para compra ou produção. Eles são o se- guimento de compras, com as ordens de compra, e o de controle de produção com as ordens de produção. O planejamento da capacidade, que é a função do MRP, consiste em constatar se existem altos e baixos ou ainda sobrecarga de capacidade, podendo se tomar as ações necessárias (ARNOLD, 1999). Na manutenção dos registros, além do controle do estoque, é importante a atualida- de da lista de material. Por meio da contagem cíclica ou inventário rotativo, podemos con- seguir a proximidade à realidade doestoque. Logística e Tecnologia 48 É o plano mestre de produção desdobra-do do plano agregado de produção. É realizado após o planejamento da produção. Trata-se de uma ferramenta de pla- nejamento extremamente importante que forma a base para a comunicação entre a área de vendas e de produção (ARNOLD, 1999). É um elo importante no sistema de planejamento da produção (ARNOLD, 1999), porque forma o elo entre o planejamento da produção e o que a produção realmente realizará; forma a base para o cálculo da ca- pacidade e dos recursos necessários; orienta o MRP, pois é uma forma de programação de itens, juntamente com a lista de mate- riais, e por fim mantém válidas as prioridades, pois o MPS é um plano de prioridades para a produção. master productions Os Ciclos de Planejamento de Manufatura Os principais fatores críticos de sucesso de uma empresa de manufatura são a sua ca- pacidade de prover seus produtos na quali- dade, quantidade, custo e prazos requeridos por seus clientes. A importância relativa desses fatores varia conforme a empresa e seu mercado. Uma empresa pode oferecer o melhor nível de serviço enquanto outra pretenda competir com o menor custo. O balanceamento entre esses fatores crí- ticos de sucesso e a definição do nível de desempenho a ser alcançado pela empresa em cada um, fazem parte do processo de planejamento estratégico. O que é comum em todos os casos é que o desempenho conseguido é muito afetado pela capacidade da empresa de planejar a aquisição e obter os recursos necessários para transformar vendas em atendimentos efetivos. Esse é o escopo básico da logística, compe- tência fundamental nas empresas de manu- fatura e onde são grandes as oportunidades de melhoria. Artigo na íntegra, disponível em: <http:// goo.gl/AEl33g. Acesso em: 11 jun. 2014. sheduling (MPS) Pós-Graduação | Unicesumar 49 Enquanto o plano de produção lida com fa- mílias de produtos, o MPS trabalha com itens finais. Divide o plano de produção em soli- citações de itens individuais finais, em cada família, por data e quantidade. O plano de produção limita o MPS. Portanto, o total de itens no MPS não deve ser diferente do total que consta do plano de produção (ARNOLD, 1999). Por exemplo: Se o plano de produção mostra uma produção de 1.000 triciclos em determina- da semana, o total de modelos individuais planejados pelo MPS deve ser de 1.000 uni- dades. Dentro desse limite, o objetivo do MPS é equilibrar a demanda (prioridades) determinada pelo mercado com a disponi- bilidade de materiais, de mão de obra e de equipamento (capacidade) de produção. O MPS forma um elo vital entre o de- partamento de vendas e o de produção, pois possibilita promessas válidas para en- comendas. É um plano para o que deve ser produzido e quando produzi-lo. Como tal, informa ao departamento de vendas e ao de produção quando as mercado- rias estarão disponíveis para entrega. É, de maneira geral, um contrato entre o depar- tamento de marketing e o de produção. Sendo assim, é um plano consensual entre os departamentos envolvidos (ARNOLD, 1999). ERP: O que é MRPII - Planejamento dos Recursos de Produção? Os sistemas MRP II começaram com MRP, Planejamento de Necessidades de Materiais. MRP se baseia na entrada de previsões de vendas pelos departamentos de Vendas e Marketing. O sistema MRP II (“Manufacturing Resources Planning” - Planejamento dos Recursos da Manufatura) é a evolução natural da lógica do sistema MRP, com a extensão do conceito de cálculo das necessidades ao planejamen- to dos demais recursos de manufatura e não mais apenas dos recursos materiais. Disponível em: <http://goo.gl/fPs03m>. Acesso em: 11 jun. 2014. o MPS forma uma base para que os departamentos de vendas e de pro-dução determinem o que deve ser produzido sem ser rígido. Trata-se, portanto, de um instrumento de comunicação e uma base para fazer alterações que sejam consis- tentes com as demandas do mercado e com a capacidade de produção da empresa. Para o desenvolvimento do MPS, são ne- cessárias informações vindas do plano de produção; de previsões para itens finais in- dividuais; encomendas reais recebidas de clientes e para reposição de estoque; níveis de estoque para itens finais individuais e Logística e Tecnologia 50 restrições de capacidade. Corrêa et al. (2000, p. 193) afirma que “o MPS coordena a demanda do mercado com os recursos internos da empresa de forma a programar taxas adequadas de produção de produtos finais”. O MPS formaliza um plano de médio prazo de itens de produtos finais e programas detalhados de produtos acaba- dos, ou seja, em planos mestres. Os produtos finais são montados de partes componen- tes e subcomponentes. Estas devem estar disponíveis nas quantidades e no tempo certo para dar suporte ao MPS. “O sistema de Material Requerements Planning (MRP) programa esses componentes conforme as necessidades do MPS, ou seja, o MPS orienta o MRP” (ARNOLD, 1999, p. 66). Para Corrêa (2000, p. 197), programa mestre é a definição de quantidades planejadas que orienta os sistemas de gestão detalhada de materiais e capacida- de, baseada nas expectativas de demanda (atual e futura) e dos recursos próprios que a empresa dispõe e que terá no futuro. É o processo responsável por garantir os planos de produção desagregados que estão interados com o planejamento estratégico e com os outros planos funcio- nais (CORRÊA, 2000), e possibilita promessas para encomendas, por meio da disponibiliza- ção da área de vendas e a produção, quando os produtos estarão disponíveis (ARNOLD, 1999). O MPS formaliza o que será produzido em função das previsões de demanda, pedidos dos clientes, níveis de estoque, carga de ins- talações e disponibilidade de capacidade e direciona as etapas de programação e execu- ção das atividades operacionais da empresa, como: produção, compras e distribuição. Corrêa (2000) chama a atenção no que se refere às diferenças em gerenciar o proces- so do MPS, conforme o tipo de ambiente de produção. O autor enfatiza a possibilidade ou não da utilização dos estoques como pulmão de proteção entre as etapas do processo pro- dutivo como forma de contornar a variação da demanda. Por dedução, conclui-se que para cada tipo de ambiente de produção, deve-se determinar o MPS onde existir o menor número de produtos, onde os pro- dutos estejam o mais próximo possível da comercialização, que possibilite manter um estoque estratégico. Mas com possibilidade de diversificação na montagem ou acaba- mento final do produto. López (2000) salienta que a precisão do MPS varia conforme o ambiente produtivo, a variedade dos produtos produzidos, hori- zonte coberto e os mercados em que atua a empresa. O autor afirma que à medida que o horizonte vai sendo estendido, a precisão diminui, dando origem ao domínio dos dados provenientes das estimativas de vendas. Pós-Graduação | Unicesumar 51 Vimos