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Fecundação humana A fecundação é a união do espermatozoide, gameta masculino, e do ovócito secundário, gameta feminino. Normalmente a fecundação, também chamada de fertilização, ocorre nas tubas uterinas, em uma região mais dilatada chamada de ampola uterina. → Capacitação do espermatozoide A fecundação só acontece após a etapa de capacitação dos espermatozoides, que torna essas células aptas a adentrar o ovócito. Essa capacitação ocorre dentro do sistema reprodutor feminino por meio das interações entre o espermatozoide e a mucosa da tuba uterina. O processo em seres humanos dura aproximadamente sete horas. Várias mudanças ocorrem no espermatozoide durante a capacitação. Entre as alterações mais significativas, destaca-se a remoção de uma capa de glicoproteínas e proteínas do plasma seminal da região do acrossoma. Além disso, a membrana celular aumenta sua permeabilidade ao cálcio, o que causa um aumento da propulsão e uma maior facilidade na liberação de enzimas do acrossomo. → Etapas da fecundação A fecundação pode ser dividida em três fases: O espermatozoide passa pela corona radiata (2), penetra na zona pelúcida (2 e 3) e, por fim, as membranas fundem-se (4) ⇒ Penetração na corona radiata: Nessa primeira etapa, os espermatozoides que estão capacitados passam livremente pela corona radiata, que possui duas ou três camadas de células foliculares. ⇒ Penetração na zona pelúcida: A zona pelúcida é formada por glicoproteínas que circundam o ovócito. O espermatozoide, ao atingir essa camada, inicia a reação acrossômica, isto é, a liberação de enzimas e proteínas que ficam na vesícula acrossômica. Essas enzimas permitem que o espermatozoide entre em contato com a membrana plasmática do ovócito. Quando a cabeça do espermatozoide entra em contato com o ovócito, os grânulos corticais liberam seu conteúdo, uma situação conhecida como reação cortical. Isso faz com que a zona pelúcida altere-se e ocorra o bloqueio da entrada de um novo espermatozoide. ⇒ Fusão entre as membranas plasmáticas do ovócito e do espermatozoide: O espermatozoide adere-se ao ovócito e, posteriormente, a membrana remanescente do espermatozoide funde-se à membrana plasmática do ovócito. A cabeça e a cauda do espermatozoide penetram no citoplasma do ovócito, mas a membrana plasmática fica retida na superfície. Após a entrada do espermatozoide, o ovócito completa sua segunda divisão meiótica, formando o segundo corpo polar e o chamado óvulo. No óvulo, os cromossomos estão dispostos em um núcleo denominado de pró-núcleo feminino. O núcleo do espermatozoide expande-se, formando o pró-núcleo masculino, e a cauda degenera-se. O pró-núcleo feminino entra em contato íntimo com o pró-núcleo masculino e forma o zigoto. A partir desse momento, inicia-se o desenvolvimento embrionário. As três consequências da fecundação A primeira consequência da fecundação é o restabelecimento da diploidia. O espermatozoide é haplóide e o óvulo também. Logo, a mistura dos lotes cromossômicos de ambas as forma uma célula diplóide, a célula-ovo ou zigoto. A segunda consequência é a determinação do sexo, uma ocorrência particularmente importante nos mamíferos. A terceira consequência da fecundação é que ela desencadeia uma série de eventos que permitirão o desenvolvimento do zigoto em um futuro embrião. É no meio de todo esse processo, que já foi explicado anteriormente, que pode ocorrer à formação dos gêmeos. Formação dos Gêmeos Chamam-se gêmeos dois ou mais irmãos que nascem num nascimento múltiplo, ou seja, de uma mesma gestação da mãe, podendo ser idênticos ou não. Por extensão, as crianças nascidas de partos triplos, quádruplos ou mais também são chamados de gêmeos. Apesar de não haver uma estatística precisa, estima-se que uma em cada 85 gravidezes é gemelar. Existem duas maneiras de nascerem irmãos gêmeos. Gêmeos Bivitelinos Os gêmeos bivitelinos são dizigóticos ou multivitelinos, ou seja, são formados a partir de dois óvulos. Nesse caso são produzidos dois ovócitos II e os dois são fecundados, formando assim, dois embriões. Quase sempre são formados em placentas diferentes e não dividem o saco amniótico. Os gêmeos fraternos não se assemelham muito entre si, podem ter, ou não, o mesmo fator sanguíneo e podem ser do mesmo sexo ou não. Também são conhecidos como gêmeos diferentes. Na verdade são dois irmãos comuns que tiveram gestação coincidente. Representam 66% de todas as gestações gemelares, e neste tipo de gestação, 1/3 têm sexos diferentes, enquanto 2/3 o mesmo sexo. Um em cada um milhão de gêmeos deste tipo têm cores diferentes, mesmo sendo do mesmo pai. É possível gêmeos fraternos terem pais completamente diferentes. Irmãos nascidos da mesma gravidez e desenvolvidos a partir de dois óvulos que foram liberados do ovário simultaneamente e fertilizados na mesma relação sexual (regra), porém podem ser concebidos de cópulas distintas, mas daquela mesma ovulação dupla. Podem ter ou não do mesmo sexo, se diferenciam tanto fisicamente como em sua constituição genética e possuem duas placentas e duas membranas independentes e bem diferenciadas. A frequência dos gêmeos dizigóticos varia de acordo com a origem étnica (máxima incidência na raça negra, mínima na asiática e intermediária na branca), a idade materna (máxima quando a mãe tem de 35 a 39 anos) e a genética, com uma maior incidência da linha genética materna que da paterna, ainda que os pais possam transmitir a predisposição à dupla ovulação à suas filhas. Em geral, a proporção global é de dois terços de gêmeos dizigóticos para um de monozigóticos (ou seja, os gêmeos idênticos). Gêmeos Idênticos Quando um óvulo é produzido e fecundado por um só espermatozóide e se divide em duas culturas de células completas, dá origem aos gêmeos idênticos, ou monozigóticos, ou univitelinos. Sempre possuem o mesmo sexo. Os gêmeos idênticos têm o mesmo genoma, e são clones um do outro. Apenas 1/3 das gestações são de gêmeos univitelinos. A gestação é difícil pelo fato de apenas 10% a 15% dos gêmeos idênticos terem placentas diferentes, geralmente possuem a mesma placenta. Gêmeos xifópagos (siameses) Os gêmeos xifópagos, ou siameses, são monozigóticos, ou seja, formados a partir do mesmo zigoto. Porém, nesse caso, o disco embrionário não chega a se dividir por completo, produzindo gêmeos que estarão ligados por uma parte do corpo, ou têm uma parte do corpo comum aos dois. O embrião de gêmeos xifópagos é, então, constituído de apenas uma massa celular, sendo desenvolvido na mesma placenta, com o mesmo saco amniótico. Estima-se que dentre 40 gestações gemelares monozigóticas, uma resulta em gêmeos interligados por não separação completa. Num outro tipo de gêmeos xifópagos (hoje sabidamente mais comum) a união acontece depois, ou seja, são gêmeos idênticos separados que se unem em alguma fase da gestação por partes semelhantes: cabeça com cabeça; abdômen com abdômen; nádegas com nádegas, etc. Quando vemos alguma notícia de gêmeos que foram "separados" por cirurgia, trata-se, quase sempre, de um caso destes. O termo "siameses" originou-se de uma famosa ocorrência registrada desse fenômeno: os gêmeos Chang e Eng, que nasceram no Sião, Tailândia, em 1811, colados pelo ombro. Eles casaram, tiveram 22 filhos e permaneceram unidos até o fim de seus dias, tendo falecido com um intervalo de 3 horas um do outro. Fecundação Um grão de pólen, ao atingir o estigma de uma flor de mesma espécie, é estimulado a se desenvolver por substâncias indutoras presentes no estigma. O pólen forma um longo tubo, o tubo polínico, que cresce pistilo adentro até atingir o óvulo. Este possui um pequeno orifício nos tegumentos, denominado micrópila, por onde o tubo polínico penetra. Pelo interior do tubo polínico deslocam-se duas células haplóides, os núcleos espermáticos, que são os gametas masculinos. No interior do óvulo há uma célula haplóide especial, a oosfera, que corresponde ao gameta feminino. A oosfera situa-se em posição estratégica dentro do óvulo, bem junto àpequena abertura denominada mocrópila. O tubo polínico atinge exatamente a micrópila ovular e um dos dois núcleos espermáticos do pólen fecunda a oosfera, originado o zigoto. Este dará origem ao embrião. O outro núcleo espermático se une a dois núcleos polares presentes no interior do óvulo, originando um tecido triploide, o endosperma, que nutrirá o embrião. O óvulo fecundado se transforma na semente, que contém um pequeno embrião em repouse em seu interior. Veja com mais detalhes! Frutos e sementes Os frutos surgem do desenvolvimento dos ovários, geralmente após a fecundação dos óvulos. Em geral, a transformação do ovário em fruta é induzida por hormônios liberados pelos embriões em desenvolvimento. Existem casos, porém, em que ocorre a formação de frutos sem que tenha havido polinização. Partes do fruto Um fruto é constituído por duas partes principais: o pericarpo, resultante do desenvolvimento das paredes do ovário, e as sementes, resultantes do desenvolvimento dos óvulos fecundados. O pericarpo compõe-se de três camadas: epicarpo (camada mais externa), mesocarpo (camada intermediária) e endocarpo (camada mais interna). Em geral o mesocarpo é a parte do fruto que mais se desenvolve, sintetizando e acumulando substâncias nutritivas, principalmente açucares. Classificação dos frutos Diversas características são utilizadas para se classificar os frutos, entre elas o tipo de pericarpo, se o fruto abre-se ou não espontaneamente para liberar as sementes, etc. Frutos que apresentam pericarpo suculento são denominados carnosos e podem ser do tipo baga, quando se originam de ovários uni ou multicarpelares com sementes livres (ex.: tomate, abóbora, uva e laranja), ou do tipo drupa, quando se originam de ovários unicarpelares, com sementes aderidas ao endocarpo duro (ex.: azeitona, pêssego, ameixa e amêndoa). Frutos que apresentam endocarpo não suculento são chamados de secos e podem ser deiscentes, quando se abrem ao amadurecer, liberando suas sementes, ou indeiscentes, quando não se abrem ao se tornar maduros. A diferença de fruta e fruto O que se conhece popularmente por “frutas” não tem significado botânico. Fruta é aquilo que tem sabor agradável, às vezes azedo, às vezes doce. É o caso da laranja, pêssego, caju, banana, pêra, maça, morango, amora. Note que nem toda fruta é fruto verdadeiro. Já o tomate, a berinjela, o jiló e a abobrinha, entre outros, são frutos verdadeiros, mas não são frutas... Pseudofrutos e frutos partenocárpicos Nos pseudofrutos a porção comestível não corresponde ao ovário desenvolvido. No caju, ocorre hipertrofia do pedúnculo floral. Na maça, na pêra e no morango, é o receptáculo floral que se desenvolve. Assim, ao comer a polpa de um abacate ou de uma manga você está se alimentando do fruto verdadeiro. No entanto, ao saborear um caju ou uma maça, você está mastigando o pseudofruto. No caso da banana e da laranja de umbigo (baiana), o fruto é partenocárpico, corresponde ao ovário desenvolvido sem fecundação, logo, sem sementes. Origem e estrutura da semente A semente é o óvulo modificado e desenvolvido. Toda a semente possui um envoltório, mais ou menos rígido, um embrião inativo da futura planta e um material de reserva alimentar chamado endosperma ou albúmen. Em condições ambientais favoráveis, principalmente de umidade, ocorre a hidratação da semente e pode ser iniciada a germinação. Os cotilédones Todo o embrião contido em uma semente de angiosperma é um eixo formado por duas extremidades: A radícula, que é a primeira estrutura a emergir, quando o embrião germina; e O caulículo, responsável pela formação das primeiras folhas embrionárias. Uma “folha” embrionária merece especial atenção. É o cotilédone. Algumas angiospermas possuem dois cotilédones, outras possuem apenas um. Plantas que possuem dois cotilédones são chamadas de eudicotiledôneas e plantas que possuem um cotilédone são chamadas de monocotiledôneas. Os cotilédones inserem-se no caulículo, que dará origem ao caule. A ovulação A ovulação é a liberação de um óvulo maduro feita por um dos ovários por volta do 14º dia do ciclo menstrual, contado a partir do primeiro dia de menstruação. No ovário (o local de onde sai o óvulo) surge o corpo lúteo ou amarelo – uma estrutura amarelada que passa a produzir o estrogênio e progesterona. Esses hormônios atuam juntos, preparando o útero para uma possível gravidez, além disso, o estrogênio estimula o aparecimento das características sexuais femininas secundárias. O óvulo liberado é “captado” por uma das tubas uterinas, que ligam os ovários ao útero. Revestindo essas tubas internamente, existem células com cílios que favorecem o deslocamento do óvulo até a cavidade do útero. A fecundação A mulher pode ficar grávida se, quando o óvulo estiver nesses tubos, ela mantiver relação sexual com o parceiro e um espermatozóide (célula reprodutora masculina) entrar no óvulo. O encontro de gametas (óvulo e espermatozóide), na tuba uterina, chama-se fecundação. Apenas um dos milhões de espermatozóides contidos no esperma penetra no óvulo, na fecundação. Depois da fecundação, ocorre então a formação da célula-ovo ou zigoto. Essa primeira célula de um novo ser sofre divisões durante o seu trajeto pelo tubo até o útero. O sexo biológico de esse novo ser humano – ou seja, o sexo do bebê – é definido na fecundação pelos cromossomos X ou Y. Os seres humanos, salvo raras exceções possuem 46 cromossomos, sendo que dois deles são os cromossomos sexuais (que definem o sexo). As mulheres possuem dois cromossomos X (portanto ela á XX) e os homens, um X e um Y (portanto XY). Na divisão celular (meiose) para a formação dos gametas (óvulo e espermatozóide) a mulher só gera gametas (óvulos) X enquanto que o homem pode gerar gametas (espermatozóides) X e Y. Então: Se o espermatozóide que contém o cromossomo X fecundar o óvulo (X), o embrião será do sexo feminino (XX). Se o espermatozóide que contém o cromossomo Y fecundar o óvulo (X), o embrião será do sexo masculino (XY). A menstruação A menstruação ocorre quando não há fecundação e o óvulo é eliminado pelo canal vaginal com o sangue e o material resultante da descamação da mucosa uterina. O ciclo menstrual é o período entre o início de uma menstruação e outra. Esse período dura, em média 28 dias, mas pode ser mais curto ou mais longo. A primeira menstruação se chama menarca e, na maioria das vezes ocorre entre 11 e 13 anos, embora não exista uma idade determinada para isso. A menstruação representa o início da vida fértil, isto é, o período em que a mulher pode, se não houver problemas, engravidar. Por volta dos 50 anos o “estoque” de óvulos se esgota, pois alguns foram liberados nas ovulações e outros se degeneraram. Cessam as menstruações e, com isso a fertilidade da mulher. Nessa fase, denominada menopausa, grande parte das mulheres sentem desconforto por conta da redução de hormônios. Esse desconforto é marcado principalmente por aumento da sensação de calor corporal e pode ser diminuído com tratamento médico. A menstruação pode vir acompanhada de cólicas. Se as dores forem leves, atividades físicas orientadas, técnicas de relaxamento bolsa de água quente sobre o ventre e chás podem ser de grande ajuda. Caso as cólicas sejam intensas e dolorosas, é recomendado procurar um ginecologista, que pode ajudar a solucionar esse problema. Durante a menstruação o cuidado com a higiene deve ser redobrado. O sangue eliminado não é sujo, mas, em contato com o ar, pode provocar mau cheiro e se transformar em um meio propício para o desenvolvimento de micróbios. A rotina não deve ser alterada. Tomar banho, lavar os cabelos, fazer ginástica, dançar, tomar sorvete não faz mal algum. Os absorventes descartáveis são os mais indicados, e a troca deles deve ser regular, de acordo com a intensidade do fluxo sanguíneo. Tipo de absorvente externo As mulheres podem alguns dias antes da menstruação, perceber que os seios estão inchados e doloridos, sentir-seirritada, com vontade de chorar. Quando isso ocorre, elas podem estar com tensão pré-menstrual (TPM), nome dado a um confundo de várias sensações desagradáveis que acomete algumas mulheres e parece, segundo alguns estudos, estar relacionado aos hormônios. Nesse caso, deve-se procurar um médico, que vai aconselhar o que fazer para diminuir ou eliminar os sintomas da TPM. Atualmente existem tampões absorventes internos que levam em conta a anatomia da mulher. Em caso de dúvidas é melhor conversar com o ginecologista. Os tampões permitem, por exemplo, que a pessoa pratique natação ou vá a praia durante o período da menstruação. Os absorventes externos são encontrados em mais de um padrão de largura e comprimento, adequados às diferentes intensidades do fluxo menstrual. É bom lembrar que os primeiros ciclos menstruais não costumam ser regulares. Além disso, preocupações, ansiedade e má alimentação, algumas vezes atrasam ou até suspendem as menstruações. A ausência de menstruação também é um dos primeiros sinais de gravidez. Fecundação Dos aproximadamente 300 milhões de espermatozóides eliminados na ejaculação, apenas cerca de 200 atingem a tuba uterina, e só um fecunda o ovócito II. Quando liberado do ovário, o ovócito encontra-se envolto na zona pelúcida, formada por uma rede de filamentos glicoprotéicos. Externamente a zona pelúcida há a corona radiata, formadas por células foliculares (células derivadas do ovário). Na fecundação, o espermatozóide passa pela corona radiata e ao atingir a zona pelúcida sofre alterações formando a membrana de fecundação, que impede a penetração de outros espermatozóides no ovócito. Ao mesmo tempo, há finalização da meiose dando origem ao óvulo e formando-se o segundo corpúsculo polar. Na fecundação, o espermatozóide fornece para o zigoto o núcleo e o centríolo. As mitocôndrias dos espermatozóides desintegram-se no citoplasma do óvulo. Assim, todas as mitocôndrias do corpo do novo indivíduo são de origem materna. Hoje se sabe que há muitas doenças causadas por mutações no DNA mitocondrial e que elas são transmitidas diretamente das mães para seus descendentes. Além disso, a análise do DNA mitocondrial tem sido usada em testes de maternidade para verificar quem é a mãe de uma criança. O núcleo haplóide do óvulo e o núcleo do espermatozóide recebem, respectivamente, os nomes pró-núcleo feminino e pró-núcleo masculino. Com a união desses núcleos (anfimixia), temos a formação da célula-ovo ou zigoto e o início do desenvolvimento embrionário. Doenças humanas relacionadas ao DNA mitocondrial Cada célula do corpo humano possui centenas de mitocôndrias. Dentro de uma única mitocôndria existem várias moléculas circulares de DNA, e cada uma delas inclui 37 genes relacionados com a síntese de proteínas envolvidas nas etapas da respiração. Mutações no DNA mitocondrial têm sido relacionadas com o envelhecimento e com uma série de doenças degenerativas, especialmente do cérebro, dos músculos, dos rins e das glândulas produtoras de hormônios. Essas mutações alteram o funcionamento das mitocôndrias de modo que elas deixam de produzir energia para as células continuarem executando suas funções normais. A tabela a seguir resume algumas das doenças humanas que podem ser causadas por mutações no DNA mitocondrial. Algumas delas são causadas também por mutações no DNA dos cromossomos. Doença Característica Alzheimer Perda progressiva da capacidade cognitiva. Oftalmoplegia crônica progressiva Paralisia dos músculos dos olhos. Diabetes melito Altos níveis de glicose no sangue, levando a complicações como cegueira, disfunção renal e gangrena dos membros inferiores. Distonia Movimentos anormais envolvendo rigidez muscular. Síndrome de Leigh Perda progressiva da habilidade motora e verbal, é potencialmente letal na infância. Atrofia óptica de Leber Perda temporária ou permanente da visão em decorrência de danos ao nervo óptico. A reprodução sexuada é um processo em que há a troca de gametas (masculinos e femininos) para a geração de um ou mais indivíduos da mesma espécie. Esse tipo de reprodução acontece em muitos seres vivos incluindo os seres humanos. Os indivíduos que nascem dessa reprodução são semelhantes aos seus pais, mas não chegam a ser idênticos a eles. As vantagens desse tipo de reprodução é, principalmente, a diversidade genética dos indivíduos que garante mais genes segregados nas gerações futuras. Mesmo os organismos que fazem reprodução assexuada também contam com a reprodução sexuada em algum momento de sua existência. Isso, porém, não se aplica a cem por cento dos organismos que fazem reprodução assexuada. Como desvantagens, podemos apontar o maior gasto energético e o maior tempo para realizar o processo de fecundação e desenvolvimento do novo indivíduo, que diminui o tempo para realizar outras atividades vitais ao organismo. Além disso, durante a reprodução sexuada, organismos diversos ficam mais expostos a predadores. Classificação da Reprodução Sexuada A reprodução sexuada pode ser classificada de várias formas: Quanto ao sexo: monóico ou dióico; Quanto à fecundação: interna ou externa; Quanto ao desenvolvimento: interno ou externo; Quanto ao desenvolvimento: direto ou indireto. Reprodução sexuada