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UNIDADE 2 DIREITO PÚBLICO pag. 39 O Direito Constitucional, como o próprio nome diz, é aquele que “engloba as normas jurídicas constitucionais, isto é, aquelas pertencentes à Constituição, em toda a sua amplitude [...]” (NUNES, 2003, p. 125). Nenhuma lei poderá ser contrária à Constituição, sob pena de ser considerada inconstitucional e retirada do ordenamento jurídico. Em razão da supremacia da Constituição, é comum a utilização da expressão “Carta Magna” para nos referirmos à Constituição. CONSTITUIÇÃO = LEI FUNDAMENTAL E SUPREMA DE UM ESTADO A CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 Segundo Moraes (2003), extraímos como pode ser classificada a Constituição Federal de 1988: * formal: porque “consubstanciada de forma escrita, por meio de um documento solene estabelecido pelo poder constituinte originário” (MORAES, 2003, p. 37); * escrita: porque é um “conjunto de regras codificado e sistematizado em um único documento [...]”(MORAES, 2003, p. 38); * dogmática: por ser “um produto escrito e sistematizado por um órgão constituinte, a partir de princípios e ideias fundamentais da teoria política e do direito dominante (MORAES, 2003, p. 38); * promulgada (democrática, popular): porque derivou “do trabalho de uma Assembleia Nacional Constituinte composta de representantes do povo, eleitos com a finalidade de sua elaboração [...]”(MORAES, 2003, p. 39); * rígida: porque para sua modificação é necessário “um processo mais solene e mais dificultoso do que o existente para a edição das demais espécies normativas” (MORAES, 2003, p. 39). “A Constituição Federal de 1988 pode ser considerada como super-rígida, uma vez que em regra poderá ser alterada por um processo legislativo diferenciado, mas, excepcionalmente, em alguns pontos é imutável (CF, art. 60 § 4º - cláusulas pétreas)” (MORAES, 2003, p. 39); * analítica: porque “examina todos os assuntos que entende relevantes à formação, destinação e funcionamento do Estado” (MORAES, 2003, p. 40). O Direito Constitucional é o ramo autônomo do Direito que abrange as normas jurídicas contidas na Constituição, ou seja, as normas jurídicas constitucionais. Estas normas jurídicas constitucionais dispõem sobre as bases do ordenamento jurídico nacional e os fundamentos do Estado Democrático. Acerca da definição e classificação do Direito Constitucional, analise as sentenças a seguir: I- Direito Constitucional é o ramo do direito público responsável por estabelecer os princípios e normas de organização e funcionamento do Estado e de sua estrutura política. II- O Direito Constitucional abrange todo o conjunto normativo brasileiro, compreendendo, além das normas jurídicas constitucionais, todas as demais leis e atos normativos que compõem o nosso sistema jurídico. III- O Direito Constitucional brasileiro é regido pelo princípio do Estado de Direito, por meio do qual todo o poder no âmbito do Estado se subordina ao Direito. Assinale a alternativa CORRETA: A. ( ) As sentenças II e III estão corretas. B. ( ) As sentenças I e II estão corretas. C. ( ) As sentenças I e III estão corretas. D. ( ) Somente a sentenças I está correta. As leis são a principal fonte do Direito e dentre elas encontra-se a Constituição, definida como a Lei maior do ordenamento jurídico. A Constituição estabelece a base normativa sobre a qual devem ser erigidas as normas que regulamentam o Estado democrático de Direito. Sobre a Constituição, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas: ( ) A Constituição é a lei fundamental e suprema de um Estado, responsável por sua estruturação política e definição dos direitos fundamentais. ( ) A Constituição deve dispor sobre os poderes públicos e seu funcionamento, assim como sobre os direitos, garantias e deveres dos cidadãos. ( ) A Constituição conterá todo o conjunto normativo do sistema jurídico brasileiro, responsável por regular as relações de Direito Público e Direito Privado. Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA: A. ( ) V - F - V. B. ( ) V - V - F. C. ( ) F - V - V. D. ( ) F - F - F. DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS NA CONSTITUIÇÃO DE 1988 Estamos na pág. 44 DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS E COLETIVOS Art. 5º.: Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantidos e aos brasileiros e estrangeiros residentes no Brasil a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade. Princípio da igualdade: todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza - ou seja, todos os cidadãos têm o direito de tratamento idêntico pela lei. O direito à vida é o principal direito, “já que se constitui em prerrequisito à existência e exercício de todos os demais direitos.” O direito à vida, compreende, além da própria existência, o direito a uma subsistência digna. A liberdade também é tutelada pela Constituição Federal, sendo que é o próprio texto constitucional que prevê as garantias a esta liberdade, ou seja, os meios de que disporá a vítima para ver seu direito respeitado. Assim, poderá impetrar: Habeas Corpus ? Habeas Data? Mandado de Segurança? ver página 45 Mandado de segurança Exemplo: a exigência de prévio pagamento de multas para o licenciamento de veículos, sem que tenha sido oportunizada a defesa ou também o corte de energia elétrica sem a prévia notificação, dentre outros. O mandado de segurança pode ser impetrado (ajuizado) por pessoa física ou jurídica, que é chamado “impetrante”. Pode ser individual (quando uma só pessoa impetra) ou coletivo, quando é impetrado em nome de uma coletividade (ex.: sindicato representando os