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ERGONOMIA E GINASTICA

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Fazemos parte do Claretiano - Rede de Educação
ERGONOMIA E 
GINÁSTICA LABORAL
Meu nome é Roberta de Fátima Carreira Moreira Padovez. Sou 
graduada em Fisioterapia pela Universidade Federal de São Carlos 
(UFSCar) (2006). Mestre e Doutora em Fisioterapia pela UFSCar com 
pesquisas relacionadas à efetividade do exercício físico em ambiente 
ocupacional para prevenção da dor musculoesquelética relacionada 
ao trabalho e temas relacionados à saúde do trabalhador. Atuei como 
Professora na UFSCar sendo responsável pela disciplina Fisioterapia 
Preventiva e Ergonomia e Supervisão de estágio na empresa A.W. 
Faber Castell. Publiquei artigos nacionais e internacionais na área 
de Ergonomia e Saúde do Trabalhador. Realizei atividades de 
ensino e pesquisa na área de Saúde do Trabalhador e Ergonomia 
na Universidade Sagrado Coração (Bauru). Atualmente, continuo 
a desenvolver atividades de ensino e pesquisa na área. Sou 
professora colaboradora do curso de especialização em Ergonomia 
do Senac – Ribeirão Preto e atuo como professora colaboradora do Programa de Pós-Graduação 
em Fisioterapia da UFSCar, auxiliando o desenvolvimento de projetos de pesquisa na área de 
Fisioterapia Preventiva e Ergonomia
E-mail: roberta.carreira@gmail.com
Claretiano – Centro Universitário
Rua Dom Bosco, 466 - Bairro: Castelo – Batatais SP – CEP 14.300-000
cead@claretiano.edu.br
Fone: (16) 3660-1777 – Fax: (16) 3660-1780 – 0800 941 0006
www.claretianobt.com.br
Roberta de Fátima Carreira Moreira Padovez
Batatais
Claretiano
2015
ERGONOMIA E 
GINÁSTICA LABORAL
© Ação Educacional Claretiana, 2015 – Batatais (SP)
Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução, a transmissão total ou parcial por qualquer 
forma e/ou qualquer meio (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação e distribuição 
na web), ou o arquivamento em qualquer sistema de banco de dados sem a permissão por escrito 
do autor e da Ação Educacional Claretiana.
Reitor: Prof. Dr. Pe. Sérgio Ibanor Piva
Vice-Reitor: Prof. Ms. Pe. José Paulo Gatti
Pró-Reitor Administrativo: Pe. Luiz Claudemir Botteon
Pró-Reitor de Extensão e Ação Comunitária: Prof. Ms. Pe. José Paulo Gatti
Pró-Reitor Acadêmico: Prof. Ms. Luís Cláudio de Almeida
Coordenador Geral de EaD: Prof. Ms. Artieres Estevão Romeiro
CORPO TÉCNICO EDITORIAL DO MATERIAL DIDÁTICO MEDIACIONAL
Coordenador de Material Didático Mediacional: J. Alves
Preparação: Aline de Fátima Guedes • Camila Maria • Nardi Matos • Carolina de Andrade Baviera 
• Cátia Aparecida Ribeiro • Dandara Louise Vieira Matavelli • Elaine Aparecida de Lima Moraes • 
Josiane Marchiori Martins • Lidiane Maria Magalini • Luciana A. Mani Adami • Luciana dos Santos 
Sançana de Melo • Patrícia Alves Veronez Montera • Raquel Baptista Meneses Frata • Rosemeire 
Cristina Astolphi Buzzelli • Simone Rodrigues de Oliveira
Revisão: Cecília Beatriz Alves Teixeira • Eduardo Henrique Marinheiro • Felipe Aleixo • Filipi 
Andrade de Deus Silveira • Juliana Biggi • Paulo Roberto F. M. Sposati Ortiz • Rafael Antonio 
Morotti • Rodrigo Ferreira Daverni • Sônia Galindo Melo • Talita Cristina Bartolomeu • Vanessa 
Vergani Machado
Projeto gráfico, diagramação e capa: Eduardo de Oliveira Azevedo • Joice Cristina Micai • Lúcia 
Maria de Sousa Ferrão • Luis Antônio Guimarães Toloi • Raphael Fantacini de Oliveira • Tamires 
Botta Murakami de Souza • Wagner Segato dos Santos
Videoaula: José Lucas Viccari de Oliveira • Marilene Baviera • Renan de Omote Cardoso
Bibliotecária: Ana Carolina Guimarães – CRB7: 64/11
INFORMAÇÕES GERAIS
Cursos: Graduação
Título: Ergonomia e Ginástica Laboral 
Versão: fev./2015
Formato: 15x21 cm
Páginas: 156 páginas
SUMÁRIO
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 9
2. GLOSSÁRIO DE CONCEITOS ................................................................................. 11
3. ESQUEMA DOS CONCEITOS-CHAVE ..................................................................... 14
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................... 15
5. E-REFERÊNCIAS .................................................................................................... 16
UNIDADE 1 – HISTÓRIA DA ERGONOMIA
1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 19
2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA .................................................................... 19
2.1. DEFINIÇÃO DE ERGONOMIA ........................................................................ 19
2.2. OS DOMÍNIOS DA ERGONOMIA ................................................................... 22
2.3. HISTÓRIA DA ERGONOMIA........................................................................... 23
2.4. HISTÓRIA DO TRABALHO: TAYLORISMO ....................................................... 28
2.5. CENÁRIO MUNDIAL NAS ÚLTIMAS DÉCADAS ............................................... 29
2.6. ERGONOMIA NO BRASIL .............................................................................. 34
3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR ....................................................................... 36
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS .............................................................................. 37
5. CONSIDERAÇÕES .................................................................................................. 40
6. E-REFERÊNCIAS .................................................................................................... 40
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................ 41
UNIDADE 2 – ABORDAGEM ERGONÔMICA E ANÁLISE DO TRABALHO
1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 45
2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA ................................................................... 45
2.1. PRINCIPAIS PRESSUPOSTOS DA ERGONOMIA .............................................. 46
2.2. ATIVIDADE FÍSICA GERAL .............................................................................. 59
2.3. RISCO DE ACIDENTE ..................................................................................... 64
2.4. CONTEÚDO DO TRABALHO .......................................................................... 67
2.5. RESTRIÇÕES NO TRABALHO ......................................................................... 68
3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR ...................................................................... 77
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ............................................................................. 78
5. CONSIDERAÇÕES .................................................................................................. 82
6. E-REFERÊNCIA ...................................................................................................... 83
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................ 83
UNIDADE 3 – LER/DORT E A CONSTRUÇÃO DE UMA ABORDAGEM 
ERGONÔMICA
1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 87
2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA .................................................................... 87
2.1. DOENÇAS OCUPACIONAIS ............................................................................ 87
3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR ...................................................................... 109
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS .............................................................................. 110
5. CONSIDERAÇÕES ................................................................................................. 115
6. E-REFERÊNCIAS ....................................................................................................116
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................ 116
UNIDADE 4 – GINÁSTICA LABORAL
1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 121
2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA .................................................................... 121
2.1. CONTEXTUALIZAÇÃO E HISTÓRIA DA GINÁSTICA LABORAL ......................... 121
2.2. GINÁSTICA LABORAL: DEFINIÇÕES ............................................................... 124
2.3. OBJETIVOS DOS PROGRAMAS DE GINÁSTICA LABORAL .............................. 127
2.4. BENEFÍCIOS DO EXERCÍCIO FÍSICO NOS PRINCIPAIS SISTEMAS DO CORPO 
HUMANO ...................................................................................................... 129
2.5. ELABORAÇÃO DE PROTOCOLOS DE EXERCÍCIOS ......................................... 135
2.6. PLANEJAMENTO E CONDUÇÃO DE UM PROGRAMA DE GINÁSTICA 
LABORAL ....................................................................................................... 137
2.7. APLICAÇÃO PRÁTICA DA GL .......................................................................... 140
2.8. ENTENDENDO UM POUCO MAIS SOBRE A IMPORTÂNCIA DO TIPO 
DE TREINO A SER UTILIZADO NOS PROGRAMAS DE GINÁSTICA LABORAL ... 142
2.9. DURAÇÃO, INTENSIDADE E SUPERVISÃO DOS PROGRAMAS DE 
EXERCÍCIO ..................................................................................................... 144
3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR ...................................................................... 146
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ............................................................................. 147
5. CONSIDERAÇÕES ................................................................................................. 151
6. E-REFERÊNCIAS .................................................................................................... 152
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................ 153
7
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
Conteúdo
Introdução à Ergonomia (física e cognitiva). Abordagem e análise ergonômica 
do trabalho. Introdução a ginástica laboral. Condutas de aplicação da ginásti-
ca laboral. Fatores que influenciam no sucesso do programa. L.E.R e D.O.R.T. 
Principais doenças profissionais. A construção de uma ação ergonômica. Gi-
nástica Laboral. Qualidade de vida.
Bibliografia Básica
ABRAHÃO, J. et al. Introdução à ergonomia: da prática à teoria. São Paulo: Blucher, 
2009, 240 p.
LIMA, V. de. Ginástica laboral: atividade física no ambiente de trabalho. 3. ed. São 
Paulo: Phorte, 2007, 349 p. 
MENDES, R. A.; LEITE, N. Ginástica Laboral: princípios e aplicações práticas. 2. ed. 
Barueri: Manole, 2008, 216 p.
Bibliografia Complementar
CAÑETE, I. Humanização: desafio da empresa moderna: a ginástica laboral como um 
caminho. 2. ed. São Paulo: Ícone, 2001, 239 p.
DUL, J.; WEERDMEESTER, B. Ergonomia prática. [Traduzido do original: Ergonomics for 
beginners]. Tradução de Itiro lida. 2. ed. São Paulo: Edgard Blücher, 2004, 137 p.
FIGUEIREDO, F.; MONT ALVÃO, C. Ginástica Laboral e ergonomia. Rio de Janeiro: 
Sprint, 2005, 191 p.
GONÇALVES, A. (Org.). Qualidade de vida e atividade física: explorando teorias e 
práticas. Roberto Vilarta (Org.). Barueri: Manole, 2004, 287 p. 
GUERIN, F. Compreender o trabalho para transformá-lo: a prática da ergonomia. 
[Traduzido do original: Comprendre le travail pour transformer-la pratique de 
8 © ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
l’erfonomie]. Tradução de GUERIN, F. (et al); Giliane M. J. Ingratta. São Paulo: Edgard 
Blucher, 2001, 200 p.
LIMA, V. de. Ginástica Laboral: atividade física no ambiente de trabalho. São Paulo: 
Phorte, 2003, 240 p.
LIMA, D. G. Ginástica laboral: custos e orçamento na implantação e implementação de 
programas com abordagem ergonômica. Jundiaí: Fontoura, 2004, 71 p.
MARTINS, C. de O. Ginástica laboral: no Escritório. Jundiaí: Fontoura, 2001, 111 p.
OLIVEIRA, J. R. G. de. A prática da ginástica laboral. Rio de Janeiro: Sprint, 2002, 135 p.
PRESSI, A. M. S.; CANDOTTI, C. T. Ginástica laboral. Cleonice Silveira Rocha (Colab.). 
São Leopoldo: Unisinos, 2005, 130 p.
 
É importante saber
Esta obra está dividida, para fins didáticos, em duas partes:
Conteúdo Básico de Referência (CBR): é o referencial teórico e prático que deverá 
ser assimilado para aquisição das competências, habilidades e atitudes necessárias 
à prática profissional. Portanto, no CBR, estão condensados os principais conceitos, 
os princípios, os postulados, as teses, as regras, os procedimentos e o fundamento 
ontológico (o que é?) e etiológico (qual sua origem?) referentes a um campo de 
saber.
Conteúdo Digital Integrador (CDI): são conteúdos preexistentes, previamente sele-
cionados nas Bibliotecas Virtuais Universitárias conveniadas ou disponibilizados em 
sites acadêmicos confiáveis. São chamados "Conteúdos Digitais Integradores" por-
que são imprescindíveis para o aprofundamento do Conteúdo Básico de Referên-
cia. Juntos, não apenas privilegiam a convergência de mídias (vídeos complementa-
res) e a leitura de "navegação" (hipertexto), como também garantem a abrangência, 
a densidade e a profundidade dos temas estudados. Portanto, são conteúdos de 
estudo obrigatórios, para efeito de avaliação.
9© ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
1. INTRODUÇÃO
Prezado aluno, seja bem-vindo!
Iniciaremos o estudo de Ergonomia e Ginástica Laboral, 
em que você obterá as informações necessárias para o embasa-
mento teórico da sua futura atuação profissional e para as ativi-
dades que realizaremos. 
Na primeira unidade, vamos conhecer as definições de 
Ergonomia, bem como seus domínios e um pouco da História 
da Ergonomia, contemplando a história do trabalho a partir do 
Taylorismo, que surge durante a Revolução Industrial. Além dis-
so, essa unidade também abordará o cenário mundial nas últi-
mas décadas do ponto de vista da Ergonomia, com as suas duas 
vertentes, e também a história da Ergonomia no Brasil.
Na Unidade 2, você estudará os três principais pressupos-
tos da Ergonomia, bem como a importância da análise ergonô-
mica do trabalho. Você também conhecerá o protocolo Análise 
Ergonômica do Trabalho (AET), que permite realizar uma avalia-
ção bem completa do ambiente ocupacional. Esse protocolo é 
reconhecido nacional e internacionalmente como uma impor-
tante ferramenta nessa área. Você estudará e compreenderá to-
dos os itens que são considerados no AET.
Já na Unidade 3, estudaremos, inicialmente, as doenças 
musculoesqueléticas relacionadas ao trabalho. Abordaremos os 
conceitos de Lesões por Esforço Repetitivo (LER) e Distúrbio Os-
teomuscular Relacionado ao Trabalho (DORT), apresentando as 
principais doenças que acometem os trabalhadores, bem como 
os principais fatores de risco para o desenvolvimento dessas de-
sordens. Como principais fatores de risco, temos os fatores de 
10 © ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
risco individuais ou pessoais, psicossociais ou organizacionais e 
físicos ou biomecânicos.
Por último, na Unidade 4, estudaremos sobre a Ginástica 
Laboral, uma das formas de intervenção mais frequentemente 
utilizadas no ambiente de trabalho a fim de promover melho-
ras nas condições de saúde dos trabalhadores e seus benefícios 
para a saúde e capacidade para o trabalho. Isso porque a ativida-
de física contribui potencialmente para promover uma melhora 
tanto de aspectos de ordem física (força, flexibilidade, condicio-
namento cardiovascular) como de ordem psicológica (aumento 
dos níveis de atenção, redução do estresse), que resultam em 
melhora das condições gerais de saúde e da qualidade de vida 
do trabalhador em todos os aspectos. Além disso,a realização 
de exercício físico no ambiente ocupacional pode ainda contri-
buir para a diminuição do número de acidentes de trabalho, bem 
como para melhora da qualidade do trabalho realizado.
Considerando que a maior parte do tempo ativo da popu-
lação adulta é gasta no trabalho e o fato de geralmente sobrar 
muito pouco tempo para a maioria das pessoas se exercitarem, 
o ambiente ocupacional representa um excelente cenário para a 
realização de programas de exercício físico e promoção da saúde. 
Isso porque a prática regular de exercícios, desde que obedecen-
do a determinados princípios, produz uma série de adaptações 
morfofuncionais benéficas ao organismo (em nível cardiovascu-
lar, osteomuscular, pulmonar, endócrino e imunológico) que de-
termina a melhora da capacidade funcional e laborativa.
É importante lembrar que, para a obtenção de bons resul-
tados com os programas de prevenção das disfunções muscu-
loesqueléticas relacionadas ao trabalho, é necessário envolvi-
mento e comprometimento por parte de diferentes profissionais 
11© ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
dentro da empresa: trabalhadores, supervisores, membros da 
CIPA, técnicos do serviço de segurança do trabalho, gerentes e 
diretores. Isso porque, para o tratamento e a prevenção dessas 
afecções, devem ser considerados tanto os aspectos de ordem 
médica e terapêutica, como também aqueles que dizem respeito 
à organização do trabalho na empresa e fatores que envolvem a 
própria atitude do trabalhador.
Contudo, é essencial que se promova a adequação das 
condições de trabalho. Isso porque, após participar de progra-
mas preventivos, o trabalhador precisa retornar à sua atividade 
laborativa, e, se não forem concebidas as devidas adequações no 
ambiente físico de trabalho (de modo a minimizar os fatores de 
risco físicos e biomecânicos), de nada adiantarão os programas 
voltados para o indivíduo com o objetivo de promover a melhora 
de sua saúde. Um ambiente de trabalho com condições adversas 
fará com que a recidiva de dores e outros sintomas relacionados 
à exposição física sejam uma constante.
2. GLOSSÁRIO DE CONCEITOS 
O Glossário de Conceitos permite uma consulta rápida e 
precisa das definições conceituais, possibilitando um bom domí-
nio dos termos técnico-científicos utilizados na área de conheci-
mento dos temas tratados. 
1) Saúde: segundo a Organização Mundial da Saúde, saú-
de é um estado de completo bem-estar físico, mental 
e social, e não meramente a ausência de doença ou 
enfermidade (WHO, 2014).
2) Biomecânica Ocupacional: a biomecânica utiliza leis 
da Física e conceitos de Engenharia para descrever mo-
12 © ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
vimentos realizados por vários segmentos corpóreos e 
forças que agem sobre essas partes do corpo durante 
atividades normais de vida diária (CHAFFIN; ANDERS-
SON; MARTIN, 2001).
3) Antropometria: é a ciência empírica que tenta definir 
medidas físicas confiáveis da forma e dimensões de 
uma pessoa, para comparação antropológica (CHA-
FFIN; ANDERSSON; MARTIN, 2001).
4) Prevenção primária: inclui o conjunto de atividades 
que visam evitar ou remover a exposição de um indi-
víduo ou de uma população a um fator de risco antes 
que se desenvolva uma patologia (JAMOULLE et al., 
2014).
5) Prevenção secundária: tem como finalidade a detec-
ção de um problema de saúde em um indivíduo ou 
população numa fase precoce e, com isso, intervir no 
seu desenvolvimento e agravamento (JAMOULLE et 
al., 2014).
6) Prevenção terciária: tem como finalidade reduzir os 
custos sociais e econômicos dos estados da doença 
na população por meio da reabilitação e reintegração 
precoce e da potencialização da capacidade funcional 
remanescente dos indivíduos (ALMEIDA, 2005).
7) Equipamento de Proteção Coletiva (EPC): são dispo-
sitivos de uso coletivo, destinados a proteger a inte-
gridade física dos trabalhadores. Esses equipamentos 
devem ser usados apenas para a finalidade a que se 
destina. Os trabalhadores devem responsabilizar-se 
por sua guarda e conservação, comunicar qualquer 
alteração que o torne impróprio para o uso, adquirir 
13© ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
o tipo adequado à atividade do empregado, treinar o 
trabalhador sobre seu uso adequado, tornar obrigató-
rio seu uso e substituí-lo quando danificado ou extra-
viado. Alguns exemplos de EPC são os extintores, lava-
-olhos e capelas. (COMISSÃO DE RISCOS QUÍMICOS, 
2014).
8) Equipamento de Proteção Individual (EPI): são todos 
os dispositivos de uso individual destinados a proteger 
a integridade física dos trabalhadores. Deve-se usá-lo 
apenas para a finalidade a que se destina. Os trabalha-
dores devem responsabilizar-se por sua guarda e con-
servação, comunicar qualquer alteração que o torne 
impróprio para o uso, adquirir o tipo adequado à ati-
vidade do empregado, treinar o trabalhador sobre seu 
uso adequado, tornar obrigatório seu uso e substituí-
-lo quando danificado ou extraviado. Alguns exemplos 
de EPIs são avental ou roupas de proteção, luvas, ócu-
los de proteção e máscaras de proteção respiratória 
(COMISSÃO DE RISCOS QUÍMICOS, 2014).
9) Postura: é o arranjo que os segmentos corporais man-
têm entre si e no espaço, em determinada posição, de 
forma a proporcionar conforto, harmonia, economia 
e sustentação do corpo. A postura prepara o indiví-
duo para a realização de um movimento, bem como 
promove a sustentação durante o movimento em si. 
(TANAKA, 1997). Outra definição mais simples é que a 
postura pode ser considerada a configuração do corpo, 
cabeça, tronco e membros no espaço (KUMAR, 2001). 
10) Alterações posturais: são alterações (diminuições ou 
aumentos) das curvaturas normais da coluna verte-
bral (COLNÉ et al., 2008). Elas podem ocorrer devido 
14 © ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
à adoção de más posturas, desequilíbrio muscular, 
crescimento, entre outros fatores. Alguns exemplos de 
alterações posturais são: hiperlordose, hipercifose e 
escoliose.
11) Movimento repetitivo: ainda não temos uma defini-
ção definitiva do que seriam os movimentos repetiti-
vos, mas alguns estudos consideram que um trabalho 
altamente repetitivo é aquele que tem um ciclo (tem-
po necessário para realizar parte do trabalho sem co-
meçar a repetir a atividade) menor que 30 segundos 
ou que envolvem a repetição de uma única atividade 
ou movimento por mais de 50% do ciclo de trabalho 
(COURY, 1995). Um bom exemplo de trabalho repetiti-
vo é o de digitação.
3. ESQUEMA DOS CONCEITOS-CHAVE
O Esquema a seguir possibilita uma visão geral dos concei-
tos mais importantes deste estudo. Eles interagem para possibi-
litar o aprendizado do que é Ergonomia, e, a partir disso, pode-se 
entender a importância da Análise Ergonômica no Trabalho, na 
identificação das atividades e demandas do trabalho, dos prin-
cipais riscos ergonômicos, bem como da prevalência e dos tipos 
das desordens musculoesqueléticas.
A partir disso, e de posse de todas essas informações, o 
profissional poderá planejar e propor intervenções no ambiente 
de trabalho, sendo uma delas o programa Ginástica Laboral, que 
deverá ser pensado levando-se em consideração as demandas e 
os riscos do ambiente ocupacional. Devemos sempre lembrar em 
pensar em um conjunto de intervenções e não somente na pro-
15© ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
posição de um programa de exercícios físicos, pois os riscos pre-
sentes em um ambiente de trabalho são sempre multifatoriais.
.
Figura 1 Esquema de Conceitos-chave de Ergonomia e Ginástica Laboral. 
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
ALMEIDA, L. M. Da prevenção primordial à prevenção quaternária. Revista portuguesa 
em saúde pública, Coimbra, v. 23, n. 1, p. 1-6, jan./jun. 2005.
COLNÉ, P. et al. Posturalcontrol in obese adolescents assessed by limits of stability and 
gait initiation. Gait Posture, v. 28, n. 1, p. 164-9, 10 jan. 2008. 
COURY, H. G. Trabalhando sentado: manual para posturas confortáveis. 2. ed. São 
Carlos: UFSCar, 1995.
16 © ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
FRANKEL, V. H.; NORDIN, M. Basic biomechanics of skeletal system. Phyladelphia: Lea 
and Febiger, 1980. In: CHAFFIN, D. N.; ANDERSSON, G. B. J.; MARTIN, B. J. Biomecânica 
Ocupacional. 3. ed. Belo Horizonte: Editora Ergo, 2001.
KUMAR, S. Biomechanics in Ergonomics. Londres: Taylor & Francis, 2001.
TANAKA, C.; FARAH, E. Anatomia funcional das cadeias musculares. São Paulo: Ícone, 
1997.
5. E-REFERÊNCIAS
COMISSÃO DE RISCOS QUÍMICOS. Universidade Federal de Alfenas. Equipamentos 
de Proteção Coletiva (EPC) e suas utilidades nos laboratórios. Disponível em: <http://
www.unifal-mg.edu.br/riscosquimicos/epis>. Acesso em: 9 jan. 2015.
JAMOULLE, M. et al. Working fields and prevention domainsin general practice/family 
medicine. Disponível em: <http://docpatient.net/mj/prev.html>. Acesso em: 9 jan. 
2015.
WHO. WHO definition of Health. Disponível em: <http://www.who.int/about/
definition/en/print.html>. Acesso em: 9 jan. 2015.
17
UNIDADE 1
HISTÓRIA DA ERGONOMIA
Objetivos
• Entender o que é Ergonomia e refletir sobre as suas definições.
• Conhecer um pouco da história da Ergonomia e como ela surgiu a partir 
das demandas do trabalho.
