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Prof. Carlos Guimarães UNIDADE I Custos e Preços Apresentação; Objetivos específicos; Estrutura do material; Introdução; Capitulo I. Agenda A disciplina Custos e Formação do Preço de Venda trata da determinação dos custos de produtos ou serviços e dos correspondentes preços e a base deste material é o livro texto feito pelos Prof. Dr. Manuel A. Meireles & Prof. Esp. Edson Conceição Júnior. Esta disciplina está dividida em três unidades que se complementam: A primeira e segunda unidades referem-se a Análise de Custos; Capacidade de calcular e interpretar os efeitos das variações provocadas pelo uso de cada um destes tipos de custeio. Na terceira unidade, referente à Formação do Preço de Venda, você verá como pode estabelecer os preços de venda de um produto ou serviço produzido. Apresentação São objetivos específicos desta disciplina: I. Capacitá-lo a classificar os custos de acordo com o seu comportamento, apurar o custo de produção pelos principais sistemas de custeio e identificar o sistema de custeio que melhor se adapte às estratégias operacionais e administrativas da organização; II. Capacitá-lo a estabelecer o preço de venda sob diferentes situações competitivas e de percepção de valor pelos clientes, bem como considerando os custos do produto ou serviço. Objetivos Específicos Unidade I Capítulo 1: origem e importância da contabilidade de custos; Capítulo 2: terminologia de contabilidade de custos; Capítulo 3: sistemas de inventário; Capítulo 4: métodos de custeio. Estrutura do Material Unidade II Capítulo 5: Custos para controle Capítulo 6: Análise de custo-volume-lucro (CVL) Unidade III Capítulo 7: Formação do preço de venda Capítulo 8: Precificação pelo mark-up Estrutura do Material CUSTO 75% PREÇO 25% Divisão da Matéria CUSTO PREÇO IMPORTANTE A disciplina Custos e Formação do Preço de Venda pretende provocar em você uma reflexão sobre o registro, e a gestão de custos e preços, sempre enfatizando os aspectos relativos à tomada de decisão nas empresas. Com tal reflexão, espera-se que você perceba quão amplo é o campo e quão ampla é a importância da contabilidade para os ramos financeiro, custos e gerencial. Espera-se que você seja capaz de reconhecer as informações originadas pela contabilidade financeira e aplicar tais informações na formação da estrutura de custos dos produtos e serviços prestados. Com esse conteúdo você será capaz de gerir um negócio, precificar um serviço, analisar os custos envolvidos em cada produto ou serviço, e, também identificar outros aspectos que certamente influenciam no preço dos mesmos. Vamos começar? Introdução Qual a origem da Contabilidade de Custos? Capitulo I – Origem e Importância da Contabilidade de Custos Fonte: www.infoescola.com/wp- content/uploads/2007/09/revolucao-industrial1.jpg&imgrefurl Qual a origem e os conceitos da Contabilidade de Custos? A contabilidade de custos teve seu princípio na Revolução Industrial a partir do momento em que as organizações, até aí mercantilistas, passaram a comprar matéria-prima para transformar em novos produtos. Segundo (MARTINS, 2009), a contabilidade de custos nasceu da contabilidade financeira quando havia a necessidade de avaliar os estoques na indústria especificamente. Anteriormente os produtos eram fabricados por artesãos, sendo que estes eram constituídos por pessoas físicas, que pouco se preocupavam com os custos de seus produtos. Capitulo I – Origem e Importância da Contabilidade de Custos A forte expansão da globalização dos mercados nos últimos tempos, aumenta os desafios dos gestores na incessante caminhada rumo à rentabilidade dos negócios e na busca do aperfeiçoamento dos processos administrativos. Para atingir este objetivo, a presença de profissionais capacitados se faz cada vez mais necessária em todos os empreendimentos e atividades nos mais diversos níveis. Há algum tempo se administrava intuitivamente e se atingia o sucesso, porém na atualidade, dado à acirrada competitividade e imposições do mercado, a qualidade e a necessidade da informação gerencial se estende por todos os ramos da administração empresarial. Capitulo I – Origem e Importância da Contabilidade de Custos Com a concorrência cada vez mais acirrada entre as empresas, fruto da globalização e as recentes crises mundiais, torna-se imprescindível que as empresas se voltem ainda mais para a gestão de custos