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SAÚDE DA MULHER LYCIA SIQUEIRA VILELA Exame das Mamas A mama é composta de tecido glandular com 15 a 25 lobos. Cada lobo drena pra um ducto excretor, que drena pra papila, que dilata, formando o seio lactífero. Lobo ducto excretor papila ducto lactífero Mamilo e aréola – Contem músculo liso que serve para contrair. A pele do mamilo é pigmentada e sem pelo; a pele da aréola contém folículos pilosos. O mamilo fica na aréola. No mamilo temos glândulas sebáceas, os Tubérculos de Morgani(na gravidez são chamados de tubérculos de Montgomery). Quem dá suporte a mama é o Ligamento de Cooper. A maior parte da drenagem linfática vai para os linfonodos axilares. Termos semiológicos relacionados - Telarca: Início do desenvolvimento das mamas - Mastalgia: Dor na mama. Pode ser: • Cíclica: apresenta relação com os ciclos menstruais – pode surgir ou piorar nos dias que antecedem a menstruação e apresentar melhora após o fluxo menstrual. Normalmente há sensação de peso e inchação nas mamas. • Não cíclica: não segue o padrão cíclico dos períodos menstruais podendo ocorrer em qualquer época, acometendo mais uma das mamas ou uma região específica da mama. • Extra mamária: é a dor percebida na mama, porém com origem em outro local ou estrutura do corpo. - Mastodinia: Dor mamária pré-menstrual - Descarga papilar: Saída de secreção pela papila(serosa, sangúinea, láctea*) *Galactoréia - Amastia: Ausência de mama - Atelia: Ausência de mamilo ou completo aréolo- papilar (Lembrar Tele = mamilo) - Ginecomastia: Desenvolvimento das mamas no homem A mama é dividida em 5 quadrantes: 1) Quadrante superior esquerdo 2) Quadrante superior direito 3) Quadrante inferior esquerdo 4) Quadrante inferior direito 5) Quadrante central ou retro-areolar Portanto, ao descrever a alteração, deve-se dizer a localização por mama e por quadrante. Ex.: Foram encontrados nódulos palpáveis em quadrante superior esquerdo da mama direita. Alterações encontradas nas mamas Relacionada à sua embriologia, podemos encontrar mamas e mamilos acessórios. Isso ocorre devido à Crista Epitelial, ou Linha do leite, que vai da axila à região inguinal. A mama acessória pode existir com tecido mamário, mamilo ou aréola. Tubérculo de Morgangni – glândulas sebáceas que aumentam de volume durante a gravidez e passa a ser chamada de tubérculo de Montgomery – lubrifica e protege a aréola. LINHA DO LEITE/ CRISTA EPITELIAL POLIMASTIA SAÚDE DA MULHER LYCIA SIQUEIRA VILELA Politelia – Presença de mamilo extranumerário, comum abaixo da mama ou no abdome(lembrar da linha mamária/do leite). Polimastia: Presença de mais de 2 glândulas mamárias. Comum na região axilar. Cresce na gravidez e pode causar desconforto e dor na região axilar no período pré menstrual. - Completa Aréola + Mamilo - Incompleta Apenas a Glândula Amastia: Ausência total da glândula (ausência de tecido mamário, complexo aréolo-papilar ou aréolo mamilar), uni ou bilateral. Amazia: Ausência do tecido mamário, mas com o complexo aréolo mamilar. Atelia: Ausência do complexo aréolo mamilar. Hipomastia: Mama de pequeno volume. Hipertrofia: Mama de Grande volume. Ginecomastia: Desenvolvimento da glândula mamária em homem. Comum na adolescência e a maioria dos casos desaparecem espontâneamente. Lembrar de dizer em qual mama e se é uni ou bilateral. Etapas do Exame físico das Mamas 1) Inspeção Estática (paciente em pé ou sentado na maca com os braços ao lado do corpo) Avaliar Quantidade: 1 mama, 2 mamas Avaliar Simetria: Simétricas ou assimétricas Avaliar volume da mama: Pequena, média ou grande Avaliar se pendulares ou firmes Avaliar textura e cor da pele: Integridade da pele(íntegra ou com lesões, aspecto de casca de laranja, descamação, massas visíveis, retrações ou abaulamentos, presença de cicatrizes, tatuagens). Avaliar aréola e mamilo: Salientes, planos ou invertidos. 