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Importância do Código de Hamurabi, de Manu, e a Lei das XII Tabuas como fenômeno social do Direito. Código de Hamurabi Conceito: O Código de Hamurabi é um conjunto de leis criadas na Mesopotâmia, por volta do século XVIII a.C., pelo rei Hamurabi da primeira dinastia babilônica. O código é baseado na lei de talião, “olho por olho, dente por dente”. Quem foi Hamurabi? Hamurabi nasceu por volta de 1810 a.C. e faleceu em 1750 a.C. Foi o sexto soberano da dinastia dos reis Babilônicos. Seu reinado durou mais de 40 anos e, apesar de suas conquistas militares, ele é lembrado pela sua interpretação de justiça que visava organizar o povo. Características O Código de Hamurabi é visto como a mais fiel origem do Direito. É a legislação mais antiga de que se tem conhecimento, e o seu trecho mais conhecido é a chamada lei de talião. Ele é pequeno, tendo em seu original três mil e seiscentas linhas, sendo essas linhas ordenadas em duzentos e oitenta e dois artigos, sendo que de alguns deles não há conhecimento completo de sua redação. Museu de Louvre em Paris. Sociedade Babilônica Os Awilum- Os homens livres. Os Muskênum- Camada intermediaria entre os Awilum e os escravos ( Funcionários públicos, com deveres e direitos especifico.) Os escravos- Prisioneiros de Guerra. Divisão do Código de Hamurabi O Código de Hamurabi não apresenta o mesmo formato das leis contemporâneas. A conformação que prevalece nos dias atuais surgiu apenas com o Código Civil Napoleônico. Estudiosos como E. Bergmann procuraram estruturar de forma racional a estrutura do código: I. Leis punitivas de prováveis delitos praticados durante um processo judicial (parágrafos 1 a 5). II. Leis regulatórias do direito patrimonial (parágrafos 6 a 126) III. Leis regulatórias do direito de família e heranças (parágrafos 127 a 195). IV. Leis destinadas a punir lesões corporais (parágrafos 196 a 214). V. Leis que regulam os direitos e obrigações de classes especiais como: a) Médicos (§§215 – 223) b) Veterinários (§§ 224 – 225) c) Barbeiros (§§ 226 – 227) d) Pedreiros (§§ 228 - 233) e) Barqueiros (§§ 234 – 240) (parágrafos 215 a 240). VII. Leis regulatórias de preços e salários (parágrafos 241 – 277). VIII. Leis adicionais regulatórias da posse de escravos (parágrafos 278 – 282). Ao contrário da classificação sugerida por Bergman, Hugo Winker faz a divisão em quatorze partes: I. Encantamentos, juízos de Deus, falso testemunho, prevaricação dos juízes. (parágrafos 1 a 5) II. Crime de furto e rapina, reivindicação de móveis. (parágrafos 6 a 25) II. Direitos e deveres dos oficiais, dos gregários em geral.(parágrafos 26 a 41) IV. Locação em regime geral dos fundos rústicos, mútuos, locação de casas, doações em pagamento. (parágrafos 42 a 65) V .Relação entre comerciantes e comissionários. (parágrafos 100 a 107) VI. Regulamento das tabernas (taberneiras prepostas, polícia, penas e tarifas). (parágrafos 108 a 111) VII. Obrigações (contratos de transportes, mútuos), processo de execução e servidão por dívidas. (parágrafos 112 a 119) VII. Contratos de depósitos (parágrafos 120 a 126) . IX. Injúria e difamação (parágrafo 127). X. Matrimônio e família, crimes contra a ordem da família, contribuições e doações nupciais, sucessão. (parágrafos 128 a 184). XI. Adoção, ofensa aos genitores. Substituição do recém-nascidos. (parágrafos 185 a 195). XII. Crimes e penas (lesões corporais) talião, indenização e composição. (parágrafos 196 a 214). XII. Médicos e veterinários, arquitetos e barqueiros (mercês, honorários e responsabilidade), choque de navios. (parágrafos 215 a 240). XIV. Sequestro, locações de animais, trabalhos nos campos, pastores, operários.Danos, furtos de utensílios para água, escravo (ação redibitória, responsabilidade por evicção, disciplina). (parágrafos 241 a 282) . Lei de talião A lei (ou pena) de talião é o ponto principal e fundamental para o Código de Hamurabi. A despeito do que muitos pensam, talião não é um nome próprio. O termo vem do latim talionis, que significa “como tal”, “idêntico”. Daí temos a pena que se baseia na justa reciprocidade do crime e da pena, frequentemente simbolizada pela expressão “olho por olho, dente por dente”. Ela se faz presente na maior parte dos duzentos e oitenta e dois artigos do código. Muitos delitos acabam tendo com sanção punitiva o talião, ou às vezes a pena de morte. Apesar de parecer chocante a condenação à pena de morte, esta era uma