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História e Cuidado na História da Enfermagem Prof. Carolina O QUE É HISTÓRIA??????????? O que é História???? • História é uma ciência humana que estuda o desenvolvimento do homem no tempo. A História analisa os processos históricos, personagens e fatos para poder compreender um determinado período histórico, cultura ou civilização. • Tem como objetivos resgatar os aspectos culturais de um determinado povo ou região para o entendimento do processo de desenvolvimento. Entender o passado também é importante para a compreensão do presente. • O estudo da História foi dividido em dois períodos: a Pré- História (antes do surgimento da escrita) e a História (após o surgimento da escrita, por volta de 4.000 a.C.). • Para analisar a Pré-História, os historiadores e arqueólogos analisam fontes materiais (ossos, ferramentas, vasos de cerâmica, objetos de pedra e fósseis) e artísticas (arte rupestre, esculturas, adornos). • Já o estudo da História conta com um conjunto maior de fontes para serem analisadas pelo historiador. Estas podem ser: livros, roupas, imagens, objetos materiais, registros orais, documentos, moedas, jornais, gravações, etc. Ciências auxiliares da História A História conta com ciências que auxiliam seu estudo. Entre estas ciências auxiliares, podemos citar: Antropologia (estuda o fator humano e suas relações), Paleontologia (estudo dos fósseis), Heráldica (estudo de brasões e emblemas), Numismática (estudo das moedas e medalhas), Psicologia (estudo do comportamento humano), Arqueologia (estudo da cultura material de povos antigos), Paleografia (estudo das escritas antigas) entre outras. Periodização da História Para facilitar o estudo da História ela foi dividida em períodos: • Pré-História: antes do surgimento da escrita, ou seja, até 4.000 a.C. • Idade Antiga (Antiguidade): de 4.000 a.C. até 476 (invasão do Império Romano) • Idade Média (História Medieval): de 476 a 1453 (conquista de Constantinopla pelos turcos otomanos). • Idade Moderna: de 1453 a 1789 (Revolução Francesa). • Idade Contemporânea: de 1789 até os dias de hoje. O Cuidado na História Cuidado em saúde significa dar atenção, tratar, respeitar, acolher o ser humano. O cuidado em saúde é uma dimensão da integralidade em saúde que deve permear as práticas de saúde. As pessoas querem se sentir cuidadas, acolhidas em suas necessidades de saúde. A enfermagem é considerada fundamental no cenário do cuidado à saúde, inclusive é a profissão que mais incorporou a prática do cuidar. É importante que os profissionais da saúde tratem o ser humano como indivíduo e não como objeto, um ser que precisa ser respeitado e cuidado e este cuidado deve ser ofertado com qualidade. O Cuidado na História Quando nos deparamos com a Enfermagem moderna, entendemos que as práticas hoje existentes são fruto do desenvolvimento de métodos e práticas que ao longo dos períodos históricos sofreram alterações. Nas diversas civilizações, o conceito de cuidado parte a partir do instinto chegando a profissionalização do mesmo. Nesta breve reflexão veremos de que forma esta evolução se fez possível. O Cuidado na História Surgiu do desenvolvimento e evolução das práticas de saúde no decorrer dos períodos históricos, de acordo com cada civilização havia métodos de cuidar por instinto, no período paleolítico ( idade da pedra lascada) por exemplo onde as mulheres permaneciam em casa realizando atividades domésticas e cuidando dos filhos, e os homens saiam para a caça, já neste período o cuidado acontecia, uma vez que o homem preocupava-se com o alimento de sua família, por isso a associação do trabalho de cuidar é totalmente feminista. O Cuidado na História Existia um domínio do gênero masculino ao misticismo (morreu de algo que se apoderou dele) e uma forte prática religiosa pelos sacerdotes dos templos. Neste período não existiam