como ferramenta fundamental de gestão estratégica de custos e, em alguns casos, até mesmo para tentar garantir a continuidade da empresa. Apesar de parecer óbvio, muitas empresas não se dão conta de que em um mercado competitivo, de concorrência livre, aumentar o preço repercute normalmente de forma negativa no volume de vendas. Capitulo I – Origem e Importância da Contabilidade de Custos Assim, para tentar aumentar os lucros, as empresas precisam buscar de forma continuada a redução dos custos e dessa forma, as empresas não podem descuidar de outras informações relativas aos produtos e serviços, tais como, a avaliação mais precisa e permanente dos estoques, controle e mensuração de desempenhos individualizados. Capitulo I – Origem e Importância da Contabilidade de Custos Nesta linha, (BOMFIM & PASSARELLI, 2008) definem a contabilidade de custos como sendo aquela que se destina à geração de informações contábeis de interesse dos usuários internos da empresa, servindo de apoio indispensável à decisões gerenciais das mais diversas naturezas, coletando, classificando e registrando os dados operacionais das diversas atividades da entidade, denominados de dados internos, bem como, algumas vezes, coleta e organiza dados externos. Os dados coletados podem ser tanto monetários como físicos. É neste ponto que reside uma das grandes potencialidades da Contabilidade de Custos: a combinação de dados monetários e físicos resulta em indicadores gerenciais de grande poder informativo. Capitulo I – Origem e Importância da Contabilidade de Custos Torna-se evidente então a importância da Contabilidade de Custos para o bom desempenho dos administradores e gestores de negócios. Se analisarmos bem, o conhecimento da estrutura de custos de uma empresa está ligado a fatores determinantes: Determinação do lucro: em que são empregados os dados extraídos da contabilidade e processados de maneira que gerem informações mais úteis à gestão. Capitulo I – Origem e Importância da Contabilidade de Custos Se analisarmos bem, o conhecimento da estrutura de custos de uma empresa está ligado a fatores determinantes: Tomada de decisão: muito ligado à produção e a responder as questões como: o que produzir? quanto produzir? como e quando fabricar? além de influenciar na formação de preços e na escolha de produção própria ou terceirizada. Controle das operações: controle de todos os recursos produtivos como os estoques, manutenção de padrões de operação e orçamento, e a comparação entre o previsto e o realizado. Capitulo I – Origem e Importância da Contabilidade de Custos Então, através da Contabilidade de Custos é possível atender as necessidades gerenciais de 3 tipos: Informações sobre a rentabilidade e desempenho de diversas atividades da entidade; Auxílio no planejamento, controle e desenvolvimento das operações; Informações para a tomada de decisão. Capitulo I – Origem e Importância da Contabilidade de Custos Qual a origem e os conceitos da Contabilidade de Custos? a) Revolução Industrial. b) Determinação de Lucro. c) Revolução Francesa. d) Tomada de decisão.e) Revolução Digital. Interatividade Capitulo I ( continuação): Contabilidade de Custos: Financeira e Gerencial Conceitos e Finalidades Agenda Como vimos no tópico anterior, é a área da ciência contábil que estuda os gastos referentes à produção de bens e serviços, porém, nota-se que um número significativo de empresas de serviços se utilizam dos conceitos de custos no custeamento de seus serviços, em especial as empresas de engenharia, escritórios de auditoria, planejamento etc., que são entidades em que se trabalha por projeto, e mesmo empresas comerciais e financeiras, cada vez mais se utilizam da expressão contabilidade de custos quando, à primeira vista, só existem despesas. Contabilidade de Custos Na indústria, custos aplica-se ao departamento de produção das empresas, tendo como objetivo controlar os diversos gastos envolvidos na fabricação dos produtos, tais como: Mão-de-Obra Direta e Indireta; Materiais Diretos (Matérias-Primas, Embalagens e Insumos); Gastos Gerais de Fabricação, também chamados de Custos Indiretos de Fabricação (energia elétrica, depreciação e aluguéis da fábrica, entre outros). Contabilidade de Custos A Contabilidade de Custos surgiu da necessidade de adaptação às empresas industriais dos critérios da Contabilidade Geral ou Financeira utilizados com sucesso no controle do