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Complexo	Educacional	FMU	
Letras/Tradução-	Turma	005107T07	
	
	
	
	
	
Análise	de	Crônicas	
	
	
	
	
	
	
São	Paulo	
Maio	-	2019	
	
		Complexo	Educacional	FMU	
Letras/Tradução-	Turma	005107T07	
	
Francisco	Augusto	R.A:	8278026	
	
	
Análise	de	Crônicas	
 
 
 
Trabalho apresentado para 
avaliação continuada na disciplina 
de Aspectos Teóricos Discursivos da 
Língua Portuguesa (DP - Grade de 
Enxaixe), do curso de Letras, da 
FMU campus Liberdade ministrada 
pela Profª. Dr.ª Siomara Pacheco.	
	
	
São	Paulo	
	
	
Maio	-	2019	
 
A – Crônica de notícia 
A notícia mais triste do Brasil nesta semana 
Menino de 8 anos desmaia na escola e marca um país devolvido à geografia mundial da fome 
XICO SÁ 
Michelzinho e demais filhos de autoridades não têm nada a ver com isso, são inocentes e devem ser 
protegidos. Tirem as crianças da sala. Gostaria, no entanto, que seus pais não ignorassem a notícia 
mais triste desta semana entre tantos péssimos relatos brasileiros: um menino de 8 anos desmaiou de 
fome em uma escola pública na vizinhança dos palácios de Brasília. O agente de saúde do Samu que 
atendeu ao chamado de uma professora constatou a doença: falta de comida. 
Valei-me são Josué de Castro (Recife,1908-1974), rogo ao médico e cientista pernambucano pioneiro 
na denúncia da fome como questão real da política, ainda nos tristes trópicos de 1946, depois de 
examinar operários que desmaiavam no chão de uma fábrica de tecidos no bairro da Torre, Recife. Sob 
a agulha da vitrola, o Chico Science & Nação Zumbi, free jazz sampleado das tripas do 
subdesenvolvimento, dá a letra: “Ô Josué eu nunca vi tamanha desgraça/ Quanto mais miséria tem, 
mais urubu ameaça”. 
Morador de um conjunto do Minha Casa, Minha Vida, no Paranoá Parque, o menino faminto estuda a 
30 km da residência, no Cruzeiro, Distrito Federal. O caso foi noticiado pelo DF TV. Os governantes, 
como sempre, em suas notas frias e oficiais, lamentam o ocorrido. 
Espero que a primeira-dama Marcela e a equipe do seu programa “Criança Feliz” atentem para a 
gravidade. Faço votos que a bancada do Congresso que tanto se escandaliza com a nudez artística, 
entre outras manifestações, se comova com a mais triste das notícias da semana. Ah se fosse apenas o 
menino da escola do Cruzeiro. Na mesma sala, palavra de professora, existem outros. A conta de 
somar é sem fim no Brasil devolvido à geografia da fome. 
Não há manchete mais estarrecedora. Do tipo que merece as três exclamações exaltadas pelo cronista 
Nelson Rodrigues nos tempos d´”A Última Hora”. 
Menino de 8 anos desmaia de fome no Brasil de Michel Temer!!! 
MENINO DE 8 ANOS DESMAIA DE FOME NA VIZINHANÇA DO PALÁCIO DO PLANALTO. 
Com direito a sangrar a página em maiúsculas, óbvio. 
Menino desmaia no Brasil que voltou ao mapa da fome. Amigo punk mancheteiro, faça você mesmo, 
rasgue a capa em seis colunas com a foto do seu canalha político predileto. Amigo, não compre jornal, 
minta você mesmo, como grita o grafite dos anarquistas espanhóis. 
Menino de 8 anos desmente poema de Olavo Bilac. Criança, jamais verás desmaio como este. E assim 
todas as possibilidades jornalísticas ou de guerrilha na linguagem. Menino de 8 anos desmente 
programa “Criança Feliz”. 
Um sequestro, um roubo sem perdão à infância prometida. Outro dia escrevi sobre o “Não verás país 
nenhum”, caríssimo escritor Ignácio de Loyola Brandão, agora só me resta bilaquiar no subjuntivo ou 
no modo do verbo equivalente ao que foi sem nunca ter sido: “Ama, com fé e orgulho, a terra em que 
nasceste! / Criança! não verás nenhum país como este!” 
Parem as máquinas, sempre, segundo clichê da manchete. Menino de 8 anos tem direito a estudar 
bem-alimentado. Por mais comida e menos notas oficiais, governo do Brasil e do DF. Por mais 
crianças felizes, sem o Temer e suas representações golpistas. Que a merenda não seja roubada em 
nenhum estado do país, muito menos em São Paulo, a dita locomotiva blindada pelos investigadores 
oficiais. 
São tantas manchetes impossíveis e tantos pedidos, meu são Josué de Castro, mas não desisto. 
B – Crônica de cotidiano 
CRÔNICA DO COTIDIANO 
Vício secreto 
Moacyr Scliar 
Depois de vários assaltos, ela decidiu que estava na hora de mudar de vida. De nada adianta, dizia, 
andar de carro de luxo e morar em palacete se isso serve apenas para atrair assaltantes. De modo que 
comprou um automóvel usado, mudou-se para um apartamento menor e até começou a evitar os 
restaurantes da moda. 
Tudo isso resultou em inesperada economia e criou um problema: o que fazer com o dinheiro que ela 
já não gastava? Aplicar na Bolsa de Valores parecia-lhe uma solução temerária; não poucos tinham 
perdido muito dinheiro de uma hora para outra - quase como se fosse um assalto. Outras aplicações 
também não a atraíam. De modo que passou a comprar aquilo de que mais gostava: jóias. Sobretudo 
relógios caros. Multiplicavam-se os Bulgan, os Breitling, os Rolex. Já que o tempo tem de passar, 
dizia, quero vê-lo passar num relógio de luxo. 
E aí veio a questão; onde usar todas essas jóias? Na rua, nem pensar. Em festas? Tanta gente 
desconhecida vai a festas, não seria impossível que ali também houvesse um assaltante, ou pelo menos 
alguém capaz de ser tentado a um roubo ao ter a visão de um Breitling. Sua paranóia cresceu, e lá 
pelas tantas desconfiava até de seus familiares. De modo que decidiu: só usa as jóias quando está 
absolutamente só. 
Uma vez por semana tranca-se no quarto, abre o cofre, tira as jóias e as vai colocando: os colares, os 
anéis, os braceletes - os relógios, claro, os relógios. E admira-se longamente no espelho, murmurando: 
que tesouros eu tenho, que tesouros. 
O que lhe dá muito prazer. Melhor: lhe dava muito prazer. Porque ultimamente há algo que a 
incomoda. É o olhar no rosto que vê no espelho. Há uma expressão naquele olhar, uma expressão de 
sinistra cobiça que não lhe agrada nada, nada 
 
