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Auditoria Interna – Conceitos e práticas 
www.portaldeauditoria.com.br 1 
 
MMAANNUUAALL DDEE AAUUDDIITTOORRIIAA IINNTTEERRNNAA©© 
 
CCoonncceeiittooss ee pprrááttiiccaass ppaarraa iimmpplleemmeennttaarr aa AAuuddiittoorriiaa IInntteerrnnaa 
 
 
 
 
 
Autor: Ibraim Lisboa 
Auditoria Interna – Conceitos e práticas 
www.portaldeauditoria.com.br 2 
 
MANUAL DE AUDITORIA INTERNA - CONCEITOS E 
PRÁTICAS PARA IMPLEMENTAR A AUDITORIA 
INTERNA© 
 
Autor: Ibraim Lisboa 
 
Distribuição: Portal de Auditoria (www.portaldeauditoria.com.br) e Maph 
Editora (www.maph.com.br) todos os direitos reservados. 
 
 Atenção: esta obra é atualizável. Recomendamos baixá-la periodicamente em seu 
computador, utilizando os mesmos dados de acesso ao site, no endereço 
www.maph.com.br/download.php 
 
 
SUMÁRIO: (clique no título para acessar o tema desejado) 
 
Módulo I – Auditoria Interna 
1. Origem da auditoria 
2. Conceito e Importância da Auditoria Interna 
3. Funções Básicas da Auditoria 
4. Modalidades de Auditoria Interna 
5. Diferenças Básicas entre Auditoria Interna e Auditoria Externa 
6. Estrutura Interna e Funcional de um Departamento de Auditoria 
7. Política e Desenvolvimento de Pessoal 
8. Treinamento 
9. Qualidades do Auditor Interno 
10. Código de Ética do Auditor Interno 
11. Relacionamento entre Auditor e Auditado 
11.1 – Capacidade Técnica e Relações Humanas 
11.2 – Barreiras na Comunicação 
11.2.1 - O Medo do Auditado 
11.2.2 – Atitude de Superioridade por parte do Auditor 
Auditoria Interna – Conceitos e práticas 
www.portaldeauditoria.com.br 3 
11.2.3 – Atitude de julgamento das Atividades e Informações dadas pelo Auditado 
11.2.4 – Ar Dominador e de Certeza por parte do Auditor 
11.2.5 – Ineficácia nas Habilidades de Comunicação Verbal e Não Verbal por parte 
do Auditor 
11.3 - O Que Ajuda a Comunicação entre o Auditor e o Auditado 
11.3.1 – Sinceridade, Honestidade e Abertura 
11.3.2 – Cortesia e Amabilidade 
11.3.3 – Contribuição para a Área Auditada 
11.3.4 – Habilidades de Comunicação Verbal 
11.3.4.1 – Acusar o recebimento 
11.3.4.2 - Refletir 
11.3.4.3 – Parafrasear 
11.3.4.4 – Perguntar 
11.3.4.5 – Elogiar 
11.3.5 – Habilidades de Comunicação Não Verbal 
11.3.5.1 – Atenção 
11.3.5.2 - Expressões Faciais 
11.3.5.3 – Inflexão de Voz 
11.4 – Estilos de Gerência e o Auditor 
11.4.1 – O Estilo Autocrático 
11.4.2 – O Estilo Paternalista 
11.4.3 – O Estilo Apoiador 
11.4.4 – O Estilo Cooperativo 
12. Exercício da Auditoria Interna no plano Internacional 
12.1 – Introdução 
12.2 – Ética Profissional 
12.3 – Atributos Profissionais 
Propósito, Autoridade e Responsabilidade 
Independência e Objetividade 
Proficiência e Zelo Profissional Devido 
Programa de Garantia de Qualidade e Melhoria 
12.4 – Desempenho Profissional 
Gerenciamento da Atividade de Auditoria Interna 
Natureza do trabalho 
Planejamento dos Trabalhos de Auditoria 
Execução do Trabalho de Auditoria 
Comunicação de Resultados 
Monitoração do Progresso 
Resolução da Aceitação de Riscos pela Administração 
12.5 - Questões 
12.6 - Glossário 
 
Módulo II – Controle Interno 
1. Introdução 
2. Auditoria Interna no Processo de Controle 
Auditoria Interna – Conceitos e práticas 
www.portaldeauditoria.com.br 4 
3. Conceitos Básicos de Controle Interno 
4. Controles Internos em Algumas Áreas Operacionais 
4.1 - Compras e Recebimentos de Materiais 
4.2 - Vendas e Expedição de Mercadorias 
4.3 - Contas a pagar 
4.4 - Contas a Receber 
4.5 - Pagamentos 
4.6 - Recebimento 
5. Questões 
Módulo III – Técnicas e Procedimentos de Auditoria 
1. Comprovação 
2. Testes e Amostragens 
3. Exemplos de Aplicação de Técnicas e Procedimentos de Auditoria 
4. Questões 
 
Módulo IV – Programas de Auditoria 
1. Introdução 
2. Conceito 
3. Objetivos do Programa 
4. O Que o Programa de Auditoria Proporciona 
5. Fatores que Afetam o Programa 
6. Elaboração do Programa 
7. Planejamento do Programa 
8. Estrutura do Programa 
9. Utilização do Programa 
10. Tipos de Programa 
11. Vantagens do Programa 
12. Desvantagens do Programa 
Auditoria Interna – Conceitos e práticas 
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13. Considerações Gerais 
14. Questões 
 
Módulo V – Papéis de Trabalho 
1. Conceito 
2. Objetivos dos papéis de Trabalho 
3. O Que Deve Conter os Papéis de Trabalho 
4. Divisão e Arquivo dos Papéis de Trabalho 
5. Referenciação dos Papéis de Trabalho 
6. Utilização de Símbolos 
7. Questões 
Módulo VI – Planejamento de Auditoria e Fatores de Risco 
1. Introdução 
2. Relevância ou Materialidade 
3. Natureza das Operações 
4. Controle Interno 
5. Tempo Decorrido da Última Auditoria 
6. Alterações de Procedimentos 
7. Mudanças de Supervisão 
8. Novos Setores 
9. Interesse da Administração 
10. Tabela de Classes de Riscos 
11. Conclusão 
12. Controles Internos Segundo o Coso 
1 - Introdução 
2 - O Que é o COSO? 
3 - O Trabalho do COSO 
3.1- Definição 
3.2- Processo de Controles Internos 
Auditoria Interna – Conceitos e práticas 
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3.2.1 - Ambiente de Controle 
3.2.2 - Avaliação e Gerenciamento dos Riscos 
3.2.3 - Atividades de Controle 
3.2.4 - Informação e Comunicação 
3.2.5 - Monitoramento 
4 - Proposta de Roteiro 
4.1 - Objetivo 
4.2 - Riscos 
4.3 - Atividades de Controle 
4.4 - Informação, Comunicação e Monitoramento 
4.5 - O Papel de Trabalho 
 
Módulo VII – Relatórios de Auditoria 
1. Conceito 
2. Importância 
3. Tipos de Relatórios e Características Básicas 
4. Pontos de Relatório – Estrutura 
5. Conteúdo do Relatório 
6. Preparação do Relatório – Etapas 
7. Estilo da Redação 
8. Técnicas para Redação 
9. Redação de Relatórios - Problemas Básicos e Exemplos Práticos 
10. Questões 
 
APRESENTAÇÃO 
O mundo dos negócios é dinâmico, as mudanças se processam em todos os setores sociais 
e econômicos. 
A globalização da economia e o surgimento de mercados comuns fazem com que a 
Auditoria Interna deixe de ter uma função com conotação Policialesca e Repressiva para 
ter uma função de assessoramento à Alta Administração e Gestores para o cumprimento da 
missão empresarial e, para isso a Auditoria Interna precisa estar preparada e com suporte 
adequado para que possa cumprir sua missão com eficácia e eficiência. 
Auditoria Interna – Conceitos e práticas 
www.portaldeauditoria.com.br 7 
Empregada como ferramenta de Controle e Gestão de Riscos Empresariais, a Auditoria 
Interna estará contribuindo com seu trabalho de forma eficaz na condução dos negócios 
pelos Gestores. 
Neste cenário, a Auditoria Interna desempenha um papel de importância fundamental para 
as empresas quando identifica Riscos e Falhas de Controles em seus trabalhos. 
Os resultados do trabalho da Auditoria Interna, além de constituírem em algo precioso para 
a tranquilização dos Gestores do alto comando, fornecem recomendações corretivas e 
preventivas à exposição da organização face aos riscos empresariais que podem ser de 
natureza: sistêmica, operacional, financeira, de tecnologia da informação, de recursos 
humanos, mercadológica e de fatores externos que podem impactar os resultados e 
estratégias globais da empresa. 
Assim, adicionalmente, o trabalho eficaz da Auditoria Interna libera os Gestores para a 
condução e o gerenciamento dos negócios, permitindo-lhes exercer com segurança o 
processo decisório sobre as importantes transações empresariais. 
A presente obra aborda de forma ampla eobjetiva os conceitos, práticas, técnicas 
fundamentais, metodologias e princípios que regem as atividades da Auditoria Interna. 
Dirigida a auditores, contabilistas, controllers, empresários, consultores e demais 
profissionais interessados em obter conhecimentos das atividades da Auditoria Interna, 
bem como empresas em fase de implementação ou criação desta área. 
 
 
Sobre o Autor 
IBRAIM LISBOA é Administrador de Empresas, Auditor, Contabilista, Perito, Pós-
Graduado em Direito Empresarial e em Administração e Finanças, Mestre em Marketing, 
Consultor em Gestão Empresarial com mais de 25 anos de experiência em Auditoria, 
Perícias, Prevenção de Riscos Empresariais e Investigação de Fraudes Corporativas. 
Ministra Cursos e Palestras nas áreas de Segurança Patrimonial e Corporativa, Auditoria, 
Prevenção de Fraudes Corporativas e Riscos Empresariais, Redução de Riscos e Custos 
com Passivo Trabalhista, Desenvolvimento e Gestão de Atividades Terceirizadas, dentre 
outros. Forte atuação em Treinamentos Empresariais realizados em todo o Brasil. 
 
MÓDULO I - AUDITORIA INTERNA 
1 – ORIGEM 
Auditoria Interna – Conceitos e práticas 
www.portaldeauditoria.com.br 8 
A auditoria interna começou a vigorar em 1941, em New York, após a fundação do 
Institute of Internal Auditors; mas, para chegar a este ponto, passou por fases bem mais 
modestas. 
A título de exemplo, citamos o caso da Worshiphul Pewters Co. como sendo uma 
da mais remota das referências da prática de “Auditoria”. 
Esta empresa, em 1854, portanto há 87 anos antes do surgimento do Institute, 
nomeou 04 (quatro) de seus membros para examinar suas contas e o desempenho na 
extração, transporte e venda de minério; logo, a atividade da auditoria interna estava sendo 
praticada pelos membros nomeados: 
Exame de contas → Auditoria Contábil 
Análise do Desempenho da 
Extração, Transporte e Venda → Auditoria Operacional 
 de minério. 
 
Afora casos esporádicos como o da Worshiphul Pewters Co., o nível original onde 
começou a atividade hoje em dia conhecida como Auditoria Interna se deu como parte da 
própria evolução do Sistema Capitalista. 
Desde o começo do século passado, as grandes organizações mundiais utilizavam 
os serviços de firmas de Auditoria Pública, Independente; para assegurar aos seus 
acionistas (e investidores) que seus balanços, resultantes de suas atividades industriais e 
comerciais, representavam fielmente a escrituração contábil, dentro de sistemas 
universalmente reconhecidos como válidos. 
Com o desenvolvimento dos mercados internacionais, as administrações das 
grandes organizações começaram a compreender, gradativamente, que as revisões anuais, 
realizadas pela auditoria externa, eram e, ainda, são necessárias para assegurar aos 
investidores e acionistas a correção dos balanços, e, consequentemente, o aumento da 
confiança destes. Entretanto, não era possível que a Auditoria Externa acompanhasse 
minuciosamente as operações, sem que isso incorresse em elevados custos financeiros. 
Por outro lado, foi sentida também a necessidade de dar maior ênfase às normas e 
procedimentos internos, devido ao fato de que o administrador ou em alguns casos o 
proprietário não poderia supervisionar pessoalmente todas as atividades. Entretanto, de 
nada valia a implantação desses procedimentos internos sem que houvesse um 
acompanhamento, no sentido de verificar se estes estavam sendo seguidos pelos 
empregados da empresa. 
Para atender estas necessidades, era necessário manter dentro das próprias 
organizações um grupo de empregados “de confiança” para exercer as funções de 
Auditoria Interna – Conceitos e práticas 
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“Auditores”, que, por pertencerem à própria organização, foram denominados de 
“internos”. 
Inicialmente os “auditores internos” os quais eram chamados de check-clerks 
(auxiliares de verificação), tinham a responsabilidade de, quase que exclusiva a 
conferência e verificação da documentação e consequentemente contabilização relativa às 
transações realizadas. Posteriormente, nas grandes empresas de transporte ferroviário, foi 
também criado um corpo de fiscais denominados Travelling Auditors (Auditores 
Viajantes), aos quais competia visitar continuamente as estações, ao longo da rede 
ferroviária, para assegurar que todo o produto da venda de passagens e de fretes de carga 
estava sendo adequadamente arrecadado e contabilizado. 
A mesma denominação (Auditores Viajantes) passou a ser usada por outro corpo de 
“fiscais contábeis”, empregados de grandes companhias, que visitavam as suas filiais no 
país e no exterior, com o objetivo de verificar se as operações realizadas pelas mesmas 
estavam de acordo com as normas e procedimentos estabelecidas pela sede. 
Todavia, com o desenvolvimento da Indústria e do Comércio verificou-se que os 
auditores internos tinham na realidade funções mais amplas, além da conferência de 
valores e documentos, transformando-se, de meros “conferentes e revisores”, em “olhos e 
ouvidos” da Administração, com força atuante. 
Assim, de um corpo de funcionários de linha, quase sempre, ligados à contadoria, 
suas atribuições, paulatinamente, passaram a ter um enfoque de controle administrativo, 
com o objetivo de medir e avaliar a eficácia e a efetiva aplicação dos outros controles 
internos. 
O seu campo de ação funcional, por outro lado, foi estendido para abranger todas as 
áreas da empresa, e, para garantir a independência de suas atividades, esses profissionais 
passaram a desempenhar funções de assessoria com subordinação direta à alta 
administração. 
 
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2 – CONCEITO E A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA 
2.1 – Finalidade da Auditoria Interna 
A Auditoria Interna tem por finalidade desenvolver um plano de ação que auxilie a 
organização a alcançar seus objetivos adotando uma abordagem sistêmica e disciplinada 
para a avaliação e melhora da eficácia dos processos de gerenciamento de riscos com o 
objetivo de adicionar valor e melhorar as operações e resultados de uma organização. 
Auditoria Interna – Conceitos e práticas 
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2.2 – Objetivo e Alcance da Auditoria Interna 
O objetivo geral da Auditoria Interna é avaliar e prestar ajuda a alta Administração e 
desenvolver adequadamente suas atribuições, proporcionando-lhes análises, 
recomendações e comentários objetivos, acerca das atividades examinadas. 
O auditor interno deve, portanto, preocupar-se com qualquer fase das atividades da 
empresa na qual possa ser de utilidade à Administração. Para conseguir o cumprimento 
deste objetivo geral de serviços à administração, há necessidades de desempenhar 
atividades tais como: 
 Revisar e avaliar a eficácia, suficiência e aplicação dos controles contábeis, financeiros 
e operacionais. 
 Determinar a extensão do cumprimento das normas, dos planos e procedimentos 
vigentes. 
 Determinar a extensão dos controles sobre a existência dos ativos da empresa e da sua 
proteção contra todo tipo de perda. 
 Determinar o grau de confiança, das informações e dados contábeis e de outra natureza, 
preparados dentro da empresa. 
 Avaliar a qualidade alcançada na execução de tarefas determinadas para o 
cumprimento das respectivas responsabilidades. 
 Avaliar os riscos estratégicos e de negócio da organização. 
2.3 – Autoridade e Responsabilidade 
A Auditoria Interna é mais uma função assessorial que de linha. 
Por isso, o Auditor Interno não exerce autoridade direta sobre os outros membros da 
organização, cujo trabalho revisa. 
O Auditor Interno deve ter liberdade para revisar eavaliar as normas, os planos, 
procedimentos e registros; mas seu trabalho de modo algum isenta os demais membros da 
Organização das responsabilidades que lhes foram designadas. 
2.4 – Independência 
Independência é condição essencial para se obter resultados positivos nos trabalhos 
desenvolvidos pela Auditoria Interna. 
Esta independência tem 02 (dois) aspectos principais: 
2.4.1 - A categoria de Auditor Interno dentro da Organização e o apoio que lhe delega a 
administração são fatores determinantes do valor e da amplitude dos serviços que a 
mesma obterá da função de Auditoria Interna. 
Auditoria Interna – Conceitos e práticas 
www.portaldeauditoria.com.br 11 
Por conseguinte, o Gerente da área de Auditoria Interna deverá atuar sob as ordens de 
um administrador de grau suficiente dentro da empresa que lhe assegure um amplo 
campo de ação e atenção adequada aos resultados de suas investigações e 
recomendações, e a efetivação das medidas sugeridas pelo Auditor. 
2.4.2 - Já que a mais completa objetividade é essencial à função de Auditoria, os 
Auditores Internos não devem planejar nem implantar procedimentos, escriturar 
registros, ou ter participação em atividades que, normalmente, devem revisar e avaliar. 
 
3 – FUNÇÕES BÁSICAS DA AUDITORIA 
Após termos a visão conceitual da natureza, do objetivo, responsabilidade/ 
autoridade e independência da auditoria interna, podemos dizer que a “função” de 
Auditoria é um controle gerencial no âmbito de uma organização, que serve de elo 
contributivo e de proteção para os níveis que determinam as políticas e os (níveis) que as 
operacionalizam dentro da empresa. 
Hoje podemos dizer com absoluta segurança que a atuação da Auditoria Interna é 
irrestrita e pode estender-se à totalidade da empresa. 
As funções básicas da Moderna Auditoria Interna poderiam ser assim sintetizadas: 
AVALIAÇÃO DE POLÍTICAS: – Compreendendo todas as diretrizes, normas, metas, 
orçamentos e objetivos da empresa. 
AVALIAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO: – Compreendendo a própria estrutura, grau de 
delegações, controle interno e respectivamente para a consecução das metas, orçamentos e 
objetivos. 
AVALIAÇÃO DE REGISTROS E INFORMAÇÕES: – Que os demonstrativos contábeis, 
financeiros e relatórios administrativos e de gestão. Sejam adequados e constantemente 
apresentados aos responsáveis e/ou interessados. 
TESTES DE AUDITORIA: - Aplicados em níveis e quantidades suficientes que 
assegurem a exatidão, adequação, desempenho, eficiência e completabilidade tanto das 
diretrizes e planos, como das operações e transações. 
ASSESSORAMENTO: - Para simplificar procedimentos e, portanto otimizar os custos. 
 Melhoria da execução e aumento da eficiência das áreas; 
 Correção de problemas organizacionais, funcionais ou operacionais; 
 Otimização de aplicação da legislação fiscal e seus custos; 
 Melhor qualidade e velocidade para a tomada de decisões gerenciais; 
 Assegurar a exatidão, completabilidade, pontualidade e justeza dos demonstrativos 
contábeis, financeiros, fiscais, estatísticos e operacionais da empresa. 
Auditoria Interna – Conceitos e práticas 
www.portaldeauditoria.com.br 12 
 
4 – MODALIDADES DE AUDITORIA INTERNA 
 
A Auditoria Interna, visando adequar a essas novas necessidades desenvolveu 
Modalidades de Auditorias, que sucintamente podemos assim catalogar: 
4.1 – Auditoria Contábil e Financeira 
Visa assegurar a autenticidade das demonstrações financeiras da empresa, através da 
avaliação dos procedimentos e controles contábeis e respectiva aderência aos princípios 
contábeis geralmente aceitos. 
4. 2 – Auditoria Operacional 
Visa melhorar a eficiência dos sistemas operacionais, bem como minimizar custos, 
através da avaliação quanto aderência aos objetivos traçados pela Direção da empresa e 
verificação dos controles e procedimentos aplicados. 
4.3 – Auditoria Fiscal 
Visa assegurar se os controles internos são eficientes para assegurar um bom 
relacionamento entre fisco e o contribuinte, buscando a maior otimização na aplicação da 
legislação fiscal, evitando-se possíveis contingências com passivos tributários, trabalhistas 
e previdenciários. 
4.4 – Auditoria Gestional 
Trata-se da aplicação de procedimentos de auditoria onde o fator sistêmico assume 
uma importância secundária, ficando concentrada nos resultados obtidos em cada sistema. 
Nesta linha de atuação, a ação da auditoria gestional tem como enfoque 
preponderante as análises sobre fatores como custo/ benefício, riscos e processo decisório 
dos administradores. 
4.5 – Auditoria em Sistemas e Processamento Eletrônico de Dados. 
Convencionada como auditoria “através de computador”, sua sistemática vem sendo 
orientada para avaliar a amplitude do controle interno contido no Sistema de PED, 
aquilatar o grau de segurança quanto à completabilidade confidencialidade, qualidade e 
eficiência dos dados processados e, ainda, a avaliação prévia de sistemas em fase de 
implantação ou implantados. 
4.6 – Auditoria Trabalhista 
Auditoria Interna – Conceitos e práticas 
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 Tem por objetivo prevenir irregularidades e possibilidades de desvios, erros e fraudes 
na área trabalhista, evitando punições do fisco e os problemas gerados por ações propostas 
tanto na Justiça do Trabalho quanto na Cível. 
4.7 – Outras Auditorias 
 São todos os outros tipos de auditorias, que atendem particularidades das empresas, 
como por exemplo, Auditoria Técnica, onde existem grandes obras; Auditoria de 
Qualidade Industrial, onde haja necessidade de avaliar o conjunto geral das atividades da 
qualidade a fim de preservar o Sistema de Qualidade, impedindo a sua degradação. 
Como podemos notar, a auditoria interna, “dita moderna”, evolui consideravelmente 
daquelas suas atividades básicas (finanças e administração), fundindo-as e explorando 
outras atividades paralelas, com um evidente processo profissional. Essa crescente 
profissionalização da carreira de auditor interno, a par da grande necessidade de se manter 
controles internos adequados e de assegurar independência de julgamento fez com que a 
moderna auditoria interna se tornasse um órgão de apoio e assessoria, não só da alta 
administração, bem como das Diretorias Executivas e Gerências. 
 
5 – DIFERENÇAS BÁSICAS ENTRE A AUDITORIA INTERNA E A AUDITORIA 
EXTERNA 
 
De forma global, o trabalho executado pela Auditoria Interna é idêntico aquele 
executado pela Auditoria externa. Ambas realizam seus trabalhos utilizando-se das 
mesmas técnicas de auditoria; ambas têm sua atenção voltada para o controle interno como 
ponto de partida de seu exame e formulam sugestões de melhorias para as deficiências 
encontradas, ambas modificam a extensão de seu trabalho de acordo com as suas 
observações e a eficiência dos sistemas contábeis e de controles internos existentes. 
Entretanto, os trabalhos executados pelos Auditores Internos e Externos têm suas 
diferenças básicas caracterizadas por: 
 
Auditoria Interna 
 
Auditoria Externa 
 
. A auditoria é realizada 
 por um funcionário da empresa 
 
. A auditoria é realizada através de 
contratação de um profissional 
independente 
Auditoria Interna – Conceitos e práticas 
www.portaldeauditoria.com.br 14 
 
. O objetivo principal é 
atender as necessidades 
da administração 
 
. O objetivo principal é atender as 
necessidades de terceiros no que diz 
respeito à fidedignidade das 
informações financeiras 
 
. A revisão das operações e do 
controle interno é principalmente 
realizado para desenvolver 
aperfeiçoamento e para induzir ao 
cumprimento de políticas e normas,sem estar restrito aos assuntos 
financeiros 
 
. A revisão das operações e do 
controle interno é principalmente 
realizado para determinar a 
extensão do exame e a 
fidedignidade das demonstrações 
financeiras 
 
. O trabalho é subdividido em 
relação às áreas operacionais e às 
linhas de responsabilidade 
administrativa 
 
. O trabalho é subdividido em 
relação às contas do balanço 
patrimonial e da demonstração do 
resultado 
 
. O auditor diretamente se preocupa 
com a detecção e prevenção de 
fraude 
 
. O auditor incidentalmente se 
preocupa com a detecção e 
prevenção fraudes, a não ser que 
haja possibilidade de 
substancialmente afetar as 
demonstrações financeiras 
 
. O auditor deve ser independente 
em relação às pessoas cujo trabalho 
ele examina, porém subordinado às 
necessidades e desejos da alta 
administração 
 
. O auditor deve ser independente 
em relação à administração, de fato 
e de atitude mental 
 
. A revisão das atividades da 
empresa é contínua 
 
. O exame das informações 
comprobatórias das demonstrações 
financeiras é periódica, geralmente 
semestral ou anual. 
 
 
6 – ESTRUTURA INTERNA E FUNCIONAL DE UM DEPARTAMENTO DE 
AUDITORIA 
6.1 – Posicionamento Hierárquico 
Em relação à organização do departamento, um ponto de maior relevância é a 
autonomia e independência com que conta o departamento de Auditoria Interna da 
Auditoria Interna – Conceitos e práticas 
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empresa. Nesse sentido, o nível ao qual o departamento se reporta pode desde logo indicar 
o grau de independência e autonomia dos auditores internos. 
Para que esta autonomia e independência possam ser consideradas adequadas, 
torna-se necessário que a auditoria interna se reporte ao conselho da Direção ou a Diretoria 
Máxima da empresa, de modo a poder realmente escapar das ingerências e pressões, bem 
como manter a liberdade de agir sobre todas as áreas da organização, sem restrições. Por 
outro lado, uma subordinação a grau menor pode criar situações, impossibilitando a 
execução de seus trabalhos de forma independente. 
Seria útil, entretanto, lembrar que o mero posicionamento hierárquico, diretamente 
sob a direção maior da empresa, não é em si, apenas, uma adequada resposta à existência 
de independência e autonomia através do suporte da direção. 
A extensão em que esse suporte de fato existe somente pode ser apurada da 
discussão franca com a direção de modo a verificar em que grau a direção considera sua 
auditoria interna realmente autorizada a examinar vertical e horizontalmente a ações 
empresariais. 
Auditoria Interna – Conceitos e práticas 
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PRESIDÊNCIA 
 
DIRETORIA TÉCNICA 
 
DIRETORIA 
FINANCEIRA 
 
DIRETORIA 
ADMINISTRATIVA 
 
AUDITORIA 
INTERNA 
 
GERÊNCIA 
 
GERÊNCIA 
 
 
DIRETORIA 
MARKETING 
 
GERÊNCIA 
 
 
GERÊNCIA 
 
A Auditoria Interna, colocada dessa forma, em nível recomendável para efeito do 
bom controle Interno, ficaria situada da seguinte forma em uma estrutura organizacional: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6.2 – Importância de um Manual de Procedimentos para a Área de Auditoria 
Assim como há claras diretrizes quanto à extensão de autoridade e delegação dos 
vários setores da empresa, o mesmo deve ser feito em relação à auditoria interna, do modo 
que todos os níveis e todas as funções da empresa também fiquem formalmente 
conhecedores dessa extensão e autoridade profissional, assim como ficarão sabendo o 
ponto de vista da direção em termos de grau do suporte à auditoria interna. 
Essas diretrizes, contudo, não abordam a metodologia do trabalho do auditor, 
entretanto esclarece adequadamente os limites de sua responsabilidade, em termos das 
áreas abrangidas. Ao assim proceder, fica imediatamente claro se, de fato, todas as áreas da 
empresa estão ou não incluídas no campo de ação da auditoria interna. 
Isso significa que ninguém na empresa teria o poder de vetar a ação da auditoria 
interna em qualquer setor da empresa, nem, por outro lado obstruir sua ação por 
desconhecimento de sua abrangência. 
Não se pode esquecer ao final que o auditor interno é totalmente independente em 
relação à organização em que trabalha. Essa maior independência é, portanto vital para que 
seu trabalho possa ser realizado com sucesso. 
Expomos a seguir uma proposta básica para o Manual de Procedimentos da Auditoria 
Interna, subdividido em 08 (oito) partes: 
 
 
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1ª. Parte 
I- Estrutura Interna e Funcional 
1 – Organograma 
2 – Definição de Funções 
3 – Identificação 
 
II- Política de Pessoal 
1 – Qualidade do Auditor Interno 
2 – Recrutamento e Seleção 
3 – Treinamento 
4 – Avaliação e Desempenho 
5 – Promoção 
6 – Remuneração 
7 – Viagens 
 
III- Campos de Atuação 
1 - Área Administrativa 
2 - Área Financeira 
3 - Área Industrial 
4 - Área Comercial 
5 – Área de Tecnologia da Informação 
 
IV- Trabalhos de Auditoria 
1 – Planejamento do Trabalho 
2 – Pasta Permanente 
3 – Programas de Auditoria 
4 – Revisão dos Programas de Auditoria 
5 – Papéis de Trabalho 
5.1 – Identificação e Referenciação 
5.2 – Símbolos 
5.3 – Conclusão 
5.4 – Revisão 
6 – Confidencialidade dos Trabalhos 
7 – Planilha de Horas 
8 – Relatório de Auditoria 
9 – Arquivo 
 
 
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V- Acompanhamento dos Relatórios de Auditoria 
 
VI- Cooperação e Relacionamento Técnico com Outros Auditores 
 
VII- Controle de Qualidade dos Trabalhos de Auditoria 
 
2ª. Parte 
I- Avaliação de Desempenho 
1 – Modelo 
2 – Instruções 
 
3ª. Parte 
I- Programação dos Trabalhos 
4ª. Parte 
I- Orçamento Anual do Departamento 
 
5ª. Parte 
I- Pasta Permanente 
1 – Dados Históricos 
2 – Elementos Contábeis e de Controle Interno 
3 – Procedimentos Contábeis e de Controle Interno 
4 – Planos a Longo Prazo 
 
6ª. Parte 
I- Programas de Auditoria 
7ª. Parte 
 
I- Planilha de Horas 
1 – Modelo 
2 – Instruções 
 
8ª. Parte 
 
I- Acompanhamento dos relatórios de Auditoria 
1 – Fluxograma de Distribuição e Follow-up 
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6.3 – Descrição das Atribuições da Auditoria Interna 
Em várias ocasiões, temos a oportunidade de ler descrições de atribuições de 
auditores internos em pesquisas assinadas por entidades renomadas nesse ramo, utilizadas 
por muitas empresas como subsídio à sua política pessoal. 
A simples leitura dessas atribuições leva ao entendimento de que a atuação dos 
auditores internos tem o enfoque ainda hoje, de policiamento de fraudes, fiscalização de 
cumprimento de normas, conferência de despesas e verificação de documentos 
comprobatórios. Ainda mais: em boa parte das descrições, o trabalho do auditor interno 
parece restrito ao campo contábil. 
A moderna postura da auditoria interna, qual seja a de ação a nível de assessoria 
gerencial à alta administração das empresas, com atuação sistêmica nos incontáveis ramos 
do fluxo de informações não é encontrado nas descrições que temos visto. 
O objetivo final dos modernos auditores internos, que é a formação de opinião a 
respeito de critérios, procedimentos, métodos de quantificação, tempo gasto nas operações, 
etc.; não é destacado. 
A procura de pontos de simplificação, de racionalização de custos de segurança nasinformações para fins decisórios, sequer são mencionados. 
A busca de irregularidades, a constatação de divergências e a identificação e 
apuração de fraudes e desvios aparecem, geralmente identificadas como objetivos 
primeiros dos auditores internos. 
Além destas distorções conceituais e de postura, a situação fica mais difícil quando 
procuramos descrições das atribuições por níveis de auditores internos. 
As atribuições de auditores internos juniores, plenos, seniores, supervisores ou 
gerentes apresentam-se quase sempre incompletas. 
Sem a pretensão de fixar lei, parece-nos oportunos apresentar a nossa versão das 
atribuições dos níveis mais comuns de auditores internos: 
6.3.1 – Auditor Junior 
 Executa passos mais simples do programa de trabalho; 
 Coleta e anota dados nos Papéis de Trabalho, conforme orientação e atribuição dos 
Auditores Pleno e Sênior; 
 Procede ao levantamento de procedimentos simples e elabora Papel de Trabalho 
descritivo ou fluxografado; 
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 Elabora sumário de volumes destinados à quantificação de amostras a serem 
selecionadas nos testes do trabalho; 
 Executa testes simples com base em programa de ação desenvolvendo pelos auditores 
pleno e sênior, realizando verificações em documentos, saldos de contas, bens e valores 
em operações que estão sendo auditadas, etc.; 
 Obtém, e posteriormente devolve às áreas auditadas, documentos necessários à 
realização dos testes de auditoria; 
6.3.2 – Auditor Pleno 
 Recebe supervisão do Auditor sênior em suas atividades, seja de levantamento de 
procedimentos, definição ou execução de testes de validação e transacionais; 
 Acompanha atuação do auditor Júnior, visando sincronia de atividade; 
 Auxilia auditor sênior na definição de programa de ação, a partir do que está 
estabelecido no programa Anual de Auditoria Interna; 
 Elabora levantamento de procedimentos e confecciona Papel de Trabalho 
correspondente, na forma descritiva ou fluxografada; 
 Executa testes de validação e de transação de acordo com programa de ação 
estabelecido; 
 Emite pareceres intermediários a respeito de enfoques examinados; 
 Estabeleça a adoção de plano de amostragem, aplicada ao sumário de volume; 
 Observa o cumprimento de normas, procedimentos internos e determinações legais nos 
enfoques examinados; 
 Formula recomendações a nível de Papel de Trabalho, com relação a pontos de 
racionalização, simplificação, fortalecimento do controle interno, segurança das 
informações, irregularidades ou divergências observadas nos enfoques examinados; 
 Auxilia auditor sênior na avaliação de desempenho do auditor júnior; 
6.3.3 – Auditor Sênior 
 Recebe supervisão do gerente em suas atividades; 
 Programa e controla a execução dos trabalhos de campo; 
 Orienta, coordena as atividades, avalia o desempenho, identifica necessidades de 
treinamento e treina auditores júnior e pleno; 
 Executa trabalhos especiais, de acordo com parâmetros estabelecidos pela gerência; 
 Elabora o programa de ação para cada trabalho; 
 Faz abertura dos trabalhos a nível de gerência dos órgãos auditado, apresentando os 
objetivos e enfoques previstos; 
 Acompanha a situação da equipe de auditores e analisa o atendimento dos passos do 
programa de ação, atentando para o apuro técnico dos procedimentos de auditoria e 
revisando os papéis de trabalho; 
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 Identifica e define a extensão de exames ou a redução do escopo inicialmente definido; 
 Acompanha a evolução de tempo aplicado em cada atividade pela equipe de auditores; 
 Classifica os aspectos levantados quanto à relevância e a forma pelo qual deverão ser 
relatados; 
 Elabora pareceres finais para cada enfoque examinado, com base nos pareceres 
intermediários feitos pelo auditor pleno; 
 Elabora conclusão final do trabalho executado; 
 Faz encerramento dos trabalhos de auditoria a nível de gerência de órgãos auditado, 
apresentando os enfoques e as constatações feitas, além das eventuais recomendações 
já definidas; 
 Elabora a minuta do relatório de auditoria, formulando sugestões e recomendações de 
adequação dos aspectos detectados; 
 Estuda e sugere novas técnicas a serem empregadas nos trabalhos de auditoria; 
 Atenta à observação e mantém atualizado o Manual de Auditoria; 
 Verifica a adequação dos gastos/ despesas efetuadas em viagens ou serviços externos 
dos auditores internos; 
 Recebe, avalia e, se for o caso, encaminha à gerência reivindicações dos auditores 
internos. 
6.3.4 – Gerência de Auditoria 
 Gerencia a atividade de auditoria interna na empresa; 
 Analisa política e diretrizes estabelecidas pela alta administração da empresa quanto à 
atuação, objetivos e anseios com relação à Auditoria Interna; 
 Determina políticas administrativas e técnicas do órgão de Auditoria Interna, fixando 
padrões e normas; 
 Elabora Programa Anual de Auditoria Interna, estabelecendo tempo previsto a cada 
trabalho, cronograma de atendimento e enfoques básicos previstos; 
 Acompanha as atividades dos auditores de campo e atua diretamente, quando 
necessário; 
 Faz abertura de trabalhos a nível de Diretoria, apresentando os objetivos e enfoques 
previstos; 
 Analisa os trabalhos executados, quando dados como encerrados pelo auditor sênior; 
 Revisa e, se for o caso, procede a alterações na minuta do relatório; 
 Faz encerramento dos trabalhos a nível de Diretoria, apresentando a minuta do 
memorando de auditoria, detalhando os enfoques realizados, as constatações feitas e as 
recomendações oferecidas; 
 Esclarece diretores e gerentes aspectos a respeito de trabalhos realizados e 
recomendações oferecidas; 
Auditoria Interna – Conceitos e práticas 
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 Aprova e estabelece alterações de método de trabalho e normas de comportamento de 
auditores; 
 Pesquisa, e se for o caso, implanta novas técnicas a serem empregadas nos trabalhos de 
auditoria; 
 Determina e acompanha a atualização do Manual de Auditoria; 
 Elabora e acompanha o orçamento de pessoal, de despesas e de investimentos da 
Auditoria Interna; 
 Admite, propõe aumentos e reajustes salariais e demite auditores internos; 
 Aprova despesas, compras e realizações de cursos de treinamento dos auditores 
internos; 
 Avalia desempenho profissional dos auditores, em todos os níveis; 
 Avalia e, se for o caso, aprova ou, quando fora de sua competência gerencial, 
encaminha aos níveis competentes reivindicações dos auditores internos. 
 
