Prévia do material em texto
Teste de hipótese Teste t de Student TESTE DE HIPÓTESE O Teste de Hipótese é um procedimento muito utilizado em Bioestatística para confirmar ou não uma declaração. A expressão “hipótese” é utilizada, pois a afirmação pode ou não proceder. Um teste com amostras irá revelar qual a realidade da situação. Inferência Estatística Eu acredito que a proporção de pessoas com febre amarela neste ano em Minas Gerais com idade entre 15 e 49 anos é de 45% TESTE DE HIPÓTESE A Bioestatística utiliza duas hipóteses para testar uma alegação. Uma é chamada Hipótese NULA, simbolizada por H0. A outra é chamada Hipótese ALTERNATIVA, simbolizada por Ha. TESTE DE HIPÓTESE Ao realizar um Teste de Hipótese, você estará confirmando uma das situações: Tipos de ERROS Como você realiza o teste utilizando uma amostra, corre o risco de chegar a uma conclusão errada. A probabilidade de cometer um erro do Tipo 1 é chamada NÍVEL DE SIGNIFICÂNCIA e representada pela letra alfa: α. A probabilidade de cometer um erro do Tipo 2 é chamada nível de risco e representada pela letra beta: β. Regras Gerais Valor crítico Tabelado Valores positivos de t: Se o valor t calculado (estatística do teste) for MENOR que o t da tabela (valor crítico), então ACEITA-SE H0. Valores negativos de t: Se o valor t calculado (estatística do teste) for MAIOR que o t da tabela (valor crítico), então ACEITA-SE H0. Regras Gerais Valor crítico Tabelado Valores positivos de t: Se o valor t calculado (estatística do teste) for MAIOR que o t da tabela (valor crítico), então REJEITA-SE H0. Valores negativos de t: Se o valor t calculado (estatística do teste) for MENOR que o t da tabela (valor crítico), então REJEITA-SE H0. Exemplos Valores positivos de t: Se o valor t calculado (estatística do teste) for MAIOR que o t da tabela (valor crítico), então REJEITA-SE H0. tcalculado= 6,80 tcrítico ou tabelado= 3,80 REJEITO H0 3,80 Tcrítico ou tabelado= 3,80 tcalculado= 2,80 NÃO REJEITO H0 6,80 2,80 Exemplos Tcrítico ou tabelado= --3,80 tcalculado= -6,80 REJEITO H0 -6,80 -3,80 -2,80 Tcrítico ou tabelado= -3,80 tcalculado= - 2,80 NÃO REJEITO H0 Valores negativos de t: Se o valor t calculado (estatística do teste) for MENOR que o t da tabela (valor crítico), então REJEITA-SE H0. -2,80 é maior que -3,80 -6,80 é menor que -3,80 CORREÇÃO DOS EXERCÍCIOS 1. Responda às questões: a) O que é hipótese nula? A hipótese nula é a que contém uma afirmação de igualdade, indicada por H0. Na grande maioria das vezes, a hipótese nula é a de que não existe diferença entre grupos de dados. CORREÇÃO DOS EXERCÍCIOS b) O que é hipótese alternativa? A hipótese alternativa é o complemento oposto da hipótese nula, indicada por Ha. Na grande maioria das vezes, a hipótese alternativa é o que o pesquisador gostaria de poder afirmar. CORREÇÃO DOS EXERCÍCIOS c) Como utilizamos os testes estatísticos utilizando-se de amostras, podemos correr o risco de se chegar a uma conclusão errada. Comente sobre os dois tipos de erros. Esses riscos são conhecidos como: ERRO DO TIPO 1: quando você rejeita H0, mas ela é verdadeira. ERRO DO TIPO 2: quando você NÃO rejeita H0, mas ela é falsa. Os pesquisadores têm apenas uma amostra do imenso universo que é a população em estudo e por acaso podem ter observado uma amostra pouco representativa da população de onde a amostra foi retirada. CORREÇÃO DOS EXERCÍCIOS d) Como é chamada a probabilidade de ocorrer o Erro do tipo I? E do tipo II? A probabilidade de cometer um erro do Tipo 1 é chamada NÍVEL DE SIGNIFICÂNCIA e representada pela letra alfa: α. A probabilidade de cometer um erro do Tipo 2 é chamada nível de risco e representada pela letra beta: β. CORREÇÃO