nos animais Nos animais, incluindo os seres humanos, a reprodução sexuada envolve o processo de meiose. O processo envolve os gametas, que são células reprodutivas haploides. Os gametas masculinos são os espermatozoides e os femininos são os óvulos. Em raras exceções, como no caso das minhocas, os dois gametas são produzidos pelo mesmo indivíduo causando o processo de autofecundação. A esses indivíduos damos o nome de hermafrodita. O espermatozóide Os espermatozoides são células produzidas por indivíduos do sexo masculino, e são muito menores que os óvulos. Sua estrutura permite o máximo de eficiência durante o deslocamento para encontrar o óvulo utilizando uma cauda longa. Apesar da maioria dos espermatozoides terem a cauda, algumas espécies produzem essas células sem esse flagelo. Um exemplo é o espermatozoide dos nematódeos, que são animais vermiformes (vermes); um representante bem famoso é a lombriga (Ascaris lumbricoides). O óvulo Os óvulos são muito maiores que os espermatozoides e são células imóveis produzidas pelos indivíduos do sexo feminino. Dentro do óculo, há uma reserva de nutrientes (vitelo) que servem para o desenvolvimento do embrião caso haja fecundação com um espermatozoide. Os óvulos podem ser classificados em: Oligolécito: possui pouco vitelo distribuído e, quando fecundado, origina uma mórula com blastômeros de tamanhos aproximadamente iguais; Alécito: praticamente sem vitelo algum. Também produz mórula com blastômeros com tamanhos aproximadamente iguais; Heterolécito: apresenta quantidade intermediária de vitelo; Telolécito: sobre uma enorme quantidade de vitelo, uma gota formada pelo núcleo e o citoplasma e formado; Centrolécito: o vitelo ocupa uma região central da célula e não se divide. Fecundação Cerca de 300 milhões de espermatozoides são eliminados durante uma ejaculação. Aproximadamente 200 atingem a tuba uterina. Apenas uma fecunda o óvulo. Essa verdadeira corrida pela vida pode ser atrapalhada por uma série de fatores como os anticoncepcionais (tanto a pílula, quanto a camisinha ou o DIU) e pela acidez da vagina que acaba destruindo muitos dos espermatozoides. O ovário libera um ovócito, que se encontra envolto na zona pelúcida. Para a fecundação, o espermatozoide passa pela corona radiata e atinge a zona pelúcida. Essa zona sofre alterações quando o primeiro espermatozoide entra no óvulo e forma a membrana de fecundação, que impede a entrada de outros espermatozoides. A partir daí, o espermatozoide fornece seu núcleo e seu centríolo para o zigoto. As mitocôndrias dos espermatozoides desintegram-se no citoplasma do óvulo, fazendo com que nossas mitocôndrias sejam sempre de origem materna. A formação dosgametas, células responsáveis pela reprodução, é um processo denominado genericamente de gametogênese. Quando o processo ocorre para a formação do gameta masculino, podemos denominá-lo de espermatogênese. → Etapas da espermatogênese A espermatogênese, processo de formação dos espermatozoides, ocorre em três etapas principais: o período de multiplicação, o período de crescimento e o período de maturação. Espermatogênese é o processo responsável pela formação dos espermatozoides → Período de multiplicação: As células precursoras denominadas de espermatogônias (2n) multiplicam-se por mitose. A multiplicação, que acontece na parede dos túbulos seminíferos, é relativamente lenta até a puberdade e, após esse período, torna-se intensa. Essa fase da espermatogênese pode ocorrer por toda a vida do homem. → Período de crescimento: As espermatogônias aumentam de tamanho e passam a ser chamadas de espermatócitos primários ou espermatócitos I (2n). → Período de maturação: No período de maturação, ocorre o processo de meiose. Primeiramente os espermatócitos primários passam pela primeira divisão meiótica e dão origem a dois espermatócitos secundários ou espermatócitos II (n). Inicia-se, então, a segunda divisão meiótica, que origina duas espermátides (n). Após o fim do processo de divisão celular, as espermátides iniciam um processo denominado de espermiogênese, em que ocorre a transformação dessas células em espermatozoides. Nessa importante etapa, a espermátide alonga-se, seu núcleo migra para a região mais extrema da célula e formam-se o acrossomo e a cauda. O acrossomo tem papel primordial na fecundação, uma vez que libera substâncias necessárias à penetração no ovócito secundário. A cauda, por sua vez, é fundamental para a locomoção desse gameta. Sistema Reprodutivo: Gametas Publicidade Os gametas ou células germinativas masculinas e femininas são células sexuais altamente especializadas, que possuem metade do número normal de cromossomos (número haplóide). Espermatozóides São células sexuais masculinas e sob microscopia usual, pode se reconhecer neles uma cabeça e uma cauda. A parte inicial da cauda, que é sua região de maior diâmetro, é denominada peça intermediária. Óvulos: são células sexuais femininas. O processo de formação e desenvolvimento das células germinativas é chamado gametogênese. Gametogênese Gametogênese são o processo de formação e desenvolvimento de células geradoras especializadas denominadas gametas ou células germinativas. Durante a gametogênese, o número de cromossomos é reduzido à metade, e a forma da célula é modificada. Essa redução se dá durante a meiose , um tipo de divisão celular que ocorre durante a gametogênese. Esse processo de maturação é chamado de espermatogênese, nos homens, e ovogênese nas mulheres. • Espermatogênese A espermatogênese envolve a seqüência de eventos através da quais células germinativas primitivas chamadas espermatogônias transformam-se em espermatozóides. Esse processo tem início na puberdade (13 a 16 anos), e continua até a velhice. • Ovogênese A ovogênese refere-se a toda seqüência de eventos pela qual as ovogônias transformam-se em óvulos maduros. Esse processo de maturação começa antes do nascimento, mas só é completada na puberdade. Os ovócitos primários permanecem em prófase suspensa (dictióteno), por vários anos até que a maturidade sexual seja alcançada na puberdade e comecem os ciclos reprodutivos. A Divisão Celular Os cromossomos são responsáveis pela transmissão dos caracteres hereditários, ou seja, dos caracteres que são transmitidos de pais para filhos. Os tipos de cromossomos, assim como o número deles, variam de uma espécie para a outra. As células do corpo de um chimpanzé, por exemplo, possuem 48 cromossomos, as do corpo humano, 46 cromossomos, as do cão, 78 cromossomos e as do feijão 22. Note que não há relação entre esse número e o grau evolutivo das espécies. Os 23 pares de cromossomos humanos. Os cromossomos são formados basicamente por dois tipos de substâncias químicas: proteínas e ácidos nucléicos. O ácido nucléico encontrado nos cromossomos é o ácido desoxirribonucléico – o DNA. O DNA é a substância química que forma o gene. Cada gene possui um código específico, uma espécie de “instrução” química que pode controlar determinada característica do indivíduo, como a cor da pele, o tipo de cabelo, a altura, etc. Cada cromossomo abriga inúmeros genes, dispostos em ordem linear ao longo de filamentos. Atualmente, estima-se que em cada célula humana existam de 20 mil a 25 mil genes. Os cromossomos diferem entre si quanto à forma, ao tamanho e ao número de genes que contêm. Células haplóides e diplóides Para que as células exerçam a sua função no corpo dos animais, elas devem conter todos os cromossomos, isto é dois cromossomos de cada tipo: são as células diplóides. Com exceção das células de reprodução (gametas), todas as demais células do nosso corpo são diplóides. Porém, algumas células possuem em seu núcleo apenas um cromossomo de cada tipo. São as células haplóides. Os gametas humanos – espermatozóides e óvulos – são haplóides. Portanto os gametas são células que não exercem nenhuma função até encontrarem o gameta do outro sexo e completarem a sua carga genética. Nos seres humanos, tanto o espermatozóide como o óvulo possuem 23 tipos diferentes de cromossomos, isto é, apenas um cromossomo para cada tipo. Diz-se então que nos gametas humanos n= 23 (n é o número de cromossomos diferentes). As demais células humanas possuem dois cromossomos de cada tipo. Essas células possuem 46 cromossomos (23 pares) no núcleo e são representadas por 2n = 46. Nas células diplóides do nosso corpo, os cromossomos podem, então, ser agrupados dois a dois. Os dois cromossomos de cada par são do mesmo tipo, por possuírem a mesma forma, o mesmo tamanho e o mesmo número de genes. Em cada par, um é de origem materna e outro, de origem paterna. Tipos de divisão celular As células são originadas a partir de outras células que se dividem. A divisão celular é comandada pelo núcleo da célula. Ocorrem no nosso corpo dois tipos de divisão celular: a mitose e a meiose. Antes de uma célula se dividir, formando duas novas células, os cromossomos se duplicam no núcleo. Formam-se dois novos núcleos cada um com 46 cromossomos. A célula então divide o seu citoplasma em dois com cada parte contendo um núcleo com 46 cromossomos no núcleo. Esse tipo de divisão celular, em que uma célula origina duas células-filhas com o mesmo número de cromossomos existentes na célula mãe, é chamado de mitose. Portanto, a mitose garante que cada uma das células-filhas receba um conjunto complementar de informações genéticas. A mitose permite o crescimento do indivíduo, a substituição de células que morrem por outras novas e a regeneração de partes lesadas do organismo. Mas como se formam os espermatozóides e os óvulos, que têm somente 23 cromossomos no núcleo, diferentemente das demais células do nosso corpo? Na formação de espermatozóides e de óvulos ocorre outro tipo de divisão celular: a meiose. Nesse caso, os cromossomos também se duplicam no núcleo da célula-mãe (diplóide), que vai se dividir e formar gametas (células-filhas, haplóides). Mas, em vez de o núcleo se dividir uma só vez, possibilitando a formação de duas novas células-filhas, na meiose o núcleo se divide duas vezes. Na primeira divisão, originam-se dois novos núcleos; na segunda, cada um dos dois novos núcleos se divide, formando-se no total quatro novos núcleos. O processo resulta em quatro células-filhas, cada uma com 23 cromossomos. Tipos de fecundação A fecundação pode ser externa, quando ocorre fora do corpo, no meio ambiente, ou interna, quando, ocorre no corpo do indivíduo que produz os óvulos. Algumas espécies de anfíbios possuem a fecundação externa. O macho estimula a fêmea a liberar os óvulos no ambiente e o macho libera os espermatozóides em cima deles. O custo energético da produção de gametas é especialmente grande nas espécies cuja fecundaçãoé externa. Nesses casos formam-se muitos gametas masculinos e femininos, o que garante a chance de encontro casual entre eles, originando o maior número de zigotos. Porém, desses inúmeros zigotos, nem todos sobrevivem às adversidades do meio ambiente. Apenas um pequeno número forma indivíduos adultos, dando continuidade à espécie. Nos animais em que a fecundação é interna, o número de gametas produzidos é menor, com isso, o custo energético de sua produção também é menor. O custo com o desenvolvimento do embrião também depende do animal ser ovíparo, ovovivíparo ou vivíparo. Animais ovíparos botam ovos e o desenvolvimento embrionário deles ocorre principalmente fora do corpo materno. Os embriões dependem de material nutritivo presente nos ovos. Como exemplo de animal ovíparo podem citar as aves, insetos, répteis e mamíferos monotremados. Animais ovovivíparos retêm os ovos dentro do corpo até a eclosão, e os embriões também se alimentam das reservas nutritivas presentes nos ovos. Como exemplo de animal ovovivíparo têm os lebistes, que são peixes comuns em água doce, escorpiões, tubarões e cobras venenosas. Lebiste Víbora Nos vivíparos o embrião depende diretamente da mãe para a sua nutrição, que ocorre por meio de trocas fisiológicas entre mãe e feto. Não existe casca isolando o ovo. Como regra o desenvolvimento embrionário se completa dentro do corpo materno e os indivíduos já nascem formados. O custo energético é especialmente alto, pois as fêmeas investem energia na nutrição e no desenvolvimento do embrião dentro de seus corpos. Nos casos dessas espécies, forma-se um menor número de embriões, mas eles têm maiores chances de sobrevivência. É vivípara, por exemplo, os mamíferos placentários, como é o caso da espécie humana. Em biologia, chama-se fecundação, concessão ou fertilização ao processo em que um espermatozoide penetra no ovócito II, como no caso dos seres humanos e da maioria dos mamíferos, em outras espécies (nos restantes animais), ou em que o tubo polínico penetra no óvulo das plantas durante o processo de reprodução. Confrontar com singamia e conjugação. Fecundação entre as plantas No caso das plantas com semente, deve-se diferenciar o fenômeno da fecundação propriamente dito (união íntima de duas células sexuais até confundirem seus respectivos núcleos e, em maior ou menor grau, seus citoplasmas), do processo biológico que o antecede - a polinização, no qual os grãos de pólen, desenvolvidos nas tecas que contém cada antera de um estame (órgão reprodutora masculina), são transportados pelo vento ou por insetos até os estigmas, onde germinam emitindo um tubo polínico que cresce até o ovário. Nesse caso não se trata de gametas, mas de esporos, pois cada grão de pólen contém dois gametas ou células reprodutoras masculinas, que são transportadas a um órgão reprodutor feminino (carpelo) de outra flor (polinização cruzada) ou da mesma flor (Autopolinização). Os espermatozoides, depois do ato sexual, movimentam-se em direção as tubas uterinas. Os líquidos nutritivos do esperma e um muco do sistema reprodutor feminino facilitam o seu movimento em direção ao ovócito II, que foi libertado pelo ovário e se encontra numa das tubas uterinas. Fecundação entre animais Em geral, a fecundação é intraespecífica, isto é, processa-se apenas entre indivíduos da mesma espécie. Mas há casos de fecundação interespecífica, entre indivíduos de duas espécies evolutivamente próximas. Os indivíduos que nascem destas fecundações designam-se por híbridos (exemplos: os cavalos (Eqqus ferus caballus) e os burros (Eqqus africanus asinus) podem cruzar-se, dando a origem a um híbrido: o macho (burro, em português do Brasil) ou mula, que neste caso são estéreis; o jaguar e o leopardo podem cruzar, dando origem a um híbrido, que neste caso é fértil, etc.). A célula reprodutora feminina (óvulo numas espécies ovócito II noutras) possui barreiras para a penetração dos espermatozoides: a corona radiata (mais externa, composta de células foliculares) e a zona pelúcida (camada glicoproteica situada após a corona radiata). Os espermatozoides, gametas masculinos, possuem na cabeça o acrossomo, que começa a liberar enzimas hidrolíticas ao entrar em contato com tais barreiras. Após vencê-las, ocorre a fusão entre as membranas dos dois gametas. Imediatamente após a fecundação, as células foliculares glandulares que envolvem a célula reprodutora feminina retraem-se, liberta-se o conteúdo dos grânulos corticais formando a membrana de fecundação que não vai permitir a entrada de mais espermatozoides. A fecundação alcança dois propósitos diferentes: sexo (a combinação de genes derivados de dois genitores) e reprodução (a geração de um novo organismo). Ela pode ser externa (gametas são liberados no ambiente) ou interna (ocorre no interior do organismo). Embora os detalhes da fecundação variem em diferentes organismos, a concepção consiste geralmente de quatro eventos principais, que não estão relacionados apenas à fusão dos gametas: 1. Contato e reconhecimento entre óvulo e espermatozoide, geralmente garantindo que ambos sejam da mesma espécie; 2. Regulação da entrada do espermatozoide no óvulo, garantindo que apenas um pronúcleo masculino possa se fundir com um pronúcleo feminino, evitando a poliespermia; 3. Fusão do material genético do espermatozoide e do óvulo; 4. Ativação do metabolismo do óvulo e início do desenvolvimento. Reconhecimento do óvulo e espermatozoide A interação dos gametas geralmente envolve cinco passos: 1. Quimioatração do espermatozoide por moléculas solúveis secretadas pelo óvulo; 2. Exocitose da vesícula acrossômica do espermatozoide e liberação de suas enzimas; 3. Ligação do espermatozoide à matriz extracelular do óvulo (envelope vitelínico ou zona pelúcida); 4. Passagem do espermatozoide pela matriz extracelular; 5. Fusão das membranas dos gametas. Herança matrilinear mitocondrial Todas as mitocôndrias, organelas responsáveis pela respiração celular, são herdadas da mãe do indivíduo. Isto ocorre porque as mitocôndrias do espermatozoide se encontram na parte da cauda. Ao fecundar o ovócito II, o espermatozoide emparelha de lado (equatorialmente) a membrana do ovócito II e então digere a membrana do Ovócito II, onde substancias presentes dentro do Ovócito II irão ajudar a "sugar" somente o pró-núcleo do espermatozoide para dentro que contém a informação genética, era o que dizia algumas literaturas antigas. Porém foi descoberto que o espermatozoide entra todo para dentro do ovócito, mas que depois a cauda é degenerada no interior do ovócito II. As mitocôndrias presentes na cauda, como a cauda é degenerada, não são herdadas pelo embrião. Estas mitocôndrias servem apenas para ajudar no movimento do espermatozoide até ao ovócito II. A partir das mitocôndrias, também é possível realizar um teste de "DNA mitocondrial", para provar a maternidade. Fecundação em ouriços do mar Ouriços do mar têm fecundação externa, liberando seus gametas na água. Esse ambiente é muito diluído e compartilhado por outras espécies que também liberam seus gametas. Para garantir que seus gametas se encontrem, e que não fertilizem, ou seja, fertilizados por gametas de outras espécies, além de liberar uma grande quantidade de gametas existem também outros mecanismos. Um deles é a atração espécie-específica dos espermatozoides, que já foi documentada também em várias outras espécies, como cnidários, moluscos, equinodermos, anfíbios e urocordados. Em muitas espécies, ocorre a atração dos espermatozoides por quimiotaxia (seguindo um gradiente químico secretado pelo óvulo). Há casos, como o do cnidário Orthopyxis caliculata, em que o óvulo, além de secretar um fator quimiotático, também controla o momento da liberação, garantindo que este fator só seja liberado quando o gameta feminino está pronto para ser fecundado. Os mecanismos de quimiotaxia diferem entre espécies, assim como diferem as moléculas quimiotáticas,mesmo em espécies próximas, garantindo a especificidade para cada espécie. Em ouriços do mar, os espermatozoides adquirem motilidade ao serem lançados na água do mar. Nos testículos, eles não são capazes de se mover devido ao menor pH (cerca de 7,2) da gônada, que é mantido por altas concentrações de CO2. Ao entrar em contato com a água do mar, o pH do espermatozoide sobe para 7,6, ativando a ATPase da dineína, o que permite a movimentação do flagelo. No entanto, para que esse movimento tenha direção, em equinodermos, são necessários peptídeos quimiotáticos chamados de peptídeos ativadores de espermatozoide (do inglês sperm-activating peptides, ou SAPs). Um exemplo de SAP é resact um peptídeo de 14 aminoácidos, específico de A. punctulata. Espermatozoides desta espécie têm receptores de membrana que se liga a resact, e essa ligação por sua vez ativa a enzima guanilil ciclase no lado citoplasmático do receptor, levando à maior produção de GMP cíclico (cGMP), que ativos canais de cálcio na membrana plasmática da cauda, levando ao influxo destes íons (Ca2+) para dentro da cauda, permitindo a percepção pelo espermatozoide do gradiente de resact. Resact também age como ativador do espermatozoide. O aumento de cGMP e Ca2+ também ativa o aparato gerador de ATP nas mitocôndrias, dando energia para a movimentação. Uma segunda interação entre a camada gelatinosa do óvulo e o espermatozoide é a reação acrossômica. Na maioria dos invertebrados marinhos, a reação acrossômica tem dois componentes: a fusão do acrossomo com a membrana do espermatozoide (uma exocitose), que libera enzimas e proteassomos (complexos que digiram proteínas) do acrossomo, digerindo assim a camada gelatinosa do óvulo, e a extensão do processo acrossômico, que ao atingir a superfície do óvulo adere ao envelope vitelínico ligando óvulo e espermatozoide. Em ouriços do mar, essa reação é iniciada com a ligação de polissacarídeos contendo sulfato da camada gelatinosa do óvulo a receptores acima da vesícula acrossomal na membrana do espermatozoide, sendo que esses polissacarídeos também são espécie-específicos. Por fim, após a reação acrossomal, outro evento ocorre: a ligação do espermatozoide à superfície do óvulo. Em ouriços do mar, isso ocorre por meio de uma proteína chamada bindin, que também varia de forma espécie-específica. Acredita-se que bindin se ligue aos receptores do envelope vitelínico, que ficam agregados em complexos, o que explicaria porque a ligação de espermatozoides não ocorre em toda a superfície do óvulo mesmo em condições de saturação. Bindin e outras proteínas de