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CADERNO DOUTRINÁRIO 2
TÁTICA POLICIAL, ABORDAGEM A 
PESSOAS E TRATAMENTO ÀS VÍTIMAS
MANUAL TÉCNICO-PROFISSIONAL
nº 3.04.02/2013-CG
CADERNO DOUTRINÁRIO 2
TÁTICA POLICIAL, ABORDAGEM A 
PESSOAS E TRATAMENTO ÀS VÍTIMAS
MANUAL TÉCNICO-PROFISSIONAL
nº 3.04.02/2013-CG
Belo Horizonte - MG
Academia de Polícia Militar
2ª Edição revisada
2013
Direitos exclusivos da Polícia Militar do Estado de Minas Gerais (PMMG).
Reprodução condicionada à autorização expressa do Comandante-Geral da PMMG. 
Circulação restrita
Governador do Estado: Antonio Augusto Junho Anastasia
Comandante-Geral da PMMG: Cel. PM Márcio Martins Sant´ana 
Chefe do Estado-Maior: Cel. PM Divino Pereira de Brito
Chefe do Gabinete Militar do Governador: Cel. PM Luis Carlos Dias Martins 
Comandante da Academia de Polícia Militar: Cel. PM Sérgio Augusto Veloso Brasil
Chefe do Centro de Pesquisa e Pós-Graduação: Ten.-Cel. PM Sílvio José de Sousa Filho 
Tiragem: 3.000 exemplares
MINAS GERAIS. Polícia Militar. Tática Policial, Abordagem a Pessoas e
 tratamento às Vítimas - Belo Horizonte: Academia de Polícia Militar, 
2013. 
148 p.: il. (Manual Técnico-Profi ssional MTP 02.)
 ISBN 978-85-64764-02-6 
 Abordagem policial. 2. Busca Pessoal. 3.Uso de Algemas. 4. Tática
 Policial. I. Título. II. Série. 
 CDU 351.75
 CDD 352.2 
Ficha catalográfi ca: Rita Lúcia de Almeida Costa – CRB – 6ª Reg. n.1730 
ADMINISTRAÇÃO: 
Centro de Pesquisa e Pós Graduação 
Rua Diábase 320 – Prado Belo Horizonte – MG
CEP 30410-440 
Tel.: (0xx31)2123-9513 
E-mail: cpp@pmmg.mg.gov.br 
SUPORTE METODOLÓGICO E TÉCNICO
- Seção de Planejamento do Emprego Operacional (EMPM/3) 
Quartel do Comando-Geral da PMMG
Cidade Administrativa/Edifício Minas, Rodovia Prefeito Américo Gianetti, s/n – 6º 
andar - Bairro Serra Verde – Belo Horizonte – MG – Brasil - CEP 31.630-900
Telefone: (31) 3915-7799.
M663t
RESOLUÇÃO N° 4151, DE 09 DE JUNHO DE 2011. 
Aprova o Caderno Doutrinário 2 – Tática 
Policial, Abordagem a Pessoas e Tratamento 
às Vítima. 
O COMANDANTE-GERAL DA POLÍCIA MILITAR DE MINAS 
GERAIS, no uso das atribuições que lhe são conferidas pelo inciso I, 
alínea I do artigo 6°, item V, do Regulamento aprovado pelo Decreto n° 
18.445, de 15Abr77 – (R-100), e à vista do estabelecido na Lei Estadual 
6.260, de 13Dez73, e no Decreto n° 43.718, de 15Jan04, RESOLVE: 
Art. 1° Aprovar o Caderno Doutrinário 2 – Tática Policial, 
Abordagem a Pessoas e Tratamento às Vítimas. 
Art. 2° Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação. 
Art. 3° Revogam-se as disposições em contrário. 
QCG em Belo Horizonte, 09 de junho de 2011. 
(a) RENATO VIEIRA DE SOUZA, CORONEL PM 
COMANDANTE-GERAL 
Colaboradores 1ª Edição 2010
Coronel PM Fábio Manhães Xavier
Coronel PM Antônio Leandro Bettoni da Silva
Tenente-Coronel PM Marcelo Vladimir Corrêa
Major PM Alfredo José Alves Veloso
Major PM Wágner Eustáquio das Silva Almeida
Major PM Eduardo Domingues Barbosa
Capitão PM Renato Salgado Cintra Gil
Capitão PM Wanderson Garcia Costa Neves
Capitão PM Arnaldo Affonso
Capitão PM Marco Aurélio Zancanela do Carmo
Capitão QOS Fabrízia Lopes Brandão Pereira
Capitão PM Rodolfo César Morotti Fernandes
1º Tenente PM Rodrigo Saldanha
1º Tenente PM Édson Henrique Rabello de S. Mendes
1º Tenente PM Ricardo Luiz Amorim Gontijo Foureaux
1º Tenente PM Molise Zimmermann Fonseca de Souza
1º Tenente PM Polyana Cristina Barbalho
1º Tenente PM Antônio Hot Pereira de Faria
1º Tenente PM Luciana do Carmo Socorro Nominato
2º Tenente PM Anderson Pereira de Sousa
1º Sargento PM Antônio Geraldo Alves Siqueira
3º Sargento PM Ricardo Martins Lopes
3º Sargento PM Márcia Daniela Bandeira Silva
3º Sargento PM Nadja Alves de Sousa
Cabo PM Elias Sabino Soares
Soldado PM Leonardo Giori de Oliveira
Soldado PM Aline Vanessa Alves
Professor Hugo de Moura
Professora Maria Sílvia Santos Fiúza
Colaboradores 2ª Edição 2013
Tenente-Coronel PM Sílvio José de Sousa Filho
Major PM Eugênio Pascoal da Cunha Valadares
Major PM Cleverson Natal de Oliveira
Capitão PM Ricardo Luiz Amorim Gontijo Foureaux 
1º Tenente PM Rodrigo Saldanha
Subtenente PM Antônio Geraldo Alves Siqueira
2º Sargento PM Danilo Teixeira Alcântara
2º Sargento PM César Augusto Vilaça Júnior
 2º Sargento PM Luiz Henrique de Moraes Firmino
Cabo PM Elias Sabino Soares
FIGURA 1 – Coberta (Perspectiva do policial militar)............................................................ 22 
FIGURA 2 – Coberta (Perspectiva do abordado ......................................................................23
FIGURA 3 – Abrigo .............................................................................................................................23
FIGURA 4 - Rastejo 1º processo (arma de porte) e (arma portátil)..................... 25
FIGURA 5 - 2º processo (arma de porte) e (arma portátil)....................................... 26 
FIGURA 6 – Uso de Escudo Balístico (Segurança Mínima) ................................................. 27 
FIGURA 7 - Uso de Escudo Balístico (Segurança Máxima) ...................................................28 
FIGURA 8 – Uso de Escudo Balístico (Segurança Mínima com arma na lateral) ......... 29 
FIGURA 9 – Uso de Escudo Balístico (Segurança Mínima com arma à frente do visor) ......30 
FIGURA 10 – Comunicação por gestos ......................................................................................32 
FIGURA 11 – Técnica de Uso da Lanterna “Posição 1” .........................................................34 
FIGURA 12 – Técnica de Uso Utilização da lanterna “Posição 2” ........................................34 
FIGURA 13 – Tomada de ângulo ou “fatiamento” (visão do policial militar) ................35 
FIGURA 14 – Tomada de ângulo ou “fatiamento” - (Visão do abordado) .......................36 
FIGURA 15 – Olhada rápida (visão do policial militar) ..........................................................36
FIGURA 16 - Olhada rápida (visão do abordado) ................................................................... 37
FIGURA 17 – Uso do espelho .........................................................................................................38
FIGURA 18 – Ângulos de aproximação ......................................................................................39
FIGURA 19 – Postura Aberta - mãos livres ................................................................................41 
FIGURA 20 – Postura de Prontidão ..............................................................................................41 
FIGURA 21 - Postura Defensiva .....................................................................................................42 
FIGURA 22 – Posição 1: Arma localizada coldre desabotoado.......................................... 44
FIGURA 23 – Posição 2: Guarda baixa .........................................................................................44 
FIGURA 24 – Posição 3: Guarda alta ............................................................................................45
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 25 – Posição 4: Pronta-resposta ....................................................................................46 
FIGURA 26 – Técnica de Aproximação Triangular e Área de Contenção ........................48 
FIGURA 27 – Esquema tático de aproximação com 2 policiais e 1 abordado ..............50 
FIGURA 28 – Esquema tático de aproximação com 2 policiais e 2 abordados ............50
FIGURA 29 – Esquema tático de aproximação com 2 policiais e 3 abordados ............51 
FIGURA 30 – Esquema táticode aproximação com 3 policiais e 1 abordado ..............51
FIGURA 31 – Esquema tático de aproximação com 3 policiais e 4 abordados ............52 
FIGURA 32 - Esquema tático de aproximação com 4 policiais e 4 abordados ............52 
FIGURA 33 - Composição da patrulha com 6(seis ) PMs (vista pela retaguarda).........55
FIGURA 34 - Deslocamento ponto a ponto..............................................................................57
FIGURA 35 - Postura de combate- (vista lateral)....................................................................58
FIGURA 36 - Postura torre................................................................................................................58
FIGURA 37 - Postura Tática Siamesa Sequencia V L T Y..........................................................59
FIGURA 38 - Postura Hi-Low............................................................................................................60
FIGURA 39 - Resgate de feridos(posição dos braços) ........................................................... 61
FIGURA 40 – Busca minuciosa na posição de contenção em pé, sem apoio ...............85 
FIGURA 41 – Busca minuciosa na posição de contenção em pé, com apoio............... 86 
FIGURA 42 – Busca minuciosa na posição de contenção ajoelhado............................... 88 
FIGURA 43 – Busca minuciosa na posição de contenção deitado ...................................89
FIGURA 44 – Sistema de trava de algemas ...............................................................................94 
FIGURA 45 – Verificação da vítima .............................................................................................139 
FIGURA 46 – Isolamento do local ..............................................................................................140
FIGURA 47 – Pessoas alterando local de crime .....................................................................141 
FIGURA 48 – Tratamento com a imprensa ..............................................................................142 
1 APRESENTAÇÃO ............................................................................................................15 
2 TÉCNICA E TÁTICA POLICIAL BÁSICA ...................................................................21 
2.1 Deslocamentos Táticos ..............................................................................................21 
2.1.1 Uso de cobertas e abrigos ....................................................................................22 
2.1.2 Tipos de deslocamentos a pé ..............................................................................24 
2.1.3 Deslocamentos por rastejo ..................................................................................25 
2.1.4 Técnicas de uso do escudo balístico .................................................................27 
2.2 Disciplina de luz e som ..............................................................................................31 
2.3 Comunicação por gestos ..........................................................................................31 
2.4 Técnicas de uso de lanterna .....................................................................................32 
2.5 Técnicas de varredura ................................................................................................35 
2.6 Posições/posturas adotadas pelo policial militar na abordagem a 
pessoas .................................................................................................................................38 
2.6.1 Ângulos de aproximação ......................................................................................39 
2.6.2 Posturas de abordagem com as mãos livres ..................................................40 
2.6.3 Posições de emprego de arma de fogo ...........................................................43 
2.7 Técnica de Aproximação Triangular (TAT)........................................................... 47
2.7.1 Patrulha Policial Militar ...........................................................................................53
2.7.2 Tipos de Patrulha Policial Militar .........................................................................53
2.7.3 Fomação Básica da Patrulha ...............................................................................54
2.7.4 Deslocamentos da Patrulha ................................................................................56
2.7.4.1 Tipos de Deslocamentos ....................................................................................56
2.7.5 Posturas Táticas ........................................................................................................58
2.7.6 Resgate de Feridos .................................................................................................. 60
3 ABORDAGEM A PESSOAS ..........................................................................................65 
3.1 Uso diferenciado de força nas intervenções policiais ....................................66 
3.2 Níveis de Intervenção ................................................................................................66 
3.3 Técnicas e táticas de abordagem a pessoas ......................................................70 
3.4 Modelos de abordagem ............................................................................................71 
SUMÁRIO
3.4.1Intervenção nível 1 (assistência e orientação) ................................................71
3.4.2 Intervenção nível 2 (verificação preventiva) ..................................................72 
3.4.3 Intervenção nível 3 (verificação repressiva) ...................................................74 
4 BUSCA PESSOAL ............................................................................................................79 
4.1 Aspectos legais da busca pessoal ..........................................................................79 
4.2 Tipos de Busca Pessoal ..............................................................................................82 
4.2.1 Busca Ligeira ..............................................................................................................82 
4.2.2 Busca Minuciosa .......................................................................................................83 
4.2.3 Busca Completa ........................................................................................................90 
4.3 Uso de algemas ............................................................................................................90
4.3.1 Recomendações Gerais do Uso de Algemas ................................................. 95 
5 PROCEDIMENTOS POLICIAIS ESPECÍFICOS ......................................................99
5.1 Procedimentos Policiais em Ocorrências Envolvendo Autoridades.......... 99 
5.1.1 Membros do Poder Executivo ...........................................................................100
5.1.2 Membros do Poder Legislativo .........................................................................101 
5.1.3 Membros do Poder Judiciário ...........................................................................102 
5.1.4 Membros do Ministério Público .......................................................................102 
5.1.5 Membros de Órgãos Policiais ........................................................................... 103 
5.1.6 Membros das Forças Armadas ......................................................................... 103 
5.1.7 Membros da Advocacia ...................................................................................... 103 
5.1.8 Outras Instituições ...............................................................................................104 
5.2 Abordagens policiais a grupos vulneráveis .....................................................106 
5.3 Atuação policial frente às minorias ....................................................................117 
5.4 Abordagem a pessoas em surto de drogas .....................................................120 
6 TRATAMENTO ÀS VÍTIMAS .....................................................................................125 
6.1 Procedimentos com vítimas em locais de ocorrência .................................127 
7 LOCAL DE CRIME .........................................................................................................133 
7.1 Classificação do Local de Crime e Conceitos Correlatos .............................133 
7.2 Prova ..............................................................................................................................134 
7.3 Procedimentos no local de crime ........................................................................136 
7.4 Cadeia de Custódia de Vestígios ..........................................................................143 
REFERÊNCIAS ...................................................................................................................145 
REFERÊNCIAS
SEÇÃO 1
APRESENTAÇÃO
15
 Manual Técnico-Profissional 3.04.02
1 APRESENTAÇÃO 
O Manual Técnico-Profissional 3.04.02 (MTP 2) – Tática Policial, 
Abordagem a Pessoas e Tratamento às Vítimas está em conformidade 
com a legislação brasileira, em especial à Portaria Interministerial do Uso da 
Força1, e com as normas internacionais de Direitos Humanos, oriundas das 
Organização das Nações Unidas (ONU), aos quais são aplicadas à função 
policial. 
Este documento tem como referência os fundamentos da abordagem policial 
do Manual Técnico-Profissional 3.04.01 (MTP 1) – Intervenção Policial, 
Processo de Comunicação e Uso de Força e trata da aplicação da técnica e 
tática policial à atividade-fim. 
A construção das técnicas e táticas descritas neste Caderno é fruto de 
experiências positivas vivenciadas no cotidiano operacional, de pesquisa e 
da análise de simulações de ações policiais em âmbito acadêmico. 
Este volume enfatizará a abordagem a pessoas, bem como as ações que 
devem ser realizadas de forma preparatória e posteriores a esta intervenção. 
Logo, a leitura do MTP 2 deve, obrigatoriamente, ser precedida da leitura do 
MTP 1. 
A seção 2 do Caderno é dedicada à apresentação de técnicas e táticas policiais 
que antecederão a abordagem policial, como deslocamentos táticos, uso de 
equipamentos como escudos balísticos e lanternas, técnicas de varredura e 
de aproximação, bem como posturas de abordagem com as mãos livres e 
posições de emprego de arma de fogo. 
A abordagem policial2 é tratada na seção 3, onde é feita uma exposição 
transversal com os princípios de uso de força e a classificação de risco, 
estudados no CD 1. São descritas técnicas e táticas de abordagem a pessoas, 
e traçado um modelo policial de referência para as abordagens nos diversos 
níveis de intervenção. 
A abordagem a pessoas envolve um conjunto ordenado de ações policiais 
para se aproximar de um ou mais indivíduos, com o intuito de resolver 
demandas do policiamento ostensivo. Este conceito possui um sentido 
amplo, ou seja, abrange a todos os cidadãos, não se restringindo às pessoas 
em situação de suspeição. 
1 Portaria Interministerial 4226/10.
2 Ver MTP 1
16
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA
Na seção 4 são descritos os procedimentos relacionados à busca pessoal, 
bem como seu embasamento legal. Esta etapa da intervenção policial será 
realizada desde que haja fundada suspeita em relação à pessoa. 
Procedimentos policiais para o tratamento de públicos específicos 
(minorias, grupos vulneráveis, entre outros) são temas presentes na seção 5, 
demonstrando o compromisso institucional no alinhamento desta doutrina 
às normas internacionais de direitos humanos. 
No cumprimento da visão institucional da Polícia Militar de Minas Gerais 
(PMMG), de atingir excelência na promoção das liberdades e dos direitos 
fundamentais, este Caderno traz na seção 6 um enfoque de atenção do 
policial militar à vítima de crime, tema pouco explorado nos documentos 
normativos das polícias brasileiras e no ordenamento jurídico nacional. 
A seção 7 é dedicada ao procedimento operacional em locais de crime, por 
meio da classificação e conceitos dos locais de crime, bem como na descrição 
de procedimentos específicos a serem adotados no local onde ocorreu um 
delito e a cadeia de custódia de vestígios. 
Diante desses conhecimentos, o policial militar deve refletir sobre seu 
papel na sociedade e a melhor maneira de executar o seu trabalho. Ele 
deve se reconhecer como integrante da comunidade que exerce um papel 
diferenciado por sua qualificação profissionalização e atributos policiais 
militares continuamente desenvolvidos a pautar sua conduta operacional.
Assim, o vigor operacional da Corporação, sua força e eficiência devem 
se mostrar no esforço e energia diária desprendidos por todos militares 
na garantia da lei e da ordem no Estado de Minas Gerais. Este exercício 
profissional deve traduzir-se individualmente em disciplina, lealdade, 
honestidade, espírito de corpo, iniciativa, dedicação, equilíbrio emocional, 
coragem, abnegação, vigor físico, civismo e patriotismo.
17
 Manual Técnico-Profissional 3.04.02
Este documento faz parte de um conjunto de Manuais Técnicos-Profissionais 
denominados Prática Policial Básica, a saber: 
Manual Técnico-Profissional 3.04.01 (MTP 1) – Intervenção Policial, Processo 
de Comunicação e Uso de Força 
Manual Técnico-Profissional 3.04.02 (MTP 2) – Tática Policial, Abordagem a 
Pessoas e Tratamento às Vítimas 
Manual Técnico-Profissional 3.04.03 (MTP 3) – Blitz Policial 
Manual Técnico-Profissional 3.04.04 (MTP 4) – Abordagem a Veículos 
Manual Técnico-Profissional 3.04.05 (MTP 5) – Escoltas Policiais e Conduções 
Diversas. 
SEÇÃO 2
TÉCNICA E TÁTICA
POLICIAL BÁSICA
21
 Manual Técnico-Profissional 3.04.02
2 TÉCNICA E TÁTICA POLICIAL BÁSICA 
Entende-se por técnica policial o conjunto dos métodos e procedimentos 
utilizados na execução da atividade policial. O estabelecimento de técnicas 
visa alcançar os princípios da eficiência, segurança e legalidade. 
Para cada recurso utilizado no serviço policial, seja humano ou material, 
existem técnicas pré-estabelecidas. O emprego correto da técnica exige 
treinamento permanente, e cabe ao policial militar conhecer e empregar 
as técnicas apresentadas neste caderno. O treinamento policial deve estar 
alinhado com a identidade organizacional e ser realizado de forma contínua, 
sendo o policial militar protagonista neste processo de auto-aprimoramento 
profissional. 
Essas técnicas foram selecionadas e aperfeiçoadas a partir de diversas 
experiências vivenciadas no cotidiano operacional e acadêmico, levando-
se em conta a segurança nas abordagens, a coerência com os fundamentos 
legais e éticos presentes nas normas internacionais e nacionais de direitos 
humanos. 
Além do domínio das técnicas (como fazer?), outro fator importante para o 
sucesso das intervenções é a disciplina tática. 
Entende-se por tática policial a forma de se aplicar com eficácia os recursos 
técnicos que se dispõe, ou de se explorar as condições favoráveis para se 
atingir os objetivos desejados. 
A disciplina tática consiste na obediência de todos os policiais militares, 
quando atuando em grupo, ao exercer suas ações (o que e quando fazer?), 
no exato local (onde fazer?) definido no planejamento de cada atividade. 
Isso propicia uma melhor coordenação das ações e dos procedimentos 
de cada policial militar na sua respectiva responsabilidade de atuação e, 
consequentemente, aumenta a segurança dosenvolvidos. 
Para garantir a disciplina tática, todos os policiais militares devem conhecer 
sua função no ambiente de intervenção e conscientizar-se que cada 
atribuição, por mais simples que pareça, é imprescindível para que o caso 
tenha uma solução satisfatória (por que fazer?). 
2.1 Deslocamentos Táticos 
Correspondem às movimentações, realizadas por policiais militares, com 
o objetivo de progredir, aproximar e abordar pessoas, adotando técnicas 
22
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA
específicas que permitam agir com rapidez, surpresa e segurança. A 
observância desses fundamentos da abordagem policial potencializa ações e 
asseguram que o objetivo proposto seja alcançado com mais eficácia. 
Abaixo, estudaremos as técnicas a serem empregadas nos deslocamentos: 
2.1.1 Uso de cobertas e abrigos 
Nos deslocamentos táticos, os policiais militares deverão identificar locais no 
ambiente que permitam proteção e ocultação. 
A ocultação visa possibilitar que os policiais militares desloquem até o 
local determinado, sem serem vistos pelos suspeitos até o momento da 
abordagem, ou seja, conseguindo assim o fundamento da surpresa. 
A proteção visa diminuir o risco do policial militar ser agredido ou alvejado 
pelo suspeito. 
Portanto, nos deslocamentos, os policiais militares deverão buscar cobertas e 
abrigos para proteção e ocultação. 
As cobertas e os abrigos são anteparos existentes na natureza ou produzidos 
pelo homem, encontrados ao longo do deslocamento ou no cenário onde 
ocorre a intervenção policial, sabendo que: 
a) as cobertas são usadas como ocultação. Não têm a capacidade de deter 
projéteis disparados contra o militar. Exemplos: portas em madeira, arbustos, 
fumaça, neblina, um local escuro ou outro fator que dificulte a visualização e 
os movimentos do policial ( figuras 1 e 2). 
Figura 1 – Coberta (Perspectiva do policial militar) 
23
 Manual Técnico-Profissional 3.04.02
Figura 2 – Coberta (Perspectiva do abordado) 
b) os abrigos são usados como proteções, e são anteparos que, por suas 
características e dimensões, são capazes de proteger o policial militar contra 
disparos de arma de fogo e arremesso de objetos. 
Exemplos: postes, muros, paredes, parte frontal de veículos (compartimento 
do motor), caçambas metálicas, tronco de árvores, dentre outros (Figura 3). 
Figura 3 – Abrigo 
24
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA
Para maximizar a proteção nos deslocamentos e nas abordagens, deve-se, 
sempre que possível, conjugar a coberta com o abrigo. 
O deslocamento tático em áreas amplas, abertas e sem proteção, podem 
comprometer a segurança do policial militar. Todavia, sendo necessária a 
movimentação nessas áreas, deverá ser realizada de forma rápida com silhueta 
reduzida ou lenta através dos procedimentos de rastejo, se as circunstâncias 
exigirem, e sempre com a cobertura da equipe. 
2.1.2 Tipos de deslocamentos a pé 
Existem três tipos principais de deslocamento tático de policiais no processo 
a pé, variando de acordo com o objetivo a ser alcançado: 
a) Deslocamento Lento: é o passo com velocidade moderada, que permita 
ao policial militar observar todos os pontos de foco e pontos quentes antes 
de progredir. O policial militar deverá estar de silhueta reduzida, com a 
arma nas posições de guarda baixa ou guarda alta. Deverá ser empregado, 
preferencialmente, nas intervenções de risco nível II e III, em que há necessidade 
de aproximação mais segura do objetivo a pé, mantendo a ocultação dos 
policiais militares até o momento da abordagem. Exige disciplina de luz e 
som, que será apresentada no item 2.2. Exemplos: abordagens a edificações; 
b) Deslocamento Normal: é o passo natural, com compostura, em que 
o policial militar deverá estar no estado de atenção ou de alerta, com a 
arma localizada no coldre, observando o que acontece à sua volta. Este 
deslocamento, devido ao pouco desgaste físico, permite percorrer grandes 
distâncias e empenho em jornadas prolongadas. Deverá ser empregado em 
rastreamentos e deslocamentos longos até a aproximação mediata do alvo 
principal da intervenção. Exemplo: deslocamentos para diligência de captura 
de presos em fuga em área rural; 
c) Deslocamento rápido: é o passo com velocidade acelerada que permite 
ao policial militar alcançar o objetivo com rapidez. Este tipo de deslocamento 
deverá ser empregado mediante prévia avaliação dos riscos, nos seguintes 
casos, entre outros: 
I- Perseguição de suspeito enquanto estiver à vista. O policial militar deve 
alterar o tipo de deslocamento conforme a avaliação das áreas de risco ou 
segurança; 
II- Progressão em áreas amplas, carentes de cobertas e abrigos. Nestes casos, 
o policial militar poderá empregar técnica de deslocamento com mudança 
brusca de direção “ziguezague”; 
III- Intervenções com objetivo de salvar vidas.
wanner
Destacar
wanner
Destacar
wanner
Destacar
25
 Manual Técnico-Profi ssional 3.04.02
2.1.3 Deslocamentos por rastejo 
Existem três processos de deslocamento de policiais militares por rastejo, 
variando de acordo com o objetivo a ser alcançado e a necessidade. 
Mostraremos a seguir apenas dois processos que são mais aplicáveis a 
atividade Policial Militar.
a) 1º Processo: o policial militar apoiará seu corpo ao solo em decúbito 
ventral, mantendo seu corpo o mais próximo possível do chão. O PM se 
locomoverá por meio da tração alternada de cotovelos e joelhos, ou seja, 
o joelho esquerdo move-se junto com o cotovelo direito, e vice-versa, de 
forma sucessiva. Durante o deslocamento, os joelhos fl exionarão até o limite 
do quadril. Caso o policial militar esteja portando arma longa, ela deverá ser 
transportada nos braços, perpendicularmente ao corpo, para que não entre 
sujeiras em seu cano. Caso esteja empunhando arma de porte, esta fi cará na 
mão forte, com dedo fora do gatilho.
Figura 4 - Rastejo 1º processo (arma de porte) e (arma portátil)
ATENÇÂO! Perseguição policial é o procedimento 
adotado pelas forças policiais para acompanhar 
visualmente ou seguir um suspeito da prática de um 
delito, que se encontra em fuga, com objetivo de 
capturá-lo para adoção das medidas legais cabíveis. (O 
tema de perseguição policial a veículos é tratado no 
Caderno Doutrinário 4). 
26
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA
b) 2º Processo: o policial militar apoiará seu corpo ao solo em decúbito 
ventral. Manterá seus cotovelos e antebraços no chão. Flexionará apenas uma 
perna, e a utilizará para impulsionar o corpo para frente, juntamente com a 
ajuda das mãos e antebraços. Caso o policial militar esteja portando arma 
longa, ela poderá ser conduzida por uma das mãos à frente do corpo segura 
pela bandoleira, cano da arma voltado para frente, elevando o armamento o 
mínimo necessário a cada impulsão. Caso esteja empunhando arma de porte, 