patrimônio das sociedades comerciais. Enquanto na Contabilidade Geral ou Financeira busca-se o controle do patrimônio da empresa como um todo, na Contabilidade de Custos o objetivo imediato é a avaliação de estoques e do resultado. Com o crescimento das empresas e o consequente distanciamento dos administradores, a Contabilidade de Custos passou a ser vista como um importante instrumento de auxílio da função gerencial. Surgiu, assim, a denominada Contabilidade Gerencial. Contabilidade de Custos Esse novo ramo da contabilidade, que tem como finalidade o fornecimento de informações necessárias ao controle e tomada de decisão pelos administradores, por ser relativamente novo, ainda carece de aperfeiçoamentos, cabendo reforçar a importância de adaptações dos critérios da Contabilidade de Custos para o bom desempenho dessa nova função gerencial. Os custos de uma empresa resultam da combinação de diversos fatores, como: a capacitação tecnológica, produtiva e de processos, gestão, estrutura organizacional, qualificação da mão-de-obra, entre outros. Nos custos está refletida uma série de variáveis, tanto internas como externas que justificam a utilização da Contabilidade de Custos para o auxílio ao controle e a ajuda na tomada de decisões. Contabilidade Gerencial Partindo dessa premissa, as organizações se utilizam da Contabilidade de Custos para tornarem-se cada vez mais atraentes, respondendo de forma positiva às várias mudanças ocorridas tanto no âmbito interno quanto externo de sua organização. Os concorrentes, os clientes, o governo, os avanços tecnológicos, entre outros são fatores que diretamente influenciam no crescimento e, consequentemente, na existência de uma organização. Assim sendo, as mesmas devem exercer um constante controle de seus gastos a fim de continuarem consolidadas ou se consolidarem no mercado. Como no mundo globalizado a facilidade de encontrar o produto desejado é cada vez maior, a empresa necessita de fatores que a tornem mais atraente em detrimento às demais. Contabilidade Gerencial E respondendo a essa necessidade de sobrevivência, o conhecimento dos elementos de formação do preço de venda dos produtos e serviços constitui-se numa vantagem competitiva relevante para as organizações. Contabilidade Gerencial Distinções entre: Gastos; Investimentos; Custos; Despesas; Perda; Desembolso. Vamos lá! Termos Utilizados na Contabilidade de Custos Gastos São os sacrifícios necessários à obtenção de um bem ou serviço. Representam desembolsos imediatos ou a promessa de desembolsos futuros. Os gastos têm um sentido amplo, abrangendo investimentos, custos ou despesas. Investimentos São os gastos que têm como contrapartida um ativo. Custos São os gastos relativos a bens ou serviços utilizados na produção de outros bens ou serviços. Termos Utilizados na Contabilidade de Custos Despesas Representam os bens ou serviços consumidos direta ou indiretamente para a obtenção de receitas. Os gastos relativos aos demais departamentos, como os de Venda e Administrativo são considerados despesas. Desembolso Representa o pagamento resultante da aquisição de um bem ou serviço. Não se confunde com o gasto, uma vez que podem ocorrer em momentos distintos. Exemplo: Em uma compra a prazo, o gasto se dá quando da transferência da propriedade do bem, ocorrendo o desembolso no momento do pagamento. Perda Representa um bem ou serviço consumidos de forma anormal e involuntária. Exemplos: obsoletismo de estoque, perdas com incêndio. Termos Utilizados na Contabilidade de Custos Em uma empresa comercial, que compra mercadoria para revender, os custos estão alocados basicamente no estoque. Já numa empresa que produz e vende qualquer que seja o tipo de produto apresenta um desenho geral, em que os gastos podem ocorrer nas diversas formas, conforme os conceitos apresentados acima. Termos Utilizados na Contabilidade de Custos No lado esquerdo dos esquemas, estão os principais departamentos da empresa e, no lado direito, estão os tipos de gastos direcionados para cada departamento conforme sua ocorrência. Termos Utilizados na Contabilidade de Custos FÁBRICA ALMOXARIFADO ESCRITÓRIO CENTRAL FILIAIS E LOJAS DE FÁBRICA Fonte: livro-texto. Figura 1 – Ocorrência dos custos e despesas Na figura 2 podemos observar que tanto os investimentos quanto as perdas podem ocorrer em qualquer área da empresa. Quanto aos desperdícios, ocorrem toda vez que não se atinge o