reconhecimento entre gametas estão entre as proteínas conhecidas que evoluem mais rapidamente, e acredita-se que a coevolução entre proteínas de reconhecimento de gametas femininos e masculinos é importante para a geração de barreiras reprodutivas que levem à especiação. Após o reconhecimento, ocorre a fusão dos gametas. Para isso, a actina presente no óvulo se polimeriza, formando o cone de fertilização (processo homólogo ao processo acrossômico), criando uma ponte citoplasmática pela qual o núcleo e a cauda do espermatozoide passam e entram no óvulo. Essa fusão é um processo ativo, mediada por proteínas “fusogênicas”, que em ouriços do mar, é um papel também desempenhado por bindin. Após a fusão do primeiro espermatozoide, a fusibilidade da membrana do óvulo passa a ser um problema, pois poderia levar à entrada de mais espermatozoides levando à poliespermia, que leva à morte ou ao desenvolvimento anormal. Para evitar que isso ocorra, diferentes mecanismos evoluíram, dois deles ocorrendo em ouriços do mar. Um é o bloqueio rápido à poliespermia, em que a membrana tem seu potencial de repouso (de -70 mV) alterado para um potencial positivo (de +20 mV), devido à abertura de canais de sódio e o influxo de Na+ no óvulo. Não se sabe se a abertura destes canais ocorre devido à ligação com o primeiro espermatozoide, ou devido à sua fusão com o óvulo. Também não se sabe por que a mudança de potencial leva ao bloqueio da entrada de outros espermatozoides, mas acredita-se que isso possa ocorrer devido a algum componente sensível a voltagem carregado pelo espermatozoide (por exemplo, uma proteína fusogênica carregada positivamente). Esse mecanismo, no entanto, é passageiro. Assim, em seguida, ocorre o bloqueio lento à poliespermia, ou reação dos grânulos corticais, que remove os espermatozoides restantes ligados ao envelope vitelínico. Este é um mecanismo mais lento, ativo cerca de um minuto após a fusão, e é encontrado em ouriço do mar e na maioria dos mamíferos. Após a fusão dos gametas, íons Ca2+ são liberados do retículo endoplasmático do óvulo, e essa reação se propaga, pois o cálcio leva à liberação de mais cálcio. O cálcio liberado leva à fusão de grânulos corticais próximos à membrana com a membrana do óvulo e a liberação de seu conteúdo entre a membrana celular e as proteínas do envelope vitelínico. Várias proteínas são liberadas com essa reação. Uma delas é a protease serina grânulo cortical, que cliva a ligação entre as proteínas do envelope vitelínico e a membrana, e também retira os receptores de bindin e os espermatozoides ligados a eles. Os componentes dos grânulos corticais formam o envelope de fertilização, que começa a se formar no local de fusão e se propaga pelo resto da célula. Este envelope é elevado da membrana celular devido a mucopolissacarídeos, também liberados pelos grânulos corticais, que absorvem água e expandem o espaço entre a membrana e o envelope de fertilização. O envelope também é estabilizado por proteínas dos grânulos, e um quarto grupo de proteínas granulares corticais, incluindo hialina, formam uma camada sobre o óvulo, que estende suas microvilosidades, ligando-se à camada de hialina, que suportará os blastômeros durante a clivagem. A liberação de cálcio do retículo endoplasmático também é responsável pela ativação do metabolismo e o início do desenvolvimento, liberando inibidores de mensagens estocadas no óvulo, permitindo que esses RNAs mensageiros sejam traduzidos, e também liberando a inibição da divisão nuclear, possibilitando a clivagem. A liberação de cálcio do retículo endoplasmático ocorre devido à via do inositol trifosfato (IP3). O fosfolipídio de membrana fosfatidilinosol bifosfato (PIP2) é clivado pela fosfolipase C (PLC) em dois compostos ativos: IP3 e diacilglicerol (DAG). IP3 libera Ca2+ no citoplasma ao abrir canais de cálcio no retículo endoplasmático, e DAG ativa a proteína quinase C, que ativa uma proteína que troca íons de sódio por íons de hidrogênio, aumentando o pH (essa troca também necessita de cálcio). Acredita-se que, em ouriços do mar, a ligação do espermatozoide ou a fusão ativa PLC por proteínas G e quinases da família Src. É também possível que componentes do espermatozoide, como o ácido nicotínico adenina dinucleotídeo fosfato (NAADP), também sirva como liberador de Ca2+ do retículo. O influxo de Ca2+, além das reações já citadas também leva a outras respostas: dentre as primeiras, estão a ativação de reações metabólicas que iniciam o desenvolvimento, como a ativação da enzima NAD+ quinase, que converte NDA+ a NADP+, que é essencial para a síntese de lipídios, o que é importante para a formação de novas membranas durante a clivagem. NADP+ também é usado para fazer NAADP. A liberação de cálcio também afeta o consumo de oxigênio, levando a um aumento na sua redução. Dentre reações mais tardias, está a retomada da síntese de DNA, devido ao aumento do pH e ao Ca2+, que inativa a enzima MAP quinase, responsável pela inibição da síntese de DNA; e também a retomada da síntese de proteínas, devido à degradação de inibidores (como a proteína de ligação eIF4E) da tradução dos RNAs mensageiros estocados no óvulo. Após a fusão de espermatozoide e óvulo, as mitocôndrias e o flagelo do espermatozoide são degradados. No entanto, o centrossomo necessário para a produção do fuso mitótico nas divisões subsequentes é derivado do centríolo do espermatozoide. A fecundação em ouriços do mar ocorre após a segundadivisão meiótica, ou seja, já há um pró-núcleo feminino. O núcleo do espermatozoide descondensa formando o pró-núcleo masculino. Para isso, o envelope nuclear desmancha, expondo a cromatina, que tem suas proteínas trocadas por proteínas do óvulo, permitindo a descondensação e a adesão ao envelope nuclear. Fecundação em mamíferos A fecundação de mamíferos é interna. A população de espermatozoides ejaculados é, em geral, heterogênea. A fecundação ocorre numa região do oviduto chamada ampola. O trato reprodutivo feminino regula ativamente o transporte e a maturação de ambos os gametas. Um dos mecanismos para o transporte dos gametas até a ampola é a translocação. No caso do oócito, ele é liberado do ovário rodeado por uma matriz contendo células cumulus, que são necessárias para que as fímbrias do oviduto capturem o oócito. Em seguida, o oócito é transportado por meio de batimentos ciliares. Os espermatozoides, por sua vez, também sofrem translocação, sendo transportados para o oviduto por meio de contrações musculares uterinas. Espermatozoides recém ejaculados não são capazes de sofrer reação acrossômica, ou fertilizar o oócito. Para que se tornem capazes, é preciso que residam um tempo no trato reprodutivo feminino, onde sofrem capacitação. Caso não sejam capacitados, eles não conseguem passar a matriz de células cumulus e alcançar o oócito. Cinco mudanças moleculares são consideradas importantes: a remoção de colesterol da membrana por proteínas albumina do trato reprodutivo feminino, que se acredita levar a uma reorganização de rafts de lipídios, levando a proteínas importantes na ligação à zona pelúcida e na reação acrossômica a se localizarem na parte anterior da cabeça; remoção de proteínas ou carboidratos da superfície do espermatozoide, o que possivelmente leva a liberação de locais de ligação à zona pelúcida; o potencial de membrana se torna mais negativo devido à saída de íons de potássio, mudança que pode abrir canais de cálcio, íons necessários para a produção de AMP cíclico (cAMP) e para eventos de fusão de membrana e reação acrossômica; fosforilação de proteínas, em particular duas chaperonas que migram para a superfície da cabeça do espermatozoide quando fosforiladas, uma delas chamada Izumo, que é crítica para a fusão de espermatozoide e óvulo; a membrana acrossomal muda, se preparando para fusão. Parece haver conexão entre translocação e capacitação. Foi documentado que espermatozoides incapacitados se ligam ativamente às membranas de células do oviduto que precedem a ampola (o istmo). Essa ligação parece ser quebrada com a capacitação, e assim, os espermatozoides são liberados aos poucos. Diferentes regiões do trato reprodutivo secretam diferentes moléculas que influenciam a capacitação e também a motilidade. Durante a capacitação, os espermatozoides se tornam hiperativados, nadando a maior velocidade e com mais força, devido à abertura de canais de cálcio na cauda, liberando o espermatozoide de sua ligação ao oviduto, e permitindo (juntamente com uma enzima hialuronidase) que o espermatozoide digira um caminho pela matriz de células cumulus. Ao chegar próximo à ampola, espermatozoides capacitados são direcionados à ampola pelo gradiente de calor (que é maior na ampola), e pelo gradiente quimiotático, ao chegar mais próximos ao oócito. Uma das moléculas responsáveis pela quimiotaxia é a progesterona, que ativa canais de cálcio na cauda, levando à hiperativação. Antes de se ligar ao oócito, o espermatozoide deve se ligar à zona pelúcida, que tem um papel análogo ao envelope vitelínico de invertebrados. A zona pelúcida é composta de três glicoproteínas principais ZP1, ZP2 e ZP3 (do inglês, zone proteins), além de outras proteínas acessórias. A ligação à zona pelúcida é relativamente, mas não absolutamente, espécie-específica. Hoje, acredita que espermatozoides bem-sucedidos sofrem a reação acrossômica ao atingir às células cumulus, antes de chegar à zona pelúcida. Em mamíferos, o contato com o óvulo ocorre com a parte lateral da cabeça do espermatozoide, e a fusão ocorre em um local da membrana que fazia parte do interior do acrossomo, a região equatorial. Uma proteína do oócito que participa da fusão é CD9, e uma proteína do espermatozoide é Izumo. Não se sabe se elas se ligam uma a outra, e há ainda outras proteínas que são candidatas à participação na fusão dos gametas. Após a fusão, ao contrário de ouriços do mar, não ocorre o bloqueio rápido contra poliespermia. No entanto, ocorre o bloqueio lento, com a fusão de grânulos corticais e clivagem de proteínas de ZP2. O pró-núcleo masculino tem seu DNA enrolado por protaminas, que está compactada por pontes dissulfeto, que são reduzidas por glutationa do oócito, permitindo a descondensação. A fecundação em mamíferos ocorre com o pró-núcleo feminino ainda em metáfase II. As oscilações de cálcio resultantes da entrada do espermatozoide levam à ativação de uma quinase que leva à proteólise de ciclina e securina, retomando a meiose. A síntese de DNA ocorre separadamente nos dois pró-núcleos. O centrossomo é derivado do espermatozoide. Os microtúbulos unem os dois pró-núcleos, cujos envelopes nucleares se quebram ao se encontrarem, e os cromossomos já se condensam e se organizam no fuso mitótico. Assim, um núcleo diploide verdadeiro só é visto no estágio de duas células. As mitocôndrias paternas são destinadas à destruição. A fecundação em mamíferos também leva à liberação de cálcio, pela produção de IP3 a partir de PLC. No entanto, no caso de mamíferos, parece que a PLC está não na membrana do oócito, mas na cabeça do espermatozoide. O cálcio tem o efeito de ativação do oócito, levando ao início do metabolismo e desenvolvimento. Parece também haver necessidade de Ca2+ extracelular. Fecundação na espécie humana Se a mulher estiver fora do período fértil os espermatozoides geralmente não têm qualquer possibilidade de entrar sequer no útero, visto existir um muco cervical muito rico em fibras que impossibilita a entrada de espermatozoides. Mas se ela se encontrar no período fértil o colo do útero para além de se encontrar mais aberto vai conter um muco cervical mais fluido e com a rede de fibras mais aberta permitindo que os espermatozoides entrem (cerca de 1% dos espermatozoides contidos no ejaculado) estes se dirigem para as trompas ao encontro do ovócito II, ocorrendo mais tarde à fusão de um deles com o ovócito II após ter conseguido atravessar a zona pelúcida. Quando isto acontece, as células foliculares glandulares que envolvem o ovócito II retraem-se e o ovócito II completa a divisão II da meiose. Ao mesmo tempo liberta-se o conteúdo dos grânulos corticais formando a membrana de fecundação que não vai permitir a entrada de mais espermatozoides. Após estar completa a divisão II da meiose e formado o óvulo os núcleos dos dois gametas fundem-se (cariogamia) e forma-se o ovo, com uma totalmente nova associação de genes e que vai caracterizar o indivíduo por toda a sua vida do ponto de vista genético. Seguidamente e ocorre a fase embrionária (com uma duração aproximada de 16 semanas) que se inicia ainda na trompa com a divisão celular (por mitose) dando origem à formação do embrião, ao mesmo tempo em que se dirige para o útero. Para que este mantenha o endométrio em estado de desenvolvimento conveniente para o embrião, tem que continuar a receber hormônios ovários, mas como a LH vai acabar por deixar de ser produzida devido ao retrocontrolo negativo, o próprio embrião produz o hormônio gonadotrópico (HCG) que vai impedir a regressão do corpo amarelo e manter a produção de progesterona e estrogênios. A manutenção da produção destes hormônios continua a inibir o hipotálamo de produzir GnRH e por consequência manter interrompido o ciclo éstrico (ciclo ovárico e ciclo uterino). Chegado ao útero, à zona pelúcida que envolve o embrião é destruída e este começa a crescer em virtude do fornecimento de nutrientes pelas glândulas do Endométrio. O embrião vai começar a afundar no endométrio por ação de enzimas que liberta sendo aomesmo tempo envolvido por outras células deste — nidação. Após este fenômeno começam a formarem-se as estruturas embrionárias (placenta, cordão umbilical, saco amniótico que vai conter o líquido amniótico que serve de proteção ao novo ser). Por volta da quinta semana a placenta passa a produzir ela própria os estrogênios e a progesterona para manter o endométrio, deixando de ser produzido a HCG o que leva à regressão do corpo amarelo. Ocorre igualmente a produção de um hormônio pela placenta que leva à preparação das glândulas mamárias para o aleitamento. Esta fase termina quando estiverem esboçados os diferentes órgãos do novo indivíduo. Segue-se a fase fetal em que o que vai ocorrer essencialmente será o crescimento e maturação dos órgãos o que termina aproximadamente ao fim de 40 semanas, seguindo-se o nascimento. Fecundação em Anfíbios (modelo: Xenopus) O ovo de Xenopus é circular e possui um polo animal e um polo vegetal, citoplasma cortical (pigmentado no polo animal e não pigmentado no polo vegetal) e citoplasma subcortical. A fecundação é externa e a entrada do espermatozoide no ovo ocorre sempre no polo animal, sendo a região de entrada do espermatozoide definida como ventral. Assim que a fecundação ocorre, o citoplasma cortical gira 30 graus na direção de entrada do espermatozoide, enquanto o citoplasma subcortical permanece imóvel, e portanto, com uma pequena região agora exposta e denominada grey crescent. A rotação cortical do citoplasma do ovo de Xenopus possui algumas funções biológicas, sendo elas: reorganização dos microtúbulos abaixo do citoplasma cortical, especificação do eixo dorso-central e exposição do citoplasma subcortical (área definida como grey crescent). O ovo também possui proteínas e RNAs mensageiros herdados da mãe que são chamados determinantes maternos. Estes determinantes são assim chamados por serem herdados da mãe e por agirem no começo do desenvolvimento do embrião, enquanto este não tem seu genoma completamente ativado. Alguns destes determinantes maternos são encontrados através de todo o ovo em forma de proteínas, como GSK3 e β-catenina. Outros determinantes maternos são encontrados apenas no polo vegetal em forma de proteínas (Dsh, GBP, Wnt11) ou RNAs mensageiros (VegT, Vg1). Estes determinantes farão parte da via de sinalização Wnt ou TGFβ, sendo a primeira responsável pelo estabelecimento da região dorsal do organismo e a segunda pela especificação da mesoderme. Blástula de Xenopus Via de sinalização Wnt: os determinantes maternos Dsh, GBP e Wnt11 estão localizados no citoplasma cortical do polo vegetal. Ao ocorrer à rotação cortical após a fecundação, estes determinantes também mudam de lugar, sendo encontrados agora 30 graus no sentido anti-horário do polo vegetal em relação à posição anterior. A expressão destes determinantes inibirá a ação de GSK3 na região dorsal do ovo. GSK3 inibe a ação da β-catenina, no entanto, como ele está inibido, a β-catenina está livre e consegue se deslocar para o núcleo das células da região dorsal do ovo. A presença de β-catenina na região dorsal do ovo induz a formação do Centro de Nieuwkoop, também chamado de organizador. O Centro de Nieuwkoop irá secretar a proteína Nodal que irá definir as células desta região como mesoderme dorsal. Ou seja, a rotação cortical especifica o eixo dorso-ventral ao tornar β-catenina disponível para agir como um fator de transcrição no núcleo, levando à ativação do Centro de Nieuwkoop que secreta a proteína Nodal e estabelece a identidade da mesoderme dorsal. Via de sinalização TGFβ: na região ventral por sua vez, não há expressão de Dsh, GBP ou Wnt11, logo, GSK3 está livre e consegue inibir a β-catenina, levando à sua degradação. Vg1 e VegT são expressos na região ventral, induzindo baixos níveis da proteína Nodal, o que ela à especificação das células dessa região como mesoderme ventral. Gametas ou células sexuais são as células dos seres vivos que, na reprodução sexuada, se fundem no momento da fecundação ou fertilização (também chamada concepção, principalmente nos seres humanos) para formar um ovo ou zigoto, que dará origem ao embrião, cujo desenvolvimento produzirá um novo ser da mesma espécie. Gametas são células haploides, ou seja, têm apenas um conjunto de cromossomas, uma vez que são produzidos por meiose, enquanto que o ovo é diploide. Os órgãos onde são produzidos os gametas chamam-se gónadas. O processo de produção de gametas chama-se gametogénese. Os gametas têm tipos morfologicamente distintos e o órgão ou o indivíduo que produz o gameta de maiores dimensões - o ovócito secundário - tem a denominação de fêmea ou feminina, enquanto que o que produz o gameta menor, normalmente móvel, é chamado macho ou masculino. Nos animais, o gameta masculino é chamado de espermatozoide. Nas plantas denomina-se anterozoide. Nas espermatófitas, o gameta masculino reside no grão de pólen. Nas pteridófitas e briófitas, os gametas femininos são denominados oosferas e são produzidas em gametângios ou arquegónios, enquanto os masculinos são produzidos em anterídios. Espermatozoide - É a célula reprodutora masculina. É uma célula leve e a única móvel que pode movimentar-se a uma velocidade que chega aos 4mm/min. O seu corpo diferencia-se em cabeça, peça intermediária e flagelo. Na cabeça encontra-se o núcleo que contém metade dos cromossomas. É ainda na cabeça que se encontram vesículas com enzimas, acrossoma, que facilitam a penetração do espermatozoide no óvulo. Na membrana plasmática dos espermatozoides estão presentes proteínas que, ao entrar em contacto com as proteínas presentes na membrana do gameta feminino, fundem-se alterando a permeabilidade da membrana do óvulo. É a peça intermediária a responsável pelo movimento do flagelo, que impulsiona o espermatozoide pelo aparelho reprodutor feminino, uma vez que contém mitocôndrias, produtoras de adenosina trifosfato. Os espermatozoides movimentam-se num fluido produzido nas glândulas seminais e na próstata que é libertado no momento da ejaculação. Tamanho do gameta O tamanho da célula reprodutora varia muito dependendo das características genéticas do indivíduo. No homem, o máximo é de 64 milésimos de milímetro para o espermatozoide, enquanto que para o ovócito o mínimo é de 92 e o máximo é de 124 milésimos de milímetro. Gametas e Gametogênese Gametas são as células sexuais de todos os seres vivos. Todos os organismos com reprodução sexuada precisam produzir gametas, tanto plantas como animais. Existem gametas masculinos que são chamados espermatozoides (animais) ou anterozoides (plantas) e femininos, chamados óvulos (animais) ou oosferas (plantas). Essas células são responsáveis por carregar as características genéticas que serão transmitidas de uma geração para outra. Durante o processo reprodutivo, ocorre a fecundação do gameta feminino pelo masculino e será formado o zigoto, que é a primeira célula do embrião. O Óvulo Costumamos chamar o gameta feminino de óvulo, mas é bom salientar que ele é um ovócito secundário, uma vez que não completou todas as fases da meiose II. É bom sempre se lembrar desse aspecto importante! Essa célula possui camadas externas à sua membrana plasmática que formam uma barreira à entrada dos espermatozoides. Desse modo, apenas um consegue penetrar. São elas: Zona Pelúcida É formada por uma camada de glicoproteínas que são altamente específicas, impedindo que espermatozoides de outras espécies fecundem o óvulo. Corona Radiata Mais externamente são encontradas entre 2 e 3 camadas de células foliculares, cuja função nos animais é a de fornecer proteínas vitais à célula. Essa camada está presente durante o processo de ovulação, mas pode desaparecer após a