esta ficará na mão forte, com dedo fora do gatilho. Este processo faz com 
que a movimentação seja mais lenta e cansativa em relação ao primeiro, mas 
melhora as condições de ocultação e proteção.
figura 5 - Rastejo 2º processo (arma de porte) e (arma portátil)
27
 Manual Técnico-Profissional 3.04.02
2.1.4 Técnicas de uso do escudo balístico 
Para maior segurança nos deslocamentos, o policial militar poderá, ainda, 
recorrer ao escudo balístico. 
O escudo balístico é um equipamento que visa proteger a pessoa que o 
conduz. Contudo, com a técnica adequada, sua capacidade de proteção 
poderá se estender aos demais policiais militares da equipe durante o 
processo de deslocamento. As progressões utilizando escudos balísticos 
podem ser feitas de duas formas principais, variando de acordo com o nível 
de segurança: 
a) Segurança Mínima: 
t�o escudo será conduzido pelo 1° policial militar, na posição de pé (Figura 6). 
Figura 6 – Uso de Escudo Balístico (Segurança Mínima) 
a) Segurança Máxima: 
t� oescudo será utilizado pelo 1° policial militar, que deslocará com a silhueta 
reduzida, com o escudo bem próximo ao solo. Em casos de disparo contra 
a guarnição, ou para conceder mais segurança em uma abordagem, o 1º 
28
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA
policial militar interromperá o deslocamento e ficará na posição de joelhos 
(escudo no chão) (Figura 7). 
Figura 7 - Uso de Escudo Balístico (Segurança Máxima) 
Em ambos os casos, o armamento será conduzido lateralmente ao escudo, 
de modo que a armação encoste no equipamento e apenas o cano fique 
exposto. Havendo necessidade extrema de disparo, o policial militar levará o 
29
 Manual Técnico-Profissional 3.04.02
armamento para frente do visor do escudo, para melhor controle da visada, 
fazendo a empunhadura lateral (figuras 7 e 8). Todavia, o mais recomendado 
é que outro policial militar com melhor posicionamento tático realize os 
disparos para neutralizar o agressor. 
Figura 8 – Uso de Escudo Balístico (Segurança Mínima e Máxima com arma na lateral) 
30
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA
Figura 9 – Uso de Escudo Balístico (Segurança Mínima e Máxima com arma à frente do visor)
31
 Manual Técnico-Profissional 3.04.02
2.2 Disciplina de luz e som 
A disciplina de luz e som é o conjunto de recomendações que pode ser 
empregado para reduzir ou eliminar a emissão de ruídos e de luminosidade 
que possam denunciar o posicionamento do policial militar. 
Para manutenção da disciplina de luz, os policiais militares deverão 
ocultar o visor do celular, caso seja necessário seu uso como instrumento 
de comunicação. Além disso, jamais acender cigarro e evitar expor objetos 
cromados com capacidade de reflexão de luz direta. Os policiais militares 
deverão fazer o uso da lanterna de acordo com as técnicas de emprego deste 
equipamento, conforme seção 2.4.
Simples medidas podem preservar a vantagem tática durante a abordagem. 
Para manutenção da disciplina de som: 
��realizar a auto-inspeção (bater nos bolsos, efetuar pequenos saltos) 
antes de iniciar o deslocamento, retirando materiais que façam barulho; 
��manter no modo silencioso ou desligado os telefones celulares, alarmes 
de relógio e similares; 
��certificar-se de que os metais do cinturão ou de qualquer objeto 
conduzido estejam realmente presos, como as algemas, apitos, tonfa, 
outros; 
��ajustar o volume do rádio HT ou, quando possível, usar fones de ouvido 
para comunicação. 
Iniciada a progressão, deve-se observar a presença de objetos espalhados pelo 
solo (copos plásticos, garrafas, folhas secas, outros) que possam provocar ruídos. 
2.3 Comunicação por gestos 
A comunicação por gestos é uma técnica utilizada nos deslocamentos. 
Trata-se de comunicação não verbal, executada por intermédio de sinais 
convencionados, que objetivam intermediar mensagens entre os policiais 
militares de forma silenciosa. Propicia a aproximação cautelosa e discreta. 
Os gestos mais utilizados nas intervenções são os demonstrados na figura 10. 
32
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA
Figura 10 – Comunicação por gestos 
Além dos gestos apresentados, a equipe poderá convencionar outros, de 
acordo com a necessidade. Para maior efetividade da comunicação, antes da 
entrada em operação, as equipes deverão checar a compreensão dos gestos 
a serem utilizados. 
2.4 Técnicas de uso de lanterna 
O olho humano não tem capacidade para se adaptar de forma rápida e efetiva 
às variações da luminosidade dos ambientes. 
33
 Manual Técnico-Profissional 3.04.02
Ao passar de um ambiente iluminado para um de baixa luminosidade, ou 
vice-versa, é preciso que o policial militar aguarde alguns segundos, para 
que sua visão se adapte às novas condições do ambiente, antes de iniciar o 
deslocamento. 
No cotidiano operacional, o policial militar se depara com ambientes de 
baixa luminosidade, mesmo durante o dia. Nessas circunstâncias, a visão em 
profundidade e a percepção de detalhes ficam prejudicadas e os objetos, em 
geral, adquirem uma tonalidade cinza ou parda. 
A lanterna é um recurso eficaz para ambientes de baixa luminosidade. Suas 
principais utilidades são: 
��iluminação do ambiente; 
��identificação de pessoas ou objetos; 
��auxílio na realização da pontaria; 
��ofuscamento da visão do abordado; 
��sinalização. 
A lanterna deve ser utilizada com acionamentos intermitentes, para que 
a posição do policial militar e dos demais integrantes da equipe não seja 
denunciada. Além disso, o acionamento de lanterna, atrás de outro policial 
militar deve ser evitado. 
Se, durante o deslocamento, o policial militar deparar com um suspeito, 
poderá focalizar o feixe de luz nos olhos do abordado, com o objetivo de 
ofuscar-lhe a visão, procurando abrigo para realização de uma verbalização 
segura. 
O feixe de luz deverá permanecer sobre os olhos do abordado o tempo 
necessário para averiguar se ele está armado ou enquanto apresentar perigo. 
A lanterna será conduzida pela mão que não estiver empunhando a arma de 
fogo e sempre acompanhará a direção do cano. Desta forma, o foco de visão 
do policial militar, o cano da sua arma e o feixe de luz deverão estar voltados 
para a mesma direção. 
34
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA
As posições de empunhadura da lanterna são as seguintes: 
a) posição 1: o policial militar apoiará a lanterna lateralmente na armação 
da arma, segurando-a com o dedo polegar e o indicador. É apropriada para 
lanternas com botão de acionamento lateral (Figura 11). 
Figura 11 – Técnica de Uso da Lanterna “Posição 1” 
b) posição 2: o policial militar coloca a mão que está com a lanterna abaixo da 
mão que segura a arma. As costas das mãos se apóiam para dar estabilidade 
ao conjunto, conforme ilustra a (Figura 10). É importante frisar que, nesta 
posição, o armamento está em empunhadura simples com apoio, o que 
poderia dificultar uma boa sustentação e estabilidade após o recuo da arma 
entre um disparo e outro. 
Figura 12 – Técnica de Uso Utilização da lanterna “Posição 2”. 
35
 Manual Técnico-Profissional 3.04.02
2.5 Técnicas de varredura 
A varredura consiste na verificação visual feita pelo policial militar, de um 
determinado espaço físico localizado em uma área de risco. Para realizá-la, 
os policiais militares poderão utilizar três técnicas básicas denominadas: 
tomada de ângulo, olhada rápida e uso do espelho. 
a) Tomada de ângulo 
Conhecida também como fatiamento permite checar o ambiente por 
segmentos. Seu objetivo é propiciar a visualização total ou parcial de uma 
pessoa ou de um objeto (pés, mãos, roupas, armamento, dentre outros), 
antes que o policial militar seja visto pelo abordado. 
A varredura será feita de maneira lenta e gradual, frente a locais com ângulos 
desconhecidos (esquina de becos, portas, corredores, escadas, dentre 
outros). O policial militar se moverá lateralmente, sem a exposição do corpo e 
sem cruzar as pernas, tendo como referência o obstáculo (parede, muro, por 
exemplo), que lhe servirá de abrigo. 
A tomada de ângulo será feita até que se tenha o controle visual total do 
ambiente ou visualize partes do corpo do abordado, momento em que 
recorrerá à verbalização e às técnicas de abordagem. 
Com a arma na posição 3 – guarda alta, o policial militar manterá os 
cotovelos recolhidos, para evitar a visualização de sua sombra e de peças do 
fardamento (Figura 13 e 14). 
Figura 13 – Tomada de ângulo ou “fatiamento” (visão do policial militar) 
36
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA
Figura 14 – Tomada de ângulo ou “fatiamento” - (visão do abordado) 
A verbalização deverá iniciar-se tão logo o policial militar localize um suspeito, 
procurando manter o controle visual. 
b) Olhada rápida 
Esta técnica tem por objetivo propiciar a visualização instantânea de um 
suspeito, sem ser visto por ele. 
Para realizá-la, o policialmilitar deve expor a cabeça lateralmente, observar a 
área de risco, e retornar à posição abrigada, o mais rápido possível. 
Se a repetição do movimento for necessária, o policial militar deverá alternar 
o ponto de observação, como se vê na figura 15 e 16. 
Figura 15 – Olhada rápida (visão do policial militar) 
37
 Manual Técnico-Profissional 3.04.02
Figura 16 - Olhada rápida (visão do abordado) 
Durante sua execução, a arma deverá estar no coldre ou em uma das mãos, 
devendo o policial militar atentar para o controle da direção do cano. 
Antes de empregar a técnica, o policial militar deverá ter próximo à sua 
retaguarda, em cobertura, outro policial militar, que deverá estar em pé, com 
a arma na posição 2 – guarda baixa, sem apontá-la em direção ao executor 
e expô-lo ao perigo. 
Ao avistar a área de risco e identificar o(s) suspeito(s) com a olhada rápida, o 
policial militar executor sinalizará para os outros policiais militares o número 
e localização dos suspeitos, bem como se estão armados. 
Caso tenham supremacia de força3, deverão usar, após a olhada rápida, a 
técnica de tomada de ângulo, com o objetivo de se posicionarem seguramente 
para emprego da verbalização e abordagem. 
c) Uso do espelho 
O uso do espelho é uma técnica que contribui para aumentar a segurança do 
policial militar. A varredura será realizada com o espelho de baixo para cima 
ou vice-versa, cautelosamente e devagar, observando todos os ângulos. É 
conveniente que o espelho a ser utilizado seja convexo e sustentado por uma haste, 
para facilitar o manuseio e permitir uma maior amplitude visual. Ao conhecer a 
posição do suspeito, o policial militar deverá recorrer à tomada de ângulo a fim de 
3 Ver seção 3 deste Caderno.
wanner
Destacar
38
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA
manter o controle sobre os pontos de foco e pontos quentes4 e empregar 
a verbalização. 
Figura 17 – Uso do espelho 
Embora apresentadas isoladamente, o policial militar deve dominar as três 
técnicas descritas, para que as utilize segundo a conveniência e a necessidade. 
Simultaneamente, poderá realizar o fatiamento, com olhadas rápidas ou com 
o recurso do espelho, aumentando ainda mais o seu campo visual. 
2.6 Posições/posturas adotadas pelo policial na abordagem a pessoas 
Posições/posturas de abordagem, também conhecidas como “posturas 
táticas”, são técnicas que definem o posicionamento do corpo e da arma do 
policial militar, que o possibilitam aproximar-se e verbalizar com o abordado 
de maneira segura, potencializando sua capacidade de autodefesa e 
viabilizando o uso diferenciado de força. 
As posturas referem-se ao posicionamento corporal do policial militar com 
as mãos livres, enquanto posições referem-se a empunhadura de armas ou 
equipamentos. 
A posição/postura do policial militar durante uma abordagem influencia 
diretamente no processo mental de agressão5 do abordado retardando 
a etapa de decisão. Uma atitude relapsa transmite despreparo profissional 
e expõe a segurança do policial militar, enquanto outra, demasiadamente 
4 Ver Seção 4 do MTP 1.
5 Ver Seção 4 do MTP 1.
39
 Manual Técnico-Profissional 3.04.02
rígida ou desrespeitosa, poderia causar indignação. 
A posição/postura do policial militar durante a abordagem deve estar 
diretamente vinculada ao risco com o qual ele pode se deparar. Por isso, em 
toda abordagem, este deve empregar a metodologia de avaliação de risco6 
para decidir a melhor técnica a ser utilizada. 
Antes de estabelecer as posições/posturas, é necessário definir os ângulos de 
aproximação entre o policial militar e o abordado. A aplicação do conhecimento 
sobre estes ângulos proporcionará maior segurança na abordagem. 
2.6.1 Ângulos de aproximação 
Nas abordagens7e buscas pessoais8, os policiais militares deverão atentar 
pela segurança. Para tanto, foram estabelecidos ângulos de aproximação ao 
abordado, conforme figura 18. 
Figura 18 – Ângulos de aproximação 
O policial militar procurará não se aproximar do espaço compreendido entre 
os braços do abordado, porque poderá ser atingido com maior facilidade em 
caso de uma possível agressão física. 
Os demais ângulos descritos na (Figura 18) acima permitem uma aproximação 
segura, sendo que o ângulo 3 oferece maior segurança e o ângulo 1, menor. 
6 Ver Seção 3 do MTP 1.
7 Ver Seção 3 deste Manual.
8 Ver Seção 4 deste Manual.
40
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA
Uma aproximação, observando-se os ângulos de segurança, aumenta o 
tempo do processo mental da agressão do abordado. Assim, ele terá que se 
virar para atingir o policial militar que, por sua vez, terá melhor condição de 
se esquivar. 
2.6.2 Posturas de abordagem com as mãos livres 
São técnicas em que o policial militar faz a intervenção sem recorrer a quaisquer 
armamentos, instrumentos ou equipamentos. São estabelecidas para cada 
nível de risco9, orientando a distância e a angulação de aproximação, bem 
como a posição de mãos e braços do policial militar. 
Estando preliminarmente com as mãos livres e visíveis, o policial militar 
transmitirá ao abordado a mensagem10 de que deseja dialogar ou resolver 
pacificamente o conflito. 
Para todas as posturas a mãos livres, o policial militar deverá adotar a posição 
de “base”, utilizada nas artes marciais, variando-se apenas a posição das 
mãos e braços. Esta posição permite ao policial militar equilíbrio e melhores 
possibilidades de defesa e contra-ataque. Também permite maior proteção 
da arma de fogo do policial militar, haja vista que os braços e pernas mais 
fortes e, consequentemente, o coldre (geralmente colocado do lado da mão 
mais forte) ficam ligeiramente projetados para a retaguarda. Logo, mais 
distantes do raio de ação do abordado. 
Aposição de base está representada nas figuras 19,20, 21. 
a) Postura Aberta 
Deverá ser empregada nas intervenções em que o abordado não estiver 
aparentemente portando armas e apresentar comportamento cooperativo. 
Nesta postura, o policial militar se aproximará do abordado, preferencialmente, 
pela angulação 1, conforme figura 16, e permanecerá a uma distância 
de aproximadamente 3 metros, o que permitirá ao policial militar agir em 
autodefesa e monitorar os pontos quentes (cabeça, mãos e pernas). 
Na postura aberta, os braços do policial militar permanecerão naturalmente 
abaixados, com as palmas das mãos voltadas para frente, manifestando 
gestualmente uma mensagem de receptividade, conforme ilustra a figura 19. 
9 Ver Seção 3 do MTP 1.
10 Ver Seção 6 do MTP 1
41
 Manual Técnico-Profissional 3.04.02
Figura 19 – Postura Aberta - mãos livres 
b) Postura de Prontidão 
Deverá ser utilizada nas intervenções em que o abordado não estiver 
aparentemente portando armas e apresentar comportamento de resistência 
passiva. 
Esta postura com um dos braços elevados e mãos abertas (conforme figura 20) 
permite ao policial militar o emprego mais eficiente das técnicas de controle 
de contato, além de transmitir uma mensagem gestual de contenção do 
conflito, não agressividade e intenção de resolução pacífica. 
Figura 20 – Postura de Prontidão 
42
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA
Sempre que o abordado tentar reduzir a distância de segurança, o policial 
militar deverá ordenar que ele pare imediatamente e, concomitantemente, 
dele se afastará. Esse procedimento retardará o tempo decorrente do 
processo mental da agressão. 
c) Postura Defensiva 
Deverá manter a cabeça ereta na posição natural, com as mãos abertas 
próximas ao rosto, e os cotovelos projetados na linha das costelas, a fim de 
protegê-las, permanecendo assim em melhores condições de emprego das 
técnicas de controle físico e com maiores chances de defesa contra golpes. As 
mãos permanecerão abertas por assim representarem um gesto universal de 
defesa, as pernas deverão estar formando uma baseequilibrada, os joelhos 
semifexionados e o corpo projetado à frente (figura 21). Jamais deverá ser 
usado com punho cerrado, pois este gesto denota agressão. 
Figura 21 - Postura Defensiva 
A postura defensiva com as mãos livres deverá ser utilizada nos seguintes 
casos: 
a) abordado aparentemente desarmado que apresenta resistência 
passiva continuada: após esgotada a tentativa de convencimento do 
abordado ao acatamento das ordens, o policial militar deverá mudar a 
43
 Manual Técnico-Profi ssional 3.04.02
postura de prontidão para postura defensiva, e realizar a aproximação para 
emprego inicial de técnicas de controle de contato para prisão do abordado. 
b) abordado aparentemente desarmado que apresenta resistência 
ativa: neste caso, o abordado não obedece às ordens do policial militar e 
tenta atingir o policial militar com socos e chutes. O policial militar deverá 
adotar a postura defensiva para realizar o controle físico através do emprego 
e técnicas de defesa pessoal policial. 
Se o policial militar entender que não será possível dominar um abordado 
com o emprego de técnicas de defesa pessoal policial com as mãos livres 
(controle de contato e controle físico), desde que não exista risco iminente 
de morte, deverá acionar reforço e avaliar a oportunidade e conveniência 
para empregar instrumentos de menor potencial ofensivo (controle com 
IMPO) ou até mesmo uso dissuasivo de arma de fogo11 . 
A adoção de uma postura correta, somada a uma verbalização adequada, 
poderão levar o abordado a cooperar com a abordagem policial, prevenindo 
uma provável resistência, ainda na fase embrionária. 
2.6.3 Posições de emprego de arma de fogo 
São técnicas que objetivam garantir a segurança do policial militar e causar 
impacto psicológico no abordado, proporcional ao nível de risco oferecido, 
de forma dissuasiva. 
Existem quatro posições básicas para se utilizar o armamento de porte 
durante as intervenções policiais. 
a) Posição 1 - arma localizada 
O policial militar levará a mão até o punho da arma, e a manterá no coldre 
desabotoado, conforme fi gura 22. Tal posição tem o objetivo de reduzir o 
tempo de reação do policial militar e passar ao abordado a possível intenção 
de usar a arma. 
11 Conforme disposto no item 7.2.3 do MTP 1 e orientação do item 6 da Portaria Interministerial 
4.226/10.
ATENÇÂO! Os procedimentos para o emprego de 
instrumentos de menor potencial ofensivo serão 
tratados em manual específi co.
44
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA
 Figura 22 – Posição 1: Arma localizada coldre desabotoado 
b) Posição 2 – guarda baixa 
O policial militar manterá os braços ligeiramente flexionados, à frente e próximos 
ao corpo; estará com a arma empunhada destravada (fora do coldre), posicionada 
na altura do abdômen com o cano voltado para baixo e, como medida de 
segurança, manterá o dedo indicador fora do gatilho, na mesma direção do cano, 
conforme figura 23. 
Figura 23 – Posição 2: Guarda baixa 
45
 Manual Técnico-Profissional 3.04.02
Esta posição é indicada para deslocamentos longos, pois minimiza o 
cansaço físico causado pelo peso da arma, proporciona ao policial militar 
condição para se defender de uma possível agressão, sem aumentar muito 
o tempo de reação. 
Ao se deslocar em grupo, o policial militar deverá manter o controle do cano 
da arma e, em hipótese alguma, a apontará na direção dos integrantes do 
grupamento. 
c) Posição 3 – guarda alta 
O policial militar manterá os braços à frente do corpo, ligeiramente 
flexionados. A arma estará empunhada abaixo da linha dos ombros (altura 
do tórax), e o cano ficará voltado pra frente, como mostra a figura 24. 
Esta posição é indicada para deslocamentos curtos. O policial militar se 
mantém em condições de responder rapidamente a uma possível agressão. 
Figura 24 – Posição 3: Guarda alta 
46
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA
d) Posição 4 – pronta-resposta 
A arma será apontada diretamente para o abordado, conforme fi gura 25. 
Figura 25 – Posição 4: Pronta-resposta
Será empregada nas situações em que exista potencialidade real e imediata 
de agressão letal, ou nas situações que ofereçam risco de morte ou ferimentos 
graves ao policial militar ou a terceiros. 
Ao visualizar um agressor armado, o policial militar apontará rapidamente 
a arma para a sua massa central (tronco) e manterá, ao mesmo tempo, o 
controle dos pontos quentes. 
O policial militar somente deverá acionar a tecla do gatilho após identifi car, 
certifi car e decidir para agir, ou seja, disparar a arma de fogo. 
LEMBRE-SE: Recomenda-se evitar iniciar as abordagens na 
posição de pronta-resposta, pois isso limita a alternância dos 
níveis de força, e ainda acarreta o risco de disparo acidental. 
O policial militar, ao verbalizar com um abordado cooperativo, 
por exemplo, estando ainda com a arma no coldre, disporá de 
outros níveis de força, sem que recorra, necessariamente, ao 
disparo. Ver quadros 3, 4 e 5 na Seção 3.
47
 Manual Técnico-Profissional 3.04.02
2.7 Técnica de Aproximação Triangular (TAT) 
Nesta técnica, dois policiais militares e o abordado dispostos de maneira 
que formem um triângulo. É considerada a forma mais segura e eficiente de 
aproximação policial militar. 
A distância recomendada entre os policiais militares será de aproximadamente 
4 metros, o que dificulta o controle visual simultâneo de ação dos dois policiais 
militares por parte do abordado. A distância dos policiais militares em relação 
ao suspeito será de aproximadamente 3 metros, para proporcionar segurança 
à guarnição em caso de repentina agressão (Figura 26). 
A postura ou posição de emprego de arma a ser utilizada pelos policiais 
militares na realização da TAT deverá ser definida pelo policial militar de 
acordo com o nível de risco e a evolução dos fatos durante a intervenção12. 
A TAT poderá ser empregada em esquemas táticos variados, em função da 
quantidade e comportamento dos abordados e do número de policiais 
militares. 
A área de contenção corresponderá ao espaço de abrangência da ocorrência, 
em que os policiais militares manterão monitoramento mais constante, com 
objetivo de conter os abordados e isolar o local de interferência de terceiros. 
O setor de busca corresponde ao local onde se realizará a busca pessoal e 
será definido pelos policiais militares após análise da área e da avaliação de 
risco. Se possível, possuirá características que privilegiem a segurança tanto 
dos policiais militares quanto dos abordados. Tais características são o relevo 
adequado e se situar fora da área de tráfego de veículos e de locais onde os 
policiais militares não tenham pleno controle no que se refere à segurança. 
O setor de custódia corresponderá a um local dentro da área de contenção, 
com as mesmas características do setor de busca, definido pela guarnição, 
onde os demais suspeitos aguardam a busca pessoal e outros procedimentos 
necessários (consulta de dados, checagem de objetos, outros). Recomenda-se 
que estes locais não possuam pontos de escape, que permitam uma possível 
evasão dos abordados. 
12 Conforme posturas e posições de emprego de arma sugeridas na seção 3 deste Caderno
wanner
Destacar
wanner
Destacar
wanner
Destacar
48
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA
Figura 26 – Técnica de Aproximação Triangular e Área de Contenção 
Numa abordagem a pessoas, os policiais militares exercerão as seguintes 
funções: 
��PM Verbalizador/Comandante: aquele que verbaliza com o abordado; 
��PM Segurança/Comandante: responsável pela segurança da equipe; 
��PM Revistador: encarregado de revistar o abordado e seus pertences 
(busca). 
Um único policial militar poderá exercer mais de uma função. É importante 
lembrar que estas funções deverão ser previamente definidas pelo 
comandante da abordagem, a fimde garantir a disciplina tática entre os 
integrantes. 
Para a realização da abordagem de um ou dois suspeitos, a equipe de policiais 
militares adotará as seguintes providências: 
�� O PM Verbalizador determinará ao abordado todos os 
procedimentos para a adoção de uma das posições de contenção 
(definidas no item 4.2.2) que o policial militar julgar mais adequada. 
Para tal, o PM Verbalizador deverá dar ordens claras e precisas para 
o abordado até que este adote a posição determinada. 
�� Havendo mais de um suspeito, a equipe fará a busca pessoal em um 
de cada vez. 
49
 Manual Técnico-Profissional 3.04.02
�� A equipe cuidará para que não se perca a triangulação necessária; 
Para a realização da abordagem a três ou mais suspeitos, a equipe de 
policiais militares adotará as seguintes providências: 
�� Dentre os suspeitos abordados posicionados no setor de 
custódia, o PM Verbalizador determinará a um deles que se 
poste em local distinto dos demais (setor de busca), tomando a 
posição de contenção mais adequada, conforme sua avaliação, 
para que seja procedida a busca pessoal. 
�� A pessoa a ser abordada ficará afastada a uma distância 
aproximada de 3 metros do grupo, na lateral, conforme se 
observa nas Figuras 31 e 32. 
�� O detalhamento das ações de Abordagem a Pessoa e Busca 
Pessoal será feito nas seções 3 e 4, respectivamente. 
�� O abordado terá seus dados anotados para que seja averiguado 
seu prontuário criminal e/ou para pesquisas de qualidade do 
serviço operacional pós-atendimento. Após, o policial militar 
informará ao suspeito o motivo do procedimento e agradecerá 
a colaboração. 
�� Caso o cidadão, após terminado o procedimento policial, 
deseje esperar por outro abordado, o PM Verbalizador 
determinará que ele aguarde fora da área de contenção. 
Entretanto, atenção ainda deverá ser dada a ele, através do 
monitoramento pelo PM Segurança. 
As funções policiais poderão variar no decorrer da abordagem, de acordo 
com o local, número de abordados, grau de risco, e de informações obtidas 
sobre os suspeitos. 
Observe nos esquemas sugeridos a seguir, que o policial militar responsável 
pela segurança da abordagem também se encarregará da segurança 
periférica. 
50
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA
a) dois policiais militares e um abordado 
Figura 27 – Esquema tático de aproximação com 2 policiais militares e 1 abordado 
b) dois policiais militares e dois ou três abordados 
O esquema tático sugerido aplica-se à abordagem a duas ou três pessoas. 
No caso de três, o esquema dependerá da avaliação de riscos feita 
pelos policiais militares. 
Figura 28 – Esquema tático de aproximação com 2 policiais militares e 2 abordados 
51
 Manual Técnico-Profissional 3.04.02
Figura 29 – Esquema tático de aproximação com 2 policiais militares e 3 abordados 
c) três policiais militares e um abordado 
Figura 30 – Esquema tático de aproximação com 3 policiais militares e 1 abordado 
52
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA
d) três policiais militares e vários abordados 
Figura 31 – Esquema tático de aproximação com 3 policiais militares e 4 
abordados 
e) quatro policiais militares e quatro abordados 
Figura 32 – Esquema tático de aproximação com 4 policiais e 4 abordados 
53
 Manual Técnico-Profi ssional 3.04.02
Em seguida, na seção 3, serão discutidas técnicas e táticas de abordagem a 
pessoas, e será traçado um modelo policial de referência para as ações nos 
diversos níveis de intervenção. 
2.7.1 Patrulha Policial Militar
É um Grupamento de policiais militares com composição variada que atuará 
temporariamente como uma força de pequeno efetivo, sendo empregado 
no serviço operacional, empenhado em ambiente rural ou urbano com o 
objetivo de incursionar, reconhecer e resgatar. 
No cumprimento de uma missão de patrulha deve-se levar em consideração 
a necessidade de um ponto de reunião próximo ao objetivo, local em que 
se fará a checagem fi nal de equipamentos, armamentos e se fará o último 
briefi ng antes da execução da missão.
2.7.2 Tipos de Patrulha Policial Militar
a) Patrulha de incursão – tem por fi nalidade realizar deslocamentos 
no interior de aglomerados urbanos. Utiliza das técnicas policiais com 
objetivo de realizar operações, efetuar prisões, cumprir mandados, ocupar 
determinadas áreas e restaurar a ordem ou garantir a lei. 
b) Patrulha de reconhecimento – Tem por fi nalidade confi rmar ou buscar 
informações, denúncias, reconhecimento de áreas ou edifi cações. 
c) Patrulha de resgate - É a Patrulha que utiliza das técnicas policiais a fi m de 
prestar apoio e socorro a outras patrulhas PM.
ATENÇÂO! Em abordagens com buscas pessoais a grandes 
grupos, mesmo não havendo um número superior de 
policiais militares em relação aos abordados, desde que 
se mantenha a segurança requerida para os militares, 
poderá ser designado mais de um militar para realizar a 
busca pessoal de forma concomitante, conforme Seção 5.
54
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA
2.7.3 Formação Básica de Patrulha 
Com seis policiais militares, as funções são, Ponta de vaguarda 1, Ponta de 
vaguarda 2, Comandante, Ala/equipamento (operador de fuzil), Retaguarda 
2 e Retaguarda 1. 
O Quadro 1 retrata a composição de uma patrulha com 6 (seis) policiais 
militares.
QUADRO 1 - Formação Básica de uma Patrulha Urbana 6 (seis) Policiais Militares
ÁREA DE 
OBSERVAÇÃO
NOMENCLATURA FUNÇÃO CARACTERÍSTICAS
Ponta de 
Vanguarda 01
ou Ponta 1
- Primeiro homem a 
incursionar;
- Verbalizar
 
