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Faculdade Redentor
Curso de Graduação em Engenharia Mecânica
Vibrações Mecânicas – Prof. Juvenil Jr – 2
Cronograma da Disciplina
CARGA HORÁRIA TOTAL: 45h CRÉDITOS: 03
EMENTA:
Sistemas com um grau de liberdade. Representação por vetores rotativos. Vibrações livres amortecidas e não
amortecidas. Equação do movimento. Vibrações forçadas amortecidas. Excitações harmônicas por notação
complexa. Sistemas com múltiplos graus de liberdade: análise modal.
DISTRIBUIÇÃO DO CONTEÚDO PROGRAMÁTICO, ATIVIDADES TEÓRICAS E AVALIAÇÕES.
Data Tipo Assunto
01/08 Teórica Capítulo 1 – Fundamentos de Vibrações – Parte I
08/08 Teórica Capítulo 1 – Fundamentos de Vibrações – Parte II
15/08 Teórica Capítulo 2 - Vibração Livre de Sistemas com um Grau de Liberdade – Parte I
22/08 Teórica Capítulo 2 - Vibração Livre de Sistemas com um Grau de Liberdade – Parte II
29/08 Teórica Capítulo 3 – Vibração Livre com Amortecimento Viscoso – Parte I
05/09 Teórica Capítulo 3 – Vibração Livre com Amortecimento Viscoso – Parte II
12/09 Teórica Capítulo 3 – Vibração Livre com Amortecimento Viscoso – Parte III
19/09 Teórica Revisão para a Avaliação // Resolução de Exercícios
26/09 Avaliação 1ª Verificação – V1 (8,0 Pontos)
03/10 Teórica
Vista de Prova
Capítulo 4 – Vibração Livre com outros tipos de amortecimento – Parte I
10/10 Teórica Capítulo 4 – Vibração Livre com outros tipos de amortecimento – Parte II
17/10 Teórica Capítulo 5 – Vibrações excitada harmonicamente – Parte I
24/10 Teórica Capítulo 5 – Vibrações excitada harmonicamente – Parte II
07/11 Teórica Capítulo 6 – Vibrações em sistemas com dois graus de liberdade – Parte I
14/11 Teórica Capítulo 6 – Vibrações em sistemas com dois graus de liberdade – Parte II
28/11 Teórica Revisão para a Avaliação // Resolução de Exercícios
05/12 Avaliação 2ª Verificação – V2 (8,0 Pontos)
19/12 Avaliação 3ª Verificação – V3 (10,0 Pontos)
Total 45 horas
Bibliografia Básica:
RAO, Singiresu S. Vibrações Mecânicas. 4ª Edição. São Paulo: Prentice Hall, 2009.
MERIAM, James L. KRAIGE. Mecânica para Engenharia – Dinâmica. Vol. II. 5ª edição. Ed. LTC. 2003.
FRANÇA, Luiz Novaes Ferreira. Introdução às Vibrações Mecânicas. 1ª Edição. São Paulo: Edgard Blucher, 2006
Bibliografia Complementar:
INMAN, Daniel J. Engineering Vibrations. 3ª Edição. São Paulo: Prentice Hall, 2007.
HIBBELER, R. C. Dinâmica – Mecânica para Engenharia. 12ª edição. Ed. Prentice Hall. 2011.
BEER, F. P. Mecânica Vetorial para Engenheiros: Cinemática e Dinâmica. Traduzido por Adolpho Hengeltraub.
5ª Edição revisada. São Paulo: Makron Books, 1994.
MABIE, H. H.; REINHOLTZ, C. F. Mechanisms and Dynamics of Machinery. New York: John Wilwy & Sons, 1987.
MEIROVITCH, L. - Elements of Vibration Analysis - USA - McGraw-Hill 1975
NORTON, Robert L. Projeto de Máquinas – Uma abordagem integrada. Traduzido por João Batista de Aguiar et
al. 2ª Edição. Porto Alegre: Bookman, 2004. 887p.
Vibrações Mecânicas – Prof. Juvenil Jr – 3
Lista de Símbolos
Símbolo Significado Unidades Inglesas Unidades SI
A Área in² m²
c Coeficiente de amortecimento viscoso lb.s/in N.s/m
cc
Constante de amortecimento viscoso
crítico
lb.s/in N.s/m
d Diâmetro in m
e Excentricidade in m
E Módulo de Young lb/in² Pa
Frequência linear Hz Hz
F Força lb N
F0 Amplitude da força F(t) lb N
FT Força transmitida lb N
g Aceleração da gravidade in/s² m/s²
G Módulo de elasticidade transversal lb/in² Pa
h Constante de amortecimento por histerese lb/in N/m
H(i ) Função resposta em frequência
I Momento de inércia de área in4 m4
J Momento de inércia polar in4 m4
k Constante elástica lb/in N/m
m Massa lb.s²/in kg
M Momento fletor lb-in Nm
N Força normal lb N
p Pressão lb/in² Pa
r Razão de frequências =
s Coeficiente exponencial, raiz da equação
T Torque in.lb J
T Energia cinética in.lb J
U Energia potencial in.lb J
Velocidade linear in/s m/s
V Energia potencial in.lb J
W Peso da massa lb N
X Amplitude de x(t) in m
y Deslocamento de base in M
Constante de amortecimento por histerese
Peso especifico lb/in³ N/m³
Decremento logarítmico
Deflexão estática in m
Energia dissipada em um ciclo in.lb J
Fator de amortecimento
Constante, deslocamento angular rad rad
Amplitude de θ(t) rad rad
Viscosidade de um fluido
Coeficiente de atrito lb.s/in² kg/m.s
Densidade de massa lb.s²/in4 kg/m³
Período de oscilação s s
Ângulo de fase rad rad
Frequência natural rad/s rad/s
Frequência de vibração amortecida rad/s rad/s
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Sumário
Capítulo 1 – Fundamentos de Vibrações .................................................................................................................. 6
1.1 Conceitos Básicos ................................................................................................................................................... 8
1.1.1 Graus de Liberdade (GDL) .................................................................................................................... 8
1.1.2 Classificação das vibrações ................................................................................................................... 9
1.1.2.1 Quanto à existência ou não de forçamento ........................................................................... 9
1.1.2.2 Quanto à existência ou não de amortecimento ................................................................... 10
1.2 Construção de Modelos de Sistemas Vibratórios .................................................................................................. 10
1.2.1 Elementos de Inércia ............................................................................................................................ 11
1.2.2 Elementos de rigidez ............................................................................................................................ 13
1.2.2.1 Molas lineares ..................................................................................................................... 14
1.2.2.2 Associação de molas........................................................................................................... 15
1.2.2.3 Constantes elásticas equivalentes de elementos estruturais .............................................. 16
1.2.3 Outra forma de elementos de energia potencial ................................................................................... 20
1.2.4 Elementos de Dissipação ..................................................................................................................... 20
1.2.4.1 Amortecimento viscoso ....................................................................................................... 21
1.2.4.2 Amortecimento Coulomb ou por atrito seco ........................................................................ 21
1.2.4.3 Amortecimento material ou sólido ou por histerese ............................................................. 21
1.2.4.4 Construção de amortecedores viscosos ............................................................................. 22
1.2.5 Análise da modelagem física ................................................................................................................ 23
