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Resenha Crítica do filme: “Vatel – Um banquete para o rei”
Direção de Roland Joffé 
A história se passa na França no ano de 1671, quando o príncipe Condé convida o Rei Luís XIV para passar um final de semana de entretenimento em seu castelo, oferecendo-lhe um banquete. Os banquetes são rituais de solidariedade e trocas: reunir-se à mesa e compartilhar comida e bebida representam o estreitamento das relações de amizade, assim, Condé busca amenizar suas dívidas e de toda a província, acreditando que se agradar o Rei com as festividades, consiga dinheiro para pagar seus credores.
Como idealizador e mestre de cerimônias, encontra-se François Vatel, um homem muito criativo e inventivo, que planeja todo o banquete, esboçando esse espetáculo em maquetes dinâmicas e interativas. Vatel organiza o espetáculo em três dias: no primeiro dia ele prepara um cenário com árvores, borboletas, flores e frutos; para o segundo dia serão fogos de artifício a noite na ponte do lago e ao terceiro dia, um banquete de peixes com esculturas de gelo em homenagem e tributo à Neturno, Deus Sol, tudo tem limites a pompa e requinte no festim.
A profissão de Vatel exige muito esforço dedicação e organização, nela estão atividades como: preparação de apresentações teatrais e musicais; recebimento de mercadorias; organização da cozinha; distribuição de tarefas; decoração; preparação de pratos e atenção com os convidados à mesa. São muitas tarefas e exigências para que o banquete seja exatamente: Perfeito!
A distração proporcionada pelo anfitrião Condé, realizada através dos seus servos e coordenadas por Vatel, são inúmeras: desde apresentações teatrais com danças (apresentadas por crianças), dança musicalizadas por mulheres seminuas, músicas clássicas por cantores de ópera, músicos (como flautistas), jogos de caça, jogos de corrida, competições com cavalos e cavalheiros e jogos com cartas. As mulheres da corte são utilizadas como forma de obtenção de prazer para os homens, divertindo-os sexualmente quando solicitadas.
As decorações dos banquetes e das mesas é fascinante, com muitos arranjos de flores, enfeites feitos com açúcar, xícaras, objetos em barro e em prata, jarras, cestas com frutas e flores, taças, travessas, castiçais e campânulas (improvisadas com abóboras, ao que a criatividade de Vatel intitulou ser um ornamento indiano).
As preparações culinárias são servidas através do serviço com travessas, onde os convidados, assentados à mesa conforme hierarquia e desejo do rei, comem com garfo, faca, guardanapos ou com as próprias mãos. O vinho é servido em taças.
Na cozinha, encontramos divisão das tarefas e setorização das produções, nas grandes prateleiras encontram-se alimentos e utensilhos como: panelas, facas, jarros de vinho, e colheres, além disso a cozinha possui mesas de madeira, onde são preparados os alimentos e fornos grandes. As carnes de grande porte são penduradas e cortadas com o auxílio de machados. E o trabalho nas cozinhas é realizado sempre por homens. Nessa época, dava-se muita importância aos cozinheiros, obtendo status quem os possuía para servi-los. Surgem nessa época, as profissões de pasteleiros (produtores de geleias, compostas, sorvetes, etc) e também a confeitaria, artes muito apreciadas pelos franceses. Apesar da fartura das prateleiras das cozinhas, o filme retrata a dificuldade logística para que esses alimentos cheguem ao castelo Chantilly, a exemplo, relata o recebimento das campânulas quebradas no deslocamento até seu destino, esse fato atrapalha também o fornecimento de alimentos; como exemplifica o atraso nos peixes.
Com a descoberta do Novo Mundo, recebiam alimentos dessas terras como: aboboras, açúcar, milho, tomates, pimentões, chá, café, e o chocolate como bebida. O açúcar, trazido das Américas dá razão ao início das confeitarias e produção de doces. Nessa época há o aumento no consumo de carnes, frutas e vegetais e a diminuição do consumo de pães
Dentre os alimentos que são utilizados à época: estão frutas, legumes e vegetais, carnes, mariscos, peixes, ovos, cogumelos, castanhas e preparações doces. Além disso, suas bebidas são o vinho (mais utilizado à mesa) e o chocolate (servido em xícaras em momentos íntimos). As frutas _ peras, laranjas, melões, uvas e cerejas _ são servidas in natura (descascadas quando necessário), banhadas em caldas e secas ou cristalizadas (consideradas e servidas como se fossem joias). Os vegetais, como abóbora, alfaces, ervilhas, cenouras e aspargos fazem parte da decoração das mesas. As carnes são assadas em uma espécie de “churrasqueira” e servidas inteiras. Os cogumelos integram os molhos, e das castanhas são preparadas pastas que são servidas junto das frutas. Os ovos são utilizados em preparações doces, como o creme de ovos. E Vatel, numa improvisação, acaba por criar o “Chantilly”, acrescentando açúcar ao creme de leite e batendo. Há que se destacar, que nessa época existiam inúmeras variedades de uma mesma família de frutas e vegetais, como exemplifica citando as 500 variedades de peras.
É inegável a fartura e opulência dos banquetes, visto que há muita abundância em comida e bebida além do elevado número de convidados (milhares). Apesar de toda essa fartura, existe uma grande discrepância em relação às classes mais abastardas, que trabalhavam arduamente para servir a corte com suas produções e mercadorias, viviam pouco mais que os 30 anos e possuíam poucas condições de higiene e conforto, e ainda não recebiam grandes remunerações, adequadas ao extenso trabalho que possuíam. 
Apesar das extravagâncias, sabemos que essa influência foi proveitosa para as sociedades, incluindo a valorização dos cozinheiros e dos alimentos, a etiqueta à mesa e a preocupação com as formas de serviço (serviço à francesa). Deste modo, podemos sintetizar que os banquetes contribuíram de forma positiva nas sociedades futuras, de forma a iniciarem a associação entre a alimentação e as artes: apresentando uma exuberância artística na multiplicidade de variedades alimentares.

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