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APRESENTAÇÃO PLANO DE ENSINO-APRENDIZAGEM CIÊNCIA E CONHECIMENTO A LEITURA E A PRODUÇÃO DE TEXTOS FORMAS DE ELABORAR CITAÇÕES E REFERÊNCIAS DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DE TRABALHOS REFERÊNCIAS RESPOSTAS DAS ATIVIDADES DE AUTOAVALIAÇÃO ESTRUTURA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS SU M Á RI O R Á PI D O 5 30 8 98 102 80 6 66 18 Metodologia científica Ardinete Rover Rosa Maria Pascoali Ernani Tadeu Rizzi Roseli Rocha Moterle Cristiane Sbruzzi Berté Teresa Machado da Silva Dill Abele Marcos Casarotto Claudia Elisa Grasel Joaçaba 2010 Metodologia científica © 2010 Unoesc Virtual – Direitos desta edição reservados a Unoesc Virtual Rua Getúlio Vargas, 2125, Bairro Flor da Serra, CEP 89600-000 – Joaçaba, SC, Brasil Fone: (49) 3551-2123 – Fax: (49) 3551-2004 – E-mail: unoescvirtual@unoesc.edu.br É proibida a reprodução desta obra, no todo ou em parte, sob quaisquer meios, sem a permissão expressa da Unoesc Virtual. M593 Metodologia cientíica / Ardinete Rover... [et al.]. – Joaçaba: Unoesc virtual, 2010. 104 p. ; 30 cm. Bibliograia: 98-101 p. Ciência - Metodologia. 2. Pesquisa I. Rover, Ardinete. CDD 001.42 Universidade do Oeste de Santa Catarina – Unoesc Reitor Aristides Cimadon Vice-reitor Acadêmico Luiz Carlos Lückmann Vice-reitores de Campus Campus de São Miguel do Oeste Vitor Carlos D’Agostini Campus de Videira Antonio Carlos de Souza Campus de Xanxerê Genesio Téo Coordenação Geral da Unoesc Virtual Célio Alves de Oliveira Coordenação Pedagógica da Unoesc Virtual Rosa Maria Pascoali Designer instrucional da Unoesc Virtual Roseli Rocha Moterle Coordenações Locais da Unoesc Virtual Campus de São Miguel do Oeste Aníbal Lopes Guedes Campus de Videira Rosa Maria Pascoali Campus de Xanxerê Cristiane Sbruzzi Berté Secretaria executiva e logística Carolina Nodari Revisão linguística e metodológica Marisa Vargas Débora Facin Projeto gráico e diagramação Mix Comunicação Professores autores Ardinete Rover Rosa Maria Pascoali Ernani Tadeu Rizzi Roseli Rocha Moterle Cristiane Sbruzzi Berté Teresa Machado da Silva Dill Abele Marcos Casarotto Claudia Elisa Grasel SUMÁRIO APRESENTAçãO .....................................................................................5 PLANO DE ENSINO-APRENDIZAGEM ...........................................................6 UNIDADE 1 CIêNCIA E CONhECIMENTO .....................................................8 SEçãO 1 A NATUREZA DO CONhECIMENTO .................................................................................9 SEçãO 2 MÉTODO E TÉCNICA ................................................................................................. 14 UNIDADE 2 A LEITURA E A PRODUçãO DE TExTOS ......................................18 SEçãO 1 DIRETRIZES PARA LEITURA, ANáLISE E INTERPRETAçãO DE TExTOS ................................. 19 SEçãO 2 TÉCNICAS PARA REDIGIR TExTOS ................................................................................ 23 UNIDADE 3 FORMAS DE ELABORAR CITAçõES E REFERêNCIAS .......................30 SEçãO 1 ELABORAçãO DE CITAçõES ........................................................................................ 31 SEçãO 2 NORMA GERAL PARA INDICAçãO DE AUTORES NAS CITAçõES ........................................... 36 SEçãO 3 FORMAS DE APRESENTAçãO DAS REFERêNCIAS .............................................................. 45 SEçãO 4 OUTRAS NORMAS PARA INDICAçãO DE AUTORIA NAS REFERêNCIAS .................................. 60 UNIDADE 4 DIRETRIZES PARA ELABORAçãO DE TRABALhOS ........................66 SEçãO 1 PRáTICA DA DOCUMENTAçãO .................................................................................... 67 SEçãO 2 DIRETRIZES PARA ELABORAçãO DE TRABALhOS ........................................................... 71 UNIDADE 5 ESTRUTURA DE TRABALhOS CIENTíFICOS ..................................80 SEçãO 1 ESTRUTURA E APRESENTAçãO DE TRABALhOS CIENTíFICOS ............................................. 81 SEçãO 2 ELEMENTOS PRÉ-TExTUAIS ........................................................................................ 85 SEçãO 3 ELEMENTOS TExTUAIS .............................................................................................. 91 SEçãO 4 ELEMENTOS PóS-TExTUAIS ........................................................................................ 94 REFERêNCIAS .......................................................................................98 RESPOSTAS DAS ATIVIDADES DE AUTOAVALIAçãO ...................................... 102 SEJA BEM-VINDO à DISCIPLINA METODOLOGIA CIENTíFICA! Este material didático corresponde à disciplina de Metodologia Cientíica. Ele foi elaborado visando a uma aprendizagem autônoma; os conteúdos foram cuidadosamente selecionados, e a linguagem utilizada facilitará seus estudos a distância. A disciplina de Metodologia Cientíica é importantíssima para a sua vida acadêmica; os conteúdos apresentados servirão de base para todo o curso e, também, para a sua atuação proissional. Portanto, é necessário que você dedique um tempo para a leitura do material e realize as atividades de autoavaliação, que se encontram ao inal de cada unidade. As atividades de autoavaliação não devem ser encaminhadas ao professor tutor, elas foram elaboradas a im de facilitar seus estudos e testar seus conhecimentos após o término da leitura de cada unidade. Ao inal do material, você encontrará o gabarito para veriicar as suas respostas. Quando falamos em Educação a Distância, não quer dizer que você estará sozinho nos seus estudos; lembre-se de que poderá contar, sempre que precisar, com a ajuda do professor tutor. Desejamos que tenha muito sucesso nessa disciplina e em todo o curso. Bons estudos! APRESENTAÇÃO 5 PLANO DE ENSINO-APRENDIZAGEM Ciência e tipos de conhecimento. Métodos de estudo. Métodos e técnicas de elaboração e apresentação de trabalhos cientíicos (projetos, relatórios e artigos), de acordo com as normas da ABNT. OBJETIVOS ESPECÍFICOS OBJETIVO GERAL EM EN TÁ R IO FORMAS DE AVALIAÇÃO Avaliação G1, composta por atividades realizadas a distância, com peso 4. As atividades, que se encontram descritas no Guia do Aluno, A avaliação será composta por: 6 LEVAR o aluno a compreender os conceitos básicos sobre ciência e método cientíico para a elaboração de textos de pesquisa, obedecendo às normas da ABNT. DESPERTAR no aluno, desde o começo de seu curso, o interesse pela pesquisa e, assim, educá-lo a pensar e raciocinar de forma crítica. hABILITAR o aluno para a leitura crítica da realidade e a construção do conhecimento. INSTRUMENTALIZAR o aluno para que, a partir do estudo, possa elaborar trabalhos acadêmicos de acordo com as normas técnicas. OPORTUNIZAR ao aluno assumir um comportamento cientíico, para que seja capaz de construir textos por meio da pesquisa. É fundamental que você leia as unidades de estudo desta disciplina para realizar as atividades avaliativas! serão desenvolvidas por meio do Portal de Ensino, na opção Aula on- line; poderão constituir atividades de interação, pesquisa e/ou avaliação. Avaliação G2, que compreende uma prova presencial sobre todo o conteúdo da disciplina, com peso 6. PLANO DE ENSINO-APRENDIZAGEM 7 P L A N O D E E N S IN O -A P R E N D IZ A G E M ASSOCIAçãO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Rio de Janeiro: Biblioteca Nacional, várias normas. FAChIN, Odília. Fundamentos da metodologia. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2003. LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de metodologia cientíica. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2003. 311 p. LÜCKMANN, Luiz Carlos; ROVER, Ardinete; VARGAS, Marisa. Diretrizes para elaboração de trabalhos cientíicos: apresentação, elaboração de citações e referências de trabalhos cientíicos. 3. ed. rev. e atual. Joaçaba: Ed. Unoesc, 2009. 104 p. (Metodologia do trabalho cientíico). SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho“As redes de aprendizagem proporcionam uma rica oportunidade de intercâmbio de informações e idéias, em que todos os alunos podem participar ativamente, aprendendo uns com os outros e com o professor.” (hARASIM et al., 2005, p. 221). Indica que a obra apresenta mais de três autores. Usado entre parênteses, quando a obra apresenta mais de três autores. Nesse caso, há quatro autores: Linda harasim, Lucio Teles, Murray Turoff e Starr Roxanne hiltz; observe que o autor citado é o primeiro apresentado na obra. Entre parênteses, escrevemos o sobrenome do primeiro autor em CAIxA-ALTA seguido da expressão et al., em letras minúsculas, ano e página. CITAÇÃO DE MATERIAIS NÃO PUBLICADOS Devemos indicar o autor, a data e o número da página (se houver). Caso não houver nenhuma indicação de data, você deve informar uma data provável ou aproximada. Observe que na referência você precisa indicar o tipo de material consultado. No texto: “Quem não possui o hábito da leitura precisa desenvolvê-la, pois é difícil uma formação de qualidade sem muita leitura.” (UNOESC VIRTUAL, 2006, p. 24). Na referência: UNOESC VIRTUAL. Metodologia Cientíica: educação a distância. Joaçaba: Ed. Unoesc, 2008. Material didático. Indicação do tipo de material consultado METODOLOGIA CIENTíFICA42 M E TO D O L O G IA C IE N T íF IC A CITAÇÕES DE INFORMAÇÕES VERBAIS (PALESTRAS, DEBATES, COMUNICAÇÕES, ETC.) Uma informação verbal pode ser obtida em uma palestra, um debate ou de qualquer outra forma; entretanto, somente deve ser usada quando for possível comprová- la. Para tanto, escreva, entre parênteses, a expressão “informação verbal”, mencionando os dados disponíveis em nota de rodapé. No texto: O novo medicamento estará disponível até o final deste semestre (informação verbal)1. 1 Notícia fornecida por John A. Smith, no Congresso Internacional de Engenharia Genética, em Londres, em outubro de 2001. Na nota de rodapé: Você precisa tomar cuidado com as citações de textos da internet. é necessário analisar cuidadosamente as informações obtidas para avaliar sua idedignidade, indicando na referência todos os dados que possibilitem sua identiicação. Além de citar o endereço eletrônico e a data de acesso, é importante buscar o ano da publicação, geralmente encontrado no copyright ; se não houver ano deinido, você deve informar uma data provável ou aproximada. DESTAQUES NA CITAÇÃO Conforme NBR 10520 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (2002, p. 3), “Para enfatizar trechos da citação, deve-se destacá-los indicando esta alteração com a expressão grifo nosso entre parênteses, após a chamada da citação, ou grifo do autor, caso o destaque já faça parte da obra consultada.” “Na medida em que a atividade proissional consegue cumprir sua função, o signiicado a ela atribuído surge em decorrência, um sentimento de gratiicação e de prazer em relação à mesma.” (FONSECA; CODA, 2004, p. 16, grifo nosso). Para Furasté (2003, p. 50, grifo do autor), “As citações podem ser chamadas pelo sistema numérico ou pelo sistema alfabético (também chamado de autor-data).” FORMAS DE ELABORAR CITAçõES E REFERêNCIAS 43 FO R M A S D E E L A B O R A R C IT A ç õ E S E R E FE R ê N C IA S TRADUÇÃO DE TEXTO COINCIDÊNCIA DE SOBRENOME CITAÇÕES DE UM MESMO AUTOR NO MESMO ANO INDICAÇÃO DE DATA APROXIMADA Quando a citação incluir texto traduzido pelo pesquisador, devemos apresentar, após a chamada da citação, a expressão tradução nossa, entre parênteses. Quando houver coincidência de sobrenome de autores, acrescentamos as iniciais de seus prenomes nas citações. As citações de diversos documentos de um mesmo autor, publicados em um mesmo ano, são distinguidas pelo acréscimo de letra minúscula, em ordem alfabética, após a data e sem espacejamento, conforme a lista de referências. [2000 ou 2001] .............................. um ano ou outro [2002?] ............................................. data provável [entre 1986 e 1993] .....intervalos menores de 20 anos [2006] ....................data certa, não indicada no item [ca. 1990] ...................................... data aproximada [199-] ................................................. década certa Se, mesmo assim, existir coincidência na primeira letra do nome, informamos os nomes por extenso. Tal inferência fundamenta-se na análise das experiências pelas quais tem passado a universidade brasileira nessas últimas décadas e o referencial teórico que vem sustentando seus modelos organizacionais, especialmente os modelos proissional, investigativo, funcionalista operacional e o modelo organizacional da Unoesc, ainda hoje vigentes. (LÜCKMANN, 2004, p. 20, tradução nossa). (OLIVEIRA, S., 2003) e (OLIVEIRA, A., 2003) (OLIVEIRA, André, 2003) e (OLIVEIRA, Antônio, 2003) De acordo com Santos (2002a) (SANTOS, 2002b) ca. Signiica cerca de, aproximadamente METODOLOGIA CIENTíFICA44 M E TO D O L O G IA C IE N T íF IC A [199-?] ...........................................década provável [19--] .................................................. século certo [19--?] ............................................século provável Na citação: Quando o sobrenome do autor for citado no decorrer da citação: Quando o sobrenome do autor for citado entre parênteses: De acordo com Florenzano ([1993?]) (FLORENZANO, [1993?]) FLORENZANO, E. Dicionário de idéias semelhantes. Rio de Janeiro: Ediouro, [1993?]. 383 p. Na referência: Outras formas de citação poderão ser encontradas na NBR 10520 (ASSOCIAçãO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2002). Autoavaliação 3 Escreva V se a alternativa for verdadeira e F se for falsa. ) ( As supressões são utilizadas para omitir palavras de um texto nas citações diretas e podem aparecer no início, meio ou ao inal da citação. ) ( As citações que transcrevem literalmente o texto original também são chamadas de citação de citação. ) ( As citações chamadas pelo sobrenome do autor, seja o escritor, seja uma instituição responsável, devem ser em letras maiúsculas quando estiverem entre parênteses e em letras minúsculas quando estiverem no texto; apenas o ano e a página icam entre parênteses. ) ( Todas as citações com mais de três linhas devem ser destacadas com recuo de 4 cm da margem esquerda, com letra menor que a utilizada no texto e sem aspas. ) ( A citação direta transcreve exatamente as palavras do autor citado, conservando a graia, a pontuação, o uso de maiúscula e o idioma original. SEÇÃO 3 FORMAS DE APRESENTAÇÃO DAS REFERÊNCIAS A referência pode aparecer: a) no inal do texto, em listas de referências; b) no im do capítulo; c) em rodapé; d) antecedendo resumos, resenhas. A inalidade da indicação de uma referência é informar a origem das ideias apresentadas no decorrer do trabalho, por isso é composta de: a) elementos essenciais – informações indispensáveis na identiicação da obra. Segundo a ABNT, os elementos essenciais são: autoria intelectual, título e subtítulo, edição e imprenta (local, editora e ano da publicação). b) elementos complementares – complementam os essenciais; são colocados de forma a caracterizar os documentos. São eles: número total de páginas, ISBN, tipo de obra. De acordo com NBR 6023 (ASSOCIAçãO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2002), na realização de uma lista de referências, devemos observar algumas normas no momento de apresentar as referências: devem ser colocadas ao inal do texto; devem ser classiicadas em ordem alfabética, pelo sobrenome do autor. Se houver mais de um autor, apresentar na referência a mesma ordem descrita no documento consultado; o alinhamento dos elementos é feito à margem esquerda; o espacejamento entrelinhas é simples, com dois espaços simples entre as referências; FORMAS DE ELABORAR CITAçõES E REFERêNCIAS 45 FO R M A S D E E L A BO R A R C IT A ç õ E S E R E FE R ê N C IA S ) ( Para fazer uma citação indireta, você deve utilizar as próprias palavras para escrever o texto com o mesmo sentido do original. ) ( Para enfatizar trechos da citação, indica-se a expressão “grifada.” ) ( O uso da expressão et al. signiica que o livro apresenta mais de três autores. ) ( Separamos com vírgula os nomes dos autores quando compreendem mais de um na referência. Você já consegue elaborar uma citação?! Além da indicação das informações que foram retiradas de outros autores, é essencial que você faça a referência de todas as citações apresentadas no seu trabalho, em uma lista de referências, mas como elaborar uma referência? o sobrenome do autor deve estar com todas as letras em CAIxA- ALTA. Livro AO ELABORAR UMA referência de livro, você deve obedecer aos seguintes passos: a) sobrenome do(s) autor(es), em letras maiúsculas, seguido por outros nomes em letras minúsculas, separado por vírgula. Quando não houver autoria, começar pelo título do artigo, com a primeira palavra em letras maiúsculas. O autor poderá ser uma entidade; b) título da obra em destaque, seguido de ponto; c) quando houver subtítulo, este deve ser separado do título por dois-pontos ou travessão e estar sem destaque; d) o número da edição, quando houver, deve aparecer seguido da abreviação (ed.); e) se houver emendas, atualização, ampliação à edição do livro, devem constar logo após o número da edição; f) local da publicação, seguido por dois-pontos; g) editora; h) ano de publicação (em algarismos arábicos); i) número de páginas do livro (elemento opcional); j) se o livro for publicado por meio eletrônico, segue-se a mesma ordem dos elementos, acrescentando-se informações sobre o endereço eletrônico entre sinais (precedido da expressão Disponível em:), acrescida a data de acesso à publicação (utilizando a expressão Acesso em:). Para melhor compreender a forma de apresentação das referências de livros, destacamos alguns exemplos. METODOLOGIA CIENTíFICA46 M E TO D O L O G IA C IE N T íF IC A Para elaborar uma referência, você precisa observar o tipo de documento que consultou, como livro, periódico (revista, jornal ou outros), se está disponível em meio eletrônico. Então, vamos veriicar como apresentar a referência de alguns dos principais tipos de documentos. Com um autor LIMA, Valquíria de. Ginástica laboral: atividade física no ambiente de trabalho. 2. ed. São Paulo: Phorte, 2005. 240 p. Destacar o título da obra em negrito O subtítulo é apresentado sem destaque FORMAS DE ELABORAR CITAçõES E REFERêNCIAS 47 FO R M A S D E E L A B O R A R C IT A ç õ E S E R E FE R ê N C IA S Com dois autores Quando houver dois autores, ambos devem ser referenciados, começando pelo sobrenome do autor mais prenome(s), respeitando a ordem que se apresentam no documento pesquisado, separados por ponto e vírgula. Com três autores Na referência de três autores, todos também devem ser referenciados pelo sobrenome do autor mais prenome(s), respeitando a ordem que se apresentam no documento pesquisado, separados por ponto e vírgula. Com mais de três autores No caso de o texto apresentar com mais de três autores, indicamos o sobrenome do primeiro mais prenome(s), seguido da expressão et al. Livro sem autoria Se a autoria do livro é desconhecida, a entrada na referência deve ser feita pelo título, com a primeira palavra em letras maiúsculas; as demais informações seguem as mesmas regras. JUSTUS, Roberto; ANDRADE, Sérgio Augusto de. O empreendedor: como se tornar um líder de sucesso. São Paulo: Larousse, 2007. 127 p. ChAMAS, Cláudia Inês; NOGUEIRA, Marylin; SChOLZE, Simone henriqueta Cossetin. Scientia 2000: propriedade intelectual para a academia. Rio de Janeiro: Fundação Oswaldo Cruz, 2003. 326 p. CARVALhO, Luis Gustavo Grandinetti Castanhos de et al. Justa causa penal- constitucional. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2004. 120 p. Separados por ponto e vírgula Separados por ponto e vírgula Obs.: autores que constam no livro: Luis Gustavo Grandinetti Castanhos de Carvalho, Fernando Cerqueira Chagas, Flávia Ferrer, Paulo de Oliveira Lanzelotti Baldez. O et al. : “et” signiica “e” e “al.” é a abreviatura de “alii” (que signiica outros). METODOLOGIA CIENTíFICA48 M E TO D O L O G IA C IE N T íF IC A SISTEMA de qualidade nas cadeias agroindustriais. São Paulo: Qualiagro, 2007. 207 p. SEBRAE. Análise e planejamento inanceiro: para pequenos meios de hospedagem. São Paulo: Ed. do SEBRAE, 2005. 95 p. GOLDRATT, Eliyahu M.; COx, Jeff. A meta: um processo de melhoria contínua. 2. ed. rev. e ampl. São Paulo: Nobel, 2003. 365 p. ShANLEY, Patrícia; MEDINA, Gabriel. Frutíferas e Plantas Úteis na Vida Amazônica. Belém: Cifor, 2005. 296 p. Disponível em: . Acesso em: 14 fev. 2008. LUZ, hercílio Pedro da; SGROTT, Emerson Alexandre. Anatomia da cabeça e do pescoço: noções para a prática médica e odontológica. Itajaí: Ed. Univali; Joaçaba: Ed. Unoesc, 2003. 155 p. Com autor-entidade A entrada é feita pelo nome da entidade por extenso com todas as letras maiúsculas. Com emendas, atualização, ampliação Indica que o texto do livro foi revisado, atualizado e/ou ampliado. Essa emenda é indicada de forma abreviada (rev. atual. amp.). Em meio eletrônico Utilizam-se os mesmos elementos da publicação física, acrescentando-se o endereço eletrônico e a data de acesso. O que fazer quando o livro apresenta duas ou mais editoras? De acordo com Cruz, Perota e Mendes (2002, p. 52), quando houver duas editoras, ambas são descritas e precedidas de seus respectivos locais. Se forem três ou mais editoras, mencionamos a primeira, ou a que estiver em destaque na publicação. Devemos separá-las por ponto-e-vírgula. Capítulo de livro PARA CRUZ, RIBEIRO e Furbetta (2003, p. 110), ao elaborar uma referência de capítulo de um livro, você deve obedecer aos seguintes passos: a) sobrenome do(s) autor(es) do capítulo, em letras maiúsculas, seguido por seu nome, em letras minúsculas, separado por vírgulas. Quando houver mais de uma autoria, a separação entre um autor e outro é feita por ponto e vírgula; b) título do capítulo sem destaque e subtítulo, se houver; c) usar a expressão “In”, seguida por dois-pontos; d) sobrenome do organizador da obra em letras maiúsculas, FORMAS DE ELABORAR CITAçõES E REFERêNCIAS 49 FO R M A S D E E L A B O R A R C IT A ç õ E S E R E FE R ê N C IA S O que fazer quando o livro não apresenta editora? Quando não é possível identiicar a editora, usamos a expressão sine nomine (sem nome, sem editora), abreviada entre colchetes: [s.n.]