1.2.6 Projeto para vibração................................................................................................................................. 26
Exercícios ................................................................................................................................................... 27
Capítulo 2 – Vibração Livrede Sistemas com um grau de Liberdade .................................................................. 30
2.1 Introdução ............................................................................................................................................................. 30
2.2 Vibração livre de um sistema de translação não amortecido ................................................................................ 32
2.2.1 Equação do movimento pela segunda lei do movimento de Newton ................................................... 32
2.2.2 Equação do movimento por outros métodos ........................................................................................ 33
2.2.3 Equação do movimento de um sistema massa-mola em posição vertical ........................................... 34
2.2.4 Solução da equação do movimento ..................................................................................................... 35
2.2.5 Movimento harmônico .......................................................................................................................... 36
2.3 Vibração livre de um sistema torcional não amortecido ........................................................................................ 40
2.3.1 Equação do movimento ....................................................................................................................... 40
2.3.2 Solução ................................................................................................................................................ 41
Exercícios .................................................................................................................................................... 42
Capítulo 3 – Vibração Livre com Amortecimento Viscoso .................................................................................... 48
3.1 Equação do movimento ......................................................................................................................................... 48
3.2 Solução .................................................................................................................................................................. 49
3.2.1 Caso 1: Sistema sub amortecido .......................................................................................................... 51
3.2.2 Caso 2: Sistema criticamente amortecido ............................................................................................ 52
3.2.3 Caso 3: Sistema superamortecido ....................................................................................................... 53
3.3 Decremento logarítmico ......................................................................................................................................... 54
3.4 Energia dissipada em amortecimento viscoso ....................................................................................................... 55
3.5 Sistemas torcionais com amortecimento viscoso .................................................................................................. 55
Exercícios .................................................................................................................................................................... 57
Capítulo 4 – Vibração Livre com outros tipos de amortecimentos ....................................................................... 64
4.1 Vibração livre com amortecimento Coulomb ....................................................................................................... 64
4.1.1 Equação do movimento ....................................................................................................................... 64
4.1.2 Solução ............................................................................................................................................... 66
4.1.3 Vibração torcional com amortecimento Coulomb ................................................................................. 69
4.2 Vibração livre com amortecimento por histerese .................................................................................................. 70
4.2.1 Rigidez Complexa ....................................................................................................................................... 71
Vibrações Mecânicas – Prof. Juvenil Jr – 5
4.2.2 Resposta do sistema ................................................................................................................................... 72
Exercícios .................................................................................................................................................................... 73
Capítulo 5 – Vibrações excitada harmonicamente ................................................................................................. 75
Exercícios ........................................................................................................................................................... 90
Apostila de Vibrações Mecânicas - 4ª Edição - 2014
Autor: Juvenil Nunes de Oliveira Júnior
Engenheiro Mecânico e de Segurança do Trabalho
Mestre em Engenharia de Materiais
Contato: prof.juvenil@gmail.com
Vibrações Mecânicas – Prof. Juvenil Jr – 6
1.1 Conceitos Básicos
1.1.1 Graus de Liberdade (GDL)
1.1.2 Classificação das vibrações
1.1.2.1 Quanto à existência ou não de forçamento
1.1.2.2 Quanto à existência ou não de amortecimento
1.2 Construção de Modelos de Sistemas Vibratórios
1.2.1 Elementos de Inércia
1.2.2 Elementos de rigidez
1.2.2.1 Molas lineares
1.2.2.2 Associação de molas
1.2.2.3 Constantes elásticas equivalentes de elementos
estruturais
1.2.3 Outra forma de elementos de energia potencial
1.2.4 Elementos de Dissipação
1.2.4.1 Amortecimento viscoso
1.2.4.2 Construção de amortecedores viscosos
1.2.5 Análise da modelagem física
1.2.6 Projeto para vibração
maioria das atividades humanas envolve alguma forma de vibração. Nós
ouvimos porque o tímpano vibra, nós vemos porque ondas luminosas se
propagam. A respiração está associada à vibração dos pulmões, os batimentos
cardíacos são movimentos vibratórios do coração, a fala se fundamenta na vibração das
cordas vocais e os nossos movimentos envolvem oscilações de braços e pernas. Em muitos
outros campos da atividade humana, fenômenos apresentam variáveis cujo comportamento é
oscilatório (economia, biologia, química, física, etc.).
Em engenharia, as aplicações das vibrações mecânicas são de grande importância nos
tempos atuais. Projetos de máquinas, fundações, estruturas, motores, turbinas, sistemas de
controle e outros, exigem que questões relacionadas com vibrações sejam levadas em conta.