• Entender o que é Ergonomia Física, Cognitiva e Organizacional.
• Identificar e reconhecer as principais vertentes da Ergonomia, a anglo-sa-
xônica e a francofônica.
• Entender um pouco da história da Ergonomia no Brasil.
Conteúdos
• Conceitos e definições em Ergonomia.
• Breve histórico da Ergonomia internacional e nacional.
• Taylorismo na história do trabalho.
• Ergonomia Física (anglo-saxônica) e Ergonomia Cognitiva (francofônica).
Orientações para o estudo da unidade
Antes de iniciar o estudo desta unidade, leia as orientações a seguir: 
1) Tenha sempre à mão o significado dos conceitos apresentados no Glossá-
rio e sempre retorne a ele quando achar necessário em todas as unidades 
deste Caderno de Referência de Conteúdo. Isso poderá facilitar sua apren-
dizagem e seu desempenho.
18 © ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 1 – HISTÓRIA DA ERGONOMIA
2) Pesquise em livros ou na internet o assunto abordado nesta unidade e 
selecione as informações que considerar interessantes e importantes, 
disponibilizando-as para seus colegas na Lista. Lembre-se de que você é 
protagonista do processo educativo.
19© ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 1 – HISTÓRIA DA ERGONOMIA
1. INTRODUÇÃO
O estudo da história da Ergonomia é muito importante, 
pois permite entender a evolução desse tema a partir do cresci-
mento de demanda de conhecimento nessa área, bem como de 
situações reais que surgiam e precisavam de soluções. A história 
da Ergonomia também nos possibilita compreender pensamen-
tos até hoje vigentes, antes divergentes, mas que agora se com-
plementam, como a vertente anglo-saxônica e a francofônica.
Então, vamos aos estudos!
2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA
O Caderno de Referência de Conteúdo Ergonomia e Ginás-
tica Laboral apresentará a Ergonomia, bem como sua aplicação 
no ambiente de trabalho, e, por fim, as possíveis intervenções, 
como a Ginástica Laboral. Assim, daremos início aos nossos es-
tudos a partir da definição de ergonomia. Então, vamos às suas 
definições!
2.1. DEFINIÇÃO DE ERGONOMIA
A palavra “ergonomia” deriva do grego, sendo composta 
pelos termos “ergon”, que significa “trabalho”, e “nomos”, que 
significa “regras”. A Ergonomia é uma ciência interdisciplinar, 
cujo objetivo prático é a adaptação do posto de trabalho, dos 
instrumentos, das máquinas, do tempo de trabalho e do meio 
ambiente às necessidades do homem. A realização de tais obje-
tivos, em nível industrial, propicia a facilitação do trabalho e um 
melhor rendimento do esforço humano.
20 © ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 1 – HISTÓRIA DA ERGONOMIA
De acordo com a Ergonomics Society da Inglaterra, a Ergo-
nomia pode ser definida como o estudo do relacionamento entre 
o homem e seu trabalho, equipamentos e ambiente, integrando 
conhecimentos de Anatomia, Fisiologia e Psicologia para solução 
de problemas que surgem desse relacionamento. O ergonomista 
é responsável por aplicar os conhecimentos científicos anterior-
mente descritos, visando à otimização da capacidade produtiva 
e, principalmente, à manutenção da saúde e do bem-estar do 
trabalhador. 
Em agosto de 2000, a Associação Internacional de Ergono-
mia (Internacional Ergonomics Association – IEA) estabeleceu a 
seguinte definição para o termo:
Ergonomia é a disciplina científica relacionada à compreensão 
das interações entre os seres humanos e outros elementos de 
um sistema, é a profissão que aplica teoria, princípios, dados e 
métodos a projetos com o objetivo de otimizar o bem-estar do 
ser humano, bem como o desempenho do sistema como um 
todo.
Em termos nacionais, a Associação Brasileira de Ergonomia 
adota a seguinte definição:
Entende-se por Ergonomia o estudo das interações das pessoas 
com a tecnologia, a organização e o ambiente, objetivando in-
tervenções e projetos que visem melhorar, de forma integrada, 
a segurança, o conforto, o bem-estar e a eficácia das atividades 
humanas.
Apesar da variação de definições apresentadas pelas di-
ferentes sociedades científicas, tanto em nível nacional como 
internacional, podemos depreender como ideia central que 
a Ergonomia é uma ciência cujo objetivo principal é adaptar o 
trabalho ao homem, considerando suas características (físicas, 
fisiológicas, psicológicas, sociais, bem como a influência do sexo, 
21© ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 1 – HISTÓRIA DA ERGONOMIA
idade, treinamento e motivação) e respeitando os limites do ser 
humano. Dessa forma, atua na promoção do bem-estar, saúde e 
segurança do trabalhador, isto é, fatores diretamente relaciona-
dos à qualidade do seu serviço e sua produtividade. 
Figura 1 Exemplo de adequação de um posto de trabalho típico de setor administrativo.
A Ergonomia é uma ciência que visa essencialmente à pre-
venção primária de acidentes. Assim, é necessário saber avaliar 
as condições que produzem riscos para prevenir os danos antes 
que esses aconteçam. Dessa forma, torna-se essencial a compre-
ensão dos mecanismos fisiológicos da lesão em ambiente ocu-
pacional e o reconhecimento das eventuais fontes de risco para 
intervir de forma eficiente sobre eles.
22 © ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 1 – HISTÓRIA DA ERGONOMIA
2.2. OS DOMÍNIOS DA ERGONOMIA
Tendo em vista a ampla abordagem e o caráter multidisci-
plinar da Ergonomia, é função do ergonomista analisar o traba-
lho de forma global, contemplando os aspectos físicos, cogniti-
vos, sociais e organizacionais relacionados à realização da tarefa.
Conforme proposto pela International Ergonomics Asso-
ciation (IEA), definem-se os três domínios da Ergonomia:
1) Ergonomia Física: domínio que contempla as caracte-
rísticas da anatomia humana, Antropometria, Fisiolo-
gia e Biomecânica e sua relação com os aspectos físicos 
da atividade. Enquadram-se nessa categoria o estudo 
das posturas no trabalho, o manuseio de materiais, os 
movimentos repetitivos, os distúrbios musculoesque-
léticos relacionados ao trabalho, o projeto de postos 
de trabalho e os aspectos relacionados à segurança e à 
saúde do trabalhador.
2) Ergonomia Cognitiva: domínio que inclui a abordagem 
dos processos mentais, como a percepção, memória, 
raciocínio, resposta motora e seus efeitos nas intera-
ções entre as pessoas e outros elementos de um siste-
ma. O foco dessa abordagem está no estudo da carga 
mental de trabalho, na tomada de decisões, na inte-ração homem-computador, no estresse ocupacional e 
nos efeitos do treinamento.
3) Ergonomia Organizacional: domínio que aborda a oti-
mização dos sistemas sócio-técnicos, abrangendo as 
estruturas organizacionais, regras e processos. Entre 
os focos de atenção dessa abordagem estão incluídos 
o projeto de trabalho, a programação do trabalho em 
23© ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 1 – HISTÓRIA DA ERGONOMIA
grupo, a organização temporal do trabalho, o proje-
to participativo, o trabalho cooperativo, a cultura or-
ganizacional, as organizações em rede e a gestão da 
qualidade.
A atuação em Ergonomia pode ser orientada com base em 
um ou mais dos domínios anteriormente apresentados, de acor-
do com o contexto da situação de trabalho em que ele esteja 
inserido.
Em síntese, a prática ergonômica deve resultar na pon-
deração entre as condições de trabalho e as necessidades do 
trabalhador. De acordo com Falzon (2004), a especificidade da 
Ergonomia baseia-se no equilíbrio entre dois objetivos: um vol-
tado para a organização e o ambiente físico que pode ser expres-
so em termos de eficiência, produtividade, qualidade e o outro 
voltado para os indivíduos, ocupando-se de sua segurança, con-
forto, facilidade de utilização, saúde e satisfação. O profissional 
pode tender mais para um desses objetivos do que para outro, 
mas ninguém pode pretender atuar na prática ignorando esses 
objetivos. 
2.3. HISTÓRIA DA ERGONOMIA
A história da Ergonomia começou muito antes do imagina-
do. Homens da caverna já adaptavam suas ferramentas para sua 
sobrevivência, mas só após a Revolução Industrial, no século 18, 
é que a sociedade e as autoridades começaram a se interessar 
mais pela saúde do trabalhador. Isso porque o número de aci-
dentes de trabalho e as doenças relacionadas ao trabalho cres-
ciam assustadoramente. As tarefas a serem executadas pelo tra-
balhador eram repetitivas, os ambientes de trabalho insalubres, 
24 © ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 1 – HISTÓRIA DA ERGONOMIA
além das jornadas de trabalho extenuantes, com duração de 18 
horas por dia para homens e de 14 horas por dia para mulheres 
e crianças. Os inventos tecnológicos e a produção eram prioriza-
dos em detrimento da saúde dos trabalhadores.
Os conceitos apresentados se desenvolveram e são resul-
tantes das transformações que aconteceram ao longo da história 
da Ergonomia.
Embora esta seja uma ciência formalizada recentemente 
(1949), com a criação da Ergonomics Research Society na Ingla-
terra, seu surgimento remonta à Pré-História. A utilização da 
matéria-prima disponível para a construção de objetos e o apri-
moramento desses de modo a tornar mais fácil e prática a exe-
cução de tarefas como a caça, que é um exemplo de aplicação da 
Ergonomia em tempos remotos.
Figura 2 Evolução do homem e da Ergonomia.
A palavra “ergonomia” foi criada em 1857, pelo polonês 
W. Jastrzebowski, que publicou Ensaios de Ergonomia ou ciência 
do trabalho. A adoção oficial do termo ocorreu em 1949, com a 
fundação da Ergonomic Research Society, na Inglaterra.
A partir do século 20, no período Pós-guerra, há uma or-
ganização mais sistemática dos profissionais, sendo criadas, em 
1959, a Human Factors Society (HFS) e a International Ergono-
25© ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 1 – HISTÓRIA DA ERGONOMIA
mics Society (IES), nos Estados Unidos, e, em 1963, na França, a 
Societé d'Ergonomie de Langue Française (SELF). 
A Ergonomia desenvolveu-se e estabeleceu-se a partir da 
conjunção de conhecimentos relativos às ciências antigas, como 
a Engenharia, a Fisiologia e a Psicologia. 
Figura 3 Ergonomia e suas diversas áreas. 
A origem desta ciência está associada à Segunda Guerra 
Mundial, período em que foram desenvolvidos sistemas novos 
e avançados que potencialmente seriam melhores, mas que não 
consideravam as características das pessoas que iriam utilizá-los. 
(ERGONOMICS SOCIETY, 2014). Nesse período, a Força Aérea 
Real Britânica (Royal Air Force) buscava explicações para o fato 
de equipamentos extremamente modernos não estarem sendo 
operados com a eficiência e a eficácia esperadas. Formou-se, as-
sim, uma equipe multidisciplinar composta por um engenheiro, 
26 © ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 1 – HISTÓRIA DA ERGONOMIA
um psicólogo e um fisiologista. A análise da situação a partir de 
diferentes pontos de vista foi determinante para a identificação 
dos problemas e a elaboração de propostas para solucioná-los. 
(WISNER, 1994). 
Figura 4 Produção industrial no período pós-guerra.
O desenvolvimento da Ergonomia estava, portanto, inseri-
do dentro do perfil socioeconômico da época. As indústrias ame-
ricanas e europeias do Pós-guerra necessitavam aumentar sua 
produção dentro de um contexto de escassez de mão de obra 
qualificada e de matéria-prima. Para atender a essa demanda, os 
ergonomistas direcionaram seus olhares às questões referentes 
a: 
1) insalubridade;
2) condições de trabalho;
3) dimensionamento dos homens e equipamentos;
27© ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 1 – HISTÓRIA DA ERGONOMIA
4) adaptação de instrumentos e ferramentas de trabalho;
5) organização do trabalho (considerando variabilidade 
entre os sujeitos, equipamentos e matéria-prima).
Com a evolução dos movimentos sociais reivindicando 
melhores condições de trabalho e o surgimento dos sindicatos 
de trabalhadores, cresceram em número as demandas em Er-
gonomia que buscavam respostas para problemas relacionados 
às más condições de trabalho, à organização dos tempos de tra-
balho (ritmos e turnos) e à rejeição da fragmentação de tarefas, 
produto da divisão exacerbada do trabalho que teve origem no 
final do século 19, com o movimento chamado Taylorismo. O 
auge desses movimentos ocorre entre os anos de 1960 e 1970.
Figura 5 Linha de produção taylorista.
28 © ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 1 – HISTÓRIA DA ERGONOMIA
Figura 6 Frederick Winslow Taylor.
2.4. HISTÓRIA DO TRABALHO: TAYLORISMO
Revolução Industrial
As primeiras fábricas surgidas não tinham nenhuma seme-
lhança com a fábrica moderna. Eram sujas, barulhentas, perigo-
sas e escuras, e as jornadas de trabalho chegavam a 16 horas 
diárias, sem férias, em regime de semiescravidão, imposto por 
empresários autoritários.
Estudos mais sistemáticos do trabalho começaram a ser 
realizados a partir do final do século passado. Nessa época, sur-
ge, nos Estados Unidos, o movimento da administração científica 
que ficou conhecido como taylorismo, elaborado pelo engenhei-
ro norte-americano Frederick Winslow Taylor (1879). 
Princípios do Taylorismo
1) Encontrar uma melhor maneira: para Taylor, o tra-
balho é governado por leis científicas. Descobrir es-
sas leis, para realizar o trabalho da melhor maneira, 
29© ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 1 – HISTÓRIA DA ERGONOMIA
é o primeiro passo para a obtenção de uma produção 
eficiente.
2) Pessoas certas para as tarefas: para Taylor, as pesso-
as são diferentes. Assim, elas devem ser selecionadas 
"cientificamente" para executar determinadas tarefas.
3) Supervisão, recompensa e punição: para Taylor, a su-
pervisão era essencial para assegurar que a melhor 
maneira de executar a tarefa fosse de fato empregada.
4) Sistema de incentivos salariais: Taylor acreditava que, 
se os trabalhadores entendessem a lógica que funda-
mentava o método de trabalho por ele proposto, com 
um sistema de incentivos salariais por peça, eles o uti-
lizariam em benefício próprio. Esse incentivo recom-
pensaria os operários que produzissem acima do nível 
esperado de produção, determinado "cientificamen-
te" pela gerência, e penalizaria os operários que não 
conseguissem atingir esse nível.
2.5. CENÁRIO MUNDIAL NAS ÚLTIMAS DÉCADAS
A partir da década de 1980, ocorre uma mudança no foco 
da atenção dos ergonomistas.Com o objetivo de reduzir a sobre-
carga física provocada pelo manuseio de cargas, ocorreu a au-
tomação dos sistemas produtivos a partir da qual se acreditava 
que os principais fatores de risco relacionados ao manuseio de 
cargas seriam resolvidos. Contudo, tal processo passou a ser fon-
te de uma série de problemas relacionados à natureza cognitiva 
da ação. Assim, ganhou importância a análise dos sistemas au-
tomáticos e informatizados com ênfase na natureza cognitiva do 
trabalho. Isso porque o trabalhador deixou de ser um executor 
30 © ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 1 – HISTÓRIA DA ERGONOMIA
direto da atividade, passando a exercer o papel de controlador 
do processo produtivo. As inovações tecnológicas resultaram na 
intensificação do trabalho, vinculada, muitas vezes, à execução 
de tarefas altamente repetitivas, e novos meios de controle so-
bre o trabalhador.
No final da década de 1990, com o advento do setor de 
serviços representado pelos call centers, pelas redes de distri-
buição e sistemas delivery (MARRAS, 2000), cresce ainda mais a 
necessidade de atenção conjunta voltada tanto para os aspectos 
físicos como para os cognitivos, relacionados às atividades de-
senvolvidas pelos setores de serviços. 
Atualmente, a Ergonomia congrega a atuação de dife-
rentes profissionais vinculados às questões do trabalho, como 
médicos, engenheiros, fisioterapeutas, psicólogos, terapeutas 
ocupacionais, enfermeiros, educadores físicos, administradores, 
sociólogos, entre outros. Além disso, tornou-se um instrumento 
que embasa ações de sindicatos de trabalhadores, que dá su-
porte a organizações patronais e que serve de subsídio durante 
ações judiciais, contribuindo sempre no sentido de transformar e 
adequar o trabalho às necessidades e limitações do trabalhador, 
bem como às demandas para otimização do sistema produtivo.
Ergonomia Física e Cognitiva 
Duas correntes acabaram se desenvolvendo dentro da Er-
gonomia: a anglo-saxônica, dos países de língua inglesa, conheci-
da como Ergonomia Física, e a Ergonomia francofônica, de países 
de língua francesa, conhecida como Ergonomia Cognitiva. Essas 
vertentes não são contraditórias, mas complementares entre si. 
31© ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 1 – HISTÓRIA DA ERGONOMIA
Como o próprio nome sugere, a Ergonomia Física apre-
senta uma abordagem voltada para o ambiente, para o posto de 
trabalho, abordando fatores de risco de natureza física, biomecâ-
nica. A Ergonomia Cognitiva tem a situação real como pressupos-
to-base para verificar os aspectos do trabalho que constituem 
fatores de risco para o trabalhador (MONTMOLLIN, 1990). Ou 
seja, enquanto a Ergonomia Física adota o conceito de adapta-
ção da máquina ao homem, a Ergonomia Cognitiva desenvolve 
sua análise visando à adaptação do trabalho ao homem, numa 
abordagem que enfoca os aspectos psicossociais da organização 
do trabalho de forma mais ampla. Ambas são contra o conceito 
vigente de adaptar o homem ao trabalho, como foi objetivo do 
enfoque da Administração Científica proposta por Taylor (1987) 
e suas variantes.
A Ergonomia Física, a mais antiga, centra-se nos "fatores 
humanos", sendo também denominada "Human Factors”. Essa 
corrente orienta a ação ergonômica no sentido da concepção e/
ou transformação de dispositivos técnicos do trabalho como má-
quinas, ferramentas, postos de trabalho, programas etc., priori-
zando uma Ergonomia baseada nas características antropomé-
tricas, fisiológicas, cognitivas do trabalhador, de modo a tornar 
sua tarefa o menos dispendiosa possível. De acordo com a visão 
anglo-saxônica, aspectos relacionados às condições de trabalho 
como absenteísmo, lesão, baixa qualidade e elevados níveis de 
erro humano são vistos como problemas vinculados ao siste-
ma em vez de problemas relativos às pessoas. A solução para 
tal problema estaria no planejamento de um sistema de traba-
lho melhor, e não simplesmente numa melhor administração ou 
concessão de incentivos aos trabalhadores para torná-los mais 
motivados. (BRIDGER, 2003).
32 © ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 1 – HISTÓRIA DA ERGONOMIA
De acordo com Bridger (2003), o ser humano é visto como 
parte do sistema, juntamente com o ambiente e as máquinas 
utilizadas no processo produtivo, e precisa estar plenamente in-
tegrado a este desde o início do processo de desenho e concep-
ção do posto. As necessidades do trabalhador como ser humano 
são vistas como necessidades do sistema e devem ser conside-
radas de forma primordial, e não secundária. Essas necessidades 
podem ser, de forma geral, descritas em função dos seguintes 
aspectos:
1) Facilidade de uso, garantia segurança do trabalhador e 
do equipamento.
2) Tarefas compatíveis com o nível de treinamento e limi-
tações do trabalhador.
3) Ambiente confortável e apropriado para a execução da 
tarefa, garantindo o bem-estar dos trabalhadores nas 
situações de trabalho.
4) Sistema de organização do trabalho que reconheça as 
necessidades sociais e econômicas dos indivíduos. 
33© ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 1 – HISTÓRIA DA ERGONOMIA
Figura 7 Interação entre os membros da equipe de trabalho.
A Ergonomia Cognitiva, por sua vez, pode ser denominada 
Ergonomia da Atividade por ocupar-se da compreensão do tra-
balho em situação real. O foco central dessa corrente não está 
restrito à reformulação do posto e ao desenvolvimento de ferra-
mentas de trabalho, mas sim na busca de compreender e atuar 
sobre a organização do trabalho e no conjunto de fatores que 
atuam na causa do problema (FERREIRA, 2002). Essa é a Ergo-
nomia que atenta a todos os ângulos que definem a situação de 
trabalho, desde os aspectos físicos como iluminação, tempera-
tura etc.; aspectos cognitivos, como a memória, linguagem etc.; 
e, finalmente, os aspectos psíquicos relacionados aos níveis de 
conflito no interior da representação consciente ou inconsciente 
das relações entre o indivíduo e a situação, ou seja, a organiza-
ção do trabalho. (WISNER, 1994). 
34 © ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 1 – HISTÓRIA DA ERGONOMIA
2.6. ERGONOMIA NO BRASIL
No Brasil, a Ergonomia surgiu vinculada às áreas de Enge-
nharia de Produção e Desenho Industrial. Nesse primeiro mo-
mento, sua atuação foi voltada para a aplicação dos conhecimen-
tos relacionados às medidas antropométricas, bem como para a 
produção de normas e padrões para a população brasileira. 
O segundo momento da Ergonomia no país teve início com 
a difusão de estudos na área de Psicologia na USP, com Paul Ste-
phaneek. Os pesquisadores brasileiros passaram então a fazer 
contato com pesquisadores europeus, especialmente os france-
35© ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 1 – HISTÓRIA DA ERGONOMIA
ses. Entre eles, um dos patronos da Ergonomia brasileira: Alain 
Wisner. 
Verifica-se a influência da corrente anglo-saxônica (Ergono-
mia Física) na fase inicial da Ergonomia brasileira, a qual passou, 
num segundo momento, a ser também permeada pela aborda-
gem cognitiva. Importante lembrar que, conforme afirmado por 
Iida (2005), essas duas correntes da Ergonomia não são opostas, 
mas sim complementares. 
Um marco importante para a história da Ergonomia no 
Brasil foi a criação da Associação Brasileira de Ergonomia (ABER-
GO), em 1983. Essa associação também é filiada à International 
Ergonomics Association (IEA) e congrega diversos núcleos da Er-
gonomia no País, por meio da divulgação de conhecimentos pro-
duzidos na área (a exemplo disso, temos o Congresso Brasileiro 
de Ergonomia) e da normalização da Ergonomia como categoria 
profissional.
Entre as normas regulamentadoras brasileiras, desenvolvi-
das a partir do conhecimento acumulado relacionado à saúde 
e segurança do trabalhador, dispomos da Norma Regulamenta-
dora 17 (NR 17 – Ergonomia, Portaria n.º 3.214, de 8.6.1978 do 
Ministério doTrabalho, modificada pela Portaria nº 3.751, de 
23.11.1990 do Ministério do Trabalho), que é especificamente 
dedicada à Ergonomia. Essa norma resulta da articulação entre 
sindicatos e ergonomistas e foi patrocinada pelo Ministério do 
Trabalho. Isso porque o processo produtivo, tanto em nível na-
cional como internacional, desenvolveu-se de modo a contem-
plar a produtividade, negligenciando a saúde do trabalhador. 
Em síntese, pudemos perceber que há tempos temas e 
questões relacionados à Ergonomia vêm permeando o ambiente 
de trabalho e que, com o passar dos anos, muito se evoluiu nessa 
36 © ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 1 – HISTÓRIA DA ERGONOMIA
área. No entanto, ainda há muito para ser feito a fim de minimi-
zar o impacto do trabalho na vida do trabalhador.
3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR
O Conteúdo Digital Integrador representa uma condição 
necessária e indispensável para você compreender integralmen-
te os conteúdos apresentados nesta unidade.
O conteúdo que será abordado é importante para garantir 
o seu aprendizado nesse tema e aprofundá-lo. No primeiro tex-
to indicado, você poderá aprofundar seus conhecimentos sobre 
as duas vertentes da Ergonomia, a anglo-saxônica e a francofô-
nica. Esse material aborda as complementaridades dessas duas 
vertentes, que objetivam atuar de maneira a adaptar o trabalho 
ao homem, e também apresenta as divergências dessas duas 
vertentes.
• ALMEIDA, R. G. A ergonomia sob a ótica anglo-saxônica 
e a ótica francesa. Revista Vértices, Campos dos Goyta-
cazes/RJ, v. 13, n. 1, p. 115-126, jan./abr. 2011. Dispo-
nível em: <http://essentiaeditora.iff.edu.br/index.php/
vertices/article/ viewFile/ 1809-2667.20110007/646>. 