. O que fazer quando o livro não apresenta o local de publicação? Quando não é possível identiicar o local de publicação, utilizamos a expressão sine loco (sem local), abreviada entre colchetes [S.l.]. Caso você identiique o local, mas ele não se apresente no documento, deve ser colocado entre colchetes. Em caso de homônimos de cidade, ou seja, quando o nome da cidade é comum em dois ou mais estados, adiciona-se o estado para melhor identiicação. Por exemplo: Capivari – RS, SP e Catanduvas – PR, SC. FRANCO, Ilário. Discurso: de outubro de 1992 a agosto de 1993. Brasília, DF: [s.n.], 1993. 107 p. LARSON, Carlos Eduardo. Curto-teste veterinária: dermatopatias em cães e gatos. [S. l.]: AP, 1996. 33 p. MONTEIRO, Denys. Promessa é dívida. Comunidade Rh. [São Paulo], 2004. Disponível em: . Acesso em: 27 jul. 2006. FUNDAçãO ARThUR BERNARDES. Estatuto da Fundação Arthur Bernardes. Viçosa, MG: Funarbe, 1994. 12 p. acompanhado de vírgula; prenome seguido da expressão “(Org.)”, quando o autor for Organizador ou “(Coord.)”, quandoo autor for Coordenador; ponto; e) título da obra, em destaque, seguido de ponto; se houver subtítulo, este deve estar sem destaque; f) abreviar o número da edição, a partir da segunda; g) local da publicação, acompanhado de dois-pontos; h) editora; i) ano da publicação (em algarismos arábicos); j) apresentar o número do capítulo em que se encontra (cap.), bem como as páginas inicial e inal do capítulo (p.); k) se o livro for publicado por meio eletrônico, deve-se seguir a mesma ordem dos elementos, acrescentando-se informações sobre endereço eletrônico entre sinais (precedido da expressão Disponível em:), acrescida a data de acesso (utilizando a expressão Acesso em:). METODOLOGIA CIENTíFICA50 M E TO D O L O G IA C IE N T íF IC A Capítulo de livro em que o autor não é o organizador da obra Capítulo de livro em que o autor é o organizador da obra Capítulo de livro disponível na internet NARDI, herique Caetano. Ética e trabalho: do código moral à relexão ética no contexto das transformações contemporâneas. In: BITENCOURT, Claudia (Org.). Gestão contemporânea de pessoas. 2 ed. Porto Alegre: Bookman, 2010. cap. 6, p. 395-408. BITENCOURT, Claudia (Org.). Aprendizagem organizacional: uma estratégia para mudança. In: ______. Gestão contemporânea de pessoas. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2010. cap. 1, p. 17-30. MAKIUChI, Maria de Fátima Rodrigues. Alteridade. In: FERRARO JÚNIOR, Luiz Antônio (Org.). Encontros e Caminhos: Formação de educadoras(es) ambientais e coletivos educadores. Brasília, DF: MMA, Diretoria de Educação Ambiental, 2005. 358 p. Disponível em: . Acesso em: 14 fev. 2008. Artigo de revista CONFORME FURASTÉ (2003, p. 97), o artigo publicado em revista deve conter os seguintes elementos: a) sobrenome do(s) autor(es), em letras maiúsculas, seguido por prenome em letras minúsculas, separado por vírgula. Quando houver mais de uma autoria, a separação entre um autor e outro é feita por ponto e vírgula. Quanto não houver autoria, começar pelo título do artigo, com a primeira palavra em letras maiúsculas. O autor poderá ser uma entidade; b) título do artigo sem destaque; c) título da revista em destaque; d) local de publicação; e) editor (se houver); f) ano ou volume (conforme se apresenta na revista) e número do fascículo; g) páginas iniciais e inais, antecedidas da abreviatura de página (p.); h) data da publicação, mês abreviado e ano; i) acrescentar as informações complementares, quando houver necessidade (edição especial, suplemento, etc.); j) se o artigo for publicado por meio eletrônico, deve-se seguir a mesma ordem dos elementos, acrescentando-se informações sobre endereço eletrônico entre sinais (precedido da expressão Disponível em:), acrescida a data de acesso (utilizando a expressão Acesso em:). Os artigos, como acontece com os livros e outros documentos, podem ter um ou mais autores; podem ainda ser publicados por entidades e, também, pode ocorrer de não apresentar autoria. Assim, ique atento no momento de fazer a referência de um artigo na questão de autoria, adequando a norma conforme a situação; as demais informações são iguais. FORMAS DE ELABORAR CITAçõES E REFERêNCIAS 51 FO R M A S D E E L A B O R A R C IT A ç õ E S E R E FE R ê N C IA S Artigo com um autor Artigo com dois autores MENEZES, Débora. Tecnologia ao alcance de todos. Revista Nova Escola, São Paulo: Ed. Abril, ano 20, n. 195, p. 31-37, set. 2006. EIDT, Paulino; FORMAGINI, Daiane. Colonização do Extremo-Oeste de Santa Catarina: fé, altruísmo e empreendedorismo. Visão Global, Joaçaba, v. 9, n. 1-2, p. 129-144, jan./dez. 2006. Nome da revista em destaque Artigo com três autores xAVIER, Paulo André Carvalho; FERREIRA FILhO, Anésio de Leles; OLIVEIRA, Marco Aurélio Gonçalves de. Avaliação técnica e econômica de reatores eletrônicos. Revista Eletricidade Moderna, São Paulo: Técnica e Cultural, v. 34, n. 388, p. 48-64, jul. 2006. METODOLOGIA CIENTíFICA52 M E TO D O L O G IA C IE N T íF IC A Obs.: autores do artigo: Luísa Giselle Boaventura Barros, João Pedro Pedrosa Cruz, Adriano Maia dos Santos, Ana áurea Alécio de Oliveira Rodrigues e Kamilla Freitas Bastos. Artigo sem autor Revista considerada no todo Número especial de revista Suplemento de revista Artigo disponível na internet LUNKES, Rogério João et al. Controladoria: um estudo bibliométrico no Congresso Brasileiro de Contabilidade de 2000, 2004 e 2008. Revista Brasileira de Contabilidade, Brasília, DF, ano 38, n. 175, p. 23-37, jan./ fev. 2009. CRESCE a participação feminina na área de contabilidade. Rio de Janeiro, CGM Publicações, ano 11, n. 53, set./out. 2003. Disponível em: . Acesso em: 10 mar. 2009. RACE. Joaçaba: Ed. Unoesc, v. 8, n. 1, jan./jun. 2009. AS MELhORES empresas para você trabalhar. Exame, Rio de Janeiro: Ed. Abril, 2003. Edição especial. MãO-DE-OBRA e previdência. Pesquisa Nacional por amostra de Domicílios, Rio de Janeiro: Ed. do IBGE, v. 7, 1989. Suplemento. ROESSING NETO, Ernesto. Perspectivas de um acordo de céus abertos na América do Sul. Revista Jurídica, Brasília, DF: Centro de Estudos da Subcheia para Assuntos Jurídicos da Casa Civil da Presidência da República, v. 9, n. 86, p. 114-133, ago./set. 2007. Disponível em: . Acesso em: 30 out. 2007. Artigo com mais de três autores Referencia-se o primeiro autor que aparece no documento pesquisado, acrescentando-se a expressão et al. (que signiica e outros). Artigo de jornal OS ELEMENTOS APRESENTADOS na referência de um artigo de jornal são: a) sobrenome do(s) autor(es), em letras maiúsculas, seguido por prenome em letras minúsculas, separado por vírgula. Quando houver mais de uma autoria, a separação entre um autor e outro é feita por ponto e vírgula. Quanto não houver autoria, começar pelo título do artigo, com a primeira palavra em letras maiúsculas. O autor poderá ser uma entidade; b) título do artigo; c) nome do jornal em destaque; d) local e página (p.); e) data (dia, mês e ano); f) relacionar, em caso de suplemento ou caderno especial, o título, número do volume e do fascículo antes do número da página; g) se o jornal for publicado por meio eletrônico, deve-se seguir a mesma ordem dos elementos, acrescentando-se informações sobre endereço eletrônico entre sinais (precedido da expressão Disponível em:), acrescida a data de acesso (utilizando a expressão Acesso em:). Quando o nome do jornal coincidir com o nome da cidade onde é publicado, não é preciso repetir o local de publicação. FORMAS DE ELABORAR CITAçõES E REFERêNCIAS 53 FO R M A S D E E L A B O R A R C IT A ç õ E S E R E FE R ê N C IA S Com autor Sem autor Disponível na internet LIZ, Izabela. O lar em decomposição. A Notícia, Joinville, 12 fev. 2008. Variedades, p. B1. AS SEQUELAS da crise. Diário Catarinense, Florianópolis, 30 jul. 2009. Editoriais, p. 10. DINIZ, Weiller. Agentes da Abin usaram cartões para sacar R$ 26,5 milhões. JB On-line, Rio de Janeiro, 13 fev. 2008. Disponível em: . Acesso em: 14 fev. 2009. Com indicação de Suplemento Trabalhos acadêmicos (TCC, Monografia, Dissertação e Tese) NESSE CASO, a ordem dos elementos deve ser a seguinte: a) sobrenome do(s) autor(es), em letras maiúsculas, seguido por prenome em letras minúsculas, separado por vírgula; b) título do trabalho em destaque; se houver subtítulo, este deve ser referenciado sem destaque; c) ano da entrega; d) número de folhas (f.); e) categoria (grau e área de concentração). Se for um trabalho feito em disciplina, esta deve ser destacada entre parênteses;f) instituição; g) local e ano da defesa; h) se o trabalho for publicado por meio eletrônico, deve-se seguir a mesma ordem dos elementos, acrescentando-se informações sobre endereço eletrônico entre sinais (precedido da expressão Disponível em:), acrescida a data de acesso (utilizando a expressão Acesso em:). METODOLOGIA CIENTíFICA54 M E TO D O L O G IA C IE N T íF IC A Vale lembrar que, para a indicação do mês de publicação de artigos em revistas, jornais ou meio eletrônico, com exceção de maio, os meses são abreviados: jan., fev., mar., abr., maio, jun., jul., ago., set., out., nov., dez. Tese Dissertação TREVISOL, Joviles Vitório. Tecendo a sociedade civil global e ampliando a esfera pública: a articulação dos atores civis ante o Projeto hidrovia Paraguai-Paraná. 2000. 342 f. Tese (Doutorado em Sociologia)–Faculdade de Filosoia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2000. FERNANDES, Liliane Simara. Associação entre indicadores de assistência odontológica e indicadores de desenvolvimento social e econômico nos 293 municípios de Santa Catarina, Brasil. 2004. 71 f. Dissertação (Mestrado em Saúde Coletiva)–Universidade do Oeste de Santa Catarina, Joaçaba, 2004. Trabalhos publicados em anais DE ACORDO COM Cruz, Ribeiro e Furbetta (2003, p. 106-112), as publicações de eventos podem ser referenciadas com autoria, ou pelo nome do evento em sua totalidade. Quando forem trabalhos com autoria, devemos seguir: a) sobrenome do(s) autor(es), em letras maiúsculas, seguido por prenome em letras minúsculas, separado por vírgula. Quando houver mais de uma autoria, a separação entre um autor e outro é feita por ponto e vírgula. Quanto não houver autoria, começar pelo título do artigo, com a primeira palavra em letras maiúsculas; FORMAS DE ELABORAR CITAçõES E REFERêNCIAS 55 FO R M A S D E E L A B O R A R C IT A ç õ E S E R E FE R ê N C IA S Monograia Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) Trabalho acadêmico realizado em disciplina Disponível na internet ZANCO, Ivanete Rissi. A educação física nas associações de pais e amigos dos excepcionais. 2005. 42 f. Monograia (Especialização em Iniciação Desportiva - Formação para o Magistério) –Universidade do Oeste de Santa Catarina, xanxerê, 2005. MORO, Gerson. Avaliação de peril microbiológico em fábrica de ração e desenvolvimento de procedimento para amostragem. 2003. 56 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Curso Superior de Tecnologia de Alimentos)–Universidade do Oeste de Santa Catarina, Videira, 2003. LOPES, Ângela. Empregabilidade. 2005. 24 f. Trabalho de Pós-graduação (Disciplina Gestão de Pessoas)–Curso de Especialização em Administração de Recursos humanos, área das Ciências Sociais Aplicadas, Universidade do Oeste de Santa Catarina, Joaçaba, 2005. FRANCISCO, Esdras Jamil Cremer. Estudo do sistema de iluminação do Instituto Central de Ciências (ICC). 2006. 126 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Elétrica)–Faculdade de Tecnologia, Universidade de Brasília, Brasília, DF, 2006. Disponível em: . Acesso em: 30 out. 2007. b) título do trabalho; c) In: nome do evento em caixa- alta; d) número do evento em arábico; e) ano, cidade onde se realizou o evento; f) título do documento, conforme sua natureza – Anais..., Resumos..., Atas..., etc.; g) local da publicação: editora (quando houver), data de publicação; h) volume (quando houver); i) página inicial e inal do trabalho; j) quando os anais forem publicados em meio eletrônico, deve-se seguir a mesma ordem dos elementos, acrescentando- se informações sobre endereço eletrônico entre sinais (precedido da expressão Disponível em:), acrescida a data de acesso (utilizando a expressão Acesso em:). Quando forem eventos, em sua totalidade (congressos, seminários, simpósios e outros), devem constar os seguintes elementos: a) nome(s) do(s) evento(s) em letras maiúsculas (pode ocorrer mais de um evento ao menos tempo); b) número e ano; c) cidade onde se realizou o evento; d) título – subtítulo (quando houver); e) Anais... (em destaque); f) local de publicação: editora (quando houver); g) data de publicação; h) número de volumes (quando houver). METODOLOGIA CIENTíFICA56 M E TO D O L O G IA C IE N T íF IC A Cópia física Disponível na internet MORAES, Adriana Mellegari Urbano de; WEBER, Alice; hAChMANN, Marco. Critérios de rateio dos custos indiretos. In: ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISA EM ORGANIZAçõES, 1., 2005, Joaçaba. Anais... Joaçaba: Ed. Unoesc, 2005. p. 21. COLUSSO, Larissa et al. A vídeoaula como recurso didático na elaboração de trabalhos cientíicos. In: CONGRESSO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO DA REGIãO SUL, 8., 2007, Passo Fundo. Anais eletrônicos... São Paulo: Intercon Sul, 2007. p. 1-15. Disponível em: . Acesso em: 15 fev. 2008. Documento jurídico SEGUNDO FURASTÉ (2003, p. 95), os documentos jurídicos incluem legislação, jurisprudência (decisões judiciais) e doutrina (interpretação dos textos legais). A referência desses documentos deve conter como elementos principais: a) local de abrangência (país, estado e cidade), em letras maiúsculas; b) título e subtítulo (quando houver); c) órgão que publicou; d) local de publicação; e) data de publicação; f) se for publicado por meio eletrônico, segue-se a mesma ordem dos elementos, acrescentando-se informações sobre o endereço eletrônico entre sinais (precedido da expressão Disponível em:), acrescida a data de acesso (utilizando a expressão Acesso em:). FORMAS DE ELABORAR CITAçõES E REFERêNCIAS 57 FO R M A S D E E L A B O R A R C IT A ç õ E S E R E FE R ê N C IA S Evento em sua totalidade Dois eventos ao mesmo tempo FóRUM DE ExTENSãO, CULTURA E AçãO SOCIAL DA UNOESC, 1., 2007, xanxerê. Anais... Joaçaba: Ed. Unoesc, 2007. SEMINáRIO DE INICIAçãO CIENTíFICA, 6., 2007, São Miguel d’Oeste; SEMINáRIO DE PESQUISA, 5., 2007, São Miguel d’Oeste. Anais... Joaçaba: Ed. Unoesc, 2007. BRASIL. Código civil. 46. ed. rev. e atual. São Paulo: Saraiva, 1995. BRASIL. Constituição (1998). Emenda constitucional nº 45, de 30 de dezembro de 2004. Diário Oicial da União, Brasília, DF, 31 dez. 2004. Disponível em: . Acesso em: 4 dez. 2006. BRASIL. Portaria nº 267, de 6 de março de 2001. Aprova as normas e diretrizes de inclusão da saúde bucal na estratégia do Programa de Saúde da Família (PSF). Diário Oicial da União, Brasília, DF, 7 mar. 2001. Disponível em: . Acesso em: 21 ago. 2006. Documentos em meio eletrônico OS ARQUIVOS VIRTUAIS seguem as mesmas regras de outra publicação, dependendo do tipo de documento (livro, revista, artigos, jornal e outros). A referência, nesse caso, deve conter as seguintes informações básicas, quando disponíveis: a) dados da referência, seguindo normas conforme o tipo de documento (artigo de periódico ou jornal, documento jurídico, trabalho acadêmico ou outros tipos de publicações); b) endereço eletrônico (URL) completo entre os sinais (precedido da expressão Disponível em:); c) data de acesso, dia mês e ano (precedida da expressão Acesso em:). METODOLOGIA CIENTíFICA58 M E TO D O L O G IA C IE N T íF IC A Publicação com autoria Publicação sem autoria Publicação com autor-entidade sem identiicação do tipo de documento Publicação de artigo em periódico com autoria BORGES, Juliana. Reincidência tributária: teoria e prática. São Paulo: Quartier Latin, 2005. Disponível em: . Acesso em: 28 fev. 2009. QUALIDADE de vida: 56% dos alunos têm cárie oculta. Jornal Piracicaba, Piracicaba, 13 mar.2006. Disponível em: . Acesso em: 10 nov. 2009. ASSOCIAçãO DENTAL AMERICANA. Vitamina C da dieta pode proteger contra câncer bucal. 2007. Disponível em: . Acesso em: 27 out. 2009. SILVA FILhO, Antônio Mendes da. Arquitetura de Software – sobre a importância do reuso. Revista Espaço Acadêmico, Maringá: Ed. da UEM, ano 6, n. 68, p. 15-20, jan. 2007. Disponível em: . Acesso em: 17 maio 2009. E-mail AS MENSAGENS OBTIDAS via internet também podem ser referenciadas, porém recomendamos evitá-las, pois constituem caráter informal, impessoal e efêmero, como fonte cientíica ou técnica de pesquisa. Dados para a referência: autor, título da mensagem (quando houver), ou título atribuído [tipo de mensagem]. Mensagem recebida por em data (dia, mês, ano). FORMAS DE ELABORAR CITAçõES E REFERêNCIAS 59 FO R M A S D E E L A B O R A R C IT A ç õ E S E R E FE R ê N C IA S Periódico como um todo Monograia em meio eletrônico Artigo publicado em anais eletrônicos REVISTA ESPAçO ACADêMICO. Maringá, ano 6, n. 68, jan. 2007. Disponível em:. Acesso em: 17 maio 2009. SILVEIRA, Marcos Antônio. Tratamento de esgoto doméstico para preservação do meio ambiente. 2005. 102 f. Monograia (Especialização em Engenharia Civil)–Curso de Pós-graduação em Engenharia Civil, Universidade Federal de Pernambuco, Pernambuco, 2005. Disponível em: . Acesso em: 24 jul. 2009. SANTOS NETO, Martinho Guedes dos. Igreja, Estado e Educação no pós- 30: confronto ideológico, ruptura ou conivência política? In: SIMPÓSIO INTERNACIONAL EM CIêNCIAS DA RELIGIãO, 1., 2007, João Pessoa. Anais eletrônicos... João Pessoa: Ed. da UFPB, 2007. Disponível em: . Acesso em: 16 fev. 2009. LOPES, Daniela. Dando notícias [mensagem pessoal]. Mensagem recebida por em 25 ago. 2005. PASSOS, Maria Joana. Citações diretas [mensagem de trabalho]. Mensagem recebida por em 21 out. 2005. SEÇÃO 4 OUTRAS NORMAS PARA INDICAÇÃO DE AUTORIA NAS REFERÊNCIAS Ao fazer a indicação de autores na lista de referências, independentemente do tipo de documentação consultada para a pesquisa (livro, periódico, material da internet, entre outros), devemos observar as normas quanto ao número de autores da publicação, à indicação de parentesco, quanto ao nome composto do autor e, ainda, como indicar o sobrenome de autor que apresenta partículas (de, da, no nome). Demais informações seguem as mesmas normas, conforme o tipo do documento. METODOLOGIA CIENTíFICA60 M E TO D O L O G IA C IE N T íF IC A Existem, ainda, outras formas de referências menos utilizadas, como lápides, bula de remédio, fax, cartas comerciais, cartões postais, transparências, documentos de arquivos, desenho técnico, CD-ROM, fotos, gravuras, mapas, guias, atas, ilmes e vídeos, ita cassete, material cartográico (atlas e globos), slides e outros. A forma de elaboração dessas referências pode ser encontrada na NBR 6023 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TéCNICAS, 2002), ou ainda, no livro Diretrizes para elaboração de trabalhos cientíicos, publicado em 2007 pela Ed. Unoesc. Furasté (2003, p. 79) observa que as indicações de parentesco – Filho, Júnior, Neto, Sobrinho – fazem parte do nome e devem ser mencionadas por extenso, acompanhando o sobrenome do autor. Entretanto, não devemos incluir indicações de títulos, cargos, graduações, mesmo que apareçam na obra referenciada: Dr., Prof., MM., Pe., Ph.D. e outros. CERVEIRA FILhO, Mário; DINIZ, Maria helena. Ações renovatórias e revisionais em shopping centers. São Paulo: Saraiva, 2003. 130 p. FLEURY, Maria Tereza Leme; OLIVEIRA JÚNIOR, Moacir de Miranda. Gestão estratégica do conhecimento: integrando aprendizagem, conhecimento e competências. São Paulo: Atlas, 2001. 349 p. SILVEIRA NETO, Antônio; CAVALCANTI, Érica Cristina Paiva. O mercado de consumo e a prestação de serviços advocatícios. Revista do Direito do Consumidor, São Paulo: Ed. Revista dos Tribunais, ano 15, n. 59, p. 9-25, jul./set. 2006. Indicação de parentesco FORMAS DE ELABORAR CITAçõES E REFERêNCIAS 61 FO R M A S D E E L A B O R A R C IT A ç õ E S E R E FE R ê N C IA S Se o sobrenome pelo qual o autor é mais conhecido for um termo composto, devemos citá-lo por inteiro. Se o sobrenome do autor for precedido de partículas, como de, da, e, estas permanecem com o prenome. Quando a partícula faz parte do sobrenome do autor, ela deve anteceder a este. Na dúvida, observe como o autor assume seu sobrenome na icha catalográica. CóRIA-SABINI, Maria Aparecida; OLIVEIRA, Valdir Kessamiguiemon de. Construindo valores humanos na escola. 2. ed. Campinas: Papirus, 2005. 96 p. DE MARCO, Benhur. Os oestinos: quem são e como vivem os habitantes do Oeste catarinense. Joaçaba: Ed. Unoesc, 2004. 108 p. OLIVEIRA, João Manoel de; OLIVEIRA, Célio Alves de. Função social do contrato nos empreendimentos relativos ao sistema hidrelétrico – UhE Campos Novos. 2006. 