condenação bastante usual, pelo menos na legislação. Curiosidades O código de Hamurabi é um dos documentos jurídicos mais antigos relacionados com os direitos humanos. Não há evidências documentais que afirmem que o código foi aplicado, mas com certeza ele foi copiado e estudado pelas gerações posteriores. Dentre as leis mais estranhas encontramos no código a que ditava o afogamento do cervejeiro em sua própria bebida, se ela fosse ruim. Código de Manu O Código de Manu teve sua origem em torno do ano 1500 a.C., promulgado aproximadamente entre os anos de 1300 a 800 a.C. É primeira organização geral da sociedade sob a forte motivação religiosa e política. Código de Manu se divide em Religião, Moral e Leis civis. Segundo uma lenda, Sarasvati foi a primeira mulher, criada por Brahma da sua própria substância. Desposou-a depois e do casamento nasceu Manu, o pai da humanidade, a quem se atribui o mais popular código de leis reguladoras da convivência social. É dividido em 12 livros Livro Primeiro - Descreve a apresentação e o pedido das leis compiladas pelos Maharqui (os dez santos eminentes) dirigido a Manu; a criação do mundo; a hierarquia celeste e humana; a divisão do tempo; o alternar-se da vida e da morte, em cada ser criado; e, a explicação das regras para que possam ser difundidas. Livro Segundo - Institui quais sejam os deveres que devem cumprir os homens virtuosos, os quais são inatacáveis tanto pelo ódio quanto pelo amor, e as obrigações e a vida prescrita para o noviciado e a assunção dos sacramentos para os Brâmanes, sacerdotes, membros da mais alta casta hindu. Livro Terceiro - Estipula normas sobre o matrimônio e os deveres do chefe da família; trazendo descrições minuciosas sobre os inúmeros costumes nupciais; o comportamento do bom pai frente à mulher e aos filhos; a obrigação de uma vida virtuosa; a necessidade de excluir pessoas indesejáveis, como, por exemplo, os portadores de doenças infecciosas, os ateus, os que blasfemam, os vagabundos, os parasitas, os dançarinos de profissão, etc. do meio familiar; as oblações que devem ser feitas aos deuses, etc. Livro quarto - Ratifica, como de fundamental importância, o princípio de que qualquer meio de subsistência é bom se não prejudica, ou prejudica o menos possível, os outros seres humanos, e ensina de que maneira, honesta e honrosa, se pode procurar como e do que viver. Livro Quinto - Indica quais os alimentos que devem ser preferencialmente consumidos para ter uma vida longa e quais normas de existência devem ser seguidas para a purificação do corpo e do espírito; eleva simbolicamente a função do trabalho e determina normas de conduta para as mulheres, que devem estar sempre submetidas ao homem (pai, marido, filho ou parente e, na falta, ao soberano). Livro Sexto - Regula a vida dos anacoretas (religioso contemplativo) e dos ascetas (praticantes); de como tornarem-se, conhecendo as escrituras, cumprindo sacrifícios e abandonando as paixões humanas. Livro Sétimo - Determina os deveres dos reis e confirma as normas de sua conduta, que deve ter como objetivo proteger com justiça todos aqueles que estão submetidos ao seu poder. O Código se ocupa não só das relações internas, como também das externas, e dita regras de diplomacia para os embaixadores do rei e da arte da guerra quando for preciso recorrer às armas. O princípio romano "se queres a paz prepara-te para a guerra" (si vis pacem para bellum), já é aplicado aqui, quando diz que o rei, cuja armada mantém-seeficiente e constantemente em exercício, é temido e respeitado pelo mundo inteiro. Livro Oitavo e Nono - São os que mais interesse trazem aos jornais, pois contêm normas de direito substancial e processual, como também as normas de organização judiciária. A justiça vem do rei, que deve decidir pessoalmente as controvérsias que podem ser resumidas nos dezoito títulos do Livro Oitavo e nos três do Livro Nono. Livro Décimo - Regula a hierarquia das classes sociais, a possibilidade do matrimônio e os direitos que têm os filhos nascidos durante sua vigência e estabelece normas de conduta para aqueles que não conseguem, por contingências adversas, viver segundo as prescrições e as exigências de sua própria casta. Livro Décimo Primeiro – Enumera uma longa série de pecados e faltas e estabelece as penitências e os meios para se redimir. Livro Décimo Segundo - Enfoca a recompensa suprema das ações humanas. Aquele que faz o bem terá o bem eterno nas várias transmigrações de