Os primeiros estudos de vibrações em engenharia foram motivados pelo problema de
desbalanceamento em motores. O desbalanceamento pode ser tanto devido a problemas de
projeto como de fabricação e manutenção. As rodas de locomotivas podem sair até um
centímetro dos trilhos devido a desbalanceamentos. Em turbinas, os engenheiros ainda não
foram capazes de resolver uma grande parte dos problemas originados em pás e rotores. As
A
Vibrações Mecânicas – Prof. Juvenil Jr – 7
estruturas projetadas para suportar máquinas centrífugas pesadas (motores, turbinas, bombas,
compressores, etc.) também estão sujeitas a vibração, sendo possível que partes dessas
estruturas sofram fadiga devido à variação cíclica de tensões. A vibração também causa
desgaste mais rápido em mancais e engrenagens, provocando ruído excessivo. Em máquinas,
a vibração pode provocar o afrouxamento de parafusos. Em processos de usinagem, a
vibraçãopode causar trepidação, conduzindo a um pobre acabamento superficial.
Sempre que a frequência natural de vibração de uma máquina ou estrutura coincide com
a frequência da força externa atuante, ocorre um fenômeno conhecido como ressonância, que
leva a grandes deformações e falhas mecânicas. A literatura é rica em exemplos de falhas
causadas por vibrações excessivas em virtude da ressonância. Um exemplo clássico é o da
ponte de Tacoma Narrows, conforme figura 1.1, nos Estados Unidos. Inaugurada em julho de
1940, colapsou em 7 de novembro do mesmo ano quando entrou em ressonância induzida
pelo vento. Em virtude dos efeitos devastadores que podem surgir em máquinas e estruturas,
os testes vibratórios se tornaram um procedimento padrão no projeto e desenvolvimento da
maioria dos sistemas em engenharia.
Figura 1.1: Ponte Tacoma Narrows durante vibração induzida pelo vento.
Em muitos sistemas de engenharia o ser humano atua como parte integrante do mesmo.
A transmissão de vibração para o ser humano resulta em desconforto e perda de eficiência.
Vibrações de painéis de instrumentos podem produzir mau funcionamento ou dificuldade de
leitura de medidores. Portanto, um dos propósitos importantes do estudo de vibração é a
redução dos níveis vibratórios através do projeto e montagem adequados de máquinas. Nesta
interface, o engenheiro mecânico tenta projetar a máquina para que a mesma apresente níveis
vibratórios baixos, enquanto o engenheiro estrutural tenta projetar a base da máquina de forma
a assegurar que o efeito da vibração não se transmita.
Por outro lado, a vibração também pode ser utilizada com proveito em várias aplicações
industriais. Esteiras transportadoras, peneiras vibratórias, compactadores, misturadores,
máquinas de lavar e outras, utilizam a vibração em seu princípio de funcionamento. A vibração
também pode ser útil em testes de materiais, processos de usinagem e soldagem.
Os ultrassons são largamente utilizados também em medicina (obstetrícia, destruição de
cálculos renais, etc.). A vibração também pode ser empregada para simular terremotos em
pesquisas geológicas e para conduzir estudos no projeto de reatores nucleares.
Nas indústrias automobilísticas são feitos teste de vibração nos laboratórios de
segurança veicular, por exemplo, o Sled Test, uma espécie de trenó que faz simulações de
impacto veicular; um novo Laboratório Elétrico-eletrônico foi construído, com câmaras
climáticas, bancadas para testes em componentes e capacidade para teste de descarga
eletrostática; o Laboratório de Ruídos e Vibrações possui um dinamômetro para validar a
qualidade sonora dos veículos; e o Laboratório Estrutural recebeu um simulador de pistas para
avaliação estrutural mais completa dos modelos.
Vibrações Mecânicas – Prof. Juvenil Jr – 8
Figura 1.2: Teste de vibração em Automóveis.
1.1 Conceitos básicos
Qualquer movimento que se repete depois de certo intervalo de tempo é denominado
vibração ou oscilação. A vibração, portanto, é o estudo do movimento de oscilação de um
corpo em torno de uma posição de equilíbrio, bem como das forças e/ou momentos a ele
associadas.
1.1.1 Graus de Liberdade (GDL)
É o número mínimo de coordenadas independentes (denominadas coordenadas
generalizadas) que descrevem completamente o movimento de todos os elementos do
sistema.
Nº de GDL do sistema = Nº de massas do sistema x Nº de GDL de cada massa
Exemplos de Sistemas com 1 GDL (fig. 1.3):
Figura 1.3: Exemplos de sistemas com 1 GDL.
Exemplos de Sistemas com 2 GDL (fig. 1.4):
Figura 1.4: Exemplos de sistemas com 2 GDL.
Exemplos de Sistemas com 3 GDL (fig. 1.5):
Vibrações Mecânicas – Prof. Juvenil Jr – 9
Figura 1.5: Exemplos de sistemas com 3 GDL.
1.1.2 Classificação das vibrações
1.1.2.1 Quanto à existência ou não de forçamento:
• Vibrações livres (ou naturais): causadas por condições iniciais (deslocamento
inicial e/ou velocidade inicial).
• Vibrações forçadas: causadas por forças e/ou torques externos; as oscilações
persistem durante a aplicação dos mesmos e uma vez cessadas essas solicitações o sistema
entra em vibração livre. A seguir os tipos de excitação mais comuns:
Força harmônica: forma mais simples de excitação em sistemas mecânicos, descrita
pela equação:
( ) ( ) ( )
Sendo F a amplitude da excitação e a freqüência de excitação em rad/s. Também é
usual descrever as frequências em Hertz Hz. A frequência em Hz é nomeada de f e descrita
por:
( )
Sendo T o período de oscilações (tempo que o movimento harmônico leva para repetir
seu padrão), medidos em s. A relação entre as frequências sem Hz e rad/s é dada por:
( )
Um movimento harmônico é definido completamente a partir do conhecimento das
variáveis acima. Um exemplo prático de excitação harmônica aparece em rotores com massa
desbalanceada.
Força periódica: Tipo de excitação que se repete após um período, mas não de forma
exatamente igual. Motores de combustão interna são exemplos deste tipo de excitação;
Vibrações Mecânicas – Prof. Juvenil Jr – 10
Força transitória: Excitação caracterizada por uma liberação de energia grande em um
intervalo curto de tempo. Inúmeros exemplos descrevem este tipo de força: explosão, impacto,
etc;
Força aleatória: São forças de excitação que não descrevem um padrão determinístico
que possa ser definido por uma equação. Para tratar sistemas excitados por forças aleatórias é
necessário utilizar métodos estatísticos. Fenômenos aeroelásticos são exemplos de sistemas
excitados por forças aleatórias, como forças em asas de aviões, ventos em colunas de pontes,
etc.