que as mudanças ocorridas no setor de distribuição nos últimos anos no Brasil, sobretudo a internacionalização e a concen- tração no setor supermercadista, fizeram com que as empresas passassem a buscar diferen- ciais competitivos que permitissem manter ou ampliar seus mercados. Nesta unidade, estudamos sobre a con- ceituação de Supply Chain Management (SCM), Efficient Consumer Response (ECR), Enterprise Resource Planning (ERP), Material Requeriment Planning (MRP) e Master Production Scheduling (MPS). Aprendemos sobre como a tecnologia pode auxiliar a tomada de decisão e conhecemos algumas tecnologias disponíveis.Vimos também que o mercado consu- midor brasileiro tem passado por grandes transformações nas últimas décadas, pauta- das em diversos fatores. Destacam-se a faixa etária da população e a estrutura das famí- lias, o aumento da participação da mulher no mercado de trabalho e também o consumo frenético por produtos que possuem apelo saudável, higiene e beleza, bem como ques- tões relacionadas às transformações do estilo de vida das pessoas (novos padrões de consumo). Outro ponto importante foi que a cadeia de suprimentos pode apresentar alguns considerações finais conflitos que a tornam insatisfatória em determinados momentos, pois esta vê os mercados apenas como pontos de destino, deixando as exigências do mercado-alvo em um segundo plano. Importante também foi o tópico sobre ECR – Efficient Consumer Response, que pode ser traduzido como Resposta Eficiente do Consumidor, é uma iniciativa em que fabri- cantes de produtos diversos trabalham em conjunto para reduzir custos dessa cadeia de logística integrada e trazer maior valor ao consumidor. Estudamos que o ECR é uma ação empresarial que tem por objeti- vo otimizar o tempo e o custo do sistema de reposição por meio da automação do ciclo de reposição da loja. Para sua operaciona- lização, são fundamentais os processos de reposição contínua e gerenciamento por categorias. Ao fim dessa unidade, observamos que é muito importante para o gestor atual não deixar passar as oportunidades tecnológicas que podem auxiliá-lo na redução dos custos operacionais e no ganho de vantagem com- petitiva para sua empresa. Na Unidade III, vamos aprender um pouco mais sobre Supply Chain ou Cadeia de Suprimentos e a Tecnologia para o supri- mento da empresa. Logística e Tecnologia 52 1. Descreva a evolução da logística e Supply Chain Management. 2. Analise como a tecnologia pode ser útil na tomada de decisão gerencial. atividades de autoestudo Logística empresa NATURA Cosméticos: <https://www.youtube.com/watch?v=2H9PML_HHHQ&feature=related>. Gestão Eficaz – Logística: Tendências, Oportunidades e Desafios: <https://www.youtube.com/watch?v=sSivEveLQCs&feature=related>. <http://www.ietec.com.br/site/techoje/categoria/detalhe_artigo/304>. <www.guiadelogistica.com.br>. <http://www.administradores.com.br/informe-se/artigos/ conceitos-basicos-do-mrp-material-requirement-planning/26507/>. < h t t p : / / w w w. a d m i n i s t ra d o re s . co m . b r / i n fo r m e - s e / a r t i g o s / simplificando-o-mrp/30966/>. <www.administradores.com.br>. <www.artigos.com>. <www.imam.com.br>. Web Gestão de Negócios 54 Os professores Beatris Huber, Kleber Fossati Figueiredo e Otavio Figueiredo estudaram o Relacionamento Colaborativo na Terceirização Logística Brasileira. O objetivo da pesquisa com 82 operadores logísticos brasileiros (57% da pop- ulação) foi identificar como eles percebem os elementos do relacionamento colaborativo que impactam os antecedentes do sucesso de uma parceria. Os resultados sugerem que medidas de desempenho definidas em conjunto, expectativa de continuidade, dentre outros elementos, têm diferentes impactos sobre confiança, comprom- isso e dependência entre os operadores e seus clientes. O desenvolvimento do setor de operadores logísticos fez crescer o interesse acadêmico em estudar as relações entre os prestadores de serviços e seus clientes. Diversas pesquisas com- provaram que o sucesso no longo prazo dessas relações depende de três fatores associados à intensidade do relacionamento: confiança, com- promisso e dependência. O presente estudo procurou pesquisar, sob a ótica de operadores logísticos que operam no Brasil, quais os fatores que mais contribuem para o estabelecimento de confiança, compromisso e dependência entre organizações envolvidas em um relacionamento colaborativo. Os resultados mostram que a confiança do op- erador logístico no cliente aumenta quando há medidas de desempenho em conjunto, expec- tativa de continuidade da relação, especificação de funções e regras do relacionamento e, prin- cipalmente, quando o operador conhece as in- stalações, capacidade, limitações e estratégias do cliente. Por outro lado, o compartilhamento de riscos e benefícios e investimentos dedicados apresentaram impacto negativo na confiança que o operador deposita no seu cliente. Talvez porque esses fatores possam ser percebidos como riscos para o operador logístico, que será mais prudente no momento de confiar em relacionamentos ao invés de investimentos ou que haja compartilha- mento de riscos e benefícios. O compromisso do operador no relacionamen- to também impacta na intensidade da relação. O compromisso aumenta quando há medidas de desempenho em conjunto, alinhamento de objetivos estratégicos e conhecimento do op- erador sobre o cliente. Esses elementos podem funcionar como motivadores para o operador alcançar melhores desempenhos e resultados. Além disso, se o operador conhece bem o cli- ente, ele tem mais interesse em se esforçar no relacionamento. Por último, o nível de dependência entre os par- ceiros também é um indicativo de intensidade do relacionamento. A dependência é impactada pelo compartilhamento de riscos e benefícios, pela ex- istência de uma equipe conjunta e pela definição de medidas de desempenho em conjunto. Para conhecer o relato completo, acesse: <http:// goo.gl/8Sgdr3>. Acesso em: 17 jun. 2014. Pós-Graduação | Unicesumar 55 relato de caso A Empresa YYY foi criada em 1934, a partir da união de duas famílias de origem italiana, que juntas inauguraram um pequeno armazém de se- cos e molhados em Vila das Perdizes, às margens do Rio do Peixe, meio oeste de Santa Catarina. Com o passar dos anos, o pequeno comércio foi crescendo e se diversificando. No ano de 1939, empresa deu início as suas atividades industriais com um abatedouro e uma fábrica de produtos suínos. A partir dos constantes investimentos em dis- tribuição, tecnologia e produção, a empresa se transformou em um dos maiores complexos agroindustriais do mundo. Suas principais ativ- idades passaram a ser focadas na criação, pro- dução e abate de aves e suínos, industrialização e venda de produtos de origem animal e de soja e seus derivados. Em 2000, a empresa alcançou a liderança no mer- cado de produtos industrializados, encerrando este ano com 22,5% do market share. Atualmente, a empresa conta com mais de 19 mil funcionários e é constituída por 13 unidades industriais de carnes, 2 de soja, 7 fábricas de ração e 14 incu- batórios, distribuídas, na sua maioria, nos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Conta com aproximadamente 60.000 clientes no mercado interno por meio de 30 centros de distribuição, sendo 9 distribuidores terceirizados estrategica- mente espalhados pelo país. Atribui-se a estes centros de distribuição, a responsabilidade das entregas nos canais de venda dos produtos. O sistema logístico é um dos seus principais apoios para avançar no mercado. Isso, porque permite a entrega de qualquer produto, de norte ao sul do país em apenas 24 horas. A frota de veículos é totalmente terceirizada, porém, tra- balha em regime de exclusividade. Outro fator que contribui para esse sucesso é a integração da empresa com seus produtores que trabalham em regime de exclusividade, porém recebem apoio total e garantia de compra da produção de seus parceiros da empresa, além de assistência técnica necessária para assegurar ganhos de produtividade. Essa proximidade com os fornecedores possibilita uma maior padroni- zação e controle da matéria-prima. Fonte: Os nomes são fictícios, mas o caso é real. Adaptado pelo autor de: <http://goo.gl/QUANSp>. Acesso em: 11 jun. 2014. 