67 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização em Direito Público e Novos Direitos)–Universidade do Oeste de Santa Catarina, Joaçaba, 2006. Nome composto de autor Com partícula precedendo o sobrenome do autor Você chegou ao inal da unidade que trata de elaboração de citações e referências. Esse conteúdo é muito importante no decorrer de sua vida acadêmica. Assim, para aprofundar seus conhecimentos sobre o assunto, consulte o livro LÜCKMANN, Luiz Carlos; ROVER, Ardinete; VARGAS, Marisa. Diretrizes para elaboração de trabalhos cientíicos: apresentação, elaboração de citações e referências de trabalhos cientíicos. 3. ed. rev. e atual. Joaçaba: Ed. Unoesc, 2009. 104 p. (Metodologia do trabalho cientíico). E, para gravar mais esse ponto importante, vale a pena parar e fazer uma autoavaliação, a im de veriicar como está seu aprendizado quanto à elaboração de referências. METODOLOGIA CIENTíFICA62 M E TO D O L O G IA C IE N T íF IC A Autoavaliação 4 Você leu sobre referências e suas diversas formas de elaboração. Então, vamos fazer uma autoavaliação? Analise e organize uma lista de referências a partir das informações que seguem: a) Título: O controle externo das contas dos tribunais de conta brasileiros Subtítulo: o dever de accountability Autores: Carlos Pedrosa Júnior e Pedro humberto Teixeira Barreto Site: http://www.tce.ba.gov.br/publicações/T5 Data de acesso: 24 de abril de 2004 b) Título da obra: O prazer da produção cientíica Subtítulo: descubra como é fácil e agradável elaborar trabalhos acadêmicos Autor: Israel Belo de Azevedo Local da publicação: São Paulo Ano: 2004 Edição: Décima primeira revista e atualizada Editora: hagnos c) Título: Viagens à memória brasileira Autor: artigo sem autor Revista eletrônica: Nossa História Local de publicação: Rio de Janeiro Editora: Vera Cruz Data: setembro de 2005 Ano: 2 Número: 23 FORMAS DE ELABORAR CITAçõES E REFERêNCIAS 63 FO R M A S D E E L A B O R A R C IT A ç õ E S E R E FE R ê N C IA S Site: http://www.nossahistoria.net Data de acesso: 23 de fevereiro de 2005 d) Título: Ponto Final para o Engenho Autor: Fábio Bianchini Local da publicação: Florianópolis Artigo extraído do Jornal Diário Catarinense, de 12 de janeiro de 2006, publicado no caderno de Variedades, na página 2. e) Título: Análise de modelos de regressão linear com aplicações Autores: Reinaldo Charnet, Clarice Azevedo De Luna Freire, Eugênia M. Reginato Charnet e heloísa Bonvino Local de publicação: Campinas Ano da publicação: 1999 Editora: Unicamp Quantidade de páginas: 355 f) Título: Infecções emergentes,reemergentes e negligenciadas Autor: Celso Ferreira Ramos Filho Local de publicação: Rio de Janeiro Data: maio e junho de 2005 Revista: Revista Sociedade Moderna em Revista Páginas 21 a 23. METODOLOGIA CIENTíFICA64 M E TO D O L O G IA C IE N T íF IC A Ano: 4 Número da revista: 16 g) Título do artigo: A inluência do peril empreendedor no desempenho do negócio em uma rede de franquia de confecção infantil Revista eletrônica: Revista de Negócios Autores: Caio Júlio de Souza Fontenelle e Marianne hoeltgebaum Local de publicação: Blumenau Data da publicação: outubro a dezembro de 2006 Volume: 11 Número: 4 Editora: Furb Páginas: 131 a 149 Site: http://campeche.inf.furb.br/siic/rn/ Data de acesso: 26 de fevereiro de 2007 Na próxima unidade, vamos aprender a prática da documentação. O ichamento é um instrumento utilizado para a elaboração de trabalhos durante a sua vida acadêmica. Além disso, vamos conhecer os diferentes tipos de trabalhos que são desenvolvidos na universidade. FORMAS DE ELABORAR CITAçõES E REFERêNCIAS 65 FO R M A S D E E L A B O R A R C IT A ç õ E S E R E FE R ê N C IA S OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM ROTEIRO DE ESTUDO 66 UNIDADE 4 DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DE TRABALHOS Ao inal desta unidade, você deverá ser capaz de: CONhECER os diversos tipos de ichamento que podem ser adotados para a organização de informações; DIFERENCIAR os tipos de trabalhos solicitados pelos professores. A im de atingir os objetivos propostos nesta unidade, o conteúdo está dividido em seções: SEÇÃO 1 Prática da documentação SEÇÃO 2 Diretrizes para elaboração de trabalhos PARA INíCIO DE ESTUDO Nesta unidade, você vai aprender como documentar textos por meio do ichamento. Esse procedimento facilita a elaboração de um trabalho cientíico. Você também irá conhecer os diferentes tipos de trabalhos: resumo, resenha, paper, artigo, projeto de pesquisa, informe cientíico e relatório. SEÇÃO 1 PRÁTICA DA DOCUMENTAÇÃO Como proceder ao registro das leituras? Para que você obtenha resultados eicazes em seus estudos, além de muita leitura, é necessário compreensão e assimilação dos conteúdos. Um recurso que poderá auxiliá-lo nesse sentido é adotar a prática da documentação. Documentação é a organização e o registro das informações mais importantes, com base nas leituras feitas; é uma prática que deverá ser desenvolvida, visando facilitar seus estudos. Outro aspecto essencial para o registro das leituras realizadas é que todo o conteúdo que for copiado ou baseado em algum texto ou informação de outro autor deverá referenciar obrigatoriamente a fonte, respeitando, dessa forma, os direitos autorais; caso contrário, caracteriza-se o plágio. Existem duas formas de documentação: a) documentação geral – é a conservação do material em pastas ou caixas. Geralmente, os materiais conservados são textos, apostilas, recortes de jornais e outros, organizados, de preferência, por temas, o que torna a busca pela informação mais demorada; b) documentação bibliográica – o material lido deve ser armazenado; as formas de organização e armazenamento podem variar: organização por meio de citações, resumos, comentários, entre outros, e por meio do ichamento que, além de documentar o texto, registra, também, as informações da obra consultada. Como fazer o registro das informações por meio do ichamento? O ichamento constitui um procedimento utilizado na organização de dados da pesquisa de documentos; sua inalidade é arquivar as principais informações DIRETRIZES PARA ELABORAçãO DE TRABALhOS 67 D IR E T R IZ E S P A R A E L A B O R A ç ã O D E T R A B A L h O S Você deve ter respeito pelo trabalho de outros autores e a consciência e o compromisso de citar a fonte de pesquisa. das leituras feitas e auxiliar na identiicação da obra consultada. As ichas compreendem um dos mais valiosos recursos de estudo; são utilizadas pelos pesquisadores para a realização de uma pesquisa. Você poderá armazenar seu ichamento no computador, facilitando o acesso às informações na elaboração dos trabalhos acadêmicos. Se você criar esse hábito desde a primeira fase do curso, certamente facilitará o desenvolvimento e, também, a melhoria da qualidade em futuros trabalhos. A estrutura mínima sugerida para um ichamento é: c) cabeçalho: pode ser dividido em apenas dois campos – o primeiro deve ser o título geral e o segundo, o título especíico. Menciona-se, com este, o número da página; d) referência: contempla a autoria, o título da obra, local de publicação, editora e ano de publicação; e) corpo ou texto da icha: desenvolve o conteúdo por meio de resumo ou citação. A seguir, apresentamos um exemplo de icha. Vamos conhecer duas formas para elaborar um ichamento: icha de transcrição e icha de resumo. Informe o título geral de estudo. Informe o assunto especíico de que trata o documento pesquisado. Número da página/total de páginas Informe a referência da obra consultada, conforme Unidade 3, seções 3 e 4 do livro didático da disciplina. Informe o local onde o documento se encontra. Selecione as partes importantes do texto e elabore as citações, conforme orientações na Unidade 3, seções 1 e 2 do livro didático da disciplina. Ficha de transcrição CONSTRUíMOS A icha de transcrição com a utilização de textos de obras, capítulos ou artigos. No corpo da icha, transcrevemos literalmente os textos que julgamos signiicativos para o nosso trabalho. As transcrições podem ser: a) citações diretas, com texto na íntegra; b) citações com omissão de palavras. Você deve observar todas as normas para elaboração de citações, de acordo com a ABNT. As citações de até três linhas devem icar em texto corrido e entre aspas duplas. As citações que ultrapassarem três linhas devem ser destacadas em bloco, 4 cm após a margem esquerda, letra menor que a utilizada no texto, espaçamento entrelinhas simples, sem aspas. METODOLOGIA CIENTíFICA68 M E TO D O L O G IA C IE N T íF IC A Citação é a indicação de um texto escrito por outro autor. Consulte as normas para a elaboração de citações na Unidade 3 deste material. Ficha de resumo A FICHA DE RESUMO é uma síntese das principais ideias contidas na obra. Nesse tipo de icha, você deve elaborar uma síntese com suas próprias palavras. Segundo Medeiros (2004), é um dos recursos mais comuns na realização de pesquisas bibliográicas. DIRETRIZES PARA ELABORAçãO DE TRABALhOS 69 D IR E T R IZ E S P A R A E L A B O R A ç ã O D E T R A B A L h O S Veja a seguir um exemplo de ichamento de transcrição. Introdução ao Marketing Mix de Marketing 1 TULESKI, Yumi Mori. Mix de Marketing: 4 P’s (Produto, Preço, Promoção e Praça). Revista CEDET Outsourcing, São Paulo, n. 4, p. 1-9, maio 2009. Acervo Particular de Luciano Paganini O mix de marketing, também conhecido como composto de marketing ou 4 P’s, é o conjunto de ferramentas que a empresa utiliza para perseguir seus objetivos de marketing no mercado-alvo. Essas ferramentas são classiicadas em quatro grupos amplos, os 4 P’s de marketing: preço, produto, praça (ou canal) e promoção (ou comunicação). Esses termos vem do inglês product, price, place and promotion. (TULESKI, 2009, p. 1). Para melhor deinição, Churchill e Peter (2000 apud TULESKI, 2009, p. 1) airmam que “[...] um composto de marketing é a combinação de ferramentas estratégicas usadas para criar valor para os clientes e alcançar os objetivos da organização.” Sobre preço, Tuleski (2009, p. 3) deine como “[...] volume de dinheiro cobrado por um produto e/ou serviço. Preço é a quantidade de dinheiro, bens ou serviços que deve ser dada para se adquirir a propriedade ou uso de um produto.” Título geral Título especíico Número da icha Referência Localização da obra Citação direta longa, com indicação de autoria entre parênteses.Citação de citação curta com omissão de palavras. Citação direta curta com omissão de palavras, indicação de autoria entre parênteses. METODOLOGIA CIENTíFICA70 M E TO D O L O G IA C IE N T íF IC A METODOLOGIA CIENTíFICA Observe um modelo de ichamento de resumo. O Método Cientíico Maior eiciência nos estudos 1 GALLIANO, Alfredo Guilherme. O método cientíico: teoria e prática. São Paulo: harbra, 1986. 200 p. Biblioteca Unoesc A obra de Galliano considera que, antes de iniciar o estudo de Metodologia Cientíica, é importante saber que não é um “bicho de sete cabeças”, mas que necessita de atenção e persistência. É necessário entender o método a partir das próprias experiências vivenciadas no dia a dia, que existem métodos e técnicas e uma diferença fundamental entre ambos; o método é um conjunto de etapas a serem vivenciadas, e a técnica é um modo de fazer mais hábil, uma vez que um método permite a utilização de diferentes técnicas. O autor também faz referência ao processo de acumulação e transmissão de conhecimento como a mola propulsora da ciência e do progresso da humanidade, e que o acúmulo de conhecimentos conduz ao aperfeiçoamento da mentalidade; é o desenvolvimento racional que desperta para a ciência propriamente dita. Título geral Título especíico Número da icha Referência Localização da obra Corpo ou texto da icha Com a difusão dos microcomputadores e dos processadores de texto, Medeiros (2004, p. 130) observa que hoje se tornou muito fácil armazenar informações em arquivos eletrônicos, com a vantagem de que não há limite de linhas, como o ichamento de papel. Outra grande vantagem é a possibilidade de copiar textos, transferir informações de um local para outro, facilmente. Dessa forma, você também pode intercalar o ichamento de transcrição e de resumo, construindo parágrafos, resumindo as ideias do autor com suas próprias palavras e incluindo parágrafos com citações curtas e longas. Você determina o tipo de icha que vai utilizar! Quando izer o ichamento, lembre- se de utilizar as técnicas de leitura, aproveitando ao máximo o que está lendo, a im de compreender e separar as partes que interessam àquela temática. Você percebeu como o trabalho de pesquisa poderá ser facilitado, a partir da compilação dos dados, por meio do ichamento? Você poderá encontrar mais informações sobre o ichamento no livro de Medeiros (2004, p. 114-130). Também, se você deseja conhecer outros exemplos de ichamento, leia Lakatos e Marconi (2003, p. 48-70). SEÇÃO 2 DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DE TRABALHOS Muitas vezes, o estudante ou pesquisador, ao ser abordado para fazer um trabalho, tem diiculdades de diferenciar as características quanto à estrutura, ao conteúdo ou à forma de apresentação inerentes a cada tipo de trabalho. Segundo Lakatos e Marconi (2003, p. 234), os trabalhos cientíicos devem ser elaborados de acordo com as normas preestabelecidas e com os ins a que se destinam; devem ser inéditos, e não apenas contribuir para a ampliação de conhecimentos ou à compreensão de certos problemas, mas também servir de modelo ou oferecer subsídios a outros trabalhos. Por que escrever um trabalho cientíico? A principal razão é a necessidade de expressar os resultados de pesquisas, de relexões e de estudos realizados, em determinado período, por solicitação dos professores ou espontaneamente; por isso, devemos pensar em comunicar de forma clara, precisa e objetiva. Contudo, segundo Oliveira (2003, p. 97-111), também é necessário identiicar características especíicas de cada tipo de trabalho cientíico. Resumo O RESUMO, independentemente de sua classiicação, de acordo com Bernardes e Jovanovic (2005, p. 65), deve passar uma ideia completa do conteúdo do trabalho; por isso, deve informar a natureza do trabalho, o objeto tratado, os objetivos, a fundamentação que subsidiou o estudo, os procedimentos metodológicos utilizados para a realização da pesquisa e as conclusões. DIRETRIZES PARA ELABORAçãO DE TRABALhOS 71 D IR E T R IZ E S P A R A E L A B O R A ç ã O D E T R A B A L h O S Você já sabe escrever textos cientíicos? Não ique apreensivo, esse é um processo contínuo que você precisa exercitar! Na próxima seção, vamos diferenciar os tipos de trabalhos que, em geral, são solicitados pelos professores na universidade. Vamos conhecer, nesta seção, as características e os pré-requisitos de alguns tipos de trabalhos cientíicos: resumo, resenha, paper, artigo, projeto de pesquisa, informe cientíico e relatório. METODOLOGIA CIENTíFICA72 M E TO D O L O G IA C IE N T íF IC A Você sabe o que deve conter o resumo? Salomon (2001, p. 114-115), Medeiros (2004, p. 142-144) e Andrade (2001, p. 57) destacam itens importantes a ser observados na construção do resumo: introduzir o assunto em poucas linhas, escrever de maneira geral sobre o tema. A primeira frase deve ser signiicativa, explicando o tema; identiicar o objetivo principal do texto; veriicar os procedimentos metodológicos (quando houver) utilizados na elaboração da pesquisa; levantar os resultados e conclusões do autor; seguir a lógica expressa pelo autor, valendo-se, para isso, do sumário, e incluir as principais partes do texto consultado, respeitando a ordem de apresentação das ideias ou fatos. De posse desses elementos, elaborar um plano de redação do resumo; tomar por base o esquema ou plano de redação para fazer um rascunho, resumindo por capítulo ou partes; fazer uma releitura para veriicar se há possibilidade de resumir mais, ou acrescentar tópicos importantes e refazer a redação; fazer uso da terceira pessoa do singular e do verbo na voz ativa; evitar o uso de citações, iguras, tabelas, gráicos, fórmulas, equações e diagramas. De acordo com Andrade (2001, p. 56-57) e Bernardes e Jovanovic (2005, p. 65-67), há vários tipos de resumo, cada um com características especíicas, de acordo com suas inalidades. a) Resumo informativo: deve expor informações do documento de forma que se dispense a consulta ao original. apresenta as principais ideias contidas no texto, respeitando o posicionamento do autor, sem incluir opiniões ou comentários de quem o redige; é escrito de forma clara, com indicação de parágrafo em cada ideia principal. Resumir não é reproduzir frases do texto original, fazendo uma colagem de trechos do texto. No resumo, devemos exprimir, com nossas palavras, as ideias do texto, mantendo a intenção do autor. Para isso, é necessário compreender, antecipadamente, o conteúdo de todo o material. b) Resumo crítico: como a própria denominação estabelece, esse tipo de resumo, além de apresentar as características do resumo informativo, mantém as ideias fundamentais, mas permite a manifestação da opinião e comentários por parte do autor do resumo. De acordo com a NBR 6028 (ASSOCIAçãO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2003), é também chamado de resenha. c) Resumo de trabalhos cientíicos (descritivos): consiste na apresentação de forma condensada de um trabalho cientíico (livro, artigo, dissertação, tese, etc.). De acordo com Severino (2006, p. 173), é preciso observar os seguintes itens: o resumo deve ressaltar o objetivo, o método, os resultados e as conclusões do texto consultado; o texto é justiicado, em bloco único, sem parágrafos, espaçamento 1,5 entrelinhas; a extensão recomendada, segundo a NBR 6028 (ASSOCIAçãO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2003), é: d) Sinopse: nesse tipo de resumo, indica-se o tema ou assunto da obra e suas partes principais. É um resumo curto, elaborado apenas pelo autor da obra ou por seus editores. Resenha DE ACORDO COM Machado, Lousada e Abreu-Tradelli (2004, p. 69), a resenha é considerada uma síntese minuciosa ou comentário sobre uma obra. É uma espécie de resumo crítico; constitui um textoque permite comentários, o que exige profundo conhecimento do assunto do resenhista, bem como capacidade crítica para discutir as ideias nele contidas. DIRETRIZES PARA ELABORAçãO DE TRABALhOS 73 D IR E T R IZ E S P A R A E L A B O R A ç ã O D E T R A B A L h O S de 50 a 100 palavras para trabalhos com menor extensão de 100 a 250 palavras para artigos de periódicos de 150 a 500 palavras para relatórios de pesquisa, como Trabalhos de Conclusão de Curso, dissertações, teses e outros o resumo deve limitar-se a expor objetivamente o conteúdo do texto, sem conter opiniões ou observações avaliativas, nem desdobramentos explicativos; o resumo conclui-se com a indicação das palavras- chave. Para saber mais sobre resumos, consulte: MACHADO, Anna Rachel; LOUSADA, Eliane; ABREU-TARDELLI, Lília Santos (Coord.). Resumo. São Paulo: Parábola Editorial, 2004. 69 p. A estrutura da resenha descreve as propriedades da obra (descrição física da obra), relata credenciais do autor, resume a obra, apresenta as conclusões e a metodologia utilizada, expõe o quadro de referências em que o autor se baseou (narração), apresenta uma avaliação da obra e menciona a quem se destina (dissertação). Nascimento e Póvoas (2002, p. 32-33) enfatizam que o resenhista, além de incluir elementos informativos, acrescenta o seu julgamento; por isso, deve conhecer com profundidade o tema da obra analisada, bem como outras obras sobre o assunto. Segundo os autores, para elaborar uma resenha, devemos observar o seguinte roteiro: METODOLOGIA CIENTíFICA74 M E TO D O L O G IA C IE N T íF IC A 1 Referências, conforme NBR 6023 (ASSOCIAçãO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2002) 2 Informações gerais sobre o autor da obra 3 Síntese dos principais elementos da obra a) Sobre o que trata a obra? b) Possui alguma característica especial? c) Como foi abordado o assunto? 