1.1.2.2 Quanto à existência ou não de amortecimento:
• Vibrações sem amortecimento: não há perda de energia por atrito. Se a vibração for
livre, não haverá diminuição da amplitude da vibração e o sistema vibrará indefinidamente. Se
a vibração for forçada, a excitação reporá energia no sistema, podendo ocorrer até aumento da
amplitude da vibração;
• Vibrações com amortecimento: há perda de energia por atrito. Se a vibração for livre,
haverá sempre diminuição da amplitude da vibração e o sistema tenderá a parar na posição de
equilíbrio estático. Se a vibração for forçada, poderá haver ou não diminuição da amplitude da
vibração, porque a excitação repõe energia no sistema.
A figura 1.7 ilustra uma vibração não amortecida e uma amortecida.
Figura 1.7: Vibrações livres sem e com amortecimento.
1.2 Construção de modelos de sistemas vibratórios
Nesta seção, os elementos que formam um modelo de sistema vibratório são descritos, e
a utilização desses elementos na construção de modelos é ilustradas com exemplos.
Em geral, existem três elementos que constituem um sistema vibratório:
a) Elementos de Inércia: que armazenam e liberam energia cinética, são caraterizados
por uma relação entre uma força (ou momento) aplicada e a resposta em aceleração
correspondente;
b) Elementos de Rigidez: armazenam e liberam a energia potencial, são caracterizados
por uma relação entre uma força (ou momento) aplicada e a resposta em deslocamento (ou
rotação) correspondente;
c) Elementos de Dissipação: que são utilizados para expressar a perda de energia em
um sistema e são caracterizados por uma relação entre uma força (ou momento) aplicada e a
resposta em velocidade correspondente.
Vibrações Mecânicas – Prof. Juvenil Jr – 11
Cada um desses elementos apresenta características diferentes de resposta á excitação,
e esta tem a forma de uma força ouum momento, e a resposta correspondente do elemento
tem a forma de deslocamento, velocidade ou aceleração.
A natureza dessas relações, que podem ser lineares ou não lineares, é apresentada
neste capítulo. As unidades associadas com esses elementos e os símbolos comumente
utilizados para os vários elementos estão relacionados na Tabela 1.1.
Tabela 1.1: Unidades de componentes que compõem um sistema mecânico vibratório.
Grandeza Unidades
Movimento de translação
Massa, m kg
Rigidez, k N/m
Amortecimento, c N.s/m
Força externa, F N
Movimento rotacional
Massa, m kg.m²
Rigidez, k N.m/rad
Amortecimento, c N.m.s/rad
Força externa, F N.m
1.2.1 Elementos de Inércia
O movimento de translação de uma massa é descrito como o movimento ao longo do
percurso seguido pelo centro de massa. A propriedade de inércia associada depende apenas
da massa total do sistema e é independente de sua geometria de distribuição de massa.
Entretanto, a propriedade de inércia de uma massa em movimento rotacional é uma
função da distribuição de massa, especificamente do momento de inércia da massa, que, em
geral, é definido em torno de seu centro de massa ou de um ponto fixo O.
Quando a massa oscila em torno de um ponto fixo O ou um ponto pivô O, a inércia de
rotação JO é dada por:
( )
Onde:
m – massa do elemento; JG é o momento de inércia da massa em torno do centro de
massa, e d é a distância do centro de gravidade ao ponto O. Na equação 1.4, os momentos de
inércia são definidos em relação aos eixos normais ao planto de massa. Essa relação entre os
momentos de inércia de massa em torno de um eixo através do centro de massa G e um eixo
paralelo através de outro ponto O resultado do teorema dos eixos paralelos. Os momentos
de inércia de massa de algumas formas comuns estão relacionados na Tabela 1.2.
Tabela 1.2: Momentos de inércia de massa em torno do eixo z normal ao plano x-y e que atravessa o
centro de massa.
Barra Delgada
Disco Circular
Esfera
Cilindro Circular
( )
Vibrações Mecânicas – Prof. Juvenil Jr – 12
A figura 1.8 mostra uma massa m em translação a uma
velocidade de magnitude ̇ no plano X-Y. O sentido do vetor
velocidade também é indicado na figura, juntamente com o
sentido da força que atua sobre a massa.
Com base no princípio da quantidade de movimento linear, a
equação governante do movimento da massa é:
( ̇ ) ( )
A qual, se m e i são independentes do tempo, é simplificada
para:
̈ ( )
Para obter a equação da energia cinética da massa, basta aplicar o teorema do trabalho-
energia. Vamos supor que a massa mostrada na figura 1.8 seja deslocada de um estado inicial
de repouso, no qual a velocidade é zero no instante t0, para o estado final no instante tf. Então,
temos que o trabalho W, realizado sob a ação de uma força Fi, é:
∫
∫ ̈
∫ ̈
( )
∫ ̈ ̇
∫ ̇ ̇
̇
̇ ( )
Onde aplicamos a relação ̇ . Portanto, a energia cinética é:
( ) ( )
̇ ( )
No caso de um corpo rígido apenas em rotação
no plano a uma velocidade angular ̇ , pode-se
mostrar, com base no princípio da quantidade de
movimento angular:
̈ ( )
Onde M é o momento que atua em relação ao
centro de massa G ou a um ponto fixo O (como
mostra a figura 1.9) ao longo da direção normal ao
plano de movimento e J é o momento de inércia de
massa associado.
Da equação 1.9, temos que, para o movimento rotacional, a propriedade de inércia J é a
razão do momento pela aceleração angular. Pode-se verificar que as unidades de J
relacionadas na tabela 1.1 estão consistentes com a equação 1.9. Essa propriedade de inércia
também é chamada inércia de rotação. A energia cinética do sistema é:
̇ ( )
Desse modo, a energia cinética do movimento rotacional é linearmente proporcional à
propriedade de inércia J, o momento de inércia da massa.
Figura 1.8: Massa em
translação.