7 – POLÍTICA E DESENVOLVIMENTO DE PESSOAL 
7.1 – Critérios para Recrutamento e Seleção de Auditores 
7.1.1 – Importância do Recrutamento 
 
A admissão de um novo auditor na equipe é tarefa para ser conduzido com extremo 
cuidado, por parte do Gerente de Auditoria Interna. 
 
Deve-se sempre ter em mente, que a organização julga o Departamento de Auditoria 
Interna, a partir de cada membro, de cada Auditor de campo com que está tendo contato, e 
por isso, é preciso que todos os membros do Departamento gozem de prestígio e admiração 
entre os auditados. 
 
Há também que considerar-se o impacto que o novo membro causará na equipe já 
existente: se o nível do recém admitido for bom, ele será visto pelos colegas, como fator de 
revitalização e ajuda, mas se o recém admitido revelar-se inoperante e despreparado, ele 
será um peso para os demais membros da equipe. 
 
Tal é a importância da escolha de um novo Auditor, que não hesitamos em afirmar 
que é melhor manter o Departamento de Auditoria com falta de pessoal, do que adicionarum novo membro que seja inadequado. 
Por outro lado, não deve o gerente descuidar-se quanto ao tamanho do Departamento, 
já que, sem contar com adequada quantidade de auditores, não será possível produzir 
trabalhos em tempo oportuno e em escala que atenda às necessidades da organização. 
 
Auditoria Interna – Conceitos e práticas 
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Nunca será demais repetir, que o verdadeiro desafio para a Auditoria Interna, é 
tornar-se confiável à Diretoria, ganhar o seu apoio, converter-se em órgão de efetiva 
utilidade para a alta Administração da Empresa, e, é claro que essa confiança só será 
conseguida, se a Auditoria Interna se mostrar à altura dos desafios. Parte do desafio 
consiste em estar no lugar certo, e isto muitas vezes é uma questão de contar com adequada 
dimensão quantitativa de seu quadro. 
 
7.1.2 – Contratar pessoal de fora ou promover os que já fazem da equipe? 
 
A execução de serviços da Auditoria Interna vem ao longo do tempo, evoluindo em 
complexidade e dificuldade, em função da própria expansão física dos negócios das 
empresas, e especialmente em função da introdução de novos e complexos subsistemas 
operacionais e de controle dentro das mesmas. 
 
O crescimento das empresas gera intensa especialização de seus empregados e de 
seus equipamentos, segmentalizando fluxos operacionais e diluindo responsabilidade, tudo 
isto se refere ao seu afã de obter uma “visão de conjunto”, como para o ordenamento de 
exames detalhados. 
 
Tão grande é a rapidez com que as coisas evoluem, tão denso é o teor das mudanças, 
que a própria Auditoria Interna acaba por abrigar (e estimular) um processo de 
especialização, empregando Auditores especializados em Sistemas Computadorizados, e 
Auditores especializados em Legislação Tributária, por exemplo. Sendo essa a seqüência 
dos fatos, e não superadas as dificuldades de treinamento interno, verifica-se que na maior 
parte das vezes, não resta outra escolha ao Gerente de Auditoria, senão contratar elementos 
de fora, que já estão “prontos”, atualizados e competentes nas novas técnicas e matérias 
especializadas. 
 
Se por um lado, a contratação de elementos de fora, nestas circunstâncias, não deve 
representar nenhum desmérito para os membros da equipe já existente, por outro lado, este 
processo não pode ser infinito e eterno. 
 
Há que se pensar efetivamente em melhorar os níveis dos atuais membros da equipe, 
através de intenso treinamento em campo, e treinamento por meio de cursos externos, para 
que, num prazo médio, o preenchimento da vaga possa ser feito através de um processo de 
promoção interna, limitando-se a contratação de elementos de fora aos casos da ampliação 
do quadro. 
 
7.1.3 - Onde buscar o profissional desejado 
 
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Os Departamentos de Auditoria, geralmente congregam seus profissionais em 3 
níveis: supervisor, sênior e júnior, de acordo com o grau de experiência e conhecimento 
técnico de cada um. 
 
Assim, se o Departamento está recrutando Auditores Juniores, cremos que a busca 
deve ser iniciada dentro da própria empresa, porque assim procedendo, as seguintes 
vantagens se apresentarão: 
 
 O caráter, a capacidade e habilidades operacionais do funcionário, já são conhecidos. 
 O funcionário já tem cultura e conhecimento sobre a empresa, em si. 
 O Departamento de Auditoria passa a ser visto como chance de progresso e 
encarreiramento para os demais colaboradores da organização 
 O afluxo desses colaboradores para dentro do Departamento de Auditoria aumenta o 
nível de integração com os demais colaboradores da organização. 
Por outro lado, há casos em que é possível ou mesmo aconselhável admitir 
colaboradores da organização. Deve-se, por exemplo, tomar muito cuidado para evitar 
situações em que a transferência de um colaborador para o Departamento de Auditoria 
venha a causar embaraços e dificuldades à chefia do órgão onde o colaborador estava 
lotado. Há também situações em que a necessidade de momento impede a busca de um 
Auditor já experiente, ou especializado, que prescinda de treinamento. Neste caso, será 
forçoso recorrer à contratação no mercado, e aí então os esforços poderão ser dirigidos 
para identificar profissionais que estejam trabalhando em: 
 Empresas de Auditoria Externa 
 Outros Departamentos de Auditoria 
É desnecessário dizer que qualquer que seja a fonte escolhida, o processo deve ser 
conduzido dentro de elevados padrões éticos, evitando-se situações incompatíveis com a 
dignidade da função. 
No que se refere às Empresas de Auditorias Externas, estas têm sido, 
tradicionalmente, as maiores fornecedoras de profissionais para Auditoria Interna, em vista 
da similitude de funções e da qualidade dos profissionais que forma. 
De fato, o Auditor Externo, a par do conhecimento técnico que acumula, servirá bem 
ao Departamento de Auditoria Interna por que: 
 Conhece as técnicas para desenvolver um trabalho eficazmente; 
 Conhece muitas empresas e muitos ramos de negócios; 
 Está acostumado a pressões de tempo e prazos. 
Auditoria Interna – Conceitos e práticas 
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Um cuidado, no entanto deve ser tomado: ao contratar um Auditor Externo, procure 
aquele que esteja à busca de novos desafios, pois a Auditoria Interna, eficiente, moderna, é 
voltada para aspectos operacionais, certamente é muito diferente daquilo que alguns 
Auditores Externos pensarão encontrar. 
Finalmente, duas fontes poderão ser pesquisadas no processo de seleção acima 
descrito: 
 O AUDIBRA – Instituto de Auditores Internos do Brasil mantém bolsa de empregos 
organizada, que pode ser consultada. 
 Universidades e escolas técnicas (As escolas geralmente permitem que as firmas 
afixem ofertas de emprego nos quadros de aviso) 
 
 
7.1.4 – Como selecionar: natureza dos testes e entrevistas a serem aplicadas aos 
candidatos 
 
a) Seleção 
 
Muitos gerentes de Auditoria realizam as suas contratações, baseados 
exclusivamente numa entrevista pessoal com o candidato, evitando a aplicação de testes 
mais elaborados, por julgá-los inúteis. Assim, estes Gerentes, confiando amplamente na 
sua capacidade de avaliação subjetiva, conduzem todo o processo de seleção e comparação 
dos vários candidatos, numa base empírica e sem maiores anotações ou cuidados. Não é 
raro que estes Gerentes sejam bem sucedidos nestas maneiras de agir, mas sabemos que o 
sucesso, no caso, é fruto maior mais de longa experiência do gerente do que da virtude do 
método em si. 
Não obstante este posicionamento de “Avaliação Subjetiva” ser largamente 
difundido cremos que seja oportuna a discussão de um método, de como conduzir o 
processo de seleção de Auditores. 
 
b) Avaliação de Perfil 
 
O método que julgamos aplicável consiste em avaliar tanto o perfil psicológico do 
candidato, quanto seus conhecimentos técnicos, mediante a aplicação de testes e 
entrevistas, abaixo comentados. 
O Departamento de Recursos Humanos da Empresa pode prestar valiosa ajuda, pelo 
que se recomenda discutir com o mesmo, em detalhes, o perfil do profissional desejado. 
 
 
 
 
Auditoria Interna – Conceitos e práticas 
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As condições básicas em que o candidato deve ser avaliado são: 
 
 Inteligência; 
 Habilidades para tratar com pessoas de todos os níveis; 
 Competência Técnica (que é função da educação e experiência prática) 
b. 1) No que se refere ao nível de inteligência do candidato, os testes psicotécnicos 
aplicáveis devem ser orientados para avaliar qualidades básicas do Auditor como: 
capacidadede julgamento e atenção, rapidez de raciocínio abstrato e lógico, habilidade 
para lidar com séries numéricas, capacidade de memorização, alto volume de produção, e 
finalmente, habilidade de expressão verbal e escrita. 
b. 2) No que se refere à habilidade para tratar com pessoas, os testes psicotécnicos 
deverão avaliar o nível de ajustamento da personalidade e do temperamento do candidato, 
para apontar aquele que seja firme, sem ser agressivo, cordato sem ser submisso, agradável 
sem ser bajulador, enfim, aquele que revele potencial para ser bem sucedido no trato com 
pessoas. Sinais de impulsividade, emotividade e agressividade exagerada, serão também 
detectadas pelos testes psicotécnicos. 
b. 3) quanto a competência técnica do candidato, avaliá-la é uma tarefa mais do 
Gerente de Auditoria Interna do que do departamento de Recursos Humanos. 
Sem embargo, o Gerente de auditoria poderá preparar e fornecer ao Departamento 
de Recursos Humanos, um teste sobre aspectos técnicos a que deseja submeter o candidato, 
incluindo questões sobre Contabilidade, Teoria de Auditoria, Técnicas de Auditoria, 
Matemática financeira, Estatística, Processamento de dados, Legislação Tributária, Teoria 
da Administração e outras matérias, conforme pretenda seja o perfil do profissional 
desejado. 
É claro que o nível e o teor das questões assim como a ponderação da importância 
atribuída a cada matéria poderão variar, de um Departamento ao seu próprio entendimento, 
quanto ao tipo de conhecimento que o Auditor deve ter. Como guia e informação, julgamos 
interessante lembrar o resultado de uma importante pesquisa levada a efeito nos EUA, com 
o objetivo de identificar as áreas do conhecimento, nos quais o Auditor Interno deveria 
estar familiarizado, e com que grau. Os resultados da pesquisa, realizada pelo “The 
Institute of International Auditors” em escala internacional inclusive através de 
questionários e consultas a inúmeras entidades, passou a constituir o chamado “Corpo de 
Conhecimentos do Auditor Interno” (Common Body of Knowledge for International 
Auditors), que se tornou a base para o exame da “C.I.A.” – Certified Internal Auditor. 
A pesquisa revelou as seguintes áreas gerais como “Corpo de Conhecimento do 
Auditor Interno” 
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 Contabilidade e Finanças 
 Auditoria 
 Ciências do Comportamento 
 Comunicações 
 Sistema Eletrônicos de Processamento de Dados 
 Economia 
 Aspectos Legais dos Negócios 
 O Processo Administrativo e as Atividades Gerenciais 
 Métodos Quantitativos 
 Sistemas e Métodos 
 
c) Entrevistas 
 
Em seguimento aos testes, o Gerente de Auditoria, submeterá o candidato à 
entrevista pessoal. 
Cremos que, de fato, as entrevistas podem revelar aspectos muito importantes da pessoa do 
candidato, desde que, é claro, saibamos dirigir bem as perguntas e extrapolar 
convenientemente as respostas. Assim, é recomendável a elaboração previa de uma lista de 
perguntas a serem feitas, em torno, por exemplo, dos seguintes assuntos: 
 
 Que tipo de trabalho você realizou? 
 Qual foi o enfoque? 
 Que tipo de relatório você escreveu? 
 Como você mantém a sua educação escolar? 
 O que você acha da Auditoria Interna? 
 Que tipo de trabalho você mais gosta? 
 O que você faz nas horas de lazer? 
 Quais foram as suas conquistas profissionais? 
 Porque você quer mudar de emprego? O que desagrada no emprego atual? 
Todas estas perguntas servirão para o entrevistador, mentalizar uma idéia do tipo de 
pessoa que é o candidato; mas é necessário que os resultados sejam anotados, como meio 
de forçar uma adequada avaliação do candidato, e também para serem comparados com os 
de outros candidatos. 
d) Características Específicas do Auditor 
 
Não podemos deixar de ter em mente, que no momento da admissão, o que na realidade 
fazemos é tentar visualizar o potencial do candidato, e nestes termos, por algumas 
qualidades são de fato importantes para o Auditor. 
 
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No entanto, é certo que o encarregado em avaliar o candidato, deverá se preocupar em 
observar se estão presentes no candidato, qualidades que serão particularmente exigidas do 
futuro Auditor. Brink, Cashin e Witt, ao comentarem as qualificações pessoais do Auditor 
Interno, no capítulo 7 da importante obra “Modern Internal Auditing-na Operational 
Aproach”, enumeram as seguintes características do Auditor Interno: 
 
1) Curiosidade 
2) Atitude Crítica 
3) Atenção (no sentido de considerar todas as possíveis fontes de informação e todas as 
inter-relações) 
4) Persistência 
5) Energia 
6) Auto Confiança 
7) Coragem 
8) Habilidade para julgar corretamente 
9) Integridade (qualidades que fazem os outros confiarem nas informações e conclusões 
do Auditor) 
Os mesmos autores, procurando verificar quais características que mais contribuem para o 
Auditor Interno obter respeito e cooperação, sugerem as seguintes: 
1) Honestidade e Integridade 
2) Dedicação aos interesses da companhia 
3) Humildade razoável 
4) Porte profissional 
5) Empatia 
6) Conduta consistente à imagem 
 
e) Conclusão 
 
O conjunto dos resultados dos testes e entrevistas revelara ao Gerente de Auditoria, 
o melhor entre o candidato, que deve ser admitido. 
 
Isto feito, o Gerente ainda tem três tarefas muito importantes a realizar: promover a 
integração do novo membro no Departamento, estudar com dedicação a maneira de 
explorar seu potencial, exigindo a sua efetiva contribuição aos trabalhos, e por fim, 
planejar a carreira deste. 
 
 
 
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8 – TREINAMENTO 
O treinamento é essencial em qualquer atividade. Para os Auditores Internos ele se 
reveste de uma necessidade primordial, em razão de sua própria formação escolar 
ineficiente e dada a infinita gama de conhecimento que ele é obrigado a acumular ao longo 
de sua carreira. 
Basicamente, os fatores determinantes do treinamento para o auditor interno são 
decorrentes de: 
 Ampliação dos horizontes da Auditoria, abrangendo progressivamente a totalidade das 
operações da empresa; 
 Complexidade das atividades empresariais gerando especialidades; 
 Plano de formação de auditores; 
 Sistema de ensino oficial inadequado e incompatível. 
Um plano de treinamento para auditores poderia ser concretizado de três formas, a 
saber: 
a) Treinamento Formal 
 
É o tipo de treinamento efetuado a nível de Cursos e Seminários. Esses poderiam 
ser realizados a nível interno ou nível externo. 
 
a.1) Em nível interno deveriam ser levado em consideração os seguintes aspectos: 
 Participação ativa da equipe de auditoria, criando-se uma mentalidade direcionada a 
um auto-desenvolvimento. 
 Pesquisa junto às demais áreas da empresa, no sentido de obter treinamento específico 
em áreas de interesse (Custos, Relações Humanas, Legislação Trabalhista, etc.) 
 
a.2) Em nível externo deveriam ser levados em consideração os seguintes aspectos: 
 Estrutura interna da Auditoria e da Empresa não comporta auto-desenvolvimento. 
 A necessidade de especialização. 
 Sua execução deverá sempre ter como continuidade repasses a níveis internos. 
 
b) Treinamento Contínuo 
 
É o tipo de treinamento inserido no cotidiano dos trabalhos de forma que através 
destes, aproveite-se ao máximo a possibilidade de experiências e esclarecimentos de: 
 A dosagem do treinamento deverá ser oferecida em uma ordem lógica de 
importância e de experiência do titular treinado;Auditoria Interna – Conceitos e práticas 
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 O tempo a ser dedicado ao treinamento deverá fazer parte integrante da 
Programação da Auditoria. 
Como etapas de treinamento contínuo, temos: 
 Programação de trabalho 
 
 O auditor que está iniciando deve ser programado em trabalhos onde estará 
permanentemente acompanhado de auditor mais experiente. 
 
 Pontos de Treinamento 
 
 A revisão dos trabalhos deve ser evidenciada em folhas de ponto, a fim de facilitar 
a detecção das necessidades de treinamento e permitir a execução de "follow-up”. 
 
 Reuniões de Auditores 
 
 As reuniões de auditores permitem o intercâmbio profissional facilitando a 
obtenção de consenso para fixação dos padrões de atuação. 
Estas reuniões podem ser efetuadas de varias formas, a saber: 
 REUNIÕES EM NÍVEL DE EQUIPE, visando solucionar problemas dos trabalhos 
em andamento. 
 REUNIÕES EM NÍVEL DE EXPERIÊNCIA, onde os auditores de uma mesma 
categoria funcional assumam posições específicas, possibilitando decisões através de 
consenso. 
 REUNIÕES ENTRE EQUIPES DE AUDITORIA, a fim de esclarecer pontos inter-
relacionados com os trabalhos em andamento. 
 REUNIÕES SOBRE AUDITORIAS REALIZADAS, preparadas pelos auditores 
que executaram o trabalho com o objetivo de treinar os demais elementos do grupo de 
auditoria. 
 
c) Treinamento Mínimo 
 
Numa abordagem geral dos seguintes assuntos, deveriam ser do conhecimento do 
auditor: 
 
 Auditoria em todas as suas especificações, operacional, contábil, etc.; 
 Contabilidade; 
 Economia e Finanças; 
 Administração de Empresas; 
Auditoria Interna – Conceitos e práticas 
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 Matemática e Estatística; 
 Marketing; 
 Processamento de Dados; 
 Legislação Comercial e Fiscal; 
 Lei das Sociedades Anônimas; 
 Lei do Mercado de capitais; 
 IR, IPI, ICM e outros Impostos; 
 Legislação antitruste, em controle de preços e atividades objeto de regulamentação 
especial; 
 Legislação Bancária; 
 Legislação em incentivos fiscais, créditos e outras de amparo e estimulo à atividade 
econômica; 
 Legislação Trabalhista, Previdência Social, Fundo de Garantia, PIS, etc.; 
 Legislação sobre operações de câmbio, importação e exportação, royalties, 
assistência técnica, etc. 
 
9 – QUALIDADES DO AUDITOR INTERNO 
O Auditor Interno deve ser exato na apuração dos detalhes para seu serviço. Não 
deve aceitar informações vagas ou incompletas, ou que não possam ser comprovadas. 
Além do preparo técnico e básico, mencionado anteriormente, deve manter-se “em 
dia” com a legislação correspondente, ou pelo menos saber onde e com quem poderá obter 
os detalhes necessários para o seu serviço. 
É indispensável um “senso de proporção”, ou seja, achar-se habilitado a julgar se o 
custo da revisão exige mais ou menos detalhes em proporção ao seu próprio salário. Não 
compensa contar alfinetes, por exemplo. 
No decorrer dos anos, no exercício de sua profissão, um bom Auditor Interno deve 
ser suficientemente curioso para saber tudo sobre entidade na qual colabora, sobre os 
sistemas de controle interno e seu funcionamento, e até conhecer mais sobre a empresa do 
que os próprios administradores. 
Deve ser persistente em acompanhar, junto às áreas revisadas, a solução ou 
liquidação de anomalias constatadas. Esse follow up deve ser uma constante, respeitando-
se o tempo suficiente para as correções devidas. 
Um Auditor Interno recebe, quando entrosado na empresa, informações (nem 
sempre corretas) sobre falhas ou deslizes. Deve então saber separar as que dizem respeito 
ao seu trabalho das provenientes de intrigas sem maior importância. 
Auditoria Interna – Conceitos e práticas 
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Prevalecerá o senso de proporção ou julgamento pessoal, sempre evitando tomar 
partido em quaisquer situações. 
Na sua atuação, deve manter um espírito de independência, não se deixando 
influenciar pelas áreas sob sua revisão, mas apurando fatos comprováveis e verídicas. 
 
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10 – CÓDIGO DE ÉTICA DO AUDITOR INTERNO 
 
No desempenho de suas funções, o Auditor Interno deverá sempre se comportar 
dentro de um código de ética dos mais rígidos, pois somente assim conseguirá os 
resultados que dele espera (e exige) a administração da empresa à qual presta sua 
colaboração. 
Abaixo, fornecemos um quadro sinótico com as 06 (seis) exigências de ética de um 
Auditor Interno e respectivos motivos. 
 
Exigência Diz respeito a: Motivo 
1º Subordinação 
hierárquica 
dentro da 
empresa 
Achando-se, como de praxe, responsável pelo seu 
serviço, debaixo dos escalões mais altos da 
administração (e só a ela prestando contas do seu 
trabalho), deve respeitar também a ordem hierárquica 
dos setores que esteja revisando, dirigindo-se sempre, 
em primeiro lugar, aos chefes respectivos, que então o 
encaminharão aos atuais executantes dos serviços. 
2º Modo de 
trabalho 
O Auditor pede e não exige a colaboração do setor sob 
revisão, e com modos que o tornem simpático ao 
pessoal envolvido. As eventuais “exigências”, 
necessárias, devem sempre ser formuladas 
respeitando-se o trabalho alheio (fechamento de livros, 
relatórios mensais à Matriz, etc.), embora nem sempre 
isto seja possível. 
3º Envolvimento 
em Política 
Interna 
Em todas as organizações existem, infelizmente, 
grupinhos e grupos que visam ao seu próprio 
engrandecimento ou influência. Um bom Auditor pode 
ouvir e sentir tais grupos, não participando nunca de 
tal política, direta ou indiretamente, assegurando assim 
sua função independente. 
4º Discrição Tendo acesso (em geral) a documentos e informações 
sigilosas, manterá sempre sigilo absoluto, não se 
servindo de detalhes desta natureza para 
engrandecimento pessoal ou de grupos. 
Tratando-se de assuntos que possam afetar a empresa, 
quando muito poderá ser discutido com seu superior, 
porém sempre de forma discreta. 
5º Observância e Pertencendo ao grupo (ou escalão) administrativo, 
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cumprimento 
dos 
regulamentos 
cabe ao Auditor Interno, talvez mais do que a qualquer 
outro empregado, a estrita observância de regras 
existente na empresa. 
6º Comportamento 
Pessoal 
Um Auditor eficiente é afável (mas não subserviente), 
saberá formular suas perguntas e fazer suas pesquisas, 
com modos, e sem exigências descabidas. 
Deve manter bons contatos humanos, sem coleguismo 
exagerado, e saber “vender” a idéia básica que tem 
também uma tarefa a cumprir. 
 
 
11 – RELACIONAMENTO ENTRE AUDITOR E AUDITADO 
 
11.1 – Capacidade Técnica e Relações Humanas 
Existem duas dimensões básicas na execução do trabalho. Uma delas é a 
preocupação com a produção, a outra é a preocupação com as pessoas. 
A parte do trabalho relativa à produção depende do know-how técnico a respeito de 
matérias como: contabilidade, matemática, auditoria, administração e outras. O Auditor 
deve ser tecnicamente competente. 
Porém quase tudo que fazemos exige que trabalhemos com outras pessoas. O 
Auditor Interno lida muito com pessoas e precisa delas para executar um bom trabalho. 
Um Auditor bem sucedido tecnicamente deve também ser competente para lidar com 
pessoas nos mais variados níveis, desde Diretores até simples funcionários. 
Não existe conflito entre essas duas preocupações. Pelo menos não deveria existir. 
Mas algumas pessoas erroneamente acreditam que não é possível atingir um bom resultado 
técnico sem pressionar alguém para obter resultados. 
Essas pessoastendem a pensar: 
 Executarei o meu trabalho mesmo que eu tenha que intimidar outras pessoas para fazê-
lo, ou: 
 Não permitirei que as exigências de apresentar certa produção interfiram no meu 
relacionamento com as quais tenho que trabalhar, ou: 
 Manterei um acordo com as pessoas com as quais tenho que trabalhar: recuarei onde 
for necessário para evitar ofendê-las. 
Na verdade, nós devemos encontrar uma maneira de executar o trabalho dentro dos 
prazos determinados apresentando um produto tecnicamente correto e principalmente 
manter um bom relacionamento com as pessoas das áreas auditadas. 
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Caso contrário teremos o trabalho frustrado por informações incorretas, irreais e 
sem fundamento. 
Alguns auditores podem obter esta cooperação dos auditados através da força da 
própria personalidade ou através de uma postura de empatia que faz com que as pessoas 
sintam vontade em prestar informações. 
Mas, todos os auditores devem ter bem claro em suas mentes a arte e ciência da 
comunicação, bem como a máxima “o que abre ou o que fecha os canais de comunicação”. 
A verdade é que tudo o que fazemos o nosso comportamento, a nossa maneira de 
vestir, a nossa aparência pessoal e nossos hábitos, sempre, comunicam alguma coisa. 
Uma escolha infeliz de palavras, de se arrumar ou de se expressar, que seja 
conflitiva com as expectativas do auditado pode ser interpretado por ele de uma maneira 
completamente diferente daquilo que esperávamos, criando um obstáculo desnecessário à 
execução do trabalho. 
 – Barreiras na Comunicação 
 
Todo auditor naturalmente já sentiu na própria pele o desgaste causado por aquele 
esforço em contornar situações embaraçosas encontradas durante o trabalho: o documento 
pedido há duas semanas não é encontrado, o gerente que não tem tempo para atendê-lo, 
informações incompletas, etc... 
 
Mas qual será o motivo causador dessas situações? Quem será o responsável por 
essas situações: o auditor ou o auditado? 
 
A lista de motivos que podem atrapalhar o relacionamento entre o auditor e o 
auditado é enorme: 
 
11.2.1 - O Medo do Auditado 
 
O auditor é frequentemente temido pelo auditado. Ele representa na mente de 
muitos administradores e seu pessoal, um crítico, uma ameaça a sua segurança. É um 
desconhecido que pode afetar negativamente seu status individual, o bem estar e seu 
serviço. 
 
Quando se encontra a primeira vez com o auditor, a idéia inicial do auditado é de 
impressionar o auditor, evitando um ataque antecipado. O comportamento do auditado é 
ficar na defensiva até que o auditor, deliberadamente, mas com discernimento, rompa a 
barreira dessa defensiva. 
 
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11.2.2 – Atitude de Superioridade por parte do Auditor 
 
Isso pode levar o auditado a pensar que o auditor não precisa de ajuda de uma 
pessoa franca, que o auditor veio para competir e não colaborar com a área auditada. 
 
Nesse caso, o auditado bloqueia ou esquece a finalidade da auditoria e concentra 
seu pensamento na competição com o auditor ao invés de lhe fornecer a informação 
necessária ao seu trabalho. 
 
11.2.3 – Atitude de julgamento das Atividades e Informações dadas pelo Auditado 
 
Ao buscar informações, o auditor não deve fazer julgamentos com conotações 
pessoais, posto que não está na função de juiz. Ele é um colega de trabalho em buscar fatos 
e informações. 
 
As atitudes de julgamento pessoal são facilmente detectadas pelo auditado e coloca-
o em defensiva. Perguntas como “Porque você fez isso?” colocam o auditado em posição 
difícil e defensiva. 
 
11.2.4 – Ar Dominador e de Certeza por parte do Auditor 
 
O auditor que carrega um ar dominador e de certeza encontrará uma defesa rígida 
no auditado. Isso porque ele sente que o auditor está contando (geralmente alguma 
experiência que ele tenha vivenciado em outra área) e não perguntando alguma coisa do 
auditado. 
 
11.2.5 – Ineficácia nas Habilidades de Comunicação Verbal e Não Verbal por parte 
do Auditor 
 
Ser mau ouvinte, fazer uso ineficaz de perguntas e demonstrar sarcasmo em suas 
perguntas ao auditado, colocam uma barreira difícil no relacionamento entre auditor e 
auditado. 
O uso de mensagens que trazem o adjetivo “imbecil” à mensagem. Por exemplo: 
“Eu entendo.........(imbecil)” 
“É claro............(imbecil)” 
“O que você está dizendo não faz sentido....(imbecil)” 
Essas mensagens com “imbecil” implícito são geralmente sutis e não intencionais. 
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Mesmo assim, elas passam para os outros uma idéia de rebaixamento da outra 
pessoa. 
11.3 - O Que Ajuda a Comunicação entre o Auditor e o Auditado 
Durante todo o relacionamento com o auditado, o auditor deve ter em mente as 
atitudes e as palavras que bloqueiam a comunicação e aquelas que facilitam a 
comunicação. 
Embora haja diferenças óbvias entre o papel do auditor e do auditado, a criação de 
um clima favorável fará com que essas diferenças se tornem irrelevantes. 
Há passos que podem ser tomados e há qualidades que podem ser desenvolvidas 
que certamente ajudarão a abrir a comunicação e mantê-la aberta. Vamos a elas: 
11.3.1 – Sinceridade, Honestidade e Abertura 
 
Exceto nos casos de suspeita de fraudes e nos trabalhos de conferência física de 
valores, que devem ser realizados em caráter de surpresa, não há razão para não haver 
sinceridade completa com o auditado. 
 
Deixe o auditado saber o que espera. Servirá para suavizar o ambiente já carregado 
pela mera menção da palavra “auditoria”. 
 
Assim ao longo da auditoria o auditado terá a oportunidade de conferir os passos 
dados e ira perceber que o seu receio não tinha fundamento. O auditado sentir-se-á seguro 
em relação ao auditor e isso o fará sentir que o auditor não o atingirá pelas costas. 
 
Uma atitude do auditor que diz claramente: “Eu sei que você tem serviço 
importante”; “Eu sei que existem certas frustrações no seu serviço”; “Eu sei das 
dificuldades que você deve sobrepujar”. 
 
Conte-me sobre elas. Eu as entenderei. Talvez juntos nós possamos encontrar 
algumas respostas. Não tenha receio. Eu quero apenas saber como as coisas são feitas, pois 
assim eu posso ajudá-lo. 
Se eu notar alguma coisa que precisa verificação, nós a discutiremos abertamente e 
juntos.”. 
 
Essa sinceridade de propósito do auditor pode ser evidenciada no decorrer da 
auditoria. Ao responsável pela área auditada é lembrado que o trabalho que está sendo 
iniciado faz parte de um processo normal da auditoria. 
 
 
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11.3.2 – Cortesia e Amabilidade 
 
Essas atitudes podem ser inatas, mas podem ser desenvolvidas se o auditor disser a 
si mesmo: 
 
“Eu não sou um policial”; “Eu não sou um investigador”; “Eu não sou um perito”. 
“Sou um convidado nesta casa”; “Devo ser cortês”; “Devo tratar as pessoas com respeito e 
devo conduzir meus trabalhos como um esforço comunitário para o bem da área auditada e 
da empresa”. Quando o auditor estiver convencido de sua atitude, ele verá como tudo 
ficará mais claro, até mesmo sua comunicação com as pessoas. 
 
11.3.3 – Contribuição para a Área Auditada 
 
Deixe o auditado perceber a sua contribuição para a área auditada, visando 
solucionar problemas. Isso gera no auditado um sentimento de auto-estima. Nesse clima, o 
auditado sente que o auditor deseja contribuir e ajudar na busca dos objetivos da empresa. 
 
11.3.4 – Habilidades deComunicação Verbal 
 
A comunicação exige eficácia no envio e na recepção de mensagens. Abordaremos 
05 (cinco) habilidades de comunicação verbal: acusar o recebimento, refletir, parafrasear, 
perguntar e elogiar. 
 
Todas elas são importantes para o envio de mensagens. Três delas, acusar 
recebimento, refletir e parafrasear são provas de que estamos ouvindo e recebendo as 
mensagens. 
 
11.3.4.1 – Acusar o recebimento 
 
Acusando o recebimento da mensagem você transmite à outra pessoa que está 
ouvindo o que ela está dizendo que está entendendo a mensagem. Dessa maneira você 
também estimula a outra continuar falando. 
 
Dizer “eu estou ouvindo”, “Eu entendo”, “ok”, já está ajudando o diálogo. 
 
Mas é ainda melhor dizer frases com: “Eu concordo com você”, “Esta é uma boa 
idéia”, “Eu discordo de você”, “Por mim tudo bem”, pois estas denotam que além de ouvir 
você está avaliando o que está sendo dito. Esta forma transmite à outra pessoa que você 
respeita a opinião dela. 
 
