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METODOLOGIA 
CIENTÍFICA
METODOLOGIA 
CIENTÍFICA
Marcio Tadeu Girotti
© Copyright 2017 da Dtcom. É permitida a reprodução total ou parcial, desde que sejam respeitados os 
direitos do Autor, conforme determinam a Lei n.º 9.610/98 (Lei do Direito Autoral) e a Constituição Federal, 
art. 5º, inc. XXVII e XXVIII, “a” e “b”. 
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Ficha catalográfica elaborada pela Dtcom. Bibliotecária – Andrea Aguiar Rita CRB)
G526m
Girotti, Marcio Tadeu.
Metodologia científica / Marcio Tadeu Girotti. – Curitiba: Dtcom, 2017.
156 p. 
ISBN: 978-859-368-531-6
1. Metodologia. 2. Método de estudo. 3. Pesquisa.
CDD 001.8
Reitor Prof. Celso Niskier
Pro-Reitor Acadêmico Maximiliano Pinto Damas
Pro-Reitor Administrativo e de Operações Antonio Alberto Bittencourt
Coordenação do Núcleo de Educação a Distância Viviana Gondim de Carvalho 
Redação Dtcom
Análise educacional Dtcom
Autoria da Disciplina Marcio Tadeu Girotti
Validação da Disciplina Verônica Eloi
Designer instrucional Milena Rettondini Noboa
Banco de Imagens Shutterstock.com
Produção do Material Didático-Pedagógico Dtcom
Sumário
01 A Metodologia Científica .........................................................................................................7
02 As diferentes formas do conhecimento .............................................................................14
03 A Pesquisa Acadêmica ..........................................................................................................21
04 As Fontes de Pesquisa ..........................................................................................................28
05 Escola e pesquisa ...................................................................................................................35
06 A organização do trabalho acadêmico ..............................................................................42
07 O seminário acadêmico ........................................................................................................49
08 O relatório de pesquisa ..........................................................................................................56
09 Apresentação de trabalhos acadêmicos ...........................................................................64
10 A pesquisa na internet ...........................................................................................................72
11 A pesquisa científica ..............................................................................................................79
12 Pesquisa qualitativa e quantitativa .....................................................................................86
13 As modalidades de pesquisa ...............................................................................................93
14 Os instrumentos da pesquisa ........................................................................................... 100
15 Apresentação dos resultados da pesquisa ................................................................... 108
16 Produção do conhecimento: o fazer pesquisa .............................................................. 115
17 O projeto de pesquisa ......................................................................................................... 122
18 Os procedimentos da pesquisa ........................................................................................ 130
19 Técnicas de pesquisa ......................................................................................................... 137
20 Normatização ABNT ........................................................................................................... 145
A Metodologia Científica
Marcio Tadeu Girotti
Introdução
Você sabia que conhecimento acadêmico-científico contém normas para seu desenvolvi-
mento? Pois bem. Tais conhecimentos são reunidos na metodologia científica e todo saber é 
constituído por conhecimentos comprovados ou não. E nesse contexto, o saber formal, válido e 
universal, é o conhecimento científico. O conhecimento científico não é simplesmente o conheci-
mento da ciência, mas sim aquele que se preocupa com o rigor metodológico e a validade de seus 
resultados. Vamos entender como isso funciona? Acompanhe!
Objetivos de aprendizagem
Ao final desta aula, você será capaz de:
 • entender o que é a metodologia científica e suas aplicações;
 • compreender o que é conhecimento científico.
1 O que é metodologia científica
A metodologia científica diz respeito aos instrumentos que servem para a investigação cien-
tífica, que busca conhecer e obter conhecimento. O processo de conhecer está ligado ao método, 
que orienta e define as fases da investigação: o fazer, o conhecer e o agir. 
O método representa um caminho para se chegar a um fim, a observação sistemática da 
realidade e o controle das informações que se pode obter ao lidar com fenômenos da experiência 
sensível (KNECHTEL, 2014). A definição do método passa pelo tipo de pesquisa engendrada, pela 
natureza do objeto a que se aplica, e ao objeto de análise e resultados esperados. 
Veja que a ciência possui métodos próprios, mas o que se espera da metodologia é seu 
emprego de forma adequada, visando a um resultado que se pretende atingir.
FIQUE ATENTO!
Método é o guia da pesquisa, o norte, o horizonte, o instrumento que serve ao pes-
quisador para atingir o fim pretendido, adequado para cada tipo de objetivo e objeto 
a ser investigado.
Deve-se compreender que método é o instrumento e guia para a pesquisa, e a ciência é o 
próprio conhecimento. Em outras palavras, a metodologia científica é o aparato que instrumenta-
liza o pesquisador na sua investigação em busca de novos saberes ou nas comprovações dos já 
adquiridos (KNECHTEL, 2014).
 – 7 – 
TEMA 1
Figura 1 – A metodologia científica
Conclusão
Análise
Experimento
Hipótese
Questão
Observação
METODOLOGIA
CIENTÍFICA
Fonte: Becris/Shutterstock.com
Não há pesquisa científica sem método, logo, a metodologia da pesquisa é, portanto, “a busca 
de formas, instrumentos e caminhos para a construção do conhecimento” (KNECHTEL, 2014, p. 27).
SAIBA MAIS!
Para cada pesquisa há um método, que orienta o pesquisador para atingir os 
resultados a partir dos objetivos e hipóteses estabelecidos, cabendo a ele escolher 
qual o mais adequado. Leia a obra de Odília Fachin, “Fundamentos de metodologia”, 
em que a autora explica e exemplifica o método para cada tipo de pesquisa. 
2 A ciência e os saberes
Diante do desenvolvimento da humanidade, fez-se necessária a compreensão dos fenôme-
nos do universo que influenciam a vida, os quais levaram o ser humano a buscar conhecimento, 
para entender sua existência. Assim, o conhecimento adquirido foi sendo acumulado, revisado, 
aprimorado, constituindo uma gama de saberes, repleto de conhecimentos racionais.
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 8 – 
Desta forma, a ciência lida com fatos da realidade sensível, e busca compreendê-los por 
meio de uma análise sistemática, a fim de comprovar o conhecimento de forma universal. Com 
proposições que validem as hipóteses da ciência e o compartilhamento dos resultados obtidos 
com a comunidade científica, é possível comprovar os saberes. Logo, podemos utilizar os saberes 
de forma universal. 
Figura 2 – A ciência e os saberes
Fonte: Kotoffei/Shutterstock.com
Os saberes da ciência evoluíram ao longo dos séculos, assim, podemos considerar a ciência 
como um saber acumulado e especializado, que revisa anteriores, constrói outros, e projeta novos. 
Desde a antiguidade, via-se a necessidade de classificar os saberes, especificando os conhecimen-
tos e dividindo a ciência em áreas determinadas, conforme seu objeto de estudo (FACHIN, 2006).
EXEMPLO
A classificaçãodas ciências nos ajuda a entender melhor o seu objeto de estudo: em 
linhas gerais, podemos dizer que a biologia estuda a vida, a psicologia estuda a mente, 
a antropologia estuda o indivíduo nas culturas, e a sociologia estuda as relações indi-
víduo e sociedade. 
Agora, seguindo uma classificação sistematizada, podemos compreender a divisão da ciên-
cia da seguinte forma (FACHIN, 2006):
 • em Aristóteles temos a divisão: teórica (física, matemática e metafísica); prática (ética, 
economia e política); poéticas, tem por objeto as obras que o ser humano produz; 
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 9 – 
 • em Francis Bacon a ciência é: memorativa (história natural, civil e sagrada); imaginação 
(poesia épica, dramática e alegórica); razão, ligada à filosofia (Deus, homem); 
 • para Ampère elas são como cosmológicas (ou da natureza) ou noológicas (ou do 
espírito);
 • já August Comte ciências nomeia como: matemática; astronomia; física; química; 
fisiologia;
 • em Herbert Spencer temos: abstrata (lógica e matemática); abstrato-concretas (mecâ-
nica, física e química); concretas (astronomia, biologia e psicologia);
 • vemos em Wundt a ciência em: formais (como a matemática); concreta (como as ciên-
cias da natureza e do espírito).
A classificação moderna da ciência pode ser dividida em: 
 • exatas: trabalha relações de grandeza (matemática); 
 • naturais: trabalha com dados oferecidos pela natureza (biologia, física e química); 
 • humanas: trata da vida e do comportamento do homem (sociologia, psicologia, histó-
ria, entre outras).
Essas classificações nos ajudam a perceber a grandeza da ciência, seus ramos e suas 
especialidades. 
FIQUE ATENTO!
A classificação das ciências não é única. A classificação acima é um recurso didá-
tico para melhor entender como a ciência está estruturada e evolui ao longo dos 
séculos, acompanhando o desenvolvimento do saber humano. 
3 O conhecimento científico
O conhecimento científico trabalha com a classificação e a ordenação dos fatos, compa-
rando, analisando e sintetizando o conhecimento, transformando-o em saber válido e universal, 
fundamentado sob leis e princípios que regem o conhecimento acadêmico. 
Tornar um conhecimento válido é, no caso das ciências exatas e naturais, comprová-lo, testá-lo 
e aprová-lo pela comunidade científica; torná-lo universal é oferecê-lo a todos. No caso das ciências 
humanas não há testagem e comprovação, mas há outras formas para a legitimação desse conhe-
cimento na comunidade acadêmica, os quais visam à validade e à universalidade também.
Dado que o ser humano precisa aprimorar-se constantemente, não sendo apenas um recep-
tor passivo, o conhecimento científico auxilia o desenvolvimento do saber humano, fornecendo 
um aparato sistemático, metódico, analítico e crítico para a busca e descoberta de novos saberes 
(FACHIN, 2006).
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 10 – 
EXEMPLO
A busca por um novo remédio necessita de uma teoria que será testada na prática, 
podendo ou não ser validada. Em linhas gerais, se falsa, troca-se a teoria e, verifica-se 
novamente; se válida, a comunidade científica aprova a teoria e ela se torna universal.
4 As diversas abordagens do real
O ser humano é capaz de interpretar a realidade de diversas formas. Para pensar sobrea reali-
dade, podemos contar com as seguintes possibilidades: mito, religião, arte/cultura, senso comum, 
ciência e filosofia. 
SAIBA MAIS!
Leia o artigo “Mitos e verdades em ciência e religião: uma perspectiva histórica”, 
de Ronald L. Numbers, publicado em 2009, e procure relacionar as afirmações 
acerca do mito com as verdades da ciência e as contraprovas da religião, no eterno 
embate entre o místico e o real. Disponível no link: <http://www.scielo.br/pdf/rpc/
v36n6/v36n6a07.pdf>.
Na antiguidade, o ser humano buscava justificar a vida terrena através do mito, do sobrena-
tural, e sua relação com os deuses. O mito dava sentido à vida em comunidade. Essa crença no 
sobrenatural é transmitida de uma geração a outra, mantendo costumes e cultura de determinado 
povo (ARANHA, 2006).
Figura 3 – Diversas formas de expressar a fé
Fonte: Rashad Ashurov/Shutterstock.com
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 11 – 
FIQUE ATENTO!
Tanto no mito quanto na religião, o elemento base é a crença, acreditar nos deuses 
ou em um único Deus e confiar na forma de sua intervenção no mundo, com o po-
der da criação e manutenção da vida.
A visão religiosa da realidade parte da desconstrução do mito e deixa de lado deuses momen-
tâneos para se fiar em um Deus, que, possuindo diversos nomes, é um ser único. É a Fé que faz 
o indivíduo acreditar no desconhecido, com a esperança de permanecer no caminho seguro da 
religião, na confiança do Deus criador.
Já a visão artística enxerga o mundo por sua expressão e emoção. Essa visão influencia o 
outro a perceber o mundo com os olhos do artista. 
Figura 4 – Arte como expressão da realidade
Fonte: Anton Evmeshkin/Shutterstock.com
O senso comum é um saber não comprovado, assistemático, que convence por aceitação do 
conhecimento transmitido pelo outro. Sofre influência da cultura, por ser um saber que passa de 
geração a geração. É empírico e deriva da experiência cotidiana, ingênuo e sem rigor. Observam-se 
os fatos acreditando-se em uma verdade sem buscar as provas concretas para sua ocorrência. 
A ciência se mostra como um saber rigoroso e sistemático, fragmentado e especializado. Já 
a filosofia é um saber que vai até a última consequência, sendo um saber que busca a causa última 
de todas as coisas e questionador de todos os outros. 
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 12 – 
Fechamento
Concluímos esta aula compreendendo que o conhecimento científico contém regras para 
o seu desenvolvimento, verificando que a ciência contém diversas áreas, e várias formas de se 
interpretar a realidade.
Nesta aula, você teve a oportunidade de: 
 • entender o que é o conhecimento científico em sua aplicação às formas de enxergar o 
mundo;
 • observar a evolução do saber científico por meio da classificação das ciências.
Referências 
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. Filosofia da educação. 3. ed. São Paulo: Moderna, 2006. 
FACHIN, Odília. Fundamentos de metodologia. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2006.
KNECHTEL, Maria do Rosário. Metodologia da pesquisa em educação: uma abordagem teórico-
-prática dialogada. Curitiba: Intersaberes, 2014. 
NUMBERS, Ronald L. Mitos e verdades em ciência e religião: uma perspectiva histórica. Revista 
Psiquiatria Clínica, v. 36, n. 6, p. 246-251, 2009. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rpc/
v36n6/v36n6a07.pdf>. Acesso em: 12 abr. 2017.
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 13 – 
As diferentes formas do conhecimento
Marcio Tadeu Girotti
Introdução
O ser humano, em busca de conhecer o que o cerca, desenvolve novos conhecimentos, 
assim, o progresso da ciência é produto da atividade humana que transforma o mundo, trans-
forma a natureza e produz cultura.
Desta forma, o ser humano produz conhecimento que se reúne em senso comum, teológico, 
científico e filosófico. Vamos compreender como isto funciona? Acompanhe!
Objetivos de aprendizagem
Ao final desta aula, você será capaz de:
 • entender quais são os tipos de conhecimento.
1 Diferentes formas do conhecimento
Acompanhando a história da humanidade, observamos que o ser humano reuniu por séculos, 
diversas formas de conhecer, sempre em busca de explicar o mundo, o ambiente que o cerca.
Na antiguidade, o indivíduo encontrava no mito, no sobrenatural, a explicação da sequência 
dos eventos terrestres, desde a origem da terra até o surgimento da raça humana. Com a desco-
berta da escrita, o ser humano iniciou também um processo de descoberta do poder da cura, para 
os males da vida. Povos antigos, como os do vale do Tigre e do Eufrates, às margens do Nilo, por 
meio da observaçãoe experimentação, descobriram a matemática, na forma de medir e demarcar 
áreas. Assim, estabeleceram o calendário e registraram, por exemplo, o aparecimento de eclipses 
(FACHIN, 2006).
Com o passar do tempo, o conhecimento dos povos antigos foi sendo aprimorado, e suas 
contribuições permitiram o avanço da ciência. Conhecimentos matemáticos e filosóficos, como 
os de Aristóteles, Francis Bacon, Descartes até August Comte, mostram um retrato do desenvolvi-
mento do saber, em busca de métodos que explicassem a aquisição de conhecimento, bem como 
indicassem as formas de se conhecer o mundo (FACHIN, 2006). 
O desenvolvimento da erudição permite a aquisição de novas formas de saber, assim como 
a reunião e a integração dessas formas, representam o avanço rápido e intenso do saber humano, 
que se modifica, altera-se, a cada nova descoberta, adapta-se e se reconstrói sempre em busca de 
outros conhecimentos (FACHIN, 2006).
O ser humano é capaz de reunir diversas formas de conhecer para interpretar o mundo, sendo 
elas, por exemplo: o senso comum, a religião, a ciência e a filosofia.
 – 14 – 
TEMA 2
SAIBA MAIS!
As diferentes formas do saber evidenciam a especificidade do saber humano, 
ao mesmo tempo em que mostram a gama de conhecimentos adquirida pelo ser 
humano ao longo de sua existência. Para cada tipo de saber, obtemos uma forma de 
conhecer o mundo e ampliamos o nosso conhecimento. Veja a obra de Maria Lúcia 
de Arruda Aranha “Filosofia da educação”, (2006), em que a autora aborda as diversas 
formas de observar a realidade, a partir de cada ramo do saber. 
1.1 O senso comum
O conhecimento do senso comum é adquirido independentemente de provas concretas e 
dos estudos aprofundados. É transmitido de geração em geração, através das vivências dos indi-
víduos, fazendo parte da cultura de um povo.
FIQUE ATENTO!
O saber empírico, ou o conhecimento do senso comum, abre as portas para a inves-
tigação científica, pois ele é uma forma de saber que estabelece o primeiro contato 
com o mundo.
O contato direto com a natureza, com o mundo, relaciona-se ao conhecimento empírico, sendo 
este o primeiro contato entre o sujeito e o objeto, entre o intelecto e o mundo sensível. Observe 
que o senso comum se contenta com simples imagens superficiais das coisas, constituindo uma 
visão ingênua e muitas vezes sem crítica do mundo. Essa forma de saber não estabelece relações 
significativas de suas interpretações, não possui fundamentos científicos ou métodos de análise, 
e caracteriza-se como uma imagem fragmentária da realidade (FACHIN, 2006).
Figura 1 – O saber do senso comum
Fonte: Rawpixel.com/Shutterstock.com
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 15 – 
Se por um lado, o senso comum caracteriza um saber não fundamentado um conhecimento 
da vida cotidiana, por outro, mostra, em sua simplicidade, o primeiro contato do ser humano com 
a realidade.
Reparem que o conhecimento empírico é a estrutura para se chegar ao conhecimento cien-
tífico; embora de nível inferior, não deve ser menosprezado. Ele é a base fundamental do 
conhecer, e já existia muito antes de o ser humano imaginar a possibilidade da existência 
da ciência (FACHIN, 2006, p. 15). 
EXEMPLO
Observar que uma vidraça se quebra quando se arremessa uma pedra, é um saber do 
senso comum, mas saber o porquê o vidro quebra, ultrapassa essa forma de saber, 
cabendo a um saber mais elaborado, como a ciência, a descoberta desta causa a 
partir do seu efeito.
Portanto, mesmo o senso comum não sendo um saber comprovado, ele representa um saber 
empírico, que por sua vez, é a base para a experimentação do conhecimento científico. 
1.2 O conhecimento religioso
O conhecimento religioso ou teológico está ligado ao sobrenatural, como um produto do inte-
lecto do ser humano ligado à fé, com interpretações do mundo por intermédio de mensagens ou 
manifestações divinas (FACHIN, 2006). Representado na figura de um ser superior, um Deus, que 
se faz presente por diversos nomes, o ser humano se relaciona com ele pela sua fé, transmutando 
esse ser superior à imagem do ser humano muitas vezes.
Na busca por aquilo que transcende o conhecimento humano, procuramos por explicações 
que não cabem ao saber científico ou filosófico, que não conseguem explicar determinados fenô-
menos, recorrendo à crença em uma entidade divina que possa responder a questões inexplicá-
veis. A teologia procura integrar os conhecimentos da razão com os dados da fé.
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 16 – 
Figura 2 – Conhecimento religioso
Fonte: FreddEP/Shutterstock.com
O fundamento do conhecimento religioso é a fé. Não é preciso ver para crer, e a crença ocorre 
mesmo que as evidências apontem no sentido contrário. As verdades religiosas são registradas 
em livros sagrados ou são reveladas por seres espirituais, por meio de alguns iluminados, santos 
ou profetas (FACHIN, 2006).
FIQUE ATENTO!
Enquanto a mitologia apresenta deuses para explicar o mundo, a religião monote-
ísta obtém em um único Deus a sua crença, assim, o ser humano crê pela fé e pela 
aceitação do saber divino.
Desta maneira, a religião se faz presente na vida do ser humano, manifestando-se de diferentes 
formas. A força da fé e a crença em dogmas é o que fundamenta a vida religiosa, e seus seguidores, 
no caso das religiões monoteístas, acreditam em um Deus soberano como força espiritual que per-
mite a continuação da vida após a morte.
EXEMPLO
Com o mito, a causa de um trovão poderia ser a manifestação da ira dos deuses. Para 
a religião, uma criação divina. Já para a ciência, o trovão evidencia o efeito causado 
pelo raio em decorrência de tempestade, possuindo uma explicação científica sobre 
energia, força e elementos da natureza que provocam esse acontecimento.
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 17 – 
Vale lembrar que a religião é uma forma de observar e interpretar a realidade, acreditando em 
dogmas e crenças, apoiados na fé pela existência de um ser superior. O que não significa dizer que 
as religiões não se fundamentam na racionalidade (BERGER, 2004).
1.3 A ciência e a filosofia
Historicamente, a ciência e a filosofia caminharam juntas, mas, com a revolução científica 
ocorrida no século XVII, elas se separam em dois saberes. A ciência vai se fragmentando em 
conhecimentos especializados, como a física, a astronomia, química, biologia, psicologia, sociolo-
gia, entre outros, delimitando o seu campo de saber (ARANHA, 2006).
A filosofia, por sua vez, continuou a tratar sobre os mesmos assuntos da ciência, mas, ao con-
trário dessa, que se ocupa de recortes da realidade, pela especificação de seus saberes, a filosofia se 
ocupa com o todo, com uma visão de conjunto, buscando a causa última de todas as coisas.
SAIBA MAIS!
Para aprofundar nessa relação entre filosofia e ciência, leia o artigo “Entre a Filosofia 
e a Ciência: Merleau-Ponty e a Psicologia”, que apresenta não só uma relação 
entre esses dois saberes, como apresenta a visão de um filósofo e uma forma 
especializada de ciência, a psicologia. Disponível no link: <http://www.scielo.br/scielo.
php?script=sci_arttext&pid=S0103-863X2007000300004>.
O conhecimento da ciência se ocupa da abordagem sistemática dos objetos da natureza (os 
fenômenos), tendo em vista as relações de causa e efeito, possui métodos que instrumentaliza o 
pesquisador, evidenciando etapas para o processo do conhecer.
O conhecimento científico pressupõe aprendizagem superior. Caracteriza-se pela presença 
do acolhimento metódico e sistemático dos fatos da realidade sensível. Por meio da clas-
sificação, da comparação, da aplicação dos métodos, da análise e síntese, o pesquisador 
extrai do contexto social, ou do universo, princípios e leis que estruturam um conhecimento 
rigorosamente válido e universal (FACHIN, 2006, p. 15).
A ciência procura atingir a verdade dos fatos pela observação da natureza poraplicação de 
pesquisas metódicas e sistemáticas. Por meio de instrumentos de coleta e análise de dados da 
realidade, o conhecimento científico pode ser adquirido por experimentação, demonstração e pes-
quisa, um saber que se estabelece na prática, com teorias e hipóteses, com o fim último de des-
vendar os segredos da realidade. 
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 18 – 
Figura 3 – Conhecimento científico
Fonte: Kotoffei/Shuterstock.com
O conhecimento filosófico conduz a reflexão crítica, que busca o conhecimento último de 
todas as coisas, transcendendo o saber do ser humano, utilizando a razão como a faculdade mais 
elevada do espírito, a qual ordena nossos pensamentos e constitui conceitos e princípios sobre os 
objetos do mundo. 
Figura 4 – O saber filosófico
Fonte: Chinnapong/Shutterstock.com
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 19 – 
Tanto a filosofia quanto a ciência possuem um saber rigoroso, mas, enquanto a ciência se 
ocupa com um saber especializado, a filosofia trata com um saber de conjunto. E, enquanto a 
ciência evidencia um conhecimento por causa e efeito, a filosofia busca a causa última que funda-
menta todo o saber.
FIQUE ATENTO!
Por mais que a ciência e a filosofia investiguem o mesmo objeto, cada qual consti-
tui uma forma específica de conhecimento.
A filosofia e a ciência podem explicar e fundamentar o conhecimento da realidade e a partir 
daí originar novos saberes, como a fenomenologia (no caso da filosofia) e a física quântica (no 
caso da ciência).
Fechamento
Compreendemos que há várias formas de se observar a realidade, atrelada aos diversos 
saberes, cada qual expondo uma maneira de adquirir conhecimento.
Nesta aula, você teve a oportunidade de:
 • compreender a diversidade de formas de conhecer;
 • entender como se dá o conhecimento do senso comum e o saber da religião;
 • identifica o saber da ciência e o saber filosófico.
Referências 
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. Filosofia da educação. 3. ed. São Paulo: Moderna, 2006. 
BERGER, Peter. O dossel sagrado: elementos para uma teologia sociológica da religião. 5. ed. São 
Paulo: Paulus Editora, 2004. 
FACHIN, Odília. Fundamentos de metodologia. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2006.
VERISSIMO, Danilo Saretta; FURLAN, Reinaldo. Entre a Filosofia e a Ciência: Merleau-Ponty e a Psi-
cologia. Paideia, Ribeirão Preto, São Paulo, v. 17, n. 38, p. 331-342, 2007. Disponível em: <http://www.
scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-863X2007000300004>. Acesso em: 28 abr. 2017.
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 20 – 
A Pesquisa Acadêmica
Marcio Tadeu Girotti
Introdução
O conhecimento humano é adquirido de diversas formas, passando por diferentes níveis do 
saber. Toda busca por conhecimento engendra uma pesquisa, uma investigação em busca de 
resultados que satisfaçam o objetivo proposto pelo pesquisar, isso é o fazer pesquisa.
Aqui, iremos nos concentrar na pesquisa no nível da academia, a qual trabalha com conheci-
mentos científicos. Vamos lá!
Objetivos de aprendizagem
Ao final desta aula, você será capaz de:
 • compreender os diferentes tipos e níveis do conhecimento acadêmico;
 • entender os desafios para o pesquisador iniciante.
1 Introdução à pesquisa acadêmica
Para a ciência, além do método para realizar a pesquisa, deve-se observar outro ponto: como 
se dá a interpretação da realidade? Ou seja, é preciso considerar aspectos que envolvem o ser 
humano na totalidade como: ética, política, sociedade, cultura no processo de produção e aquisi-
ção de conhecimento (TOZONI-REIS, 2007).
A pesquisa envolve o buscar conhecimento. Por que pesquisamos? Porque queremos conhe-
cer e descobrir algo, sanar uma dúvida, resolver um problema. No âmbito da academia, que traba-
lha com pesquisa científica, um saber comprovado, válido e universal, é complexo e processual, 
cumpre etapas e rigor metodológico para atingir e apresentar resultados.
SAIBA MAIS!
Para aprofundar o entendimento acerca da pesquisa acadêmica, leia o capítulo 1 da 
obra “Como elaborar projeto de pesquisa: linguagem e método”, disponível no link: 
<http://www.uff.br/sga/monografia/MATERIAL_U_ECO.pdf>.
Isto significa que o trabalho científico é um aprendizado, e ocorre por processos contínuos e 
incessantes, não ao acaso, mas sim por mecanismos que conduzem o pesquisador na busca de forma 
metódica, sistemática, minuciosa por meio de um longo processo de investigação (FACHIN, 2006). 
 – 21 – 
TEMA 3
Figura 1 – O trabalho acadêmico científico
Fonte: Syda Productions/Shutterstock.com
No âmbito acadêmico, existem níveis de pesquisa, e de acordo com o momento em que se 
encontra o pesquisador, desenvolve-se um tipo de trabalho, conforme o grau de instrução, formação e 
conhecimento dele, sempre considerando tempo da pesquisa, que não é intuitiva, e sim um processo.
É preciso observar que nem todo tema cabe em uma pesquisa, às vezes, o tema que se busca 
pesquisar é basicamente a solução de uma dúvida, que não depende de grande aprofundamento 
ou vasta investigação, constituindo tão somente uma aquisição simples de um saber.
FIQUE ATENTO!
A pesquisa acadêmica possui níveis de estudo, que correspondem ao momento da 
vida acadêmica do pesquisador, cumprindo com normas e exigências específicas 
da academia.
Vejamos a seguir quais são os níveis de pesquisa.
2 Os níveis da pesquisa acadêmica
Uma das atividades mais importantes da academia é a pesquisa, que possui uma função 
social dentro do ensino superior, pois é um espaço de produção crítica e reflexiva sobre a realidade 
e possui grande contribuição social (TOZONI-REIS, 2007).
A formação no ensino superior se divide em graduação e pós-graduação. A graduação é a for-
mação do profissional, organizada na relação teoria e prática, buscando e organizando a produção 
do conhecimento em nível universitário. Logo, a pesquisa na graduação tem por objetivo produzir 
conhecimentos atualizados e significativos os quais contribuem para a formação humana e pro-
fissional, de maneira ampla, crítica e reflexiva. 
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 22 – 
Figura 2 – A pesquisa acadêmica
Fonte: ESB Professional /Shutterstock.com
Na graduação, o início da pesquisa se dá com a iniciação científica, quando estudantes, 
ainda em processo de formação, desenvolvem projetos científicos, despertados e incentivados 
para o universo da pesquisa acadêmica, sob orientação de pesquisadores qualificados.
Já a pós-graduação, é um estágio posterior, adequado para aqueles que querem aprofundar 
os conhecimentos obtidos na graduação e no ambiente profissional, sendo dividido em níveis: 
especialização, mestrado e doutorado.
Na pós-graduação há duas modalidades: lato sensu: relativo aos cursos de especialização, 
em determinada área de atuação profissional; stricto sensu: mestrado e doutorado, cujas forma-
ções são mais aprofundadas e qualifica profissionais nas mais diversas áreas do conhecimento, 
além de ajudar a produzir novos e significativos saberes (TOZONI-REIS, 2007).
Para cada âmbito desses conhecimentos há um tipo de trabalho científico, de acordo com a 
exigência acadêmica e o grau de instrução do pesquisador. Para tanto, classificando-se em: traba-
lho de conclusão de curso, monografia, dissertação e tese.
SAIBA MAIS!
Toda pesquisa exige a colocação de um problema: a pergunta da pesquisa, que 
norteia o pesquisador a elaborar os seus objetivos. Sobre esse assunto assista ao 
vídeo “Definindo o problema da pesquisa”, disponível no link: <https://www.youtube.
com/watch?v=qb-GWBrZ0XA>. 
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 23 – 
3 Os tipos de trabalhos acadêmicos: 
monografia, dissertação e tese
O primeiro tipo de trabalho acadêmico se dá na graduação- o trabalho de conclusão de curso - 
também conhecido como TCC. Trata-se de relatórios de pesquisa que versam sobre um único tema, 
de forma geral e ampla, com o objetivode enriquecer determinado conhecimento adquirido ao longo 
da graduação. Por isso, é um trabalho geralmente realizado no final do curso (FACHIN, 2006).
O TCC é, portanto, um trabalho de pesquisador iniciante, que investiga um tema único, deli-
mitado. Busca aprofundar o conhecimento dentro do tema escolhido. Também é conhecido como 
ensaio monográfico, monografia.