que poderia ser obtido normalmente. Termos Utilizados na Contabilidade de Custos FÁBRICA ALMOXARIFADO ESCRITÓRIO CENTRAL FILIAIS E LOJAS DE FÁBRICA INVESTIMENTOS E PERDAS Fonte: livro-texto. Figura 2: Ocorrência dos Investimentos e das Perdas Alguns cuidados devem ser tomados quanto à separação entre os gastos que representam custos e as despesas, respeitando-se alguns princípios contábeis: Valores irrelevantes devem ser considerados como despesas; Valores relevantes que tem sua maior parte considerada como despesa, com a característica de se repetirem a cada período, devem ser considerados na sua íntegra (princípio do conservadorismo); Valores com rateio extremamente arbitrário também devem ser considerados como despesa do período; Gastos com pesquisa e desenvolvimento de novos produtos podem ter dois tratamentos: como despesas do período em que incorrem, ou como investimento para amortização na forma de custo dos produtos a serem elaborados futuramente. Termos Utilizados na Contabilidade de Custos Qual o lançamento abaixo pode ser considerado Custo? a) Energia elétrica da Fábrica. b) Cafezinho da área comercial. c) Energia elétrica da Presidência. d) Compra de uma máquina. e) Energia elétrica da área de Marketing. Interatividade Capitulo I ( continuação): Pequena recordação Custos: Fixos; Variáveis; Diretos; Indiretos. Agenda Você se lembra? Para retomar à lembrança, nos tópicos anteriores vimos um pouco sobre o histórico da contabilidade de custos, definimos alguns conceitos básicos como: Gasto (que é o sacrifício financeiro); Desembolso (pagamento); Investimento (que são gastosativados em função da sua vida útil); Perda (consumo de modo involuntário); Custo (que são gastos para uso na produção); Despesa (que é um gasto para obtenção de receita). Pequena Recordação De posse do conhecimento e da habilidade de diferenciar e classificar cada item de gastos em uma empresa, com base no conhecimento das terminologias e classificações, você terá suporte suficiente para o bom entendimento do que é o custeio por absorção, sua finalidade e sua metodologia. Você já levantou o balanço patrimonial e a demonstração de resultados de uma empresa brasileira de capital aberto? Ou já viu no site de alguma empresa S/A tais demonstrações? A seguir, tem-se uma parte da Demonstração de Resultados da Companhia Vale: Custos Na demonstração de resultados da Companhia Vale, que tem o saldo apresentado em milhões, o valor do Custo dos Produtos e Serviços vendidos no ano de 2008. Custos Figura 3: Demonstração de Resultados da Companhia Vale Fonte: http://www.vale.com.br Receita bruta 12.935 Minerais e metais 843 Serviços de transporte 1.247 Vendas de produtos da área de alumínio 265 Vendas de produtos siderúrgicos 231 Outros produtos e serviços 15.521 (436) Impostos e contribuições sobre vendas e serviços 15.085 Receita operacional líquida Custos dos produtos e serviços (6.271) Minerais e metais (538) Serviços de transporte (853) Produtos da área de alumínio (277) Produtos siderúrgicos (221) Outros produtos e serviços (8.160) A classificação dos custos em relação ao volume de produção então dará ênfase às quantidades produzidas, sendo subdivididos os custos em fixos e variáveis. Agora, nosso objetivo é fazer com que o você conheça os principais aspectos da forma de apuração de custos, pois se entende como função de acumulação de custos qualquer segmento da entidade em que se deseje apurar custos. Para isso, vamos conhecer outras classificações de custos: Custos Classificação Os custos fixos independem do volume de produção, dentro de um período relevante, ou seja, não apresentam qualquer variação em função do nível de produção. Esses custos, em termos gráficos, se comportarão paralelamente ao eixo das quantidades, tendo em conta não apresentarem variação qualquer que seja a quantidade produzida. Ou seja, se uma indústria cerâmica que produz aparelhos de jantar, produzir um milhão de peças ou uma única peça, seus custos fixos permanecerão os mesmos. Graficamente tem-se o comportamento dos Custos Fixos como mostra a Figura 4. Custos Fixos Custos Fixos Fonte: Livro texto Figura 4 – Comportamento dos Custos Fixos no Curto ou Médio Prazo Custo ($) Custo Fixo Volume de Atividade Então, se o aluguel da área de produção for, por exemplo, de R$ 500, esse valor não varia com a unidade produzida, nem tende a variar no curto prazo, como dois meses, três ou mais. Se