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2015 Karoline Meirelles 103.229 UNIFESP - BCT 9/6/2015 Trabalho Final – Reações Redox e Eletrólise REAÇÕES DE ÓXIDO-REDUÇÃO São reações em que acontece transferência de carga de um reagente para o outro e ocorre a variação do número de oxidação das espécies envolvidas. O processo de redução e oxidação deve ser simultâneo e não podem coexistir independentemente. Oxidação: é um processo que resulta na perda de um ou mais elétrons pelas substâncias, tendendo a um estado de oxidação mais positivo. Redução: é um processo que resulta em ganho de um ou mais elétrons pelas substâncias, tendendo a um estado de oxidação mais negativo. Agente oxidante: é aquele que aceita elétrons e é reduzido durante o processo. Agente redutor: é aquele que perde elétrons e que se oxida no processo. Meia reação ou meia célula: Todas as meias reações podem ser expressas em termos de redução ou oxidação. Por exemplo, as meias reações, são: Fe2+/Feo Redução: Fe2+ + 2e- ⇄ Feo Oxidação: Feo ⇄ Fe2+ + 2e- Generalizando, temos: Aox + ne- → Ared Bred → Box + ne- Ou, Zn2+ (aq) + 2e- → Zn (s) Eo (Zn2+, Zn) = -0,76 V (redução) Cu (s) → Cu2+ (aq) + 2e- Eo (Cu, Cu2+) = -0,34 V (oxidação) As reações globais seriam, respectivamente: Aox + Bred ⇄ Ared + Box Zn2+ (aq) + Cu (s) ⇄ Zn (s) + Cu2+ (aq) Eo= (-0,76) + (-0,34) =-1,0 V As espécies reduzida e oxidada, juntas, formam um par redox. Um par redox tem sempre a forma Ox/Red, em que Ox é a forma oxidada da espécie e Red é a forma reduzida. Veja o exemplo de par redox abaixo: Mg2+/Mg As semi reações expressam as duas contribuições de uma reação redox completa. Balanceamento de Equações Redox: Podemos balancear separadamente as semi reações e depois soma-las, para obter a equação balanceada da reação total. Igualar o número de elétrons perdidos da oxidação e o número de elétrons usados na redução. Identifique as espécies que sofreram oxidação e as que sofreram redução. Balanceie todos os elementos nas duas semi reações, exceto O e H. Balanceie as cargas elétricas adicionando elétrons dos dois lados da equação. Multiplique todas as espécies, em uma ou em ambas as semi reações, pelo fator que iguale o número de elétrons nas duas semi reações e, então, some-as. Simplifique a equação cancelando as espécies que aparecem em ambos os lados da seta e verifique se nos dois lados os átomos e as cargas estão canceladas. Sistemas combinados redox e ácido-base: Envolvem não só a troca de elétrons, mas também prótons são transferidos, como em qualquer sistema ácido-base. HNO3 + 3H+ + 3e- → NO↑ + 2 H2O CdS↓ → Cd2+ + S2- S2- → S↓ + 2e- --------------------------------------------------------------------- 2HNO3 + 6H+ + 3CdS↓ ⇄ 2NO↑ + 3Cd2+ + 3S↓ + 4H2O Quanto ao balanceamento: Em solução ácida, balanceie O usando H2O e, depois, balanceie H usando H+. Em solução básica, balanceie O usando H2O e balanceie, depois, H adicionando H2O do lado de cada semi reação em que H é necessário e OH- do lado oposto. Obs.: Na parte superior da Tabela estão os oxidantes mais fortes, capazes de oxidar os compostos que aparecem mais abaixo. Tendo Eo mais positivos, tendem a se reduzir. Na parte inferior, estão os compostos redutores mais eficientes, que apresentam Eo mais negativos e que tendem a se oxidar. Portanto, tendem a reduzir os compostos mais acima na Tabela. Pode-se construir uma pilha com duas semi reações, sendo Eo a chamada força eletromotriz padrão (fem) desta pilha galvânica construída. Aplicações: Pilhas Zn(s) + Cu2+(aq) ⇄ Zn2+(aq) + Cu(s) O zinco é oxidado e o cobre é reduzido. É possível observar nesta reação que a partir de energia química, gera-se energia elétrica. CÉLULAS GALVÂNICAS Uma reação espontânea pode ser usada para gerar uma corrente elétrica. Os elétrons se transferem e a energia livre do sistema cai à medida que a reação se aproximado equilíbrio. Entretanto, embora energia seja liberada na forma de calor nenhum trabalho elétrico é feito. Os elétrons podem realizar trabalho ao passar da espécie que se oxida para a espécie que se reduz. Isso é o que acontece em uma célula galvânica. Uma célula galvânica consiste em dois eletrodos, ou condutores metálicos, que fazem o contato elétrico com o conteúdo da célula, e um eletrólito, um meio condutor iônico, dentro da célula. Em um condutor iônico, uma corrente elétrica é carregada pelo movimento dos íons. O eletrólito é tipicamente uma solução de um composto iônico em água. Resumidamente: Um eletrodo consiste de um metal condutor em contato com uma solução de seus íons, eletrólito. Observa-se que há duas fases distintas em interação, isto é, fase