 
 
 
 
 
Crônica de Noticia – A notícia mais triste do Brasil nesta semana 
1. Estrutura Composicional 
O texto é composto por doze parágrafos, é escrito em terceira pessoa. Também há o uso de aspas para 
fazer citações aos poemas e ao programa “Criança feliz”. As letras maiúsculas são usadas para realçar 
o ocorrido como se fosse um grito de indignação, como no caso de “MENINO DE 8 ANOS DESMAIA 
DE FOME NA VIZINHANÇA DO PALÁCIO DO PLANALTO”. O trecho seguinte dessa declaração 
mostra que o autor utiliza de expressões e palavras carregadas de significados depreciativos: “Com 
direito a sangrar a página em maiúsculas, óbvio”. 
O texto é uma crônica de notícia que tem como objetivo a crítica ao governo atual, seus programas 
ineficazes e o descaso às circunstâncias precárias de seu próprio país. Tem como tipologia a narrativa-
relato, como exemplifica o trecho “Um menino de 8 anos desmaia de fome. em form”. De igual modo 
há nunces do injuntivo quando o enunciador diz "Amigo, não compre jornal, minta você mesmo, como 
grita o grafite dos anarquistas espanhóis”. A descrição também é empregada, como sugere o 
segmento “depois de examinar operários que desmaiavam no chão de uma fábrica de tecidos no 
bairro da Torre, Recife”. 
A linguagem jornalística é empregada de uma forma acessível, apesar de usar termos políticos. Utiliza 
características do jornalismo ao criar várias manchetes criticando o governo e suas promessas vazias, 
como ilustrado pela declaração “Menino de 8 anos desmaia de fome no Brasil de Michel Temer!!! 
A mensagem do enunciador chega ao enunciatário com o propósito para que outros também ouçam e 
vejam o que está realmente acontecendo no Brasil. 
Como suporte o jornal El País é conhecido por ser um jornal crítico que denúncia qualquer um ou 
qualquer governo que não cumpre seus deveres para com seu povo. 
 