a empresa produzir 100 unidades terá que pagar o valor integral do aluguel, se produzir 1 unidade também. Perceba outra coisa, o custo fixo não se inicia no zero. Isso porque independente de qualquer volume produzido ele vai existir (como falamos, produzindo ou não terá que pagar o aluguel; vendendo ou não o produto, teremos que pagar o aluguel no final do mês). Custos Fixos Os custos variáveis se alteram em função do volume da produção, ou seja, sempre apresentarão algum grau de variação em função das quantidades produzidas. Graficamente os custos variáveis se apresentam conforme mostra a Figura 5. Custos Variáveis Fonte: Livro texto Figura 5 – Comportamento dos Custos Variáveis Custo ($) Volume de Atividade Custo Variável Perceba que com o aumento da atividade ou do volume produzido, maiores serão os custos. Caso o volume de uma atividade fosse, por exemplo, de 50 unidades, o custo variável total seria de $ 100; caso a produção aumentasse para 70 unidades, o custo variável total seria de $ 140; caso a produção fosse de 25 unidades, ele seria de $ 50, e assim sucessivamente. Portanto, ele varia com a variação do volume de produção. Diferente do custo variável, que pode começar do zero, por exemplo, se não produzir, não tem consumo de matéria-prima. Custos Variáveis Mas num médio ou longo prazo o dono do imóvel poder resolver aumentar o valor do aluguel; ou então, vamos supor que para supervisionar uma produção de 200 itens a empresa precise de um supervisor (que será sua mão-de-obra direta); mas se a produção se elevar para 500 unidades, ela vai precisar de dois supervisores, então seu custo fixo com mão-de-obra se eleva, mas ele se mantém para mais um intervalo de produção. Nesse caso, o comportamento do custo fixo seria como exibido na Figura 6. Custos Variação do Custo Fixo Custos Variação do Custo Fixo Fonte: Livro texto Figura 6 - Comportamento dos Custos no Médio e Longo Prazo Custo ($) Volume de Atividade Custo Fixo Quanto aos produtos fabricados, os custos podem ser classificados e alocados de acordo com certas medidas relativas ao consumo ou até mesmo ter seus valores arbitrados, seja através de critérios de rateio ou estimativas. Em relação aos produtos ou serviços prestados, o tipo de classificação mais utilizado é aquele que os classifica em custos: diretos e indiretos. Segundo Dutra (2003) os custos diretos e indiretos são classificados de acordo com a possibilidade de alocação de cada custo diretamente a cada tipo diferente de produto ou de função de custo e, à impossibilidade de sua alocação no momento da ocorrência do custo. Classificação dos Custos em Relação aos Produtos Fabricados Os custos diretos são apropriados aos produtos ou serviços de forma objetiva, porque há uma forma de medição clara de seu consumo durante a produção. Um exemplo são as matérias-primas que normalmente a empresa conhece a quantidade exata consumida em cada produto, bem como conhece o preço de aquisição e, assim, tem condições de apropriar diretamente o valor consumido de matéria-prima em cada produto produzido. Exemplificando: um determinado produto utiliza em sua composição 1,5 kg de certa matéria-prima que custa $ 7,00/kg. Sendo assim, o consumo de matéria-prima desse determinado produto será $ 7,0 x 1,5 = $ 10,50. Custos Diretos Diferente dos custos diretos, no caso dos custos indiretos não é possível alocar aos produtos sem que sejam realizados alguns cálculos e distribuí-los aos diferentes produtos fabricados, uma vez que são de difícil mensuração e apropriação a cada produto elaborado ou serviço prestado. Tal impossibilidade ou dificuldade pode se dar em função de se tornar antieconômico realizar essa mensuração e controle. Torna-se de extrema serventia a classificação dos custos em direto e indireto no caso da utilização do método de custeio por absorção que será apresentado a seguir. Custos Indiretos Qual lançamento abaixo pode ser considerado Custo Fixo? a) Matéria prima. b) Embalagem do produto. c) Comissão do vendedor. d) Bônus do gerente de vendas. e) Aluguel do prédio da fábrica. Interatividade Pequena recordação Despesas Elementos formadores de custo: Materiais Mão-de-obra Gastos Gerais de Fabricação ou CIF (Custos Indiretos de Fabricação) Impostos recuperáveis Sistema de inventário periódico ou sistema de inventário permanente? Agenda Métodos de avaliação de estoques PEPS (Primeiro a Entrar, Primeiro a