Acesso em: 09 jan. 2015.
Esse segundo conteúdo permitirá que você aprofunde o 
seu conhecimento sobre o Taylorismo e o seu criador, Frederick 
Winslow Taylor. O Taylorismo foi um marco na história mundial e 
também na Ergonomia.
• Da organização científica à Ergonomia: a contribuição 
de Frederick Wisnslow Taylor. In: SILVA, J. C. P.; PASCHO-
ARELLI, L. C. [Orgs.]. A evolução histórica da Ergonomia 
no mundo e seus pioneiros [on-line]. São Paulo: Editora 
37© ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 1 – HISTÓRIA DA ERGONOMIA
UNESP; São Paulo: Cultura Acadêmica, 2010. 103 p. Dis-
ponível em: <http://books.scielo.org>. Acesso em: 09 
jan. 2015.
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante 
para você testar o seu conhecimento sobre o tema estudado. Se 
você encontrar dificuldades em responder as questões a seguir, 
você deverá revisar os conteúdos estudados para eliminar essas 
dúvidas.
1) De acordo com as definições de Ergonomia, qual das afirmações a seguir 
está incorreta? 
a) Ergonomia é a ciência que estuda as adaptações do homem ao 
trabalho.
b) A Ergonomia visa à prevenção primária de acidentes.
c) A Ergonomia tem como objetivo otimizar o bem-estar do ser humano.
d) Ergonomia é a disciplina científica relacionada à compreensão das in-
terações entre os seres humanos e outros elementos de um sistema. 
2) Qual a origem da palavra Ergonomia?
a) Francesa.
b) Norte-americana.
c) Grega.
d) Latina.
3) Qual o significado da palavra Ergonomia?
a) Saúde no trabalho.
b) Regras de trabalho.
c) Organização no trabalho.
d) Análise do trabalho.
38 © ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 1 – HISTÓRIA DA ERGONOMIA
4) A Ergonomia visa essencialmente a qual nível de atenção?
a) Atenção primária.
b) Atenção secundária.
c) Prevenção terciária.
d) Prevenção primária.
5) Quais são os domínios da Ergonomia?
a) Psicossocial, Físico e Cognitivo.
b) Físico, Cognitivo e Organizacional.
c) Ambiental, Cognitivo e Organizacional.
d) Mental, Cognitivo e Físico.
6) Qual item a seguir não é um aspecto do trabalho que podemos considerar 
como exemplo de Ergonomia Física? 
a) Manuseio de materiais.
b) Demanda psicossocial.
c) Posturas do trabalho.
d) Movimentos repetitivos.
7) Qual item a seguir não é um aspecto do trabalho que podemos considerar 
como exemplo de Ergonomia Cognitiva?
a) Carga mental de trabalho.
b) Tomada de decisões.
c) Ruído do ambiente de trabalho.
d) Estresse ocupacional.
8) Qual item a seguir não é um aspecto do trabalho que podemos considerar 
como exemplo de Ergonomia Organizacional?
a) Iluminação do ambiente de trabalho.
b) Programação do trabalho em grupo.
c) Projeto participativo.
d) Trabalho cooperativo.
9) Quais são as duas vertentes da Ergonomia?
a) Física (anglo-saxônica) e Cognitiva (francofônica).
39© ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 1 – HISTÓRIA DA ERGONOMIA
b) Física (francofônica) e Cognitiva (anglo-saxônica).
c) Organizacional (francofônica) e Cognitiva (anglo-saxônica).
d) Organizacional (anglo-saxônica) e Cognitiva (francofônica).
10) Quais dos itens a seguir não são princípios do Taylorismo?
a) Encontrar uma melhor maneira.
b) Pessoas certas para as tarefas.
c) Sistemas de pagamentos salariais sem incentivos.
d) Supervisão, recompensa e punição.
Gabarito 
Confira, a seguir, as respostas corretas para as questões au-
toavaliativas propostas:
1) a.
2) c.
3) b.
4) d.
5) b.
6) b.
7) c.
8) a.
9) a.
10) c.
40 © ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 1 – HISTÓRIA DA ERGONOMIA
5. CONSIDERAÇÕES
Chegamos ao final da unidade que abordou brevemente a 
história da Ergonomia. Nela, você conheceu a definição de Ergo-
nomia, os seus três tipos e também as duas principais vertentes 
dessa área. Além disso, estudou sobre o Taylorismo, que foi um 
importante marco na história da humanidade, principalmente da 
Ergonomia, e conheceu um pouco sobre a história da Ergonomia 
no Brasil, assim como as principais instituições nacionais e inter-
nacionais que apoiam o desenvolvimento dessa área. Porém, é 
necessário continuar o seu aprendizado, para a contínua aquisi-
ção de conhecimento. Dessa forma, vamos seguir para a próxima 
unidade.
6. E-REFERÊNCIAS
Lista de figuras
Figura 1 Exemplo de adequação de um posto de trabalho típico de setor administrativo. 
Disponível em: <mmcsaude.com.br>. Acesso em: 09 jan. 2015.
Figura 2 Evolução do homem e da Ergonomia. Disponível em: <http://neurocirurgia.
com/sites/neurocirurgia.com/files/field/image/evolucao-dor-cervical-lombar-costas-
por-que.png>. Acesso em: 09 jan. 2015.
Figura 3 Ergonomia e suas diversas áreas. Disponível em: <slideplayer.com.br>. Acesso 
em: 09 jan. 2015
Figura 4 Produção industrial no período pós-guerra. Disponível em: <http://3.
bp.blogspot.com/-PNPHK5AFlDE/U36OOVPx67I/AAAAAAACNYc/TSOqCefD0Mw/
s1600/fabrica_na_revolu%C3%A7%C3%A3o+industrial.jpg>. Acesso em: 09 jan. 2015.
Figura 5 Linha de produção taylorista. Disponível em: <http://www.mundoeducacao.
com/upload/conteudo/cmontaggiogm.jpg>. Acesso em: 09 jan. 2015.
Figura 6 Frederick Winslow Taylor. Disponível em: <http://education-portal.com/
cimages/multimages/16/frederick-taylor.jpg>. Acesso em: 27 out. 2014.
41© ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 1 – HISTÓRIA DA ERGONOMIA
Figura 7 Interação entre os membros da equipe de trabalho. Disponível em: 
<prevenciontumejoropcionii.blogspot.com>. Acesso em: 09 jan. 2015.
Sites consultados
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ERGONOMIA. Home page. Disponível em: <www.abergo.
org.br>. Acesso em: 09 jan. 2015.
ERGONOMICS & HUMAN FACTORS. Home page. Disponível em: <www.ergonomics.
org.uk>. Acesso em: 09 jan. 2015.
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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ao Trabalho – DORTs – A Fisioterapia do Trabalho aplicada. Rio de Janeiro: Guanabara 
Koogan, 2002.
BERTUSSI, L. A. S.; TEJADA, C. A. O. Conceito, estrutura e evolução da Previdência 
Social no Brasil. Revista Teoria e Evidência Econômica, Passo Fundo, v. 11, n. 20, p. 
27-55, 2003.
BRASIL. 2000. Protocolo de investigação, diagnóstico, tratamentoe prevenção de 
Lesão por Esforço Repetitivo: Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho. 
Brasília: Ministério da Saúde, Secretaria de Políticas de Saúde. 11 p. 
BRIDGER, R. S. Introduction to Ergonomics. 2. ed. London: Taylor e Francis, 2003.
CODO, W.; ALMEIDA, M. C. G. LER – Diagnóstico, Tratamento e Prevenção: uma 
abordagem interdisciplinar. 4. ed. Petrópolis: Vozes, 1998.
DANNIELLOU, F.; LAVILLE, A.; TEIGER, C. Ficção e realidade do trabalho operário. 
Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, São Paulo, v. 17, n. 68, p. 7-13, out./dez. 1989.
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GRANDJEAN, E. Fitting the task to the man, an ergonomic approach. London: Taylor e 
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KROEMER, K. H. E.; GRANDJEAN, E. Manual de Ergonomia – adaptando o trabalho ao 
homem. 4. ed. Porto Alegre: Bookman, 1998.
LAVILLE, A. Ergonomia. São Paulo: EPU, 1977.
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UNIDADE 1 – HISTÓRIA DA ERGONOMIA
MONTMOLLIN, M. A. Ergonomia. Lisboa: Instituto Piaget, 1990.
PIRES, D. Reestruturação produtiva e trabalho em saúde no Brasil. São Paulo: 
Annablume, 1998. 
WISNER, A. A inteligência no trabalho. Textos selecionados em Ergonomia. São Paulo: 
Fundacentro, 1994.
43
UNIDADE 2
ABORDAGEM ERGONÔMICA E ANÁLISE DO 
TRABALHO
Objetivos
• Entender os principais pressupostos da Ergonomia.
• Compreender o que é e para que serve uma Análise Ergonômica do Traba-
lho (AET).
• Familiarizar-se com o protocolo de Análise Ergonômica do Trabalho.
• Identificar e compreender os itens que compõem o protocolo de Análise 
Ergonômica do Trabalho.
Conteúdos
• Principais pressupostos da Ergonomia.
• Importância da Análise Ergonômica do Trabalho.
• Protocolo de Análise Ergonômica do Trabalho.
Orientações para o estudo da unidade
Antes de iniciar o estudo desta unidade, é importante que você leia as orien-
tações a seguir: 
1) Leia atentamente todo o material da Unidade 2 e faça anotações de todas 
as suas dúvidas. Procure solucioná-las por meio do nosso sistema de inte-
ratividade ou diretamente com o seu tutor.
2) Leia os materiais complementares disponibilizados no tópico Conteúdo 
Digital Integrador para que você aprofunde seus conhecimentos teóricos. 
Procure resolver todas as questões autoavaliativas e, sempre que neces-
sário, releia o conteúdo da Unidade.
© ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
45© ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 2 – ABORDAGEM ERGONÔMICA E ANÁLISE DO TRABALHO
1. INTRODUÇÃO
Na Unidade 1, você estudou um pouco sobre a história da 
Ergonomia, bem como as principais vertentes dessa área. Na 
Unidade 2, você estudará os três principais pressupostos da Er-
gonomia e também entenderá a importância da Análise Ergonô-
mica do Trabalho. Você será introduzido ao protocolo da Análi-
se Ergonômica do Trabalho, que permite realizar uma avaliação 
bem completa do ambiente ocupacional.
Então, vamos aos estudos!
2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA 
O Conteúdo Básico de Referência apresenta, de forma su-
cinta, os temas abordados nesta unidade. Para sua compreensão 
integral, é necessário o aprofundamento pelo estudo do Conteú-
do Digital Integrador. 
O Caderno de Referência de Conteúdo Ergonomia e Ginás-
tica Laboral apresentará e discutirá os principais pressupostos da 
Ergonomia e também a Análise Ergonômica do Trabalho. 
Para uma atuação eficiente em Ergonomia, é fundamental 
conhecer os pressupostos que norteiam o agir ergonômico. Após 
compreender os conceitos que guiam a atuação, estudaremos 
uma das principais ferramentas utilizadas para avaliação ergo-
nômica do posto de trabalho: o protocolo AET (Análise Ergonô-
mica do Trabalho). Contudo, é importante destacar que existem 
outros protocolos destinados a avaliações mais específicas dos 
variados postos e condições de trabalho.
46 © ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 2 – ABORDAGEM ERGONÔMICA E ANÁLISE DO TRABALHO
2.1. PRINCIPAIS PRESSUPOSTOS DA ERGONOMIA
A Ergonomia desenvolveu-se como ciência ao longo dos 
anos e sua prática é guiada por três princípios básicos: a interdis-
ciplinaridade, a análise da situação real de trabalho e a partici-
pação dos sujeitos. A seguir, segue análise detalhada de cada um 
dos fundamentos norteadores da Ergonomia.
Interdisciplinaridade
A interdisciplinaridade é o princípio que destaca a impor-
tância da análise das condições de trabalho sob diferentes pers-
pectivas. Pelo estudo das capacidades, limitações e demais ca-
racterísticas do ser humano, é possível projetar boas interfaces 
homem-posto de trabalho, adequando a atividade de trabalho 
de modo a garantir a qualidade operacional deste projeto. Para 
que o objetivo final seja alcançado, é necessário que várias dis-
ciplinas como Fisiologia, Psicologia, Sociologia, Anatomia e práti-
cas profissionais como a Medicina do Trabalho, o Design, a Socio-
técnica e as Tecnologias de Estratégia e Organização interajam. 
Seus conteúdos se orientam para o design, Arquitetura e Enge-
nharia, cuja inserção nesses quadrantes é basicamente a mesma.
47© ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 2 – ABORDAGEM ERGONÔMICA E ANÁLISE DO TRABALHO
Figura 1 Interdisciplinaridade da Ergonomia. 
Fonte: adaptado de Hubault (1992). 
Em termos mais práticos, a Ergonomia reveste-se de um 
caráter eminentemente interdisciplinar à medida que sua prática 
se constitui em parte da arte do engenheiro, expressa por meio 
de dispositivos técnicos (concepção de ferramentas, máquinas, 
espaços e dispositivos) que possam ser utilizados com o máximo 
conforto, segurança e eficácia. Além disso, ela se baseia, essen-
cialmente, em conhecimentos científicos relativos ao campo das 
ciências do homem (Antropometria, Fisiologia, Psicologia, Medi-
cina, Linguística, Sociologia), sendo avaliada, principalmente, por 
critérios pertencentes às Ciências Biológicas e Sociais (Saúde, So-
ciologia, Economia, entre outras).
Verifica-se, assim, a dificuldade de uma única área do co-
nhecimento ser capaz de contemplar todos os âmbitos vincu-
lados à demanda do ambiente ocupacional. Assim, é bastante 
difícil encontrar um profissional com todas as competências ne-
cessárias à ação ergonômica. Dessa forma, a atuação na prática 
48 © ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 2 – ABORDAGEM ERGONÔMICA E ANÁLISE DO TRABALHO
é realizada em equipe e esta é composta por diferentes profissio-
nais, tendo sempre como foco o tipo de atividade em questão. 
Análise de situações reais
Entender o trabalho real, considerando o que acontece na 
intimidade da produção, e identificar os fatores que mereçam 
tratamento particular é fundamental para otimizar o processo de 
produção como um todo, ou seja, tanto do ponto de vista técnico 
como do ponto de vista humano.
A situação real de trabalho significa o que é feito e como é 
feito pelo trabalhador, ou seja, é a combinação entre os objeti-
vos e metas determinados pela tarefa e as características pesso-
ais do trabalhador, a experiência e o treinamento de que dispõe 
o indivíduo. Através da análise da atividade, podemos identificar 
e valorizar a variabilidade das situações de trabalho e a variabili-
dade biológica e psicológica dos trabalhadores.
Para se compreender da melhor maneira possível a ativi-
dade realizada pelo trabalhador, é de fundamental importância 
analisar a situação de referência, a qual pode mostrar ao ergo-
nomista os principais problemas enfrentados pelo trabalhador 
no seu dia a dia e quais são as estratégias adotadas por ele para 
solucionar tais problemas e atingir os objetivos finais. 
A análise da atividade real e dos riscos ergonômicos asso-
ciados a ela consiste em coletar dados e informações que per-
mitam ao ergonomista planejar e propor as mudanças necessá-
rias no ambientede trabalho. A etapa de concepção de soluções 
ergonômicas varia de acordo com a natureza do problema e da 
forma como a demanda foi instruída.
49© ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 2 – ABORDAGEM ERGONÔMICA E ANÁLISE DO TRABALHO
É importante lembrarmos que a implementação das mu-
danças ergonômicas representa a fase final de uma intervenção 
e requer uma análise anterior muito cuidadosa e bem embasada 
em termos de conhecimentos teóricos.
Envolvimento dos sujeitos
Um dos critérios mais importantes relacionados ao suces-
so da intervenção ergonômica está vinculado à participação dos 
próprios trabalhadores no processo de identificação de proble-
mas, proposição de sugestões e avaliação final das mudanças im-
plementadas. A visão dos trabalhadores é uma fonte importante 
de informações para orientar as hipóteses iniciais e definir o pla-
no de trabalho desde a etapa de avaliação e coleta dos dados até 
a implementação das mudanças e avaliação final da intervenção.
A participação dos trabalhadores no processo da Análise 
Ergonômica do Trabalho pode se dar em reuniões com os re-
presentantes da organização pesquisada. A análise participativa 
permite a transformação das condições de trabalho por meio do 
auxílio à detecção de problemas, compreensão destes, sugestão 
de soluções, bem como validação da análise e das sugestões.
A partir dessa esfera de análise, é possível identificar com-
petências dos trabalhadores até então desconhecidas e identifi-
car situações típicas e características que devem ser consideradas 
para a elaboração e definição do trabalho futuro. Tais situações 
características serão confrontadas e comparadas e servirão de 
base para traçar melhorias do trabalho realizado e facilitar a si-
mulação do trabalho futuro.
50 © ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 2 – ABORDAGEM ERGONÔMICA E ANÁLISE DO TRABALHO
2. 2. ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO
A Análise Ergonômica do Trabalho permite identificar e 
buscar o ajuste das condições de trabalho que possam prejudicar 
a saúde do trabalhador. A identificação dos fatores de risco que 
podem contribuir para o desenvolvimento de sintomas e lesões 
nos trabalhadores expostos é realizada por meio de protocolos 
específicos para cada tipo de atividade ocupacional.
Ainda estamos longe de compreender completamente os 
mecanismos envolvidos no desenvolvimento das lesões muscu-
loesqueléticas relacionadas ao trabalho e o papel de cada fator 
de risco nesse desenvolvimento. Além disso, ainda não estão 
estabelecidos os limites de postura, força e repetitividade capa-
zes de desencadear as lesões. Tendo em vista que as doenças 
ocupacionais são de origem multifatorial, é muito difícil isolar o 
papel de cada fator no desenvolvimento das lesões. Assim, quan-
do pensamos em prevenção de doenças ocupacionais, temos 
de avaliar o maior número possível de fatores de risco presen-
tes no ambiente de trabalho e, a partir dessa avaliação, tentar 
minimizá-los.
O protocolo de Análise Ergonômica do Trabalho propõe 
uma avaliação geral do posto de trabalho, tendo por base a des-
crição cuidadosa e sistemática das tarefas e levando em conside-
ração a opinião dos trabalhadores.
A versão em português do protocolo AET foi elaborada 
pelo grupo Ergo & Ação e SimuCad, da Universidade Federal de 
São Carlos, e será nossa referência neste capítulo. As imagens 
utilizadas fazem parte do protocolo original Ergonomic Work 
Analysis, desenvolvido em Helsinque por pesquisadores do Insti-
tuto Finlandês de Saúde Ocupacional. De acordo com o Manual 
51© ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 2 – ABORDAGEM ERGONÔMICA E ANÁLISE DO TRABALHO
Análise Ergonômica do Posto de Trabalho, a análise de um posto 
de trabalho se processa de acordo com os três passos seguintes:
1) O analista define e delimita a tarefa a ser analisada. A 
análise deve ser baseada na tarefa ou no local do tra-
balho. Geralmente, a tarefa é dividida em subtarefas, 
que são analisadas separadamente. São necessárias 
análises em separado para cada uma das subtarefas, 
caso estas sejam muito diferentes.
2) A tarefa deve ser descrita. Para isso, o analista faz uma 
lista de operações e desenha um esboço do posto de 
trabalho.
3) O analista apresenta ao operador a descrição das ta-
refas e, em conjunto, eles redefinem a lista de tarefas, 
aproximando-a do trabalho real.
O analista classifica os vários fatores em uma escala, ge-
ralmente de 1 a 5. O valor 1 é dado quando a situação apresen-
ta o menor desvio em relação à condição ótima, ou geralmente 
aceitável, para as condições e o arranjo espacial do trabalho. Os 
valores 4 e 5 indicam que a condição de trabalho ou o ambiente 
pode eventualmente causar danos à saúde dos trabalhadores. 
Atenção especial deve ser dada ao ambiente e às condições de 
trabalho.
Forma de avaliação
As classificações são reunidas em um formulário de avalia-
ção e juntas constituem a avaliação global ou o perfil da tarefa 
em questão. No perfil, o analista pode listar sugestões para me-
lhorias baseado nos resultados das análises. As escalas dos itens 
não são comparativas. Por exemplo, o valor 5 para o item "con-
tatos pessoais" não deve ter o mesmo peso em relação ao valor 
52 © ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 2 – ABORDAGEM ERGONÔMICA E ANÁLISE DO TRABALHO
5 para o item "ruído", mas, no perfil final, o valor 5 deve chamar 
atenção especial para o ambiente de trabalho.
Relevância da análise
Tarefas que requerem habilidades manuais e movimen-
tação manual de materiais têm sido o alvo principal da análise, 
mas esta também pode ser usada em outros tipos de tarefas. Em 
alguns casos, a relevância de cada item deve ser avaliada cuida-
dosamente. Um item pode ser irrelevante para uma dada tare-
fa; por exemplo, o item "repetitividade" pode não ser relevante 
quando se analisa o trabalho de um motorista. A tarefa pode ser 
diversificada e o conteúdo do trabalho abrangente, de forma que 
o uso da escala pode não ter sentido. Em alguns casos, a descri-
ção verbal é mais adequada. Se o analista decide que a maioria 
dos itens não é relevante para a análise, ele pode preferir usar 
análises mais específicas.
Julgamento do trabalhador
O analista entrevista e anota a avaliação subjetiva do tra-
balhador como bom (++), regular (+), ruim (-) e muito ruim (--). 
Se o julgamento do trabalhador for muito diferente da classifica-
ção do analista, a situação de trabalho deve ser analisada mais 
detalhadamente.
Itens abordados pelo protocolo
Local de Trabalho
• Área de trabalho horizontal
53© ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 2 – ABORDAGEM ERGONÔMICA E ANÁLISE DO TRABALHO
1) Todos os materiais, ferramentas e equipamentos de-
vem estar situados na superfície de trabalho, como re-
comendado a seguir:
2) Área 1: área usual de trabalho.
3) Área 2: atividades leves, pegar materiais.
4) Área 3: atividades não frequentes, utilizada somente 
quando a área 2 estiver totalmente preenchida.
Figura 2 Área de trabalho horizontal.
Os controles devem ser colocados de acordo com o al-
cance natural do trabalhador, que é de aproximadamente 65cm 
para homens e 58 cm para mulheres, medidos a partir de seus 
ombros.
54 © ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 2 – ABORDAGEM ERGONÔMICA E ANÁLISE DO TRABALHO
Altura de trabalho
Figura 3 Alturas de trabalho em diferentes tipos de atividades.
Nível do cotovelo = altura do cotovelo com o braço em po-
sição relaxada.
Se o trabalho inclui diferentes necessidades (por exemplo, 
a manutenção de uma posição com a combinação de diferentes 
tarefas), a altura de trabalho é determinada pela tarefa de maior 
demanda.
Visão
A distância visual deve ser proporcional ao tamanho do ob-
jeto de trabalho: um objeto pequeno requer uma distância me-
nor e uma superfície de trabalho mais alta. Os objetos que são 
comparados continuamenteem uma distância visual fixa (menor 
55© ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 2 – ABORDAGEM ERGONÔMICA E ANÁLISE DO TRABALHO
que um metro) devem estar situados a uma mesma distância 
visual.
Figura 4 Altura de trabalho de acordo com a demanda visual.
Figura 5 Ângulo de visão.
O objeto de maior frequência de observação deve ser cen-
tralizado em frente ao trabalhador. O ângulo de visão recomen-
dado (medido a partir da linha horizontal da visão) varia entre 
15° e 45°, dependendo da postura de trabalho.
Espaço para as pernas
Durante o trabalho sentado, deve haver espaço suficiente 
entre a parte de baixo da bancada de trabalho e o assento, para 
56 © ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 2 – ABORDAGEM ERGONÔMICA E ANÁLISE DO TRABALHO
permitir o movimento das pernas. O espaço recomendado para 
as pernas é de 60cm. A profundidade no nível do joelho deve ter 
no mínimo 45cm e, no nível do piso, 65cm. Durante o trabalho 
em pé, o espaço para os dedos do pé deve ter no mínimo 15cm 
de profundidade e de altura. Recomenda-se que o espaço livre 
atrás do trabalhador seja de, no mínimo, 90cm, desde que os 
objetos grandes não sejam manuseados.
Figura 6 Distâncias recomendados de espaço para as pernas.