fertilização. Esquema da estrutura do óvulo e do espermatozoide. O Espermatozoide O espermatozoide é a menor célula do corpo humano. Possui uma cabeça e uma cauda. Cabeça e Acrossomo No topo da cabeça está uma organela chamada acrossoma. Ela contém enzimas digestivas que serão muito importantes para eliminar as células que revestem oóvulo e assim permitir que o espermatozoide consiga penetrar o gameta feminino. Na cabeça está localizado o núcleo celular, onde se localiza o material genético. Cauda A cauda é um longo flagelo que o ajuda a se deslocar dentro do corpo da mulher. Como qualquer flagelo é composto de microtúbulos. A região chamada axonema é onde ocorre às contrações para movimentar a cauda, o corpo basal é que faz a ligação do flagelo à membrana plasmática que envolve a cabeça. Há também mitocôndrias na cauda para produzir a energia necessária ao deslocamento do espermatozoide. Formação dos Gametas Humanos Os gametas são formados a partir de células especializadas chamadas células germinativas, que passam por várias divisões celulares do tipo mitose que faz com que se multipliquem. O processo de formação dos gametas recebe o nome de gametogênese. Nas mulheres as células germinativas são chamadas ovogônias ou oogônias e estão localizadas nos ovários. As mitoses que promovem a sua multiplicação acontecem antes mesmo do nascimento, na vida intra-uterina. O processo de formação das ovogônias recebe o nome de ovulogênese, ovogênese ou ainda oogênese. Nos homens, essas células são denominadas espermatogônias e se localizam nos testículos. As mitoses ocorrem ao longo de toda vida, sendo mais frequentes na época da puberdade e menos intensas na velhice. A formação das espermatogônias é chamada de espermatogênese. Espermatogênese As espermatogônias são células diploides (possuem 46 cromossomos), elas crescem e originam os espermatócitos primários (espermatócitos I) que realizam a primeira divisão da meiose, originando 2 células-filhas haploides (23 cromossomos) chamadas espermatócitos secundários (espermatócito II). Cada espermatócito II passa pela segunda divisão meiótica, originando células-filhas semelhantes denominadas espermátides. Cada espermátide se especializa por meio de um processo onde adquirem o flagelo e perdem citoplasma, assim é formado o espermatozoide. Fases da Espermatogênese e da Ovulogênese. Ovulogênese As ovogônias (células diploides, onde 2n=46) cessam a multiplicação e crescem originando os ovócitos primários (ovócito I). Cada ovócito primário realiza a primeira divisão meiótica originando 2 células-filhas diferentes, ambas haploides (n=23). Uma delas é chamada ovócito secundário (ovócito II) é bem maior pois acumula mais citoplasma e vitelo (que será usado na nutrição do embrião); a outra é denominada corpo polar primário (ou glóbulo polar I) e tem tamanho bem reduzido, uma vez que passou quase todo citoplasma para a célula-irmã. O corpo polar I fica aderido ao ovócito I, mas por não desempenhar nenhuma função acaba por degenerar. O ovócito secundário inicia a segunda divisão meiótica, que é interrompida durante a metáfase II. Ocorre a ovulação e é liberado um ovócito secundário, que se for fecundado, dará continuidade às fases restantes da meiose II. Portanto, somente quando há penetração do espermatozoide no ovócito secundário que ele se torna verdadeiramente um óvulo, e origina também o corpo polar secundário. Anticorpos Também chamados de imunoglobulinas ou gamaglobulinas, os anticorpos são moléculas de glicoproteínas com a função de reconhecer, neutralizar e marcar (opsonizar) antígenos para que eles sejam eliminados ou fagocitados pelos macrófagos. Os anticorpos são produzidos pelos linfócitos B e têm a capacidade de se combinar especificamente com substâncias estranhas ao corpo, inativando-as. Os antígenos são extremamente específicos, por isso podemos dizer que para cada um dos seus tipos existe um tipo de anticorpo, com forma complementar à do antígeno. No sangue humano, aproximadamente 20% das proteínas encontradas no plasma sanguíneo são anticorpos, sendo que todos eles são produzidos quando há alguma substância estranha no organismo. Os anticorpos são classificados pelo seu tipo de cadeia em cinco tipos. São eles: → Imunoglobulina A (IgA): é o tipo de imunoglobulina predominante em secreções como saliva, lágrima, leite, mucosas do trato gastrintestinal, trato respiratório e geniturinário. → Imunoglobulina D (IgD): esse tipo de imunoglobulina é encontrado no sangue em concentrações baixas e a sua função ainda não está bem definida pelos cientistas. → Imunoglobulina E (IgE): presente em baixas concentrações, esse tipo de imunoglobulina é encontrado na superfície dos mastócitos, eosinófilos e basófilos, sendo muito importante no combate a parasitas helmintos e também às reações alérgicas. → Imunoglobulina G (IgG): esse tipo de imunoglobulina é produzido em larga escala, assim que ocorre o reconhecimento do antígeno, sendo ele o responsável pela memória específica contra determinado antígeno. → Imunoglobulina M (IgM): imunoglobulina encontrada principalmente no meio intravascular, sendo um tipo de anticorpo produzido em grandes quantidades nas fases iniciais das doenças. Também pode ser encontrada na superfície dos linfócitos B, realizando a função de receptor de antígenos. O que é O anticorpo é uma proteína específica que reage apenas com o corpo estranho contra o qual foi produzido. Ação, função dos anticorpos e outras informações. No caso de uma picada de inseto, o corpo produzirá anticorpos contra os antígenos deste, ou seja, se você for picado por um borrachudo, os anticorpos produzidos combaterão somente os efeitos causados pelo borrachudo, não servindo para picadas de nenhum outro inseto. Os anticorpos agem aderindo à superfície do corpo estranho, isto impede a multiplicação dos microorganismos e inibe a ação das toxinas. A reação do anticorpo contra o corpo estranho chama-se reação antígeno-anticorpo, esta, atrai macrófagos que fagocitam tanto o anticorpo quanto o corpo estranho. Após este procedimento, o macrófago se autodestrói (este processo é conhecido como autólise). A ação dos anticorpos começa bem cedo, ainda na fase intra-uterina eles já começam a trabalhar copiando e armazenando todas as sequências de aminoácidos existentes no corpo do feto. Como atua no organismo Após o nascimento, ele atuará na defesa de nosso organismo da seguinte forma: através da ação vigia do linfócito C, que após ser atraído para os locais onde houve morte celular, fará o reconhecimento de todas as proteínas (aminoácidos). No caso de um trauma físico, os linfócitos não encontrarão proteínas desconhecidas, e, só então, atrairão neutrófilos (células responsáveis pela reparação tecidual) para a região. Contudo, se alguma proteína desconhecida for encontra, o linfócito liberará histamina para atrair outros linfócitos à região (este processo é conhecido como quimiotaxia). Isto ocorre, pois, um único linfócito não conhece todas as proteínas de nosso corpo, mas vários juntos conhecem toda a seqüência de aminoácidos de nosso corpo. Se após esta junta à proteína ainda permanecer desconhecida, outro tipo de linfócito (linfócito T) será atraído para a região com a finalidade de elaborar o protótipo de um anticorpo, contudo, este processo nem sempre será rápido. Após a criação do protótipo, o linfócito T passa a se multiplicar com bastante rapidez e a produzir uma enorme quantidade de anticorpos. Nesta etapa, o linfócito passará a se chamar plasmócito. Após todo esse processo, ocorrerá a etapa já citada no terceiro e no quarto parágrafo deste texto, quando a finalidade inicial era fazer uma introdução a todo este percurso descrito. Anticorpos são glicoproteínas, também chamadas de imunoglobulinas, que possuem como principal função garantir a defesa do organismo. Essas glicoproteínas de defesa atuam de diferentes formas para evitar que uma partícula invasora cause danos à saúde. Elas podem ser encontradas no plasma, em compartimentos citoplasmáticos, na superfície de algumas células, no líquido intersticial e até mesmo no leite materno. Os anticorpos são produzidos por plasmócitos, que se formam após a diferenciação de um leucócito chamado de linfócito B. A produção de anticorpos ocorre após a estimulação do linfócito por determinado antígeno, como um vírus ou uma bactéria.Após sua produção, os anticorpos começam a interagir com os antígenos para garantir a defesa do organismo. Vale destacar que normalmente ocorre uma interação maior entre o anticorpo e o antígeno que causou sua produção, entretanto, pode haver a interação com outros antígenos (reações cruzadas). → Estrutura dos anticorpos Os anticorpos são formados por duas cadeias leves idênticas e duas cadeias pesadas também idênticas. Essas cadeias apresentam uma região aminoterminal variável e uma região constante. Uma cadeia leve liga-se à pesada por ligações dissulfeto. Nas cadeias pesadas, existem porções carboxílicas terminais constantes denominadas de fragmento Fc, que são responsáveis pelas ações biológicas do anticorpo. Os segmentos presentes na extremidade amínica pertencentes às cadeias leves e às cadeias pesadas são chamados de fragmento Fab, região onde o antígeno liga-se. A sequência de aminoácidos da sequência Fab é variável. Observe a cadeia leve e a cadeia pesada de um anticorpo. → O que são isotipos? Denominamos de isotipos as diferentes classes de moléculas do anticorpo. Essas classes são denominadas de IgA, IgD, IgE, IgG e IgM, sendo o IgG o mais comum no plasma. Entre as funções do IgG, podemos citar a ativação da fagocitose, a neutralização dos antígenos e proteção dos recém-nascidos, uma vez que é o único anticorpo capaz de atravessar a placenta e entrar em contato com o sangue do feto. → De que forma o anticorpo interage com o antígeno? Geralmente o anticorpo interage apenas com o antígeno que estimulou sua produção. Os anticorpos podem interagir com o antígeno de diversas formas. As principais são: Opsonização: O anticorpo liga-se ao antígeno e forma um complexo antígeno-anticorpo, que ajuda a induzir a fagocitose; Neutralização: Processo que torna as moléculas invasoras inofensivas; Ativação do complemento: Ocorre a ativação de proteínas que causam a ruptura da membrana de organismos invasores. → Qual é o mecanismo do soro e da vacina? A vacina é um agente de imunização que garante proteção ao nosso organismo. Ela promove uma imunização ativa, uma vez que contém antígenos que estimulam a produção de anticorpos pelo corpo. O soro, por sua vez, é uma imunização passiva, pois já apresenta os anticorpos. Sendo assim, nosso corpo não precisa produzi-los. Diferentemente da vacina, que busca a prevenção, o soro é usado no tratamento. A inflamação é uma resposta fisiológica do organismo ao dano tecidual local ou a uma infecção. A resposta inflamatória faz parte da resposta imune inata e, por isso, não é uma resposta específica, mas ocorre de maneira padronizada independente do estímulo. O processo inflamatório envolve várias células do sistema imune, mediadores moleculares e vasos sanguíneos. A função da inflamação é eliminar a causa inicial da lesão, coordenar as reações do sistema imune inato, eliminar as células lesadas e os tecidos danificados para iniciar a reparação dos tecidos e restaurar a função. A resposta inflamatória se divide em dois tipos: o primeiro é a inflamação aguda e a segundo fase é a inflamação crônica. Inflamação aguda Uma resposta inflamatória aguda tem início imediato e dura pouco tempo. Pode ser ocasionada por patógenos orgânicos, radiação ionizante, agentes químicos ou traumas mecânicos. Os principais sinais da resposta inflamatória aguda estão relacionados à resposta vascular com vasodilatação gerando rubor e calor, aumento da permeabilidade vascular gerando edema, aumento da pressão tissular causando dor (tensão e compressão às terminações nervosas), seguindo-se a perda de função. A resposta celular na inflamação aguda é mediada por neutrófilos, basófilos, mastócitos, eosinófilos, macrófagos, células dendríticas e epiteliais. Os principais mediadores químicos envolvidos na inflamação aguda são bradiquinina, fibrinopeptídeos e prostaglandinas; as proteínas do complemento (C3a, C4a e C5a), que induzem a degranulação local dos mastócitos com libertação de histamina; as interleucinas IL-1, IL-6, IL-8 e fator de necrose tumoral TNF-α. Assim que ocorre a lesão, as plaquetas liberam proteínas do complemento e os mastócitos degranulam liberando histamina e serotonina, fatores que medeiam à vasodilatação e o aumento da permeabilidade. Os neutrófilos são os primeiros a responder à lesão inflamatória e sua migração para o local é induzida por quimiocinas (IL-8). Estes neutrófilos fagocitam os patógenos e liberam mediadores que contribuem na resposta inflamatória, sendo os mais importantes as quimiocinas que atraem os macrófagos para o local de inflamação. Os macrófagos, ao serem ativados, apresentam fagocitose aumentada e liberação aumentada de mediadores (prostaglandinas e leucotrienos) e citocinas (IL-1, IL-6 e TNF-α). São as citocinas produzidas pelos macrófagos que atraem os leucócitos. A participação dos eosinófilos está mais ligada à infecção por helmintos, assim como a participação dos basófilos está mais ligada a alérgenos e parasitas. A acumulação de células mortas e micro-organismos, em conjunto com fluidos acumulados e várias proteínas, forma o que é conhecido com pus. Mas uma vez que a causa da inflamação é removida, a resposta inflamatória cessa e algumas citocinas iniciam o processo de cicatrização. Inflamação crônica Se o agente causador da inflamação aguda persistir dá-se início ao processo de inflamação crônica. Este processo pode durar vários dias, meses ou anos. A inflamação crônica é caracterizada pela ativação imune persistente com presença dominante de macrófagos no tecido lesionado. Os macrófagos liberam mediadores que, em longo prazo, tornam-se prejudiciais não só para o agente causador da inflamação, mas também para os tecidos da pessoa. Como consequência, a inflamação crônica é quase sempre acompanhada pela destruição de tecidos. Entre os processos inflamatórios crônicos conhecidos estão: artrite, asma e processos alérgicos, alguns tipos de câncer, doenças cardiovasculares, síndromes intestinais, doença celíaca e diabetes. O sistema imunológico, também chamado de imune ou imunitário, é o conjunto de células, tecidos, órgãos e moléculas responsáveis pela retirada de agentes ou moléculas estranhas do organismo de todos os seres vivos, com a finalidade de manter a homeostasia dinâmica do organismo. O funcionamento do sistema imune consiste na resposta coletiva e coordenada das células e moléculas diante dos agentes estranhos; isto caracteriza a resposta imune. O sistema imune é dividido em dois tipos de imunidade que caracterizam dois tipos de respostas: a imunidade inata ou natural (resposta imune inata) e a imunidade adquirida ou adaptativa (resposta imune adquirida). Imunidade inata A imunidade inata é a primeira linha de defesa do organismo, com a qual ele já nasce. É uma resposta rápida, não específica e limitada aos estímulos estranhos ao corpo. É representada por barreiras físicas, químicas e biológicas, células e moléculas, presentes em todos os indivíduos. Os principais componentes da imunidade inata são: Barreiras físicas e mecânicas: Retardam/impedem a entrada de moléculas e agentes infecciosos (pele, trato respiratório, membranas, mucosas, fluidos corporais, tosse, espirro). Barreiras fisiológicas: Inibem/eliminam o crescimento de microrganismos patogênicos devido à temperatura corporal e à acidez do trato gastrointestinal; rompem as paredes celulares e lisam (rompem) células patogênicas através de mediadores químicos (lisozimas, interferon, sistema complemento); Barreiras celulares: Endocitam/fagocitam as partículas e microrganismos estranhos, eliminando-os (linfócitos natural killer e leucócitos fagocíticos – neutrófilos, monócitos e macrófagos); Barreira inflamatória: Reação a infecções com danos tecidulares; induzem células fagocitárias para a área afetada. A resposta imune inata é capaz de prevenir e controlar diversas infecções, e ainda pode aperfeiçoar as respostas imunes adaptativas contra diferentes tipos de microrganismos. É a imunidade inata que avisa sobre a presença de uma infecção, acionandoassim os mecanismos de imunidade adaptativa contra os microrganismos causadores de doenças que conseguem ultrapassar as defesas imunitárias inatas. Imunidade adquirida A imunidade adquirida ou adaptativa é ativada pelo contato com agentes infecciosos e sua resposta à infecção aumenta em magnitude a cada exposição sucessiva ao mesmo invasor. Existem dois tipos de imunidade adquirida: a imunidade humoral e a imunidade celular. A imunidade humoral gera uma resposta mediada por moléculas no sangue e nas secreções da mucosa, chamadas de anticorpos, produzidos pelos linfócitos B, sendo o principal mecanismo de defesa contra microrganismos extracelulares e suas toxinas. Os anticorpos reconhecem os antígenos (qualquer partícula estranha ao corpo), neutralizam a infecção e eliminam estes antígenos por variados mecanismos efetores. Por sua vez, a imunidade celular gera resposta mediada pelos linfócitos T. Quando microrganismos intracelulares, como os vírus e algumas bactérias, sobrevivem e proliferam dentro das células hospedeiras, estando inacessíveis para os anticorpos circulantes, as células T promovem a destruição do microrganismo ou a morte das células infectadas, para eliminar a infecção. A imunidade adquirida ainda pode ser classificada em imunidade ativa e imunidade passiva. A imunidade ativa é aquela que é induzida pela exposição a um antígeno. Assim, o indivíduo imunizado tem um papel ativo na resposta ao antígeno. A imunidade ativa pode ser natural, quando adquirida através de doença, ou passiva, quando adquirida por meio de vacinas. A imunidade passiva é a imunização por meio da transferência de anticorpos específicos de um indivíduo imunizado para um não-imunizado. A imunidade passiva é chamada de natural, quando acontece, por exemplo, através da transferência de anticorpos maternais para o feto; é artificial quando há a passagem de anticorpos prontos, como num soro anti-ofídico (contra veneno de serpentes). A resposta imune adquirida, mediada pelos linfócitos B e T, apresenta uma série de propriedades que administram a resposta destes. São elas: Especificidade: o sistema imunológico reconhece os diversos antígenos e produz uma resposta imunológica específica para cada um deles. Diversidade: o sistema imune é capaz de reconhecer milhares de antígenos diferentes e produzir uma resposta adequada para cada um deles. Memória imunológica: a exposição do sistema imunológico a antígenos faz aumentar sua habilidade em responder a esse mesmo antígeno novamente. As respostas subsequentes ao mesmo antígeno são normalmente mais rápidas, maiores e qualitativamente diferentes da primeira. Uma vez produzidas, as células de memória têm vida longa e são capazes de reconhecer esse antígeno por anos. Especialização: o sistema imune responde por vias distintas a diferentes antígenos, maximizando a eficiência dos mecanismos de defesa. Assim, os linfócitos B e T se especializam entre as diferentes classes de microrganismos ou pelos diferentes estágios da infecção do mesmo microrganismo. Discriminação ou Auto-tolerância: capacidade de reagir que os linfócitos B e T apresentam contra moléculas estranhas, mas não apresentam contra suas próprias moléculas. Auto-limitação da resposta: as células B e T ativadas produzem moléculas que auxiliam o término da resposta imune. Para B são as imunoglobulinas G4 (IgG4) e para T são as interleucinas 4 e 10 (IL-4 e IL-10). Órgãos do sistema imunológico Primários: nestes órgãos ocorre a linfopoese (produção de linfócitos), ou seja, as células se diferenciam das células tronco, proliferam e amadurecem tornando-se linfócitos funcionais. Encaixam-se aqui o timo, a medula óssea, fígado fetal, bursa de Fabricius (aves), placa de Peyer íleo-cecais (ruminantes). Secundários: nestes órgãos é iniciada a resposta imune adquirida, por isso possuem aglomerados de células. São o baço e os linfonodos. Células do sistema imunológico As células do sistema imune procedem de precursores da medula óssea e estão divididas entre células da linhagem mieloide e as células da linhagem linfoide. O progenitor mieloide é o precursor dos granulócitos (eosinófilos, neutrófilos e basófilos), fagócitos mononucleares (monócitos e macrófagos), células dendríticas e mastócitos do sistema imune. O progenitor linfoide dá origem aos linfócitos B e T e as células natural killer. Os macrófagos são as células fagocitárias mais relevantes, sendo a forma diferenciada dos monócitos sanguíneos. São células de migração lenta e estão dispersos pelos tecidos do corpo. As funções dos macrófagos se caracterizam pela neutralização, ingestão (fagocitose) e destruição de antígenos, além de processar e apresentar antígenos para os linfócitos T. Secretam várias proteínas citotóxicas que ajudam a eliminar os patógenos. Os monócitos também responsáveis pela fagocitose