FIQUE ATENTO!
A monografia e o trabalho de conclusão de curso são muito parecidos em seus 
objetivos e estruturas, mas são divergentes quanto à sua complexidade, que se 
especifica no grau de seu desenvolvimento, na graduação ou pós-graduação.
Veja que a monografia é um estudo, dentro da estrutura de um trabalho científico, coorde-
nado por um professor orientador, que auxilia o pesquisador na obtenção dos objetivos da pes-
quisa. É ainda um trabalho de especialização (lato sensu) (FACHIN, 2006).
Figura 3 – Ensaio monográfico
Fonte: wavebreakmedia / Shutterstock.com
A monografia prepara o estudante para um trabalho de pesquisa mais aprofundado dentro da 
limitação do tema escolhido, por meio de bibliografias diversas, que servem de referencial teórico 
para a execução da pesquisa. Esse trabalho deve ser realizado de forma exaustiva e com profun-
didade, respeitando as normas do trabalho científico.
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 24 – 
No âmbito dos cursos stricto sensu, os trabalhos são mais elaborados e são consonantes 
com o nível de complexidade em que se encontra o pesquisador, no mestrado ou doutorado. O 
mestrado visa enriquecer a competência técnica e científica do estudante já graduado, o qual deve 
elaborar um trabalho dissertativo para a obtenção do título de mestre.
O trabalho desenvolvido no mestrado é a dissertação, “um estudo científico de grande alcance 
sobre um assunto bem determinado e limitado” (FACHIN, 2007, p. 194). 
EXEMPLO
Para delimitar um tema de pesquisa posso seguir um roteiro: área da pesquisa, 
assunto a ser tratado (geral), tema a ser pesquisado (particular). Por exemplo: área 
é educação; assunto é educação infantil; tema é letramento. 
Ele corresponde ao pensamento amadurecido do pesquisador, que desenvolve a pesquisa 
dentro de um tema único, bem delimitado, aprofundando o saber, reunindo, interpretando, ana-
lisando e sintetizando informações com uso de metodologias específicas correspondentes ao 
tema escolhido. A pesquisa de mestrado, portanto, contribui com acréscimos ao tema investigado, 
contribuindo e enriquecendo o saber de determinada área do conhecimento. 
O doutorado representa o momento maior, mais solene e mais elevado da vida acadêmica, 
que confere o grau de doutor àquele que desenvolve a pesquisa nesse nível de aperfeiçoamento, 
ao escrever e defender uma tese (FACHIN, 2006).
A tese é um trabalho de tema único, original e bem delimitado, de alto grau de complexidade 
e de conhecimento do pesquisador. É um trabalho cujo desenvolvido se dá de forma exaustiva e 
com profundidade sobre tema específico. A contribuição dele enriquece a área em que é desenvol-
vida, além de contribuir com a sociedade científica (FACHIN, 2006). 
Cabe ressaltar que há vários desafios em quaisquer níveis de pesquisa.
4 Desafios para o pesquisador iniciante
A pesquisa exige conhecimento anterior ao assunto a ser pesquisado, a escolha do tema, a 
delimitação dele e também do problema, a escolha do método que oriente a pesquisa, além do 
cumprimento de normas que regem o conhecimento científico.
EXEMPLO
Se você quer entender melhor a vida do urso polar, antes, você precisa saber quem 
é o urso. Procure, antes, materiais que auxilie a compreensão sobre a vida do urso. 
Depois, procure aprofundar nas especificidades sobre o seu objeto de estudo. As-
sim, a pesquisa será iniciada com algum conhecimento prévio sobre o tema.
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 25 – 
Para quem inicia a vida de pesquisador é preciso atentar-se para alguns aspectos que são 
relevantes desde as escolhas iniciais até a definição do resultado pretendido. Isto também passa 
pela seleção do material de pesquisa e a metodologia a ser empregada.
Figura 4 – Pesquisador iniciante
Fonte: Christine Langer-Pueschel /Shutterstock.com
É comum o pesquisador iniciante escolher um tema amplo, que demanda tempo de execu-
ção e, no geral, que não cabe no cronograma sugerido para o desenvolvimento da pesquisa. Isto 
ocasiona a busca por objetivos muito gerais, difíceis de serem atingidos, e que compromete o 
resultado final.
Para tanto, traçaremos abaixo dicas para quem deseja iniciar uma pesquisa (FACHIN, 2006):
 • escolha um tema de seu gosto e pertencente ao universo de seu conhecimento;
 • prefira um assunto que você tenha a certeza que consegue desenvolvê-lo;
 • eleja temas que sejam possíveis de serem desenvolvidos, e não se limitem a respostas 
em poucas linhas;
 • a pesquisa a ser desenvolvida deve ou contribuir para a área de atuação do pesquisador 
ou para a sociedade. Se não corresponder a isso, não é uma pesquisa que valha a pena;
 • considere o tempo que você tem para realizar o trabalho, assim como os prazos de 
entrega para que não resulte em algo sem coerência;
 • reúna materiais de referência em sua área de pesquisa, procure referencial teórico de 
pesquisadores conhecidos, garantindo a confiabilidade da pesquisa;
 • ao procurar material bibliográfico, verifique a originalidade, quem escreve, quem publica, 
onde está publicado;
 • se for pesquisar em ambiente virtuais, procure sites de referência e confiáveis, específi-
cos da área, revistas e periódicos acadêmicos; cuide da escrita, das normas, da forma-
tação e da apresentação do trabalho. Lembre-se é o seu nome que está em jogo!
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 26 – 
FIQUE ATENTO!
Pesquisar exige tempo e dedicação, o que conduz a atentar para as normas e exi-
gências para cada tipo de pesquisa. 
Essas são algumas dicas para o pesquisador iniciante, servem para nortear a escolha do 
tema, a pesquisa em materiais bibliográficos e a apresentação dos resultados.
Fechamento
Compreendendo como está estruturado o trabalho no âmbito acadêmico, você já é capaz de 
saber como cada tipo de trabalho se encaixa em determinando momento da pesquisa, a depender 
do nível da formação do pesquisador. 
Nesta aula, você teve a oportunidade de: 
 • entender como está estruturado o conhecimento no âmbito da academia;
 • compreender cada tipo de trabalho acadêmico e sua especificidade e complexidade;
 • conhecer as modalidades do trabalho acadêmico em seus níveis de formação;
 • saber quais são os cuidados que o pesquisador iniciante deve estar atento.
Referências 
FACHIN, Odília. Fundamento de metodologia. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2006.
SIQUEIRA, Fabio. et al. Como elaborar projeto de pesquisa: linguagem e método. Rio de Janeiro: 
FGV, 2008. Capítulo I. Disponível em: <http://www.uff.br/sga/monografia/MATERIAL_U_ECO.pdf>. 
Acesso em: 21 abr. 2017. 
TOZONI-REIS, Marília Freitas de Campos. Metodologia da pesquisa científica. 2. ed. Curitiba: 
IESDE, 2007. 
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 27 – 
As Fontes de Pesquisa
Marcio Tadeu Girotti
Introdução
A pesquisa acadêmico-científica possui critérios e exigências que obrigam o pesquisador a 
ficar atento a uma série de procedimentos, envolvendo da ética na manipulação de seres vivos à 
divulgação correta dos dados. Nesta aula, conheceremos a importância destes procedimentos e 
estudaremos os limites, os métodos e os cuidados da pesquisa.Também entenderemos a necessi-
dade de se ter cuidado com o uso das fontes de pesquisa, buscando sempre referências confiáveis 
e evitando o plágio.
Objetivos de aprendizagem
Ao final desta aula, você será capaz de:
 • identificar quais são os perigos e riscos que o pesquisador iniciante pode encontrar;
 • compreender as grandes áreas do conhecimento;
 • entender sobre propriedade intelectual: o plágio.
1 O cuidadocom a pesquisa
A pesquisa exige atenção e alguns cuidados antes mesmo do início dos trabalhos do pes-
quisador, que em geral, escolhe um tema que seja de seu interesse e de seu universo de conheci-
mento, garantindo condições e tempo para desenvolver o seu trabalho. 
Quando se desenvolve uma pesquisa, o pesquisador precisa levar em consideração duas coi-
sas: sua produção deve ou contribuir para sua área atuação ou trazer benefícios à sociedade. Caso 
contrário, a pesquisa pode não ter a qualidade ou notoriedade que merece, não sendo, de fato, um 
conhecimento útil que possa servir de base para outros estudos.
Um fator importante para o processo da investigação é ter muita clareza sobre o tempo dis-
ponível para a pesquisa e quais são os seus prazos, evitando antecipar resultados e entregar um 
trabalho sem coerência ou sem grandes contribuições.
EXEMPLO
Um estudante de pós-graduação pretende fazer uma pesquisa extensa, com diver-
sos objetivos e metas, dentro do prazo de 12 meses. Seu orientador, sabendo por 
experiência própria da dificuldade que o aluno terá, recomenda-o a focar os traba-
lhos em um objetivo geral e apenas dois ou três objetivos específicos.
 – 28 – 
TEMA 4
Figura 1 – O cuidado com a pesquisa
Fonte: cosma/Shutterstock.com
Para garantir a confiabilidade da pesquisa, é indispensável reunir materiais de referência da 
área e trabalhos de pesquisadores respeitados no meio acadêmico. Também é necessário veri-
ficar sempre a originalidade dos trabalhos, quem escreve, quem publica e onde foi publicado. O 
mesmo cuidado vale para a pesquisa que você fizer em ambientes virtuais e na internet.
Por fim, toda pesquisa precisa ser bem apresentada, ou seja: é preciso evitar trabalhos com 
erros na escrita ou na formatação, cuidar das normas exigidas, apresentar um texto claro, objetivo 
e com coerência. 
A pesquisa, como importante instrumento de produção de conhecimento, exige o cuidado 
com as técnicas, instrumentos, métodos, etapas, normas, dados e com a sua apresentação. É a 
atenção a estes elementos que garante a qualidade do trabalho (TOZONI-REIS, 2007). 
FIQUE ATENTO!
Quando você escolhe o tema e o problema de sua pesquisa, é preciso ter ciência 
de sua aplicação: será que esse novo saber irá engrandecer a área de estudos ou 
contribuir para a sociedade? O aprofundamento bibliográfico sobre um determina-
do tema pode não contribuir para aspectos sociais, mas irá enriquecer a área de 
conhecimento em que esse saber se encontra.
2 A ética da pesquisa
A pesquisa científica deve possuir rigor, pois é desenvolvida por cientistas, educadores e 
pesquisadores de diversas áreas do conhecimento com interesse em investigar e buscar novos 
conhecimentos em suas áreas, sendo os responsáveis pela informação publicada. Por isso, enten-
de-se que deve haver ética na pesquisa e compromisso com a veracidade da informação, além 
de responsabilidade com o conhecimento e com aqueles que irão usufruir dessa produção (DEL-
-MASSO; COTTA; SANTOS, 2014).
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 29 – 
Para resguardar a pesquisa e quem participa dela, a ética deve se fazer presente nesse uni-
verso de conhecimento. Lembre-se que não basta simplesmente proceder com rigor, método, 
jsistematicidade e com todo o cuidado exigido, mas também considerar os princípios da ética e 
os limites da pesquisa.
Quem é o pesquisador? Quem participa da pesquisa? Quem participa da pesquisa também é 
um dado para a pesquisa? Será feita com animais ou seres humanos? Em geral, essas são ques-
tões relevantes para se pensar a ética na pesquisa. 
Veja também que o uso de bibliografia e dos dados da pesquisa devem ser feitos com ética, 
lembrando sempre da importância de se referenciar corretamente e evitar o plágio.
Para o desenvolvimento da pesquisa é preciso considerar todos os aspectos que irão envol-
ver tanto o pesquisador quanto o objeto de estudo, assim como questões que atinjam a sociedade 
como um todo. Por isso, várias universidades e governos por todo o mundo possuem um comitê 
de ética que avalia se as pesquisas com seres vivos podem ou não ser desenvolvidas, e também 
se ferem a integridade dos seres ou das informações com elas obtidas. Somente após ser apro-
vada pelo comitê, a pesquisa segue para seu desenvolvimento.
Figura 2 – Princípios éticos
Fonte: Lightspring/Shutterstock.com
Vale ressaltar que somente os trabalhos que envolvem seres vivos devem ter uma aprovação 
direta do comitê. Isso significa que pesquisas que não envolvem seres vivos contam somente com 
a conduta e a ética de quem as desenvolve.
FIQUE ATENTO!
Pesquisas que envolvem seres vivos precisam da aprovação de um comitê de ética! 
Deve-se sempre levar isso em conta quando se conduz esse tipo de estudo.
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 30 – 
EXEMPLO
Se um pesquisador pretende avaliar o quanto o ser humano pode tolerar a dor cau-
sada por queimadura e decide aplicar seu experimento em animais, todo o proce-
dimento desta pesquisa deverá ser validado por um comitê de ética antes de sua 
execução. Não se pode simplesmente causar dor a um animal para marcar o tem-
po, da mesma forma que não se pode fazer nenhum tipo de pesquisa do tipo com 
seres humanos. Mesmo pesquisas antropológicas, entre outras que se refiram aos 
indivíduos, devem passar pelo comitê de ética.
3 Luz própria: o plágio
O velho copiar e colar, conhecido como “Ctrl C + Ctrl V”, evidencia que o plágio é comum e não 
é nenhuma novidade. Na verdade, o avanço da tecnologia e o advento da internet apenas trouxe-
ram à tona e reforçaram essa discussão, ganhando ainda mais relevância com exemplos de cópia 
indevida por pessoas de grande renome acadêmico, vinculadas a grandes universidades nacionais 
e internacionais (NATALI, 2011). 
Avaliando as condições da emergência do prazo, considera-se que a falta de tempo para rea-
lizar uma atividade escolar ou um trabalho mais elaborado feito por universitários, leva o indivíduo 
a plagiar. Mas isso ocorre por descuido ou conscientemente?
Estudos relevam que o plágio tornou-se mais comum pela falta de tempo, pelo fácil acesso 
a informações por conta da internet e pela falta de mecanismos que detectem o plágio de forma 
satisfatória, apesar de existirem diversos softwares que já detectam esse tipo de atividade em 
algum nível (NATALI, 2011).
Figura 3 – Plágio: o copiar e colar
Fonte: Sarycheva Olesia/Shutterstock.com
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 31 – 
Por falta de informação ou não, o importante é tomar cuidado com o plágio, que se tornou 
crime pelo artigo 184 do Código Penal e pela Lei nº 9.610/98, que defende os direitos de autoria 
contra a reprodução não autorizada (NATALI, 2011). 
O recomendável é buscar informações para compreender a maneira correta de utilizar o 
material bibliográfico com a referência da fonte correta, evitando assim a cópia irregular. 
FIQUE ATENTO!
Plagiar é crime, e copiar a propriedade intelectual protegida por direitos autorais é 
uma conduta antiética. Tenha atenção redobrada ao usar informações publicadas 
por outras pessoas ou instituições!
SAIBA MAIS!
Para compreender melhor todos os aspectos que envolvem o plágio, confira a “Car-
tilha do Plágio”, criada e desenvolvida pela Universidade Federal Fluminense para 
ajudar os pesquisadores com dúvidas. Disponível no link <http://www.noticias.uff.
br/arquivos/cartilha-sobre-plagio-academico.pdf>.
Aquele que pratica o plágio deixa de lado a oportunidade de pensar por si mesmo e contri-
buir com seus argumentos, prejudicando a si próprio, à sua instituição e à informação repassada, 
enfim: comete um crime e deixar de ser ético com a pesquisa. 
A melhor maneira de evitar o plágio é estar bem ciente das punições a quem o comete, bem 
como saber lidar com as fontes de pesquisa de forma correta, sendo assim um pesquisador com 
“luz própria”.
4 As grandes áreas dosaber
Para o desenvolvimento de uma pesquisa em qualquer campo do saber, é preciso compre-
ender em qual classificação a pesquisa se enquadra, ou seja: trata-se de uma pesquisa da área 
humana, da natureza ou da matemática?
Ao longo dos séculos e acompanhando o desenvolvimento do pensamento humano, o conhe-
cimento científico passou por diversas classificações, iniciando com o filósofo grego Aristóteles. 
Segundo Fachin (2006), o pensador adotou como critério a finalidade de cada ciência para classi-
ficá-las da seguinte forma: teóricas (física, matemática e metafísica), práticas (ética, economia e 
política) e poéticas (as obras produzidas pelo ser humano).
Atualmente, ainda segundo Fachin (2006), a classificação das ciências segue um padrão que 
reúne os saberes de cada uma delas, sendo dividida principalmente em três frentes:
 • exatas: matemática;
 • naturais: biologia, física e química;
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 32 – 
 • humanas: filosofia, sociologia, história e outras.
Essa divisão ou classificação da ciência justifica a fragmentação do conhecimento científico 
em saberes especializados, cada qual adequado a uma área específica de investigação.
Com isso, podemos dizer que a própria ciência do século XXI está dividida e classificada em 
três grandes áreas do conhecimento: as humanas, as exatas e as biológicas (que se enquadra no 
grupo das ciências naturais). Essas divisões auxiliam o pesquisador a adequar a sua pesquisa ao 
universo desejado.
Figura 4 – Novas áreas do saber
Fonte: ESB Professional/Shutterstock.com.
É importante que o pesquisador conheça muito bem o seu objeto de estudo, podendo se 
situar pela área que abrange esse objeto. Dessa forma, é possível garantir a qualidade dos dados 
obtidos e a apresentação dos resultados da maneira adequada para o uso dessas informações.
SAIBA MAIS!
Vale lembrar que, com o advento e aprimoramento das tecnologias, tem se de-
senvolvido uma nova área do conhecimento no âmbito tecnológico. Assim, a área 
tecnológica poderá ser incorporada como uma nova área da ciência, uma divisão e 
classificação diferente das que existem hoje.
Fechamento
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 33 – 
Nesta aula você teve a oportunidade de:
 • conhecer melhor a ética que envolve o universo da pesquisa;
 • entender que a prática do plágio é comum,embora seja considerada crime;
 • saber observar os cuidados com a pesquisa e com o plágio;
 • compreender as grandes áreas do saber.
Referências 
DEL-MASSO, Maria Cândida Soares; COTTA Maria Amélia de Castro; SANTOS, Marisa Aparecida 
Pereira. Ética em Pesquisa Científica: conceitos e finalidades. São Paulo, UNESP: 2014. Disponível 
em: <https://acervodigital.unesp.br/bitstream/unesp/155306/1/unesp-nead_reei1_ei_d04_texto2.
pdf>. Acesso em: 25 abr. 2017.
FACHIN, Odília. Fundamento de metodologia. São Paulo: Saraiva, 2006.
IACS-UFF. Nem tudo que parece é: entenda o que é plágio. Niterói: UFF, 2010. Disponível em: 
<http://cev.org.br/arquivo/biblioteca/4024337.pdf>. Acesso em: 25 abr. 2017.
NATALI, Adriana. Luz própria. Revista Ensino Superior, São Paulo, ano 13, n. 154, p. 36-39, jul. 2011.
TOZONI-REIS, Marília Freitas de Campos. Metodologia da pesquisa científica. Curitiba: IESDE, 2007. 
METODOLOGIA CIENTÍFICA
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Escola e pesquisa
Marcio Tadeu Girotti
Introdução
A escola é vista como um ambiente de aprendizagem, onde a relação professor-aluno é 
estabelecida como aquele que ensina e aquele que aprende, sendo o professor o transmissor do 
conhecimento, e o aluno, o receptor. Mas será que a escola não pode desempenhar outro papel? 
Nesta aula veremos como o ambiente escolar aliado à pesquisa é capaz de apresentar o professor 
como um formador, e não simples transmissor de conhecimento. 
Objetivos de aprendizagem
Ao final desta aula, você será capaz de:
 • compreender que a pesquisa tem início na escola;
 • entender o papel do professor formador e o processo científico e educativo.
1 Pesquisa como princípio científico
A escola desempenha um papel fundamental na vida daquele que aprende, e também é a 
base para aquele que ensina ou irá ensinar. O espaço escolar é tido como um ambiente onde 
alunos aprendem conteúdos para sua formação básica como cidadãos que vivem em socie-
dade, enquanto o professor é aquele que, dotado de conhecimento, ensina e faz com que o aluno 
aprenda. Nesse sentido, a escola é apresentada como um simples espaço de aprendizagem, mas 
será que ela não pode possuir outra função? A pesquisa de caráter científico não pode fazer parte 
do contexto escolar? Ninin (2008) afirma que a escola pode, sim, ser um espaço de pesquisa; mas 
seria somente uma pesquisa de conteúdo, ou também de pensamento crítico?
Pedro Demo (2011) defende que a escola possui um claro papel de formação, apresentando 
aos jovens a pesquisa como princípio científico e princípio educativo. Segundo o autor, o ato de 
pesquisar começa na escola, porém é pouco explorado. 
Não é preciso começar a estudar metodologia científica somente na universidade, mas sim, 
já na escola. Quem nunca fez uma pesquisa quando criança em que se buscava informações em 
jornais e revistas, conteúdos, recortes e outras coisas para um trabalho de determinada disciplina? 
Isso não é fazer pesquisa?
 – 35 – 
TEMA 5
Figura 1 – A pesquisa escolar
Fonte: Rawpixel.com/Shutterstock.com
Ainda segundo Demo (2011), a pesquisa como princípio científico é compreendida como a 
construção e reconstrução do conhecimento científico, que ocorre nas universidades, em âmbito 
acadêmico-científico, seguindo o rigor da ciência e com a aplicação de metodologias científicas. 
Isso é feito através da articulação entre teoria e prática. 
Para o autor, a pesquisa não é feita somente em um estágio de amadurecimento intelectual, 
como no ensino superior. Ela é de grande uso já na formação dos mais jovens, incentivando o 
aluno a buscar conhecimento por si só próprio. 
Da mesma forma, Ninin (2008) defende que a escola seja um espaço de formação, que leve 
o jovem a se tornar um estudante autônomo, que busca conhecimento por si próprio.A tese é defi-
nida pelo autor como a pesquisa em seu aporte de princípio educativo.
FIQUE ATENTO!
As vantagens da pesquisa no âmbito escolar não estão restritas à busca do conhe-
cimento. Incentivar a pesquisa contribui também para a construção da autonomia 
do estudante, que ganha o papel de aluno-autor.
2 Pesquisa como princípio educativo
A pesquisa como princípio educativo está unida intimamente ao “aprender bem”, ou seja: o 
aluno que se diferencia dos demais é aquele que pesquisa, que vai em busca de novos conheci-
mentos além dos aprendidos na escola. Para Demo (2011), quem não sabe pesquisar também não 
sabe ensinar, não sabe falar sobre aquilo que aprendeu e não consegue transmitir conhecimento. 
Com a pesquisa, o aluno pode expressar suas próprias opiniões por meio de suas indaga-
ções, e com a mediação do professor, esse processo transforma o estudante de aluno-copiador 
em aluno-autor. Nestes casos, a pesquisa é usada como um instrumento para problematizar situ-
ações e atingir novos saberes.
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 36 – 
Para Ninin (2008), esse é o espaço que a pesquisa deve ocupar na escola: a busca por um 
pensamento crítico e reflexivo, que conduz a novos conhecimentos.
Na educação básica, segundo Demo (2011), é preciso buscar o apoio de um professor que 
também seja pesquisador, pois é a pesquisa que fundamenta a prática docente. Este professor 
precisa ter o seu próprio texto e ser autor do conhecimento, mostrando para o seu aluno que ele 
também pode e precisa elaborar conteúdos para tornar-se um aluno-autor. 
EXEMPLO
Um professor de História que não faz pesquisa não dominará a sua área, pois ele 
não busca construir novos saberes nem contesta o que lhe é apresentado – apenas 
reproduz aquiloque aprendeu.
A pesquisa, quando bem empregada, ajuda o aluno a aprender o conteúdo e a se tornar um 
estudante autônomo: ela desenvolve a habilidade de localizar as informações, selecioná-las e 
utilizá-las melhor. Também possibilita a aprender com independência, pois, como explica Pedro 
Demo (2010, p. 40), “a criança transforma conhecimentos já disponíveis na sociedade em algo 
novo para ela”.
Figura 2 – Professor mediador
Fonte: ESB Professional/Shutterstock.com
Lembre-se que é função do professor avaliar e orientar o aluno no universo da pesquisa. Para 
que o estudante aprenda bem, é preciso saber motivá-lo, orientando-o na busca do conhecimento, 
ou seja: o professor não pode somente dar aula, mas sim conduzir seus alunos pela aula, incenti-
vando-os a procurar novos saberes.
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 37 – 
FIQUE ATENTO!
Para ensinar o aluno a pesquisar e construir conhecimento, o professor precisa 
sempre avaliar e orientar o aluno neste processo, acompanhando o processo da 
aprendizagem com atenção.
SAIBA MAIS!
Leia o artigo “A pesquisa como princípio educativo com vista à alfabetização 
científica no ensino fundamental”, de Santos e Fredenozo (2012), e entenda melhor 
as contribuições da prática da pesquisa no ensino de ciências. O texto completo 
está disponível no link <http://revistapos.cruzeirodosul.edu.br/index.php/epd/
article/viewFile/454/377>
3 O papel do professor formador
Na medida em que a escola tem o papel de formar o indivíduo, o professor deve possuir o 
papel de formador, construindo o conhecimento, fazendo-se autor e também transformando o 
aluno em autor. “Se o docente só dá aula, sem produção própria, não podemos superar o instrucio-
nismo na escola e na universidade” (DEMO, 2009b, p.14).
Na prática docente, muitos professores solicitam a execução de uma tarefa sem dar as ins-
truções necessárias para desenvolvê-la. Isso é contrário à ideia do professor que orienta a apren-
dizagem do aluno.
Para Ninin (2008), o professor deve desenvolver a habilidade de pesquisa com seus alunos, 
os dotando de ferramentas que auxiliem na prática da investigação, a busca pelo conhecimento. 
O ideal neste caso seria determinar os objetivos da aprendizagem, levando em conta os pro-
cedimentos da os conteúdos, e depois convidar o aluno a explorar a biblioteca, artigos, conteúdo 
da internet, entrevistas e outros materiais. 
Mesmo assim, muitos professores ainda solicitam atividades apenas com o mesmo roteiro: 
data para entrega, nomes dos alunos, indicação das partes do trabalho, orientações gerais...
Trabalhando assim, a pesquisa torna-se um simples instrumento avaliativo: ou seja, uma 
nota, sem preocupação com o processo de aprendizagem, mas apenas um produto final.Quando 
isso acontece, o professor tem papel secundário na educação estudante, pois o próprio não se 
coloca como orientador deste mesmo processo.
A escola como ambiente de formação prevê um aluno que adquire conhecimento e um pro-
fessor que transmite saber. No entanto, essa concepção de escola não forma alunos autônomos, 
que possam construir seu saber, mas reféns da passividade da educação. Contrário a esta pers-
pectiva, uma escola que aplica a pesquisa como ferramenta para aquisição de conhecimento pro-
porciona a formação de um aluno-autor, que busca o saber com a ajuda da figura do professor. 
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 38 – 
Figura 3 – A tarefa por mera instrução
Fonte: Brian A Jackson/Shutterstock.com
A partir do acesso à informação e ao conhecimento, via internet, o papel do professor como 
formador tem sido repensado, se aproximando da figura de um mediador no processo ensino-
-aprendizado, ou de um animador, como aquele que anima/instiga a alma do educando, provocan-
do-a para buscar conhecimento. (BOHADANA; MARQUES, 2004)
FIQUE ATENTO!
Se o professor somente solicita uma tarefa sem oferecer as devidas orientações, 
essa atividade permanece como um simples instrumento avaliativo, sendo a nota a 
sua única utilidade. Ignorar esse processo é o mesmo que prejudicar a autonomia 
de aprendizagem do aluno.
Segundo Demo (2011), a escola, na figura do professor, precisa incentivar a autonomia do aluno 
oferecendo o tema da pesquisa e os materiais para que ela possa desenvolvê-la. Também é crucial 
propiciar espaços de debates de ideias, além de aguçar a criatividade e a curiosidade dos estudantes.
Neste cenário, um professor deve: 
 • orientar os alunos sobre como buscar informações; 
 • disponibilizar referências bibliográficas;
 • oferecer condições favoráveis para a pesquisa;
 • instruir o aluno a utilizar a técnica do fichamento (destacar as partes importantes do 
conteúdo pesquisado), mostrando que a pesquisa não é uma cópia de informações, e 
sim uma síntese reflexiva sobre o que foi pesquisado.
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 39 – 
Figura 4 – Professor formador
Fonte: Monkey Business Images/Shutterstock.com
O professor deve trabalhar para incentivar a curiosidade do aluno, que se interessará mais por 
aquilo que tem interesse e vontade de conhecer. Os assuntos que afligem a mente dos estudantes 
e geram mais curiosidade são o melhor caminho para aprofundar o conhecimento.
EXEMPLO
Um professor de Química, ao ensinar a composição de vários materiais usados 
por pintores, pode sugerir a realização de pesquisas sobre História da Arte, unindo 
Química, História, Artes e Geografia em uma única atividade. Essa interdisciplinari-
dade permite examinar o tema por vários lados de modo simultâneo, incentivando 
o aluno a ampliar o seu conhecimento através do contato com outras áreas.
SAIBA MAIS!
Para conhecer novas perspectivas de pesquisa com o uso da tecnologia no ambiente 
escolar, leia esse o artigo de Pedro Demo (2009a), “Aprendizagens e novas tecnologias”, 
no link<http://www.pucrs.br/famat/viali/doutorado/ptic/textos/80-388-1-PB.pdf>.
Como nos explica Ninin (2008, p.21), a pesquisa escolar é pautada em instrumentos que “pro-
piciam a construção do conhecimento e o desenvolvimento da autonomia” do estudante, através 
de ações que estimulam a reflexão crítica e priorizam as capacidades de descobrir, questionar, 
criticar, argumentar e criar.
Por fim, é importante destacar que o professor precisa sempre apresentar fontes confiáveis 
ao aluno, ensiná-lo a tomar notas e escrever textos e resumos, incentivá-lo a entrevistar especia-
listas no assunto, mostrar modelos e formas para produzir o produto final e, enfim, contribuir para 
a apresentação dos resultados
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 40 – 
Fechamento
Nessa aula, você teve a oportunidade de:
 • entender que a escola é o primeiro espaço para desenvolver pesquisa;
 • saber que a pesquisa conduz o aluno a ser autônomo em seu conhecimento;
 • compreender que o professor precisa ter papel de formador, e não simples transmissor 
do conhecimento. 
Referências
BOHADANA, Estrella; MARQUES, Márcio Mori. A escritura e o papel na era digital. Aprender – Cad. 
de Filosofia e Pisc. Da Educação, Vitória da Conquista, Ano II, n. 3, p. 63-78, 2004. 
