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São doenças infecciosas onde a lesão cutânea é a característica dominante. Sendo importante, então, saber o tipo de lesão, os sinais e sintomas, a epidemiologia e os sinais de gravidade, principalmente para podermos diferencia-las. Enantema é uma lesão que possui as mesas características do exantema, mas ocorrendo nas mucosas, e não na pele. Mácula é uma lesão plana não palpável, que pode ser maior ou menor que 0,5 cm. Pústula, por sua vez, é quando temos uma cavidade repleta de pus, que tem menos de 0,5cm. Lesões purpúricas são aquelas lesões eritematosas que não desaparecem a vitropressão, isto é, ao pressioná-las. Se pequenas (<0,5 cm), podemos chama- las de petéquias. Pápulas são lesões pequenas, perceptíveis ao tato, que, quando maiores, são chamadas de nódulos. Quando com conteúdo aquoso, seja líquido ou sangue, de vesículas. Lesões morbiliformes são aquelas em que existem áreas saudáveis da pele entre as lesões. Lesões escarlatiniformes são aquelas cuja distribuição e difusa, sem área de pele sã. O exantema maculopapular está presente nas seguintes doenças: sarampo, rubéola, exantema súbito, exantema infeccioso, mononucleose, enterovírus (mão pé boca), exantema laterotorácico unilateral. Já o exantema vesicular está presente na varicela e herpes simples. O exantema petequial encontra-se nas febres hemorrágicas, como a dengue, e na pseudoangiomatose eruptiva. DOENÇAS EXANTEMÁTICAS SARAMPO -ETIOLOGIA: Paramyxovirus -TRANSMISSÃO: Via aérea (aerossol) -TEMPO DE INCUBAÇÃO: 8 a 12 dias -TEMPO DE CONTÁGIO: Desde 2 dias antes do início do pródromo até 4 dias após o aparecimento do exantema. - PREVENÇÃO: É feita com vacina de vírus vivo e atenuado, aplicada no 12° mês de vida, e dose de reforço entre 4 e 5 anos de idade. Como após os 12 anos muitas pessoas perdem os anticorpos, pode- se contrair a doença, já em uma idade de maior risco de complicações, recomenda-se que se aplique mais um reforço nesse grupo etário. - CUIDADO COM OS CONTACTANTES: • Aplicar a vacina: até 72hs após o contágio • Aplicar Imunoglobulina: de 72hs até 6 dias após o contagio • Para crianças normais, a dose é de 0,25 mL/kg; nos imunodeprimidos, é 0,5 mL/kg - ISOLAMENTO: • Respiratório – uso de mascaras até 4 dias após o inicio do exantema - CLINICA: • Pródromos: 3 a 4 dias o Febre: alta até o início do exantema (auge) , o que difere também da maioria das viroses, e cai em lise no terceiro ou quarto dia do exantema; o Tosse: seca e intensa (incomoda o paciente), está sempre presente e é acompanhada de uma coriza abundante, hialina no início e purulenta nos dias subsequentes; o Cefaleia; o Mal estar; o Prostração intensa, incomum em doenças virais, denotando comprometimento sistêmico; o Os olhos ficam hiperemiados, com lacrimejamento e fotofobia e, nos casos mais graves, ocorre edema bipalpebral; o O enantema é a primeira manifestação mucocutânea a aparecer e é característico; o A orofaringe fica hiperemiada e na região oposta aos dentes molares aparecem manchas branco- azuladas, pequenas, de cerca de 1 mm de diâmetro, chamadas de manchas de Koplik, que aparecem 1 ou 2 dias antes do exantema e desaparecem 2 ou 3 dias depois. O exantema inicia-se atrás do pavilhão auricular, disseminando-se rapidamente para o pescoço, a face e o tronco e atinge a extremidade dos membros por volta do terceiro dia. Ele é maculopapular eritematoso, morbiliforme, mas pode confluir. Na fase do exantema, a doença atinge o seu auge. O exantema começa a esmaecer em torno do terceiro ou quarto dia, na mesma sequência que apareceu, deixando manchas acastanhadas. O número de complicações é grande, podendo-se citar, entre elas: laringite, traqueobronquite, pneumonite intersticial, ceratoconjuntivite, miocardite, adenite mesentérica, diarreia com perda importante de proteína e panencefalite esclerosante subaguda. Otite média é a principal complicação bacteriana. Também podem suceder sinusite, pneumonia bacteriana, púrpura trombocitopênica, encefalomielite, reativação de tuberculose pela imunodepressão. Devem ser considerados, além do sarampo clássico, mais duas formas de apresentação: o sarampo modificado e o sarampo atípico. SARAMPO MODIFICADO Acontece quando o vírus acomete pessoas que têm imunidade relativa, ou pela