de antígenos, circulam no sangue e migram continuamente nos tecidos, onde se diferenciam. As células dendríticas quando imaturas migram através da corrente sanguínea para entrarem nos tecidos. Entre suas funções estão à fagocitose e a micropinocitose, ingestão continua de grandes quantidades de fluído extracelular e seu conteúdo. Após o encontro com um patógeno, maturam rapidamente e migram para os nódulos linfáticos, onde realizam a apresentação de antígenos para os linfócitos T. Os granulócitos recebem essa denominação por possuírem grânulos em seu citoplasma. São também chamados de leucócitos polimorfonucleares, devido às formas de seus núcleos. Possuem tempo de vida relativamente curto e são produzidos em grande número durante as respostas inflamatórias. Os neutrófilos, importantes na resposta inata, são células fagocíticas, muito numerosos e de migração rápida. Os eosinófilos são células fagocíticas e degranulam na presença do antígeno; responsáveis pela resposta às infecções parasitárias e processos alérgicos. A função dos basófilos é semelhante e complementar a dos eosinófilos e mastócitos. Os mastócitos se diferenciam ao chegar aos tecidos. Eles se localizam principalmente à margem dos vasos sanguíneos e degranulam liberando mediadores quando em contato com alérgenos. Os linfócitos B, quando ativados, proliferam e se diferencia em células plasmáticas ou plasmócitos, que são as células efetoras da linhagem B, cuja função principal é a secreção de anticorpos. Os linfócitos T, se apresentam em duas classes principais. A primeira se diferencia, quando ativada, em células T CD8+ ou citotóxicas, que matam as células infectadas; a segunda classe de células T, as T CD4+ ou auxiliares, atuam na ativação de outras células, como os linfócitos B e os macrófagos, além de coordenar a resposta imune. As células natural killer possuem citoplasma granular distinto e são capazes de reconhecer e matar algumas células anormais, como células tumorais e células infectadas com o vírus herpes. O sistema imunológico humano (ou sistema imune, ou ainda imunitário) consiste numa rede de células, tecidos e órgãos que atuam na defesa do organismo contra o ataque de invasores externos. Estes invasores podem ser microrganismos (bactérias, fungos, protozoários ou vírus) ou agentes nocivos, como substâncias tóxicas (ex. veneno de animais peçonhentos). As substâncias estranhas ao corpo são genericamente chamadas de antígeno. Os antígenos são combatidos por substâncias produzidas pelo sistema imune, de natureza proteica, denominadas anticorpos, que reagem de forma específica com os antígenos. Quando o sistema imune não consegue combater os invasores de forma eficaz, o corpo pode reagir com doenças, infecções ou alergias. A defesa corporal é realizada por um grupo de células específicas que atuam no processo de detecção do agente invasor, no seu combate e total destruição. Todo este processo é denominado de resposta imune. As células do sistema imune pertencem a dois grupos principais, os linfócitos e os macrófagos. Veja abaixo as células principais desse sistema e as principais funções de cada uma delas: Macrófagos – são importantes na regulação da resposta imune. Estão presentesnos tecidos conjuntivos e no sangue (quando são chamados de monócitos) e, no sistema imune, possui a função de detectar e fagocitar (processo que engloba e digere substâncias no organismo) microrganismos invasores, células mortas e vários tipos de resíduos. Essas células são as primeiras a perceber a presença de agentes invasores. Linfócitos - essas células, presentes no sangue, são um tipo de leucócito (glóbulo branco) e podem ser de três tipos principais: Linfócitos B – a principal função desse tipo celular é a produção de anticorpos, quando maduros e ativos. Nesta fase são denominados plasmócitos. Linfócitos T auxiliadores (CD4) – através de informações recebidas pelos macrófagos, são estimuladas a ativar outros tipos de linfócito T, os linfócitos T matadores (CD8) e os linfócitos B. São os linfócitos auxiliadores os responsáveis por comandar a defesa do organismo. Linfócitos T matadores (CD8) – recebem este nome por serem responsáveis pela destruição de células anormais, infectadas ou estranhas ao organismo. O sistema imunitário é composto por dois grupos de órgãos, os órgãos imunitários primários e os órgãos imunitários secundários. Os primeiros são assim denominados por serem os principais locais de formação e amadurecimento dos linfócitos. Já os segundos, são secundários por atuarem no sistema imunológico após a produção e amadurecimento dos linfócitos. Vejam quais são os órgãos que compõem esses dois grupos: Órgãos imunitários primários Medula óssea – além da produção de células sanguíneas e plaquetas, a medula produz linfócitos B, linfócitos matadores. É nesse órgão que ocorre o processo de amadurecimento dos linfócitos B. Timo – o timo é responsável por produzir linfócitos T maduros. Órgãos imunitários secundários Linfonodos – estão presentes nos vasos linfáticos; neles a linfa é filtrada, permitindo que partículas invasoras sejam fagocitadas pelos linfócitos ali presentes. Tonsilas – possuem função semelhante aos linfonodos. Estão localizadas na parte posterior da boca e acima da garganta. Baço – o baço filtra o sangue para remover microrganismos, substâncias estranhas e resíduos celulares, além de produzir linfócitos. Adenoides – constituem de uma massa de tecidos linfoides protetores localizados no fundo da cavidade nasal. Têm como função ajudar a proteger o organismo de bactérias e vírus causadores de doenças transmitidas pelo ar. Apêndice cecal – é uma pequena extensão tubular localizada no ceco, primeira porção do intestino grosso. Através da atuação das bactérias presentes nessa estrutura, microrganismos invasores são combatidos. Sistema imunológico em ação Um agente invasor, ao entrar no organismo, gera um mecanismo de defesa, a resposta imune. As substâncias invasoras são detectadas pelos macrófagos, que irão atuar em sua digestão parcial e na comunicação aos demais componentes do sistema imune da invasão sofrida, para que essas substâncias sejam totalmente destruídas e eliminadas. Após a atuação dos macrófagos, os linfócitos T auxiliadores entram em ação, ligando-se aos antígenos invasores. Este processo estimula a produção, pelos leucócitos, de compostos denominados interleucinas, que atuarão na ativação e estímulo para a produção de mais linfócitos T auxiliadores. Estes novos linfócitos intensificarão o combate aos antígenos e liberarão outros tipos de interleucinas, que estimularão a produção de linfócitos T matadores e linfócitos B. Depois de estimulados, estes linfócitos se multiplicam até que os antígenos sejam desativados e eliminados. Parte dos linfócitos produzidos é armazenada, estes são um tipo de linfócito especial, denominados de células de memória. Estas guardam durante anos, ou pelo resto da vida, a capacidade de reconhecer agentes infecciosos com os quais o organismo já se deparou. Havendo um novo ataque por agentes conhecidos, as células de memória são estimuladas a se reproduzir, dando início ao processo de defesa do organismo, em um curto intervalo de tempo. O sistema imunológico humano (ou sistema imune, ou ainda imunitário) consiste numa rede de células, tecidos e órgãos que atuam na defesa do organismo contra o ataque de invasores externos. Estes invasores podem ser microrganismos (bactérias, fungos, protozoários ou vírus) ou agentes nocivos, como substâncias tóxicas (ex. veneno de animais peçonhentos). As substâncias estranhas ao corpo são genericamente chamadas de antígeno. Os antígenos são combatidos por substâncias produzidas pelo sistema imune, de natureza proteica, denominadas anticorpos, que reagem de forma específica com os antígenos. Quando o sistema imune não consegue combater os invasores de forma eficaz, o corpo pode reagir com doenças, infecções ou alergias. A defesa corporal é realizada por um grupo de células específicas que atuam no processo de detecção do agente invasor, no seu combate e total destruição. Todo este processo é denominado de resposta imune. As células do sistema imune pertencem a dois grupos principais, os linfócitos e os macrófagos. Veja abaixo as células principais desse sistema e as principais funções de cada uma delas: Macrófagos – são importantes na regulação da resposta imune. Estão presentes nos tecidos conjuntivos e no sangue (quando são chamados de monócitos) e, no sistema imune, possui a função de detectar e fagocitar (processo que engloba e digere substâncias no organismo) microrganismos invasores, células mortas e vários tipos de resíduos. Essas células são as primeiras a perceber a presença de agentes invasores. Linfócitos - essas células, presentes no sangue, são um tipo de leucócito (glóbulo branco) e podem ser de três tipos principais: Linfócitos B – a principal função desse tipo celular é a produção de anticorpos, quando maduros e ativos. Nesta fase são denominados plasmócitos. Linfócitos T auxiliadores (CD4) – através de informações recebidas pelos macrófagos, são estimuladas a ativar outros tipos de linfócito T, os linfócitos T matadores (CD8) e os linfócitos B. São os linfócitos auxiliadores os responsáveis por comandar a defesa do organismo. Linfócitos T matadores (CD8) – recebem este nome por serem responsáveis pela destruição de células anormais, infectadas ou estranhas ao organismo. O sistema imunitário é composto por dois grupos de órgãos, os órgãos imunitários primários e os órgãos imunitários secundários. Os primeiros são assim denominados por serem os principais locais de formação e amadurecimento dos linfócitos. Já os segundos, são secundários por atuarem no sistema imunológico após a produção e amadurecimento dos linfócitos. Veja quais são os órgãos que compõem esses dois grupos: Órgãos imunitários primários Medula óssea – além da produção de células sanguíneas e plaquetas, a medula produz linfócitos B, linfócitos matadores. É nesse órgão que ocorre o processo de amadurecimento dos linfócitos B. Timo – o timo é responsável por produzir linfócitos T maduros. Órgãos imunitários secundários Linfonodos – estão presentes nos vasos linfáticos; neles a linfa é filtrada, permitindo que partículas invasoras sejam fagocitadas pelos linfócitos ali presentes. Tonsilas – possuem função semelhante aos linfonodos. Estão localizadas na parte posterior da boca e acima da garganta. Baço – o baço filtra o sangue para remover microrganismos, substâncias estranhas e resíduos celulares, além de produzir linfócitos. Adenoides – constituem de uma massa de tecidos linfoides protetores localizados no fundo da cavidade nasal. Têm como função ajudar a proteger o organismo de bactérias e vírus causadores de doenças transmitidas pelo ar. Apêndice cecal – é uma pequena extensão tubular localizada no ceco, primeira porção do intestino grosso. Através da atuação das bactérias presentes nessa estrutura, microrganismos invasores são combatidos. Sistema imunológico em ação Um agente invasor, ao entrar no organismo, gera um mecanismo de defesa, a resposta imune. As substâncias invasoras são detectadas pelos macrófagos, que irão atuar em sua digestão parcial e na comunicação aos demais componentesdo sistema imune da invasão sofrida, para que essas substâncias sejam totalmente destruídas e eliminadas. Após a atuação dos macrófagos, os linfócitos T auxiliadores entram em ação, ligando-se aos antígenos invasores. Este processo estimula a produção, pelos leucócitos, de compostos denominados interleucinas, que atuarão na ativação e estímulo para a produção de mais linfócitos T auxiliadores. Estes novos linfócitos intensificarão o combate aos antígenos e liberarão outros tipos de interleucinas, que estimularão a produção de linfócitos T matadores e linfócitos B. Depois de estimulados, estes linfócitos se multiplicam até que os antígenos sejam desativados e eliminados. Parte dos linfócitos produzidos é armazenada, estes são um tipo de linfócito especial, denominados de células de memória. Estas guardam durante anos, ou pelo resto da vida, a capacidade de reconhecer agentes infecciosos com os quais o organismo já se deparou. Havendo um novo ataque por agentes conhecidos, as células de memória são estimuladas a se reproduzir, dando início ao processo de defesa do organismo, em um curto intervalo de tempo. Conceitos relacionados com Imunologia Agente infeccioso: Qualquer ser capaz de originar infecção. Alérgenos: antígeno que reage especificamente com um tipo específico de anticorpo reagina IgE Anticorpos: moléculas sintetizadas após um estímulo antigênico, dotadas de alta especificidade para antígeno. Antígenos: moléculas que quando introduzidas em um indivíduo, estimulam a síntese de anticorpos capazes de interagir com ele através dos sítios de combinação. Estudo da Resposta Imune: estudo de mecanismos pelo qual um organismo tem capacidade de reconhecer, neutralizar, metabolizar e eliminar as substâncias heterólogas, assim como tornar-se resistente a reinfecção. Infecção: é a implantação, crescimento e proliferação de seres agressores no organismo hospedeiro, acarretando-lhe prejuízo. Infecciosidade: característica de um agressor que tem poder de infectar. Inflamação: reação de defesa de um tecido em relação à presença de um agente agressor. Haptenos: grupamentos químicos que, por si só, são muito pequenos para estimular uma resposta imune, mas reagem com os anticorpos. Moléculas Carregadoras: proteínas imunogênicas que se ligam aos haptenos, tornando-os imunogênicos. Patogenicidade: capacidade que tem o agente agressor de causar doença. Poder Imunogênico: Poder do agressor de ser perceber e desencadear a resposta imune no organismo hospedeiro. Vacinação: método de estimular a imunidade para uma doença infecciosa através da inoculação de um micro-organismo ou seus produtos. Virulência: Capacidade de produzir doença grave ou fatal. ÓRGÃOS LINFÓIDES Existem diversos locais onde há produção de células linfóides maduras que vão agir no combate a agressores externos. Alguns órgãos linfóides se encontram interpostos entre vasos sanguíneos e vão dar origem a células brancas na corrente sanguínea. Outros estão entre vasos linfáticos, e vão filtrar a linfa e combater antígenos que chegam até eles por essa via. Outros ainda podem ser encontrados fazendo parte da parede de outros órgãos, ou espalhados pela sua mucosa. Os tecidos linfóides são classificados em primários e secundários. Primários: representam o local onde ocorrem as principais fases de amadurecimento dos linfócitos. O timo e a medula óssea são tecidos primários, pois é o local onde amadurecem os linfócitos T e B respectivamente. Os tecidos primários não formam células ativas na resposta imune, formam até o estágio de pró-linfócitos. - Timo: O timo é um órgão linfático que se localiza no tórax, anterior ao coração. A função do timo é promover a maturação dos linfócitos T que vieram da medula óssea até o estágio de pró-linfócitos que vão para os outros tecidos linfoides, onde se tornam ativos para a resposta imune. Porém, o timo também dá origem a linfócitos T maduros que vão fazer o reconhecimento do organismo para saber identificar o que é material estranho ou próprio do organismo. Outra função importante do timo é a produção de fatores de desenvolvimento e proliferação de linfócitos T, como a timosina alfa, timopoetina, timulina e o fator tímico humoral. Estes fatores vão agir no próprio timo (hormônios parácrinos) ou agir nos tecidos secundários (hormônios endócrinos), onde estimulam a maturação completa dos linfócitos. - Medula Óssea: A medula como órgão linfoide primário é capaz de formar pró-linfócitos que vem das células totipotentes. O Pró-linfócito não é capaz de realizar uma resposta imune, então se dirige aos órgãos secundários para se desenvolver. A célula multipotente mielóide e linfoblastos T irão ao timo para formar linfócitos T. Secundários: são os que efetivamente participam da resposta imune, seja ela humoral ou celular. As células presentes nesses tecidos secundários tiveram origem nos tecidos primários, que migraram pela circulação e atingiram o tecido. Neles estão presentes os nodos linfáticos difusos, ou encapsulados como os linfonodos, as placas de Peyer, tonsilas, baço e medula óssea. - Linfonodos: são órgãos pequenos em forma de feijão que aparecem no meio do trajeto de vasos linfáticos. Estes órgãos desempenham papel na defesa do organismo, sintetizando anticorpos. Os linfonodos funcionam como “filtro” da linfa, retirando, da mesma, partículas estranhas, como células neoplásicas e agentes patogênicos (como vírus e bactérias), antes da linfa retornar ao sistema circulatório sanguíneo. Já que os linfonodos são encontrados em todo o organismo, a linfa passa por pelo menos um linfonodo, antes de retornar ao sangue. Quando estas invadem o linfonodo, inicia-se um mecanismo de defesa, impedindo que a partícula estranha continue seu trajeto. Para que a defesa seja incrementada, ocorre liberação de substâncias quimiotáxicas, responsáveis por atrair linfócitos e macrófagos para o local em questão, resultando em um gânglio linfático infartado e doloroso (linfonodomegalia). - Baço: é um órgão maciço avermelhado, de consistência gelatinosa. É o maior órgão linfático secundário do organismo e tem como função imunológica, a liberação de linfócitos B, T, plasmócitos, e outras células linfóides maduras e capazes de realizar uma resposta imune para o sangue e não para a linfa. - Tonsilas e Placas de Peyer: As tonsilas são aglomerados de nódulos linfáticos revestidos apenas de epitélio. As tonsilas eram conhecidas como amigdalas, e estão localizadas na cavidade bucal (tonsilas palatinas) próximas ao arco palatofaríngeo, na parte posterior da língua (tonsilas linguais), e na parte posterior da nasofaringe encontramos as tonsilas faríngeas. As Placas de Peyer também são aglomerados de nódulos linfáticos localizados principalmente na mucosa do íleo abaixo das glândulas de Leiberkühn, mas podem atingir a submucosa se a muscular da mucosa estiver dissociada. A função mais característica das tonsilas e das placas de Peyer é a produção de plasmócitos que secretem IgA-secretória para a mucosa, protegendo a mucosa da agressão de micróbios que fazem parte da microbiota normal ou micróbios patogênicos que possam vir junto com os alimentos. Resumindo: Os tecidos linfóides são classificados como: - Órgãos linfóides primários: onde os linfócitos primeiramente expressam os receptores de antígenos e atingem a maturidade fenotípica e funcional. - Órgãos linfóides secundários: onde as respostas dos linfócitos aos antígenos estranhos são iniciadas e se desenvolvem. Doenças infecciosas e parasitárias Os agentes etiológicos das doenças infecciosas podem ser bactérias, vírus, riquétsias, clamídias e fungos. As parasitárias são transmitidas por protozoários, helmintos e artrópodes que atuam como hospedeiros intermediários. Também podem ocorrer casos de alergias e irritações resultantes do contato dos trabalhadores com substâncias alergênicas, tóxicas e picadas de insetos ou mordeduras. Como esses agentes estão no meio ambiente de forma generalizada, em determinados casos não é fácil confirmar a relação causal com o trabalho.Dentre as principais doenças desse grupo poderíamos citar casos de tuberculose, brucelose, carbúnculo, paracoccidioidomicose, dermatofitose/micoses, leptospirose, tétano, psitacose – doenças dos tratadores de aves, dengue, febre amarela, malária, leishmanioses, hepatites e a doença pelo vírus da imunodeficiência humana. Assistência e cuidados gerais: • Medidas de educação e informação aos trabalhadores sobre os riscos e efeitos para a saúde, os modos de transmissão e de controle dos agentes envolvidos; • Vigilância sanitária das condições e dos ambientes de trabalho, por meio do estudo das atividades de risco potencial para os agentes biológicos; • Vigilância epidemiológica de agravos, com confirmação do diagnóstico clínico da doença e o estabelecimento da sua relação causal com o trabalho; • Identificação das medidas gerais e específicas necessárias para eliminação ou controle da exposição aos fatores de risco e para proteção dos trabalhadores; • Controle da ocorrência desses agravos na população em geral, uma vez que uma prevalência alta do agravo contribui para aumentar o risco para os trabalhadores. A palavra doença vem do termo em latim dolentia que significa “sentir ou causar dor, afligir-se, amargurar-se”. Várias são as definições para esse termo, mas especialistas consideram as doenças como manifestações patológicas que se apresentam em nosso organismo. Elas estão sempre associadas a sintomas específicos, levando o indivíduo que as apresenta a se privar de prazeres físicos, emocionais e mentais. A OMS classifica doença como a ausência de saúde e disponibiliza para a sociedade a Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde, designada pela sigla CID. No CID temos acesso à classificação das doenças e à grande variedade de sinais, sintomas, aspectos normais, queixas, circunstâncias sociais e causas externas para ferimentos e doenças. Segundo a OMS, são consideradas doenças: Doenças