Assento
Um assento usado continuamente deve conter:
• altura ajustável;
• estofamento permeável;
• apoio ajustável para as costas.
57© ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 2 – ABORDAGEM ERGONÔMICA E ANÁLISE DO TRABALHO
Figura 7 Cadeiras para adoção de várias posturas.
Assentos usados por diversas pessoas devem ser facilmen-
te ajustáveis. 
A necessidade de cadeiras com rodinhas e apoio para co-
luna cervical ou para os braços depende do tipo de trabalho a 
ser realizado. Para o trabalho em pé, um banco alto ou um apoio 
lombar deve estar disponível para o uso temporário.
Ferramentas manuais
O tamanho, o formato, o peso e a textura do material das 
ferramentas manuais devem permitir uma boa preensão e se-
rem fáceis de manusear. O uso de ferramentas manuais não deve 
requerer força excessiva. Vibrações e ruídos devem ser os meno-
res possíveis.
58 © ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 2 – ABORDAGEM ERGONÔMICA E ANÁLISE DO TRABALHO
Figura 8 Exemplo de sistema de elevação.
Outros equipamentos
Outros equipamentos incluem, por exemplo, instalações, 
componentes, equipamentos de proteção individual, controles e 
dispositivos de elevação e movimentação, que devem ser avalia-
dos de acordo com seu uso.
59© ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 2 – ABORDAGEM ERGONÔMICA E ANÁLISE DO TRABALHO
2.2. ATIVIDADE FÍSICA GERAL
A "atividade física geral" é determinada pela duração do 
trabalho pelos métodos e equipamentos que requerem esforço 
físico. Esses parâmetros podem estar num patamar ideal, acima 
ou abaixo dessa referência. A qualidade das atividades físicas ge-
rais é determinada pela relação entre a possibilidade de o tra-
balhador regular a carga física e a possibilidade dessa carga ser 
regulada pelo método de produção ou, ainda, pela situação em 
que o trabalho é feito.
Determine, por observação do trabalho, a entrevista com o 
trabalhador e com a chefia imediata do setor, se a quantidade de 
atividade física necessária é grande, ótima ou pequena. Grande 
atividade física é necessária, por exemplo, na agricultura e no 
trabalho de estivadores. A carga recai sobre os sistemas respira-
tório e circulatório. A atividade física pequena pode ser encon-
trada no trabalho fragmentado ou de inspeção.
60 © ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 2 – ABORDAGEM ERGONÔMICA E ANÁLISE DO TRABALHO
Levantamento de cargas
O esforço requerido pelo levantamento é dado pelo peso 
da carga, pela distância horizontal entre a carga e o corpo e pela 
altura de elevação. Os valores apresentados na tabela foram 
estabelecidos para condições adequadas de levantamento. Em 
outras palavras, a pessoa que realiza a elevação utiliza as duas 
mãos para conseguir uma boa pega, diretamente em frente ao 
corpo, em uma superfície não escorregadia.
A tarefa será avaliada como mais difícil em relação aos va-
lores indicados na tabela. São consideradas condições inadequa-
das de elevação aquelas que ocorrem com elevação de peso aci-
ma dos ombros e as que ocorrem várias vezes por minuto. Nesse 
caso, a tarefa será avaliada como mais difícil do que os valores 
indicados na tabela.
61© ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 2 – ABORDAGEM ERGONÔMICA E ANÁLISE DO TRABALHO
Confira a altura na qual a elevação ocorre. Em uma altura 
de "elevação normal", a elevação ascendente ou descendente 
está compreendida em uma região entre a altura do ombro e a 
altura dos dedos das mãos na postura ereta.
Em uma "altura de elevação baixa", a elevação ascenden-
te ou descendente encontra-se na região abaixo da altura das 
mãos. Neste caso, haverá agachamento.
1) Em se tratando do peso da carga, faça a estimativa do 
estresse de acordo com a carga elevada, que é mais 
pesada.
2) Meça a distância horizontal entre as mãos e a linha 
média do corpo.
3) Escolha, na tabela a seguir, a altura da elevação cor-
respondente. Anote a distância das mãos e vá para 
baixo na coluna, para anotar o peso da carga. Anote o 
resultado.
62 © ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 2 – ABORDAGEM ERGONÔMICA E ANÁLISE DO TRABALHO
Posturas de trabalho e movimentos
As posturas de trabalho referem-se às posições do pesco-
ço, braços, costas, quadris e pernas durante o trabalho. Os mo-
vimentos de trabalho são os movimentos do corpo exigidos pelo 
trabalho. 
Deve-se determinar as posturas de trabalho e os movimen-
tos separadamente para pescoço-ombro, cotovelo-punho, cos-
tas e quadril-pernas. A análise é feita a partir da postura e dos 
movimentos de maior dificuldade. O resultado final é o pior valor 
desses quatro resultados parciais. 
O tempo utilizado para manter a postura afeta a carga de 
estresse de uma situação. O valor resultante é incrementado um 
nível se a mesma postura for sustentada por mais da metade da 
jornada, e decresce um nível se a mesma postura for mantida 
não mais que uma hora.
63© ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 2 – ABORDAGEM ERGONÔMICA E ANÁLISE DO TRABALHO
Classificação da postura do pescoço-ombro
64 © ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 2 – ABORDAGEM ERGONÔMICA E ANÁLISE DO TRABALHO
Classificação das posturas de cotovelo-punho
2.3. RISCO DE ACIDENTE
Risco de acidente refere-se a qualquer possibilidade de 
lesão aguda ou intoxicação causada pela exposição ao trabalho 
durante uma jornada. É determinado por meio da possibilidade 
de o acidente ocorrer e sua severidade.
Deve-se analisar os seguintes itens:
• Familiarize-se com as estatísticas de acidente no posto 
de trabalho e entreviste a equipe da segurança do tra-
balho. Pode-se também consultar a lista de riscos que 
65© ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 2 – ABORDAGEM ERGONÔMICA E ANÁLISE DO TRABALHO
será estudada a seguir, para determinar se há risco de 
acidente.
• Avalie a possibilidade de ocorrência de um acidente e 
sua severidade e escolha a classificação correspondente.
Riscos mecânicos
• Pode uma superfície, estrutura ou parte móvel da má-
quina, uma parte da mobília ou um equipamento cau-
sar explosão, ferida ou queda?
• Podem os movimentos de deslocamento horizontal ou 
vertical e de rotação de máquinas, material ou outros 
equipamentos causar acidente?
• Podem objetos em movimento ou aerodispersoides 
causar acidente?
• Pode a ausência de corrimão, parapeitos, pisos escorre-
gadios ou desarrumação causar quedas?
Riscos causados por falha do desenho
• Podem os controles ou visores causar acidentes por te-
rem sido mal projetados e não atenderem às caracterís-
ticas humanas?
• Pode um dispositivo de acionamento, a falta de um 
dispositivo de segurança ouum travamento causar 
acidente?
Riscos relacionados à atividade do trabalhador
• Pode uma situação de trabalho que ocorre com uma 
realização de grande esforço ou postura e movimentos 
inadequados causar acidente?
66 © ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 2 – ABORDAGEM ERGONÔMICA E ANÁLISE DO TRABALHO
• Pode a sobrecarga nas habilidades de percepção e aten-
ção causar acidente (prestar especial atenção em fato-
res como o uso de equipamento de proteção pessoal, 
ruído, iluminação, temperatura, entre outros, que po-
dem afetar a percepção do trabalhador)?
Riscos relacionados à energia e utilidades
• A carga ou o fluxo de eletricidade, ar comprimido ou gás 
pode causar acidente?
• A temperatura pode causar incêndio ou explosão?
• Os agentes químicos podem causar acidente?
Níveis de risco
O risco de acidente pode ser:
1) Pequeno: se o trabalhador pode evitar acidentes em-
pregando procedimentos normais de segurança. Não 
ocorre mais de um acidente a cada cinco anos.
2) Médio: se o trabalhador evita o acidente seguindo ins-
truções especiais e sendo mais cuidadoso e vigilante 
que o usual. Pode ocorrer um acidente por ano.
3) Grande: se o trabalhador evita o acidente sendo extre-
mamente cuidadoso e seguindo exatamente os regula-
mentos de segurança. O risco é aparente, e um aciden-
te pode ocorrer a cada três meses.
4) Muito grande: se o trabalhador somente pode evitar 
o acidente seguindo estrita e precisamente os regula-
mentos de segurança. Pode ocorrer um acidente por 
mês.
67© ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 2 – ABORDAGEM ERGONÔMICA E ANÁLISE DO TRABALHO
A severidade do acidente é:
1) Leve: se causa não mais de um dia de afastamento.
2) Pequena: se causa menos de uma semana de 
afastamento.
3) Grave: se causa um mês de afastamento.
4) Gravíssima: se causa pelo menos seis meses de afasta-
mento ou incapacidade permanente.
2.4. CONTEÚDO DO TRABALHO
O conteúdo do trabalho é determinado pelo número e 
pela qualidade das tarefas individuais inclusas nas atividades do 
trabalho.
Deve-se seguir o seguinte roteiro para a análise:
1) Avaliar se o trabalho inclui planejamento e prepara-
ção, inspeção do produto e correção, manutenção e 
gerenciamento de materiais, além da tarefa original.
2) Usar a descrição do trabalho, se possível, com o tempo 
requerido para as tarefas individuais como uma ajuda 
para a análise. O tempo necessário para o planejamen-
to afeta a classificação.
68 © ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 2 – ABORDAGEM ERGONÔMICA E ANÁLISE DO TRABALHO
3) Considerar o fato de que o planejamento, a execução e 
a inspeção podem ocorrer simultaneamente nas tare-
fas, demandando alto nível de habilidades.
4) Considerar que, quanto melhor a descrição do conteú-
do do trabalho, melhor a classificação.
2.5. RESTRIÇÕES NO TRABALHO
No trabalho restrito, as condições de execução limitam os 
movimentos do trabalhador e a liberdade de escolher quando e 
como fazer o trabalho.
Deve-se analisar os seguintes fatores:
1) Avalie a limitação da tarefa, determinando se a 
organização do trabalho ou suas condições limitam a 
atividade do trabalhador ou sua liberdade de escolher 
o tempo de executar a tarefa.
2) Considere que o trabalhador pode ser limitado pela 
maneira que uma máquina ou mecanismo é usado 
ou pela necessidade de continuidade do processo. Ele 
também pode ser limitado pelo fato de que, em uma 
etapa particular do trabalho, outros trabalhadores 
69© ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 2 – ABORDAGEM ERGONÔMICA E ANÁLISE DO TRABALHO
determinam o tempo de execução ou a forma de 
trabalho.
3) Se o trabalho é feito em grupo, leve em consideração 
as possibilidades de o grupo regular as limitações de 
cada trabalhador.
Comunicação entre trabalhadores e contatos pessoais
Refere-se às oportunidades que os trabalhadores têm de 
comunicar-se sobre o trabalho com seus superiores ou colegas.
Deve-se determinar o grau de isolamento, avaliando as 
oportunidades diretas e indiretas de comunicação com outros 
trabalhadores ou superiores. A comunicação visual não é sufi-
ciente para eliminar o isolamento quando, por exemplo, há mui-
to ruído no local de trabalho.
70 © ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 2 – ABORDAGEM ERGONÔMICA E ANÁLISE DO TRABALHO
Tomada de decisão
A dificuldade de tomada de decisões é influenciada pelo 
grau de disponibilidade de informação e do risco envolvido na 
decisão.
Deve-se analisar os seguintes fatores:
1) Determine a complexidade de conexão entre a dispo-
nibilidade de informação e a ação do trabalhador.
2) A conexão deve ser simples e clara. A informação rece-
bida deve ser composta apenas de um indicador. Por 
exemplo, uma luz piscando é a informação para desli-
gar uma máquina.
3) A conexão pode também ser complicada, requerer a 
formação de uma atividade-modelo e a comparação 
entre ações alternativas.
Repetitividade do trabalho
A repetitividade do trabalho é determinada pela duração 
média de um ciclo de trabalho repetitivo, sendo medida do co-
71© ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 2 – ABORDAGEM ERGONÔMICA E ANÁLISE DO TRABALHO
meço ao fim desse ciclo. A repetitividade pode ser avaliada so-
mente naqueles trabalhos em que a tarefa é continuamente re-
petida, relativamente, do mesmo modo. Esse tipo de trabalho é 
encontrado na produção seriada ou, por exemplo, em tarefas de 
empacotamento e embalamento.
Deve-se avaliar a repetitividade, determinando a duração 
do ciclo repetitivo. Determine a duração medindo as tarefas que 
são inteira ou quase inteiramente iguais, do começo de um ciclo 
para o começo do próximo.
Atenção
Atenção compreende todo o cuidado e observação que 
um trabalhador deve atribuir para seu trabalho, instrumentos, 
máquinas, visores, processos etc. A demanda de atenção é 
avaliada pela relação entre a duração da observação e o grau de 
atenção necessário.
72 © ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 2 – ABORDAGEM ERGONÔMICA E ANÁLISE DO TRABALHO
Deve-se analisar os seguintes itens:
1) Determine a atenção demandada pelo trabalho, a par-
tir do tempo que o trabalhador leva para realizar a ob-
servação e o grau de atenção requerido.
2) Defina a duração de um período de tempo em obser-
vação alerta, em relação ao tempo completo do ciclo.
3) Determine o grau de atenção, pela estimativa da aten-
ção envolvida na tarefa, comparando-a com exemplos 
dados.
4) O nível de atenção demandada pelo trabalho é a mé-
dia das classificações.
Período de observação
73© ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 2 – ABORDAGEM ERGONÔMICA E ANÁLISE DO TRABALHO
Demanda por atenção
Iluminação
As condições de iluminação de um local de trabalho são 
avaliadas de acordo com o tipo de trabalho. Para tarefas que 
requerem acuidade visual normal, o iluminamento é medido e 
o grau de ofuscamento é avaliado por observação. Para tarefas 
que requerem alta acuidade visual, se possível, medem-se as di-
ferenças de iluminamento.
Analise:
1) Se o trabalho demanda acuidade visual normal:
a) meça o iluminamento do local de trabalho com um 
luxímetro;
b) calcule a porcentagem de iluminamento, compa-
rando com o que é recomendado para o local de 
trabalho: 100 × valor medido = valor recomendado;
c) determine a quantidade de ofuscamento observan-
do se há ou não luz clara/radiante, superfícies re-
fletoras ou escuras e também áreas brilhantes, que 
74 © ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 2 – ABORDAGEM ERGONÔMICA E ANÁLISE DO TRABALHO
forneçam grande quantidade de iluminamento por 
todos os lados na área de visão;
d) compare as taxas determinadas para iluminamen-
to e ofuscamento. A taxa insatisfatória reflete as 
condições de iluminamento para todo o local de 
trabalho.
2) Se o trabalho demanda alta acuidade visual, meça:
a)iluminamento do objeto visado;
b) iluminamento imediatamente adjacente;
c) iluminamento médio das partes mais escuras das 
superfícies no campo visual;
d) iluminamento das partes mais claras das superfícies 
no campo visual.
3) Se o trabalho requer acuidade visual normal, conside-
re a tabela a seguir.
Ambiente térmico
Os efeitos térmicos no ambiente de trabalho são distribuí-
dos por todos os postos de trabalho. Nos trabalhos ou locais com 
radiação térmica, ou períodos prolongados com temperaturas 
que continuamente ultrapassam 28°C, a classificação da carga 
térmica é baseada no índice de IBUTG (Índice de Bulbo Úmido 
Natural, Termômetro de Globo) normatizado pela ISO 7243.
75© ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 2 – ABORDAGEM ERGONÔMICA E ANÁLISE DO TRABALHO
A carga de calor e os riscos causados pelas condições tér-
micas dependem do efeito combinado de fatores ambientais, 
tais como: temperatura do ar, umidade do ar, velocidade do ar, 
radiação térmica; do tipo de atividade ou carga de trabalho; e do 
tipo de vestimenta usado.
Analise os seguintes itens:
1) Meça a temperatura do ar no posto de trabalho, na 
altura da cabeça e do tornozelo do trabalhador. 
Para trabalhadores que se movimentam por vários 
locais durante a jornada, meça a temperatura do ar a 
1 metro de distância das paredes opostas do local de 
trabalho e também no centro da edificação. Essas me-
didas de temperatura devem ser feitas a alturas de 10 
a 170cm do piso.
2) Compare a média dos valores obtidos com os valores 
da tabela anexa, de acordo com o tipo de trabalho.
3) Estime o efeito da vestimenta utilizada pelo trabalhador. 
Os valores na tabela são para pessoas que trabalham 
em ambientes internos utilizando roupas leves. A clas-
sificação dos valores pode aumentar ou diminuir em 
relação aos valores de referência, dependendo do tipo 
de roupa utilizada.
4) Medir ou estimar a velocidade do ar e a umidade rela-
tiva. Em situações de temperaturas elevadas com alta 
umidade ou situações de baixas temperaturas com alta 
velocidade do ar, a classificação a partir dos valores da 
tabela deve ser acrescida um nível.
76 © ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 2 – ABORDAGEM ERGONÔMICA E ANÁLISE DO TRABALHO
Ruído
A classificação do ruído é obtida em função do tipo de tra-
balho executado. Existe um potencial de risco de dano à audição 
quando o ruído for maior que 80 dB(A). O uso de protetor auri-
cular é então recomendado.
Nas situações de trabalho em que há necessidade de co-
municação verbal, as pessoas precisam estar aptas para conver-
sar entre si, gerenciar ou executar o trabalho.
Nas situações que requerem concentração, o trabalhador 
deve raciocinar, tomar decisões, usar continuamente sua memó-
ria e estar concentrado.
Para analisar o nível de ruído, deve-se medir ou estimar o 
nível de ruído nas condições normais de ruído do ambiente. 
77© ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 2 – ABORDAGEM ERGONÔMICA E ANÁLISE DO TRABALHO
Esses são todos os itens que compõem o protocolo de Aná-
lise Ergonômica do Trabalho. Essa ferramenta é muito útil para a 
avaliação do ambiente ocupacional, além de ser uma ferramenta 
utilizada mundialmente para esse propósito. No entanto, como 
ressaltado no início desta unidade, é importante destacar que 
existem diversos outros protocolos destinados a avaliações mais 
específicas dos variados postos e condições de trabalho.
3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR 
O Conteúdo Digital Integrador representa uma condição 
necessária e indispensável para você compreender integralmen-
te os conteúdos apresentados nesta unidade.
Nesta unidade, o Conteúdo Digital Integrador traz artigos 
de aplicação prática do protocolo de Análise Ergonômica do Tra-
balho. Assim, você poderá entender a aplicação desse protocolo, 
bem como ver exemplos práticos dele. Todos os estudos a seguir 
estão disponíveis gratuitamente na internet.
78 © ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 2 – ABORDAGEM ERGONÔMICA E ANÁLISE DO TRABALHO
O primeiro estudo apresenta a aplicação do AET ou EWA 
em um consultório odontológico.
• FALCÃO, B. M. et al. Consultório Odontológico: uma AET 
utilizando-se da EWA. Revista Científica de Design. Lon-
drina, v. 2, n. 1, p. 53-68, 2011.
O segundo estudo apresenta uma aplicação do AET em 
uma microempresa.
• OLIVEIRA, J. D. A; FONTES, A. R. M. Aplicação da Análise 
Ergonômica do Trabalho no posto de embalamento em 
uma microempresa do setor de brinquedos. In: XXXI EN-
CONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO. 
Belo Horizonte, MG, Brasil, 4-7 out. 2011.
O terceiro estudo discute a importância da Análise Ergo-
nômica do Trabalho e também nos apresenta as origens dessa 
ferramenta.
• FILHO, J. M. J. Introdução: Inteligência no Trabalho e 
Análise Ergonômica do Trabalho – as contribuições de 
Alain Wisner para o desenvolvimento da Ergonomia no 
Brasil. Revista Brasileira de Saúde Ocupacional. São Pau-
lo, v. 29, n. 109, p. 7-10, 2004.
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS 
A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para 
você testar o seu desempenho. Se encontrar dificuldades em 
responder as questões a seguir, você deverá revisar os conteú-
dos estudados para sanar as suas dúvidas.
1) Quais são os três principais pressupostos da Ergonomia?
a) Interdisciplinaridade, análise da situação real de trabalho e participa-
ção dos sujeitos.
79© ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 2 – ABORDAGEM ERGONÔMICA E ANÁLISE DO TRABALHO
b) Multidisciplinaridade, análise da situação em laboratório e participa-
ção dos sujeitos.
c) Interdisciplinaridade, análise da situação real e organização do 
trabalho.
d) Multidisciplinaridade, análise da situação real e análise dos postos de 
trabalho.
2) Classifique as afirmações abaixo como verdadeiras ou falsas e escolha a 
alternativa correspondente a essa classificação.
I - A interdisciplinaridade da Ergonomia é o princípio que destaca a 
importância da análise das condições de trabalho sob diferentes 
perspectivas.
II - Uma única área do conhecimento é capaz de contemplar todos os âm-
bitos vinculados à demanda do ambiente ocupacional.
III - Para se compreender da melhor maneira possível a atividade realiza-
da pelo trabalhador, é de fundamental importância analisar a situação 
de referência.
a) V, F, V.
b) V, V, F.
c) V, V, V.
d) F, F, F.
3) Classifique as afirmações a seguir como verdadeiras ou falsas e escolha a 
alternativa correspondente a essa classificação.
I - O sucesso de uma intervenção ergonômica está diretamente vincula-
do à participação dos próprios trabalhadores em todas as fases dessa 
intervenção.
II - A visão do trabalhador deve ser desconsiderada em um processo de 
intervenção, uma vez que esse não detém o conhecimento específico 
para colaborar com a intervenção.
III - A análise participativa permite a transformação das condições de 
trabalho.
a) V, F, F.
b) V, F, V.
c) V, V, V.
d) F, F, F.
80 © ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 2 – ABORDAGEM ERGONÔMICA E ANÁLISE DO TRABALHO
4) Classifique as afirmações a seguir como verdadeiras ou falsas e escolha a 
alternativa correspondente a essa classificação.
I - A Análise Ergonômica do Trabalho permite identificar e buscar o 
ajuste das condições de trabalho que possam prejudicar a saúde do 
trabalhador.
II - Os mecanismos envolvidos no desenvolvimento das lesões musculo-
esqueléticas relacionadas ao trabalho e o papel de cada fator de risco 
nesse desenvolvimento já estão muito bem compreendidos e relata-
dos na literatura.
III - O protocolo de Análise Ergonômica do Trabalho propõe uma avaliação 
geral do posto de trabalho, tendo por base a descrição cuidadosa e 
sistemática das tarefas e não levando em consideração a opinião dos 
trabalhadores.
IV - Todos os itens avaliados pelo AET devem sempre ser utilizados, sendoque esse protocolo não permite que nenhum item seja retirado.
a) V, V, F, F.
b) V, F, V, F.
c) V, V, V, V.
d) V, F, F, F.
5) Quanto ao envolvimento dos sujeitos, podemos afirmar:
I - É um dos processos mais importantes relacionados ao sucesso da in-
tervenção ergonômica.
II - Está relacionado à participação dos próprios trabalhadores no proces-
so de identificação dos problemas.
III - É uma fonte importante de informações.
IV - É importante, no entanto, deve ser minimizado no processo de 
intervenção.
a) I, II e III.
b) I, III e IV.
c) II, III e IV.
d) I, II e IV.
6) Segundo o manual do AET, quais dos itens a seguir não representa um dos 
três passos nos quais a análise de um posto de trabalho se processa?
a) O analista define e delimita a tarefa a ser analisada.
81© ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 2 – ABORDAGEM ERGONÔMICA E ANÁLISE DO TRABALHO
b) A tarefa deve ser descrita.
c) O analista apresenta ao operador a descrição das tarefas.
d) O trabalhador ajuda a avaliar o ambiente de trabalho.
7) Qual a melhor definição para o conceito de interdisciplinaridade?
a) É o princípio que destaca a importância da análise das condições de 
trabalho sob diferentes perspectivas.
b) É o princípio que destaca a importância da análise das condições de 
trabalho numa única perspectiva.
c) É o princípio que destaca a importância da análise das condições de 
trabalho sob a perspectiva do educador físico.
d) É o princípio que destaca a importância da análise das condições de 
trabalho sob a perspectiva do engenheiro de Segurança no Trabalho.
8) Classifique as afirmações a seguir como verdadeiras ou falsas e escolha a 
alternativa correspondente a essa classificação.
I - A distância visual deve ser proporcional ao tamanho do objeto de 
trabalho.