4 Conclusão do autor da obra 5 Apreciação crítica a) Mérito da obra – Qual a contribuição dada? – Ideias verdadeiras, originais, criativas? – Conhecimentos novos, amplos, abordagem diferente? b) Estilo – Conciso, objetivo, simples? Claro, preciso, coerente? c) Forma – há equilíbrio na disposição das partes? d) Indicação da obra – A quem é dirigida: grande público, especialistas, estudantes? Quadro 1: Estrutura de uma resenha Fonte: adaptado de Nascimento e Póvoas (2002, p. 33-34). A resenha pode ser descritiva, quando dispensa a apreciação de quem a elabora, ou crítica, quando exige apreciação de forma justiicada; a opinião pode ser concordante, convergente ou divergente, parcial ou totalmente. É o que coloca Machado, Lousada e Abreu-Tradelli (2004, p. 69): “[...] o resenhista, deve, além de apresentar o resumo da obra a ser resenhada, expor suas considerações sobre aspectos positivos, valores e contribuições oferecidas pelo autor, [...] indicar aspectos considerados negativos diante da análise critica realizada.” De modo geral, a resenha não deve ultrapassar quatro folhas, com espaçamento 1,5 entrelinhas. Paper O pApEr É uma contestação ou complementação de uma ideia ou obra mediante julgamento próprio, em que procuramos apresentar, de forma concisa, objetiva e organizada, as ideias principais contidas em um livro, artigo de periódico, de jornal, da internet, etc. É baseado em pesquisa bibliográica, mas, se apenas compilar informações sem efetuar avaliações ou interpretações sobre elas, o resultado será um relatório, e não um paper. Neste, o pesquisador desenvolve seu ponto de vista sobre determinado tema, toma uma posição e a expressa de forma original. De acordo com Beuren (2003, p. 35- 36), para a elaboração de um paper, devemos: limitar ao máximo o número de citações e transcrições do texto original; contemplar um título que apresente de forma ampla o assunto a ser tratado; fazer uma introdução que ofereça visualização sobre o que versa o paper; explanar as ideias do texto original por meio do desenvolvimento; concluir o paper em consonância com o que foi contemplado anteriormente; respeitar um número máximo de páginas, normalmente duas ou três, o que demonstra capacidade de síntese do autor. Conforme Prestes (2003, p. 35), apresenta-se o paper em texto corrido, sem subdivisões de seções, contendo introdução, desenvolvimento e conclusão. Deve- se, também, apresentar o resumo antes do texto e as referências ao inal. DIRETRIZES PARA ELABORAçãO DE TRABALhOS 75 D IR E T R IZ E S P A R A E L A B O R A ç ã O D E T R A B A L h O S Nascimento e Póvoas (2002, p. 34-35) apresentam o exemplo de uma resenha, bem como Machado, Lousada e Abreu-Tardelli (2004). Vale a pena consultar as obras! Como redigir um paper? Artigo SEGUNDO TREVISOL (2009, p. 19), o artigo cientíico “[...] é um ‘mensageiro’ da ciência; existe para comunicar o conhecimento, preferencialmente um dado novo ou um olhar distinto sobre determinado tema ou objeto de estudos.” Consiste no resultado de um problema cientíico ou desenvolvimento de uma pesquisa que pode ser publicado em revistas técnicas, jornais ou boletins. De acordo com a NBR 6023 (ASSOCIAçãO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2003), em sua estrutura, deve conter elementos pré-textuais (título, autoria, resumo e relação de palavras-chave na língua do texto), elementos textuais (introdução, desenvolvimento, conclusão) e elementos pós-textuais (título, resumo e palavras-chave em língua estrangeira, nota(s) explicativa(s), referências, glossário, apêndice e anexos). Quanto ao desenvolvimento, este pode ser organizado em seções e subseções. Projeto de pesquisa O PRIMEIRO PASSO a ser dado por aquele que se propõe a desenvolver uma pesquisa é a escolha do assunto, isso dá início ao planejamento. A escolha certa do assunto-tema é fundamental, segundo Martins (2007, p. 19), mas selecionar um tema não é tarefa tão fácil! O assunto de uma pesquisa deve tratar de um tema que necessite de melhores deinições, novos relacionamentos entre variáveis, maior precisão, enim, um tema que exija maior aprofundamento ou dilatação de suas fronteiras. A estrutura para elaboração do projeto de pesquisa deve a NBR 15287 (ASSOCIAçãO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2005), contendo as seguintes etapas: a) apresentação - compreende a capa e a folha de rosto. Nessa fase, a questão do título é importante, pois devemos deixar claro para quem o lê o que pretendemos estudar; devemos formular uma ideia clara do que o assunto vai tratar e motivar para a continuação da leitura (despertar o interesse). Pode comportar um subtítulo; nesse caso, o título será mais abrangente, icando a caracterização para o subtítulo; b) sumário – apresenta os títulos e subtítulos das seções abordadas no estudo, na mesma sequência e graia que aparece dentro do texto, seguidos da página de localização; c) resumo – síntese dos principais pontos abordados no projeto; d) justiicativa - responde o METODOLOGIA CIENTíFICA76 M E TO D O L O G IA C IE N T íF IC A Para saber mais, consulte: TREVISOL, Joviles Vitório. Diretrizes para elaboração de artigos cientíicos. Joaçaba: Ed. Unoesc, 2009. 79 p. (Metodologia do trabalho cientíico). porquê da pesquisa mediante três ideias básicas: atualidade do tema, importância e benefício que poderá trazer. Quando você desenvolver a justiicativa, algumas questões relexivas poderão auxiliá-lo: o tema é relevante? Por quê? Quais os pontos positivos que você percebe na abordagem proposta? Que vantagens e benefícios você pressupõe que sua pesquisa irá proporcionar? A redação da justiicativa deve carregar boa dose de criatividade e capacidade de convencimento; e) problema da pesquisa - trabalha com a descrição e delimitação da pesquisa. Conforme Strieder (2009, p. 37), “O problema uma vez deinido indica o tipo de pesquisa cientíica a ser realizada, também, determinaa escolha metodológica e as técnicas adequadas [...]”; f) objetivos - uma vez caracterizado o problema de pesquisa, cabe deixar claro nos objetivos o que realmente pretendemos com a pesquisa, os objetivos devem iniciar com verbos no ininitivo que sugiram uma ação especíica, para chegar à possível solução do problema; g) questões de pesquisa - abre o grande problema em questões especíicas que pretende pesquisar; estão diretamente ligadas aos objetivos especíicos; h) referencial teórico ou levantamento bibliográico - etapa fundamental da pesquisa, pois proporciona uma revisão sobre a literatura referente ao assunto. Nessa fase, você deverá responder às seguintes questões: quem já escreveu e o que já foi publicado sobre o assunto? Que aspectos já foram abordados? Quais as lacunas existentes na literatura? Obtemos, ainda, subsídios para elaborar um histórico da questão, bem como uma avaliação dos trabalhos publicados sobre o tema. É a consulta que fazemos em documentos, textos (livros, revistas, apostilas, internet, etc.). A fundamentação cientíica ou revisão de literatura em um projeto não necessita ser longa ou profunda, porém deve constar de citações dos principais autores da área de estudo, aplicando-se, para tanto, as normas ABNT; i) metodologia - descreve a forma como será executada a pesquisa, os passos que serão dados para atingir o objetivo proposto. A especiicação da metodologia do projeto é a que abrange maior número de itens, pois responde às questões: Como? Com quê? Onde fazer? Quanto? Quando? Os itens a seguir estão contidos na metodologia e devem estar interligados; j) cronograma - a elaboração do cronograma responde à pergunta quando? O projeto desde a elaboração passa por etapas, e estas devem ser previstas em cronograma, no qual indicamos as atividades e o tempo necessário à sua execução. Paralelo a este, você poderá fazer um plano de trabalho; k) orçamento - prevê as despesas para a realização da pesquisa; l) referências - lista as obras utilizadas na pesquisa bibliográica ou em revisão de literatura. DIRETRIZES PARA ELABORAçãO DE TRABALhOS 77 D IR E T R IZ E S P A R A E L A B O R A ç ã O D E T R A B A L h O S Para mais informações sobre o assunto, consulte: STRIEDER, Roque. Diretrizes para elaboração de projetos de pesquisa. Joaçaba: Ed. Unoesc, 2009. 64 p. (Metodologia do trabalho cientíico). Informe científico Relatórios É O MAIS breve dos trabalhos cientíicos; restringe-se ao relato de resultados, parcial ou total, de uma pesquisa, de forma sintetizada, com objetivo de esclarecer ou atualizar informações ao público interessado. Para Prestes (2003, p. 35), o informe cientíico é utilizado para dar conhecimento de resultados parciais de pesquisas em andamento, ou de resultados inais de uma etapa de investigação cientíica. É um texto sintético, estruturado em forma de artigo cientíico, no qual constam as primeiras descobertas realizadas, as diiculdades encontradas ou previstas, os procedimentos utilizados (campo, laboratório ou bibliográico), a data da realização dos estudos e os resultados. NO DECORRER DA vida acadêmica, o pesquisador apresenta relatórios, quer inanciados pela instituição, quer para cumprir disciplinas, que podem ser classiicados em relatórios cientíicos, empresariais, de inquérito administrativo ou policial, contábeis, de estágio, visitas, viagens, etc. Devemos levar em consideração a inalidade (Relatar o quê? Para quem?). Apresentamos, a seguir, um resumo dos elementos básicos para a estrutura de um relatório, conforme norma NBR 14724 (ASSOCIAçãO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2005). a) capa – nome da entidade, nome do autor, título do relatório, local e data; b) folha de rosto – nome do autor, título do relatório, informe em bloco do tipo de trabalho, orientador, local e data; c) resumo – condensação de pontos mais relevantes do trabalho; d) sumário – para indicar as principais subdivisões e a paginação; e) introdução – objetivo do relatório, suas circunstâncias e ideia central; f) desenvolvimento – composto por três partes: a descrição do contexto, do desenvolvimento dos fatos ou de experiências; a análise crítica baseada em argumentos precisos, objetivos; a enumeração dos resultados, apresentação das propostas, entre outros; g) conclusão – apresenta o resultado. Na conclusão, não devemos introduzir elementos novos, apenas retomar o que já foi explicitado na introdução METODOLOGIA CIENTíFICA78 M E TO D O L O G IA C IE N T íF IC A e no desenvolvimento, acrescentando as conclusões logicamente decorrentes dos fatos observados; h) referências – além das referências consultadas que devemos apresentar ao inal e de acordo com as normas da ABNT, podemos apresentar as demais referências utilizadas de forma indireta como base do texto. DIRETRIZES PARA ELABORAçãO DE TRABALhOS 79 D IR E T R IZ E S P A R A E L A B O R A ç ã O D E T R A B A L h O S Recomendações úteis ao elaborar um trabalho: Cite autores, reforçando seu ponto de vista e enriquecendo alguns argumentos consistentes. Ilustre o trabalho com dados estatísticos comentados, gráicos e iguras que melhorem a compreensão do texto. Use um encadeamento lógico e coerente do tema abordado e organize as referências relacionando todos os documentos consultados – livros, periódicos e outros documentos (MIRANDA NETO, 2005, p. 15-16). Autoavaliação 5 Assinale V se a alternativa for verdadeira e F se for falsa. ) ( A resenha é um resumo crítico, que permite comentários e juízo de valor, a partir da comparação de um texto com mais obras da mesma área. ) ( O resumo é utilizado para condensar um conteúdo, procurando reproduzir frases do texto original na sua construção. ) ( No paper, o pesquisador pode desenvolver seu ponto de vista sobre determinado tema, uma tomada de posição e a expressão dos pensamentos de forma original. OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM ROTEIRO DE ESTUDO 80 UNIDADE 5 ESTRUTURA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS Ao inal desta unidade, você deverá ser capaz de: CONhECER as formas de apresentação de trabalhos cientíicos; DIFERENCIAR as etapas pré-textual, textual e pós-textual na elaboração do trabalho cientíico. A im de atingir os objetivos propostos nesta unidade, o conteúdo está dividido em seções: SEÇÃO 1 Estrutura e apresentação de trabalhos cientíicos SEÇÃO 4 Elementos pós-textuais SEÇÃO 2 Elementos pré-textuais SEÇÃO 3 Elementos textuais PARA INíCIO DE ESTUDO Segundo Demo (2000, p. 161), o trabalho cientíico leva o aluno a aprender melhor e a tornar-se um proissional capaz de usar a pesquisa como processo permanente de aprender, de renovar sua competência. Nas primeiras unidades, você estudou sobre o método e a técnica, sobre a importância da leitura e a prática da documentação, sobre a elaboração de citações e referências; essas informações serão utilizadas para o desenvolvimento de trabalhos cientíicos. Nesta unidade, você conhecerá as etapas, os padrões de apresentação visual e os elementos que compõem um trabalho cientíico, normatizados pela ABNT, que visam à universalização dos padrões de editoração de textos impressos. É importante destacar que, para a elaboração de um trabalho cientíico, você deverá ter em mente a ordenação das etapas correspondentes à sequência da investigação, bem como apresentar clareza e qualidade na escrita, linguagem clara, objetiva e direta. SEÇÃO 1 ESTRUTURA E APRESENTAÇÃO DE TRABALHOS CIENTÍFICOS Como estruturar e apresentar um trabalho cientíico? Azevedo (2004, p. 118) compara a estruturação de um trabalho a uma construção, na qual o pedreiro faz com que cada tijolo apoie o que lhe é posto sequencialmente, a im de que cada um contribua para a harmonia do conjunto; desse modo, na estruturação do texto, devemos observar a lógica na ordenação das etapas; assim, estaspoderão contribuir para o entendimento do texto em sua totalidade. Como em toda obra, precisamos planejar a estrutura do nosso trabalho; por isso, sugerimos que, antes de iniciar a digitação do seu trabalho, abra um novo documento no editor de textos de sua preferência e observe as regras gerais de apresentação e os elementos que farão parte da estrutura do seu trabalho. É importante destacar que a ABNT estabelece regras de apresentação e faz recomendações de formatação, pois o projeto gráico é de responsabilidade do autor/orientador do trabalho. Neste material, seguimos as recomendações apresentadas na norma NBR 14724 (ASSOCIAçãO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2005). Formatação geral Folha: na coniguração da página, escolhemos papel no formato A4 (21 x 29,7 cm). Lembre-se de que, na hora da impressão, devemos utilizar papel na cor branca. Margens: 3 cm à esquerda, 2 cm à direita, 3 cm na parte superior e 2 cm na parte inferior. ESTRUTURA DE TRABALhOS CIENTíFICOS 81 E S T R U T U R A D E T R A B A L h O S C IE N T íF IC O S 3 cm 2 cm 3 cm 2 cm Fonte: a ABNT não determina o tipo de letra a ser utilizada, porém recomendamos as fontes Times New roman ou Arial, na cor preta. O tamanho da fonte é 12 para todo o texto, incluindo títulos de seções e subseções; as exceções são as citações diretas longas, notas de rodapé, paginação e legendas das ilustrações e tabelas, que devem ser digitadas em fonte menor. Parágrafos: sugerimos que se mantenham as medidas-padrão do editor de textos que você utiliza, em geral de 1,25 cm. Espaçamento entrelinhas: todo o texto deve apresentar espaçamento entrelinhas de 1,5, com exceção das citações diretas longas, notas de rodapé, referências, legendas das ilustrações e das tabelas, icha catalográica e a natureza do trabalho, que devem ser apresentadas em espaço simples. Formatação dos títulos e subtítulos Espaçamento de títulos e subtítulos: são separados por dois espaços de 1,5 entrelinhas antes e depois de texto. Títulos das seções: todos os títulos das seções primárias devem ser digitados em letra maiúscula, em negrito; devem iniciar em nova página, mesmo que haja espaço útil na página anterior. Os títulos dos elementos pré- textuais e pós-textuais não são numerados e têm alinhamento centralizado. Os títulos dos elementos textuais são numerados progressivamente e devem ser alinhados à margem esquerda, com o numeral separado por um único espaço. Observe a numeração e formatação dos títulos e subtítulos indicados no exemplo. METODOLOGIA CIENTíFICA82 M E TO D O L O G IA C IE N T íF IC A Paginação AS PáGINAS SãO contadas sequencialmente a partir da folha de rosto, porém o número só deve aparecer a partir da introdução do trabalho. Numeram-se, inclusive, as folhas que iniciam as seções e todos os elementos pós-textuais que o trabalho apresentar; os números devem ser em algarismos arábicos (1, 2, 3, 4...), no canto superior direito da folha, a 2 cm da borda. Acompanhe, a seguir, um exemplo ilustrativo com os principais elementos para a apresentação de trabalhos acadêmicos. Exemplo de estruturação de um trabalho acadêmico: CAPA 1. INTRODUÇÃO 2.2 SUBTíTULO 2 FOLhA DE ROSTO 2. TÍTULO PRINCIPAL 2.1 SUBTíTULO 1 RESUMO Palavras-chave: 3. CONCLUSÃO SUMáRIO 1 INTRODUÇÃO............4 2 TÍTULO PRINCIPAL ...5 2.1 SUBTíTULO 1 ..........5 2.1.1 Subtítulo ...........7 2.2 SUBTíTULO 2..........8 3 CONCLUSÃO ........... 10 REFERÊNCIAS ............ 11 2.1.1 Subtítulo REFERÊNCIAS ESTRUTURA DE TRABALhOS CIENTíFICOS 83 E S T R U T U R A D E T R A B A L h O S C IE N T íF IC O S 1 INTRODUÇÃO Caixa-alta, em negrito 2 TÍTULO PRINCIPAL 2.1 SUBTíTULO 1 Caixa-alta, sem negrito 2.1.1 Subtítulo Caixa-baixa, com negrito 2.1.1.1 Subtítulo Caixa-baixa, sem negrito 2.1.1.1.1 Subtítulo Caixa-baixa, sem negrito, em itálico 2.2 SUBTíTULO 2 3 CONCLUSÃO REFERÊNCIAS 4 8 5 9 6 10 7 11 METODOLOGIA CIENTíFICA84 M E TO D O L O G IA C IE N T íF IC A Observe que a numeração de páginas é contada a partir da folha de rosto, e os números aparecem alinhados à margem superior direita. No exemplo, os títulos centralizados são apenas resumo, sumário e referências; os demais são alinhados à margem esquerda da folha. Sintetizamos os aspectos gráicos de um trabalho cientíico; por isso, você deve estar se perguntando: o que são elementos pré-textuais, textuais e pós-textuais? Os elementos pré-textuais são aqueles que antecedem o corpo do trabalho, apresentam elementos que ajudam na identiicação e utilização do seu trabalho; o corpo do trabalho são os elementos textuais, nos quais você faz a exposição do texto que produziu/pesquisou; as partes que complementam o trabalho, que aparecem após o corpo, são os elementos pós-textuais. Segundo a NBR 14724 (ASSOCIAçãO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2005), em cada parte da estrutura de um trabalho cientíico, há elementos obrigatórios e opcionais. Os elementos obrigatórios devem ser apresentados em teses, dissertações, trabalhos de especialização, Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC), relatórios de estágio, conforme o Quadro 1. Entretanto, em outros trabalhos de menor extensão, não é necessário apresentar folha de aprovação e resumo em língua estrangeira. ELEMENTOS PRé-TEXTUAIS ELEMENTOS TEXTUAIS Capa* Lombada Folha de rosto* Errata Folha de aprovação* Dedicatória(s) Agradecimento(s) Epígrafe Resumo em português* Resumo em língua estrangeira* Lista de ilustrações Lista de tabelas Lista de abreviaturas e siglas Lista de símbolos Introdução* Desenvolvimento* Conclusão* ELEMENTOS PÓS-TEXTUAIS Referências* Glossário Apêndice(s) Anexo(s) Índice(s) (só para Anais de eventos) Quadro 1 – Disposição dos elementos Fonte: adaptado da NBR 14724 (ASSOCIAçãO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2005). * De acordo com a NBR 14724 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2005), os elementos são obrigatórios na apresentação de um trabalho acadêmico, os demais são opcionais. Nesta seção, conhecemos a estrutura e as regras gerais para a apresentação dos trabalhos cientíicos. Você conseguiu compreender o que são os elementos pré-textuais, textuais e pós-textuais? Na próxima seção, vamos veriicar o que representa cada elemento da estrutura e a forma de apresentação dos elementos obrigatórios. SEÇÃO 2 ELEMENTOS PRé-TEXTUAIS Os elementos pré-textuais antecedem o texto, conferindo a ele referências para a sua identiicação e utilização. Capa A CAPA É UMA proteção externa, que reveste o trabalho; deve apresentar somente as informações necessárias à identiicação do trabalho, obedecendo à seguinte ordem: a) nome da instituição; b) nome do autor do trabalho; c) título e subtítulo (se houver); d) local (cidade da instituição à qual se entrega o trabalho); e) ano da entrega do trabalho. UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA – UNOESC SAMUEL JULIANO RIBEIRO DE SOUZA BANCO DE DADOS E SUAS APLICAçõES Videira 2005 Nome da instituição Nome do autor Título e subtítulo (se houver) Local Ano Observe que todos os elementos devem ser centralizados e os textos devem estar em letras MAIÚSCULAS, com exceção do local. ESTRUTURA DE TRABALhOS CIENTíFICOS 85 E S T R U T U R A D E T R A B A L h O S C IE N T íF IC O S Vamos conhecer os elementos pré-textuais? Lembre-se de que alguns elementos são obrigatórios e outros são opcionais, dependendo do tipo de trabalho. Folha de rosto A FOLhA DE ROSTO deve conter todos os dados necessários à identiicação do trabalho. A ABNT não indica as medidas, mas estabelece as informações que devem ser apresentadas: a) nome do autor; b) título e subtítulo (se houver); c) inalidade/natureza do trabalho (deve apresentar o objetivo do trabalho); d) nome do orientador ou professor que solicitou o trabalho; e) local (cidade da instituição à qual se entrega o trabalho); f)cientíico. 22. ed. rev. e ampl. São Paulo: Cortez, 2006. 