Figura 1.9: (a) Disco uniforme articulado
em um ponto de seu perímetro e (b) barra
de massa uniforme articulada em uma
extremidade.
Vibrações Mecânicas – Prof. Juvenil Jr – 13
Exemplo 1.1: Determinação de momentos de inércia de massa
Determine os momentos de inércia de massa dos corpos-rígidos:
(a) Disco Uniforme;
(b) Barra Uniforme.
1.2.2 Elementos de Rigidez
Os elementos de rigidez são fabricados com vários materiais e têm diversas formas. O
tipo de elemento é escolhido de acordo com os requisitos. Por exemplo, para minimizar a
transmissão de vibração das máquinas para o suporte de estrutura, isolar um edifício dos
efeitos dos terremotos ou absorver a energia de sistemas sujeitos a impactos.
Alguns tipos representativos de elementos de rigidez comercialmente disponíveis são
mostrados na figura 1.10, juntamente com sua aplicação.
Figura 1.10: (a) Isolamento da base de edifícios ou pistas de alta velocidade no que concerne a
movimento lateral utilizando elementos cilíndricos de borracha; (b) isoladores de cabos de aço para
isolar movimentos verticais das máquinas; (c) molas pneumáticas utilizadas em sistemas de suspensão
para isolar movimentos verticais; (d) molas helicoidais convencionais de aço para isolamento de
movimentos verticais e (e) molas de cabo de aço utilizadas em um amortecedor de massa regulado de
chaminé para suprimir movimentos laterais.
Os elementos de rigidez armazenam e liberam a energia potencial de um sistema. A
figura 1.11 ilustra a representação de um elemento de rigidez, que está preso na extremidade
O, e, na outra extremidade, uma força de magnitude F está direcionada no sentido vertical.
Sob a ação dessa força, o elemento se estica de um comprimento inicial ou não
estendido L0 para um comprimento L0 + x no sentido vertical.
Movimento
Movimento
Movimento
Movimento
Mola
Molas Molas
Cabo de aço
Molas
de
cabo
de aço
Vibrações Mecânicas – Prof. Juvenil Jr – 14
Figura 1.11: (a) Elementos de rigidez com uma força aplicada a ele e (b) o respectivo diagrama de corpo
livre (DCL).
Por tentar restaurar a configuração não deformada do elemento de rigidez, a força FS é
chamada de força restauradora. À medida que é deformado, o elemento de rigidez armazena
energia, e esta é liberada à medida que a forma do elemento de rigidez é restaurada.
1.2.2.1 Molas Lineares
Tipo 1 - Mola de Translação: se for aplicada a uma mola linear, como a figura 1.12(a),
uma força F produzirá uma deflexão x, de modo que:
( ) ( )
Onde o coeficiente k é chamado de constante elástica e uma relação linear é
estabelecida entre a força e o deslocamento.
A energia potencial V assume a forma:
( ) ∫
( )
Com base nas equações 1.11 e 1.12, a energia potencial V armazenada na mola é
definida por:
( ) ∫ ( ) ∫
∫
( )
Desta forma, para uma mola linear, a energia potencial associada é linearmente
proporcional à rigidez da mola k e proporcional à segunda potência da magnitude do
deslocamento.
Tipo 2 – Mola de Torção: se consideramos uma mola de torção linear com um momento
aplicado a uma de suas extremidades e a outra extremidadepresa, teremos:
( ) ( )
Onde kt é a constante elástica, e a deformação da mola. A energia potencial
armazenada na mola será:
( ) ∫ ( ) ∫
( )
Elemento
de Rigidez
Vibrações Mecânicas – Prof. Juvenil Jr – 15
1.2.2.2 Associação de molas
Em muitas aplicações práticas, várias molas lineares são usadas em associação. Estas
molas podem ser associadas em uma única mola equivalente como indicado a seguir:
Molas em paralelo: O sistema da
figura (1.12b) tem molas em paralelo na qual
a força F atua e permanece paralela à sua
posição original, os deslocamentos das duas
molas são iguais e, desse modo, a força
total é:
( ) ( ) ( )
( ) ( )
Onde F(x) é a força resultante na mola
e keq é a constante elástica equivalente para
duas molas em paralelo definida por:
( )
Em geral, para N molas em paralelo,
temos:
∑
( )
Molas em série: no caso de duas ou mais molas em série, como mostra a figura 1.12(c),
a força em cada mola é a mesma, e o deslocamento total é:
(
)
( )
Esta equação pode ser generalizada para o caso de N molas em série:
( )
A energia potencial para a combinação de molas mostrada na figura 1.12 (b), associação
em paralelo, é dada por:
( ) ( ) ( )
Onde ( )é a energia potencial associada à mola de rigidez k1, e ( ) é a energia
potencial associada à mola de rigidez k2. Aplicando a equação 1.13 para determinar ( ) e
( ), obtemos:
( )
( )
( )
Para a combinação de molas mostrada na figura 1.12(c), associação em série, a energia
potencial é definida por:
( ) ( ) ( )
( )
Figura 1.12: Várias configurações de molas: (a)
uma mola, (b) duas molas em paralelo e (c) duas
molas em série.
Vibrações Mecânicas – Prof. Juvenil Jr – 16
1.2.2.3 Constantes elásticas equivalentes de elementos estruturais comuns
utilizadas em modelos de vibração
Elementos elásticos como vigas também se comportam como molas. Por exemplo,
considere uma viga em balanço com uma massa m na extremidade como mostra a figura 1.13.
(a) Sistema Atual (b) Modelo com um
único grau de liberdade
Figura 1.13: Viga em balanço com massa na extremidade.
Admitimos que a massa da viga é desprezível em comparação com a massa m. Pela
resistência dos materiais, sabemos que a deflexão estática da viga na extremidade livre é dada
por:
( )
Onde W = mg é o peso da massa m, E ó modulo de Young, e I é o momento de
inércia da seção transversal da viga. Como consequência, a constante elástica é:
( )
Medir experimentalmente massa e rigidez não é tão difícil, agora medir amortecimento
pode ser um enorme desafio, pois os sistemas mecânicos podem dissipar energia de formas
diferentes. O mais comum é considerar um modelo de amortecedor com amortecimento
viscoso. Um componente linear de amortecimento viscoso tem uma relação força-velocidade
da forma.