Sair) / FIFO(First in First Out) UEPS/LIFO (last in first out). Agenda Custos Variáveis: são aqueles que quanto maior a quantidade fabricada, maiorseu consumo. Portanto, varia de acordo com o volume de produção; logo, materiais diretos são custos diretos. Exemplo: matéria-prima. Custos Fixos: são aqueles que independente de aumentos ou diminuições do volume produzido permanecerão constantes, seja por um período de tempo. Exemplo: aluguel da fábrica. Pequena Recordação Custos Diretos: são os custos que podem ser diretamente apropriados aos produtos havendo uma medida de consumo. Exemplos: quilogramas, materiais consumidos, horas de mão-de-obra utilizada etc. Custos Indiretos: são os custos que não oferecem condições de uma medida objetiva e qualquer tentativa de alocação tem que ser feita de maneira estimada e muitas vezes arbitrária. Exemplos: aluguel, salário da supervisão e das chefias. Pequena Recordação Então fica a pergunta: Mas, e as despesas? A mesma classificação pode ser aplicada às despesas, assim teremos os Custos e Despesas Diretos e Indiretos, e também Custos e Despesas Fixos ou Variáveis. Por exemplo: Custos e Despesas Fixos: são aqueles que permanecem constantes, independente das quantidades produzidas ou vendidas. Exemplos de gastos fixos são, o salário do gestor; aluguéis; seguros, etc. Despesas Custos e Despesas Variáveis: comissão dos vendedores com base nas vendas; impostos sobre faturamento, fretes, etc. Todos os custos podem ser classificados em fixos ou variáveis e diretos e indiretos ao mesmo tempo. Os custos variáveis são sempre diretos por natureza, embora possam às vezes ser tratados como indiretos por razões de irrelevância e economia. Despesas Agora que já conhecemos os conceitos e a terminologia de custos, já sabemos como classificar os custos e despesas, em relação ao produto e de acordo com o volume de produção, vamos entender agora quais são os elementos formadores dos custos e o que são custos empresariais, custo de produção do período, custo de transformação, custo primário e custo do produto vendido. Relembrando alguns conceitos já estudados, vimos que toda vez que uma empresa pretende obter bens seja para uso, troca, transformação ou consumo, ou mesmo utilizar algum tipo de serviço será necessário que ela efetue um gasto, que conforme sua aplicação, será classificado como custo, investimento, despesas e até mesmo perdas. Elementos Formadores de Custos Custo Empresarial, compreende a soma dos gastos com bens e serviços aplicados ou consumidos na produção de outros bens. Elementos Formadores de Custos Os materiais utilizados na fabricação ou prestação de um serviço podem ser classificados em: Matérias-primas; Materiais secundários; e Materiais de embalagem. Elementos Formadores de Custos: Materiais Matérias-primas São os materiais principais e essenciais que entram em maior quantidade na fabricação do produto. Exemplos a matéria-prima para uma indústria de: móveis de madeira é a madeira; confecções é o tecido; massas alimentícias é a farinha. Elementos Formadores de Custos: Materiais Materiais secundários: são os materiais que entram em menor quantidade na fabricação do produto. Esses materiais são aplicados juntamente coma a matéria-prima, complementando-a ou até mesmo dando o acabamento necessário ao produto. Exemplos os materiais secundários para uma indústria de: móveis de madeira são: pregos, cola, verniz, dobradiças, fechos etc.; confecções são: botões, zíperes, linha etc.; massas alimentícias são: ovos, manteiga, fermento, açúcar etc. Elementos Formadores de Custos: Materiais Materiais de embalagem: são os materiais destinados a acondicionar ou embalar os produtos, antes que eles saiam da área de produção. Os materiais de embalagem, em uma indústria de: móveis de madeira, podem ser as caixas de papelão, que embalam os móveis desmontados; confecções, caixas ou sacos plásticos; massas alimentícias, caixas sacos plásticos etc. Elementos Formadores de Custos: Materiais Compreende os gastos com pessoal envolvido na produção da empresa industrial, englobando salários, encargos sociais, refeições e estadias, seguros etc. Esses gastos com pessoal estão subdivididos em: Mão-de-obra Direta; Mão-de-obra Indireta. Elementos Formadores de Custos: Mão-de-obra Mão-de-obra Direta: é o gasto com pessoal diretamente envolvido na produção ou prestação do serviço e que são alocados de forma objetiva ao produto