DEMO, Pedro. Aprendizagens e novas tecnologias. Revista Brasileira de Docência, Ensino e Pes-
quisa em Educação Física, v. 1, n. 1, p. 53-75, ago. 2009a. Disponível em: <http://www.pucrs.br/
famat/viali/doutorado/ptic/textos/80-388-1-PB.pdf>. Acesso em: 27 abr. 2017. 
______. Educação Hoje: “Novas” tecnologias, pressões e oportunidades. São Paulo:Atlas, 2009b.
______. 5 etapas da boa investigação. Revista Nova Escola, São Paulo, ano XXV, n. 237, p. 40-47, 
nov. 2010.
______. Pesquisa: princípio científico e educativo. 14. ed. São Paulo: Cortez, 2011. NININ, Maria Otília 
Guimarães. Pesquisa na escola: que espaço é esse? O do conteúdo ou o do pensamento crítico? 
Educação em Revista, Belo Horizonte, n. 48, p. 17-35, dez. 2008. Disponível em: < http://www.scielo.
br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-46982008000200002>.Acesso em: 21 jun. 2017.
SANTOS, Reginaldo dos; FRENEDOZO, Rita de Cássia. A pesquisa como princípio educativo com 
vista à alfabetização científica no ensino fundamental. In: Encontro de Produção Discente – PUCSP, 
Anais... 2012. Cruzeiro do Sul. São Paulo. p. 1-12. Disponível em: <http://revistapos.cruzeirodosul.
edu.br/index.php/epd/article/viewFile/454/377>. Acesso em: 27 abr. 2017.
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 41 – 
A organização do trabalho acadêmico
Marcio Tadeu Girotti
Introdução
Nesta aula entenderemos como deve ser organizado o trabalho acadêmico, que, por ser um 
material científico com estrutura, formatação e normas próprias para produção, deve ser produzido 
da forma adequada. Nesta aula, conheceremos os principais instrumentos utilizados na realização 
de um trabalho acadêmico. Também conheceremos as partes de um trabalho e a melhor forma de 
apresentá-lo, além de discutir conceitos que envolvem a pesquisa e a escrita na academia.
Objetivos de aprendizagem
Ao final desta aula, você será capaz de:
 • compreender o que é trabalho acadêmico;
 • entender a organização do trabalho acadêmico, seu desenvolvimento e sua apresentação.
1 O trabalho acadêmico
Toda atividade desenvolvida no âmbito acadêmico é um trabalho que se pretende cientí-
fico, ou seja, deve ser desenvolvido obedecendo uma norma para a sua apresentação,seguir um 
método e se adequar a uma determinada estrutura.
A estrutura de trabalhos científicos compreende desde o tamanho da folha até as margens, 
a fonte e o tamanho de letra, incluindo ainda a capa, a folha de rosto, o sumário e outros recursos 
utilizados dependendo do tipo de trabalho. (MARCONI; LAKATOS, 2013).
Uma atividade escrita feita como exigência para a avaliação em determinada disciplina 
deverá seguir uma estrutura e uma formação definida pelo professor, correto? O professor pode ter 
a liberdade de exigir um formato específico para o trabalho, mas pode também seguir uma norma 
instituída pela escola, por exemplo. 
Ele também poderá cobrar regras padronizadas. Como ressaltam Marconi e Lakatos (2013, 
p.141), “todo trabalho científico obedece a uma norma internacional de apresentação, quer seja 
monografia, dissertação ou tese”. Ou seja, nem sempre um professor irá criar regras próprias.
 – 42 – 
TEMA 6
Figura 1 – O trabalho acadêmico
Fonte: Pressmaster/Shutterstock.com
Como podemos perceber, para construir um trabalho acadêmico é preciso conhecer as nor-
mas e estruturas exigidas, seguindo passo a passo cada etapa de sua produção.
FIQUE ATENTO!
Apesar de todo trabalho acadêmico seguir uma padronização, as normas e a for-
matação podem variar entre as instituições que desenvolvem pesquisa.
2 A organização do trabalho
 Para iniciar o trabalho é preciso escolher um tema, que deve ser o fio condutor de toda a 
pesquisa que será construída até a realização do trabalho final. Para escolher o tema, é preciso 
conhecer bem o assunto, delimitando a partir dele os objetivos mais específicos.
 Com o tema definido, destaca-se um problema, um questionamento principal conhecido 
como “pergunta de pesquisa”, que irá conduzir a investigação, orientar a construção dos objetivos 
e colaborar na escolha de hipóteses. 
Esses primeiros passos servem como base para formar o corpo do trabalho e da investiga-
ção, permitindo que o autor vá em busca de referências teóricas e argumentos que joguem luz 
sobre o assunto pesquisado. (FACHIN, 2006).
FIQUE ATENTO!
Para iniciar a pesquisa é preciso delimitar bem o tema que será investigado, deli-
neando assim quais serão os objetivos que devem ser cumpridos para se alcançar 
os resultados.
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 43 – 
Figura 2 – Escolha do tema
Fonte: Peshkova / Shutterstock.com.
Ao se aprofundar no tema da pesquisa, o autor também deverá estruturar o seu trabalho aca-
dêmico e delimitar suas partes, constituídas de pré-textual, textual e pós-textual. 
Segundo Marconi e Lakatos (2013), as partes do trabalho seriam:
 • preliminares (pré-textual): capa, folha de rosto, sumário; 
 • corpo de texto (textual): a introdução, o desenvolvimento e as considerações finais; 
 • referencial (pós-textual): a bibliografia do trabalho, anexos, apêndices.
Essas partes variam para cada tipo de trabalho – monografia ou dissertação, por exemplo. 
Aqui, focaremos no trabalho acadêmico em seu nível mais simples, como atividades para disciplinas. 
Nesse caso, segundo as indicações de Marconi e Lakatos (2013), o trabalho acadêmico mais 
simples seria composto de capa, folha de rosto e sumário (pré-textual); introdução, capítulos e 
subseções (corpo de texto); e a bibliografia do trabalho (pós-textual).
Por fim, é importante atentar à formatação do trabalho na estrutura adequada, incluindo a 
escolha da fonte, tamanho, espaçamento e outros.
Com essa organização em mente, o autor pode iniciar sua pesquisa produzindo como resul-
tado final o seu trabalho acadêmico.
SAIBA MAIS!
No livro Metodologia do Trabalho Científico, Prodanov e Freitas fazem um 
apanhado dos principais métodos e técnicas de pesquisa, dando atenção especial 
à organização e às etapas do trabalho acadêmico no capítulo 3.5. Veja no link: 
<http://goo.gl/rbCgno>.
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 44 – 
3 Os instrumentos do trabalho acadêmico
O trabalho acadêmico segue um padrão de pesquisa que acompanha qualquer metodologia: 
a pesquisa bibliográfica. Tenha sempre em mente que, para toda pesquisa, é preciso fazer um 
levantamento bibliográfico. 
Nesse sentido, o autor do trabalho deve seguir quatro passos na hora de fazer a pesquisa 
bibliográfica: levantamento do material, seleção, leitura e fichamento (LEITE, 2008). 
O planejamento da pesquisa inteira é delimitado pela escolha do tema, que por sua vez, irá 
permitir a separação do material bibliográfico adequado. Esse material, que é a base fundamental 
da pesquisa, deverá ser explorado pelo pesquisador através da leitura, da interpretação e do des-
taque das principais partes.
Entres os instrumentos do trabalho acadêmico, ou técnicas de pesquisa, podemos destacar 
os passos recomendados por Leite (2008), como mostraremos a seguir.
 • Levantamento bibliográfico: consulta e procura de materiais pertinentes ao desenvol-
vimento do tema da pesquisa. Deve-se catalogar todo o material que seja importante e 
que traga alguma contribuição para o trabalho.
 • Seleção bibliográfica: após o material ser escolhido, é hora de definir qual será a base 
da pesquisa, separando aqueles que irão, de fato, servir como fundamento. Lembre-se 
que nem sempre o que se escolhe de primeiro momento é útil para o desenvolvimento 
do estudo.
 • Leitura: momento de encontrar no material bibliográfico os dados necessários para a 
execução da pesquisa. 
 • Fichamento: leitura estrutural do texto destacando as partes principais. O pesquisador 
destaca informações importantes como o argumento, o autor, o livro, a página e as 
referências bibliográficas. Trata-se de grifar, assinalar ou colocar em folhas soltas o 
que será utilizado no trabalho mais tarde, facilitando a localização e o aproveitamento 
das informações. 
Figura 3 – O levantamento bibliográfico
Fonte: Paolo Bona/Shutterstock.com.
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 45 – 
Com esses instrumentos, o pesquisador pode iniciar o seu trabalho de investigação, procu-
rando sempre boas bibliografias para fundamentá-la.
EXEMPLO
Um estudante de graduação iniciou sua pesquisa de conclusão de curso e, diante 
de algumas dificuldades para organizar suas leituras, buscou apoio de um profes-
sor. O docente, experiente na prática da pesquisa, o aconselhou a seguir os seguin-
tes passos: selecionar toda a bibliografia; catalogar os livros de leitura imediata; 
realizar os fichamentos (destaque das partes principais); e só então, concentrar-se 
na leitura em ambiente propício para isso.FIQUE ATENTO!
Antes de iniciar o trabalho de leitura do material escolhido, procure ler a introdução, 
sinopse, resumo dos materiais e veja rapidamente todos os capítulos dos mate-
riais. Isso auxilia na escolha do material adequado para a realização da pesquisa.
4 A apresentação do trabalho
O trabalho acadêmico deve ser sempre apresentado de forma clara, seguindo as normas e as 
formatações indicadas. Em geral, as instituições acadêmicas disponibilizam modelos para seus 
alunos e pesquisadores a fim de padronizar os trabalhos, mas isso nem sempre ocorre.
Seguindo a orientação geral de Marconi e Lakatos (2013), destacamos a seguir as partes 
básicas de um trabalho.
 • Folha de rosto: contém o nome do autor, o título do trabalho, uma breve explicação do 
que se trata a pesquisa, a instituição do vínculo deste trabalho, a cidade e o ano.
 • Sumário: oferece a visão completa do trabalho e a ordem das páginas, destacando 
suas divisões e subdivisões.
 • Introdução: apresenta o objeto do trabalho, seus os objetivos, hipóteses e metodologia 
utilizada.
 • Desenvolvimento: é a fundamentação teórica do trabalho, com a citação das fontes de 
referência. É dividido por capítulos.
 • Conclusões: finalização de todo o trabalho, apresentando os resultados de forma 
sintética.
 • Referências bibliográficas: relação do material utilizado como fonte de pesquisa. Deve 
seguir as regras da Associação Brasileira de Normas e Técnicas (ABNT) para sua for-
matação adequada.
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 46 – 
É muito importante atentar para as partes do trabalho, respeitando as normas de composi-
ção e apresentação, para construir uma boa argumentação.
Afinal, como explicam Marconi e Lakatos (2013, p.177), “a redação do trabalho é uma exposi-
ção bem-fundamentada do material recolhido, estruturado, analisado, interpretado e elaborado de 
forma objetiva, clara e precisa”.
Figura 4 – Apresentação do trabalho
Fonte: spaxiax/Shutterstock.com.
Por fim, seguindo todas essas recomendações, resta ao autor escrever o seu texto de forma 
clara, utilizando a norma culta da língua portuguesa. O texto deve seguir uma estrutura lógica e 
coerente para transmitir as devidas informações ao leitor, fazendo com que ele de fato entenda o 
que está escrito.
SAIBA MAIS!
Para melhorar seu texto, veja as dicas de redação de Gilson Volpatono artigo 
“Método lógico para redação científica”. Leia e identifique quais estratégias podem 
auxiliar no momento da escrita do seu trabalho. Confira no link: <http://www.reciis.
icict.fiocruz.br/index.php/reciis/article/view/932>.
EXEMPLO
Um pesquisador achou melhor editar o artigo que iria publicar em uma revista cien-
tífica após conversar com um colega próximo. Isso porque o colega, embora tives-
se bastante experiência na área, não conseguiu entender diversos termos do texto 
original, tendo que interromper a leitura diversas vezes. Quando escrever, evite usar 
termos desnecessariamente complexos, procurando sinônimos e palavras mais 
simples. Ao invés de dizer que irá perscrutar um assunto, por exemplo, diga que irá 
investigá-lo. Por isso, ao redigir um texto acadêmico tenha por perto um dicionário, 
que pode ser online.
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 47 – 
Fechamento
Nesta aula, você teve a oportunidade de:
 • entender o que é e como se produz um trabalho acadêmico;
 • aprendera organizar o trabalho acadêmico, compreendendo as etapas para a sua 
execução;
 • identificar algumas técnicas para trabalhar com material bibliográfico.
Referências
FACHIN, Odília. Fundamentos de metodologia. 5 ed. São Paulo: Saraiva, 2006.
LEITE, Francisco Tarciso Leite. Metodologia científica: métodos e técnicas de pesquisa (monogra-
fias, dissertações, teses e livros). 2 ed. Aparecida: Ideias & Letras, 2008. 
MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Metodologia do trabalho científico. 7 ed. São 
Paulo: Atlas, 2013. 
PRODANOV, Cleber Cristiano; FREITAS, Ernani Cesar. Metodologia do trabalho científico: métodos 
e técnicas da pesquisa e do trabalho acadêmico. 2 ed. Novo Hamburgo: Editora Feevale, 2013. 
Disponível em: <http://goo.gl/rbCgno>. Acesso: 30jul. 2017.
VOLPATO, Gilson Luis. Método lógico para redação científica. RECIIS – Rev.Eletron.deComum. 
Inf.Inov. Saúde, v. 9, n. 1, p.1-14, jan./mar. 2015. Disponível em: <http://www.reciis.icict.fiocruz.br/
index.php/reciis/article/view/932>. Acesso: 2 maio 2017.
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 48 – 
O seminário acadêmico
Marcio Tadeu Girotti
Introdução
 É muito comum ouvirmos falar em seminário como um trabalho escolar, que ocorre tanto 
no Ensino Básico como no Ensino Superior. Mas, você saberia definir seminário? Nessa aula vere-
mos como se organiza e se constrói esta técnica de estudo, utilizada para ensinar o aluno a pes-
quisar e a transmitir o que aprendeu.
Objetivos de aprendizagem
 • entender o que é um seminário acadêmico;
 • compreender a organização e execução do seminário.
1 O que é um seminário
 O seminário é considerado uma técnica de estudo, que inclui pesquisa, leituras, discus-
sões e debates (MARCONI; LAKATOS, 2013), sendo muito comum seu uso no Ensino Básico e no 
Ensino Superior. Podemos dizer que o seminário é um momento de aprendizagem, que coloca o 
aluno no centro da articulação entre o ensinar e o aprender.
Figura 1 – Seminário acadêmico
Fonte: Matej Kastelic /Shutterstock.com
 – 49 – 
TEMA 7
 Essa técnica tem a finalidade de ajudar o estudante a pesquisar, pois desenvolve a capaci-
dade de buscar informações e analisar dados de forma sistemática, além de estimular o raciocínio, 
a reflexão, a construção de um texto e uma apresentação. É importante destacar que o seminário 
possibilita ao aluno elaborar um trabalho científico de forma clara e objetiva, com a finalidade de 
formação (LARROYO, 1964 apud MARCONI; LAKATOS, 2013). 
E quais seriam os objetivos do seminário? Podemos destacar:
 • o ensino por meio da pesquisa;
 • o desenvolvimento da aptidão para a pesquisa;
 • a compreensão e o domínio incipiente das normas que envolvem a metodologia da 
pesquisa;
 • o uso de instrumentos de pesquisa, como o fichamento;
 • o trabalho em grupo, entre outras competências. 
O seminário é um tipo de trabalho acadêmico que visa formar o aluno para o universo da pes-
quisa, não servindo somente para instrumentalizá-lo quanto aos tipos de pesquisa e suas técnicas, 
mas para desenvolver a habilidade de pesquisa, leitura, discussão e debate
Resumindo, podemos dizer que o seminário desenvolve no aluno a capacidade de pesquisar 
e transmitir conhecimento, aprendendo assim a sistematizar informações e a trabalhar em equipe. 
SAIBA MAIS!
No artigo “Seminário acadêmico, mais que um gênero: um evento comunicativo”, 
Meira e Silva (2013) explicam que o seminário é uma técnica de estudo muito utilizada 
para explorar novos conhecimentos sobre o tema abordado, além de proporcionar 
a integração entre indivíduos que discutem o assunto. Disponível em: <http://www.
ileel.ufu.br/anaisdosilel/wp-content/uploads/2014/04/silel2013_1434.pdf>.
FIQUE ATENTO!
O seminário é uma técnica muito recomendável para se aprender a fazer pesquisa.
2 As partes do seminário
O seminário, como qualquer outro trabalho escolar ou universitário, possui uma organização 
e pré-requisitos para sua execução. Em geral, é realizado em grupos, entre duas e dez pessoas, 
mas este número pode ser maior ou menor. Já sua organização deve seguir uma lógica para auxi-
liar a execução e a apresentação (LEITE, 2008).
 De acordo com Marconi e Lakatos (2013), cada membro do grupo do seminário possui 
uma função específica, conforme podemos conferir a seguir.
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 50 – 
 • Diretor ou coordenador: em geral é o especialista no assunto (pode ser um professor, 
por exemplo), sua função é propor os temas a serem estudados, indicara bibliografia e 
estabelecer a agenda de trabalho. Deve acompanhar e orientar a pesquisa, apreciar os 
resultados e propor ajustes no trabalho final.
 • Relator: é o responsável pela execução da apresentação do trabalho, além de ser o 
representante o grupo. A exposição pode ser feita por um ou mais membros do grupo, 
ou por todos, dividindo em partes o trabalho.
 • Secretário: é o membro designado para anotar as conclusões parciais e finais da apre-
sentação do trabalho, após o debate.
 • Comentador: esse membro é um aluno escolhido pelo coordenador do seminário. Ele 
deve estudar os temas com antecedência, com o objetivo de comentar, de forma crítica 
e adequada, a exposição do trabalho antes do debate. 
 • Demais participantes: são todos aqueles que assistem ao seminário, e, após a apre-
sentação, devem fazer perguntas, solicitar esclarecimentos e fazer apontamentos, pro-
piciando o debate.
Figura 2 – Grupo de trabalho
Fonte: Shutterstock.com
De forma resumida, podemos dizer que o seminário é composto por membros, que dividem 
entre si as funções para a realização da pesquisa, composição do trabalho e apresentação. 
EXEMPLO
Escolhido o tema do seminário, escolha um líder, um especialista no assunto, para 
orientar a produção da pesquisa; depois, divida o trabalho entre os demais integran-
tes do grupo, sendo que cada um deve ficar responsável pelo desenvolvimento de 
uma parte do trabalho.
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 51 – 
FIQUE ATENTO!
O seminário é realizado para reunir conhecimento sobre determinado assunto, 
cumprindo com a função de transmitir o aprendizado adquirido e dividindo ideias 
com o público.
3 Organizando um seminário
Para organizar o seminário, além de dividirmos as funções entre os membros do grupo, é pre-
ciso também escolher o tema, fazer o levantamento bibliográfico sobre o assunto, adequar o tempo 
disponível para a apresentação, construir a argumentação, entre outros fatores (LEITE, 2008). 
 Em geral, o seminário acadêmico deve durar o período de uma aula, entre uma e duas 
horas. É preciso ficar atento também à organização do tempo disponível, que deve deixar espaço 
para a apresentação e para o debate sobre o trabalho. 
 Antes da apresentação o grupo deve se reunir para analisar o material recolhido para a 
compreensão do tema, além de organizar como será construído e apresentado o seminário. 
Figura 3 – Organização do seminário
Fonte: Rawpixel.com / Shutterstock.com
O seminário, como uma técnica de estudo, apresenta três modalidades (MARCONI; LAKA-
TOS, 2013): clássico, clássico em grupo, em grupo. Observe a seguir as características que distin-
guem as modalidades.
 • Clássico: somente um estudante constrói o trabalho e sua exposição;
 • Clássico em grupo: realizado por pequenos grupos (cinco ou seis elementos), sendo 
que a exposição pode ser feita de duas formas: por um estudante escolhido pelo grupo 
ou cada um apresentando uma parte;
 • Grupo: o trabalho é feito por toda turma que compõe a classe, podendo ser escolhido 
um tema ou vários temas, dividindo a turma em grupos para trabalhar cada tema. 
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 52 – 
 Uma das maneiras de organizarmos um seminário é estabelecer um roteiro, que prescreve 
uma sequência de elaboração do trabalho, de acordo com Marconi e Lakatos (2013).
 Desta forma, primeiramente, o diretor (coordenador) propõe o estudo, escolhe o tema, 
indica a bibliografia, estabelece a agenda de trabalho e indica um comentador. O grupo escolhe 
quem será o relator e o secretário.
 Posteriormente, com o grupo formado, é hora de iniciar a pesquisa e procurar informações 
e bibliografias sobre o tema. Somente depois o grupo discute o material selecionado, com o acom-
panhamento do diretor, cumprindo as seguintes etapas:
 • determina o tema central; 
 • divide o tema em tópicos; 
 • analisa o material selecionado; 
 • sintetiza as ideias e resume as contribuições; nesta fase é preciso estabelecer a Intro-
dução (breve exposição do tema central, objetivos e bibliografia utilizada); o desenvol-
vimento dos tópicos (explicação, discussão e demonstração; e a conclusão (síntese de 
toda reflexão); 
 • com os estudos concluídos, a classe se reúne sob a orientação do diretor; 
 • o relator apresenta os resultados do estudo; 
 • o comentador, após a exposição, intervém com objeções; 
 • a classe participa, com perguntas para fomentar o debate; 
 • por fim, o diretor do seminário faz uma síntese do trabalho, apresentando suas obser-
vações e sugestões de melhorias. 
 Vale destacar que ao seguir este roteiro o trabalho do seminário ficará simples e fácil de 
ser executado, mas é preciso considerar a complexidade do tema e o tempo para a sua realização, 
sendo necessário, em alguns casos, fazer um planejamento maior, além de seguir um cronograma 
adequado para a execução do trabalho.
FIQUE ATENTO!
A construção do roteiro para a execução de um seminário é importante para garan-
tir o fio condutor do seu desenvolvimento e o cumprimento das etapas.
EXEMPLO
Como dividir o trabalho para organizar um seminário? Definido o tema, basta que 
o grupo divida o trabalho em etapas e escolha um líder, que tenha consciência de 
todos os passos e ainda conheça bem o assunto escolhido. Assim, cada membro 
deverá cumprir uma das etapas, sendo prudente que todos do grupo conheçam 
suas funções para garantir o sucesso do trabalho.
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 53 – 
4 A importância do seminário
Margraf (2011) confirma a importância do seminário para a formação dos estudantes reto-
mando uma antiga discussão realizada em 1937, durante o debate realizado na conferência inter-
nacional de educação do ensino superior Burreau International de l’Education, com a participação 
de mais de quarenta educadores.
 A exposição de Margraf destaca a importância do seminário como uma formação que 
visa aquisição de conhecimento. O autor ressalta ainda que esta técnica não é novidade, sendo 
algo utilizado há muito tempo no âmbito universitário, não só para a busca de conhecimento, mas 
também como mecanismo didático, já que constitui uma forma de exposição.
 Nessa medida, de acordo com Margraf (2011), o seminário também aprimora a forma de 
exposição, e é uma ferramenta didática, pois possui métodos para sua confecção e exposição, 
desinibindo o alunos, que expõem suas ideias e promovem o debate a partir dos resultados. 
Figura 4 – Importância do seminário como pesquisa
Fonte: ESB Professional /Shutterstock.com
Como vimos, Marconi e Lakatos (2013) explicam de forma simples e didática a composição 
e execução de seminários, no entanto, podemos dizer que vários podem ser os arranjos para a sua 
execução, a depender da complexidade do tema a ser desenvolvido, ou o público a que se destina 
o seminário. Com isso, o seminário se mostra como um importante recurso para a aquisição de 
novos conhecimentos. 
 Independentemente da forma de composição do seminário, seu uso é recomendado e 
pode contribuir muito para a formação do estudante, principalmente, para descobrir novos talen-
tos para a função de pesquisadores. 
 Seja no âmbito escolar ou acadêmico, em nível superior, o seminário é uma importante fer-
ramenta de pesquisa, que conduz à autonomia pela busca do saber, compartilhando e integrando 
novos conhecimentos entre os diversos agentes que dele participam.
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 54 – 
SAIBA MAIS!
O seminário é visto também como uma técnica, um método, uma didática, que 
auxilia o aluno na prática de exposição sobre determinados assuntos. Mais do que 
um instrumento de pesquisa, é uma forma de transposição didática, pois o aluno 
passa a ser capaz de transferir o conteúdo aprendido.
Fechamento
Nesta aula, você teve a oportunidade de:
 • entender como o seminário é elaborado;
 • estudar os tipos de seminário, individual ou em grupo;• aprender sobre as divisões do trabalho para a construção do seminário.
Referências
LEITE, Francisco Tarciso. Metodologia científica: métodos e técnicas de pesquisa. 2. ed. São 
Paulo: Ideias & Letras, 2008. 
MARGRAF, Maiza Taques. O seminário como estratégia de ensino na pós-graduação: concep-
ções e práticas Althaus. In: CONGRESSO NACIONAL DE EDUCAÇÃO – EDUCERE, X., SEMINÁ-
RIO INTERNACIONAL DE REPRESENTAÇÕES SOCIAIS, SUBJETIVIDADE E EDUCAÇÃO –SIRSSE, 
I. Anais... 2011, Curitiba. p. 13162-13170. Disponível em: <http://educere.bruc.com.br/CD2011/
pdf/4588_2398.pdf >Acesso em: 8 maio 2017.
MARCONI, Maria de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Metodologia do trabalho científico. 7. ed. São 
Paulo: Atlas, 2013. 
MEIRA, Glenda Hilnara Feliciano; SILVA, Williany Miranda. Seminário acadêmico, mais que um 
gênero: um evento comunicativo. In: SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE LETRAS E LINGUISTICA, 
2013, Uberlândia. Anais...Uberlândia: SILEL, 2013 v. 3, n. 1. Disponível em: <http://www.ileel.ufu.br/
anaisdosilel/wp-content/uploads/2014/04/silel2013_1434.pdf>. Acesso em: 8 maio 2017. 
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 55 – 
O relatório de pesquisa
Marcio Tadeu Girotti
Introdução
A pesquisa acadêmico-científica possui características e estrutura que permitem ao pesqui-
sador desenvolver um estudo coerente e objetivo, cumprindo normas e regras para a constru-
ção do conhecimento por meio da investigação. Para cumprir seu objetivo, toda pesquisa prevê 
apresentação e exposição de resultados. Nesta aula, estudaremos a composição do relatório de 
pesquisa, responsável pela apresentação do percurso argumentativo e dos dados estruturados de 
conclusão dos trabalhos.
Objetivo de aprendizagem
 • compreender como se constrói uma pesquisa;
 • entender os cuidados com a pesquisa.
1 O início da pesquisa
Você saberia dizer como podemos começar uma pesquisa acadêmico-cientifica? Para 
desenvolvermos uma pesquisa, primeiramente, devemos escolher um tema, dentro de uma área 
de conhecimento. A partir deste ponto, e com a intenção de desenvolvê-lo, criamos uma proble-
mática, ou seja, um questionamento, apontando uma questão a ser resolvida com a apresentação 
dos resultados da pesquisa.
Observe que este breve resumo, que exemplifica o início da pesquisa, caracteriza o fio condu-
tor que nos leva ao próprio fim da investigação: o relatório de pesquisa. De acordo com Tozoni-Reis 
(2007, p. 87), “[...] o relatório de pesquisa não é apenas uma etapa do processo da pesquisa reali-
zada, mas parte essencial, porque comunica o resultado da investigação e suas originais interpre-
tações, tornando, então, o conhecimento socializado”.
Mais do que isso, o relatório de pesquisa é “a apresentação final escrita e detalhada de todo 
o processo, desde o planejamento da pesquisa até as conclusões”. (TOZONI-REIS, 2007, p. 87). 
Lembre-se que a pesquisa tem início a partir da delimitação de um tema. Assim, não podemos 
deixar de lado o pensamento prévio sobre o relatório, pois, ao estruturar um estudo, desde o seu 
início, precisamos projetar como será construído o relatório final, a partir do entendimento dos 
dados da pesquisa e do tipo de investigação que será desenvolvida. “O relatório de pesquisa é 
um documento em que serão levantadas todas as informações que digam respeito às atividades 
desenvolvidas numa pesquisa” (LEITE, 2008, p. 213).
Portanto, grave bem: a pesquisa começa com o tema-problema e termina com o relatório de 
pesquisa, que apresenta os resultados da investigação. 
 – 56 – 
TEMA 8
FIQUE ATENTO!
 O resultado de uma pesquisa está na composição e na apresentação do relatório 
de pesquisa. 
SAIBA MAIS!
No artigo “Como planejar uma pesquisa científica”, Neves e Neves (2010) verificam 
quais são os elementos que orientam o início da pesquisa. Acesse: <http://intranet.
ctism.ufsm.br/~kazienko/material/pesquisa.pdf>.
2 A preparação do material de pesquisa
Escolhido o tema da pesquisa e o problema a ser trabalhado, é chegado o momento de pre-
pararmos o material de pesquisa.
Mas, antes de organizarmos o material de pesquisa, precisamos escolher o material de apoio. 
E como fazemos isto? De acordo com Leite (2008), há alguns aspectos que facilitam esta escolha. 
O título da obra, por exemplo, pode auxiliar na tomada de decisão, porém, nem sempre representa 
o conteúdo da obra. O mais importante, alerta o autor, é observar quais são as partes do livro, os 
capítulos e o que eles apresentam.
O sumário dos livros também auxiliam os pesquisadores sobre os temas tratados na obra; 
já a leitura da introdução é importante para identificarmos os objetivos dos capítulos, definindo se 
utilizaremos todo livro ou parte dele. 
Figura 1 – Selecionando o material
Fonte: hxdbzxy / Shutterstock.com
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 57 – 
Outro ponto que vale observar no material de apoio é a bibliografia utilizada, pois podemos 
verificar se as obras listadas servem como referencial para a pesquisa que realizamos.
É importante destacar que estas dicas não se referem apenas aos livros, pois elas se aplicam 
também a outros materiais, como artigos científicos, publicações de anais de eventos científicos, rela-
tórios e resenhas. Nestes casos, podemos iniciar a verificação a partir do título do material e das pala-
vras-chaves, checando, posteriormente, o resumo e a introdução, e depois as seções e as referências. 
Após o término da seleção do material é hora do pesquisador começar o trabalho de leitura e 
interpretação, utilizando técnicas de fichamento e resumo do material.
FIQUE ATENTO!
 Sempre verifique com cuidado o material que deseja selecionar para a pesquisa, 
antes de iniciar a leitura e a interpretação.