formação de um diagnóstico de doenças, o que existiam eram suposições de possessões espíritas, a doença era vista como um castigo divino ou espírito ruim que se apoderou do corpo. O Cuidado na História As doenças eram tidas como um castigo de Deus ou resultavam do poder do demônio. Por isso os sacerdotes ou feiticeiras acumulavam funções de médicos e enfermeiros. O tratamento consistia em aplacar as divindades, afastando os maus espíritos por meio de sacrifícios. Usavam-se: massagens, banho de água fria ou quente, purgativos, substâncias provocadoras de náuseas. Mais tarde os sacerdotes adquiriam conhecimentos sobre plantas medicinais e passaram a ensinar pessoas, delegando-lhes funções de enfermeiros e farmacêuticos. Alguns papiros, inscrições, monumentos, livros de orientações política e religiosas, ruínas de aquedutos e outras descobertas nos permitem formar uma ideia do tratamento dos doentes. O Cuidado na História EGITO As receitas médicas deviam ser tomadas acompanhadas da recitação de fórmulas religiosas. Praticava-se o hipnotismo e a interpretação de sonhos; acreditava-se na influência de algumas pessoas sobre a saúde de outras. O Cuidado na História ÍNDIA Documentos do século VI a.C. nos dizem que os hindus conheciam: ligamentos, músculos, nervos, plexos, vasos linfáticos, antídotos para alguns tipos de envenenamento e o processo digestivo. Realizavam alguns tipos de procedimentos, tais como: suturas, amputações, trepanações e corrigiam fraturas. O budismo contribui para o desenvolvimento da enfermagem e da medicina. Os hindus tornaram-se conhecidos pela construção de hospitais. Foram os únicos, na época, que citaram enfermeiros e exigiam deles qualidades morais e conhecimentos científicos. Nos hospitais eram usados músicos e narradores de histórias para distrair os pacientes. O Cuidado na História ASSÍRIA E BABILÔNIA Entre os assírios e babilônios existiam penalidades para médicos incompetentes, tais como: amputação das mãos, indenização, etc. A medicina era baseada na magia - acreditava-se que sete demônios eram os causadores das doenças. Os sacerdotes- médicos vendiam talismãs com orações usadas contra ataques dos demônios. Nos documentos assírios e babilônicos não há menção de hospitais, nem de enfermeiros. Conheciam a lepra e sua cura dependia de milagres de Deus, como no episódio bíblico do banho no rio Jordão. "Vai, lava-te sete vezes no Rio Jordão e tua carne ficará limpa"(II Reis: 5, 10-11). O Cuidado na História CHINA Os doentes chineses eram cuidados por sacerdotes. As doenças eram classificadas da seguinte maneira: benignas, médias e graves. Os sacerdotes eram divididos em três categorias que correspondiam ao grau da doença da qual se ocupava. Os templos eram rodeados de plantas medicinais. Os chineses conheciam algumas doenças: varíola e sífilis. Procedimentos: operações de lábio. Tratamento: anemias, indicavam ferro e fígado; doenças da pele, aplicavam o arsênico. Anestesia: ópio. Construíram alguns hospitais de isolamento e casas de repouso. A cirurgia não evoluiu devido a proibição da dissecação de cadáveres O Cuidado na História JAPÃO Os japoneses aprovaram e estimularam a eutanásia. A medicina era fetichista e a única terapêutica era o uso de águas termais. O Cuidado na História GRÉCIA As primeiras teorias gregas se prendiam à mitologia. Apolo, o Deus Sol, era o deus da saúde e da medicina. Usavam sedativos, fortificantes e hemostáticos, faziam ataduras e retiravam corpos estranhos, também tinham casas para tratamento dos doentes. A medicina era exercida pelos sacerdotes-médicos, que interpretavam os sonhos das pessoas. Tratamento: banhos, massagens, sangrias, dietas, sol, ar puro, água pura mineral. Dava-se valor à beleza física, cultural e a hospitalidade. O excesso de respeito pelo corpo atrasou os estudos anatômicos O Cuidado na História ROMA A medicina não teve prestígio em Roma.Durante