sindicalizados). Finalidade do mandado de segurança: O Mandado de segurança é conferido aos indivíduos para que eles se defendam de atos ilegais ou praticados com abuso de poder, constituindo-se verdadeiro instrumento de liberdade cívil e liberdade política. O mandado de segurança pode ser impetrado de duas formas: preventiva e repressiva. Vejamos: * Preventiva: para tentar evitar a ofensa ao direito líquido e certo; * Repressiva: quando há ofensa ao direito líquido e certo, devendo o impetrante “demonstrar justo receio de sofrer uma violação de direito líquido e certo por parte da autoridade impetrada (MORAES, 2003, p. 163). O direito líquido e certo é aquele que pode ser comprovado já no ajuizamento do mandado de segurança por documentos, sem a possibilidade de produção de provas. Estamos na pág. 46 O mandado de injunção [...] visa suprir uma omissão do Poder Público, no intuito de viabilizar o exercício de um direito, uma liberdade ou uma prerrogativa prevista na Constituição Federal. O mandado de injunção também poderá ser impetrado por pessoas físicas ou jurídicas, mas sempre será impetrado contra o Estado. Ação Popular: Esta ação constitucional é prevista no art. 5º., LXXIII. Pode ser definida como: somente a pessoa física, desde que no gozo de seus direitos políticos, é que poderá propor esta ação. Quanto à natureza do “ato ou a omissão do Poder Público a ser impugnado, que dever ser obrigatoriamente lesivo ao patrimôniopúblico, seja por ilegalidade, seja por imoralidade. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE: Por este princípio, previsto no inciso II do art. 5º da Constituição Federal, “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei. LIBERDADE DE CONSCIÊNCIA E DE CRENÇA: (VI), impedindo expressamente, que alguém seja privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, a não ser se alegar esta situação para tentar descumprir uma obrigação legal (por exemplo alguém que diga que não paga impostos porque sua religião não permite), ou se recusar a cumprir prestação alternativa fixada em lei. INDENIZAÇÃO POR DANO MATERIAL, MORAL OU À IMAGEM. O dano material é aquele que se traduz em perda material, enquanto o direito moral é aquele que atinge o indivíduo de forma pessoal, quando, por exemplo, a situação expõe a vítima a um constrangimento ou sofrimento desnecessário. A LIBERDADE DO PENSAMENTO: garantidaa inexistência de censura prévia. INVIOLABILIDADE DO DOMICÍLIO: previsto no art. 5º, XI da CF. Domicílio é “todo local, delimitado e separado, que alguém ocupa com exclusividade, a qualquer título, inclusive profissionalmente, pois nessa relação entre pessoa e espaço, preserva-se, mediatamente, a vida privada do sujeito. O SIGILO DA CORRESPONDÊNCIA, DE DADOS E DAS COMUNICAÇÕES: Ainda nesta categoria, podemos incluir a garantia do sigilo bancário e fiscal. Porém, estas garantias também sofrem exceções quando o interesse público for o motivo determinante para sua quebra, como ocorre, por exemplo, na instrução criminal. O DIREITO ADQUIRIDO, O ATO JURÍDICO PERFEITO E A COISA JULGADA: são protegidos pela Constituição Federal, que garante que a lei não os prejudicará (art. 5º. XXXVI). O PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL: Este princípio garante, assim, tanto nos processos judiciais quanto nos administrativos, que serão respeitadas todas as fases do processo e garantida a defesa em toda a sua amplitude (meios e provas). O PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DA INOCÊNCIA: (art. 5º, LVII), estabelece que ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória.” Ou seja, por este princípio, presume-se que todo mundo é inocente, sendo função do Estado provar a culpa do sujeito. DIREITOS SOCIAIS Estes direitos são previstos no art. 7º da Constituição Federal e têm por objetivo principal a proteção dos direitos do trabalhador. Os principais direitos fundamentais do trabalhador: - proteção da relação de emprego contra a despedida arbitrária ou sem justa causa; - seguro-desemprego em caso de desemprego involuntário; - Fundo de Garantia por Tempo de Serviço; - salário-mínimo; - piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho; - irredutibilidade do salário, salvo previsto em convenção ou acordo coletivo de - trabalho; - décimo terceiro salário; - férias; - licença à gestante e licença paternidade; - aviso prévio; - aposentadoria; - seguro contra acidentes de trabalho, entre outros. DIREITOS DA NACIONALIDADE o conceito de nacionalidade está ligado aos conceitos de povo, população e nação. A nacionalidade pode ser adquirida com o nascimento (ex.: brasileiro nato), chamada “originária” ou posteriormente, através de um pedido de naturalização (ex.: o estrangeiro que pede naturalização e se torna brasileiro naturalizado), que se chama nacionalidade “adquirida”. Estamos na pág. 53 Quanto aos critérios utilizados para o reconhecimento da nacionalidade originária, segundo Moraes (2003, p. 215) são basicamente dois: * a origem sanguínea – todo descendente de nacionais será nacional, independente de onde nasceu. * a origem territorial – quem nasce em determinado território terá a respectiva nacionalidade, independente de sua ascendência. O critério adotado pela nossa Carta Magna - Art. 12: São brasileiros: I - natos: a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país; (exceção à origem territorial - Nota da autora) b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil; c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira; II – naturalizados: a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral; b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira. § 