1.1 EstruturaArgumentativa 
O enunciador faz uma crítica ao governo brasileiro, principalmente o governo Temer, além de 
denunciar a corrupção existente e a negligência ao prover a alimentação necessária às escolas públicas. 
Os brasileiros já esperam que seu governo os decepcione principalmente na questão da educação, 
partindo do fato de que as escolas públicas não recebem a assistência necessária. Com essa 
representação, o enunciador atesta sua tese relatando o desmaio de um menino de oito anos devido à 
falta de alimento em uma escola pública em Brasília, o polo político do Brasil. Além desse fato, Xico 
Sá resgata a ocorrência de 1946, quando trabalhadores de uma fábrica também desmaiavam de fome. 
Juntamente com esses dois acontecidos e a volta do Brasil ao mapa da fome declarada pelo 
enunciador, apenas comprovam seu ponto vista em relação aos políticos. 
A indignação do enunciador é realçada pelas manchetes criadas por ele próprio, intensificando a 
situação social grave da nação brasileira, além de intitular os políticos como “canalha político 
predileto”. Ele também cita o programa “Criança Feliz” de Marcela que não cumpre o propósito 
designado de ajudar as crianças. Ademais, Xico Sá utiliza o poema de Olavo Bilac para mostrar a 
forma como o Brasil é retratado, o trecho “Ama, com fé e orgulho, a terra em que nasceste! / Criança! 
não verás nenhum país como este!” é modificado para “Criança, jamais verás desmaio como este”, 
ilustrando assim a verdadeira realidade brasileira. 
Em vista de tudo isso, o enunciador leva os brasileiros à reflexão da situação de suas crianças, e 
denuncia ainda mais a corrupção presente no país, fazendo com que o indivíduo brasileiro também se 
indigne e comece a tomar iniciativas. 
Saliencias: 
1. “Michelzinho e demais filhos de autoridades não têm nada a ver com isso”. 
2. “Tirem as crianças da sala”. 
3. “Um menino de 8 anos desmaiou de fome em uma escola pública na vizinhança dos palácios 
de Brasília”. 
Microproposições: 
1. Filhos de autoridade não precisam se preocupar com questões alimentícias na escola. 
2. Quanto há assuntos inadequados, as crianças não podem participar. 
3. Ainda existe uma desigualdade muito grande em uma mesma região. 
Macroproposição: Crítica ao governo, à corrupção existente, à negligencia em prover alimento às 
escolas públicas e a população de menos poder aquisitivo. 
Intertextualidade 
Uma de suas características é a intertextualidade utilizada, tais como o poema de Olavo Bilac, “A 
pátria”, ou a referência a outras rebeliões, como no trecho “minta você mesmo, como grita o grafite 
dos anarquistas espanhóis”, e a Josué de Castro por meio de seu livro “Geografia da fome , grande 
defensor do problema da fome no mundo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Crônica de cotidiano – Vicio secreto 
 1.Estrutura Composicional 
A crônica de cotidiano escolhida foi escrita em maior parte de forma narrativa, com quatro parágrafos, 
compostos também por passagens argumentativas e descritivas. O texto é apresentado em terceira 
pessoa com algumas passagens em discurso direto (pensamentos da personagem). O enunciador 
alterna entra a linguagem coloquial (“E aí veio a questão; onde usar todas essas jóias? Na rua, nem 
pensar.”) e a norma padrão (“...quero vê-lo passar...”; “...o tempo tem de passar...”), justamente pelo 
fato de o texto alternar entre narrativa de história (3ª pessoa) e discurso direto (falas), no qual a 
personagem expressa sua opinião e pensamentos. O texto apresenta o desapontamento da personagem 
que após sofrer violência direta, decide mudar de ambiente e costumes para evitar os olhares dos 
assaltantes; porém, ao fazê-lo, se fecha em um mundo que não se reconhece mais. 
O texto trata das frustrações de pessoas que desejam mudar de vida, mas são corrompidas pela cobiça 
de obter riquezas materiais e acabam sozinhas. Tem o objetivo de levar os leitores à reflexão sobre a 
superficialidade de riquezas materiais, cujas tendências são: soberba, cobiça e solidão, bem como as 
frustrações e infelicidade das pessoas que são corrompidas por elas. 
 