3 A redação do relatório de pesquisa
Agora, vamos aprender a redigir um relatório de pesquisa. Para isso, vamos estudar as três 
partes que o compõe, de acordo com os autores Tozoni-Reis (2017) e Markoni e Lakatos (2013). 
Observe, a seguir, como é feita esta divisão:
 • pré-textual: capa, folha de rosto, sumário; 
 • textual: introdução, desenvolvimento (capítulos) e considerações finais;
 • pós-textual: bibliografia ou referências.
Na parte pré-textual, a capa deve conter o nome da instituição de ensino e do autor da pes-
quisa, título do estudo, cidade de realização do trabalho e ano. O mesmo conteúdo deve ser inclu-
ído na folha de rosto, além de um texto explicativo sobre a pesquisa. O sumário, por fim, apresenta 
as diferentes partes do trabalho, assim como seus respectivos números das páginas.
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 58 – 
Figura 2 – Modelo pré-textual
Modelo de capa
UERJ
Universidade Estadual do Rio de Janeiro
(Maiúsculo, centralizado,12)
AUTOR
(Maiúsculo, centralizado, 12)
Título
(Negrito, centralizado, 12)
Rio de Janeiro
2017
(centralizado, 12)
Modelo de folha de rosto
AUTOR
(Maiúsculo, centralizado, 12)
Título
(Negrito, centralizado, 12)
Trabalho de Conclusão de Curso
OU Monografia apresentado(a) à 
Faculdade de Tecnologia 
Ciências e Educação como 
exigência parcial para obtenção 
do título de Licenciado OU
Bacharel OU Especialista em 
Nome do Curso
Orientador: Nome
Rio de Janeiro
2017
(centralizado, 12)
Modelo de sumário
SUMÁRIO
Introdução ......................................................................................... 3
1 Metodologia.................................................................................... 5
1.1 Levantamento bibliográfico........................................................... 8
1.2 Coleta de dados.......................................................................... 11
2 Referencial teórico ...................................................................... 13
2.1 Informação: alicerce para vida moderna .................................... 13
2.2 Informação tecnológica...............................................................16
2.3 Patente ....................................................................................... 21
2.4 Marca.......................................................................................... 23
2.5 Vantagens e desvantagens da patente ...................................... 24
3 Desenvolvimento ......................................................................... 30
3.1 Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI)..................... 30
3.2 Veículos de Divulgação Institucional do INPI ............................. 33
3.3 Coleta de dados.......................................................................... 36
3.4 Análise de dados ........................................................................ 38
3.5 Diretrizes para elaboração de material informativo .................... 41
Considerações finais...................................................................... 44
Referências ..................................................................................... 46
Apêndice.......................................................................................... 47
Anexo............................................................................................... 48
Fonte: elaborada pelo autor, 2017.
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 59 – 
No início do trabalho, começamos com a introdução, texto que abre o relatório e expõe de 
forma geral seu conteúdo. Confira, a seguir, os elementos que compõem a introdução (TOZONI-
-REIS, 2007; MARCONI; LAKATOS, 2013).
 • Breve apresentação sobre o assunto da pesquisa: conceitos e marcos históricos importantes;
 • Breve revisão bibliográfica do tema: exposição dos principais autores do referencial teó-
rico, podendo se posicionar sobre as referências;
 • Apresentação do fio condutor do trabalho: utilizando a própria reflexão unida ao referen-
cial teórico (referências);
 • Explicação do problema da pesquisa e seus objetivos;
 • Apresentação da justificativa da pesquisa e exposição da estrutura do relatório, como 
estão estruturadas suas partes;
 • Indicação da metodologia do trabalho: que tipo de pesquisa será realizada.
O desenvolvimento do relatório apresenta o conteúdo dos capítulos, seções e subseções. 
Ele carrega os resultados da pesquisa, a análise dos dados, suas relações, a posição e reflexão do 
pesquisador sobre os dados coletados e o diálogo com os autores utilizados para fundamentar 
o trabalho. O uso de citações diretas e indiretas retiradas do material bibliográfico é importante 
nesta parte do relatório, pois fundamenta a pesquisa. Também é indicado dividir o conteúdo em 
capítulos, concentrando em cada um temas diferentes a serem desenvolvidos (TOZONI-REIS, 
2007; LEITE, 2008; MARCONI; LAKATOS, 2013).
EXEMPLO
Uma das formas de organizarmos um relatório de pesquisa é incluir no primeiro 
capítulo a contextualização dos conceitos e contextos históricos sobre o tema, dei-
xando a análise dos dados concentrada no segundo capítulo. No terceiro capítulo 
deve-se apresentar os resultados e as reflexões do pesquisador. Vale destacar que 
o relatório pode ter quantos capítulos forem necessários. 
Outra parte importante no desenvolvimento da pesquisa é a conclusão do trabalho, comu-
mente descrita como considerações finais. Este é o momento de encerramento da pesquisa, e 
consiste em três partes (TOZONI-REIS, 2007): 
 • síntese dos dados, da análise e interpretação; 
 • reflexão do pesquisador sobre o resultado final da pesquisa; 
 • contribuição do pesquisador para a área estudada. 
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 60 – 
Figura 3 – Organizando o relatório de pesquisa
Fonte: Andrey_Popov / Shutterstock.com
Por fim, devemos listar as referências utilizadas no trabalho, bem como outros materiais, como 
apêndices e anexos. Preste atenção na diferença: o apêndice é o material de autoria do pesquisa-
dor, que entra como um acréscimo à pesquisa; enquanto os anexos são materiais utilizados para 
ilustrar ou fundamentar partes do estudo. Estes dois recursos são utilizados separadamente para 
não interromper o desenvolvimento do raciocínio e o fio condutor da pesquisa (TOZONI-REIS, 2007).
EXEMPLO
Uma foto, uma ilustração, uma tabela ou um questionário, por exemplo, podem ser 
incluídos em uma pesquisa científico-acadêmica como anexos, quando utilizados 
para o desenvolvimento do estudo.
SAIBA MAIS!
Em sua obra “Fundamentos de Metodologia”, capítulo “Estrutura do trabalho 
científico”, Odília Fachin (2006) ensina como construir o texto de um relatório de 
pesquisa e traz dicas sobre suas partes.
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 61 – 
4 Cuidados com a apresentação do relatório
Você sabia que também devemos prestar atenção à redação do relatório de pesquisa? O tipo 
de pesquisa realizada pode influenciar na escrita escolhida, e podemos optar entre linguagens 
mais simples, mais complexas ou técnica. Mas, o mais importante é cuidar da redação do texto 
e da apresentação do material, evitando erros de grafia, gramaticais, de obscuridade, coesão e 
coerência (LEITE, 2008).
O pesquisador deve dominar a linguagem técnica do trabalho e ser capaz de redigir com clareza 
um documento, do contrário está passível a interpretações que não condizem com os resultados 
reais da pesquisa. O uso de uma linguagem mais complexa pode dificultar a interpretação das infor-
mações. Uma linguagem mais simples expõe de forma clara e precisa a mensagem da pesquisa.
Leite (2008) observa que a escrita do relatório deve levar em consideração o público desti-
nado à pesquisa, adequando a linguagem, os termos técnicos e a complexidade ou não do texto. 
Isso facilita a interpretação daqueles que irão utilizar o relatório para compreender a pesquisa ou 
utilizá-lo como fonte de pesquisa.
Figura 4 – O cuidado com o relatório
Fonte: BONNINSTUDIO / Shutterstock.com
Além destas observações, é preciso cuidar da apresentação estética do trabalho também. 
Detalhes como tamanho, espaçamento e tipo de fonte, margens e destaques no corpo de texto 
são importantes. O relatório precisa ser bem apresentado, objetivo e sem muito rebuscamento 
estético, para não poluir a visão e desviar o leitor do assunto. Cumprindo com estas etapas, o rela-
tório estará bem elaborado e apresentado.
FIQUE ATENTO!
 A linguagem rebuscada no relatório de pesquisa não garante a qualidade, ao con-
trário, pode deixar o trabalho com difícil compreensão.
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 62 – 
Fechamento
Com essa aula aprendemos como iniciar uma pesquisa visando sua apresentação por meio 
de um relatório de pesquisa. Tivemos a oportunidade de verificar quais são as partes do relatório e 
como elas são compostas, além de conhecermos dicas sobre sua apresentação.
Nesta aula, você teve a oportunidade de:
 • aprender a estrutura do relatório de pesquisa;
 • entender como elaborar as parte do relatório e como fazer sua apresentação. 
Referências
FACHIN, Odília. Fundamentos de metodologia. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2006.
LEITE, Francisco Tarciso. Metodologia científica: métodos e técnicas de pesquisa (Monografias, 
Dissertações, Teses e Livros). 2. ed. Aparecida: Ideias & Letras, 2008. 
MARCONI, Maria de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Metodologia do trabalho científico. 7. ed. São 
Paulo: Atlas, 2013. 
NEVES, Jane Aparecida Buzzi Pereira; NEVES, Luiz Antônio Pereira. Como planejar uma Pesquisa 
Científica: sugestões para o desenvolvimento de uma pesquisa científica. SBC Horizontes, v. 3, n. 
3, p. 26-30, dez. 2010. Disponível em: < http://intranet.ctism.ufsm.br/~kazienko/material/pesquisa.
pdf>. Acesso em: 15 maio 2017. 
TOZONI-REIS, Marília Freitas de Campos. Metodologia da pesquisa científica. 
Curitiba: IESDE, 2007. 
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 63 – 
Apresentação de trabalhos acadêmicos
Marcio Tadeu Girotti
Introdução
 Os trabalhos acadêmicos e científicos possuem uma estruturacomum que segue os 
padrões da academia e são normatizados pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). 
Essa padronização e normatização garante a qualidade de apresentação dos trabalhos, qualifi-
cando e configurando todos segundo uma mesma métrica e metodologia. Nesta aula veremos 
como se constrói um trabalho acadêmico, compreendendo suas partes.
Objetivos de aprendizagem
Ao final desta aula, você será capaz de:
 • identificar como se dá o processo de construção de um trabalho acadêmico;
 • compreender a preparação e a apresentação do trabalho.
1 A estrutura do trabalho
 O trabalho acadêmico, por completo, tem três partes: pré-texto, texto e pós-texto. Cada 
etapa exige do pesquisador um preparo intelectual, pois possui um procedimento de construção, 
com elementos diferentes. Por isso, a fim de padronizar os trabalhos, há uma regra geral de com-
posição, estabelecida pala Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que assegura certa 
normalização (FACHIN, 2006).
 Para a construção do trabalho é preciso prestar atenção nas configurações, na padroni-
zação das margens, no tamanho das fontes, nos destaques, entre outros detalhes. Em geral, o 
trabalho é registrado utilizando folha branca, tamanho A4, impresso somente em um dos lados 
desta. Há margens padrão para todo o trabalho: superior e esquerda 3,0cm, inferior e direita 2,0cm, 
contando um cabeçalho e rodapé com 1,25cm (MARCONI; LAKATOS, 2013).
 – 64 – 
TEMA 9
Figura 1 – A formatação do trabalho
Fonte: Syda Productions/Shutterstock.com
 Deve ser seguido também um padrão de letra. É importante ressaltar que as academias, 
universidades, centros de pesquisa e demais instituições podem sugerir o tipo de fonte que os 
trabalhos devem ter, entre outras recomendações, mesmo exigindo que o trabalho corresponda à 
ABNT em outros aspectos. 
Sobre a fonte, em geral, utiliza-se Times New Roman ou Arial, tamanho 12, para todo o texto, 
variando o tamanho para títulos e seções ou para o rodapé (este, em geral, com fonte 10). O corpo 
de texto deve ter alinhamento justificado (há exceções para títulos, por exemplo, que podem ser 
alinhados à esquerda ou centralizados). O espaçamento entre linhas costuma ser 1,5cm, com 
recuo de texto a 1,25cm, a partir da margem esquerda. Para citações diretas, com mais de 3 linhas, 
o recuo deve ser de 4,0cm a partir da margem esquerda, com espaçamento simples entre linhas, 
corpo de texto justificado e fonte menor que o texto principal (tamanho 11 ou 10) (FACHIN, 2006; 
MARCONI; LAKATOS, 2013, LEITE, 2008). 
 Com essas regras, podemos compreender como se compõe cada parte do texto, para 
iniciar o processo de escrita do trabalho. 
FIQUE ATENTO!
 A composição e estrutura de trabalhos acadêmicos segue a normatização prevista 
pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). 
SAIBA MAIS!
Para aprofundar seus conhecimentos sobre a estrutura do trabalho acadêmico, 
leia na obra de Tozoni-Reis, “Metodologia da Pesquisa”, o capítulo 8, “O relatório de 
pesquisa”. A autora explica em detalhes cada elemento que compõe as partes do 
trabalho.
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 65 – 
2 O trabalho acadêmico e suas partes
A primeira parte do trabalho é o pré-texto, também conhecido como parte pré-textual, com-
posta de: capa, folha de rosto, dedicatória, agradecimentos, epígrafe, resumo e sumário (FACHIN, 
2006). Podendo ainda conter: errata, lista de tabelas, lista de gráficos, lista de ilustrações, lista de 
abreviaturas e signos.
A capa traz as informações do trabalho para a sua identificação, sendo os elementos: nome 
da instituição, nome do autor, título e subtítulo (se houver), local (cidade) e ano. Esses elementos 
devem ser distribuídos de forma equilibrada na folha, ficando centralizados. 
A folha de rosto segue o mesmo padrão da capa, acrescentando um breve texto que descreve 
o trabalho, a que ele se destina. Em seu verso deve ser inserida a Ficha Catalográfica, produzida 
pelo bibliotecário da instituição, com a catalogação exigida, registrando o trabalho. 
EXEMPLO
Texto que descreve o trabalho a que se destina: “Tese apresentada à Faculdade 
de Ciências, como requisito parcial para a obtenção do título de doutor em Física”.
 A página que contém a dedicatória traz uma homenagem, dedicando o trabalho a alguém. 
Deve ser algo simples e direto como, por exemplo, “À Julieta, minha mãe”. Esse item é opcional. 
No mesmo sentido, pode haver página de agradecimentos, onde o autor do trabalho agradece a 
pessoas e instituições que contribuíram para o seu trabalho e formação. 
 Além desses elementos, o autor do trabalho pode inserir uma epígrafe, também como 
elemento opcional. A epígrafe é parte de uma música, de uma poesia, de um texto, algo que repre-
sente para o autor o momento de sua pesquisa. Não deve ser extensa e deve trazer referência de 
quem a escreve (o nome do autor do referido texto).
 Temos também o resumo, que apresenta de forma breve e sucinta todo o conteúdo do 
trabalho: assunto, objetivos, fio condutor, resultado. O texto não deve exceder uma página, não 
contém abreviaturas ou referências, deve ser escrito em português e trazer uma versão em língua 
estrangeira (em geral em inglês) (FACHIN, 2006). 
 O sumário fecha a parte pré-textual, fazendo a relação das partes do texto (capítulos e 
seções) com a referida página onde se encontram tais partes.
 A segunda parte do trabalho é a parte textual, composta por: introdução, corpo do trabalho 
e considerações finais. A introdução transmite as informações gerais sobre o trabalho, como um 
resumo expandido, mostra o assunto, os objetivos, o problema, o método, o fio condutor, a justifica-
tiva e aponta os resultados, mostrando também como o trabalho está estruturado (FACHIN, 2006).
 O corpo do trabalho, a principal parte da pesquisa, traz o conteúdo da investigação, sendo 
dividido em capítulos, seções e subseções. Apresenta as ideias do autor e de todo o referencial 
teórico abordado, mostrando uma análise da pesquisa e seus resultados. Essa parte pode conter, 
além de texto escrito, tabelas, gráficos, imagens, materiais que fundamentam a pesquisa com 
dados relevantes.
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 66 – 
 Fechando o trabalho, temos a conclusão. Intitulada como Considerações Finais, que é um 
texto breve, claro e objetivo, que destaca o caminho percorrido no trabalho, sintetizando os resul-
tados e mostrando a contribuição do autor da pesquisa. 
 A última parte do trabalho é o pós-texto, que contém as referências (o material biblio-
gráfico utilizado na pesquisa), anexos (parte complementar ao trabalho, não redigida pelo autor), 
apêndices (parte complementar ao trabalho, redigida pelo autor).
Figura 2 – As partes do trabalho
Fonte: ssakarya/Shutterstock.com
Essas são as partes que compõem o trabalho acadêmico científico, sempre sendo recomen-
dável consultar a ABNT para sanar as dúvidas sobre seu formato.
FIQUE ATENTO!
 Cada parte do trabalho acadêmico possui elementos específicos, que precisam ser 
compreendidos para compor uma apresentação correta do trabalho.
3 A preparação do trabalho
 Conforme afirmam Marconi e Lakatos (2013), todo o trabalho acadêmico segue uma 
norma para a sua apresentação, e isso se dá a partir da preparação do material.
 Resumidamente, para preparar o trabalho, após toda a fase de construção da pesquisa, 
levantamento de dados, análise, interpretação e redação, é preciso, por parte do autor, seguir um 
roteiro, que irá lhe auxiliar na organização das partes: pré-textual, textual e pós-textual.
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 67 – 
 Seguindo o roteiro apresentado por Marconi e Lakatos (2013), devemos configurar as 
páginas, alinhar o texto, rever tamanho de fontes e destaques. Com isso pronto, segue a sequência 
do trabalho (MACONI; LAKATOS, 2013, p. 142).
3.1 Pré-texto
O pré-texto é composto de:
 • capa;• folha de rosto;
 • dedicatória (opcional);
 • agradecimentos (opcional);
 • epígrafe (opcional);
 • resumo;
 • sumário.
Vale ressaltar que, conforme a ABNT, a paginação do trabalho começa a ser contada a partir 
da folha de rosto, como página 1, e a numeração das páginas somente devem aparecer a partir da 
parte textual, com a Introdução.
3.2 Textual
A parte textual do trabalho divide-se em:
 • introdução;
 • corpo do trabalho;
 • considerações finais (conclusão).
3.3 Pós-textual
O conteúdo pós-textual reúne:
 • referências (bibliografia);
 • anexos;
 • apêndices.
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 68 – 
Figura 3 – A composição do trabalho
Fonte: Stokkete/Shutterstock.com
 Seguindo esse roteiro, o autor da pesquisa constrói o seu trabalho de forma estruturada, 
conforme a padronização exigida pela ABNT, apresentando um conteúdo que mostre sequência 
lógica, com partes bem delimitadas. 
FIQUE ATENTO!
 O roteiro para a composição do trabalho segue sempre a mesma sequência. O que 
pode ser alterado ou ajustado são as fontes utilizadas para destacar cada parte.
SAIBA MAIS!
Na obra “Metodologia do trabalho científico: métodos e técnicas da pesquisa 
e do trabalho acadêmico”, Cleber Cristiano Prodanov e Ernani Cesar de Freitas 
(2013) apresentam com detalhes a estrutura e as partes do trabalho acadêmico. 
Disponível em: <http://www.feevale.br/Comum/midias/8807f05a-14d0-4d5b-b1ad-
1538f3aef538/E-book%20Metodologia%20do%20Trabalho%20Cientifico.pdf>.
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 69 – 
4 A apresentação do trabalho
 Com o trabalho finalizado, estruturado segundo as Normas da ABNT e as recomendações 
da instituição com qual a pesquisa está vinculada, o autor deve apresentá-lo, fazer a entrega de 
sua pesquisa (o depósito da pesquisa).
 O término do trabalho corresponde à aprovação da pesquisa que pode ser feita por uma banca 
de avaliadores, como no Mestrado (dissertação) e Doutorado (tese) (LEITE, 2008).A avaliação também 
pode ser realizada por um professor vinculado à instituição, que analisa o trabalho a fim de aprovar sua 
validade como conhecimento científico. Esse professor pode ser o orientador da pesquisa. 
Figura 4 – Trabalho finalizado
Fonte: Feng Yu/Shutterstock.com
EXEMPLO
Uma tese deve ser apresentada e defendida para uma banca julgadora composta 
por cinco professores com titulação de doutor, incluindo o orientador da pesquisa.
Concluído todo o trabalho, e sendo aprovado, ele é submetido à catalogação e registro. Esta 
etapa é executada por um bibliotecário, que produz a Ficha Catalográfica, com as informações 
do trabalho: autor, título, ano, palavras-chaves, códigos, entre outros elementos. Com isso, ele fica 
registrado e serve como referências para outros pesquisadores. 
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 70 – 
Fechamento 
 Nessa aula apresentamos a composição de trabalhos acadêmicos, sua estrutura, formata-
ção e partes, com o objetivo de mostrar quais são os elementos que compõem cada parte do trabalho.
 Nesta aula, você teve a oportunidade de:
 • aprender como cada parte do trabalho acadêmico é composta;
 • compreender quais são os elementos que compõem cada parte do trabalho;
Referências
ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14724. Informação e documen-
tação: trabalhos acadêmicos. Rio de Janeiro, 2011. 
FACHIN, Odília. Fundamentos de metodologia. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2006. 
LEITE, Francisco Tarciso. Metodologia científica: métodos e técnicas de pesquisa. 2. ed. Apare-
cida: Ideias & Letras, 2008.
MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Metodologia do trabalho científico. 7. ed. 
São Paulo: Atlas, 2013. 
PRODANOV, Cleber Cristiano; FREITAS; Ernani Cesar de. Metodologia do trabalho científico: méto-
dos e técnicas da pesquisa e do trabalho acadêmico. 2. ed. Novo Hamburgo: Feevale, 2013. Dis-
ponível em: < http://www.feevale.br/Comum/midias/8807f05a-14d0-4d5b-b1ad-1538f3aef538/E-
-book%20Metodologia%20do%20Trabalho%20Cientifico.pdf >. Acesso em: 22 mai. 2017.
TOZONI-REIS, Marília de Freitas Campos. Metodologia da pesquisa científica. 2. ed. Curitiba: 
IESDE, 2007.
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 71 – 
A pesquisa na internet
Marcio Tadeu Girotti
Introdução
 A expansão do uso da Internet, aliada à evolução e ao desenvolvimento da tecnologia, pro-
piciou a agilidade e rapidez na busca por informações, de modo dinâmico e em tempo real. A rede 
de computadores conectados mundialmente via WEB (World Wide Web - www) permite ampla 
troca de dados, facilitando o acesso a tudo aquilo que se deseja pesquisar e conhecer. Nesta aula 
veremos o benefício que a tecnologia e a Internet trazem ao ser humano, alertando também para 
os cuidados que precisamos ter ao acessar informações que encontramos disponíveis na WEB, 
delimitando nosso cenário ao âmbito acadêmico. 
Objetivos de aprendizagem
Ao final desta aula, você será capaz de:
 • entender os cuidados com a pesquisa em ambiente virtual;
 • compreender algumas dicas de como fazer pesquisa na Internet.
1 Instrumentos e cuidados
 
 O uso do computador para pesquisar informações e buscar conhecimento é uma prática 
comum e vem auxiliando alunos e professores a compor sua formação e aprimoramento, utili-
zando a Internet como meio para obter conhecimento e propagar novos saberes (FREITAS, 2010).
Nesse sentido, é preciso prestar atenção ao uso do que é novo, conhecer sua função, utili-
dade, vantagens, benefícios, riscos e possíveis equívocos. Que transtorno para o ser humano pode-
ria vir de uma rede mundial de informação? Será que essas informações são confiáveis?
 Questões como essas nos rondam, pois ainda não sabemos os limites da Internet, até onde 
ela pode chegar e o que pode abranger. Por conta disso, é preciso tomar alguns cuidados ao navegar 
pela rede, munido de alguns instrumentos que podem auxiliar na busca por informações confiáveis.
 Os cuidados principais com a Internet dizem respeito à veracidade da informação e segu-
rança dos dados. O usuário pode utilizar alguns recursos que o protegem da informação insegura 
e do compartilhamento de seus dados pessoais.
 – 72 – 
TEMA 10
Figura 1 – Informação em rede mundial
Fonte: Toria/Shutterstock.com
Quando falamos em instrumentos para navegar na Internet, estamos tratando de confiabili-
dade, ou seja, o que podemos fazer para ter a certeza de que a informação coletada é verdadeira, 
ou, ao menos, pretende ser.
 O ponto principal é onde estamos buscando a informação. Assim, o primeiro instrumento 
é a consulta do endereço eletrônico, do site, do link de acesso. É institucional? É um site de buscas 
(como o Google, que está entre os mais conhecidos)? É um site de artigos acadêmicos?
 O segundo instrumento é a autoria da informação. Quem escreve? É um professor espe-
cializado no assunto? É um pesquisador da área de conhecimento? É uma instituição de ensino? 
O cuidado com a informação é de extrema importância quando se pesquisa no ambiente 
virtual (FREITAS, 2010). 
FIQUE ATENTO!
A Internet propicia informação de maneira rápida e em tempo real, mas nem tudo o 
que ela oferece é confiável. Prefira informações de sites confiáveis.
SAIBA MAIS!
Para aprofundar esse assunto, leia o artigo de Maria Teresa de Assunção Freitas, 
“Computador/Internet como instrumentos de aprendizagem: uma reflexão a 
partir da abordagem psicológica histórico‐cultural”. Disponível em: <http://www.
educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/2010/artigos_teses/2010/Pedagogia/
acomputador_historico_social.pdf>.
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 73 – 
2 As fontes confiáveis
 Considerando que o acesso à Internet é mundial, é preciso atentar para alguns campos 
de informação, para sites confiáveis e que tragam informações relevantes para a pesquisa, garan-
tindo a qualidade da pesquisa. Nesse âmbito, é válido considerar também a ocorrênciade cópias 
indevidas de materiais não autorizados, o que caracteriza o plágio, quando não se atenta para a 
informação coletada, ou ainda, quando não se faz a referência à fonte de pesquisa (NATALI, 2011).
 Para garantir a confiabilidade da informação, a busca de materiais via WEB deve ser dire-
cionada e orientada para os principais sites institucionais, vinculados a centros de pesquisa, uni-
versidades, grupos de pesquisadores, associações, que reúnem conteúdos validados, publicados 
e reconhecidos, garantindo a confiabilidade da informação.
Figura 2 – Confiabilidade da informação
Fonte: Vlad Kochelaevskiv/Shutterstock.com
 Dessa forma, para realizar uma pesquisa acadêmica via WEB, é preferível navegar em 
sites institucionais (como o da Biblioteca Nacional, da Biblioteca Universitária da USP ou o Domínio 
Público), sites de busca e repositórios de material acadêmico. Vejamos a seguir alguns exemplos.
EXEMPLO
Existem vários sites institucionais que podem ajudar na sua pesquisa, com segu-
rança. Entre eles, temos:
 • USP: <http://www5.usp.br/>;
 • UNICAMP: <http://www.unicamp.br>;
 • UNESP: <http://www.unesp.br>;
 • UFRJ: <https://ufrj.br/>;
 • UFMG:<https://www.ufmg.br/>;
 • UFSCar: <http://www2.ufscar.br/>.
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 74 – 
EXEMPLO
Repositórios e sites de busca especializados também representam fontes mais 
confiáveis. Eis alguns:
 • Scielo: <http://www.scielo.org/php/index.php>;
 • Portal de Periódicos Capes: <http://www.periodicos.capes.gov.br/>;
 • Domínio Público: <http://www.dominiopublico.gov.br>;
 • Biblioteca Digital de Teses e Dissertações (BDTD): <http://bdtd.ibict.br>;
 • JSTOR: <https://www.jstor.org/>;
 • Library Genesis / Academica.edu: <https://www.academia.edu>;
 • Google Acadêmico: <https://scholar.google.com.br/>;
 • Buscador Coruja: <https://buscadorcoruja.com/>.
 Os sites e repositórios acima trazem materiais como: artigos, resenhas, livros, teses, dis-
sertações, comunicações apresentadas em congressos, materiais que resultam de pesquisa aca-
dêmica. Tais conteúdos foram produzidos por profissionais considerados capazes de transmitir 
informação válida e universal, que caracteriza o conhecimento científico.
 Esses são alguns canais de navegação confiáveis, utilizados por boa parte dos pesquisado-
res brasileiros. Nesses locais, os materiais são confiáveis, pois são fruto de pesquisas desenvolvidas 
em centros de estudo e universidades, avaliadas e validadas pela comunidade acadêmica e científica.
FIQUE ATENTO!
Não utilize qualquer material sugerido pelo site de buscas. Sempre investigue e 
tenha conhecimento sobre a fonte da informação.
3 Os indexadores
 Os indexadores são repositórios de material acadêmico que reúnem um conjunto de títu-
los de periódicos científicos, que passaram por critérios de seleção. Os materiais indexados ficam 
disponíveis para o público que deseja fazer a pesquisa. Quando o usuário acessa um indexador, 
ele usa palavras-chave para fazer a sua busca e recebe a indicação de uma lista de periódicos que 
contém material relativo ao item pesquisado. 
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 75 – 
Figura 3 – Busca por informação na Internet
Fonte: Angela Waye/Shutterstock.com
 
Os periódicos indicados, que ali estão indexados, cumprem com os critérios estabelecidos 
pelo portal, possuem uma boa avaliação e são especializados, contribuindo com a qualidade e a 
confiabilidade da informação.
 Entre os principais indexadores estão Scielo, BDTD/Ibict, Latindex e Web of Science. Nave-
gando por esses portais, iremos encontrar uma gama de materiais confiáveis.
 A vantagem de fazer busca nos indexadores, é a possibilidade de listagem de diversos 
periódicos que podem contribuir para a sua pesquisa, entre nacionais e internacionais. Além de 
poder pesquisar por palavra-chave, é possível buscar também por área, por assunto, por periódico. 
Isso facilita e delimita as possibilidades. 
FIQUE ATENTO!
Não confunda indexador com sites de pesquisa. Os indexadores são portais que 
possuem material acadêmico restrito ao conhecimento científico. Já os sites de 
busca listam qualquer tipo de material que contenha o assunto procurado, podendo 
ser informações válidas ou não, sem um filtro específico.
4 Dicas para o uso da internet 
Com o grande número de informações oriundas da Internet, é preciso delimitar o campo de 
pesquisa, quando se busca determinada informação (FREITAS, 2010). Bastante comum é utilizar 
palavras, termos técnicos e pequenas frases para iniciar a procura na rede, em especial, utilizando 
o maior canal de buscas da Internet, o Google.
 Você já deve ter realizado um pesquisa no Google digitando uma única palavra e o portal 
listou mais de 1 milhão de possibilidades. Isso facilita sua pesquisa? Como realizar uma busca deli-
mitada e mais eficaz na Internet, sem que milhões de páginas sejam sugeridas a partir do Google?