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver IMPORTANTE A Constituição proíbe que a lei faça diferenciação entre brasileiros natos e naturalizados a não ser em casos previstos na própria Carta Magna. Assim, apesar de se tornar brasileiro pela naturalização, o estrangeiro naturalizado não adquire os mesmos direitos que os brasileiros natos. Por exemplo, existem cargos públicos privativos de brasileiros natos, tais como o de Presidente da República e Ministro do Supremo Tribunal Federal. Os cargos que só poderão ser ocupados por brasileiros natos: § 3º - São privativos de brasileiro nato os cargos: I - de Presidente e Vice-Presidente da República; II - de Presidente da Câmara dos Deputados; III - de Presidente do Senado Federal; IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal; V - da carreira diplomática; VI - de oficial das Forças Armadas; VII - de Ministro de Estado da Defesa. O brasileiro perderá sua nacionalidade, quando: I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional; II - adquirir outra nacionalidade, salvo no casos: a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira; b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis. DIREITOS POLÍTICOS - direito ao sufrágio > direito de votar e ser votado; - direito de votar em eleições, plebiscitos e referendos; - elegibilidade possibilidade de concorrer a cargos políticos. Para ser elegível, é necessário que o candidato cumpra as seguintes condições, as previstas no art. 14, §3º da CF: a nacionalidade brasileira, o alistamento eleitoral, o domicílio eleitoral na circunscrição; a filiação partidária; a idade mínima para cada cargo. Os analfabetos e os inalistáveis (art. 14 §4º); - iniciativa Popular de lei; - ação Popular; - organização e participação de partidos políticos. Estamos na pág. 55 DIREITOS RELACIONADOS À ORGANIZAÇÃO, PARTICIPAÇÃO E FUNCIONAMENTO DOS PARTIDOS POLÍTICOS Segundo a Constituição Federal (art. 17), os partidos podem ser livremente criados, fundidos, incorporados e extintos, devendo ser observados: a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa humana . Ainda segundo o mesmo artigo, deverão ser seguidos os seguintes preceitos: I - caráter nacional; II - proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros ou de subordinação a estes; III – prestação de contas à Justiça Eleitoral; IV - funcionamento parlamentar de acordo com a lei. Os partidos políticos são autônomos para definir sua estrutura interna, organização e funcionamento, entre outros direitos previstos na Constituição, tais como participação em fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e televisão, que serão disciplinados por leis específicas. Constituição Federal de 1988, enquanto Lei maior do ordenamento jurídico brasileiro, estabelece o conjunto de direitos e garantias necessários para assegurar a dignidade humana aos brasileiros e estrangeiros residentes no país. Os direitos e as garantias fundamentais individuais e coletivos estão previstos pela Constituição em seu artigo 5º, que contém ao todo setenta e seis incisos. Sobre o exposto, analise as afirmativas a seguir: I- Direitos e garantias fundamentais são conceitos distintos, sendo os direitos faculdades e permissões conferidos pelo Estado aos cidadãos, enquanto as garantias são formas de assegurar tais direitos. II- A liberdade de manifestação do pensamento, a liberdade de consciência e de crença e o direito de propriedade estão previstos no artigo 5º da CF. III- Os direitos e garantias constantes do art. 5º podem ser divididos em 2 espécies. São elas: i) direitos e garantias individuais e coletivos; ii) direitos de nacionalidade. Assinale a alternativa CORRETA: A. ( ) As sentenças I e II estão corretas. B. ( ) As sentenças I e III estão corretas. C. ( ) Somente a afirmativa I está correta.D. ( ) Somente a afirmativa III está correta. Os direitos e normas fundamentais relacionados aos partidos políticos no Brasil são regulados pela Constituição Federal em seu artigo 17. Entre outras disposições, o artigo 17 estabelece os princípios a serem seguidos para a criação, fusão, incorporação e extinção dos partidos políticos, bem como as regras a serem observados nestes processos. Acerca da regulamentação constitucional dos partidos políticos, assinale a alternativa CORRETA: A. ( ) A estrutura interna, organização e funcionamento dos partidos serão regulados pela Justiça Eleitoral. B. ( ) A criação e extinção dos partidos políticos no Brasil é livre, desde que resguardados alguns princípios e cumpridas algumas condições. C. ( ) A liberdade de iniciativa e a liberdade de concorrência são princípios que precisam ser observados na criação dos partidos políticos. D. ( ) Dentre os preceitos a serem seguidos para a criação dos partidos políticos está a proibição de recebimento de recursos financeiros de empresas nacionais. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 estabelece em seu artigo 5º direitos e garantias fundamentais assegurados aos seus cidadãos brasileiros e também aos estrangeiros residentes no Brasil. Estão presentes no artigo 5º da Constituição diversos princípios de direitos que fundamentam o nosso Estado democrático, tais como o direito à vida, à liberdade e a igualdade, entre outros. Sobre esses princípios, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas: ( ) O princípio da igualdade assegura a todos os cidadãos tratamento idêntico perante à lei, sem distinção de qualquer natureza. ( ) O direito à liberdade é o principal direito previsto na constituição, por ser pré-requisito à existência de todos os outros direitos. ( ) O direito à vida garante aos cidadãos, além da existência em si, também o direito à uma vida digna. ( ) Com base no princípio da igualdade, a Constituição garante a todos igualmente o direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade. Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA: A. ( ) F - F - F - V. B. ( ) V - F - V - V. C. ( ) F - F - V - V. D. ( ) V - V - V - F. A Constituição brasileira de 1988, em seu artigo 12, adotou o critério territorial como regra geral de nacionalidade originária. De acordo com esta regra geral, são brasileiros natos os nascidos na República Federativa do Brasil. Em alguns casos, no entanto, será observado o critério sanguíneo, podendo ser brasileiro nato alguém que nasça fora do território nacional, em circunstâncias específicas. Sobre o exposto, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas: ( ) Adquirirão a nacionalidade brasileira originária, sendo portanto brasileiros natos, os nascidos no Brasil que sejam filhos de estrangeiros, ainda que estejam a serviço de seu país. ( ) Alguns cargos políticos são reservados a brasileiros natos, como o de Presidente da República e as carreiras diplomáticas. ( ) O brasileiro nato não perderá sua nacionalidade em nenhuma hipótese. Assinale a alternativa que a presenta a sequência CORRETA: A. ( ) F - F - V. B. ( ) F - V - F. C. ( ) V - V - F. D. ( ) V - F - F. A Constituição da República de 1988 adota em seu art. 5º diversos princípios que garantem os direitos fundamentais. Um destes princípios é o da “liberdade”, que abrange, entre outras, a liberdade de pensamento. Sobre a liberdade de pensamento, assinale a alternativa CORRETA: A. ( ) É a possibilidade de ser eleito. B. ( ) É a garantia de reconhecimento dos direitos sociais. C. ( ) É o mesmo que liberdade de ir e vir. D. ( ) Não existirá censura prévia. Constituição da República Federativa do Brasil, em seu artigo 5º, dispõe sobre direitos e garantias fundamentais destinados aos brasileiros e estrangeiros residentes no país para lhes assegurar uma vida digna e plena. Entre estes direitos e garantias fundamentais instituídos pela nossa Carta Magna, estão as liberdades de consciência, de crença e de pensamento, dispostas respectivamente nos incisos IV, VIII e IX do referido artigo. Sobre o exposto, assinale a alternativa CORRETA: A. ( ) A Liberdade de crença pode ser alegada para justificar o descumprimento de uma obrigação legal, como o pagamento de impostos, por exemplo. B. ( ) A Liberdade de pensamento é absoluta e impede a existência de censura sobre o pensamento e sua manifestação pelos indivíduos. C. ( ) A Liberdade de pensamento impede que alguém tenha seus direitos restringidos em consequência de suas crenças religiosas. D. ( ) A liberdade de consciência impede que alguém seja privado de seus direitos em virtude de suas convicções filosóficas ou políticas. CONCEITO DE DIREITO ADMINISTRATIVO Direito Administrativo “é o conjunto de normas que regem a Administração Pública”, ou seja, traz as regras que “organizam administrativamente o Estado, fixando os modos, os meios e a forma de ação para a consecução de seus objetivos (NUNES, 2003, p. 125). É, pois, no Direito Administrativo que encontraremos as regras que determinam, por exemplo, porque será realizada a desapropriação de um bem de um particular, como deverá ser realizado um contrato com um particular etc. ATOS ADMINISTRATIVOS * unilateral: quando a Administração, “cria, modifica ou extingue direitos em relação aos administrados, aos seus servidores ou a ela própria”. Ou seja, neste tipo de ato a administração age “sozinha”. * bilateral: no ato administrativo bilateral, existem duas partes envolvidas na relação jurídica. “Refere-se aos contratos realizados pela Administração, tendo por fim a satisfação de algum interesse público”. O ato administrativo será ainda vinculado, “quando o modo de praticar o ato já vem descrito na lei (FÜHRER; MILARÉ 2003, p. 128-129) ou discricionário, quando o administrador tem certa liberdade de escolher a oportunidade ou a forma de realizar o ato”. Estamos na pág. 61 Como funcionam as entidades estatais e as autarquias. As entidades estatais são a União, os Estados e os Municípios e as suas autarquias. As autarquias são entes públicos autônomos, com personalidade jurídica e patrimônio próprios, detentoras de uma parcela do poder estatal, destacadas da administração indireta, com a finalidade de descentralizar os serviços públicos. Exemplos de autarquias: INSS, Caixas Econômicas etc.”(FÜHRER; MILARÉ, 2003, p. 131). ENTIDADES PARAESTATAIS: “empresas públicas (pessoas jurídicas de direito privado com capital inteiramente público (ex.: BNDES, Embratel etc.), sociedades de economia mista (pessoas jurídicas de direito privado, formadas com capital público e particular, com predominância de direção estatal, exemplo: Petrobrás), fundações públicas, constituem uma universalidade de bens, com personalidade jurídica própria, destacada do patrimônio da entidade estatal instituidora, com finalidades predeterminadas [...] Ex.: FUNAI. PRINCÍPIOS QUE REGEM A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Art. 37: A Administração Pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. Estamos na pág. 67 DIREITO PROCESSUAL O Direito Processual é o ramo do Direito Público que regulamenta a forma que as ações judiciais se desenvolverão no Judiciário. Traz as regras que chamamos de “direito formal”, enquanto o Direito Civil, por exemplo, traz as regras de “direito material”. Para entendermos este sistema, podemos visualizar o direito material como sendo “o jogo”, enquanto o direito