Experiência, higidez 
física, conhecimento do 
terreno, concatenação 
de ideias.
 Ponta de 
Vanguarda 02
ou Ponta 02
- Segundo homem a 
incursionar;
- Verbalizar;
- Dar segurança do 
ponta 1
Experiência, higidez 
física, conhecimento do 
terreno, concatenação 
de ideias.
Comandante - Coordenar a equipe. Mais antigo e experiente
 
Ala, operador 
fuzil e 
Equipamento
- Monitorar as partes 
altas como janelas, 
lajes, etc.; 
-Proteger as laterais da 
patrulha;
- Efetuar buscas pes-
soai;
- Transportar rádio, 
bornais, escudos, kits 
1º socorros, etc.
Credenciado em operar 
fuzil 
Ponta de 
Retaguarda 02
ou retaguarda 2
- Verbalizar;
- Dar cobertura ao 
retaguarda 1, 
Experiência, higidez 
física, conhecimento do 
terreno, concatenação 
de ideias
 Ponta de 
Retaguarda 01
ou retaguarda 1
- Verbalizar;
- Dar segurança à 
retaguarda da equipe.
Experiência, higidez 
física, conhecimento do 
terreno, concatenação 
de ideias.
 
 
 
 
 
 
 
55
 Manual Técnico-Profissional 3.04.02
 
 Figura 33 composição da patrulha com 6(seis ) PMs (vista de frente e retaguarda)
A composição da patrulha pode variar de acordo com o efetivo, mantendo-se 
constante as funções de Ponta de vangarda 1, Comandante, Retaguarda 2 e 
Retaguarda 1, quando composta por 4 (quatro) policiais militares; 
Das funções acumuladas, o Ala (operador do fuzil) é quem transporta o 
que for necessário à execução da operação (escudo, rádio HT, bornais, kit 
emergência ou outro equipamento/armamento que a missão demandar), 
além de realizar buscas pessoais, bem como transporte de feridos. 
O comandante da patrulha observará os fatores que influenciam na 
organização e atuação da patrulha e juntamente com seu grupo decidirá 
qual será o deslocamento mais seguro e efetivo para a equipe. São os fatores 
que podem interferir na organização e atuação de patrulha:
- Segurança;
- Objetivo da ação;
- Formações;
- Disciplina de luz e som;
- Possibilidades de contato;
56
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA
- Velocidade de deslocamento;
- Manutenção da integridade tática;
- Condições do terreno
- Sigilo das operações;
- Controle da equipe.2.7.4 Deslocamentos da Patrulha 
Utiliza-se dois tipos básicos de deslocamento quando em patrulha, de forma 
a otimizar, agilizar, previnir e assegurar a integridade física do policial militar. 
2.7.4.1 Tipos de Deslocamentos 
a) por Lanço – Deslocamento curto e rápido realizado entre duas posições 
abrigadas ou cobertas. Será realizado em um movimento decidido. Antes de 
iniciar um lanço o policial militar avaliará o risco para evitar uma indecisão 
no decorrer do deslocamento. Para uma decisão fi rme e acertada o PM, ao 
preparar um lanço, responderá a si próprio as perguntas que se seguem: para 
onde vou?, como?, por onde? e quando? 
b) Tomada ponto a ponto – O deslocamento é feito sempre com, no máximo, 
3 policiais militares por abrigo, de acordo com a necessidade de cobertura, 
becos em “T ou Y” que necessitam de uma cobertura maior. Posição de arma 
ideal é a guarda alta.
O deslocamento ponto a ponto é caracterizado pela cobertura ininterrupta 
do policial militar que vai a frente e pelo policial miltar que vem logo em 
seguida assumir o ponto.
Sempre que chegar a cobertura, após ser observado o ambiente pelos dois 
policiais militares, o primeiro efetua o lanço para o próximo ponto ou abrigo 
ATENÇÂO! A posição de arma ideal para este tipo 
deslocamento é a guarda baixa.
57
 Manual Técnico-Profissional 3.04.02
e aguarda o deslocamento de sua cobertura para poder progredir, sendo 
todo o tempo coberto pelos companheiros que estão abrigados, inclusive 
após sua chegada no abrigo. 
Somente o Retaguarda 2 que antes de deslocar até o Ala, voltará sua frente 
para a retaguarda da patrulha, abrigará e apontará sua arma para o ponto de 
foco que o Retaguarda 1 guarnece. Feito isto, chamará o Retaguarda 1. Este 
por sua vez, olhará para o Retaguarda 2 preocupando-se primeiramente com 
a direção do cano da arma do Retaguarda 2 e após confirmar esta posição, 
deslocará de frente até o local de abrigo do retaguarda 2, assumindo este 
ponto voltando sua frente novamente para a Retaguarda. Assim que recolher 
o Retaguarda 1 até seu abrigo, o Retaguarda 2 desloca para o proximo ponto. 
Este recuo do Retaguarda 1 até o local onde o Retaguarda 2 está é chamado 
de curto recuo ou recuo lento.
Caso o Retaguarda 1 tenha espaço suficiente e seguro para deslocamento, 
poderá deslocar até o Ala e procederá da mesma forma para recolher o 
Retaguarda 2. Eeste recuo do Retaguarda 1 até o Ala é chamando de recuo 
longo ou rápido.
 Figura 34 deslocamento ponto a ponto
58
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA
2.7.5 Posturas Táticas 
São posturas que reforçam o domínio sobre determinados pontos de forma 
que os policiais militares se adaptem para cobrir todas as áreas;
a) Combate: policial militar de pé, com os pés paralelos, empunhando sua 
arma na posição de guarda alta ou pronta resposta, corpo ligeiramente 
flexionado para frente, a fim de absorver melhor o recuo da arma.
 Figura 35 Postura de combate- (vista lateral)
b) Torre: postura em que um policial militar guarnece um ponto do 
deslocamento. Consiste na colocação do joelho da perna forte apoiado no 
chão e a perna fraca realiza um apoio em 90º. Deve-se observar que a perna 
forte permanece com o pé ereto, apoiando o bico do coturno ao solo. Arma 
estará em guarda alta ou pronta resposta, conforme o caso.
Figura 36 Postura torre
59
 Manual Técnico-Profissional 3.04.02
c) Siamesa: policial militar de pé, estaciona ou desloca ombro a ombro 
com outro policial militar de forma que cada um cubra determinado ponto 
formando um ângulo que pode ser em L, V, T ou Y de acordo com a direção 
do cano da arma dos primeiros policiais militares da equipe.
Figura 37 Postura Tática Siamesa Sequencia V L T Y
L V 
YT
60
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA
d) Hi-Low: é a soma da Postura de Combate (“Hi”) e da Postura Torre (“Low”). 
É utilizada para cobertura, onde o emprego de um homem naquela postura 
é insuficiente para responder a disparos realizados contra a equipe. O policial 
militar que realizar a Postura “Hi” deverá permanecer nas costas do policial 
militar que fizer a Postura “Low” e posicionar-se paralelamente, oferecendo 
o apoio das pernas e do tronco para apoio do “Low”, do mesmo modo que 
sua posição deve impossibilitar qualquer ação do “Low” que possa levá-lo á 
cruzar a linha de tiro.
 Figura 38 Postura Hi-Low
2.7.6 Resgate de Feridos 
Trata-se de um tópico que merece atenção por se tratar de uma situação 
que foge a normalidade, quando um ou mais militares forem feridos ou 
incapacitados para o combate.
Cabe agora, a esta mesma patrulha, ou outra realizar uma retirada da equipe 
incluindo o ferido. 
Para melhor entendimento, ver o QUADRO 2 com a situação hipotética 
onde uma patrulha composta por 6 (seis) policiais militares, tem um de seus 
61
 Manual Técnico-Profissional 3.04.02
componentes ferido. 
A atuação a seguir será adapatada de acordo com o efetivo da patrulha.
 
Figura 39 resgate de feridos(posição dos braços)
62
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA
QUADRO 2 - Situação 6 (seis) Policiais militares - Ponta 1 Ferido
Função Ação pós ferimento do 
policial militar
Função posterior
Ponta 2
Utilizando das técnicas 
policiais militares, identifica 
o infrator e realiza disparos 
táticos enquanto progride 
até um abrigo, mantendo o 
ferido entre a patrulha.
Assume a função de Retaguarda 1, 
e mantém atenção nos pontos de 
foco e quentes.
Comandante
Assume o abrigo do Ponta 
2 e dá cobertura de fogo 
para que o Ala desloque 
até o ferido.
Acumula a função de CMT e 
Retaguarda 2, responsável por 
retirar o Retaguarda 1 do ambiente 
hostil. 
Ala
Coldreia a arma, após ser 
garantida sua segurança 
pelo Ponta 2 e o CMT 
desloca até o ferido.
Remove o ferido o mais rápido 
possível até a área de segurança, 
protegida pelos pontas. Comunica 
pedindo prioridade, passando 
localização. Inicia procedimentos 
de emergência.
Retaguarda 2
Após verificar não ser 
necessário apoio ao CMT, 
volta-se para a retaguarda 
e desloca até o Retaguarda 
1, dando suporte para 
este abrir caminho para o 
socorro do Ponta 1.
Assume a função de Ponta 2, dá 
segurança ao ponta um e apoia o 
Ala no socorro.
Retaguarda 1
Após cobertura do 
Retaguarda 2, avança 
abrindo caminho, 
buscando uma área 
segurança para a patrulha 
comunicar.
Assume a função de Ponta 1 e 
desloca com segurança exfiltrando 
a patrulha tão logo o CMT retire o 
Retaguarda 1 da área de risco
ABORDAGEM 
A PESSOAS
SEÇÃO 3
65
 Manual Técnico-Profissional 3.04.02
3 ABORDAGEM APESSOAS 
A abordagem policial é o conjunto ordenado de ações policiais para 
aproximar-se de uma ou mais pessoas, veículos ou edificações. Tem por 
objetivo resolver demandas do policiamento ostensivo, como orientações, 
assistências, identificações, advertências de pessoas, verificações, realização 
de buscas e detenções. 
Já a abordagem a pessoas se refere apenas às ações policiais para se aproximar 
de um ou mais indivíduos. Este conceito possui um sentido amplo, ou seja, 
abrange a todos os cidadãos, não se restringindo às pessoas em situação de 
suspeição. 
Os procedimentos adotados pela guarnição variam de acordo com os fatos 
motivadores da abordagem e com o ambiente. Além disso, o policial militar 
deve compreender as peculiaridades daquele com quem interage e não 
vincular essa interação, necessariamente, a ações delituosas. 
Em cada abordagem realizada, o policial militar deverá utilizar técnicas, 
táticas e recursos apropriados ao público-alvo desta intervenção policial, 
esteja a pessoa em atitude suspeita ou não. 
O poder de polícia, deve serentendido como um conjunto de ações que 
limitam e sancionam o direito individual e autorizam a intervenção do Estado, 
executada por intermédio de seus agentes, em qualquer matéria de interesse 
da coletividade. 
A ação de abordar uma pessoa é um ato administrativo, discricionário, 
autoexecutório e coercitivo. Significa dizer que a abordagem policial é 
realizada de ofício. 
O ato de abordar é discricionário, e jamais poderá ser ilegal, sob pena de não 
atingir sua finalidade precípua, que é o bem comum. É imprescindível também 
que, durante as abordagens, a pessoa receba um tratamento respeitoso. 
A doutrina sobre Intervenção Policial estabelece etapas que sistematizam o 
processo de solução de problemas, objetivando estruturar ações de resposta 
adequadas durante a abordagem. Nesse enfoque, recomenda-se a leitura dos 
seguintes tópicos, constantes no MTP 1: 
66
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA
�� etapas da intervenção: seção 5; 
�� fundamentos da abordagem policial à pessoa em atitude 
suspeita: seção 5; 
�� verbalização do policial militar face ao comportamento do 
abordado: seção 6; 
�� uso diferenciado de força: seção 7. 
Como explorado no MTP 1, a abordagem é uma intervenção policial, 
rotineira, que se procede por meio de técnicas, táticas e uso de equipamentos 
proporcionais aos níveis de riscos. 
3.1 Uso diferenciado de força nas intervenções policiais 
Durante a atuação policial, caso haja resistências e agressões em variadas 
formas e graus de intensidade, o policial militar terá que adequar sua reação 
a essas circunstâncias, estabelecendo formas de controlar e direcionar 
o abordado, a fim de dominá-lo. Para lidar com esses diversos graus de 
intensidade, foram definidos os níveis do Uso de Força. 
Verifica-se, então, que a compreensão das atitudes do abordado, no que diz 
respeito à relação de causa e efeito, será determinante para a avaliação de 
riscos e a tomada de decisões seguras sobre o nível de força mais adequado 
para fazer cessar a agressão. 
3.2 Níveis de Intervenção 
A abordagem policial à pessoa também é classificada em três níveis (1, 2 
e 3) tendo como referência os níveis de intervenção policial, conforme 
definidos pelo MTP 1. 
Os quadros 2, 3 e 4, a seguir, sugerem táticas a serem empregadas na 
abordagem a pessoas, em três variáveis principais: 
��abordado aparentemente desarmado; 
��abordado visivelmente portando arma branca; 
��abordado visivelmente portando arma de fogo. 
67
 Manual Técnico-Profissional 3.04.02
As variáveis principais, por conseguinte, estão divididas em tópicos estabelecidos 
de acordo com a animosidade do abordado: 
��abordado cooperativo; 
��abordado resistente passivo; 
��abordado resistente ativo. 
QUADRO 3 – Tática de Abordagem a Pessoas - “abordado aparentemente 
desarmado” 
Comportamento do 
Abordado Verbalizador Revistador/Segurança 
Cooperativo
Iniciar a abordagem adotando a 
postura aberta (mãos livres);
Uso da técnica de verbalização.
 