279 p. EVENTO ATIVIDADE DATA Início da disciplina Ler o plano de ensino-aprendizagem. Veriicar orientações iniciais do professor tutor ___/___ Unidades de estudo Estudar a Unidade 1 ___/___ ___/___ ___/___ ___/___ ___/___ ___/___ Estudar a Unidade 2 Estudar a Unidade 3 Estudar a Unidade 4 Estudar a Unidade 5 Realizar as atividades de autoavaliação Aulas virtuais Participar do encontro virtual: discussão dos conteúdos e orientações para o desenvolvimento das atividades da disciplina ___/___ ___/___ Atividades de avaliação ___/___ ___/___ ___/___ Término da disciplina Encerramento das atividades da disciplina ___/___ Avaliação presencial − G2 ___/___ Avaliação presencial de 2ª chamada ___/___ Avaliação presencial − G3 ___/___ BIBLIOGRAFIA BÁSICA CR O N O G R A M A D E ES TU D O OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM ROTEIRO DE ESTUDO Ao terminar a leitura desta unidade, você deverá ser capaz de: COMPREENDER a importância dos diferentes níveis de conhecimento e saber diferenciá-los; PERCEBER a importância do método para a realização de pesquisa cientíica e entender sua classiicação; PERCEBER a técnica como elemento essencial para desenvolver uma pesquisa. UNIDADE 1 CIÊNCIA E CONHECIMENTO A im de atingir os objetivos propostos nesta unidade, o conteúdo está dividido em seções: SEÇÃO 1 A natureza do conhecimento SEÇÃO 2 Método e técnica 8 SEÇÃO 1 A NATUREZA DO CONHECIMENTO De diversas maneiras, o ser humano toma conhecimento do mundo, pois, constantemente, sente a necessidade de compreender e explicar os fatos, e a relação do homem com a realidade passa a ser de curiosidade. A situação de desconhecimento deixa o homem em um estado desconfortável; por isso, ele busca frequentemente a verdade das coisas e do mundo como um meio essencial para a sua própria existência. Sendo um ser racional, o homem utiliza-se da razão para seu crescimento intelectual e material, sempre conquistando novas verdades fundamentais à continuidade da vida, superando os desaios que surgem. Mas como o ser humano busca o conhecimento? Muitas vezes, não temos clareza sobre os tipos de conhecimento que utilizamos para resolver determinados problemas; por isso, é importante conhecer os quatro tipos de conhecimento que são fundamentais: senso comum, cientíico, ilosóico e teológico. Vamos veriicar o que cada tipo de conhecimento representa? CIêNCIA E CONhECIMENTO 9 C Iê N C IA E C O N h E C IM E N TO PARA INíCIO DO ESTUDO Você já parou para pensar como o ser humano constrói o conhecimento? O homem pré-histórico tinha medo porque não conseguia entender os fenômenos da natureza. Durante algumas gerações foi assim, mas, no decorrer do tempo, o homem passou do medo à tentativa de encontrar explicações para os fenômenos da natureza, buscando respostas em suas crenças e magias. As crenças e magias não foram suicientes. Os seres humanos evoluíram para a busca de respostas por caminhos que pudessem ser comprovados, nos quais pudessem reletir sobre as experiências e transmitir a outros. A necessidade de saber o porquê dos acontecimentos foi o impulso para a evolução do homem e o surgimento da ciência. Nesta unidade, você estudará o surgimento da ciência e os diferentes níveis de conhecimento, o que lhe possibilitará entender como o ser humano aprende e utiliza o conhecimento. Você irá perceber a importância do método e das técnicas para a realização de uma pesquisa cientíica. Então, vamos lá?! Conhecimento do senso comum VOCê Já TOMOU chá de macela para curar dor de estômago ou fígado? Conforme a crença, a erva deve ser colhida na Sexta-Feira Santa, antes do Sol nascer, para ocorrer a cura. Sua mãe ou avó já lhe proibiu comer uva e melancia ao mesmo tempo por causar dor de estômago? Esse conhecimento está relacionado às crenças e aos valores, faz parte de antigas tradições; é um conhecimento assistemático, isto é, que não segue um sistema, não é ordenado, não segue métodos, é adquirido independentemente de estudos, pesquisas ou aplicações de métodos de estudos e investigações; é um conhecimento acumulado, durante a existência, de coisas que o homem viu pessoalmente ou ouviu de terceiros e que foi absorvendo e interiorizando (CERVO; BERVIAN, 2002, p. 8-12). Também chamado de conhecimento empírico ou vulgar, segundo Lückmann, Rover e Vargas (2009, p. 15), o senso comum é caracterizado como um tipo de conhecimento: supericial - não se preocupa em levantar as causas que originam o fenômeno; sensitivo - ligado à vivência, às crenças e aos valores das pessoas; subjetivo - baseia-se nas opiniões/impressões pessoais; assistemático - não se preocupa em dar explicações fundamentadas na realidade; ametódico - interpreta a realidade de forma direta e espontânea, sem aplicação de um método; acrítico - fundamenta-se em opiniões individuais. O conhecimento do senso comum é guiado pelo que adquirimos na vida cotidiana ou ao acaso, servindo-nos da experiência do outro; às vezes ensinando, às vezes aprendendo, em um processo intenso de interação humana e social. Caso você conheça outros exemplos de conhecimento empírico, descreva-os. Para qualquer ser humano, a proporção maior de conhecimentos pertence ao nível do conhecimento empírico, oriundo do senso comum. Lakatos e Marconi (2003) deinem senso comum como algo que vem da experiência do dia a dia, os conhecimentos que se desenvolvem a partir do cotidiano ou da necessidade. No empirismo, portanto, o conhecimento provém da experiência vivida, não comprovada cientiicamente. O cientíico é o que vem a provar, comprovar, descobrir e, também, solucionar muitos problemas que o empirismo não conseguiu resolver. METODOLOGIA CIENTíFICA10 M E TO D O L O G IA C IE N T íF IC A Conhecimento científico QUAL É A SUA percepção sobre a expressão “comprovado cientiicamente”? É provável que você acredite na eicácia do produto com essa airmação, por considerar que ele tenha sido testado, analisado e veriicado por meio de métodos e técnicas cientíicas. Lembra-se do chá de macela que é usado para curar dor de estômago? Para airmar que a ingestão desse chá determina o desaparecimento do sintoma dor de estômago, é preciso estudar, veriicar a relação de causa e efeito e o princípio ativo do chá de macela que cura a dor de estômago, ou seja, comprovar cientiicamente. Diferente do conhecimento do senso comum, o conhecimento cientíico é o conhecimento real e sistemático, isto é, que segue um sistema, é ordenado, provém de métodos, é próximo ao exato, procurando conhecer, além do fenômeno em si, as causas e leis. De acordo com Lückmann, Rover e Vargas (2009, p. 16), esse conhecimento opõe-se às característcas do senso comum porque: é factual - estuda a natureza dos fatos como acontecem; é metódico - é elaborado a partir da aplicação de um método; é analítico - analisa os fenômenos em partes e suas relações; é sistemático - busca compreender a realidade; parte dos fatos especíicos para compreender a sua universalização; é veriicável - submete-se à comprovação; é explicativo e interpretative - busca a origem dos fatos; é falível e aberto - suas conclusões não são deinitivas, podem ser refutadas ou revistas. O conhecimento cientíico busca, de maneira organizada e metódica, descrever e explicar um fato ou acontecimento; faz questionamentos e procura explicações sobre os fatos, por meio de procedimentos que possam levar ao resultado com comprovação; não é considerado como algo pronto, acabado e deinitivo, busca constantemente explicações, soluções, revisões e reavaliações de seus resultados, pois, segundo Cervo e Bervian (2002), a ciência é um processo em construção. Ciência signiica conhecimento. Cervo e Bervian (2002, p. 16)ano da entrega do trabalho. SAMUEL JULIANO RIBEIRO DE SOUZA BANCO DE DADOS E SUAS APLICAçõES Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Ciências da Computação da Universidade do Oeste de Santa Catarina como requisito parcial à obtenção do grau de Bacharel em Computação. Orientadora: Profa. Maria Tereza Reis Mendes Videira 2005 Nome do autor Natureza do trabalho Fonte menor que a utilizada no texto; espaçamento entrelinhas simples; recuo entre 6 cm e 8 cm, a partir da margem Nome do professor Alinhamento à esquerda Título e subtítulo Centralizados Local Centralizados Ano A seguir, apresentamos alguns exemplos de texto para identiicar a inalidade ou natureza do trabalho: Trabalho da disciplina Metodologia Cientíica, Curso de Engenharia Elétrica, área das Ciências Exatas e da Terra, Universidade do Oeste de Santa Catarina Campus de Joaçaba. Orientador: Prof. xxxxx Yyyyy. Projeto de pesquisa apresentado à disciplina Sociologia da Educação, Curso de Pedagogia, área das Ciências humanas e Sociais, Universidade do Oeste de Santa Catarina Campus de São Miguel do Oeste. Orientador: Prof. xxxxx Yyyyy. Trabalho de Conclusão de Curso apresentado para obtenção do título de Bacharel em Administração, área das Ciências Sociais Aplicadas, Curso de Administração, Universidade do Oeste de Santa Catarina Campus de xanxerê. Orientador: Prof. xxxxx Yyyyy. 86 M E TO D O L O G IA C IE N T íF IC A METODOLOGIA CIENTíFICA Dedicatória Agradecimentos Epígrafe Resumo É UM ELEMENTO opcional. Você pode registrar uma homenagem para determinadas pessoas ou instituição. Cuide para que o número de pessoas não seja muito elevado. Você não precisa colocar o título Dedicatória. É TAMBÉM UM elemento opcional. Você deve centralizar na parte superior da folha o título AGRADECIMENTOS. Nessa página, você pode mencionar o nome de pessoas ou instituição que colaboraram de maneira relevante para a elaboração do trabalho, deve ser breve, indicando o motivo da gratidão. É OUTRO ELEMENTO opcional. Você não precisa indicar o título. Trata-se de uma frase, um pensamento ou mesmo um poema que tenha relação direta com o assunto do trabalho ou quaisquer fatos relacionados à construção dele, seguidos da autoria. COM BASE NA NBR 6028 (ASSOCIAçãO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2003), destacamos que o resumo apresenta, de forma relevante, os pontos principais do trabalho. É composto por uma sequência de frases claras, airmativas, e não de enumeração de tópicos. Você deve ressaltar claramente o objetivo, o método, os resultados e as conclusões obtidas no estudo. No resumo, utilizamos a terceira pessoa do singular, na voz ativa. O espaçamento é 1,5 entrelinhas, redigido em um único parágrafo. A extensão do resumo em trabalhos acadêmicos pode variar de 150 a 500 palavras. O título Resumo é escrito em letras maiúsculas, negrito e centralizado. Logo abaixo do resumo, apresentamos as palavras-chave do trabalho, também chamadas de unitermos ou descritores, separadas entre si por ponto e inalizadas também por ponto. Essas palavras servem para a catalogação dos trabalhos na biblioteca. Catalogação é a elaboração prévia da icha catalográica de um documento bibliográico, de forma que ela já venha impressa na obra publicada (FERREIRA, 2004). ESTRUTURA DE TRABALhOS CIENTíFICOS 87 E S T R U T U R A D E T R A B A L h O S C IE N T íF IC O S Além de apresentar o resumo em língua portuguesa, você deverá acrescentar, na sequência, a tradução do resumo em um idioma de divulgação internacional (em inglês – Abstract, em espanhol – resumen, em francês – resumé), com as mesmas características do resumo em língua vernácula. Deve conter as palavras-chave na língua empregada (keywords, no caso do inglês). Lista de ilustrações AS ILUSTRAçõES SãO classiicadas como: desenhos, esquemas, luxogramas, fotograias, gráicos, mapas, organogramas, plantas, quadros, retratos e outros. É um elemento opcional, depende da relevância e da quantidade de ilustrações que o seu trabalho apresenta. Deve ser elaborada de acordo com a ordem em que aparecem no texto, designando o nome e o número da página em que se encontram. METODOLOGIA CIENTíFICA88 M E TO D O L O G IA C IE N T íF IC A RESUMO A gestão das competências constitui uma nova abordagem de gerar melhorias no panorama da competitividade das organizações. O objetivo deste projeto de pesquisa é desenvolver um estudo no sentido de avaliar a possível inter-relação entre gestão de competências e a qualidade nos serviços. Tomou-se como lócus de estudo uma Instituição de Ensino Superior: a Universidade do Oeste de Santa Catarina (UNOESC), por representar um setor de particular interesse cientíico para a pesquisadora. Em relação aos procedimentos metodológicos, a pesquisa escolhida foi a qualitativa com recorrências a técnicas também quantitativas, com vistas à complementação e robustez na produção de informações. A análise será efetuada, a im de transformar as informações em conhecimentos, por meio de técnicas interpretativas para as entrevistas e de ferramentas estatísticas para os questionários. Os resultados são a geração de conhecimentos aplicáveis à melhoria de processos de gestão de competências e a checagem do impacto dessa gestão sobre a qualidade dos serviços prestados. Palavras-chave: Qualidade. Gestão de competências. Serviços Educação superior. Contextualização do assunto Objetivos Procedimentos metodológicos Resultados Palavras-chave Lista de tabelas ELEMENTO OPCIONAL. A lista de tabelas deve ser inserida após a lista de ilustrações e está inclusa no grupo dos elementos pré-textuais. De acordo com Prestes (2003, p. 45), apresenta informações de elementos com tratamento estatístico. Deve ser elaborada de acordo com a ordem apresentada no texto, com cada item designado por seu título especíico, acompanhado do respectivo número da página. É importante destacar que a construção da(s) tabela(s) deve obedecer às Normas de Apresentação Tabular, publicadas pelo IBGE (1993). Observe o exemplo de indicação da tabela no texto e também na referência. ESTRUTURA DE TRABALhOS CIENTíFICOS 89 E S T R U T U R A D E T R A B A L h O S C IE N T íF IC O S Observe o exemplo de indicação da ilustração no texto e também na referência. Mapa 1: Dinâmica da vegetação na bacia do sul da Amazônia Fonte: Embrapa (2006). Na referência: EMBRAPA. Dinâmica da vegetação na bacia do Sul da Amazônia, 2006. Disponível em: . Acesso em: 5 dez. 2006. Lista de abreviaturas, siglas e símbolos Sumário É UM ELEMENTO opcional. Conforme Cruz, Perota e Mendes (2004, p. 14), relacionamos, em ordem alfabética, as abreviaturas e siglas utilizadas no texto, acompanhadas das palavras ou expressões correspondentes destacadas no texto. É aconselhável elaborar listas separadas para cada um dos elementos (abreviaturas, siglas e símbolos), em virtude da quantidade. SEGUNDO PRESTES (2003, p. 45), o sumário tem a inalidade de atribuir uma visão geral do trabalho, localizando o assunto procurado. De acordo com a NBR 6027 (ASSOCIAçãO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2003), ele deve ser apresentado da seguinte forma: o título Sumário deve ser indicado na forma centralizada, em letras maiúsculas e negrito; os elementos pré-textuais não devem ser apresentados; os números das seções e subseções devem ser alinhados à margem esquerda, sem nenhum destaque independentemente da hierarquia; os títulos e subtítulos devem ser apresentados da mesma forma que aparecem no corpo do trabalho; após títulos ou subtítulos, a linha deve ser pontilhada até a indicação do número da página; para esse pontilhado não se usa negrito; o número da primeira página em que se inicia o título ou osubtítulo deve ser justiicado à direita, após pontilhado, depois do título ou subtítulo; o espaçamento entrelinhas é 1,5. METODOLOGIA CIENTíFICA90 M E TO D O L O G IA C IE N T íF IC A Tabela 1: Financiamento tabela price ANO SALDO INICIAL PRESTAÇÃO JUROS AMORTIZAÇÃO SALDO FINAL 2001 1.230,00 494,60 123,00 371,60 858,40 2002 858,40 494,60 85,84 408,76 449,64 2003 449,64 494,60 44,96 449,64 0,00 Total 1.483,80 253,80 1.230,00 Fonte: Novello, Menegat e Rover (2004, p. 89). Na referência: NOVELLO, Aliciane; MENEGAT, Valdenir; ROVER, Ardinete. Operações de leasing como fator de competitividade. Revista de Administração, Contabilidade e Economia (RACE), Joaçaba: Ed. Unoesc, v. 3, n. 1, p. 79-92, 2004. Observe o exemplo da estrutura de um sumário. SUMáRIO 1 INTRODUÇÃO ........................................ 4 2 TÍTULO PRINCIPAL ................................. 5 2.1 SUBTíTULO 1....................................... 5 2.1.1 Subtítulo ........................................ 6 2.2 SUBTíTULO 2....................................... 8 3 CONCLUSÃO ........................................ 10 REFERÊNCIAS ......................................... 11 Os títulos devem ser formatados da mesma forma em que aparecem no texto. SEÇÃO 3 ELEMENTOS TEXTUAIS Um trabalho acadêmico pode ser um documento que representa o resultado de um esforço intelectual voltado tanto ao aprendizado de determinado conteúdo quanto ao desenvolvimento da capacidade de análise, desenvolvimento e síntese. O que devo fazer antes de começar a escrever um texto?! Para elaborar um trabalho, você deve deinir o tema de estudo, as principais questões de que irá tratar; mas, para isso, é essencial um bom embasamento teórico. Pesquise em livros, periódicos, recursos eletrônicos e em outros meios informações sobre a temática que pretende desenvolver em sua pesquisa. Com essas informações, você já pode começar a escrever o texto. Procure acrescentar suas próprias ideias, alinhadas aos autores os quais pesquisou, seguindo, é claro, a estrutura para a elaboração do trabalho. Vamos veriicar os elementos textuais que compõem a parte fundamental de um trabalho: introdução, desenvolvimento e conclusão. ESTRUTURA DE TRABALhOS CIENTíFICOS 91 E S T R U T U R A D E T R A B A L h O S C IE N T íF IC O S Você compreendeu o que são elementos pré-textuais e como estruturá-los para a elaboração do seu trabalho? Na próxima seção, vamos falar sobre os elementos textuais: introdução, desenvolvimento e conclusão. Vamos lá?! Introdução É A PARTE INICIAL do texto, na qual o assunto é apresentado em sua totalidade de maneira clara, precisa e sintética e tem a função de situar o leitor no contexto do tema pesquisado. Deve descrever, sucintamente, os objetivos e as razões que o levaram a realizar o estudo. Introduzir é convidar o leitor a conhecer o que escrevemos; para tanto, é preciso reletir sobre o assunto abordado, a im de construir ideias de forma convincente. De acordo com Bastos et al. (2002, p. 64), a introdução é a primeira impressão que o leitor tem do trabalho; por isso, é importante estar claro o que já foi escrito a respeito do assunto abordado, a relevância do assunto, os objetivos do trabalho, a apresentação dos procedimentos adotados no decorrer da pesquisa. Segundo Beuren (2003, p. 171), para facilitar a leitura e o entendimento do assunto, a introdução pode ser estruturada por subtítulos. A redação do texto, na introdução, deve conter quatro ideias básicas – respostas às perguntas: Que fazer? O que será tematizado? Por que fazer? Por que foi escolhido o tema? Quais são as contribuições esperadas? Como fazer? Qual será a trajetória desenvolvida para a construção do trabalho empreendido? Observe que a leitura é muito importante nessa fase, pois é a partir das informações coletadas dos textos lidos que você poderá redigir seu próprio texto. Comece a escrever. Mesmo com vocabulário mais simples, escreva! é um exercício! Você verá que redigir textos não é tão difícil; entretanto, é preciso ler para enriquecer seu vocabulário e aumentar seus conhecimentos. Quanto mais você ler, mais subsídios terá para escrever! E o desenvolvimento? O que fazer?! Desenvolvimento É NO DESENVOLVIMENTO do trabalho que reunimos, analisamos e discutimos as ideias de vários autores sobre o tema de estudo; porém, para a realização dessa etapa, o acadêmico já deve ter compilado alguns textos, por meio de anotações, comentários, resenhas, citações em ichas de leitura. É muito oportuno que você retome algumas orientações para a leitura e produção de textos, apresentadas na Unidade 2, pois a METODOLOGIA CIENTíFICA92 M E TO D O L O G IA C IE N T íF IC A qualidade de seu trabalho depende da riqueza de seus apontamentos. No desenvolvimento do trabalho, concentra-se a fundamentação teórica, considerada a parte principal do texto que promove a discussão cientíica e comprova ideias enunciadas na pesquisa. Para redigir o desenvolvimento do texto, você precisa recorrer às citações que, com as suas inferências e deduções a partir das ideias dos autores citados, promovem a cientiicidade do seu trabalho. De acordo com Salomon (2001, p. 351), é preciso que o trabalho siga uma lógica na exposição; então, para elaborar um texto cientíico, procure escrever com objetividade, clareza e simplicidade. Mas como estruturar o desenvolvimento do trabalho? De acordo com a extensão do trabalho, é conveniente que você faça divisões entre títulos e subtítulos, conforme vimos na Seção 1 deste material. O bom senso, segundo Bastos et al. (2002, p. 65), indica que o trabalho deve ser dividido, ao menos, em duas partes, pois não dividir é considerar tudo dentro da mesma hierarquia – questões principais iguais às questões secundárias. A divisão em partes, portanto, comporta subdivisões, uma vez que as questões principais estão constituídas em partes; assim, é preciso, em seguida, esmiuçar, isto é, escrever com detalhes. Toda e qualquer parte da divisão e subdivisão deve ser anunciada (introduzida) com um encadeamento no assunto abordado no trabalho. Na elaboração de textos, quando houver uma palavra em outro idioma, devemos destacá-la em itálico, a im de diferenciá-la. Conclusão É O ÚLTIMO elemento textual, é a síntese dos resultados do trabalho, uma recapitulação sintética dos resultados oriundos da discussão apresentada no desenvolvimento, ressaltando o alcance e as consequências de suas contribuições. Sua função é destacar essas deduções de modo que respondam às questões apresentadas na introdução. Deve ser um texto breve, baseado em dados comprovados e sem o uso de citações. ESTRUTURA DE TRABALhOS CIENTíFICOS 93 E S T R U T U R A D E T R A B A L h O S C IE N T íF IC O S Lembre-se de que os autores citados no corpo do trabalho devem constar na lista de referências! Vamos, agora, veriicar algumas orientações para elaborar a conclusão?! SEÇÃO 4 ELEMENTOS PÓS-TEXTUAIS Complementam o trabalho e são apresentados logo após os elementos textuais, como: referências; glossário; apêndices; anexos; índice. Referências AS REFERêNCIAS SãO elemento obrigatório. O título deve ser apresentado em letras maiúsculas, em negrito, com alinhamento centralizado. As referências devem ser apresentadas em ordem alfabética do sobrenome do primeiro autor responsável pela obra, alinhadas à margem esquerda da página, com espaçamento entrelinhas simples, separadas entre si por dois espaços simples. Na lista de referências, você deve apresentar a referência de todas as fontes citadas no texto. Para elaborar as referências, consulte a unidade especíica. METODOLOGIA CIENTíFICA94 M E TO D O L O G IA C IE N T íF IC A Certamente, você vai precisar de certo tempo para ler, reler, documentar, analisar, escrever,reescrever, a im de elaborar a introdução, o desenvolvimento e a conclusão do seu trabalho. Para inalizar a estrutura do seu trabalho, falta somente conhecermos o que compõe os elementos pós-textuais. Vamos à próxima seção? Vamos conhecer os elementos pós-textuais ? Lembre-se de que alguns elementos são obrigatórios e outros são opcionais, dependendo do tipo de trabalho. REFERêNCIAS ANDRADE, Maria Margarida de. Introdução à metodologia do trabalho cientíico: elaboração de trabalhos de graduação. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2001. 