ou serviço, sem necessidade de rateio. Mão-de-obra Indireta: é o gasto com pessoal envolvido na produção ou prestação do serviço, porém, de forma indireta, ou seja, atuam parcialmente, desenvolvendo suas atividades em vários produtos e serviços, e, para serem alocados aos produtos ou serviços é necessário adotar um critério de rateio. Elementos Formadores de Custos: Mão-de-obra Gastos Gerais de Fabricação ou CIF (Custos Indiretos de Fabricação) Compreendem os demais gastos necessários para a fabricação dos produtos, como: Alugueis; energia elétrica; serviços de terceiros; manutenção da fábrica; Depreciação; seguros diversos; material de limpeza; Elementos Formadores de Custos: C I F óleos e lubrificantes para as maquinas; pequenas peças para reposição; telefones e comunicações etc. Elementos Formadores de Custos: C I F Impostos recuperáveis Na compra de qualquer material / matéria-prima, identificamos nas notas fiscais impostos, sendo alguns recuperáveis e outros não. Os impostos recuperáveis são aqueles que não geram custos para a empresa, uma vez que são compensáveis com os impostos incidentes sobre a venda e mesmo que não haja venda suficiente para compensar, o montante gerado na compra permanece no ativo da empresa. Elementos Formadores de Custos: Impostos Recuperáveis A gestão dos estoques é fundamental para a gestão das sociedades, vez que, o resultado obtido (lucro ou prejuízo) está diretamente relacionado à gestão dos estoques. Para controlar os estoques, para a área de custos, são dois os sistemas utilizados nos sistemas de inventário: periódico; e permanente. Será que o Estoque Interfere no Custo de um Produto ou Serviço? Sistema de inventário periódico ou sistema de inventário permanente? No sistema de inventário periódico, todas as compras e vendas do período são registradas para, no final do exercício, realizar-se a contagem física dos estoques, o chamado inventário físico. É o famoso “fechado para balanço”, em que o valor do custo das mercadorias vendidas pode ser definido pela equação: Sistemas de Inventário Custo das mercadorias vendidas = estoque inicial + compras - estoque final. CMV = EI + C - EF No sistema de inventário permanente, o custo da mercadoria ou produto vendido é determinado no momento em que é efetuada a venda, e para isso a empresa deve manter um controle contínuo sobre as entradas e saídas dos materiais e mercadorias (compras e vendas em quantidades e valores), de forma a dispor a qualquer momento da situação atualizada dos estoques e do custo dos produtos e das mercadorias vendidas. Assim, nesse sistema de administração de estoques, será possível dispor de informações básicas para o planejamento das compras, evitando-se a falta de mercadorias e insumos ou compras em excesso, além de proporcionar o acompanhamento da evolução do resultado contábil no decorrer do exercício. Sistemas de inventário Existem diversos métodos para determinar o valor dos estoques. Os principais e mais frequentemente utilizados são: PEPS (primeiro a entrar, primeiro a sair) ou FIFO (first in first out); UEPS (último a entrar, primeiro a sair) ou LIFO (last in first out); Médiaponderada móvel ou custo médio. Veja em detalhe cada método: Métodos de avaliação de estoques PEPS/FIFO – Primeiro a entrar, primeiro a sair (First in First Out) No PEPS, o custo das compras efetuadas primeiro, são utilizados para valorizar as quantidades vendidas, e, dessa forma, obter o valor do CMV (custos das mercadorias vendidas). Assim, à medida que ocorrem as vendas, se dá a baixa das primeiras compras. Métodos de avaliação de estoques UEPS/LIFO (last in first out) O método UEPS tem funcionamento inverso ao PEPS, posto que neste método avalia-se o estoque através do processo onde o Último produto que Entra no estoque é o Primeiro que Sai do estoque. Assim, consiste em utilizar o custo das compras efetuadas por último para valorizar as quantidades vendidas, e, dessa forma, obter o valor do CMV, ou seja, à medida em que ocorrem as vendas, se dá a baixa das últimas mercadorias compradas. Métodos de avaliação de estoques Podemos dizer que temos sistema métodos de avaliação de estoque em qual alternativa abaixo? a) Gastos Gerais de Fabricação ou CIF (Custos Indiretos de Fabricação). b) Matérias-primas. c) PEPS/FIFO – Primeiro a entrar, primeiro a sair (First in First Out). d) Mão-de-obra. e) Impostos recuperáveis. Interatividade ATÉ A PRÓXIMA!