A tabela 1.3, resume algumas constantes de molas obtidas a partir de elementos
estruturais.
Vibrações Mecânicas – Prof. Juvenil Jr – 17
Tabela 1.3: Constantes elásticas para alguns elementos elásticos comuns.
A: área da seção transversal; E: módulo de Young; G: módulo de cisalhamento; I: momento de inércia de
área ou momento de inércia polar.
Haste ou barra
carregada axialmente
Haste cônica
carregada axialmente
Haste circular oca em
torção
Viga em balanço
Viga articulada,
simplesmente apoiada
Viga bi-engastada
Duas barras circulares
em torção
Duas barras circulares
em torção
Mola helicoidal
Placa retangular
engastada espessura
constante, força
aplicada ao centro
Coeficiente de Poisson
Placa circular
engastada, espessura
constante, força
aplicada ao centro
Placa em balanço,
espessura
constante, força
aplicada ao centro
da borda livre
Vibrações Mecânicas – Prof. Juvenil Jr – 18
Exemplo 1.2: Rigidez Equivalente de uma combinação viga-mola
Considere as combinações mostradas na figura 1.14, onde temos uma viga em balanço com
uma mola presa na extremidade livre.
Figura 1.14: Combinação de molas e diagramas de corpo livre.
Exemplo 1.3: Rigidez equivalente de uma viga em balanço com carga transversal na
extremidade
Uma viga em balanço, feita de uma liga com um módulo de elasticidade (módulo de Young) E
= 72 x 109 N/m², é carregada transversalmente em sua extremidade livre. Se o comprimento
da viga for 750 mm, e a viga tiver uma seção transversal anular com os diâmetros interno e
externo 110 mm e 120 mm, respectivamente, determine a rigidez equivalente da viga.
Exemplo 1.4: Rigidez equivalente de uma viga com extremidade fixa e em translação na outra
extremidade.
Na figura 1.15, uma viga uniforme de comprimento L e rigidez flexional EI, onde E é módulo de
elasticidade (módulo de Young), e I, o momento de inércia de área em torno do eixo de
curvatura, é mostrada. Essa viga está presa em uma extremidade e livre para se mover em
translação na direção vertical na outra extremidade, com a restrição de que a inclinação da
viga seja zero nessa extremidade. A rigidez equivalente dessa viga deve ser determinada
quando a viga for submetida a um carregamento transversal F na extremidade em translação.
Figura 1.15: Viga presa em uma extremidade e livre para se mover em translação na outra
extremidade.
Vibrações Mecânicas – Prof. Juvenil Jr – 19
Exemplo 1.5: Rigidez equivalente de um sistema microeletromecânico (MEMS) em flexão
fixa-fixa.
Um sistema de sensor microeletromecânico (MEMS) consistindo em quatro flexões é
mostrado na figura. Cada um dos elementos em flexão está preso em uma extremidade e
ligado a uma massa na outra extremidade. Cada elemento tem um comprimento L, uma
espessura h e uma largura b. Um carregamento transversal atua sobre a massa na direção Z,
que é normal ao plano X-Y. Cada elemento é fabricado com um material polisilício, que tem
um módulo de elasticidade (módulo de Young) E = 150 GPa. Se o comprimento de cada
elemento for 100m, e a largura e a espessura forem de 2 m, determine a rigidez equivalente
do sistema.
Figura 1.15: Viga presa em uma extremidade e livre para se mover em translação na outra
extremidade.
Exemplo 1.6: k equivalente de um sistema de suspensão
A figura 1.16 mostra o sistema de suspensão de um vagão ferroviário de carga com um
arranjo de molas em paralelo. Determine a constante elástica equivalente da suspensão se
cada uma das três molas helicoidais for fabricada em aço comum módulo de elasticidade
transversal G=80x109 N/m² e tiver cinco espirais efetivas, diâmetro médio do enrolamento
D=20 cm, e diâmetro do arame d= 2 cm.
Figura 1.16: Arranjo em paralelo de molas em um vagão ferroviário de carga.
Vibrações Mecânicas – Prof. Juvenil Jr – 20
Exemplo 1.7: Constante elástica torcional de um eixo de um propulsor a hélice
Determine a constante elástica torcional do eixo de hélice em aço mostrado na figura 1.17.
Figura 1.17: Eixo de um propulsor a hélice.
1.2.3 Outra forma de elementos de energiapotencial
Elemento de fluido
Como um exemplo de elemento de fluido, considere o
manômetro mostrado na figura 1.18, no qual o fluido é
deslocado em um percurso x em um dos segmentos do
manômetro. Consequentemente, o fluido foi deslocado em um
percurso total de 2x. Se o fluido tiver uma densidade de
massa ,e o manômetro tiver uma área A0, a magnitude da
força total do fluido deslocado que atua sobre o restante do
fluido será:
( ) ( )
Consequentemente, a constante elástica equivalente do sistema de fluido será:
( )
Que mostra claramente que a rigidez do elemento de fluido depende da densidade de
massa , da área da seção transversal do manômetro A0 e da aceleração da gravidade g. A
energia potencial correspondente é:
( )
( )
1.2.4 Elementos de Dissipação
Supõe-se que os elementos de amortecimento não têm inércia nem meios para
armazenar ou liberar a energia potencial. O movimento mecânico aplicado a esses elementos é
convertido em calor ou som e, dessa forma, eles são chamados não conservativos ou
dissipativos, porque essa energia não é recuperável pelo sistema mecânico.
Existem quatro tipos comuns de mecanismos de amortecimento utilizados na construção
de modelos de sistemas vibratórios. Esses tipos são:
Figura 1.18: Manômetro.
Vibrações Mecânicas – Prof. Juvenil Jr – 21
a) Amortecimento viscoso;
b) Amortecimento de Coulomb ou de atrito seco;
c) Amortecimento material, sólido ou histerético;
d) Amortecimento fluido.
Em todos esses casos, a força de amortecimento é expressa como uma função da
velocidade entre suas extremidades.