sua alma; o que faz o mal receberá a devida punição nas futuras encarnações. As transmigrações da alma são detalhadamente previstas e descritas. Tanto em bem quanto em mal, até que a alma chegue à perfeita purificação e, em consequência, possa ser reabsorvida por Brahma. Religião 80% da população segue o hinduísmo Para o Hinduísmo - A vida é um ciclo eterno de nascimentos, mortes e renascimentos 5 grandes princípios: Um deus com manifestação tríplice. A trimúrti é composta pelos três principais deuses do hinduísmo: Brhama, Vishnu e Shiva, que simbolizam respectivamente a criação, a conservação e a destruição. Natureza eterna do mundo Reencarnação Carma Nirvana A sociedade hindu é dividida em castas. Castas são grupos sociais hereditários em que se divide a população. O sistema de castas não admite mudanças. Sistema de castas Alguns pontos do Código de Manu. Castas Art. 411º Um Sudra, ainda que liberto por seu senhor, não é livre do estado de servidão; porque este estado, lhe sendo natural, quem poderia dele isentá-lo? Art. 751º Um Sudra , puro de espírito e de corpo, submetido às vontades das classes superiores, doce em sua linguagem, isento de arrogância e se ligando principalmente aos Brâmanes, obtém um nascimento mais elevado. Testemunhas Testemunhas: A questão das testemunhas para esse Código é tratada com o mais intenso cuidado. Uma testemunha não pode, de maneira alguma, ficar calada, pois isso é considerado equivalente a um falso testemunho. Art. 13ºÉ preciso ou não vir ao Tribunal ou falar segundo a verdade: o homem que nada diz, ou profere uma mentira, é igualmente culpado. Art. 49. Devem-se escolher como testemunhas, para as causas, em todas as classes, homens dignos de confiança, conhecendo todos os seus deveres, isentos de cobiça, e rejeitar aqueles cujo caráter é o oposto a isso. Art. 50º Não se devem admitir nem aqueles que um interesse pecuniário domina, nem amigos, nem criados, nem inimigos, nem homens cuja má-fé seja conhecida, nem doentes, nem homens culpados de um crime. Art. 98º Ou então, segundo a gravidade do caso, que ele faça tomar o fogo com a mão àquele que ele quer experimentar ou que ele mande mergulhá-lo na água ou lhe faça tocar separadamente a cabeça de cada um de seus filhos e de sua mulher. Art. 99º Aquele a quem a chama não queima, a quem a água não faz sobrenadar, ao qual não sobrevém desgraça prontamente, deve ser considerado como verídico em seu juramento. Casamento Casamento: Nessa sociedade muitas crianças já nasci am “prometidas em casamento” e, especialmente no caso da mulher, não era uma escolha pessoal, até mesmo porque, na maior parte das vezes, elas casavam-se ainda muito crianças, segundo indica o Código de Manu: Art. 505º É a um mancebo distinto, de exterior agradável e da mesma classe, que um pai deve dar sua filha em casamento, segundo a lei, embora ela não tenha chegado ainda à idade de oito anos em que a devam casar. Art. 511º Um homem de trinta anos deve desposar uma rapariga de doze que lhe agrade; um de vinte e quatro, uma de oito; se ele acabou antes seu noivado, para que o cumprimento de seus deveres de dono da casa não seja retardado, que ele se case logo. Divórcio O divórcio era admitido desde que fosse motivado. Apenas o homem repudiava a esposa. Art. 494º Durante um ano inteiro, que o marido suporta a aversão de sua mulher, mas, depois de um ano, se ela continua a odiá-lo, que ele tome o que ela possui em particular, lhe dê somente o que subsistir e vestir-se, e deixe de habitar com ela. Art. 498º Uma mulher estéril deve ser substituída no oitava ano; aquela cujos filhos têm morrido, no décimo; aquela que só põe no mundo filhas, no undécimo; aquela que fala com azedume, imediatamente. Adultério Art. 368º Se uma mulher, orgulhosa de sua família e de suas qualidades, é infiel ao seu esposo, que o rei a faça devorar por cães em um lugar bastante frequentado. Art. 369º Que ele condene o adúltero seu cúmplice a ser queimado sobre um leito de ferro aquecido ao rubro e que os executores alimentem incessantemente o fogo com lenha até que o perverso seja carbonizado. Mulher A situação da mulher é de subordinação. Hindus acreditavam na propensão feminina ao mal. Art. 419º Dia e noite, as mulheres devem ser mantidas num estado de dependência por seus protetores; e mesmo quando elas têm demasiada inclinação por prazeres inocentes e legítimos, devem ser submetidas por aqueles de quem dependem à sua autoridade. Art. 420º Uma mulher