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 76 – 
Figura 4 – O uso da Internet para a pesquisa
Fonte: welcomia/Shutterstock.com
 Se você não está navegando em um portal institucional ou em algum indexador, uma dica 
é limitar seu campo de busca, utilizando alguns recursos como:
 • escrever antes do termo de busca a sigla PDF;
 • escrever o termo de busca colocando-o entre aspas;
 • escrever mais de um termo, utilizando “termo” + “termo” + “termo”, o que limita a pes-
quisa aos termos indicados;
 • evitar o uso de frases, limitar-se ao uso de termos, palavras-chave do assunto.
EXEMPLO
Pesquise por “educação especial” no Google. Irão aparecer 5 milhões sugestões. 
Depois, faça a mesma pesquisa assim: PDF educação especial; irão aparecer 3 
milhões sugestões. Delimite mais o seu campo, assim: PDF educação especial + 
autismo; irão aparecer: 750 mil sugestões.
 Com esses pequenos recursos, sua pesquisa será mais eficaz, restringindo o campo de busca 
ao objeto pesquisado, sem sugerir outros assuntos que podem estar vinculados ao mesmo termo. 
 Outra sugestão é preferir sempre os indexadores e sites especializados. Se estamos 
falando de pesquisa no âmbito acadêmico, prefira o Google Acadêmico ao invés do Google tradi-
cional. Com isso, você já está limitando sua pesquisa a materiais de cunho acadêmico e científico.
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 77 – 
Fechamento
Nesta aula, você teve a oportunidade de:
 • conhecer alguns sites e indexadores confiáveis para realizar uma pesquisa acadêmica;
 • aprender dicas sobre como pesquisar na Internet;
 • compreender como fazer uma pesquisa segura, garantindo a confiabilidade dos dados 
e a segurança da informação.
Referências
FREITAS, Maria Teresa de Assunção. Computador/Internet como instrumentos de aprendizagem: 
uma reflexão a partir da abordagem psicológica histórico‐cultural. In: SIMPÓSIO HIPERTEXTO E 
TECNOLOGIAS NA EDUCAÇÃO, 2. Recife, 2008. Anais... Disponível em: <http://www.educadores.
diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/2010/artigos_teses/2010/Pedagogia/acomputador_historico_
social.pdf>. Acesso em: 25 mai. 2017.
______. Letramento digital e formação de professores. Educação em Revista, Belo Horizonte, v.26, 
n. 3, p. 335-352, dez. 2010.
NATALI, Adriana. Luz própria. Revista Ensino Superior, São Paulo, ano 13, n. 154, p. 36-39, jul. 2011.
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 78 – 
A pesquisa científica
Marcio Tadeu Girotti
Introdução
A pesquisa científica compreende uma grande área do saber que, comumente, se divide em 
três campos de investigação: exatas, humanas e biológicas. Cada qual estabelece seus métodos e 
objetos de pesquisa, construindo e descobrindo novos conhecimentos. Nesta aula veremos o sig-
nificado de pesquisa, compreendendo os campos de atuação e sua metodologia, seu “como fazer”.
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste aula, você será capaz de:
 • compreender o que é pesquisa científica;• entender quais são os campos de pesquisa e seu desenvolvimento.
1 O que é pesquisa?
A pesquisa é definida como uma indagação, uma investigação, uma dúvida que leva ao 
conhecimento, ou seja, visa o conhecimento de aspectos da realidade. É um processo de produção 
de conhecimento (TOZONI-REIS, 2007).
Para Knechtel (2014), a pesquisa, em âmbito geral, não é apenas relacionada a simples traba-
lhos escolares, as repetições de experiências, sínteses de textos e relatórios técnicos. É uma inves-
tigação científica, que produz conhecimento por meio de uma atividade intelectual, intencional e 
sistemática, procurando respostas para necessidades do ser humano. 
Como podemos observar, a pesquisa está vinculada ao conhecimento e possui um caráter 
científico. Para Leite (2008, p. 43), “é a que usa o método científico ou tem por objetivo desvendar 
ou buscar, através dos métodos e das técnicas específicas, as soluções para os problemas do 
conhecimento em geral e, especificamente, das ciências”.
 – 79 – 
TEMA 11
Figura 1 – Busca por conhecimento
Fonte: Inara Prusakova/Shutterstock.com
A pesquisa é uma atividade que visa a elaboração de teorias, fazendo uso de métodos e técni-
cas científicas (LEITE, 2008), ou seja, procura construir um conhecimento metódico e sistemático, 
válido e universal.
Para o desenvolvimento da pesquisa, segundo Leite (2008), é preciso proceder com as etapas 
de escolha do tema, a definição dos objetivos, o procedimento de coleta de dados (método e téc-
nica), a interpretação das informações e apresentação dos resultados. É o que veremos a seguir.
SAIBA MAIS!
Para aprofundar esse assunto, veja o artigo de Guilherme Brandão e Aldemar Araújo, 
“A pesquisa científica”, que explora os aspectos e princípios básicos para iniciar um 
estudo. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/jvb/v5n4/v5n4a01.pdf>.
FIQUE ATENTO!
 A pesquisa científica exige método e, para o procedimento, é preciso delimitar o 
tema e seu objeto de investigação.
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 80 – 
2 O desenvolvimento da pesquisa
Para o desenvolvimento da pesquisa, no âmbito científico, Tozoni-Reis (2007, p. 15) afirma 
que o “trabalho científico é, portanto, uma atividade intencional, processual e complexa de pro-
dução de conhecimentos para a interpretação da realidade. Como tal, é carregado de escolhas 
teóricas e metodológicas que exigem a atenção do pesquisador”.
Figura 2 – Desenvolvimento da pesquisa
Fonte: tavi/Shutterstock.com
Para a organização e o desenvolvimento, seguindo o significado de pesquisa e seu processo 
de construção do conhecimento, o pesquisador deve levar em consideração o aspecto científico e 
social. A pesquisa a ser desenvolvida e o conhecimento por ela produzido precisam estar relacio-
nados com a importância social, com sua relevância para a sociedade, com a qual ela contribui. Ao 
mesmo tempo, ela pode também engrandecer a área de sua atuação.
EXEMPLO
Uma pesquisa que procura investigar a cura para determinada doença possui re-
levância social. Ao passo que uma pesquisa que visa compreender os diferentes 
significados de um conceito, como a ética, possui relevância bibliográfica, acúmulo 
de saber sobre determinado assunto, uma contribuição para a própria área e uma 
contribuição para que a sociedade possa refletir melhor sobre o assunto, tão impor-
tante nos dias de hoje.
Levando isso em consideração, a pesquisa possui um processo de elaboração para seu 
desenvolvimento. O primeiro passo é a escolha do assunto e a delimitação do tema a ser investi-
gado. Além disso, o pesquisador precisa se preocupar com outros detalhes. Conforme Tozoni-Reis 
(2007) e Leite (2008), eles são:
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 81 – 
 • caracterização do objeto;
 • delimitação do problema;
 • fundamentação do objeto, utilizando argumentos e pesquisas de outros pesquisadores;
 • sistematização dos dados;
 • conhecimento prévio sobre o assunto, domínio sobre determinados conceitos.
O trabalho científico é resultado de uma interligação entre a fundamentação teórica e os ins-
trumentos técnicos, dentro de um processo de construção intelectual e ao mesmo tempo criativa, 
realizando uma síntese entre ciência e técnica (TOZONI-REIS, 2007). 
FIQUE ATENTO!
 O desenvolvimento da pesquisa consolida duas preocupações, cabíveis ao pesqui-
sador: a preocupação com o rigor metodológico e com a relevância social.
3 Os campos de pesquisa
De modo geral, o conhecimento, na contemporaneidade, está inserido em três grandes áreas 
do saber: humanas, exatas e biológicas ou ciências naturais (FACHIN, 2006). Com essa classifica-
ção, todo conhecimento que seja rigoroso, metódico e sistemático, ou seja, científico, deve desen-
volver uma investigação que esteja relacionada a essas três áreas. 
No âmbito acadêmico científico, podemos destacar os campos de investigação mais relevantes, 
não mais importantes do que outros, mas que estão em constante desenvolvimento e aprimoramento. 
Isso se constata pela observação de nossa realidade, pelas notícias recorrentes sobre deter-
minados assuntos, pelas publicações acadêmico-científicas de grandes centros de pesquisa e uni-
versidades. Entre os assuntos mais recorrentes, podemos destacar (FACHIN, 2006; LEITE, 2008; 
TOZONI-REIS, 2007): 
 • na área de humanidades - a educação, a cultura, aspectos sociais de discriminação, a 
política;
 • na área das exatas - desenvolvimento da tecnologia e os avanços da ciência quantitativa;
 • na área das biológicas ou naturais - o constante aprimoramento e descoberta de novos 
medicamentos, o avanço da medicina. 
Essas áreas de atuação representam o universo da pesquisa, onde o pesquisador delimita seu 
objeto de investigação e procura produzir conhecimento para a sociedade e para sua área de atuação.
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 82 – 
Figura 3 – Universo da pesquisa
Fonte: Sergey Nivens/Shutterstock.com
Vale lembrar que os campos de atuação da pesquisa científica são amplos, ao mesmo tempo 
em que se delimitam nas três grandes áreas, que são uma classificação, construída ao longo dos 
séculos, podendo ser alteradas adequando-se a realidade de uma época.
EXEMPLO
Na atualidade, com os avanços na tecnologia, existem estudos que a consideram uma 
nova área do saber. Nós teríamos, portanto, quatro grandes áreas do conhecimento.
SAIBA MAIS!
Para compreender melhor a evolução dos saberes e suas classificações ao longo 
da história, veja o capítulo 1 (“Evolução dos conhecimentos”) da obra de Odília 
Fachin, “Fundamentos de metodologia”.
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 83 – 
4 A metodologia da pesquisa
A pesquisa científica é caracterizada por seu rigor argumentativo, sistemático e metodológico.
Para Tozoni-Reis (2007), a preocupação metodológica faz parte do desenvolvimento da pes-
quisa, parte de certas indagações.
 • Como fazer? 
 • O que fazer? 
 • Por onde começar? 
Assim, “a metodologia científica é um caminho a ser trilhado pelo pesquisador no processo de 
produção de conhecimentos sobre a realidade que se busca conhecer” (TOZONI-REIS, 2007, p. 17). 
A metodologia da pesquisa estabelece procedimentos e instrumentos de análise e síntese 
sobre os dados e informações coletadas para a investigação a respeito de determinado objeto, 
articulando o estudo teórico com a aplicação de técnicas e instrumentos de pesquisa. 
Figura 4 – Processo da pesquisa
Fonte: Dusit/Shutterstock.com
Para Fachin (2006), o método em pesquisa é a escolha de procedimento sistemático que visa 
descrever e explicar determinado estudo, ou seja, é um instrumento do conhecimento, que orienta 
o pesquisador a planejar sua pesquisa, formulando hipóteses, coordenando a investigação, reali-
zando experiências, interpretando e construindo resultados. 
Como podemos observar, a metodologia da pesquisa é o guia, o norte, a orientação que o 
pesquisadornecessita para desenvolver seu trabalho.
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 84 – 
FIQUE ATENTO!
 Toda pesquisa necessita de um método que oriente o pesquisador na análise 
dos dados investigados, bem como na síntese das informações para a constru-
ção do resultado.
Fechamento
Nesta aula, você teve a oportunidade de:
 • compreender o que é pesquisa e seus campos de atuação;
 • entender como se dá o desenvolvimento da pesquisa;
 • observar a importância do uso de metodologia na pesquisa.
Referências
FACHIN, Odília. Fundamentos de metodologia. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2006.
KNECHTEL, Maria do Rosário. Metodologia da pesquisa em educação: uma abordagem teórico-
-prática dialogada. Curitiba: Intersaberes, 2014. 
LEITE, Francisco Tarciso. Metodologia científica: métodos e técnicas de pesquisa. Aparecida: 
Ideias & Letras, 2008.
PITTA, Guilherme Benjamin Brandão; CASTRO, Aldemar Araújo. A pesquisa científica. J Vasc Bras, 
v. 5, n. 4, p. 243-244, 2006. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/jvb/v5n4/v5n4a01.pdf>. 
Acesso em: 31 maio 2017.
TOZONI-REIS, Marília Freitas de Campos. Metodologia da pesquisa científica. 2. ed. Curitiba: 
IESDE, 2007. 
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 85 – 
Pesquisa qualitativa e quantitativa
Marcio Tadeu Girotti
Introdução
A pesquisa científica possui diversas modalidades, cada qual desenvolvida por um ou mais 
métodos. Entre suas modalidades, há dois tipos que são gerais e abrangem outras formas de pes-
quisar: a pesquisa qualitativa e a pesquisa quantitativa. Nesta aula, veremos essas duas modalida-
des, suas aplicações e diferenças, além da possibilidade de interligação entre as duas: a pesquisa 
quali-quantitativa. 
Objetivos de aprendizagem
Ao final desta aula, você será capaz de:
 • compreender o que é pesquisa qualitativa e quantitativa;
 • entender as diferenças entre os tipos de pesquisa.
1 A pesquisa qualitativa
A pesquisa qualitativa busca entender fenômenos humanos, buscando deles obter uma visão 
detalhada e complexa por meio de uma análise científica do pesquisador. Esse tipo de pesquisa se 
preocupa com o significado dos fenômenos e processos sociais. Mas sendo uma análise relacionada 
também à subjetividade, quais são os critérios do pesquisador? Bem, ele leva em consideração as 
motivações, crenças, valores e representações encontradas nas relações sociais (KNECHTEL, 2014). 
 Os pressupostos básicos desse tipo de pesquisa, segundo Knechtel (2014), são: a preocupa-
ção primária com os processos, não se preocupando diretamente com o resultado e o produto; o inte-
resse pelo significado, como as pessoas relatam suas vivências e experiências, sua visão de mundo; 
a busca por informações diretamente no campo de pesquisa; a ênfase na descrição e explicação de 
fenômenos; a utilização de processos indutivos, a fim de construir conceitos, hipóteses e teorias. 
 Veja quais são as principais características da pesquisa qualitativa (KNECHTEL, 2014, p. 
101-102):
 • ressalta a natureza socialmente construída da realidade;
 • relação entre o pesquisador e o objeto de estudo;
 • ênfase nas qualidades e nos processos, com destaque para a forma como a experiên-
cia social é criada e adquire significado;
 • utiliza entrevistas e observação detalhada (métodos interpretativos);
 – 86 – 
TEMA 12
 • estuda casos específicos;
 • valoriza as descrições detalhadas;
 • faz uso de narrativas históricas, materiais biográficos e autobiográficos. 
Quais seriam os tipos de pesquisa que ela envolve? Segundo Demo (2013), são pesquisas 
participantes, pesquisa-ação, histórica, oral, fenomenológica, análises de grupos, entre outras. É 
um tipo de pesquisa que procura abrir novas perspectivas de observação. 
Figura 1 – Pesquisa qualitativa
Fonte: A1Stock/Shutterstock.com.
Segundo Tozoni-Reis (2007), na pesquisa qualitativa, o pesquisador é o principal instrumento. 
Sendo, então, protagonista da pesquisa como ele opera? Saiba que ele não atua como mero expec-
tador, ele procura desvendar os fatos e significados, indo além da mera descrição ou explicação a 
partir do dado imediato, buscando descobrir os significados mais profundos do objeto observado. 
Com a pesquisa qualitativa, ao contrário da pesquisa quantitativa, você pode ir além do dado 
imediato, pois ela busca fundamentar a informação, não se limitando ao dado coletado e observado.
FIQUE ATENTO!
A pesquisa qualitativa trabalha com dados mediatos, ou seja, ela vai além da infor-
mação dada, procura aprofundar o conhecimento do objeto de estudo. 
Avance a leitura para ver como se faz uma pesquisa quantitativa!
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 87 – 
2 A pesquisa quantitativa
 Segundo Knechtel (2014), a pesquisa quantitativa é uma modalidade de pesquisa que 
atua sobre um problema humano ou social, é baseada no teste de uma teoria e composta por 
variáveis quantificadas em números, as quais são analisadas de modo estatístico, com o objetivo 
de determinar se as generalizações previstas na teoria se sustentam ou não.
 Nesse sentido, a pesquisa quantitativa está ligada ao dado imediato. O que isso quer 
dizer? Significa que ela se preocupa com a quantificação dos dados, comprovando se uma teoria 
é válida ou não a partir de análises estatísticas.
 A pesquisa quantitativa está ligada diretamente à quantificação dos dados, na experimen-
tação, na mensuração e no controle rigoroso dos fatos. Segundo Knechtel (2014), esse tipo de 
pesquisa foi a base do pensamento científico até a metade do século XX e é caracterizado pela 
passividade e neutralidade do pesquisador diante da investigação da realidade.
Figura 2 – Pesquisa quantitativa
Fonte: ESB Professional/Shutterstock.com.
Nesse tipo de pesquisa, você fará uma investigação que tem por base a quantificação dos 
dados e buscará medir opiniões e informações utilizando os recursos da estatística, como a por-
centagem, a média, o desvio-padrão. Os dados que você analisará, os dados quantitativos, são 
valores observados de um conjunto de variáveis, que podem representar alguns elementos ou 
todos os elementos, por exemplo, de uma sociedade, de uma determinada população. Tais dados 
serão apresentados em forma de tabelas, gráficos ou textos (KNECHTEL, 2014). Saiba que essa 
modalidade de pesquisa é aplicada na realização de pesquisas sociais, econômicas, comunica-
ção, mercadológicas, administrativas. É uma pesquisa ligada à investigação empírico-descritiva, 
quando se procura descobrir e classificar a relação entre as variáveis, as relações de causa e efeito 
entre os diferentes fenômenos (KNECHTEL, 2014).
 A base da informação na pesquisa quantitativa são os dados, que, nos métodos quantita-
tivos, são classificados em (KNECHTEL, 2014, p. 93):
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 88 – 
 • dados primários: obtidos no campo da pesquisa, diretamente com as fontes originais 
de informação (sujeitos respondentes e/ou entrevistados);
 • dados secundários: dados já processados, normalmente vindos de pesquisas oficiais 
e/ou outras fontes credenciadas.
Figura 3 – Quantificação estatística
Fonte:Mmaxer/Shutterstock.com.
EXEMPLO
Uma pesquisa que faça uso de dados, como estatísticas produzidas pelo IBGE, está 
trabalhando com dados prontos, já processados, ou seja, são dados secundários. A 
pesquisa que processa seus próprios dados a partir de informações coletadas no 
campo de pesquisa trabalha com dados primários.
Partindo da classificação dos dados, a pesquisa quantitativa possui algumas técnicas. 
Vamos conhecê-las (KNECHTEL, 2014, p. 95) a seguir.
 • Experimento de Campo: o pesquisador promove alterações no campo de pesquisa 
para medir padrões de comportamento e de relação entre as variáveis (agricultura: 
teste com sementes).
 • Pesquisa descritiva: coleta de várias informações com grande número de variáveis, 
que serão reduzidas a quantificadores, que representama dinâmica social, a fim de 
descrever o acontecimento dos fenômenos (pesquisa eleitoral e de mercado).
 • Pesquisa exploratória: aplica instrumentos para medir e descrever determinado com-
portamento social, que não possuía grande atenção da comunidade científica (pesqui-
sas que verificam mudanças de padrões de comportamento social).
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 89 – 
Como podemos observar, a pesquisa quantitativa trabalha com dados coletados diretamente 
no campo de investigação ou com dados já processados por outras fontes de pesquisa, que bus-
cam quantificar a informação.
FIQUE ATENTO!
Saiba que a pesquisa quantitativa trabalha com dados imediatos, que são quanti-
ficados e mensurados a partir do objeto dado na experiência sensível, a realidade 
dos fenômenos.
SAIBA MAIS!
Que tal aprender um pouco mais sobre esses dois tipos de pesquisa? O artigo de 
Hartmut Günther (2006) “Pesquisa qualitativa versus pesquisa quantitativa: esta é 
a questão?” faz uma interessante comparação entre elas. Acesse em: <http://www.
scielo.br/pdf/ptp/v22n2/a10v22n2>.
Já imaginou a interligação entre esses dois tipos de pesquisa? Veja como funciona a seguir!
3 A pesquisa quali-quantitativa
Tanto a pesquisa qualitativa quanto a quantitativa têm por preocupação o ponto de vista do 
indivíduo: a primeira considera a proximidade do sujeito, por exemplo, por meio da entrevista; na 
segunda, essa proximidade é medida por meio de materiais e métodos empíricos (KNECHTEL, 2014).
 A pesquisa qualitativa está mais ligada à essência e descrição do objeto, do que à sua 
quantificação, ou seja, faz referência à dimensão da intensidade, sem grande ênfase à extensão, 
se preocupado mais com a qualidade, o melhor, e não com a quantidade, o maior.
 Nesse sentido, segundo Knechtel (2014), a pesquisa qualitativa é complexa, permite diver-
sidade e flexibilidade, abrigando tendências diversas apoiadas também em raízes filosóficas.
 Quando um pesquisador se interessa por dimensionar, avaliar determinada aplicação de 
uma técnica ou ainda introduzir uma variável, ele recorre ao estudo quantitativo. Ao passo que, se 
deseja observar o fenômeno, buscando entendê-lo de forma completa e integral, o pesquisador 
recorre à pesquisa qualitativa.
 Agora, lhe pergunto: será que é possível realizar uma pesquisa que reúna as duas aborda-
gens, a pesquisa qualitativa e a quantitativa? Sim, a abordagem quali-quantitativa.
 A modalidade de pesquisa quali-quantitativa “interpreta as informações quantitativas por 
meio de símbolos numéricos e os dados qualitativos mediante a observação, a interação partici-
pativa e a interpretação do discurso dos sujeitos (semântica)” (KNECHTEL, 2014, p. 106).
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 90 – 
Figura 4 – Pesquisa quali-quantitativa no campo
Fonte: Ulrich Mueller/Shutterstock.com.
EXEMPLO
Se você quer verificar a questão da fome na região X, no estado Y, durante o período 
Z,é possível dimensionar e mensurar a faixa etária da população, o número de indi-
víduos da região, por meio da pesquisa quantitativa e, utilizando a pesquisa qualita-
tiva, investigar as causas, efeitos, consequências da fome nessa região, sabendo o 
que pensam os participantes da pesquisa.
Por mais que os aspectos conceituais e metodológicos sejam distintos em cada uma des-
sas pesquisas, é possível desenvolver uma pesquisa que integre as duas abordagens, sendo uma 
investigação que, além de se preocupar com o dado imediato, quantificado, busca aprofundar na 
informação, trazendo outros dados, que estão além do conhecimento imediato.
FIQUE ATENTO!
Tenha em mente que a pesquisa que agrega a qualidade da informação, indo além 
do dado imediato com a mensuração dos dados, é uma pesquisa de caráter quali-
-quantitativa.
SAIBA MAIS!
Veja a diferença entre as modalidades de pesquisa qualitativa e quantitativa, as quais 
juntas constituem a pesquisa quali-quantitativa. Acesseo artigo de Carlos Ferreira (2015), 
“Pesquisa quantitativa e qualitativa: perspectivas para o campo da educação”,disponível 
em: < tede2.pucgoias.edu.br/index.php/mosaico/article/download/4424/2546>.
Sendo assim, cabe ao pesquisador saber empregar o método de forma adequada, de acordo 
com o objeto a ser investigado.
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 91 – 
Fechamento
 Nesta aula, você teve a oportunidade de:
 • diferenciar a pesquisa qualitativa da pesquisa quantitativa;
 • compreender que é possível desenvolver uma pesquisa com caráter quali-quantitativo.
Referências
DEMO, Pedro. Metodologia do conhecimento científico. São Paulo: Atlas, 2013.
FERREIRA, Carlos Augusto Lima. Pesquisa quantitativa e qualitativa: perspectivas para o campo 
da educação. Revista Mosaico, Goiânia, v. 8, n. 2, p. 173-182, jul./dez. 2015. Disponível em: <tede2.
pucgoias.edu.br/index.php/mosaico/article/download/4424/2546>. Acesso em: 5 jun. 2017.
GÜNTHER, Hartmut. Pesquisa qualitativa versus pesquisa quantitativa: esta é a questão? Psicolo-
gia: Teoria e Pesquisa, Brasília, v. 22, n. 2, p. 201-210, maio-ago. 2006. Disponível em: <http://www.
scielo.br/pdf/ptp/v22n2/a10v22n2>. Acesso em: 5 jun. 2017.
KNECHTEL, Maria do Rosário. Metodologia da pesquisa em educação: uma abordagem teórico-
-prática dialogada. Curitiba: Intersaberes, 2014. 
TOZONI-REIS, Marília Freitas de Campos. Metodologia da pesquisa científica. Curitiba: IESDE, 2007. 
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 92 – 
As modalidades de pesquisa
Marcio Tadeu Girotti
Introdução 
Para fazer uma pesquisa, é preciso definir um tema para a investigação, determinar uma 
problemática, escolher um método. Além disso, toda pesquisa se enquadra em uma modalidade, 
a depender do objeto de análise, da área de investigação, do método a ser aplicado. Por isso, vere-
mos algumas modalidades de pesquisa e suas características principais, que poderão lhe orientar 
na construção do conhecimento!
Objetivos de aprendizagem
Ao final desta aula, você será capaz de: 
 • compreender as diferentes modalidades de pesquisa e suas características principais.
1 A pesquisa bibliográfica
A pesquisa bibliográfica é fonte inesgotável de informação, ocupando um lugar de destaque na 
vida do pesquisador, por constituir os primeiros passos para a busca de conhecimento. Ela auxilia 
na atividade intelectual e contribui para o conhecimento em todas as suas formas (FACHIN, 2006).
É um estudo sistematizado, desenvolvido a partir de tudo aquilo que foi escrito, gravado ou 
filmado sobre determinado tema, assunto ou área do conhecimento. O material bibliográfico é 
reunido em livros, revistas, jornais, redes eletrônicas, ou seja, material de acesso ao público em 
geral. A pesquisa bibliográfica tem a finalidade de colocar o pesquisador em contato direto com a 
informação sobre determinado objeto de estudo (KNECHTEL, 2014).
Figura 1 – Pesquisa bibliográfica
Fonte: Lotus_studio/Shutterstock.com
 – 93 – 
TEMA 13
Qual seria sua principal característica? Para Knechtel (2014), seria a leitura, a pesquisa em 
fontes concretas que forneçam fundamentos analíticos para todo o tipo de pesquisa, criando um 
universo de debate entre o pesquisador e outros autores. A pesquisa bibliográfica é a base para 
qualquer tipo de pesquisa, com ela, o pesquisador inicia seus primeiros conhecimentos sobre o 
tema e objeto de estudo.
A identificação bibliográfica é classificada em fontes primárias e secundárias, sendo que será 
nessas fontes que o pesquisador irá encontrar as informações necessárias para a sua pesquisa. 
Por fontes primárias, entende-se a bibliografia básica sobre o assunto, que traz embasamento 
teórico. Já as fontes secundárias se caracterizam por serem bibliografias complementares, que 
servem de apoio para o assunto pesquisado (FACHIN, 2006).
Como podemos perceber, a pesquisa bibliográfica é rica em conteúdo, que fundamenta qual-
quer pesquisa, constituindo-sena base teórica para qualquer tipo de pesquisa.
FIQUE ATENTO!
 Lembre-se de que todo tipo de estudo deve ter respaldo na pesquisa bibliográfica, 
que serve de base e fundamento para a compreensão do tema a ser pesquisado.
Para conhecer outra modalidade de pesquisa, avance a leitura!
2 A pesquisa de campo
A pesquisa de campo consiste na busca de dados no próprio campo, ou seja, no espaço 
de pesquisa que contém a informação a ser investigada, é a ida do pesquisador ao campo de 
pesquisa para coletar dados a fim de compreender os fenômenos que ali ocorrem (TOZONI-REIS, 
2007). Em geral, os instrumentos para a pesquisa de campo são a observação, quando o pesqui-
sador somente observa o comportamento do dado sem interferir no campo. Há também a obser-
vação participante, que conta com um pesquisador que pode interagir com o objeto de estudo.
Quais seriam as características ou momentos dessa pesquisa? Tozoni-Reis (2007) apontam 
estes momentos:
 • Delimitação da pesquisa: elaboração do projeto;
 • Revisão bibliográfica: compreensão do tema de pesquisa;
 • Coleta de dados: busca de dados no campo;
 • Organização dos dados: organização do dado em categorias de análise;
 • Análise e interpretação dos dados: análise do dado coletado em campo com apoio de 
obras que tratam sobre o mesmo tema;
 • Redação final: elaboração do relatório final e apresentação dos resultados.
Para a pesquisa de campo, a forma de coleta de dados é muito variável, pois depende do tipo 
de pesquisa realizada, devendo-se aplicar diferentes técnicas e instrumentos, seguindo critérios e 
condições, que o próprio pesquisador deve traçar de acordo com seus objetivos.Outro instrumento é 
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 94 – 
a entrevista, que pode ser estruturada, seguindo um roteiro, ou semiestruturada, seguindo um roteiro 
de entrevista mais livre, como uma conversa entre pesquisador e entrevistado (TOZONI-REIS, 2007).
EXEMPLO
Quando um professor quer investigar um fenômeno educativo, ele coleta dados no 
campo, na escola, sobre processos de ensino nos quais ele está envolvido. Temos 
aqui uma pesquisa de campo com característica de observação participante.
A pesquisa de campo, em resumo, é a busca de informação in loco. Vamos adiante para 
aprendermos sobre a pesquisa documental. 
3 A pesquisa documental
A pesquisa documental consiste em análise de qualquer tipo de documento que possa tra-
zer alguma informação. Em geral, podem-se usar documentos arquivados, tais como: registros, 
anais, regulamentos, circulares, ofícios, memorandos, balancetes, filmes, fotografias, diários, entre 
outros (KNECHTEL, 2014). 
Figura 2 – Pesquisa documental
Fonte: Artgraphics/Shutterstock.com
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 95 – 
A principal característica desse tipo de pesquisa é a fonte de dados, que são documentos e 
registros, que são analisados levando-se em consideração, segundo Knechtel (2014, p. 147):
[...] a escolha e a análise dos documentos; a investigação do conteúdo simbólico das men-
sagens; o consenso sobre o conteúdo do material analisado; a unidade de análise, registro 
e contexto; o tipo de codificação, a construção de categorias; o aprofundamento, a ligação 
e a ampliação; o novo julgamento das categorias quanto à sua abrangência e delimitação.
Essa modalidade de pesquisa é classificada como qualitativa, pois é rica em informações 
sobre os dados analisados, constituindo-se como uma fonte estável de consulta, ou seja, é a aná-
lise sobre documentos que tenham um significado importante para a pesquisa.
FIQUE ATENTO!
 Saiba que todo material que possa ser registrado é objeto da pesquisa documental. 
Há mais tipos de pesquisa para conhecer! Vamos continuar!