sólida: metal e fase líquida: solução contendo um íon. A seguir temos a ilustração de uma célula galvânica: 2 Ag+(aq) + Cu(s) ⇄ Cu2+(aq) + 2 Ag(s) A oxidação ocorre em um eletrodo, onde a espécie que está sendo oxidada cede elétrons para o condutor metálico. A redução acontece no outro eletrodo, onde a espécie que está sendo reduza coleta elétrons do condutor metálico. Esse processo provoca um fluxo de elétrons no circuito externo que une os dois eletrodos e essa corrente pode ser usada para realizar trabalho elétrico. A energia potencial da célula é convertida em energia elétrica. O fluxo de elétrons ocorre do ponto onde a energia potencial é maior, no anodo, onde ocorre a oxidação, para o ponto de baixa energia potencial, o catodo, onde ocorre redução. Uma célula galvânica comercial tem o catodo marcado com o sinal + e o anodo com o sinal -. A célula de Daniell é um exemplo antigo de célula galvânica que usa a oxidação do cobre pelos íons de zinco. Ela foi inventada pelo químico britânico John Daniell, em 1836, quando o avanço da telegrafia criou a necessidade urgente de uma fonte de corrente elétrica confiável e estável. Potencial da célula: O potencial da célula, E, é a medida da capacidade que tem a reação da célula de forçar elétrons através de um circuito. Uma reação com muito poder de empurrar e puxar elétrons gera alto potencial de célula. Uma reação com pequeno potencial de empurrar e puxar elétrons só gera um pequeno potencial. Uma bateria descarregada é uma reação que atingiu o equilíbrio, perdeu o poder de mover elétrons e tem potencial igual a zero. Notação das Células: Para impedir a mistura de soluções, os químicos usam uma ponte salina para unir os dois compartimentos de eletrodo e completar o circuito elétrico, os íons são escolhidos de forma a não afetar a reação da célula. Os dois eletrodos da célula de Daniell são descritos como Zn(s)|Zn2+(aq)||Cu2+(aq)|Cu(s). Cada linha vertical representa uma interface entre as fases. Identificado o catodo é possível determinar qual é o terminal positivo. Se o catodo é o eletrodo que está à direita no diagrama da célula, então, por convenção, a fem da célula descrita pelo diagrama de célula é registrado como sendo positivo, como em Zn(s)|Zn2+(aq)||Cu2+(aq)|Cu(s) E=+1,10 V Equação de Nerst: À medida que uma reação prossegue em direção ao equilíbrio, as concentrações dos reagentes, e produtos alteram e ΔGr, se aproxima de zero. Portanto, quando os reagentes são consumidos em uma célula eletroquímica de trabalho, o potencial da célula também decresce até chegar a zero. Para visualizar quantitativamente esse comportamento, é preciso saber como a fem varia conforme a concentração das espécies na célula, a partir da seguinte equação: E = E° − 𝑅𝑇 𝑛𝐹 ln 𝑄 ELETRÓLISE As reações redox que têm energia livre de reação positiva não sãoespontâneas, mas a corrente elétrica pode ser usada para fazê-las ocorrer. Não existem reações químicas espontâneas comuns em que o flúor seja um produto; logo, o produto não pode ser isolado por reações químicas comuns. Ele não foi isolado até 1886, quando o químico francês Henri Moissan encontrou um procedimento para formar o flúor ao passar uma corrente elétrica por uma mistura anidra fundida de fluoreto de potássio e fluoreto de hidrogênio. O flúor ainda hoje é preparado comercialmente por este processo. Células Eletrolíticas: A célula eletrolítica é a célula eletroquímica na qual ocorre a eletrólise. A corrente passa pelo eletrólito, carregada pelos íons presentes. A Oxidação ocorre no anodo e a redução no catodo. Os elétrons passam do anodo para o catodo por um fio externo; os cátions movem-se através do eletrólito na direção do catodo e os ânions, na direção do anodo. Mas, em vez de corrente espontânea da célula galvânica, que fornece corrente para empurrar os elétrons por um fio em uma direção pré-determinada. O Resultado é forçar a oxidação em um eletrodo e a redução no outro. Abaixo temos uma representação de célula eletrolítica: Uma bateria recarregável funciona como uma célula galvânica quando está realizando trabalho e como célula eletrolítica quando está sendo recarregada. Para forçar uma reação em um sentido não-espontâneo, a fonte externa deve gerar uma diferença de potencial maior do que a diferença de potencial que seria produzida pela reação inversa. Ao conduzir uma eletrólise em solução, temos de saber se outras espécies presentes podem ser oxidadas ou reduzidas pela corrente elétrica. Lei de Faraday da eletrólise: A quantidade do produto formado ou do reagente consumido por uma corrente elétrica é estequiometricamente equivalente à quantidade de elétrons fornecidos. Se conhecemos a quantidade em mols de produto formado, podemos calcular a massa dos produtos ou, se forem gases, seus volumes. IMPACTO NOS MATERIAIS As células eletroquímicas têm papel importante na purificação e na preservação de materiais metálicos. As reações de redox são muito usadas pela indústria química para extrair metais de seus minérios. Entretanto, as reações redox também corroem os materiais que a indústria produz. Aplicações da eletrólise: Uma aplicação importante da eletrolise é a produção do metal sódio pelo processo de Downs, a eletrólise do sal-gema fundido. 