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17/04/2018 1 PROFº. TIAGO CURVO Higiene Ambiental e de Utensílios É o conjunto de medidas de limpeza visando a manutenção de um perfeito estado de saúde. O QUE É HIGIENE? Profº. Tiago Curvo 2 CONCEITOS Procedimentos de higienização: Não interfiram nas propriedades nutricionais e sensoriais dos alimentos; Garantam a preservação da sua pureza dos alimentos; Características microbiológicas. CONCEITOS A higienização do ponto de vista conceitual se divide em duas etapas distintas: Limpeza Sanitização Higienização eficiente: resultado da inter-relação entre as energias químicas, mecânica e térmica, além do tempo de duração do procedimento. Limpeza: A limpeza consiste na remoção das sujidades depositadas nas superfícies inanimadas utilizando- se meios mecânicos (fricção), físicos (temperatura) ou químicos (saneantes), em um determinado período de tempo (BASSO, 2004). Pode ser: Química – ação de produtos saneantes com a finalidade de limpar por meio da propriedade de dissolução, dispersão e suspensão da sujeira. Mecânica – ação física aplicada sobre a superfície para remover a sujeira resistente à ação do produto químico (esfregar, friccionar, escovar). Térmica – ação do calor que reduz a viscosidade da graxa e da gordura, facilitando a remoção pela ação química. Desinfecção: é o processo físico ou químico que destrói todos os microrganismos patogênicos de objetos inanimados e superfícies, com exceção de esporos bacterianos (BRASIL, 1994); Remoção de agentes infecciosos, na forma vegetativa, de uma superfície inerte, mediante a aplicação de agentes químicos ou físicos. Tem a finalidade de destruir microrganismos das superfícies de serviços utilizando-se solução desinfetante. 17/04/2018 2 CONCEITOS Produtos Saneantes: substâncias ou preparações destinadas a higienização, desinfecção ou desinfestação domiciliar, em ambientes coletivos e/ou públicos, em lugares de uso comum e no tratamento de água. CONCEITOS Desinfetante: são agentes químicos capazes de destruir microrganismos na forma vegetativa em artigos ou superfícies, sendo divididos segundo seu nível de atividade em: alto nível, médio nível ou nível intermediário e baixo nível. Detergente: todo produto que possui como finalidade a limpeza e que contém na sua formulação tensoativos que reduzem a tensão superficial da água, facilitando sua penetração, dispersando e emulsificando a sujidade. OBJETIVOS Restringir atividade microbiana; Eliminar patógenos ou reduzí-los a níveis seguros; Eliminar materiais estranhos; Promover economia na indústria. OBJETIVOS LIMPEZA: objetiva-se a remoção de resíduos orgânicos e minerais: proteínas, gorduras e sais minerais. SANITIZAÇÃO: objetiva-se eliminar micro-organimos patogênicos e reduzir a população de saprófitas ou alteradores a números insignificantes ou seguros do ponto de vista de saúde pública. 17/04/2018 3 FREQUÊNCIA Depende do local Natureza do equipamento Tipo de alimento Extensão da contaminação Ex.: Superfícies que contatam alimentos: 1 vez por dia ou mais de 1 vez Superfícies que não contatam alimentos: quantas vezes forem necessárias (tetos, paredes, pisos, etc.) PERIODICIDADE Diário: pisos; rodapés e ralos; todas as áreas de lavagem e de produção; maçanetas; pias; sanitários; cadeiras e mesas; monoblocos; recipientes de lixo. Semanal: paredes, portas, janelas, armários, prateleiras, coifa, geladeiras, câmara, “freezers”. Quinzenal: estoque; estrados. Mensal: luminárias, interruptores, tomadas, telas Semestral: reservatórios de água De acordo com o uso / necessidade: equipamentos, utensílios, bancadas, superfícies de manipulação, saboneteiras, borrifadores; teto, forro, caixa de gordura, filtro de ar condicionado. Etapas Pré-lavagem: apenas água redução dos resíduos presentes nas superfícies de equipamentos e utensílios. Remove cerca de 90% dos resíduos sólidos em água. Limpeza com detergente: uso de detergente em contato direto com as sujidades com o objetivo de separá-las das superfícies, dispersá-los no solvente e prevenir nova deposição (agentes alcalinos e agentes ácidos). Enxágue: uso de água. Sanitização: uso de agentes físicos ou químicos. PASSO A PASSO Lavagem com água e sabão ou detergente • Enxágüe • Desinfecção química (mín 15 minutos) • Enxágüe • Desinfecção pelo Calor: água 80-100ºC / 15 min • Máquina de lavar louça: - lavagem: 55-65ºC - enxágüe: 80-90ºC • Álcool 70% : não enxaguar; secar ao ar \\\ TIPOS DE RESÍDUOS VISÍVEIS E INVISÍVEIS Composição: restos de alimentos, resíduos minerais da água, resíduos de compostos da limpeza, biofilmes bacterianos. REGRA GERAL: Limpadores ácidos dissolvem resíduos alcalinos (minerais) e limpadores alcalinos dissolvem resíduos ácidos e resíduos de alimentos (proteínas, lipídeos, etc.). Biofilmes requerem limpadores mais sofisticados. 