processual traz “as regras do jogo”. Assim, tomemos como exemplo o direito de propriedade. Enquanto o direito civil estabelece como se origina e se extingue este direito, o direito processual civil determinará como se deve proceder para retomá-lo. O Direito Processual é dividido em três grandes ramos: Direito Processual Civil, Direito Processual Penal e Direito Processualdo Trabalho, correspondentes a cada uma das áreas do direito material. A Administração Pública tem sua atuação orientada pelos princípios previstos no artigo 37 da Constituição Federal brasileira de 1988. De acordo com este artigo, são cinco os princípios que regem a Administração Pública: legalidade, impessoalidade e moralidade, publicidade e eficiência. Sobre esses princípios, assinale a alternativa CORRETA: A. ( ) O princípio da moralidade determina que a Administração Pública não poderá agir em desconformidade com a lei. B. ( ) De acordo com o princípio da publicidade, os atos administrativos devem ser praticados com transparência, a fim de se permitir seu conhecimento por todos. C. ( ) O princípio da legalidade determina a igualdade de tratamento entre os particulares, evitando assim o favorecimento de alguns em detrimento de outros. D. ( ) O princípio da impessoalidade dispõe que a prática dos atos administrativos deve se basear na probidade, com a finalidade maior de assegurar o bem comum. O Direito Administrativo compreende o conjunto de normas que regem a Administração Pública. Neste sentido, são regulados pelo Direito Administrativo os modos, meios e formas a serem usados pela Administração Pública para atingir seus objetivos. Sobre este ramo específico do Direito, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas: ( ) A Administração Pública possui discricionariedade para desobrigar os particulares de cumprirem a normas de Direito Administrativo. ( ) O Direito Administrativo fixa as regras que organizam administrativamente o Estado. ( ) Entre os poderes regulamentados pelo Direito Administrativo está o poder de polícia, que confere à Administração Pública a faculdade de coibir quaisquer atos individuais. Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA: A. ( ) V - F - F. B. ( ) F - V - V. C. ( ) F - V - F. D. ( ) V - V - F. DIREITO PENAL - CONCEITO E FUNÇÃO O Direito Penal “corresponde ao conjunto de normas jurídicas que regulam os crimes e as contravenções penais” (condutas ilícitas penais de menor potencial ofensivo), com as correspondentes penas aplicáveis (NUNES, 2003, p. 127). Sua função é a “proteção de bens jurídico-penais – bens do Direito – essenciais ao indivíduo e à comunidade” (PRADO, 2005, p. 23). Estes bens são a vida, o patrimônio, os costumes, a paz social etc. Uma vez atingidos estes bens jurídicos, o infrator ficará sujeito às sanções previstas na própria legislação penal (penas ou medidas de segurança). CRIME E CONTRAVENÇÃO CRIME é “fato típico e antijurídico” (ou seja, contrário à lei. O fato antijurídico pode ser considerado como o “fato que, além de típico, não tem a seu favor nenhuma justificativa como a legítima defesa ou o estado de necessidade). CONTRAVENÇÃO, há uma conduta menos grave e que causa menos prejuízo, sendo que, por isso, se cominam penas mais brandas. Exemplos de contravenção são: o jogo do bicho, uso indevido de uniforme, entre outras. Estamos na pág. 72 DOLO E CULPA São dolosos os crimes intencionais. Diz-se o crime doloso, quando o agente quis o resultado (dolo direto) ou assumiu o risco de produzi-lo (dolo eventual)” (FÜHRER; MILARÉ, 2005, p. 144). Então: DOLO = INTENÇÃO DE PRODUZIR O RESULTADO OU ASSUMIR O RISCO DE PRODUZI-LO. CAUSAS EXCLUDENTES DA ANTIJURIDICIDADE São causas excludentes de antijuridicidade: estado de necessidade, legítima defesa, estrito cumprimento do dever legal e exercício regular de direito. CULPABILIDADE Havendo a conduta típica e antijurídica, para que tenha lugar a aplicação da pena, há necessidade de haver a culpabilidade. Assim, diante de um fato típico e antijurídico, verificar-se-á a conduta do agente, sendo a culpabilidade, segundo Prado (2005, p. 115), “um juízo de censura ou reprovação pessoal, ou seja, que recai sobre a pessoa do agente, já que podia ter agido conforme a norma e não o fez [...]”. IMPUTABILIDADE PENAL A imputabilidade penal “é a capacidade de culpabilidade, entendida como capacidade de entender e de querer” (PRADO, 2005, p. 115). Em nosso ordenamento penal, entende-se, como regra geral, como imputável penalmente o maior de 18 anos, sendo que os menores ficam sujeitos à legislação específica. Pode se considerar imputável, pois, “o sujeito mentalmente são e desenvolvido, capaz de entender o caráter ilícito do fato e de determinar-se de acordo com este entendimento” (JESUS, 2006, p. 124). PENAS E MEDIDAS DE SEGURANÇA As restritivas de liberdade classificam-se em reclusão e detenção. * Regime fechado (cumprimento na penitenciária) > reclusão. * Regime semiaberto (cumprimento em colônia agrícola ou similar) > reclusão e detenção. Regime aberto (cumprido em casa do albergado) > reclusão e detenção. As restritivas de direitos serão cumpridas através de prestação de serviços à comunidade (tarefas gratuitas junto a hospitais, escolas ou orfanatos), interdição temporária de direitos (com a proibição do exercício de profissão ou atividade ou suspensão da licença para dirigir veículo) e limitação de fim de semana (com a obrigação de permanecer o condenado, aos sábados e domingos, por 5 horas diárias, em casa de albergado ou outro estabelecimento adequado). Por fim, as penas de multa que variam de 10 a 360 dias-multa (1 dia multa = 1/30 do salário-mínimo (mínimo) a 5 salários-mínimos (máximo), conforme a situação econômica do réu. AÇÕES PENAIS As ações penais são os meios através dos quais o Estado realizará a persecução penal. De uma forma geral, as ações penais são de duas espécies: públicas ou privadas. As ações penais são públicas, ou seja, quem inicia a ação penal é o Ministério Público, representado pelo Promotor de Justiça, que oferece a denúncia, independentemente da vontade do ofendido. A este tipo de ação damos o nome de ação penal pública incondicionada. Há casos, porém, em que a ação penal é pública, mas depende de iniciativa do ofendido para que possa ser iniciada. A esta iniciativa, dá-se o nome de “representação”. Já as ações privadas são aquelas em que o início da ação penal somente ocorre mediante a iniciativa do ofendido, que ocorre através da “queixa-crime”. São exemplos de crimes que somente terão a ação penal iniciada mediante queixa crime: a calúnia, a injúria e a difamação. CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO: ver tabela nas páginas: 77 - 79 DIREITO TRIBUTÁRIO O Direito Tributário estuda todas as normas que dizem respeito à arrecadação de tributos. Existem várias formas de tributo, especialmente: impostos, contribuições de melhoria e taxas. É a ocorrência do fato gerador que determinará a incidência do tributo. Assim, por exemplo, auferindo renda, o contribuinte pagará imposto de renda, adquirindo um carro, terá que pagar o IPVA e assim por diante. O Direito Tributário estudará, pois, tudo que se refere aos tributos, desde sua origem, fato gerador, o responsável pelo seu pagamento, qual a alíquota correspondente, a base de incidência e como se faz o recolhimento. Este ramo do Direito também especifica quem ficará isento do pagamento, o que é elisão fiscal etc. Direito Penal é o remo do direito que regulamenta os crimes e contravenções penais, assim como as correspondentes sanções aplicáveis com o objetivo de assegurar bens jurídicos como a vida, o patrimônio, a paz social, entre outros. Acerca do Direito Penal como um ramo autônomo do Direito, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas: ( ) O Direito Penal, define os crimes e as condutas ilícitas de menor potencial ofensivo (denominadas contravenções penais) passíveis de punição no ordenamento jurídico brasileiro. ( ) Uma vez cometidos os crimes regulamentados pelo Direito Penal, cabe ao juiz criar, em cada caso concreto, as penas aplicáveis, de acordo com suas convicções. ( ) O Direito Penal tem como função a proteção de bens jurídicos como a vida e da paz social, entre outros. Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA: A. ( ) F - V - V. B. ( ) F - F - V. C. ( ) V - F - V. D. ( ) F - V - F. Crime e contravenção são doisconceitos distintos estabelecidos pelo Direito Penal de acordo com a gravidade do ato praticado. Os crimes e contravenções penais, assim como as penas correspondentes, são definidos pelo conjunto de normas que constitui o Direito Penal enquanto ramo autônomo do Direito. Sobre os crimes e contravenções, assinale a alternativa CORRETA: A. ( ) O crime é uma conduta mais grave do que a contravenção penal e que causa maior prejuízo, cabendo portanto penas mais rígidas. B. ( ) O estupro, o homicídio e o furto são exemplos de contravenções previstas no código penal. C. ( ) A configuração de crime depende apenas da ação ou omissão humana, cuja definição como crime e a respectiva punição serão estabelecida pelo tribunal no caso concreto específico. D. ( ) O jogo do bicho e o uso indevido de uniforme são exemplos de crimes. Os atos considerados crimes e contravenções penais são definidos pelo Código Penal e pelas demais leis que integram o Direito Penal no Brasil. A distinção entre conduta dolosa e culposa é necessária na caracterização dos crimes no Direito Penal brasileiro e pode ser definida de acordo com a intencionalidade da conduta. Sobre o exposto, analise as afirmativas a seguir: I- A culpa é caracterizada pela intenção ou pela assunção do risco de produzir o resultado definido como crime pela legislação penal. II- O dolo se caracteriza pela ausência de intenção de praticar o crime. III- A negligência, a imprudência e a imperícia são modalidades da conduta culposa. Assinale a alternativa CORRETA: A. ( ) As afirmativas I e III estão corretas. B. ( ) Somente a afirmativa II está correta. C. ( ) As afirmativas I e II estão corretas. D. ( ) Somente a afirmativa III está correta. TÓPICO 4 - DIREITO ELEITORAL E DIREITO MILITAR pag. 82 DIREITO ELEITORAL Compõe-se do conjunto das normas jurídicas que disciplinam a escolha dos membros do Poder Executivo e do Poder Legislativo. Essas normas estabelecem os critérios e condições para o eleitor votar, para alguém se candidatar, bem como as datas das eleições, as formas das apurações, o número de candidatos a serem eleitos, fixando as bases para a criação e funcionamento dos partidos políticos etc. DIREITO MILITAR Para Martins, (2008 p. 42) , “o direito militar pode ser definido como o conjunto harmônico de princípios e normas jurídicas que regulam matéria de natureza militar, podendo ser de caráter constitucional, penal ou administrativo.” É, pois, o direito que regulamenta a atividade dos militares. São instrumentos do Direito Militar, primeiramente a Constituição Federal, que regulamenta a matéria no art. 42. Também dele são instrumentos o Código Penal Militar (Decreto-lei 1001/69) e o Código Processual Penal Militar (Dec-lei 1002/69), conforme Martins (2008). O Direito Tributário, o Direito Eleitoral e o Direito Militar são ramos autônomos pertencentes ao Direito Público brasileiro. Cada