1.2.4.1 Amortecimento viscoso
Quando um fluido viscoso escoa através de uma fenda
ou em torno de um pistão em um cilindro, a força de
amortecimento gerada é proporcional à velocidade relativa
entre as duas superfícies de limite que confinam o fluido.
Uma representação comum de um amortecedor viscoso é
um cilindro com cabeça de pistão, como mostra a figura 1.19.
Nesse caso, a cabeça de pistão se move com velocidade
̇ relativa à carcaça do cilindro, que está fixa. A magnitude da
força do amortecimento F sempre atua no sentido oposto ao da
velocidade.
Dependendo da estrutura do amortecedor na faixa de velocidade, a magnitude da força
do amortecimento F( ̇) é uma função não linear da velocidade ou pode ser aproximada como
uma função linear da velocidade. No caso linear, a relação é expressa como:
( ̇) ̇ ( )
Onde a constante de proporcionalidade, denotada por c, é chamada coeficiente de
amortecimento. O coeficiente de amortecimento tem unidades de N/(m/s). O amortecimento
viscoso da forma da pela equação 1.28, também é chamado de amortecimento de fluido lento
ou amortecimento viscoso linear.
Quando os amortecedores aparecem em associação, eles podem ser substituídos por um
amortecedor equivalente adotando-se um procedimento semelhante ao especificado para
mola.
1.2.4.2 Amortecimento Coulomb ou por atrito seco
Aqui, a magnitude da força de amortecimento é constante, mas no sentido oposto ao
movimento do corpo vibratório. O amortecimento, nesse caso, é causado pelo atrito entre
superfícies em contato que estejam secas ou não tenham lubrificação suficiente.
1.2.4.3 Amortecimento material ou sólido ou por histerese
Quando um material é deformado, ele absorve e dissipa energia. O efeito deve-se ao
atrito entre os planos internos, que deslizam ou escorregam enquanto as deformações
ocorrem. Quando um corpo com amortecimento material é sujeito à vibração, o diagrama
tensão-deformação mostra um ciclo de histerese como indicado na figura 1.20. A área desse
ciclo denota a energia perdida por unidade de volume do corpo por ciclo devido ao
amortecimento.
Figura 1.19: Representação de
um amortecedor viscoso.
Vibrações Mecânicas – Prof. Juvenil Jr – 22
Figura 1.20: Ciclo de histerese para materiais elásticos.
1.2.4.4 Construção de amortecedores viscosos
Um amortecedor viscoso pode ser construído usando-se duas placas paralelas
separadas por uma distância h, com um fluido de viscosidade entre as placas (Figura 1.20).
Considere que uma das placas é fixa e a outra está movimentando-se com uma velocidade v
em seu próprio plano. As camadas de fluido em contato com a placa em movimento movem-se
com uma velocidade v, enquanto as que estão em contato com a placa fixa não se movem.
Admite-se que as velocidades das camadas intermediárias de fluido variam linearmente entre 0
e v, como mostra a figura 1.21.
Figura 1.21: Placas paralelas com um fluido viscoso entre elas.
Segundo a lei de Newton de fluxo viscoso, a tensão de cisalhamento ( ) desenvolvida na
camada de fluido a uma distância y da placa fixa é dada por:
( )
Onde du/dy = v/h é o gradiente de velocidade. A força de cisalhamento ou de resistência
(F) desenvolvida na superfície inferior da placa em movimento é:
( )
Onde A é a área da superfície da placa em movimento e
( )
É denominado constante de amortecimento.
Energia gasta (ABD)
Energia recuperada (BCD)
Tensão
Deformação
Vibrações Mecânicas – Prof. Juvenil Jr – 23
Exemplo 1.8: Folga em um mancal
Verificou-se que um mancal, que pode ser aproximado como duas placas planas separadas
por uma fina película de lubrificante (figura 1.22), oferece uma resistência de 400 N quando é
usado óleo SAE30 como lubrificante e a velocidade relativa entre as placas é 10 m/s. Se a
área das placas (A) for 0,1 m², determine a folga entre as placas. Suponha que a viscosidade
absoluta do óleo SAE30 seja 50 reyn ou 0,3445 Pa.s.
Figura 1.22: Placas planas separadas por uma fina película de lubrificante.
Exemplo 1.9: Coeficiente de amortecimento equivalente e rigidez equivalente de um sistema
vibratório
Determine o coeficiente de amortecimento equivalente e a rigidez equivalente do sistema
vibratório mostrado na figura 1.23.
Figura 1.23: Sistema vibratório linear.
Exemplo 1.10: Projeto de um amortecedor de placas paralelas
Um amortecedor de placas paralelas com uma placa superior de dimensões 100 mm x 100
mm deve ser puxado através de uma camada de óleo de 0,2 mm de espessura, confinada
entre a placa móvel e a placa fixa. O óleo é do tipo SAE30, cuja viscosidade é de 0,3445 Pa.s.
Determine o coeficiente de amortecimento.
1.2.5 Análise da modelagem física
O objetivo é representar esquematicamente todas as propriedades importantes do
sistema, visando reduzir as equações que descrevem o seu comportamento. Deve haver um
compromisso entre simplicidade do modelo e a precisão obtida, ou seja, o modelo deve ser o
mais simples possível, porém mantendo as propriedades principais do sistema. A seguir, dois
exemplos de modelagem física com refinamentos do modelo.
A seguir temos um exemplo de modelagem física de uma prensa mecânica:
Vibrações Mecânicas – Prof. Juvenil Jr – 24
Figura 1.24: Modelagem de um martelo de forjar.
1º Modelamento (1 GDL):
Figura 1.25: Representação do martelo de forjar com 1 GDL.
O deslocamento vertical x1 do conjunto bigorna + fundação, ou seja, com apenas 1 GDL.
2º Modelamento (2 GDL):
Figura 1.26: Representação da Prensa Mecânica com 2 GDL.