Estimular as pessoas a falar ajudar a obter as informações necessárias. 
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11.3.4.2 - Refletir 
Refletir é uma maneira de demonstrar que você entende os sentimentos da outra 
pessoa. A troca de outra comunicação frequentemente envolve sentimentos e emoções. 
Sempre que uma pessoa tem uma opinião firme-afirmativa ou negativa seus sentimentos 
transparecem na comunicação. Para que possamos nos comunicar eficazmente com as 
pessoas, é preciso que saibamos reconhecer e responder a estes sentimentos. 
Nunca devemos dizer a uma pessoa que ela não deve se sentir desta ou daquela 
maneira. Isto é uma maneira segura de cortar a comunicação. A reflexão é uma habilidade 
que nos auxilia a desenvolver e a manter empatia com outras pessoas. 
11.3.4.3 – Parafrasear 
 
Parafrasear significa colocar em suas próprias palavras o que você pensa que a 
outra pessoa disse. Você parafraseia para testar a sua compreensão ou confirmar a sua 
interpretação do que a outra pessoa disse. As paráfrases geralmente iniciam-se com as 
seguintes sentenças: 
 
“Então você está dizendo...” 
“Se eu entendi bem...” 
“Em outras palavras...” 
 
A paráfrase é uma maneira eficaz de dizer à outra pessoa que você a está ouvindo. É 
também uma maneira muito eficaz de assegurar a compreensão. 
 
11.3.4.4 – Perguntar 
 
 A quarta habilidade de comunicação verbal é a pergunta. É através das perguntas 
que você obtém as informações necessárias para a execução de seu trabalho. 
 As perguntas também podem ser utilizadas como outra maneira de testar a 
compreensão. Nós utilizamos dois tipos de perguntas – perguntas com o final aberto e 
perguntas com o final fechado. 
 Perguntas com o final aberto são aquelas que não podem ser respondidas com 
um “sim ou não” e, portanto são muito eficazes para obter informações, especialmente 
quando você quiser dar bastante liberdade à outra pessoa para determinar a resposta. 
 
 Perguntas com final aberto geralmente iniciam-se com as seguintes palavras: 
 O que? 
 Quando? 
 Onde? 
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 Por quê? 
 Como? 
 
 Perguntas com final fechado geralmente são utilizadas para confirmar a nossa 
compreensão. 
 
 A paráfrase, quando usada para confirmar a compreensão, frequentemente 
assume a forma de uma pergunta com final fechado. 
 
11.3.4.5 – Elogiar 
 
 A quinta habilidade de comunicação verbal é a de dar crédito às pessoas. É uma 
maneira de elogiar – dar crédito à pessoa por alguma coisa que ela tenha feito bem. 
 
 Pode também ser utilizada como forma de agradecimento ou como forma de 
concordar com o que a outra pessoa disse. 
 
 O elogio obedece 02 (duas) etapas: 
 
 A primeira é identificar a performance ou o comportamento que você deseja 
elogiar. A segunda é explicar porque aquela performance ou aquele comportamento lhe é 
valioso. Exemplo: 
 
“Obrigado por ter-me conseguido estas fichas cadastrais tão rapidamente. 
Você me ajudou a executar o meu trabalho dentro do prazo 
determinado”. 
 
 Elogiar é uma maneira de obter e continuar recebendo a cooperação de outras 
pessoas. 
 
11.3.5 – Habilidades de Comunicação Não Verbal 
 
 Tudo o que você faz está sujeito a ser interpretado pelas pessoas que o rodeiam. 
É a interpretação da outra pessoa que causa o impacto não a sua intenção. 
 
 Na verdade, uma grande parcela de todas as comunicações são não verbais. 
 Portanto, a sua meta será controlar o seu comportamento não verbal de tal 
maneira que o auditado o interprete da forma que você quer que ele o faça. Os seguintes 
fatores podem influenciar a forma como os auditados reagem a você: 
 
 
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11.3.5.1 – Atenção 
 
 As pessoas frequentemente julgam se você está ouvindo ou não pelo contato 
ocular. 
 
 Se você olhar pela janela enquanto as outras pessoas falam com você, elas 
concluirão que você não está ouvindo. Se você olhá-las nos olhos, elas concluirão que você 
está ouvindo e isso as incentivará a expressarem melhor os seus pensamentos com 
palavras. 
 
11.3.5.2 - Expressões Faciais 
 
 Muita coisa é comunicada pela expressão facial. O estudo deste tipo de 
comunicação é complexa, mas uma coisa simples como estar sempre com uma cara 
sombria e séria pode levar os outros a pensar que você é rabugento. 
 
 Criar uma imagem de pessoa amigável e acessível é parte do dever de trabalhar 
eficazmente com os outros. 
 
 Mesmo as suas expressões faciais cotidianas contribuem para essa imagem, que 
pode facilitar a execução de suas tarefas aumentando a cooperação que os funcionários da 
área auditada lhe darão. 
 
11.3.5.3 – Inflexão de Voz 
 
 O tom de voz afeta a maneira como os outros interpretam o que se diz. 
 Você provavelmente se recorda de experiências pessoais onde alguém falou 
sarcasticamente com você – e como você se sentiu quando isto aconteceu. Não foram as 
palavras, mas talvez o tom que lhe indicou que a outra pessoa estava comunicando algum 
tipo de desaprovação. 
11.4 – Estilos de Gerência e o Auditor 
O auditor deve procurar compreender que quase sempre o estilo de gerência 
adotado pela área auditada condiciona o funcionamento das suas atividades, enfatizando 
qualidades e defeitos. Ao entender os vários estilos existentes, o auditor saberá que tipo de 
atuação deve ser esperado e como os próprios funcionários da área reagem a eles. 
De certa forma, os estilos gerenciais podem ser encontrados ao mesmo tempo em 
uma empresa, dependendo das características dos gerentes e das necessidades e motivação 
dos empregados. 
Auditoria Interna – Conceitos e práticas 
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Os nomes dados a esses estilos por alguns psicólogos são: 
 Autocrático 
 Paternalista 
 Apoiador 
 Cooperativo 
 
 11.4.1 – O Estilo Autocrático 
Esse estilo está fundamentado na autoridade total do gerente e obediência 
inquestionável do seu pessoal. Nesse estilo os funcionários tornam-se dependentes da 
gerência e raramente pensam sozinhos. A gerência assume que os empregados trabalham 
unicamente porque eles são obrigados e que eles devem ser dirigidos para cumprir seu 
papel. 
A performance dos empregados é normalmente mínima e é considerada atingida se 
o empregado concorda incontinente com as ordens da gerência. 
Quando o auditor se defronta com um gerente que tem esse estilo, ele deve estar 
preparado para encontrar falta de independência nos subordinados já que o temor de tomaralguma iniciativa pode conflitar com as posições do gerente. Na área desse gerente haverá 
instruções claras, controles firmes e um rígido sistema de aprovação; mas na sua ausência é 
improvável performance efetiva, pois os funcionários não saberão tomar qualquer atitude a 
nível decisório. O auditor deve estar preparado para esclarecer todos os seus achados 
exclusivamente com os autocratas. 
11.4.2 – O Estilo Paternalista 
Esse estilo é uma derivação do estilo autocrático. Pretende melhorar a 
produtividade através de premiações (benefícios adicionais e planos de seguro de vida em 
grupo) aos empregados e para uma maior dependência por parte do empregado. 
Originou-se principalmente durante a depressão de 1930 e durante e após a 2º 
Guerra Mundial quando os benefícios tornaram-se as metas dos empregados, sindicatos e 
do governo. A premiação financeira e o seguro coletivo foram oferecidos em contrapartida 
à gratidão do funcionário e expectativa do aumento da produtividade. 
Nesse estilo, o empregado fica mais contente que quando está sob o estilo 
autocrático, mas não há nada que o inspire para maior perfeição. 
O estilo paternalista dá-lhe subsistência e segurança, mas não motivação ou auto-
realização. 
Auditoria Interna – Conceitos e práticas 
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Ao defrontar com as gerências que adotam esse estilo o auditor deverá prevenir a 
gerência de que para se conseguir alta produtividade não é necessário um espírito de clube 
esportivo entre os seus funcionários. A gerência, em comum acordo com os funcionários, 
precisa fixar metas realistas e confrontá-las com os resultados obtidos ao final de um 
período para avaliação. 
 
11.4.3 – O Estilo Apoiador 
O empregado começa a identificar suas próprias metas com aquelas da organização. 
Ele percebe que seu caminho, sua realização e seu trabalho são partes importantes de sua 
vida, mas que uma mera fonte de sustento ou segurança. 
Neste clima, o auditor deve ser cauteloso para obter a confiança tanto dos 
empregados como da Gerência durante seu trabalho. 
Ele pode vender suas recomendações de auditoria mostrando que elas podem 
melhorar a produtividade e ajudar a organização a atingir suas metas. 
 
11.4.4 – O Estilo Cooperativo 
Nesse estilo cada profissional é um colaborador, respeitado pelas suas 
contribuições. A gerência, em vez de ser autocrática, exigindo obediência; ou 
protecionista, proporcionando segurança; ou apoiadora, provocando lideranças é somente 
um dos colaboradores, sendo respeitado, como um companheiro, pelas suas contribuições. 
A função da Gerência está mais na integração que no comando ou liderança. O 
empregado responde a este clima com o sentimento de responsabilidade. 
O resultado é realização pessoal mais do que a motivação manipulada pelo líder. 
Ou seja, o real entusiasmo pelo trabalho, em senso de desempenho e reconhecimento. 
A reação do auditor a esse estilo é adaptar-se a ele. Deve estar presente como mais 
um colaborador. 
Ele deve apresentar suas recomendações e sugestões para assim contribuir com o 
crescimento da organização. De fato, nesse clima de dedicação e cooperação o auditor 
provavelmente se encontrará com o mesmo entusiasmo do auditado. 
Voltar ao sumário 
 
 
 
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12 – EXERCÍCIO PROFISSIONAL DA AUDITORIA INTERNA NO PLANO 
INTERNACIONAL 
12.1 – INTRODUÇÃO 
A auditoria interna é uma atividade independente e objetiva que presta serviços de 
avaliação e de consultoria com o objetivo adicionar valor e melhorar as operações de uma 
organização. A auditoria auxilia a organização a alcançar seus objetivos através de uma 
abordagem sistemática e disciplinada para a avaliação e melhoria da eficácia dos 
processos de gerenciamento de risco, controle e governança corporativa. 
As atividades da auditoria interna são realizadas nos mais diversos ambientes culturais e 
legais; em organizações que possuem os mais variados objetivos, porte, complexidade e 
estruturas, e por pessoas de dentro ou de fora da organização. Uma vez que as diferenças 
podem afetar a prática da auditoria interna em cada ambiente, a adesão às Normas 
Internacionais para o Exercício Profissional da Auditoria Interna é essencial para um 
adequado desempenho das responsabilidades por parte dos auditores internos. Se os 
auditores internos auditores estão proibidos, em virtude de leis ou regulamentações, de 
aderir a determinadas regras estabelecidas nas Normas, devem então cumprir todas as 
demais regras das Normas e apresentar as justificativas necessárias. 
Os serviços de avaliação (assurance) compreendem uma avaliação objetiva da evidência 
por parte do auditor interno com o objetivo de apresentar uma opinião ou conclusões 
independentes sobre um processo ou outra matéria correlata. A natureza e o escopo do 
trabalho de avaliação são determinados pelo auditor interno. Normalmente, três partes 
participam dos serviços de avaliação: (1) a pessoa ou grupo diretamente responsável pelo 
processo, sistema ou outro assunto correlato – o proprietário do processo, (2) a pessoa ou 
grupo que faz a avaliação – o auditor interno, e (3) a pessoa ou grupo que faz uso da 
avaliação – o usuário. 
Os serviços de consultoria são aqueles relacionados à assessoria e, normalmente, são 
prestados por solicitação específica de um cliente de auditoria. A natureza e o escopo dos 
trabalhos de consultoria estão sujeitos a um acordo mútuo com o cliente do trabalho. Os 
serviços de consultoria, normalmente, compreendem dois participantes: (1) a pessoa ou 
grupo que oferece a consultoria – o auditor interno, e (2) a pessoa ou grupo que necessita 
e recebe a consultoria – o cliente do trabalho. Ao realizar serviços de consultoria o auditor 
interno deve manter a objetividade e não assumir responsabilidades gerenciais. 
O propósito das Normas é: 
1. Estabelecer princípios básicos que representam a prática da auditoria interna na forma 
em que esta deveria ser. 
Auditoria Interna – Conceitos e práticas 
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2. Fornecer um modelo para a execução e promoção de um amplo leque de atividades de 
auditoria interna que representem valor agregado. 
3. Servir de base para a avaliação da auditoria interna. 
4. Incentivar a melhoria dos processos e operações da organização. 
As Normas compreendem as Normas de Atributos (série 1000), as Normas de 
Desempenho (série 2000) e as Normas Implantação. As Normas de Atributos tratam das 
características de organizações e indivíduos que realizam atividades de auditoria. As 
Normas de Desempenho descrevem a natureza das atividades da auditoria interna e 
apresentam critérios de qualidade contra os quais o desempenho desses serviços é 
avaliado. Enquanto as Normas de Atributos e de Desempenho aplicam-se a todos os 
serviços de auditoria interna, as Normas de Implantação aplicam-se a tipos específicos de 
trabalhos de auditoria. 
Existe apenas um conjunto de Normas de Atributos e de Normas de Desempenho, 
entretanto, existem variados conjuntos de Normas de Implantação, ou seja, um conjunto 
para cada tipo importante de atividade de auditoria interna. 
As Normas de Implantação foram estabelecidas para as atividades de: Avaliação 
(Assurance) (A) e de Consultoria (C). 
As Normas são parte integrante da Estrutura de Práticas Profissionais de Auditoria 
Interna. A Estrutura de Práticas Profissionais de Auditoria Interna inclui a definição de 
Auditoria Interna, o Código de Ética, as Normas e outras orientações. Orientações quanto 
à forma como as Normas podem ser aplicadas estão incluídas nas Orientações para a 
Prática emitidas pelo Comitê de Assuntos Profissionais do IIA.As Normas empregam termos aos quais foram atribuídos significados específicos e que 
foram incluídos no Glossário. 
O desenvolvimento e a publicação das Normas é um processo contínuo. O Comitê de 
Normas de Auditoria Interna realiza uma extensiva consulta e análise antes da publicação 
das Normas. Isto inclui a solicitação de comentários da parte do público de todas as partes 
do mundo, através de um processo de apresentação de versão preliminar. 
Fonte: AUDIBRA – Instituto dos Auditores Internos do Brasil (www.audibra.org.br) 
 
12.2 – CÓDIGO DE ÉTICA 
O propósito do Código de Ética do IIA é promover uma cultura ética na profissão de 
Auditoria Interna. 
Auditoria Interna – Conceitos e práticas 
www.portaldeauditoria.com.br 45 
A auditoria interna é uma atividade independente e objetiva, que presta 
serviços de avaliação e de consultoria e tem como objetivo adicionar valor 
e melhorar as operações de uma organização. A auditoria auxilia a 
organização a alcançar seus objetivos através de uma abordagem 
sistemática e disciplinada para a avaliação e melhoria da eficácia dos 
processos de gestão de risco, controle e governança corporativa. 
Um código de ética é apropriado e necessário para profissão de auditoria interna, 
fundamentada como está na confiança colocada em assegurar o objetivo sobre 
gerenciamento de risco, controle e governança corporativa. O Código de Ética do IIA vai 
além da definição de auditoria interna para incluir dois componentes essenciais: 
1. Princípios relevantes para a profissão e prática da auditoria interna; 
2. Regras de Conduta que descrevem normas do comportamento esperado de 
auditores internos. Estas regras são uma ajuda na interpretação dos Princípios em 
aplicações práticas e tem o objetivo de orientar a conduta ética de auditores 
internos. 
O Código de Ética associado ao Manual de Práticas Profissionais e outros relevantes 
pronunciamentos do IIIA proporcionam orientação aos auditores internos sobre “servir 
aos outros”. “Auditores Internos” se refere aos membros do IIA/AUDIBRA, profissionais 
certificados ou candidatos à Certificação profissional e aqueles que prestam serviços de 
auditoria interna conforme a definição de auditoria interna. 
Aplicabilidade e Exigência de Conformidade 
Este Código de Ética se aplica tanto a indivíduos como a entidades que prestam 
serviços de auditoria interna. 
Para membros do IIA e candidatos ou profissionais certificados, violações do Código de 
Ética serão avaliadas e gerenciadas de acordo com os estatutos do IIA e as Políticas 
Administrativas. O fato de que uma conduta em particular não seja mencionada nas 
Regras de Conduta não evita que esta não seja inaceitável ou sem credibilidade e, 
portanto, o membro, detentor de certificação, ou candidato pode estar a uma ação 
profissional. 
Princípios 
Os auditores Internos são exigidos a aplicar e manter os seguintes princípios: 
Integridade 
A integridade dos auditores internos exige confiança e assim, representa a base para a 
confiabilidade em seu julgamento. 
Auditoria Interna – Conceitos e práticas 
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Objetividade 
Auditores internos apresentam o mais alto grau de objetividade profissional na coleta, 
avaliação, comunicação de informações sobre a atividade ou processo em exame. 
Auditores internos geram uma avaliação equilibrada de todas as circunstâncias relevantes 
e não são influenciados de forma indevida pelos seus próprios interesses ou por outros, na 
formulação de julgamentos (opiniões). 
Confidencialidade 
Os auditores internos respeitam o valor e a propriedade das informações a que têm acesso 
e não as divulgam sem a autorização apropriada a não ser em caso de obrigação legal ou 
profissional. 
Competência 
Auditores internos aplicam o conhecimento, habilidades e experiência necessários na 
realização de serviços de auditoria interna. 
Regras de Conduta 
1. Integridade 
Auditores Internos: 
1.1. Devem realizar seus trabalhos com honestidade, diligência e responsabilidade. 
1.2. Devem observar a lei e divulgar informações exigidas pela lei e pela profissão. 
1.3. Não devem, quando de conhecimento, fazer parte de qualquer atividade ilegal, ou se 
envolver em atos que resultem em descrédito para a profissão de auditor interno ou para a 
organização. 
1.4. Devem respeitar e contribuir para os legítimos e éticos objetivos da organização. 
2. Objetividade 
Auditores internos: 
2.1. Não devem participar de qualquer atividade ou relação que possa prejudicar ou que, 
presumivelmente, prejudicaria sua avaliação imparcial. Esta participação inclui aquelas 
atividades ou relações que podem envolver conflitos de interesses da organização. 
2.2. Não devem aceitar qualquer coisa que possa prejudicar ou que, presumivelmente, 
prejudicaria seu julgamento profissional. 
2.3. Devem divulgar todos os fatos materiais de seu conhecimento que, se não divulgados, 
podem distorcer relatórios das atividades sob sua revisão. 
Auditoria Interna – Conceitos e práticas 
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3. Confidencialidade 
Auditores internos: 
3.1. Devem ser prudentes no uso e proteção das informações obtidas no desempenho de 
suas funções. 
3.2. Não devem utilizar informações para qualquer vantagem pessoal ou de qualquer 
outra maneira contrária à lei ou em detrimento dos objetivos legítimos e éticos da 
organização. 
4. Competência 
Auditores internos: 
4.1. Devem realizar somente aqueles serviços para os quais possuam o conhecimento, 
habilidades e experiência necessárias. 
4.2. Devem realizar serviços de auditoria interna em conformidade com as Normas para a 
Prática Profissional da Auditoria Interna. 
4.3. Devem continuamente melhorar seu conhecimento técnico e a eficácia e qualidade de 
seus serviços. 
12.3 – ATRIBUTOS PROFISSIONAIS 
Propósito, Autoridade e Responsabilidade 
O propósito, a autoridade e a responsabilidade da atividade de auditoria interna devem ser 
formalmente definidos em um regulamento ou estatuto (charter), consistente com as 
Normas e aprovado pelo Conselho de Administração. 
– A natureza dos serviços de avaliação (assurance) prestados à organização deve 
ser formalmente definida no regulamento ou estatuto da Auditoria. Se tais serviços 
forem prestados a terceiros, externos à organização, a natureza desses serviços 
deve também ser definida no regulamento ou estatuto. 
– A natureza dos serviços de consultoria deve ser definida no estatuto ou 
regulamento da Auditoria. 
Independência e Objetividade 
A atividade de auditoria interna deve ser independente e os auditores internos devem ser 
objetivos na execução de seu trabalho. 
Independência Organizacional 
Auditoria Interna – Conceitos e práticas 
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O diretor executivo de auditoria deve estar subordinado a um nível dentro da organização, 
que permita à atividade de auditoria interna cumprir suas responsabilidades. 
– A atividade de auditoria interna deve ser livre de interferências na determinação 
do escopo da auditoria interna, na execução do trabalho e na comunicação de 
resultados. 
 
Objetividade individual 
Os auditores internos devem ter atitude imparcial e isenta e evitar conflitos de interesses. 
Prejuízos à Independência ou Objetividade 
Se a independência ou objetividade forem prejudicadas de fato ou na aparência, os 
detalhes de tal prejuízo devem. 
ser informados às partes apropriadas. A natureza da comunicação dependerá do prejuízo. 
– Os auditores internos devem abster-se de avaliar operações específicas pelas 
quais tenham sido responsáveis anteriormente. Presume-se prejudicada a 
objetividade, se um auditor prestar serviçosde avaliação para uma atividade pela 
qual tenha sido responsável no ano anterior. 
– Trabalhos de auditoria de avaliação relacionados a funções que estejam sob a 
responsabilidade do diretor executivo de auditoria devem ser supervisionadas por 
alguém externo à atividade de auditoria. 
– Os auditores internos podem prestar serviços de consultoria relacionados às 
operações pelas quais tenham sido responsáveis anteriormente. 
– Caso os auditores internos constatem potenciais prejuízos à independência ou 
objetividade relacionados a serviços de consultoria propostos, o cliente do trabalho 
deve ser informado antes que a execução do mesmo seja aceita. 
Proficiência e Zelo Profissional Devido 
Os trabalhos de auditoria devem ser realizados com a proficiência e o cuidado 
profissional devidos. 
Proficiência 
Os auditores internos devem possuir conhecimentos, habilidades e outras 
competências necessárias à execução de suas responsabilidades individuais. A 
atividade de auditoria interna, de forma coletiva, deve possuir ou obter o 
Auditoria Interna – Conceitos e práticas 
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conhecimento, habilidades e outras competências necessárias para o desempenho 
de suas responsabilidades. 
– O diretor executivo de auditoria deve obter assessoria competente e 
assistência, se a equipe de auditoria interna não dispuser de conhecimentos, 
habilidades ou outras competências necessárias à execução do todo ou parte 
do trabalho de auditoria. 
– O auditor interno deve possuir suficiente conhecimento para identificar 
indicadores de fraude, mas não se espera que tenha a especialidade de uma 
pessoa cuja responsabilidade principal seja detectar e investigar fraudes. 
– Os auditores internos devem possuir conhecimento dos riscos e controles 
chaves relacionados à tecnologia da informação bem como das técnicas de 
auditoria baseadas em tecnologia para a execução dos trabalhos sob sua 
responsabilidade. Entretanto, nem todos os auditores internos são obrigados 
a possuir o conhecimento técnico que se espera de um auditor cuja principal 
responsabilidade seja auditar a tecnologia da informação. 
– O diretor executivo de auditoria deve declinar de realizar trabalhos de 
consultoria, ou obter a competente orientação e assistência caso o pessoal 
da auditoria interna não possua o conhecimento, habilidades ou outras 
competências necessárias para desenvolver o todo ou parte do trabalho. 
Zelo Profissional Devido 
Os auditores internos devem aplicar cuidados e habilidades esperados de um 
profissional razoavelmente prudente e competente. Zelo profissional devido não 
implica infalibilidade. 
– O auditor interno deve exercer o Zelo profissional devido, considerando: 
• A necessária extensão do trabalho para alcançar os objetivos do trabalho 
de auditoria. 
• A relativa complexidade, materialidade ou importância dos assuntos sobre 
os quais os procedimentos de auditoria são aplicados. 
• A adequação e eficácia dos processos de gerenciamento de risco, de 
controle e de governança corporativa. 
• A probabilidade de erros significativos, irregularidades, ou 
desconformidades. 
• Custo do trabalho de avaliação em relação a benefícios potenciais. 
Auditoria Interna – Conceitos e práticas 
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– No exercício do zelo profissional devido, o auditor interno deve considerar a 
utilização de ferramentas de auditoria auxiliadas por computador bem como outras 
técnicas de análise de dados. 
– O auditor interno deve estar alerta aos riscos significativos que poderiam afetar 
os objetivos, operações ou recursos. Entretanto, procedimentos de auditoria, por si 
só, mesmo quando desenvolvidos com o cuidado profissional devido, não 
garantem que todos os riscos significativos serão identificados. 
– O auditor interno deve exercer o cuidado profissional devido durante um trabalho 
de consultoria, considerando: 
• As necessidades e expectativas dos clientes, incluindo a natureza, o prazo 
e a comunicação dos resultados do trabalho. 
• A relativa complexidade e extensão requeridos pelo trabalho para alcançar 
os objetivos do trabalho de auditoria. 
• O custo do trabalho de consultoria em relação aos potenciais benefícios. 
– Desenvolvimento Profissional Contínuo 
Os auditores internos devem aperfeiçoar seus conhecimentos, habilidades e outras 
competências através do desenvolvimento profissional contínuo. 
Programa de Garantia de Qualidade e Melhoria 
O diretor executivo de auditoria deve desenvolver e manter um programa de garantia da 
qualidade e de melhoria que inclua todos os aspectos da atividade de auditoria interna e 
monitore de forma contínua sua eficácia. Este programa inclui avaliações periódicas, 
internas e externas, da qualidade e a monitoração interna contínua. Cada parte do 
programa deve ser desenvolvida para auxiliar a atividade de auditoria interna a adicionar 
valor e melhorar as operações da organização, bem como proporcionar razoável certeza 
de que a atividade de auditoria interna está em conformidade com as Normas e o Código 
de Ética. 
– Avaliações do Programa de Qualidade 
A atividade da auditoria interna deve adotar um projeto para monitorar e avaliar a 
eficácia geral do programa 
de qualidade. O processo deve incluir tanto avaliações internas como externas. 
- Avaliações Internas 
As avaliações internas devem incluir: 
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• Revisões contínuas do desempenho da atividade de auditoria interna; e 
• Revisões periódicas executadas através de auto – avaliação ou por outras 
pessoas da organização, com conhecimento das práticas internas de 
auditoria e das Normas. 
– Avaliações Externas 
As avaliações externas, tais como revisões de qualidade do trabalho de 
auditoria, devem ser conduzidas ao menos uma vez a cada cinco anos por 
revisor qualificado e independente ou por equipe de revisão externa à 
organização. 
Relatórios sobre o Programa de Qualidade 
O diretor executivo de auditoria deve informar ao Conselho os resultados de avaliações 
externas. 
Uso da expressão “Realizado em Conformidade com as Normas” 
Os auditores internos são estimulados a relatar que suas atividades são “conduzidas em 
conformidade com as Normas para o Exercício Profissional de Auditoria Interna”. 
Entretanto, os auditores internos somente podem utilizar a afirmação, se avaliações do 
programa de desenvolvimento de qualidade demonstrarem que a atividade de auditoria 
interna está em conformidade com as Normas. 
Comunicação de Não Conformidade 
Embora a atividade de auditoria interna deva manter total conformidade com as Normas 
e, os auditores internos, com o Código de Ética, pode haver ocasiões em que a total 
conformidade não seja atingida. Quando a falta de conformidade afetar o escopo geral ou 
a operação da atividade de auditoria interna, uma comunicação deve ser feita à alta 
administração e ao Conselho. 
12.4 – DESEMPENHO PROFISSIONAL 
Gerenciamento da Atividade de Auditoria Interna 
O diretor executivo de auditoria deve gerenciar de forma eficaz, a atividade de auditoria 
interna para assegurar que adicione valor à organização. 
– Planejamento 
O diretor executivo de auditoria deve estabelecer planos com base em análise de 
riscos para determinar as prioridades da atividade de auditoria interna, consistentes 
com as metas da organização. 
Auditoria Interna – Conceitos e práticas 
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- O plano de trabalhos de auditoria da auditoria interna deve ser baseado na 
avaliação de risco e realizado pelo menos uma vez ao ano. Informações 
apresentadas pela alta gerência e o conselho de administraçãodevem ser 
consideradas nesse processo. 
– O diretor executivo de auditoria deve considerar a aceitação de trabalho 
de auditorias propostos para consultoria baseado no potencial destes para 
melhorar o gerenciamento de riscos, adicionar valor e melhorar as 
operações. Os trabalhos de auditoria aceitos devem ser incluídos no plano. 
Comunicação e Aprovação 
O diretor executivo de auditoria deve comunicar à alta administração e ao 
Conselho para revisão e aprovação, os planos de atividades da auditoria e 
necessidades de recursos, incluindo mudanças temporárias significativas. Deve 
também comunicar o impacto de limitações de recursos. 
Gerenciamento de Recursos 
O diretor executivo de auditoria deve assegurar que os recursos de auditoria interna 
sejam apropriados, suficientes e efetivamente utilizados para cumprimento do 
plano aprovado. 
Políticas e Procedimentos 
O diretor executivo de auditoria deve estabelecer políticas e procedimentos para 
orientar a atividade de auditoria interna. 
Coordenação 
O diretor executivo de auditoria deve compartilhar informações e coordenar 
atividades com outros fornecedores internos e externos de serviços relevantes de 
auditoria e de serviços de consultoria para assegurar apropriada cobertura e 
minimizar a duplicação de esforços. 
Comunicação com o Conselho e a Alta Administração 
O diretor executivo de auditoria deve apresentar relatórios periódicos ao Conselho 
e à alta administração sobre o propósito, autoridade, responsabilidade e 
desempenho em relação a seus planos. Tais relatórios devem também incluir a 
exposição a riscos significativos e matérias sobre controle, governança corporativa 
e outras matérias necessárias ou solicitadas pelo Conselho ou pela alta 
administração. 
Natureza do trabalho 
Auditoria Interna – Conceitos e práticas 
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A atividade de auditoria interna deve avaliar e contribuir para a melhoria dos processos de 
gerenciamento de riscos, de controle e de governança corporativa aplicando uma 
abordagem sistemática de disciplinada. 
Gerenciamento de Riscos 
A atividade de auditoria interna deve assistir à organização através da identificação 
e avaliação de exposições significativas a riscos e da contribuição para a melhoria 
dos sistemas de gerenciamento de riscos e de controle. 
– A atividade de auditoria interna deve monitorar e avaliar a efetividade do 
sistema de gerenciamento de risco da organização. 
– A atividade de auditoria interna deve avaliar os riscos de exposição no 
que diz respeito à governança corporativa da organização, operações e 
sistemas de informação relativos a: 
• Confiabilidade e integridade das informações financeiras e operacionais. 
• Efetividade e eficiência das operações. 
• Salvaguarda do patrimônio. 
• Obediência às leis, regulamentos e contratos. 
– Durante o trabalho de consultorias, os auditores internos devem remeter-
se ao risco consistente com os objetivos do trabalho de auditoria e estar 
alertas à existência de outros riscos significativos. 
– Os auditores internos devem incorporar o conhecimento sobre riscos 
obtido em trabalhos de consultorias, ao processo de identificar e avaliar 
exposições significativas de riscos da organização. 
Controle 
A atividade de auditoria interna deve assistir a organização na manutenção de controles 
efetivos, avaliando sua efetividade e eficiência e promovendo contínuas melhorias. 
– Com base nos resultados das avaliações de riscos, a atividade de auditoria interna 
deve avaliar a adequação e a eficácia dos controles, abrangendo a governança, as 
operações e os sistemas de informação. Isto deve incluir: 
• A confiabilidade e integridade das informações financeiras e operacionais. 
• A eficácia e eficiência de operações. 
• A salvaguarda dos ativos. 
• A conformidade às leis, regulamentos e contratos. 
Auditoria Interna – Conceitos e práticas 
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– Os auditores internos devem avaliar a extensão em que as operações e os 
objetivos dos programas foram estabelecidos, em conformidade com os da 
organização. 
– Os auditores internos devem rever operações e programas para avaliar a extensão 
em que os resultados são consistentes com as metas e os objetivos estabelecidos, 
para determinar se as operações e programas estão sendo implementados ou 
desenvolvidos como pretendidos. 
– São necessários critérios adequados para avaliar os controles. Os auditores 
internos devem avaliar a extensão em que as gerências estabeleceram critérios 
adequados, para determinar se objetivos e metas foram atingidos. Se adequados, os 
auditores internos devem usar tais critérios na sua avaliação. Se inadequados, os 
auditores internos devem trabalhar com as gerências para desenvolver critérios 
apropriados de avaliação. 
– Durante trabalhos de consultoria, os auditores internos devem avaliar os 
controles de forma consistente com os objetivos do trabalho e manter-se alertas 
para a existência de deficiências de controle. 
– Os auditores internos devem incorporar o conhecimento de controles obtido em 
trabalhos de consultoria, ao processo de identificação e avaliação de exposições 
significativas da organização a riscos. 
Governança Corporativa 
A atividade de auditoria interna deve avaliar e fazer recomendações apropriadas para a 
melhoria do processo de governança corporativa no cumprimento dos seguintes objetivos: 
• Promoção a ética e valores apropriados dentro da organização. 
• Assegurar a gestão do desempenho eficaz da organização e a responsabilidade 
por prestação de contas. 
• Comunicar de forma eficaz às área apropriadas da organização, as informações 
relacionadas a risco e controle. 
• Coordenar de forma eficaz as atividades e comunicar a informação entre o 
conselho, os auditores externos e internos e administração. 
– A atividade de auditoria interna deve avaliar o desenho,a implantação e a eficácia 
dos objetivos, programas e atividades da organização relacionados à ética. 
– Os objetivos do trabalho de consultoria deve ser consistente com a totalidade dos 
valores e das metas da organização. 
Planejamento dos Trabalhos de Auditoria 
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Os auditores internos devem desenvolver e registrar um plano para cada trabalho de 
auditoria, incluindo o escopo, objetivos, prazo e alocação de recursos. 
Considerações de Planejamento 
No planejamento do trabalho de auditoria, os auditores internos devem considerar: 
• Os objetivos da atividade objeto da revisão e os meios pelos quais esta controla 
seu desempenho. 
• Os riscos significativos para a atividade, seus objetivos, recursos, e operações e 
os meios pelos quais o impacto potencial de risco é mantido a nível aceitável. 
• A suficiência e a efetividade do gerenciamento de risco e dos sistemas de 
controle da atividade comparados a uma estruturação de controle pertinente ou 
modelo. 
• As oportunidades para fazer melhorias significativas no gerenciamento de risco e 
nos sistemas de controle da atividade. 
– Ao planejar um trabalho de auditoria a ser executado por prestadores de 
serviço (externos à organização), os auditores internos devem estabelecer 
com estes um acordo escrito sobre os objetivos, o escopo, respectivas 
responsabilidades e outras expectativas, incluindo-se restrições para a 
distribuição dos resultados do trabalho e o acesso aos respectivos registros. 
- Os auditores internos devem estabelecer um entendimento com os clientes 
do trabalho de consultoria, em relação aos objetivos, escopo, respectivas 
responsabilidades e outras expectativas do cliente. Para trabalhos de grande 
importância, esseentendimento deve ser documentado. 
Objetivos do Trabalho de Auditoria 
Devem ser estabelecidos objetivos para cada trabalho de auditoria 
– Os auditores internos devem realizar uma avaliação preliminar dos riscos 
relevantes relacionados à atividade objeto de auditoria. Os objetivos do 
trabalho de auditoria devem refletir os resultados dessa avaliação. 
- O auditor interno deve considerar a probabilidade de erros, 
irregularidades, descumprimentos, e outras exposições significativas 
quando estiver desenvolvendo os objetivos do trabalho de auditoria. 
- Os objetivos do trabalho de auditoria de consultoria deve discutir riscos, 
controles e processos de governança corporativa na extensão acordada com 
o cliente. 
Escopo do Trabalho de auditoria 
Auditoria Interna – Conceitos e práticas 
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O escopo estabelecido deve ser suficiente para satisfazer os objetivos do trabalho 
de auditoria. 
- O ambiente do trabalho de auditoria deve incluir a consideração de 
sistemas relevantes, registros, pessoal e propriedades físicas, incluindo 
aquelas sob controle de terceiros. 
– Caso, durante um trabalho de auditoria de avaliação (assurance), 
apareçam importantes oportunidades de consultoria um acordo específico e 
escrito deve ser estabelecido sobre os objetivos, escopo, respectivas 
responsabilidades e outras expectativas e, os resultados do trabalho de 
consultoria divulgados em conformidade com as normas de consultoria. 
– Ao executar as tarefas de consultoria agendadas, os auditores internos 
devem assegurar que o ambiente do trabalho consultoria seja suficiente para 
discutir os objetivos combinados. Se os auditores internos criarem reservas 
sobre o ambiente durante a execução do trabalho de consultoria, estas 
devem ser discutidas com o cliente para determinar se deve ser dada 
continuidade à execução das tarefas agendadas. 
Alocação de Recursos ao Trabalho de Auditoria 
Os auditores internos devem determinar os recursos apropriados para alcançar os 
objetivos do trabalho de auditoria. A formação da equipe deve ser baseada na 
avaliação da natureza e da complexidade de cada trabalho de auditoria, das 
limitações de tempo e de recursos disponíveis. 
 