2 Na+ (fund) + 2 e- ⇄ 2 Na (l) 2 Cl- (fund) ⇄ Cl2(g) + 2 e- O cloreto de sódio é abundante na forma de sal-gema, mas o solido não conduz eletricidade, porque os íons estão presos em suas posições. O cloreto de sódio precisa ser fundido para que a eletrolise possa ocorrer. Os eletrodos da célula são feitos de um material inerte, como o carbono, e a célula é projetada para armazenar, sem contato entre si, o sódio e o cloro produzidos na eletrolise, e, também, sem que haja contato com o ar. A eletrodeposição é a deposição eletrolítica de um filme fino de metal sobre um objeto. O objeto a ser recoberto é o catodo, e o eletrólito é uma solução em água de um sal do metal a ser depositado. O metal é depositado no catodo pela redução dos íons na solução de eletrólito. Esses cátions são fornecidos pelo sal adicionado ou pela oxidação do anodo, feito do metal de deposição. A eletrolise é usada industrialmente para produzir o alumínio e o magnésio, para extrair metais de seus sais, para preparar o cloro, o flúor, e o hidróxido de sódio, e para refinar o cobre. Ela é também usada na eletrodeposição. Corrosão: A corrosão é a oxidação indesejada de um metal. Ela diminui a vida útil de produtos de aço, como pontes a automóveis; a substituição do metal corroído custa bilhões de dólares por ano. A corrosão é um processo eletroquímico e a série eletroquímica nos dá uma indicação do porquê a corrosão ocorre e como pode ser prevenida. O principal responsável pela corrosão é a água. Uma semi reação que devemos levar em conta é: 2 H2O (l) + 2 e- ⇄ H2(g) + 2 OH- (aq) Eo = -0,83 V Uma solução fortemente básica, neste pH, qualquer metal com tais características pode ser oxidado pela água. Os elétrons retirados do metal pela oxidação podem ser substituídos por elétrons de outra parte do metal condutor. CONCLUSÃO Uma célula eletroquímica de corrente contínua consiste em dois condutores elétricos denominados eletrodos, mergulhados em uma solução de eletrólitos. Para que uma corrente comece a fluir na célula é necessário: 1. Que os eletrodos estejam conectados externamente, através de um condutor metálico. 2. Que as duas soluções de eletrólitos estejam em contato, permitindo o movimento de íons entre elas. 3. Que uma reação de transferência de elétrons possa ocorrer em cada um dos eletrodos As soluções precisam ser mantidas separadas para evitar a reação direta entre os reagentes: inserção de uma ponte salina. A célula eletrolítica requer uma fonte externa para que o funcionamento aconteça. O potencial padrão de eletrodo de uma semi reação é definido como seu potencial de eletrodo quando as atividades dos reagentes e produtos são todas iguais a unidade. Em uma célula galvânica, uma reação química espontânea retira elétrons da célula através do catodo, o sítio de redução, e os libera no anodo, o sitio de oxidação. Descreve-se como eletrodo representando-se as interfaces entre as fases por uma linha vertical. Um diagrama de célula mostra o arranjo físico das espécies e interfaces, com a ponte salina sendo indicada por uma linha dupla vertical. O sinal da fem é igual ao do eletrodo que está à direita no diagrama de célula. O sinal positivo da fem indica que a reação, como está escrita, é espontânea. O potencial fornecido a uma célula eletrolítica deve ser no mínimo igual ao potencial da reação a ser invertida. Se existe na solução mais de uma espécie que pode ser reduzida, as espécies com os maiores potenciais de redução são, preferencialmente, reduzidas. O mesmo princípio é aplicado à oxidação. A quantidade de produto em uma reação de eletrólise é calculada pela estequiometria da semi reação, pela corrente e pelo tempo que ela flui. BIBLIOGRAFIA Atkins, Princípios de Química (3ª edição; Capítulo 12; pág 539 a 569) http://www2.iq.usp.br/docente/amdcferr/disciplinas/QFL2129/Aula_8_-_ProcRedox.pdf http://www.ufjf.br/nupis/files/2010/10/aula-3-Redox1.pdf http://www.ufjf.br/nupis/files/2012/04/aula-2-eletroanal%C3%ADtica.pdf http://www.lce.esalq.usp.br/arquimedes/Atividade07.pdf