infecciosas e parasitárias; Neoplasmas (tumores); Doenças do sangue e dos órgãos hematopoiéticos e alguns transtornos imunitários; Doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas; Transtornos mentais e comportamentais; Doenças do sistema nervoso; Doenças dos olhos e anexos; Doenças do ouvido e da apófise mastoide; Doenças do aparelho circulatório; Doenças do aparelho respiratório; Doenças do aparelho digestivo; Doenças da pele e do tecido subcutâneo; Doenças do sistema osteomuscular e do tecido conjuntivo; Doenças do aparelho geniturinário; Gravidez, parto e puerpério; Algumas afecções originadas no período perinatal; Malformações congênitas, deformidades e anomalias cromossômicas; Sintomas, sinais e achados anormais de exames clínicos e de laboratório, não classificados; Lesões, envenenamentos e algumas outras consequências de causas externas; Causas externas de mobilidade e de mortalidade. Nesta seção você encontrará informações sobre doenças de causas variadas. O material didático disponível apenas informa sobre causas, sintomas e prevenção de doenças, levando-se em consideração que os sintomas variam de uma pessoa para outra. O diagnóstico e o tratamento de cada doença deverão ser feitos por um profissional especializado. Diferença entre vetor e agente etiológico Quando o assunto é uma doença, é importante explicar sua forma de transmissão, citando seu agente etiológico e, quando houver, o vetor. Muitas pessoas confundem esses termos, usando-os como sinônimos, apesar de terem significados bastante distintos. → O que é vetor? Quando falamos em vetor, referimo-nos a organismos que servem de veículo para a transmissão de algum causador de doença. Esse organismo pode ser, por exemplo, um artrópode, como mosquitos ou moluscos. Os vetores podem ser classificados em dois tipos de acordo com a Sociedade Brasileira de Parasitologia: vetor biológico e vetor mecânico. O vetor biológico é aquele que serve de local para a multiplicação de um agente causador de doenças. Já o vetor mecânico é aquele em que o agente causador da doença não se multiplica e não se desenvolve nesse local, sendo o vetor apenas uma forma de transporte. No caso das doenças transmitidas por vetores, é impossível a transmissão de uma pessoa para outra. No caso da dengue, por exemplo, o vírus não é transmitido pelo contato com o doente, sendo necessária a picada de um mosquito Aedes aegypti infectado para que a transmissão ocorra. Nesse caso, o mosquito é o vetor. Além da dengue, a malária, a doença de chagas, febre amarela, zika, chikungunya e leishmaniose são exemplos de doenças que são transmitidas por vetores. → O que é agente etiológico? O agente etiológico é o agente causador da doença, aquele que desencadeia os sinais e sintomas de determinada enfermidade. O termo agente etiológico pode ser usado em substituição a patógeno. Vírus, bactérias, protozoários, fungos, platelmintos e nematelmintos são alguns exemplos de agentes etiológicos. No caso da dengue, por exemplo, o agente etiológico é o vírus da dengue, um arbovírus da família Flaviviridae. → Diferença entre vetor e agente etiológico A diferença entre vetor e agente etiológico é que esse último causa a doença, mas o vetor transporta o agente etiológico. A malária, por exemplo, é provocada por protozoários do gênero Plasmodium (agente etiológico), que são transmitidos pela picada do mosquito (vetor) do gênero Anopheles infectado. Uma doença infecciosa é caracterizada pelos sinais, sintomas e as alterações fisiológicas, bioquímicas e histopatológicas decorrentes das lesões causadas pelo agente infeccioso e pela resposta imune do hospedeiro. Ocorre destruição de tecidos e manifestações clínicas e patológicas. As doenças infecciosas podem ser causadas por fungos, vírus, bactérias, protozoários e vermes. As doenças infecciosas emergentes são aquelas novas ou que estão sofrendo um processo de mudança, com aumento de incidência em um passado recente ou potencial aumento em um futuro próximo. As doenças infecciosas são causadas pelos seguintes mecanismos: Destruição de tecidos por ação mecânica; Reação inflamatória; Ação das toxinas produzidas pelos agentes infecciosos; Reação de hipersensibilidade com resposta imune do hospedeiro. Qualquer paciente com suspeita de uma doença infecciosa ou parasitária deve ser investigado quanto a evidências clínicas, epidemiológicas e laboratoriais. Sintomas Febre, cefaleia, adinamia (grande fraqueza muscular), cansaço, sensação de mal-estar indefinido, sonolência, corrimento nasal, lacrimejamento, dor de garganta, tosse, dor torácica e abdominal, sopros cardíacos, dor abdominal, diarreia, náuseas e vômitos, icterícia, disúria (dificuldade de urinar), rash cutâneo (aparecimento de manchas na pele), presença de gânglios palpáveis, hepatomegalia (aumento do fígado), esplenomegalia (aumento do baço), rigidez de nuca, convulsões e coma, lesões e / ou corrimentos genitais. Transmissão As doenças infecciosas podem ser transmitidas através de: água e alimentos – cólera, diarreia, doença de Chagas, encefalopatia espongiforme transmissível (“doença da Vaca Louca”), febre Tifoide, hepatite A e E, leptospirose, poliomielite, toxoplasmose e verminoses. contato com água: esquistossomose, leptospirose. ferimentos animais: doença da arranhadura do gato, doença da mordedura do rato, raiva, tétano. insetos e carrapatos – dengue, doença de Chagas, febre amarela e malária. via respiratória – caxumba, difteria, doença meningocócica, gripe, pneumonias, sarampo, Sars (Síndrome Respiratória Aguda Grave), rubéola, tuberculose e varicela. via sexual – AIDS, cancro-mole, corrimentos cervical e vaginal, hepatite B, herpes genital, sífilis e uretrites. Prevenção Para nos prevenirmos das doenças infecciosas devemos: Lavar as mãos antes e depois das refeições e de usar o banheiro; Estar com a caderneta de vacinação atualizada; Conservar os alimentos na geladeira; Manter os alimentos crus guardados bem separados dos alimentos cozidos; Manter a cozinha e o banheiro limpos porque são os lugares dacasa mais cheios de germes; Não compartilhar objetos pessoais, como escovas de dente ou lâminas; Levar os animais de estimação ao veterinário e mantenha suas vacinas em dia. Doença infecciosa De acordo com a medicina atual, uma doença infecciosa (português brasileiro) ou doença infeciosa (português europeu) ou doença transmissível é qualquer doença causada por um agente patogênico (como: vírus, bactéria e também parasita), em contraste com causa física (por exemplo: queimadura, intoxicação química, relação sexual, beijos ou ferimentos.) Exemplos exemplos de doenças infecciosas: Verminose Humana O que são As verminoses humanas são doenças causadas por vermes (platelmintos e nematelmintos) que parasitam o corpo humano e que provocam algum problema no funcionamento do organismo. Geralmente habitam os intestinos do ser humano, podendo migrar para outras partes do corpo. Formas de contágio Estes vermes hospedeiros podem penetrar no corpo humano das seguintes formas: - Contato direto ou indireto com fezes humanas ou de animais contaminadas com por vermes. - Ingestão de água contaminada. - Ingestão de alimentos contaminados com vermes ou seus ovos. Principais verminoses e vermes causadores: - Cisticercose – ingestão de ovos da tênia solium. As larvas que nascem dos ovos podem migrar para várias partes do corpo, trazendo graves problemas para a saúde do hospedeiro, inclusive a morte. - Ascaridíase: provocada pelo verme áscaris lumbricoides. Estes vermes ficam no intestino da pessoa doente, obtendo alimento no bolo alimentar. Pode, em grande quantidade, obstruir o intestino ou levar a pessoa a grave desnutrição. - Esquistossomose – doença popularmente conhecida como “barriga d’água” é causada pelo schistosoma mansoni. Pode provocar na pessoa doente cólicas, dores de cabeça, emagrecimento, tonturas e diarreias. - Enterobiose ou oxiuríase: causada pelo verme nematódeo Enterobius vermiculares. Pode causar, na pessoa infectada, prurido anal, diarreias, vômitos e náuseas. - Ancilostomíase (conhecido também como amarelão) – causada pelo verme Ancylostoma duodenale , pode provocar lesões nas paredes dos intestinos, espoliação sanguínea e lesões nas paredes pulmonares e na pele. Atitudes preventivas: - Beber somente água filtrada, fervida ou mineral (de fonte adequada para o consumo humano); - Lavar e, quando necessários, esterilizar os alimentos antes de consumi-los; - Lavar muito bem as mãos antes das refeições; - Lavar muito bem as mãos após usar o banheiro, para evitar contaminar outras pessoas, caso esteja infectado com algum verme; - Fritar, assar ou cozinhar muito bem as carnes de animais antes de comê-las; - Não andar descalço em locais sujos ou com possível foco de contaminação como, por exemplo, próximos a esgotos que correm ao ar livre. Febre Amarela O que é A febre amarela é uma doença que faz milhares de vítimas no Brasil. Ela é provocada por um vírus, que é transmitido ao homem pela fêmea do mosquito “Aedes Aegypti”. Áreas mais afetadas Esta enfermidade está presente, principalmente, nas áreas tropicais e subtropicais, em função das condições climáticas favoráveis para a o desenvolvimento deste tipo de inseto. A região amazônica, por exemplo, é um importante local de desenvolvimento da doença, pois o clima quente, as chuvas (alto índice pluviométrico) e a grande quantidade de rios facilitam a reprodução deste do mosquito e o alastramento da enfermidade. Após ser picado pelo mosquito, o indivíduo contaminado começa a apresentar uma série de sintomas: febre alta (podendo chegar a 40 graus centígrados), fortes dores de cabeça, vômitos, problemas no fígado e hemorragias (sangramentos). Nome da doença O nome desta doença está relacionado à coloração a qual a pele da pessoa fica após pegar a doença. O doente fica com ictirícia, pois ocorre o derramamento da bilirrubina em vários tecidos do corpo. Quando se espalha pela corrente sanguínea, a pessoa fica com uma cor amarelada na pele e também nos olhos. Consequências Esta doença infecciosa pode permanecer no corpo do indivíduo doente por aproximadamente duas semanas. Em alguns casos, o doente pode morrer, em função do agravamento da doença e dos danos provocados pelo vírus no corpo e nos órgãos. Vacina A vacina contra a febre amarela foi descoberta, no começo do século XX, pelo médico e sanitarista brasileiro Osvaldo Cruz. Os médicos recomendam tomar esta vacina antes de viajar para as regiões norte e centro-oeste do país (locais em que o risco de contrair a doença é maior). Curiosidade: - Após a picada pelo Aedes Aegypti, o período de incubação do vírus é de três a sete dias. Dengue Introdução A Dengue é classificada como uma virose, ou seja, uma enfermidade causada por vírus. O vírus é transmitido para uma pessoa saudável através da picada da fêmea contaminada do mosquito Aedes Aegypti. Esta doença pode se manifestar de duas maneiras: a dengue clássica e a dengue hemorrágica. Dengue Clássica Os sintomas são mais leves. O doente tem febre alta, dores de cabeça, nas costas e na região atrás dos olhos. A febre começa a baixar a partir do quinto dia e os sintomas, a partir do décimo dia. Na forma clássica, dificilmente ocorrem complicações, porém alguns doentes podem apresentar quadros de hemorragias leves na boca e também no nariz. Dengue hemorrágica (ocorre quando a pessoa pega a doença por uma segunda vez) Neste caso a enfermidade apresenta-se de forma mais grave. Nos cinco dias iniciais, os sintomas são semelhantes ao do tipo clássico. Contudo, a partir do quinto dia, alguns doentes podem apresentar hemorragias (sangramentos) em vários órgãos do corpo e choque circulatório. Podem ocorrer também vômitos, tontura, dificuldades de respiração, dores abdominais fortes e contínuas e presença de sangue nas fezes. Não acontecendo um acompanhamento médico e tratamento adequado, a pessoa doente pode falecer. É no verão que esta doença faz um número maior de vítimas, pois o mosquito transmissor encontra excelentes condições de reprodução. Nesta época do ano, as temperaturas altas e o alto índice pluviométrico (grande quantidade de chuvas), aumentam e melhoram o habitat ideal para a reprodução do Aedes Aegypti: a água parada. Lata, pneus velhos, vasos de plantas, caixas d’água e outros locais deste tipo são usados para fêmea deste inseto depositar seus ovos. Outro fator que torna os grandes centros urbanos locais preferidos deste tipo de inseto é a grande quantidade de seu principal alimento: o sangue humano. Como não existem formas de acabar totalmente com o mosquito, a única maneira de combater a doença é por fim aos locais onde a fêmea se reproduz. Tratamento: No caso da dengue clássica, não há um tratamento específico. Os sintomas são tratados e recomenda-se descanso e alimentação baseada em frutas, legumes e líquidos. Os doentes não podem tomar analgésicos ou antitérmicos com base de ácido acetil-salicílico (Aspirina, AAS, Melhoral, Doril, etc.), pois estes favorecem o surgimento e desenvolvimento de hemorragias no organismo. No caso mais grave, a hemorrágica, deve haver um rigoroso acompanhamento médico em função dos possíveis casos de agravamento, com perdas de sangue e até mesmo choque circulatório. Curiosidades: - O ovo de Aedes Aegypti pode permanecer vivo em ambiente seco por quase um ano. Se neste período ele entrar em contato com água, poderá nascer uma larva e, logo em seguida, o mosquito. - A dengue não passa de pessoa para pessoa, nem mesmo através de frutas, legumes, outros alimentos ou uso de objetos. Gripe Aviária O que é A doença Gripe Aviária, também conhecida como Gripe do Frango, Gripe das Aves ou Gripe Asiática é uma moléstia típica das aves. Esta doença, em função de suas características, pode ser transmitida das aves para certas espécies de mamíferos como, por exemplo, o gato doméstico e até mesmo o ser humano. Até o momento, há poucos indícios de que a doença pode passar de humano para humano. Esta enfermidade é provocada pelo vírus influenza aviária H5N1, da mesmafamília dos vírus que provocam a gripe humana, tão comum nos meses de inverno. A gripe das aves foi identificada pela primeira vez nos últimos anos do século XIX, na região da Lombardia (Itália). Mas, foi somente no ano de 1955 que ela foi analisada e descrita como uma enfermidade provocada pelo vírus da família Influenza A. Atualmente, é na Ásia, principalmente na China, que a doença espalha-se com mais rapidez. Em Hong Kong, no ano de 1997, 18 casos foram identificados, apresentando quadros graves de complicações do sistema respiratório. Nesta situação, uma simples epidemia, provocou a morte de 33% das pessoas contaminadas, ou seja, um elevado índice de mortalidade para uma doença. Este fato, tem feito com que as autoridades de saúde de vários países tomem medidas importantes, a fim de evitarem uma epidemia de grande intensidade. Este vírus também leva a morte rápida muitas espécies de aves. Muitos animais morrem vinte e quatro horas após o contágio inicial. Muitos produtores de frangos, gansos e patos podem perder toda a produção em poucos dias, caso as aves contaminadas não sejam sacrificadas. Em caso de uma epidemia de grandes proporções, os prejuízos comerciais e financeiros provocados por esta doença podem ser elevados, prejudicando, inclusive, a produção de carne de aves e ovos no mercado mundial. O medo de que a doença possa sair do continente asiático, espalhando-se pelos quatro cantos do mundo é grande, pois o pato selvagem, hospedeiro natural da doença, pode espalhar o vírus durante a fase de migração. Esta espécie de pato é muito resistente à doença e dificilmente apresenta sintomas, fator que dificulta a localização das rotas de transmissão. Principais formas de contágio em seres humanos: - contato direto com secreções de aves infectadas pelo influenza aviário H5N1; - através do ar; - água, comidas e roupas contaminadas Principais sintomas da gripe aviária em seres humanos: - febre alta - dores nos músculos do corpo - problemas respiratórios - ressecamento da garganta As pesquisas médicas ainda não resultaram num medicamento capaz de curar uma pessoa com esta enfermidade. Alguns remédios podem diminuir a intensidade da doença e evitar contágios. Várias vacinas estão em fase de testes em vários laboratórios. Importante: Somente um médico, através de exames detalhados e específicos, é capaz de identificar se uma pessoa está com a gripe das aves. Os sintomas deste tipo de enfermidade são semelhantes ao de uma gripe comum. Logo, qualquer pessoa ao apresentar os sintomas deve procurar auxílio médico imediatamente. Curiosidade: - As aves aquáticas são hospedeiras naturais deste tipo de vírus, porém não apresentando sintomas. Esquistossomose O que é A esquistossomose, também conhecida como bilharzíase, é uma doença provocada por parasitas humanos, os trematódeos, do gênero Schistosoma. Causadores da doença Existem três tipos de vermes: Schistosoma haematobium, que causa a esquistossomose vesical, existente na África, Austrália, Ásia e Sul da Europa; o Schistosoma japonicum (provoca a doença de katayama) encontrado na China, Japão, Filipinas e Formosa e, ainda, o Schistosoma Mansoni, responsável pela causa da esquistossomose intestinal; este último é encontrado na América Central, Índia, Antilhas e Brasil. Ciclo evolutivo O ciclo evolutivo deste parasita passa por duas fases: 1ª) desenvolvimento da larva após esta penetrar em alguns tipos de moluscos que vivem em lugares úmidos; 2ª) ocorre em seguida ao abandono desses hospedeiros, que, livres podem penetrar no homem através da pele. A penetração ocorre em lugares úmidos, como, por exemplo, córregos, lagoas, riachos, etc. Quando este parasita começa a habitar no interior do hospedeiro definitivo, ele pode se fixar no fígado, na vesícula, no intestino ou bexiga do homem, causando, desta forma, vários problemas nos órgãos. Sintomas Os sintomas mais comuns da esquistossomose são: diarreia, febres, cólicas, dores de cabeça, náuseas, tonturas, sonolência, emagrecimento, endurecimento e o aumento de volume do fígado e hemorragias que causam vômitos e fezes escurecidos. Ao surgir estes sintomas, o indivíduo precisa procurar imediatamente um atendimento médico para que todos os procedimentos necessários sejam tomados. Assim como em qualquer outro problema de saúde, a automedicação não deve ser adotada pelo doente. As crianças são as mais atingidas por este parasita, pois elas são mais vulneráveis por brincarem em locais úmidos sem saber que lá podem estar estes parasitas a espera de um hospedeiro. Já os adultos comunmente se protegem com o uso de botas de borracha. Combate O combate a esta doença passa necessariamente por medidas de saneamento básico. Águas e sistemas de esgoto devem ter sempre as águas tratadas. Os caramujos, hospedeiros intermediários do parasita, devem ser eliminados. Ao entrar em águas paradas ou sujas, deve haver uma proteção nos pés com botas de borracha. Candidíase O que é Candidíase é uma doença causada por fungos que pode afetar tanto a pele quanto as membranas mucosas. Dependendo da região afetada ela poderá ser classificada como candidíase oral, intertrigo, vaginal, onicomicose ou paroníquia. Causa Esta doença é causada pelos microorganismos Cândida albicans, Cândida tropicalis e outros tipos de Cândida. Quando apresentada na forma vaginal, ela afeta com maior freqüência as mulheres que vivem em regiões de clima quente e úmido. Sintomas Na forma oral, que é a mais comum, ela apresenta como característica principal placas brancas removíveis (aftas), ou ainda, placas vermelhas e lisas na região do palato. Na sua forma intertrigo, ela afeta mais comumente as regiões das dobras cutâneas, tais como axilas, virilha e nuca. Complicações Quando espalhada pelo corpo ou sistêmica, principalmente em hospedeiros com comprometimento do sistema imunológico, ela é perfeitamente capaz de atingir qualquer órgão e, inclusive, gerar complicações que podem levar a óbito. Suas principais complicações são esofagite, endocardite, ou infecção sistêmica (mais frequente em pacientes imunodeprimidos). Transmissão Sua transmissão se dá pelo contato com a mucosa lesionada ou através do contato com secreção de pele de seus portadores. Tuberculose O que é Tuberculose, bacilo de Koch, formas de contágio, transmissão, principais sintomas, efeitos desta doença no organismo, características Tuberculose pulmonar: causada pelo bacilo de Koch O que é A tuberculose é uma doença causada através da infecção pelo Mycrobacterium tuberculosis , também chamado bacilo de Koch, que recebeu este nome em homenagem ao médico alemão que o descobriu: Heinrich Hermann Robert Koch. Características da doença Esta doença é altamente contagiosa e se espalha através de gotículas que são expelidas por pessoas infectadas enquanto falam, espirram ou tossem. Entretanto, a transmissão somente ocorre nos casos de pessoas com a tuberculose infecciosa ativa. Esta infecção tem seu início a partir do momento em que o bacilo alcança os alvéolos pulmonares e de lá, começa a se espalhar para os nódulos linfáticos e, em seguida, utiliza-se da corrente sanguínea para alcançar os tecidos mais distantes. A partir deste