Programa de Trabalho de Auditoria 
Os auditores internos devem desenvolver programas de trabalho que alcancem os 
objetivos do trabalho. Estes programas de trabalho devem ser registrados. 
– Os programas de trabalho devem estabelecer os procedimentos para 
identificar, analisar, avaliar, e registrar informações durante o 
desenvolvimento do trabalho de auditoria. O programa de trabalho deve ser 
aprovado antes de seu início e quaisquer ajustes devem ser prontamente 
aprovados. 
– Os programas de auditoria para trabalhos de consultoria podem variar na 
forma e conteúdo dependendo da natureza do trabalho. 
Execução do Trabalho de Auditoria 
Auditoria Interna – Conceitos e práticas 
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Os auditores internos devem identificar, analisar, avaliar, e registrar informações 
suficientes para alcançar os objetivos do trabalho de auditoria. 
Coleta de informações 
Os auditores internos devem coletar informações suficientes, fidedignas, 
pertinentes e úteis para o alcance dos objetivos do trabalho de auditoria. 
Análise e Avaliação 
Os auditores internos devem basear as conclusões e os resultados da execução dos 
trabalhos em análises e avaliações apropriadas. 
Registro das Informações 
Os auditores internos devem registrar informações relevantes como suporte das 
conclusões e dos resultados da execução dos trabalhos. 
- O diretor executivo-chefe de auditoria deve controlar o acesso aos 
registros dos trabalhos. Para tanto, ele deve obter aprovação da alta 
administração sênior e/ou conselho legal, antes de liberar tais registros a 
terceiros, quando requisitado. 
- O Diretor executivo de auditoria deve desenvolver requisitos de guarda 
dos registros do trabalhos de auditoria. Estes requisitos devem ser 
consistentes com as orientações da organização, quaisquer regulamentações 
pertinentes ou outros requisitos. 
– O diretor executivo de auditoria deve desenvolver políticas de 
administração da custodia e guarda dos registros dos trabalhos de 
consultoria, bem como sua liberação interna e externamente. Estas políticas 
devem ser consistentes com as diretrizes da organização, quaisquer 
regulamentações pertinentes ou outros requisitos. 
 
Supervisão do Trabalho de Auditoria 
Os trabalho de auditorias devem ser apropriadamente supervisionados para 
assegurar que os objetivos sejam atingidos, a qualidade seja assegurada e as 
equipes se desenvolvam. 
Comunicação de Resultados 
Os auditores internos devem comunicar os resultados dos trabalhos de auditorias com 
oportunidade. 
Auditoria Interna – Conceitos e práticas 
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Critérios para Comunicações 
As comunicações devem incluir os objetivos e o ambiente do trabalho de auditoria, 
bem como as conclusões aplicáveis, recomendações e planos de ação. 
– A comunicação final dos resultados deve, onde apropriado, conter a 
opinião geral ou conclusões do auditor interno. 
– Os auditores internos são incentivados a reconhecer o desempenho 
satisfatório nas comunicações de resultados. 
– Ao divulgar os resultados de trabalhos de auditoria para terceiros, fora da 
organização, a comunicação deve conter limitações sobre a distribuição e o 
uso dos resultados do trabalho. 
– A comunicação sobre o progresso e os resultados de um trabalho de 
consultoria irão variar em forma e conteúdo, dependendo da natureza do 
trabalho e das necessidades do cliente. 
Qualidade das Comunicações 
As comunicações devem ser precisas, objetivas, claras, concisas, construtivas, 
completas e oportunas. 
Erros e Omissões 
Se uma comunicação final contiver erro significativo ou omissão, o diretor 
executivo de auditoria deve comunicar a informação correta a todas as pessoas que 
tenham recebido a comunicação original. 
 
Divulgação da Não Conformidade com as Normas 
Quando a falta de conformidade das Normas tiver impacto em um trabalho de 
auditoria específico, a comunicação dos resultados deve divulgar: 
• Norma (s) cuja conformidade total não foi atingida, 
• Razão (ões) para a falta de conformidade e 
• Impacto da não conformidade sobre o trabalho de auditoria 
Disseminação de Resultados 
O diretor executivo de auditoria deve divulgar os resultados às pessoas 
apropriadas. 
Auditoria Interna – Conceitos e práticas 
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– O diretor executivo de auditoria interna é responsável por comunicar os 
resultados finais às pessoas que possam assegurar que aos resultados sejam 
dadas a devida consideração. 
– O diretor executivo de auditoria é responsável por comunicar os 
resultados finais às partes que podem assegurar que os resultados recebam a 
devida consideração. 
– O diretor executivo de auditoria é responsável por comunicar os 
resultados finais dos trabalhos de consultoria aos clientes. 
– Durante a execução de trabalhos de auditoria, gerenciamento de riscos, 
controle e assuntos de governança corporativa devem ser identificados. 
Toda vez que os assuntos sejam significativos para a organização, eles 
devem ser comunicados à alta gerência e ao Conselho. 
Monitoração do Progresso 
O diretor executivo de auditoria deve estabelecer e manter um sistema para monitorar o 
estágio das ações decorrentes dos resultados apresentados à administração. 
– O diretor executivo de auditoria deve estabelecer um processo de 
acompanhamento para monitorar e assegurar que as ações gerenciais tenham sido 
efetivamente implementadasou que a alta gerência tenham aceitado o risco de não 
haver implementado. 
– A atividade de auditoria interna deve monitorar a liberação dos resultados dos 
trabalho de auditorias de consultoria na extensão combinada com o cliente. 
 
Resolução da Aceitação de Riscos pela Administração 
Quando o diretor executivo de auditoria considerar que o nível de risco residual assumido 
pela alta administração não deveria ser aceito pela organização, este deve revisar o 
assunto. Caso a decisão relativa aos níveis de risco residual não seja consensada, o diretor 
executivo de auditoria juntamente com a alta administração devem apresentar a matéria 
ao Conselho para solução e deliberação. 
12.5- QUESTÕES 
1- Qual a importância e necessidade da auditoria interna para as empresas? 
2- Quais as diferenças entre auditoria interna e auditoria externa? 
3- Quais são os objetivos e alcance de atuação da auditoria interna? 
4- O que você entende por autoridade e responsabilidade da auditoria interna? 
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5- O que significa independência da auditoria interna? 
6- Quais os princípios básicos éticos que o auditor deve praticar no exercício de sua 
função? 
7- Qual o perfil apropriado (habilidades técnicas e comportamentais) para um profissional 
de auditoria? 
8- A função da auditoria interna é fiscalizar ou atuar com consultoria? 
9- Quais os pontos e cuidados importantes que os auditores devem observar no 
relacionamento com os auditados? 
10- Quais as barreiras na comunicação que impedem um bom relacionamento entre auditor 
e auditado? 
11- O que ajuda a comunicação entre auditor e o auditado? 
12- O que você entende por habilidades de comunicação verbal e não verbal? 
13- Como os estilos de gestão podem interferir no relacionamento entre auditor e auditado? 
 
12.6 – GLOSSÁRIO 
 
Adicionar Valor – As organizações existem para criar valor ou benefício para seus 
proprietários, consumidores e clientes. Este conceito provê sentido para suas existências. 
O valor é fornecido através do desenvolvimento de seus produtos e serviços e o uso de 
seus recursos para promover aqueles produtos e serviços. No processo de reunir dados 
para entender e avaliar o risco, os auditores internos desenvolvem significativa percepção 
das operações e oportunidades para melhoria, que pode ser extremamente benéfica às suas 
organizações. Estas informações valiosas podem ser na forma de consulta, 
aconselhamento, comunicações escritas ou através de outros produtos que, em sua 
totalidade devem ser adequadamente comunicados às gerencias apropriadas ou pessoal 
operacional. 
Controle Adequado – Torna presente se o gerenciamento planejou sua concepção de tal 
maneira que forneça razoável segurança de que os riscos da organização tenham sido 
administrados efetivamente e que as metas da organização tenham sido atingidas eficiente 
e economicamente. 
Trabalho de Avaliação – Um exame objetivo da evidência para o propósito de prover 
avaliação independente sobre os processos de gerenciamento de riscos, de controle e 
governança corporativa para a organização. Exemplos podem incluir trabalhos de 
auditoria financeira, de desempenho, de conformidade, de segurança de sistemas e de 
“due diligence”. 
Auditoria Interna – Conceitos e práticas 
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Conselho de Administração – Conselho de administração representa o corpo regulador 
da organização, o conselho de supervisão, o responsável por uma agência ou corpo 
legislativo, o conselho de diretores ou tutores de uma organização sem fins lucrativos, ou 
qualquer outro corpos dirigente, incluindo o comitê de auditoria, a que pode estar 
funcionalmente subordinado o diretor executivo de auditoria. 
Regulamento ou Estatuto – O regulamento ou estatuto é um documento formal e escrito 
que define o propósito, autoridade e responsabilidade da auditoria interna. O regulamento 
deve: (a) definir a posição da atividade de auditoria interna dentro da organização; (b) 
autorizar acesso a registros, pessoas e propriedades físicas relevantes ao desempenho dos 
trabalhos de auditoria; e (c) definir o escopo das atividades da auditoria interna. 
Diretor Executivo de Auditoria – Posição de cúpula dentro da organização, responsável 
pelas atividades de auditoria interna. Em uma atividade interna tradicional de auditoria, 
esta seria a do diretor de auditoria interna. No caso em que as atividades de auditoria 
interna sejam desenvolvidas a partir de fornecedores externos, o diretor executivo de 
auditoria é a pessoa responsável pela supervisão dos serviços contratados e pela totalidade 
da qualidade dos trabalhos de auditoria, subordinado à alta administração e ao Conselho 
em relação às atividades de auditoria interna e acompanhamento dos resultados dos 
trabalhos de auditoria. O termo também inclui títulos tais como auditor geral, auditor 
interno chefe e inspetor geral. 
Código de Ética – O propósito do Código de Ética do Instituto de Auditores Internos 
(IIA) é promover cultura ética na profissão global de auditoria interna. É necessário e 
apropriado um código de ética para a profissão de auditoria interna, fundada, como ela é, 
na verdade colocada em sua objetiva avaliação sobre risco, controle e governança 
corporativa. O Código de Ética aplica-se a ambos, indivíduos e entidades que forneçam 
serviços de auditoria interna. 
Conformidade – A habilidade para assegurar, razoavelmente, conformidade e aderência 
às políticas organizacionais, planos, procedimentos, leis, regulamentos e contratos. 
Conflito de interesses – Qualquer relacionamento que não seja ou não pareça ser o de 
melhor interesse para a organização. O conflito de interesse prejudicaria a habilidade do 
indivíduo para desempenhar objetivamente seus deveres e responsabilidades. 
Serviços de Consultoria – Atividade de aconselhamento e serviços relacionados ao 
cliente, cuja natureza e amplitude sejam com ele acordados e que se destinem a adicionar 
valor e melhorar as operações da organização. 
Exemplos incluem aconselhamento, assessoramento, facilitação, desenho de processos e 
treinamento. 
Auditoria Interna – Conceitos e práticas 
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Controle – Qualquer ação executada pelas gerências, diretoria e outros para aperfeiçoar o 
gerenciamento de risco e incrementar a probabilidade de que os objetivos estabelecidos e 
as metas hão de ser atingidos. A equipe de gerentes planeja, organiza e dirige o 
desempenho de ações suficientes para prover razoável segurança de que objetivos e metas 
sejam atingidos. 
Ambiente de controle – A atitude e as ações da Diretoria e das Gerências relativamente 
ao significado do controle dentro da organização. O ambiente de controle provê a 
disciplina e a estrutura para consecução dos objetivos primários do sistema de controle 
interno. O ambiente de controle inclui os seguintes elementos: 
• Integridade e valores éticos. 
• Filosofia de gerenciamento e estilo operacional 
• Estrutura organizacional. 
• Atribuição de autoridade e responsabilidade. 
• Políticas e práticas de recursos humanos. 
• Competência do pessoal. 
Processos de Controle – As políticas, procedimentos e atividades que são parte da 
estruturação do controle, concebidos para assegurar que os riscos sejam contidos dentro 
das tolerâncias estabelecidas pelo processo de gerenciamento de riscos. 
Trabalhos de Auditoria – Designação específica de auditoria interna, tarefa ou atividade 
de revisão, tais como auditoria interna, revisão de Auto Avaliação de Controle, exame de 
fraudes ou consultoria. Um trabalho de auditoria pode incluir múltiplas tarefas ou 
atividades concebidaspara atingir um grupo específico de objetivos a ele relacionados. 
Objetivos do Trabalho de Auditoria – Declarações gerais desenvolvidas pelos auditores 
internos, que definem as finalidades pretendidas pelos trabalhos de auditoria. 
Programa de Trabalho de Auditoria – Um documento que lista os procedimentos a 
serem seguidos durante a execução de um trabalho de auditoria, desenhado para atingir o 
plano respectivo. 
Fornecedores de Serviços Externos – Pessoa ou empresa, independente da organização, 
que tem especial conhecimento, perícia e experiência em uma disciplina em particular. Os 
fornecedores de serviços externos incluem, entre outros, atuários, contadores, avaliadores, 
especialistas ambientais, investigadores de fraudes, advogados, engenheiros, geólogos, 
especialistas em seguros, estatísticos, especialistas em tecnologia da informação, 
auditores externos e outras organizações de auditoria. O Conselho de Administração, a 
alta administração, ou o diretor executivo de auditoria podem contratar fornecedores de 
serviços externos. 
Auditoria Interna – Conceitos e práticas 
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Fraude – Quaisquer atos ilegais caracterizados por engano, dissimulação ou violação da 
verdade. Estes atos não dependem da aplicação de ameaça de violência ou força física. As 
fraudes são perpetradas por indivíduos e organizações para obtenção de dinheiro, 
propriedades ou serviços; para evitar o pagamento ou perda de serviços; ou para assegurar 
vantagem pessoal ou nos negócios. 
Processo de Governança corporativa – Procedimentos utilizados pelos representantes 
dos proprietários (por exemplo, acionistas etc.) para atribuir responsabilidades sobre 
riscos e processos de controle administrados pelas gerências. 
Deficiências – Deficiências na objetividade individual e na independência organizacional 
podem incluir conflitos de interesse pessoal, limitações de ambiente, restrições no acesso 
a registros, pessoal e propriedades e limitações na disponibilidade de recursos (funding). 
Atividade de Auditoria Interna – Departamento, divisão, equipe de consultores ou 
outros profissionais que prestem serviços de avaliação independente e objetiva e serviços 
de consultoria, destinados a adicionar valor e melhorar as operações da organização. A 
atividade de auditoria interna auxilia a organização a atingir seus objetivos, pela aplicação 
de uma abordagem sistemática e disciplinada para avaliar e melhorar a eficácia dos 
processos de gerenciamento de riscos, de controle e governança corporativa. 
Objetividade – Atitude mental não tendenciosa, que é exigida aos auditores internos no 
desempenho de seus trabalhos de auditorias, de tal maneira que eles tenham honesta 
crença no produto de seu trabalho e que não sejam feitas significativas concessões de 
qualidade, A objetividade requer que os auditores internos não subordinem seu 
julgamento sobre as matérias por eles julgadas aos julgamentos de outros. 
Risco – A incerteza de um evento superveniente que possa ter impacto na consecução dos 
objetivos. O risco é medido em termos de conseqüências e de probabilidades. 
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Auditoria Interna – Conceitos e práticas 
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MÓDULO II – CONTROLE INTERNO 
 
1 – INTRODUÇÃO 
O controle interno foi definido pelo “AICP – Instituto Americano de Contadores 
Públicos Certificados” como o plano de organização e todos os métodos e medidas, 
coordenados e adotados numa empresa com o objetivo de: 
 Salvaguardar os ativos de prejuízos decorrentes de fraudes ou de erros não 
intencionais; 
 Assegurar a validade e integridade dos dados contábeis que serão utilizados pela 
gerência para a tomada de decisões; 
 Incrementar a eficiência operacional e promover a obediência às normas estabelecidas 
pela administração. 
O controle interno, em sentido amplo, abrange controles que podem ser caracterizados 
como administrativos e operacionais. 
 Controles Administrativos: 
 
Esses controles, também chamados de controles gerenciais, compreendem os métodos 
e procedimentos referentes principalmente à eficiência operacional e obediência às 
diretrizes administrativas. Em geral, incluem controles como analises estatísticas, 
relatórios de desempenho, orçamentos, estudos de tempo e movimento, programas de 
desenvolvimento de pessoal, etc. 
 
 Controles Operacionais: 
 
São aqueles destinados a assegurar o cumprimento dos objetivos específicos de uma 
operação ou transação. Abrangem os chamados controles gerenciais e incluem 
relatórios, registros, formulários, sistema de autorização e aprovação, segregação de 
funções e muitos outros. 
 
2 - A AUDITORIA INTERNA NO PROCESSO DE CONTROLE 
 
A Auditoria Interna pode ser conceituada como um elemento de controle, que tem 
como um de seus objetivos, a avaliação dos controles internos da empresa. O auditor se 
vale do levantamento do sistema, que compreende o plano de organização e a política de 
procedimentos, com a finalidade de verificar se este oferece proteção aos ativos da 
companhia e confiabilidade nas informações e dados de natureza gerencial. Numa segunda 
Auditoria Interna – Conceitos e práticas 
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etapa cabe ao auditor, através de aplicação de testes de auditoria, avaliar a eficiência 
operacional do sistema e verificar se está havendo adesão às diretrizes estabelecidas pela 
administração. 
 
As informações necessárias à avaliação do sistema são obtidas pelo auditor através de 
entrevistas como colaboradores da empresa, manuais de procedimentos, registros ou 
documentos etc., sendo evidenciados em organogramas, fluxogramas, manuais de controle 
interno e questionários de avaliação, que devem ser periodicamente revistos e atualizados. 
 
A extensão e a natureza dos testes de auditoria a serem adotados para avaliação da 
eficiência operacional do sistema é substancialmente influenciada pelos procedimentos 
adotados pela empresa. Nos aspectos específicos em que os controles são considerados 
fracos o auditor deveria efetuar exames de auditoria mais profundos e ou ampliar a 
extensão dos mesmos. 
 
Cabe à administração a responsabilidade pela criação e manutenção de controles 
internos, limitando-se a responsabilidade do auditor a: 
 
 avaliar os procedimentos em vigor e determinar se os mesmos oferecem um grau de 
confiança razoável; 
 verificar se o sistema está sendo corretamente aplicado; 
 reportar as falhas observadas, oferecendo recomendações para saná-las. 
 
O estudo e avaliação, assim como as recomendações feitas pela Auditoria, não isentam 
nem diminuem a responsabilidade dos administradores de uma atividade. A ação corretiva 
sugerida pela Auditoria, mesmo quando essa ação seja explicitamente a modificação de um 
procedimento de controle, não implica na transferência da responsabilidade dos 
administradores para o auditor. 
 
3 – CONCEITOS BÁSICOS DE CONTROLE INTERNO 
 
Apresentamos, a seguir, alguns conceitos básicos que contribuem para um bom sistema 
de controle interno, devendo ser considerados pelo auditor, no desenvolvimento de seus 
trabalhos, ressaltaram que existem limitações inerentes que devem ser reconhecidas ao se 
considerar eficácia de qualquer meio de controle, tendo em vista a possibilidade de 
ocorrência da falha humana, como interpretação errônea de instruções, negligência, 
conluio, etc. 
 
Aspectos de Controle Interno: 
 
a) Relação Custo-Benefício; 
Auditoria Interna – Conceitos e práticas 
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b) Definição de Responsabilidades e Autoridade; 
c) Segregação de Funções; 
d) Acesso aos Ativos; 
e) Estabelecimento de Comprovaçõese Provas Independentes; 
f) Métodos de Processamento de Dados; 
g) Pessoal. 
 
a) Relação Custo-Benefício 
 
O beneficio de um controle consiste na redução do risco de falhas quanto ao 
cumprimento dos objetivos e metas de uma atividade. O conceito de custo-benefício 
reconhece que custo de um controle não deve exceder os benefícios que ele possa 
proporcionar. Embora a determinação da relação custo-benefício em alguns casos não seja 
de fácil avaliação, o administrador deve, na medida do possível, efetuar estimativas e/ ou 
exercer um julgamento próprio a respeito. 
 
b) Definição de Responsabilidades e Autoridade 
 
O dever de todo pessoal dentro de uma organização deve ser fixado e limitados de 
forma precisa, bem como a autoridade decorrente, atribuída a cada uma das funções. Assim 
sendo, deve haver: 
 
- procedimentos claramente determinados que levem em conta as funções de todos os 
setores da organização, propiciando a integração das informações dentro do sistema; 
 
- um organograma adequado onde a linha de autoridade e a conseqüente 
responsabilidade sejam definidas entre os diversos departamentos, chefes, encarregados 
de setores, etc. 
 
A delineação de funções ou atividades embora possa ser informal, deve 
preferivelmente ser definida em manuais de procedimentos, visto que estes propiciam a 
eficiência do sistema e evitam erros. 
 
c) Segregação de Funções 
 
Um sistema de controle adequado é aquele que elimina a possibilidade de dissimulação 
de erros ou irregularidades. Assim sendo, os procedimentos destinados a detectar tais erros 
ou irregularidades, devem ser executados por pessoas que não estejam em posição de 
praticá-los, isto é, deve haver uma adequada segregação de funções. De uma maneira geral, 
o sistema de controle interno, deve prever segregação entre as funções de aprovação de 
Auditoria Interna – Conceitos e práticas 
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operações, execução e controle das mesmas, de modo que nenhuma pessoa possa ter 
completa autoridade sobre uma parcela significativa de qualquer transação. 
 
d) Acesso aos Ativos 
 
Para atingir um grau de segurança adequado, o acesso aos ativos de uma unidade deve 
ser limitado ao pessoal autorizado. O termo “acesso aos ativos”, aqui utilizado, inclui 
acesso físico direto e acesso indireto através de preparação ou processamento de 
documentos que autorizem o uso ou disposição desses ativos. 
 
Logicamente, o acesso aos ativos é indispensável durante o curso normal das operações 
de uma unidade. A limitação desse acesso pessoal autorizado constitui, no entanto, um 
meio de controle eficaz para a segurança dos mesmos. O numero e o nível das pessoas a 
quem o acesso deve ser autorizado depende da natureza do ativo e de sua suscetibilidade a 
perdas através de erros e irregularidades. A limitação ao acesso indireto requer 
procedimentos de controle onde o conceito de separação de funções, já discutido 
anteriormente, seja aplicado. 
 
e) Estabelecimento de Comprovações e Provas Independentes 
 
Os procedimentos referentes a determinada atividade, devem prever processos de 
comprovações rotineiras e obtenção independente de informações de controle. Os diversos 
registros preparados por um órgão para informar sobre o resultado de suas atividades, em 
geral constituem meios de controle eficazes somente quando produzidos por um sistema 
adequado, considerando como tal, aquele que permite assegurar a fidedignidade das 
informações através de registros produzidos por fontes independentes que podem ser 
comparados/ conciliados. As divergências porventura detectadas evidenciam as falhas nos 
registros de transações. 
 
Exemplos: 
 
 Comparação/ conciliação de registros analíticos preparados por um setor independente 
da contabilidade, com a posição do razão geral. 
 Comparação do relatório sobre os resultados de um setor de produção com o relatório 
do setor de controle de qualidade. 
 Comparação entre o resultado do levantamento físico de um ativo e o correspondente 
registro preparado por setor independente das funções de custódia desse ativo. 
f) Métodos de Processamento de Dados 
Auditoria Interna – Conceitos e práticas 
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Devido ao fato de que os meios de controle são estabelecidos para assegurar o 
cumprimento dos objetivos de uma atividade, a sua eficácia independe dos métodos de 
processamento de dados, que podem ser manuais, mecânicos ou eletrônicos. No entanto, na 
medida do possível, devem-se utilizar equipamentos (mecânicos ou eletrônicos) no 
processamento de dados, visto que estes, embora não evitem a possibilidade de erros e 
manipulações, fomentam a divisão dos trabalhos, propiciando o reforço dos controles 
internos. 
g) Pessoal 
A eficácia dos meios de controle estabelecidos depende da competência e integridade 
do pessoal de exercer as funções relacionadas com os mesmos. 
Assim sendo, é conveniente que a política de pessoal da companhia leve em 
consideração os seguintes aspectos: 
- Seleção e treinamento cuidadoso dos colaboradores. Um bom plano de treinamento 
resulta em melhor rendimento, redução de custos e colaboradores mais ativos e atentos; 
- Se possível, deve haver rodízio de funções. O rodízio reduz as possibilidades de 
fraudes, indica a capacidade de adaptação do colaborador e frequentemente resulta em 
novas idéias para a organização. 
- Obrigatoriedade de colaboradores que ocupam cargos de confiança desfrutarem férias 
regularmente, como forma de evitar a dissimulação de irregularidades; 
- Necessidade dos funcionários que lidam com valores possuírem seguro fidelidade ou 
carta de fiança, como forma de proteção aos ativos da empresa. 
4 – CONTROLES INTERNOS EM ALGUMAS ÁREAS OPERACIONAIS 
Apresentamos a seguir, a título ilustrativo, alguns aspectos de controle relacionados 
com os procedimentos de diversas áreas da empresa. 
4.1 - Compras e Recebimentos de Materiais 
Para obter-se um controle interno eficiente com relação aos procedimentos de 
compras, é fundamental que estas estejam segregadas das funções de recepção de 
mercadorias, contabilização e pagamento. Alguns dos aspectos a serem observados nesta 
área são os seguintes: 
- Existência de cadastro de fornecedores, contendo indicações dos respectivos 
produtos, desempenhos em fornecimentos anteriores e outras informações julgadas 
convenientes; 
Auditoria Interna – Conceitos e práticas 
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- Um “Manual de Procedimentos de Compras” em que constam todos os 
procedimentos básicos do departamento; 
- Uma definição de quem pode autorizar compras, tendo em vista o valor e a natureza 
das mesmas; 
- Proibição do departamento de compras efetuar compras, sem que tenha havido uma 
solicitação de outro departamento; 
- Processamento de compras exclusivamente pelo departamento de compras; 
_ Obtenção de um numero pré-fixado de cotações para cada material, escolhendo-se 
o fornecedor que ofereça melhores condições, dentro de critérios pré-determinados 
(preço, qualidade, condições de pagamento, etc.); 
- Rodízio de compradores; 
- Processamento de compras pré-numeradas tipograficamente, mantendo-se controle 
seqüencial dos mesmos; 
- Emissão dos “Pedidos de Compra” com cópia fornecendo-se vias ao órgão 
controlador dos pagamentos (para conferência e aprovação da fatura), à unidade 
requisitante (para informação de que sua solicitação foi providenciada), à área de 
recepção de materiais (para conferências por ocasião do recebimento), etc.; 
- Obtenção do “aceite” do fornecedor no pedido de compra, após o mesmo ter sido 
devidamente autorizado; 
- Controle de “Pedidos de Compra”pendentes, visando acionar os fornecedores no 
caso de atrasos, bem como para o acompanhamento de entregas parciais; 
- Conferências por ocasião do recebimento do material ao que se referem a preços, 
especificações, quantidades, cálculos e somas da Nota Fiscal (Nota Fiscal x Pedido 
de Compra x Material), etc.; 
- Emissão de Relatórios de recebimento de Matérias, pré-numerados 
tipograficamente, em numero adequado de vias (órgão financeiro, contabilidade, 
almoxarifado, etc.), devidamente assinados pelo responsável pelo recebimento; 
- Encaminhamento do material ao almoxarifado imediatamente após a emissão do 
“Relatório de Recebimento de Matérias” ou da inspeção pelo controle de qualidade, 
caso este esteja previsto; 
Auditoria Interna – Conceitos e práticas 
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- Fluxo de informações que assegurem a contabilização da obrigação, inclusão nos 
registros fiscais, etc. 
4.2 - Vendas e Expedição de Mercadorias 
É desejável nesta área, uma segregação entre as funções de venda, faturamento e 
expedição de mercadorias. 
Alguns aspectos de controle que devem ser observados são os seguintes: 
- Uma política definida para fixação do credito por classe de clientes; 
- Aprovação por um funcionário autorizado, do limite individual de credito de cada 
cliente, dentro da política comercial estabelecida; 
- Aprovação dos pedidos de clientes pelo departamento de vendas e pelo setor de 
crédito e cobrança; 
- Emissão de “Pedidos de Venda” internos em números de vias definido pelo sistema 
adotado, fornecendo-se vias ao almaxarifado (para separação do material), ao setor de 
faturamento (para emissão da Nota Fiscal) etc.; 
- Conferências independentes das notas fiscais emitidas quanto a preços, cálculos, 
soma, etc.; 
- Conferências independentes do material a ser expedido; 
- Anexação dos canhotos, comprovantes de entrega de mercadorias, ao bloco de notas 
fiscais; 
- Sistemática definida de conferência e aprovação de devoluções de clientes, bem 
como de reincorporarão do material ao estoque; 
- Fluxo de informações que assegure os lançamentos contábeis, correspondentes à 
venda, inclusão nos registros ficais, etc. 
4.3 - Contas a pagar 
Na área de contas a pagar, devem estar segregadas as funções de aprovação, registro 
e pagamento de obrigações. Alguns aspectos de controle interno a serem considerados são 
os seguintes: 
- Atribuição de numeração consecutiva às faturas e registros em controle específico; 
- Controle de duplicatas ou outras obrigações por data de vencimento; 
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- Revisão dos documentos comprobatórios no que se refere a cálculos, somas, etc., 
- Critérios definidos para formação de um processo de pagamento, o qual deverá ser 
revisado antes de seu encaminhamento para aprovação; 
- Aprovação do processo de pagamento por funcionário autorizado; 
- Controle numérico das Notas de Débito, decorrentes de ajustes ou devoluções, e 
autorização das mesmas à vista de documentos comprobatórios, por elemento não 
relacionado com o processamento das faturas, compras ou recepção de mercadorias; 
- Confronto periódico entre o razão analítico de contas a pagar e o razão geral, por 
elemento independente do processamento das faturas; 
 - Conciliação de extratos de fornecedores por elemento independente e análise das 
pendências. 
4.4 - Contas a Receber 
É conveniente, uma segregação entre as funções de escrituração de contas a receber, 
controles de duplicatas e recebimentos por caixa. Alguns aspectos que devem ser 
considerados nesta área são os seguintes: 
- Existência de um controle de duplicatas quanto a sua localização física (em carteira, 
em bancos, com cobradores, etc.); 
- Controles das duplicatas em poder de cobradores por meio de borderôs; 
- Prestação de contas diárias, se possível, por parte dos cobradores externos; 
- Confronto periódico entre o razão analítico de contas a receber e o razão social, e 
com a existência física de duplicatas; 
- Envio de extratos de contas aos clientes por elemento não relacionado com 
recebimento de valores; conciliação e analise das divergências, no caso de 
manifestações do cliente; 
- Controle numérico das Notas de Crédito e aprovação das mesmas por elemento 
autorizado não relacionado com vendas ou recebimentos, à vista de documentos 
comprobatórios que assegurem a procedência de sua emissão; 
- Contabilização de adiantamentos recebidos de clientes, para entrega futura de 
mercadorias em contas distintas das de contas a receber; 
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- Preparação periódica de relação de contas a receber por idade, investigando-se os 
valores em atraso; 
- Baixa de valores considerados incobráveis mediante aprovação por escrito de 
funcionário autorizado pela diretoria. 
4.5 - Pagamentos 
Alguns aspectos de controle interno que devem ser considerados nesta área são: 
- Existência de uma política definida de aproveitamento de descontos; 
- Pagamentos por cheques nominais, excetuando-se valores de pequena monta que 
devem ser pagos em dinheiro, por meio do fundo fixo e caixa; 
- Controle da seqüência numérica dos cheques emitidos, bem como dos cheques 
cancelados; 
- Emissão dos cheques somente após aprovação dos processos de pagamento por 
funcionário autorizado; 
- Envio dos cheques para assinatura, acompanhados dos processos de pagamentos; 
- Assinatura dos cheques por dois funcionários autorizados independentes, 
examinando e rubricando cada um deles os documentos comprobatórios, por ocasião 
da assinatura; 
- Proibição de pagamentos sem fornecimento de recibo ou quitação pelo favorecido; 
- Emissão de resumo de pagamentos para conferência com os comprovantes e 
cheques emitidos no dia, e posterior contabilização; 
- Manutenção de conta bancária específica para deposito do valor liquido da folha de 
pagamento e pagamento aos funcionários. 
4.6 - Recebimento 
O sistema de controle interno para recebimento de numerários deve estabelecer 
procedimentos que garantam que todos os valores recebidos são contabilizados. O 
numerário desviado antes da contabilização é muito mais difícil de ser detectado do que 
aquele que é registrado e posteriormente sonegado. Alguns aspectos de controle nesta área 
são: 
- Política de recebimento através de bancos, sempre que possível; 
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- Prática de cruzar os cheques recebidos e apor nos mesmos carimbo de endosso 
restritivo; 
- Proibição de receber cheques para desconto com data pré-determinada de 
apresentação; 
- Depósitos intactos dos valores recebidos, não se utilizando valores recebidos para 
efetuar pagamentos; 
- Atendimento de clientes pelo setor de crédito e cobrança, o qual envia as duplicatas 
ou recibos ao caixa com protocolo, com o objetivo de dar baixa no controle de 
duplicatas em carteira e possibilitar posterior confronto, por elemento independente, 
do total de baixas com o valor do depósito bancário do dia; 
- Envio dos cheques recebidos pelo correio ao caixa através de relação, 
possibilitando, confronto com o valor do depósito bancário dos recebimentos do dia; 
- Comparação do valor do depósito dos recebimentos do dia com o valor das notas 
fiscais emitidas ou fita totalizadora de maquina registradora, no caso de vendas a 
vista; 
- Envio da guia original do depósito bancário, devidamente autenticada pelo banco, 
junto com a documentação ao contador, para conferência e contabilização; 
- Contabilização dos cheques recebidos de outras praças, como numerário de transito. 
5- QUESTÕES1. O que é controle interno? 
2. Quais medidas fortalecem o controle interno e inibem fraudes? 
3. O que significa salvaguarda dos ativos e segregações de funções? 
4. Qual a importância e a influência dos controles internos para o trabalho do auditor? 
5. Quais seriam os procedimentos do auditor nas hipóteses ? 
5.1 Controle interno satisfatório, 
5.2 Controle interno insatisfatório, 
6. Como o auditor estuda e avalia os controles internos de uma organização? 
7. Que instrumentos o auditor interno se utiliza para levantar e avaliar os controles 
internos? 
8. Como o auditor deve proceder se houver uma resposta”não” no questionário de 
avaliação do controle interno de um processo? 
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9. Explique o ciclo operacional de um processo de compras/pagamentos e identifique as 
contas que são afetadas. 
10. Explique o ciclo operacional de um processo de vendas/recebimentos e identifique as 
contas que são afetadas. 
11. Os riscos que estão presentes ou circundam as operações de uma empresa devem ser 
avaliados pelos auditores internos? 
12. É responsabilidade da auditoria interna descobrir fraudes? 
13. Qual a diferença de fraude e erro? 
Voltar ao sumário 
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MÓDULO III – TÉCNICAS E PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA 
O cumprimento da etapa de formulação da opinião do Auditor Interno sobre a 
eficiência da gestão requer: 
1) Reconhecer os procedimentos, políticas e planos estabelecidos pela Administração; 
2) Determinar a extensão dos exames e selecionar os procedimentos a serem aplicados (os 
procedimentos de auditoria são as tarefas que dão cumprimento às normas de auditoria 
relacionadas ao trabalho); 
3) Determinar se as evidências obtidas são suficientes para a formulação da conclusão ou 
do aspecto a ser comentado em relatório. 
 