174 p. ASSOCIAçãO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6022: informação e documentação: artigo em publicação periódica cientíica impressa: apresen- tação. Rio de Janeiro, 2003. AZEVEDO, Israel Belo de. O prazer da produção cientíica: descubra como é fácil e agradável elaborar trabalhos acadêmicos. 11. ed. rev. e atual. São Paulo: hagnos, 2004. 205 p. CERVO, Amado Luiz; BERVIAN, Pedro Alcino. Metodologia Cientíica: para uso dos estudantes universitários. 3. ed. São Paulo: MCCRAW-hILL do Brasil, 1983. FURASTÉ, Pedro Augusto. Normas técnicas para o trabalho cientíico: explicitação das normas da ABNT. 12. ed. Porto Alegre: [s.n.], 2003. 147 p. Observe que o espaçamento entrelinhas é simples, e o alinhamento é à esquerda. Glossário Apêndices É UM DOS elementos opcionais, utilizado logo após a lista de referências. Apresenta, em ordem alfabética, as expressões ou palavras explicativas de termos de uso restrito, técnicos ou de sentido obscuro, pouco usuais. Elaboramos o glossário com a expectativa de que o leitor consiga compreender melhor o signiicado das expressões que foram utilizadas no texto. É UM ELEMENTO elaborado pelo autor para melhor compreensão do documento, ou seja, destinam- se a complementar as ideias desenvolvidas no decorrer do trabalho. Você deve apresentar a numeração de páginas na mesma sequência do texto. De acordo com a NBR 14724 (ASSOCIAçãO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2005), os apêndices são identiicados por letras maiúsculas consecutivas, seguidas de travessão e do respectivo título. Observe o exemplo apresentado por Beuren (2003, p. 176). ESTRUTURA DE TRABALhOS CIENTíFICOS 95 E S T R U T U R A D E T R A B A L h O S C IE N T íF IC O S Observe o exemplo de elaboração de uma lista de referências. APêNDICE A – Questionário APêNDICE B – Roteiro de entrevistas Anexos Índices SERVEM DE FUNDAMENTAçãO, comprovação e ilustração e não são elaborados pelo autor. É, também, um elemento opcional. Você deve apresentar a numeração de páginas na mesma sequência do texto. Tal qual nos apêndices, a identiicação deve ser feita com letras maiúsculas, e não com números, seguida de travessão e título. ELEMENTO NãO OBRIGATóRIO. Conforme Prestes (2003, p. 47), o índice é o detalhamento dos assuntos, títulos, nomes, datas e outros elementos que o autor queira destacar, em ordem alfabética; indica a página onde podem ser localizados no texto os elementos destacados. ANExO A – Estatuto da Instituição ANEXO B – Projeto Político-pedagógico Para a elaboração de trabalhos cientíicos, você deve observar quais elementos são obrigatórios e quais são opcionais. METODOLOGIA CIENTíFICA96 M E TO D O L O G IA C IE N T íF IC A é importante que você esteja atento para, em toda a produção cientíica, atender às normas que norteiam os trabalhos cientíicos, observando, ainda, se houve alterações nas normas para manter-se atualizado. ESTRUTURA DE TRABALhOS CIENTíFICOS 97 E S T R U T U R A D E T R A B A L h O S C IE N T íF IC O S Autoavaliação 6 Agora que você já passou por todas as fases de elaboração de um trabalho cientíico, pré-textuais, textuais e pós-textuais, vamos fazer uma autoavaliação? Classiique as situações como elementos pré-textuais (PR), textuais (TE) ou pós-textuais (PO): ( ) apêndice ( ) introdução ( ) capa ( ) referências ( ) glossário ( ) resumo ( ) anexos ( ) folha de rosto ( ) conclusão ( ) sumário ( ) desenvolvimento ANDRADE, Maria Margarida de. Introdução à metodologia do trabalho cientíico: elaboração de trabalhos de graduação. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2001. 174 p. ASSOCIAçãO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6022: informação e documentação: artigo em publicação periódica cientíica impressa: apresentação. Rio de Janeiro, 2003. ______. NBR 6023: informação e documentação: referências: elaboração. Rio de Janeiro, 2002. ______. NBR 6024: numeração progressiva das seções de um documento. Rio de Janeiro, 2003. ______. NBR 6027: sumário. Rio de Janeiro, 2003. ______. NBR 6028: informação e documentação: resumos: apresentação. Rio de Janeiro, 2003. ______. NBR 10520: apresentação de citações em documentos. Rio de Janeiro, 2002. ______. NBR 10522: Abreviação na descrição bibliográica. Rio de Janeiro, 2002. ______. NBR 14724: informação e documentação: trabalhos acadêmicos: apresentação. Rio de Janeiro, 2005. ______. 15287: informação e documentação: projeto de pesquisa: apresentação. Rio de Janeiro, 2005. AZEVEDO, Israel Belo de. O prazer da produção cientíica: descubra como é fácil e agradável elaborar trabalhos acadêmicos. 11. ed. rev. e atual. São Paulo: hagnos, 2004. 205 p. BASTOS, Cleverson Leite et al. Aprendendo a aprender: introdução à metodologia cientíica. 16. ed. Petrópolis: Vozes, 2002. 104 p. BERNARDES, Maria Eliza Mattosinho; JOVANOVIC, Maria Luiza. A produção de relatórios de pesquisa: redação e normalização. Jundiaí, SP: Fontoura, 2005. 192 p. BEUREN, Ilse Maria. Como elaborar trabalhos monográicos em contabilidade. São Paulo: Atlas, 2003. 189 p. REFERÊNCIAS 98 BORGES, Jorge Luis. Humanidades, Brasília, DF: Ed. da UnB, v. 1, p. 15, out./dez. 1982. CERVO, Amado Luiz; BERVIAN, Pedro Alcino. Metodologia cientíica. 5. ed. São Paulo: Prentice hall, 2002. 242 p. ______. Metodologia Cientíica: para uso dos estudantes universitários. 3. ed. São Paulo: MCCRAW-hILL do Brasil, 1983. CRUZ, Anamaria da Costa; PEROTA, Maria Luiza Rocha; MENDES, Maria Tereza Reis. Elaboração de referências (NBR 6023/2002). 2. ed. Rio de Janeiro: Interciências; Niterói: Intertexto, 2002. 89 p. ______. Trabalhos acadêmicos, dissertações e teses: estrutura e apresentação (NBR 14724/2002). 2. ed. Rio de Janeiro: Interciências; Niterói: Intertexto, 2004. 134 p. CRUZ, Carla; RIBEIRO, Uirá; FURBETTA, Nelly. Metodologia cientíica: teoria e prática. Rio de Janeiro: Axcel Books, 2003. 218 p. DEMO, Pedro. Introdução à metodologia da ciência. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1987. 120 p. ______. Metodologia do conhecimento cientíico. São Paulo: Atlas, 2000. 216 p. FAChIN, Odília. Fundamentos de metodologia. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2003. 195 p. FERREIRA, Aurélio Buarque de holanda. Novo dicionário Aurélio da língua portuguesa. 3. ed. rev. e atual. Curitiba: Positivo, 2004. FURASTÉ, Pedro Augusto. Normas técnicas para o trabalho cientíico: explicitação das normas da ABNT. 12. ed. Porto Alegre: [s.n.], 2003. 147 p. GALLIANO, Alfredo Guilherme. O método cientíico: teoria e prática. São Paulo: harbra, 1986. 200 p. hÜhNE, Leda Miranda. Metodologia cientíica: caderno de textos e técnicas. 7. ed. Rio de Janeiro: Agir, 2000. IBGE. Normas de apresentação tabular. 3. ed. Rio de Janeiro, 1993. 99REFERêNCIAS R E FE R ê N C IA S LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de metodologia cientíica. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2003. 311 p. LIPMAN, Matthew. O pensar na educação. Tradução Ann Mary Fighiera Perpétuo. Petrópolis: Vozes, 1995. LÜCKMANN, Luiz Carlos; ROVER, Ardinete; VARGAS, Marisa. Diretrizes para elaboração de trabalhos cientíicos: apresentação, elaboração de citações e referências de trabalhos cientíicos. 3. ed. rev. e atual. Joaçaba: Ed. Unoesc, 2009. 104 p. (Metodologia do trabalho cientíico). MAChADO, Anna Rachel; LOUSADA, Eliane; ABREU-TARDELLI, Lília Santos (Coord.). Resenhas. São Paulo: ParábolaEditorial, 2004. 123 p. MARTINS, Gilberto de Andrade. Manual para elaboração de monograias e dissertações. São Paulo: Atlas, 2000. 116 p. ______. ______. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2007. 134 p. MEDEIROS, João Bosco. 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Tubarão: Ed. da Unisul, 2002. 268 p. 100 METODOLOGIA CIENTíFICA M E TO D O L O G IA C IE N T íF IC A ROESCh, Sylvia Maria Azevedo. Projetos de Estágio e de pesquisa em administração: guia para estágios, trabalhos de conclusão, dissertações e estudos de caso. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1999. 301 p. SALOMON, Délcio Vieira. Como fazer uma monograia. 10. ed. rev. São Paulo: Martins Fontes, 2001. 412 p. SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho cientíico. 22. ed. rev. e ampl. São Paulo: Cortez, 2006. 279 p. SILVA, Antonio Carlos Ribeiro da. Metodologia da pesquisa aplicada à contabilidade: orientações de estudos, projetos, artigos, relatórios, monograias, dissertações, teses. São Paulo: Atlas, 2003. 181 p. SOARES, Maria do Carmo Silva. Redação de trabalhos cientíicos. São Paulo: Cabral, 1995. 167 p. STRIEDER, Roque. Diretrizes para elaboração de projetos de pesquisa. Joaçaba: Ed. Unoesc, 2009. 64 p. (Metodologia do trabalho cientíico). TREVISOL, Joviles Vitório. Diretrizes para elaboração de artigos cientíicos. Joaçaba: Ed. Unoesc, 2009. 79 p. (Metodologia do trabalho cientíico). 101REFERêNCIAS R E FE R ê N C IA S Autoavaliação 1 1 V – F – V 2 C – D – A – B Autoavaliação 2 1 Ideia principal: críticas e ironias de Lacan ao existencialismo. 2 Ideias secundárias: o existencialismo desemboca na subjetividade como versão moderna do cartesianismo. 3 Palavras-chave: Lacan – existencialismo – críticas – subjetividade – versão cartesianismo – liberdade – muros – prisão – prova – impotência – superar situação. Autoavaliação 3 V – F – V – F – V – V – F – V – F Autoavaliação 4 a) PEDROSA JUNIOR, Carlos; BARRETO, Pedro humberto Teixeira. O controle externo das contas dos tribunais de conta brasileiros: o dever de accountability. Disponível em: . Acesso em: 24 abr. 2004. b) AZEVEDO, Israel Belo de. O prazer da produção cientíica: descubra como é fácil e agradável elaborar trabalhos acadêmicos. 11. ed. rev. e atual. São Paulo: hagnos, 2004. c) VIAGENS à memória brasileira. Nossa História, Rio de Janeiro: Vera Cruz, ano 2, n. 23, set. 2005. Disponível em: . Acesso em: 23 fev. 2006. d) BIANChINI, Fábio. Ponto Final para o Engenho. Diário Catarinense, Florianópolis, 12 jan. 2006. Variedades, p. 2. e) ChARNET, Reinaldo et al. Análise de modelos de regressão linear com aplicações. Campinas: Ed. da Unicamp, 1999. 355 p. RESPOSTAS DAS ATIVIDADES DE AUTOAVALIAÇÃO 102 f) RAMOS FILhO, Celso Ferreira. Infecções emergentes, reemergentes e negligenciadas. Sociedade Moderna em Revista, Rio de Janeiro, ano 4, n. 16, p. 21-23, maio/jun. 2005. g) FONTENELLE, Caio Júlio de Souza; hOELTGEBAUM, Marianne. A inluência do peril empreendedor no desempenho do negócio em uma rede de franquia de confecção infantil. Revista de Negócios, Blumenau: Ed. da FURB, v. 11, n. 4, p. 131-149, out./dez. 2006. Disponível em: . Acesso em: 26 fev. 2007. Autoavaliação 5 V – F – V Autoavaliação 6 PO – TE – PR – PO – PO – PO – PR – TE – PR – TE. 103RESPOSTAS DAS ATIVIDADES DE AUTOAVALIAçãO R E S P O S TA S D A S A T IV ID A D E S D E A U TO A VA L IA ç ã O 104 METODOLOGIA CIENTíFICA Universidade do Oeste de Santa Catarina www.unoesc.edu.br/virtual Campus de Joaçaba Rua Getúlio Vargas, 2125, Bairro Flor da Serra CEP: 89600-000 Fone: (49) 3551-2000 Campus de São Miguel do Oeste Rua Oiapoc, 211, Bairro Agostini CEP: 89900-000 Fone: (49) 3631-1000 Campus de Videira Rua Paese, 198, Bairro Universitário CEP: 89560-000 Fone: (49) 3533-4400 Campus de Xanxerê Rua Dirceu Giordani, 696, Bairro Universitário CEP: 89820-000 Fone: (49) 3441-7000airmam que “A ciência é um modo de compreender e analisar o mundo empírico, envolvendo o conjunto de procedimentos e a busca do conhecimento cientíico através do uso da consciência crítica [...]” CIêNCIA E CONhECIMENTO 11 C Iê N C IA E C O N h E C IM E N TO Mas o que é ciência? Conhecimento filosófico QUANTAS VEZES VOCê já parou para reletir sobre o seu comportamento diante de uma situação? Você está ilosofando, quando faz relexões sobre a vida, sobre a ética, sobre a moral, sobre princípios! A ilosoia procura compreender a realidade em seu contexto universal. Não há soluções deinitivas para um grande número de questões, mas habilita o ser humano a fazer uso de suas faculdades para entender melhor o sentido METODOLOGIA CIENTíFICA12 M E TO D O L O G IA C IE N T íF IC A Oliveira (2002, p.-47) deine a ciência como o estudo, com critérios metodológicos das relações existentes entre causa e efeito de um fenômeno qualquer, no qual o estudioso se propõe a demonstrar a verdade dos fatos e suas aplicações práticas. É uma forma de conhecimento sistemático dos fenômenos da natureza, fenômenos sociais, biológicos, matemáticos, físicos e químicos, para se chegar a um conjunto de conclusões verdadeiras, lógicas, exatas, demonstráveis, por meio da pesquisa e dos testes. Você conseguiu entender que a ciência é justamente o conjunto de conhecimentos que se desenvolve, que se acumula, transforma-se e reorganiza-se em razão de uma lógica própria do comportamento humano? O conhecimento cientíico promoveu o desenvolvimento da humanidade, proporcionou conforto às pessoas e a cura da maioria das doenças. Você conseguiria imaginar o mundo sem a eletricidade? De quantas coisas nós seríamos privados? De tudo o que há à sua volta, o que não existiria se não houvesse a eletricidade? Foram conhecimentos adquiridos por meio da experimentação cientíica que levaram o homem a descobrir a eletricidade e, a partir dela, criar a instalação elétrica, aparelhos, motores, máquinas, etc. Quanto o homem evoluiu com essa descoberta ou conhecimento cientíico! há alguns anos, as pessoas morriam em virtude de doenças, cujas causas eram desconhecidas e, consequentemente, não havia prevenção nem tratamento adequado. Utilizavam-se do conhecimento empírico na tentativa de cura. hoje, muitas dessas doenças são curáveis (gripe, sarampo, tuberculose, alguns tipos de câncer, etc.) ou até erradicadas (poliomielite – paralisia infantil), em muitos países como o Brasil, graças ao conhecimento cientíico. há, no ser humano, a incessante busca de respostas que resolvam seus problemas. Nessa busca, nem sempre a procura é por soluções materiais. às vezes, o homem procura respostas para as inquietações que o incomodam, que o levam à relexão sobre a vida, sobre o comportamento humano; não é uma questão de encontrar a solução no conhecimento empírico ou no cientíico, pois está procurando compreender por que as coisas são como são, compreender o sentido do mundo, da vida, das coisas ao seu redor. Nesse caso, é o conhecimento ilosóico que ajuda o homem a chegar a um entendimento, já que, às vezes, nossas dúvidas permanecem diante do inexplicável. da vida concretamente; busca constantemente o sentido da justiicação, possibilidade de interpretação a respeito do homem e sua existência concreta. Cervo e Bervian (2002) apresentam algumas questões que ajudam a compreender as relexões da ilosoia. A máquina substituirá o homem? As conquistas espaciais comprovam o poder ilimitado do homem? O que é valor hoje? Quando fazemos algumas relexões, às vezes, as dúvidas não são esclarecidas e permanecemos diante do mistério. A ciência, com todo o seu avanço, não consegue explicar determinadas situações, acontecimentos inesperados; nem a ilosoia, com seus grandes pensadores, consegue esclarecer. Tudo isso que a inteligência humana é incapaz de explicar ou compreender é objeto da fé ou do dogma, ou seja, do conhecimento teológico. Conhecimento teológico VOCê TEM FÉ? Em que você acredita, mesmo sem provas, mesmo sem ver? Explique. O conhecimento teológico, de acordo com Silva (2003, p. 36), é produto da fé humana, entendendo fé como uma crença nos fatos sem esperar por provas dos acontecimentos, sem que possamos vê-los. É o estudo de questões referentes ao conhecimento da divindade, implicando sempre uma atitude de fé diante das revelações de um mistério ou sobrenatural, interpretado como mensagem ou manifestação divina. É um tipo de conhecimento sistematizado, infalível e indiscutível, mas que não pode ser veriicado como conhecimento cientíico, pois são atos de fé. Esse conhecimento também está relacionado com um Deus, seja por meio de Jesus Cristo, Buda, Maomé, um Ser invisível, seja qualquer entidade atribuída como ser supremo, dependendo da cultura de cada povo, com quem o ser humano se relaciona por intermédio da fé religiosa. Agora que você já estudou sobre os tipos de conhecimento, é importante que perceba que o conhecimento cientíico é empregado durante a vida acadêmica e faz parte da formação cientíica do estudante, leva o aluno a desenvolver uma atitude investigativa, em conhecimentos já DOGMA caráter de certeza absoluta, indiscutível em uma doutrina religiosa. MISTéRIO tudo o que é oculto, que provoca curiosidade e busca, pode estar ligado a dados da natureza, da vida futura, da existência do absoluto, entre outros. CIêNCIA E CONhECIMENTO 13 C Iê N C IA E C O N h E C IM E N TO comprovados, acumulados por outros estudiosos, buscando elementos que darão suporte à análise de sua pesquisa. Assim, além de ampliar seus conhecimentos, você terá condições de iniciar pesquisas, produzindo novos conhecimentos. SEÇÃO 2 MéTODO E TéCNICA Quando você vai comer uma laranja, o que você faz primeiro? Você corta a laranja em pedaços e depois tira a casca? É provável que você utilize um método mais fácil para comer uma laranja: primeiro descasca e depois tira os pedaços. De acordo com Galliano (1986, p. 4-5), qualquer pessoa vive, no seu dia a dia, cercada por métodos em todos os lados, ainda que não os perceba. Ao limpar a casa, você não passa antes o pano molhado e depois varre o chão; ao fazer um churrasco, você não assa primeiro a carne e depois coloca o sal e os temperos; precisa usar o método adequado para atingir um objetivo tão simples. Mas, o que é método? Lakatos e Marconi (2003, p. 85) deinem método como o conjunto das atividades sistemáticas e racionais que, com maior segurança e economia, permite alcançar o objetivo, traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando nas suas decisões. Para Oliveira (2002, p. 58), método é um conjunto de regras ou critérios que servem de referência no processo de busca da explicação ou da elaboração de previsões em relação a questões ou problemas especíicos. Porém, antes de desenvolver o método, precisamos estabelecer os objetivos que pretendemos atingir, de forma clara, examinando de maneira ordenada as questões: O que ocorre? Onde ocorre? Quando ocorre? Como ocorre? Por que ocorre? Se você for colocar uma meia e calçar seus sapatos, primeiro calça o sapato, depois veriica que não é possível pôr a meia já calçado o sapato; assim, é preciso descalçar para então colocar a meia e novamente calçá-lo. Observe a importância de seguir a ordem correta das ações. Segundo Galliano (1986), ao deixar de seguir a ordem correta das METODOLOGIA CIENTíFICA14 M E TO D O L O G IA C IE N T íF IC A Nesta seção, você veriicou que o conhecimento cientíico depende de investigação, veriicação e análise, mas depende, também, da aplicação de métodos e técnicas para chegar a um resultado. Então, vamos estudar o que é método e técnica na próxima seção?! ações no emprego do método, não alcançamos o resultadona primeira tentativa. Para alcançar o resultado esperado, devemos voltar ao início da sequência e fazê-la de forma correta, ou seja, observar o método, pois, quando o método não é observado, gastamos tempo e energia inutilmente. O método nada mais é do que o caminho para chegarmos a um im. O método está presente em qualquer pesquisa cientíica, pois é o instrumento que possibilita aos pesquisadores, independentemente da área da pesquisa, orientações que visam facilitar a realização do trabalho. O método pode ser apresentado como um conjunto de normas que determina o traçado das etapas fundamentais da pesquisa. Você consegue lembrar outros métodos que estão presentes na sua vida cotidiana? Descreva-os. Como se classiicam os métodos cientíicos? O método cientíico não é um apenas; existem diferentes formas de procedermos para obter resultados cientíicos, de acordo com Miranda Neto (2005, p. 22-26). Você é quem decide qual é o método mais adequado para a sua pesquisa. Estudaremos, nesta seção, sobre os métodos indutivo e dedutivo. O método indutivo é um procedimento do raciocínio que, a partir de uma análise de dados particulares, encaminhamos para as noções gerais. Observe o exemplo apresentado por Fachin (2003, p. 29-31). Partindo da observação empírica de que a prata é minério condutor de eletricidade e que se inclui no grupo dos metais, ela faz, por sua vez, parte dos minérios. Assim, inferimos por análise indutiva que a prata é condutor de eletricidade. A prata é um metal; logo, a prata é condutor de eletricidade. Pelo raciocínio dedutivo, se os metais pertencem ao grupo dos condutores de eletricidade, e se a prata conduz eletricidade, necessariamente, entendemos que a prata é um metal. CIêNCIA E CONhECIMENTO 15 C Iê N C IA E C O N h E C IM E N TO O método dedutivo parte do geral para o particular. Conforme o mesmo exemplo, a autora airma que todos os metais são condutores de eletricidade. METODOLOGIA CIENTíFICA16 M E TO D O L O G IA C IE N T íF IC A É importante destacar que os métodos indutivo e dedutivo não se opõem, pois, segundo Fachin (2003, p. 31), constituem uma única cadeia de raciocínio. Até o momento, falamos sobre método de pesquisa; agora, vamos falar sobre técnica. No método de pesquisa, existem as técnicas que podem ser deinidas como os diversos procedimentos ou recursos peculiares a cada objeto de pesquisa, dentro das mais variadas etapas do método. Podemos dizer que a técnica é uma instrução especíica da ação, seu progresso e alteração ocorrem de acordo com o progresso tecnológico e cientíico; a técnica especiica como fazer (OLIVEIRA, 2002, p. 58). A técnica da pesquisa trata dos procedimentos práticos que devem ser adotados para realizar um trabalho cientíico, qualquer que seja o método que se aplique; é o que