um deles, portanto, regulamenta um conjunto específico de relações que envolvem a atividade do Estado. Sobre esses ramos do Direito, assinale a alternativa CORRETA: A. ( ) O Direito Militar pode ser de caráter constitucional, administrativo ou civil. B. ( ) O Código Civil Militar é um dos instrumentos normativos do Direito Militar. C. ( ) O Direito Eleitoral disciplina a escolha dos membros dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. D. ( ) O Direito Tributário é o conjunto das normas que regulamenta todos os aspectos referentes às taxas, visto serem estas uma espécie de tributo. TÓPICO 5 RAMOS ESPECIAIS DO DIREITO: DIREITO DO TRABALHO E DIREITO DO CONSUMIDOR Estramos na página 879876 DIREITO DO TRABALHO Regulamenta as relações trabalhistas, ou seja, “entre empregado e empregador (patrão)” (NUNES, 2003, p. 131). O Direito do Trabalho tem a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) como sua principal norma, mas também a Constituição da República e a legislação esparsa. São objeto do Direito do Trabalho as relações trabalhistas, sejam elas individuais (entre empregado e empregador) ou coletivas, “[...] que contemplam as relações entre grupos ou associações de trabalhadores e de patrões, seus contratos e suas lutas” (FÜHRER; MILARÉ, 2005, p. 160). Dentre os institutos regulados pelo Direito do Trabalho estão: contrato individual do trabalho, jornada de trabalho, descanso semanal remunerado, férias, remuneração, FGTS etc. DIREITO DO CONSUMIDOR As relações entre fornecedor e consumidor são estudadas por este importante ramo do Direito que está concentrado no Código de Defesa do Consumidor (CDC, Lei n. 8.078/90). É este diploma legal que prevê a responsabilidade objetiva (independente de culpa) do fornecedor e as consequências do descumprimento desta responsabilidade. Prevê também os crimes nas relações de consumo e suas penas. Conceito de fornecedor Conceito de fornecedor O Código do Consumidor reconhece, na relação de consumo, o consumidor como a parte mais fraca, mais vulnerável, tanto no aspecto econômico como no técnico. Esta vulnerabilidade é expressamente reconhecida pela lei art. 4º, I do CDC. Ao tratar da hipossuficiência do consumidor, Silva (2005 p. 35) ensina: A partir desse reconhecimento de vulnerabilidade, o Código disponibiliza vários outros instrumentos que possibilitam a busca da igualdade, dentre os quais cita-se: a) possibilidade de inversão do ônus da prova em benefício do consumidor quando verossímil a alegação ou diante de sua hipossuficiência percebida segundo as regras de experiências(art. 6°, VIII); b) a interpretação de cláusulas contratuais de maneira mais favorável ao consumidor em todo e qualquer contrato de consumo (art. 47); c) manutenção de assistência jurídica integral e gratuita ao consumidor carente e instituição de Promotorias, Varas e Delegacias especializadas em matéria de consumo (art.5º, I, II, III e IV); d) concessão de estímulos à criação e desenvolvimento das Associações de Defesa do Consumidor (art. 5º, V); e) proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos comerciais coercitivos ou desleais, bem como contra práticas abusivas ou impostas no fornecimento de produtos e serviços (art. 6°, IV). DIREITOS E DEVERES DO CONSUMIDOR Direitos do consumidor: ART. 6º – São direitos básicos do consumidor: I – a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por práticas no fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos; II – a educação e divulgação sobre o consumo adequado dos produtos e serviços, asseguradas a liberdade de escolha e a igualdade nas contratações; III – a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade e preço, bem como sobre os riscos que apresentem; IV – a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos comerciais coercitivos ou desleais, bem como contra práticas e cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de produtos e serviços; V– a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos supervenientes que as tornem excessivamente onerosas; VI – a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e Morais, individuais, coletivos e difusos; VII – o acesso aos órgãos judiciários e administrativos, com vistas à prevenção ou reparação de danos patrimoniais e MORAIS, individuais, coletivos ou difusos, assegurada a proteção jurídica, administrativa e técnica aos necessitados; VIII – a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências; IX – (VETADO). X – a adequada e eficaz prestação dos serviços públicos em geral. Deveres do consumidor - exigir sempre as notas fiscais; - exigir um contrato ao solicitar prestação de serviço; - solicitar os termos de garantia de serviços e produtos por escrito e definidos em contrato; - pedir o manual ouo rótulo de qualquer produto em língua portuguesa; - guardar os recibos para comprovar os pagamentos efetuados; - colocar no verso do cheque a data combinada para a compensação (caso seja pré-datado) e a que ele se destina; -não se esquecer que as lojas de roupas são obrigadas apenas a trocar peças com defeitos. RESPONSABILIDADE DO FORNECEDOR ART. 14 - O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos. § 1º - O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança que o consumidor dele pode esperar, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais: I - o modo de seu fornecimento; II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam; III - a época em que foi fornecido. § 2º - O serviço não é considerado defeituoso pela adoção de novas técnicas. § 3º - O fornecedor de serviços só não será responsabilizado quando provar: I - que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste; II - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro. § 4º - A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será apurada mediante a verificação de culpa. Estramos na página 86 Afirma-se que a responsabilidade do fornecedor é objetiva, ou seja, existe independente da existência de culpa, porque decorre da própria atividade comercial. Com o advento do CDC, a atividade empresarial passou por uma transformação, deixando de visar apenas ao lucro e passando a preocupar-se também com a qualidade dos produtos e serviços em razão da responsabilidade prevista na lei consumerista. A responsabilidade do fornecedor, no CDC, engloba assim, a responsabilidade pelo fato do produto e pelo fato do serviço. PRAZO DE PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA PRAZO DE PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA regra no Direito Societário a existência da sociedade de forma distinta de seus membros. Ou seja, o patrimônio da sociedade não se mistura com o patrimônio de seus sócios, respondendo cada qual por suas dívidas. Porém, o CDC permite ao juiz “desconsiderar a personalidade jurídica” da sociedade, quando em prejuízo do consumidor”, segundo Silva (2005), nos casos em que: * houver abuso de direito; *excesso de poder; *infração da lei; * fato ou ato ilícito ou violação de estatuto ou contrato social; * falência; * estado de insolvência; * encerramento ou inatividade da pessoa jurídica provocados por má administração; * quando a personalidade jurídica for, de alguma forma, obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados aos consumidores, ou seja, quando a personalidade jurídica for utilizada para frustrar a concretização dos direitos do consumidor. PROTEÇÃO DOS CONTRATOS DE CONSUMO Em razão do princípio de que o consumidor é hipossuficiente, o CDC traz princípios e normas que deverão ser obrigatoriamente observados nas relações contratuais que envolvem o consumo. Estas normas são de ordem pública, ou seja, as partes não poderão modificá-las por sua vontade. A exemplo, veja o que estabelece o art. 47 do CDC (SILVA, 2005, p. 42): As cláusulas contratuais serão interpretadas de maneira mais favorável ao consumidor. PUBLICIDADE E PROPAGANDA Sobre a publicidade, exige o CDC, de acordo com Silva (2005): * sua fácil identificação pelo consumidor (art. 36); * proibição de publicidade enganosa ou abusiva (art. 37). DIREITO AMBIENTAL O Direito Ambiental “é composto das normas jurídicas que cuidam do meio ambiente em geral, tais como a proteção de matas, florestas e animais a serem preservados, o controle de poluição e do lixo urbano” (NUNES, 2003, p. 132). É um dos mais modernos ramos do direito. É multidisciplinar, pois se utiliza de institutos de direito penal, civil e administrativo para tornar efetivas suas normas, visando regular a relação do homem e seus meios de produção com a natureza, como forma de permitir o equilíbrio dessa relação, dando sustentabilidade ao desenvolvimento e minimizando os efeitos degradantes sobre o meio ambiente. Pode-se dizer que é um direito indutor de um novo paradigma de relação entre o homem e o meio ambiente. Estramos na página 96 A relação jurídica central para o Direito do Consumidor é aquela que se estabelece entre fornecedor e consumidor, e que é, portanto, normatizada por este ramo específico do Direito. Sobre o exposto, avalie as asserções a seguir: I- O fornecedor possui responsabilidade objetiva - ou seja, independentemente de culpa - perante a relação de consumo. PORQUE II- O consumidor é a parte mais vulnerável, ou hipossuficiente, da relação de consumo, tanto econômica quanto tecnicamente. Assinale a alternativa CORRETA: A. ( ) As asserções I e II são verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I. B. ( ) Somente a asserção I é verdadeira. C. ( ) As asserções I e II são verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I. D. ( ) Somente a asserção II é verdadeira. O Direito do Consumidor é o conjunto de normas que regulamenta as relações de consumo. As Relações de consumo, por sua vez, são aquelas estabelecidas entre fornecedor e consumidor, caracterizadas pela desigualdade das partes em função da hipossuficiência do consumidor. Sobre os direitos e os deveres das partes na relação de consumo, assinale a alternativa CORRETA: A. ( ) É de dez anos o prazo que o consumidor possui para reclamar por vício no produto ou serviço. B. ( ) A responsabilidade objetiva do consumidor pelos danos causados na relação de consumo oferece limites à atuação empresarial. C. ( ) O Código de defesa do consumidor estabelece os direitos e deveres do fornecedor, com vistas a assegurar o equilíbrio da relação de consumo. D. ( ) A proibição à publicidade enganosa ou abusiva faz parte do rol de garantias ao consumidor estabelecido pelo CDC. TÓPICO 6 DIREITO PÚBLICO EXTERNO: DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Accioly e Silva (2005, p. 1) conceituam o Direito Internacional Público como sendo: “O conjunto de regras e princípios destinados a reger os direitos e deveres internacionais tanto dos Estados, de certos organismos interestatais, quanto dos indivíduos”. O Direito Internacional cuida, assim, das relações entre os Estados entre si e entre seus integrantes, que são instrumentalizadas em acordos (tratados e convenções) que são respeitados por aqueles que o firmaram. São, assim, fontes do direito internacional público: convenções internacionais; o costume internacional; os princípios gerais de direito, decisões judiciárias, doutrina dos publicistas, tratados e convenções internacionais.