3 TECNOLOGIA PARA O SUPRIMENTO DA EMPRESA Professor Me. Júlio Ernesto Colla Plano de estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: • EDI e outras tecnologias de informação • A internet e a logística: E-business • Redes de Valor Agregadoobjetivos de aprendizagem • Compreender os conceitos de Eletronic Data Interchange e E-business e sua implicação na Logística. • Reconhecer o EDI e o E-business como ferramentas de busca de eficiência e eficácia no processo logístico. • Observar o impacto da Internet em ferramentas gerenciais. A utilização das ferramentas de tecnologia da informação aplica- das ao gerenciamento da cadeia de suprimento é e será um fator primordial para a operacionalização dos processos e seus gerencia- mentos. Tais ferramentas permitem um melhor acompanhamento da demanda de produtos, o que faz com que as empresas atuem de acordo com as exigências e necessidades dos consumidores, que se refletirá em melhorias significativas na programação das compras por parte dos produtores e de grandes atacadistas e no abastecimento do mercado varejista e, por fim, na satisfação dos consumidores finais. As ferramentas de tecnologia da informação, e consequentemen- te do sistema de informação, são cruciais para o desempenho de uma rede de abastecimento, pois são as bases em que os gesto- res constroem suas decisões. Assim, a tecnologia da informação consiste em ferramentas utilizadas para obter e ter acesso às infor- mações e para analisá-las, de maneira a poder tomar as melhores decisões para a cadeia de suprimentos. A troca de informações pode ser uma grande fonte de vantagem competitiva para as em- presas que utilizam. Os investimentos nessa área tornam-se justificáveis quando uma empresa se depara com os desafios da logística. Assim, a Tecnologia da Informação ganha um considerável papel, senão fundamental, no setor logístico, e se coloca à disposição das empresas modernas ferramentas especializadas. Tal papel é a base de uma nova estru- tura competitiva. A Tecnologia de Informação (TI) assume posição estratégica, proces- sando as informações necessárias de fornecedores e consumidores. Na base do moderno conceito de Logística Integrada, está o enten- dimento de que a Logística deve ser vista como uma ferramenta gerencial capaz de agregar valor por meio de serviços prestados. Logística e Tecnologia 58 a troca de dados e/ou informações entre as empresas que compõem todo o processo de suprimen- to pode ser feita por meios convencionais (pedidos em papel) ou por meio eletrô- nico (EDI – Eletronic Data Interchange). A lógica competitiva atual tem por necessida- de a diminuição do método convencional e o aumento do sistema eletrônico. A ten- dência é que os bancos de dados tornem-se facilmente intercambiáveis por meio eletrô- nico, o que facilita os processos de fluxo de eletronic data interchange - edi Pós-Graduação | Unicesumar 59 informações, em especial os pedidos entre os componentes de um processo de forneci- mento. Ainda hoje, é bastante insignificante o número que empresas que utilizam a fer- ramenta e as que utilizam estão em estágios iniciais de implementação (ARNOLD, 1999; GONÇALVES, 2004). A utilização do EDI foi iniciada em 1995 nos processos financeiros, principalmente para a transferência de valores. A viabilidade para outras atividades empresariais ocorreu a partir do momento em que diversas entida- des que compõem a cadeia de suprimentos começaram a se integrar com o objetivo prin- cipal de maximizar os resultados da utilização da troca eletrônica de informações (ARNOLD, 1999; GONÇALVES, 2004). O EDI possibilita que clientes e fornece- dores troquem eletronicamente informações, tais como pedidos de compras, faturas e dados sobre o plano de produção. Isso elimina a pa- pelada que consome tempo e proporciona uma comunicação fácil entre o planejador/ comprador e fornecedor (ARNOLD, 1999), ou seja, o EDI permite que as informações passem a fluir ao longo da cadeia de su- primentos, de forma segura, sem qualquer interferência, propiciando, dessa forma, a obtenção de dados importantes sobre as transações realizadas (GONÇALVES, 2004). O EDI é capaz de aproximar empresas pos- sibilitando uma comunicação computador a computador. O EDI não é apenas eficiente porque elimina papelada e porque os pedidos são feitos instantaneamente, mas porque reduz o tempo necessário para levar os produtos aos clientes, pois as transações ocorrem com mais rapidez e precisão do que quando feitas tradicionalmente (CHOPRA; MEINDL, 2004). Essa rapidez faz com que diminua o lead time, que é o espaço de tempo entre o momento em que o pedido é feito e o momento em que é recebido. A diminuição do lead time é a principal razão do uso da tecnologia para a melhoria da logística (ARNOLD, 1999; GONÇALVES, 2004). O EDI é uma das formas de processo de suprimento que mais cresce atualmente por meio da utilização de um computador do cliente acoplado a um modem que se co- munica com o computador do fornecedor por meio de um software específico, que transmite os dados criptografados com se- gurança. As ordens ou pedidos de compra, como também outros documentos padroni- zados, são enviados sem a utilização de papel (ARNOLD, 1999; GONÇALVES, 2004). Logística e Tecnologia 60 essa forma de comunicação e de tran-sação pode ligar a empresa a seus clientes, fornecedores, bancos, trans- portadores ou seguradora. O EDI traz várias vantagens, como (MARTINS; ALT, 2007): • Rapidez, segurança e precisão do fluxo de informações. • Redução significativa de custos. • Facilidade da colocação de pedidos, principalmente nos casos de contratos de fornecimento com entregas mediante liberação do cliente, como acontece nas transações entre montadoras e autopeças no Brasil e resto do mundo. • Sedimenta o conceito de parcerias entre cliente e fornecedor. Além do EDI tradicional, muito usado pelas grandes empresas, está tomando força o EDI via Internet como uma opção de menor custo, possibilitando acesso a mais empre- sas. Seus principais entraves são a questão da segurança dos dados e a resistência das empresas que investiram grandes somas no modelo tradicional. As tecnologias voltadas à Internet serão mais bem tratadas na próxima seção desta Unidade. O EDI proporcionou que o relacionamen- to entre clientes e fornecedores evoluísse de tal forma, que o processo de compra foi totalmente automatizado. Varejistas e forne- cedores conhecem muito mais hábitos de compra do consumidor final. Essas informa- ções são muito utilizadas pelos fabricantes e