escreve Miranda Neto (2005, p. 39). A técnica serve para registrar e quantiicar os dados observados, ordená-los e classiicá-los. Para a realização de uma pesquisa, é necessário o uso de técnicas adequadas capazes de coletar dados suicientes de modo que contemplem os objetivos traçados, conforme foram projetados. há, também, a necessidade de se observar o que vai ser estudado, a quem irá se reportar, quais instrumentos vai utilizar, que podem ser: questionários, entrevistas, observação, formulários, discussão em grupo, entre outros. E, então, como podemos diferenciar método e técnica? Método, segundo Galliano (1986, p. 6), é um conjunto de etapas, ordenadamente dispostas, que devem ser vencidas, na investigação da verdade, para se alcançar determinado objetivo. Já a técnica é o modo de fazer de forma hábil, mais segura e correta algum tipo de atividade. Para entender melhor, leia um exemplo muito interessante que utiliza o método de indução, no livro Aprendendo a aprender: uma introdução à metodologia cientíica, de Bastos et al. (2002, p. 87-90). Autoavaliação 1 1 Assinale (V) verdadeiro ou (F) falso para as questões seguintes que tratam do conhecimento cientíico. ) ( É sistemático, refere-se ao conhecimento controlado por registros e observações. ) ( É assistemático, está relacionado às crenças e aos valores, faz parte de antigas tradições. ) ( São feitos questionamentos e procuradas explicações sobre os fatos, por meio de procedimentos que possam levar ao resultado com comprovação. CIêNCIA E CONhECIMENTO 17 C Iê N C IA E C O N h E C IM E N TO 2 Relacione a primeira coluna com a segunda. a) Método b) Técnica c) Método indutivo d) Método dedutivo ) ( parte de uma análise de dados particulares, devidamente constatados, a partir dos quais podemos inferir verdades universais. ) ( parte do geral para chegar à realidade de casos especíicos. ) ( conjunto das atividades sistemáticas e racionais que, com maior segurança e economia, permite alcançar o objetivo – conhecimentos válidos e verdadeiros. ) ( são diversos procedimentos ou recursos peculiares a cada objeto de pesquisa, nas mais variadas etapas do método. Você consegue diferenciar os tipos de conhecimento? Conseguiu perceber a importância do método para a realização de pesquisa cientíica? Se necessário, faça uma nova leitura, registre suas dúvidas e encaminhe-as ao professor tutor. Na próxima unidade, vamos veriicar as etapas referentes à realização de uma leitura e à importância da leitura para a sua formação acadêmica. OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM ROTEIRO DE ESTUDO UNIDADE 2 A LEITURA E A PRODUÇÃO DE TEXTOS Ao inal desta unidade, você deverá ser capaz de: DESTACAR a relevância da leitura para o processo de formação do aluno; COMPREENDER as etapas referentes à realização de uma leitura; ENTENDER as técnicas para redigir textos. SEÇÃO 1 Diretrizes para leitura, análise e interpretação de textos SEÇÃO 2 Técnicas para redigir textos A im de atingir os objetivos propostos nesta unidade, o conteúdo está dividido em seções: 18 A LEITURA E A PRODUçãO DE TExTOS 19 A L E IT U R A E A P R O D U ç ã O D E T E x TO S SEÇÃO 1 DIRETRIZES PARA LEITURA, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS Você tem o hábito de ler? Pode começar a desenvolver esse hábito fazendo uma leitura sobre assuntos que lhe agradem: ler uma revista de moda, de esportes, um gibi, um jornal, um livro policial, um romance, uma aventura, enim, qualquer leitura que seja agradável para você! Na universidade, você será convidado a ler textos cientíicos ou ilosóicos que exigem disciplina intelectual para compreender, com proveito, os assuntos abordados. Uma leitura mais aprofundada favorece o seu desempenho na vida acadêmica, proissional e, também, na vida pessoal, aumentando o seu vocabulário e conhecimento sobre as coisas, ainal, você poderá estar em contato com pessoas de conhecimentos e culturas diferentes. Proissionalmente, você pode ser prejudicado ou favorecido, dependendo dos conhecimentos adquiridos. Um bom proissional precisa saber muito de sua proissão, mas também deve ter cultura. Quem não possui o hábito da leitura precisa desenvolvê-lo, precisa perceber a importância dela para sua vida, pois é difícil uma formação de qualidade sem muita leitura. Para adquirir esse hábito, devemos reservar um tempo diário para ler, selecionar material e local apropriados. Como você costuma selecionar seu material de leitura? Seu amigo lhe indica um livro para leitura, você localiza a obra e começa a leitura imediatamente. Após ler algumas páginas, você percebe que o texto não é tão agradável, que a linguagem é muito difícil, então desiste da leitura. Isso acontece porque você precisa saber selecionar o texto para a leitura. Conforme Medeiros (2007, p. 18-20), o rendimento nos estudos depende de organização, ambiente adequado, PARA INíCIO DO ESTUDO Quando optamos por um curso superior, aumenta o nosso compromisso de nos tornarmos leitores assíduos dos temas que sãotratados em sala de aula e dos acontecimentos que envolvem a sociedade em que vivemos. Precisamos reservar tempo para a leitura, pois o ato de ler constitui uma atitude fundamental para a nossa formação; é por meio da leitura que podemos obter informações necessárias sobre qualquer área do saber. Nesta unidade, você estudará sobre as diretrizes para a leitura. É isso que permite a você compreender melhor o conteúdo no momento de fazer a análise e interpretação de textos. Você vai aprender as técnicas de sublinhar e esquematizar, um processo que possibilita identiicar as ideias principais das leituras, requisito fundamental para a compreensão do assunto e para a produção de textos. Então, vamos conhecer algumas técnicas para redigir textos? METODOLOGIA CIENTíFICA20 M E TO D O L O G IA C IE N T íF IC A utilização de técnicas de leitura para maior eiciência: é preciso motivação para o estudo - indivíduo desmotivado diicilmente aprende; a organização do estudo é fundamental – reservar horas do dia para o estudo e revisão da matéria é prática relevante para estudo eicaz. Quem empurra o estudo para mais tarde ou outro dia talvez não esteja suicientemente motivado para estudar; assim, seu aproveitamento é quase nulo; dispor de material de consulta e pesquisa – ter sempre em mãos bons dicionários, livros de consulta, livros-textos; analisar a veracidade dos documentos (livros, revistas, jornais, sites, etc.). Para selecionar um material de leitura, você precisa: ter um objetivo deinido. Para que você está lendo? Qual o propósito?; buscar saber a autenticidade do texto, veriicando a autoria, época, local, se é documento original ou cópia, por qual via chegou até você. Analise a autoridade dos autores citados; procurar saber um pouco sobre a biograia do autor para perceber a visão dele sobre o assunto (geralmente, encontramos na apresentação ou prefácio do livro); fazer uma triagem, veriicando a aplicabilidade do conteúdo no momento. Antes de ler o material que você selecionou, de acordo com Medeiros (2007, p. 19), Cervo e Bervian (2002, p. 91), Nascimento e Póvoas (2002, p. 29-30) e Galliano (1986, p. 74), primeiro você precisa: fazer uma leitura de reconhecimento; olhar a capa e a contracapa; observar o autor e a orelha do livro (se houver, geralmente apresenta síntese da obra e biograia do autor); analisar o sumário, observando os títulos e subtítulos; veriicar as referências indicadas pelo autor para ter uma noção mais precisa sobre as bases nas quais o autor se apoiou; fazer a leitura do prefácio e da introdução dos livros; olhar o verso da capa do livro, para depois ler. No livro, os dados para elaborar uma referência estão contemplados em uma icha catalográica, na segunda ou terceira folha; nas revistas, estão na capa. Faça uma cópia desses dados ou anote, para referenciar ao inal do texto, quando fazer os apontamentos. Observe que, tratando-se de um livro, você deve percorrer o capítulo introdutório; no caso de leitura de um capítulo, ler o primeiro parágrafo. Em um artigo de revista ou jornal, geralmente, a ideia estará no título do artigo e nos subtítulos que se apresentarem. Lembre-se de que os primeiros parágrafos, em geral, tratam dos dados mais importantes. A icha catalográica apresenta todos os dados de referência da obra, obedecendo ao Código de Catalogação Anglo Americana em vigor. (PRESTES , 2003, p. 147). Tipos de análise de textos para leitura COM CERTEZA, você já sabe que, mesmo com todo o avanço tecnológico, a leitura é a melhor forma para a aquisição do conhecimento. Por intermédio da leitura, podemos ampliar e aprofundar nosso conhecimento sobre determinado campo cultural ou cientíico, aumentar o vocabulário pessoal e, por consequência, comunicar nossas ideias de forma mais eiciente. Os maiores obstáculos na aprendizagem, de acordo com Severino (2006, p. 47), estão diretamente relacionados com a diiculdade encontrada pelo aluno na compreensão de textos teóricos. Ao fazer uma leitura, que medidas você toma quanto à análise do conteúdo pesquisado? Os autores Medeiros (2007, p. 99-102), Severino (2006, p. 51- 61) e Silva (2003, p. 20-21) assim escrevem sobre os tipos de análise que devemos fazer para facilitar nossa leitura: a) análise textual – é a leitura de reconhecimento para termos uma visão global do conteúdo, do vocabulário utilizado pelo autor, dos fatos abordados no texto, dos autores citados. Nessa primeira leitura, evite sublinhar o texto. Procure fazer a leitura em etapas, cada capítulo ou unidade de forma separada, a im de compreender a organização das partes e, depois, do todo, pois nem sempre o título apresenta uma ideia iel do tema. No entanto, evite um espaçamento de tempo muito grande entre a leitura das unidades, porque isso pode prejudicar a compreensão da relação entre elas; b) análise temática – nessa etapa, procuramos “ouvir” o autor para compreender o que o texto fala, pois quando lemos um texto é como se o autor estivesse falando conosco. Avançando um pouco mais, levante a problematização do tema. Pergunte-se: como o assunto está sendo problematizado? Qual o problema a ser resolvido? Essa não é uma tarefa fácil, em geral, essas respostas icam subentendidas, cabe a você identiicá-las. Para assimilar e apreender as ideias do autor, preste atenção nas palavras-chave, na ideia principal contida no texto. O autor pode abordar ideias secundárias associadas ao tema central, que você deve perceber na leitura do texto, justamente para saber diferenciar a ideia principal das secundárias; estas poderiam ser eliminadas sem comprometer a sequência lógica do texto. Isso não quer dizer que elas não deveriam estar no texto, signiica que são informações complementares que enriquecem o conteúdo, facilitam a compreensão e nos passam conhecimentos. Depois da análise temática, você já pode realizar o resumo do texto com base na síntese das ideias do raciocínio (e não da mera redução de parágrafos) e, também, esquematizar o roteiro lógico para a elaboração de seu trabalho; A LEITURA E A PRODUçãO DE TExTOS 21 A L E IT U R A E A P R O D U ç ã O D E T E x TO S METODOLOGIA CIENTíFICA22 M E TO D O L O G IA C IE N T íF IC A c) análise interpretativa – nesse momento, buscamos uma compreensão interpretativa do pensamento expresso no texto. Agora, você já é capaz de se apropriar do conhecimento emitido pelo autor, captando, além das ideias enunciadas, as entrelinhas do texto, explorando toda a fecundidade das ideias expostas, percebendo a posição assumida pelo autor referente à temática e estabelecendo comparações com ideias de outros autores. O próximo passo a seguir é a interpretação crítica, a tomada de posição a respeito do texto lido, observando a coerência e a validade dos termos empregados, a profundidade da análise, a relevância e a contribuição do tema abordado e o alcance de suas conclusões. Observe no luxograma uma síntese das etapas de leitura abordadas nesse tópico. LEITURA ANáLISE TEMáTICA Determinação do tema-problema Sequência das ideias do autor Ideias secundárias ANáLISE TExTUAL Leitura de reconhecimento Deinição da unidade do texto Vocabulário, crenças do autor, fatos, esquematização do texto ANáLISE INTERPRETATIVA Interpretação das ideias do autor Leitura das entrelinhas Associação de ideias e crítica do texto lido Fluxograma 1 – Leitura eicaz Fonte: adaptado de Silva (2003, p. 21). Depois das análises dos textos lidos, você será capaz de debater a temática e organizar um novo texto, com redação própria, discussão e considerações pessoais. Na universidade, você fará muitas leituras para a realização de trabalhos cientíicos. Para adquirir o hábito da leitura, devemos selecionar material e local apropriados e reservarum tempo diário para ler. Visite a Biblioteca da Universidade, observe o acervo de materiais para leitura, tanto impressos quanto digitais e o caminho ideal para localizar livros e demais materiais, para a realização de seus trabalhos. Além disso, na internet, há diversos sites de busca por conteúdos especíicos que podem ajudar. SEÇÃO 2 TéCNICAS PARA REDIGIR TEXTOS Na redação do texto cientíico, Fachin (2003, p. 188) determina que as informações devem obedecer à ordem lógica do raciocínio, passando para o papel uma linguagem clara e precisa, sem verbalismo inconsistente, podendo seguir estas orientações: usar frases completas e curtas; evitar repetições do título na primeira frase; empregar verbos em terceira pessoa; coletar dados bibliográicos obedecendo à ordem das informações; preferir palavras familiares e termos de fácil compreensão; no rascunho, escrever o que lhe vier à cabeça; depois, eliminar as partes desnecessárias e dar continuidade à construção do texto; recorrer à leitura de um amigo, as reações dele poderão ser de grande utilidade; usar clareza ao expressar as ideias, pois um trabalho cientíico tem por objetivo expressar, e não impressionar; ter sempre em mãos um dicionário de língua portuguesa; ter cuidado com termos que expressem qualidade, quantidade, frequência, por exemplo, “bom”, “muito”, “às vezes”; esses termos podem dar margem a diferentes interpretações. A LEITURA E A PRODUçãO DE TExTOS 23 A L E IT U R A E A P R O D U ç ã O D E T E x TO S Seguem algumas dicas de sites que podem auxiliá-lo na busca de conteúdo na internet: www.google.com.br scholar.google.com.br www.scielo.br www.dominiopublico.gov.br www.periodicos.capes.gov.br Indexação Compartilhada de Artigos e Periódicos (ICAP) disponível no site da biblioteca Unoesc Essas orientações são muito úteis para que você possa realizar melhor suas leituras, entretanto, é muito importante que você anote todas as informações das obras consultadas e todos os dados das publicações para fazer a referência de suas fontes de pesquisa. Muito bem, agora que você já sabe como alcançar os resultados desejados com a leitura, vamos conhecer algumas técnicas para redigir e analisar os textos. Vamos em frente! O rigor nas regras apresentadas faz do trabalho uma atividade cientíica que deve atender os leitores em geral, porém a linguagem escrita deve considerar seu estilo próprio de escrever. Anotações Técnica de sublinhar QUANDO VOCê REALIZA uma leitura tem o hábito de fazer anotações nos textos selecionados para a realização de suas pesquisas? Faz isso logo na primeira leitura para ganhar tempo? Medeiros (2007, p. 20) deine “[...] anotações como o processo de seleção de informações para posterior aproveitamento. As anotações devem permitir a redação a partir delas [...]” Por isso, para melhor aproveitamento, devemos: elaborar anotações apenas depois de uma leitura completa do texto; na releitura, levantar palavras desconhecidas, localizar no dicionário e anotar à margem do texto o signiicado; destacar as palavras-chave após ter compreendido o conteúdo; com essas palavras, é possível construir um texto (MEDEIROS, 2007, p. 20). A leitura atenta do texto é o primeiro passo para a sua compreensão, e as anotações a partir disso evitam perda de tempo futuro, pois os apontamentos feitos podem servir de base para várias pesquisas. O USO DESSA TÉCNICA, segundo Salomon (2001, p. 103-104), Oliveira (2003, p. 153) e Medeiros (2004, p. 25), possibilita destacar as ideias principais, as palavras-chave e as passagens importantes de um texto. Em geral, a ideia principal encontra- se na primeira frase. É preciso ler o texto e formular perguntas sobre ele, procurando respondê-las à medida que se lê. Para a eicácia no uso dessa técnica, você poderá seguir alguns passos: fazer a primeira leitura integral do texto, sem sublinhá-lo; em uma segunda leitura, sublinhar apenas o que é realmente importante – ideias principais, destaque às palavras- chave. As palavras sublinhadas devem permitir uma releitura do texto, semelhante à leitura de um telegrama; reconstruir o parágrafo com base nas palavras e expressões sublinhadas; METODOLOGIA CIENTíFICA24 M E TO D O L O G IA C IE N T íF IC A M E TO D O L O G IA C IE N T íF IC A Vamos conhecer algumas técnicas na elaboração de trabalhos para facilitar seus estudos. Quatro funções básicas têm sido convencionalmente atribuídas aos meios de comunicação de massa: informar, divertir, persuadir e ensinar. A primeira diz respeito à difusão de notícias, relatos e comentários, etc. sobre a realidade acompanhada ou não de interpretações ou explicações. A segunda função atende à procura da distração, de evasão, de divertimento, por parte do público. Uma terceira função é persuadir o indivíduo – convencê-lo a adquirir certo produto, a votar em certo candidato, a se comportar de acordo com o desejo do anunciante. A quarta função – ensinar – é realizada de modo direto ou indireto, intencional ou não, por meio de material que contribui para a formação do indivíduo ou para ampliar seu acervo de conhecimentos, planos, destrezas, etc. (PFROMM NETO, [19--] apud SOARES; CAMPOS, 1978, p. 111). Técnica de esquema SEGUNDO MEDEIROS (2007, p. 22), o esquema deve ser produzido somente após anotações do texto. Nessa técnica, listamos tópicos essenciais do texto, com a inalidade de permitir uma visualização completa do texto. Essa alternativa é uma das melhores formas de estudar. É indispensável uma boa leitura do material para compreendermos o texto e estabelecermos hierarquia em relação às ideias. O esquema deve conter as ideias do autor, a ideia principal e detalhes importantes. Para elaborar um esquema, você deverá respeitar algumas características: não é permitido alterar as ideias do autor, você deve manter idelidade ao texto original; parta sempre das ideias mais importantes para construir a estrutura lógica; deve ser funcional e lexível, mas você pode elaborá-lo de acordo com suas habilidades. Não existem normas quanto à elaboração de esquema! Você deine a maneira para estruturá-lo. A LEITURA E A PRODUçãO DE TExTOS 25 A L E IT U R A E A P R O D U ç ã O D E T E x TO S não interromper a leitura ao encontrar palavras desconhecidas. Se após a leitura completa do texto, as dúvidas persistirem, você deve anotá- las para buscar esclarecimentos (mantenha à vista um dicionário). A técnica de sublinhar é usada para marcar apenas o texto estritamente necessário, para melhor entender veja o exemplo: METODOLOGIA CIENTíFICA26 M E TO D O L O G IA C IE N T íF IC A Veja algumas dicas úteis para a elaboração de um esquema, segundo hühne (2000): após a leitura do texto, atribuir títulos e subtítulos às ideias identiicadas no texto, anotando-os às margens; colocar esses itens no papel como uma sequência ordenada por números (1, 1.1, 1.2, 2, etc.) para indicar suas divisões; utilizar símbolos para relacionar as ideias esquematizadas, como setas para indicar que uma ideia leva a outra, sinais de igual para indicar semelhança ou cruzes para indicar oposição, etc.; é igualmente útil utilizar chaves ou círculos para agrupar ideias semelhantes. Você pode usar a criatividade para a elaboração do esquema, mas deve sempre obedecer a uma ordem hierárquica para apresentar as parte do conteúdo. Veja os exemplos: Renascimento Idade Moderna Europa Inspirado na cultura Greco-Romana Esquema 1: Idade Média (1453-1789) Renascimento Fonte: Colégio Rainha da Paz (1999). Desenvolvimento comercial urbano- burguês e centralização do poder Nova mentalidade homem ideal Questionador Estudioso Renascimento cientíico Renascimento artístico Novos métodos: • Pesquisa • Observação • Experiência • Novasteorias • Racionalismo • Otimismo • Busca da verdade • Busca da perfeição • Perspectiva • Naturalismo • Representação da realidade • humanismo A LEITURA E A PRODUçãO DE TExTOS 27 A L E IT U R A E A P R O D U ç ã O D E T E x TO S Esquema 2: Esquema estrutural e dinâmico Fonte: Carneiro ([1999?]). Exemplos dos mais diversos tipos de esquema estão no livro de Salomon (2001, p. 109-113). O vocabulário caminha paralelamente ao desempenho da leitura; quem pouco lê tem vocabulário reduzido. Assim, faça sempre uma leitura atenta e esteja sempre com lápis à mão para anotar palavras desconhecidas, consultando no dicionário o signiicado e, sempre que tiver oportunidade, utilize essas palavras em seus textos para incorporar ao seu vocabulário. 