17/04/2018 4 ■ GORDURAS - emulsões: ♦ Pode-se utilizar água quente acima do ponto de fusão; ♦ Resíduos mais difíceis: uso de detergentes alcalinos com boas propriedades emulsificantes ou saponificantes. ■ PROTEÍNAS: ♦ Caseína: propriedades adesivas (colas e tintas). ♦ Formas mais simples e mais complexas ♦ Proteína desnaturada pelo calor: uso de agentes alcalinos com propriedades peptizantes ou dissolvente. ♦ Filmes protéicos: limpadores alcalinos com hipoclorito e agentes molhantes. TIPOS DE RESÍDUOS CARBOIDRATOS: ♦ Açúcares e amidos simples: facilmente removidos; ♦ Amidos associados com proteínas ou gorduras: detergentes altamente alcalinos. SAIS MINERAIS: ♦ Facilmente removidos ou podem representar problemas (depósitos ou filmes). ♦ Cálcio e Magnésio: mais difíceis. Em altas temperaturas e pH alcalino podem combinar com bicarbonatos formando complexos insolúveis. ♦ Filmes de sais: limpador ácido (ácido orgânico) e agentes sequestrantes (fosfatos) ou agentes quelantes (EDTA) TIPOS DE RESÍDUOS ÓLEOS LUBRIFICANTES E GRAXA: ♦ Insolúvel em água, álcali ou ácido. ♦ Podem ser fundidos em água quente, mas deixam resíduos. ♦ Surfactantes podem ser usados. OUTROS RESÍDUOS INSOLÚVEIS: ♦ Areia, barro ou metais finos: por detergentes à base de surfactantes. ♦ Material ligeiramente queimado ou carbonizado. TIPOS DE RESÍDUOS 17/04/2018 5 PRODUTOS PERMITIDOS PARA HIGIENIZAÇÃO AMBIENTAL PRINCÍPIO ATIVO CONCENTRAÇÃO Hipoclorito de Na 100 – 200 ppm Álcool 70% Quaternário de amônio 200 ppm Cloro orgânico 100 – 200 ppm Iodóforos 25 ppm (Registrados no Ministério da Saúde) Obs.: a solução deve ser trocada a cada 24 hs Propriedades de um detergente ideal Boa penetração e umidificação; Deslocamento da sujeira por saponificação das gorduras, peptização das proteínas e dissolução dos sais; Capacidade de dispersão de sólidos agregados ou diminuição do tamanho, desfloculação e emulsificação; Escoamento fácil PROPRIEDADES DE UM DETERGENTE IDEAL Adequação à dureza da água; Dissolução rápida e completa; Não corrosivo; Estável no armazenamento; Econômico; Não grumoso; Biodegradável; Ter FISPQ O que é a FISPQ? Normalizado pela ABNT segundo Decreto nº 2.657 de 03/07/1998; Fornece informações sobre vários aspectos dos produtos químicos (substâncias ou misturas) quanto à segurança, à saúde e ao meio ambiente; transmitindo desta maneira, conhecimentos sobre produtos químicos, recomendações sobre medidas de proteção e ações em situação de emergência. 17/04/2018 6 Elementos apropriados de rotulagem: 3 COMPOSIÇÃOE INFORMAÇÕES SOBRE OS INGREDIENTES PROCEDIMENTOS NÃO PERMITIDOS Varrer a seco aerossóis Usar panos para secar utensílios/equipamentos Escovas, esponjas de metal, lã, palha de aço, madeira, amianto, e materiais rugosos e porosos Reaproveitar embalagens Utilizar os mesmos utensílios e panos em sanitários e áreas de manipulação. Tipos de fibraço 23 Objetivo da sanitização: Eliminar de micro-organismos patogênicos e redução de saprófitas. ■ PRINCIPAIS AGENTES FÍSICOS: CALOR RADIAÇÃO ULTRA VIOLETA 17/04/2018 7 Calor: CALOR: é uma das formas mais antigas da sanitização e é um agente de escolha para superfícies, talheres, bandejas, xícaras, peças pequenas- aplicado adequadamente atinge toda a superfície dos equipamentos e utensílios, incluindo orifícios e ranhuras. Pode apresentar custo elevado ESPOROS: 105 vezes mais resistentes ao CALOR que as formas vegetativas das bactérias e cerca de 102 a 104 quando se trata de agentes QUÍMICOS. Calor: Atinge toda a superfície, penetrando pelas ranhuras e rachaduras, não corrosivo, inespecífico, não deixa resíduos, econômico (?) ■ AÇÃO: Desnaturação protéica, inativação de enzimas, alterações do DNA e