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APERTIZAÇÃO
Prof.ª Débora Juliana Hirt Lintzmaia
Março/2019
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Introdução
A apertização corresponde ao aquecimento do
produto já elaborado, envazado em recipientes
hermeticamente fechados (vidros, latas, plásticos
autoclaváveis e recipientes isentos de ar).
No momento, é o processo de maior importância
industrial, mundialmente empregado, também muito
utilizado na produção doméstica.
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Desenvolvimento Histórico
O processo comum de conservação de alimentos,
em recipientes fechados de todos conhecido, é devido a
Nicolas Appert, confeiteiro parisiense. No ano de 1795,
encorajado pela recompensa de 12.000 francos prometida
por Napoleão a quem descobrisse um novo processo de
conservação de alimentos, Appert começou suas
experiências, que culminaram com a descoberta, em 1809,
do método que leva o seu nome. Ele trabalhou com jarros
de boca larga, fechados hermeticamente com rolhas
fixadas no bocal.
Em 1810 publicou o livro "O livro de Utilidades
Domésticas; ou a Arte de Preservar Substâncias Animais e
Vegetais por Muitos Anos".
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Desenvolvimento Histórico
Logo em seguida (1810), um inglês, Peter Durand,
tirou patente de um processo similar, mas empregando a
lata.
Em 1813, latas de alimentos foram testadas pelo
Exército e Marinha Britânica e, em 1818, quantidades
consideráveis de carnes, sopas enlatadas e várias
combinações de legumes estavam sendo utilizados pelas
Forças Armadas Britânicas. Alimentos apertizados foram
utilizados em uma exploração ao Ártico em 1815 e
novamente em 1819 pelo Capitão Edward Parry.
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Curiosidades
Uma lata de 4 libras de vitela assada, parte das
provisões trazidas do Ártico em 1824 está atualmente em
um museu de Londres.
Duas latas, deixadas por Parry no Ártico foram
recuperadas, abertas e comidas na Inglaterra em 1911, 87
anos após e ainda em boas condições. Uma das latas era
de ervilha e a outra de carne de boi.
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APERTIZAÇÃO
Corresponde ao aquecimento do produto já elaborado
(esterilização comercial), envasados em latas, vidros,
plásticos autoclaváveis e relativamente isentos de ar.
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Condições que
podem interferir no
processamento da
apertização
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1.Espécie, forma e número
de microrganismo
2.pH do produto
3.Penetração de calor
4.Temperatura inicial
5.Tempo de aquecimento e
temperatura necessária
6.Processo de
aquecimento e
movimentação giratória
APERTIZAÇÃO
APERTIZAÇÃO
ESPÉCIE, FORMA E NÚMERO DE
MICROORGANISMOS
A resistência do microorganismo ao calor é maior ou
menor segundo sua espécie e forma vegetativa ou
esporulada; também as exigências térmicas variam de
acordo com o número da população microrgânica.
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O processamento térmico é influenciado, pelos
seguintes fatores:
APERTIZAÇÃO
pH DO PRODUTO
A acidez de um produto determina grandemente o
processamento requerido. Sob o ponto de vista de
processamento, os alimentos podem ser
classificados em:
Produtos ácidos com pH abaixo de 4,5 (frutas, tomate
etc): os microorganismos são esterilizados em
temperatura de cocção.
Alimentos pouco ácidos (leite, feijão, milho etc):
destruição microrgânica ocorre somente com
temperatura elevada e sob pressão de vapor capaz
de destruir o Clostridium botulinum, em sua forma
vegetativa e esporulada.
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APERTIZAÇÃO
A diferença entre os dois tipos de tratamentos está
no fato de que, para produtos de baixa acidez, o
processamento deve ser suficiente para eliminar os
esporos do Clostridium botulinum, enquanto que, nas
frutas e tomates, a alta acidez dos produtos elimina a
possibilidade de desenvolvimento desses microrganismos,
não havendo, dessa maneira, a produção da toxina,
embora os esporos possam estar presentes e sobreviver
ao tratamento.
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APERTIZAÇÃO
PENETRAÇÃO DO CALOR
Influem na penetração de calor: o estado,
condições e tipos de alimentos, sua disposição nos
envases, composição da salmoura ou xarope e
pré-cozimento e estado das coberturas; tamanho,
forma e capacidade de condição térmica do
material de embalagem.
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APERTIZAÇÃO
PENETRAÇÃO DO CALOR
1. Latas baixas e planas, são aquecidas mais rápido do
que as de grande porte;
2. A espessura e tipo de material do envase, como a
folha de flandres e o vidro possuem diferentes
aptidões térmicas;
3. Nos alimentos líquidos a penetração de calor no
interior da lata é feita mais rapidamente por
convecção;
4. Nos sólidos e semi-sólidos o calor se desloca por
condução e de modo mais vagaroso .