pelos varejistas (ARNOLD, 1999; GONÇALVES, 2004). TRW adota EDI Sincronizado para melho- rar a logística Uma renomada fabricante de sistemas de segurança automotiva recorreu a um siste- ma de EDI Sincronizado, desenvolvido pela JT-Sistema, com o objetivo de melhorar sua cadeia de suprimentos em três grandes plan- tas de produção, localizadas em Engenheiro Cordeiro, Lavras e Limeira. O resultado desta parceria foi que a fabri- cante de sistemas de segurança automoti- va conseguiu agregar valor competitivo ao processo de entrega, padronizando e otimi- zando seus negócios junto à cadeia de Su- pply Chain. Com isso, foram implementados diversos sistemas na cadeia de negócios da fabricante de sistemas de segurança auto- motiva, tais como a Programação de Entre- gas, Programação D/S/M – Kanban, Aviso de Embarque – ASN, Protocolo de Recebimento e Correio Eletrônico, integrando as áreas de Recebimento Fiscal, Logística Operacional, Planejamento,Suprimentos e Operador Lo- gístico. Fonte: Adaptado de <http://goo.gl/o3azsz>. Acesso em: 10 jun. 2014. Pós-Graduação | Unicesumar 61 Com o intuito de solidificar os conceitos, algumas definições de EDI, de forma re- sumida, são importantes (ARNOLD, 1999; GONÇALVES, 2004): • Em português significa Troca Eletrônica de Dados. É a troca de documentos via sistemas de teleinformática entre duas ou mais organizações de forma padronizada. Tem como um dos principais objetivos, substituir o fluxo de papéis entre elas, agilizar e reduzir os custos dos processos mercantis. • O uso primário do EDI é transferir transações de negócio repetitivas, tais como: encomendas, faturas, aprovações de crédito e notificações de envio. Isto significa que o EDI, hoje, contrariamente ao que muitos acreditam, não implica comunicação em tempo real. • O EDI usa um formato de dados estruturado de recolha automática que permite que os dados sejam transformados sem serem reintroduzidos. • As transações comerciais entre clientes e fornecedores envolvem o envio e recebimento de documentos, tais como: Pedidos de Compra, Programações de Entrega, Avisos de Embarque (Nota Fiscal), Solicitações de Cotação, Cotação e Boleto Bancário. • É um sistema de envio e recebimento de documentos eletrônicos padronizados entre parceiros de negócios. • O EDI é composto somente de dados de negócio (sem mensagens em formato livre ou verbais) com formato padronizado, padrão este aprovado por organizações nacionais ou internacionais. • Uma mensagem EDI contém uma sequência de elementos de dados, onde cada elemento representa uma informação específica, como preço de um produto, modelo, ou ainda sua descrição. Logística e Tecnologia 62 outros benefícios subsequentes são encontrados no EDI quando esta ferramenta é comparada a qualquer outra forma de co-municações eletrônicas com os integrantes de um sistema de abastecimento, que são (ARNOLD, 1999; GONÇALVES, 2004): • maior acurácia nas encomendas; • melhor controle do inventário; • menor variação do fluxo de caixa; • informação em tempo quase real sobre encomendas e inventário para tomada de decisão mais apoiada; • redução de custos de introdução manual dos dados e menos erros. Pode-se concluir que as vantagens são tão grandes que não subsiste qualquer dúvida se a comunicação eletrônica é ou não um objetivo orga- nizacional a atingir. A dúvida no momento empresarial está em qual tipo de solução é mais vantajosa e garante mais lucratividade para o negócio e a qual preço (ARNOLD, 1999; GONÇALVES, 2004). Para agilizar o envio e re- cebimento de informações entre o terminal de contêine- res e os armadores, a Santos Brasil passa a utilizar no Te- con do Porto Vila do Conde (PA) o EDI (Electronic Data Interchange), sistema que permite a troca de dados de documentos em tempo real. O EDI traz alguns benefícios como a redução de margens de erro, o aumento de confia- bilidade dos processos e cor- te de gastos. Todos os arma- dores que atuam no terminal já contam com esse serviço, entre eles: K Line, CMA CGM, MSC e Maersk. Agora, ao invés de produzi- rem relatórios diários com os dados de contêineres mo- vimentados e embarcados dentro do terminal, o softwa- re atualiza os números, que ficam disponíveis eletronica- mente. Fonte: Victor José – Redação Portal Transporta Brasil. Dis- ponível em: <http://goo.gl/ r1FDPz>. Acesso em: 11 jun. 2014. Pós-Graduação | Unicesumar 63 o EDI (Electronic Data Interchange) serve para enviar e receber dados de outros sistemas, fazendo com que empresas com sis-temas diferentes se conversem sem precisar fazer os inputs de dados manualmente. O EDI é um fator de retroalimentação independen- te (ARNOLD, 1999; GONÇALVES, 2004). Em dez anos, o transporte aéreo domésti- co no Brasil cresce 3,5 vezes mais que o PIB O crescimento médio anual do transporte aéreo doméstico no Brasil representou mais de 3,5 vezes o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) do País e mais de 14 vezes o crescimento da população. De 2004 a 2014, a cada cem brasileiros, 55 voaram pelo menos uma vez. Em 2012, a quantidade de passa- geiros pagos transportados foi de 100 mi- lhões. A demanda doméstica do transporte aéreo de passageiros mais do que triplicou nos últimos dez anos, em termos de pas- sageiros-quilômetros pagos transportados, com alta de 234% entre os anos de 2003 e 2012 e com crescimento médio de 14,35% ao ano no período. Esse mesmo índice mais do que dobrou quando considerados os voos internacionais com origem ou destino no Brasil. Fonte: Victor José, repórter do Portal Trans- porta Brasil. Disponível em: <http://goo.gl/ ZklHUL>. Acesso em: 11 jun. 2014 Logística e Tecnologia 64 De acordo com estudos de mercado realizados em portos europeus, os três últimos fatores citados, segu- rança, custos e agilidade na passagem da carga pelo porto, são os que mais preo- cupam os seus usuários. Nos três casos, as tecnologias da informação, principalmente o E-Commerce e o EDI, são as ferramentas mais eficazes para serem utilizadas (ARNOLD, 1999; GONÇALVES, 2004). a internet e a logística: E-BUSINESS Reflita sobre o impacto da internet nas operações logísticas! Fonte: O autor. Pós-Graduação | Unicesumar 65 O desenvolvimento de tecnologias de comér- cio eletrônico envolvendo o uso da Internet para realizar negócios criou inúmeras oportu- nidades para os gestores efetivamente darem forma e gerirem suas cadeias de suprimentos de forma mais competitiva (ARNOLD, 1999; GONÇALVES, 2004). A Organização Mundial do Comércio - OMC define o “E-commerce” como sendo “a produção, promoção, venda e distribuição de produtos por meio de redes de teleco- municação”. Pode-se concluir que comércio eletrônico é algo muito além do que a simples venda de um determinado produto entre uma empresa e um cliente por meio da rede da internet. Então, o E-commerce é o conjunto de relações comerciais e inter- câmbios de informações empresa-empresa, cliente-empresa ou máquina-pessoa, reali- zadas por meios eletrônicos. Uma transação comercial completamente eletrônica implica que todas as etapas e procedimentos entre as partes sejam realizadas por meios ele- trônicos e que, definitivamente, não sejam trocadas somente informações eletrôni- cas, mas também direitos e obrigações também de forma eletrônica (ARNOLD, 1999; GONÇALVES, 2004). Logística ou segurança: qual dos dois merece mais atenção em um site de E- commerce? O grande componente para um projeto de logística