1. Grupo 1.1 Estrutura 1.1.2 Essência 1.2.1 Pré-tarefa 1.2.2 Tarefa 1.2.3 Projeto 1.2 Dinâmica 1.2.1.1 Dependência 1.2.1.2 Luta-Fuga 1.2.1.3 Acasalamento 1.1.2.1 Amor 1.1.2.1.1 Tele 1.1.1.1 Individualidade 1.1.1.2 Díade 1.1.1.3 Grupalidade 1.1.1.4 Serialidade 1.1.1.5 Multidão ou Público 1.1.1 Existência METODOLOGIA CIENTíFICA28 M E TO D O L O G IA C IE N T íF IC A Autoavaliação 2 Nesta unidade, veriicamos a importância da leitura e algumas técnicas para melhor aproveitar os estudos, facilitando a assimilação, a memorização e o registro das informações. Analise o texto a seguir, procure identiicar a ideia principal, ideias secundárias e as palavras-chave do texto. Ser líder é diferente de ser administrador, gerente ou chefe. Liderar é lidar com pessoas, administrar é lidar com recursos, papéis, coisas, processos. Um chefe pode ser nomeado numa hierarquia, independentemente de possuir ou não as qualidades necessárias. Você pode ser um gerente e não conseguir ser o líder da equipe e pode ser o líder da equipe sem ser o chefe. [...] Um bom líder precisa possuir várias virtudes, entre elas: competência (conhecimento, habilidades e atitude/ação), ética (integridade e honestidade), entusiasmo, empatia, autoconiança, sensibilidade, humildade, imparcialidade, saúde, autoconhecimento, motivação e inteligência acima da média. [...] É fundamental que goste de se relacionar com pessoas, que saiba ouvir e que seja observador. Para se tornar um bom líder é preciso procurar estar preparado, ser proativo e ser relexivo. É importante ainda se auto-avaliar, procurar melhorar continuamente e ter entusiasmo e otimismo. (JORDãO, 2004). Referência: JORDãO, Sonia. Empreendedorismo e liderança nas empresas. João Pessoa: Portal Administradores Negócios Digitais, 18 mar. 2004. Disponível em: . Acesso em: 7 jun. 2008. Ideia principal Ideias secundárias Palavras-chave A LEITURA E A PRODUçãO DE TExTOS 29 A L E IT U R A E A P R O D U ç ã O D E T E x TO S Nesta unidade, você pôde identiicar as características indispensáveis para a realização de uma boa leitura. Atente para elas quando desenvolver uma leitura e para melhor entender os textos. Na próxima unidade, vamos conhecer as normas utilizadas na elaboração de citações e referências, de modo que você possa indicar as fontes de pesquisas quando da elaboração dos seus trabalhos. OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM ROTEIRO DE ESTUDO UNIDADE 3 FORMAS DE ELABORAR CITAÇÕES E REFERÊNCIAS Ao inal desta unidade, você deverá ser capaz de: CONhECER as normas que norteiam a elaboração de citações e referências; ELABORAR a citação de informações extraídas de textos publicados por outros autores; ELABORAR a referência dos conteúdos citados no decorrer de um texto. A im de atingir os objetivos propostos nesta unidade, o conteúdo está dividido em seções: 30 SEÇÃO 1 Elaboração de citações SEÇÃO 4 Outras normas para indicação de autoria nas referências SEÇÃO 2 Norma geral para indicação de autores nas citações SEÇÃO 3 Formas de apresentação das referências PARA INíCIO DE ESTUDO Para a elaboração de trabalhos cientíicos, você precisa consultar na literatura informações sobre o seu tema de estudo, a im de proporcionar cientiicidade ao texto. Nessa etapa, segundo Lückmann, Rover e Vargas (2009, p. 53), é fundamental fazer citações e a referência da literatura utilizadas na pesquisa, de acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), órgão que normatiza, entre outros documentos, a realização de trabalhos cientíicos. Nesta unidade, vamos identiicar as diferentes formas de se fazer uma citação e de referenciar corretamente os autores que foram citados na elaboração de um trabalho cientíico. Para facilitar a sua compreensão, utilizamos exemplos ilustrativos. Então, vamos à primeira seção sobre elaboração de citações?! SEÇÃO 1 ELABORAÇÃO DE CITAÇÕES Conforme a NBR 10520, as citações são informações extraídas de textos publicados por autores da área investigada e que são utilizadas como fonte de referência (ASSOCIAçãO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2002). Citações bem escolhidas enriquecem o trabalho. Outro aspecto muito importante para o registro das leituras é que todo conteúdo copiado ou baseado em algum texto ou informação de outro autor deverá referenciar obrigatoriamente a fonte, respeitando-se, dessa forma, os direitos autorais; caso contrário, caracteriza-se o plágio. há duas formas de se fazer citação: direta ou indireta; em casos eventuais, pode ocorrer uma citação de citação. Citação direta CITAÇÃO DIRETA CURTA AS CITAçõES DIRETAS, também chamadas de literais, textuais ou de transcrição, são aquelas que transcrevem exatamente as palavras do autor. Em alguns casos, você pode suprimir palavras ou trechos do texto citado. Você vai utilizar uma citação direta quando for absolutamente essencial transcrever as palavras do autor. As citações diretas podem ser curtas ou longas. Compreende trechos de até três linhas, mantendo-se exatamente as palavras do autor. A citação direta curta é usada no corpo do trabalho, apresentada entre aspas duplas. FORMAS DE ELABORAR CITAçõES E REFERêNCIAS 31 FO R M A S D E E L A B O R A R C IT A ç õ E S E R E FE R ê N C IA S Plagiar signiica assinar ou apresentar como sua obra artística ou cientíica de outrem. (FERREIRA, 2004). CITAÇÃO DIRETA LONGA Se a citação apresentar mais de três linhas, chamamos de citação direta longa. Da mesma forma que nas citações diretas curtas, você deverá manter exatamente as palavras do autor. A citação direta longa deve ser destacada com recuo de 4 cm a partir da margem esquerda, com letra menor que a utilizada no texto, sem aspas, com espaço simples entrelinhas. CITAÇÃO DE CITAÇÃO Compreende a menção de um trecho de documento já citado em outra obra à qual não tivemos acesso e que tomamos conhecimento apenas por citação de outro autor. Deve ser usada somente na total impossibilidade de acesso ao documento original. Nesse caso, a autoria deve ser referenciada pelo sobrenome do autor original e, na sequência, entre parênteses, ano e página em que o autor original escreveu (se houver), seguida da expressão latina apud (que signiica citado por) para indicar a obra da qual foi retirada a citação, depois o sobrenome do autor que fez a citação, em CAIxA- ALTA, ano e página do documento do qual retiramos a citação. METODOLOGIA CIENTíFICA32 M E TO D O L O G IA C IE N T íF IC A A escolha do tema da pesquisa é fundamental, conforme Azevedo (2004, p. 41), “O resultado de uma pesquisa depende da adequada escolha do assunto (tema, objeto, problema) a ser investigado.” Para explicar a importância do meio ambiente ao se referir sobre o custo social na produção do agrocombustível, cita-se o seguinte trecho de Valero (2008): Os impactos ao meio ambiente estão sendo ignorados pelos que defendem a substituição do petróleo pelo álcool combustível como medida para reduzir o aquecimento global. Um dosprocessos de produção mais comuns é a queima da palha do canavial, para facilitar o corte manual e aumentar a produtividade do cortador de cana. Essa prática reduz custos de transporte e aumenta a eiciência das moendas nas usinas. Com aspas no início Com aspas ao inal Sem aspasLetra menor Recuo 4cm Espaço entrelinhas simples Sem aspas CITAÇÕES DIRETAS COM OMISSÃO DE PALAVRAS Algumas palavras podem ser omitidas sem a necessidade de se modiicar o sentido da citação. Essas palavras podem ser suprimidas no início, meio ou inal do texto e devem ser substituídas por reticências entre colchetes [...] Essa situação pode ocorrer tanto em citações diretas curtas quanto em citações diretas longas. FORMAS DE ELABORAR CITAçõES E REFERêNCIAS 33 FO R M A S D E E L A B O R A R C IT A ç õ E S E R E FE R ê N C IA S Sobre gestão por competências, Brandão e Aquino (2001 apud BITENCOURT; BARBOSA, 2004, p. 246) assim se posicionam: Deve fazer parte das políticas que recaem sobre as pessoas e para o sucesso organizacional direcionada ao recrutamento, seleção, treinamento, entre outros, fazendo parte das competências necessárias para atingir os objetivos da organização, lembrando sempre que devem estar alinhadas à estratégia organizacional. Para explicar o surgimento da propriedade privada, recorre-se ao seguinte trecho: [...] os avanços recentes em clonagem reprodutiva permitem quatro conclusões importantes: 1) a maioria dos clones morre no início da gestação; 2) os animais clonados têm defeitos e anormalidades semelhantes, independentemente da célula doadora ou da espécie; 3) essas anormalidades provavelmente ocorrem por falhas na reprogramação do genoma; 4) a eiciência da clonagem depende do estágio de diferenciação da célula doadora. (hOChEDLINGER; JAENISCh, 2003 apud ZATZ, 2004). Autores e ano do texto original Indicação de uma citação de citação Autores e ano de onde foi referida a citação Também podemos citar a autoria após o texto, indicando sobrenome dos dois autores (do texto original e do que citado) em CAIxA-ALTA, entre parênteses, com as demais informações. Observe que, no caso de citação de citação, na lista de referências, você deve mencionar somente a obra consultada, apontando o autor da obra citada, e não o autor original da citação. METODOLOGIA CIENTíFICA34 M E TO D O L O G IA C IE N T íF IC A Descrevendo sobre o proissional que o mundo moderno exige para atuar no mercado de trabalho, Moura e Silva (2003, p. 5) colocam que ele deve “[...] ter iniciativa, ética, visão de futuro, habilidade de negociação, agilidade, segurança para resolver os problemas que surgem, capacidade de aprender a lidar com mudanças, lexibilidade.” O líder exerce papel fundamental na organização: O papel do líder é ser útil. Ele está constantemente procurando formas de ajudar todos os funcionários a se realizar no trabalho ou como indivíduos. Parte disso é o esforço do líder para identiicar e remover fatores desmotivadores sistematicamente [...] Outra parte é encorajar as pessoas a colocar em prática o melhor do que são capazes. (RAO, 2009, p. 80). A importância do estudo da ilosoia no ensino médio para que o jovem se sinta mais seguro sobre o que fazer em sua vida é a temática que Surdi (2006, p. 224) chama a sociedade para reletir: O jovem está numa situação de desconforto em função das decisões que precisam ser tomadas, pois não é mais criança e nem mesmo um adulto maduro. Essas decisões implicam em responsabilidade e no exercício da liberdade e que serão cruciais na sua existência [...] Citação com omissão no início do texto Citação com omissão no meio do texto Citação com omissão no inal do texto é aconselhável apresentar uma citação direta, curta ou longa, em uma mesma página; você não deve dispor uma mesma citação em páginas diferentes. Caso isso aconteça, deixe um espaço em branco e apresente a citação inteira na página seguinte. Agora que já conhecemos o tipo de citação direta, vamos conhecer outro tipo de citação: a citação indireta. Citação indireta A CITAçãO INDIRETA é também chamada de paráfrase ou sintética. Deve ser usada no corpo do trabalho de maneira corrente, sem o uso de aspas; deve-se indicar o autor da mesma forma que na citação direta. Quando izer parte do texto, deverá constar o sobrenome do autor, com primeira letra maiúscula e, entre parênteses, o ano da publicação e a(s) página(s) pesquisada(s). CITAÇÃO INDIRETA DE DIVERSOS DOCUMENTOS DE MESMA AUTORIA PUBLICADOS EM ANOS DIFERENTES Nesse caso, se mencionados simultaneamente no trabalho, têm seus respectivos anos separados por vírgula e colocados em ordem cronológica. FORMAS DE ELABORAR CITAçõES E REFERêNCIAS 35 FO R M A S D E E L A B O R A R C IT A ç õ E S E R E FE R ê N C IA S Conforme Ferreira Filho, Nunomura e Tsukamoto (2006, p. 28), a ginástica brasileira vem conquistando títulos expressivos no meio internacional, igualando-se aos melhores países do mundo. Assim, a Ginástica Artística destaca-se na mídia, mas muitas pessoas questionam se o fato da estatura baixa estaria relacionado aos treinamentos da modalidade das ginastas. Sobre uma pessoa que viveu muitos anos sem nunca ter o privilégio de ser letrada, pode-se dizer que sua contribuição de forma cientíica não houve. Parece que a identiicação e a valorização do homem não estão vinculadas à questão da experiência, mas sim à relação da conquista de títulos (BOAVENTURA, 2004, p. 785). Observe a indicação dos autores Quando o sobrenome do autor for mencionado após a citação indireta, deverá icar entre parênteses, em CAIxA-ALTA, seguido do ano e número da(s) página(s). Obs.: quanto ao número da(s) página(s), essa informação é facultativa. As citações indiretas resultam da análise e interpretação das leituras que você faz; à medida que ler mais, poderá fazer citações de diversos documentos que expressam as mesmas ideias da temática pesquisada. Nesses casos, veriique a seguir como apresentar as citações. É opcional apresentar o número da página nas citações indiretas, mas é aconselhável mencioná-las para facilitar a localização da fonte original e também para publicação de artigos em periódicos que fazem essa exigência. CITAÇÕES INDIRETAS DE VÁRIOS AUTORES Quando forem citados vários autores na formulação de uma citação indireta, estes devem ser mencionados simultaneamente nos trabalhos, separando-se o sobrenome do autor por ponto e vírgula, em ordem alfabética e, após, o ano de publicação. SEÇÃO 2 NORMA GERAL PARA INDICAÇÃO DE AUTORES NAS CITAÇÕES Agora você vai conhecer mais algumas normas para situações que poderão acontecer no decorrer da construção de uma citação para um texto cientíico. METODOLOGIA CIENTíFICA36 M E TO D O L O G IA C IE N T íF IC A A Administração de Recursos humanos consiste no planejamento, na organização, no desenvolvimento, na coordenação e no controle de técnicas capazes de promover o desenvolvimento eiciente do pessoal e da própria organização. Ao mesmo tempo que o indivíduo alcança os objetivos individuais, mantém-se na organização, trabalhando e dando o máximo de si, com uma atitude positiva e favorável (ChIAVENATO, 1999, 2003, 2005). A Administração de Recursos humanos (ARh) representa todas aquelas coisas muito pequenas e muito numerosas que frustram ou impacientam, ou que alegram e satisfazem, mas que levam as pessoas a desejarem permanecer na organização. E mais, cuida da vida proissional, do ambiente empresarial o qual proporciona mais qualidade de vida ao empregado; é uma equipe comprometida com os objetivos da empresa (ChIAVENATO, 2000; GIL, 2001; TOLEDO, 1992). Agora que você já conhece a classiicação das citações: citação direta curta, citação direta longa, citação de citação, citação com omissão de palavras e citação indireta, vamos conhecer a normatizaçãogeral para a indicação dos autores nas citações. Você percebeu que existe diferença na maneira de apontar o autor no momento de fazer a citação? INDICAÇÃO DO AUTOR NO TEXTO INDICAÇÃO DO AUTOR ENTRE PARÊNTESES Nesse caso, iniciamos a transcrição com o sobrenome do autor ou autores (até três autores), com a primeira letra maiúscula e demais minúsculas e, na sequência, entre parênteses, ano da publicação e página. Mencionamos o SOBRENOME do(s) autor(es), entre parênteses, em CAIxA-ALTA, isto é, com todas as letras MAIÚSCULAS, separado(s) por ponto-e-vírgula, quando houver mais de um autor, ano e página. FORMAS DE ELABORAR CITAçõES E REFERêNCIAS 37 FO R M A S D E E L A B O R A R C IT A ç õ E S E R E FE R ê N C IA S A indicação de autores nas citações (direta ou indireta), independentemente do tipo de documentação consultada para a pesquisa (livro, periódico, material da internet, entre outros), pode ser apresentada de duas formas: no decorrer ou ao inal da citação. Ao se referirem às apresentações em seminário, Lakatos e Marconi (2001, p. 35) apontam que “Seminário é uma técnica de estudo que inclui pesquisa, discussão e debate; sua inalidade é pesquisar e ensinar a pesquisar.” “Seminário é uma técnica de estudo que inclui pesquisa, discussão e debate; sua inalidade é pesquisar e ensinar a pesquisar.” (LAKATOS; MARCONI, 2001, p. 35). Observe a indicação do(s) autor(es) Observe a indicação do(s) autor(es) Observe que você determina, de acordo com o texto, se vai indicar o autor no decorrer ou ao inal da citação, mas deve seguir a norma. é importante destacar que, de modo geral, a apresentação da citação independe do tipo de obra, com exceção das citações de apostilas e de material avulso. Agora que você já sabe como indicar o(s) autor(es) em uma citação, vamos veriicar alguns exemplos de quando houver citações de textos sem autor, com um autor, com dois autores, com três autores e com mais de três autores. METODOLOGIA CIENTíFICA38 M E TO D O L O G IA C IE N T íF IC A M E TO D O L O G IA C IE N T íF IC A CITAÇÃO SEM AUTOR Nas citações sem autor ou responsabilidade, a identiicação é feita pela primeira palavra do título seguida de reticências, da data de publicação do documento e da página. No texto: “Cada vez mais, empresas e pessoas percebem que o verdadeiro valor de um produto está no que ele pode promover à sociedade.” (VALOR..., 2005, p. 5). No texto: A prática empresarial tem demonstrado que a eicácia do poder pessoal transcende, e muito, o poder organizacional. O primeiro depende das habilidades e capacidades humanas inerentes à pessoa do líder. Enquanto que o segundo, independente do ocupante da função gerencial, é determinado pela estrutura hierárquica da empresa. Eventualmente, qualquer pessoa que vá ocupá-lo já encontra. (UMA NOVA..., [2009?]). Na referência: VALOR Brasil: marca de responsabilidade social. FAE Business, Curitiba: Unifae, n. 13, p. 5-6, nov. 2005. Disponível em: . Acesso em: 16 fev. 2010. Na referência: UMA NOVA liderança em busca de excelência. Rio de Janeiro: Educação Empresarial. [2009?]. Disponível em: . Acesso em: 24 dez. 2009. Se o título iniciar por artigo ou monossílabo, este deve ser incluído na indicação da fonte. CITAÇÃO COM UM AUTOR Sobrenome do autor, apenas com primeira letra maiúscula e, entre parênteses, ano e página. FORMAS DE ELABORAR CITAçõES E REFERêNCIAS 39 FO R M A S D E E L A B O R A R C IT A ç õ E S E R E FE R ê N C IA S Ao dar início a sua vida universitária, o estudante precisa começar a formar sua biblioteca pessoal, adquirindo paulatinamente, mas de maneira sistemática, os livros fundamentais para o desenvolvimento de seu estudo. [...] O estudante precisa munir-se de textos básicos para o estudo de sua área especíica, tais como um dicionário, um texto introdutório, um texto de história, algum possível tratado mais amplo, algumas revistas especializadas, todas obras especíicas à sua área de estudos e áreas ains. Quando se fala de consumo de produtos de origem animal, há uma exigência do consumidor, cada vez maior, no controle da qualidade desses produtos, é o que indicam Silva e Nääs (2006). Os métodos manuais de controle existentes, aplicáveis à produção animal, começam a se mostrar ineicientes para garantir percentual crescente dessa qualidade, pois essa garantia somente pode ser efetiva se houver rastreamento coniável do animal desde o seu nascimento até o abate. Ao dar início à sua vida universitária, o estudante precisa começar a formar sua biblioteca pessoal, adquirindo paulatinamente, mas de maneira sistemática, os livros fundamentais para o desenvolvimento de seu estudo. [...] O estudante precisa munir-se de textos básicos para o estudo de sua área especíica, tais como um dicionário, um texto introdutório, um texto de história, algum possível tratado mais amplo, algumas revistas especializadas, todas obras especíicas à sua área de estudos e áreas ains. (SEVERINO, 2006, p. 24-25). Também podemos indicar a referência, entre parênteses, com o sobrenome do autor em CAIxA-ALTA, ano e página. CITAÇÃO COM DOIS AUTORES Quando dois autores fazem parte do texto, escrevemos os sobrenomes dos autores com a primeira letra maiúscula, separados pela conjunção “e” entre eles, o ano e página entre parênteses. Considerando que, na formação universitária, o aluno necessita fundamentalmente de um bom embasamento teórico para a realização das atividades práticas, de laboratório ou de campo, Severino (2006, p. 24-25) recomenda: Você percebeu que essa é uma citação indireta? Lembra que comentamos anteriormente que as regras são as mesmas para a indicação de autores, tanto direta quanto indireta? Outra observação é que, nessa citação, não consta a página; você sabe por quê? Essa é uma citação de um artigo publicado na internet; logo, indicamos apenas autor e ano. METODOLOGIA CIENTíFICA40 M E TO D O L O G IA C IE N T íF IC A Observe que, caso os autores sejam mencionados após a citação, você deve citar os sobrenomes dos dois autores em CAIxA-ALTA, separados por ponto e vírgula, ano e página. “As sementes de Esenbeckia grandilora apresentam tricomas pluricelulares no óvulo, são classiicadas como mesotestal, com ausência do tégmem, ausência de endosperma e tipo de reserva lipo-protéica” (SILVA; PAOLI, 2006, p. 7). De acordo com Bastos, Souza e Costas (2006), “[...] o fator humano passa a desempenhar papel fundamental para a aquisição das competências organizacionais capazes de agregar valor a seus produto/serviços.” “[...] o fator humano passa a desempenhar papel fundamental para a aquisição das competências organizacionais capazes de agregar valor a seus produto/serviços.” (BASTOS; SOUZA; COSTA, 2006). CITAÇÃO COM TRÊS AUTORES CITAÇÃO COM MAIS DE TRÊS AUTORES Como parte do texto, indicamos os sobrenomes dos autores com a primeira letra maiúscula, separados por vírgula do primeiro para o segundo e com a conjunção “e” (minúscula) deste para o terceiro autor, ano e página entre parênteses. Indicamos o sobrenome do primeiro autor seguido da expressão et al., ano e página. Entre parênteses, escrevemos os sobrenomes dos autores em CAIxA- ALTA, separados por ponto e vírgula, ano e página (se houver). FORMAS DE ELABORAR CITAçõES E REFERêNCIAS 41 FO R M A S D E E L A B O R A R C IT A ç õ E S E R E FE R ê N C IA S A comunicação em redes é a nova tendência na educação; é o que apontam harasim et al. (2005, p. 221): “As redes de aprendizagem proporcionam uma rica oportunidade de intercâmbio de informações e ideias, em que todos os alunos podem participar ativamente.”