Por técnicas entende-se o conjunto de procedimentos e recursos requeridos para o 
desenvolvimento de um exame. 
 
A obtenção dos elementos de prova deve ser executada mediante a aplicação de 
procedimentos de auditoria, que compreenderão pelo menos: 
 
Levantamento do fluxo operacional e contábil das transações; 
Comparação dos estados contábeis com registro da contabilidade; 
Revisões de registros entre si e com a correspondente documentação hábil; 
Inspeções físicas; 
Obtenção de confirmações diretas de terceiro (circularização); 
Provas matemática; 
Revisões de conceitos; 
Indagação oral; 
Observação das atividades e condições; 
Corte das operações (“cut-off”). 
1 - COMPROVAÇÃO 
 
1.1 - Fluxo Operacional e Contábil das Transações 
Consiste no levantamento de procedimentos e operações de uma determinada área, 
com o objetivo de avaliação de controle interno e de riscos, que irá determinar a extensão 
dos exames e técnicas de auditoria a serem aplicadas nas circunstâncias. 
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Esse levantamento pode ser de forma descritiva, obtido através de indagações orais, 
pesquisas de instrumentos normativos e de documentos pertinentes. Deve ser formalizado 
através de memorandos, juntamente com os anexos necessários (cópias de formulários 
utilizados, etc.) o qual constituir-se-á em papel de trabalho de auditoria caracterizado como 
“Permanente”. 
Outra técnica utilizada é o levantamento dos procedimentos através de representação 
gráfica, ou seja, de fluxogramas, facilitando a compreensão visual. Não entraremos nesta 
obra em detalhes das técnicas de elaboração de fluxogramas. 
1.2 - Comparação dos Estados Contábeis com os Registros 
Técnica de auditoria mais aplicável a Auditores Externos, onde a partir das 
demonstrações Financeiras (Balanço Patrimonial e demonstrações de Resultados do 
exercício, dos Lucros e Prejuízos Acumulados e das Origens e Aplicações de Recursos) o 
Auditor se utilizará dos registros contábeis e fiscais que se constituem a principal base para 
avaliação e opinião sobre a situação patrimonial da Companhia e as mutações ocorridas no 
período. 
1.3 - Registros com Documentação Hábil 
Comparar os dados registrados com o(s) respectivo(s) documento(s) que 
originou(aram) o assentamento. 
As operações de compra e venda, obrigam à emissão de uma Nota Fiscal. 
Desta forma, a Nota Fiscal é uma das provas disponíveis que o auditor tem para 
comprovar a autenticidade de uma compra. 
Na diversidade de documento existente, encontramos: notas fiscais, recibos, 
contratos, duplicatas, guias de recolhimento de impostos, escrituras (publicas e privadas), 
apólices de seguros, etc. 
Neste campo, devemos reconhecer, com maior ou menor importância, como prova de 
auditoria os documentos: 
 Emitidos por terceiros ou emitidos pela própria empresa; 
 Originais ou cópias; 
 Existência ou não de vistos de aprovação; 
 Conferidos ou sem conferência (através da evidência de conferência). 
 É obvio que os documentos mais seguros como prova em auditoria são aqueles de emissão 
de terceiros, contendo vistos se aprovação, revisão e conferência por setores 
independentes. 
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Para se satisfazer sobre a autenticidade de uma determinada operação, o auditor deve 
exigir o conjunto dos documentos que compõem todas as fases da operação. Ex.: o auditor 
pode constatar a autenticidade de uma compra examinando a Nota Fiscal de emissão do 
fornecedor, onde encontrará vários elementos para sua conclusão, como: descrição do 
material, valor da operação, etc.. Todavia, se examinar de uma mesma compra: a 
requisição do material emitida pelo setor interessado; o pedido de compra emitido pelo 
fornecedor ou pelo setor de compras; a nota fiscal, a fatura e a duplicata emitida pelo 
fornecedor e o respectivo recibo, fatalmente suas conclusões estarão muito mais bem 
fundamentadas. 
Ainda, o exame de documento exige que o auditor certifique: 
Se o documento apresentado é coerente com a transação registrada. (uma Nota Fiscal 
dificilmente comprovará a aquisição de um terreno); 
Se está em nome da empresa; 
Se apresenta emendas ou rasuras; 
Se está devidamente aprovado, de acordo com a política da empresa; 
Se é hábil do ponto de vista fiscal, etc. 
 
1.4 - Inspeções Físicas 
Constatar a existência física do “bem” indicado nos livros e documentos contábeis. 
O Auditor vendo pessoalmente o “bem” pode acreditar em sua existência. Esta prova, 
todavia, encontra serias limitações na vida prática, senão vejamos: 
Uma inspeção física nos itens de estoque de uma determinada empresa implica no 
conhecimento técnico do material objeto de exame. O rotulo, por exemplo, colocado numa 
garrafa indicando se tratar de vinho não prova que, efetivamente, dentro daquela garrafa 
exista vinho. Em outras palavras, a embalagem não prova nada. Constatar a existência 
física vai um pouco mais longe do que simplesmente ler as especificações contidas nas 
embalagens. 
Além disso, quantos itens de estoque são encontrados normalmente nas dependências 
das empresas sem qualquer embalagem? Como identificá-los sem um conhecimento 
técnico? E os produtos semi-acabados? Qual o estágio de acabamento de determinado 
produto inspecionado? O Auditor, na verdade, possui formação contábil e não técnica. 
Quantas vezes poderá ser induzido a acreditar que determinado bem inspecionado era 
aquele que buscava sem conduto ter encontrado a verdade? 
Por outro lado, convém ressaltar que inspecionar um determinado bem significa 
comprovar a detenção de posse pela empresa ou setor. A comprovação da propriedade, 
quando necessária, exigiráfatalmente a aplicação de outras técnicas de auditoria. 
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Os aspectos acima abordados não significam que devemos desprezar esta técnica. Ao 
contrario, é uma das técnicas mais validas à disposição do auditor, desde que utilizada com 
a merecida cautela e complementada com outras necessárias nas circunstâncias. 
Através da inspeção física, o auditor deverá também chegar a conclusões quanto à 
condição de uso e qualidade dos itens examinados, bem como constatar indícios de 
morosidade e obsolescência, quanto aparentes. 
Por último, a aplicação destes procedimentos de auditoria obriga, em determinadas 
ocasiões, preparativos antecipados, de modo a possibilitar o reconhecimento quantitativo e 
qualitativo dos bens. Esta situação se aplica, na maioria dos casos, as contagens físicas de 
estoques. 
1.5 - Confirmações de Terceiros (Circularização) 
Há que se fazer uma perfeita distinção entre as informações internas e as informações 
externas, não somente do ponto de vista de sua diferenciação básica (fonte de obtenção), 
mas principalmente daquele referente à efetividade de um exame estribado numa e noutra 
fonte. Se é bem verdade que o exame de todas as apólices de seguro em poder da empresa 
leva o auditor a conclusão sobre a adequação da cobertura de seguros (informação interna), 
melhor seria se o auditor obtivesse diretamente do corretor de seguros (fonte 
independente), uma demonstração desta é imediata e diz respeito à economia de tempo que 
o auditor se propicia por não ter que efetuar o exame de todas as apólices, e a segunda que 
diz respeito à própria conclusão que o auditor está se propondo a chegar a respeito da 
adequação da cobertura dos seguros, melhor conhecida pelo corretor que é um profissional 
especializado na matéria. 
As confirmações mais usuais referem-se à: 
- Saldo de operações com bancos e outras entidades financeiras; 
- Contas a receber (clientes e outros); 
- Contas a pagar (fornecedores e outras); 
- Estoques e bens de uso em poder de terceiros; 
- Existência de reclamação a favor ou contra a empresa; 
- Inscrições de bens ou direitos em registros públicos; 
- Apólices de seguro em vigor; 
- Aplicações financeiras, respectivos rendimentos e valor patrimonial em 
determinada data base; 
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- Certidões de Órgãos Arrecadadores de Encargos e Tributos 
1.6 - Provas Aritméticas 
A conferência de cálculos é, ao mesmo tempo, a mais simples e a mais válida técnica 
de verificação. Ela é completa por si mesmo. Uma vez que uma soma ou multiplicação 
sejam conferidas pelo auditor, por seus próprios cálculos, ele pode aceitar a exatidão 
aritmética do resultado sem indagações adicionais. 
Auditores inexperientes podem, às vezes, subestimar a necessidade desse tipo de 
verificação. Até que nos acostumemos à idéia de qualquer total ou resultado de qualquer 
combinação de algarismos possa estar incorreto, é difícil lembrar que esses resultados 
exigem verificação. 
1.7 - Revisões de Conceitos 
São aquelas em que o auditor aplica toda sua experiência e sentido crítico. Não são 
dirigidas as provas de aspectos específicos, assim como não constituem um fim em si 
mesmas, senão uma forma para detectar áreas, operações ou lançamentos contábeis que 
exigem análises mais profundas. 
1.8 - Indagação Oral 
A fim de dar andamento ao seu trabalho, o auditor necessita formular perguntas aos 
administradores e funcionários do setor em exame. Constitui-se até num guia para o 
trabalho a ser desenvolvido. 
Esclarecimentos de políticas, posições tomadas pelos administradores dos setores, 
explicações de variações, etc., são obtidas através desta técnica. É natural que a maioria 
das informações obtidas devam ser, posteriormente, comprovadas por outros meios 
disponíveis. 
Respostas coerentes a um conjunto de perguntas relacionadas, fornecem prova 
satisfatória em auditoria. A aplicação desta técnica obriga cuidados nas formulações de 
perguntas. O auditor não deve cair no ridículo de fazer perguntas tolas. 
Além disso, perguntas cujas respostas não possam ser posteriormente verificados, 
tem pouco significado como prova. 
A pessoa ser inquirida deve ser a mais próxima do assunto. O contador, por exemplo, 
não é o mais indicado para responder sobre especificações técnicas de um produto, muito 
menos para explicar variações de vendas, muito embora, pela sua vivência dentro da 
empresa, poderia responder com eficiência às perguntas desses assuntos. 
1.9 - Corte das Operações (“Cut-off”) 
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O exame de auditoria ocorre em um determinado momento e pode abranger as 
operações acontecidas até então, ou ter como objetivo a análise de um determinado 
período. O auditor deve ter certeza de que todas as operações ou documentos que estão 
sendo examinados estão sendo considerados naquele universo previamente definido. Para 
tanto, é adotado como técnica, se efetuar o “cut-off” das operações, que consiste em 
assegurar que todos os documentos pertinentes à aquelas operações, tenham sido 
devidamente considerados. 
 
2 - TESTES E AMOSTRAGENS 
Os exames são efetuados a base de testes e amostragens, tendo-se sempre em mente: 
controle interno forte, e implica em redução na extensão do exame e vice-versa. 
Como exemplo, podemos citar os seguintes exames efetuados em base de testes: 
– Conferência dos apontamentos de horas trabalhadas que deram origem à Folha de 
Pagamento; 
– Obtenção de conciliações bancárias numa determinada data, efetuando exame 
crítico das mesmas; 
– Exame de contratos de Empréstimos e Financiamentos; 
– Exame documental referente às Ordens de Imobilização; 
– Exame de processos de pagamentos. 
Em auditoria interna, entre outros processos de seleção, está sendo amplamente 
utilizado à amostragem estatística. 
 
3 – Exemplos de Aplicação de Técnicas e Procedimentos de Auditoria 
 
Técnicas e Procedimentos Áreas de Aplicação 
Fluxo operacional e contábil das 
transações 
Todas – levantamento detalhado numa 1º 
auditoria e revisões nas subseqüentes 
Comparação dos estados contábeis com os 
registros 
Exame das demonstrações financeiras 
(auditoria externa). Nas áreas cujo ponto 
de partida dos exames sejam os registros 
contábeis 
Registros com documentação hábil Fundo Fixo 
Bancos 
Pagamentos 
Ordem de Compra 
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Contratações 
Ordens de Imobilização 
Movimentação de Estoque 
Inspeções Físicas Caixa 
Estoques 
Ações 
Obras 
Imobilizado 
Confirmações de terceiros 
(Circularização) 
Bancos 
Contas a Receber 
Fornecedores 
Investimentos 
Estoques em Poder de Terceiros 
Provas Aritméticas Basicamente aplicadas a todas as áreas de 
exame 
Revisões de Conceitos A todas as áreas, com objetivos de 
melhores resultados. 
Exemplo: Gestão Financeira E Gestão de 
Materiais 
Indagação Oral A todas as áreas e a qualquer tempo 
Corte das Operações (“Cut-off”) Caixa (Recibos) 
Pagamentos (Cheques) 
Estoques (Documentos de Movimentação) 
Faturamento (Contas Eventuais) 
 
 
4- QUESTÕES 
 
1- O que é amostragem em auditoria, como o auditor determina a seleção dos itens a 
serem examinados em um processo? 
2- Que tipos de confirmação(circularização) o auditor utiliza em seus trabalhos de 
auditoria? 
3- Em quais trabalhos de auditoria você aplica “inspeções físicas”? 
4- Em que exames o auditor aplica o corte das operações ( cut-off) para certifiacar-se quetodas as operações do período examinado foram computadas? 
5- Investigação minuciosa de informações e documentos faz parte dos trabalhos do 
auditor? 
6- O que é fluxo operacional e contábil das transações de uma empresa? 
 
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MÓDULO IV – PROGRAMAS DE AUDITORIA 
 
1 - INTRODUÇÃO 
Este módulo tem por objetivo: 
– Definir os objetivos do Programa de Auditoria e a sua importância no trabalho do 
Auditor. 
– Definir formas e tipos de Programas de Auditoria. 
– Definir as fontes (base) que permitem a sua elaboração. 
– Definir conteúdo mínimo para elaboração de um Programa de Auditoria eficaz. 
2 - CONCEITO 
Programa de Auditoria é um plano de ação ordenado, que permite ao auditor 
controlar a execução de seu trabalho e ao mesmo tempo habilitá-lo a expressar uma 
opinião sobre os controles internos da Cia. 
3 – OBJETIVOS DO PROGRAMA 
– Estabelecer um plano de ação em relação ao serviço. 
– Avaliar o grau de eficácia dos controles internos. 
– Dirigir a execução dos serviços. 
– Registrar o trabalho efetuado. 
4 - O QUE O PROGRAMA DE AUDITORIA PROPORCIONA 
– Visão antecipada dos exames a serem efetuados. 
– Otimizar o tempo de execução sem perda da eficácia. 
– Dimensionar esforços para alcance dos objetivos. 
– Determinar pessoal e composição de equipes de trabalho. 
– Distribuir adequadamente os serviços à equipe designada. 
5 – FATORES QUE AFETAM O PROGRAMA 
O Programa de Auditoria variará, dependendo: 
1. Tipos de Auditoria (Contábil, Operacional, Sistemas, Fiscal, Gestional). 
2. Parâmetros de controle interno (eficácia, eficiência, atendimento a legislação, 
instrumentos normativos, políticas da Alta Administração). 
3. Técnicas a serem utilizadas (testes de procedimentos, comprovação independente, 
apreciação de cifras, etc.). 
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4. Características da área ou da atividade a ser auditada (riscos físicos ou financeiros, 
tempo, materialidade, grau de controle existente). 
6 – ELABORAÇÃO DO PROGRAMA 
6. 1 - Preparação 
 
 Todos os testes detalhados requerem elaboração de um programa independente do 
tamanho ou da extensão do serviço a ser executado. 
 A base para elaboração do programa é constituída de levantamento de 
procedimentos (manuscrito ou fluxografado), legislação em vigor, instrumentos 
normativos internos, manuais, etc. 
 O programa deve ser redigido de forma clara e detalhado, permitindo o perfeito 
entendimento de seu executor. 
 A melhor época para a sua elaboração é logo após o término do levantamento de 
procedimentos, quando os detalhes do mesmo estão claros na mente do Auditor. 
 
6.2 - Atualização 
 
 A mesma base utilizada para elaboração do programa é utilizada para a sua 
atualização, entretanto, a mesma requer revisão dos levantamentos de 
procedimentos e controles, com vista às alterações ocorridas no período. 
 Nas atualizações de Programas, as informações obtidas nos exames anteriores 
constituem-se como importante base de consulta. 
 
6.3 - Responsabilidade 
 
 O supervisor do serviço tem a responsabilidade primária pela elaboração do 
Programa. 
 O Sênior ou Encarregada da Equipe de Auditoria tem a responsabilidade pela sua 
atualização, podendo este, delegar ao Assistente o preparo de seções para fins de 
treinamento. 
 Em ambas as circunstâncias, o supervisor do serviço tem a responsabilidade final 
pelo Programa de Auditoria, sendo este submetido à aprovação do Gerente de 
Auditoria. 
7 – PLANEJAMENTO DO PROGRAMA 
Algumas considerações devem ser lembradas e sua importância levada em conta: 
1. É responsabilidade do Auditor qualquer erro que afete os dados sob exame. 
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2. Flexibilidade quanto às formas que o Programa pode assumir, em virtude das variações 
do controle interno. 
3. A escolha e a amplitude dos testes de Auditoria. 
 
8 – ESTRUTURAÇÃO DO PROGRAMA 
As divisões usuais do Programa de Auditoria são as seguintes: 
8.1 - Introdução 
Breve explanação da atividade sob exame e um sumário dos procedimentos e 
controles. Ressaltam-se também nesta divisão, os motivos considerados na determinação 
da extensão da Auditoria a ser efetuada. 
8.2 - Objetivos 
Fixados com base nos parâmetros que assegurem a legitimidade e normalidade das 
operações. 
8.3 - Procedimentos 
Compreende uma série de procedimentos ordenados que, através de sua aplicação, 
permite ao Auditor emitir um parecer sobre a área ou atividade auditada. 
Vários fatores influenciam a seleção dos procedimentos, a saber: 
a) Permanecer dentro dos objetivos do trabalho; 
b) Possibilitar o registro das melhores provas razoavelmente possíveis; 
c) Aplicar somente os procedimentos que sejam úteis para alcançar os objetivos; 
d) Prever todas as possibilidades de erro. 
OBS.: A revisão do levantamento de procedimentos, a leitura dos relatórios anteriores e 
seleção da amostra constituem-se em passos iniciais dos Procedimentos de 
Auditoria, portanto, devem ser incluídos como passos de Programa. 
8.4 - Administração da Auditoria 
Tem como objetivo principal alocar horas que não estejam ligadas diretamente com 
os procedimentos do programa, que somadas ao tempo de execução, formam uma base de 
tempo para auditoria futura. Consiste nos seguintes itens: 
 Segurança (Check-List); 
 Locomoção 
 Reuniões com a área; 
 Supervisão aos assistentes; 
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 Supervisão do coordenador; 
 Liquidação dos pontos; 
 Conclusão da área, atendendo aos objetivos de auditoria; 
 Preparação do relatório de Auditoria; 
 Controle de horas. 
9 – UTILIZAÇÃO DO PROGRAMA 
Duplicar o programa, mantendo-se sempre a cópia original (atualizado) na Pasta de 
Programas de Auditoria. 
A cópia do Programa utilizada na Auditoria é parte dos papéis de trabalho, portanto, 
deve ser arquivada na Pasta de Papéis Temporários/ Correntes. 
O programa deve ser totalmente executado, salvo explicações por escrito. 
Cada passo do Programa deve conter visto, data, tempo de execução, bem como 
referência cruzada com os respectivos papéis de exames. 
10 – TIPOS DE PROGRAMAS 
10.1 - Específicos 
São Programas pré-estabelecidos com finalidades especificas para os quais foram 
criados. Apresentam-se de forma bastante detalhada, uniformes e dependendo da 
circunstância, pré-impresso (cheking-list). 
10.2 – Genéricos 
São Programas flexíveis e adaptáveis para testes similares. Não apresentam 
detalhamento. A sua utilização depende de conhecimentos das técnicas de auditoria e da 
própria experiência do auditor. Permitem interrupções ou desvios durante a sua execução. 
11 – VANTAGENS DO PROGRAMA 
 Guia objetivo de execução dos trabalhos, evitando que o Auditor derive para serviços 
menos importantes. 
 Economia de tempo; dirige esforços para objetivos comuns. 
 Permite distribuição eficiente dos serviços à equipe designada. 
 Facilita revisão dos responsáveis das equipes. 
 Delimita responsabilidades. 
 Constitui base para planejamento de auditorias futuras. 
12 – DESVANTAGENS DO PROGRAMA 
 Tendências a tolher a criatividade do auditor. No transcorrer da execução da 
Auditoria surge, constantemente, necessidade de novos exames, não previstos no 
Programa, mas que a sua execução auxiliam no atingimento dos objetivos do trabalho. 
Auditoria Interna – Conceitos e práticaswww.portaldeauditoria.com.br 87 
Caso o Auditor deixe de realizá-los, apenas por não estarem previstos, estará evidenciando-
se a referida influência negativa do Programa. 
 Procedimentos mecânicos e impessoais. Faz-se necessário que o Auditor não fique 
restrito simplesmente a cumprir os passos do Programa, sob pena de realizar um trabalho 
mecânico e impessoal, que obviamente tem um valor bem relativo. 
 Desencoraja iniciativas construtivas. A limitação e mecanização imposta pelo 
Programa, sem dúvida, restringem o poder de iniciativa e de pesquisa do executante, 
requisitos estes importantíssimos para o desenvolvimento do Auditor. 
13 – CONSIDERAÇÕES GERAIS 
O uso de um Programa de Auditoria bem preparado resulta numa auditoria mais 
eficiente, objetivando a concentração de esforços nos pontos mais importantes da 
atividade. 
Entretanto, chamamos a atenção para o fato do Programa, ter uma característica 
dinâmica e que deverá ser sempre encarado como um roteiro, mas que deverá ser 
modificado e melhorado sempre que for possível. 
Por outro lado, a elaboração de um Guia de Execução anexo ao programa, facilitará 
de forma ímpar, os trabalhos do auditor, permitindo, assim ao executante, detectar com 
brevidade os passos mais importantes do programa, bem como elaborar várias etapas 
concomitantemente. 
 
14- QUESTÕES 
1- Quais os objetivos e importância dos programas de auditoria? 
2- O que um programa de auditoria proporciona ao trabalho da auditoria? 
3- Que fatores podem afetar um programa de auditoria? 
4- Quais aspectos devem ser observados na elaboração de um programa de auditoria? 
5- Que tipos de programas são mais utilizados pela auditoria? 
6- Quais as vantagens e desvantagens na utilização de programas de auditoria? 
 
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MÓDULO V – PAPÉIS DE TRABALHO 
1 - CONCEITUAÇÃO 
 
Os Papéis de Trabalho de auditoria constituem um registro permanente do trabalho 
efetuado pelo auditor, dos fatos e informações obtidos, bem como das suas conclusões 
sobre os exames. É com base nos Papéis de Trabalho que o auditor irá relatar suas 
opiniões, criticas e sugestões. 
 
2 – OBJETIVOS DOS PAPÉIS DE TRABALHO 
 
 Auxiliar na execução de exames; 
 Evidenciar o trabalho feito e as conclusões emitidas; 
 Servir de suporte aos relatórios; 
 Constituir um registro que possibilite consultas posteriores, a fim de se obter 
detalhes relacionados com a auditoria; 
 Fornecer um meio de revisão por Supervisores; 
 Determinar se o serviço foi feito de forma adequada e eficaz, bem como julgar 
sobre a solidez das conclusões emitidas; 
 Considerar possíveis modificações nos procedimentos de auditoria adotados, bem 
como no programa de trabalho para o exame subseqüente. 
 
3 - O QUE DEVEM CONTER OS PAPÉIS DE TRABALHO 
 
Os papéis de Trabalho devem ser preparados de modo que apresentem os detalhes 
importantes. Uma auditoria envolve tantos detalhes, que itens importantes podem passar 
despercebidos, como resultados da elaboração imperfeita dos papéis. Por isso, os Papéis de 
Trabalho devem ser completos quanto a: 
 Informações e fatos importantes; 
 Escopo do trabalho efetuado; 
 Fonte das informações obtidas; 
 Suas opiniões e conclusões. 
Os Papéis de Trabalho devem ser preparados tendo-se em mente seu completo 
entendimento por outro auditor que não teve ligação direta com o trabalho. É comum a 
consulta aos Papéis de Trabalho em anos posteriores para se prestar esclarecimentos ou 
informações sobre algum aspecto a área auditada. 
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Assim, podemos considerar nossos Papéis de Trabalho completos e perfeitos, toda 
vez que tivermos possibilidade de responder satisfatoriamente às seguintes questões, com 
relação ao conteúdo: 
a) Os dados, fatos e informações estão colocados de maneira clara, concisa e bem 
distribuídos? 
b) Todas as informações contidas nos Papéis são importantes para a formação de uma 
opinião sobre a área? 
c) Todas as informações são necessárias para a perfeita visualização da profundidade do 
exame efetuado? 
d) Na possibilidade de uma revisão futura por um elemento que não participou do exame, 
foram consideradas todas as informações úteis para permitir um rápido entendimento? 
e) Todos os pontos do relatório possuem adequado suporte nos Papéis de Trabalho? 
f) A omissão de alguma informação nos Papéis de Trabalho trará alguma conseqüência a 
curto, médio ou longo prazo? 
 
4 – DIVISÃO E ARQUIVO DOS PAPÉIS DE TRABALHO 
 
Os registros dos Papéis de Trabalho, para cada serviço, compreendem duas seções 
principais: 
1. Arquivo Permanente, que contém informações úteis para um período de anos. 
Cada seção é parte necessária e integrante dos Papéis de Trabalho referentes a 
qualquer ano. Os arquivos Correntes são incompletos sem os Permanentes, visto que 
estes contêm trabalhos de auditoria e dados aplicáveis tanto ao ano corrente como a 
anos anteriores. 
2. Arquivo Corrente, para cada período coberto pela auditoria; 
 
4.1 - Arquivo Permanente 
De modo geral, o arquivo permanente deve conter assuntos que forem de interesse 
para consulta sempre que se quiserem dados sobre o sistema, área ou unidade objeto da 
auditoria. Os papéis e anexos dessa natureza não devem ser incluídos nos arquivos 
Correntes, nem duplicados por material neste arquivo, mas devem ser conservados 
somente no Permanente. Referências cruzadas adequadas e o uso conveniente do arquivo 
Permanente tornarão tais duplicações desnecessárias. 
Os anexos juntados ao arquivo Permanente constituem parte integrante dos Papéis de 
Trabalho para cada serviço e devem ser revistos e atualizados a cada exame. Material 
obsoleto ou substituído deve ser removido e arquivado a parte, numa pasta Permanente 
separada, para fins de registro. 
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Como cada serviço tem características próprias, o conteúdo do arquivo Permanente 
pode, naturalmente, variar. Assim, apresentamos a seguir, exemplos de materiais 
geralmente nele incluído: 
 Pontos de “pré-auditoria” a liquidar; 
 Pontos de “pré-auditoria” liquidados; 
 Organograma da área; 
 Atas de reunião da diretoria; 
 Atas importantes de reunião dos dirigentes locais; 
 Memorando de procedimentos; 
 Modelos de impressos e registros importantes; 
 Fluxograma; 
 Manuais; 
 Dentre outros 
 
 
 
4.2 – Arquivos Correntes de Auditoria 
Os arquivos correntes de Papéis de Trabalho contêm o programa de auditoria, o 
registro dos exames feitos e as conclusões resultantes do trabalho de auditoria. Juntamente 
com o arquivo Permanente, os Papéis de Trabalho Correntes devem constituir um registro 
claro e preciso do serviço executado. Com exceção de certos casos, não é prática usar 
modelos padronizados de Papéis de Trabalho, nem prescrever as informações que devem 
constar nos papéis. 
Os Papéis de Trabalho devem ser delineados e elaborados de forma que apresentem 
detalhes importantes à atenção de quem os use ou examine. Uma auditoria envolve tantos 
detalhes, que itens importantes podem passar despercebidos como resultado da elaboração 
insatisfatória de Papéis de Trabalho. 
Os papéis devem ser organizados de forma que facilitem o confronto de dados 
relacionados entre si. Para tanto, a estrutura em que são enquadrados é, em linhas gerais, a 
seguinte: 
 
a) Folhas Índices 
São papéis que apenas listam as várias áreas alvo dos exames de auditoria e a 
referência do papel de trabalho onde podem ser encontradasas evidencia dos exames e dos 
levantamentos executados. 
b) Folhas Mestras de Trabalho 
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Usualmente há uma folha mestra separada para cada área importante dos exames. 
Essas folhas mestras resumem as áreas individuais de exames e dão informações gerais. 
Por exemplo, a folha mestra para exame na área de trabalho pode indicar apenas os saldos 
contábeis por natureza de contas (movimento, arrecadação, pagamentos, etc.). 
c) Folhas Subsidiárias 
Usualmente, há uma ou mais folhas de detalhe em apoio de cada mestra, na qual é 
registrado o trabalho de auditoria e documentam as informações obtidas. Essas folhas 
contêm o registro da análise e testes efetuados, e devem trazer a opinião do auditor quanto 
ao resultado alcançado. Subfolhas de detalhes devem ser preparadas quando necessárias 
para testes dos dados que comprovam as transações ou para efetuar outros trabalhos de 
auditoria necessários. 
d) Organização 
Para arquivamento dos Papéis de Trabalho Correntes é aconselhável que as pastas 
individuais sejam de pequeno volume, de modo a facilitar o manuseio. Por conseguinte, os 
papéis devem ser distribuídos em tantas pastas quanto forem necessárias, dependendo do 
vulto do trabalho. A seqüência dos papéis, não obstante o número das pastas individuais 
deve ser relativamente uniforme para todos os trabalhos. Sugere-se a seguinte ordem 
lógica: 
1. Relação de pontos de auditoria identificados; 
2. Rascunho de Relatórios; 
3. Registro das horas aplicadas (Controle das Horas); 
4. Folhas de revisão do trabalho, com os pontos levantados a completar/ 
completados; 
5. Folhas Índices; 
6. Folhas Mestras; 
7. Folhas Subsidiárias. 
e) Considerações Gerais 
Cada Papel de Trabalho deve ter um cabeçalho mencionando o nome da área ou 
sistema, o tipo de exame objeto, a denominação do Papel de Trabalho e a data do exame. É 
colocado no canto superior direito da folha, o número do índice adequado. Se o papel 
consistir de mias de uma página, isto é indicado numerando-se cada página “1 de 3”, “2 de 
3”, etc. Cada papel deve ser assinado e datado pelo auditor, de tal maneira que fique 
identificado o seu trabalho. 
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Os Seniores de auditoria assumem a responsabilidade pelos Papéis de Trabalho 
preparados pelos Assistentes sob sua orientação e devem indicar seu exame e aprovação do 
trabalho, apondo seu visto em cada papel. 
Nitidez e exatidão são requisitos essências no preparo de todos os Papéis de 
Trabalho, visando que sejam facilmente examináveis e que proporcionem um registro claro 
do trabalho efetuado. É preferível usar espaços duplos em memorandos e usar várias folhas 
de papel, a aglomerar muitas informações em uma só folha. Folhas mestras e subsidiárias 
devem da mesma forma e preferivelmente, ser elaboradas usando-se espaço duplo; devem-
se tomar cuidados para não escrever informações entre as linhas e nas margens. A fim de 
facilitar a reprodução fotográfica, não se devem fazer quaisquer anotações no verso dos 
Papéis de Trabalho, visto que podem ser omitidas no processo de reprodução. 
5 – REFERENCIAÇÃO DOS PAPÉIS DE TRABALHO 
 
5.1 – Uso e Utilidade 
Como meio de assegurar ordem no arquivamento e facilitar o manuseio dos papéis de 
trabalho, cada anexo é marcado a lápis vermelho, no canto superior direito, com um 
número, ou letra, os combinação de ambos. 
5.2 – Referência Cruzada 
Toda vez que um valor aparecer em mais de um papel de trabalho, em todos eles 
deve ser anotada essa particularidade. A esse processo dá-se o nome de “Referência 
Cruzada”. 
 