2) Inspeção Dinâmica (solicitar que o paciente eleve os braços, depois aperte a cintura e incline o corpo pra frente) Avaliar a presença ou ausência de abaulamentos ou retrações durante as manobras Manobras: Elevação dos membros superiores acima da cabeça, pressão sobre os quadris, inclinação do tronco pra frente. 3) Palpação dos linfonodos (paciente sentado ou em pé com os braços relaxados e apoiado na mão do examinador) Palpar os linfonodos axilares, supra claviculares, infraclaviculares e cervicais POLITELIA TUBÉRCULOS DE MORGANGNI AMASTIA AMAZIA HIPERTROFIA GINECOMASTIA SAÚDE DA MULHER LYCIA SIQUEIRA VILELA 4) Palpação do tecido mamário (paciente em decúbito dorsal, SEM travesseiro e com as mãos atrás da nuca) Técnicas: Bloodgood(polpas digitais); Velpeaux(face palmar dos dedos) Em movimentos circulares ou radial Avaliar se o parênquima mamário é homogêneo ou heterogêneo Palpar todos os quadrantes, detalhadamente, pesquisando a presença de nódulos palpáveis e descrever: - Localização(QSE, QSI, QID, QIE, QRA) - Limites: Bem delimitados, limites imprecisos e irregulares - Consistência: Firme ou elásticas; Endurecidos - Mobilidade - Fixação nas estruturas circunjacentes: Inexistência de fixação à pele ou às estruturas profundas; Fixação à pele ou estruturas profundas - Diâmetro - Dor: Dolorosos ou não dolorosos 5) Expressão papilar (fazer uma expressão suave, desde a base até o complexo aréolo-papilar, pode usar 1 ou 2 mãos) Se presente, descrever o aspecto(leitosa, sanguinolenta, purulenta); se uni ou bilateral e se único ou múltiplos ductos. 6) Axilas (palpar com a paciente sentada ou deitada) Avaliar ausência ou presença de linfonodos palpáveis. O músculo peitoral deve estar relaxado – o examinador deve segurar o braço direito da paciente com seu braço direito, e com a mão esquerda em concha papilar a axila na direção de seu ápice. Em seguida do lado oposto Se linfonodos palpáveis, descrever: Localização da cadeia, tamanho, mobilidade, dor, limites, consistência. Câncer de Mama Inca – Recomenda RASTREIO Todas as mulheres tem direito à mamografia a partir dos 40 anos. Periodicidade: Mulheres de 40 a 49 anos: Exame clínico das mamas anual, e, se palpação alterada, mamografia. Mulheres de 50 a 69 anos: Exame clínico das mamas anual e mamografia de 2 em 2 anos USG: Como complemento da mamografia para identificar conteúdo do nódulo(sólido ou cístico). SAÚDE DA MULHER LYCIA SIQUEIRA VILELA Sinais e sintomas para encaminhar para serviços de diagnóstico mamário: • Qualquer nódulo mamário em mulheres com mais de 50 anos. • Nódulo mamário em mulheres com mais de 30 anos, que persistem por mais de um ciclo menstrual. • Nódulo mamário de consistência endurecida e fixo ou que vem aumentando de tamanho, em mulheres adultas de qualquer idade. • Descarga papilar sanguinolenta unilateral. • Lesão eczematosa da pele que não responde a tratamentos tópicos. • Homens com mais de 50 anos com tumoração palpável unilateral. • Presença de linfadenopatia axilar. • Aumento progressivo do tamanho da mama com a presença de sinais de edema, como pele com