com sucesso para e-commerce é um adequado gerencia- mento do projeto em todas as suas etapas, desde a inicia- ção, passando pelo planeja- mento, execução e controle, até seu efetivo encerramen- to a entrega do produto ao consumidor. A logística não pode ser apontada como um problema e sim como uma solução, pois o conceito bá- sico de logística é de otimizar e racionalizar um processo produtivo com qualidade e com menores custos e tem- pos. Todo o processo auto- matizado deve-se concentrar nos principais objetivos do consumidor aliado a um per- feito gerenciamento logísti- co. E quanto à SEGURANÇA, faz parte de todo o processo, tem início com o relaciona- mento com o fornecedor até a implementação de ferramentas para a comer- cialização do produto com o consumidor. É essencial, portanto, os dois merecem atenção e de um com certe- za dependerá o sucesso do outro. Fonte: Renato Cardoso Aguiar Para saber mais, leia o texto na íntegra em: <http://goo. gl/2F61P1>. Acesso em: 11 jun. 2014. o intercâmbioeletrônico de informação vem atender tanto a agilidade da passagem da carga pelo porto como a redução dos custos administrativos decorrentes. A rapidez do despa- cho da carga depende principalmente da otimização e agilização do fluxo administrativo-documental, em outras palavras, as informações Logística e Tecnologia 66 e a documentação relativa à carga, deve, se possível, antecipar-se à carga e, na pior das hipóteses, andar sempre junto com a mesma (CHOPRA; MEINDL, 2004). A sigla EDI, como visto na seção ante- rior, corresponde ao termo inglês “Eletronic Data Interchange”, ou em português, Troca Eletrônica de Dados, e na prática, é “a trans- missão eletrônica de documentos comerciais padronizados entre computadores de modo que a informação possa ser processada sem a necessidade da intervenção manual e do documento original impresso”, ou também, “a troca de mensagens estruturadas entre computadores, sem a intervenção humana na leitura ou gravação dessas mensagens” (CHOPRA; MEINDL, 2004, p. 396). É um sistema que tem se revelado o meio mais adequado para solucionar e agilizar o tratamento da in- formação associada ao tráfego de cargas e serviços (CHOPRA; MEINDL, 2004). Ambos os conceitos, o “E-commerce” e “EDI”, surgem no mundo moderno e globa- lizado em que vivemos como algo natural e necessário, consequência da corrida pela efi- ciência, agilidade, segurança e controle das atividades e operações comerciais, e visam, principalmente, a redução dos custos finais das matérias-primas, da produção, dos pro- dutos finais e dos serviços. Maior rede varejista do mundo reduz custos por meio da estratégia logística A maior rede varejista do mundo, localizada nos Es- tados Unidos, denominada aqui como Beta, foi uma das poucas empresas que enten- deram tão bem a importân- cia da logística. O resultado é que, há anos, a rede conta com as suas milhares de lo- jas ligadas online, sendo que a cada vez que um produto da marca passa pelo caixa, fica-se sabendo e, automati- camente, programa a reposi- ção do estoque. Para alcançar esse resultado positivo, a empresa procura cuidar da movimentação de materiais em toda a cadeira produtiva, tornando mais eficiente e mais sincronizada com o mercado, com meno- res custos e mais preparada para competir em todas as frentes. Entre os desafios que a rede enfrenta diariamente é mon- tar equipes capacitadas para gerenciamento de processos na cadeira de suprimentos. As equipes servem para quebrar as barreiras organi- zacionais e envolver todos os participantes das ativi- dades relacionadas com a colocação e distribuição dos produtos no mercado. O sucesso da rede se deve a iniciativa de estender sua atuação para além de suas fronteiras organizacionais, envolvendo participantes externos que são parceiros na cadeia de suprimentos, ou seja, os membros destas equipes avançadas coorde- nam, comunicam e coope- ram de forma intensiva. Fonte: Adaptado de <http:// goo.gl/0JLzJS/>. Acesso em 11 jun.14. Pós-Graduação | Unicesumar 67 o que está ocorrendo atualmente, e ocasionado pela acirrada concor-rência entre empresas que viram na automação dos seus processos comer- ciais, sejam estes produtivos ou relacionados à cadeia logística dos transportes, uma das formas de vencer a concorrência no setor (CHOPRA; MEINDL, 2004). Assim, com o objetivo de apoiar esse Intercâmbio Eletrônico de Documentos entre usuários e empresas, e permitir que diversos computadores possam se en- tender, começaram a surgir as chamadas Redes de Valor Agregado ou as simples- mente “VAN” (Value Added Network), que não são outra coisa senão computado- res que assumem a função de gerenciar a troca de mensagens, realizando a função de caixa de correspondência e os contro- les necessários para garantir a integridade das mensagens. Tais centros de compen- sação podem ser privados ou públicos. No primeiro caso, são desenvolvidos e implan- tados pelos membros de uma comunidade, no presente caso, a comunidade portuária e marítima, visando a prestação dos ser- viços a seus membros. No segundo caso, pertencentes a redes públicas de valor agre- gado, oferecendo estes serviços de forma aberta (CHOPRA; MEINDL, 2004). Em ambos os casos os objetivos princi- pais dessas VANs são dois: • Permitir o intercâmbio de informações entre os diversos interlocutores, uma vez que as mesmas, por possuírem distintas conexões, proporcionam, com a segurança necessária, os métodos de encaminhamento das mensagens entre as distintas redes existentes. Desta forma, o usuário final não necessita dos equipamentos exigidos para proceder e manter as diferentes conexões, o “tal um” que sempre se necessita para conectar dois sistemas. • Realizar as funções de recebimento, armazenamento e encaminhamento das diversas mensagens, independentemente da data ou horário de sua produção, o que dispensa que os usuários e destinatários dessas mensagens estejam conectados e operativos no momento de sua transmissão ou recebimento. Logística e Tecnologia 68 o conceito de Internet como uma “rede de redes”, fez com que as vantagens anteriormente citadas para as Redes de Valor Agregado (VANs) tenham sido em muito ampliadas, pelo fato de ter passado a permitir sua interconexão a um maior número (quase ilimitado) de usuários e capacidades de armazenagem e redirecionamento das mensagens, a um custo e preço muito inferior aos dos outros métodos tradicionais (CHOPRA; MEINDL, 2004). A Internet não vem substituir o EDI, mas sim proporcionar um meio alternativo para o envio de mensagens. Ou seja, este tipo de mensagens não fluirá pela rede da Internet como mensagens de texto semelhantes as das cartas ou notas entre os interlocutores. Estes novos tipos de mensagens e infor- mações não são processados diretamente, redes de valor agregado Pós-Graduação | Unicesumar 69 seguem encapsuladas em estrutura EDI, que é o padrão que permite o envio e a recepção de informações processáveis. Atualmente, o envio das mensagens EDI são todas realizadas por intermédio da rede Internet (CHOPRA; MEINDL, 2004). Ainda que seja incontestavelmente mais seguro o envio de mensagens por e-mail do que por fax, é certo que existem aspectos neste tipo de transmissão que ainda preci- sam ser resolvidos se o objetivo é qualificar de “segura” a mensagem por e-mail. Dentre os muitos aspectos, podem-se citar os seguintes: • O uso da Internet para o envio das mensagens está