4 A pesquisa experimental
A pesquisa experimental é um tipo genérico de pesquisa que determina a relação causal 
entre variáveis, bem como analisa fenômenos naturais e fatos socioculturais. A base de sua inves-
tigação é o experimento, que serve de referência para o resultado da pesquisa, mas também é 
fonte para interpretações, análises e estudos comparativos (LEITE, 2008).
Como atua o estudioso neste tipo de pesquisa? Bem, ele é ativo e reproduz de forma contro-
lada o fato ou fenômeno da realidade, a fim de descobrir os fatores que o produzem ou que por ele 
são produzidos (KNECHTEL, 2014). 
Figura 3 – Pesquisa experimental
Fonte: Leah-Anne Thompson/Shutterstock.com
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 96 – 
A pesquisa experimental consiste, portanto, na determinação de um objeto de estudo, sele-
cionando variáveis que podem influenciar e definir as formas de controle e observação dos efeitos 
produzidos sobre o objeto de análise (KNECHTEL, 2014).
SAIBA MAIS!
Para aprofundar seu conhecimento sobre as principais técnicas para se realizar 
uma pesquisa e a aplicação do método mais adequado para cada modalidade 
de investigação, veja o capítulo 1 da obra de Francisco Tarciso Leite (2008), 
“Metodologia Científica: métodos e técnicas de pesquisa”.
A seguir, vamos aprender sobre mais uma modalidade!
5 A pesquisa participante 
A pesquisa participante é um tipo de pesquisa que envolve, essencialmente, pessoas que con-
tribuem para a pesquisa e seus resultados. É uma pesquisa de cunho social, que busca na socie-
dade a participação da comunidade para a análise de sua própria realidade (KNECHTEL, 2014).
Para Knechtel (2014), na pesquisa participante, a fronteira entre o pesquisador e o objeto pes-
quisa é tênue, uma vez que as pessoas se envolvem com o problema sob investigação, fazendo 
parte da pesquisa.
Figura 4 – Pesquisa participante
Fonte: creo77/Shutterstock.com.
Isso significa que o objetivo dessa pesquisa é obter a participação da comunidade, por ser 
uma atividade de cunho educativo e de ação social. 
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 97 – 
SAIBA MAIS!
Para entender melhor os procedimentos com a pesquisa participante, veja o 
artigo de Maria Luisa Sandoval Schmidt (2006), “Pesquisa participante: alteridade 
e comunidades interpretativas”. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/pusp/
v17n2/v17n2a02.pdf>.
Vamos continuar aprendendo? Prossiga!
6 A pesquisa ação
A pesquisa ação pode ser considerada um desdobramento da pesquisa de campo e da pes-
quisa participativa. Segundo Knechtel (2014), ela acontece quando a investigação envolve a parti-
cipação e a ação de pesquisadores e participantes que analisam um mesmo problema a partir de 
várias perspectivas, a fim de buscar soluções.
Para Tozoni-Reis (2007), essa modalidade de pesquisa visa compartilhar saberes que são 
produzidos por diferentes sujeitos que estão envolvidos com o mesmo problema, em que tais par-
ticipantes deixam de ser objetos e passam a ser pesquisadores produzindo conhecimento sobre 
sua própria realidade. 
Tanto a pesquisa ação quanto a pesquisa de campo ocorrem no campo, mas a diferença está 
no envolvimento do pesquisador com o objeto pesquisado. Na pesquisa de campo, vemos um 
pesquisador que observa e coleta os dados, tirando suas próprias conclusões, sem alterar o objeto 
de análise. Já na pesquisa ação, o pesquisador é ativo, trabalha com o dado e é, muitas vezes, o 
próprio objeto de investigação, sendo participante da pesquisa.
Uma característica da pesquisa ação é a análise de um problema a partir de várias perspecti-
vas, envolvendo diversos pesquisadores de áreas diferentes, que buscam a solução para o mesmo 
problema, cada qual em sua especificidade, procurando aplicar a solução encontrada a fim de 
resolver o problema.
FIQUE ATENTO!
A pesquisa ação possui características próximas à pesquisa de campo, mas esta 
caracteriza um pesquisador que só observa, sem alterar os dados; enquanto naque-
la o pesquisar é ativo, participa efetivamente da pesquisa.
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 98 – 
EXEMPLO
Em uma catástrofe ambiental, a fim de propor soluções para o problema, podemoscontar com vários pesquisadores de áreas diferentes, como: biólogo, químico, am-
bientalista, antropólogo, todos trabalhando com o mesmo objeto de análise, bus-
cando soluções aplicáveis para resolver o problema.
Agora você já sabe diferenciar a pesquisa ação da pesquisa de campo e compreende que 
essa modalidade procura aplicar a solução encontrada para o problema investigado. 
Fechamento
Vimos que, para cada objeto investigado, uma ou mais modalidades de pesquisa podem ser 
empregadas, e um ou mais pesquisadores podem participar da mesma pesquisa.
Nesta aula, você teve a oportunidade de:
 • aprender sobre as diversas modalidades de pesquisa;
 • compreender a participação do pesquisador em cada uma dessas modalidades.
Referências
FACHIN, Odília. Fundamentos de metodologia. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2006.
KNECHTEL, Maria do Rosário. Metodologia da pesquisa em educação:umaabordagem teórico-
-prática dialogada. Curitiba: Intersaberes, 2014. 
LEITE, Francisco Tarciso Leite. Metodologia científica: métodos e técnicas de pesquisa. 2. ed. São 
Paulo: Ideias & Letras, 2008. 
SCHMIDT, Maria Luisa Sandoval. Pesquisa participante: alteridade e comunidades interpretativas. 
Psicologia USP, São Paulo, v. 17, n. 2, p. 11-41, 2006. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/
pusp/v17n2/v17n2a02.pdf>. Acesso em: 12 jun. 2017.
TOZONI-REIS, Marília de Freitas Campos. Metodologia da pesquisa científica. 2. ed. Curitiba: 
IESDE, 2007.
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 99 – 
Os instrumentos da pesquisa
Marcio Tadeu Girotti
Introdução
A pesquisa envolve diversos mecanismos para sua realização, desde a escolha do tema aos 
resultados, o seu processo de desenvolvimento necessita de certos instrumentos que auxiliam o 
pesquisador a interpretar uma informação, analisar e sintetizar o conteúdo. Nesta aula veremos os 
instrumentos mais utilizados para elaborar e desenvolver uma pesquisa.
Objetivos de aprendizagem
Ao final desta aula, você será capaz de:
 • identificar os instrumentos para realizar a pesquisa;
 • entender como executar um fichamento, um relatório de leitura, um resumo e uma 
resenha.
1 A escolha do material de pesquisa
No planejamento da pesquisa, dois passos são fundamentais: a escolha e a delimitação do 
tema. Definidos esses dois passos, duas técnicas são necessárias: o levantamento e a seleção 
bibliográfica, ou seja, a escolha do material (LEITE, 2008).
A escolha da bibliografia está atrelada ao tema escolhido para realizar a pesquisa. Para que o 
pesquisador possa se aprofundar no assunto que irá desenvolver, é preciso conhecer outros traba-
lhos já realizados por outros autores, a fim de possuir informações diversas que possam auxiliar 
a construção da pesquisa.
Como, então, proceder na seleção do material? O pesquisador deve atentar-se ao tipo de 
material, isto é, se irá usar livros, artigos, jornais, entre outros, na busca por informações relevan-
tes, além disso, ele deve observar se o conteúdo será mesmo utilizado em sua pesquisa, com-
pondo assim a lista de materiais bibliográficos. 
 – 100 – 
TEMA 14
Figura 1 – A escolha do material
Fonte: photogl/Shutterstock.com.
Segundo Leite (2008), após a escolha do material, o pesquisador deve selecionar as bibliogra-
fias que serão as principais, a literatura específica, a bibliografia primária, que servirão de base para 
a leitura. O objetivo principal dessa seleção é delimitar o referencial teórico da pesquisa.
Veja a sequência que indica ações para a escolha do material (MARCONI; LAKATOS, 2013): 
 • procurar catálogos, em que há a relação de obras;
 • com o material em mãos, verificar o seu conteúdo, por meio do sumário, resumo, intro-
dução, sinopse;
 • verificar se a bibliografia que o material indicar poderia servir também como recurso 
para utilizar outros materiais além dos já selecionados.
Você percebeu como a escolha do material é importante para o bom desenvolvimento da 
pesquisa? Uma boa seleção de bibliografias que sejam úteis é imprescindível para o desenvolvi-
mento do trabalho.
FIQUE ATENTO!
 Saiba que nem todo material é selecionado, somente se seleciona o material que, 
de fato, será útil para o desenvolvimento da pesquisa.
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 101 – 
EXEMPLO
Suponha que você esteja selecionando o material para sua pesquisa, primeiro, você 
pode observar o título, depois o sumário, o resumo ou a introdução, passando por 
capítulos e seções. Você pode perceber que o material não serve à sua pesquisa ou 
que ele, ao contrário, é apropriado para as suas questões.
Conheça a seguir outra etapa do desenvolvimento da pesquisa!
2 O fichamento
Como material de pesquisa em mãos, é o momento de trabalhar os conteúdos, fazer o levan-
tamento das informações. Para isso, pode-se utilizar a técnica de fichamento, a transcrição das 
informações mais importantes em uma folha de papel, manualmente, ou em documento virtual, 
utilizando um computador.
O fichamento permite a ordenação do assunto, o que auxilia o pesquisador a colocar em 
ordem o material bibliográfico, além de possibilitar uma seleção constante do documento e de sua 
ordem (MARCONI; LAKATOS, 2013).
Figura 2 – Fichamento
Fonte: wavebreakmedia/Shutterstock.com.
Para Leite (2008), a leitura do material selecionado é a parte mais importante da pesquisa, 
pois podem-se obter as informações e os dados primários, que serão analisados e interpretados 
posteriormente. Conforme o autor, para realizar uma boa leitura, que seja proveitosa e eficiente, é 
preciso seguir alguns passos. Vamos conhecê-los:
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 102 – 
 • selecionar a bibliografia;
 • catalogar as obras de leitura imediata;
 • realizar o fichamento;
 • escolher um bom lugar para o trabalho.
Entre as técnicas de leitura, Leite (2008) também destaca o fichamento como sendo um 
arquivo de dados e informações escritos, que são obtidos a partir do material escolhido e selecio-
nado. Segundo o autor, o fichamento é composto por três partes: o cabeçalho, a referência biblio-
gráfica e o comentário (resumo em si).
Lembre-se de que a técnica do fichamento é para o pesquisador um instrumento de trabalho 
que permite identificar as obras, conhecer seu conteúdo, fazer citações, analisar o material e ela-
borar críticas (MARCONI; LAKATOS, 2013). 
O fichamento é, portanto, um recurso imprescindível para a interpretação e análise do mate-
rial de pesquisa.
SAIBA MAIS!
Leia o capítulo 4, seção 4.7, da obra “Metodologia do trabalho científico: métodos 
e técnicas da pesquisa e do trabalho acadêmico”, de Prodanov e Freitas (2013), 
que explicam e exemplificam a técnica do fichamento. Disponível em: <http://www.
feevale.br/Comum/midias/8807f05a-14d0-4d5b-b1ad-1538f3aef538/E-book%20
Metodologia%20do%20Trabalho%20Cientifico.pdf>.
EXEMPLO
Monte o cabeçalho com informações sobre a obra (título, autor, publicação), depois 
enumere o conteúdo por página ou capítulo da obra. Faça frases curtas ou citações que 
destaquem os pontos principais da obra. Isso vai lhe ajudar a elaborar sua pesquisa!
Avance e veja mais um instrumento para realizar sua pesquisa.
3 O relatório de leitura
O relatório de pesquisa traz todas as informações coletadas sobre as atividades desenvolvi-
das durante a pesquisa. Nesse sentido, ele deverá conter todas as informações necessárias à ela-
boração do documento final da pesquisa, de forma detalhada, com o objetivo de fornecer dados e 
informações que podem servir como introdução e referencial teórico para a análise e interpretação 
de resultados (LEITE, 2008). 
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 103 – 
Mas, como elaborar o relatório de pesquisa? Entre várias possibilidades, indicamos um roteiro 
bem estabelecido, apresentado na obra de Leite (2008, p. 216):Introdução, Definição do Problema, 
Metodologia, Referencial Teórico, Resultados, Conclusões e Sugestões(para realizar outra pes-
quisa), Referências e Anexos.
A organização desse relatório, seguindo esse roteiro, pode ser feita em partes, em capítulos, 
a fim de transmitir a informação de forma clara e precisa. Lembre-se sempre de que um relatório 
deve ser bem escrito e bem elaborado, do contrário, se compromete a informação e os resultados 
da pesquisa, prejudicando o conhecimento reunido na investigação. 
Figura 3 – Relatório de pesquisa
Fonte:3DDock/Shutterstock.com
Não se esqueça do aspecto formal do relatório, que também deve levar em consideraçãoa 
delimitação das margens, do espaçamento entre linhas e parágrafos, numeração das páginas, 
aplicação das normas estabelecidas pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).
O relatório da pesquisa é de grande relevância para o conhecimento acadêmico-científico, pois 
é com ele que os resultados da investigação poderão chegar ao público, transmitindo novos saberes.
FIQUE ATENTO!
 Esteja ciente de que o relatório de pesquisa precisa ser bem escrito para passar a 
informação de forma correta e clara.
Há mais um elemento importante. Vamos conhecê-lo a seguir!
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 104 – 
4 Resumo e Resenha
O resumo é a “condensação do texto em seus aspectos mais significativos” (LEITE, 2008, p. 
81), nele, se elaboram parágrafos com sentidos completos, preservando as ideias do autor, possi-
bilitando um acesso rápido à informação sem precisar recorrer ao material original.
Figura 4 – Resumos e resenhas
Fonte: Boaz YuniorWibowo/Dreamstime.com.
Para resumir um texto,. devem-se utilizar parágrafos curtos e objetivos, a partir das ideias 
principais do texto, podendo utilizar também citações do próprio texto (entre aspas), enriquecendo 
a informação (LEITE, 2008).
Marconi e Lakatos (2013, p. 73) afirmam que o primeiro passo para fazer o resumo é realizar 
uma primeira leitura captando o “plano geral da obra e seu desenvolvimento”. Na segunda leitura, 
identifica-se a “ideia central e o propósito que nortearam o autor”. Em uma terceira leitura, é preciso 
descobrir os principais elementos do texto, que compõem a sua estrutura.
Marconi e Lakatos (2013) destacam três tipos de resumos:
 • Indicativo ou descritivo: destaca as partes principais do texto, com frases curtas, que 
correspondem à parte importante do texto.
 • Informativo ou analítico: contém todas as partes principais do texto. Informa o conte-
údo e as ideias principais do autor, salientando: os objetivos e assunto; método e téc-
nicas; resultados e conclusões (deve ser uma apresentação condensada do texto, sem 
comentários pessoais ou julgamentos por parte de quem resume).
 • Crítico: formula-se um julgamento sobre a obra, tecendo uma crítica sobre aspectos 
metodológicos, conteúdo, ideias, técnicas, desenvolvimento. 
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 105 – 
Além do resumo, há a resenha, que é um texto sintético no qual você expressasua opinião 
com referência a uma obra determinada, com descrições diretas, com críticas ao conteúdo ou 
exposição do tema. É preciso resumir o assunto apontando supostas falhas ou erros ou fazendo 
elogios ao autor da obra, de forma moderada.
Para Marconi e Lakatos (2013), a estrutura da resenha deve seguir este roteiro:referência 
bibliográfica, credenciais do autor, conclusões do autor, conhecimento, metodologia do autor, qua-
dro de referência do autor, crítica do resenhista, indicações do resenhista.
Assim como os resumos, a resenha também possui modelos, são eles (MARCONI; LAKATOS, 
2013):
 • Resenha descritiva: descreve a relação das propriedades de um objeto, enumera os 
principais aspectos da obra, descrevendo também o que a envolve, mas não expõe a 
opinião do resenhista.
 • Resenha crítica: deve conter os elementos descritivos e narrativos, bem como os dis-
sertativos, defendendo um ponto de vista e apresentando argumentos e provas.
FIQUE ATENTO!
 Saiba que resenha não é resumo, ela consiste em trabalhar o texto de forma crítica, 
reflexiva e argumentativa por parte do resenhista.
SAIBA MAIS!
A resenha também é considerada uma estratégia de articulação entre vários 
comentários, sobre um mesmo assunto, como uma resenha esportiva: comentar 
um jogo em roda de conversa com especialistas no assunto.
Tanto o resumo quanto a resenha são importantes para a realização da pesquisa para regis-
trar e transmitir informações sobre o material trabalhado.
Fechamento
Nesta aula, vimos alguns instrumentos de pesquisa que auxiliam o pesquisador a trabalhar 
com os materiais que são a base teórica para o desenvolvimento do tema.
Nesta aula, você teve a oportunidade de:
 • Compreender quais são os instrumentos de pesquisa;
 • Aprender a utilizar cada tipo de instrumento.
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 106 – 
Referências
LEITE, Francisco Tarciso. Metodologia científica: métodos e técnicas de pesquisa. 2. ed. Apare-
cida: Ideias & Letras, 2008. 
MARCONI, Maria de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Metodologia do trabalho científico. 7. ed. São 
Paulo: Atlas, 2013. 
PRODANOV, Cleber Cristiano; FREITAS, Ernani Cesar de Metodologia do trabalho científico: méto-
dos e técnicas da pesquisa e do trabalho acadêmico. 2. ed. Novo Hamburgo: Feevale, 2013. Dis-
ponível em: < http://www.feevale.br/Comum/midias/8807f05a-14d0-4d5b-b1ad-1538f3aef538/E-
-book%20Metodologia%20do%20Trabalho%20Cientifico.pdf>. Acesso em: 16 jun. 2017.
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 107 – 
Apresentação dos resultados 
da pesquisa
Marcio Tadeu Girotti
Introdução
Para toda pesquisa, há um resultado. Ao desenvolver uma investigação, o pesquisador deverá 
apresentar os frutos de sua pesquisa, quais foram os resultados provenientes do seu trabalho, a 
conclusão final de sua investigação. Essa exposição deve ser feita por meio de um relatório de 
pesquisa, de forma escrita, mas também deve ser apresentado de forma oral, a critério do pes-
quisador ou a depender do público que deseja atingir.Como fazer tudo isso? Nesta aula, veremos 
como se deve preparar a apresentação dos resultados da pesquisa, com foco nos resultados e na 
contribuição do pesquisador para o âmbito do saber.
Objetivos de aprendizagem
Ao final desta aula, você será capaz de:
 • entender como se elabora um trabalho como resultado de uma pesquisa;
 • compreender como apresentar os resultados da pesquisa.
1 A preparação do material
A apresentação do resultado de uma pesquisa diz respeito à elaboração e entrega do rela-
tório dos resultados dessa pesquisa ou, ainda, à apresentação expositiva do trabalho. Esse é o 
momento em que o pesquisador compartilha e comunica as informações, conclusões, sugestões 
ou soluções indicadas para a resolução do problema que foi investigado (LEITE, 2008). 
Ao pesquisador cabe, ao preparar o material, a preocupação de construir algo que seja de 
fácil compreensão, que seja útil como uma ferramenta para interpretação dos resultados de sua 
pesquisa, por isso, o resultado final da pesquisa é anunciado como um relatório de pesquisa, que 
possui formatação e normatização próprias, seguindo determinado roteiro comum à comunidade 
acadêmico-científica.
 – 108 – 
TEMA 15
Figura 1 – A preparação do material
Fonte:ESB Professional/Shutterstock.com
Como, então, elaborar esse relatório? Para Leite (2008), o relatório pode ser simples ou com-
plexo, isso vai depender do público a que ele se destina. Assim, o pesquisador deve conhecer o seu 
público e adaptar o material a ele, para que o resultado da pesquisa seja elaborado e apresentado 
de forma eficaz. Sempre tenha em mente que, independentemente do público e da área de pes-
quisa, o relatório precisa ser bem escrito e bem apresentado em sua formatação e normatização. 
Dessa forma, o corpo do trabalho são os próprios resultados da pesquisa, são os dados 
da pesquisa, suas análises e interpretações, como o tema foi problematizado, quaisas soluções 
encontradas para resolver o problema em questão, qual a metodologia empregada, qual a contri-
buição do autor para a pesquisa (TOZONI-REIS, 2007).
A preparação do material, portanto, corresponde ao resultado e discussão acerca do que foi 
utilizado para o desenvolvimento do trabalho. Nesse aspecto, será que existe uma melhor forma 
de prepará-lo? Para Tozoni-Reis (2007), uma das formas de preparar o material e apresentar os 
resultados é organizando o trabalho em partes, em capítulos, categorias ou temas.
FIQUE ATENTO!
 Lembre-se de que divisão do trabalho em partes facilita a organização e a comuni-
cação dos resultados, facilitando a leitura e interpretação do leitor.
EXEMPLO
Para dividir o trabalho, pode-se seguir este roteiro: no primeiro capítulo, exponha os 
dados coletados; no segundo capítulo, interprete os dados com auxílio de bibliogra-
fias que tratam do mesmo assunto; no terceiro capítulo, apresente os resultados 
de sua análise, mostrando seus próprios argumentos. Em cada capítulo, é possível 
ainda subdividir em partes específicas o conteúdo, para melhor expor cada parte do 
desenvolvimento da pesquisa.
Veremos, nas próximas seções, como fazer essa organização.
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 109 – 
2 A formatação do trabalho
A fim de apresentar um trabalho com qualidade e de fácil compreensão, o material a ser ela-
borado deve seguir uma estrutura que seja esclarecedora, apresentando a natureza do problema 
e suas soluções, mostrando ainda os procedimentos adotados para coletar e analisar os dados, 
bem como informando as fontes utilizadas para o desenvolvimento da pesquisa. Parece difícil, não 
é mesmo? Mas existem orientações que podem lhe ajudar!
A estrutura do texto, para Leite (2008), pode ser conduzida da seguinte forma:
 • Natureza: qual o problema investigado, as razões, os objetivos e as necessidades da 
investigação.
 • Tipologia: determinar o tipo de pesquisa (exploratória, conclusiva, descritiva, explicativa).
 • Metodologia: apresentar qual ou quais os métodos que foram empregados para coletar 
os dados da pesquisa.
 • População: mostrar qual a proporção da amostra e o processo da amostragem.
 • Testes: indicar o que foi aplicado, comprovando e validando a investigação.
Seguindo essa estrutura, o texto também deve corresponder à apresentação e formatação 
do material. Para tanto, o texto deve ter caráter impessoal, sendo escrito com clareza e precisão, 
sem a utilização de termos dúbios e de palavras de difícil compreensão. A escrita também deve 
ser feita de forma simples e concisa, sendo breve, sem obscuridade e sem parágrafos longos.
Figura 2 – Formatando o trabalho
Fonte: spaxiax/Shutterstock.com
Quanto à formatação do trabalho, recomenda-se escrever o relatório mantendo um padrão de 
fonte e espaçamentos, bem como organizar o trabalho com margens padrão durante todo o mate-
rial. É recomendável também que se faça uma capa, que contenha as informações básicas do 
trabalho, como: título, nome do pesquisador, instituição a que se vincula a pesquisa, ano; seguida 
da folha de rosto, com as mesmas informações da capa, acrescentando a informação a que se 
destina o trabalho. Por fim, monta-se um sumário, que apresenta cada parte do trabalho seguido 
da página correspondente. Em seguida, apresentam-se os capítulos e as conclusões, seguidas das 
referências (TOZONI-REIS, 2007).
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 110 – 
SAIBA MAIS!
Veja a obra de Maria Del-Masso (2012),“Metodologia do Trabalho Científico:Aspectos 
Introdutórios”, que apresenta aspectos da metodologia científica para a confecção, 
formatação do relatório de pesquisa e para a apresentação dos resultados: <https://
acervodigital.unesp.br/bitstream/unesp/179643/1/unesp-nead_reei1_ee_d08_tc.pdf>.
EXEMPLO
Um modelo de texto a ser acrescentado em folha de rosto pode ser escrito des-
ta forma: “Trabalho de conclusão de curso apresentado à Faculdade de Ciências, 
como exigência parcial para a obtenção do título de bacharel em biologia”. Vale 
ressaltar que esses modelos podem variar conforme a instituição.
Agora, vamos aprender a estruturar um trabalho bem organizado!
3 As divisões do trabalho
O relatório de pesquisa pode ter uma estrutura dividida em partes, nesse sentido, iremos 
expor a estrutura proposta por Marconi e Lakatos (2013). Vamos conhecê-la?
 • Apresentação: corresponde à capa e folha de rosto.
 • Sinopse: resumo do trabalho, de no máximo uma página, redigido ao final do trabalho, 
antes do sumário, mostrando a natureza da pesquisa realizada.
 • Sumário: apresenta as partes do trabalho e as páginas correspondentes a cada parte 
(introdução, capítulos, seções, entre outras).
 • Introdução: apresenta o trabalho de modo geral, compostapor tema, objetivos, justifica-
tiva, objeto de pesquisa.
 • Revisão da bibliografia: composta pelo referencial teórico, a partir dos materiais utiliza-
dos para o desenvolvimento da pesquisa.
 • Metodologia: apresenta os métodos utilizados para a coleta de dados e análise dos dados.
 • Embasamento teórico: definição dos conceitos.
 • Apresentação dos dados e sua análise: corpo do trabalho (dividido em capítulos).
 • Interpretação dos resultados: corpo do trabalho (dividido em capítulos).
 • Conclusões: considerações finais e apresentação dos resultados.
 • Recomendações e sugestões: contribuição do pesquisador.
 • Referências: material utilizado (e citado) para a realização da pesquisa. 
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 111 – 
Figura 3 – Divisão e organização do trabalho
Fonte:Mmaxer/Shuterstock.com
A divisão dessa proposta corresponde à apresentação de um relatório de pesquisa. Cada parte 
pode ser ampliada de acordo com o tipo de pesquisa e o tipo de relatório que se pretende apresen-
tar, cabendo ao pesquisador conhecer sua área de atuação e o público a que se destina o trabalho.
SAIBA MAIS!
Que tal compreender melhor os aspectos da estrutura do relatório de pesquisa, 
bem como o desenvolvimento de cada etapa da pesquisa? Veja o capítulo VII, da 
obra de Antônio Joaquim Severino (2007) “Metodologia do trabalho científico”.
FIQUE ATENTO!
 A depender do tipo de pesquisa a ser elaborada, o relatório que apresenta os seus 
resultados pode ser mais simples ou mais complexo, a fim de corresponder e se 
ajustar ao público a que se destina.
Compreenda agora como preparar sua apresentação.
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 112 – 
4 O resultado da pesquisa: apresentação
O resultado final da pesquisa deve ser apresentado articulando as ideias do autor, a contribui-
ção dos autores utilizados na execução do trabalho, juntamente com os resultados obtidos na coleta 
dados. Trata-se de comunicar as ideias produzidas no processo de pesquisa (TOZONI-REIS, 2007). 
Para apresentar os resultados, o pesquisador desenvolve um trabalho escrito que contém 
introdução, corpo do trabalho e conclusão, no entanto a apresentação da pesquisa organizada a 
partir de um relatório nem sempre é suficiente para esclarecer todo o resultado da pesquisa.
FIQUE ATENTO!
 Tenha em mente que nem sempre o resultado obtido é o esperado, mesmo assim, 
o pesquisador deve ser ético o suficiente para expor a conclusão de sua pesquisa, 
de forma clara e precisa, para que ela se torne válida e universal, à medida que se 
comunica o conhecimento com ela obtido.
Isso quer dizer que uma outra apresentação pode ser necessária? E ela seria uma etapa 
diferente do trabalho escrito do qual falamos até aqui? Isso mesmo! Além do trabalho escrito, é 
prudente que o pesquisador realize uma apresentação oral de sua pesquisa, esclarecendo possí-
veis dúvidas sobre o seu trabalho.
Figura 4 – Preparando a apresentação
Fonte: KS Kalibri/Shutterstock.com
Além disso, segundo Leite (2008), o pesquisador vive um dilema de apresentar ou não o resul-
tado de sua pesquisa, já que, nem sempre, os resultados obtidossão aqueles que, de fato, repre-
sentam a pesquisa. Independentemente disso, a responsabilidade e a ética profissional devem 
prevalecer, mostrando que a credibilidade do pesquisador está na contribuição e sugestões para a 
solução dos problemas.
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 113 – 
Fechamento
Podemos finalizar esta aula entendendo que a apresentação dos resultados da pesquisa é o 
momento chave que finaliza a investigação, comunicando os seus resultados, sugestões e solu-
ções para o problema investigado.
Nesta aula, você teve a oportunidade de: 
 • compreender como se organiza um relatório de pesquisa;
 • conhecer as partes do relatório;
 • entender como se deve comunicar os resultados da pesquisa.
Referências
DEL-MASSO, Maria Candida Soares. Metodologia do Trabalho Científico: aspectos introdutórios. 
Marília: Oficina Universitária; São Paulo: Cultura Acadêmica, 2012. Disponível em: <https://acer-
vodigital.unesp.br/bitstream/unesp/179643/1/%20unesp-nead_reei1_ee_d08_tc.pdf>. Acesso em: 
26 jun. 2017.
LEITE, Francisco Tarciso. Metodologia científica: métodos e técnicas de pesquisa. 2. ed. Apare-
cida: Ideias & Letras, 2008. 
MARCONI, Maria de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Metodologia do trabalho científico. 7. ed. São 
Paulo: Atlas, 2013. 
SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 23. ed. São Paulo: Cortez, 2007. 
TOZONI-REIS, Marília Freitas de Campos. Metodologia da pesquisa científica. 2. ed. Curitiba: 
IESDE, 2007.
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 114 – 
Produção do conhecimento: o fazer pesquisa
Marcio Tadeu Girotti
Introdução
o conhecimento humano é produzido, inventado e reinventado. Toda forma de conhecimento 
advém de uma produção, de uma criação, mediante investigação e descoberta. Uma das maneiras 
de se obter este saber é fazendo pesquisa. Nessa aula veremos a pesquisa como uma das ferra-
mentas para a aquisição e produção de conhecimento. 
Objetivos de aprendizagem
Ao final desta aula, você será capaz de:
 • compreender como se produz conhecimento científico;
 • identificar as fases da pesquisa.
1 A pesquisa como aquisição de conhecimento
Historicamente, sabemos que o ser humano evoluiu à medida que foi adquirindo conheci-
mento, aprimorando a razão. Segundo Leite (2008, p. 40), “não pode haver ciência sem pesquisa 
e não pode haver pesquisa sem ciência”. Isso significa que o avanço do conhecimento, seja do 
senso comum ou da ciência, passa pelo processo da pesquisa, mostrando, assim, o próprio desen-
volvimento da sociedade.
O conhecimento, seja filosófico, científico, religioso ou senso comum realiza pesquisa, pro-
duz saberes por meio de investigação, da busca de informações, da procura de respostas para os 
diversos tipos de perguntas e problemas.