Iniciar a abordagem na posição 
de arma localizada;
Adotar a postura de prontidão 
(mãos livres) quando for se 
aproximar para realizar a busca 
pessoal.
Resistente Passivo
Iniciar na postura de prontidão;
Manter constante verbalização, 
buscando convencer o abordado 
a acatar as ordens;
Caso o abordado não ceda à 
verbalização, o policial deverá 
atrair sua atenção para que o PM 
Segurança consiga se aproximar 
para dominá-lo.
Iniciar a abordagem na posição 
de arma localizada;
Caso o abordado não ceda à 
verbalização, o policial deverá 
retirar a mão do punho da arma 
e adotar a postura defensiva 
quando for se aproximar 
do abordado para aplicar a 
técnica de controle de contato 
específica.
Resistente Ativo
Iniciar a abordagem na postura 
defensiva;
Manter constante verbalização;
Caso o abordado não ceda, 
deverá aplicar técnica de 
controle físico, podendo ainda 
fazer uso de IMPO.
Iniciar a abordagem na posição 
de arma localizada;
Será o responsável por imobilizar 
e conduzir o abordado caso 
não acate às ordens do PM 
Verbalizador.
68
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA
QUADRO 4 – Tática de Abordagem a Pessoas - “abordado visivelmente 
portando arma branca” 
Comportamento do Abordado Verbalizador Revistador/Segurança
Cooperativo
Manter distância de segurança;
Iniciar na posição de arma localizada ou guarda baixa;
Manter constante verbalização, 
determinando ao autor que 
coloque a arma branca no chão 
e acate as ordens de busca.
Será responsável pela segurança 
do PM Verbalizador;
Resistente Passivo
Manter distância de segurança;
Emprego da arma na posição de guarda baixa;
Manter constante verbalização, 
tentando convencer o autor a 
colocar a arma branca no chão e 
acatar às ordens de busca.
Caso, após tentativa de 
verbalização, o abordado não 
ceda às ordens de largar a arma 
branca, deverá ser empregado 
IMPO para imobilização e prisão 
do autor.
A escolha do tipo de IMPO que 
será empregado ficará a cargo 
dos policiais, de acordo com os 
instrumentos disponíveis, com 
as informações do fato e com a 
análise de risco.
Será responsável pela segurança 
do PM Verbalizador;
Fará a aproximação para a 
imobilização e prisão do autor 
somente após ter sido cessado 
seu poder de resistência face aos 
efeitos do emprego do IMPO.
Resistente Ativo
Manter distância de segurança;
Verbalizar após estar abrigado 
(proteção física);
Iniciar a abordagem na posição 
de guarda baixa (arma de fogo);
Caso, após tentativa de 
verbalização, o abordado 
continue tentando usar a arma 
branca contra os policiais 
ou contra terceiros, deverá 
ser empregado IMPO para 
imobilização e prisão do autor;
A escolha do tipo de IMPO que 
será empregado ficará a cargo 
dos policiais, de acordo com 
os meios disponíveis, o fato e a 
análise de risco;
Iniciar a abordagem na posição 
de guarda baixa ou de guarda 
alta;
Será responsável pela segurança 
do PM Verbalizador;
Fará a aproximação para a 
imobilização e prisão do autor 
somente após ter sido cessado 
sua força de resistência face aos 
efeitos do emprego do IMPO;
Caso a tentativa de agressão do autor acarrete em risco real e 
imediato à vida dos policiais e de terceiros, e o uso dos IMPO se 
mostrarem ineficazes para o caso concreto, poderá ser efetuado 
disparo com a arma de fogo.
69
 Manual Técnico-Profissional 3.04.02
QUADRO 5 – Tática de Abordagem a Pessoas - “abordado visivelmente 
portando arma de fogo 
Comportamento do Abordado Verbalizador Revistador/Segurança
Cooperativo
(Ex.: policial aborda cidadão 
que se identifica como policial, 
pessoa com arma na cintura e 
aparentemente disposição a 
acatar as ordens policiais)
Deverá estar coberto e abrigado;
Iniciar a abordagem na posição 
de guarda baixa ou guarda alta;
Manter constante verbalização, 
devendo determinar ao autor 
que largue a arma de fogo e aca-
te às ordens de busca.
Será o responsável pela 
segurança do PM Verbalizador 
durante o processo de 
verbalização;
Iniciar a abordagem na posição 
de guarda alta (arma de fogo).
Resistente Passivo
(Ex.: Arma de fogo na cintura ou 
na mão com o cano voltado para 
baixo, porém, não acatando 
as determinações do PM 
Verbalizador)
Deverá estar coberto e abrigado;
Iniciar abordagem na posição de 
guarda alta;
Manter constante verbalização, 
tentando convencer o autor a 
largar a arma de fogo no chão e 
acatar as ordens.
Caso, após tentativa de 
verbalização não acate as 
ordens, deverá ser empregado 
IMPO para imobilização e prisão 
do autor.
A escolha do tipo de IMPO que 
será empregado ficará a cargo 
dos policiais de acordo com os 
meios disponíveis, com o fato e 
com a análise de risco.
Iniciar abordagem na posição de 
guarda alta ou pronta-resposta;
Será responsável pela segurança 
do PMVerbalizador;
Fará a aproximação para a 
imobilização e prisão do autor 
somente após certificar-se 
de que o autor largou a arma 
de fogo e não oferece poder 
de reação face aos efeitos do 
emprego do IMPO;
Resistente Ativo
autor apontando arma em 
direção aos policiais ou a 
terceiros; porém sem atirar.
Poderá efetuar disparo com a arma de fogo caso a ação do autor 
configure risco real e imediato à vida dos policiais e de terceiros.
Deverá estar coberto e abrigado;
Iniciar abordagem na posição de pronta resposta;
O policial deverá fazer uma 
análise do risco e verificar se o 
autor tem intenção de atirar e se 
o disparo tem probabilidade de 
atingir aos policiais e a terceiros:
a) caso o policial avalie que o 
autor não tem intenção de atirar 
E se caso vier a atirar o disparo 
não tem condições de atingir 
os policiais e terceiros, face à 
coberta e abrigo, deverá optar 
pelo emprego de IMPO capazes 
de retirar, momentaneamente a 
capacidade de reação do autor. 
Sugerimos o uso do I.M.P.O e da 
“munição de impacto controlado” 
para o caso em análise;
Será responsável pela segurança 
do PM Verbalizador;
Fará a aproximação para a 
imobilização e prisão do autor 
somente após ter sido cessado 
sua força de resistência face aos 
efeitos do emprego do IMPO;
Fará uso da arma de fogo caso a 
ação do autor acarrete em risco 
real e imediato à vida.
70
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA
Comportamento do Abordado Verbalizador Revistador/Segurança
b) caso o policial avalie que 
o autor vai atirar (ex.: pelo 
grau de animosidade, pelos 
antecedentes, dentre outros) 
e que o disparo tem condições 
de atingir os policiais e/ou 
terceiros, deverá disparar a 
arma de fogo contra o autor.
Resistente Ativo
autor atirando contra os 
policiais.
Deverá estar coberto e abrigado;
Iniciar abordagem na posição de pronta resposta;
Caso o policial avalie que os disparos estão colocando em perigo a 
vida dos policiais e de terceiros, deverá ser efetuado disparo de arma 
de fogo contra o autor dos disparos.
3.3 Técnicas e táticas de abordagem a pessoas 
Ao iniciar uma abordagem, a guarnição militar deverá realizá-la com 
segurança. Se for realizada especifi camente a uma pessoa em atitude 
suspeita, é necessário que haja supremacia de força. Neste caso, a técnica 
policial será fundamental para seu sucesso. Quando a guarnição entender 
que necessitará de outros recursos (humanos ou logísticos), solicitará apoio 
policial, mantendo o contato visual e, se possível, o controle do suspeito. 
A supremacia de força é uma vantagem tática do policial militar em relação 
ao abordado para uma atuação segura. Esta vantagem é medida de forma 
qualitativa e quantitativa, podendo estar relacionada não só ao número de 
policiais militares, mas também ao uso de força e à posse de instrumentos, 
equipamentos e armamentos por parte da guarnição. Uma atuação policial 
com supremacia de força é aquela em que os policiais militares envolvidos 
dispõem de níveis de força adequados para reagirem às ameaças que poderão 
advir dos abordados. 
OBSERVAÇÃO: a posição de emprego da arma de 
fogo pode ser alterada, de acordo com a percepção 
do policial militar sobre o uso diferenciado de força, 
podendo variar de acordo com o comportamento do 
suspeito. O militar que aponta a arma para o abordado 
não precisa se manter nesta mesma posição durante 
toda a abordagem, se não for necessário. 
71
 Manual Técnico-Profissional 3.04.02
No desenvolvimento da abordagem, o policial militar manterá a atenção 
às possíveis mudanças que venham a ocorrer no cenário e que podem, por 
exemplo, obrigá-lo a aumentar ou diminuir o nível de força. O comportamento 
do abordado (cooperativo, resistente passivo e ativo) será determinante para 
a mudança de postura tática.
É importante saber que, em qualquer nível de intervenção, o policial militar 
deverá adotar os seguintes procedimentos: 
a) autoidentificação: demonstrar clareza, falando nome e posto 
ou graduação. Atitude que reforça os valores institucionais da ética, 
transparência, representatividade institucional e disciplina. O policial 
militar deve saber que sua identidade deve ser pública diante da 
função revestida pelo Estado; 
b) tratamento respeitoso para com as pessoas: tratar os abordados 
com respeito, cordialidade, urbanidade, solicitude e dignidade. 
c) esclarecimentos sobre o motivo de uma abordagem: esclarecer 
às partes interessadas sobre a motivação e o desdobramento da ação 
policial, a qual se submete o abordado. Com essa medida, fortalecerá o 
respeito, a cortesia e a credibilidade no trabalho da Polícia Militar. 
d) relacionamento adequado com a imprensa: é responsabilidade 
do policial militar preservar a pessoa quanto à veiculação de sua 
imagem, quando estiver sob sua custódia. 
Além disso, o policial militar deve ter em mente os Fundamentos da 
abordagem policial à pessoa em atitude suspeita. 
3.4 Modelos de abordagem 
De acordo com os níveis de intervenção, serão apresentados modelos 
que exemplificam a aplicação das técnicas e táticas policiais, de maneira 
integrada, para a abordagem a pessoas. 
3.4.1 Intervenção nível 1 (assistência e orientação) 
Esta intervenção está alinhada com o conceito de Prevenção Ativa, que é 
definido como as ações desenvolvidas visando o provimento de serviços 
públicos à população, destinadas à prevenção da criminalidade. A finalidade 
dos procedimentos policiais, neste nível, é orientar e prestar assistência. 
72
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA
Dificilmente implicará em busca pessoal. O caráter preventivo predomina 
(risco nível I). 
Exemplo: policial militar aborda um cidadão e orienta-o a conduzir a própria 
bolsa de maneira a evitar furto. 
A aproximação dos policiais militares, junto ao abordado, será direta e natural, 
devendo, entretanto, serem adotadas posições e posturas corporais 
específicas. A arma permanecerá no coldre. 
O policial militar se identificará profissionalmente e transmitirá ao abordado 
a sua mensagem. 
— Bom dia, Sr (a)! Sou o ... (dizer posto / graduação e o nome) da 
Polícia Militar. 
(Espere resposta). 
— Sua bolsa está aberta (ou então outra situação que faça com que 
o abordado se torne vulnerável à ação de algum cidadão infrator). 
Para sua segurança, é melhor o(a) Sr(a) fechá-la e conduzi-la a 
frente de seu corpo (ou dê outra orientação de autoproteção 
para o abordado). Essa atitude evitará que seus pertences sejam 
furtados. Tenha um bom dia. 
3.4.2 Intervenção nível 2 (verificação preventiva) 
A avaliação de riscos demonstra que há indício de ameaça à segurança 
(do policial militar ou de terceiros), mas ainda não há, aparentemente, a 
necessidade imediata de uma intervenção policial de nível mais elevado. 
Neste tipo de intervenção, podem ser realizadas buscas em pessoas ou em 
seus pertences, pois as equipes envolvidas iniciam suas ações com algum 
risco conhecido (fundada suspeita) e o policial militar deverá estar pronto 
para enfrentá-lo. 
Exemplos: um cidadão que observa o interior de uma agência bancária ou 
caixa eletrônico ou em atitude suspeita, em local classificado como Zona 
Quente de Criminalidade (ZQC). 
Os policiais militares planejarão a abordagem, indicando as características da 
pessoa que se encontra em situação de suspeição, (vestimenta, tipo físico, 
gênero) e, em seguida, rapidamente, elaborarão um plano de ação, com a 
Técnica de Aproximação Triangular (TAT). 
73
 Manual Técnico-Profissional 3.04.02
 Inicialmente, o PM Verbalizador deverá: 
��identificar-se como policial militar; 
��realizar a inspeção visual; 
��determinar ao abordado que adote a posição de contenção 1 (em 
pé) ou 2 (de joelhos), conforme previsto no item 4.2.2 ; 
��explicar o motivo da abordagem; 
��determinar que o abordado entregue os documentos ao PM 
Revistador;��controlar a atenção do abordado por meio de verbalização, 
perguntando seu nome, sua idade, o que faz/procura no local, 
diminuindo, desta forma, sua capacidade de reação. 
— Bom dia! Esta é uma abordagem policial preventiva. 
— Por motivo de segurança da abordagem, siga as minhas 
orientações, entendeu? 
— Qual é o seu nome? 
— Permaneça parado. Preciso ver seu documento de identidade. 
Retire seus documentos e os entregue ao meu companheiro. (PM 
Revistador) 
— O que faz por aqui? 
(a verbalização evolui de acordo com o prosseguimento da 
abordagem). 
— Obrigado pela colaboração com a Polícia Militar. 
Se for necessária a busca pessoal, sugere-se a seguinte verbalização: 
— Bom dia! Esta é uma abordagem policial. 
— Por motivo de segurança da abordagem, siga as minhas 
orientações, entendeu? 
— Qual é o seu nome? 
— Caminhe até ... (indique o local na área de contenção para o 
qual o abordado deverá se dirigir). Coloque as mãos na parede e 
afaste bem os pés (ou determine que ele adote outra posição de 
contenção, conforme item 4.2.2). 
74
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA
— Retire seu documento e o entregue ao policial próximo. 
— Vejo que foi expedido um mandado de prisão contra você e por 
isso será conduzido à delegacia. 
— Continue olhando para mim, você será algemado (se a guarnição 
considerar necessário) e passará por uma busca pessoal. 
Na intervenção nível 2, o PM Revistador deverá: 
��avaliar a necessidade do emprego de algemas; 
��realizar a busca pessoal, conforme seção 4 deste caderno, dando 
sequência aos demais procedimentos, como prisão, condução e 
registro do fato. 
3.4.3 Intervenção nível 3 (verificação repressiva) 
Neste caso, a avaliação de riscos indica a iminência de algum tipo de delito 
(risco nível III). Os policiais militares deverão estar prontos para se defenderem, 
sempre com segurança, observados os princípios básicos do uso de força 
(legalidade, necessidade, proporcionalidade, moderação e conveniência), 
conforme Seção 7, item 7.1 do MTP 1. 
Aposição de arma adequada é a posição 4 (pronta-resposta). 
Exemplos: infrator avistado no momento do cometimento do delito (roubo 
a mão armada, agressão, outros), ou logo após; infrator identificado pelo 
policial militar como procurado pela justiça de alta periculosidade. 
Neste caso, o PM Verbalizador deverá: 
��aproximar-se do abordado utilizando a Técnica de Aproximação 
Triangular (TAT), em conjunto com o PM Revistador; 
��identificar-se como policial militar; 
��determinar ao abordado que adote uma das posições de contenção 
conforme item 4.2.2; 
��controlar a atenção do abordado por meio de verbalização, 
diminuindo a capacidade de reação do infrator. 
75
 Manual Técnico-Profissional 3.04.02
O PM Revistador deverá: 
�� executar a busca pessoal, conforme seção 4 deste caderno, dando 
sequência aos demais procedimentos da prisão, se confirmada 
autoria; 
�� avaliar a necessidade do emprego de algemas, conforme item 4.4; 
Após as técnicas e táticas de aproximação e deslocamento, vistas na Seção 
2, e os ensinamentos sobre abordagens da Seção 3, serão apresentados 
os procedimentos de busca pessoal na Seção 4, dando sequência às ações 
policiais em uma intervenção. 
SEÇÃO 4
BUSCA PESSOAL
79
 Manual Técnico-Profissional 3.04.02
4 BUSCA PESSOAL 
É uma técnica policial utilizada para fins preventivos ou repressivos, que visa 
a procura de produtos de crime, objetos ilícitos ou lícitos que possam ser 
utilizados para a prática de delitos que estejam de posse da pessoa abordada 
em situação de suspeição. 
Será realizada no corpo, nas vestimentas e pertences do abordado, 
observando-se todos os aspectos legais, técnicos e éticos necessários. 
A busca poderá ser realizada independente de mandado judicial, desde que 
haja fundada suspeita. 
Quando o policial militar realiza busca pessoal, a situação de suspeição 
deverá ser verificada através da atitude do cidadão, ou seja, da conjugação 
entre comportamento e ambiente. Exemplos: 
- estado de flagrante delito; 
- mesma característica física e de vestimenta utilizada por autor de 
crime/ contravenção; 
- comportamento estranho do suspeito (tensão, nervosismo, aceleração 
do passo ou mudança brusca de direção ao avistar a presença policial); 
- volumes observáveis na cintura ou em outras partes do corpo;
- pessoa parada em local ermo ou de grande incidência de criminalidade;
 -pessoa monitorando residências; 
- pessoa portando objeto duvidoso; 
-condutor que tenta evadir de bloqueio policial; dentre outros. 
Os policiais militares devem estar preparados tecnicamente para realizar 
a busca pessoal e cuidar para que esta ação não se converta em atos de 
arbitrariedade e discriminação. 
4.1 Aspectos legais da busca pessoal 
O poder discricionário inerente à ação de abordar e efetuar a busca pessoal está 
condicionado à existência de elementos que configurem fundada suspeita, 
requisito essencial e indispensável para a realização do procedimento. O 
Código de Processo Penal (CPP) assim prevê: 
80
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA
Art. 244 - Abusca pessoal independerá de 
mandado, no caso de prisão ou quando houver 
fundada suspeita de que a pessoa esteja na posse 
de arma proibida ou de objetos ou papéis que 
constituam corpo de delito, ou quando a medida 
for determinada no curso de busca domiciliar 
(BRASIL, 1941). 
Certifi ca o artigo 292 do CPP que caberá ao abordado cumprir as 
ordens emanadas pelo policial militar, sob pena de incorrer em crime de 
desobediência, previsto no artigo 330 do Código Penal (CP).
Quando o abordado se opuser, mediante violência ou ameaça, à submissão 
da busca pessoal, estará incurso no crime de resistência, previsto no 
artigo 329 do CP. Neste caso, o policial militar usará a força adequada para 
vencer a resistência ou se defender, conforme previsão legal. É importante 
não confundir relutâncias naturais por parte do abordado que se sente 
constrangido, com o crime de resistência. Na verbalização o policial militar 
deve esclarecer os motivos da ação policial. 
No Código de Processo Penal Militar (CPPM) a busca pessoal (ou revista 
pessoal) é tratada nos seguintes artigos: 
Art. 180. A busca pessoal consistirá na procura material feita 
nas vestes, pastas, malas e outros objetos que estejam com 
a pessoa revistada e, quando necessário, no próprio corpo. 
Art. 181. Proceder-se-á à revista, quando houver fundada 
suspeita de que alguém oculte consigo: 
a) instrumento ou produto do crime; 
b) elementos de prova. 
Art. 182. A revista independe de mandado: 
t�quando feita no ato da captura de pessoa que deve ser 
presa; 
LEMBRE-SE: diante das circunstâncias previstas 
no artigo 244 do CPP, que caracterizam a fundada 
suspeita, o policial militar pode e deve realizar a 
busca pessoal, independentemente de mandado. 
81
 Manual Técnico-Profissional 3.04.02
 
�� quando determinada no curso da busca domiciliar; 
�� quando ocorrer o caso previsto na alínea “a” do artigo 
anterior; · quando houver fundada suspeita de que o 
revistando traz consigo objetos ou papéis que constituam 
corpo de delito; ·
�� quando feita na presença da autoridade judiciária ou do 
presidente do inquérito. 
As buscas pessoais são realizadas em prol do bem comum, ainda que possam 
causar eventuais desconfortos de caráter individual. É importante que a 
restrição aos direitos individuais se dê o mínimo possível, ou seja, no limite 
do que possa ser considerada necessária e razoável, para que não possa ser 
interpretada como abuso de autoridade. 
Nos casos em que a suspeição não se confirmar e nada de irregular for 
encontrado, caberá ao policial militar: 
��esclarecer ao abordado os motivos pelos quais ele foi submetido 
a busca pessoal; 
��demonstrarque esta abordagem é um ato discricionário e legal, 
com foco na segurança preventiva; 
��prestar outras informações que possam minimizar possíveis 
embaraçamentos causados; 
��agradecer a colaboração com a segurança coletiva. 
Ao final do procedimento, recomenda-se que a equipe: 
��avalie o desempenho individual e do grupo; 
��avalie os resultados obtidos; 
��avalie as falhas no procedimento;
��colha sugestões de correção; 
��confeccione relatório ao escalão superior, se necessário. 
82
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA
Buscas pessoais realizadas nos grupos vulneráveis e minorias, e outras 
situações específi cas, serão tratadas na Seção 5. 
4.2 Tipos de Busca Pessoal 
Há três tipos: a busca ligeira, a busca minuciosa e a completa. Embora 
realizadas sob mesmo fundamento legal, cada qual cumprirá objetivos e 
técnicas específi cas, com a fi nalidade de minorar os riscos na ação policial. 
4.2.1 Busca Ligeira 
É uma revista rápida procedida nos abordados, comumente realizada nas 
entradas de casas de espetáculos, shows, estádios e estabelecimentos afi ns, 
para verifi car a posse de armas ou objetos perigosos, comuns na prática de 
delitos. Será iniciada, preferencialmente, pelas costas da pessoa abordada, 
que fi cará, normalmente, na posição de pé. 
A busca será realizada por meio de movimentos rápidos de deslizamento 
das mãos sobre o vestuário do cidadão. Deve-se verifi car, sobretudo: cintura, 
quadris, tórax, axilas, braços, pernas (entre as pernas), pés e cabelos. Bolsos, 
bonés, chapéus, toucas, pochetes e demais pertences também deverão ser 
revistados. Caso haja disponível detector de metal, a utilização desse aparelho 
poderá substituir os movimentos rápidos de deslizamento das mãos sobre o 
vestuário do cidadão. 
A busca ligeira poderá progredir para outras modalidades, caso haja suspeição 
de que o abordado ofereça maior risco à integridade das pessoas ou esteja 
LEMBRE-SE: Não existe pessoa suspeita, mas pessoa em 
situação suspeita. Ninguém se torna suspeito por suas 
características pessoais (classe social, raça, opção sexual, 
forma de se vestir, traços físicos ou outras características). 
Não existem rótulos ou estereótipos que motivem uma 
abordagem, pois os infratores podem apresentar todo tipo 
de característica. Cabe ao militar a avaliação da suspeição, 
levando-se em conta as variáveis da situação (horário, local da 
abordagem, clima, características da região, comportamento 
do cidadão, fatos ocorridos, dentre outros).
83
 Manual Técnico-Profissional 3.04.02
ele de posse de objetos ilícitos. O policial militar se certificará da necessidade 
do procedimento, optando por local adequado e seguro para a realização. 
4.2.2 Busca Minuciosa 
Será realizada sempre que o policial militar suspeitar que o abordado porte 
objetos ilícitos, dificilmente detectados na inspeção visual ou na busca ligeira. 
Preferencialmente será feita pelas costas da pessoa abordada. Enquanto o 
PM Revistador realizar a busca, o PM Verbalizador fará a cobertura policial. 
A busca minuciosa pode variar conforme as Posições de contenção, que 
são posturas que deverão ser adotadas pelo abordado na busca pessoal 
minuciosa, e objetivam a garantia de segurança aos policiais militares e a 
eficiência da revista, variando de acordo com o nível de risco e o ambiente. 
São enumeradas quatro posições básicas de contenção: 
a) posição de contenção 1 – abordado em pé, sem apoio; 
b) posição de contenção 2 – abordado em pé, com apoio; 
c) posição de contenção 3 – abordado ajoelhado; 
d) posição de contenção 4 – abordado deitado. 
a) Posição de contenção 1 -abordado em pé sem apoio 
Será empregada quando não houver apoio para o abordado encostar as 
mãos. 
t�Fase de verbalização: 
Nesta abordagem o PM Verbalizador deverá se identificar como policial 
militar e determinará que o abordado: 
— coloque as mãos sobre a testa; 
— entrelace os dedos; 
— vire-se de costas; 
— abra as pernas (as pernas deverão estar abertas de maneira que 
não permita ao abordado movimento de agressão sem antes se ver 
obrigado a realizar o movimento de fechamento das pernas, o que 
sinalizará aos policiais militares a intenção de agressão); 
84
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA
— aguarde e fi que calmo que um policial fará a busca pessoal; 
t� Fase de Revista 
- O PM Revistador, com a arma no coldre, deverá se aproximar 
do abordado pela posição 2 ½ ou 3 (fi gura 18), adotando os seguintes 
procedimentos: 
— posicionará atrás do abordado; 
— deverá segurar os dedos do abordado, que estarão sobre a testa;
— ao revistar o lado direito do corpo do abordado, deverá segurar os 
dedos do abordado com a mão esquerda e fazer a revista com a mão 
direita; 
— ao revistar o lado esquerdo do corpo do abordado, deverá segurar 
os dedos do abordado com a mão direita e fazer a revista com a mão 
esquerda; 
A busca minuciosa na posição de contenção em pé, sem apoio, vem ilustrada 
na fi gura 40. 
 