momento, a doença pode começar a se desenvolver. Entretanto, nosso sistema imunológico é capaz de eliminar a maioria dos bacilos, normalmente ele consegue evitar a multiplicação deste microorganismos em 90% dos casos. Nos casos em que o bacilo de Koch escapa das defesas do sistema imunológico, a tuberculose poderá se manifestar logo após a infecção, ou após vários anos. Sintomas Na grande maioria dos casos, a tuberculose afeta principalmente os pulmões. Seus principais sintomas são tosse prolongada, dor no peito, febre, calafrios, fadiga, suores noturnos, perda de peso e de apetite. AIDS Saiba mais sobre a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (SIDA/AIDS), HIV, formas de contágio, infecção, dano do sistema imunológico, ação do vírus dentro das células, etc. O que é A AIDS, também definida como SIDA,é a síndrome da imunodeficiência adquirida. Seus portadores apresentam inúmeros sintomas e infecções, o que resulta no dano ao sistema imunológico. Como ataca o organismo Este vírus ataca principalmente os linfócitos que comandam a defesa de nosso organismo. Como conseqüência do ataque pelo vírus HIV, o número de linfócitos é diminuído drasticamente e o organismo humano fica completamente desprotegido contra uma série de doenças oportunistas e infecções. Para entendermos um pouco mais sobre esta doença, é interessante sabermos que o HIV é um retrovírus (vírus com genoma de RNA) que age infectando nossas células e, uma vez dentro delas, multiplica-se rapidamente. Este vírus provoca a morte dos linfócitos (células de defesa) devido a grande quantidade de novos vírus que produz em seu interior. Quando infectadas, as células de defesa são atacadas pelo sistema imunológico, pois, por apresentarem proteínas do vírus em sua membrana, nosso organismo não é mais capaz de reconhecê-las. Há ainda linfócitos infectados pelo HIV que não apresentam replicação de vírus, contudo, mesmo nestes casos, a célula perde suas funções devido à presença deste invasor em seu núcleo. Transmissão / contágio Seu contágio se dá através da contaminação pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV). O vírus da AIDS geralmente é transmitido através de secreções genitais ou pelo sangue. Seu contágio ocorre via sexual, intravenosa (compartilhamento de seringas contaminadas, por exemplo) ou de mãe para filho. Tratamentos Apesar de ainda não existir cura para esta doença, há tratamentos muito eficazes que diminuem a proliferação do vírus. Depressão Saiba mais sobre a depressão, suas causas, tipos de depressão, diferença entre depressão e estado de tristeza, fatores desencadeantes, etc. Depressão: uma doença que pode ter várias causas Introdução Sabe-se que a depressão é uma doença que se caracteriza por alterações no humor e pela perda de prazer em atividades antes prazerosas. Conhecendo a depressão Diferentemente do estado de tristeza (comum a todos em determinados momentos da vida), a depressão é um problema de origem neurológica que apresenta, além de tristeza profunda, uma série de outros sintomas. Acredita-se que aproximadamente 20% da população mundial já sofreram de depressão em alguma fase da vida. Este distúrbio do sistema nervoso ocorre com maior freqüência em mulheres do que em homens. Causas e fatores desencadeantes Com relação as suas causas, sabe-se que esta doença está relacionada a uma disfunção de algumas substâncias químicas do cérebro, como, por exemplo, a serotonina. Além disso, existem ainda outros fatores desencadeantes desse estado, tais como: fatores psico-sociais (ex: a perda de uma pessoa amada), fatores biológicos (alterações nos níveis de neurotransmissores ou hormonais) e outras causas como alguns tipos de medicamentos. Você sabia? Muitos médicos e psicólogos apontam as exigências da vida moderna, principalmente nas grandes cidades, como fatores desencadeadores de depressão. O estresse no trânsito, a competição no trabalho, as inúmeras responsabilidades cotidianas e a falta de tempo para realizar atividades agradáveis podem ser citadas neste contexto. Osteoporose - Ossos porosos Saiba mais sobre a osteoporose, doença que provoca diminuição de massa óssea, porosidade nos ossos, fraturas, ossos frágeis e doloridos, envelhecimento e osteoporose, etc. O que é A osteoporose é uma doença que diminui a massa óssea a tal ponto que os ossos passam a fraturar-se espontaneamente em atividades comuns do cotidiano, como, por exemplo, o ato de sentar-se com rapidez, que pode levar a uma fratura no quadril. Características e causas da doença Além das fraturas, ela causa o encolhimento das vértebras, redução de estatura, ossos doloridos e costas corcundas. Esta doença ocorre principalmente durante o processo normal de envelhecimento, atingindo com mais freqüência às mulheres, uma vez que estas, possuem ossos menos maciços em relação aos homens. Outro fator que torna as mulheres mais suscetíveis a esta doença, é a queda bastante acentuada de estrogênio que elas sofrem durante a menopausa. A queda acentuada deste hormônio faz com que os ossos passem a absorver menos cálcio do que o necessário para seu equilíbrio e manutenção, tornando-os porosos, e, consequentemente, extremamente frágeis. A osteoporose avança lentamente e dificilmente apresenta sintomas. Por esta sua característica silenciosa, ela pode passar completamente despercebida se não forem realizados exames para detecta-la. Asma A Asma, principais características desta doença, broncoespasmo, obstrução das vias aéreas, tratamento O que é asma Sempre que pensamos em pessoas que sofrem de asma, a primeira coisa que nos vem à mente é uma grande dificuldade que este indivíduo sente em respirar, por algum tipo de "impedimento" que ocorre em seu sistema respiratório. Pelo fato da asma ser uma doença inflamatória, que tem por principal característica dificultar e, até mesmo, impedir a passagem de ar nas vias respiratórias, ela é uma doença que causa muito sofrimento aos seus portadores. Causas Esta doença está relacionada a um edema da mucosa brônquica, a produção acentuada de muco nas vias aéreas e a contração de sua musculatura lisa. Estas características levam a diminuição de seu diâmetro, fato também conhecido como broncoespasmo. A diminuição do diâmetro das vias aéreas geralmente é reversível, contudo, nos casos de asma crônica, a inflamação pode levar a uma obstrução irreversível. Diagnóstico O meio principal de se diagnosticar esta enfermidade ainda é o clínico. Seu tratamento é realizado através de orientações e medicamento que têm por finalidade melhorar o fluxo aéreo no momento da crise. Diabetes Saiba mais sobre Diabetes, suas causas, diabetes tipo 1 e tipo 2, gestacional, excesso de glicose no sangue, danos que esta doença causa no organismo, etc. O que é Diabetes é uma doença do metabolismo, ou seja, ela surge por uma falha de nosso organismo. Deficiência na produção de insulina Nesta enfermidade, o pâncreas, órgão responsável pela produção de insulina (hormônio que permite entrada de glicose nas células), apresenta produção insuficiente, ou, nenhuma, deste hormônio. Consequentemente, pouca glicose entra nas células e muita glicose permanece no sangue. Uma vez que a glicose funciona como fonte de energia para as células, fazendo com que elas produzam energia através da respiração celular, sua deficiência é extremamente prejudicial ao seu metabolismo. Problemas causados Quando esta doença não é tratada, seus portadores possuem um maior risco de desenvolver outras doenças como: hipertensão, arteriosclerose, problemas na visão, doenças renais, etc. Além destes problemas, em muitos casos, os diabéticos também sofrem com lesões de difícil cicatrização em determinadas regiões do corpo, sendo que estas, em alguns casos, podem levar a amputação. Grupos Segundo sua classificação, o diabetes pode ser divido em quatro tipos: Diabetes Mellitus tipo 1 (quando o portador necessita de injeções diárias de insulina), Diabetes Mellitus tipo 2 (não há a necessidade de injeções de insulina), Diabetes gestacional (ocorre durante a gravidez) e outros tipos mais específicos (ocorrem a partir de doenças de origem genética, do pâncreas, hormonais, etc). DST - Doenças Sexualmente Transmissíveis Saiba mais sobre as doenças sexualmente transmissíveis, principais doenças, formas de prevenção, tratamentos, possíveis sequelas, conheça seus agentes patogênicos, etc. O que é As DST´s, conhecidas também como doenças venéreas, são as doenças sexualmente transmissíveis. Elas são infecciosas e transmitidas através das relações sexuais. Como evitar A melhor forma de se evitar a contaminação por agentes infecciosos que causam as DST´s ,ainda é o uso de preservativo, que além de prevenir a contaminação, também impede a sua disseminação. Independentemente de a pessoa ser monogâmica ou não, o uso do preservativodeve ser indispensável, pois, sabe-se que estas doenças têm aumentado em resultado da contaminação ocasional do companheiro (a). Contágio e problemas causados São através dos contatos sexuais sem uso de preservativo que muitas doenças infecciosas causadas por vírus, bactérias e outros microorganismos atingem muitas pessoas. Muitas destas doenças, independente de parecerem perigosas ou não, são capazes de se espalhar por todo o corpo se não forem devidamente tratadas. Algumas DST´s deixam sequelas como infertilidade, infecções neonatais, malformações do feto ou cancro no colo do útero. Principais DST`s Seguem os nomes de algumas doenças sexualmente transmissíveis: AIDS ou SIDA (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida), Sífilis, Gonorreia, HPV, Herpes Genital, Condiloma Acuminado, Doença Inflamatória Pélvica (DIP), etc. Pneumonia Saiba mais sobre a Pneumonia, infecção nos pulmões e alvéolos pulmonares, saibam quais são seus agentes desencadeadores, complicações, tratamento, etc. O que é A pneumonia é uma infecção que ocorre nos pulmões, e, em muitos casos, ela também pode afetar a região dos alvéolos pulmonares. Características da doença Seu principal agente desencadeador se dá através da penetração de um agente patogênico ou irritante (bactérias, vírus, fungos e por reações alérgicas). Diferentemente do que ocorre com o vírus da gripe, que é altamente contagioso, o micro-organismo patogênico da pneumonia não é transmitido de pessoa para pessoa tão facilmente. Tratamento da doença Durante o tratamento desta doença, ocorre a necessidade do uso de antibióticos, que se usados conforme a orientação médica, obtém-se a melhora dos sintomas em poucos dias. Contudo, há casos em que a internação é a forma mais indicada, e, em alguns casos, a única, para se tratar desta enfermidade, isto geralmente ocorre no caso de pessoas idosas e em pacientes que apresentam febre alta ou alterações clínicas decorrentes da própria pneumonia, como, por exemplo o comprometimento da função dos rins e da pressão arterial, ou, ainda, outras alterações importantes. Vírus Definições Os vírus não possuem metabolismo próprio, estes só conseguem se reproduzir no interior das células vivas e, por este motivo, não são considerados seres vivos. Esses microorganismos são classificados também conforme seus ácidos nucleicos (DNA ou RNA). Eles reúnem características morfológicas, genéticas e enzimáticas semelhantes. São formados por uma cápsula de proteína, os capsídeos e, no interior deste, há o DNA ou RNA. Alguns são chamados de envelopados, já que possuem o capsídeo formado por uma membrana lipídica resultante da membrana plasmática da célula que foi invadida. A cápsula também é responsável pela especificidade do vírus em aderir a certas células, isso só é possível, pois estas possuem proteínas da membrana (receptores) capazes de se encaixar nas suas proteínas. O vírus mais conhecido é o bacteriófago ou fago, que possui como material genético o DNA. O bacteriófago ataca bactérias e sua reprodução pode ser vista na figura abaixo. Esquema que mostra a reprodução do bacteriófago (Foto: Colégio Qi) No esquema de reprodução do bacteriófago, é possível ver a reprodução dos ciclos, o ciclo lisogênico em que o DNA do vírus incorpora no DNA da bactéria contudo não interfere no metabolismo da mesma fazendo com que a célula continue se reproduzindo normalmente. No ciclo lítico o DNA viral controla o metabolismo da bactéria, podendo fazer várias cópias virais e resultando na lise da célula liberando os vírus para infectar outras bactérias. Os retrovírus, um vírus de RNA, tem uma forma diferente de reprodução já que o RNA sintetiza uma molécula de DNA o qual é chamado de transcriptase reversa. Além desses vírus, há outros mais simples conhecidos como viroides e príons. Os primeiros não possuem cápsula proteica e são formados por uma única molécula de RNA. Os viroides prejudicam o desenvolvimento dos vegetais atacando suas células. Os príons são partículas infecciosas de proteína que possuem uma forma aberrante de proteína no qual estão depositadas em membranas das células nervosas do cérebro de vertebrados. Estes agentes infecciosos são os únicos que não possuem ácidos nucleicos (RNA ou DNA). A consequência desses príons em células nervosas leva a perda do controle motor, demência e até a morte, algumas doenças como a doença de Creutzfeldt-Jakob, encefalopatia espongiforme bovina (doença da vaca louca). Termos Importantes • Epidemia (epi = sobre; demos = povo) é toda doença que surge súbita e se espalha rapidamente em uma região. Um exemplo de epidemia é a gripe. • Endemia é quando a doença permanece por anos em uma região. • Pandemia é o surgimento de casos da doença em grande número em todo mundo. • Agente etiológico ou patogênico é o organismo capaz de causar infecção. • Vetor é organismo no qual é capaz de transmitir o agente patogênico. • Profilaxia é toda medida tomada para a prevenção de alguma doença. Doenças causadas por vírus Gripe: é causada por vírus diferentes, mas possuem sintomas semelhantes, como coriza, obstrução nasal, tosse e espirro. Podem ser transmitidos por gotículas eliminadas pelas vias respiratórias. Poliomielite: alimentos ou água podem estar contaminadas por vírus que causa geralmente febre e mal-estar, contudo pode atacar o sistema nervoso e provocar paralisia podendo levar à morte. Como prevenção há vacina e medidas de higiene. Dengue: é transmitido por um mosquito Aedes aegypti e se apresenta em duas formas – clássica e hemorrágica. Pode apresentar como sintomas a febre alta, dores musculares, articulares, na cabeça e nos olhos, podem surgir manchas avermelhadas. Para prevenção, é importante não deixar água parada pois, os ovos são colocados nesta. Febre amarela: também é transmitido pela picada do mosquito. Os sintomas são febre, vômito, dor no estômago e lesões no fígado o que torna a pele amarelada. Raiva: ataca o sistema nervoso contraindo os músculos responsáveis pela deglutição, sendo uma doença fatal. É transmitido pela mordida de animais domésticos ou não, em caso de animais domésticos é obrigatória à vacinação. AIDS ou síndrome da imunodeficiência adquirida: é causada por vírus da imunodeficiência humana. O vírus compromete o sistema imune e, dessa forma, o organismo fica sem defesa contra diversos agentes infecciosos e, por isso, o doente pode morrer vítima de uma série de infecções. O vírus pode ser transmitido por fluidos corporais quando entram em contato com mucosas e pele, em casos de cortes. Também pode ser transmitido por transfusão ou perfuração com agulhas contaminadas. A maior prevenção nas relações sexuais é o uso da camisinha. Outras doenças como: Hepatite viral, Herpes, Sarampo, Rubéola, Febre aftosa entre outras. Endemia, Epidemia e Pandemia Endemia É qualquer doença localizada em um espaço limitado denominado “faixa endêmica”. Significa que endemia é uma doença que se manifesta apenas numa determinada região, de causa local, não atingindo nem se espalhando para outras comunidades. Enquanto a epidemia se espalha por outras localidades, a endemia tem duração continua porém, restrito a uma determinada área. No Brasil, existem áreas endêmicas. A título de exemplo, pode ser citada a febre amarela comum Amazônia. No período de infestação da doença, as pessoas que viajam para tal região precisam ser vacinadas. A dengue é outro exemplo de endemia, pois são registrados focos da doença em um espaço limitado, ou seja, ela não se espalha por toda uma região, ocorre apenas onde há incidência do mosquito transmissor da doença. Epidemia É uma doença infecciosa e transmissível que ocorre numa comunidade ou região e pode se espalhar rapidamente entre as pessoas de outras regiões, originando um surto epidêmico. Isso poderá ocorrer por causa de um grande desequilíbrio (mutação) do agente transmissor da doença ou pelo surgimento de um novo agente (desconhecido). A gripe aviária, por exemplo, é uma doença “nova” que se iniciou como surto epidêmico.Assim, a ocorrência de um único caso de uma doença transmissível (ex.: poliomielite) ou o primeiro caso de uma doença até então desconhecida na área (ex.: gripe do frango) requerem medidas de avaliação e uma investigação completa, pois, representam um perigo de originarem uma epidemia. Com o tempo e um ambiente estável a ocorrência de doença passa de epidêmica para endêmica e depois para esporádica. Pandemia A pandemia é uma epidemia que atinge grandes proporções, podendo se espalhar por um ou mais continentes ou por todo o mundo, causando inúmeras mortes ou destruindo cidades e regiões inteiras. Para entender melhor: quando uma doença existe apenas em uma determinada região é considerada uma endemia (ou proporções pequenas da doença que não sobrevive em outras localidades). Quando a doença é transmitida para outras populações, infesta mais de uma cidade ou região denominou epidemia. Porém, quando uma epidemia se alastra de forma desequilibrada se espalhando pelos continentes, ou pelo mundo, ela é considerada pandemia. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a pandemia pode se iniciar com o aparecimento de uma nova doença à população, quando o agente infecta os humanos, causando doença séria ou quando o agente esparrama facilmente e sustentavelmente entre humanos. Os critérios de definição de uma pandemia são os seguintes: a doença ou condição além de se espalhar ou matar um grande número de pessoas, deve ser infecciosa. Para saber mais: o câncer (responsável por inúmeras mortes) não é considerado uma pandemia porque não uma é doença contagiosa, ou seja, não é transmissível. Exemplos de Pandemias AIDS, tuberculose, peste, gripe asiática, gripe espanhola, tifo, etc. É importante saber que: o vírus ebola e outras doenças rapidamente letais como a febre de Lassa, febre de Vale de Racha, vírus de Marburg, e a febre de hemorragia boliviana são doenças altamente contagiosas e mortais com o potencial teórico de se tornar pandemias no futuro. Você sabe a diferença entre surto, epidemia, pandemia e endemia ? Entenda abaixo! Surto: Acontece quando há um aumento inesperado do número de casos de determinada doença em uma região específica. Em algumas cidades, a dengue, por exemplo, é tratada como um surto e não como uma epidemia, pois acontece em regiões específicas (como um bairro). Epidemia: Uma epidemia irá acontecer quando existir a ocorrência de surtos em várias regiões. A epidemia a nível municipal é aquela que ocorre quando diversos bairros apresentam certa doença, a nível estadual ocorre quando diversas cidades registram casos e a nível nacional, quando a doença ocorre em diferentes regiões do país. Exemplo: Em fevereiro deste ano, vinte cidades haviam decretado epidemia de dengue. Pandemia: A pandemia, em uma escala de gravidade, é o pior dos cenários. Ela acontece quando uma epidemia se estende a níveis mundiais, ou seja, se espalha por diversas regiões do planeta. Em 2009, a gripe A (ou gripe suína) passou de uma epidemia para uma pandemia quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) começou a registrar casos nos seis continentes do mundo. Endemia: A endemia não está relacionada a uma questão quantitativa. É uma doença que se manifesta com frequência e somente em determinada região, de causa local. A Febre Amarela, por exemplo, é considerada uma doença endêmica da região norte do Brasil. Profilaxia é a área da saúde que atua sobre os fatores da prevenção de doenças em níveis populacionais, no intuito de desenvolvimento e proteção das espécies. Medidas tomadas para que não haja a interação do agente infecioso com o organismo, têm como objetivo conter a inserção de doenças, quando não possível, controlarem para que essas doenças não se disseminem. Os mais simples hábitos como a higiene pessoal e do ambiente se encaixam nas profilaxias existentes, pois a higiene atua na eliminação dos microrganismos. Antes de comprovações científicas, a humanidade utilizava a profilaxia por meio de observações. Relatos do antigo Egito indicam que as manifestações de cisticercose e a teníase se dão pelo hábito de comer carne suína. Posteriormente foram descobertas estratégias sanitárias para evitar esses parasitas. A vacina hoje é um dos métodos profiláticos mais eficazes, inicialmente introduzida para tratar a varíola em 1976 pelo médico Edward Jenner, no qual foram observadas as pessoas que