DOS EXERCÍCIOS e) É possível evitar esses tipos de erros estatísticos? Como? Para evitar estes tipos de erros, é necessário aumentar o poder estatístico. Essa otimização pode ser feita aumentando o número de elementos amostrais e diminuindo a variância. A variância pode ser diminuída com uma coleta adequada sem interferências que não tenham a ver com o trabalho. Contudo, isso deve ser feito com cautela, pois, se os valores forem muito parecidos devido à baixa variância, as extrapolações serão limitadas apenas aos grupos analisados. Significância e p-valor Os testes estatísticos fornecem o p-valor (valor de probabilidade) que permite decidir, com base nos dados, se há evidência suficiente para rejeitar a hipótese da nulidade. Por convenção, se o p -valor é menor do que 0,05 (p < 0,05), a hipótese da nulidade deve ser rejeitada. Em outras palavras, se p < 0,05, os resultados são estatisticamente significantes. Porém, é muito complicado calcular o p-valor, razão por que não se fornece, aqui, nenhuma fórmula de cálculo. Geralmente os cálculos de p-valor são feitos por programas computacionais. Teste t de student Teste para UMA média: Na fórmula representa a média de uma amostra, μ representa a média da população, S representa o desvio-padrão da amostra e n a quantidade de elementos da amostra. CORREÇÃO DOS EXERCÍCIOS 2. Responda: a) O que é o valor crítico? E o que é a Estatística do teste? É o valor apresentado na tabela, no caso a tabela de distribuição t de student. Já o valor calculado pela fórmula é conhecido como estatística do teste. b) Quando eu devo aceitar a hipótese nula? E quando eu devo rejeitá-la? Quando os valores de t são positivos: Se o valor t calculado (estatística do teste) for MENOR que o t da tabela (valor crítico), então ACEITA-SE H0, ou, se o valor t calculado for MAIOR que o t tabelado REJEITA-SE H0. Quando os valores de t são negativos: Se o valor t calculado (estatística do teste) for MAIOR que o t da tabela (valor crítico), então ACEITA-SE H0 3. Um biomédico quer verificar as seguintes hipóteses: H0: a quantidade média de hemoglobina é IGUAL a 14 g por decilitro. Ha= a quantidade média de hemoglobina é DIFERENTE de 14 g por decilitro Para isso ele seleciona 25 amostras de sangue e encontra uma média de 16 g com desvio de 2 g. Considere que o teste realizado tem significância de 5%, ou seja 0,05. As amostras indicam muita diferença em relação à média esperada de 14 g ou aceitamos a hipótese nula? n= 25 == 16 S= 2 α= 0,05 µ= 14 Valor tabelado? n = 25 g.L.= 25 − 1 =24 Procuramos a coluna da significância: 0,05. Assim, encontramos na linha 24 e na coluna 0,05 o valor t = 2,0639. Tomada de decisão t calculado= 0,8 T crítico= 2,0639 Como o valor calculado 0,8 é menor que o t valor tabelado de 2,0639, ACEITA-SE a hipótese nula, ou seja: A quantidade média de hemoglobina é IGUAL a 14g por decilitro. A média das amostras encontradas não diferem da média esperada de 14g. Valores positivos de t: Se o valor t calculado (estatística do teste) for MENOR que o t da tabela (valor crítico), então ACEITA-SE H0. Teste t de student Teste t para médias de DUAS populações: Cálculo do erro-padrão: Variâncias diferentes: Variâncias iguais: Para calcular o valor dos graus de liberdade quando as variâncias são diferentes, deve ser considerado o valor n da menor amostra. Para calcular o valor dos graus de liberdade quando as variâncias são iguais, utiliza-se a fórmula: Teste t de student Teste t para médias de duas populações: Como consideramos as populações com médias iguais, basta utilizar as médias das amostras x1 e x2. Faça então μ1−μ2 = 0. 