está sob a guarda de seu pai, durante a infância, sob a guarda de seu marido durante a juventude, sob a guarda de seus filhos em sua velhice; ela não deve jamais se conduzir à sua vontade. Estupro Art. 356º Um Sudra deve sofrer a pena capital por ter feito violência à mulher de um Brâmane; e, em todas as classes, são principalmente as mulheres que devem ser vigiadas continuamente. Lei das XII Tábuas como Fenômeno Social e do Direito Historia- A plebe era formada por todos os que eram estrangeiros, ou de famílias sem culto doméstico que ficavam a margem de um ordenamento jurídico, baseado na religião ou dos lares ou de seus antepassados, em tese baseado em costumes, os patrícios lhe ofereceram a clientela, no caso seriam servos dos mesmos e entrariam assim, na ordem jurídica romana. Muitos acabaram aceitando, mas outros se uniram ao Rei Tarquínio, e isso levou os nobres a proclamar a República. As leis eram aplicadas na República Romana pelos pontífices e representantes da classe dos patrícios, que as guardavam em segredo, afinal a ideia de se criar uma lei oficial publicada acabaria com o controle sobre a população, já que tentaram manter por mais tempo possível o privilégio no controle jurídico, e essa condição dava aos patrícios enormes poderes de manipulação e repressão sobre os plebeus. Então era preciso a criação de uma lei que envolvesse os interesses de todos da população. Os plebeus. Na Roma Antiga, havia, além dos patrícios, a plebe (do latim plebem, multidão), os plebeus habitavam o solo romano, sem integrar a cidade. Eram pessoas livres, podiam ter terras, pagavam impostos e prestavam serviços militares. A diferença era marcada por barreiras de tabus que acabavam excluindo essa parte da população, fazendo com que não possuíssem direitos políticos nem civis. A plebe, possivelmente era formada pelos vencidos que ficavam sobre a proteção do Estado, sendo a parte simples da população, e também dos estrangeiros que o Estado protegia. Os plebeus eram homens e mulheres livres que praticavam o comércio, faziam artesanato e trabalhos agrícolas. Compunham a maioria da população, e mesmo assim não eram considerados cidadãos. Os clientes eram plebeus que se associavam aos patrícios, prestando-lhes serviços pessoais e apoiando-os na dominação exercida sobre a plebe em troca de ajuda econômica e proteção. Esses grupos foram dominados e incorporados à sociedade romana, mas não tinham os direitosque pertenciam aos patrícios. Os patrícios Os patrícios, eram cidadãos da República Romana que constituíam a aristocracia romana, ou seja, a parte nobre da população. Possuíam inúmeros privilégios, como a isenção de tributos, a possibilidade de se tornarem soberanos de Roma. Desempenhavam as mais altas funções públicas, que variavam desde o exército até os altos cargos administrativos. Possuíam muitas terras e escravos. Os patrícios descendiam das primeiras famílias de Roma, desde o período pré-romano, foram por muito tempo os maiores proprietários de terras, de escravos e de casas luxuosas além de fazerem parte do Senado que era uma assembleia formada pelos grandes chefes de famílias, para impedir que as atitudes tomadas pelo o rei reduzissem o jus privatum. Lei das XII Tábuas, criação. Os patrícios entregaram a dez homens, chamados de “decênviros”, a parte de criação de leis de equiparação, gravadas em lâminas de bronze e expostas no Fórum de Roma para todos terem o conhecimento da nova situação. A delegação viajou até a Grécia para colher o que fosse mais importante da legislação helênica, sobre a presidência de Ápio, teriam elaborado 10 tábuas de leis, mas o trabalho estava incompleto e foi organizado um novo decenvirado para redigir mais duas tábuas que faltavam, essas duas tábuas seriam complementos para as outras dez. Estudos mostram que elas tinham a seguinte divisão no caso em resumo: Tábuas I e II: Organização e procedimento judicial; é dever do réu responder quando chamado em juízo, se não ir, o autor deve leva-lo, mesmo a força, a segunda passa a ser continuação da primeira, se o réu ou o juiz ou o autor estiver com uma doença grave, deve se adiado o julgamento, se alguém fizer furto à noite e for morto, o que matou não será punido. O fim da desigualdade civil entre plebeus e patrícios com a Lei das Doze Tábuas. O povo de Roma era dividido em três classes: os patrícios, os clientes e os plebeus. Os patrícios que se consideravam descendente das primeiras famílias de Roma gozavam