aquisição intrauterina de anticorpos (portanto, ocorre apenas em crianças pequenas), ou por terem tomado gamaglobulina. Nesses casos, o tempo de incubação é maior, de mais de 3 semanas, os pródromos são mais leves, raramente observa-se mancha de Koplik e o exantema também é leve. SARAMPO ATÍPICO Ocorre em crianças que previamente tinham tomado vacina de vírus morto, é mais grave, com febre alta, cefaleia, mialgia, pneumonite grave e derrame pleural. O exantema é bastante variável, macular, vesicular ou petequial. Apesar de rara, é uma preocupação, em decorrência da teórica possibilidade de ocorrer se as vacinas não forem bem conservadas. O diagnóstico é feito por meio da dosagem de anticorpos pela inibição de hemaglutinação (IH), fixação de complemento (CF), realizada na fase inicial e 2 a 3 semanas após, com aumento de 4 vezes o título, ou pela pesquisa de anticorpos da classe IgM, os quais se positivam a partir do sexto dia do exantema. RUBÉOLA • Etiologia: togavírus; • transmissão: via aérea, por meio de perdigotos; • tempo de incubação:14 a 21 dias; • tempo de contágio: de poucos dias antes até 5 a 7 dias depois da erupção; • cuidados com os contactantes: observação; • isolamento: respiratório e de contato para os casos adquiridos pós-parto, até 7 dias após o exantema. As crianças com infecção congênita são consideradas infectantes até 1 ano de idade ou até que a pesquisa de vírus na nasofaringe e na urina se negative; • quadro clínico: principalmente em crianças não se observa pródromo, mas em adolescentes e em adultos podem aparecer sintomas gerais brandos antecedendo 1 a 2 dias o exantema que se inicia na face, espalhando-se rapidamente para o pescoço e o tronco e atingindo os membros já em 24 horas. O exantema é maculopapular róseo, pode, eventualmente, coalescer no tronco e tem curta duração, de 3 ou menos dias. Em alguns casos, observam-se, no palato mole, lesões petequiais, conhecidas como sinal de Forscheimer, que não é patognomônico dessa doença. Um achado marcante, entretanto, é a adenomegalia, que pode anteceder em até 7 dias o exantema e é principalmente cervical e retroauricular. Metade dos casos apresenta esplenomegalia discreta. As complicações na criança são raras, citando-se a púrpura trombocitopênica, a encefalite e, em mulheres, a artralgia. A grande importância da rubéola é na gestação em consequência da possibilidade de promover dano fetal; a vacinação em crianças visa fundamentalmente a proteger as mulheres suscetíveis do seu convívio; • diagnóstico: isolamento do vírus do material de nasofaringe ou da urina. Pesquisa de anticorpos da classe IgM e de IgG contra rubéola no soro; • prevenção: é realizada com a vacina de vírus vivo e atenuado, que é aplicada após os 12 meses de idade. RÓSEOLA INFANTIL ou EXANTEMA SÚBITO • Etiologia: herpes-vírus humano 6 e 7 (HVH); • transmissão: provavelmente por perdigotos; • tempo de incubação: 5 a 15 dias; • tempo de contágio: durante a fase de viremia, sobretudo no período febril; • cuidados com os contactantes: observação;• isolamento: desnecessário; • quadro clínico: acomete, virtualmente, apenas as crianças entre 6 meses e 6 anos de idade, predominando nas menores de 2 anos. O início da doença é súbito, com febre alta e contínua (a criança fica extremamente irritada e anorética) e é considerada uma das causas mais comuns de convulsão febril. Não há toxemia, apesar da magnitude da febre. Linfonodomegalia cervical é achado muito frequente, assim como a hiperemia de cavum. Após 3 a 4 dias de febre, quando esta cessa bruscamente, aparece o exantema, também de modo súbito, constituído por lesões maculopapulares rosadas que se iniciam no tronco e se disseminam para a cabeça e as extremidades. A erupção é de curta duração, de algumas horas a 2 ou 3 dias, desaparecendo sem deixar descamação ou hiperpigmentação. O exantema pode passar despercebido. Diagnóstico: apenas a presença do herpes-vírus humano 6 ou 7 no sangue periférico fornece o diagnóstico de infecção primária. Podem ser realizados testes para detecção de anticorpos, mas o seu resultado deve ser analisado com cuidado, em razão da possibilidade de haver infecções crônicas (como todo herpes-vírus) com reativações. Prevenção: não existe. ENTEROVIROSES • Etiologia: RNA-vírus. •transmissão: via