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APERTIZAÇÃO
PENETRAÇÃO DO CALOR
A distribuição da temperatura dentro da lata, não é
uniforme, quando recebe calor .
PONTO FRIO: região onde o aquecimento é mais lento e
que se encontra no centro geométrico do eixo vertical da
lata (quando o calor se expande por condução) e no
fundo da lata, no eixo vertical (quando o calor é difundido
por convecção).
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PENETRAÇÃO DO CALOR
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APERTIZAÇÃO
APERTIZAÇÃO
TEMPERATURA INICIAL
Produtos pré-aquecidos: facilitam a apertização por
permitir a redução do tempo da aplicação do calor.
Utilizada principalmente para aqueles que não são bons
condutores de calor.
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APERTIZAÇÃO
TEMPO DE AQUECIMENTO E
TEMPERATURA NECESSÁRIA
Quanto maior for o tempo de exposição de calor e o grau
de temperatura, com mais facilidade haverá a destruição
microbiana.
Possui desvantagem, por Provocar perdas organolépticas
e nutritivas do produto, assim como maior desprendimento
de consumo elétrico.
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APERTIZAÇÃO
AQUECIMENTO COM SISTEMA
GIRATÓRIO
A velocidade de penetração de calor no recipiente
torna-se maior quando este, durante o processamento,
é submetido a movimentos giratórios. Diminui o tempo
de aquecimento e, consequentemente, o período de
resfriamento.
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OPERAÇÕES PARA A
ESTERILIZAÇÃO DE
PRODUTOS ENVASADOS
1. Enchimento do recipiente
2. Retirada do ar, por vácuo
3. Fechamento do recipiente
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Deve ser procedido em condições de absoluta limpeza.
Utilizar maquinas especificas para o processo e os
produtos a serem envazados (sólidos, pastosos ou
líquidos).
Entre as substâncias empregadas para o enchimento de
recipientes, se destacam as soluções e os concentrados
de sal (salmoura) e açúcar (xarope), utilizados em suas
devidas especificações. Estas soluções tem como
objetivo favorecer a distribuição de calor no conteúdo,
melhorar o sabor e aroma e aumentar a pressão
osmótica do alimento favorecendo a preservação.
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Enchimento de recipiente
RETIRADA DO AR
Durante o processo térmico, ocorre no interior do
recipiente fechado intensa pressão, causado pelo aumento da
pressão de vapor de água, podendo causar dilatação das
latas.
A solução para este problema pode ser o
espaçamento entre o alimento e a parte superior do envase,
este espaço irá suportar a expansão dos líquidos e gases,
esse espaço varia de acordo com o material de envase (metal
ou vidro).
A retirada de ar pode ser realizada por 4 métodos :
1. Esvaziamento mecânico
2. Enchimento a quente
3. Esvaziamento a quente
4. Fechamento em presença de vapor de água circulante
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Fechamento
O fechamento dos
recipientes se realiza
em duas etapas,
conhecidas, por isso,
como pula costura.
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1º tampa sobre
a lata
2º O disco é posto a
girar enquanto um
mandril pressiona a
tampa
3º durantea
rotação o rolo
de costura
conduz o
rebordo na
tampa e na lata
que se
encaixam entre
MODIFICAÇÕES
ORGANOLÉPTICAS E
NUTRITIVAS ORIGINADAS
PELA APERTIZAÇÃO
CARACTERES ORGANOLÉPTICOS
Modificações principalmente de cor, sabor, aroma e
consistência.
As modificações de cor são produzidas por colorações
provenientes de alterações de certas substâncias e por
reações de escurecimento.
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MODIFICAÇÕES ORGANOLÉPTICAS
E NUTRITIVAS ORIGINADAS PELA
APERTIZAÇÃO
VITAMINAS
Perda de vitaminas como Ácido ascórbico por ser muito sensível
ao calor é destruído mesmo a temperaturas baixas quando o
aquecimento o processo de perda é retardado em presença do
oxigênio e do íon cobre.
Tiamina sofre grandes perdas quando, em presença do calor
e em alimentos com baixa acidez.
Vitaminas A, E e D apesar de termoestáveis, podem sofrer
perdas, se o aquecimento se processar na presença de
oxigênio.
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ESTERILIZAÇÃO DENTRO E
FORA DE ENVASES
A esterilização de produtos alimentícios se faz quando se
apresentam em latas, vidros ou recipientes de plásticos
autoclaváveis e fora destes.
Tipos de tratamento térmico
a) Vapor de água saturado
b) Ar aquecido de circulação forçada
c) Contato direto (recipientes de metal)
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Esterilização
O método mais utilizado para a esterilização de
produtos envasados é o de vapor de água.
Os cuidados importantes para a normalidade do processo
são:
- A esterilização deve ser conduzida, reduzindo os danos
dos alimentos e a fadiga do recipiente, ocasionados pela
pressão.