Para Leite (2008), a investigação é um dos recursos mais primitivos, que representa a capaci-
dade criativa e o domínio da humanidade sobre a natureza. Em qualquer fase da vida o ser humano 
investiga, procura conhecimento, aprimora seu raciocínio e contribui para o saber da humanidade.
Na perspectiva de Knechtel (2014), a pesquisa é realizada a partir de um viés histórico, à 
medida que indivíduos, em interação, procuram conhecer determinado objeto, possuem um objeto 
de estudo, tentam interpretar uma situação, um fenômeno. Com isso, promove-se uma investiga-
ção e seus resultados são comunicados como conhecimento. 
Podemos entender que a pesquisa é uma “ação de conhecimento da realidade, um processo 
de investigação minucioso e sistemático [...] um processo de produção de conhecimentos para a 
compreensão de uma dada realidade” (TOZONI-REIS, 2007, p. 7-8). Ou seja, a pesquisa é aquisição 
de saber, é com ela que buscamos conhecimento e comunicamos novos saberes.
 – 115 – 
TEMA 16
Figura 1 – Busca pelo saber
Fonte: Mopic/Shutterstock.com
A pesquisa é investigação, sendo assim, ela é uma ferramenta para o conhecimento, inde-
pendente da área do conhecimento, ela se faz presente e auxilia o ser humano em seu desenvolvi-
mento cognitivo e social.
FIQUE ATENTO!
 A pesquisa é uma ferramenta de conhecimento, por meio dela o pesquisador obtém 
informações para construir novos saberes ou aprofundar em saberes já adquiridos.
2 As fases da pesquisa
À medida que a pesquisa é a ferramenta para o conhecimento, é preciso saber que há etapas 
para o desenvolvimento da pesquisa científica. Para Leite (2008), essas fases são: 
 • escolha do tema;
 • definição de objetivos;
 • definição da metodologia;
 • coleta de dados e informações;
 • processamento e análise dos dados;
 • apresentação dos resultados.
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 116 – 
EXEMPLO
Para escolher um tema, posso partir do âmbito mais geral, o assunto: gestão em-
presarial. Delimito um tema dentro deste universo: planejamento estratégico. A par-
tir disso, posso problematizar: como utilizar os indicadores de produção para traçar 
um plano estratégico para gerenciar um negócio? Esses três passos caracterizam 
o início da pesquisa.
Podemos afirmar que as fases do desenvolvimento da pesquisa são diversas e, em conjunto, 
formam a arte de pesquisar. Do início ao fim o pesquisador está imerso em seu objeto de pesquisa, 
nos conceitos e conhecimentos prévios que o definem, a fim de construir novos saberes. 
A pesquisa possui um processo de elaboração para seu desenvolvimento, que pode ser resu-
mido dessa forma, segundo Tozoni-Reis (2007) e Leite (2008):
 • escolha e caracterização do objeto;
 • delimitação do problema;
 • compreensão sobre o objeto de estudo;
 • fundamentação do objeto; 
 • coleta e sistematização dos dados;
 • conhecimento prévio sobre o assunto a ser investigado, adquirindo o domínio sobre os 
conceitos que envolvem a pesquisa.
Figura 2 – As fases da pesquisa
Fonte: Laborant/Shutterstock.com
Com isso, o processo de aquisição de conhecimento por meio da pesquisa científica é resul-
tado de uma interligação entre a fundamentação teórica e os procedimentos metodológicos, cons-
truindo novas formas de saber. 
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 117 – 
FIQUE ATENTO!
 Para iniciar uma pesquisa é preciso escolher um tema, um objeto de investigação, 
e delimitar um problema, que oriente o desenvolvimento da pesquisa.
SAIBA MAIS!
Veja o artigo de Pitta e Castro, “A pesquisa científica”, e entenda um pouco mais 
sobre os processos que envolvem esta atividade. Disponível em: <http://www.
scielo.br/pdf/jvb/v5n4/v5n4a01.pdf>.
3 A arte da pesquisa
O desenvolvimento da humanidade mostra que o ser humano possui uma necessidade de 
compreender os fenômenos que influenciam sua vida, sua existência. Juntamente com a evolu-
ção de sua espécie, o ser humano foi adquirindo e acumulando conhecimento, construindo um 
universo de saberes (LEITE, 2008).
A interpretação da realidade e a busca por conhecimento são aspectos que nos levam a 
investigar, pesquisar e questionar. Essa busca de conhecimento e interpretação do real é um pro-
cesso que envolve diversos saberes, tais como: o filosófico, o científico e o religioso, lidando ainda 
com os aspectos éticos, sociais, culturais e políticos (TOZONI-REIS, 2007).
Figura 3 – A arte da pesquisa
Fonte: Rawpixel.com/Shutterstock.com
Nessa medida, o trabalho de investigação é uma atividade intencional, que envolve proces-
sos de cunho técnico e metodológico, além de racional, a fim de interpretar a realidade. Assim, 
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 118 – 
o pesquisador deve levar em contaos aspectos científicos e sociais, considerando que a arte de 
pesquisar necessita de uma validade e utilidade que esteja relacionada à sua área de atuação ou 
que contribua para o desenvolvimento da humanidade. 
A ciência evolui continuamente, pois é um acúmulo de saber. Ela busca classificar e especi-
ficar os saberes por meio de investigações incessantes sobre nossa realidade, construindoestu-
dose áreas do conhecimento relacionados a objetos específicos. A ciência trabalha com os fatos 
da realidade sensível, mostrando que a arte de pesquisar conduz o ser humano a obter conheci-
mento e compartilhar saberes, tornando-os universais (LEITE, 2008). 
A pesquisa, portanto, é uma ferramenta que auxilia o ser humano a compreender a realidade 
e a si mesmo, adquirindo saberes que são compartilhados e tornam-se universais, e contribuindo 
ainda para o desenvolvimento do conhecimento e da humanidade. 
4 O acesso à informação
O acesso à informação está atrelado à procura de materiais que forneçam algum tipo de 
conhecimento sobre o objeto a ser pesquisado. A fonte mais comum é procurar um livro, um 
artigo, que trate sobre ao assunto desejado; mas, como advento da tecnologia, o uso do computa-
dor e da Internet para pesquisar informações tornou-se prática comum para aquisição de conhe-
cimento (FREITAS, 2010).
Ao mesmo tempo em que o acesso aos ambientes digitais facilita a busca de informações, 
é preciso ficar atento a este tipo de conhecimento, pois a primeira questão que nos aparece é: em 
que medida podemos confiar nestas informações? Como é difícil mensurar os limites da Internet, é 
preciso tomar cuidado com o seu uso, saber ao certo de onde vem a informação, para ter a garan-
tia de sua confiabilidade e qualidade.
Figura 4 – Pesquisa na Internet
Fonte: Gts/Shutterstock.com
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 119 – 
Segundo Natali (2011), é preciso atentar para o uso de sites confiáveis, que forneçam infor-
mações confiáveis garantindo a qualidade e a confiabilidade da pesquisa. 
EXEMPLO
Sites institucionais ou indexadores de artigos científicos garantem a confiabilidade 
da informação, entre eles podemos citar: 
Scielo -<http://www.scielo.org/php/index.php>;
Portal de Periódicos Capes -<http://www.periodicos.capes.gov.br>; 
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações (BDTD) - <http://bdtd.ibict.br>.
 Espera-se que o avanço do conhecimento contribua para o desenvolvimento da sociedade, e 
a reunião deste saber em ambientes virtuais de acesso mundial e universal auxiliem o ser humano 
a adquirir informação de forma rápida e dinâmica.
FIQUE ATENTO!
A informação oriunda a partir da rede mundial de computadores pode não ser con-
fiável, para tanto, é preciso ter cuidado com a informação obtida, conhecer sua 
origem. O primeiro passo para a confiabilidade da informação.
SAIBA MAIS!
Para saber sobre dicas de como fazer pesquisa na Internet, veja o artigo de 
Vera Monteiro e Alda Pereira (2011), “A pesquisa na internet como estratégia de 
aprendizagem: um estudo de caso nas aulas de ciências físico-químicas”.Disponível 
em: <http://revista.educ.ie.ulisboa.pt/arquivo/vol_XVIII_2/artigo3.pdf>. 
Fechamento
Vimos nesta aula a importância da pesquisa para a aquisição do conhecimento, compreendo 
aspectos de seu desenvolvimento, atrelado ao do ser humano e da sociedade.
Nesta aula, você teve a oportunidade de: 
 • compreender que a aquisição do conhecimento se dá por meio da pesquisa;
 • entender que a pesquisa é realizada por meio de processos.
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 120 – 
Referências
FREITAS, Maria Teresa de Assunção. Letramento digital e formação de professores Educação em 
Revista, Belo Horizonte, v.26, n. 3, p. 335-352, dez. 2010. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/
edur/v26n3/v26n3a17.pdf>. Acesso em: 25 ago. 2017.
KNECHTEL, Maria do Rosário. Metodologia da pesquisa em educação: uma abordagem teórico-
-prática dialogada. Curitiba: Intersaberes, 2014. 
LEITE, Francisco Tarciso. Metodologia científica: métodos e técnicas de pesquisa. 2. ed. Apare-
cida: Ideias & Letras, 2008. 
MONTEIRO, Vera; PEREIRA, Alda. A pesquisa na Internet como estratégia de aprendizagem: um 
estudo de caso nas aulas de ciências físico-químicas. Revista de Educação, v. XVIII, n. 2, p. 47-63, 
2011. Disponível em: <http://revista.educ.ie.ulisboa.pt/arquivo/vol_XVIII_2/artigo3.pdf>. Acesso: 
23 ago. 2017. 
NATALI, Adriana. Luz própria. Revista Ensino Superior, São Paulo, ano 13, n. 154, p. 36-39, jul. 2011.
PITTA, Guilherme Benjamin Brandão; CASTRO Aldemar Araújo. A pesquisa científica.
J VascBras, v. 5, n. 4, p. 243-244, 2006. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/jvb/v5n4/
v5n4a01.pdf>. Acesso em: 29 jun. 2017.
TOZONI-REIS, Marília Freitas de Campos. Metodologia da pesquisa científica. 2. ed. Curitiba: IESDE, 
2007.
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 121 – 
O projeto de pesquisa
Marcio Tadeu Girotti
Introdução
Quando se tem um objetivo, procura-se traçaras etapas e estratégias necessárias para atingir 
o resultado esperado. Para isso, é preciso planejamento. No âmbito acadêmico-científico, quando 
se realiza uma pesquisa, antes de iniciar o seu desenvolvimento, é preciso planejar a investigação, 
ou seja, é preciso construir um projeto. Nesta aula veremos como se estrutura um projeto de pes-
quisa, suas partes e seu desenvolvimento.
Objetivos de aprendizagem
Ao final desta aula, você será capaz de:
 • conhecer as partes que estruturam um projeto de pesquisa.
1 O que é um projeto de pesquisa
Para construir um edifício, não se começa pelo teto, mas sim pelo alicerce, a base que irá 
sustentar todo o prédio. Por isso, antes de iniciar a construção é preciso limpar o terreno, estruturar 
as partes que serão construídas visualizando o conjunto final. O mesmo ocorre quando se planeja 
uma pesquisa. Temos um tema, objetivos, método e um fim a ser atingido. Mas, como sabemos 
o caminho a ser tomado, quais são as diretrizes, o tempo para sua execução? Isso tudo é estrutu-
rado com um projeto, o planejamento da pesquisa.
Construir um projeto de pesquisa não é traçar um caminho único e rígido, e sim um caminho 
que nos faça evitar imprevistos nos preparando para eles, criando as condições necessárias para 
superá-los (TOZONI-REIS, 2007).
Figura 1 – Planejamento
Fonte: Rawpixel.com/Shutterstock.com
 – 122 – 
TEMA 17
O projeto de pesquisa, na visão de Marconi e Lakatos (2013, p. 103), “é uma das etapas com-
ponentes do processo de elaboração, execução e apresentação da pesquisa”, evitando que o pes-
quisador fique perdido entre os dados coletados, as análises e resultados, ou seja, o projeto é o 
planejamento da pesquisa. 
Nessa medida, o projeto de pesquisa configura-se como um documento científico, onde se 
encontram as ações que serão executadas ao longo da investigação. É uma sequência de etapas 
que o pesquisador estabelece, levando em consideração procedimentos metodológicos necessá-
rios ao desenvolvimento da pesquisa (FACHIN, 2006; LEITE, 2008). 
FIQUE ATENTO!
 Antes de iniciar uma pesquisa é preciso construir um projeto, o planejamento da 
investigação. 
SAIBA MAIS!
Para entender como construir o projeto de pesquisa, a partir da construção do 
objeto de pesquisa, leia a obra de Vera Teresa Valdemarin (2010), “A construção 
do objeto de pesquisa”. Disponível em: <http://books.scielo.org/id/8w6rd/pdf/
silva-9788579831294-03.pdf>.
2 A estrutura básica do projeto
O projeto apresenta quais serão os pontos que a pesquisa irá desenvolver, como tema, pro-
blema, objetivos, justificativa, hipóteses, procedimentos metodológicos. Essas etapas são estabe-
lecidas de acordo com o espírito do pesquisador e sua área de atuação, ou seja, o modo como ele 
quer desenvolver a sua pesquisa (FACHIN, 2006). 
Considerando que o projeto é o planejamento da pesquisa, ele serve para responder algumas 
perguntas: o que fazer? Por quê, para que e para quem fazer? Como, com quê, quanto e quando 
fazer? Com quanto fazer? Como pagar? Quem vai fazer? Onde fazer? (FACHIN, 2006; LEITE, 2008).
Figura 2 – Estruturando o projeto
Fonte: Jacob Lund/Shutterstock.com
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 123 – 
Como o projeto é uma construção de etapas e métodos que devem nortear a execução da 
pesquisa,facilitando o trabalho do pesquisador, e considerando que há diversas áreas do saber, 
não existe somente um modelo de projeto. Os tipos variam de acordo com a área e natureza da 
pesquisa. No entanto, certas etapas devem ser cumpridas e, em conjunto, formam a estrutura 
básica de um projeto. São elas (FACHIN, 2006):
 • assunto;
 • tema;
 • formulação do problema (delimitação);
 • objetivos;
 • justificativa;
 • hipóteses (variáveis);
 • metodologia (procedimentos);
 • definição de conceitos;
 • delimitação do universo;
 • pressupostos;
 • anexos (cronograma da pesquisa);
 • referências.
Essas etapas configuram as partes básicas de um projeto, que servem como um roteiro para 
a execução da pesquisa. Elas podem variar durante a construção do projeto, adequando-se à natu-
reza e objeto da pesquisa, mas a base deve ser estruturada com um roteiro que oriente a pesquisa. 
EXEMPLO
Delimitação do tema a partir de um universo maior. Assunto genérico: administra-
ção. Tema específico: marketing. Delimitação do tema: análise de mercado.
FIQUE ATENTO!
Não há um único modelo de projeto, mas sua estrutura básica deve servir de orien-
tação para estruturar a pesquisa.
3 A construção do projeto
Vamos, agora, nos basear na proposta de construção de projeto elencadas por Fachin (2006) 
e Leite (2008), explicando como se constrói cada parte do projeto.
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 124 – 
3.1 Assunto
É o ponto inicial de qualquer pesquisa, constitui-se de forma ampla e genérica a partir de 
alguma área de conhecimento. Sua escolha segue o entusiasmo do pesquisador que possui algum 
conhecimento prévio sobre o assunto.
3.2 Tema
É a escolha e delimitação do assunto, o objeto da pesquisa. Tema é o motivo que leva o pes-
quisador a desenvolver a pesquisa.
3.3 Formulação do problema (delimitação)
O problema da pesquisa é o questionamento que se faz a partir do tema escolhido. É a per-
gunta da pesquisa. Em geral, entende-se o problema como algo ainda sem solução, que será 
desenvolvido ao longo da pesquisa, ganhando significados que conduzem à sua solução. 
3.4 Objetivos
Os objetivos da pesquisa são divididos em geral e específicos. Eles sintetizam o que se deve 
alcançar. É o fim a que a pesquisa propõe-se a atingir. Objetivo geral é o que se pretende alcançar, 
é amplo e abrange o problema. Objetivos específicos mostram as etapas a serem cumpridas, auxi-
liam o cumprimento da meta geral, são vinculados à solução do problema.
3.5 Justificativa
É o porquê fazer. Mostra a relevância da pesquisa, contextualizando os motivos para a sua 
execução, analisando os aspectos atuais da ciência e da sociedade, posicionando a pesquisa den-
tro deste universo.
3.6 Hipóteses (variáveis)
São suposições que o pesquisador elabora antes de executar a pesquisa. São juízos que 
podem ou não responder aos objetivos e problema traçados. São variáveis, pois podem ser troca-
das, caso não respondam ao problema da pesquisa.
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 125 – 
3.7 Metodologia (procedimentos)
É o horizonte da investigação. Mostra os instrumentos e o método a ser empregado para a 
coleta e análise dos dados. Exprime localização, natureza e tipo de pesquisa, população e amostra, 
métodos e técnicas, entre outros procedimentos. 
3.8 Definição de conceitos
Explicita os significados dos conceitos que serão a base do desenvolvimento argumentativo 
do pesquisador. Para tanto, deve-se fazer uma revisão da literatura para melhor compreender os 
significados que envolvem a temática da pesquisa.
3.9 Delimitação do universo
É a escolha do tema a partir do assunto. Delimitar o universo da pesquisa é compreender, 
de forma geral, o que envolve o assunto a ser pesquisado e, a partir dele, delimitar precisamente 
o que se quer pesquisar. Envolve também a reunião de todas as informações necessárias para o 
desenvolvimento da investigação, os limites de tempo e espaço, a amostragem, a delimitação da 
área de estudo.
3.10 Pressupostos
São a projeção dos possíveis resultados da pesquisa. Presume-se uma resposta como resul-
tado da pesquisa, o que se quer atingir, como uma projeção dos objetivos, ou seja, é uma suposta 
conclusão, antes mesmo de se concluir a investigação. Observe agora a diferença entre hipótese 
e pressuposto. Enquanto a hipótese é o que se pretende demostrar (pode ou não ser verdadeira), 
o pressuposto é a afirmação prévia dada como possível resultado.
3.11 Anexos (cronograma da pesquisa)
É o cronograma que divide as etapas por tempo de execução. Serve para orientar o pesquisa-
dor para o cumprimento das etapas elencadas no projeto, de acordo com o tempo para a execução 
da pesquisa.
3.12 Referências
Material bibliográfico reunido para a execução da pesquisa.
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 126 – 
Figura 3 – Cronograma da pesquisa
Fonte: Rawpixel.com/Shutterstock.com
Com essa estrutura, o pesquisador tem todas as condições necessárias para executar sua 
pesquisa, construindo um bom planejamento, garantindo o sucesso de sua investigação.
EXEMPLO
Hipóteses de uma pesquisa: 
 • a Internet é uma ferramenta eficaz para a aprendizagem (pode ou não ser 
verdade);
 • o gerenciamento do setor de produção determina o resultado da produção 
(pode ou não ser o fator determinante).
FIQUE ATENTO!
 Em um bom planejamento de pesquisa, é preciso montar um cronograma para a 
sua execução, orientando em tempo/etapa cada passo a ser dado.
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 127 – 
4 A apresentação do projeto
tal como um relatório de pesquisa, uma monografa, dissertação ou tese, o projeto de pes-
quisa também possui uma estrutura e formatação, seguindo também as regras estabelecidas pela 
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
A apresentação do projeto deve conter uma capa que apresente as informações básicas, 
como: nome completo do autor, título do trabalho, cidade e ano, podendo ainda conter a identifica-
ção da instituição a qual se vincula. Há também a folha de rosto, que repete a mesma identifica-
ção da capa, acrescentando um pequeno texto que identifica o projeto e a que ele se destina. Por 
fim, apresenta-se um sumário, que mostra as partes do projeto e a sequência de páginas onde se 
encontra cada parte (TOZONI-REIS, 2007). 
Essa apresentação é identificada como pré-textual, cabendo ainda apresentar um resumo 
que expõe de forma geral o conteúdo do projeto, seguido de suas partes estruturais.
Figura 4 – Apresentação
Fonte: Hong Vo/Shutterstock.com
O resumo deve apresentar, de forma sintética, o conteúdo do projeto, seus objetivos, tema, fio 
condutor, metodologia aplicada, resultados pretendidos. O mesmo se faz na introdução, de uma 
maneira mais elaborada, como um resumo expandido, identificando cada parte do projeto, apre-
sentando sua problemática, a fim de apresentar, de forma geral, toda a concepção da pesquisa. 
Com isso, o pesquisador tem em mãos um documento científico que irá orienta-lo durante 
toda a sua investigação.
SAIBA MAIS!
Para melhor entender como apresentar e estruturar um projeto, leia o capítulo 4 da 
obra de Marconi e Lakatos (2013), intitulado “Projeto e relatório de pesquisa”.
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 128 – 
Fechamento
Nessa aula vimos a importância de construir um projeto de pesquisa antes da execução da 
investigação. Vimos também como se estrutura cada parte do projeto, que irá orientar o pesquisa-
dor durante todo o desenvolvimento de seu trabalho.
Nesta aula, você teve a oportunidade de: 
 • conhecer as partes que estruturam um projeto;
 • compreender como desenvolver cada parte do projeto.
Referências
FACHIN, Odília. Fundamentos de metodologia. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2006.
LEITE, Francisco TarcisoMetodologia científica: métodos e técnicas de pesquisa. 2. ed. São Paulo: 
Ideias & Letras, 2008. 
MARCONI, Maria de Andrade; LAKATOS,Eva Maria. Metodologia do Trabalho Científico. 7. ed. São 
Paulo: Atlas, 2013.
TOZONI-REIS, Marília de Freitas Campos. Metodologia da pesquisa científica. 2. ed. Curitiba: 
IESDE, 2007.
VALDEMARIN, Vera Teresa. (Org.). Pesquisa em educação: métodos e modos de fazer. São Paulo: 
Editora UNESP; São Paulo: Cultura Acadêmica, 2010. Disponível em: <http://books.scielo.org/
id/8w6rd/pdf/silva-9788579831294-03.pdf>. Acesso em: 23 ago. 2017.
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 129 – 
Os procedimentos da pesquisa
Marcio Tadeu Girotti
Introdução
O ato de pesquisar está atrelado à ação de buscar conhecimento. Para isso, é preciso planeja-
mento, que auxilia o pesquisador a atingir o resultado pretendido. Para realizar a pesquisa é neces-
sário conhecer e estabelecer determinados procedimentos, etapas para o seu desenvolvimento.
Nessa aula veremos quais os procedimentos básicos para construir uma pesquisa, da escolha do 
assunto à técnica de fazer pesquisa.
Objetivos de aprendizagem
Ao final desta aula, você será capaz de:
 • compreender quais são os procedimentos da pesquisa.
1 O assunto e o tema da pesquisa
Para iniciar uma pesquisa é preciso escolher, primeiramente, a área de concentração, seja 
humanas, exatas ou biológicas. O pesquisador deve enquadrar o assunto a ser investigado dentro 
de um âmbito de conhecimento.
Segundo Fachin (2006), o assunto é algo geral. Pode ser qualquer tema, buscando esclarecer 
determinadas obscuridades ou dificuldades de compreensão, conduzindo o pesquisador a solu-
cionar problemas, sendo o ponto inicial da pesquisa. 
Figura 1 – Procura pelo tema da pesquisa
Fonte: Rob Hyrons/Shutterstock.com
 – 130 – 
TEMA 18
Com o assunto escolhido, o pesquisador deve revisar os conteúdos que o envolvem, a fim 
de reparar qualquer dúvida. O mesmo vale para o problema que será a base de investigação e que 
deve estar relacionado com o assunto.
Como o assunto está configurado em âmbito geral, cabe ao pesquisador delimitar e determi-
nar uma área de atuação, definindo um tema de pesquisa. O tema é a especificação do assunto, 
em sua particularidade, algo que será desenvolvido ao longo da pesquisa. 
Para Fachin (2006), a escolha do assunto implica também em um estudo aprofundado sobre 
ele, momento em que o pesquisador recolhe informações essenciais para o desenvolvimento da 
pesquisa, conhecendo melhor seu objeto de estudo. 
Sabemos, então, que o assunto é mais amplo do que o tema e que este último é o objeto da 
pesquisa (LEITE, 2008). A partir dele pode-se delimitar o problema, que será estudado e debatido 
a fim de cumprir os objetivos.
FIQUE ATENTO!
O tema pode ser qualquer variável determinada a partir do assunto, que é amplo e geral. 
EXEMPLO
Para escolher o tema é preciso determinar a área de atuação. A partir do assunto, 
procuramos delimitar o tema, dentro da sua abrangência. Por exemplo: educação 
especial (assunto) e Transtorno do Espectro Autista (tema).
2 O problema da pesquisa
A partir da escolha do assunto e da delimitação do tema, o pesquisador deve determinar um 
problema de pesquisa. “Entende-se por problema uma questão sem solução, objeto de discussão e 
de muito estudo. É um fato, algo significativo que, a princípio, não possui respostas explicativas, pois 
a solução, a resposta ou a explicação é encontrada no decorrer da pesquisa” (FACHIN, 2006, p. 105).
O problema da pesquisa é o ponto inicial para o seu desenvolvimento. Por meio dele o pesqui-
sador inicia um processo de organização da pesquisa, estabelecendo seus objetivos, as possíveis 
hipóteses para solucioná-lo, a escolha e seleção da bibliografia que dará suporte a sua investigação.
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 131 – 
Figura 2 – Delimitando o problema
Fonte: amalia19/Shutterstock.com
Para Fachin (2006), o problema aparece no início da pesquisa. É preciso aprofundar o estudo 
para poder articular as etapas da pesquisa, mostrando que o problema se configura como uma 
nova ideia, pois gera um novo conhecimento a partir das possíveis soluções para sua resolução. 
Acerca do problema de pesquisa, Leite (2008, p. 190) afirma que “o problema deve ser rela-
tado, diagnosticado e sempre acompanhado, no final, de uma pergunta explícita sobre como tentar 
solucioná-lo”. Entenda-se, portanto, que o problema é um questionamento, a pergunta da pesquisa, 
que, ao final da investigação, deve ser respondida. Ao problema, deve-se propor soluções. 
Para delimitar ou especificar o problema da pesquisa, é possível seguir algumas orientações. 
Veremos quais são elas de acordo com Fachin (2006).
 • Ter conhecimento prévio sobre o assunto a ser trabalhado.
 • Tomar o obstáculo como uma oportunidade para criar.
 • Ler e trabalhar de forma crítica e reflexiva.
 • Iniciar a pesquisa e atentar para os problemas que surgem ao longo da investigação.
 • Não esquecer dos problemas já encontrados, que podem ser resolvidos com a pesquisa.
 • Investigar cada problema, deles podem surgir dados válidos para a sua solução.
Com esse roteiro pode-se detectar um ou vários problemas para uma mesma pesquisa. É 
preciso tomar o cuidado de delimitar qual será a problemática trabalhada, já que cada área de 
atuação contém particularidades que encaminham a diversos questionamentos. 
FIQUE ATENTO!
 O problema da pesquisa anuncia qual será o rumo dela, a interpretação e compre-
ensão que serão dadas ao seu objeto, construindo novos conhecimentos a partir da 
soluções dadas para o questionamento feito.
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 132 – 
EXEMPLO
Para delimitar um problema, é preciso conhecer bem a área de concentração, defi-
nir o assunto e o tema a serem investigados. Por exemplo: 
 • assunto - gestão de negócios;
 • tema - planejamento estratégico;
 • problema - Como ser estratégico em meio à crise financeira da empresa?
3 As divisões do processo da pesquisa
Para realizar uma pesquisa é preciso planejar. Segundo Leite (2008), o planejamento é um 
procedimento lógico e técnico, que serve para elaborar e organizar a pesquisa. O processo da 
pesquisa compreende as seguinte etapas: plano, programa, projeto e meta. Vejamos como cada 
etapa deve ser constituída. 
Figura 3 – O processo da pesquisa
Fonte: ESB Professional/Shutterstock.com
O plano é uma espécie de roteiro, o caminho a seguir e as providências a serem tomadas para 
cumprir os objetivos. Para Leite (2008), algumas características são essenciais para construir um 
bom plano.
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 133 – 
 • Coerência: as atividades planejadas devem ter uma coesão entre si, precisam estar 
bem articuladas.
 • Sequência: deve haver um fio condutor, uma linha de raciocínio de forma ininterrupta, 
que não deixe nenhum aspecto da pesquisa de lado.
 • Flexibilidade: deve-se considerar a inserção de temas não previstos e a retirada de 
temas previstos, possibilidades que surgem ao longo da pesquisa, que podem enrique-
cer o trabalho.
 • Previsão e objetividade: os enunciados devem ser claros, simples e objetivos, sem 
margem para ambiguidade e obscuridade.
Determinado o plano, o pesquisador deve estabelecer um programa, que nada mais é do que 
uma subdivisão do plano, em uma esfera maior, considerando as possibilidades do desenvolvi-
mento da pesquisa para o cumprimento das metas. 
Outra etapa é a formulação de projetos que exigem financiamento para sua execução, sendo 
preciso, segundo Leite (2008), atentar para essas questões: quando e com quanto fazer? Como 
pagar? Quem vai fazer? Considerando aqui uma esfera global de projeto, que estabelece objetivos 
que congregam ainda o caráter social e econômico da pesquisa, envolvendo recursos financeiros 
para o seu desenvolvimento. 
Por fim, a investigação prevê uma meta, que corresponde ao objetivo da investigação, qual 
o resultado pretendido com a pesquisa. Para desenvolver os objetivos, o pesquisador estabelecehipóteses que podem responder ao problema, cumprindo ou não com os objetivos pretendidos. 
Vale dizer que esse procedimento equivale a uma organização geral para o seu desenvolvimento, 
cabendo ao pesquisador, ao levantar as possibilidades de organização do seu trabalho, construir um 
projeto de pesquisa, completo e sistematizado, que irá lhe auxiliar ao longo de toda a investigação. 
FIQUE ATENTO!
O processo da pesquisa corresponde à organização e planejamento da investiga-
ção, auxiliando opesquisador no desenvolvimento e execução desta.
SAIBA MAIS!
Para melhor compreender o processo da pesquisa, leia o capítulo IX, “A pesquisa e 
seu planejamento”, da obra de Leite (2008), “Metodologia científica”. 
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 134 – 
4 O fazer pesquisa e o pesquisar
Quando se pretende realizar uma pesquisa, o pesquisador já tem em mente o campo de sua 
investigação, sabe sobre a área de pesquisa, conhece determinado assunto, bastando delimitar 
um tema para aprofundar o seu conhecimento sobre o que deseja investigar. 