4. a) Um professor de educação física quer verificar se há diferenças entre as estaturas médias de meninos e meninas de 12 anos. Neste caso, ele quer testar a hipótese de igualdade ou não das médias que foram 1 = 144 cm para os meninos e para as meninas 2= 147 cm. H0: μ1 = μ2 Ha: μ1 ≠ μ2 Ele selecionou uma amostra com 10 meninos com desvio-padrão 12 cm e outra amostra de 15 meninas com desvio-padrão 8 cm. Segundo o teste t para duas médias, qual hipótese ele deveaceitar ao nível de 5% de significância? (Obs.: Se o valor do t calculado for um valor negativo, colocamos negativo também para o valor tabelado para comparação). Teste para duas médias com variâncias diferentes, pois os desvios são diferentes Grupo 1: = 144cm Grupo 2: = 147cm O primeiro passo é calcular o erro-padrão das amostras com variâncias diferentes, dado pela fórmula: Cálculo do erro-padrão para variâncias diferentes s1= 12 s21 = 144 s2 = 8 s22= 64 n1= 10 n2= 15 Calculamos então o teste t para duas médias: Como consideramos as populações com médias iguais, basta utilizar as médias das amostras x1 e x2. Faça então μ1−μ2 = 0. Grupo 1: = 144cm Grupo 2: = 147cm O grau de liberdade é da menor amostra, pois as variâncias são diferentes: g.L.= 10−1 =9 Vamos continuar com a significância: 0,05. Assim, encontramos na linha 9 e na coluna 0,05 o valor crítico t = − 2,26. Esse valor também será negativo, pois o valor calculado também deu um valor negativo. Agora é preciso comparar os valores de t. t calculado= -0,69 t tabelado= -2,26 -0,69> -2,26 Como o valor calculado é maior que o tabelado, podemos aceitar a hipótese nula de que as médias da altura dos grupos são iguais. A ordem dos negativos é sempre inversa aos positivos. Ou seja, quando os valores de t forem negativos têm-se a regra: Valor de t calculado> t tabelado: ACEITA-SE H0. Portanto, segundo as amostras, as estaturas médias de meninos e meninas são praticamente iguais. Valores negativos de t: Se o valor t calculado (estatística do teste) for MAIOR que o t da tabela (valor crítico), então ACEITA-SE H0. b) Suponha que ele utilize outra amostra com os seguintes valores: Para meninos x1 = 139 cm e para as meninas x2 = 150 cm. Diante disso, calcule o teste novamente e veja agora se ele poderia rejeitar ou aceitar a hipótese nula. Para meninos x1 = 139 cm e para as meninas x2 = 150 cm Continuamos com o mesmo valor crítico t = − 2,26. Assim, o valor t calculado (-2,55) é MENOR que o t da tabela (-2,26). Então, REJEITA-SE H0. Portanto, segundo essas novas amostras, as estaturas médias de meninos e meninas NÃO são iguais: as meninas são mais altas. Valores negativos de t: Se o valor t calculado (estatística do teste) for MENOR que o t da tabela (valor crítico), então REJEITA-SE H0. 5. Um nutricionista quer comparar o efeito de duas dietas alimentares para perda de peso. Seleciona então voluntários que querem perder peso e os divide, ao acaso, em dois grupos com os seguintes cálculos: Dieta A: Dieta B: 1= 12,0 kg 2= 15,0 kg n= 10 n= 7 Variância (s2) = 4,0 Variância(s2)= 5,0 Faça o teste t, ao nível de 5% de significância e verifique se as duas dietas determinam a mesma perda de peso, ou se determinam perda de peso diferentes. Determinar as hipóteses: H0: as perdas de peso são, em média, as mesmas, para qualquer das duas dietas. Ha: as dietas determinam perdas médias de peso diferentes. Nível de significância: 0,05. Teste para duas médias com variâncias diferentes Cálculo do erro-padrão para variâncias diferentes s21= 4 s22 = 5 n1= 10 n2= 7 4 5 7 1,055 Teste t para variâncias diferentes x1= 12,0 x2= 15,0 12-15 1,055 -2,84 Nível de significância: 0,05. O grau de liberdade é da menor amostra, pois as variâncias são diferentes: g.L.