aspecto de casca delaranja. • Retração na pele da mama. • Mudança no formato do mamilo. Exames Complementares: USG das mamas e axilas = Diferencia conteúdo do nódulo em sólido ou cístico. É complementar e não diagnóstico porque não detecta microcalcificações. Ajuda no estudo de mamas densas. RM = Eficaz em mulheres com mamas densas ou próteses de silicone, ajuda no esclarecimento de casos duvidosos e na obtenção de detalhes antes da cirurgia. O exame é caro e pode dar falso positivo, pois revela alterações mínimas, que podem levar à indicação desnecessária de biópsias. BI-RADS (Breast Imaging Reportind and Data System) BI- RADS ZERO Resultado Inconclusivo Conduta = Necessita de complemento, USG ou RM Risco de CA de Mama = Não é possível estimar BI-RADS 1 Não achou nada Conduta = Acompanhamento de rotina, seguimento anual Risco de CA de Mama = Muito baixo BI-RADS 2 Achados benignos (ele encontrou algo que tem certeza que é benigno) Conduta = Acompanhamento anual Risco de CA de Mama = Muito baixo BI-RADS 3 Achados provavelmente benignos Conduta = Acompanhar com o mesmo exame em 6 meses Risco de CA de Mama = 2% BI-RADS 4A Achados de baixa suspeição (temos quase certeza que o achado é benigno, mas não é seguro esperar 6 meses para saber o resultado) Conduta = BIÓPSIA Risco de CA de Mama = 2-10% BI-RADS 4B Achados de média suspeição Conduta = BIÓPSIA Risco de CA de Mama = 10-50% BI-RADS 4C Achados de moderada suspeição Conduta = BIÓPSIA Risco de CA de Mama = 50-95% BI-RADS 5 Achados de alta suspeição Conduta = BIÓPSIA – Conduta adequada Risco de CA de Mama = Maior que 95% BI-RADS 6 Achados confirmados de malignidade. SAÚDE DA MULHER LYCIA SIQUEIRA VILELA Geralmente ocorre quando um paciente que já sabe que têm câncer faz outro exame de imagem. Ela foi criada porque a classificação BI- RADS não existe apenas para fazer o atendimento individual da paciente em questão, mas também para permitir estatísticas que nos levam a compreender melhor o câncer. Conduta = Conduta adequada Risco de CA de Mama = 100% Fatores de risco para CA de mama:.. Ser mulher; Ter mais de 40 anos; Primeiro filho após 30 anos; Obesidade; Falta de atividade física; Bebidas alcoólicas; Menarca < 12a; Menopausa > 50a; Exposição à radiação ionizante em idade inferior aos 35a. Exame da Pelve Etapas: Inspeção estática e dinâmica, exame especular (coleta de material), toque ginecológico (simples ou combinado/bimanual), exame complementar (USG) Posição ginecológica – Litotomia Material necessário: Mesa ginecológica / escada / foco com luz / Lençóis / biombo / cesto lixo / balde com solução desincrostante para o material utilizado (quando não for descartável) / Luvas de procedimento / Gel lubrificante/água morna Espéculo vaginal (diferentes tamanhos) / Gaze / algodão / solução de Schiller (para o teste de Shiller) / solução de KOH (para o teste das aminas) / pinça Cherron / pinça Pozzi. Etapas do Exame físico da Pelve 1) Inspeção Estática(utilizar luvas de procedimentos) Pilificação: Pelos adequados ou não à idade; Tricotomizada ou não Lábios: Avaliar trofismo (eutróficos ou atróficos) Avaliar se há presença de lesões ou edemas Avaliar se simétricos ou assimétricos Clítoris: Avaliar trofismo (eutróficos ou atróficos) Avaliar tamanho (pequeno, médio ou grande) Avaliar presença de inflamação Uretra: Avaliar sinais de irritação ou inflamação GLÂNDULAS PARAURETAIS – PEQUENAS – SKENE GLÂNDULAS PARAVESTIBULARES – GRANDES –BARTHOLINE SAÚDE DA MULHER LYCIA SIQUEIRA VILELA Glândulas de Bartholin: Avaliar se palpáveis ou não Hímen: Avaliar integridade(roto ou íntegro) Avaliar forma – Anormal sem orifício(imperfurado); anular; semilunar; cribiforme; septado; com ruptura; complacente. Períneo: Avaliar se íntegro ou com rupturas; se há ausência ou presença de cicatrizes; inflamação; fístulas; lesões. 