5.3 – Exemplos de Alguns Métodos Utilizados 
MÉTODOS DE REFERENCIAÇÃO 
1 2 3 
1 A AA 
2 B BB 
3 C CC 
3-1 D CC-1 
3-2 D1 CC-2 
4 D2 DD 
5 E EE 
5-1 F EE-1 
6 G FF 
7 G2 FF-1 
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8 H FF-2 
9 I GG 
9-1 J HH 
9-2 J1 HH-1 
10 K HH-2 
 
Considerando que um Serviço de Auditoria tem vários desdobramentos em diversos níveis 
de exames, sugerimos o método 2 ou 3, que possibilitam maior nível de desdobramento, 
conforme exemplificamos, tomando por base a letra A: 
Exames Principais 
(Folha Mestra) 
 
Exames 
Subsidiários 
 
Exames 
Complementares 
A A A..............A A1 A2...............A n 
 1 2 n 
 A1.......................A1 
 1 n 
 A....................A A1.......................A1 
 1-1 1-n 1- 1-n 
 A1-1...................A1-n 
 A1-1...................A1-1 
 1 n 
 A1-1...................A1-1 
 1-1 n 
Obs.: A letra “n” nesta tabela indica quantidade infinita de folhas complementares 
necessárias aos exames efetuados. 
Como a alternativa pode-se utilizar a letra básica como índice do Exame na área e as 
referências complementares para cada exame especifico, como o exemplo abaixo: 
A- Índice do Exame na Área de 
Fundo de caixa 
A1- Contagem do Fundo Fixo 
A2- Exame de Reposição 
A3- Exame de Adiantamento de 
Despesas de Viagem 
A4- Exame de Recebimentos 
Diversos
 
6 - UTILIZAÇÃO DE SÍMBOLOS 
 
6.1 – Definição e Utilidade 
 
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Para economia de espaço e tempo, geralmente são utilizados símbolos (tiques) nos 
PT‟s, indicando, por exemplo, parte de dados, conferências ou exames efetuados, os 
quais devem ter uma explicação resumida nos próprios papéis em que forem apostas. 
Devem ser apostas a lápis de cor para facilitar o exame e visualização dos PT‟s. 
Em geral devem ser simples e inconfundíveis. Deve ser evitado o uso de muitos 
símbolos nos PT‟s. 
Para exames em que os mesmos símbolos (tiques) forem utilizados em diversos 
papéis de trabalho de mesma referência, pode-se adotar a técnica de mencioná-los em 
uma única folha, capeando aquele conjunto de papéis. 
 
6.2 – Símbolos e Referências Padrões 
 
Considerando que alguns símbolos (tiques) e referências são comumente 
utilizados, convenciona-se chamá-los de “PADRÕES” e, portanto sua colocação no 
Papel de Trabalho dispensa a explicação. 
Indicamos, a seguir, como exemplo, um método de símbolos e referências 
padrões: 
 
 
 
a) Tiques ou Símbolos padrões 
 Soma conferida 
 Cálculo conferido 
b) Referências (exemplos) 
Uma referência do tipo “X” é usada sempre que um aspecto observado foi 
julgado como ponto de relatório, devendo esse aspecto ser transcrito para uma folha 
resumo que indicará, ao final do serviço, todos os aspectos passíveis de serem relatados 
no exame. 
c) Outras Referências Padrões 
Números circulados: , , são utilizados para Referências Cruzadas 
Internas de números ou valores. 
Letras minúsculas circuladas: , , ... colocadas na frente de um valor ou 
título, são utilizadas para explicações ou comentários adicionadas ou para referenciar 
exceções constatadas que deverão fazer parte do relatório. 
Auditoria Interna – Conceitos e práticas 
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Não é aconselhável a utilização de: 
NOTA (S) ou OBSERVAÇÃO (ÕES) 
Seu uso deve ser substituído por letras circuladas, quando se referir a 
explicações ou comentários de exceções, ou por Papéis de Trabalho subsidiários. 
 
 
EXEMPLOS DE SÍMBOLOS MAIS COMUNS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Auditoria Interna – Conceitos e práticas 
www.portaldeauditoria.com.br 96EXEMPLO DE PAPEL DE TRABALHO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nome da unidade Referência 
 
Área sob exame Data 
 
Conteúdo Visto 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ÁREA DESTINADA A DETALHAR OS ITENS SELECIONADOS PARA EXAME. 
APLICA-SE A MAIORIA DOS PAPÉIS DE TRABALHO. 
 
 
 
 ÁREA DESTINADA A EXPLICAÇÕES DOS 
SÍMBOLOS REFERENTES AOS EXAMES 
EFETUADOS 
 
ÁREA DESTINADA A EXPLICAÇÕES 
NECESSÁRIAS PARA: 
1. ESCLARECER ASPECTOS 
REFERENTES AOS EXAMES; 
2. EVIDENCIAR ASPECTOS QUE 
PAREÇAM ESTRANHOS; 
3. EVIDENCIAR ASPECTOS A SEREM 
RELATADOS 
Auditoria Interna – Conceitos e práticas 
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7- QUESTÕES 
 
1- Que são papéis de trabalho do auditor? 
2- Qual a importância dos papéis de trabalho em auditoria? 
3- De quem é a responsabilidade pela organização e controle e a guarda dos papéis de 
trabalho? 
4- Quais técnicas são utilizadas para elaboração de papéis de trabalho? 
5- O que é arquivo corrente em auditoria? 
6- O que é arquivo permanente em auditoria? 
 
Voltar ao sumário 
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MÓDULO VI – PLANEJAMENTO DE AUDITORIA E FATORES DE RISCO 
 
1 - INTRODUÇÃO 
O planejamento de auditoria compreende um conjunto sistemático de decisões, 
devidamente integradas, que expressam os propósitos a serem atingidos e condiciona os 
meios de alcançá-los. 
Para tanto, no planejamento devem fixar-se os seguintes objetivos: 
 Definir prioridade de trabalho em função da análise de parâmetros adequados e 
sustentáveis; 
 Definir, com critério, os recursos necessários para o desenvolvimento dos 
trabalhos planejados; e, 
 Definir técnicas de acompanhamentos dos trabalhos, de forma a permitir plena 
consecução dos propósitos estabelecidos. 
Dados os objetivos acima mencionados, a definição de prioridade nos parece o 
item de maior grau de dificuldade para a auditoria. Comumente, usa-se experiência 
passada, para de forma subjetiva, definir os segmentos com maior grau de risco e 
consequentemente, sujeitos a maior atenção por parte da auditoria interna, o que 
realmente, deixa a desejar. 
Para reduzir a subjetividade na definição dos segmentos com maior grau de risco. 
É que desenvolvemos este sistema o qual , considera como premissa básica, dois fatores 
para a definição das prioridades de trabalho, o risco e o interesse, da administração. 
Como risco, entende-se o conjunto de fatores que possam influenciar na 
determinação de prioridade pela auditoria tais como: valor monetário, natureza das 
operações, controle interno, tempo decorrido da ultima auditoria, mudança de 
procedimentos, mudanças de chefia e novos setores. 
Como interesse da administração, entende-se todos os aspectos que demonstrem 
tal propósito, independentemente do valor e natureza das operações. 
2 - RELEVÂNCIA OU MATERIALIDADE 
Por relevância ou materialidade, entende-se a maior importância de um fato ou de 
um elemento em particular, em relação ao objetivo do exame a ser realizado pela 
auditoria interna. 
Auditoria Interna – Conceitos e práticas 
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Por conseguinte, esse valor se baseia na combinação de dois parâmetros básicos, 
quais sejam o valor relativo e a importância estratégica do segmento, de forma não 
acumulativa. 
Em se tratando de fator preponderante para a definição áreas de risco de auditoria, 
as seguintes pontuações lhe foram atribuídas: 
FAIXA PONTOS FUNDAMENTOS 
1 3.25 Quando o segmento representar um percentual 
igual ou maior que 15% do total do sistema, ou 
seja, de vital importância para a empresa. 
2 2.50 Quando o segmento representar um percentual 
igual ou maior que 11% e inferior a 15% ou 
provoque impacto em médio prazo nas atividades 
da empresa. 
3 1.75 Quando o segmento representar um percentual 
igual ou maior que 6% e inferior a 11% ou 
provoque impacto a parte das atividades da 
empresa. 
4 1.00 Quando o segmento representar um percentual 
inferior a 6% do sistema e não tenha reflexos 
significativos sobre as atividades da empresa. 
3 - NATUREZA DAS OPERAÇÕES 
Por natureza das operações, entende-se o grau de liquidez e o nível de atratividade 
dos ativos, os quais refletirão no grau de risco, associados aos trabalhos de auditoria 
(ex.: dinheiro em caixa, fichas para TP‟s, etc.). 
FAIXA PONTOS FUNDAMENTOS 
1 3.25 Quando o segmento representar alto grau de 
convertibilidade financeira, liquidez (ex.: ações ao 
portador, fichas para TP‟s, etc.). 
2 2.50 Quando o segmento representar liquidez e 
atratividade, porém necessita do envolvimento de 
outras pessoas para a convertibilidade financeira 
(ex.: contas a receber, estoques, etc.). 
3 1.75 Quando o segmento representa liquidez normal e 
pouca atratividade, ou seja, além de envolver outras 
pessoas, é de difícil locomoção (ex. móveis e 
utensílios). 
4 1.00 Quando o segmento representa baixa liquidez e 
atratividade (ex.: bens imóveis). 
4 - CONTROLE INTERNO 
Auditoria Interna – Conceitos e práticas 
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Por controle interno, entende-se o plano de organização e todos os métodos e 
procedimentos referentes e relacionados coma salvaguarda dos ativos, fidedignidade 
dos registros financeiros, eficiência operacional e obediência às diretrizes 
administrativas. 
Por conseguinte, o controle interno é fator de relevância para a determinação do 
grau de risco dos segmentos auditáveis, quanto maiores às deficiências de controle, 
maior é a possibilidade de ocorrência de erros e irregularidades. 
FAIXA PONTOS FUNDAMENTOS 
1 3.25 Na última auditoria ficou evidenciado falhas de 
controle, com efeitos financeiros para a empresa 
ou existem controles significativos executados por 
terceiros. 
2 2.50 Na última auditoria ficou evidenciado algumas 
falhas de controle sem efeitos financeiros 
significativos 
3 1.75 Na última auditoria ficou evidenciado algumas 
falhas de controle sem efeito financeiro, cujas 
recomendações foram aceitas e atendidas em sua 
maior parte. 
4 1.00 Nenhuma falha grave de controle foi identificada e 
ou o segmento foi coberto por auditores externos 
sem reporte de deficiências. 
5 - TEMPO DECORRIDO DA ÚLTIMA AUDITORIA 
A auditoria interna exerce um efeito psicológico inibido para com as pessoas 
predispostas a cometer erros e irregularidades, consequentemente, influenciando no 
maior ou menor grau de risco das operações a depender de sua atuação profissional. 
FAIXA PONTOS FUNDAMENTOS 
1 2.50 Quando o segmento não foi auditado por mais de 
três anos. 
2 2.00 Quando o segmento não foi auditado entre 25 e 36 
meses. 
3 1.50 Quando o segmento não foi auditado entre 13 e 24 
meses. 
4 1.00 Quando o segmento não foi auditado entre 1 e 12 
meses. 
6 - MUDANÇAS DE PROCEDIMENTOS 
Qualquer mudança de procedimentos operacionais, terem efeito no funcionamento 
dos controles internos, com maior ou menor trauma, a depender da dimensão da 
mudança. Por essa razão é que se incluem esses fatos como um dos elementos 
Auditoria Interna – Conceitos e práticas 
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quantificáveis para a determinação dos segmentos com maior grau de risco para a 
auditoria, porém com uma menor pontuação em relação aos fatores anteriores. 
FAIXA PONTOS FUNDAMENTOS 
1 1.50 Quandoa mudança de procedimento implica na 
alteração da forma de processamento dos dados (ex.: 
manual para mecanizada “Batch” para “on-line”, 
etc.) 
2 1.25 Quando a mudança afeta a estrutura e não muda a 
forma de processar os dados (ex.: mudança na 
estrutura de arquivos mestres). 
3 1.00 Quando a mudança não afeta a estrutura do 
segmento, ou seja, pequenas modificações em saídas 
secundárias. 
4 0.75 Não houve qualquer mudança de procedimento 
desde a última auditoria. Esta faixa só deverá ser 
utilizada quando se tiver absoluta certeza de que 
nenhuma modificação foi introduzida no segmento 
7 - MUDANÇAS DE SUPERVISÃO 
A mesma forma que as mudanças de procedimentos afetam os controles internos, 
as mudanças de supervisores (chefias também o fazem) mesmo quando a pessoa é 
originária da mesma área. Desta forma, algum tempo é necessário para que o novo 
supervisor se familiarize com os procedimentos e controles, consequentemente, 
aumentando o risco de ocorrência de erros e irregularidades no processamento das 
operações. 
FAIXA PONTOS FUNDAMENTOS 
1 1.50 Houve mudança de supervisão nos últimos 12 
meses. 
2 1.25 Houve mudança de supervisão no período de 13 a 47 
meses. 
3 1.00 Houve mudança de supervisão entre 48 e 96 meses. 
4 0.75 Não houve mudança de supervisão nos últimos 96 
meses. 
8 - NOVOS SETORES 
Um outro fator incluído como parâmetro de determinação de riscos, é a criação de 
novos setores, por entende-se que durante a instalação de novas estruturas ainda não se 
tem uma definição clara de autoridades e responsabilidades, consequentemente, 
requerendo maior atenção por parte da auditoria. 
FAIXA PONTOS FUNDAMENTOS 
1 1.50 Criação de novos setores, nos últimos 12 meses. 
Auditoria Interna – Conceitos e práticas 
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2 1.25 Criação de novos setores entre 13 e 47 meses. 
3 1.00 Criação de novos setores entre 48 e 96 meses. 
4 0.75 Estrutura existente a mais de 96 meses. 
9 - INTERESSE DA ADMINISTRAÇÃO 
Por interesse da administração, entende-se a maior ou menor importância de um 
segmento auditável em relação aos anseios da alta direção da empresa. Este fator não 
deve ser considerado para determinar grau de risco e tão somente para permitir a 
prioridade em que os trabalhos deverão ser desenvolvidos. 
FAIXA PONTOS FUNDAMENTOS 
1 3.00 Alto interesse corrente; exigência anual e solicitação 
da gerência. 
2 2.00 Acima da média de interesse, porém não mandatória; 
ocasionalmente, solicitado pela gerência. 
3 1.00 Conceito normal no presente exercício ou trabalho. 
 
10 - TABELA DE CLASSES DE RISCOS 
A tabulação dos pesos atribuídos a cada segmento, gera um intervalo de 0.42 a 
223 pontos, sobre o qual se define a curva ABC de riscos potenciais de auditoria. 
CLASSE 
A De 56 a 223 pontos 
B De 15 a 56 pontos 
C De 01 a 15 pontos 
 
 
11 - CONCLUSÃO 
Após a identificação dos sistemas, dos subsistemas e dos correspondentes 
segmentos auditáveis, estabelecem-se os pesos para cada segmento e obtém-se o total de 
pontos (multiplicando-se todos os pesos) para efeito de classificação da curva ABC de 
riscos e, consequentemente, a alocação dos recursos humanos disponíveis. Para efeito 
de determinação das prioridades de trabalho, adiciona-se aos fatores de risco a avaliação 
de interesse da administração (fatores de risco x interesse da administração) e obtêm-se 
a curva ABC de prioridades, a qual servirá de base para o planejamento de auditoria. 
Com a utilização desta metodologia, deixa-se de lado a subjetividade e encara-se o 
planejamento como algo quantificável e defensável, perante a alta administração da 
empresa, inclusive permitindo a negociação de novos recursos e direcionamento dos 
trabalhos de auditoria. 
Auditoria Interna – Conceitos e práticas 
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12- CONTROLES INTERNOS SEGUNDO O COSO (Commitee Of Sponsoring 
Organizations) 
1 - Introdução 
A Auditoria Interna vem passando por mudanças bastante profundas, que envolvem não 
só alterações no instrumental e na metodologia, como também na sua própria função 
nas empresas. 
2 - O Que é o COSO? 
Muito se tem falado sobre controles internos. O que é um controle interno? É um 
normativo? É um sistema? Afinal, para que serve um controle interno? É uma 
ferramenta para auxiliar as operações de uma empresa ou para atrapalhar? É um 
instrumento que só é útil à auditoria ou a toda empresa? 
Estas perguntas eram respondidas de diferentes maneiras, conforme a quem se 
perguntava. Gerentes tinham uma opinião sobre controle interno que não era a mesma 
dos auditores internos, que por sua vez tinham uma visão diferente dos funcionários da 
controladoria. A falta de um denominador comum ajudava a aumentar a confusão sobre 
o papel e significado dos controles internos para a empresa. 
3 - O Trabalho do COSO 
3.1 - Definição 
Para os integrantes do COSO, o ponto de partida é a definição de controle interno. O 
que é e para que servem os controles internos? O grupo chegou à seguinte definição: 
"Controle Interno é um processo, desenvolvido para garantir, com razoável certeza, 
que sejam atingidos os objetivos da empresa, nas seguintes categorias: 
 Eficiência e efetividade operacional (objetivos de desempenho ou estratégia): esta 
categoria está relacionada com os objetivos básicos da entidade, inclusive com os 
objetivos e metas de desempenho e rentabilidade, bem como da segurança e qualidade 
dos ativos; 
 Confiança nos registros contábeis/financeiros (objetivos de informação): todas as 
transações devem ser registradas, todos os registros devem refletir transações reais, 
consignadas pelos valores e enquadramentos corretos; 
 Conformidade (objetivos de conformidade) com leis e normativos aplicáveis à entidade 
e sua área de atuação. 
De acordo com a definição acima, o objetivo principal dos controles internos é auxiliar 
a entidade atingir seus objetivos. Controle interno é um elemento que compõe o 
processo de gestão. 
O controle interno é responsabilidade de todos. 
Auditoria Interna – Conceitos e práticas 
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Controle interno proporciona uma garantia razoável, nunca uma garantia absoluta. 
Controle interno efetivo auxilia a entidade na consecução de seus objetivos, mas não 
garante que eles serão atingidos. E por que? Por vários motivos: 
 custo/benefício: todo controle tem um custo, que deve ser inferior à perda decorrente 
da consumação do risco controlado; 
 conluio entre empregados: da mesma maneira que as pessoas são responsáveis pelos 
controles, estas pessoas podem valer-se de seus conhecimentos e competências para 
burlar os controles, com objetivos ilícitos. 
 eventos externos: eventos externos estão além do controle de qualquer organização. 
Exemplo disso, foram os acontecimentos do dia 11/09/2001, nos Estados Unidos. Quem 
poderia prever ou controlar os fatos ocorridos? 
3.2 - Processo de Controles Internos 
Como vimos, controle interno é um processo. Este processo é constituído de 5 
elementos, que estão interrelacionados entre si, e presentes em todos o controle interno. 
Os 5 elementos são: 
 Ambiente de Controle 
 Avaliação e Gerenciamento dos Riscos 
 Atividade de Controle 
 Informação e Comunicação 
 Monitoramento 
3.2.1 - Ambiente de Controle 
Ambiente de controle é a consciência de controle da entidade, sua cultura de controle. 
Ambiente de controle é efetivo quando as pessoas da entidade sabem quais são suas 
responsabilidades, os limites de sua autoridade e se têm a consciência, competência e o 
comprometimento de fazerem o que é correto da maneira correta. Ou seja: os 
funcionários sabem o que deve serfeito? Se sim, eles sabem como fazê-lo? Se sim, eles 
querem fazê-lo? A resposta não a quaisquer dessas perguntas é um indicativo de 
comprometimento do ambiente de controle. 
Ambiente de controle envolve competência técnica e compromisso ético; é um fator 
intangível, essencial à efetividade dos controles internos. 
A postura da alta administração desempenha papel determinante neste componente. Ela 
deve deixar claro para seus comandados quais são as políticas, procedimentos, Código 
de Ética e Código de Conduta a serem adotados. Estas definições podem ser feitas de 
maneira formal ou informal, o importante é que sejam claras aos funcionários da 
organização. O exemplo "vem de cima": quem dá o tom de controle da entidade são 
seus principais administradores. 
Dicas 
 O ambiente de controle é mais efetivo na medida em que as pessoas tenham a sensação 
que estão sendo controladas; 
Auditoria Interna – Conceitos e práticas 
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 Certifique-se que os funcionários conhecem suas responsabilidades e a função de seus 
serviços; 
 Verifique se há um plano adequado de treinamento; 
 Verifique se os funcionários sabem qual o padrão de conduta e ética a serem seguidos; 
 Verifique se são tomadas as ações corretivas disciplinares devidas, quando o 
funcionário não agir de acordo com os padrões de conduta e comportamento esperados 
ou de acordo com as políticas e procedimentos recomendados. 
3.2.2 - Avaliação e Gerenciamento dos Riscos 
As funções principiais do controle interno, como vimos, estão relacionadas ao 
cumprimento dos objetivos da entidade. Portanto, a existência de objetivos e metas é 
condição "sine qua non" para a existência dos controles internos. Se a entidade não tem 
objetivos e metas claros, não há necessidade de controles internos. 
Uma vez estabelecidos e clarificados os objetivos, deve-se: 
 identificar os riscos que ameacem o seu cumprimento; e 
 tomar as ações necessárias para o gerenciamento dos riscos identificados. 
Avaliação de riscos é a identificação e análise dos riscos associados ao não 
cumprimento das metas e objetivos operacionais, de informação e de conformidade. 
Este conjunto forma a base para definir como estes riscos serão gerenciados. 
Os administradores devem definir os níveis de riscos operacionais, de informação e 
conformidade que estão dispostos a assumir. A avaliação de riscos é uma 
responsabilidade da administração, mas cabe à Auditoria Interna fazer uma avaliação 
própria dos riscos, confrontando-a com a avaliação feita pelos administradores. A 
identificação e gerenciamento dos riscos é uma ação proativa, que permite evitar 
surpresas desagradáveis. 
Identificação dos riscos 
Risco é a probabilidade de perda ou incerteza associada ao cumprimento de um 
objetivo. Para cada objetivo proposto deve ser feito um processo de identificação dos 
riscos. 
Como auxílio neste processo de identificação dos riscos, sugerimos que o auditor 
responda as perguntas abaixo, para cada objetivo elencado, anotando as respostas que 
representarem uma ameaça possível: 
 O que pode dar errado? 
 Como e onde podemos falhar? 
 O que deve dar certo ? 
 Onde somos vulneráveis? 
 Quais ativos devemos proteger? 
 Temos algum ativo líquido ou de uso alternativo? 
 Como podemos ser roubados ou furtados? 
 Como poderiam interromper nossas operações? 
 Como sabemos se nossos objetivos foram (ou não) alcançados? 
Auditoria Interna – Conceitos e práticas 
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 Quais informações são as mais importantes ? 
 Onde gastamos mais dinheiro? 
 Como faturamos e cobramos nossas vendas? 
 Quais decisões requerem mais análise? 
 Quais atividades são mais complexas? 
 Quais atividades são mais regulamentadas? 
 Quais são nossas maiores exposição ao risco legal? 
Análise dos Riscos 
Uma vez identificados os riscos, devemos avaliá-los, levando em conta os seguintes 
aspectos: 
 qual a probabilidade (freqüência) dos riscos ocorrerem? 
 em caso de ocorrer, qual seria o impacto nas operações, considerando os aspectos 
quantitativos e qualitativos? 
 verifique, em sua opinião, quais ações seriam necessárias para administrar os riscos 
identificados. 
Dicas 
 Certifique-se que a entidade tenha uma missão clara, e que as metas e objetivos estejam 
formalizados 
 Avalie os riscos a nível de dependência e setor 
 Avalie os riscos a nível de processo 
 Elabore um papel de trabalho para cada atividade relevante, priorize as atividades e 
processos mais críticos e aquelas que podem ser melhoradas. 
3.2.3 - Atividades de Controle 
São aquelas atividades que, quando executadas a tempo e maneira adequados, permitem 
a redução ou administração dos riscos. As atividades de controle compreendem o que, 
na sistemática de trabalho anterior à do COSO, era tratado como controle interno. 
Podem ser de duas naturezas: atividades de prevenção ou de detecção. As principais 
atividades de controle, e suas respectivas naturezas, são: 
a) - Alçadas (prevenção): são os limites determinados a um funcionário, quanto a 
possibilidade deste aprovar valores ou assumir posições em nome da instituição. 
Exemplos: 
 Estabelecimento de valor máximo para um caixa pagar um cheque 
 Estabelecimento dos tetos assumidos por um operador de mercado para cada horizonte 
de investimento 
 Estabelecimento de alçada operacional para o Comitê de Crédito de uma agência. 
b) - Autorizações (prevenção): a administração determina as atividades e transações 
que necessitam de aprovação de um supervisor para que sejam efetivadas. A aprovação 
de um supervisor, de forma manual ou eletrônica, implica que ele (ou ela) verificou e 
validou a atividade ou transação, e assegurou que a mesma está em conformidade com 
as políticas e procedimentos estabelecidos. Os responsáveis pela autorização devem 
verificar a documentação pertinente, questionar itens pouco usuais, e assegurarem-se de 
Auditoria Interna – Conceitos e práticas 
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que as informações necessárias à transação foram checadas, antes de darem sua 
autorização. Jamais devem assinar em branco ou fornecerem sua senha eletrônica 
c) - Conciliação (detecção): é a confrontação da mesma informação com dados vindos 
de bases diferentes, adotando as ações corretivas, quando necessário 
d) - Revisões de Desempenho (detecção): Acompanhamento de uma atividade ou 
processo, para avaliação de sua adequação e/ou desempenho, em relação às metas, aos 
objetivos traçados e aos benchmarks, assim como acompanhamento contínuo do 
mercado financeiro (no caso de bancos), de forma a antecipar mudanças que possam 
impactar negativamente a entidade. Exemplos: 
 monitoração do comportamento de usuários de cartões de crédito (lugares inusitados, 
produtos diferentes etc.) 
 monitoração e questionamento de flutuações abruptas nos resultados de agências, 
produtos, carteiras próprias e de terceiros 
 monitoração de valores realizados e orçados em unidades, com o objetivo de identificar 
dificuldades/problemas 
 acompanhamento da concorrência, visando o lançamento de novos produtos 
e) - Segurança Física (prevenção e detecção): os valores de uma entidade devem ser 
protegidos contra uso, compra ou venda não-autorizados. Um dos melhores controles 
para proteger estes ativos é a segurança física, que compreende controle de acessos, 
controle da entrada e saída de funcionários e materiais, senhas para arquivos 
eletrônicos, „call-back‟ para acessos remotos, criptografia e outros. Incluem-se neste 
controle os processos de inventário dos itens mais valiosos para a entidade (p.ex., 
conferência de numerário) 
f) - Segregação de Funções (prevenção):a segregação é essencial para a efetividade 
dos controles internos. Ela reduz tanto o risco de erros humanos quanto o risco de ações 
indesejadas. Contabilidade e conciliação, informação e autorização, custódia e 
inventário, contratação e pagamento, administração de recursos próprios e de terceiros, 
normatização (gerenciamento de riscos) e fiscalização (auditoria) devem estar 
segregadas entre os funcionários 
g) - Sistemas Informatizados (prevenção e detecção): controles feitos através de 
sistemas informatizados dividem-se em dois tipos: 
 controles gerais: pressupõe os controles nos centros de processamentos de dados e 
controles na aquisição, desenvolvimento e manutenção de programas e sistemas. 
Exemplos: organização e manutenção dos arquivos de back-up, arquivo de log do 
sistema, plano de contingência; 
 controles de aplicativos: são os controles existentes nos aplicativos corporativos, que 
têm a finalidade de garantir a integridade e veracidade dos dados e transações. 
Exemplos: validação de informações (checagem das informações com registros 
armazenados em banco de dados). 
h) - Normatização Interna (prevenção): é a definição, de maneira formal, das regras 
internas necessárias ao funcionamento da entidade. As normas devem ser de fácil acesso 
Auditoria Interna – Conceitos e práticas 
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para os funcionários da organização, e devem definir responsabilidades, políticas 
corporativas, fluxos operacionais, funções e procedimentos. 
As atividades de controle devem ser implementadas de maneira ponderada, consciente e 
consistente. Nada adianta implementar um procedimento de controle, se este for 
executado de maneira mecânica, sem foco nas condições e problemas que motivaram à 
sua implantação. Também é essencial que as situações adversas identificadas pelas 
atividades de controles sejam investigadas, adotando-se tempestivamente as ações 
corretivas apropriadas. 
3.2.4 - Informação e Comunicação 
A comunicação é o fluxo de informações dentro de uma organização, entendendo que 
este fluxo ocorre em todas as direções - dos níveis hierárquicos superiores aos níveis 
hierárquicos inferiores, dos níveis inferiores aos superiores, e comunicação horizontal, 
entre níveis hierárquicos equivalentes. 
A comunicação é essencial para o bom funcionamento dos controles. Informações sobre 
planos, ambiente de controle, riscos, atividades de controle e desempenho devem ser 
transmitidas à toda entidade. Por outro lado, as informações recebidas, de maneira 
formal ou informal, de fontes externas ou internas, devem ser identificadas, capturadas, 
verificadas quanto à sua confiabilidade e relevância, processadas e comunicadas às 
pessoas que as necessitam, tempestivamente e de maneira adequada. 
O processo de comunicação pode ser formal ou informal. O processo formal acontece 
através dos sistemas internos de comunicação - que podem variar desde complexo 
sistemas computacionais a simples reuniões de equipes de trabalho - e são importantes 
para obtenção das informações necessárias ao acompanhamento dos objetivos 
operacionais, de informação e de conformidade. O processo informal, que ocorre em 
conversas e encontros com clientes, fornecedores, autoridades e empregados é 
importante para obtenção das informações necessárias à identificação de riscos e 
oportunidades. 
A informação é o combustível que move as organizações. 
Dicas 
Informação e comunicação são conceitos simples. No entanto, comunicar e conseguir 
informações com as pessoas, de maneira prática e tempestiva, é sempre um desafio. 
Quando o auditor estiver preenchendo um PT sobre uma atividade ou processo, é 
importante avaliar a qualidade dos sistemas e fluxos das informação pertinentes na 
dependência auditada. Uma maneira de fazer esta avaliação é responder às seguintes 
perguntas: 
 A dependência consegue a informação que necessita de maneira prática e tempestiva? 
 A dependência tem conseguido obter as informações importantes para avaliação dos 
riscos internos e externos? 
Auditoria Interna – Conceitos e práticas 
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 A dependência tem conseguido obter informações de desempenho - i.e., informações 
que permitem saber se os objetivos operacionais, de informação e conformidade estão 
sendo atingidos? 
 A dependência identifica, captura, processa e comunica as informações necessárias a 
seus clientes e fornecedores em tempo hábil e de maneira prática? 
3.2.5 - Monitoramento 
O monitoramento é a avaliação dos controles internos ao longo do tempo. Ele é o 
melhor indicador para saber se os controles internos estão sendo efetivos ou não. 
O monitoramento é feito tanto através do acompanhamento contínuo das atividades 
quanto por avaliações pontuais, tais como auto-avaliação, revisões eventuais e auditoria 
interna. 
A função do monitoramento é verificar se os controles internos são adequados e 
efetivos. Controles adequados são aqueles em que os cinco elementos do controle 
(ambiente, avaliação de riscos, atividade de controle, informação & comunicação e 
monitoramento) estão presentes e funcionando conforme planejado. Controles são 
eficientes quando a alta administração tem uma razoável certeza: 
 Do grau de atingimento dos objetivos operacionais propostos; 
 De que as informações fornecidas pelos relatórios e sistemas corporativos são 
confiáveis; e 
 Leis, regulamentos e normas pertinentes estão sendo cumpridos. 
4 - Proposta de Roteiro 
Um dos grandes dificultadores das novas tecnologias é conciliar a teoria com a prática. 
É comum ser tortuoso e sofrido o caminho que leva o profissional a entender, como os 
novos conceitos são aplicados em sua atividade. O presente roteiro não tem a pretensão 
de eliminar este caminho, pretende apenas torná-lo menos "sofrido". 
4.1 - Objetivo 
O primeiro passo é definir qual o objetivo que vamos auditar. No caso do Banco, já 
temos os riscos pré-definidos, mas na maioria dos casos esta definição deve ser mais 
aprofundada. Os riscos definidos pressupõem uma atividade, com os respectivos 
objetivos pré-estabelecidos. Levante o maior número de informações sobre os seguintes 
pontos: 
 Quais são as metas traçadas para o objetivo que vai ser auditado. Levante números que 
permitam uma medição clara e objetiva (valores, quantidade, etc...). 
 Quais são os sistemas e relatórios que permitirão o acompanhamento das metas 
traçadas. 
 Quais as leis e normativos que regem o objetivo que vai ser auditado. 
4.2 - Riscos 
Auditoria Interna – Conceitos e práticas 
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Passo 2: Verifique os riscos ao cumprimento de cada objetivo. Faça as perguntas do 
item "Identificação dos Riscos" para cada objetivo, registrando as respostas que você 
considera importantes. Selecione os riscos com maior probabilidade de ocorrência e que 
causem perdas, no caso de sua consumação. Anote os riscos no quadro, para cada 
objetivo. 
4.3 - Atividades de Controle 
Passo 3: Para cada risco elencado, verifique quais são, em sua opinião, as atividades de 
controle que, se conduzidas de maneira adequada, podem mitigar ou permitir o 
gerenciamento do risco. Como auxílio, utilize as atividades de controle do subtítulo 
"Atividades de Controle" - veja quais, dos controles elencados, podem ser usados, e 
quais, em sua opinião, são os mais recomendados para o risco em análise. 
4.4 - Informação, Comunicação e Monitoramento 
Passo 4: Verifique, para cada atividade de controle apontada, quais as que já estão 
sendo cumpridas e estão sendo efetivas (estão efetivamente permitindo a 
mitigação/gerenciamento do risco). Esta também é a ocasião para identificar as fontes 
de informações, métodos de comunicaçãoe atividades de monitoramento. Assinale S 
para os casos em que os controles estão sendo efetivos e N para os casos em que não 
estão. 
4.5 - O Papel de Trabalho 
Passo 5: Elaboração do PT. Para os assinalamentos „N‟, elabore as perguntas para 
avaliar as ocorrências: as perdas estão acontecendo? A probabilidade do risco ocorrer é 
grande? Os gestores estão cientes destes riscos? 
Também é na fase da elaboração do PT que vamos incluir as verificações necessárias 
para avaliação dos elementos ambiente de controle, informação & comunicação e 
monitoramento. Uma dica é verificar os pontos das "Dicas" dos subtítulos que 
abordaram cada elemento. 
Voltar ao sumário 
Auditoria Interna – Conceitos e práticas 
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MÓDULO VII – RELATÓRIOS DE AUDITORIA 
1 - CONCEITO 
O Relatório de Auditoria é um instrumento formal e técnico, através do qual os 
auditores comunicam: a execução de determinado trabalho, o resultado obtido, 
avaliação, opiniões e recomendações de melhoria à administração da empresa. 
2 - IMPORTÂNCIA 
 
a) Para o Auditado 
 É uma avaliação sobre suas atividades. 
 Indica a necessidade de ações corretivas ou preventivas. 
b) Para a Administração 
 É um indicador de avaliação do desempenho dos profissionais em suas funções. 
c) Para a Auditoria 
 Objetivamente, é o meio pelo qual a alta administração julga e avalia a qualidade e 
utilidade da auditoria. 
 