- Em produtos com baixa acidez e que demandam de
elevada temperatura devem contar com esterilizadores
que sejam resistentes à pressão.
- O ar deve ser afastado da autoclave para evitar a perda
de calor para garantir a eficácia do tratamento térmico.
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ESTERILIZAÇÃO DENTRO E
FORA DE ENVASES
CARACTERÍSTICAS DE ESTERILIZADORES
USADOS PARA PRODUTOS ENVASADOS
Esterilizadores
descontínuos
Esterilizadores
contínuos
Esterilizadores
de pressão
atmosférica
contínuos
Autoclaves
Esterilizadores
de pressão
contínua
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ESTERILIZAÇÃO DE
ENVASES
O método mais comum para o aquecimento de
alimentos em embalagens fechadas é a aplicação de
vapor d’água saturado. Temperaturas utilizadas são
superiores a 100 oC (de 110 oC a 125 oC), sendo
necessário empregar sistemas a sobrepressão, fazendo
uso de autoclaves.
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Tipos de autoclaves:
Fixas ou rotativas
Verticais ou horizontais
Continuas ou descontínuas
ESTERILIZAÇÃO DE ENVASES
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Os tipo de autoclaves mais utilizados são as fixas e
descontínuas, do tipo vertical ou horizontal.
Neste tipo de autoclave o vapor de água é o elemento
utilizado para esterilização de enlatados.
Vantagens da utilização de vapor de água
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1. Favorece a difusão do calor.
2. A temperatura é de fácil controle.
3. As latas aquecidas não se empenam, pois
a pressão de vapor, na autoclave, para
obter a temperatura necessária, equilibra a
pressão formada na parte interna da lata.
4. Facilidade de obtenção de vapor.
ESTERILIZAÇÃO DE
ENVASES
A aplicação do calor deve ser feita lentamente para
evitar mudanças térmicas bruscas nos alimentos e
deformações ou rompimentos das embalagens.
Reduzir ao mínimo as diferenças de pressões.
Esterilizadores descontínuos: são autoclaves
verticais (carga pela parte superior) ou horizontais
(carga frontal) que se carregam e descarregam
cada vez que se processa um lote.
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Autoclave
vertical
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Autoclave horizontal
Principais constituintes das autoclaves
1. Termômetro de mercúrio
2. Termômetro de registro
3. Manômetro
4. Válvula de controle
5. Distribuidor de vapor
6. Desaeradores
7. Sangradores
8. Bandejas, cestos
engradados e gondolas
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Processamento de Frutas e Hortaliças
apertizadas
• Variam com a natureza do produto, mas certas operações
básicas são comuns a muitos produtos apertizados,
incluindo-se aqueles de origem animal.
1. Colheita
2. Transporte
3. Seleção
4. Limpeza
5. Classificação
6. Branqueamento
7. Acondicionamento
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Exaustão
O objetivo principal da exaustão é retirar ar do
produto e o ar que ficar preso no interior do recipiente.
Abacaxi e maçã, são exemplos de frutas que contêm
bastante ar no interior dos tecidos e pêssego, ervilha,
vagem e aspargo são exemplos de produtos que podem
aprisionar ar no interior da embalagem com certa
facilidade.
Como consequência da retirada do ar, a pressão no
interior do recipiente será menor e dizemos que
vácuo(pressão reduzida) foi formado.
O vácuo pode ser obtido por meio de calor ou por meios
mecânicos.
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Vácuo por calor
Faz-se passar a embalagem através de câmaras de
vapor ou túneis de maneira a expelir os gases do produto.
O ar contido no interior da embalagem será substituído
pelo vapor-d'água que, ao se condensar, reduzirá a
pressão interna, formando assim vácuo.
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Vácuo mecânico
• Recravadeira a vácuo. São recravadeiras especiais que,
através do uso de bombas ou outro sistema, mantêm a
área de fechamento (recravação) do recipiente com
pressão reduzida (vácuo).
• Retirada do ar por meio de injeção de vapor antes da
recravação, através de adaptações numa recravadeira
simples.
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Fechamento e tratamento térmico
• O fechamento de uma lata é normalmente feito pela
recravação ou dupla costura.
• O processamento térmico além de alcançar um certo
grau de "esterilidade“ irá cozinhar o produto até um
determinado ponto.
Pressão atmosférica
• Aqui estão incluídos os cozinhadores usados para
produtos ácidos, podendo ser fIxos ou rotativos. O "spin-
cooker", cozinhador rotativo, é bastante conhecido na
prática.
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Tratamento térmico
Pressão elevada
• Câmaras pressurizadas (autoclaves)
• Sistemas pressurizados (esterilizadores hidrostáticos)
• Salas pressurizadas (Flash 18)
Temperaturas elevadas
• É o sistema que usa HTST e UHT ("ultra-high
temperature") estando aqui incluído o sistema de
enlatamento asséptico.
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Fim
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