II - Com relação ao ângulo de visão, o objeto de maior frequência de ob-
servação deve ser centralizado em frente ao trabalhador.
III - Um assento usado continuamente deve conter: altura ajustável; esto-
famento permeável; apoio ajustável para as costas.
a) V, V, V. 
b) F, F, F.
c) V, V, F.
d) F, V, V
9) Classifique as afirmações a seguir como verdadeiras ou falsas e escolha a 
alternativa correspondente a essa classificação.
I - A carga de calor e os riscos causados pelas condições térmicas depen-
dem do efeito combinado de fatores ambientais.
II - As condições de iluminação de um local de trabalho não são avaliadas 
de acordo com o tipo de trabalho.
III - A classificação do ruído é fixa para todo tipo de trabalho executado.
a) V, V, V. 
b) V, F, F.
82 © ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 2 – ABORDAGEM ERGONÔMICA E ANÁLISE DO TRABALHO
c) V, V, F.
d) F, V, V.
10) Qual dos itens a seguir não faz parte do AET?
a) Postura.
b) Ruído.
c) Tomada de decisão.
d) Estresse.
Gabarito 
Confira, a seguir, as respostas corretas para as questões au-
toavaliativas propostas.
1) a.
2) a.
3) b.
4) d.
5) a.
6) d.
7) a.
8) a.
9) b.
10) d.
5. CONSIDERAÇÕES
Com o término desta unidade, na qual abordamos os três 
principais princípios da Ergonomia, bem como a importância da 
Análise Ergonômica do Trabalho, e conhecemos um importan-
te protocolo para análise do ambiente ocupacional, é relevante 
apontarmos que esse protocolo é reconhecido nacional e inter-
83© ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 2 – ABORDAGEM ERGONÔMICA E ANÁLISE DO TRABALHO
nacionalmente como uma boa ferramenta para análise do am-
biente ocupacional. No entanto, devemos sempre aprimorar o 
conhecimento sobre esse tema; por isso, sempre recorra a arti-
gos para continuar aprendendo sobre os conteúdos abordados. 
Com isso, você solidificará os seus conhecimentos na área.
6. E-REFERÊNCIA
ERGO & AÇÃO; SIMUCAD. Análise Ergonômica do Posto de Trabalho. Disponível em: 
<http://www.simucad.dep.ufscar.br/simucad/dn_caderno_005.pdf>. Acesso em: 09 
jan. 2015.
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
COURY, H. J. C. G.; SATO, T. O. Protocolos e racional para avaliação de riscos relacionados 
à ocorrência de lesões musculoesqueléticas no trabalho. São Carlos: EDUFSCar, 2010. 
(Série Apontamentos). 
FALZON, P. Ergonomia. São Paulo: Edgar Blucher, 2007.
GRANDJEAN, E. Fitting the task to the man, an ergonomic approach. London: Taylor e 
Francis, 1982.
IIDA, I. Ergonomia: projeto e produção. 2. ed. revisada e ampliada. São Paulo: Edgard 
Blucher, 2005. 
KROEMER, K. H. E.; GRANDJEAN, E. Manual de Ergonomia – adaptando o trabalho ao 
homem. 4. ed. Porto Alegre: Bookman, 1998.
LAVILLE, A. Ergonomia. São Paulo: EPU Editora, 1977.
WISNER, A. A inteligência no trabalho. Textos selecionados em Ergonomia. São Paulo: 
Fundacentro, 1994.
© ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
85
LER/DORT E A CONSTRUÇÃO DE UMA 
ABORDAGEM ERGONÔMICA
Objetivos
• Entender o que são as doenças ocupacionais.
• Compreender as Lesões por Esforço Repetitivo e também os Distúrbios Os-
teomusculares Relacionados ao Trabalho (LER e DORT).
• Identificar e compreender os principais fatores de risco presentes no am-
biente de trabalho.
• Entender e identificar os principais sinais e sintomas relacionados aos 
DORTs, bem como os estágios para avaliação e controle dos riscos 
ocupacionais.
Conteúdos
• Definição de doenças ocupacionais e também de Lesões por Esforço Re-
petitivo e Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (LER e 
DORTs).
• Fatores de risco individuais/pessoais; fatores de risco psicossociais/organi-
zacionais; fatores de risco físicos/biomecânicos.
• Principais sinais e sintomas dos DORTs.
• Estágios do processo de avaliação e controle dos riscos ergonômicos 
Orientações para o estudo da unidade
Antes de iniciar o estudo desta unidade, é importante que você leia as orien-
tações a seguir: 
UNIDADE 3
86 © ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 3 – LER/DORT E A CONSTRUÇÃO DE UMA ABORDAGEM ERGONÔMICA
1) Leia atentamente todo o material da Unidade 3 e faça anotações de todas 
as suas dúvidas. Procure solucionar todas as dúvidas tanto por meio do 
nosso sistema de interatividade ou diretamente com o seu tutor.
2) Tenha em mãos o Glossário de Conceitos, para que você possa consultá-lo 
e, assim, sanar qualquer confusão de termos importantes.
3) Leia os materiais complementares disponibilizados no tópico Conteúdo Di-
gital Integrador, para que você aprofunde seus conhecimentos teóricos. 
Procure resolver todas as questões autoavaliativas e, sempre que necessá-
rio, releia o conteúdo da Unidade, bem como faça buscas na internet com 
uma bibliografia confiável.
87© ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 3 – LER/DORT E A CONSTRUÇÃO DE UMA ABORDAGEM ERGONÔMICA
1. INTRODUÇÃO
Na Unidade 2, conhecemos a importância da Análise Ergo-
nômica do Trabalho para a avaliação do ambiente ocupacional. 
No entanto, devemos ressaltar que, para uma boa avaliação do 
ambiente de trabalho, também devemos conhecer e reconhe-
cer os riscos aos quais os trabalhadores estão expostos. Assim, 
seguimos para esse capítulo para aprender sobre esses riscos e 
também sobre as doenças ocupacionais.
Então, vamos aos estudos!
2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA
O Conteúdo Básico de Referência apresenta, de forma su-
cinta, os temas abordados nesta unidade. Para sua compreensão 
integral, é necessário o aprofundamento pelo estudo do Conteú-
do Digital Integrador.
2.1. DOENÇAS OCUPACIONAIS
Definição
O termo doença ocupacional é utilizado para designar um 
conjunto de várias doenças que causam alterações na saúde do 
trabalhador. Essas doenças são provocadas por fatores direta-
mente relacionados com o ambiente de trabalho e se dividem 
em doenças profissionais e doenças relacionadas ao trabalho.
As doenças profissionais são causadas por fatores direta-
mente relacionados à atividade laboral. As mais comuns são do-
enças do sistema respiratório e da pele. Os cuidadossão essen-
88 © ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 3 – LER/DORT E A CONSTRUÇÃO DE UMA ABORDAGEM ERGONÔMICA
cialmente preventivos, pois a maioria das doenças ocupacionais 
é de difícil tratamento. Exemplos: asma ocupacional, silicose, 
asbestose, dermatite de contato, câncer de pele ocupacional. O 
diagnóstico dessas doenças é facilmente realizado por meio de 
exames médicos específicos e o nexo causal é presumido.
As doenças relacionadas ao trabalho têm seu desenvolvi-
mento relacionado à associação de fatores de risco individuais, 
biomecânicos e psicossociais. O diagnóstico é feito por meio de 
testes clínicos, pois, na maioria das vezes, o que se observam 
são sinais e sintomas que interferem na realização normal da 
atividade, sem, no entanto, haver confirmação da doença por 
meio de exames médicos específicos. Exemplo: um trabalhador 
com epicondilite lateral apresentará sintomas como dor e redu-
ção da força durante a realização de movimentos de extensão 
do punho. Contudo, um exame radiológico ou ultrassonográfico, 
por exemplo, pode não identificar qualquer alteração tecidual na 
região acometida. Nesse caso, na ausência de um exame clínico 
bem realizado, o trabalhador acometido poderá ser diagnosti-
cado como “sem alterações”. Devido aos múltiplos fatores que 
podem contribuir para as doenças relacionadas ao trabalho, o 
nexo causal não ocorre de forma automática.
Uma doença ocupacional normalmente é adquirida quan-
do um trabalhador é exposto acima do limite permitido por lei 
a agentes químicos, físicos, biológicos ou ergonômicos sem proteção 
compatível com o risco envolvido. Essa proteção pode ser na for-
ma de Equipamento de Proteção Coletiva (EPC) ou Equipamento de Prote-
ção Individual (EPI). Existem também medidas administrativas e/ou 
organizacionais capazes de reduzir os riscos. As principais vias de 
absorção de agentes nocivos são a pele e os pulmões.
89© ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 3 – LER/DORT E A CONSTRUÇÃO DE UMA ABORDAGEM ERGONÔMICA
No Brasil, a doença ocupacional é equiparada ao acidente de 
trabalho, gerando os mesmos direitos e benefícios ao trabalhador. 
Entre as doenças relacionadas ao trabalho, daremos enfoque 
nesta unidade aos Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao 
Trabalho (DORTs).
LER e DORT
Os Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Traba-
lho (DORTs) e Lesões por Esforço Repetitivo (LER) são definidos 
como doenças multifatoriais que acometem a população traba-
lhadora e, em parte, são causadas pelo trabalho, e/ou agravadas, 
aceleradas ou exacerbadas por exposições ocupacionais, sendo 
a principal causa de prejuízo na capacidade para o trabalho. 
Na legislação brasileira, as Lesões por Esforço Repetitivo 
(LER) e os Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho 
(DORTs) são atualmente definidos como "um conjunto de sín-
dromes clínicas caracterizadas por dor crônica, acompanhada ou 
não por alterações objetivas, que se manifestam principalmen-
te no pescoço, cinturão escapular e/ou membros superiores em 
decorrência do trabalho". Essas condições compreendem um 
conjunto de doenças inflamatórias e degenerativas que resultam 
em dor, comprometimento funcional e, por seu caráter crônico, 
trazem prejuízo à vida familiar, social e produtiva do indivíduo.
LER e DORT são termos genéricos que procuram carac-
terizar um conjunto de manifestações patológicas do sistema 
musculoesquelético, as quais possuem fatores comuns em suas 
origens a exposição a fatores de risco presentes no ambiente de 
trabalho.
90 © ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 3 – LER/DORT E A CONSTRUÇÃO DE UMA ABORDAGEM ERGONÔMICA
Reconhecidas pela Previdência Social desde 1987, as LER/
DORT têm sido, nos últimos anos, entre as doenças ocupacionais 
registradas, as mais prevalentes, segundo estatísticas referentes 
à população trabalhadora segurada. 
Em 1998, com a Revisão das Normas Técnicas, o termo LER 
foi substituído pelo termo DORT, mais abrangente que o anterior. 
Isso porque, com a identificação de diversas outras doenças re-
lacionadas ao trabalho com causas variadas, destacou-se a limi-
tação do termo LER, cuja ênfase é dada exclusivamente ao fator 
de risco repetitividade.
Os Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho 
afetam músculos, tendões, ligamentos e são responsáveis por 
queixas comuns tanto à população em geral, como para a classe 
trabalhadora. Além disso, representam a principal causa de pre-
juízo da capacidade para o trabalho.
O desenvolvimento dessas alterações está relacionado a 
uma associação dinâmica entre fatores de risco individuais, bio-
mecânicos e psicossociais. Dessa forma, a interação entre fatores 
genéticos, condições físicas de trabalho, percepção individual e 
questões relacionadas à organização do trabalho apresenta suas 
contribuições no desenvolvimento do problema.
Tendo em vista o caráter multifatorial dos DORTs, seu con-
trole depende da intervenção e controle de seus fatores causais, 
por meio de intervenções ergonômicas. A realização de interven-
ções ergonômicas requer uma abordagem múltipla, envolvendo 
identificação e avaliação do problema, desenho ou redesenho da 
atividade/tarefa, modificação e treinamento para redução efeti-
va dos riscos. Lembre-se de que por risco ergonômico se enten-
de as condições ou práticas de trabalho que possam ameaçar a 
saúde, a segurança e o bem-estar do trabalhador, representando 
91© ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 3 – LER/DORT E A CONSTRUÇÃO DE UMA ABORDAGEM ERGONÔMICA
assim prejuízos ao bom rendimento profissional, à qualidade do 
serviço e à produtividade.
Podemos citar três categorias de riscos aos quais os traba-
lhadores estão expostos:
• Fatores de Risco Individuais ou Pessoais.
• Fatores de Risco Psicossociais ou Organizacionais.
• Fatores de Risco Físicos ou Biomecânicos.
De acordo com Bernard (1997), destacam-se os seguintes 
fatores entre as categorias de risco mencionadas anteriormente:
Fatores de Risco Individuais ou Pessoais
1) Idade: quanto maior a idade do trabalhador, maior o 
risco de apresentar doenças devido aos efeitos cumu-
lativos do tempo de exposição a fatores de risco, bem 
como em decorrência das alterações típicas do proces-
so de envelhecimento, como exemplo as alterações 
do tecido cartilaginoso. O processo de envelhecimen-
to está associado à desidratação tecidual que torna o 
tecido cartilaginoso menos resistente. Esse processo 
torna os discos intervertebrais e tendões mais suscetí-
veis à lesão, além de resultar em prejuízos à cartilagem 
articular, levando às calcificações. Outro aspecto mar-
cante é a sarcopenia (perda de sarcômeros dos múscu-
los), que provoca perda de massa muscular e resulta 
em perda da força em indivíduos idosos. Contudo, é 
importante lembrar que os hábitos de vida e fatores 
genéticos exercem influência direta sobre o processo 
de envelhecimento, amenizando ou agudizando seus 
efeitos sobre o organismo.
92 © ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 3 – LER/DORT E A CONSTRUÇÃO DE UMA ABORDAGEM ERGONÔMICA
2) Sexo: mulheres apresentam menor força muscular; 
sofrem influência da regulação hormonal; apresentam 
menor limiar de percepção da dor, com possível influ-
ência do estrógeno na maior percepção e experiência 
subjetiva da dor em mulheres. Além disso, os postos de 
trabalho são planejados com base em medidas antro-
pométricas masculinas, que resultam na inadequação 
dos postos de trabalho às dimensões antropométricas 
femininas. As mulheres apresentam maior atividade 
muscular ao longo do dia e menor período de recupe-
ração em relação aos homens devido à dupla jornada 
de trabalho. Outro fator que explica a maior preva-
lência de sintomas entre mulheres é a segregação de 
tarefas dentro e fora do ambiente ocupacional. Essa 
segregação implica diferentes demandas físicas e men-
tais. A segregaçãode tarefas no mercado de trabalho 
seria responsável por expor as mulheres a tarefas mais 
repetitivas e monótonas quando comparadas com as 
tarefas tipicamente realizadas por homens.
3) Antropometria: postos de trabalho planejados em 
desacordo com as medidas antropométricas de seus 
usuários levam à adoção de posturas inadequadas que 
sobrecarregam as estruturas musculoesqueléticas, le-
vando ao aumento da pressão intramuscular, redução 
do fluxo sanguíneo (reduzindo a oferta de O2 e nutrien-
tes e levando ao acúmulo de substâncias algogênicas, 
como os produtos do metabolismo celular: CO2, ácido 
lático e demais metabólitos).
4) Repertório genético: as características genéticas como 
histórico de doenças na família, biótipo e comorbida-
des herdadas apresentadas pelo trabalhador podem 
93© ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 3 – LER/DORT E A CONSTRUÇÃO DE UMA ABORDAGEM ERGONÔMICA
contribuir para aumentar o risco de esse trabalhador 
desenvolver alterações musculoesqueléticas e lesões.
5) Doenças crônicas prévias/Condição de saúde: o his-
tórico de doenças prévias, acidentes e lesões apresen-
tados pelo trabalhador podem repercutir em risco au-
mentado de desenvolver ou agravar um quadro clínico 
com a exposição ao trabalho.
6) Tabagismo: a nicotina provoca vasoconstrição, o que 
reduz a oferta de oxigênio e nutrientes para os múscu-
los, ligamentos e discos intervertebrais, aumentando a 
propensão ao desenvolvimento de processos degene-
rativos nos discos intervertebrais e à lesão. Além disso, 
o uso contínuo do cigarro prejudica o clearance pulmo-
nar, promovendo acúmulo de secreção e aumentando 
o reflexo de tosse, o que gera sobrecarga nos músculos 
intercostais e aumento da pressão intra-abdominal. Os 
principais mecanismos biológicos desencadeados pelo 
tabagismo que possivelmente explicam os sintomas na 
coluna se relacionam: 
a) ao reflexo da tosse;
b) ao aumento da deposição de fibrina, levando à in-
flamação crônica; 
c) à redução do fluxo sanguíneo e oxigenação dos teci-
dos, prejudicando o balanço metabólico dos discos 
e acelerando processos degenerativos que tornam 
a coluna mais suscetível a deformações mecânicas 
e lesões.
7) Nível de escolaridade: estudos demonstram que, 
quanto menor o nível de escolaridade do trabalhador, 
maior a exposição prévia desse a atividades laborais 
94 © ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 3 – LER/DORT E A CONSTRUÇÃO DE UMA ABORDAGEM ERGONÔMICA
pesadas. Tal exposição aumenta a sobrecarga sobre o 
sistema musculoesquelético, tornando o trabalhador 
mais propenso a apresentar distúrbios, principalmen-
te nas regiões da coluna lombar e membros inferiores.
8) Hobbies, prática de esporte: dependendo da frequ-
ência e intensidade, a prática de hobbies e esportes 
gera sobrecarga adicional ao sistema musculoesquelé-
tico. Certas práticas, como tricotar e/ou tocar violão, 
podem implicar exposição a fatores de risco como re-
petitividade e posturas inadequadas. A prática de de-
terminados esportes pode sobrecarregar estruturas 
específicas, como a articulação do ombro no caso do 
voleibol, que fica exposta à realização contínua de mo-
vimentos extremos da articulação associados ao uso 
de força.
9) Trabalho doméstico/dupla jornada: a dedicação do 
tempo livre às atividades domésticas, principalmente 
pelas mulheres; bem como o duplo emprego são fato-
res que reduzem o período de recuperação dos grupos 
musculares solicitados durante o trabalho. Esse perío-
do de recuperação reduzido aumenta o risco de lesão, 
especialmente quando o indivíduo realiza atividade la-
boral fisicamente pesada, como é o caso de trabalha-
dores da área de Enfermagem e de setores agrícolas, 
por exemplo. 
10) Treinamento: a prática de uma determinada atividade 
laboral pode auxiliar os trabalhadores mais experien-
tes a adotarem posturas que gerem vantagens biome-
cânicas durante o manuseio, reduzindo a sobrecarga 
imposta ao sistema musculoesquelético. Isso repre-
senta um efeito positivo do treinamento espontâneo 
95© ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 3 – LER/DORT E A CONSTRUÇÃO DE UMA ABORDAGEM ERGONÔMICA
apresentado por trabalhadores experientes que pode 
não acontecer para os indivíduos inexperientes. Uma 
possibilidade é oferecer treinamento para os indivídu-
os novatos, de modo que assimilem a realização auto-
mática da atividade de forma mais protetora possível, 
prevenindo possíveis vícios posturais. O enfoque em 
trabalhadores novatos é de grande importância, ten-
do em vista a dificuldade de modificar hábitos já ins-
talados nos trabalhadores que realizam a atividade há 
mais tempo. 
11) Satisfação no trabalho: exerce influência direta sobre 
o trabalhador, afetando sua saúde física e mental, suas 
atitudes diárias, comportamento profissional, social, 
tanto com repercussões para a vida pessoal e familiar 
do indivíduo como para as organizações. A insatisfação 
no trabalho contribui para estados de estresse e ten-
são aumentados que levam ao desenvolvimento de ta-
quicardia, sudorese, dores de cabeça e tensão muscu-
lar. A realização do trabalho nessas condições torna-se 
penosa, reduzindo a qualidade do serviço prestado e 
trazendo prejuízos à qualidade de vida do trabalhador.
12) Perfil psicológico (competitivo, perfeccionista): o per-
fil psicológico pode resultar em sobrecarga adicional 
ao trabalhador quando o estimula a superestimar a 
carga de trabalho. O perfeccionismo faz com que o tra-
balhador demore mais tempo para cumprir suas ativi-
dades e pode levá-lo a um excesso de horas trabalha-
das (remuneradas ou não). O perfil competitivo resulta 
em estresse emocional adicional que também sobre-
carrega o trabalhador. Essa sobrecarga ocorre tanto 
em termos psicológicos como físicos, em decorrência 
96 © ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 3 – LER/DORT E A CONSTRUÇÃO DE UMA ABORDAGEM ERGONÔMICA
da carga de trabalho que este possa vir a assumir, com 
o objetivo de se destacar em relação aos demais cole-
gas de trabalho.
Fatores de Risco Psicossociais ou Organizacionais
1) Tipo da organização do trabalho (linha). 
2) Longas jornadas/hora extra. 
3) Trabalho em turnos. 
4) Trabalho monótono. 
5) Trabalho repetitivo. 
6) Trabalho estereotipado.
7) Ausência de pausas. 
8) Ritmo.
9) Automatização parcial.
10) Rotação de atividades (requisitos físicos dos trabalhos 
incompatíveis).
11) Grande demanda de trabalho.
12) Trabalho sazonal.
13) Grandes alterações organizacionais.
14) Perspectiva de demissão.
15) Grande responsabilidade em decisões.
16) Falta de autonomia.
17) Flexibilidade de ação.
18) Clareza sobre o processo do trabalho.
19) Demanda cognitiva.
20) Relacionamento com chefia.
21) Relacionamento com colegas.
97© ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
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Fatores de Risco Físicos ou Biomecânicos
1) Postura: as posturas exigidas para a realização da tare-
fa podem causar problemas quando são extremas ou 
estáticas. As posturas extremas aumentam a demanda 
física da tarefa à medida que geram um esforço (gasto 
energético) adicional para serem mantidas. Isso ocorre 
em decorrência do grande desvio que apresentam em 
relação à postura neutra (anatômica), fato que gera 
alavancas físicas (torque) na articulação, que são equi-
libradas pela ação muscular. Dessa forma, as posturas 
inadequadas e/ou extremas geram uma sobrecarga 
biomecânica. 
O aumento da sobrecarga muscular prejudica o fluxo san-
guíneo e aumenta a taxa de fadiga. Temos exemplos de posturas 
extremas quando os indivíduos realizam alcances longe do cor-
po, movimentos de rotação, inclinação do tronco, trabalho acima 
do nível da cabeça, durante a manutenção da posição ajoelhada 
e agachada. Os efeitos das posturas extremas são piores se as 
tarefas de trabalho incluemmovimentos repetitivos ou exigem a 
realização de força associada a tais posturas.
Figura 1 Exemplos de atividades ocupacionais exigindo adoção de posturas extremas.
98 © ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
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Figura 2 Tarefas que exigem inclinação, alcance e rotação de tronco.
As posturas estáticas são aquelas posturas de trabalho em 
que uma parte do corpo é mantida na mesma posição por um 
longo período, o que exige que os músculos estejam em cons-
tante estado de contração. Essa condição diminui a circulação 
sanguínea, resultando em falta de nutrientes aos músculos e 
acúmulo de metabólitos. Dessa forma, os músculos tornam-se 
cansados, desconfortáveis e muitas vezes dolorosos. Os traba-
lhadores que realizam atividades como costura e digitação fre-
quentemente apresentam relato de dor/desconforto nas regiões 
do pescoço e ombro devido às posturas estáticas mantidas du-
rante todo o trabalho. 
Figura 3 Manutenção de posturas estáticas. 
O fluxograma a seguir ilustra de forma esquemática os 
efeitos da exposição a trabalhos que exigem a adoção de postu-
ras estáticas.
99© ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
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Figura 4 Fluxograma dos efeitos da exposição a trabalhos que exigem a adoção a 
posturas estáticas.
2) Força: força é a quantidade de esforço muscular reali-
zado para concluir um trabalho. 
São exemplos de atividades que exigem o uso de força:
a) levantar ou carregar um objeto pesado;
b) empurrar ou puxar um objeto difícil de mover;
100 © ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 3 – LER/DORT E A CONSTRUÇÃO DE UMA ABORDAGEM ERGONÔMICA
c) operar ferramentas que exijam muita força de 
compressão;
d) remover um objeto de uma prateleira alta.