= 7−1 =6 Valor tabelado crítico= -2,4469 Como o tcalculado é menor que o valor de tcrítico REJEITAMOS H0, ou seja: As duas dietas não determinam, em média, a mesma perda de peso. Valores negativos de t: Se o valor t calculado (estatística do teste) for MENOR que o t da tabela (valor crítico), então REJEITA-SE H0. Com 95% de confiança a dieta B determina maior perda de peso n1= 10 n2= 7 Teste t para variâncias iguais Erro-padrão Para calcular o valor dos graus de liberdade quando as variâncias são iguais, utiliza-se a fórmula: 6. Um farmacêutico quer comparar a quantidade de vitamina C de dois complexos de vitaminas elaborados por laboratórios diferentes. Para isso ele analisou 5 frascos do laboratório A com desvio-padrão de 4 mg e 6 frascos do laboratório B com desvio-padrão de 5 mg. Sabe-se que por exigência dos órgãos de fiscalização de saúde as vitaminas devem ter variâncias iguais. O farmacêutico encontrou nas amostras A uma média de 50 mg de vitamina C e nas amostras B= 40 mg. As médias de vitamina C dos dois laboratórios são iguais ou diferentes? N1= 5 S1= 4 x= 50mg N2= 6 S1= 5 x= 40mg Variâncias iguais O farmacêutico encontrou nas amostras A a média de 50 mg de vitamina C e nas amostras B 40 mg. Agora o g. L. considera as duas amostras g. L.= n1+n2 − 2 = 5+6 -2= 9 Vamos continuar com a significância: 0,05. Assim, encontramos na linha 9 e na coluna 0,05 o valor crítico t = 2,26. N1= 5 N2= 6 Portanto, o valor t calculado (3,64) é MAIOR que o t da tabela (2,26). Então, REJEITA-SE H0. Segundo essas amostras, as médias de vitamina C dos dois laboratórios NÃO são iguais: o complexo do laboratório A possui mais vitamina C que do laboratório B, com 95% de confiança. Valores positivos de t: Se o valor t calculado (estatística do teste) for MAIOR que o t da tabela (valor crítico), então REJEITA-SE H0. TESTE t para DADOS PAREADOS: Muitas vezes, as unidades - físicas ou biológicas - são medidas duas vezes, no decorrer da pesquisa. A lógica é verificar se houve ou não discrepância entre as medições. Outras vezes, as unidades são consideradas aos pares. A idéia é verificar se há ou não diferença na resposta, ou no desempenho dos pares. d = média das diferenças SD= Desvio-padrão das diferenças µ= média da população=0 7. Um enfermeiro mediu durante quatro dias a pressão sanguínea de um paciente antes e depois de um medicamento (apresentamos os valores máximos): Calcule e responda: a) A média das diferenças b) A variância das diferenças c) O desvio-padrão das diferenças d) Nomeie H0 e Ha. e) Ao nível de 5% de significância, os valores de pressão antes e depois do medicamento são iguais, ou diferentes? O medicamento têm surtido efeito? a) A média das diferenças b) A variância das diferenças x= 11 b) c) O desvio-padrão das diferenças d) Nomeie H0 e Ha H0= As médias da pressão sanguínea de um paciente antes e depois de um medicamento são iguais Ha= As médias da pressão sanguínea de um paciente antes e depois de um medicamento são diferentes e) Ao nível de 5% de significância, os valores de pressão antes e depois do medicamento são iguais, ou diferentes? O medicamento têm surtido efeito? d = média das diferenças= 11 SD= Desvio-padrão das diferenças=2,24 µ= média da população=0 n= 4 O grau de liberdade é g.L.= 4 − 1 = 3 Vamos usar com a significância: 0,05. Assim, encontramos na linha 3 e na coluna 0,05 o valor crítico: t = 3,18. Portanto, o valor t calculado (9,82) é MAIOR que o t da tabela (2,18). Então, REJEITA-SE H0. Valores positivos de t: Se o valor t calculado (estatística do teste) for MAIOR que o t da tabela (valor crítico), então REJEITA-SE H0. Segundo essas amostras, as pressões NÃO são iguais: o medicamento está fazendo efeito e realmente equilibrando a pressão.