ordenhavam vacas infectadas era imunes à doença. A conclusão desta observação foi que a varíola bovina era uma variação da doença mais branda onde o enfermo se recuperava rapidamente e tornando seu organismo imune. Com isto o médico extraiu uma pequena amostra de pus da mão de um paciente infectado pela doença e inoculou em um menino. Resultando em febre baixa e poucas lesões no corpo, com a rápida recuperação, o médico notou que o menino estava imune à varíola. Após a segunda guerra mundial, em 1952, a poliomielite afetou 21 mil pessoas somente nos Estados Unidos. Com a introdução da vacina os números de infecção diminuíram em 99%. Atualmente, a doença só não é dada como dizimada porque no Afeganistão, Paquistão, Nigéria e Índia ainda existem poucos relatos. Ao longo da história é evidente que os métodos de profilaxia nem sempre foram bem vistos, como na cidade do Rio de Janeiro no início do século XX, ocorreu a revolta da vacina, pela campanha totalitária administrada pelo então prefeito Pereira Passos e pelo cientista Oswaldo Cruz. Além das campanhas de vacinação, o governo federal lançou, e lança várias outras campanhas no intuito de diminuir ou erradicar as doenças, como o uso de preservativos (para o controle de DSTs), e medidas como não manter água parada, uso de telas de proteção, uso de repelentes, uso de roupas compridas para evitar doenças transmitidas por mosquitos. O mosquito Aedes aegypti já foi declarado como erradicado pela OMS em 1958 por métodos de profilaxia, mas acabou ressurgindo. Profilaxia O significado de profilaxia é o conjunto de precauções que podemos tomar para evitar certas doenças. A primeira ideia que nos vem à mente é de vacina, certo? Sim, a vacina é uma forma de profilaxia muito importante para muitas doenças, mas há também algumas questões relacionadas aos nossos hábitos de higiene. Higiene e profilaxia A higiene não está ligada somente ao bem estar; alguns hábitos são fundamentais para a manutenção da nossa saúde. São cuidados às vezes tão pequenos que nem reparamos que estamos constantemente esquecendo. Quer alguns exemplos? -enxugar bem entre os dedos dos pés após o banho; -lavar as mãos depois de ir ao banheiro; -evitar levar as mãos à boca; -não mastigar o lápis ou a caneta enquanto pensa; -não coçar os olhos (nem depois de lavar as mãos, ok? Você pode se machucar) -não espirrar na mão e limpar na calça, no banco do carro, na mochila do colega; -limpar as patas do seu cachorro depois do passeio na rua; -lavar bem as frutas antes de comer; E mais uma lista gigante. Doenças graves Existem algumas doenças muito sérias que poderiam ser facilmente evitadas com a adoção de alguns hábitos muito simples. Devemos usar os conhecimentos que já temos sobre a medicina não apenas quando já estamos com alguma doença, mas também como profilaxia. Alguns exemplos de doenças graves, que podem até matar, e que poderiam nem chegar perto de nós se cuidássemos com mais zelo da nossa higiene: -infecções hospitalares; -AIDS; -sarampo; -tuberculose; -doença de Chagas; E novamente poderíamos ter uma lista gigante. Profilaxia dentária A profilaxia dentária (ou profilaxia dental) é a limpeza profissional que devemos fazer ao menos uma vez ao ano no dentista. (Ideal mesmo seria fazer a profilaxia dental a cada seis meses, mas tanta gente tem medo de dentista...). Sabemos que não basta apenas seguir todas aquelas orientações que todo mundo conhece; de alguma forma, algumas sujeirinhas podem ir se acumulando e causando doenças (não apenas cáries). A profilaxia dentáriapode evitar problemas como: -sangramentos; -inflamações nas gengivas; -mau hálito; -amolecimento dos dentes; -formação de tártaro; São problemas bem comuns, mas que podem indicar doenças sérias. Se você apresenta algum desses sintomas, procure o quanto antes um dentista. Profilaxia da malária A malária é uma doença provocada por um tipo de protozoário, o plasmódio. A forma mais comum de transmissão da malária é a picada do mosquito Anopheles (parecido com um pernilongo). Regiões de clima tropical e subtropical são as mais afetadas. Os sintomas da malária são febre alta, calafrios que se alternam com ondas de calor, dores na cabeça e no corpo, falta de apetite, pele amarelada, cansaço intenso. Uma característica muito peculiar desta doença é o aparecimento dos sintomas a cada dois ou três dias, cessando entre uma crise e outra. Não existe vacina contra a malária, portanto, a profilaxia consiste em evitar a picada do mosquito. Algumas das ações de profilaxia da malária (em caso de viagem a alguma região onde ela é presente): -usar repelente no corpo todo; -usar camisas ou camisetas de manga comprida; -usar telas mosquiteiros; -evitar banhos em locais com águas paradas, como lagoas, principalmente ao entardecer; Em locais onde ocorrem muitos casos de malária, medidas de erradicação do mosquito vetor são necessárias como parte da profilaxia. Profilaxia da dengue A dengue é também uma doença transmitida pela picada de um mosquito, o Aedes aegypti. Existem dois tipos de dengue; alguns sintomas da dengue clássica são: febre alta (que aparece de repente), dor de cabeça muito forte, dor atrás dos olhos, perda do apetite e do paladar, manchas na pele parecidas com as do sarampo, cansaço extremo, dores nas articulações. No caso de dengue hemorrágica, os sintomas são os mesmos, porém, passada a febre, sintomas mais graves aparecem: -dores abdominais muito fortes e contínuas; -vômitos; -sangramento do nariz e das gengivas; -agitação e/ou confusão mental; -dificuldade para respirar; -perda de consciência Os sintomas da dengue hemorrágica se agravam rapidamente e o paciente pode falecer antes de decorridas 24 horas desde o surgimento de um dos sintomas pós-febre. Por ser transmitida pela picada de um mosquito, a profilaxia da dengue é feita com o combate dos focos do mosquito, que se reproduz em água parada. Dentre as medidas de profilaxia da doença estão: -manter as caixas d´água sempre fechadas (usando a tampa adequada); -limpar as calhas, para que nada impeça a água de correr; -encher com areia os pratinhos dos vasos de plantas; -guardar garrafas de cabeça para baixo; -colocar o lixo em sacos plásticos, mantendo a lixeira sempre fechada; -ficar de olho se a água da chuva fica acumulada em algum lugar. Profilaxia da endocardite A endocardite é uma doença que se caracteriza pela infecção nos tecidos do coração. Ela ocorre principalmente em pacientes que tenham algum tipo de valvulopatia (problemas ligados às válvulas do coração). É muito grave e o tratamento requer internação por cerca de um mês, com o uso de doses altas de antibióticos endovenosos. Em pessoas com maior risco de endocardite, a profilaxia inclui cuidados especiais com a manutenção da saúde. Os microorganismos causadores da doença podem entrar no corpo por qualquer via, especialmente durante procedimentos cirúrgicos. Um cuidado maior com a saúde bucal é uma medida muito simples de profilaxia da endocardite, tendo em vista que procedimentos feitos pelo dentista também expõem a pessoa a microorganismos. Caso o paciente precise passar por alguma cirurgia, a profilaxia consiste na administração de medicamentos como a penicilina. Doenças Sexualmente Transmissíveis As doenças sexualmente transmissíveis (DST), conhecidas por doenças venéreas, são transmitidas essencialmente pelo contato direto, mantido através de relações sexuais onde o parceiro ou parceira necessariamente porta a doença, e indireto por meio de compartilhamento de utensílios pessoais mal higienizados (roupas íntimas), ou manipulação indevida de objetos contaminados (lâminas e seringas). Os principais agentes patogênicos são os vírus, as bactérias e os fungos. Essas doenças acometem principalmente o público jovem, tanto de países em desenvolvimento como industrializados, conseqüência de vários fatores de relevância familiar e governamental: a promiscuidade (descuido) individual com a saúde e a carência ou mesmo a falta de programas educativos. De modo geral, o uso de preservativo, associado a alguns cuidados, impedem o contágio e disseminação. Contudo se não forem diagnosticadas e tratadas corretamente, além do processo infeccioso, podem levar à infertilidade, gravidez, surgimento de outras doenças oportunistas e até a morte. Algumas das principais DSTs: Sífilis - Transmitida pela bactéria Treponema pallidum, é uma doença com evolução crônica (lenta) com surgimento de um cancro duro (lesão) nos órgãos genitais e posterior aparecimento de lesões espalhadas pelo corpo. Quando generalizada, causa complicações cardiovasculares e nervosas, desencadeando nas mulheres o aborto ou o parto prematuro. Gonorréia - O contágio pela bactéria Neisseria gonorrheae, provoca a inflamação da uretra (canal urinário), pode alastrar-se para outros órgãos causando complicações como: artrite, meningite e problemas cardíacos. Tricomona – Causada pelo protozoário do gênero Trichomonas Donne, atinge, principalmente, o aparelho digestivo e genital, causando inflamação do canal vaginal, nas mulheres, e da uretra nos homens. Clamídia - O contágio pela bactéria Chlamydia trachomatis provoca inflamação dos canais genitais e urinários. Nas mulheres, pode ocasionar a formação de abscessos (obstruções com dilatação), infertilidade e dores pélvicas. Nos homens pode provocar esterilidade. AIDS – Síndrome da imunodeficiência humana (HIV), transmitida por um retrovírus que destrói as células de defesa (linfócito T), resultando na baixa imunidade do organismo que fica suscetível a outras infecções. Dentre os sintomas iniciais destaca-se: fadiga, febre, distúrbios do sistema nervosos central, inchaço crônico dos gânglios linfáticos e o surgimento de vesículas avermelhadas na derme. O MINISTÉRIO DA SAÚDE ADVERTE: A automedicação pode ter efeitos indesejados e imprevistos, pois o remédio errado não só não cura como pode piorar a saúde. DST – doenças sexualmente transmissíveis Você já ouviu falar em doenças venéreas? Esse nome está relacionado à Vênus, deusa do amor na mitologia romana. As doenças venéreas são transmitidas principalmente por relações sexuais. Hoje em dia, no entanto, o nome mais utilizado é DSTs – sigla para doenças sexualmente transmissíveis. Você saberia citar algumas DST? Sabe quem são os agentes causadores? Como é possível evitá-las? Quais são os danos que elas podem causar ao organismo? Existe cura para elas? Como alguém pode saber que está contaminado com uma DST? O QUE SÃO DST s? As doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) são infecções transmitidas principalmente por contato sexual (vaginal, anal ou oral) de uma pessoa para outra. Podem ser causadas por vários tipos de organismos: vírus, bactérias, fungos e protozoários. A maioria das DSTs atinge principalmente os órgãos genitais e pode ser curada sem deixar sequelas, desde que seja diagnosticada e tratada precocemente. Existem alguns sintomas comuns a várias DST, mas somente um médico poderá fazer o diagnóstico correto e propor o tratamento adequado em cada caso. Entre os sintomas mais comuns, estão: Aparecimento de feridas, manchas ou verrugas nos órgãos genitais; Ardência ou dificuldade para urinar; Secreção (corrimento) ou coceira na vagina, no ânus ou no pênis. Os sintomas de algumas DST podem desaparecer em alguns dias, sem nenhum tratamento, dando à pessoa contaminada a falsa ideia de que está curada. Também é comumas pessoas se contaminarem com alguma DST e os sintomas demorarem a aparecer. Nesses casos, se a doença não for diagnosticada e tratada, as consequências podem ser muito sérias, tanto para a própria pessoa quanto para os seus possíveis parceiros sexuais, que podem se contaminar. É muito importante consultar um médico periodicamente, principalmente se o parceiro ou parceira sexual contrair ou apresentar qualquer sintoma de DST. Uma forma eficiente e recomendada para evitar a contaminação por DST é o uso de preservativos masculinos ou femininos (camisinhas). Atenção, logo abaixo há imagens fortes, talvez você não queira ver. As principais DST s Vamos estudar algumas doenças sexualmente transmissíveis. Se você não curte muito ver fotos fortes então aconselho você a nem rolar a tela pra baixo, pois algumas das imagens podem impressionar. São imagens reais de pessoas reais em que as doenças chegaram a um estado avançado de desenvolvimento. Portanto, se não quiser ver não role pra baixo. Se você tem estômago forte siga em frente. GONORREIA É causada pela bactéria conhecida por gonococo e é uma DST muito comuns. Os sintomas no homem, que aparecem de 2 a 10 dias após o contágio, são ardência ao urinar e secreção purulenta que sai pela uretra. Os sintomas na mulher são corrimento vaginal e ardência ao urinar, mas eles nem sempre se manifestam. Dessa maneira, a mulher contaminada pode transmitir a doença sem saber. Se não houver diagnóstico precoce, a infecção pode atingir as tubas uterinas, na mulher, os testículos e a próstata, no homem, provocando esterilidade. A mulher contaminada também pode transmitir a bactéria para o bebê durante o parto, podendo provocar cegueira e até levar o recém-nascido ao óbito, caso não for diagnosticada. Atualmente, é obrigatória a utilização de um colírio antibiótico no momento do nascimento em todos os bebês nascidos em hospitais e maternidades. A gonorreia pode ser tratada com antibióticos e é facilmente curada se for diagnosticada precocemente. SÍFILIS A sífilis é uma infecção causada pela bactéria Treponema pallidum e pode se manifestar em três diferentes estágios. Geralmente, o primeiro estágio corresponde ao aparecimento do cancro duro, uma pequena ferida que não dói nem coça, nos órgãos genitais (pênis, vulva, vagina ou colo uterino) ou na boca. Essa ferida desaparece sozinha após alguns dias, sem deixar cicatriz. Alguns meses depois, aparecem manchas vermelhas pelo corpo, características do segundo estágio. Essas manchas também desaparecem após algum tempo. Se a doença não for tratada, evolui para o terceiro estágio, após um período sem sintomas que pode durar anos. Nesse ponto, ela afeta diversos órgãos vitais, como o cérebro e o coração. A doença pode ser tratada com antibióticos em qualquer dos estágios e pode ser diagnosticada pelos sintomas e por exame de sangue. A gestante com sífilis pode sofrer aborto espontâneo ou transmitir a doença para o feto, que poderá apresentar cegueira e deformidades ósseas. TRICOMONÍASE A tricomoníase é causada pelo protozoário Trichomonas vaginalis. Muitas vezes não apresenta sintomas e, por isso, é bastante disseminada: as pessoas não sabem que estão contaminadas, não buscam tratamento e, por isso, podem transmitir a doença sem saber. Na mulher, pode ocorrer um discreto corrimento vaginal amarelado, associado a prurido (coceira) na vulva e na vagina e ardência ao urinar. O homem pode apresentar uma secreção amarela que sai pela uretra (geralmente pela manhã) e ardência ao urinar. CANDIDÍASE A candidíase é um tipo de micose muito frequente, causada pelo fungo Candida albicans. Os sintomas mais comuns na mulher são coceira na região da vulva, corrimento vaginal de cor branca, ardor local e ao urinar. No homem, os sintomas mais comuns são o aparecimento de pequenas manchas vermelhas e de lesões em forma de pontos no pênis, além de coceira. O tratamento é feito com cremes vaginais, pomadas e comprimidos orais. Evitar o uso de roupas muito apertadas (principalmente jeans) ou muito quentes, com pouca aeração nos órgãos genitais externos, ajuda a evitar que se criem condições para o desenvolvimento do fungo. A higiene diária com bastante água e sabão neutro e a lavagem das roupas íntimas com água quente ajudam a diminuir o aparecimento de novas infecções. HERPES GENITAL A herpes genital, assim como a herpes oral, é causada pelos Herpes simplex vírus 1 (HSV-1) e Herpes simplex vírus 2 (HSV-2). Entre os sintomas estão ardência e coceira na glande do pênis e na parte externa da vagina, seguidas do aparecimento de pequenas bolhas agrupadas, cheias de um líquido claro. Semelhante ao que ocorre com a catapora, as pequenas bolhas secam e formam “casquinhas”. Esse processo dura em torno de 10 dias, período no qual a pessoa poderá transmitir o vírus. O contágio se dá pelo contato com o líquido claro das feridas. O vírus pode permanecer no corpo da pessoa contaminada por meses ou mesmo anos sem se manifestar e pode voltar a ficar ativo a qualquer momento, provocando o reaparecimento dos sintomas. Alguns fatores que colaboram para a manifestação do vírus são a exposição ao sol, o estresse, o uso de determinados medicamentos ou qualquer fator que possa reduzir a capacidade de defesa do organismo. AIDS (SÍNDROME DA IMUNODEFICIÊNCIA ADQUIRIDA) A AIDS é uma síndrome provocada pelo vírus da imunodeficiência humana, o HIV (sigla sintomas que em inglês). Esse vírus parasita células do sistema imunitário, diminuindo a capacidade de defesa contra agentes infecciosos. Como consequência, a pessoa contaminada pode contrair as chamadas doenças oportunistas, ou seja, aquelas que “se aproveitam” da baixa imunidade para se instalar. Embora o portador do vírus possa ficar muitos anos sem apresentar sintomas e estar aparentemente saudável, ele pode transmitir o HIV a outras pessoas. Breve histórico da doença Os primeiros casos de AIDS foram descritos na década de 1980, em pacientes homossexuais do sexo masculino que apresentavam um tipo de pneumonia e de câncer de pele (sarcoma de Kaposi), geralmente encontrados em pessoas com deficiência no sistema imunitário. Após alguns anos de estudos, constatou-se que essa deficiência era causada por um vírus, chamado então de HIV, e que qualquer pessoa, independentemente do sexo, orientação sexual, classe social e idade, poderia ser contaminada com o vírus. Muitas teorias para a origem da doença foram elaboradas, mas a mais aceita atualmente é a de que o HIV é uma forma mutante de um vírus que parasita macacos e, de alguma forma, passou para a população humana. A Organização Mundial da Saúde estima que, no final de 2013, existiam cerca de 35 milhões de pessoas infectadas pelo HIV em todo mundo. No Brasil, o Ministério da Saúde estima que, em 2013, 718 mil pessoas estavam contaminadas pelo vírus. Modos de contaminação O HIV pode ser encontrado principalmente no sêmen, na secreção vaginal, no sangue e no leite materno e pode ser transmitido de uma pessoa para outra das seguintes formas: relação sexual (oral, vaginal ou anal) sem o uso de preservativos; transfusão de sangue; uso compartilhado de seringas, comum entre usuários de drogas injetáveis; da mãe para o bebê, durante a gestação (via placentária), no parto ou pela amamentação; utilização de instrumentos cortantes ou perfurantes não esterilizados, como alicates, agulhas e lâminas de barbear. Não existe risco de contaminação durante aperto de mão, abraço, beijo nem na utilização de espaços e objetos comuns com pessoas infectadas (piscinas, toalhas, sabonetes, talheres etc.). O HIV também não pode ser transmitido por picada de inseto, tosse, espirro, lágrima ou saliva. Teste do HIV Ao passar por alguma situação de risco de contaminação por HIV ou apresentar algum sintoma, a pessoa deve procurar o serviço de saúde para fazer um teste a fim de verificar se há presença de anticorpos contra o HIV no sangue. O resultado desse teste indica se a pessoa entrou em contato com o vírus e, portanto, se está contaminada. Se o tempo entre acontaminação e o teste for muito curto, o resultado poderá ser um falso negativo – isso quer dizer que a pessoa está contaminada, mas o teste não é suficientemente sensível para reconhecer a presença de anticorpos no sangue. Por esse motivo, é recomendável refazer o teste alguns meses depois da exposição à situação de risco. Uma pessoa contaminada não necessariamente irá desenvolver a doença – nesse caso, dizemos que a pessoa é soropositiva, mas não desenvolveu a AIDS. Em alguns casos, o vírus poderá permanecer latente (inativo) no corpo por muitos anos. Tratamento Ainda não existe cura para a AIDS. Os vários medicamentos produzidos ao longo das últimas décadas têm como objetivo reduzir a multiplicação dos vírus no organismo humano, melhorando a qualidade de vida dos soropositivos. O tratamento precisa ser acompanhado por um médico, que fará a combinação e a dosagem adequada dos medicamentos para cada paciente e tratará das doenças oportunistas que possam se manifestar. Nem todos os pacientes respondem bem ao tratamento, pois ele pode não provocar o efeito esperado ou causar vários efeitos colaterais. No Brasil, os medicamentos são distribuídos gratuitamente pelo SUS (Sistema Único de Saúde). A OMS estima que, recentemente, cerca de 11,7 milhões de pessoas em países em desenvolvimento tenham acesso ao tratamento. Qual o tempo de sobrevida de um indivíduo portador do HIV? O tempo de sobrevida, ou seja, o tempo que se pode viver após ter sido infectado pelo HIV varia muito entre as pessoas. Nos últimos anos, com a utilização de medicamentos capazes de manter a taxa viral muito baixa, a expectativa de vida dos soropositivos aumentou bastante. Todavia, algumas pessoas podem ter reações adversas aos medicamentos ou contrair doenças oportunistas, mesmo sob efeito da medicação.