3 – TIPOS DE RELATÓRIOS DE CARACTERÍSTICAS BÁSICAS 
 
a) Relatórios Preliminares 
 Relatórios periódicos emitidos durante o andamento de uma auditoria. 
 Apresentar maior simplicidade na formulação. 
 É mais ágil na colocação dos pontos junto ao auditado. 
 
b) Relatórios Finais 
 São completos e abrangentes. 
 Incluem informações quanto a: natureza dos assuntos; escopo do trabalho e índices 
de pontos. 
 Incluem, além dos pontos e recomendações, uma opinião geral sobre a área auditada. 
 
c) Relatórios Especiais 
 Trabalho de natureza especial. 
 Assuntos convenientes de não serem tratados em relatórios normais. 
 Trabalhos específicos como: apreciação de atuação de executivo, suposições de 
fraudes, etc. 
Auditoria Interna – Conceitos e práticas 
www.portaldeauditoria.com.br 112 
 
4 – PONTOS DE RELATÓRIO - ESTRUTURA 
 
a) Título do Ponto 
– Sintético; 
– Resume o conteúdo do ponto; 
– Evitar o duplo sentido. 
 
b) Breve Descrição da Situação 
– Comenta a situação examinada; 
– Indica a existência ou não de rotinas. 
 
c) Comentários sobre a falha 
– Resume a falha encontrada; 
– Indica área ou áreas responsáveis pela ocorrência. 
 
d) Exemplos 
– Melhoram o entendimento; 
– Evitar se for desnecessário. 
 
e) Implicações 
 Avaliação das conseqüências. 
 
f) Sugestão 
 Indica as providências corretivas ou preventivas; 
 Sugere, não manda. 
 
5 – CONTEÚDO DO RELATÓRIO 
 
a) Relatório por Exceção 
– Similares com a administração por exceção; 
– Relata operações fora das normas; 
– Presume como bom ou normal o que não é relatado; 
– Evitar ser, apenas, negativo; quando conveniente comentar, também, os itens 
excepcionalmente bem geridos. 
 
b) Informações Introdutórias 
– Indicam a natureza dos assuntos do relatório: 
– Destinatário; 
– Título do relatório; 
Auditoria Interna – Conceitos e práticas 
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– Componente organizacional auditado; 
– Período auditado; 
– Data da última auditoria; 
– Índices das seções e pontos do relatório. 
– Síntese das modificações operacionais ocorridas desde a última auditoria ou 
histórico no caso da primeira auditoria. 
– Objetivos, quantidade de empregados e gastos da área auditada. 
 
c) Escopo dos Exames 
– Natureza e objetivo do trabalho de auditoria. 
– Breve resumo da extensão dos exames; 
– Não detalhe os exames ou descreva os procedimentos de auditoria. A administração 
não conhece os princípios e não está em posição de julgar a adequação destes. 
 
6 – PREPARAÇÃO DO RELATÓRIO (ETAPAS) 
 
a) Comece a prepará-lo no campo, durante a execução da auditoria. 
b) Ao encontrar uma exceção, formule sua recomendação. Anote-as em folha resumo. 
c) No final do serviço, revise as exceções e recomendações. Cuide que estejam 
completas. 
d) Assegure-se da exatidão dos fatos. 
e) Discuta-os com o auditado/ administração local. Seja receptivo, elogie quando for o 
caso, aceite recomendações do auditado, se houver. Se aceitá-las, dê-lhes crédito no 
relatório. 
f) A discussão com a administração local pode revelar imperfeições em suas opiniões 
ou contribuir com fatos adicionais. 
g) Registre nos Papéis de Trabalho os resultados da discussão. 
 
7 – ESTILO DA REDAÇÃO 
7.1 - Conceito 
É a escolha de palavras, tamanho das sentenças e parágrafos. É a maneira pela 
qual estas são colocadas no relatório. 
7.2 - Fatores que prejudicam a eficiência da redação: 
a) Repetição e/ ou ordem inadequada de palavras. 
b) Excesso de adjetivos e advérbios. 
c) Verbos fracos. 
Auditoria Interna – Conceitos e práticas 
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d) Sentenças e parágrafos longos. 
e) Uso da voz passiva. 
f) Termos contábeis técnicos de conhecimento restrito. 
7.3 - Fatores que contribuem para uma redação eficiente: 
a) Linguagem simples e entendível. 
b) Sentenças curtas. 
c) Palavras pessoais e ativas. 
d) Tato. Reconheça e pense como o leitor. Adapte sua relação a ele. 
8 – TÉCNICAS PARA A REDAÇÃO 
8.1 - Pense 
a) Quem é o leitor? 
b) Quantos detalhes ele precisa? 
c) Que tipo de linguagem ele entenderá? 
 
8.2 - Organize 
a) Delineie o relatório 
b) Distribua os títulos. 
c) Sob cada título, coloque uma breve descrição de cada idéia a ser incluída. 
8.3 - Reescreva 
a) O primeiro rascunho raramente é o melhor relatório. 
b) Reescreva tantas vezes quantas forem necessárias, até se convencer da versão 
melhor. 
c) Esteja atento para os cinco “c‟s” da boa redação: Correção, Conclusão, Clareza, 
Concisa e Cortesia. 
8.4 - Edição 
a) Submeta o rascunho ao supervisor 
b) Aceite e atente para as sugestões de modificação. 
8.5 - Revisão Final 
Auditoria Interna – Conceitos e práticas 
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Assegure-se da existência de erros de digitação. Estes distraem a atenção do leitor 
e, dependendo da gravidade, invalidam o conteúdo do relatório. 
8.6 - Apresentação 
a) O relatório é o produto da auditoria. 
b) Utilize digitação correta e papel de boa qualidade. 
c). Cuide do visual: adote pasta para os relatórios mais extensos. 
8.7 - Rapidez 
a) Entregue o relatório o mais rápido possível. 
b) Force a ação do leitor. 
c) A demora no envio do relatório pode torná-lo desatualizado ou perder o interesse. 
d) Relate o fato tão logo seja constatado. 
8.8 - Destinação 
a) À pessoa mais indicada entre os níveis da administração. 
b) Se enviado a um nível muito elevado, em relação ao problema, o leitor não se 
interessará. Se a um nível muito baixo, o leitor não terá condições de decisão. 
c) À pessoa em linha de autoridade acima da que providenciará as recomendações. 
d) À área de sistemas, se o assunto for procedimentos e controles. 
e) À pessoa responsável pela auditoria interna. 
f) Ao arquivo da auditoria interna. 
g) Sumários periódicos das auditorias, pontos e recomendações, à alta administração, 
caso esta não receba cópia de todos os relatórios. 
9 – REDAÇÃO DE RELATÓRIOS - PROBLEMAS BÁSICOS E EXEMPLOS 
PRÁTICOS 
9.1 – Estilos e Técnicas para Redação 
 
Problemas básicos de Redação 
 
 Sentenças Longas 
 Linguagem Floreada 
AuditoriaInterna – Conceitos e práticas 
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 Versos Passivos 
 Substantivando o Verbo 
 Forma Impessoal 
 Palavras Desnecessárias 
 
9.2 - Sentenças Longas 
 
 Use sentenças curtas sempre que possível. 
 A função da sentença é expressar um pensamento completo. 
 Dois pensamentos completos geralmente pertencem a duas sentenças. 
As sentenças longas podem ser encurtadas dividindo-se em duas ou mais 
sentenças curtas, ou eliminando palavras desnecessárias. 
Exemplos de redução de sentença, através da eliminação se palavras desnecessárias. 
LEVANDO EM CONSIDERAÇÃO OS 
EFEITOS DELETÉRIOS DA 
INFLAÇÃO, HOUVEMOS POR BEM 
RESOLVER: 
12 
PALAVRAS 
DEVIDO AOS EFEITOS DA 
INFLAÇÃO RESOLVEMOS: 
06 
PALAVRAS 
Redução de 06 palavras 
 
NUMEROSOS OUTROS ITENS 
PRODUZIDOS OU PROCESSADOS 
EM ADIÇÃO AOS ITENS ACIMA. 
12 
PALAVRAS 
 
NUMEROSOS OUTROS ITENS SÃO 
PRODUZIDOS OU PROCESSADOS.. 
07 
PALAVRAS 
Redução de 05 palavras 
 
Exemplo de divisão em sentenças curtas: 
 
ERRADO 
A eliminação das deficiências de controle interno pode ser feita com a adoção do 
sistema de fundo fixo de caixa, bem como com a segregação das funções executadas 
pelo caixa e conciliando-se mensalmente as contas bancárias. 
CERTO 
A eliminação das deficiências de controle interno pode ser feita: 
a) Com a adoção do sistema de fundo fixo de caixa; 
b) Com a segregação das funções executadas pelo caixa; 
Auditoria Interna – Conceitos e práticas 
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c) Conciliando-se mensalmente as contas bancárias. 
9.3 – Linguagem Floreada 
Assim como a extensão da sentença afeta a sua leitura, o mesmo sucede com a 
escolha das palavras. Mesmo uma sentença curta pode se tornar de difícil interpretação, 
se contiver palavras confusas. A utilização de uma linguagem afetada distrai a atenção 
do leitor e não contribui para que ele tenha melhor impressão sobre o conteúdo do 
relatório. 
Exemplos de Linguagem Floreada: 
ERRADO 
ESTÁ CONSUBSTANCIADO NO MANUAL DE PROCEDIMENTOS Nº 9874, QUE 
A RESPECTIVA COMPRA DE CIMENTO, QUANDO NECESSÁRIA, DEVE SER 
ANALISADA E EFETIVAMENTE CONCRETIZADA PELO DEPARTAMENTO 
“Z”. 
CERTO 
DE ACORDO COM O MANUAL DE PROCEDIMENTOS Nº 9874, COMPRA DE 
CIMENTO DEVE SER EFETUADA PELO DEPARTAMENTO “Z”. 
9.4 – Verbos Passivos 
 Use os verbos na forma “ativa”, o uso excessivo da forma “passiva” tira a 
objetividade do relatório, cansa o leitor e pode dificultar a leitura. 
 Sendo objetivo você mostrará mais segurança e impressionará o leitor, 
obrigando-o a tomar providências imediatas. 
 A forma “passiva” pode distorcer o sentido da frase, ou obscurecê-lo. 
 
Exemplos em que o aspecto importante é relegado a segundo plano: 
AS DEVIDAS PROVIDÊNCIAS FORAM TOMADAS PELA 
PASSIVA GERÊNCIA REGIONAL. 
 
PASSIVA 
A GERÊNCIA TOMOU AS DEVIDAS PROVIDÊNCIAS. ATIVA 
NENHUM INVENTARIO FISICO COMPLETO TEM SIDO 
EFETUADO PELA COMPANHIA 
PASSIVA 
A COMPANHIA NÃO EFETUOU INVENTÁRIOS FÍSICOS 
COMPLETOS 
ATIVA 
 
 
 
Exemplos em que as duas formas aparecem na mesma sentença: 
Auditoria Interna – Conceitos e práticas 
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EFETUAMOS OS EXAMES DE ORDENS DE 
IMOBILIZAÇAO COM BASE EM TESTES. 
 
ATIVA 
E, QUANDO APLICÁVEL, OS CÁLCULOS DE 
PARTICIPAÇÃO FINACEIRA FORAM CONFERIDOS. 
 
PASSIVA 
EFETUAMOS OS EXAMES DE ORDENS DE 
IMOBILIZAÇAO COM BASE EM TESTES E, QUANDO 
APLICÁVEL, CONFERIMOS OS CÁLCULOS DE 
PARTICIPAÇÃO FINACEIRA. 
 
TOTALMENTE 
ATIVA 
 
9.5 – Substantivando o Verbo 
Devemos evitar o uso de substantivo quando um verbo define melhor o que 
queremos dizer. 
Exemplos de verbos transformados em substantivos: 
As CONCILIAÇÕES DAS contas foram efetuadas NÃO USE 
AS CONTAS FORAM CONCILIADAS USE 
A liquidação do saldo foi EFETUADA por NÃO USE 
O saldo foi LIQUIDADO por USE 
 
9.6 - Forma Impessoal 
Não relute em ser específico. Não deixe que a utilização de uma “forma 
impessoal” evidencie insegurança nas suas afirmações. Define as responsabilidades para 
que o leitor não tenha dúvidas sobre a ação a ser tomada e sobre o responsável pela sua 
execução. 
Exemplos em que o sentido torna-se obscuro: 
OBSCURO 
MAIOR ATUAÇÃO DEVE SER EXERCIDA JUNTO AOS BANCOS, 
AGILIZANDO-SE AS TRASFERÊNCIAS DE NUMERÁRIO ARRECADADO. 
CLARO 
O ESCRITÓRIO LOCAL DEVE EXERCER MAIOR ATUAÇÃO JUNTO AOS 
BANCOS, AGILIZANDO AS TRANSFERÊNCIAS DE NUMERÁRIO 
ARRECADADO. 
 
Auditoria Interna – Conceitos e práticas 
www.portaldeauditoria.com.br 119 
Exemplos de como assumir a Responsabilidade: 
AO INVÉS DE ESCREVER 
FOI NOTADO QUE... 
ESCREVA 
NOTAMOS... 
FOI SUGERIDO QUE... SUGERIMOS... 
É NOSSO ENTENDIMENTO QUE... ENTENDEMOS... 
 
Exemplo de como definir de quem é a responsabilidade: 
FORMA IMPESSOAL 
É RECOMENDÁVEL QUE SEJA TOMADA UMA ATITUDE IMEDIATA PARA 
RESOLVER OS PROBLEMAS. 
DEFININDO RESPONSABILIDADE 
RECOMENDAMOS QUE O SETOR “Y” PASSE A CONFERIR 
REGULARMENTE A DOCUMENTAÇÃO RECEBIDA. 
9.7 – Palavras Desnecessárias 
Termos técnicos não devem ser empregados em relatórios. Também palavras tais 
como, ”outrossim,”, “não obstante”, etc., devem ser evitadas quando possível. 
Não adicione à frase palavras que em nada contribuam para o entendimento da 
matéria. As palavras desnecessárias podem se transformar em referências impróprias. 
Também tornam a leitura monótona. 
REFERÊNCIA IMPRÓPRIA 
A contagem DOS VALORES QUE SE ENCONTAVAM NO caixa foi efetuada 
no inicio dos trabalhos. 
CORRETO 
A contagem de caixa foi efetuada no inicio dos trabalhos. 
Exemplos de eliminação de palavras desnecessárias: 
AO INVÉS DE USE 
EM MUITOS CASOS, OS EMPRÉSTIMOS 
FORAM LIQUIDADOS. 
 VÁRIOS EMPRÉSTIMOS 
FORAM LIQUIDADOS. 
AS CONTAS NÃO TÊM SIDO PAGAS EM 
TODOS OS CASOS. 
 NEM TODAS AS CONTAS 
FORAM PAGAS. 
MANTER ESTES ARQUIVOS DE FORMA 
QUE ESTEJAM ATUALIZADOS. 
 MANTER ESTES ARQUIVOS 
ATUALIZADOS. 
Auditoria Interna – Conceitos e práticas 
www.portaldeauditoria.com.br 120 
O EXERCÍCIO DESTA FUNÇÃO EM BASE 
SATISFATÓRIA. 
 O EXERCÍCIO 
SATISFATÓRIO DESTA 
FUNÇÃO. 
O FUNDO FOI CRIADO COM O 
PROPÓSITO DE PROPORCIONAR. 
 O FUNDO FOI CRIADO 
PARA PROPORCIONAR. 
TAL PROCEDIMENTO DIFICULTA 
SOBREMANEIRA O CONTROLE SOBRE 
A MOVIMENTAÇÃO DE AMBOS OS 
CAIXAS. 
 TAL PROCEDIMENTO 
DIFICULTA O CONTROLE 
SOBRE A MOVIMENTAÇÃO 
DOS CAIXAS. 
CONSIDERANDO O CARÁTER DE 
CONFIDENCIALIDADE. 
 CONSIDERANDO A 
CONFIDENCIALIDADE 
ARRECADAÇÃO NO MONTANTE DE 
5.000,00. 
 ARRECADAÇÃO DE 
5.000,00. 
VERIFICAMOS QUE O ALMOXARIFADO 
EFETUA. 
 
 O ALMOXARIFADO 
EFETUA. 
 
9.8 – Exemplos Práticos de Relatórios de Auditoria Interna 
9.8.1 – Modelo de Relatório de Auditoria Interna – COOPERATIVA 
 
(Cidade), ___ de ______ de 2.00_. 
À 
XPTO Co. 
Att.: Presidência 
 
Ref.: RELATÓRIO FINAL XPTO-003/08 
Relatamos a seguir a conclusão do PROJETO COOP 100%, realizado na XPTO em 
conjunto com a Diretoria, corpo gerencial e de encarregados, entre os meses de Janeiro 
a Abril. Os trabalhos desenvolvidos nesse período foram divididos em duas partes para 
efeito de apresentação, como segue: 
Auditoria Interna – Conceitos e práticas 
www.portaldeauditoria.com.br 121 
1 - PROJETO COOP 100% / Revisão de Procedimentos 
 a) Escopo do Relatório XPTO 002/08 
2 - Pontos da Avaliação levantados 
 a) Recomendações, Sugestões e Fundamentações (quando cabíveis) 
 b) Observações quanto aos Procedimentos adotados no andamento do ProjetoCOOP 
100% pelos diversos Deptos./Equipes 
Em atenção à solicitação e contratação da prestação de serviços de Auditoria no 
Segmento Cooperativista (Projeto COOP 100%), encaminhamos o presente Relatório 
constando os exames e análises dos procedimentos que envolvem a Sociedade 
Cooperativa, seus Associados e Tomadores de Serviços, considerando os aspectos 
operacionais, administrativos e legais, pautados, principalmente pela Lei nº 5.764/71 e 
demais legislações de regência, passando a informar e /ou apresentar os resultados desta 
Avaliação, cujas constatações e recomendações são as que seguem: 
1 - PROJETO COOP 100% / Revisão de Procedimentos 
- Avaliação dos Instrumentos Constitutivos da Cooperativa, de Adesão de Cooperados, 
e demais documentações e controles da sua constituição e existência, composta de 
Relatórios contendo: 
a) Identificação e indicação das possíveis irregularidades, e/ou situações que 
possibilitem riscos e/ou prejuízos à Cooperativa; 
b) Recomendação de soluções legais e administrativas para as situações 
diagnosticadas, com alterações e melhorias para a adequação dos procedimentos 
da Cooperativa em relação aos regramentos da legislação de regência; e 
c) Novas Minutas de instrumentos legais, quando necessárias. 
 
- ITEM 1 - RELATÓRIO XPTO-002/08 
Documentação de Sócios Cooperados - Processos de Adesão e Encerramento de 
Contrato 
- ITEM 2 - RELATÓRIO XPTO-002/08 
Contratos da Cooperativa com os Tomadores 
- ITEM 3 - RELATÓRIO XPTO-002/08 
Avaliação - Núcleo RM - Relacionamento com o Mercado / Comercial 
- Abordagem/Venda - Apresentação Verbal e Documentação Técnica 
- Telemarketing - Ação e Controles 
- ITEM 4 - RELATÓRIO XPTO-002/08 
Avaliação - Núcleo RM - Relacionamento com o Mercado / Pós-Venda 
- ITEM 5 - RELATÓRIO XPTO-002/08 
Avaliação - Núcleo de Integração 
Os itens acima encontram-se, na seqüência, e separados de forma modulada. 
Auditoria Interna – Conceitos e práticas 
www.portaldeauditoria.com.br 122 
Era o que tínhamos a informar e/ou comentar para o momento, afora demais análises 
ainda em andamento e que demandarão maiores subsídios fornecidos em reuniões que 
se estabelecerão, bem como da entrega de outras documentações, ainda pendentes. 
Atenciosamente, 
AUDITOR 
 
1 - DOCUMENTAÇÃO DE SÓCIOS COOPERADOS 
1.1 - ADESÕES DE COOPERADOS / RETIRADAS 
a) PROPOSTA DE ADESÃO: 
Verificamos em várias propostas ausência de assinaturas, principalmente do 
Proponente (futuro Cooperado) 
b) DECLARAÇÃO 
No referido documento entitulado por "DECLARAÇÃO", constamos que o mesmo 
serve para documentar a subscrição e integralização de quotas do capital social da 
Cooperativa. 
c) DECLARAÇÃO DE ADESÃO DO ASSOCIADO 
Primeiramente, recomendamos a alteração da denominação do documento para 
"DECLARAÇÃO DE ADESÃO DO SÓCIO COOPERADO" e, em segunda análise 
recomendamos a revisão da redação dos "itens de 5 a 7", dos itens "11, 12 e 14" e, 
ainda quanto às "OBS." 
d) "MANUAL DO COOPERADO" 
Verificamos, em pré-análise, o documento "MANUAL DO COOPERADO", sendo 
que o mesmo será objeto de Relatório da 2ª. Fase de Avaliação. 
 
1.2 - REQUISIÇÃO DE SERVIÇOS DE ASSOCIADO 
Observamos, nos referidos documentos, os seguintes pontos: 
a) falta de assinatura do Tomador dos Serviços no tópico "Requisitos do 
Associado" (requisitos técnicos e/ou habilitações do cooperado prestador de 
serviços); 
b) menção do "Horário de Trabalho" ou "Expediente da Prestação de Serviços"; 
c) menção de "Gozo e Pagamento de Férias" (Descanso Remunerado de 30 
dias após 12 meses trabalhados - Regra de vínculo empregatício) 
Da análise pudemos constatar que todo o processo de Adesão e Encerramento de 
Contrato com o Cooperado está a cargo da área de Integração da XPTO, sob a 
responsabilidade da Sra. T.S., e segundo informações desta, revisado pela Sra. W.X., 
periodicamente. 
 
Auditoria Interna – Conceitos e práticas 
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Recomendações: 
Sugerimos a alteração da denominação do documento "DECLARAÇÃO", em 
virtude de não ser o termo mais adequado para tanto, podendo, por exemplo, 
passar a denominar-se "TERMO DE SUBSCRIÇÃO E INTEGRALIZAÇÃO DE 
QUOTAS DO CAPITAL SOCIAL COOPERATIVISTA". 
Recomendamos, ainda, a revisão da redação deste documento, em especial quanto 
ao termo "desconto de minha remuneração". 
Como sugestão de redação, referente à letra "c" do item 1.1 (Declaração de 
Adesão de Sócio Cooperado), acima, temos o que segue: 
 
A) "item 5" - No decorrer de nossos trabalhos, foram feitas recomendações e/ou 
alertas quanto à terminologia utilizada, já foram acatadas e alteradas, sendo o 
reflexo dessas orientações a nova redação contida no item 5, ou seja 
 
Onde se lia: "pagamento de remuneração mensal do associado referente a 
serviços prestados" 
 
Lê-se atualmente: "pagamento da produção mensal do associado referente a 
serviços prestados" 
 
B) "item 6" - A redação do referido item necessita ser alterada, em função de 
denotar-se "prática celetista", vejam: 
 
Onde se lê: "6 - Que a prestação de serviços poderá ser interrompida por 
rescisão ou desligamento à qualquer tempo, tanto por parte 
da Empresa Tomadora de Serviços, como por vontade do 
próprio associado prestando serviços." 
 
Deve-se Alterar para: "6 - Que a prestação de serviços contratados pelo 
Tomador, poderá ser interrompida, à qualquer 
tempo, por quaisquer das partes envolvidas, sempre 
respeitados os limites legais e aqueles acordados 
contratualmente. 
 
C) "item 7" - Sugerimos a seguinte alteração de redação: 
 
Onde se lê: "7- Que a minha relação de trabalho com a empresa Tomadora de 
Serviços é sem qualquer vínculo empregatício na qualidade 
de autônomo na condição de sócio da cooperativa, conforme 
legislação acima mencionada." 
Auditoria Interna – Conceitos e práticas 
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Deve-se Alterar para: "7- Que a prestação de serviços, por mim realizada, não 
se caracteriza pela relação de trabalho com a 
empresa Tomadora de Serviços, portanto não 
abrangida pela legislação trabalhista em vigor, 
sendo a prestação dos serviços exercida na 
qualidade de autônomo e na condição de sócio da 
cooperativa." 
 
D) "item 11" - Recomendamos sejam observadas as seguintes alterações de 
redação, a fim de serem evitados riscos trabalhistas: 
 
Onde se lê: "11- Que, à partir desta data, sei como sócio da Cooperativa, que 
me reserva o direito de poder à qualquer momento utilizá-
la para prestar-me informações e esclarecimentos sobre 
eventuais dúvidas; tanto pessoalmente na sede da 
Cooperativa, como por e-mail ou por telefone." 
 
Deve-se Alterar para: "11 - Que, a partir desta data, como sócio da 
Cooperativa, reservo-me ao direito de poder, à 
qualquer momento, utilizá-la para a prestação de 
informações e esclarecimentos sobre eventuais 
dúvidas, de forma pessoal na sede da Cooperativa, 
ou mesmo por meio de comunicações realizadas 
via correio eletrônico ou telefônica" 
 
E) "item 12" - Recomendamos a seguinte alteração de redação: 
 
Onde se lê: "12- Que através do sistema de prestação de trabalho através de 
Cooperativa não existe registro em carteira de Trabalho, 
uma vez que passo a fazer parte dela como sócio e não 
empregado." 
 
Deve-se Alterar para: "12- Que, pelo sistema de prestação de serviços, por 
meio de Cooperativa de Trabalho, dada a 
inexistência do vínculo empregatício, não há 
qualquer registro em CTPS, pois integro o quadro 
societário da Sociedade Cooperativa, como sócio 
cooperado." 
 
 
 
Auditoria Interna – Conceitos e práticas 
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F) "item 14" - Recomendamos sejam observadas as seguintes alterações 
 
Lia-se em 1ª.Versão (Item 10): "C - Não existe FGTS (Fundo de Garantia por 
Tempo de Serviço), Férias e 13º Salário, 
podendo existir livre negociação, entre 
cooperado e Tomador de Serviços." 
 
Alterada por Recomendação: "14 - Por ser sócio e não empregado não existe 
FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de 
Serviço) Férias e 13° Salário." 
 
Convém Alterar para: "14- Que, dada à minha integração no quadro social da 
Cooperativa, me equiparo a empregador, assim, 
não amparado pelo instituto do FGTS-Fundo de 
Garantia do Tempo de Serviço, bem como dos 
institutos das Férias Anuais e da Gratificação 
Natalina (13º salário), por exclusão e 
incompatibilidade." 
 
Em relação ao caso específico do "MANUAL DO COOPERADO", 
recomendamos, sempre, que no momento da Integração e entrega do referido 
manual, o Cooperado comprove o recebimento, mediante assinatura em 
documento específico, ou contra-capa do Manual. Ou seja, por analogia, mesmo 
tratamento dado a um Regulamento Interno de uma Empresa (sociedade 
convencional). 
Quanto ao item 1.2, acima, recomendamos sejam analisadas as observações 
contidas no corpo do mencionado item, e as competentes alterações, quando for o 
caso. 
 
1.3 - ENCERRAMENTOS DE CONTRATOS DOS COOPERADOS 
Pudemos diagnosticar, em análise ao documento "ENCERRAMENTO DE 
CONTRATO", a utilização de terminologias e certo tratamento que pode denotar uma 
tipificação com a relação laboral celetista, bem como a menção do nome do Tomador de 
Serviços, destacada no corpo do documento (após a data), que entendemos por inócua, 
ou quando muito podendo sugerir que o referido destaque seja um local para "apor a 
assinatura" deste Tomador. 
 
Ressaltamos, ainda, que, o presente documento necessita ser revisto, quanto à redação, 
pois da forma que se encontra denota "desligamento" (terminologia da CLT para 
Auditoria Interna – Conceitos e práticas 
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rescisão trabalhista) do Tomador de Serviços, com menção de haver "saldo de serviços" 
(saldo de salários) com quitação por meio da XPTO. 
Recomendações: 
 
Recomendamos como sugestão de redação, o modelo que segue: 
 
 
ENCERRAMENTO DE CONTRATO 
Na qualidade de sócio cooperado da XPTO-Cooperativa de Trabalho, 
declaro, para os devidos fins que nesta data estou me retirando da prestação 
de serviços, contratados por ________________________ (Nome do 
Tomador), junto à XPTO (Contrato de Prestação de Serviços nº ______ , de 
__/__/____). 
Declaro, também, estar ciente de que quaisquer diferenças a serem pagas 
pelo Tomador dos Serviços, por conta da prestação de serviços havida em 
nome da Cooperativa, quanto aos valores até então não recebidos, que estes 
me serão pagos pela XPTO-Cooperativa de trabalho, em data oportuna e de 
acordo com o convencionado contratualmente com o Tomador, momento 
em que darei plena e rasa quitação. 
 
São Paulo, ___ de _________ de 200_. 
 
____________________ 
Nome do COOPERADO 
R.G. nº 
Matrícula nº ______ 
 
 
1.4 - "ENTREVISTA DE DESLIGAMENTO" 
Tal qual o item 1.3, acima, a terminologia utilizada no presente controle encontra-se 
equivocada, gerando confusão quanto à prestação de serviços cooperativista e sugerindo 
uma rescisão contratual de relação laboral com o Tomador (motivada pelo Cooperado -
"demissão", ou pelo Tomador -"rescisão imotivada ou não". 
Outro ponto que consideramos é a utilização desse documento tanto no que se refere à 
saída do Cooperado da relação de prestação de serviços com o Tomador, quanto para a 
retirada do mesmo da Sociedade Cooperativista (XPTO). 
 
 
 
Auditoria Interna – Conceitos e práticas 
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Recomendações: 
 
Recomendamos, neste tocante, um desdobramento do referido controle, ou seja 
um em relação ao Tomador e outro em relação à Cooperativa, se assim 
entenderem. 
Recomendamos, ainda, que, a nomenclatura do Gestor seja mantida, porém não 
permitindo-se qualquer outra nominação do Gestor, como por exemplo 
Supervisor, Coordenador ou Gerente, por sugerir conotação de cargo e/ou 
atribuição de função de relações laborais (CLT). 
 
Caso sejam estabelecidos dois formulários distintos, sugerimos que,a 
denominação dos documentos passem a ser: "ENTREVISTA DE TÉRMINO DA 
PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS" (em relação ao Tomador) e "ENTREVISTA DE 
RETIRADA DA SOCIEDADE COOPERATIVA" (em relação à XPTO). 
 
Alterações que entendemos ser convenientes, dada às terminologias trabalhistas 
utilizadas: 
 
1) Substituir "DESLIGAMENTO DA EMPRESA" por "TÉRMINO DA 
PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS NO TOMADOR"; 
2) Motivos: - "Por iniciativa e/ou interesse do Cooperado 
 - "Por encerramento contratual do Tomador com a XPTO" 
 - "Por substituição do Cooperado" 
3) "Item III" - Retirar a palavra "SUPERVISOR", deixando somente 
"GESTOR"; 
4) "Item V" - O referido item do formulário original serve somente para o 
formulário nomeado por "ENTREVISTA DE RETIRADA DA SOCIEDADE 
COOPERATIVA" acaso seja implantado. 
2 - CONTRATOS DA COOPERATIVA COM OS TOMADORES 
 
Em razão da análise dos Contratos firmados entre a Cooperativa e os Tomadores de 
Serviços, fazemos os seguintes apontamentos: 
CONTRATOS COM TOMADORES ANALISADOS (Exemplo para apontamentos de 
cláusulas: PADRÃO "SMT") 
a) Na letra "c" do item 3.2 sugerimos convencionar prazo menor do que 30 (trinta) 
dias, dada sua similaridade com o prazo do Aviso Prévio Trabalhado da legislação 
trabalhista (CLT, art. 487). 
Auditoria Interna – Conceitos e práticas 
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b) As Cláusulas 5.1, 5.2 e 6.4 tratam do prazo contratual, porém com algumas nuances 
diferentes nas redações. Sugerimos o aglutinamento dessas em uma única cláusula, 
adequando-a pelos conteúdos de redação e intenções. 
c) Cláusula 7.3 - Nenhum pagamento quer seja de serviços, vantagens, benefícios, 
reembolsos, dentre outros poderão ser pagos diretamente ao Cooperado, ou seja 
qualquer pagamento aos Cooperados à serviço do Tomador deverá ser efetuado para 
a Cooperativa, cabendo a esta o repasse aos Cooperados. Portanto, a Cooperativa 
(Contratada) não poderá se eximir da intermediação. 
Recomendações: 
Revisão da redação da respectiva cláusula, dado ao fato de que a mesma, da forma 
como está redigida, além de contrariar os princípios legais e operacionais do 
cooperativismo, poderá ser interpretada como "mascaramento" de relação laboral, 
o que descaracterizará a prestação de serviços, dificultando o êxito das alegações 
em contrário feitas no Juízo Trabalhista. 
Cláusula 8.1 (caput) - Sugerimos alteração da data estabelecida para pagamento, 
em função da mesma estar, exatamente, vinculada à regra de pagamento de 
salários de empregados regidos pela CLT. 
 
3 - AVALIAÇÃO - NÚCLEO DE RELACIONAMENTO COM O MERCADO - 
RM / COMERCIAL 
Em __/__/_____ foi realizada apresentação pelo Núcleo RM-Comercial, pelas 
integrantes L.C. e G.D., de uma abordagem a clientes/prospects, sendo que transmitimos 
abaixo um breve relato: 
a) XPTO possui três frentes de atuação - Comercial (Modelo Cooperativista), 
Pós-Venda e Telemarketing; 
b) Apresentação dos Serviços Advocatícios com Escritório Externo, como 
suporte na prestação dos serviços cooperados - a apresentação é feita 
estando presente ou não o representante do escritório de advogados, 
salientando-se a expressividade e capacitação dos serviços jurídicos 
ofertados pelo escritório terceirizado; 
c) Redução de Custos com encargos - Sugestão de: 
- Seleção do Profissionalpela Empresa e repasse do mesmo à Cooperativa; 
- Banco de Talentos da XPTO; 
Auditoria Interna – Conceitos e práticas 
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- Tomadores com Empregados - Transformação do 13º em "Bônus Anual" 
e Férias em "Descanso Remunerado" 
d) Triagem / Pesquisa de Cooperado para avaliação quanto à possibilidade de 
impetração de Reclamações Trabalhistas na Justiça do Trabalho; 
e) Objeções do Tomador - Risco Trabalhista, Taxa Administração e 
Restrição à contratação de Cooperativas. 
 