Ainda devemos avaliar a quantidade de tempo de manu-
seio dessa carga. É importante identificar se a carga é manuse-
ada sem pausa para recuperação muscular, bem como outros 
fatores associados que dificultam a realização de força, como o 
número de vezes em que a carga é manuseada por hora ou turno 
de trabalho, a quantidade de vibração associada, a postura ado-
tada, a resistência a ser superada para a movimentação do obje-
to, a temperatura ambiente e a quantidade de força de rotação 
exigida para a realização da tarefa.
3) Repetição: o trabalho é considerado repetitivo quan-
do exige a repetição de um padrão estereotipado de 
movimentos. Isto é, envolve a utilização contínua de 
músculos, tendões e articulações para a realização da 
tarefa. Durante o trabalho repetitivo, o aporte sanguí-
neo diminui, implicando a escassez de nutrientes e o 
acúmulo de metabólitos. Como resultado, os músculos 
entram em fadiga. Os riscos do trabalho repetitivo de-
pendem dos seguintes fatores:
a) frequência – qual a periodicidade em que o movi-
mento repetitivo é realizado;
b) duração – por quanto tempo o trabalho repetitivo 
é mantido.
O trabalho repetitivo oferece ainda maior risco ao traba-
lhador quando associado com posturas extremas e/ou esforços 
excessivos.
101© ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 3 – LER/DORT E A CONSTRUÇÃO DE UMA ABORDAGEM ERGONÔMICA
Assim, destacamos importância de identificar e controlar 
os fatores de risco biomecânicos, pois eles contribuem de forma 
direta para o desenvolvimento de DORT. Em síntese, destacamos 
os fatores a serem observados: necessidade de forças excessivas; 
realização de movimentos repetidos; exposição a trabalho pesa-
do; manuseio/levantamento de peso; movimentos assimétricos; 
vibração; uso de ferramentas inadequadas e/ou malconservadas; 
mobília e equipamentos inadequados; contrações mantidas/
trabalho muscular estático; uso de pinça ou preensão de força; 
campo visual restritivo; espaço para movimentação restrito; uso 
de alguns EPIs (por exemplo, capacetes e protetores auriculares 
pesados que sobrecarregam a região do pescoço durante os mo-
vimentos de flexão da cabeça).
Fatores ambientais como ruído, iluminação, temperatu-
ras extremas (frio, calor) também contribuem para produzir so-
brecarga física adicional ao organismo. É de suma importância 
lembrar que as categorias de fatores de risco não são excluden-
tes entre si, ou seja, fatores variados das diferentes categorias 
atuam de forma conjunta para o desenvolvimento de alterações 
musculoesqueléticas.
DORT – Sinais e sintomas
Os DORTs caracterizam-se por sua ocorrência gradual e 
agravo ao longo do tempo de exposição. Podem afetar múscu-
los, tendões, ligamentos, articulações e nervos. Tais síndromes 
podem se desenvolver quando os mesmos músculos são usados 
por longos períodos sem descanso adequado. Alguns exemplos 
comuns de lesões musculoesqueléticas incluem a Síndrome do 
Túnel do Carpo, tendinite, bursite e epicondilite (tênis e cotovelo 
do golfista), dedo em gatilho. 
102 © ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 3 – LER/DORT E A CONSTRUÇÃO DE UMA ABORDAGEM ERGONÔMICA
Lembre-se de que a identificação de problemas na fase ini-
cial reduz significativamente o risco de desenvolver um distúrbio 
osteomuscular grave.
Os principais sinais e sintomas dos DORTs incluem: 
1) inflamação; 
2) rubor (vermelhidão);
3) diminuição da amplitude de movimento; 
4) perda da função; 
5) formigamento;
6) dormência; 
7) rigidez; 
8) dor/sensibilidade; 
9) fraqueza muscular; 
10) fadiga; 
11) diminuição da força de preensão.
O estudo de revisão realizado por Costa e Vieira (2010) com 
o objetivo de atualizar as evidências sintetizadas pelo Instituto 
Nacional de Saúde Ocupacional dos EUA (NIOSH) identificou os 
principais fatores de risco para o desenvolvimento de sintomas e 
lesões em cada uma das regiões do corpo que apresentam eleva-
da prevalência de DORT. A tabela a seguir sintetiza os principais 
resultados obtidos pelos autores.
103© ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
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Quadro 1. Fatores biomecânicos com forte evidência de risco para as regiões 
corporais.
REGIÃO 
CORPORAL
TRABALHO 
FISICAMENTE 
PESADO
REPETITIVIDADE
POSTU-RAS 
INADE-
QUADAS
LEVANTA-
MENTO DE 
CARGAS
VIBRAÇÃO
Pescoço X
Ombro X X
Cotovelo/
Antebraço
X X
Punho/
Mão
X X X
Lombar X X X X
Joelhos X X X
Membros 
inferiores*
*Não foram encontrados estudos que viabilizassem a análise dos fatores de risco para os 
membros inferiores.
Além das demandas biomecânicas geradas pelos fatores 
de risco destacados na tabela anterior, existem outros fatores de 
risco com evidência razoável de uma relação causal com DORT. 
Esses incluem fatores de risco psicossociais, tabagismo, alto índi-
ce de massa corporal (IMC) e presença de comorbidades.
Entre os fatores de risco psicossociais, destacam-se baixo 
controle sobre o trabalho e altos níveis de estresse. As regiões 
do corpo mais suscetíveis a esses fatores são: pescoço, ombro e 
coluna lombar. 
As principais doenças identificadas em situações ocupacio-
nais são:
1) Síndrome do Túnel do Carpo;
2) tendinites;
3) tensão de músculos e tendões;
104 © ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 3 – LER/DORT E A CONSTRUÇÃO DE UMA ABORDAGEM ERGONÔMICA
4) entorse ligamentar;
5) Síndrome de Tensão no Pescoço;
6) Síndrome do DesfiladeiroTorácico;
7) Tendinite do Manguito Rotador;
8) Epicondilite;
9) Síndrome do Túnel Radial;
10) dedo em gatilho;
11) Síndrome de DeQuervain;
12) Síndrome Lombar por Sobrecarga Mecânica;
13) degeneração discal;
14) ruptura/hérnia de disco.
Quadro 2. Exposição ocupacional e efeitos na saúde do trabalhador.
ESTRUTURA 
ANATÔMICA MANIFESTAÇÃO PATOLÓGICA NEXO CAUSAL
Músculos e 
fáscias
Síndrome de Tensão no 
Pescoço
Sobrecarga (física e psíquica 
→ maior contração muscular 
e estresse) ↑ da pressão 
intramuscular, ↓fluxo sanguíneoNervos
Síndrome do Túnel do Carpo
(n. mediano)
↑ da pressão intramuscular, 
compressão mecânica, distensão 
do nervo
Tendões
Tendinites (ex.: tendinite do 
supraespinhoso e epicondilite 
lateral)
Trauma cumulativo → ADM* 
extrema ou inadequada + Força e/
ou Repetição
Bursas
Bursites (olécrano ou 
subacromiais)
Apoiar cotovelo em superfícies 
duras; atrito entre estruturas 
ósseas e tendões espessados
Discos 
intervertebrais
Hérnias
Sobrecarga na coluna (Manuseio 
de peso e/ou postura): ↑ 
compressão discal → prolapso
*ADM: Amplitude de movimento.
105© ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 3 – LER/DORT E A CONSTRUÇÃO DE UMA ABORDAGEM ERGONÔMICA
Agora que você conhece as principais categorias de risco 
e os fatores que fazem parte de cada uma delas, analisaremos 
de que forma se dá a atuação do ergonomista, desde a etapa de 
identificação dos riscos até a proposição de soluções para con-
trole destes.
Podemos considerar três estágios durante o processo de 
avaliação e controle dos riscos ergonômicos: 
1) Identificação dos fatores de risco do ambiente de tra-
balho que estão relacionados à ocorrência de lesão.
2) Avaliação dos riscos por meio de métodos e técnicas 
específicas.
3) Controle do risco.
Em síntese, podemos considerar o seguinte modelo que 
originalmente foi proposto para tarefas envolvendo manuseio 
de materiais, mas que pode ser adaptado como roteiro para in-
tervenções ergonômicas de um modo geral.
106 © ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 3 – LER/DORT E A CONSTRUÇÃO DE UMA ABORDAGEM ERGONÔMICA
Quadro 3. Modelo de tarefas de manuseio de materiais. 
PRIMEIRO ESTÁGIO
IDENTIFICAÇÃO
Análise das estatísticas 
de lesão dentro do 
ambiente em questão.
Entrevista com os 
trabalhadores.
Checagem geral:
•	 posturas e layout da 
estação de trabalho
•	 análise da tarefa
•	 condições do local 
de trabalho.
SEGUNDO ESTÁGIO
MÉTODOS DE AVALIAÇÃO 
DO RISCO
Ações, movimentos e 
posturas.
Layout da estação de 
trabalho, fluxo do trabalho 
e ferramentas utilizadas.
Forças aplicadas, pesos 
manuseados e natureza 
da carga.
Condições gerais do 
ambiente e organização 
do trabalho.
Aspectos pessoais idade, 
habilidade e experiência.
Avaliação detalhada dos 
seguintes fatores:
•	 localização das 
mãos (vertical e 
horizontalmente;
•	 frequência de 
execução das tarefas.
Para tarefas envolvendo 
manuseio de cargas, 
considerar também:
•	 massa do objeto; 
•	 movimento vertical;
•	 força aplicada.
TERCEIRO ESTÁGIO
CONTROLE DO RISCO
Mudança de ações e 
movimentos.
Modificação da estação 
de trabalho e ambiente 
em geral.
Modificações de 
ferramentas e controles.
Rearranjo do fluxo de 
materiais.
Para tarefas envolvendo 
manuseio de materiais:
Modificações da carga.
Mudança da tarefa:
•	 pela implementação 
de auxílios ao 
transporte manual;
•	 por meio da 
implementação 
de dispositivos 
mecânicos;
•	 por meio da 
combinação de 
esforços;
•	 por meio de 
treinamentos 
específicos e 
ambientados.
Fonte: Adaptado do Modelo da Comissão Nacional de Segurança e Saúde Ocupacional 
Australiana_ Worksafe_1988.
107© ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
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Tarefas envolvendo manuseio de materiais
Primeiro estágio – Identificação 
4) Análise das estatísticas de lesão
a) Levantamento da área do ambiente de trabalho re-
lacionada à ocorrência de queixas e lesões.
b) Ocupação do indivíduo sintomático e/ou lesado.
c) Atividade executada no momento da lesão (para ta-
refas envolvendo manuseio de cargas).
d) Região do corpo afetada.
Entrevista com os trabalhadores
A opinião dos trabalhadores auxilia para uma melhor 
compreensão da situação real, à medida que traz informações 
a respeito da percepção de risco e sobrecarga por parte dos in-
divíduos diretamente envolvidos na situação e contribui para 
obtenção de cooperação na implementação e controle das me-
didas aplicadas.
Checagem geral
Aplicação de checklists para identificar aspectos de risco.
Segundo estágio – Métodos de avaliação do risco
Serão apresentados em módulos posteriores os métodos/
ferramentas disponíveis para avaliação de fatores de risco pre-
sentes no ambiente ocupacional e quais deles são mais ade-
quados para avaliar atividades leves ou sedentárias e os mais 
indicados para aquelas consideradas pesadas ou de manuseio. 
108 © ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 3 – LER/DORT E A CONSTRUÇÃO DE UMA ABORDAGEM ERGONÔMICA
É importante lembrar que os setores com maior prevalência de 
lesões e disfunções requerem prioridade de atuação.
A tabela anterior apresenta de forma resumida os aspectos 
que podem ser abordados por esses protocolos e que devem ser 
considerados durante a avaliação de riscos ergonômicos.
Terceiro estágio – Controle do risco
É direcionado a partir dos resultados apresentados pelos 
protocolos de avaliação utilizados. Da mesma forma, a tabela an-
terior, que apresenta de maneira resumida propostas de mudan-
ças para controle do risco ergonômico e os métodos de avaliação 
dos riscos ensinados em módulo posterior a esse, irão orientá-
-lo de forma mais objetiva e bem embasada sobre como intervir 
para controlar os aspectos mais críticos do ambiente ocupacio-
nal para o desenvolvimento de lesões musculoesqueléticas rela-
cionadas ao trabalho.
Ao avaliar uma empresa grande, pode ser mais fácil come-
çar por situações em que o problema já aconteceu:
1) Há trabalhadores lesados? Em quais setores eles tra-
balham? (Abordagem Epidemiológica, Avaliações 
Clínicas).
2) Na sequência, investigar: o que fazem esses trabalha-
dores (Abordagem Ergonômica)? Como fazem (Abor-
dagem Biomecânica de Avaliação)?
3) O que eles acham de sua situação de trabalho e o que 
sugerem para melhorá-la? (Abordagem da Ergonomia 
Participativa, Avaliação de Percepção).
4) Ao implementar mudanças, avaliar os efeitos ime-
diatos da exposição à nova situação: avaliar quais as 
109© ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 3 – LER/DORT E A CONSTRUÇÃO DE UMA ABORDAGEM ERGONÔMICA
medidas mais eficazes para a prevenção de queixas e 
sintomas.
5) Após tempo decorrido da intervenção, reavaliar todos 
os aspectos novamente.
3.  CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR 
O Conteúdo Digital Integrador representa uma condição 
necessária e indispensável para você compreender integralmen-
te os conteúdos apresentados nesta unidade.
Os conteúdos dessa unidade estão relacionados à epide-
miologia das desordens osteomusculares relacionadas ao traba-
lho, bem como conhecer mais alguns fatores de risco relaciona-
dos como DORT.
Esse primeiro texto aborda alguns riscos ocupacionais que 
são bastante comuns em trabalhadores da área da saúde, mas 
que também podem ser encontrados em outras profissões como 
o trabalho noturno.
• MAURO, M. Y, C.; MUZI, C. D.; GUIMARÃES, R. M.; MAU-
RO, C. C. C. Riscos Ocupacionais em Saúde. Revista de 
Enfermagem da UERJ. Rio de Janeiro, v. 12, p. 338-45, 
2004.
Já o segundo estudo tem por objetivo estimar a contribui-
ção das doenças relacionadas ao trabalho nos afastamentos por 
problemas de saúde em geral e ocupacionais. Assim, esse estudo 
vai apontar uma alta prevalência de tenossinovites, Síndrome do 
Túnel do Carpo e transtornos do disco lombar.
• SOUZA, N. S. S.; SANTANA, V. S.; OLIVEIRA, P. R. A.; BAR-
BOSA-BRANCO, A. Doenças do trabalho e benefícios 
110 © ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
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previdenciários relacionados à saúde, Bahia, 2000. Re-
vista de Saúde Pública. São Paulo, v. 42, n. 4, p. 630-8, 
2008.
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para 
você testar o seu desempenho. Se encontrar dificuldades em 
responderas questões a seguir, você deverá revisar os conteú-
dos estudados para sanar as suas dúvidas.
1) Classifique as afirmações a seguir como verdadeiras ou falsas e escolha a 
alternativa correspondente a essa classificação.
I - O termo “doença ocupacional” é utilizado para designar um conjunto 
de várias doenças que causam alterações na saúde do trabalhador.
II - As doenças ocupacionais dividem-se em doenças profissionais e do-
enças relacionadas ao trabalho. 
III - As doenças profissionais são causadas por fatores diretamente rela-
cionados à atividade laboral.
IV - As doenças relacionadas ao trabalho tem seu desenvolvimento rela-
cionado à associação de fatores de risco individuais, biomecânicos e 
psicossociais.
a) V, V, V, V.
b) F, F, F, F.
c) F, V, F, F.
d) V, V, V, F.
2) Classifique as afirmações a seguir como verdadeiras ou falsas e escolha a 
alternativa correspondente a essa classificação.
I - DORT e LER são definidos como doenças unifatoriais.
II - O termo LER foi substituído pelo termo DORT, por ser mais abrangente.
III - O desenvolvimento das DORTs está relacionado a uma associação di-
nâmica entre fatores de risco individuais, biomecânicos e psicossociais.
a) V, V, F.
b) F, V, F.
111© ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
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c) F, V, V.
d) V, F, F.
3) Classifique as afirmações a seguir como verdadeiras ou falsas e escolha a 
alternativa correspondente a essa classificação.
I - A idade é um fator de risco; assim, quanto menor a idade do trabalha-
dor, maior o risco de apresentar doenças.
II - Homens e mulheres estão expostos aos mesmos fatores de risco.
III - Postos de trabalho planejados em desacordo com as medidas antro-
pométricas de seus usuários levam à adoção de posturas inadequadas 
que sobrecarregam as estruturas musculoesqueléticas.
IV - As características genéticas do trabalhador podem contribuir para au-
mentar o risco de este desenvolver alterações musculoesqueléticas e 
lesões.
a) V, V, F, F.
b) F, V, F, V.
c) F, V, V, V.
d) F, F, V, V.
4) Qual item a seguir não deve ser considerado como um fator de risco 
organizacional?
a) Trabalho estereotipado.
b) Ritmo.
c) Ruído.
d) Trabalho sazonal.
5) Classifique as afirmações a seguir como verdadeiras ou falsas e escolha a 
alternativa correspondente a essa classificação.
I - As posturas exigidas para realização da tarefa podem causar proble-
mas quando são extremas ou estáticas.
II - O aumento da sobrecarga muscular prejudica o fluxo sanguíneo e di-
minui a taxa de fadiga.
III - Os efeitos das posturas extremas são piores se as tarefas de trabalho 
incluem movimentos repetitivos ou exigem a realização de força asso-
ciados a tais posturas.
112 © ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
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IV - As posturas estáticas são aquelas posturas de trabalho em que uma 
parte do corpo é mantida na mesma posição por um longo período, o 
que exige que os músculos estejam em constante estado de contração.
a) V, V, F, F.
b) V, F, V, V.
c) V, V, V, V.
d) F, F, V, V.
6) Classifique as afirmações a seguir como verdadeiras ou falsas e escolha a 
alternativa correspondente a essa classificação.
I - Com relação ao fator de risco força, devemos considerar não só a car-
ga a ser manuseada, mas também a quantidade e o tempo de ma-
nuseio, bem como postura adotada, vibração, entre outros aspectos.
II - O trabalho é considerado repetitivo quando exige a repetição de dife-
rentes movimentos.
III - Os riscos do trabalho repetitivo dependem dos seguintes fatores: fre-
quência e duração.
IV - A associação de posturas extremas e/ou esforços excessivos não au-
mentam o risco do trabalho repetitivo. 
a) V, V, F, F.
b) V, V, F, V.
c) F, V, V, V.
d) V, F, V, F.
7) Segundo a NIOSH, qual o principal fator de risco para a região de pescoço?
a) Trabalho fisicamente pesado.
b) Repetitividade.
c) Posturas inadequadas.
d) Levantamento de cargas.
8) Segundo a NIOSH, quais os principais fatores de risco para a região de 
ombro?
a) Trabalho fisicamente pesado e repetitividade.
b) Repetitividade e vibração.
c) Posturas inadequadas e trabalho fisicamente.
d) Levantamento de cargas e posturas inadequadas.
113© ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 3 – LER/DORT E A CONSTRUÇÃO DE UMA ABORDAGEM ERGONÔMICA
9) Segundo a NIOSH, quais os principais fatores de risco para a região de 
cotovelo e antebraço?
a) Vibração e repetitividade.
b) Repetitividade e vibração.
c) Repetitividade e posturas inadequadas. 
d) Levantamento de cargas e posturas inadequadas.
10) Segundo a NIOSH, quais os principais fatores de risco para a região de 
punho e mão?
a) Trabalho fisicamente pesado, repetitividade e posturas inadequadas.
b) Levantamento de cargas, repetitividade e vibração.
c) Vibração, posturas inadequadas e trabalho fisicamente pesado.
d) Levantamento de cargas e posturas inadequadas.
11) Segundo a NIOSH, quais os principais fatores de risco para a região lombar?
a) Trabalho fisicamente pesado, repetitividade e posturas inadequadas.
b) Levantamento de cargas, repetitividade e vibração.
c) Vibração, posturas inadequadas, trabalho fisicamente pesado e 
repetitividade.
d) Trabalho fisicamente pesado, posturas inadequadas, levantamento de 
carga e vibração.
12) Segundo a NIOSH, quais os principais fatores de risco para a região dos 
joelhos?
a) Trabalho fisicamente pesado, repetitividade e posturas inadequadas.
b) Repetitividade, posturas inadequadas e levantamento de cargas.
c) Vibração, posturas inadequadas, trabalho fisicamente pesado e 
repetitividade.
d) Trabalho fisicamente pesado, posturas inadequadas, levantamento de 
carga e vibração.
13) Segundo a NIOSH, quais os principais fatores de risco para os membros 
inferiores?
a) Trabalho fisicamente pesado e posturas inadequadas.
b) Levantamento de cargas e vibração.
114 © ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 3 – LER/DORT E A CONSTRUÇÃO DE UMA ABORDAGEM ERGONÔMICA
c) Não foram encontrados estudos que viabilizassem a análise dos fato-
res de risco para os membros inferiores.
d) Trabalho fisicamente pesado, posturas inadequadas e vibração.
14) Qual item a seguir não corresponde a um dos três estágios do processo de 
avaliação e controle dos riscos ergonômicos?
a) Identificação dos fatores de risco do ambiente de trabalho que estão 
relacionados à ocorrência de lesão.
b) Avaliação dos riscos por meio de métodos e técnicas específicas.
c) Controle do risco.
d) Avaliação especificamente da organização do trabalho.
15) Com relação ao estágio de identificação dos fatores de risco do ambiente 
de trabalho, não podemos afirmar que:
a) é importante uma análise de estatísticas da lesão.
b) entrevista com os operários. 
c) aplicação de checklists.
d) controle do risco.
Gabarito 
Confira, a seguir, as respostas corretas para as questões au-
toavaliativas propostas:
1) a.
2) c.
3) d.
4) c.
5) b.
6) d.
7) c.
115© ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 3 – LER/DORT E A CONSTRUÇÃO DE UMA ABORDAGEM ERGONÔMICA
8) a.
9) c.
10) a.
11) d.
12) b.
13) c.
14) d.
15) d.
5. CONSIDERAÇÕES 
Nesta Unidade, você aprendeu sobre as doenças osteo-
musculares relacionadas ao trabalho e também sobre os seus 
principais fatores de risco. No entanto, esse tema é muito amplo 
e, portanto, é necessário que você continue pesquisando e es-
tudando sobre esses temas. Além disso, esses conteúdos são de 
extrema importância para dar prosseguimento ao estudo do con-
teúdo seguinte que está relacionado às intervenções possíveis 
no ambiente de trabalho para minimizar o efeito dos fatores de 
risco e prevenir o aparecimento das desordens musculoesque-
léticas. Assim, sugerimos que você não se esqueça de ler todos 
os artigos indicados nos Conteúdo DigitalIntegrador e responda 
também os exercícios propostos nas questões autoavaliativas. 
116 © ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 3 – LER/DORT E A CONSTRUÇÃO DE UMA ABORDAGEM ERGONÔMICA
6. E-REFERÊNCIAS
Lista de figuras
Figura 1 Exemplos de atividades ocupacionais exigindo adoção de posturas extremas. 
Disponível em: <http://www.ontask.ca/akwardposure>; <http://www.elcosh.
org>. Acesso em: 29 set 2014. 
Figura 2 Tarefas que exigem inclinação, alcance e rotação de tronco. Disponível em: 
<http://www.ontask.ca/akwardposure>; <http://www.elcosh.org>. Acesso em: 
30 set 2014. 
Figura 3 Manutenção de posturas estáticas. Disponível em: <http://www.ontask.ca/
akwardposure>; <http://www.elcosh.org>. Acesso em: 29 set 2014. 
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AKMAL, M.; KESANI, A.; ANAND, B. et al. Effect of nicotine on spinal disc cells: a cellular 
mechanism for disc degeneration. Spine (Phila Pa 1976), v. 29, p. 568-575, 2004.
BERNARD, B. P. Introduction. In: BERNARD B. P. (Eds.). Musculoskeletal disorders 
and workplace factors: A critical review of epidemiologic evidence for work-related 
musculoskeletal disorders of the neck, upper extremity, and low back. United States: 
Cincinnati – National Institute for Occupational Safety and Health, 1997, p. 1-14.
BLANGSTED, A. K.; HANSEN, K.; JENSEN, C. Muscle activity during computer-based 
office work in relation to self-reported job demands and gender. European Journal of 
Applied Physiology, v. 89, p. 352-358, 2003.