gerando em curto prazo a criação de redes Extranet, nas quais os fluxos de informação se processam de uma forma bem mais restrita e segura. • Os processos comerciais continuarão a se beneficiar dos avanços tecnológicos surgidos, e a Internet, o EDI, e outros métodos e sistemas serão conceitos importantes sempre que estes permitam melhorar os níveis de produtividade e competitividade das empresas. Não se desprezar as oportunidades de ne- gócios que surgem nas organizações dentro de seu setor de atividade, mesmo que as soluções tecnológicas e de procedimen- to propostos tenham que se adaptar, tanto com relação à tecnologia aplicada, como em relação aos procedimentos já existentes em outras organizações semelhantes (CHOPRA; MEINDL, 2004). No caso da logística dos transportes, e mais especificamente nas atividades portu- árias, o importante avanço introduzido pelo EDI na agilização da transmissão das infor- mações e documentação, a possibilidade do acompanhamento da carga e a sua res-pectiva passagem pelo porto, seu uso no processo de notificação de manifestos de carga e descarga, tudo isto praticamente em tempo real, indicam que é necessário conti- nuar com a sua aplicação também a outros procedimentos (CHOPRA; MEINDL, 2004). Os benefícios serão muitos e abran- gentes, da simplificação e melhoria na transferência dos dados à segurança e à redução de custos dos mesmos, facilitando também a relação dos distintos operadores comerciais tendo em vista a padronização dos procedimentos em nível de todos os portos comerciais e autoridades envolvi- das com a atividade e o controle da mesma (CHOPRA; MEINDL, 2004). Estas mudanças tecnológicas constan- tes fizeram que a maioria dos países que adotaram essas novas tecnologias em seus sistemas de comércio, transporte, e nos portos especificamente, deixassem o seu desenvolvimento e exploração a cargo da iniciativa privada, uma vez que a mesma tem uma maior flexibilidade e poder de adapta- ção e de investimento para incorporar novas tecnologias surgidas e com o seu próprio uso e exploração, ressarcir-se dos investimentos feitos e ainda lucrar com os novos processos. As empresas especializadas que ofere- cem tais serviços têm sido fundamentais na Logística e Tecnologia 70 simplificação da tarefa de proporcionar e dar a oportunidade para que qualquer usuário possa realizar o envio de suas mensagens padronizadas e estruturadas em linguagem EDI, por meio da versatilidade da Internet. Assim, o E-business impacta não só a empresa que se está trabalhando ou es- tudando, mas toda a cadeia em que essa organização está inserida. Os impactos do e-business na receita podem assim ser re- sumidos (CHOPRA; MEINDL, 2004): • oferecer vendas diretas aos clientes: permite que fabricantes e outros membros da cadeia de suprimento, que não tenham contato com os clientes pelos canais tradicionais, aumentem sua receita, desviando- se de intermediários e vendendo diretamente aos clientes; • possibilitar acesso 24 horas de qualquer localidade: o e-business pode atrair clientes impossibilitados de fazer comprar durante o horário comercial porque está sempre aberto para receber pedidos. O cliente pode fazer seu pedido até mesmo quando a loja está fechada; • agregar informações de diversa fontes: permite que a empresa aumente suas vendas oferecendo informações a respeito de uma grande quantidade de produtos; • proporcionar personalização e customização de informações: a internet oferece ao e-business a capacidade de utilizar informações pessoais para conduzir cada experiência de compra do cliente de maneira inteligente e aumentar as vendas. Alguns e-businesses utilizam informações sobre aniversários e outros dados fornecidos pelos clientes para enviar lembretes e indicações de compras. As empresas que se concentram na customização em massa podem utilizar a Internet para ajudar os clientes a selecionarem produtos adaptados as suas necessidades; • oferecer mais agilidade ao mercado: uma empresa com e-business pode aumentar suas receitas lançando novos produtos com muito mais rapidez que uma empresa que utiliza canais tradicionais; • implementar flexibilidade de preços: o e-business pode facilmente alterar seus preços ao longo do tempo, mudando uma informação no banco de dados conectado ao site. Essa capacidade Pós-Graduação | Unicesumar 71 permite que um e-business maximize suas receitas estabelecendo preços de acordo com estoques e demandas correntes; • permitir diferenciação de preços e serviços: o e-business pode fazer diferenciação de preços e alterá-los de acordo com o poder de compra de clientes individuais para que possa aumentar suas receitas. A capacidade de fazer com que segmentos diferentes de clientes paguem preços avaliados de acordo com os serviços oferecidos permite que a empresa aumente suas receitas comparando-se com uma situação em que a empresa estabelece um preço fixo a todos os clientes; • e, facilitar a transferência eficaz de recursos: que é o fato de poder agilizar uma atividade que de forma tradicional seria muito mais demorada e mais cara. A tecnologia de informação trouxe mudan- ças drásticas também para as organizações, fazendo surgir uma nova era. Antes, as em- presas priorizavam áreas como finanças e produção. Atualmente, o foco é o relacio- namento com todos os elos ou estágios da cadeia. COMPRAS COMO VANTAGEM COMPETITI- VA NAS ORGANIZAÇÕES A atividade de compras/suprimentos é vis- ta pela organização bem sucedida de hoje, como uma atividade estratégica considerá- vel, porém a grande maioria das empresas não visualiza desta maneira. Uma visão simplista da atividade de compras é o mero ato de comprar, ou seja, consiste em encontrar um fornecedor que esteja dis- posto a trocar os bens ou serviços exigidos por determinada soma em dinheiro. Esta percepção de compras tornou-se conhecida como a visão “transacional” e está baseada na ideia de que o ato de comprar diz respeito a simples trocas, com comprador e vendedor, interagindo entre si a curta distância. Esta visão transacional não está obsoleta, é ainda uma forma apropriada de examinar o processo de aquisição de itens de baixo custo que podem ser adquiridos de muitos forne- cedores concorrentes, porém já não pode ser considerada como base para a maioria das compras organizacionais. Para saber mais sobre o assunto, acesse: <http://goo.gl/FPNJOE>. Acesso em 11 jun. 2014. Logística e Tecnologia 72 essa mudança de foco das empresas exigiu dos profissionais outras com-petências que permitem fazer análises intuitivas do futuro, tentando entender as mudanças e imaginando o futuro especial- mente em relação à cadeia, para ter condições de lidar com ela de uma forma mais efetiva (BERTAGLIA, 2003). A tecnologia se transforma intensi- vamente e as mudanças são ainda mais significativas e ocorrem em períodos cada vez menores. Isto faz com que a necessi- dade de buscar conhecimentos e adquirir competência seja cada vez maior. O efeito da globalização, por exemplo, obriga os pro- fissionais a falarem com fluência mais de um idioma. Além disso, fazer o uso sistemático do conhecimento de modo que este possa ser aplicado na solução dos problemas ajuda na obtenção de resultados estrategicamen- te buscados pela cadeia. Conhecimento que consiste em não repetir os erros e tomar decisões com base no conhecimento do mercado, dos processos e da unidade de negócio (BERTAGLIA, 2003). Pós-Graduação | Unicesumar 73 O presente livro evidencia a necessidade de gerenciar o processo de abastecimento de uma empresa com visão holística, e não apenas dentro dos limites de cada empresa, porque ao longo da cadeia de abastecimento, é fundamental gerenciar adequadamente os processos dos negócios que ocorrem entre as empresas integrantes da cadeia. Nesse sentido, a Tecnologia auxilia a empresa a al- cançar seus objetivos propostos. Dois pontos são importantes na hora de pensar a Tecnologia como um elemen- to importante da Logística: primeiro, para dificultar a cadeia de suprimentos de seus concorrentes, não é necessário atacá-los di- retamente. Minimize seus riscos e maximize os dos concorrentes, e o resultado será até melhor do que um ataque direto (que poderá causar uma reação mais enérgica contra sua empresa), e segundo, mesmo que sua empresa seja pequena e não tenha volume para grandes acordos com fornecedores e transportadoras, desenvolvauma estratégia regional e busque fornecedores alternativos com melhores condições. Sempre há uma forma de evoluir sua cadeia de suprimen- to, independente das características de sua empresa. Outro ponto fundamental que fica evi- dente no texto é a empresa como um todo, que para receber com antecedência sobre a data de entrega de cada produto, facilita as entregas que deverão ser pré-agendadas e monitoradas mediante um meio de comu- nicação eficaz, preferencialmente eletrônico, podendo ser via troca eletrônica de dados ou outro tipo de tecnologia como a web. Em nenhum momento deve-se esquecer de que as tecnologias da informação logís- tica, nesse contexto, desempenham papel primordial, pois permitem codificar, com se- gurança, cada vez maior volume de dados, e a consequente redução dos custos de trata- mento de dados, e eliminar as barreiras das distâncias geográficas. Os Prestadores de Serviços Logísticos, por meio de Tecnologia Compartilhada, lideram a adoção de tecnologias em cadeia e su- primentos, contribuindo para a adoção de práticas colaborativas, ou seja, a visão sobre o papel do Integrador da cadeia de supri- mentos como uma das práticas e iniciativas de maior impacto nos negócios na atuali- dade. A parceria subentende também certa interpenetração das organizações, necessá- ria ao bom funcionamento das redes e uma interdependência dos processos físicos e informacionais, tornada possível pelas tec- nologias de informação e de comunicação, atualmente disponíveis. Não descuidando de estar apoiado em um sistema de dados robusto, com processamento ágil e seguro, capaz de trabalhar com todas as possibilida- des de integração necessárias. considerações finais Logística e Tecnologia 74 atividade de autoestudo 1. Descreva sobre a logística, sustentando a estratégia de negócios da empresa. 2. Faça uma redação sobre a logística aumentando a cadeia de valores da organização. Profissão – Logística: <https://www.youtube.com/watch?v=JDHhivI_C7A&feature=related>. Para os que se interessarem em maiores conhecimentos sobre o tema, sugiro as seguintes leituras: Acompanhe o blog: <http://blog.log1consulting.com/>. Acompanhe o site: <http://logisticatotal.com.br/>. Acompanhe o site: <www.aslog.org.br>. Acompanhe o site: <http://www.logisticadescomplicada.com/>. Web Pós-Graduação | Unicesumar 75 Capítulo 1 e 3 do livro Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos, de 2011, de Sunil Chopra Peter Meindl, editora Prentice Hall. Sinopse: A leitura destes capítulos sugeridos é importante porque demonstra uma sólida forma de se fazer a compreensão dos mecanismos analíticos necessários para a solução das questões empresa- riais relacionados à cadeia de suprimentos. Estes capítulos são imprescindíveis, pois tratam do papel estratégico da cadeia de suprimentos. Os capítulos também trazem diversas ferramentas técnicas que podem ser usadas em análises de problemas e busca de soluções nas empresas. Capítulo 5 – Cadeia de Suprimentos da Saúde e Tecnologia de Informação – de Bradley Jay Dodge, no livro Gestão de Estoques na Cadeia de Logística Integrada (3ª ed) de Hong Yuh Ching, da editora Atlas. Sinopse: O capítulo sugerido para leitura é importante porque insere o aluno no planejamento e na gestão das ações relacionadas à identificação de fornecedores estratégicos como também de todas as atividades logísticas importantes. Esta questão é importante porque trata da coordenação e con- sequente coordenação entre os parceiros dos canais de distribuição. É importante porque apresenta um ferramental de gestão que busca a integração entre os principais processos de negócios que estão presentes na cadeia logística. É fundamental porque é orientado aos principais processos de negócios envolvendo tecnologias disponíveis. Capítulo 12 – Navegando no Comércio Eletrônico – do livro Logística e Gerenciamento da Cadeia de Suprimento de Paulo Roberto Bertaglia, da Editora Saraiva. Sinopse: A questão mais importante na leitura deste capítulo de livro é verificar que a tecnologia e logística podem conviver tranquilamente nas empresas. Por meio de diversas formas de tratar do assunto o livro traz exemplos de diversas empresas brasileiras. O livro trata também das questões re- lacionadas à obtenção de ferramentas que podem sanear os problemas empresariais com o uso da tecnologia disponível na própria empresa. Capítulo 4, 6 e 17 – Metodologia de Planejamento e Projeto – do livro Logística Empresarial: o pro- cesso de integração da cadeia de suprimento, de 2009, de Donald J. Bowersox e David J. Closs, Editora Atlas. Sinopse: Os capítulos do livro sugerido tratam da lógica da gestão do fluxo de bens e serviços em empresas com e sem fins lucrativos. Este assunto é atualmente substancial para o desenvolvimento de uma empresa porque tratam das atividades relacionadas à movimentação, embalagem e opera- cionalização de entregas. Também trata, de bastante interessante, das questões relacionadas ao uso da tecnologia na logística. Gestão de Negócios 76 A Verticalização e Terceirização das Atividades Logísticas foi estudada por Sandra Mobus e Antô- nio Carlos Gastaud Maçada. Com o objetivo da pesquisa de analisar a adoção da verticalização ou da terceirização das atividades logísticas em empresas distribuidoras de produtos químicos, a pesquisa buscou trazer contribuições para a área de Logística, pois explorou e analisou um tema sempre considerado atual e estratégico que é o da verticalização ou terceirização das atividades logísticas, em um mesmo contexto. Já para a prática gerencial, a principal contribuição pretendida foi a de fornecer subsídios para ajudar os executivos de logística na tomada de decisão terceirizar x verticalizar. Com relação à verticalização concluíram que: A logística é considerada como core business da organização: empresa considera que a logística é a forma que ela tem de se diferenciar de seus concorrentes e agregar valor ao produto e por isso deve ser o foco do seu negócio. O alto volume comercializado pela empresa: para se chegar à conclusão se o volume comercial- izado pela empresa justifica a verticalização, a empresa tem de efetuar cálculos comparativos em relação à terceirização, para poder identificar qual o volume que compensa ter uma estrutura própria. A necessidade de estar próximo do cliente: um dos principais motivadores da adoção da vertical- ização logística, principalmente na atividade de distribuição, é a