muito tempo era exercida por escravos ou estrangeiros. Os romanos eram um povo, essencialmente guerreiro. O indivíduo recebia cuidados do Estado como cidadão destinado a tornar-se bom guerreiro, audaz e vigoroso. Roma distinguiu-se pela limpeza das ruas, ventilação das casas, água pura e abundante e redes de esgoto. Os mortos eram sepultados fora da cidade, na via Ápia. O desenvolvimento da medicina dos romanos sofreu influência do povo grego. O Cuidado na História Essa época corresponde ao aparecimento da Enfermagem como prática leiga, desenvolvida por religiosos e abrange o período medieval compreendido entre os séculos V e VIII. Período considerado pela medicina como período Hipocrático ( destacando a figura de Hipócrates). O Cuidado na História Hipócrates foi considerado o pai da Medicina ou o pai das profissões da saúde, por dissociar a arte de curar dos preceitos místicos e sacerdotais, através da utilização do método indutivo, da inspeção e da observação. As práticas de saúde medievais focalizavam a influência dos fatores socioeconômicos e políticos do medieval e da sociedade feudal nas práticas de saúde e as relações destas com o cristianismo. A abnegação, o espírito de serviço, a obediência e outros atributos, não de conotação profissional mas sim sacerdotal. As práticas de saúde pós monásticas evidenciam a evolução das ações de saúde e, em especial, do exercício da Enfermagem no contexto dos movimentos Renascentistas e da reforma Protestante. —Corresponde ao período que vai do final do século XII ao início do século XVI. —A retomada da ciência , o progresso social e intelectual da Renascença e a evolução das universidades não constituíram fator de crescimento para a Enfermagem. O Cuidado na História Enclausurada em hospitais religiosos, permaneceu empírica e desarticulada durante muito tempo, vindo a desagregar-se ainda mais a partir dos movimentos de reforma Religiosa e das conturbações da Santa inquisição. O hospital já negligenciado, passa a ser um insalubre depósito de doentes, onde homens, mulheres e crianças utilizam as mesmas dependências, amontoados em leitos coletivos. Sob exploração deliberada, considera um serviço doméstico, pela queda dos padrões morais que a sustentava, a prática de enfermagem tornou-se indigna e sem atrativo para mulheres de casta social elevada. As práticas de saúde no mundo analisam as ações de saúde e, em especial, as de Enfermagem, sob a óptica do sistema político-econômico da sociedade capitalista. Ressaltam o surgimento da enfermagem como atividade profissional institucionalizada. Esta análise inicia-se com a revolução industrial no século XVI que termina com o surgimento da Enfermagem moderna na Inglaterra, no século XIX. O Cuidado na História O Cuidado na História É na reorganização da instituição hospitalar e no posicionamento do médico como principal responsável por essa reordenação, que vamos encontrar as raízes do processo de disciplina e seus reflexos na enfermagem, ao ressurgir da fase sombria em que esteve submersa até então. Naquela época, estiveram sob piores condições, devido a predominância de doenças infectocontagiosas e à falta de pessoas preparadas para cuidar dos doentes. Os ricos continuavam a ser tratados em suas próprias casas, enquanto os pobres, além de não terem essa alternativa, tornavam-se objetos de instrução e de experiências que resultariam num maior conhecimento sobre as doenças em beneficio da classe abastada. A Enfermagem conseguiu novamente posição de destaque com a atuação de Florence Nightingale na Guerra da Criméia no século XIX em 1854, sendo que seus ensinamentos propagaram-se internacionalmente. Em 1887 surgiu um movimento realizado pelas enfermeiras inglesas que almejavam alcançar reconhecimento oficial do governo em relação ao curso e a melhorias das condições da profissão. Nos vemos no próximo capítulo.... A História da Enfermagem!