COSTA, B. R.; VIEIRA E. R. Risk factors for work-related musculoskeletal disorders: A 
systematic review of recent longitudinal studies. Am J Ind Med. v. 53, n. 3, p. 285-323, 
2010.
COURY, H. J. C. G.; SATO, T. O. Protocolos e racional para avaliação de riscos relacionados 
à ocorrência de lesões musculoesqueléticas no trabalho. São Carlos: EdUFSCar, 2010. 
(Série Apontamentos).
DURWARD, B. R. et al. Movimento funcional humano: mensuração e análise. São 
Paulo: Manole, 2001.
DUTTON, M. Fisioterapia ortopédica: exame, avaliação e intervenção. São Paulo: 
Artmed, 2005 .
GROSS, J; FETTO, J; ROSEN, E. Exame musculoesquelético. Porto Alegre: Artmed, 2000.
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UNIDADE 3 – LER/DORT E A CONSTRUÇÃO DE UMA ABORDAGEM ERGONÔMICA
HOOGENDOORN, W. E.; VAN POPPEL, M. N.; BONGERS, P. M. et al. Physical load during 
work and leisure time as risk factors for back pain. Scandinavian Journal of Work, 
Environment & Health, v. 25, n. 5, p. 387-403, 1999.
HOPPENFELD & STANLEY. Propedêutica Ortopédica: Coluna e Extremidades. Rio de 
Janeiro: ATHENEU–RIO, 2005.
KROEMER; GRANDJEAN, E. Manual de Ergonomia: adaptando o trabalho ao homem. 
Belo Horizonte: Ergo, 2000.
KUORINKA, I. et al. Work related musculoskeletal disorders (WMSDS) – a reference 
book for prevention. Taylor & Francis, 1994.
NORDANDER, C.; OHLSSON, K.; BALOGH, I. et al. Gender differences in workers 
with identical repetitive industrial tasks: exposure and musculoskeletal disorders. 
International Archives of Occupational Environmental Health, v. 81, n. 8, p. 939-47, 
2008.
NORDIN, M.; ANDERSSON, G.; POPE, M. Musculoskeletal disorders in the workplace. 
Mosby: Missouri, 1997.
OLIVEIRA, R. C. et al. Manual Prático de LER. Belo Horizonte: Health, 1997.
PALMER, M. L.; EPLER, M. E. Fundamentos das técnicas de avaliação musculoesquelética. 
2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000.
PUNNETT, L.; WEGMAN, D. H. Work-related musculoskeletal disorders: the 
epidemiological evidence and the debate. Journal of Electromyography Kinesiology, 
v. 14, n. 1, p. 13-23, 2004.
PUTZ-ANDERSON, V. Cumulative trauma disorders: a manual for musculoskeletal 
diseases of the upper limbs. Taylor & Francis, 1988.
RANNEY, DON. Distúrbios osteomusculares crônicos relacionados ao trabalho. São 
Paulo: Roca, 2000.
SALTER, R. B. Distúrbios e lesões do sistema musculoesquelético. Rio de Janeiro: Médica 
e Científica, 1985.
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Medicine, v. 58, n. 6, p. 997-1005, 2004.
UEMATSU, Y.; MATUZAKI, H.; IWAHASHI, M. Effects of nicotine on the intervertebral 
disc: an experimental study in rabbits. Journal of Orthopaedic Science, v. 6, n. 2, p. 
177-182, 2001.
WHITING, W. C.; ZERNICKE, R. F. Biomecânica da lesão musculoesquelética. Rio de 
Janeiro: Guanabara Koogan, 2001.
© ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
119
GINÁSTICA LABORAL
Objetivos
• Compreender o que é a Ginástica Laboral e conhecer seus diferentes tipos.
• Entender quais são os principais objetivos dos programas de Ginástica 
Laboral.
• Entender os benefícios do exercício físico para o organismo humano.
• Aprender a planejar um programa de intervenção no ambiente de trabalho 
contendo a Ginástica Laboral.
• Entender a importância dos programas de Ginástica Laboral.
Conteúdos
• Definições e tipos de Ginástica Laboral.
• Objetivos dos programas de Ginástica Laboral.
• Benefícios do exercício físico.
• Planejamento de um programa de Ginástica Laboral.
• Importância dos programas de intervenção no ambiente de trabalho.
Orientações para o estudo da unidade
Antes de iniciar o estudo desta unidade, leia as orientações a seguir: 
1) Leia atentamente todo o material da Unidade 4 e faça anotações de todas 
as suas dúvidas. Procure solucionar todas elas, tanto por meio do nosso 
sistema de interatividade ou diretamente com o seu tutor. 
UNIDADE 4
120 © ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 4 – GINÁSTICA LABORAL
2) Leia os materiais complementares disponibilizados no tópico Conteúdo 
Digital Integrador para que você aprofunde seus conhecimentos teóricos. 
Procure resolver todas as questões autoavaliativas e, sempre que neces-
sário, releia o conteúdo da Unidade.
3) Caso não entenda alguma palavra, recorra sempre a um dicionário ou 
mesmo aos conteúdos disponíveis na internet.
121© ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 4 – GINÁSTICA LABORAL
1. INTRODUÇÃO
Nessa Unidade 4, aprenderemos sobre a Ginástica Laboral, 
uma das formas de intervenção no ambiente de trabalho que 
tem como objetivo minimizar os fatores de risco, bem como pre-
venir o surgimento das desordens musculoesqueléticas. Assim, 
estudaremos neste capítulo as formas de aplicação da Ginástica 
Laboral (GL) no Brasil, abordaremos a ação do exercício sobre 
os diferentes sistemas do organismo para contextualizar a im-
portância de um bom planejamento das séries de exercício em 
função dos objetivos que se pretendem atingir e, finalmente, 
será abordada a hipótese racional para a elaboração e condução 
de programas de exercícios adequados aos diferentes tipos de 
atividades ocupacionais. Lembre-se: uma boa base teórica é fun-
damental para a elaboração e aplicação prática bem-sucedida de 
programas de exercício em ambiente ocupacional.
Então, vamos aos estudos!
2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA
O Conteúdo Básico de Referência apresenta de forma su-
cinta os temas abordados nesta unidade. Para sua compreensão 
integral, é necessário o aprofundamento pelo estudo do Conteú-
do Digital Integrador e também por mais buscas na internet por 
outros estudos que abordam esse tema.
2.1. CONTEXTUALIZAÇÃO E HISTÓRIA DA GINÁSTICA LABO�
RAL
Com o advento de novos processos de produção bem como a 
implantação de uma nova política social e econômica – o ca-
122 © ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 4 – GINÁSTICA LABORAL
pitalismo – o estilo de vida dos trabalhadores sofre mudanças 
radicais. Os trabalhadores passaram a viver em um ambiente 
“pesado”, sofrendo pressão constante por produtividade, ten-
do que ser competentes, velozes e ainda competirem como 
animais selvagens para manterem-se empregados e conserva-
rem um mísero indício da dilacerada qualidade de vida de seus 
familiares. Em função de todos estes fatores, o acarretamen-
to de distúrbios na saúde dos trabalhadoresdeu-se de forma 
inevitável, causando transtornos gravíssimos para as empresas, 
tanto nas questões administrativas, como financeiras sofrendo 
redução da produtividade consequentemente dos lucros. Par-
tindo desse pressuposto, surgiu a necessidade de investir em 
programas voltados à recuperação da qualidade de vida dos 
seus trabalhadores. Neste contexto surge a GL, que, para Polle-
to (2002), pode ser considerada como um programa de melho-
ria da qualidade de vida no trabalho, amenizando os efeitos ne-
gativos do mesmo e também como um agente motivador para 
a mudança de estilo de vida entre as pessoas (KIMURA, 2010).
Inicialmente denominada "ginástica de pausa", a Ginásti-
ca Laboral começou na indústria com o objetivo de dar repouso 
ativo aos operários, por alguns períodos, durante sua jornada de 
trabalho. A primeira referência bibliográfica sobre o assunto é 
um manual editado na Polônia, em 1925. Posteriormente, surgi-
ram também outras publicações na Holanda e na Rússia.
Nas décadas anteriores à Segunda Guerra Mundial, mi-
lhões de operários, em diversas empresas russas, passaram a 
praticar "ginástica de pausa" adaptada a cada ocupação. Nos 
anos 1960, já com o nome de Ginástica Laboral, essa prática re-
nasce na Bulgária, Alemanha, Suécia e Japão, país que consoli-
dou a obrigatoriedade da sua prática em relação a determinadas 
tarefas industriais.
Os Estados Unidos adotaram a Ginástica Laboral em 1968 
e fundaram a International Management Review, uma das mais 
123© ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 4 – GINÁSTICA LABORAL
significativas avaliações sobre a saúde do trabalhador por meio 
do exercício físico. 
No Brasil, as primeiras manifestações de atividades físicas 
entre funcionários foram registradas em 1901, mas a Ginásti-
ca Laboral teve sua proposta inicial publicada em 1973, com o 
"Projeto Educação Física Compensatória e Recreação", que foi 
elaborado a partir de proposta de exercícios físicos baseados em 
análises biomecânicas. Em 1974, foi implantada na Ishikawagima 
do Brasil (Ishibras – Rio de Janeiro) a ginástica no início da jorna-
da de trabalho e a "ginástica compensatória", aplicada durante 
as pausas do trabalho. 
Em 1978, por meio de parceria entre SESI/RS e Feevale, 
foi desenvolvido o "Projeto Ginástica Laboral Compensatória". 
Também no ano de 1978, em Betim/MG, por iniciativa do SESI/
MG iniciou-se o "programa de Ginástica na Empresa" na fábrica 
da Fiat automóveis, fundamentado nos princípios da Ginástica 
Laboral, estudados a partir de visitas técnicas de profissionais do 
SESI aos estaleiros da Ishibras, para observação da ginástica en-
tão aplicada aos trabalhadores. 
Contudo, a implantação mais abrangente dessa prática em 
nosso país só passou a ser observada com mais frequência a par-
tir da década de 1990, com a abertura da economia para o mer-
cado externo que determinou um grande aumento da produção 
industrial brasileira e, concomitantemente a esse aumento, foi 
também verificado um aumento abrupto no número de traba-
lhadores lesionados.
Atualmente, esses programas abrangem todo o país, com 
mais de 500 mil praticantes, envolvendo múltiplas empresas e 
objetivos relacionados à saúde e ao bem-estar do trabalhador.
124 © ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 4 – GINÁSTICA LABORAL
2.2. GINÁSTICA LABORAL: DEFINIÇÕES
A Ginástica Laboral (GL) apresenta diversas definições. Cas-
tilho (2001) define a GL como um conjunto de práticas elabora-
das a partir da atividade profissional, exercida pelo colaborador, 
em que se procura compensar as estruturas osteomusculares 
mais utilizadas e ativar as que não são requeridas durante o tra-
balho, relaxando-as e tonificando-as.
Segundo Carvalho (2003), a GL é definida como sendo o 
exercício físico orientado e praticado durante o horário do expe-
diente visando a benefícios pessoais no trabalho, que tem por 
objetivo minimizar os impactos negativos oriundos do sedenta-
rismo na vida e na saúde do trabalhador. 
Mendes (2004) e Leite (2004) a definem como um progra-
ma de recuperação e manutenção da qualidade de vida e de pro-
moção do lazer, planejada e aplicada no ambiente de trabalho 
durante o expediente. Esta é popularmente denominada Ativida-
de Física na Empresa, GL Compensatória, Ginástica do Trabalho 
ou Ginástica de Pausa.
Já Delbin e Moraes (2005) afirmam que a GL consiste na 
execução de exercícios de aquecimento musculoesquelético, 
que tem por finalidade preparar o organismo para o trabalho fí-
sico, atuando de forma preventiva e terapêutica, sem gerar no 
trabalhador a sensação de cansaço excessivo.
Por meio de sua prática, a GL propõe-se a criar um espa-
ço, no qual os trabalhadores, espontaneamente, exercem várias 
atividades, exercícios físicos, sendo muito mais do que um con-
dicionamento mecanicista, repetitivo e autônomo. É a atividade 
realizada durante o próprio período do expediente e que abran-
125© ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 4 – GINÁSTICA LABORAL
ge inúmeros aspectos, tais como: aspectos psíquicos, sociais e 
fisiológicos no ambiente de trabalho.
A Ginástica Laboral no Brasil é praticada com intervalos de 
cinco a dez minutos diários. O seu objetivo é proporcionar ao 
funcionário uma melhor utilização de sua capacidade funcional 
por meio de exercícios de alongamento, de prevenção de lesões 
ocupacionais e dinâmicas de recreação. O programa de ativida-
des deve ser desenvolvido após uma avaliação criteriosa do am-
biente de trabalho e de cada funcionário em particular, respei-
tando a realidade da empresa e as condições disponíveis.
Existe uma divisão didática da GL em duas modalidades: 
1) Ginástica Laboral Preparatória;
2) Ginástica Laboral Compensatória.
Ginástica Laboral Preparatória
São exercícios físicos realizados pelos funcionários no pró-
prio local de trabalho, antes do trabalho ou logo nas primeiras 
horas deste. Na maioria das vezes, não é possível implantar em 
todos os setores antes de iniciar a jornada, sendo a ginástica 
realizada logo no início do turno, mas isso não a descaracteriza 
como preparatória. A sessão é constituída de exercícios de aque-
cimentos e/ou alongamentos específicos para determinadas es-
truturas exigidas durante a realização da tarefa.
O objetivo é aumentar a circulação sanguínea, aumentar a 
viscosidade das articulações e tendões e lubrificá-los. Segundo 
Dias (1994), esses exercícios atuam de forma preventiva, aque-
cendo a musculatura e despertando o corpo, prevenindo aciden-
tes de trabalho, distensões musculares e doenças ocupacionais. 
126 © ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 4 – GINÁSTICA LABORAL
Figura 1 Exemplo de GL preparatória.
Ginástica Laboral Compensatória ou de Pausa
São exercícios físicos realizados no meio do expediente de 
trabalho, como uma pausa ativa para executar exercícios especí-
ficos de compensação que agem de forma terapêutica, para rela-
xar os músculos que trabalham em excesso durante a jornada de 
trabalho por meio da contração dos seus antagonistas. Essa gi-
nástica também permite a quebra da rotina, despertando os tra-
balhadores e prevenindo, dessa maneira, acidentes de trabalho.
127© ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 4 – GINÁSTICA LABORAL
Figura 2 Exemplo de GL compensatória.
2.3. OBJETIVOS DOS PROGRAMAS DE GINÁSTICA LABORAL
Os objetivos da Ginástica Laboral, segundo Polito e Berga-
maschi (2002), com base em diversos autores, são: 
1) prevenção dos distúrbios osteomusculares relaciona-
dos ao trabalho (DORTs);
2) melhora da atenção durante o trabalho;
3) redução dos acidentes de trabalho;
4) diminuição do absenteísmo e procura ambulatorial; 
5) redução da rotatividade dos funcionários;
6) melhora da condição física geral; 
7) prevenção da fadiga muscular; 
8) aumento do ânimo e disposição para o trabalho; 
128 © ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORALUNIDADE 4 – GINÁSTICA LABORAL
9) melhora da qualidade de vida e do trabalho; 
10) promoção da saúde; 
11) promoção da consciência corporal; 
12) melhora do relacionamento interpessoal.
A Ginástica Laboral pode fornecer diversos benefícios, de-
pendendo da competência, grau de conscientização e postura 
ética adotada pelos profissionais que a conduzem. Contudo, é 
preciso conteúdo e senso crítico para entender que a ginástica 
não pode ser vista como uma panaceia universal! Essa é uma me-
dida que traz resultados positivos diretamente relacionados com 
o tipo de exercício que utiliza e a forma como este é aplicado. 
O sucesso dos programas de exercício em ambiente ocu-
pacional depende de profissionais bem preparados para a ela-
boração e aplicação de tais programas. Assim, é importante ter 
domínio sobre princípios fisiológicos básicos relacionados às 
transformações geradas pelo exercício sobre os diferentes sis-
temas do organismo humano. Além disso, é também importan-
te resgatar os conhecimentos sobre Fisiologia do Exercício para 
compreender como o exercício pode atuar nesses sistemas. Essa 
compreensão mais abrangente permite uma visão mais ampla e 
crítica sobre os reais efeitos da GL. 
A seguir, abordaremos resumidamente os benefícios do 
exercício físico nos principais sistemas sobre os quais o exercício 
desencadeia respostas. 
129© ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 4 – GINÁSTICA LABORAL
2.4. BENEFÍCIOS DO EXERCÍCIO FÍSICO NOS PRINCIPAIS SISTE�
MAS DO CORPO HUMANO
Papel do exercício no Sistema Cardiorrespiratório
Figura 3 Sistema Cardiorrespiratório.
130 © ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 4 – GINÁSTICA LABORAL
Os benefícios do exercício físico no Sistema Cardiorrespi-
ratório são:
1) Melhora o rendimento do coração ao produzir as ne-
cessidades energéticas do miocárdio mediante a redu-
ção da frequência cardíaca e da pressão sanguínea. 
2) Incrementa o débito cardíaco à custa de maior volume 
sistólico e de diminuição da frequência cardíaca. 
3) Aumenta a diferença arteriovenosa de oxigênio, como 
resultado da distribuição mais eficiente do fluxo san-
guíneo para os tecidos ativos e da maior capacidade 
desses tecidos em extrair e utilizar o oxigênio. 
4) Eleva a taxa total de hemoglobina e beneficia a dinâ-
mica circulatória, o que facilita a capacidade de forne-
cimento de oxigênio aos tecidos. 
5) Favorece o retorno venoso e evita o represamento do 
sangue nas extremidades do corpo. 
6) Aumenta a ventilação pulmonar mediante ganho no vo-
lume-minuto e na redução da frequência respiratória. 
131© ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 4 – GINÁSTICA LABORAL
Adaptações promovidas no Sistema Musculoesquelético
Figura 4 Sistema Musculoesquelético.
As adaptações promovidas pelo exercício físico no Sistema 
Musculoesquelético são:
1) Aumento do número e da densidade dos capilares san-
guíneos dos músculos esqueléticos, oferecendo ainda 
maior incremento em seus diâmetros durante a reali-
zação dos esforços físicos.
2) Elevação do conteúdo de mioglobina dos músculos es-
queléticos e aumento da quantidade de oxigênio den-
tro da célula, o que facilita a difusão do oxigênio para 
as mitocôndrias. 
132 © ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 4 – GINÁSTICA LABORAL
3) Melhora da estrutura e das funções dos ligamentos, 
dos tendões e das articulações.
4) Aumento da força das inserções ligamentares e tendi-
nosas; além disso, o ponto de ruptura dos ligamentos 
e tendões fica maior após o treinamento físico (prin-
cipalmente ao treino de força), resultando em menor 
probabilidade de lesões.
5) Promove hipertrofia da camada cortical óssea e do 
osso trabecular; porém, essas adaptações são depen-
dentes da intensidade do programa de treinamento. 
6) Aumento do conteúdo mineral ósseo específico no lo-
cal onde o estímulo é realizado; sendo assim, levanta-
dores de peso possuem maior densidade mineral ós-
sea nos braços que a dos corredores.
7) Aumento na espessura da cartilagem responsável pela 
sustentação das sobrecargas.
Efeitos psicológicos e sociais do exercício
Figura 5 Sistema Neurológico.
Alguns efeitos psicológicos e sociais do exercício são: 
1) melhora da capacidade de trabalho; 
2) melhora da imagem de si próprio;
133© ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 4 – GINÁSTICA LABORAL
3) melhora da sensação de bem-estar; 
4) reduz a ansiedade e a depressão;
5) melhora do apetite e do ritmo de sono.
Efeitos do exercício no Sistema Endócrino
Figura 6 Sistema Endócrino. 
Durante o exercício físico ocorre o aumento na concentra-
ção sanguínea de GH, proporcional à intensidade do exercício, e 
pode favorecer a utilização dos lipídeos como fonte de energia.
134 © ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 4 – GINÁSTICA LABORAL
Os níveis dos hormônios tireoidianos também aumentam 
durante o exercício físico, principalmente no exercício físico de 
alta intensidade, mas não se conhece a razão desse aumento.
As catecolaminas (adrenalina e noradrenalina) têm seus ní-
veis circulantes aumentados durante o exercício físico e, quanto 
maior a intensidade do esforço, maior será o aumento nos níveis 
sanguíneos desses hormônios. Esses hormônios atuam sobre o 
tecido adiposo, promovendo lipólise (quebra de gordura para ser 
utilizada na produção de ATP) e também um aumento na glice-
mia durante o exercício físico.
O hormônio cortisol também tem seus níveis sanguíneos 
aumentados durante o exercício físico. A principal função desse 
aumento é estimular a gliconeogênese hepática (produção de 
glicose a partir de fontes que não são carboidratos, como as pro-
teínas, por exemplo) e com isso garantir a chegada de substratos 
energéticos (glicose) aos músculos ativos.
A resposta da testosterona durante o exercício físico é idên-
tica em homens e mulheres com aumento do hormônio, sendo 
verificado e proporcional à intensidade do esforço. Obviamente, 
o aumento nos níveis de testosterona nos homens é maior do 
que nas mulheres.
Durante o exercício físico, tanto a glicose como os lipídeos 
são necessários como fonte de produção de ATP. Como o glu-
cagon promove a liberação dessas substâncias na corrente san-
guínea, é certo que esse hormônio aumenta durante o exercício 
físico. Os níveis de glucagon aumentam de acordo com a intensi-
dade do esforço; assim, quanto mais intenso o esforço, maior a 
liberação de glucagon.
135© ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 4 – GINÁSTICA LABORAL
Se os níveis de glucagon aumentam durante o exercício, os 
níveis de insulina obviamente diminuem. Isso pode soar estra-
nho, pois, como sabemos, a insulina é o hormônio responsável 
por "enviar" glicose para o interior das células. Se os músculos 
ativos precisam de mais glicose para produzir ATP e se a insuli-
na é o hormônio que permite que a glicose entre nas células e 
está diminuída durante o exercício físico, como o músculo ativo 
consegue produzir ATP utilizando glicose? A resposta é simples: 
músculo ativo não precisa de insulina para captar glicose da cor-
rente sanguínea. Esse é um dos motivos pelo qual o exercício 
físico é imprescindível para os indivíduos portadores de diabete.
No entanto, o treinamento físico provoca a diminuição na 
magnitude das respostas hormonais durante o exercício físico. 
Assim, quanto mais treinado for o indivíduo, mais intenso deverá 
ser o exercício físico para produzir as alterações hormonais que 
foram relatadas anteriormente.
Com base no conteúdo anterior, percebemos que as res-
postas desencadeadas no organismo pelo exercício são depen-
dentes da magnitude da exposição ao exercício. Assim, é funda-
mental compreender que determinadas respostas ocorrerão em 
função da especificidade do exercício realizado, da carga utiliza-
da, frequência e duração desse exercício. 
2.5. ELABORAÇÃO DE PROTOCOLOS DE EXERCÍCIOSPor se tratar de uma prática relativamente recente em 
todo o mundo e pelo fato de poder ser aplicada com múltiplos 
objetivos, ainda não existe um consenso sobre a melhor forma 
de aplicação desse tipo de intervenção quanto ao tipo de exercí-
cio a ser utilizado, a frequência e a duração das sessões.
136 © ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 4 – GINÁSTICA LABORAL
Como vimos, no Brasil, a Ginástica Laboral é aplicada basi-
camente por meio de sessões de alongamento, apresenta curta 
duração (5 a 10 minutos), é realizada muitas vezes por monitores 
(também conhecidos como multiplicadores – que muitas vezes 
são os próprios trabalhadores da linha de produção) e sem o 
acompanhamento regular e a supervisão de um profissional de 
saúde habilitado. 
Contudo, tais resultados são dependentes de um planeja-
mento adequado de acordo com os objetivos que se pretende 
atingir. Um programa de exercícios composto por 5 a 10 minutos 
de alongamento jamais será suficiente para prevenir e controlar 
sintomas musculares decorrentes da exposição a uma jornada 
inteira de trabalho com exposição a um conjunto de fatores fí-
sicos de risco (manuseio de cargas pesadas, uso de ferramentas 
e postos de trabalho ergonomicamente inadequados etc.) e psi-
cossociais (baixo suporte social, longas jornadas de trabalho, por 
exemplo).