ATENÇÂO! Na posição de contenção em pé sem apoio, 
deverá ser determinado ao abordado que coloque as mãos 
sobre a testa e não sobre a cabeça, conforme as demais 
posições.
Esta técnica permite que, em caso de reação durante a 
vistoria, o PM Revistador, puxe os dedos do abordado 
para trás, desequilibrando-o e projetando-o ao solo.
Este procedimento irá proporcionar ao PM Revistador 
tempo para reação, com emprego de técnicas de 
imobilização e uso de Instrumentos de Menor Potencial 
Ofensivo (IMPO).
85
 Manual Técnico-Profissional 3.04.02
Figura 40 - Busca minuciosa na posição de contenção em pé, sem apoio 
b) Posição de contenção 2 -abordado em pé com apoio 
Será empregada quando houver apoio para o abordado encostar as mãos. 
Nesta abordagem o PM Verbalizador determinará que o abordado caminhe 
até uma superfície vertical (paredes, muros, dentre outros) e fique de frente 
para ela, com pernas abertas e afastadas, braços abertos, mãos apoiadas na 
superfície, acima da altura dos ombros e dedos abertos. Quanto mais distante 
da parede estiver os pés do abordado, será mais difícil sua possibilidade de 
reação. 
t� Fase de verbalização: 
Nesta abordagem o PM Verbalizador deverá se identificar como policial 
militar e determinará que o abordado: 
— vire-se de costas; 
— coloque as mãos apoiadas na superfície determinada (exemplo: 
parede, muro); 
— abra as pernas e afaste-as da superfície utilizada; 
—aguarde e fique calmo que um policial militar fará a busca pessoal; 
86
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA
��Fase de Revista 
O PM Revistador, com a arma no coldre, deverá se aproximar do 
abordado pela posição 2 ½ ou 3, adotando os seguintes procedimentos: 
- posicionará atrás do abordado; 
- ao revistar o lado direito do corpo do abordado, deverá apoiar a mão 
esquerda nas costas do abordado, apoiar o joelho esquerdo atrás da 
perna direita do abordado e fazer a revista com a mão direita; 
- ao revistar o lado esquerdo do corpo do abordado, deverá apoiar a 
mão direita nas costas do abordado, apoiar o joelho direito atrás da 
perna esquerda do abordado e fazer a revista com a mão esquerda; 
- o PM Verbalizador, no momento da revista, será responsável pela 
segurança do PM Revistador e, portanto, deverá variar sua posição de 
maneira a manter sempre a triangulação descrita na TAT. 
A busca minuciosa na posição de contenção em pé, com apoio, vem ilustrada 
na figura 41. 
Figura 41 - Busca minuciosa na posição de contenção em pé, com apoio 
87
 Manual Técnico-Profissional 3.04.02
c) Posição de contenção 3 – abordado de joelhos 
É indicada para os seguintes casos: 
- quando o número de abordados for maior do que o número de 
policiais militares; 
- abordado de alta periculosidade ou que tenha antecedentes de 
reação; 
��Fase de verbalização: 
Nesta abordagem oPM Verbalizador deverá se identificar como policial 
militar e determinará que o abordado: 
— coloque as mãos na testa e olhe para cima; 
— entrelace os dedos; 
— vire-se de costas; 
— ajoelhe-se; 
— cruze os pés; 
— aguarde e fique calmo que um policial fará a busca pessoal; 
��Fase de Revista 
- O PM Revistador, com a arma no coldre, deverá se aproximar do 
abordado pela posição 2 ½ ou 3, adotando os seguintes procedimentos: 
- posicionará atrás do abordado; 
- ao revistar o lado direito do corpo do abordado, deverá segurar os dedos 
do abordado com a mão esquerda e fazer a revista com a mão direita; 
- ao revistar o lado esquerdo do corpo do abordado, deverá segurar 
os dedos do abordado com a mão direita e fazer a revista com a mão 
esquerda; 
- o PM Verbalizador, no momento da revista, será responsável pela 
segurança do PM Revistador e, portanto, deverá variar sua posição de 
maneira a manter sempre a triangulação descrita na TAT. 
A busca minuciosa na posição de contenção ajoelhado vem ilustrada na 
figura a seguir. 
88
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA
Figura 42 - Busca minuciosa na posição de contenção ajoelhado 
d) Posição de contenção 4 – abordado deitado 
É indicada para os casos em que o abordado apresente potencial perigo para 
a equipe policial. 
��Fase de verbalização: 
Nesta abordagem o PM Verbalizador deverá se identificar como policial 
militar determinará que o abordado: 
- coloque as mãos na testa e olhe para cima; 
- entrelace os dedos; 
- vire-se de costas; 
- ajoelhe-se; 
- deite-se com o peito encostado no chão (decúbito ventral); 
- abra os braços em forma de crucifixo; 
- vire as palmas das mãos para cima; 
- mantenha as pernas estendidas; 
- aguarde e fique calmo que um policial militar fará a busca pessoal; 
Após realizar estes movimentos, o PM Verbalizador caminhará em direção 
a uma das laterais do abordado, ao mesmo tempo em que o PM Revistador 
caminhará em direção ao lado oposto. 
Após estar posicionado em uma das laterais do corpo do abordado, o PM 
Verbalizador determinará ao abordado que: 
- permaneça olhando em sua direção; 
- fique calmo que um policial militar fará a busca pessoal. 
89
 Manual Técnico-Profi ssional 3.04.02
��Fase de Revista: 
O PM Revistador, com a arma no coldre, deverá se aproximar pelo lado em 
que o abordado não estiver olhando: 
- certifi cará sobre a existência do fato motivador da abordagem 
(existência de cometimento de crime); 
 - se necessário, efetuará a algemação , conforme item 4.4; 
- conduzirá o abordado até a posição de pé; 
- posicionará atrás do abordado, segurando-lhe as algemas; 
- determinará ao abordado que abra as pernas ao máximo; 
- ao revistar o lado direito do corpo do abordado, deverá segurar as 
algemas com a mão esquerda e fazer a revista com a mão direita; 
- ao revistar o lado esquerdo do corpo do abordado, deverá segurar as 
algemas com a mão direita e fazer a revista com a mão esquerda; 
- o PM Verbalizador, no momento da revista, será responsável pela 
segurança do PM Revistador e, portanto, deverá variar sua posição de 
maneira a manter sempre a triangulação descrita na TAT. 
A busca minuciosa na posição de contenção deitado vem ilustrada na 
fi gura 43. 
Figura 43 - Busca minuciosa na posição de contenção deitado 
ATENÇÂO! Esta posição é indicada para os 
casos de contenção voltada para algemação e 
prisão segura do autor de crime.
90
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA
4.2.3 Busca Completa 
É a verifi cação detalhada do corpo do abordado, que se despirá e entregará 
seu vestuário ao policial militar. Cada peça de roupa deverá ser examinada. 
O policial militar, além de atentar para todos os procedimentos previstos na 
busca minuciosa, verifi cará o interior das cavidades do corpo. 
Na busca completa, o policial militar, em conformidade com a avaliação de 
riscos, determinará que o(a) abordado(a) retire todas as peças de vestuário e 
fi que na posição de pé. O policial militar determinará ao abordado que realize 
pelo menos três movimentos de agachamento, a fi m de detectar objetos 
escondidos em orifício anal ou vaginal. 
O policial militar deve evitar o uso do tato, no corpo do abordado, estando 
ele já despido. A participação que se espera do revistado diz respeito à 
observância das orientações que lhe são passadas: despir-se, entregar o 
vestuário, abrir a boca, levantar os braços, abrir as pernas, agachar-se com as 
pernas abertas, dentre outras. 
Devido à exposição corporal do abordado e por questões de segurança, 
recomenda-se que a busca completa seja realizada em local isolado do 
público e, sempre que possível, na presença de testemunha do mesmo sexo 
da pessoa abordada (preferencialmente, desconhecida por ela) que será 
esclarecida sobre a necessidade do procedimento. 
Por questões de biossegurança, recomenda-se o uso de luvas para o caso de 
manusear peças de vestuário e objetos do abordado. 
4.3 Uso de algemas 
Algemas são equipamentos policiais utilizados com os objetivos primários de 
controlar uma pessoa, prover segurança aos policiais militares, ao preso ou 
a terceiros e reduzir a possibilidade de fuga ou agravamento da ocorrência. 
As algemas, além dos modelos tradicionais de argolas de metal, com 
fechaduras e ligadas entre si, podem também ser de plástico (descartáveis) 
ATENÇÂO! Caso não se confi rme a suspeição, 
os policiais militares farão a liberação do 
abordado, e explicando a importância da 
busca pessoal na prevenção criminal. Caso 
confi rmada a suspeição, fará a prisão do autor.
91
 Manual Técnico-Profissional 3.04.02
ou consistir em objetos utilizados para restringir os movimentos corporais 
de uma pessoa presa sob a custódia (corda com nó de algema, cadarço, etc). 
A algemação não pode ser adotada como regra para todo caso de prisão/
condução, pois, quando utilizada, causa um constrangimento inevitável. Este 
equipamento não deve ser utilizado como instrumento de subjugação ou 
humilhação do preso. 
O Código de Processo Penal (CPP) dispõe, em seu artigo 284, que não será 
permitido o emprego de força, salvo o indispensável no caso de resistência 
ou tentativa de fuga de preso. 
Por sua vez, o Código de Processo Penal Militar (CPPM) em seu artigo 234, 
assim prevê sobre o uso de algemas: 
§1º - O emprego de algemas deve ser evitado, desde que não haja 
perigo de fuga ou de agressão da parte do preso, e de modo algum 
será permitido, nos presos a que se refere o art. 242 (BRASIL, 1969). 
Significa dizer que a algemação se aplica aos casos de resistência e fundado 
risco à integridade física dos envolvidos. 
O §1º do artigo 234 prevê, ainda, que de modo algum será permitido o uso 
das algemas nas autoridades descritas no art 242 do CPPM: 
��os ministros de Estado; 
��os governadores ou interventores de Estados, ou Territórios, o 
prefeito do Distrito Federal, seus respectivos secretários e chefes 
de Polícia; 
�� os membros do Congresso Nacional, dos Conselhos da União e da 
Assembleias Legislativas dos Estados; 
��os cidadãos inscritos no Livro de Mérito das ordens militares ou 
civis reconhecidas em lei; 
��os magistrados; 
��os oficiais das Forças Armadas, das Polícias e dos Corpos de 
Bombeiros, Militares, inclusive os da reserva, remunerada ou não, 
e os reformados; 
�� os oficiais da Marinha Mercante Nacional; 
��os diplomados por faculdade ou instituto superior de ensino 
nacional;
92
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA
��os ministros do Tribunal de Contas; 
��os ministros de confissão religiosa. 
Porém, é entendimento do Superior Tribunal Federal que, se houver 
necessidade, o uso de algemas poderá ser feito, mesmo nas autoridades 
elencadas anteriormente, e independente do cargo/função/posição social 
do preso. 
A Súmula Vinculante nº 11, publicada em 22de agosto de 2008, assim discorre: 
Só é lícito o uso de algemas em caso de resistência e de fundado 
receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, 
por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade 
por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar civil e 
penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do 
ato processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade 
civil do Estado. (BRASIL, 2008) 
Ao empregar as algemas é indispensável que o policial militar justifique tal 
medida por escrito no Boletim de Ocorrência (BO/REDS), conforme determina 
a Súmula Vinculante, sob pena de responsabilização nas esferas civil, penal e 
administrativa. 
A formalização escrita dos motivos que ensejaram a algemação é o grande 
diferencial que a Súmula traz para a prática policial e decorrerá de três 
situações específicas: 
�� resistência do preso à ação policial; 
�� fundado receio de que o preso possa empreender fuga; 
�� comportamento do preso que ofereça risco à integridade física 
do policial militar, de terceiros ou para si mesmo. 
O quadro a seguir apresenta um rol, exemplificativo, de situações e 
informações complementares que possam ser inseridas no BO/REDS para se 
justificar o uso de algemas. 
 
93
 Manual Técnico-Profissional 3.04.02
QUADRO 7: Sugestões de justificativas e informações complementares 
quanto ao uso de algemas13 
RESISTÊNCIA 
- o preso resistiu à ação policial, durante a intervenção. Foi necessário o 
uso de algemas para contê-lo; 
- o preso com sintomas de embriaguez, ou sob efeito de substâncias 
entorpecentes, demonstrou indignação ou resistência à prisão, investindo 
contra a guarnição (chutes, socos, pontapés, cuspiu no policial, empurrões 
e outros); 
RECEIO DE FUGA 
- há caso de tentativa de fuga nos registros policiais do preso; 
- trata-se de preso foragido; 
- no momento da prisão, o preso tentou fugir do local, sendo necessário 
persegui-lo; 
- trata-se de cidadão considerado de alta periculosidade, pelo envolvimento 
com quadrilhas/bandos; 
- o preso possui grande número de registros policiais e processos judiciais em 
andamento. 
PERIGO À INTEGRIDADE FÍSICADO PRESO 
- situação verificada em razão da possibilidade do preso ser agredido pela 
vítima e seus familiares, ou por populares; 
- situação verificada por meio do comportamento agressivo do preso 
(autolesão, possibilidade de quedas, fraturas); 
PERIGO À INTEGRIDADE FÍSICADO POLICIAL MILITAR OU DE TERCEIROS 
-situação verificada em razão do comportamento agressivo do preso em 
relação aos policiais militares; 
-houve necessidade de conduzir o preso algemado, em razão da viatura 
não possuir compartimento fechado (xadrez), e havia possibilidade de fuga 
e/ou necessidade de segurança no transporte; 
-existe histórico de agressões perpetradas pelo preso; 
- o preso apresentava sintomas de embriaguez e comportamento agressivo; 
parecia estar sob efeito de substâncias entorpecentes ou análoga; 
-trata-se de cidadão considerado de alta periculosidade, em virtude de 
registros policiais com emprego de violência;
-a agressividade do preso foi demonstrada na execução do fato criminoso. 
13 Adaptado do Memorando Circular nº 31.687.6/08-EMPM, de 10 out 2008
94
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA
ATENÇÃO! O policial militar registrará no BO/
REDS que sua ação foi revestida de legalidade, 
de razoabilidade e de proporcionalidade no uso 
da força, para justifi car o emprego das algemas. 
Recorrerá para tal, à descrição minuciosa de cada 
comportamento irregular do preso, que resultou 
em sua algemação.
O policial militar deverá, preferencialmente, algemar o infrator com as mãos 
para trás e com as palmas voltadas para fora. Certifi cará, ainda, de que 
as algemas não fi caram frouxas ou apertadas, em demasia, trancando-as e 
travando-as, corretamente. Figura 44. 
Figura 44 – Sistema de trava de algemas 
A descrição pormenorizada da algema, a aplicação, a condução e as técnicas 
de emprego deste equipamento estão no Manual de Defesa Pessoal Policial. 
95
 Manual Técnico-Profi ssional 3.04.02
4.3.1 Recomendações Gerais do Uso de Algemas 
É importante que o policial militar entenda que a algemação é uma forma 
temporária de conter pessoas presas. Trata-se de uma ação constrangedora 
e por isso, recomenda-se que não se estenda por períodos longos, pois esta 
atitude poderá resultar em lesões, como pulsos arranhados e até fraturas e 
ruptura de ligamentos. A utilização da trava de segurança também contribuirá 
com a integridade física do algemado. 
A algemação pode parecer uma boa medida para conter um criminoso 
violento, evitando que ele venha a machucar outras pessoas. Todavia, vale 
ressaltar que, ao algemar alguém, você prejudica a capacidade dessa pessoa 
de se proteger. 
Por isso, algemar uma pessoa a um ponto fi xo, como um poste, ou a partes 
fi xas de veículos, como as barras presentes no xadrez de algumas viaturas, 
pode colocar em risco o preso. Sem as mãos livres para se defender, ele se 
torna incapaz de se proteger de perigos iminentes, como por exemplo, do 
ataque de um parente inconformado da vítima, ou até de choques mecânicos 
e acidentes ocorridos com a viatura. 
Algemar uma pessoa a um ponto móvel, como uma cadeira, uma mesa, ou 
até a um policial militar ou outro preso, é uma conduta que não fornece 
segurança à guarnição, pois o algemado pode utilizar a cadeira ou mesa 
como arma contra os policiais militares, vítimas e testemunhas. Da mesma 
forma, poderá utilizar da proximidade com o outro preso ou com o policial 
militar para agredi-los. 
Apesar do policial militar algemar preferencialmente o preso com as mãos 
voltadas para trás, nem sempre isso será possível. O policial militar deve 
defi nir se a algemação será pela frente ou pelas costas, de acordo com o 
comportamento do algemado e suas condições de saúde. Obesos, grávidas, 
pessoas adoentadas e de constituição mais fraca poderão ser algemados pela 
frente sem expor a guarnição a perigo. 
ATENÇÂO! As algemas não impedem fugas. 
São equipamentos de uso temporário para 
conter uma pessoa. Sob esta condição, exige-
se uma vigilância constante do preso por parte 
do policial. 
97
SEÇÃO 5
PROCEDIMENTOS 
POLICIAIS 
ESPECÍFICOS
99
 Manual Técnico-Profissional 3.04.02
5 PROCEDIMENTOS POLICIAIS ESPECÍFICOS 
Existem diversos grupos na sociedade que, devido às suas condições 
peculiares, merecem atenção especial por parte da Polícia. 
A abordagem policial a essas pessoas seguirá os mesmos princípios éticos 
e profissionais das demais intervenções, bem como os procedimentos 
técnicos e táticos operacionais já estabelecidos, sobretudo aqueles relativos 
à segurança dos policiais militares e de terceiros. 
No atendimento, quer seja na condição de suspeito, agente de delito, vítima 
ou testemunha, o policial militar deverá, prioritariamente, compreender 
de maneira integral a complexidade no trato das questões relativas aos 
respectivos grupos, para que exerça, com efetividade, a proteção e a 
promoção de sua dignidade de seus integrantes. 
Adiante, seguem as recomendações para a atuação policial, os quais serão 
divididos em: 
- autoridades; 
- grupos vulneráveis; 
- minorias; 
- pessoas com surto por uso de drogas. 
5.1 Procedimentos Policiais em Ocorrências Envolvendo Autoridades 
Esta subseção abordará as providências que devem ser tomadas pelos 
policiais militares nos casos de cometimento de ilícitos penais, prisão em 
flagrante de autoridades e confecção de Boletim de Ocorrência (BO/REDS). Ela 
está subdividida por poderes e cargos, para uma melhor organização. Além 
disso, também estará definido o dispositivo legal que trata da prerrogativa 
em relação à prisão no cometimento de ilícitos penais. No final deste tópico,haverá um quadro para uma consulta rápida sobre esse tema. 
100
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA
5.1.1 Membros do Poder Executivo 
a) Presidente da República: enquanto não sobrevier sentença condenatória 
nas infrações comuns, o Presidente da República não estará sujeito à prisão 
(Art. 88, § 3º, da CFB/88). O policial militar irá liberar o Presidente da República 
no local e registrar o Boletim de Ocorrência (BO/REDS), encaminhando-o à 
Polícia Judiciária Federal (Polícia Federal), para possíveis providências. 
b) Ministros de Estado: não possuem prerrogativas em relação à prisão em 
flagrante no cometimento de delitos, tendo o mesmo tratamento dos demais 
cidadãos. O policial militar deverá, neste caso, prender o Ministro de Estado 
e registrar o Boletim de Ocorrência (BO/REDS), encaminhando-os à Polícia 
Judiciária Federal (Polícia Federal), para possíveis providências. 
c) Diplomatas: a pessoa do agente diplomático é inviolável. Não poderá 
ser preso ou detido (art. 29, da Convenção de Viena). O policial militar irá 
liberar o Diplomata no local e registrar o Boletim de Ocorrência (BO/REDS), 
encaminhando-o Polícia Judiciária Federal (Polícia Federal), para possíveis 
providências. 
d) Governadores de Estado: enquanto não sobrevier sentença condenatória, 
nos crimes comuns, o Governador não estará sujeito à prisão (art. 92, § 3º, da 
CE/89). O policial militar irá liberar o Governador de Estado no local e registrar 
o Boletim de Ocorrência (BO/REDS), encaminhando-o à Polícia Judiciária 
Federal (Polícia Federal), para possíveis providências. 
e) Secretários de Estado: não possuem prerrogativas em relação à prisão 
em flagrante no cometimento de delitos, tendo o mesmo tratamento dos 
demais cidadãos. O policial militar deverá, neste caso, prender o Secretário 
de Estado e registrar o Boletim de Ocorrência (BO/REDS), encaminhando-os à 
Polícia Judiciária Estadual (Polícia Civil), para possíveis providências. 
f) Prefeitos: não possuem prerrogativas em relação à prisão em flagrante no 
cometimento de delitos tendo o mesmo tratamento dos demais cidadãos. O 
policial militar deverá, neste caso, prender o prefeito e registrar o Boletim de 
Ocorrência (BO/REDS), encaminhando-os à Polícia Judiciária Estadual (Polícia 
Civil), para possíveis providências. 
101
 Manual Técnico-Profi ssional 3.04.02
5.1.2 Membros do Poder Legislativo 
a) Deputados Federais e Senadores: o policial militar deverá, no caso de 
fl agrante de crime inafi ançável, prendê-lo e registrar o Boletim de Ocorrência 
(BO/REDS), encaminhando-o à Polícia Judiciária Federal (Polícia Federal), para 
possíveis providências. Nos demais delitos (afi ançáveis e de menor potencial 
ofensivo), será feito apenas o registro do BO/REDS, encaminhando-o à Polícia 
Federal, sendo os parlamentares liberados no local. Os deputados federais e 
senadores são invioláveis civil e penalmente por quaisquer de suas opiniões, 
palavras e votos. Nos casos de prisão em fl agrante, os autos serão remetidos 
dentro de vinte e quatro horas à respectiva Casa (Câmara dos Deputados ou 
Senado), para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a 
manutenção da prisão. 
b) Deputados Estaduais: serão adotadas as mesmas providências dos 
deputados federais e senadores, divergindo apenas no encaminhamento do 
Boletim de Ocorrência (BO/REDS) e membro da Casa Legislativa, que será feito 
para a Polícia Judiciária Estadual (Polícia Civil), e os autos serão remetidos à 
Assembleia Legislativa. 
c) Vereadores: se o delito praticado pelo vereador não tiver nenhum 
vínculo político com sua função ou for fora de sua circunscrição, o policial 
militar deverá prendê-lo, registrar o Boletim de Ocorrência (BO/REDS), 
encaminhando-o à Polícia Judiciária Competente. Os Vereadores gozam de 
prerrogativa em relação à prisão no cometimento de delitos somente nos 
casos relacionados com sua função, sendo invioláveis por suas opiniões, 
palavras e votos no exercício do mandato e na circunscrição do Município. 
Nos demais casos, recebem os mesmos tratamentos dos demais cidadãos. 
ATENÇÃO: CRIMES INAFIANÇÁVEIS 
A lei brasileira considera como crime inafi ançável os delitos que se 
enquadram nas possibilidades previstas dos artigos 323 e 324 do 
CPP, além da prática da tortura, o tráfi co ilícito de entorpecentes e 
drogas afi ns, o terrorismo e os defi nidos como crimes hediondos 
(homicídio quando praticado em atividade de extermínio, homicídio 
qualifi cado, latrocínio, extorsão qualifi cada pela morte, extorsão 
mediante sequestro, estupro e estupro de vulnerável, epidemia com 
resultado morte, falsifi cação, corrupção, adulteração ou alteração de 
produto destinado a fi ns terapêuticos ou medicinais e genocídio), 
além da ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem 
constitucional e o Estado Democrático. 
102
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA
5.1.3 Membros do Poder Judiciário 
a) Desembargadores e Juízes Federais: os Membros da magistratura 
da União não podem ser presos senão por ordem escrita do Tribunal ou 
do órgão especial competente para o julgamento, salvo em flagrante de 
crime inafiançável, caso em que a autoridade fará imediata comunicação e 
apresentação do magistrado ao Presidente do Tribunal a que esteja vinculado. 
O policial militar deverá, no caso flagrante de crime inafiançável, prendê-los e 
registrar o Boletim de Ocorrência (BO/REDS), encaminhando-os ao Presidente 
do Tribunal a que esteja vinculado (Desembargadores ao STJ, Juízes Federais 
incluídos os da Justiça Militar ao TRF). Nos demais delitos (afiançáveis e de 
menor potencial ofensivo), será feito apenas o registro do BO/REDS para 
possíveis providências, sendo os Magistrados liberados no local. 
b) Juízes Estaduais: serão adotadas as mesmas providências dos juízes 
federais e desembargadores, divergindo apenas no encaminhamento do 
Boletim de Ocorrência (BO/REDS) e do membro desta instituição, que será 
feito para o Tribunal de Justiça do Estado. 
5.1.4 Membros do Ministério Público 
a) Procurador e Promotor de Justiça da União: o Membro do Ministério 
Público da União só poderá ser preso por ordem escrita do Tribunal 
competente ou em razão de flagrante de crime inafiançável, caso em que 
a autoridade fará imediata comunicação àquele tribunal e ao Procurador-
Geral da República, sob pena de responsabilidade. O policial militar deverá, 
nos casos de flagrante em crime inafiançável, prender os Membros do 
Ministério Público da União e registrar o Boletim de Ocorrência (BO/REDS), 
encaminhando-os ao Procurador-Geral da República. Nos demais delitos 
(afiançáveis e de menor potencial ofensivo), será feito apenas o registro do 
BO/REDS para possíveis providências, sendo os promotores liberados no 
local. 
b) Procurador e Promotor de Justiça do Estado: serão adotadas as mesmas 
providências dos procuradores e promotores de Justiça da União, divergindo 
apenas no encaminhamento do Boletim de Ocorrência (BO/REDS) e do 
membro desta instituição, que será feito para a Procuradoria-Geral de Justiça.
 