 1.1.Estrutura Argumentativa 
Quando as pessoas se cansam de seus atos, até mesmo ilícitos, os quais as fazem sentir que precisam 
mudar suas vidas para melhor, tendem a fazer o “bem”, tanto para si mesma quanto para outras 
pessoas. 
Ademais, é ilustrado o real valor dos bens materiais ao citar marcas renomadas como Bulgan, 
Breitling e Rolex, e como a cobiça se torna loucura. Através do recorte da violência urbana, o 
enunciador demonstra uma personagem comum na nossa sociedade: uma pessoa com medo de perder 
aquilo que ela trabalha para conseguir, realçado ao citar os meios pelos quais o dinheiro possa ser 
roubado, nas ruas, na bolsa de valores ou com a família. 
 O sujeito enunciador após resolver que não aceita mais sofrer os assaltos corriqueiros, decide muda o 
ambiente que está inserida e seus costumes, para não atrair os assaltantes. Porém, esse ato desenvolve 
uma loucura na personagem de acumular mais bens, e utiliza-los de forma paranoica, como é 
comprovado pelos próprios pensamentos da personagem se debatendo onde poderia usar as joias. Em 
um determinado momento ela percebe que se tornou uma louca pelos objetos. O enunciador demonstra 
a solidão que a personagem vive ao direcionar toda sua atenção aos bens materiais. 
Partindo do fato da própria personagem desconfiar de si mesma no fim da história, a crônica, portanto, 
é uma crítica à hipocrisia das pessoas em relação aos seus atos para sentirem-se melhor consigo 
mesmas, pois, no fim, a superficialidade, a soberba e a cobiça prevalecem e as levam à solidão e à 
tristeza. 
 
Saliências: 
1. “Depois de vários assaltos, ela decidiu que estava na hora de mudar de vida.” 
2. “De modo que comprou um automóvel usado, mudou-se para um apartamento menor e até 
começou a evitar os restaurantes da moda.” 
3. “Aplicar na Bolsa de Valores parecia-lhe uma solução temerária; não poucos tinham perdido 
muito dinheiro de uma hora para outra - quase como se fosse um assalto.” 
 
“Microproposições: 
1. Por mais que os criminosos fiquem ricos, uma vida criminosa não deixa as pessoas satisfeitas 
e/ou orgulhosas de seus atos; essa é uma das definições da expressão “o crime não compensa”. 
2. As pessoas que querem ou precisam economizar dinheiro, devem ter um padrão de vida mais 
baixo. 
3. Determinados tipos de investimentos financeiros que oferecem riscos de perda, mesmo sendo 
lícitos, despertam receio nas pessoas e quando ocasionam tais perdas se assemelham a sermos 
assaltados. 
Macroproposição: Para compensar suas frustrações e culpa por atos ilícitos, as pessoas buscam 
realizar-se com a humildade. No entanto, para muitos, ter uma vida simples não é o suficiente, 
então apelam para a superficialidade, principalmente os que têm muito dinheiro, comprando 
objetos de luxo, como relógios, joias, etc., mas acabam sozinhos com sua soberba e cobiça. 
 
Intertextualidade: 
• “Bolsa de Valores” nos remete a seção da Bovespa nos jornais; 
• “Bulgan, os Breitling, os Rolex” nos remetem aos comerciais de relógios, bem como 
(marcas/lojas de) joias de luxo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Diferenças e semelhanças 
Ambas as crônicas são construtoras de opiniões. No entanto, a do cotidiano é feita de uma forma 
implícita, mas que leva à reflexão em relação aos estereótipos recorrentes na sociedade. Em 
contrapartida, a de notícia emprega uma crítica ao governo atual explicitamente, citando até nomes dos 
responsáveis. 
Na crônica de notícia o enunciador utiliza, em algumas partes, uma linguagem não convencional de 
notícias, justamente para enfatizar seus argumentos e indignação, como por exemplo, a tipologia 
textual injuntiva (eu-tu) nos seguintes trechos: 
"Tirem as criançasda sala..." 
"Gostaria, no entanto, que seus pais..." 
Bem como a oralidade, com os mesmos propósitos em: 
"Ah se fosse apenas o menino...” 
Enquanto que na crônica do cotidiano, o enunciador alterna entre a narrativa argumentativa e o 
discurso indireto livre (pensamentos do sujeito enunciador): “E aí veio a questão; onde usar todas 
essas jóias? Na rua, nem pensar. Em festas? Tanta gente desconhecida vai a festas, não seria 
impossível que ali também houvesse um assaltante, ou pelo menos alguém capaz de ser tentado a um 
roubo ao ter a visão de um Breitling”. No trecho seguinte o autor volta a narração: “sua paranóia 
cresceu, e lá pelas tantas desconfiava até de seus familiares. De modo que decidiu: só usa as jóias 
quando está absolutamente só”. 
A crônica de notícia parte de um fato ocorrido para construir sua crítica; por outro lado à do cotidiano 
retrata situações recorrentes, como o assalto e seu efeito sobre as pessoas, para construir sua estrutura 
argumentativa.

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