Não se pode esperar realizar uma sessão meramente lúdi-
ca e com ela alcançar a melhora da flexibilidade, do condiciona-
mento aeróbico ou a capacidade física dos trabalhadores. Não 
se pode esperar que esse tipo de treino (que pode, quando bem 
planejado, trazer benefícios em relação a aspectos psicológicos) 
seja efetivo no controle de lesões musculoesqueléticas. Isso por-
que não têm potencial de promover estímulo fisiológico suficien-
te sobre os músculos para proporcionar mudanças bioquímicas 
estruturais. Deve haver um compromisso ético por parte dos 
profissionais que planejam tais programas e são responsáveis 
por sua aplicação. 
A Ginástica Laboral pode trazer importantes benefícios ao 
trabalhador, desde que seja planejada de forma criteriosa, seja 
137© ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 4 – GINÁSTICA LABORAL
aplicada de forma adequada por profissionais habilitados e, aci-
ma de tudo, seja praticada de forma regular e com comprometi-
mento e envolvimento por parte dos trabalhadores.
2.6. PLANEJAMENTO E CONDUÇÃO DE UM PROGRAMA DE GI�
NÁSTICA LABORAL
O primeiro passo para a elaboração de um programa de GL 
de qualidade é conhecer:
1) os setores mais críticos e com maior número de 
queixas;
2) o tipo de atividade realizada pelos trabalhadores; 
3) o tipo de demanda física e/ou cognitiva da tarefa; 
4) a rotina do setor.
Depois disso...
• Analisar os resultados da avaliação do ambiente físico 
(AET) e investigar as principais demandas biométricas 
da tarefa.
• Realizar levantamento das principais necessidades dos 
trabalhadores.
A seguir, é apresentado um roteiro simples para observa-
ção das principais exigências da tarefa.
Roteiro para análise das posturas e movimentos durante o 
trabalho
1) O trabalho é realizado em pé e/ou sentado?
2) Quais são as principais posturas de:
138 © ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 4 – GINÁSTICA LABORAL
a) pescoço;
b) ombros;
c) cotovelo;
d) punho/mãos;
e) tronco;
f) MMII (Há agachamento?).
3) A atividade requer uso de força? Se sim, com qual 
frequência?
4) Há movimentos repetitivos? Se sim, quais?
5) Há posturas mantidas? Se sim, quais?
6) Velocidade de realização do movimento:
7) ( ) lenta ( ) moderada ( ) rápida
8) Qual a região do corpo mais sobrecarregada/requisita-
da pela tarefa?
O próximo passo...
Planejar o programa de GL, considerando: 
1) o tipo de exercício mais adequado para se obter os re-
sultados esperados; 
2) o número de séries e repetições; 
3) o tempo total de duração da sessão de modo a tentar 
adequá-lo à rotina do setor;
4) o tempo mínimo (em meses ou semanas).
Apresentação do projeto
• Engajamento em ação coordenada entre SESMT, ge-
rências, chefes de setores, supervisores e membros da 
139© ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 4 – GINÁSTICA LABORAL
CIPA para definir grau de disponibilidade, melhor horá-
rio para realização do exercício, frequência e duração 
das sessões.
Figura 7 Exemplo de CIPA.
• Realizar previamente um trabalho de conscientização 
do trabalhador sobre a importância do exercício para 
sua saúde e buscar conhecer as expectativas do traba-
lhador de modo a envolvê-lo no processo.
• Oferecer o programa por meio de profissionais capaci-
tados e devidamente habilitados para tal. Isso porque 
se trata de uma medida de promoção de saúde, cujos 
efeitos dependem de uma participação constante, rea-
lizada de forma correta pelo trabalhador e sob supervi-
são adequada.
140 © ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 4 – GINÁSTICA LABORAL
Figura 8. Ginástica Laboral com supervisão. 
2.7. APLICAÇÃO PRÁTICA DA GL
Coury, Moreira e Dias (2009) destacam a importância da 
presença de um profissional preparado para fornecer orientação, 
acompanhar as sessões e auxiliar na realização correta do exer-
cício para uma maior efetividade do treinamento. Contudo, nem 
sempre essa condição é verificada. Com o objetivo de reduzir 
custos, muitas empresas fazem uso de multiplicadores dos pro-
gramas de exercício que muitas vezes são os próprios funcioná-
rios das empresas. Os multiplicadores são eleitos para ministrar 
os exercícios para os colegas de trabalho, embora não possuam 
o nível de informação e formação para tal. Assim, são conduzidas 
sessões de baixa qualidade, sem motivação, com pobre adesão 
e, consequentemente, sem resultados positivos. Além disso, a 
execução incorreta dos exercícios pode gerar desconforto entre 
os participantes.
Nesses casos, a atividade física pode tornar-se uma "faca 
de dois gumes”. Isso porque, ao ser conduzida por mãos inap-
tas, poderá produzir lesões, além de gerar resultados físicos e 
psíquicos negativos. Em vez de exercer seu papel educativo e de 
promoção da saúde, a ginástica passa a ser vista de forma su-
141© ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 4 – GINÁSTICA LABORAL
bestimada. Dessa maneira, é importante ressaltar que, durante 
as sessões, o acompanhamento próximo de um profissional da 
saúde é necessário.
Figura 9 Exemplo de aplicação incorreta da GL que pode contribuir para o surgimento 
de sintomas dolorosos. 
A prática da Ginástica Laboral requer a participação de 
uma equipe multidisciplinar capacitada, sendo o profissional de 
Educação Física o mais indicado para ministrar um programa de 
Ginástica Laboral, pois ele estará apto a corrigir e adaptar as ativi-
dades do programa à necessidade e individualidade do trabalha-
dor, além de ter formação intrinsecamente vinculada a questões 
educativas e motivacionais relacionadas à prática do exercício. 
É importante ressaltar que nenhum programa de promo-
ção da saúde deve ser imposto de forma obrigatória aos traba-
lhadores. Devem participar apenas as pessoas que se voluntaria-
rem espontaneamente; porém, é muito importante esclarecer a 
importância desta prática para o trabalhador.
Guerra (1995) contribui dizendo haver cinco etapas para 
que a implantação da Ginástica Laboral tenha êxito:
142 © ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 4 – GINÁSTICA LABORAL
1) Avaliação e diagnóstico, analisando a aptidão física, 
qualidade de vida, demandas biomecânicas e condi-
ções ergonômicas do trabalho, a fim de permitir uma 
correta adequação da atividade física. 
2) Planejamento e estruturação do programa, prevendo 
inclusive a motivação, compreensão da validade, aval 
e aceitação do programa por parte dos funcionários. 
3) Conscientização de todos os funcionários da empresa 
sobre os problemas provenientes da má postura(den-
tro e fora do trabalho), sua prevenção e o incentivo à 
prática regular da atividade física. 
4) Implantação do projeto-piloto, possibilitando ajustes 
antes da sua expansão a outros setores. 
5) Avaliação dos resultados, incluindo questões relacio-
nadas à qualidade do trabalho, produtividade e quali-
dade de vida. 
2.8. ENTENDENDO UM POUCO MAIS SOBRE A IMPORTÂNCIA 
DO TIPO DE TREINO A SER UTILIZADO NOS PROGRAMAS DE 
GINÁSTICA LABORAL
Pesquisas recentes têm demonstrado que exercícios envol-
vendo alguma forma de resistência física, como halteres, equi-
pamentos isocinéticos, faixas elásticas e exercícios utilizando a 
resistência do próprio corpo contra a gravidade são eficazes no 
controle da dor musculoesquelética relacionada ao trabalho nas 
regiões lombar e cervical. 
Isso porque, de acordo com o American College of Sports 
Medicine, as adaptações mais pronunciadas do músculo em ní-
143© ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 4 – GINÁSTICA LABORAL
vel celular são atingidas em resposta a treinos dinâmicos de for-
ça, envolvendo tanto contrações excêntricas como concêntricas. 
A associação entre exercício resistido e redução de sinto-
mas pode ser explicada, pelo menos em parte, pelo fato de que 
contrações musculares fortes ativam os receptores de tensão do 
músculo, cujas aferências provocam a liberação de opioides en-
dógenos que estimulam a liberação de endorfina pela glândula 
pituitária. Assim, acredita-se que o aumento dos níveis de en-
dorfina ao final do treinamento levaria à redução tanto da dor 
central como da periférica.
Outra hipótese em relação ao papel de treinos resistidos 
sobre o alívio dos sintomas dolorosos estaria relacionada ao fato 
de que os treinos de força e/ou resistência teriam papel na esti-
mulação do crescimento dos capilares sanguíneos, o que otimi-
zaria a oferta de oxigênio, a remoção de resíduos metabólicos 
algogênicos e promoveria a melhor nutrição do tecido muscular.
Em relação aos treinos leves aplicados em ambiente ocu-
pacional (exercícios de alongamento e relaxamento), verifica-se 
que são pouco eficientes em reduzir sintomas dolorosos. Isso 
porque tais treinos não são capazes de gerar estímulos muscula-
res suficientes para promover mudanças fisiológicas substanciais 
sobre o mecanismo da dor muscular crônica. Eventualmente, 
treinos leves envolvendo relaxamento, socialização etc. podem 
ter efeitos positivos sobre a produtividade e promover hábitos 
mais saudáveis, ou mesmo exercer um efeito positivo sobre as-
pectos cognitivos e emocionais, como o estado de ânimo, e me-
lhorar a imagem que os trabalhadores têm da empresa, mas não 
são suficientes para promover melhora na função muscular.
Entre os trabalhadores que realizam trabalhos sedentários, 
a aplicação de programas de exercício que incluem uma ampla 
144 © ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 4 – GINÁSTICA LABORAL
gama de atividades físicas tem se mostrado eficaz para a me-
lhoria da saúde e prevenção de lesões musculoesqueléticas. No 
entanto, entre os trabalhadores com alta demanda de trabalho 
físico, a estratégia ótima deve ser voltada para o aumento da 
capacidade física necessária para cumprir as demandas do tra-
balho. Assim, a realização exclusiva de programas de alongamen-
to tanto para trabalhadores envolvidos com atividades pesadas, 
como para aqueles que realizam atividades mais sedentárias não 
trará efeitos significativos na prevenção de lesões.
2.9. DURAÇÃO, INTENSIDADE E SUPERVISÃO DOS PROGRA�
MAS DE EXERCÍCIO
Os efeitos dos exercícios em ambiente ocupacional podem 
ser identificados a partir da décima semana de treinamento. Es-
tudos que utilizaram programas de GL mais curtos, com dura-
ção inferior a 10 semanas, não conseguiram alcançar resultados 
positivos. Ou seja, existe uma forte evidência de que um tempo 
mínimo de treinamento é necessário para que as alterações fi-
siológicas ocorram nos músculos de trabalhadores para a obten-
ção de benefícios nos exercícios realizados em ambientes ocu-
pacionais. Da mesma forma que ocorre com atletas, também é 
necessário um tempo mínimo de 8 semanas para que ocorram 
as adaptações musculares ao treino de força (aumento da força 
voluntária). Assim, novamente verificamos a questão da especi-
ficidade dos resultados de acordo com cada realidade (tipo de 
exposição, participantes e treinamento) 
Em relação à intensidade do treinamento (frequência 
e duração das sessões), não existe na literatura evidência que 
permita uma orientação mais específica sobre a frequência e a 
duração das sessões necessárias para promover alívio dos sinto-
145© ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 4 – GINÁSTICA LABORAL
mas. Contudo, verifica-se que, de modo geral, as sessões mais 
longas (com duração de 30 minutos a 1 hora) são associadas a 
frequências menores (duas vezes por semana) e as mais curtas, a 
frequências maiores, e mostram resultados positivos em ambos 
os casos. 
Assim, verificamos que não existem modelos prontos para 
a prática de exercício em ambiente ocupacional. É necessário 
que o profissional desenvolva senso crítico e fortaleça sua base 
teórica para elaborar programas que se adéquem às necessida-
des dos trabalhadores e características da empresa na qual está 
inserido. 
Lembre-se sempre de que a atuação multidisciplinar har-
mônica é fundamental para se obter sucesso com tais interven-
ções. Esse sucesso é expresso em função da participação assídua 
dos trabalhadores (sabemos que dificilmente conseguiremos 
100% de adesão, por isso é importante sempre buscar o diálogo 
com os resistentes para identificar os pontos que os desmotivam 
a participar), conquista do respeito e credibilidade dos membros 
envolvidos na equipe multidisciplinar e satisfação dos funcioná-
rios com o programa. 
A prática da Ginástica Laboral não deve ser utilizada como 
única forma de prevenção de lesões! Intervenções ergonômicas 
para minimizar os riscos e garantir condições de trabalho ade-
quadas são de fundamental importância para garantir um am-
biente de trabalho saudável.
146 © ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 4 – GINÁSTICA LABORAL
3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR 
O Conteúdo Digital Integrador representa uma condição 
necessária e indispensável para você compreender integralmen-
te os conteúdos apresentados nesta unidade.
O primeiro texto é uma revisão sistemática da literatura, 
que tem por objetivo avaliar a efetividade e fornecer evidências 
a respeito da prática de exercício físico no ambiente ocupacional 
para o controle da dor musculoesquelética. Esse trabalho traz 
grandes contribuições para a área.
• COURY, H. J. C. G.; COURY, R. F. C.; MOREIRA, N. B. D. 
Efetividade do exercício físico em ambiente ocupacio-
nal para o controle da dor cervical, lombar e do ombro: 
uma revisão sistemática. Revista Brasileira de Fisiotera-
pia, v. 13, n. 6, p. 461-79, 2009.
O segundo estudo é sobre a aplicação de um programa de 
Ginástica Laboral a fim de reduzir sintomas musculoesqueléticos 
e o estresse.
• FREITAS-SWERTS, F. C. T.; ROBAZZI, M. L. C. Efeitos da Gi-
nástica Laboral Compensatória na redução do estresse 
ocupacional e dor osteomuscular. Revista Latino-Ameri-
cana de Enfermagem, v. 22, n. 4, p. 629-36, 2014.
Já o terceiro e último estudo irá abordar a questão da ade-
são ao programa de Ginástica Laboral, peça fundamental para 
que alcancemos bons resultados.
• SOARES, R. G.; ASSUNÇÃO, A. A.; LIMA, F. P. A. A bai-
xa adesão ao programa de Ginástica Laboral: buscando 
elementos do trabalho para entender o problema. Re-
vista Brasileira de Saúde Ocupacional, v. 31, n. 114, p. 
149-160, 2006.
147© ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 4 – GINÁSTICA LABORAL
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS 
A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para 
você testar o seu desempenho. Se encontrar dificuldades em 
responderas questões a seguir, você deverá revisar os conteú-
dos estudados para sanar as suas dúvidas.
1) No Brasil, a GL é praticada com intervalos de:
a) 30 a 40 minutos.
b) 100 a 120 minutos.
c) cinco a dez minutos diários.
d) um a dois minutos.
2) Com relação à GL preparatória, não podemos afirmar que:
a) são exercícios físicos realizados pelos funcionários no próprio local de 
trabalho.
b) devem ser sempre realizada antes do início do trabalho; após esse pe-
ríodo, classificamos como GL compensatória.
c) a sessão é constituída de exercícios de aquecimentos e/ou alongamen-
tos específicos para determinadas estruturas exigidas durante a reali-
zação da tarefa.
d) o objetivo é aumentar a circulação sanguínea, lubrificar e aumentar a 
viscosidade das articulações e tendões.
3) Com relação à GL compensatória, não podemos afirmar que:
a) são exercícios físicos realizados no meio do expediente de trabalho.
b) também pode ajudar a prevenir acidentes de trabalho.
c) pode ser realizada uma pausa ativa para executar exercícios específi-
cos de compensação. 
d) esse tipo de exercício não tem como objetivo despertar o trabalhador.
4) Qual alternativa não representa um dos objetivos da GL?
a) Aumento do ânimo e disposição para o trabalho
b) Promoção da saúde.
c) Promoção do aumento da rotatividade dos funcionários. 
d) Diminuição do absenteísmo e procura ambulatorial.
148 © ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 4 – GINÁSTICA LABORAL
5) Sobre o papel do exercício físico no Sistema Cardiorrespiratório, não é cor-
reto afirmar que:
a) melhora o rendimento do coração.
b) favorece o retorno venoso.
c) eleva a taxa de hemoglobina.
d) diminui a ventilação pulmonar.
6) Sobre o papel do exercício físico no Sistema Musculoesquelético, não é 
correto afirmar que:
a) diminui o número e a densidade dos capilares sanguíneos dos múscu-
los esqueléticos.
b) aumenta a força das inserções ligamentares e tendinosas.
c) promove hipertrofia da camada cortical óssea e do osso trabecular.
d) aumenta a espessura da cartilagem responsável pela sustentação das 
sobrecargas.
7) Com relação à elaboração de protocolo de exercício, podemos afirmar 
que:
a) existe um consenso sobre a melhor forma de aplicação desse tipo de 
intervenção quanto ao tipo de exercício a ser utilizado, a frequência e 
a duração das sessões.
b) no Brasil, a Ginástica Laboral é aplicada por meio de sessões de alon-
gamento, apresenta longa duração.
c) todos os tipos de treinos, mesmo os de curta duração e apenas com 
exercícios de alongamento, têm potencial de promover estímulo fisio-
lógico suficiente sobre os músculos para proporcionar mudanças bio-
químicas estruturais.
d) a GL deve ser planejada de forma criteriosa, aplicada de forma ade-
quada por profissionais habilitados e, acima de tudo, praticada de for-
ma regular. 
8) Classifique as afirmações a seguir como verdadeiras ou falsas e escolha a 
alternativa correspondente a essa classificação.
I - O primeiro passo para a elaboração de um programa de GL de qua-
lidade é conhecer os setores mais críticos e com maior número de 
queixas.
149© ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 4 – GINÁSTICA LABORAL
II - O primeiro passo para a elaboração de um programa de GL de qua-
lidade é conhecer o tipo de atividade realizada pelos trabalhadores. 
III - O primeiro passo para a elaboração de um programa de GL de qua-
lidade é conhecer o tipo de demanda física e/ou cognitiva da tarefa. 
IV - O primeiro passo para a elaboração de um programa de GL de quali-
dade é conhecer a rotina do setor. 
a) V, V, V, V.
b) V, F, F, V.
c) V, V, V, F.
d) F, F, F, F.
9) Classifique as afirmações a seguir como verdadeiras ou falsas e escolha a 
alternativa correspondente a essa classificação.
1) Para o planejamento de um programa de GL, devemos considerar:
I - o tipo de exercício mais adequado para se obter os resultados 
esperados. 
II - o número de séries e repetições. 
III - o tempo total de duração da sessão de modo a, ao máximo possí-
vel, adequá-lo à rotina do setor.
a) V, V, F.
b) F, F, F.
c) V, V, V.
d) V, V, F.
10) Quem são os multiplicadores dos programas de exercícios?
a) Profissionais qualificados para a supervisão da GL.
b) Trabalhadores da própria empresa, sem qualificação para supervisio-
nar a GL.
c) Trabalhadores de outras empresas.
d) Chefes das empresas.
11) Em relação aos treinos resistidos aplicados no ambiente ocupacional, não 
podemos afirmar que: 
a) são eficazes no controle da dor musculoesquelética relacionada ao tra-
balho nas regiões lombar e cervical.
150 © ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 4 – GINÁSTICA LABORAL
b) adaptações mais pronunciadas do músculo em nível celular são atingi-
das em resposta a treinos de força dinâmicos, envolvendo tanto con-
trações excêntricas como concêntricas.
c) uma hipótese para o treino resistido reduzir os sintomas dolorosos es-
taria relacionada ao fato de que os treinos de força e/ou resistência 
teriam papel na estimulação do crescimento dos capilares sanguíneos.
d) não reduzem os sintomas musculoesqueléticos, pois os exercícios re-
sistidos causam rupturas de fibras, aumentando a dor.
12) Em relação aos treinos leves aplicados no ambiente ocupacional, não po-
demos afirmar que: 
a) são muito eficientes em reduzir sintomas dolorosos.
b) não são capazes de gerar estímulos musculares suficientes para pro-
mover mudanças fisiológicas substanciais sobre o mecanismo da dor 
muscular crônica.
c) podem ter efeitos positivos sobre a produtividade e promover hábitos 
mais saudáveis.
d) não são suficientes para promover melhora na função muscular.
13) Sobre a duração dos programas de exercícios, não podemos afirmar que:
a) os programas de GL devem ter duração superior a 10 semanas.
b) existe uma forte evidência de que um tempo mínimo de treinamento 
é necessário para que as alterações fisiológicas ocorram nos músculos 
de trabalhadores para a obtenção de benefícios nos exercícios realiza-
dos em ambientes ocupacionais.
c) a partir da primeira sessão, já há redução de dor musculoesquelética.
d) programas de exercícios com longa duração têm maior impacto so-
bre a redução dos sintomas musculoesqueléticos do que os de curta 
duração.
14) Sobre os efeitos psicológicos e sociais do exercício, não é correto afirmar 
que:
a) altera negativamente o ritmo do sono.
b) melhora a capacidade de trabalho.
c) reduz a ansiedade e a depressão.
d) aumenta a sensação de bem-estar.
151© ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 4 – GINÁSTICA LABORAL
Gabarito 
Confira, a seguir, as respostas corretas para as questões au-
toavaliativas propostas:
1) c.
2) b.
3) d.
4) c.
5) d.
6) a.
7) d.
8) a.
9) c.
10) b.
11) d.
12) a.
13) c.
14) a.
5. CONSIDERAÇÕES 
Chegamos ao término da quarta e última unidade de Er-
gonomia e Ginástica Laboral. Este material possibilitou a você 
um conhecimento sobre o que é a Ergonomia e sua história, o 
152 © ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 4 – GINÁSTICA LABORAL
que é uma análise ergonômica do trabalho e o protocolo mais 
utilizado para esse fim, bem como conhecer sobre as doenças 
osteomusculares relacionadas ao trabalho e também sobre uma 
das intervenções possíveis de serem implementadas no ambien-
te ocupacional, que é a Ginástica Laboral. Apesar do conteúdo 
apresentado nesse material conter muitas informações impor-
tantes, é de fundamental relevância que você continue apren-
dendo com a leitura de diversas referências bibliográficas e arti-
gos científicos relacionados a esses assuntos. Lembre-se de que 
você poderá sempre sanar suas dúvidas com o tutor.
6. E-REFERÊNCIAS
Lista de figuras
Figura 1 Exemplo de GL preparatória. Disponível em: <monografiaac.com.br>. Acesso 
em: 25 set. 2014. 
Figura 2 Exemplo de GL compensatória. Disponível em:<http://4.bp.blogspot.com/-
4oJ9K7lkLik/UEf09fVrmoI/AAAAAAAAAkY/7mCkxU5js9c/s1600/>. Acesso em: 12 jan. 
2015. 
Figura 3 Sistema Cardiorrespiratório. Disponível em: < http://www.cirvascular.com/
cirurgia-vascular/entendendo-o-sistema-circulatorio2/ >. Acesso em: 12 jan. 2015. 
Figura 4 Sistema Musculoesquelético. Disponível em: <http://handsonhealthstl.com>. 
Acesso em: 4 nov. 2014.
Figura 5 Sistema Neurológico. Disponível em: <library.thinkquest.org>. Acesso em: 25 
set. 2014. 
Figura 6 Sistema Endócrino. Disponível em: <http://www.savingstudentsmoney.org/
OLI/AnPpost.html>. Acesso em: 4 nov. 2014.
Figura 7 Exemplo da equipe CIPA. Disponível em: <protesegconsultoria.com.br>. 
Acesso em: 19 set 2014. 
Figura 8 Ginástica Laboral com supervisão. Disponível em: <www.claudialana.com>. 
Acesso em 25 set 2014. 
153© ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 4 – GINÁSTICA LABORAL
Figura 9 Exemplo de aplicação incorreta da GL que pode contribuir para o surgimento 
de sintomas dolorosos. Disponível em: <www.blogdamulher.com>. Acesso em: 20 set 
2014. 
Site pesquisado
ARGENTON, W. H.; CANCELLI, R. G.; MITUE, E. A Ginástica Laboral: os contrastes nos 
resultados quando orientada pelo educador físico. Centro Universitário Positivo, 
Curitiba, PR. 2004. Disponível em: < http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/
arquivos/File/2010/artigos_teses/EDUCACAO_FISICA/artigos/A_ginastica_laboral_
os_contrastes.pdf>. Acesso em: 12 jan. 2015.
CARVALHO, S. H. F. Ginástica laboral. Disponível em: <http://www.saudeemmovimento.
com.br>. Acesso em: 12 jan. 2015.
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