Ao determinar o campo de investigação, é preciso realizar uma revisão da bibliografia. Ela 
deve conter as referências necessárias para o aprofundamento e compreensão do tema da pes-
quisa, sendo que, a partir dela, o pesquisador passa a conhecer melhor seu objeto e pode, com 
isso, iniciar a coleta de dados (TOZONI-REIS, 2007).
Ainda segundo Tozoni-Reis (2007), conhecendo seu objeto, o pesquisador coleta os dados 
necessários para o desenvolvimento da investigação, analisando e interpretando-os. Essas infor-
mações serão a base para a construção da pesquisa, expressando os possíveis resultados a partir 
da ótica do pesquisador. Para melhor realizar esse trabalho, é preciso organizar os dados, facili-
tando a sua análise; mas, para que isso seja feito de forma eficaz, cabe ao pesquisador ter um pla-
nejamento, possuiro seu projeto de pesquisa demarcado e sistematizado, servindo de fio condutor 
para o desenvolvimento da investigação. 
Podemos dizer que o fazer pesquisa envolve diversas etapas e técnicas desde a escolha do 
tema até a apresentação dos resultados. O relatório final da pesquisa, que registra todo o processo 
de produção dos novos conhecimentos, mostra o resultado da investigação, construído de forma 
sistemática e com rigor científico. Essa última etapa apresenta a contribuição do pesquisador para 
o conhecimento de determinado assunto. 
Figura 4 – O fazer pesquisa
Fonte: Sergey Nivens/Shutterstock.com
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 135 – 
O ato de pesquisar envolve muitas etapas, exigindo do pesquisador conhecimento prévio 
sobre o assunto e um aprofundamento sobre o tema a ser trabalhado. Exige ainda, um esforço 
para a execução da pesquisa, delimitando seus objetivos e etapas, bem como escolhendo uma 
metodologia que seja suficiente para o desenvolvimento do trabalho. O fazer pesquisa é uma arte 
que conduz a construção de novos conhecimentos, contribuindo para o saber universal comparti-
lhando novas descobertas. 
SAIBA MAIS!
Leia o artigo “Processos de pesquisa e de estudo e a formação de professores: alguns 
aspectos teórico-metodológicos”, de Luciana Aparecida de Araújo Penitente, Maria 
Candida Soares Del-Masso e Rosane Michelli de Castro (2012), que procura expor 
o trabalho de pesquisa com um aspecto de formação tanto do pesquisador quanto 
daquele que será beneficiado pelo pesquisa, na relação professor-aluno. Disponível 
em: <http://www2.pucpr.br/reol/index.php/dialogo?dd99=pdf&dd1=7197>.
Fechamento
Nesta aula, você teve a oportunidade de: 
 • entender o processo da pesquisa;
 • compreender as etapas do desenvolvimento da pesquisa, em sua organização e orien-
tação para sua execução;
 • perceber a arte de pesquisar como um processo de construção de novos conhecimentos.
Referências
FACHIN, Odília. Fundamentos de metodologia. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2006.
LEITE, Francisco TarcisoMetodologia científica: métodos e técnicas de pesquisa. 2. ed. São Paulo: 
Ideias & Letras, 2008. 
PENITENTE, Luciana Aparecida de Araújo; DEL-MASSO, Maria Candida Soares;
CASTRO, Rosane Michelli de. Processos de pesquisa e de estudo e a formação de professores: 
alguns aspectos teórico-metodológicos. Rev. Diálogo Educ., Curitiba, v. 12, n. 37, p. 681-699, set./
dez. 2012. Disponível em: <http://www2.pucpr.br/reol/index.php/dialogo?dd99=pdf&dd1=7197>. 
Acesso em: 12 jul. 2017.
TOZONI-REIS, Marilia Freitas de Campos. Metodologia da pesquisa científica. 2. ed. Curitiba: 
IESDE, 2007.
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 136 – 
Técnicas de pesquisa
Marcio Tadeu Girotti
Introdução
Para cada modalidade de pesquisa há um método, uma técnica específica para o seu desen-
volvimento. O pesquisador delimita o seu campo de investigação e procura aplicar instrumentos que 
irão auxiliar na coleta e interpretação dos dados.Nesta aula veremos as modalidades de pesquisa 
e a metodologia que se emprega em pesquisas qualitativas, quantitativas e quali-quantitativas. 
Objetivos de aprendizagem
Ao final desta aula, você será capaz de:
 • entender quais são as técnicas de pesquisa;
 • identificar quais os instrumentos utilizados para fazer uma pesquisa.
1 A pesquisa e suas modalidades
As modalidades de pesquisa são variedades de investigações que adotam uma técnica, um 
tipo de objeto a ser investigado, resultando na análise dos dados. Em geral, a pesquisa é qualita-
tiva, visando o aprofundamento do dado; ou quantitativa, que procura trabalhar o dado imediato, 
mensurando, medindo e quantificando.
Nesse sentido, destacam-se algumas modalidades de pesquisa, segundo Knechtel (2014).
 • Pesquisa bibliográfica: estudo sistematizado desenvolvido por meio de material 
escrito, gravado ou filmado, de acesso ao público em geral. 
 • Pesquisa de campo: investigação que coleta dados in loco, na qual se busca informa-
ções sobre determinado objeto, a fim de comparar os dados coletados com o referen-
cial teórico sobre o dado. 
 • Pesquisa documental: seu estudo é dado com base em documentos; tudo aquilo que 
pode ser registrado pode servir de objeto desta pesquisa; seu objetivo é o registro de 
informações e a organização destas.
 • Pesquisa experimental: reprodução de forma controlada de um fato ou fenômeno, 
visando descobrir os fatores que o produzem ou que por ele são produzidos. 
 • Pesquisa participante: de cunho social, que envolve diversas pessoas da sociedade 
para análise de sua própria realidade; é uma atividade educativa e de ação social.
 • Pesquisa-ação: envolve mais de um pesquisador, de áreas distintas, debruçados sobre 
o mesmo problema, propondo soluções diversas. 
 • Estudo de caso: busca-se detalhar e aprofundar um caso determinado já acontecido 
ou observado in loco, a partir de determinadas fontes teóricas.
 – 137 – 
TEMA 19
Figura 1 – Modalidades de pesquisa
Fonte: BPTU/Shutterstock.com
Vemos que a partir de dois tipos gerais de pesquisa, várias modalidades podem ser 
executadas.
FIQUE ATENTO!
 Para cada modalidade de pesquisa haverá um procedimento de coleta e análise 
de dados.
SAIBA MAIS!
Para aprofundar o seu entendimento sobre pesquisa qualitativa e quantitativa, leia o 
artigo de Hartmut Günther, “Pesquisa qualitativa versus pesquisa quantitativa: esta 
é a questão?”. 
Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ptp/v22n2/a10v22n2>.
2 O método científico para cada modalidade
A partir das pesquisas qualitativa e quantitativa veremos qual é a metodologia que se emprega 
para cada modalidade.
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 138 – 
Para a pesquisa quantitativa, três técnicas são utilizadas (KNECHTEL, 2014).
 • Experimento de campo: alteração proposital sobre o objeto de estudo, a fim de medir 
padrões de comportamento e relação entre variáveis.
 • Pesquisa descritiva: grande quantidade de informações coletadas reduzidas a indica-dores que descrevem os fenômenos.
 • Pesquisa exploratória: medição e descrição de comportamentos sociais.
EXEMPLO
Na agricultura, a manipulação de sementes para o aumento da produção é um expe-
rimento de campo. Uma pesquisa eleitoral é um tipo descritivo. O estudo para medir a 
mudança de padrão de comportamento social, é um exemplo de pesquisa exploratória.
As etapas para o desenvolvimento deste tipo de pesquisa, segundo Knechtel (2014, p. 96) 
são: “identificação do problema, definição dos objetivos, planejamento da pesquisa, coleta de 
dados, processamento dos dados, análise dos resultados e produção de relatório final”.
Além disso, é preciso planejar a pesquisa por meio da amostragem, seguindo quatro passos.
 • Delineamento preliminar: objetivos, público, local.
 • Formatação: questionário, teste, ajuste, delineamento das questões, elaboração final e 
aplicação do questionário, cálculo estatístico.
 • Coleta de dados: trabalho de campo.
 • Finalização: análise e interpretação dos resultados e apresentação.
Já a pesquisa qualitativa procura expor uma visão detalhada e complexa dos fenômenos cons-
truídos na realidade, mostra a relação entre o pesquisador e o objeto de estudo, enfatiza a qualidade 
e os processos de investigação, e tem por base principal de dados os materiais bibliográficos. 
Essa pesquisa utiliza-se do método de análise e interpretação dos dados coletados no mate-
rial bibliográfico, aprofundando o entendimento do objeto investigado. Assim, sua metodologia é a 
leitura e interpretação visando o conhecimento detalhado sobre o objeto investigado.
É possível, ainda, articular uma pesquisa de caráter quali-quantitativo, unindo essas duas 
modalidades, segundo Knechtel (2014, p. 106): 
“[...] quando o pesquisador está interessado em dimensionar, avaliar a aplicação de uma 
técnica ou a introdução de uma variável, ele pode recorrer ao estudo quantitativo, mas, 
quando deseja observar o fenômeno, entendê-lo ou compreendê-lo de forma integral, deve 
ter preferência pela pesquisa qualitativa”. 
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 139 – 
Figura 2 – Pesquisa descritiva 
Fonte: Iakov Filimonov/Shutterstock.com
Vale dizer que, para cada modalidade de pesquisa, há uma maneira de pesquisar, um método 
a ser empregado.
FIQUE ATENTO!
A pesquisa quali-quantitativa não é simplesmente uma nova modalidade de pes-
quisa, mas sim a reunião de dois tipos aplicados a um mesmo objeto de estudo.
3 Instrumentos de pesquisa
Considerando que o pilar para todo tipo de pesquisa é a pesquisa bibliográfica (KNECHTEL, 
2014), iremos tomar como base o procedimento de análise de dados a partir desta.
As técnicas mais importantes são, segundo Leite (2008), o levantamento e a seleção biblio-
gráfica, a leitura e o fichamento das informações, considerando o planejamento da pesquisa a 
partir da escolha e delimitação do tema.
O levantamento bibliográfico é peça-chave, sendo o momento da escolha do material que 
possa trazer alguma informação sobre o objeto de pesquisa. Aqui, realiza-se a classificação e des-
crição de livros e documentos promovendo a seleção da bibliografia que será utilizada (LEITE, 2008).
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 140 – 
Figura 3 – Leitura e interpretação: o fichamento
Fonte: Linda Macpherson/Shutterstock.com
Escolhida a bibliografia, deve-se selecionar os materiais que serão utilizados na pesquisa: o 
referencial teórico. Para selecionar é preciso analisar o material por meio do título, resumo, sinopse, 
sumário, introdução, qualquer informação que seja de fácil acesso para compreender qual o conte-
údo que esse referencial traz, se poderá ou não contribuir. 
Feito isso, deve ser realizada a leitura do material. Para Leite (2008), os principais passos são: 
 • selecionar toda a bibliografia;
 • separar os livros de leitura imediata (as obras principais que são a base para compre-
ensão do tema da pesquisa);
 • destacar as principais ideias do texto (o fichamento).
A principal técnica para a leitura de material bibliográfico, para Leite (2008), é o fichamento. 
Ele consiste no destaque das principais ideias do texto, separadas e registradas em documento 
separado, com o registro da informação sobre a obra, o autor, além do destaque dos capítulos, 
seções ou páginas onde se encontram as informações retiradas do material.
Esse tipo de instrumento auxilia o pesquisador a recorrer de forma rápida ao material de 
estudo, sem precisar reler na íntegra. É preciso sempre registrar a referência bibliográfica de cada 
material, para saber a origem da informação.
Seguindo este roteiro, o pesquisador tem a segurança e a confiabilidade da informação, além 
de uma técnica simples e segura para interpretar e analisar os dados da pesquisa.
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 141 – 
SAIBA MAIS!
Leia o capítulo 1, “Procedimentos didáticos”, da obra de Marconi e Lakatos, 
“Metodologia do trabalho científico”. Nele há dicas de como proceder com a análise 
do objeto de pesquisa.
4 Dicas para se fazer pesquisa
Na pesquisa bibliográfica, como base de qualquer estudo, o essencial é a prática da seleção 
e leitura do material. Para Leite (2008), o estudo do texto compreende quatro aspectos: 
 • a unidade e ideia central da leitura;
 • o ato de sublinhar;
 • esquematizar e resumir;
 • comentar a leitura. 
Figura 4 – Busca por informações
Fonte: Lotus Studio/Shutterstock.com
Para destacar a ideia central de um texto, é preciso fazer uma leitura atenta e selecionar as 
principais informações. Segundo Leite (2008), uma dica é separar o texto em unidades de leitura, 
seja por capítulo ou por parágrafos, decompondo-o para facilitar o seu entendimento. Em cada 
unidade de leitura, pode haver uma ou mais ideias principais, que, em conjunto, irão auxiliar a inte-
pretação do texto.
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 142 – 
A técnica de sublinhar consiste em destacar as principais ideias do texto. Para isso, é preciso 
realizar, primeiro, uma leitura prévia do material; depois, selecionar o que for importante. Após 
sublinhar, o leitor pode utilizar outra técnica: esquematizar e resumir. Isso consiste em separar em 
tópicos os elementos chave do texto, as principais passagens e ideias que, em conjunto, reúnem 
as informaçõesmais importantes.
A fim de melhor organizar e compreender as informações em destaque, é possível resumir o 
que foi sublinhado, formando pequenos textos que refletem sobre a informação, iniciando a cons-
trução de argumentação própria do pesquisador. 
Após esse levantamento de informação, cabe ao pesquisador comentar a leitura. Para isso, é 
preciso adquirir uma bagagem intelectual que possa dar suporte para a interpretação de qualquer 
informação sobre o objeto de estudo, fazendo com que o pesquisador contribua com o estudo do 
objeto a partir de suas próprias considerações (LEITE, 2008). 
Essas dicas, concentradas para o entendimento prévio do objeto de pesquisa, constituem a 
base e o início da investigação. 
FIQUE ATENTO!
 Para compreender bem o objeto de estudo, é preciso aprofundar o referencial teóri-
co, com a leitura e interpretação de várias fontes de pesquisa que tratam sobre ele.
EXEMPLO
Para destacar e organizar as principais ideias do texto, você pode anotar as refe-
rências do material como um cabeçalho em documento separado, e registrar cada 
capítulo como parte do texto, destacando as suas principais ideias, organizando 
todos os dados em forma de um relatório de leitura.
Fechamento
Nesta aula, você teve a oportunidade de: 
 • entender certas modalidades de pesquisa e a técnica de leitura e interpretação dos 
dados de pesquisa;
 • conhecer algumas dicas para realizar a leitura sistematizada do material bibliográfico, 
como base da investigação. 
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 143 – 
Referências
GÜNTHER, Hartmut. Pesquisa qualitativa versus pesquisa quantitativa:esta é a questão? 
Psicologia: Teoria e Pesquisa, v. 22, n. 2, p. 201-210, maio-ago. 2006. Disponível em: <http://www.
scielo.br/pdf/ptp/v22n2/a10v22n2>. Acesso em: 17 jul. 2017.
KNECHTEL, Maria do Rosário. Metodologia da pesquisa em educação: uma abordagem teórico-
-prática dialogada.Curitiba: Intersaberes, 2014. 
LEITE, Francisco Tarciso. Metodologia científica: métodos e técnicas de pesquisa. Aparecida: 
Ideias & Letras, 2008.
MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Metodologia do trabalho científico. 7. ed. 
São Paulo: Atlas, 2013.
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 144 – 
Normatização ABNT
Marcio Tadeu Girotti
Introdução
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é a instituição responsável pela normati-
zação e padronização do uso e compartilhamento de informações dos setores científicos, técnicos, 
industrial, comercial, agrícola, entre outros. Nesta aula veremos o uso da ABNT no campo científico.
Objetivos de aprendizagem
Ao final desta aula, você será capaz de:
 • conhecer as principais Normas ABNT e sua aplicação em um trabalho acadêmico (cita-
ções, notas de rodapé e referências). 
1 O que são as normas ABNT
A ABNT foi fundada em 1940 com a missão de ser um referencial para a normatização de tra-
balhos acadêmicos (LEITE, 2008). Objetiva gerenciar o processo de normatização, visando a utiliza-
ção comum e repetitiva de uma ordem, um padrão a ser seguido por cada setor que ela regulariza.
Figura 1 – Normatização
Fonte: Artem Stepanov/Shutterstock.com
 – 145 – 
TEMA 20
SAIBA MAIS!
Veja a página da ABNT e obtenha mais informações sobre esta entidade, que regu-
lamenta e padroniza as normas de trabalhos acadêmicos. Disponível em: <http://
webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:bA8o65mjPvsJ:www.abnt.org.
br/+&cd=1&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br>.
2 As citações diretas e indiretas
As normas da ABNT para citações são regida pela NBR 10520:2002:
 • Citação - menção de uma informação extraída de outra fonte.
 • Citação de citação (apud) -citação direta ou indireta de um texto em que não se teve 
acesso ao original.
 • Citação direta - transcrição textual de parte da obra do autor consultado.
 • Citação indireta - texto baseado na obra do autor consultado (ABNT, 2002, p. 1-2). 
Figura 2 – Transcrição
Fonte: Rannev/Shutterstock.com
Citações são informações extraídas de qualquer publicação, inseridas em um texto, com o 
fim de esclarecer, fundamentar ou complementar o argumento do autor. Exemplos:
Citação indireta
Ocorre quando utilizamos somente as ideias do autor, mas não transcrevemos seu texto, 
sendo necessário citar a fonte; seguindo o padrão: SOBRENOME do autor e ano da publicação. 
Seguem alguns exemplos:
 • Diante da crítica ao dogmatismo da razão, na opinião de Arruda (2008), ela ganha maior 
destaque (...);
 • Diante da crítica ao dogmatismo da razão, ela ganha maior destaque (...) (ARRUDA, 2008);
 • Segundo Arruda (2008), diante da crítica ao dogmatismo da razão, ela ganha maior 
destaque (...).
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 146 – 
Citação direta 
Ocorre quando utilizamos o próprio texto do autor; transcrevendo-o. Além do sobrenome do 
autor e do ano da publicação, é necessário citar a página do que foi transcrito. Dito de outro modo, 
utilizamos o recurso de indicar o número da página do documento original, seguindo o padrão: 
SOBRENOME do autor, ano, página. Observe:
 • ao final da citação: (ARRUDA, 2008, p. 5);
 • no texto: Arruda (2008, p. 5);
 • em nota de rodapé: ________________.
1 ARRUDA, 2008, p. 5
Para citação direta de até três linhas, a transcrição deve estar sinalizada entre “ ” (aspas duplas), 
seguida da referência, transcrita no corpo do texto, seguindo a mesma formatação deste (ABNT, 2002).
EXEMPLO
Citação direta de até três linhas: “o elefante dá um passo com uma de suas patas 
somente quando sente que as outras três estão firmes em pé” (KANT, 1900, p. 387).
Para a citação direta, acima de três linhas, a transcrição deve estar deslocada com recuo de 
4cm da margem esquerda, espaçamento simples entre linhas, sem “ ” (aspas duplas), com fonte 
menor que o texto, seguida da referência (ABNT, 2002).
EXEMPLO
Citação direta com mais de três linhas:
Fundamentos da privação ou de uma oposição real não podem 
ter lugar no ser supremo, pois, visto que tudo é dado nele e atra-
vés dele, a posse completa das determinações em sua própria 
existência impossibilita qualquer supressão interior. Eis por que 
o sentimento de desprazer não é um predicado que convenha à 
divindade (KANT, 2005, p. 94).
Para citação de citação, é preciso atentar para o autor lido e o citado, uma vez que não se teve 
acesso ao texto original. 
Citação de citação (indireta)
Segundo Fachin (2003), citada por Girotti (2011), a metodologia científica trabalha com as 
Normas e as estruturas do trabalho científico.
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 147 – 
Citação de citação (direta)
Para Fachin (2003, p. 35 apud GIROTTI, 2011, p. 10) “o projeto de pesquisa é uma sequência 
de etapas estabelecidas pelo pesquisador, que direciona a metodologia aplicada no desenvolvi-
mento da pesquisa”.
FIQUE ATENTO!
 Em citação de citação, nas referências, deve-se colocar o texto utilizado e não o 
texto citado. No exemplo dado, coloca-se Girotti como referência e não Fachin.
Em citações há diversas normas para casos específicos. Destacamos os principais.
 • Até três autores: (GIROTTI; LIMA; SILVA, 2010).
 • Mais que 3 autores: (GIROTTI et al.).
 • Citação de diversas publicações de um mesmo autor, no mesmo ano: (GIROTTI, 2010a) 
/ (GIROTTI, 2010b).
 • Citação de Autores com o mesmo sobrenome (acrescente as iniciais dos prenomes): 
(SOUZA, V., 2010) e (SOUZA, Z., 2010).
 • Caso persista a coincidência de sobrenomes (SOUZA, V., 2010) (SOUZA, V., 2010), 
acrescente os prenomes por extenso: (SOUZA, Vivian, 2010) e (SOUZA, Vitória, 2010).
 • Diversos trabalhos do mesmo autor, em anos diferentes, citados simultaneamente: 
(GIROTTI, 2008, 2010, 2011) (GIROTTI; LIMA; SOUZA, 2001, 2003, 2008).
 • Nomes compostos: (DAVID-MÉNARD, 1996).
 • Sobrenomes: Filho / Neto / Júnior/ Sobrinho (LANDIM FILHO, 2003)
 • Ênfase na Citação: Mas uma conexão de conceitos não exprime a posição absoluta de 
uma coisa. (LANDIM FILHO, 2005, p. 188, grifo do autor). Segundo Kant (2005, p. 62, 
grifo nosso), pode-se considerar “o declínio uma ascensão negativa; o cair, um levantar-
-se negativo; o retrocesso, um avanço negativo”.
 • Em traduções (coloca-se o original em nota de rodapé): “O elefante dá um passo com 
uma de suas patas somente quando sente que as outras três estão firmes em pé”1 
(KANT, 1900, p. 387, tradução nossa). 
 • Supressões: [...] o pensamento louco de Swedenborg, que inaugura a problemática crí-
tica do limite. (DAVID-MÉNARD, 1996, p. 159).
 • Interpolações: Fundamentos da privação ou de uma oposição real não podem ter lugar 
no ser supremo [Deus], pois, visto que tudo é dado nele e através dele (KANT, 2005, p. 94). 
1 Die Elephanten die nicht eher einen der 4 Füße einen Fuß weiter setzen als bei sie fühlen daß die 
andern drei feststehen. 
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 148 – 
3 As notas de rodapé
As notas de rodapé (NBR 10520:2002) são utilizadas para esclarecimentos ou considerações 
que não se inserem no texto, para não interromper o raciocínio. Ficam no fim da página ou no 
final do documento, com fonte menor que o texto, numeradas e separadas por um traço contínuo 
(ABNT, 2002).
Figura 3 – Nota de rodapé
Fonte: Peter Nadolski/Shutterstock.com
O uso de nota de rodapé serve também para indicar referências relacionadas às citações, 
com recursos de abreviaturas. Exemplos.
 • Nota explicativa
No texto
O comportamento liminar correspondente à adolescência vem se constituindo numa das 
conquistas universais, como está, por exemplo, expressono Estatuto da Criança e do Ado-
lescente1.
Rodapé da página
_________________
1 Se a tendência à universalização das representações sobre a periodização dos ciclos de 
vida desrespeita a especificidade dos valores culturais de vários grupos, ela é condição 
para a constituição de adesões e grupos de pressão integrados à moralização de tais for-
masde inserção de crianças e de jovens. (ABNT, 2002, p. 6-7)
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 149 – 
 • Ibidem, Ibid ou Ib: usado quando um mesmo documento foi citado várias vezes; varia-se 
só a paginação.
______________
1 GIROTTI, 2010, p. 12
2 Ibidem, p. 26
 • Idem ou Id: referência a diferentes obras de um mesmo autor.
____________
1 GIROTTI, 2007
2 Idem, 2009, p. 5
3 Idem, 2011, p. 15
 • Op. cit (opus citatum): na obra citada; faz referência à obra citada de um mesmo autor, 
mas com intercalação.
_________
1 GIROTTI, 2010, p. 25
2 LIMA, 2009, p. 15
3 GIROTTI, op. cit., p. 39
 • Passim (aqui e ali): faz referência a diversas páginas citadas de uma mesma obra.
_____________
1 LIMA, 1999, p. 35-56 passim
 • Cf. (Confira): direciona uma leitura ou informação bibliográfica.
___________
1 Cf. GIROTTI, 2010, p. 12
2 Cf. KANT, Crítica da razão pura, p. 34
 • Loco citato: no lugar citado; loc. cit.
__________
1 TOMASELLI; PORTER, 1992, p. 33.
2 TOMASELLI; PORTER, loc. cit.
 
FIQUE ATENTO!
 O rodapé deve ser utilizado quando não se deseja inserir as informações no corpo 
do texto.
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 150 – 
4 As referências
Entende-se por referência materiais utilizados para compor uma pesquisa, que devem ser 
listados ao final desta (ABNT, 2002), e seguem a NBR 6023:2002.
Figura 4 – Referências
Fonte: Robert Kneschke/Shutterstock.com
Assim, as referências devem constar no final da pesquisa e as fontes (sobrenomes dos auto-
res, por exemplo) devem vir em ordem alfabética. Observe a seguir se as palavras estão em letras 
maiúsculas, minúsculas, em negrito, entre vírgulas e pontos. Estas normas são importantes para 
que você escreva adequadamente suas referências. Por exemplo, os títulos dos livros podem ser 
negritados, já os subtítulos não. Confira os principais modelos de Referências:
 • Livro (sem subtítulo)
KANT, I. Crítica da razão pura. 2. ed. São Paulo: Abril Cultural, 1983. 
 • Livro (com subtítulo)
GIROTTI, M. T. Kant e o fim da modernidade: os sonhos de um visionário. São Paulo: 
Ideias & Letras, 2015. 
 
 • Livro (mesmo autor)
PEREZ, D. O. Kant pré-crítico: a desventura filosófica da pergunta. Cascavel: Edunioeste, 
1998. 
______. Kant e o problema da significação. Curitiba: Champagnat, 2008.
 • Livro – Organizador (da obra)
MARQUES, U. R. de A. (Org). Kant e a música. São Paulo: Barcarolla, 2010.
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 151 – 
 • Capítulo de livro
BUENO, V. C. de A. Reflexão, juízo e princípio regulativo. In: MARQUES, U. R. de A.; MAR-
TINS, C. A. (Orgs). Kant e o kantismo: heranças interpretativas. São Paulo: Brasiliense, 
2009. p. 18-32. 
 • Livro com até três autores (separados por ;) 
GIROTTI, M. T.; ROMUALDO, C.; ZUIN, P. B. Perspectivas da educação para o século 
XXI. Franca: Ribeirão Gráfica e Editora, 2012. 
 • Livro com mais que 3 autores (et al.)
GIROTTI, M. T. et al. Educação e universidade. São Paulo: UNESP, 2011. 
 • Dissertações, teses e TCC
DUTRA, E. S. O erro corrigível e a ilusão inevitável na crítica da razão pura de Kant. 
2008. 95 p. Dissertação (Mestrado em Filosofia) – CECH-Centro de Educação e Ciên-
cias Humanas, Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2008.
 • Artigo de periódico
LINHARES, O. B. Ciência e metafísica na Dissertação de 1770. Kant e-Prints, Campinas, 
v. 2, n. 2, p. 143-163, jul./dez. 2007.
 • Artigo em Jornal
MASCARENHAS, M. G. Sua safra, seu dinheiro. O Estado de São Paulo, São Paulo, 17 
set. 1986. Suplemento Agrícola, p. 14-16.
 • Apresentação em eventos
BRAYNER, A. R. A.; MEDEIROS, C. B. Incorporação do tempo em SGBD orientado a objetos. 
In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE BANCO DE DADOS, 9., 1994, São Paulo. Anais... São Paulo: 
USP, 1994. p. 16-29.
 • Leis e Decretos
BRASIL. Lei nº 5.517, de 23 de outubro de 1968. Dispõe sobre o exercício da profissão 
do médico-veterinário e cria os Conselhos Federal e Regional de Medicina Veterinária. 
Brasília, DF, 1970.
 • Meios Eletrônicos 
GIROTTI, M. T. Os limites do conhecimento humano na filosofia kantiana: Beweisgrund 
e os Sonhos de um visionário. Filogênese, Marília, v. 2, n. 2, p. 6-15, ago. 2009. Dispo-
nível em: <http://www.marilia.unesp.br/Home/RevistasEletronicas/FILOGENESE//Mar-
cioTadeuGirotti(6-15).pdf>. Acesso em: 6 maio 2010. 
SOUZA, V. B. de. Psicologia comportamental. 2010. Disponível em: <http://www.
fc.unesp.br>. Acesso em: 15 jun. 2012.
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 152 – 
FIQUE ATENTO!
Referências são somente os materiais utilizados e citados no trabalho.
As referências vêm sempre ao final da obra e devem seguir a ordem alfabética dos autores 
(conforme o sobrenome), alinhadas à esquerda. 
SAIBA MAIS!
Consulte outros modelos de referências a partir da Norma NBR 6023:2002, ade-
quando a referência ao modelo compatível com sua identificação, como leis, decre-
tos, portarias, vídeos, DVDs, CDs, entre outros.
Fechamento
Nesta aula, você teve a oportunidade de:
 • conhecer a normatização ABNT;
 • perceber como se aplica as normas para cada tipo de uso: citações, notas de rodapé e 
referências. 
Referências
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Disponível em: <http://webcache.googleuser-
content.com/search?q=cache:bA8o65mjPvsJ:www.abnt.org.br/+&cd=1&hl=pt=-BR&ct=clnk&gl-
br>. Acesso em: 31 ago. 2017.
______. NBR 6023: informação e documentação referências. Rio de Janeiro, 2002.
______. NBR 10520: informação e documentação – citações em documentos. Rio de Janeiro, 2002.
LEITE, Tarciso Francisco. Metodologia científica: métodos e técnicas de pesquisa. 2. ed. Apare-
cida: Ideias & Letras, 2008. 
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 153 – 
	A Metodologia Científica
	As diferentes formas do conhecimento
	A Pesquisa Acadêmica
	As Fontes de Pesquisa
	Escola e pesquisa
	A organização do trabalho acadêmico
	O seminário acadêmico
	O relatório de pesquisa
	Apresentação de trabalhos acadêmicos
	A pesquisa na internet
	A pesquisa científica
	Pesquisa qualitativa e quantitativa
	As modalidades de pesquisa
	Os instrumentos da pesquisa
	Apresentação dos resultados			 da pesquisa
	Produção do conhecimento: o fazer pesquisa
	O projeto de pesquisa
	Os procedimentos da pesquisa
	Técnicas de pesquisa
	Normatização ABNT
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