103
 Manual Técnico-Profissional 3.04.02
5.1.5 Membros de Órgãos Policiais 
a) Membros da Polícia Federal e Rodoviária Federal: o policial militar 
irá neste caso prendê-los e registrar o Boletim de Ocorrência (BO/REDS). 
Após a chegada do superior hierárquico do conduzido, será encaminhado 
à Polícia Judiciária Competente, para possíveis providências. Não possuem 
prerrogativas em relação à prisão em flagrante no cometimento de delitos, 
tendo o mesmo tratamento dos demais cidadãos. 
b) Membros da Polícia Militar Estadual: o policial militar irá neste caso 
prendê-los e registrar o Boletim de Ocorrência (BO/REDS). O militar e o BO/
REDS deverão ser encaminhados, por um superior hierárquico, à Polícia 
Judiciária Competente, nos crimes comuns e ao Comandante do militar nos 
crimes militares, para possíveis providências.Não possuem prerrogativas em 
relação à prisão em flagrante no cometimento de delitos, tendo o mesmo 
tratamento dos demais cidadãos. 
c) Membros da Polícia Civil: o policial militar deverá neste caso prendê-los 
e registrar o Boletim de Ocorrência (BO/REDS). Após a chegada do superior 
hierárquico do conduzido, será encaminhado à Polícia Judiciária Competente, 
para possíveis providências. Não possuem prerrogativas em relação à prisão 
em flagrante no cometimento de delitos, tendo o mesmo tratamento dos 
demais cidadãos. 
5.1.6 Membros das Forças Armadas 
a) Militares do Exército, Marinha e Aeronáutica: o policial militar deverá 
neste caso prendê-los e registrar o Boletim de Ocorrência (BO/REDS). Após 
a chegada do superior hierárquico do conduzido da respectiva Força, será 
encaminhado à Polícia Judiciária Competente, nos crimes comuns e ao 
Comandante do militar nos crimes militares, para possíveis providências. Não 
possuem prerrogativas em relação à prisão em flagrante no cometimento de 
delitos, tendo o mesmo tratamento dos demais cidadãos. 
5.1.7 Membros da Advocacia 
a) Advogado-Geral da União: se o delito tiver vínculo com sua função, 
o policial militar só poderá prendê-lo em caso de crime inafiançável ou 
desacato. Para quaisquer outros crimes, fora do exercício da função, não há 
prerrogativas. O registro do Boletim de Ocorrência (BO/REDS) e a autoridade 
quando for efetuada a prisão, serão encaminhados à Polícia Judiciária Federal 
104
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA
(Polícia Federal), para possíveis providências. 
b) Advogado-Geral do Estado: serão adotadas as mesmas providências 
do Advogado-Geral da União, divergindo apenas no encaminhamento do 
Boletim de Ocorrência (BO/REDS) e do membro desta instituição, que será 
feito à Polícia Judiciária Competente, para possíveis providências. 
c) Advogado: serão adotadas as mesmas providências do Advogado-Geral 
da União, divergindo apenas no encaminhamento do Boletim de Ocorrência 
(BO/REDS) e do membro desta instituição, que será feito à Polícia Judiciária 
Competente, para possíveis providências. 
5.1.8 Outras Instituições 
a) Guarda Municipal: o policial militar deverá neste caso prendê-los e registrar 
o Boletim de Ocorrência (BO/REDS). Será encaminhado à Polícia Judiciária 
Competente, para possíveis providências. Não possuem prerrogativas em 
relação à prisão em flagrante no cometimento de delitos, tendo o mesmo 
tratamento dos demais cidadãos. 
b) Agentes Penitenciários: serão adotadas as mesmas providências dos 
Guardas Municipais. 
105
 Manual Técnico-Profissional 3.04.02
QUADRO 8 – Procedimentos policiais em ocorrências envolvendo autoridades 
* Nos crimes cuja competência para apuração é da União, o BO/REDS deverá ser encaminhado 
para a Polícia Federal, desde que haja Delegacia desta Instituição no município. 
Autoridade Cabe Prisão em Flagrante? Embasamento Legal
Encaminhamento do 
REDS
Presidente não Art. 86, § 3º CF/88
Polícia Federal*Ministros sim -
Diplomatas não Art. 29 Conv. de Viena
Governadores Art. 92, § 3º CE/89
Secretários Estaduais
sim - Polícia Civil*
Prefeitos
Deputados Federais
só em crime 
inafiançável
Art. 53, caput e §2º 
CF/88
Polícia Federal
Senadores Art. 56, caput, §§2º 
e 3º CE/89 Polícia Civil*Deputados Estaduais
Vereadores se não tiver vínculo 
político
Art. 29, inc. VII CF/88
Desembargadores
só em crime 
inafiançável
Art. 33, inc II LC 35 Presidente do STJ
Juízes Federais Art. 90, inc II LC 59/01 Presidente do TRF
Juízes Estaduais Presidente do TJ
Procurador de Justiça da União
só em crime 
inafiançável
Art. 18, Inc II, alinea “d” 
LC 75/93
Procurador-Geral da 
República
Promotor de Justiça da União Art. 40, inc III Lei 
8.625/93 e 
Art. 105 inc III LC 34
Procurador de Justiça do Estado Procurador-Geral de 
JustiçaPromotor de Justiça do Estado
Policial Federal sim Polícia Civil*
Policial Militar Estadual sim -
Polícia Civil*
 (crime comum), 
Cmt do militar 
(crime militar)
Polícial Civil sim - Polícia Civil*
Advogado-Geral da União
Regra geral: Sim. 
Nos casos de 
crime com vínculo 
profissional, apenas 
inafiançáveis e 
desacato.
Art. 7º, § 3º, 
Lei 8906/94
Polícia Federal
Advogado-Geral do Estado
Polícia Civil*
Advogado
Guarda Municipal
sim - Polícia Civil*
Agente Penitenciário
106
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA
5.2 Abordagens policiais a grupos vulneráveis 
Por grupo vulnerável14 entende-se o conjunto de pessoas com características 
específicas, relacionadas ao gênero, à idade, à condição social, às necessidades 
especiais e diversidade sexual. E, por essa razão, podem se tornar mais 
suscetíveis à violação de seus direitos. 
A vulnerabilidade está na ação de sujeição da pessoa a constante preconceito 
e discriminação, em razão de sua condição específica, independente de 
outros fatores. Nesse conjunto, estão inseridas as mulheres, as crianças 
e adolescentes, os idosos, a população em situação de rua, as pessoas 
com necessidades especiais e a população de Lésbicas, Gays, Bissexuais, 
Transexuais e Travestis (LGBTT). 
a) Atuação policial no atendimento à mulher 
Em praticamente todas as esferas sociais, a mulher está sujeita a desigualdades 
por lei e de fato. Esta situação é causada e agravada pela existência de 
discriminações, que normalmente se tornam comuns no seio da própria 
família, na comunidade e no local de trabalho. 
A discriminação contra a mulher se mantém por meio da sobrevivência de 
estereótipos (do homem, assim como da mulher), de culturas tradicionais e 
de crenças prejudiciais às mulheres. 
Entende-se por discriminação contra mulheres qualquer distinção, 
exclusão ou restrição baseada no sexo, e que tenha por objetivo ou efeito, 
comprometer ou destruir o reconhecimento, o gozo ou o exercício de seus 
Direitos Humanos e garantias fundamentais, em qualquer estado social em 
que se encontrem, e em todos os campos da atividade humana (político, 
econômico, social, cultural). 
Entende-se por discriminação contra mulheres qualquer distinção, exclusão 
ou restrição baseada no sexo, e que tenha por objetivo ou efeito, comprometer 
ou destruir o reconhecimento, o gozo ou o exercício de seus direitos humanos 
e garantias fundamentais, em qualquer estado social em que se encontrem, 
e em todos os campos da atividade humana (político, econômico, social, 
cultural). 
Contudo, as especificidades femininas exigem um tratamento próprio com 
as mulheres de forma a respeitar as suas características de sexo, e o policial 
militar deve realizar uma busca pessoal de forma profissional e eficiente. 
14 Diretriz para a Produção de Serviço de Segurança Pública (DPSSP) nº 08/2.004 – CG
107
 Manual Técnico-Profissional 3.04.02
Recomendações: 
��a abordagem de mulheres pode ser feita por qualquer policial militar, 
independentemente do sexo, devendo a busca pessoal ser efetivada 
conforme determina a legislação nacional15, que prescreve que a 
busca em mulher será feita por outra mulher, “se não importar em 
retardamento ou prejuízo da diligência”; 
��as mulheres, quando capturadas, serão mantidas separadas dos 
homens capturados (sempre quando houver condições logísticas e de 
segurança); 
��a busca pessoal em mulheres suspeitas de portarem objetos ilícitos 
deverá ser realizada, preferencialmente, por outra mulher profissional 
de polícia ou encarregada de fazer cumprir a lei. Em momento algum 
poderá ser convocadas pessoas leigas ou civis, para realizar buscas 
em caso de suspeição, pois, isto colocará em risco a segurança e a 
integridade física destas pessoas; 
��não havendo a disponibilidade no grupo que realiza a abordagem, 
a guarnição poderá recorrer à rede-rádio, solicitando apoio de uma 
policial militar feminina que possa comparecer ao local e suprir asnecessidades da ocorrência; 
��a busca pessoal feita por homens em mulheres é uma 
excepcionalidade. Não deve ser realizada em situações operacionais 
ordinárias, principalmente em relação à busca completa; 
��procedimentos mais simples como solicitar que a própria pessoa 
abra sua bolsa, retire os sapatos, mostre a região da cintura e levante 
os cabelos, diminuirá a exposição da mulher; 
��se, em casos extremos, o policial militar precisar realizar uma busca 
em uma mulher, esta deverá ser feita com respeito e profissionalismo, 
em local discreto e, sempre que possível, na presença de testemunhas, 
preferencialmente, do sexo feminino. O policial militar deve evitar o 
contato físico com a abordada, principalmente nas partes íntimas, 
procurando limitar-se a orientá-la quanto aos procedimentos a serem 
adotados. 
15 Conforme artigo 249 do Código de Processo Penal/1969. 
108
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA
b) Atuação policial no atendimento às crianças e aos adolescentes 
Crianças e adolescentes possuem direitos próprios que estão previstos em 
diversos instrumentos internacionais16 e na legislação brasileira. O Estatuto 
da Criança e do Adolescente (ECA), Lei Federal nº 8.069, de 13 de julho de 
1990, dispõe sobre a proteção integral à criança e ao adolescente. Em seu 
artigo 2º considera criança a pessoa até 12 anos (incompletos) e adolescente, 
pessoa entre 12 e 18 anos (incompletos. 
Ato infracional é a ação tipificada como crime ou contravenção penal17, 
que tenha sido praticada pela criança ou pelo adolescente. São penalmente 
inimputáveis todos os menores de 18 anos e não poderão ser condenados. 
A criança que incorre em ato infracional deverá ser encaminhada à presença 
do Conselho Tutelar ou do Juiz da Vara da Infância e da Juventude, para que 
seja social e legalmente assistida. Na ausência desses órgãos, deverá ser 
encaminhada aos pais ou ao responsável legal, que dará recibo no Boletim 
de Ocorrência, dirigido ao Juizado da Infância e da Juventude. 
O adolescente, em caso de flagrância de ato infracional, será levado à delegacia 
de polícia especializada. Na ausência desta, deverá ser encaminhado à 
Delegacia de Polícia local, onde deverá permanecer separado dos adultos, 
até que outra medida seja determinada. 
As crianças e os adolescentes têm os mesmos direitos e liberdades dos 
adultos. 
As regras específicas propiciam proteção adicional aos interesses deste grupo 
vulnerável. 
Recomendações: 
��comunicar, imediatamente, aos pais ou representante legal sobre a 
apreensão da criança ou adolescente; 
��manter a atenção às situações que possam implicar em risco à 
integridade física ou mental da criança ou do adolescente; 
��não conduzir crianças e adolescentes em compartimento fechado da 
viatura. Contudo, em casos extremos, em que o adolescente apresentar 
séria ameaça à integridade física dos policiais militares, devido a sua 
16 Convenção Americana sobre Direitos Humanos, dentre outros
17 Conforme artigo 103 do ECA
109
 Manual Técnico-Profissional 3.04.02
compleição física avantajada, com atitudes violentas em resistência à 
ação policial, e com histórico de atos infracionais violentos, poderá ser 
admitido o uso de algema e condução em compartimento fechado de 
veículo policial, visando até mesmo a segurança do adolescente. No 
REDS, deverá ser constado e justificado esse procedimento; 
��nunca divulgar sem a autorização devida, por qualquer meio de 
comunicação, o BO/REDS relativo à criança ou ao adolescente a que se 
atribua ato infracional; 
��evitar a exposição da imagem do conduzido conforme previsto nos 
Arts. 17 e 18 do ECA; 
��a busca pessoal será realizada, com segurança, procurando sempre 
reduzir os constrangimentos, respeitando-se os princípios e as 
orientações gerais contidas no ECA. 
c) Atuação policial no atendimento à diversidade sexual 
A diversidade sexual pode ser entendida como o termo usado para designar 
as várias formas de expressão da sexualidade humana. 
O cidadão, muitas vezes, tem seus direitos desrespeitados pelo fato de ter 
orientação sexual diversificada. O policial militar, como promotor de direitos 
humanos, deve lidar com o cidadão, de forma a respeitar sua sexualidade e a 
lhe fornecer a devida atenção. 
A heterossexualidade define os indivíduos que têm atração por uma 
pessoa do sexo oposto. Por sua vez, a homossexualidade pode ser 
definida como a atração afetiva e sexual por uma pessoa do mesmo sexo. 
Homossexuais podem ser masculinos, afeminados ou não; femininos, 
masculinizados ou não. 
Na sociedade encontramos as seguintes definições: 
��lésbicas: são mulheres, não necessariamente masculinizadas, que se 
relacionam afetiva e sexualmente com outras mulheres; 
��gays: são homens que se relacionam afetiva e sexualmente com 
pessoas do mesmo sexo; 
��bissexuais: são indivíduos que se relacionam sexual e afetivamente 
com pessoas de ambos os sexos; 
110
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA
��travestis: pessoa que apresenta sua identidade de gênero oposta ao 
sexo designado no nascimento. Ela se diferencia da pessoa transexual, 
por não ter se submetido à cirurgia de readequação sexual; 
��transexuais: pessoa que apresenta sua identidade de gênero oposta 
ao sexo designado no nascimento, e que submeteu-se à cirurgia de 
readequação sexual. 
No caso das lésbicas, a busca será procedida seguindo as mesmas 
recomendações para mulheres. Procedimento idêntico também será dado 
no caso das transexuais com comprovada retificação de registro civil (nome 
feminino). 
Em relação aos gays e travestis, o policial masculino fará a busca pessoal, 
evitando, sempre que possível, situações de constrangimento. 
Recomendações: 
��o cidadão homossexual deve receber tratamento respeitoso durante 
as providências policiais, minimizando possíveis constrangimentos. Ao 
abordar um homossexual deve-se evitar a reprodução de preconceitos 
sociais, como exemplo, proferindo a leitura do seu nome de registro, 
constante na Carteira de Identidade, em voz alta, para outros policiais 
militares e público presente, ridicularizando-o; 
��o policial militar não deverá coibir manifestações de afeto entre 
homossexuais (mãos dadas, beijo na boca), uma vez que estes atos 
não configuram ações ilícitas e ainda, configuram atos privados da 
vida do cidadão, nos quais não deve haver interferência; 
��é importante balizar a conduta policial, relembrando a diferença 
fundamental entre o delito caracterizado por ocorrência de ato sexual 
em via pública e a manifestação afetiva entre pessoas. As providências 
policiais caberão apenas no primeiro caso, independentemente da 
orientação sexual;
��o BO/REDS deve ser redigido com o nome de registro da pessoa e o 
tratamento verbal deve ser feito pelo nome social (nome pelo qual a 
pessoa quer ser chamada). Uma vez constatado que o fato que gerou a 
111
 Manual Técnico-Profissional 3.04.02
intervenção policial, se deu por motivo de intolerância, discriminação 
ou por homofobia, esse detalhe deverá ser constado no histórico do 
BO/REDS, informando também a orientação sexual ou identidade de 
gênero da vítima (lésbica, gay, bissexual, travesti ou transexual) afim 
de que se possa futuramente possibilitar pesquisas e diagnósticos de 
vitimização por seguimento. 
d) Atuação policial no atendimento a pessoas portadoras de necessidades 
especiais 
O policial militar se aterá aos procedimentos específicos em ocorrências 
que envolvam portadores de deficiência física e com sofrimento mental, 
oferecendo-lhes encaminhamento adequado para a solução de suas 
questões. 
Alguns conceitos técnicos, relacionados a esse público, precisam ser 
conhecidos, pois auxiliarão o posicionamento policial na ocorrência: 
��deficiência: é toda perda ou anormalidade de uma estrutura ou 
função psicológica, fisiológica ou anatômica, podendoser auditiva, 
visual, mental, física, neurológica (paralisia cerebral) ou múltipla 
(tetraplegia, cegueira e surdez); 
��·doença: manifestações de falta ou de perturbações da saúde, 
moléstia, mal, enfermidade, que podem ser temporárias (tuberculose 
e pneumonia) ou definitivas (hanseníase e AIDS); 
��incapacidade: inclui toda restrição, inaptidão, inabilidade ou falta 
(devido a uma deficiência) de capacidade para realizar uma atividade, 
na forma ou na medida em que se considera normal para um ser 
humano; 
��impedimento: situação desvantajosa para um determinado indivíduo, 
em consequência de uma deficiência ou de uma incapacidade, que 
limita ou impede o desempenho de determinado papel, levando em 
conta circunstâncias como idade, sexo, fatores sociais e culturais. 
Recomendações Gerais para Portadores de Necessidades Especiais: 
��durante as abordagens, o policial militar se manterá atento às 
questões da segurança, jamais subestimando a capacidade individual 
do deficiente ou o seu envolvimento com outras pessoas na ocorrência; 
112
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA
��deve-se evitar gracejos ou situações que possam ridicularizar as 
expressões da pessoa abordada, causando-lhe constrangimento ou 
exposição desnecessária; 
��o abordado deverá ser avisado antes de receber a busca pessoal, 
momento em que também será orientado a manter-se calmo, tendo 
em vista que lhe serão assegurados todos os seus direitos. Assim, 
enquanto um policial militar verbaliza e executa a busca, os demais 
cuidarão da segurança. 
Recomendações Específicas: 
t�pessoa com deficiência auditiva: 
- verificar se a pessoa abordada consegue se comunicar e compreender 
o que lhe foi dito. Prestar atenção nos lábios, gestos, movimentos e 
nas expressões faciais e corporais da pessoa com quem o diálogo está 
sendo mantido; 
- enquanto estiverem conversando, é prudente que o policial militar 
se mantenha em contato visual com o deficiente auditivo. Ao desviar 
seu olhar para outras direções, o policial militar poderá emitir uma 
mensagem ao deficiente, no sentido de que a conversa terminará; 
- caso o policial militar tenha dificuldade para entender o que o 
deficiente auditivo está falando, poderá pedir que escreva o que deseja 
falar; 
- não se deve iniciar o diálogo sem captar a atenção visual da 
pessoa. A forma de comunicação também não deverá ser mudada 
repentinamente; 
- como os deficientes auditivos não podem ouvir as mudanças sutis do 
tom de voz, indicando posturas, como sarcasmo ou seriedade, a maioria 
deles lerá as expressões faciais, os gestos e movimentos corporais para 
entender o que o policial militar deseja comunicar. 
·pessoa com deficiência visual: 
- ao guiar uma pessoa cega, o policial militar deixará que ela segure 
em seu braço, devendo orientá-la quanto à presença de obstáculos no 
trajeto, como degraus, escadas, calçadas e bueiros, dentre outros; 
- estando o policial militar na presença de um deficiente visual, em 
ambientes fechados ou não, na iminência de se retirar, deverá informá-
113
 Manual Técnico-Profissional 3.04.02
lo. Esta é uma atitude cortês que evitará a sensação desagradável de 
se falar para o vazio e demonstrará respeito pela condição humana do 
interlocutor; 
- o policial militar não deve se constranger ao usar palavras como 
cego, olhar ou veja bem, pois tratam-se de vocábulos coloquiais que 
fazem parte, inclusive, da linguagem habitual dos deficientes visuais;as 
indicações de direção devem ser claras e específicas, abrangendo 
inclusive os obstáculos. Como algumas pessoas cegas não têm memória 
visual, deve-se, ainda, indicar as distâncias em metros, com expressões 
do tipo “a uns vinte metros para frente, para a direita, esquerda”. 
t�pessoa com deficiência física 
Por questões humanitárias e profissionais, o policial militar não deve 
subestimar a capacidade dessas pessoas, principalmente quanto à 
manifestação intelectiva que mantém nos processos decisórios da vida em 
sociedade. 
Motivado pela necessidade de atuação, o policial militar conciliará em sua 
abordagem os elementos da técnica policial, regida pela segurança, pelo 
respeito e pela solidariedade. 
Recomendações quanto a abordagem e busca a deficientes físicos com 
restrição de locomoção: 
- ao conversar com um cadeirante (portador de necessidade especial 
que utiliza cadeira de rodas), em virtude da divergência de altura entre 
os interlocutores e do desconforto que causa no cidadão olhar por 
tempo prolongado para cima, o policial militar, quando possível, se 
postará de maneira mais equânime, de forma a tornar mais confortável 
e diligente a conversa, usando, inclusive, recursos como distanciar-se 
ou abaixar-se; 
- caso ofereça ajuda ao cadeirante, o policial militar não deverá insistir 
na assistência. Se a pessoa aceitá-la, ele próprio informará o que deseja 
que seja feito a seu favor; 
- o cadeirante deverá ser conduzido em “marcha a ré”, quando auxiliado 
a descer rampas ou a subir degraus. A conduta evitará que seu corpo 
seja projetado para frente e venha a cair; 
- o policial militar somente deverá tocar na cadeira de rodas, quando 
114
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA
seu objetivo for os procedimento da busca ou da assistência. Na busca 
pessoal, a vistoria deverá abranger, além do corpo, os pertences e a 
cadeira de rodas; 
- diante de fundada suspeita, se necessário, o abordado poderá ser 
retirado da cadeira, podendo ser colocado assentado no banco da 
viatura. A revista da cadeira de rodas compreenderá toda a sua estrutura, 
incluindo forros e o interior de sua estrutura metálica. Somente após a 
vistoria na cadeira, o cadeirante, já abordado, será nela recolocado; 
- se o abordado utilizar muletas ou bengala, o policial militar seguirá os 
mesmos procedimentos previstos para a abordagem em pessoa sem 
deficiência, adaptando as técnicas de acordo com a limitação motora 
e tomando cuidado com possíveis golpes que ele poderá efetuar, 
com a própria muleta. Há possibilidade de se ocultar objetos (drogas, 
instrumentos perfurocortantes, armas de fogo), no interior das muletas. 
Assim, é importante que o policial militar não permita que as muletas 
sejam apontadas na direção das pessoas envolvidas na abordagem ou 
próximas à intervenção. 
t�pessoa com deficiência mental 
A deficiência mental caracteriza-se por um funcionamento intelectual 
significativamente abaixo da média, com limitações associadas a duas ou 
mais áreas da conduta humana, como comunicação, cuidados pessoais, 
habilidades sociais, independência na locomoção, dentre outras. Exemplo: 
Síndrome de Down, oligofrenia, autismo, algumas psicoses. 
Existem deficiências mentais que provocam sinais de agitação no indivíduo: 
não consegue se comunicar, não tem noção de perigo e pode se comportar 
de maneira agressiva. Por isso, é necessária uma avaliação de risco cautelosa. 
Recomendações: 
- a condução deverá ser feita com muita cautela e preparo. 
Antecipadamente, o policial militar se certificará da disposição dos 
recursos humanos e materiais necessários à contenção do deficiente, 
precavendo-se de situações em que ele possa se machucar ou provocar 
acidentes, agravando, inclusive, a ocorrência; 
- sempre que possível, a guarnição solicitará a presença de equipe 
técnica da área médica, como enfermeiros ou médicos do Serviço 
de Atendimento Médico de Urgência (SAMU), que possuem melhor 
115
 Manual Técnico-Profissional 3.04.02
treinamento e condições técnicas para lidarem com pessoas nessa 
situação; 
 - mesmo com a utilização de força física, proporcional ao agravo, 
pode ser que o doente não recue ou não sinta dores, devido ao seu 
estado clínico, tornando-se ainda mais agressivo. Se o abordado estiver 
agitado ou nervoso, o policial militar, sempre que possível, aguardará 
que ele se acalme, antes de iniciara intervenção; 
- ao fazer a condução a pé, o policial militar redobrará os cuidados 
com a travessia de locais que ofereçam risco ao doente, como escadas, 
rampas, pontes e ruas, para evitar que o indivíduo se lance aos 
obstáculos ou à frente de veículos em movimento. 
t�pessoa com paralisia cerebral 
A pessoa com paralisia cerebral anda com dificuldade ou simplesmente não 
anda, podendo, também, apresentar problemas de fala. Seus movimentos 
podem ser descontrolados. Pode, involuntariamente, apresentar gestos 
faciais incomuns (contrações do rosto). 
Recomendações: 
- em caso extremo se o policial militar tiver que realizar uma busca em 
uma pessoa com paralisia cerebral, no caso de suspeita dela ter sido 
usada para ocultar algum objeto ilícito, esse deverá agir no ritmo da 
pessoa abordada, demonstrar tranquilidade e evitar ações bruscas, e 
seguir as orientações à pessoa responsável pelo abordado; 
- caso não compreenda o que a pessoa diz, o policial militar pedirá para 
repetir, sem constrangimentos. 
e) Atuação policial no atendimento à pessoa idosa 
O Estatuto do Idoso define como pessoa idosa, aquela com idade igual ou 
superior a 60 anos. Nele se encontram estabelecidos, com prioridade absoluta, 
as medidas protetivas ao idoso. A norma prevê novos direitos e estabelece 
vários mecanismos específicos de proteção, que vão desde a melhoria das 
condições de vida até a inviolabilidade física, psíquica e moral dos idosos. 
Nesse enfoque, o Estatuto do Idoso também estabelece como obrigação da 
família, da sociedade e do Poder Público, a efetivação de direitos fundamentais 
116
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA
da pessoa idosa, como o direito à saúde, ao lazer, à cidadania, à vivência com 
dignidade, incluída aí, principalmente, a convivência familiar. 
Recomendações: 
- nas intervenções em razão de suspeita de prática de delito, o policial 
militar observará a idade e as condições de saúde do idoso, e os demais 
procedimentos técnicos, previstos neste Manual; 
- sempre que possível, deve-se promover o acompanhamento do idoso 
por algum membro familiar ou pessoa indicada por ele; 
- quando houver necessidade da busca pessoal, o policial militar a 
executará de modo a evitar constrangimentos desnecessários; 
- prestar informações necessárias ao idoso, a respeito de sua condução 
(local, providências). 
f) População em situação de rua 
Por intermédio do Decreto Federal nº 7.053, de 23 de dezembro de 2.009, 
a população em situação de rua foi oficialmente reconhecida para fins 
de implementação de políticas públicas que lhe garanta, sobretudo, a 
sobrevivência e o desenvolvimento. 
As diretrizes da Política Nacional para a população em situação de rua 
dizem respeito à promoção de direitos civis, políticos, econômicos, sociais 
e culturais, bem como o direito dos cidadãos, nessa condição, a terem 
atendimento humanizado e universalizado, em face da não referência de 
moradia. 
A população de rua é bastante heterogênea: misturam-se famílias, homens, 
mulheres, crianças e adolescentes, formando diferentes combinações 
sociais. O que todos têm em comum é a luta pela sobrevivência, a carência 
ou a precariedade de habitação, além de laços familiares fragilizados ou 
interrompidos. 
As ruas e avenidas são os lugares utilizados por este público como dormitório, 
bem como para realizar as tarefas afetas ao interior de uma residência. A 
pessoa que utiliza o espaço público para pernoite costuma sofrer violência 
também de seus pares, em virtude de disputas de territorialidade, de estigma 
de grupo ou conflitos individuais, de envolvimento com as drogas, dentre 
outros fatores, dada a dimensão do contexto de rua. Dormir em grupo, 
117
 Manual Técnico-Profissional 3.04.02
portanto, representa determinado nível de segurança; uma proteção coletiva 
em relação às enormes adversidades que enfrenta pela sua inclusão. 
Estar em situação de rua não implica necessariamente estar envolvido com 
práticas ilegais. O policial militar deve respeitar essas pessoas, principalmente 
em razão do isolamento social, do descrédito e do sentimento de abandono 
que adquirem por viverem nas ruas, desenvolvendo normalmente o seu 
trabalho. 
Recomendações: 
- agir com equilíbrio e bom senso, sobretudo nos momentos em que 
as demandas decorrentes da aplicação da lei exigirem condutas mais 
firmes. O policial militar deverá ter a consciência de que uma pessoa 
que vive em condições sociais extremamente precárias apresenta 
debilidades (deficiência linguística, invisibilidade social, falta de 
higiene corporal), que inclusive podem funcionar como barreiras para 
que recebam tratamento adequado; 
- deverá atender e orientar as pessoas desse grupo a buscarem auxílio, 
junto aos órgãos competentes de assistência social; 
- lembrar que, de acordo com a Constituição Federal, ninguém será 
obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de 
lei. As pessoas em situação de rua não podem ser obrigadas a praticar 
atos que não sejam exigidos por lei e são livres para estarem em 
qualquer local, sem que as suas presenças signifiquem desrespeito à 
lei; 
-nos atendimentos, o policial militar não permitirá o tratamento 
desumano ou degradante a esses cidadãos, por quem quer que seja; 
-ter o cuidado no trato com os objetos pessoais e com os abrigos 
improvisados do cidadão abordado, quando a revista for necessária. 
5.3 Atuação policial frente às minorias 
As minorias são grupos de cidadãos, sem posição dominante, dotados de 
características étnicas, religiosas ou linguísticas, que os diferem da maioria 
da população. 
Neste grupo, observa-se comumente o surgimento de “um senso de 
solidariedade um para com o outro, motivado, senão apenas implicitamente, 
118
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA
por vontade coletiva de sobreviver, e de conquistar a igualdade com a 
maioria, nos fatos e na lei” . 
Essas pessoas têm o direito de desfrutar de sua própria cultura, de professar 
e praticar sua religião, de fazer uso de seu idioma em ambientes privados 
ou públicos, livremente e sem interferência de quaisquer formas de 
discriminação. 
A discriminação é uma conduta (ação ou omissão) que objetiva separar ou 
isolar as minorias do seio de uma sociedade. 
Pelo fato do racismo e da segregação social ainda existirem na sociedade, 
foram necessárias diretrizes legais que disciplinassem a matéria. 
A lei nº 9.459, de 13/05/1997, que alterou a Lei Federal nº 7.716, de 05 de 
janeiro de 1989, define os crimes resultantes de preconceito e tipifica o crime 
de racismo, adotando três verbos principais: obstar, recusar e impedir, no 
sentido de que ninguém seja privado de seus direitos em decorrência da cor, 
da religião, da etnia, da língua ou da procedência nacional. 
Prevendo uma natural aproximação entre a injúria preconceituosa 
e o racismo, o policial militar deve ter extremo cuidado para que não 
se equivoque quanto ao enquadramento legal do crime. Na injúria 
preconceituosa (racial), o agente pratica o crime quando atribui qualidades 
negativas a alguém, promovendo xingamentos e ações dessa natureza, com 
base nos elementos de raça, cor, etnia, religião, idade, ou condição física do 
ofendido. O racismo, por sua vez, atende diretamente a vontade do ofensor 
em segregar socialmente o ofendido, obstando-lhe os direitos. É um crime 
imprescritível, inafiançável, cuja ação pública é incondicionada, e que atinge 
diretamente a dignidade da pessoa humana. 
O policial militar deverá estar certo do alcance e do poder de ofensividade de 
ambos os crimes, cujas condutas, indubitavelmente negativas e reprováveis, 
atingem, com frequência, as minorias. 
No que se refere a outras comunidades tradicionais como ciganos e povos 
indígenas, reconhecido seu organismo social (língua, costumes, religião, 
crenças e tradições), deve-se considerar quetambém eles gozam de direitos 
fundamentais e, em igual importância, históricos, a contar a ocupação dos 
espaços territoriais que tradicionalmente os tornou legítimos donos; bens 
hoje reconhecidos, demarcados e protegidos pela União. 
119
 Manual Técnico-Profissional 3.04.02
Recomendações: 
Em ocorrências que envolvam pessoas ou grupos que se caracterizam por 
identidade étnica, religiosos ou linguísticos, resguardados os aspectos de 
fundada suspeita e os respectivos fundamentos da abordagem, sempre que 
possível o policial militar deverá: 
��agir com profissionalismo e bom senso, ao lidar com situações em 
que uma pessoa se sinta discriminada, demonstrando respeito por 
suas características; 
��considerar que a etnia da pessoa (negra, cigana, indígena) não 
determina a suspeição. A condição étnica das pessoas não se confunde 
com índole criminosa e não poderá determinar pré-julgamentos. 
a) Religiões de Matriz Africana 
A CF/88 informa: “é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo 
assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, 
a proteção aos locais de culto e a suas liturgias”. Estão inclusas as religiões 
de matriz africana, como o Candomblé, Umbanda ou outras de manifestação 
afro-católica, como o Congado. Elas são assim designadas devido a sua 
origem, trazidas para o Brasil pelos negros vindos do continente africano, 
desde o início da colonização portuguesa. 
Estas religiões têm sofrido através dos séculos intolerâncias e discriminações 
de todo gênero. Por serem de matriz africana, se tornam referências para a 
cultura do racismo. O Brasil, constitucionalmente, é um país laico (não tem 
religião oficial), por isto, todos têm diretos a praticar seus cultos religiosos, 
manifestações ideológicas, políticas e culturais, sem intervenções de caráter 
repressivo, discriminatório ou jocoso. 
A liberdade de crença religiosa é um direito e o Estado tem por obrigação 
garanti-lo e punir suas violações. Não há espaço, em um país democrático, 
para prática de violência e discriminações por motivação religiosa. 
Atualmente, o senso popular ainda associa os símbolos, práticas e ritos 
sagrados destas religiões a coisas demoníacas, como possessões de “espíritos 
malignos”, e causas determinantes de tragédias pessoais. Neste contexto, as 
instituições de segurança pública devem estar preparadas para lidar com 
estes diversos conflitos, principalmente os originados da ação discriminatória 
e preconceituosa de outros grupos radicais. 
120
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA
Recomendações: 
��a intervenção policial, durante uma reunião pública, deve ser feita 
com cautela, para não haver constrangimento aos presentes e também 
para que o policial militar não incorra no delito de perturbação de 
culto religioso; 
��o policial militar deverá verificar antes o que está realmente 
acontecendo, se inteirando dos fatos perante todos na região, sem 
proferir juízo de valor. Se for apurado perante a própria população 
local que não está ocorrendo delito, a operação deve ser encerrada 
para evitar constrangimentos, comunicando-se o fato, discretamente, 
ao denunciante, se identificado; 
��em caso de denúncia, a intervenção policial, dentro do terreiro, deverá 
ocorrer de maneira tranquila e, se possível, sem a utilização de farda. O 
dirigente do terreiro deverá, se possível e no momento adequado, ser 
cientificado dos fatos. O contato com o dirigente deverá ser em local 
reservado, longe das demais pessoas; 
��Algumas denúncias são relacionadas a barulho, com incômodos aos 
vizinhos. Também há denúncias de supostos sacrifícios de animais no 
terreiro, ou ainda que há agressões físicas entre os participantes. O 
policial militar deverá intervir caso a denuncia de sacrifício/maus tratos 
seja verdadeiro ou não, verificando se há motivos preconceituosos na 
denúncia e tomando as medidas legais que o caso requeira. 
5.4 Abordagem a pessoas em surto de drogas 
O funcionamento do organismo humano pode ser alterado em razão da 
interação com substâncias capazes de provocar alterações fisiológicas ou 
comportamentais. Essas modificações variam de acordo com cada pessoa, 
com o tipo de droga, o ambiente de consumo, a via de administração e a dose 
da substância ingerida, com a expectativa almejada pelo usuário, dentre 
outros fatores. 
Graus de intoxicação elevados, via de regra, possibilitam perturbações do 
nível de consciência, da capacidade cognitiva, da percepção, do juízo crítico, 
do afeto, do comportamento ou de outras funções e reações psicofisiológicas, 
elementos essenciais a serem considerados quando da abordagem policial 
ao consumidor de drogas, pois interferem na avaliação de risco e uso 
diferenciado de força. Nesse sentido, evidências científicas indicam que 
a ingestão de drogas perturbadoras, depressoras ou estimulantes, como o 
álcool e os derivados da cocaína, podem desencadear atos ilícitos. 
Seven
Highlight
Seven
Highlight
Seven
Highlight
121
 Manual Técnico-Profissional 3.04.02
Recomendações: 
��compreender que o consumo de drogas pode provocar alterações na 
percepção do mundo: o tempo e o espaço passam a ter uma dimensão 
diferente, estímulos visuais e auditivos são criados (alucinações) ou se 
apresentam de maneira distinta; 
��colher o máximo de informações referentes ao histórico pessoal 
do consumidor de drogas, caso possível, com os familiares e/ou 
conhecidos, no que se refere aos surtos do abordado; 
��avaliar o grau de consciência e o potencial de agressividade. Ao 
identificar a pessoa a ser abordada, ela pode se apresentar com a 
fala, os pensamentos, emoções e percepções confusas. Demonstram 
desorientação e desvinculação com o mundo externo, como se 
estivessem psiquicamente ausentes. O estado emocional pode, ainda, 
mudar bruscamente; 
��Observar a fala do abordado. O primeiro indicativo de interação com 
substâncias psicoativas e de que pode haver uma reação inesperada, se 
relaciona à fala da pessoa. Há necessidade de que as perguntas sejam 
repetidas várias vezes pelo policial militar, em razão da dispersão da 
atenção do abordado. Pode ser muito difícil engajar o usuário numa 
conversação normal; 
��Tenha em mente que a instabilidade emocional pode ser frequente, 
com apresentação de choro e risos imotivados. Além disso, pode se 
apresentar alheio à realidade e com pouca, ou nenhuma sensibilidade, 
mostrando-se como uma pessoa fria. Por vezes, o abordado terá um 
olhar perdido, sem fixação em pontos, ou a demonstração de que está 
assustado ou desconfiado; 
��alertar para o fato de que a maioria das paranoias decorrentes do 
consumo de drogas acarreta a necessidade do uso de força; 
��compreender que as técnicas de imobilização policial, na maioria 
das vezes, não funcionam, devido ao seu rebaixamento da crítica e do 
efeito anestésico da droga, momento em que não esboça reação de 
dor e não atende às ordens emanadas, podendo precipitar uma reação 
agressiva, quando da tentativa de controle físico. 
Seven
Highlight
SEÇÃO 6
TRATAMENTO 
ÀS VÍTIMAS
125
 Manual Técnico-Profissional 3.04.02
 6 TRATAMENTO ÀS VÍTIMAS 
As ciências que estudam o ato delituoso (como a criminologia e o direito 
penal) inicialmente não percebiam a importância da vítima como objeto de 
estudo. A ênfase maior de tais disciplinas era dada à pena e ao delinquente. 
Na atualidade, as vítimas já conquistaram a atenção destas ciências, e o seu 
comportamento e atitudes são temas constantes de pesquisa. 
Seguindo essa lógica, as vítimas também não podem ser desconsideradas 
pelos organismos policiais. É necessária a conscientização dos profissionais 
de segurança pública que o tratamento inadequado pode gerar a violação e 
o desrespeito aos Direitos Humanos, o que resultaria em uma nova violência. 
A Declaração das NaçõesUnidas sobre os Princípios Fundamentais de Justiça 
Relativos às Vítimas da Criminalidade e do Abuso do Poder é o instrumento 
internacional que oferece orientação sobre a proteção e a reparação a essas 
pessoas. Para este documento, vítimas são todas as pessoas que, individual 
ou coletivamente, tenham sofrido prejuízo ou atentado à sua integridade 
física ou mental, sofrimento de ordem material, ou grave atentado aos seus 
direitos fundamentais, como resultado de ações ou omissões violadoras da 
legislação instituída pelo Estado. 
Devido à prioridade que é dada à captura do autor do delito, muitas vezes, a 
atenção à vítima é colocada em segundo plano pelo policial, deixando-a sem 
apoio, informações ou esclarecimentos. 
As vítimas, ao requererem a presença policial, criam uma expectativa de 
conforto, de reabilitação do equilíbrio emocional e de solução do problema 
e, por isso mesmo esperam uma atuação positiva por parte da Polícia. 
É neste sentido que o policial militar deve, primeiramente, conscientizar-
se da importância de seu papel como mediador do conflito e se preparar 
profissionalmente
 