RNA Alvo principal: Membrana citoplasmática Calor Úmido ou Vapor: 80oC/ 5 min ou 77oC/ 15 min Calor Seco ou Ar Quente: 90oC/ 20 min Calor úmido: Ações NOS MICRORGANISMOS: Desnaturação das proteínas estruturais (terciárias, quaternárias e funcionais: enzimas); Desorganização dos lipídeos celulares (membrana) . Alteração da permeabilidade; Alteração do RNA e DNA: 70 a 90°C: dissociação da dupla hélice. Calor seco: Age principalmente por Oxidação Protéica ■ O Processo de Sanitização Térmica pode ser influenciado: Interação dos micro-organismos com os resíduos aderentes à superfície, seja por proteção ou por alterar o pH (neutralidade), a Atividade de Água (reduzindo-a), dificultando a ação do calor úmido ou seco; Tipo, número, forma (esporulada) e fase de crescimento. DESVANTAGENS DO CALOR: Usar o mais próximo da superfície para evitar o vapor condensado, pois o calor latente têm menor efeito sanitizante (isto pode ocorrer em tubulações muito longas); Possibilidade de causar dilatação de metais, principalmente em válvulas, bloqueando-as. É necessário o monitoramento do tempo-temperatura. As superfícies devem estar completamente limpas. Não é adequado quando a água é dura (acima de 150ppm) e os resíduos são de natureza protéica, gordura ou carboidratos, devido à formação de incrustações aderentes às superfícies, baixa penetração e caramelização, respectivamente. Não destrói esporos termorresistentes Não é adequado para correias transportadoras (condensação) e utensílios de borracha (ressecamento) 17/04/2018 8 COMO PROCEDER COM OS RESÍDUOS Colocar o lixo em latões de plástico ou aço inox Recolher o lixo periodicamente ou sempre que estiver cheio Lavar os latões de lixo todos os dias 29 Não esquecer de lavar também o local onde ficam os latões de lixo com desinfetante para que moscas ou outros animais não se aproximem. Manter seco o local onde fica o lixo. 30 COMO PROCEDER COM OS RESÍDUOS HIGIENIZAÇÃO HORTIFRUTI 31 Como vocês fazem? PA SS O A P A SS O 32 17/04/2018 9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA, R.C.C. Implementação do Sistema de Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle no Preparo de Pratos Cárneos em Alimentação Institucional. Tese ( Doutorado), Universidade Estadual de Campinas, Campinas, SP.1995. BRASIL. Ministério da Saúde. Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Portaria Nº 1.428 .Ano 1993. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância Sanitária. Portaria Nº326 de 30 de Julho de 1997. CARDOSO,R.Cartilha do Manipulador de Alimentos.Escola de Nutrição da UFBa.2003. 33 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS FREITAS E COL, 2004. Sensibilidade antimicrobiana de cepas de staphylococcus spp. isoladas de carcaças de frango comercializadas em Recife, Arq. Bras. Med. Vet. Zootec., v.56, n.3, p.405-407, 2004. Disponível em: www.scielo.br/scielo.php FRANCO,B.D.G.M. & LANDGRAF,M. Microbiologia dos Alimentos.São Paulo, Atheneu, 2005.182p. GRANDO, W. F.; SCAPIN, D.; MALHEIROS, P. S.; ROSSI, E. M.; TONDO, E. C. Suscetibilidade a antimicrobianos de Staphylococcus aureus isolados de manipuladores de indústria de laticínios. Alim. Nutr., Araraquara v.19, n.4, p. 467- 471, out./dez. 2008. Disponível em: www.scielo.br/scielo.php HEDBERG, C. W., MACDONALD, K. L., & OSTERHOLM, M. T. Changing epidemiology of food borne disease: A Minnesota perspective. Clinical Infectious Disease, 18, 671– 682, 1994. 34 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA, R.C.C. Implementação do Sistema de Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle no Preparo de Pratos Cárneos em Alimentação Institucional. Tese ( Doutorado), Universidade Estadual de Campinas, Campinas, SP.1995. BRASIL. Ministério da Saúde. Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Portaria Nº 1.428 .Ano 1993. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância Sanitária. Portaria Nº326 de 30 de Julho de 1997. CARDOSO,R.Cartilha do Manipulador de Alimentos.Escola de Nutrição da UFBa.2003. 35 Ver filme VAMOS PRATICAR? Profs. Lindanor Neta e Tiago Curvo – Colarobação Profa. Jeane Ferreira 36 17/04/2018 10 37 DESCREVA , EM FORMA DE MÍMICA, QUAIS OS UTENSÍLIOS, LOCAIS, EQUIPAMENTOS ONDE HÁ AS PRINCIPAIS NEGLIGÊNCIAS DE LIMPEZA E SANITIZAÇÃO