fecal-oral; • tempo de incubação: 3 a 6 dias; • tempo de contágio: variável; • cuidados com os contactantes: observação; • isolamento: precauções entéricas durante hospitalização; • quadro clínico: os enterovírus são causa frequente de exantemas, já tendo sido identificados mais de 30 deles como responsáveis por erupções cutâneas. Elas podem ser desde o clássico maculopapular, até vesicular, petequial e mesmo urticariforme. A doença mãos-pés-boca pode ser considerada bastante característica de enterovírus, sendo os responsáveis os coxsackie e o enterovírus . Nessa doença, após um período prodrômico de febre baixa, irritabilidade e anorexia, aparecem lesões vesiculares na boca, que rapidamente se rompem, transformando-se em úlceras dolorosas de tamanhos variáveis. As lesões nas extremidades são constituídas por papulovesículas de 3 a 7 mm de diâmetro; acometem, principalmente, dedos, dorso e palma das mãos e planta dos pés. Em lactentes, é frequente ocorrer acometimento perineal. As lesões desaparecem sem deixar cicatrizes. Diagnóstico: Isolamento do vírus nas Prevenção: cuidados higiênicos. VARICELA - Tem etiologia de vírus varicela zoster do grupo herpes vírus. Sua transmissão é por aerosol, contagio direto com as vesículas e transmissão vertical (mãe-filho). - O período de incubação é de 10 a 21 dias e o contágio é do 10 dia após o contato até todas as lesões estarem crostosas (ou seja, se você está com varicela e eu me encontro com você e pego o vírus, meu período de incubação é de até 21 dias, a partir do 10 dia que encontrei com você). - O isolamento é respiratório e de contato com as lesões. E para os contactantes pode se fazer a imunoglobulina humana antivírus varicela zoster (VZIG). - As indicações para uso de imunoglobulina: • Imunodeprimido sem história previa de varicela; • Gestante susceptíveis (que trabalha com criança, que tenha alguma criança infectada em casa...); • RN cuja a mãe tenha tido varicela 5 dias antes ou 48h pós-parto; • Prematuros: de 28s se a mãe não tiver tido varicela ou menor de 28s independente da história materna CLÍNICA - Vai apresentar exantema, febre baixa, mal estar, erupção de 3 a 5 dias de maculas eritematosas, papulas, vesículas, pústulas e crostas (todas as formas juntos no corpo: polimorfismo regional), e cada vez que se tem um pico febril as lesoes aumentam (aparecem em surtos precedidos por febre). COMPLICAÇÕES -As infecções secundarias que acontecem são piodermite (é a mais comum), erisipela e celulite. -Também vai ter pneumonia, encefalite e manifestações hemorrágicas (na fase de convalescença): trombocitopenia, varicela hemorrágica e púrpura fulminante. COMPLICAÇÕES PARA O FETO -Se a mãe tiver varicela durante a gestação, a criança pode ter: a focomelia (não tem membros inferiores e superiores, mas sem alteração cerebral), coriorrenite, meningoencefalite, morte fetal e aborto. VARICELA CONGENITA -As lesões aparecem na primeira quinzena pós parto. DIAGNOSTICO -É basicamente clinico. Pode se pedir exame do liquido da vesícula por microscopia eletrônica e a detecção de anticorpos por imunofluorescencia indireta TRATAMENTO -É feito com aciclovir. Também é importante a higiene e fazer sintomático (se tem prurido faz antihistaminico, antitérmico para diminuir febre) PREVENÇÃO -Faz a vacina varicela ou tetra viral aos 12 meses ou 9 meses (em caso de surto) HERPES SIMPLES -É uma doença exantematica vesicular -Sua etiologia é o herpes vírus 1 (HSV1) do grupo hespes e sua transmissão é através do contato direto por secreções orais infectadas (tem a oral e genital, mas vai focar apenas na oral). -A incubação vai de 2dias a 2semanas. -O isolamento é precaução de contato (se for fazer curativos na criança, lembrar de lavar bem as mãos, por exemplo) -O contagio: a primeira infecção contagia 1 a várias semanas dos surgimentos da lesão (ela quase cicatrizada e ainda contamina) e as recorrentes o contagio dura 3-4dias. CLINICA -Na primeira infecção a criança tem a gengivoestomatite herpética (que pega a mucosa oral). Apresenta febre de 2-3dias e com lesões vesiculares bem dolorosas. Já nas reativações é só o herpes labial localizado. DIAGNOSTICO -Detecção de anticorpos no soro em 2 titulagens ou presença de igM TRATAMENTO -Usa-se aciclovir (em casos extensos e com comprometimento sistêmico)