2) Inspeção dinâmica (Solicitar esforço pela Manobra de Valsalva, ao mesmo tempo já se observa se há perda de urina ao esforço) Avaliar se há prolapso/procidência das paredes vaginais anterior ou posterior do útero. PVA(procidência vaginal anterior) = Presença ou ausência de cistocele; PVP(procidência vaginal posterior) = Presença ou ausência de retocele; Perda de urina: Avaliar se presente (positiva) ou ausente (negativa) ao esforço. Perfil vaginal: Pontuar “0” na ausência, “1” na presença de prolapso de 1º grau e “2” se prolapso de 2º grau na seguinte ordem: uretra bexiga útero sigmóide(intestino) reto períneo (U. B.U.S. RETO.rnou P.o) Ex.: Tem um prolapso de bexiga e um de útero = 011000. Ex2.: tem uma cistocele de 1º grau e uma retocele de 2º grau = 010020. 3) Especular (utilizar sempre o menor especulo) – é útil para inspeccionar o colo uterino e paredes vaginais, além de coleta de material para exame do papanicolau. Vagina: Avaliar coloração(rósea; azulada) Avaliar pregueamento (preservado ou diminuído) Avaliar presença de lesões Colo: Avaliar coloração(róseo; arroxeado) Avaliar presença ou ausência de mácula Avaliar posição(centralizado, anterior, posterior, lateralizado para direita ou esquerda) Avaliar o OCE(orifício cervical externo) - em relação à forma (em fenda ou circular) e posição (centralizado, anterior ou posterior Conteúdo Vaginal: Avaliar presença ou ausência de secreção. Se presente, descrever se fisiológica ou alterada e caracterizá-la quando a cor(esverdeada, amarelada, sanguinolenta), aspecto (bolhosa, espessa, grumosa, fluida), quantidade(grande, moderada, pequena) e se presença de odor. SAÚDE DA MULHER LYCIA SIQUEIRA VILELA Teste de Schiller Aplicação de solução de iodo sobre o colo uterino, durante o exame especular. A cervix deve corar-se por completo, indicando Teste de Schiller Negativo (ou iodo positivo). Em casos de alterações patológicas da mucosa, o a cervix não cora, indicando Teste de Schiller Positivo (ou iodo negativo). Nesses casos, sugere-se a realização de colposcopia. A intensidade da coloração é proporcional a quantidade de glicogênio contido nas células, que “atrai” o iodo. Portanto, se a cérvix corar fracamente, o teste ainda é Schiller Negativo, pois o epitélio provavelmente só está atrófico. ** Caso suspeite de vaginose bacteriana (anaeróbios/gardnerella) realizar o Teste das Aminas, ou Whiff Test ou Teste de Odor das Secreções, que consiste em administrar 1 gota do hidróxido de potássio (KOH) em 1 gota da secreção vaginal; Whiff Teste Positivo – Exala um odor de peixe Whiff Test Negativo – Não exala o odor Exame preventivo: Papanicolau/Citologia Oncótica Consiste basicamente na coleta de material do colo uterino com uma espátula especial, sendo estematerial colocado em uma lâmina e analisado inicialmente ao microscópio por um citologista. É o principal método de rastreamento do câncer cervical, embora o tecido necrótico, sangramento e células inflamatórias possam prejudicar a visualização de células neoplásicas. A taxa de falso negativo da citologia pode ultrapassar 50%. Assim, uma paciente sintomática com papanicolau negativo não deve ser considerada