para dar um atendimento diferenciado à vítima e ao autor 
do delito. 
Medidas como informar sobre serviços sociais de atendimento à vítima, 
existentes no município (serviços de atendimento psicossocial, jurídico, 
grupos de ajuda e de orientação, abrigos, entre outros), complementam o 
atendimento policial. A orientação e o encaminhamento da vítima e de seus 
familiares para esses serviços podem ajudar a diminuir o seu sofrimento e a 
prevenir novos episódios. 
126
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA
A Lei Estadual nº 13.188, de 20 de janeiro de 1999, dispõe sobre a proteção, 
o auxílio e a assistência às vítimas de violência no Estado, elencando, ainda, 
outras providências sobre a matéria. 
O seu artigo 1º determina que o Estado ofereça proteção, auxílio e assistência 
às vítimas de violência, por meio dos órgãos ou das instituições competentes. 
Já o artigo 3º, informa que a proteção, o auxílio e a assistência previstos no 
artigo 1º da Lei consistem em: 
I -colaborar para a adoção de medidas imediatas que visem a 
reparar os danos físicos e materiais sofridos pela vítima; 
II - acompanhar as diligências policiais ou judiciais, especialmente 
quando se tratar de crime violento; 
III - elaborar e executar plano de auxílio e de manutenção 
econômica para as vítimas, testemunhas e seus familiares que 
estiverem sofrendo ameaças e necessitam de transferência 
temporária de residência; 
IV -pagar as despesas de sepultamento da vítima de que trata o 
inciso I do art. 2º, se do ato de violência resultar a morte; 
V -proporcionar alimentação para lesionados com dificuldades 
econômicas e seus dependentes, enquanto durar o tratamento; 
VI -apoiar programas pedagógicos para readaptação social 
ou profissional da vítima. (Alterado pela Lei 15475, de 
12/04/2005) 
VI - criar programas especiais organizados nos termos da Lei 
Federal n° 9.807, de 13 de julho de 1999. 
§ 1º Em se tratando de vítima de crime tipificado nos arts. 
130 e 213 a 220 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro 
de 1940, que contém o Código Penal, os exames médicos 
periciais que se fizerem necessários serão realizados em 
hospital público ou hospital particular conveniado com o 
poder público, onde a vítima terá direito a assistência médica 
e psicológica. (BRASIL, 1999). 
Um atendimento adequado e atencioso poderá minimizar os efeitos violentos 
decorrentes do crime e facilitará, significativamente, a administração da 
ocorrência. 
Nos itens a seguir, sugere-se orientações e verbalizações para balizar esse 
atendimento. 
127
 Manual Técnico-Profi ssional 3.04.02
6.1 Procedimentos com vítimas em locais de ocorrência 
�� No ambiente de intervenção, o policial militar deve tranquilizar 
a vítima e demonstrar preocupação com sua situação física e 
psicológica. Sugerem-se os seguintes diálogos de verbalização: 
“___Minha preocupação agora é com você (o senhor). 
Você (o senhor) tem lesões aparentes? Necessita de 
atendimento médico? Você (o senhor) gostaria de falar 
sobre o ocorrido? Não se preocupe, pois outros policiais 
de nossa equipe já estão procurando o agente do crime 
para prendê-lo.” 
�� Na audição da vítima, que se encontra sob forte impacto 
psicológico, decorrente de fato violento, o policial militar deve 
permitir que ela fale livremente sobre o evento que ensejou 
a intervenção policial evitando-se, quando possível, tratar de 
detalhes que possam aumentar o constrangimento. Deve ouvir 
de maneira cuidadosa e respeitar os limites da vítima, inclusive a 
difi culdade em relatar os fatos e sentimentos. 
�� Deve-se resguardar a vítima dos populares, da imprensa, como 
forma de preservá-la diante do acontecido. 
�� Sempre que possível, a medida de localização e prisão dos 
infratores deverá ser tomada por outra equipe de serviço, 
utilizando-se de informações obtidas pela vítima, por solicitantes, 
testemunhas ou denunciantes. 
��Habitualmente, as vítimas manifestam medo, insegurança, 
desconfi ança, dor, vergonha, incerteza ou culpa, além de apresentar 
possíveis lesões físicas. Diante desse quadro, ela será acolhida e 
orientada de maneira especial. No caso de violência sexual contra 
pessoa adulta, deverá ser respeitada sua opinião, quando houver 
recusa em prosseguir com as providências policiais. 
ATENÇÂO! Policiais femininos podem ter mais 
acessibilidade às vítimas mulheres ou crianças, 
o que as tranquilizará de forma mais imediata 
e facilitará a aproximação e o atendimento 
policial.
128
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA
��Durante a identifi cação de possíveis autores do delito, o policial 
atentará para que a vítima não seja exposta, evitando que autor 
e vítima tenham contato, devendo o reconhecimento ser feito de 
maneira reservada e em momento oportuno.
��Lembre-se que as testemunhas também poderão se tornar vítimas 
e se sentirem ameaçadas pelo(s) agressor(es). Portanto, deve-se 
adotar as mesmas providências que foram propostas para o caso de 
identifi cação do autor por parte da vítima. 
��A atenção à vítima somente se encerrará no momento em que todos 
os procedimentos policiais estiverem completos. A guarnição, diante 
de circunstâncias tais como a vítima não possuir meios para voltar 
para o domicílio, estar despida, se encontrar em horário e local de risco 
ou temer nova agressão, poderá conduzi-la ou acompanhá-la para sua 
residência ou para local estabelecido por ela, mediante contato com a 
Coordenação Operacional da fração e autorização do Comandante do 
turno de serviço.
��Dependendo da situação avaliada pela equipe, os policiais militares 
precisarão ser incisivos, para fornecer segurança à vítima. 
“___Para termos certeza de que você (o senhor) estará 
seguro, vamos acompanhá-lo até a sua casa.” 
Ou, 
“___Você (o senhor) será levado para casa em nossa viatura, 
para termos a certeza de que estará seguro.” 
ATENÇÂO! Nos casos em que houver 
necessidade de socorro médico às vítimas, 
este deve ser priorizado em relação a qualquer 
outro procedimento policial.
ATENÇÂO! O registro da ocorrência (BO/REDS) ou da 
notícia crime deverá ser feito preferencialmente em 
local seguro e privado, principalmente quando se 
referir a crimes sexuais, ocasião em que a vítima estará 
fragilizada e exposta psicologicamente.
129
 Manual Técnico-Profissional 3.04.02
�� Após a chegada na residência da vítima ou outro local indicado 
por ela, o policial militar deverá certificar-se de que tudo esteja bem, 
porém evitará entrar. Na hipótese da vítima solicitar a presença policial 
no interior da casa para, por meio de uma vistoria, verificar se há algo 
suspeito, o procedimento será realizado na presença da própria vítima 
e, preferencialmente, de testemunhas, para a defesa posterior de 
possíveisreclamações. 
�� É importante que o policial militar entenda que esta vítima está 
emocionalmente fragilizada. Logo, ele deve manter uma postura 
profissional e acolhedora, mas evitar o excesso de intimidade e 
proximidade com esta pessoa. 
�� Antes de se retirar do local, o policial militar tranquilizará a vítima, 
informando que terá todo o apoio necessário e, se for preciso, poderá 
acionar uma equipe policial por meio do 190. 
�� Os casos de violência doméstica devem ser tratados de forma 
diferenciada. Violência doméstica e familiar contra a mulher18 é 
qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, 
lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou 
patrimonial. A vítima deverá ser orientada quanto aos seus direitos, 
medidas protetivas e de possíveis locais ou órgãos de apoio e, se 
possível, que procure abrigo em casa de parentes ou amigos. 
�� A orientação quanto aos direitos legais proporciona o acesso à justiça 
ao vítimado e à sua família, bem como a responsabilização do agente 
infrator. É recomendado que o policial militar conheça as instituições 
para o encaminhamento e atendimento inicial das vítimas (hospitais 
de pronto atendimento, hospitais de referência para violência sexual, 
Delegacias Especializadas, Defensoria Pública, dentre outros). 
�� Vários são os órgãos que podem cooperar com o trabalho da Polícia 
Militar: conselhos tutelares, programas de atendimento às mulheres 
vítimas de violência, conselhos de direitos humanos, conselhos dos 
portadores de deficiência física, de idosos, negros, dentre outros. São 
espaços de cidadania habilitados a oferecer serviços que asseguram 
o exercício dos direitos das vítimas e dos familiares de vítimas de 
crimes, e que são eficazes na prevenção e no combate à violência e à 
impunidade, bem como na promoção da cidadania. 
18 Conforme disposto no Artigo 5º da Lei Maria da Penha (Lei 11340/06).
130
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA
Em geral, essas instituições se ocupam de atividades, como: 
�� prestação de atendimento interdisciplinar (psicológico, jurídico e 
social) a vítimas de crimes violentos graves e aos familiares; 
�� identifi cação dos perfi s da violência criminal urbana e das formas de 
prevenção; 
�� identifi cação e redução dos efeitos traumáticos provenientes da 
violência sofrida pelas vítimas e por suas famílias; 
�� atuação como auxilio na ruptura de ciclos e códigos de violência; 
�� apoio à inserção da vítima no processo penal, garantindo-lhe acesso 
à Justiça; 
�� apoio e orientação, quanto a direitos e deveres, àqueles que podem 
contribuir como testemunhas para a realização da justiça. 
�� atuação no combate e/ou minimização dos efeitos da vitimização, 
por meio de capacitação dos agentes do Estado e demais profi ssionais. 
O Núcleo de Atendimento as Vítimas de Crimes Violentos (NAVCV), por meio 
de um programa federal e estadual, presta apoio jurídico, psicológico e 
social gratuito aos familiares e às vítimas de homicídio, de latrocínio e crimes 
sexuais. 
No caso de atendimento de familiares de vítimas fatais, o policial militar 
poderá aplicar os mesmos procedimentos defi nidos para atendimento às 
vítimas, naquilo que couber. Estas pessoas são indiretamente afetadas pelo 
cometimento do crime, que envolve normalmente alto grau de comoção. 
 