proximidade com o cliente final. A necessidade de controle sobre toda a operação: empresa considera que o controle sobre a oper- ação como um todo é a garantia que ela vai ter de ter acesso a todas as ocorrências que possam acontecer durante o processo. A necessidade de altos níveis de serviços logísti- cos: empresa acredita que seus indicadores de desempenho logístico são mais satisfatórios quando a logística é feita internamente, consid- erando que exista uma menor ocorrência de não conformidades. A empresa possui recursos: dispor de recursos financeiros é pressuposto básico para que a em- presa possa iniciar uma operação de logística própria, visto que é necessário um alto investi- mento inicial. O produto comercializado é classificado como perigoso: existe uma propensão maior a se operar Pós-Graduação | Unicesumar 77 de forma verticalizada quando o produto comer- cializado é classificado como perigoso, visto que os mesmos podem ser corrosivos, inflamáveis, tóxicos, ou apresentar algum outro tipo de risco relacionado ao seu ambiente. No que está relacionado à terceirização, as con- clusões foram que: A competência central é comprar e vender seus produtos: empresa considera que deve concen- trar seus esforços em adquirirmercadorias com o menor custo possível e procurar vender nos clientes com maior rentabilidade. O baixo volume comercializado pela empresa: da mesma forma que o alto volume comercializado pela empresa justifica a verticalização das ativ- idades logísticas, o baixo volume justifica a ter- ceirização, visto que baixos volumes podem não “pagar” os custos fixos de uma operação própria. A alta necessidade de capital de giro para investir no negócio quando a empresa não dispõe de recursos financeiros para financiar uma operação própria ou quando precisa alto investimento na compra de seus produtos a terceirização torna-se uma alternativa viável para a operação logística. Não há necessidade de altos níveis de serviço logísticos. A empresa considera que os serviços logísticos prestados não são tão valorizados por seus clientes e por isso a empresa não precisa se preocupar em buscar a excelência em suas atividades logísticas, ou consideram que podem monitorar, cobrar ou até colocar em contrato suas exigências em relação ao atingimento do nível de serviço desejado. A necessidade de rápida expansão de mercados: a terceirização das atividades logísticas facilita e agiliza a entrada em novos mercados, visto que para iniciar a operação em qualquer ponto basta procurar os prestadores de serviços logísticos adequados e iniciar a operação. O produto comercializado é classificado como não perigoso ou com periculosidade moderada: quando o produto que a empresa distribui não é classificado como químico perigoso, ou seja, não requer muitos cuidados especiais de arma- zenagem, manuseio e transporte, aumentam o número de prestadores de serviços logísticos aptos a absorverem a operação logística. Disponível na íntegra em: <http://goo.gl/M40c- co>. Acesso em 11 jun. 2014. Gestão de Negócios 78 relato de caso Nove minutos para percorrer quatro quilômetros, este é o tempo que o empresário João Nuno Mattar, residente em uma grande cidade de Santa Catarina, demora para percorrer o trecho entre a sua casa e o seu local de trabalho. Apesar da agilidade para chegar de um ponto ao outro, o congestionamento de grandes cidades fazem parte das preocupações diárias de João. Isso, porque ele é proprietário da TecOpen, em- presa que presta o serviço de monitoramento de veículos que atendem transportadoras e empre- sas com grandes frotas de caminhões. De acordo com o empresário, o objetivo do serviço oferecido é vigiar e informar os clientes sobre as condições do trânsito. Com isso, é possível evitar que os veículos caiam em grandes engarrafamentos, que poderá resultar em atrasos nas entregas por horas. A empresa, que foi fundada em 2001, apresentava como clientes naquela época, transportadoras que pretendiam rastrear caminhões. Com o tem- po, a tecnologia de rastreamento se popularizou e muitos concorrentes passaram a oferecer o mes- mo tipo de serviço. Por isso, a TecOpen precisou inovar e buscar novas fontes de receita. Fonte: Os nomes são fictícios, mas o caso é real. Adaptado de: <http://goo.gl/KfeuUu>. Acesso em 11 jun. 2014. Pós-Graduação | Unicesumar 79 O presente livro trata de Logística e Tecnologia e para o melhor aproveitamento do aluno, foi dividido em três unidades e essas unida- des divididas em seções. Na primeira unidade, chamada de Logística, foi explicada a definição de logís- tica, a Integração das operações logísticas, os projetos de cadeias de suprimento e o nível de serviço logístico. Na Unidade II, apresentamos as Tecnologias de Auxílio à Tomada de Decisão, Supply Chain Management (SCM), Efficient Consumer Response (ECR), Enterprise Resource Planning (ERP), Material Requeriment Planning (MRP) e Master Production Scheduling (MPS). Na Unidade III, estudamos a tecnologia para o suprimento da empresa e apresentamos os conceitos de Eletronic Data Interchange e E-business e sua implicação na logística, e reconhecemos o EDI e o E-business como fer- ramentas de busca de eficiência e eficácia no processo logístico e observamos o impacto da internet em ferramentas gerenciais. Mediante as unidades estudadas, possi- bilitamos a você, aluno (a), formar uma base conceitual sólida que pode auxiliá-lo (a) na tomada de decisão em uma empresa e devem auxiliar o (a) estudante a gerenciar de modo mais eficaz não só a movimentação de ma- teriais interna, mas também a distribuição desses materiais, além de ter um conheci- mento prévio dos custos envolvidos na armazenagem e movimentação de materiais. Ainda sobre a unidade III, o livro eviden- cia a necessidade de gerenciar o processo de abastecimento de uma empresa com visão holística, e não apenas dentro dos limites de cada empresa, porque ao longo da cadeia de abastecimento, é fundamental gerenciar ade- quadamente os processos dos negócios que ocorrem entre as empresas integrantes da cadeia. Nesse sentido, a tecnologia auxilia a empresa a alcançar seus objetivos propostos. Dois pontos são importantes na hora de pensar a Tecnologia como um elemento im- portante da logística: primeiro, para dificultar a cadeia de suprimentos de seus concorren- tes, não é necessário atacá-los diretamente. Minimize seus riscos e maximize os dos con- correntes e o resultado será até melhor do que um ataque direto (que poderá causar uma reação mais enérgica contra sua empresa), e segundo, mesmo que sua empresa seja pequena e não tenha volume para grandes acordos com fornecedores e transportado- ras, desenvolva uma estratégia regional e busque fornecedores alternativos com me- lhores condições. Sempre há uma forma de evoluir sua cadeia de suprimento, indepen- dente das características de sua empresa. Ao final do estudo, esperamos que você, aluno (a), consiga melhorar a empresa em que trabalha e consequentemente ter uma ascensão profissional. Aproveite o material e, em caso de dúvidas, entre em contato conosco. conclusão Logística e Tecnologia 80 ARNOLD, J. R. Tony. Administração de materiais: uma introdução. São Paulo: Atlas, 1999. BALLOU, Ronald. Logística empresarial. São Paulo: Atlas, 1993. BERTAGLIA, P. R. Logística e gerenciamento da cadeia de abastecimento. São Paulo: Saraiva, 2003. 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