Constatamos que os profissionais das Equipes do Núcleo de Relacionamento com o 
Mercado (Comercial e Pós-Venda), são capacitados para as suas atribuições, contudo 
não possuem material de suporte comercial condizente com a objetividade e 
apresentação visual. Ou seja, o material atual é bastante preciso e contém informações 
seguras, mas extremamente detalhista, quando não necessessitaria ser, principalmente 
em uma abordagem de negócios, sendo que os "detalhes" devem ser citados 
verbalmente. 
Quanto aos trabalhos desenvolvidos pelo Telemarketing, sob a condução de Adriana 
Cunha, temos a informar que durante nossos trabalhos e visitações desenvolvemos 
material contendo informações e sugestão de SCRIPT para a adaptação, se necessária, 
quanto à abordagem até então realizada, bem como a orientação quanto à adoção de 
controles (Banco de Dados) de forma mais adequada e eficiente,. Quanto ao Banco de 
Dados, temos a informar que o mesmo já foi desenvolvido pela Adriana, sendo que o 
mesmo se encontra em uso e atendendo às expectativas de sua aplicabilidade. 
Recomendações: 
 
Recomendamos, seja desenvolvido material designado de "folder" ou "portfólio" 
objetivo, contudo contendo informações claras e consistentes, tendo um visual 
mais atraente. 
Quanto à abordagem verbal, que nos foi apresentada, temos as seguintes 
impressões: 
- No tocante à Seleção do Profissional pela Empresa e repasse do mesmo para 
fazer sua adesão à Cooperativa, entendemos ser necessária uma revisão da 
abordagem, posto que tal prática sugere "Recrutamento" de Cooperados, o que 
não ocorre na citação do Banco de Talentos da XPTO, por ser esta uma 
abordagem mais apropriada e eficaz para ofertar serviços Cooperados; 
- Em relação à sugestão dos Tomadores com Empregados, transformarem estes 
em Cooperados e, assim, pagarem menores encargos, transformando, inclusive, 
13º Salário em "Bônus Anual" e Férias em "Descanso Remunerado" (verbas de 
titularidade trabalhista), não nos parece, salvo melhor juízo, a melhor estratégia 
negocial, principalmente na possibilidade da conotação de "Cessão de Mão-de-
Auditoria Interna – Conceitos e práticas 
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Obra" e/ou "Locação de Mão-de-Obra", que além de desvirtuar o sistema 
cooperativista, não podemos descartar o aparecimento e/ou crescimento de 
Passivos Trabalhistas, inclusive envolvendo a XPTO. 
Recomendamos, ainda, que, os profissionais do Núcleo RM, sejam treinados e 
tenham uma supervisão mais adequada quanto aos aspectos jurídicos, os quais são 
questionados em reuniões de prospects e pós-vendas. 
 
Como estratégia de marketing, e nas hipóteses mais específicas, poderá a XPTO, 
como já acontece, "lançar mão" da participação do suporte jurídico 
externo/terceirizado, contudo não sendo recomendada tal prática de forma 
intensiva ou habitual para fechamento de negócios. 
Uma supervisão efetiva e experiente no suporte e nas estratégias cooperativistas 
ou empresariais, garantirá a indepedência da XPTO, no trato e condução do Core 
Business. 
 
4 - AVALIAÇÃO - NÚCLEO RELACIONAMENTO MERCADO / PÓS VENDA 
Em reunião com profissionais integrantes do Núcleo RM-Pós Vendas, realizada com 
R.R. e M.Z. em __/__/_____, temos a comentar as constatações das próprias 
profissionais no que tange ao suporte técnico, assim entendidos materiais e informações 
que são enviadas, ou entregues aos clientes, por meio eletrônico ou entregues em visitas 
ao mesmo (folhetos, etc). 
Os mencionados materiais, acima, contém informações satisfatórias, entretanto deixam 
a desejar em sua praticidade, bem como quanto ao tratamento visual dado aos mesmos. 
Tal fato acarreta, muitas das vezes, falta de interesse ou atenção, por parte do cliente, 
fazendo gerar contatos rotineiros para a elucidação de dúvidas quanto ao contrato e seus 
procedimentos. 
Recomendações: 
Recomendamos o desenvolvimento de uma "CARTILHA DE PROCEDIMENTOS DO 
TOMADOR", que poderá ser entregue após a assinatura do contrato, inclusive pelas 
profissionais do RM-Pós-Venda. 
5 - AVALIAÇÃO - NÚCLEO INTEGRAÇÃO - ADESÃO COOPERADOS 
Quanto às observações pertinentes ao Núcleo Integração, representado por T.S., as 
mesmas já foram objeto de ampla análise da documentação e informações transmitidas 
aos Cooperados, sendo as Recomendações feitas nos itens anteriores. 
É de se ressaltar que o Núcleo Integração vêm adaptando algumas informações 
utilizadas pela XPTO, de forma bastante proveitosa, para a elucidação dos Cooperados 
no momento da integração. 
Auditoria Interna – Conceitos e práticas 
www.portaldeauditoria.com.br 131 
Recomendações: 
Além das recomendações feitas anteriormente, por meio verbal e nos itens 
anteriores deste Relatório, temos a sugerir, conforme já estabelecido pela XPTO, a 
implantação dos seguintes instrumentos, objeto da 2ª. Fase da Avaliação, e em 
andamento: "MANUAL DO COOPERADO" e “REGIMENTO INTERNO”. 
6 - AVALIAÇÃO GLOBAL DOS SETORES ADMINISTRATIVOS E 
OPERACIONAIS 
Finalmente, apresentamos nossa avaliação global dos setores que julgamos mais 
sensíveis, retratando desta forma o status organizacional da XPTO. 
ÁREA COMERCIAL 
No momento em que efetuamos nossos trabalhos, não havia uma área Comercial 
estruturada. 
Os negócios eram obtidos, mais pelo prestigio do nome XPTO e o bom relacionamento 
dos diretores do que pelo mérito e agressividade da área de vendas. 
Não existiam: 
- Metas, Objetivos e Políticas bem definidas para a área de Vendas. 
- Treinamento e gerenciamento das atividades comerciais 
- Sistemas de incentivos, que estimulem a produtividade e incremento de novos clientes. 
- Um sistema de remuneração e incentivos comissionados 
- Indicadores de Gestão e Administração de Vendas. 
Portanto é necessária a criação de um Departamento de Vendas bem estruturado, com 
determinação de Política Comercial bem definida aliadas a técnicas de vendas e pós-
venda de serviços embasadas em controles que mensurem a efetiva produtividade da 
área comercial. 
Devemos montar o tripé PLANEJAMENTO, METAS E AÇÃO, alicerçados em uma 
política comercial moderna, treinamento específico e controles de gestão comercial, 
para que a empresa possa aumentar gradativamente sua FORÇA DE VENDAS, 
PODENDO alavancar substancialmente seu faturamento atual. 
CUSTOS E FORMAÇAO DOS PREÇOS DE SERVIÇOS 
Custos e a determinação dos preços dos Serviços atualmente é o maior e mais 
importante instrumento gerencial, principalmente para uma atividade em fase de grande 
crescimento, como é o caso da XPTO. 
Numa rápida análise de alguns contratos com tomadores, a relação valor cobrado e 
custo operacional pode estar deixando uma margem de contribuição líquida muito 
pequena, senão negativa. 
Auditoria Interna – Conceitos e práticas 
www.portaldeauditoria.com.br 132 
É necessário o desenvolvimento de instrumentos de controles para conhecimento dos 
Custos em todos os níveis de composição com a finalidade de se determinar exatamente 
o preço dos serviços, proporcionado uma margem de contribuição mais eficaz. 
INFORMÁTICA - TI 
O sistema tem uma boa base estrutural que permite as implementações necessárias, 
principalmenteas informações de gestão empresarial para os dirigentes da XPTO. 
O sistema, apesar de ter boa base, como já dissemos, necessita de ajustes e criação de 
relatórios gerenciais. O ESS implantado há pouco mais de um ano e que integra os 
setores de Cadastro, Benefícios, Folha de Pagamento e Financeiro ainda exige controles 
paralelos (Planilhas Excel) para que a integração das informações ocorra com eficiência 
e ausência de erros em função do grande volume de dados que são processados. Isso 
tem causado retrabalho de algumas operações principalmente financeiras, folha de 
pagamento, recuperação de benefícios e aplicação das taxas administrativas e controles 
dos encargos sociais (INSS). 
Os erros acontecem por falhas do sistema ESS que exige controles paralelos com 
dissemos acima e pela grande quantidade de retrabalho executado. Essa checagem 
integrada reduz significativamente a ocorrência de erros que são prontamente detectados 
pela equipe de profissionais do Cadastro, Benefícios, Folha de Pagamento e Financeiro 
pela atuação proativa e comprometida com os resultados. 
Temos que elogiar o desempenho dessas áreas, pois pelo porte e volume das operações 
processadas o risco de erros é controlado satisfatoriamente. 
Um fato específico e importante em relação ao Núcleo de Informática no sentido de 
melhorar sua eficiência é o desenvolvimento de Políticas e Procedimentos de 
Contingência e Segurança, até então inexistentes. 
COMUNICAÇAO E INTEGRAÇAO CORPORATIVA 
Por não ter um organograma hierárquico e funcional de seus Recursos Humanos. Faltam 
definições de áreas de autoridade e responsabilidade entre os responsáveis. 
Não existem os Manuais de Funções, que além de definir as tarefas básicas que se exige 
de cada ocupante, servem para o superior hierárquico avaliar cada um de seus 
subordinados. Aliás, a grande maioria das pessoas entrevistadas não distingue 
subordinação hierárquica de subordinação funcional. 
Comentando do corpo de profissionais internos da XPTO, quando alguns trabalham 
soltos e sem coordenação definida, cada um cumprindo com a sua obrigação da melhor 
forma possível . 
Auditoria Interna – Conceitos e práticas 
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Mesmo se tratando de uma sociedade cooperativa, os princípios básicos de 
coordenação, subordinação hierárquica, funcional, integração e comunicação devem 
existir para que o sucesso dos objetivos comuns seja alcançado. 
O mesmo acontece com a relação Cooperativa/ Cooperados/ Tomadores onde o fluxo da 
comunicação é muito frágil trazendo conseqüências negativas e desgastes pelo volume 
de retrabalho que é executado desnecessariamente devido ao processo de comunicação 
corporativa ser falho. 
A cultura da comunicação e integração corporativa deve ser desenvolvida e exercida por 
todos os profissionais da XPTO baseada inclusive nos ideais da filosofia Cooperativista. 
NÚCLEO JURÍDICO INTERNO 
O grande número de ações trabalhistas existente exige uma coordenação efetiva e 
comprometida com acompanhamento e controles eficientes com o objetivo de prevenir 
e minimizar riscos e custos com o passivo trabalhista, independente da Assessoria 
Jurídica externa contratada. 
É necessário desenvolver controles e procedimentos para: 
- Controle quantitativo e financeiro de ações impetradas contra a empresa; 
- Controle e acompanhamento dos processos em todas as suas fases, juntamente com a 
Assessoria Jurídica Contratada; 
- Controle dos acordos Judiciais e Extrajudiciais; 
- Controle dos Recursos; 
- Controle e acompanhamento de perícias/ cálculos trabalhistas/ penhora e artigos de 
liquidação, quando ocorrerem; 
- Avaliação dos motivos das reclamações com foco preventivo; 
- Desenvolvimento e Treinamento de Prepostos. 
O relacionamento do Núcleo Jurídico Interno com a Assessoria Jurídica Externa deve 
ser muito forte no sentido de um subsidiar o outro na resolução dos processos 
trabalhistas em andamento e na prevenção de casos futuros. 
A coordenação do Jurídico Interno deverá ter profundos conhecimentos dos 
procedimentos judiciais e trâmites advindos destes, tanto para subsidiar todos os 
integrantes deste Núcleo Jurídico, das Diretorias e Gestores da Sociedade Cooperativa, 
quanto para bem realizar a interface com a Assessoria Jurídica Externa. 
 
 
Auditoria Interna – Conceitos e práticas 
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RISCOS TRABALHISTAS 
O volume de Reclamações Trabalhistas existente é grande e, vem aumentando, 
consideravelmente, nos últimos meses, sendo um fator preocupante em função do alto 
custo financeiro, tanto dos Passivos conhecidos, quanto dos passivos em formação, ou 
os chamados Passivos Ocultos. Em nossa opinião, este é um dado de extrema relevância 
no atual momento da XPTO, que deve ser observado com rigor e prioridade. 
Alguns fatos constatados por nós durante o desenvolvimento dos trabalhos e, também, 
comentados por algumas pessoas entrevistadas, é que não se dá a devida importância ao 
processo de Integração de cooperados que passam a integrar o quadro associativo da 
Cooperativa, quando estes deveriam tomar conhecimento de todas as características de 
uma sociedade Cooperativa, seus direitos e responsabilidades. 
Outro aspecto também observado é a falta de maior relacionamento da Cooperativa com 
seus Tomadores, no sentido de se elucidar quaisquer dúvidas sobre o fornecimento de 
serviços pela Cooperativa. 
Deve-se consolidar a real figura do Gestor o qual deve ser um cooperado a serviço da 
Cooperativa junto ao Tomador, para isso precisa estar habilitado e capacitado para 
representar e resolver todos os problemas oriundos da relação Cooperativa/ Cooperado/ 
Tomador. 
Certamente, as falhas comentadas acima contribuem fortemente para o aumento das 
Reclamações Trabalhistas, aumentando, assim, o Passivo Trabalhista. 
Medidas corretivas e preventivas, para essa falhas, precisam ser implementadas com 
prioridade, no sentido de minimizar os riscos trabalhistas. 
7- SUGESTÃO DE MODELO DE REGIMENTO PARA COOPERATIVAS DA 
XPTO 
Elaboramos a Minuta/Modelo de Regimento Interno para as Cooperativas da XPTO, 
lembrando que adaptações devem ser efetuadas para ajustes das características de cada 
Cooperativa (ANEXO II). 
Nesta oportunidade, queremos agradecer a todos os colaboradores da XPTO, 
particularmente seus dirigentes e gestores, pelo apoio e atenção com que fomos 
distinguidos, o que muito nos honrou. 
Era o que tínhamos a apresentar e comentar, diante das análises a que nos propusemos. 
Atenciosamente, 
AUDITOR 
Auditoria Interna – Conceitos e práticas 
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9.8.2 – Modelo de Relatório Especial de Auditoria Interna 
RELATÓRIO DE AUDITORIA INTERNA 
4YZ - 001/2008 – Data: __/ __/ ____ 
EMPRESA : 4YZ SOLUTIONS 
ATT.: CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO / PRESIDÊNCIA 
 
No período de __ a __ de _____ de 200_, realizamos auditoria, especificamente, quanto 
ao ponto que denominamos por “cartões REF-VALE”, sendo que examinamos os 
procedimentos ao referido ponto, passamos a informar e/ou apresentar os resultados 
desta, cujos apontamentos, constatações e recomendações são as que seguem: 
1. CONTROLE DE PROCEDIMENTOS “cartões REF-VALE” 
Na oportunidade das constatações in loco procedemos à aplicação do Programa de 
Trabalho específico sobre o Convênio do Benefício REF-VALE, bem como demais 
questionamentos pertinentes à remessa/recepção de cartões e senhas, sendo que as 
entrevistas foram aplicadas ao Sr. A.G. (Dir. Administrativo), Sra. L.D. 
(Gestora/contato), Sr. J.R. (responsável Setor Correspondências do Cond. Edifício 
“Balança Mais não Cai”) e Sr. L.V. (Gerencia do Condomínio “Balança Mais não Cai”). 
Constatamosque a 4YZ em meados de junho do corrente ano, mudou-se para o mesmo 
Condomínio (“Balança Mais Não Cai”), mudança ocorrida do 11º andar- salas 
1103/1104, para o 30º andar-salas 3003/3004. 
A mudança de unidade condominial, segundo alegações da Sra. L.D. da 4YZ, fora 
comunicada/solicitada à Administração do Condomínio, a quem competiu a 
regularização das informações junto ao setor de Correspondências (andar térreo) e ao 
Setor de Recepção de Pessoas (andar térreo). 
Pudemos verificar falhas de comunicação na referida informação/regularização da 
mudança de unidades, tendo em vista os transtornos que sofremos até final localização 
da empresa 4YZ, naquela data, somente tendo obtido êxito em terceira tentativa de 
acesso (3 passagens pela Recepção de Pessoas). 
Ressalte-se, ainda, que, a Empresa REF-VALE encaminhou todas as correspondências 
para o antigo endereço (11º andar do Cond. Edif. “Balança Mais Não Cai”-salas 
1103/1104). 
Os transtornos em relação à troca de endereços demandaram maiores apurações da 
circulação das referidas e questionadas correspondências, a fim de ser apurado algum 
tipo de desvio/falha na recepção das mesmas. 
2 – POLÍTICA DE PROCEDIMENTOS DE ROTINA “REF-VALE” PELA 4YZ 
Verificamos que a 4YZ não tem por procedimento interno de confirmação de 
recebimento de correspondências enviadas pela Empresa REF-VALE, tendo apenas 
Auditoria Interna – Conceitos e práticas 
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notificado, via telefone, o não recebimento de alguns cartões/senhas por conta dessas 
irregularidades. 
Constatações: 
2.1 - Responsável pela retirada das correspondências no Setor de Recepção/Distribuição 
do Condomínio = L.D. ou P.P.: 
2.2 - Correspondências enviadas pela Empresa REF-VALE, sendo 2 (dois) envelopes 
contendo, separadamente, 10 (dez) envelopes de senhas lacrados e 10 (dez) 
envelopes de cartões magnéticos REF-VALE lacrados; 
2.3 - Recebimento de correspondência da Empresa REF-VALE, posterior às 
mencionadas no item 2.2 acima, sendo 1 (um) envelope contendo 3 (três) 
envelopes de cartões REF-VALE e 3 (três) envelopes lacrados de senhas 
grampeados nos envelopes dos respectivos cartões dos seguintes empregados: 
a) Um Dois Três de Oliveira Quatro; 
b) Pepeu de Abreu 
c) Cibalena Anador 
NOTA: Os créditos referentes aos empregados relacionados neste subitem, 
mesmo tendo sido encaminhado de forma irregular (cartões e senhas 
grampeadas) não encontram quaisquer irregularidades, principalmente quanto 
aos créditos de valores nos respectivos cartões. 
2.4 - Correspondências da Empresa REF-VALE enviadas via SEDEX, em envelopes de 
papel pardo (envelope plástico com lacre – padrão SEDEX-ECT não é utilizado); 
2.5 - Alegado por L.D. que não pode verificar vestígios de violação das 
correspondências recebidas. Não pudemos fazer verificações visuais quanto a 
possíveis violações, tendo em vista os envelopes terem sido descartados após a 
sua abertura. 
2.6 - Comprovantes de recebimento dos Cartões (protocolo com assinatura dos 
Empregados), permanecendo em posse da Sra. L.D., sendo que os mesmos não 
foram disponibilizados para confirmações. 
2.7 - 4YZ, segundo informações do Sr. A.G. procedeu à entrega dos valores dos 
Benefícios em dinheiro aos empregados, aguardando futuro reembolso por parte 
da REF-VALE. 
3 - PROCEDIMENTOS RECEPÇÃO E DISTRIBUIÇÃO SETOR DE 
CORRESPONDÊNCIAS DO CONDOMÍNIO EDIFÍCIO “BALANÇA 
MAIS NÃO CAI” 
As verificações foram realizadas por entrevistas e análise de documentações/registros 
com os Srs. J.R. (responsável SETOR DE CORRESPONDÊNCIAS DO COND. EFIF. 
“BALANÇA MAIS NÃO CAI”) e Sr. L.V. (GERÊNCIA COND. EDIF. “BALANÇA 
MAIS NÃO CAI”) 
Observamos que, existem no andar térreo duas Recepções distintas e separadas 
fisicamente (ambientes opostos), sendo uma para recepção e distribuição de 
Auditoria Interna – Conceitos e práticas 
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correspondências destinadas aos condôminos do “Balança Mais Não Cai” e, outra para 
recepção e acesso de pessoas às unidades condominiais. 
Constatações: 
3.1 – Quando questionamos aonde estava lotada a empresa 4YZ, foi-nos informado a 
sala 1103 no 11º andar, para posteriormente ser informada a sala 3004 no 30º 
andar; 
3.2 - Verificamos o Livro de Protocolo Geral de Correspondências Recebidas e 
Entregues às Empresas Condôminas, e pudemos constatar que as 
correspondências enviadas pela REF-VALE, realmente só foram retiradas por 
L.D. em 01/08/200_ (segunda-feira), embora tenham sido recepcionadas e 
registradas em 29/07/200_ (sexta-feira). 
 3.2.1 – Os registros foram efetuados na sala 1103/1104 (11º andar), onde 
encontra-se lotada a empresa “ABC” – verificamos a possibilidade das 
correspondências terem sido entregues ou retiradas em nome desta, fato não 
ocorrido e, portanto, descartado extravio anterior à retirada por L.D. 
3.3 – Em verificações junto à Administração-Gerência do Condomínio, na pessoa do Sr. 
L.V., constatamos falhas de comunicação quanto à alteração/mudança de unidade 
condominial da 4YZ. 
3.4 – Constatamos, ainda, que, das três passagens pela Recepção/Acesso às unidades do 
Condomínio, realizadas na pessoa do Auditor, naquela data, somente o último 
acesso consta cadastrado, sendo que o Sr. L.V. alegou que todas deveriam estar 
assinaladas, até em razão de constar em nome do Auditor acesso realizado em 
outra empresa na data de __/__/200_ (Visita na empresa “DFG” e na própria 
4YZ). 
 
4 – APONTAMENTOS QUANTO ÀS UTILIZAÇÕES DE CRÉDITOS DOS 
“Cartões REF-VALE” 
 
4.1 –CARTÕES e SENHAS RECEBIDAS – SAQUES OCORRIDOS 
Relação de empregados que receberam Senhas e Cartões em 01.08.__ e tiveram saques 
de créditos anteriores ao recebimento: 
Empregado Crédito (R$) Saque (R$) Data / Local 
FNS 275,00 275,00 30/07 – Sushi sushi 
HS 275,00 275,00 30/07 – Sushi sushi 
PP 275,00 275,00 30/07 – Sushi sushi 
PZ 287,50 275,00 30/07 – Sushi sushi 02/08 
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12,50 – La Mole 
ACM 287,50 7,90 
275,00 
30/07 – Vento Forte 
30/07 – Sushi sushi 
LCS 275,00 3,00 
272,00 
30/07 – Vereda 66 
30/07 – Sushi sushi 
 
4.2 –CARTÕES e SENHAS NÃO RECEBIDAS – SAQUES OCORRIDOS 
Relação de Empregados que NÃO receberam Senhas e Cartões em 01.08.__ e tiveram 
saques de créditos em 01.08.__: 
Empregado Crédito (R$) Saque (R$) Data / Local 
AL 275,00 275,00 01/08 – Sushi sushi 
AT 287,50 275,00 01/08 – Sushi sushi 
BN 275,00 275,00 01/08 – Sushi sushi 
SB 275,00 275,00 01/08 – Sushi sushi 
APSP 137,50 137,00 01/08 – Sushi sushi 
RRS 275,00 275,00 01/08 – Sushi sushi 
CCS 275,00 275,00 01/08 – Sushi sushi 
 
4.3 –CARTÕES e SENHAS RECEBIDAS – CRÉDITOS/UTILIZAÇÃO 
NORMAL DOS USUÁRIOS 
Relação de empregados que receberam Senhas e Cartões em 01.08.__, SEM 
QUAISQUER SAQUES IRREGULARES e tiveram saques de créditos anteriores a 
01.08.__: 
Empregado Crédito (R$) Saque (R$) Data / Local 
ME 275,00 16,52 02/08 – Restaurante BR 
EF 275,00 ===== ======== 
OPA 275,00 ===== ======== 
Auditoria Interna – Conceitos e práticas 
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LJS 287,50 ===== ======== 
GN 287,50 ===== ======== 
PA 287,50 ===== ======== 
 
4.4 –CARTÕES e SENHAS NÃO RECEBIDOS – CRÉDITOS NÃO 
UTILIZADOS 
Empregado Crédito (R$) Saque (R$) Data / Local 
PCF 275,00 ====== =========== 
 
5 – CONSTATAÇÕES – OBSERVAÇÕES IMPORTANTES 
5.1 – As correspondências recebidas na Portaria do Condomínio (Setor de 
Recepção/Distribuição de Correspondências aos Condôminos) e registradas para 
posterior encaminhamento/retirada em nome da 4YZ, nos dias 28 e 29/07/__, 
permaneceram neste local atéo dia 01/08/__ (2ª feira), quando foram, 
efetivamente, retiradas por L.D.; 
5.2 – Cartões em que tiveram saques irregulares de créditos: 
 - Saques ocorridos em 30/07/__ (sábado): Cartões em posse dos Empregados; 
 - Saques ocorridos em 01/08/__ (2ª feira): Cartões não encontram-se em posse 
 dos Empregados. 
5.3 - Dia 30/07 foi um SÁBADO. 
5.4 - Os restaurantes “VENTO FORTE”, “RESTAURANTE BR” e “VEREDA 66” 
ficam na mesma Torre do Condomínio (“Balança Mais Não Cai” – Piso 
Alimentação); 
5.5 – Ocorreram duas utilizações de créditos em 30/07/__, mesma data em que o saldo 
dos créditos/saques se deram no Restaurante Sushi Sushi (Bairro Gororoba), e em 
restaurantes lotados no SHOPPING MELHOR (mesmo edifício dos conjuntos de 
escritórios onde se encontra a 4YZ), quais sejam o “VENTO FORTE” e o 
“VEREDA 66”; 
5.6 - Saques ocorridos com irregularidades foram efetuados no Restaurante SUSHI 
SUSHI – Bairro Gororoba), em data de 30/07/__ e 01/08/__; 
5.7 – A REF-VALE alegou que a 4YZ não tinha por costume operar, normalmente, aos 
sábados. A Gerência do Condomínio “Balança Mais Não Cai” informou que o 
expediente da Portaria do Condomínio se deu até às 14 horas do dia 30/07/__, 
como de costume aos sábados; 
5.8 – Em data de 02/08/__, as empregadas A.L.C e P.Z. notaram e relataram a 
ocorrência da utilização dos créditos para a Sra. L.D., comunicando a REF-VALE 
Auditoria Interna – Conceitos e práticas 
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via telefone, tendo esta solicitado o “rastreamento” dos créditos/utilização pela 
Administradora dos Cartões/Benefícios (“REF-VALE”). 
 
Comentários Finais: 
Nesta fase, o presente trabalho não teve por escopo a avaliação de controles internos e 
demais procedimentos administrativos fundados em legislações pertinentes ou não, 
sendo que do mesmo não há que emergir “Recomendações” específicas para ações 
corretivas e/ou ações preventivas, nesse sentido. 
Diante dos fatos relatados, principalmente nos itens 5.2 a 5.6, e nestas circunstâncias, 
podemos presumir que a movimentação/saques ocorridos de forma irregular não 
tiveram a participação direta e/ou efetiva da Administradora dos Cartões/Benefícios 
REF-VALE. 
Dado os fatos acontecidos, não podemos descartar a hipótese de pessoas físicas, naquele 
Município, terem praticado os referidos eventos. 
Recomendamos, naquilo que nos cabe, atenção especial quanto aos apontamentos do 
presente relatório, principalmente no que se refere ao item 2.4 c/c 2.5 e, sugerimos que a 
REF-VALE leve a efeito a adoção dos serviços próprios da ECT, de modo que os 
envios desses tipos de correspondências sejam em envelopes plásticos de “SEDEX” 
com lacre e declaração de valores (serviço disponível nas agências da ECT/Correios), a 
fim de evitar prejuízos com desvios e/ou violações de correspondências. 
Esclarecemos, apenas, em face de presunção ou hipótese da violação das 
correspondências, que tal evento pode ser caracterizado por ilícito penal, sendo crime 
tipificado em nosso Código Penal (arts. 151 e 152 podendo ser c/c art. 155), com 
previsão de sanções, cuja decisão pelas medidas legais de apurações do evento, do(s) 
agente(s) e demais providências de estilo para o caso em tela, caberá ao Conselho de 
Administração da REF-VALE e da empresa 4YZ, de forma isolada ou conjugada. 
Era o que tínhamos a relatar, no momento. 
Atenciosamente, 
AUDITOR 
9.8.3 – Modelo de Relatório de Auditoria Interna - Recursos Humanos 
 
RELATÓRIO DE AUDITORIA Nº 001/07 – Data 01/02/07 
Empresa: CALHAMBEQUE Empresa de Alimentos S.A. 
Att.: Presidência – Sr. Osmar Tellos / Gerência de RH – Sr. João Cobrão 
 
 
Auditoria Interna – Conceitos e práticas 
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1. Introdução 
Apresentamos o resultado da Auditoria realizada nos Processos de Admissões, 
Registros, Folha de Pagamentos e Demissões ocorridas no período de Setembro a 
dezembro de 2006. 
2. Objetivo 
Avaliar se a área de Administração de Pessoal atende as exigências da legislação 
trabalhista e se observa as normas, políticas e procedimentos internos da Cia. para os 
processos de admissões, registros de empregados, elaboração da folha de pagamento e 
demissões. 
3. Áreas de Responsabilidade 
Gerência de Recursos Humanos: Sr, João Cobrão 
Chefia de Administração de Pessoal: Sr. Roberto Fraqueza 
 
4. Desenvolvimento 
Admissões e registros de Empregados 
Detectamos falhas de controles internos no que se refere às normas e políticas da 
empresa: 
a) documentação de admissões inadequadas, faltando aprovação dos superiores, 
campos de documentos não preenchidos corretamente e rasuras 
b) falta de documentos complementares nos Prontuários dos empregados, por exemplo: 
requisição de pessoal aprovada, solicitação de emprego; 
c) documentos obrigatórios, exigidos por lei inexistentes, quando existentes 
apresentam-se incompletos, faltando dados, rasurados; como por exemplo: fichas de 
registro, contratos de trabalho, recibos de férias 
 
Recomendação 1: 
Recomendamos ao Setor de Administração de Pessoal maiores atenções às normas, 
políticas e procedimentos da Cia. quanto aos processos de admissões e registros e à 
aplicação correta da legislação trabalhista pertinente. 
Os problemas de atualizações e falta de documentos devem ser corrigidos 
imediatamente, conforme já discutido com o responsável da área. 
 
Auditoria Interna – Conceitos e práticas 
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ELABORAÇÃO DA FOLHA DE PAGAMENTO 
Detectamos inúmeras falhas no processo de elaboração da Folha de Pagamento pondo 
em risco os controles internos e os aspectos fiscais trabalhistas: 
a) folha confeccionada manualmente, contendo erros de somas e cálculos 
b) base de cálculos dos encargos errados por utilização incorreta das tabelas oficiais de 
encargos sociais 
c) líquido dos salários não conferem com os recibos e com a listagem de créditos da 
conta corrente 
d) salários constantes da folha não conferem com os registros de empregados 
e) pagamento da folha efetuado fora do prazo estipulado por lei. 
 
Recomendação 2: 
Recomendamos ao Setor de Folha de pagamentos maior atenção na elaboração da folha 
evitando-se os erros básicos detectados. 
Ao responsável pela área Sr. Roberto Fraqueza recomendamos: 
a) estudar a possibilidade de processar a folha através de meios informatizados 
b) reciclar seu pessoal através de treinamento para que possam executar suas tarefas 
eficientemente 
c) substituir aqueles empregados que não tiverem condições de aproveitamento 
d) corrigir imediatamente as falas apontadas, minimizando problemas futuros 
PROCESSOS DE DEMISSÕES 
Detectamos inúmeras falhas nos processos de demissões examinados: 
a) não atendimento e/ou observação às obrigações constantes da legislação trabalhista 
b) pagamentos de verbas rescisórias a maior, como por exemplo no caso de empregado 
que fora dispensado por justa causa, quando contava com menos de um ano de 
trabalho na empresa 
c) falta de documentação comprobatória para caracterização de justa causa quando 
aplicada 
d) Dispensa do trabalho no período do Aviso Prévio Trabalhado, ou seja dando-se uma 
caracterização inexistente ao mesmo, pois Aviso Prévio Cumprido em casa não 
existe perante a legislação e passível de descaracterização e outros agravantes 
e) Permanência de empregados demitidos em Folhas de Pagamentos em meses 
subseqüentes à demissão 
f) Não execução de Exame Médico Demissional 
g) Não observação quanto à exigência de registro no Ministério do Trabalho para o 
exercício das funções de secretária 
Auditoria Interna– Conceitos e práticas 
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Recomendação 3: 
Recomendamos maior observação à legislação pertinente evitando-se Passivos 
Trabalhistas. 
Ademais, ainda recomenda-se que sejam efetuadas as correções imediatas das 
irregularidades apontadas. 
 
5. Conclusão 
Com base em nossos trabalhos concluímos ser necessária a reestruturação geral da área 
de Administração de Pessoal em razão das situações encontradas que poderão acarretar 
futuros transtornos para a Cia., como nas autuações da ação fiscalizadora trabalhista e 
previdenciária. 
Alertamos, ainda, quanto aos riscos e respectivos ônus pelos descumprimentos de 
normas, políticas, procedimentos de controles internos da Cia., e em especial quanto à 
legislação trabalhista, que não vem sendo observada com o rigor e critérios necessários. 
 
6. Comentários da Gerência de Recursos Humanos 
O responsável pela Gerência da área de Recursos Humanos, o Sr. João Cobrão, tomou 
ciência das irregularidades apontadas pela Auditoria efetuada, em Relatórios próprios. 
Quando da oportunidade em que obteve as informações teceu seus comentários e 
justificativas, alegando que seu pessoal está desmotivado em razão dos baixos salários 
que a empresa oferece e com a falta de uma política de benefícios para os empregados. 
Alegou, também, que a empresa não aprova nenhum treinamento para a reciclagem e 
atualização de seu pessoal. 
Em razão dos motivos apresentados pelo Sr. João Cobrão, e ainda sob a ótica deste, o 
turn-over é alto, não possibilitando a formação de uma equipe eficiente, integrada e 
estável. 
 
CINCERO DO NASCIMENTO 
Gerente de Auditoria 
 
 
 
 
 
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10- QUESTÕES 
 
1-Qual o produto final do trabalho do auditor? 
2- Qual a finalidade e importância do relatório de auditoria? 
3- Qual deve ser a estrutura de um relatório de auditoria? 
4- Quando o relatório deve ser preparado? 
5- O relatório deve conter comentários do auditado, porque? 
6-Quais as principais características de um relatório de auditoria? 
 
Bibliografia 
 
Atie, William – Auditoria Interna – Ed. Atlas; 
Comer, Price e Ardis - Fraude, Corrupção e Desonestidade nos Negócios – Ed. 
Macgraw-Hill; 
Conselho Regional de Contabilidade de São Paulo - Curso Básico de Auditoria – Ed. 
Atlas 
Coopers & Lybrand – Los Nuevos Conceptos Del Control Interno – Ed. Díaz de Santos; 
Franco, Hilário e Marra, Ernesto - Auditoria Contábil, Ed. Atlas; 
González, Juan Ramón Santillana – Auditoría Interna Integral – Ed. Thomson; 
Mautz, R.K. - Princípios de Auditoria – Ed. Atlas; 
Nery, Clovis Rosa - Comunicação Intrapessoal & Interpessoal – Ed.Florêncio 
Paula, Maria Goreth Miranda Almeida – Auditoria Interna, Embasamento Conceitual e 
Suporte Tecnológico – Ed. Atlas; 
Rosmussem, U.W. - Desvios, Desfalques e Fraudes nas Transações – Ed. Aduaneiras; 
Rusenas, Rúben Oscar – Auditoría Interna y Operativa, Fraude y Corrupción – Ed. La 
Ley 
Sá, A. Lopes de - Curso de Auditoria – Ed. Atlas; 
Waddeil, Haroldo R. - Manual de Auditoria – Ed. Atlas. 
Internal Control - Integrated Framework- http://www.coso.org;/ 
 
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