IMPORTANTE: O respeito aos direitos humanos e cuidados com 
as vítimas não exclui o foco operacional, a tradição militar e a história da 
PMMG. Ao contrário. O caminho principal da Corporação na promoção 
dos direitos humanos é justamente o cumprimento da missão ordinária 
de preservação da ordem e garantia da lei; o principal “projeto social” da 
Corporação deve continuar pautado no combate incisivo e sistemático 
à violência e ao crime; em ações e operações policiais diversas. Essa tem 
sido a missão principal da PMMG em toda sua história bissecular; história 
que registra ainda o protagonismo legítimo da Corporação em missões 
extraordinárias decorrentes de graves crises, missões para as quais a 
Corporação também deve estar sempre preparada. Uma PMMG forte, 
disciplinada e operacionalmente vigorosa representa em larga escala um 
Estado capaz de proporcionar ordem, segurança e tranquilidade pública a 
todos cidadãos mineiros, ambiente propício ao desenvolvimento de Minas 
Gerais e do Brasil.
SEÇÃO 7
LOCAL DE CRIME
133
 Manual Técnico-Profissional 3.04.02
7 LOCAL DE CRIME 
É o espaço onde tenha ocorrido um ato que, presumidamente, configure 
uma infração penal e que exija as providências legais por parte da polícia. 
Compreende, além do ponto onde foi constatado o fato, todos os lugares 
em que, aparentemente, os atos materiais, preliminares ou posteriores à 
consumação do delito, tenham sido praticados. 
O local de crime é fundamental para a investigação criminal. Ele fornece 
elementos relevantes para concretizar a materialidade do delito e chegar à 
autoria. 
7.1 Classificação do Local de Crime e Conceitos Correlatos 
A Criminalística19 apresenta uma classificação própria do local de crime. Para 
a atividade policial-militar destacam-se as seguintes: 
a) Consoante à natureza: 
Pode ser de homicídio, infanticídio, suicídio, atropelamento, incêndio, 
afogamento, furto, roubo, arrombamento, dentre outros. 
b) Consoante ao lugar do fato: 
�� local interno: área compreendida por ambiente fechado, que preserva 
os vestígios da ação dos fenômenos da natureza. Ex.: Interior de 
residências, interior de veículos, galpões, dentre outros; 
�� local externo: área não restrita, e que não preserva os vestígios da 
ação dos fenômenos da natureza. Trata-se de áreas abertas, como ruas, 
rodovias, praças, estradas, matagal, beira de rios, dentre outros; 
�� local imediato: é a área exata onde ocorreu o fato ou o crime; 
�� local mediato: são as adjacências; os pontos e áreas de acesso ao local 
do crime. Ex.: corredores, ambientes ao redor de cômodos, jardins, 
estradas, trilhas, dentre outros; 
�� locais relacionados: são as áreas que podem apresentar conexão 
com o fato criminoso e, por isso, oferecer pontos comuns de contato 
(vestígios) a serem observados. 
19 A Criminalística é uma disciplina autônoma, integrada pelos diferentes ramos de 
conhecimento técnico-científico, auxiliar e informativa das atividades policiais e judiciária da 
investigação criminal. Seu objetivo é estudar os vestígios encontrados nos locais de crime, 
para a elucidação dos fatos. 
134
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA
c) Consoante ao exame 
local idôneo: é aquele que não foi violado, que não sofreu nenhuma 
alteração desde a ocorrência do fato. 
O artigo 169 do CPP discorre sobre as providências policiais a serem tomadas, 
imediatamente, no local de crime. De sua interpretação, vale lembrar que o 
primeiro policial que chegar ao local terá a responsabilidade inadiável de 
preservá-lo, devendo recorrer, inclusive, a todos os meios necessários para 
que o estado das coisas não seja alterado até que a perícia técnica assuma 
seu trabalho na ocorrência. 
Art. 169 – Para o efeito de exame do local onde houver 
sido praticada a infração, a autoridade providenciará 
imediatamente para que não se altere o estado das coisas 
até a chegada dos Peritos, que poderão instruir seus laudos 
com fotografias, desenhos ou esquemas elucidativos. 
Parágrafo Único: Os Peritos registrarão no Laudo, as 
alterações do estado das coisas e discutirão no relatório, 
as consequências dessas alterações na dinâmica dos fatos. 
��local inidôneo: é aquele que foi violado, que sofreu alguma 
alteração após a ocorrência dos fatos delituosos. 
7.2 Prova 
Tudo que demonstra a veracidade de uma proposição ou a realidade de um 
fato. Na criminalística, existem as provas objetivas e as subjetivas. 
�� Prova Objetiva: tem por base os vestígios encontrados nos locais 
de crime, que sãointerpretados pelos Peritos, por meio dos exames. 
Exemplo: laudo pericial. 
�� Prova Subjetiva: tem por base as informações colhidas da vítima, 
das testemunhas ou de qualquer pessoa relacionada com o fato. 
Exemplo: boletim de ocorrência (BO/REDS), expedido pela Polícia 
Militar. 
 O boletim de ocorrência (BO/REDS) é um documento que necessariamente 
será lavrado nas intervenções policiais, descrevendo os fatos ocorridos no 
135
 Manual Técnico-Profi ssional 3.04.02
local do delito e materializando a presença policial. O boletim formaliza 
a comunicação ao poder público de que determinada situação requer 
providências, quer seja pela superveniência de ações criminosas ou de outros 
fatos que ofereçam riscos à sociedade. 
Por esse registro, a equipe de Polícia Judiciária extrairá as primeiras 
informações do fato criminoso, formando as primeiras imagens e abstraindo 
as primeiras idéias que subsidiarão uma linha de ação. É de suma importância 
que os primeiros policiais militares que chegarem ao local do crime descrevam 
o cenário (vítima, instrumentos, vestígios, testemunhas), da forma mais 
autêntica e detalhada possível, para que esses elementos não se percam com 
tempo. 
O exame de corpo de delito é outro instrumento de coleta de provas, 
imprescindível para a elucidação dos fatos. O Código de Processo Penal (CPP) 
determina em seus artigos 158 e 167 que: 
Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será 
indispensável 
o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não 
podendo supri-lo a confi ssão do acusado. 
(...) 
Art. 167. Não sendo possível o exame de corpo de 
delito, por haverem desaparecido os vestígios, a prova 
testemunhal poderá suprir-lhe a falta (BRASIL, 1941). 
É importante distinguir os seguintes elementos: 
��evidência: é o vestígio que, após analisado pela perícia técnica e 
científi ca, possui relação com o crime; 
��vestígio: é todo objeto ou material bruto, suspeito ou não, 
encontrado no local de crime e que deve ser recolhido e 
resguardado para exames posteriores; 
ATENÇÂO! De acordo com o art. 167 do CPP, se no local 
do crime não forem encontrados vestígios, a descrição 
dos fatos pelas testemunhas arroladas no Boletim de 
Ocorrência poderá ser a única prova do ato delituoso. 
136
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA
��indício: é todo vestígio cuja relação com a vítima ou com o 
suspeito, com a testemunha ou com o fato, foi estabelecida. É o 
vestígio classificado e interpretado, que passa a significar uma 
prova judiciária. 
São exemplos de vestígios considerados importantes para a elucidação 
do crime: manchas diversas (sangue, saliva, sêmen, vômito), substâncias 
orgânicas, cabelos, impressões digitais, marcas de calçados ou pés, 
documentos (manuscritos, datilografados, desenhados), resíduo de explosivo, 
explosivos, armas, munições, fibras, tecidos, objetos de vidro, líquidos, metais, 
marcas de tintas, plásticos, gesso, escombros, concreto, argamassa, cordas, 
linhas, cordões, pneus e suas marcas, ferramentas e suas marcas, material 
tóxico, veículos, fios, cabos, madeira, dentre outros. 
Antes de adotar os procedimentos no local de crime o policial militar deverá 
diferenciar isolamento de proteção: 
��isolamento: é a delimitação da área física, interna e externa do 
local de crime, por meio de recursos visíveis, tais como cordas, 
fitas zebradas e outros, cuja finalidade é proibir a entrada de 
pessoas não credenciadas no local de crime; 
��proteção: consiste em impedir que se altere o estado das coisas, 
visando à inalterabilidade das provas. 
7.3 Procedimentos no local de crime 
A conscientização dos policiais militares e da sociedade é fundamental para a 
conservação do local de crime. Qualquer alteração nesse ambiente prejudicará 
os trabalhos periciais, a investigação policial e, consequentemente, a 
elucidação do fato. 
Os policiais militares, ao serem acionados para atuarem em um local de crime, 
obedecerão às etapas da intervenção policial20, razão pela qual é necessário, 
inicialmente, fazer um diagnóstico para elaborar um plano de ação e, só 
então, efetuar o isolamento do local (execução). A avaliação é pertinente em 
qualquer tipo de intervenção. 
Quanto à sequência das três etapas anteriores, temos inicialmente o 
diagnóstico, que será elaborado a partir das informações sobre o motivo 
e o local de crime, obtidas por meio da avaliação de risco, da análise do 
cenário feita a partir do pensamento tático e da observação e identificação 
dos locais mediatos, imediatos e relacionados. 
20 ver MTP 1
137
 Manual Técnico-Profissional 3.04.02
A segunda etapa, plano de ação, consiste na decisão, acerca das atribuições 
de cada policial, dos métodos e procedimentos para alcançar objetivos do 
efetivo isolamento e proteção do local. Os policiais militares, trabalhando 
em equipe, devem ter atitudes coerentes entre si, fruto de uma mesma 
avaliação de risco e uso diferenciado de força caso seja necessário empregá-
la. É imprescindível considerar os dados que subsidiaram o diagnóstico, 
os fundamentos para o isolamento e os recursos disponíveis (pessoas e 
equipamentos). O plano de ação deve ser elaborado de forma simples e 
verbal, ou exigir maior estruturação, conforme a avaliação da complexidade 
do local. 
O policial militar, para elaborar o plano de ação, precisa responder às seguintes 
perguntas: 
��Por que estamos isolando este local? 
��Quem, ou o que iremos isolar e proteger? 
��Onde se dará o isolamento? 
��O que fazer? 
��Como atuar? 
��Qual a função e posição de cada policial? 
��Quando iniciar o isolamento? 
��Qual material necessário? 
A terceira etapa, execução, é a ação propriamente dita, resultante das fases 
anteriores. Consiste na aplicação prática do plano de ação, bem como da 
adoção de medidas decorrentes do próprio isolamento e o registro do fato 
em BO/REDS. 
O policial militar, ao chegar, deve dar atenção a tudo que estiver presente 
no local de crime, sem fazer qualquer juízo de valor. A preservação deverá 
ser realizada por meio do isolamento e proteção de forma efetiva para 
que as pessoas não tenham acesso a ele, evitando-se que vestígios sejam 
modificados ou destruídos, antes de seu reconhecimento. Em princípio, tudo 
que estiver no local é importante. 
138
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA
A preocupação inicial da guarnição será com o socorro à vítima e com a 
segurança dos envolvidos. Também deve se atentar ao fato de que o autor 
do delito poderá permanecer nas imediações. Além disso, em decorrência do 
crime, o local poderá ser alvo de manifestações e da comoção social. 
O policial militar, que normalmente é o primeiro a chegar, deverá providenciar 
para que não se altere o estado e conservação das coisas21, isolando o local, 
até a chegada dos peritos criminais. 
O local a ser isolado deverá abranger todos os vestígios visualizados numa 
primeira observação, além de áreas adjacentes que possam ter relação com 
o crime. Exemplo: em um local de homicídio, com uma vítima caída no 
chão de um dormitório, não basta isolar apenas o quarto. O local do crime 
deve ser considerado como a casa inteira (garagem, passeio e outros) e a 
rua em frente, já que não se sabe onde poderão ser encontrados vestígios 
relacionados ao delito. Vale lembrar que esses locais não se restringem às 
ocorrências com homicídios provocados por armas brancas ou de fogo, 
tentados ou consumados. 
A avaliação é a última etapa e consiste em um feedback das condutas 
individuais e do grupo, os resultados alcançados e as falhas notadas em cada 
intervenção devem ser, posteriormente, discutidas e analisadas. Possíveis 
correções devem ser apresentadas, visando aperfeiçoar as competências 
profissionais para um eventual novo isolamento e proteção do local de crime. 
Como forma de ilustrar procedimentos policiais nos locais de crime,este 
Caderno exemplificará cenas de uma ocorrência de homicídio em via pública. 
Ao chegar ao local de crime, o policial deverá: 
a. saber que o público normalmente desconhece a importância da 
pre servação dos vestígios no local de crime, e poderá tê-lo alterado; 
b. adentrar em linha reta, ou pelo menor trajeto possível, enquanto os 
demais policiais militares cuidarão da segurança. Somente quando 
se tratar de área de risco, poderá e será necessária a entrada de mais 
de um ao mesmo tempo; 
c. verificar os sinais vitais da vítima; 
21 Conforme disposto no art. 6º do Código de Processo Penal.
139
 Manual Técnico-Profissional 3.04.02
Figura 45 – Verificação da vítima 
d. priorizar o socorro da vítima; 
e. em caso de óbito, evitar mexer na vítima (tocar, remover, mudar sua 
posição original, revirar bolsos, tentar identificá-la). A identificação 
é responsabilidade da perícia criminal, salvo se houver a efetiva 
necessidade da guarnição de preservar materialmente a vítima 
ou seus documentos em caso de mudança de tempo (chuva, 
enchente), com possibilidade de lavagem de manchas e arrasto do 
corpo, ocorrência de incêndio, ou outras ações que possam fugir do 
controle dos policiais; 
f. Realizar constantemente a observação e o controle visual, para 
verificar se há segurança na atuação policial; 
g. Quando necessário, retornar lentamente, pelo mesmo trajeto feito 
na entrada, observando outros detalhes dentro daquela área; 
h. prender o criminoso. Caso não seja possível, coletar informações 
sobre o autor e divulgá-las para os demais policiais militares de 
serviço; 
i. observar todas as imediações para definir os limites de isolamento, 
podendo abranger trechos de ruas, ou quarteirões (quadras) e 
estabelecimentos comerciais que tenham relação direta com o 
crime; 
j. isolar a área, onde se deu os acontecimentos, usando fitas zebradas. 
Na ausência desse material, poderão ser utilizados materiais 
140
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA
alternativos, como arames, cavaletes, cones, cordas, cabos de aço ou 
outros meios disponíveis, sendo que ninguém poderá se deslocar 
dentro da área isolada, antes do trabalho periciais;
Figura 46 – Isolamento do local 
k. afastar as pessoas, sinalizar, desviar e controlar o trânsito de veículos 
e de pedestres; 
l. fazer anotações e croquis para facilitar a redação do texto do Boletim 
de Ocorrência (BO/REDS); 
m. arrolar testemunhas do delito; 
n. preservar armas ou outros instrumentos vinculados ao crime; 
o. impedir que a posição dos objetos ou de coisas seja modificada. 
Tratando-se de locais fechados, manter portas, janelas, mobiliários, 
eletrodomésticos, utensílios, tais como foram encontrados. Deve-
se evitar, por exemplo, abrir ou fechar, ligar ou desligar quaisquer 
objetos; usar aparelhos de telefonia (fixa ou móvel), sanitários 
ou lavatórios, e demais recursos disponíveis no local), salvo o 
estritamente necessário para conter riscos; 
p. Posicionar-se fora da área isolada, prosseguir com a vigilância, 
preser vando os vestígios até a chegada dos peritos criminais; 
141
 Manual Técnico-Profissional 3.04.02
q. transmitir as informações já obtidas à equipe de Polícia Judiciária ou 
a quem for pertinente, procurando interagir com os diversos órgãos 
que compõem o Sistema de Defesa Social; 
r. em caso de suspeita de alteração do local de crime, identificar o(s) 
possível(eis) causador(es), registrar tal situação no BO/REDS e avisar 
aos peritos que comparecerem ao local; 
s. acompanhar os trabalhos dos peritos, anotando e conferindo o 
material apreendido, visando constar todos os dados no Boletim de 
Ocorrência (BO/REDS); 
 Figura 47 – Pessoas alterando local de crime 
t. avisar ao responsável pelo exame pericial sobre possíveis vestígios 
deixados por terceiros que adentraram ao local de crime (por 
necessidade ou equivocadamente), para que os peritos não percam 
tempo analisando vestígios ilusórios. 
u. proibir que repórteres e fotógrafos acessem o local de crime, antes 
da realização dos trabalhos periciais, explicando-lhes a necessidade 
de manter os vestígios preservados e que será garantida a liberdade 
de imprensa após resguardada a prioridade do serviço pericial; 
v. prestar informações à imprensa de forma objetiva sobre os fatos; 
142
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA
 Figura 48 – Tratamento com a imprensa 
x. caso a perícia não seja realizada, proceder à apreensão dos materiais 
encontrados, na presença de testemunhas, relacionando-os no BO/
REDS, para encaminhamento ao delegado de polícia, (Cadeia de 
Custódia de Vestígios – Ver item 7.4 deste Manual); 
y. liberar o local após encerrados todos os trabalhos periciais, e na 
ausência da perícia, somente após o recolhimento dos objetos; 
z. dar atenção especial aos familiares em casos de vítimas fatais, 
que poderão reagir de forma agressiva ou tentar invadir o local de 
crime. Esta consideração decorre do estado emocional provocado 
pela perda de uma pessoa querida. Os policiais militares deverão 
assisti-los de forma profi ssional, entendendo o momento que estão 
passando. 
ATENÇÂO! A ordem dos procedimentos poderá ser 
alterada, dependendo da prioridade observada no 
momento da intervenção policial. Exemplo: em alguns 
acidentes de trânsito, a prioridade é sinalizar a via para 
evitar agravamento da ocorrência ou o surgimento de 
novas vítimas e, somente após resguardar a segurança, 
procede-se a assistência necessária aos envolvidos e o 
isolamento. 
143
 Manual Técnico-Profissional 3.04.02
7.4 Cadeia de Custódia de Vestígios 
É um modelo utilizado nas mais variadas áreas do conhecimento, que tem 
como preocupação a manutenção, no âmbito judicial, da qualidade das 
provas coletadas. Seu objetivo é garantir a identidade e integridade das 
provas até seu destinatário final. 
Uma das principais dificuldades encontradas para a elucidação de 
determinados fatos e comprovação da conduta criminosa praticada pelo 
agente é o levantamento eficiente de provas que estejam preservadas e 
tenham idoneidade comprovada. A falta de integridade desse material pode 
comprometer o processo de conhecimento criminal. 
Nesse contexto, a Cadeia de Custódia de Vestígios é usada para manter e 
documentar a história cronológica da evidência, para rastrear a posse e o 
manuseio da amostra a partir do preparo do recipiente adequado (quando 
necessário), da coleta, do transporte, do recebimento, do armazenamento 
e da análise, fazendo sua ligação direta com a infração penal cometida. 
Ela é usada para registrar as informações no local da coleta das provas, no 
laboratório de análises e também das pessoas que manusearam a amostra. 
Assim, apesar desse trabalho ser destinado prioritariamente à polícia 
Judiciária, mais precisamente ao perito criminal, outras pessoas, mesmo que 
por curto período de tempo, podem eventualmente serem responsáveis pela 
coleta e controle dessas provas, como é o caso dos profissionais da área de 
saúde e também dos policiais militares que posteriormente conduzirão essas 
provas para a autoridade competente. 
Os responsáveis pela coleta das provas devem desenvolver um trabalho em 
equipe, preferencialmente, conforme programa previamente estabelecido e 
acordado pelas Instituições envolvidas, com conscientização e treinamento 
sobre as suas respectivas responsabilidades. 
Tal responsabilidade dos profissionais envolvidos na Cadeia de Custódia 
de Vestígios não tem apenas uma implicação legal, mas também moral, na 
medida em que o destino das vítimas e dos réus depende do resultado da 
perícia. 
REFERÊNCIAS
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146
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA
________. Supremo Tribunal Federal. Súmula Vinculante nº11. Diário de 
Justiça da União. Brasília, 11 nov. 2008, p.214. 
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