com resultado definitivo. Quando fazer? Idade: 25-64 anos – Anual Após 2 exames consecutivos normais – fazer a cada 3 anos SAÚDE DA MULHER LYCIA SIQUEIRA VILELA Colposcopia Colposcopia é um exame que permite visualizar a vagina e o colo do útero através de um aparelho chamado COLPOSCÓPIO. A colposcopia é indicada nos casos de resultados anormais do exame de papanicolau para se identificar as lesões precursoras do câncer de colo de útero. Estes exames são grandes aliados no diagnóstico e tratamento do HPV, da vagina e do colo do útero. Este aparelho permite o aumento de 10 a 40 vezes do tamanho normal. O exame é realizado no próprio consultório médico com a paciente na mesa de exame. Após colocar o espéculo vaginal o médico examina a vulva, a vagina e o colo do útero com o colposcópio. Colposcopia = delimitar a extensão da doença no colo e na vagina Biópsia dirigida = confirmação do diagnóstico ** Pinçamento e tração do colo uterino: quando existe suspeita de prolapso uterino, ao realizar o exame especular, pinçar o colo com pinça de Pozzi. É um procedimento desconfortável para a paciente; Ex.: Inserção de DIU. ** Histerometria: Medir o útero com instrumento tipo haste de inox. É um procedimento que pode ser doloroso; Ex.: Inserção de DIU. Toque Vaginal Utiliza-se os dedos indicador e médio. O toque pode ser simples ou combinado(com uma das mãos sobre o abdome). Vagina: Elasticidade (normoelástica, diminuída ou aumentada). Presença ou ausência de massas ou abaulamentos. Avaliar se hidratada ou aquecida. Colo: Avaliar posição(centralizado, anterior, posterior, lateralizado para direita ou esquerda) Avaliar mobilidade(móvel, fixo) Avaliar consistência: - Colo ginecológico: Consistência da cartilagem nasal - Colo obstétrico: Consistência labial Útero: Avaliar volume(normal ou aumentado, quantos cm acima da sífise púbica) Avaliar consistência(normal, endurecido) e superfície(lisa ou com abaulamentos) Avaliar posição AVF- anteroversoflexão RVF- retroversoflexão Anexo D (ovário e trompa de falópio direitos): Avaliar se palpáveis ou não, descrevendo o tamanho e a forma Anexo E (ovário e trompa de falópio esquerdos): Avaliar se palpáveis ou não, descrevendo o tamanho e a forma Paramétrios: Avaliar se livres ou comprometidos RETO: Só faz toque retal quando existe suspeita de infiltração por neoplasia genital (estadiamento de câncer) O que pode ser palpável no toque bimanual? - Volume uterino normal quando o útero está em AVF(anteroversoflexao) - Miomas são de fácil palpação quando crescem próximo a parede externa do útero, fazendo protrusão na superfície uterina, ou quando produzem um aumento difuso de todo o órgão - Palpação de ovários e trompas normais é usualmente difícil SAÚDE DA MULHER LYCIA SIQUEIRA VILELA Corrimento Genital Nem todo corrimento é uma doença e nem toda doença é infecciosa. As mulheres possuem uma secreção vaginal fisiológica que pode variar de intensidade de acordo com a fase do ciclo menstrual, excitação sexual, gravidez, etc. Secreções normais: muco cervical, células vaginais e cervicais esfoliadas, secreções das glândulas de Bartholine de Skene. Cor branca ou transparente (clara de ovo) sem odor. Causas: As três principais causas de corrimento vaginal e que representam 95% dos casos são: Vaginose Bacteriana; Candidíase Vulvovaginal e Tricomoniase. Vaginose Bacteriana(VB) Causa Bactéria Gardnerella Vaginalis. É resultante de um desequilíbrio na flora vaginal, que causa o crescimento microbiano. NÃO há processo