de todos os privilégios e direitos, (jus suffragi), dava a permissão para o voto nos comícios, (jus honorum), que dava o direito de exercer os cargos públicos, o direito de possuir as terras conquistadas, o direito de contrair casamento (ius conubi) dentre muitos outros, o que os diferenciavam das outras classes. Os clientes estavam ligados aos patrícios, a quem serviam, acompanhando-os inclusive na guerra, por busca de proteção e de fazerem parte da ordem jurídica romana. Os plebeus, mesmo sendo a maioria da população, não podiam casar com os patrícios, e não participavam da organização política da cidade, embora fossem seus habitantes. A criação de uma lei oficial que envolvesse não só os patrícios, mas também a plebe eram fundamentais, depois que Roma estabeleceu contato com a Grécia, muitas famílias patrícias assimilaram sua cultura, com seus costumes e doutrinas igualitárias, casamentos entre patrícios e plebeus aconteceram embora fosse vedado, após todos esses acontecimentos, a igualdade civil foi estabelecida pela Lei das Doze Tábuas, no ano de 451 a.C. Até hoje considerada como a fonte de todo o direito, a Lei das XII Tábuas divide seus temas da seguinte maneira: Tábuas I e II – Organização e procedimento judicial; Tábua III – Normas contra os inadimplentes; Tábua IV – Pátrio poder; Tábua V – Sucessão e tutela; Tábua VI – Propriedade; Tábua VII – Servidões; Tábua VIII – Dos d elitos; Tábua IX – Direito público; Tábua X – Direito sagrado; Tábuas XI e XX – Complementares. Pontos Comparativos: a) Inciso XI, Tábua I. O pôr do sol será o termo final da audiência. Art. 172, Código de Processo Civil. Os atos processuais realizar-se-ão em dias úteis, das 6 (seis) às 20 (vinte) horas. Comparando-se o inciso X I da Tábua I com o art. 172 do Código de Processo Civil, nota-se semelhança na delimitação relativa ao horário dos atos processuais. Há, porém, diferenças entre códigos pela aceitação de exceções pelo Código de Processo Civil brasileiro, segundo o qual: Art. 172, § 1º, Serão, todavia, concluídos depois das 20 (vinte) horas os atos iniciados antes, quando o adiamento prejudicar a diligência ou causar grave dano. b) Inciso V, Tábua VI. As terras serão adquiridas por usucapião depois de dois anos de posse, as coisas móveis depois de um ano. Art. 183, Constituição Federal. Aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos e cinquenta metros quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando -a para sua moradia ou d e sua família, adquirir -lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. Art. 1.240, Código Civil. Aquele que possuir, como sua, área urbana de até duzentos e cinquenta metros quadrados, por cinco anos ininterruptamente e sem oposição, utilizando -a para sua moradia ou de sua família, adquirir -lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. Em se tratando da área urbana, nota-se que não há diferenças quanto ao prazo tanto no artigo 183 da Constituição Federal e no artigo 1.240 do Código Civil, que são idênticos, como no texto da Lei das XII Tábuas. Art. 191, Constituição Federal. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como seu, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra, em zona rural, não superior a cinquenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade. Art. 1.239, Código Civil. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como sua, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra em zona rural não superior a cinquenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade. Com respeito à propriedade rural, salienta-se na legislação brasileira que o agente não deve ser proprietário de nenhum imóvel rural ou urbano. Art. 1.238, Código Civil. Aquele que, por quinze anos, sem interrupção, nem oposição, possuir como seu um imóvel, adquire-lhe a propriedade, independentemente de título e boa-fé; podendo requerer ao juiz que assim o declare por sentença, a qual servirá de título para o registro no Cartório de Registro de Imóveis. Parágrafo único. O prazo estabelecido neste artigo reduzir -se-á a dez anos se o possuidor houver estabelecido no imóvel a sua moradia habitual, ou nele realizado obras ou serviços de caráter produtivo. No entanto, diferenciam- se, no artigo 1.238 do Código Civil. O prazo de quinze anos expresso no caput do artigo é reduzido a dez anos em seu parágrafo único caso o possuidor tenha estabelecido moradia ou realizado obras ou serviços de caráter produtivo no imóvel.