inflamatório. Não se trata de infecção de transmissão sexual, apenas pode ser desencadeada pela relação sexual em mulheres predispostas, ao terem contato com sêmen de pH elevado. Queixa típica Queixa de odor fedido, semelhante a peixe, que piora após o coito ou durante a menstruação, que é quando o pH vaginal se eleva. **Lembrar: O pH vaginal é ácido, entre 3,8 e 4,5; A gardnerella prefere o pH elevado(básico). Enquanto que a cândida prefere o pH ácido. Corrimento vaginal Secreção bolhosa, fluida, de coloração branco-acinzentada, normalmente em pequena quantidade. Exames que podem ser feitos na hora da consulta: Teste das aminas mistura de solução de hidróxido de potássio (KOH) a 10% com uma gota de secreção vaginal. Útil para pesquisa de anaeróbios e Gardnerella vaginalis (vaginose bacteriana). Positivo quando há odor de peixe, gerado pela liberação de aminas (putrescina e cadaverina). Critérios de Amsel (Para diagnóstico de VB tem que ter pelo menos 3 desses critérios): 1. Corrimento acinzentado ou branco- acinzentado, homogêneo, fino. 2. pH vaginal > 4,5 (presente em 80 a 90% das VB). 3. Teste das Aminas ou Teste de odor da secreção vaginal (Whiff-test) 4. Visualização de Clue Cells ou células guia no exame microscópico a fresco da secreção vaginal Candidíase Vulvovaginal Causa Fungo(geralmente a C. albicans) que habita a mucosa vaginal e digestiva, que, nas condições favoráveis se multiplica, tornando-se patogênio. Esse fungo prefere o pH ácido. A via sexual não é a principal forma de transmissão, pois tal fungo pode fazer parte da flora endógena. GARDNERELLA VAGINALIS (BACTÉRIA) – SECREÇÃO BOLHOSA, ACINZENTADA E COM ODOR DE PEIXE CRU TRICOMONÍASE (PROTOZOÁRIO) COLO EM FRAMBOESA, PRURIDO, SECREÇÃO AMARELADA CANDIDÍASE VAGINAL CV (FUNGO) – SECREÇÃO GRUMOSA (NATA DE LEITE) E PRURIDO INTENSO. SAÚDE DA MULHER LYCIA SIQUEIRA VILELA Queixa típica Prurido vulvovaginal (principal), disúria, hiperemia e edema vulvar, dispareunia, fissuras e escoriações por causa da cocedura da mucosa. Corrimento vaginal Corrimento branco, grumoso, inodoro e com aspecto caseoso(leite coalhado). Diagnóstico laboratorial 1. pH vaginal < 4,5 2. Bacterioscopia pelo GRAM 3. Cultura com Antibiograma 4. Exame direto a fresco com KOH a 10%: solução adstringente que mostra com facilidade a presença de psudo-hifas na secreção vaginal (em cerca de 70% dos casos). O simples achado da cândida num exame de rotina(Papanicolau) não quer dizer que a mulher tenha a candidíase vaginal clínica. Se não houver nenhum sintoma e o exame ginecológico for normal (sem corrimento ou inflamação, pH normal e teste de whiff negativo), a paciente não deve receber nenhum tratamento, a não ser uma boa orientação a respeito dos fatores predisponentes. Das mulheres com candidíase vaginal clínica, podemos distinguir em dois tipos: a) CV não complicada – Aquela que nos procura por estar sintomática, porém sem histórias de recorrênciab) CV complicada – Aquela que se apresenta com história de episódios recorrentes de candidíase. Tricomoníase Vaginal Causa Protozoário Trichomonas vaginalis. Em geral os homens são assintomáticos e as mulheres sintomáticas. Está relacionada à atividade sexual desprotegida. Queixa principal Corrimento abundante, amarelo ou amarelo-esverdeado. Corrimento e prurido vulvar intenso. Hiperemia e edema de vulva e vagina. Disúria e poliaciúria. A tricomoníase pode alterar resultados da citologia oncótica e apresenta um achado peculiar, o colo em framboesa.