Martelo-pistão
Suporte
Bigorna
Coxim elástico
Bloco de base
Solo
Martelo-pistão
Rigidez do solo Amortecimento do solo
Bigorna e bloco da
baseMartelo-pistão
Bigorna
Rigidez do coxim elástico Amortecimento do coxim
elástico
Rigidez do solo Amortecimento do solo
Bloco de base
Vibrações Mecânicas – Prof. Juvenil Jr – 25
O modelo físico do mesmo sistema com 2 GDL utilizando o deslocamento vertical x1 para
a bigorna e o deslocamento vertical x2 para a fundação. Evidentemente, o modelo com 2 GDL
é mais refinado, porém apresenta uma maior complexidade matemática.
Agora vamos realizar a modelagem física de um sistema composto pelo conjunto
motociclista + motocicleta.
Figura 1.27: Conjunto Motocicleta + Motociclista.
1º Modelamento (1 GDL):
Figura 1.28: Representação do Conjunto Motocicleta + Motociclista com 1 GDL.
Temos apenas 1 GDL, o deslocamento vertical da massa equivalente às massas das
rodas, da motocicleta e do motociclista; na figura 1.28.
2ª Modelamento (3 GDL):
Figura 1.29: Representação do Conjunto Motocicleta + Motociclista com 3 GDL.
Agora a quantidade de GDL aumentou para 3; os deslocamentos verticais das massas e
a rotação da massa que engloba a moto + motociclista em torno de um eixo horizontal
perpendicular ao plano do papel e passando pelo centro de massa do conjunto;
Motociclista
Longarina
Longarina
Pneu
Roda
Rodas, moto, motociclista
Pneus, suspensões,
motociclista
Suspensões, motociclista
Vibrações Mecânicas – Prof. Juvenil Jr – 26
3ª Modelamento (4 GDL):
Figura 1.30: Representação do Conjunto Motocicleta + Motociclista com 4 GDL.
E finalmente temos acrescentado, em relação ao modelo da anterior, mais 1 GDL, que é
o deslocamento vertical do corpo do motociclista, perfazendo um total de 4 GDL. Esse último
modelo está mais próximo da realidade do que os anteriores, embora a complexidade
matemática decorrente seja bem maior.
1.2.6 Projeto para Vibração
Os princípios que governam os sistemas de um grau de liberdade, múltiplos graus de
liberdade e contínuos são abordados apresentados nesta apostila, e apresentados juntamente
com as informações necessárias para a investigação experimental, numérica e analítica de um
sistema vibratório. Na figura 1.31, é apresentado como esses diferentes aspectos são
utilizados para projetar um sistema com características específicas de vibração.
Figura 1.31: Projeto de vibração
Índices:
t: pneu v: veículo
w: roda r: motociclista
s: longarina eq: equivalente
Vibrações Mecânicas – Prof. Juvenil Jr – 27
Exercícios
1. Calcule a rigidez equivalente ( ) para cada um dos sistemas massa-mola não-amortecidos
mostrados abaixo.
(a) (b) (c)
2. Determine a rigidez equivalente do sistema mostrado na figura a seguir, usando o
deslocamento do bloco como uma coordenada generalizada.
3. Represente o sistema vibratório dado na figura abaixo como um sistema vibratório
equivalente com massa m, rigidez equivalente ke e coeficiente de amortecimento equivalente
ce. Cada rigidez tem valor 1000 N/m e cada constante de amortecimento o valor 30 Ns/m.
4. Determine a constante elástica equivalente do sistema mostrado na figura abaixo, sabendo
que cada k tem valor de 300 N/m.
Vibrações Mecânicas – Prof. Juvenil Jr – 28
5. Uma máquina de massa m=500kg está montada sobre um viga de aço simplesmente
apoiada de comprimento l=2m, seção transversal retangular (profundidade = 0,1m, largura
=1,2m) e módulo Young E = 2,06 x 1011 N/m². Para reduzir a deflexão vertical da viga, uma
mola de rigidez k é acoplada ao ponto central do vão, como mostra a figura. Determine o valor
de k necessário para reduzir a deflexão da viga em:
(a) 25% de seu valor original;
(b) 50% de seu valor original;
(c) 75% de seu valor original.
Admita que a massa da viga seja desprezível.
6. Um tambor de içamento equipado com um cabo de aço é montado na extremidade de uma
viga em balanço como mostrado na figura abaixo. Determine a constante elástica equivalente
do sistema quando o comprimento de suspensão do cabo é L. Admita que o diâmetro efetivo
da seção transversal do cabo é d e que o módulo de Young da viga e do cabo é E.
7. Na figura abaixo, determine a constante elástica equivalente do sistema na direção de .
8. Considere duas molas helicoidais com as seguintes características:
Mola 1: material: aço; número de esperas: 10; Diâmetro médio do enrolamento: 12 in;
Diâmetro do arame: 2 in; comprimento livre: 15 in; Módulo de elasticidade transversal: 12 x 106
psi.
Mola 2: material: alumínio; número de espiras: 10; Diâmetro médio do enrolamento: 10 in;
diâmetro do arame: 1 in; comprimento livre: 15 in; Módulo de elasticidade transversal 4 x 106
psi.
Determine a constante elástica equivalente quanto (a) a mola 2 é colocada dentro da mola 1, e
(b) a mola 2 é colocada sobre a mola 1.
9. Determine o comprimento equivalente Le de uma mola de seção transversal constante de
diâmetro d2 que tem a mesma constante elástica da mola cônica mostrada no Caso 2 da tabela
1.3. As duas molas têm o mesmo módulo de Young E.
Vibrações Mecânicas – Prof. Juvenil Jr – 29
10. Determine a rigidez equivalente de cada sistema mostrado na figura abaixo. Cada sistema
consiste de três molas lineares com rigidez k1 = 10 N/m; k2 = 20 N/m e k3 = 5 N/m.
11. Para o sistema de molas de translação e torção mostrada na figura abaixo, determine a
constante elástica equivalente para oscilações torcionais. O disco tem um raio R, e as molas de
translação são tangentes ao disco no ponto de ligação.
12. Determine uma única constante de amortecimento equivalente para os seguintes casos
a) Quando três amortecedores estão em paralelo.
b) Quando três amortecedores estão em série.
c) Quando três amortecedores estão conectados a uma barra rígida (figura a) e o amortecedor
equivalente está no ponto c1.
d) Quando três amortecedores torcionais estão localizados a eixos engrenados (figura b) e o
amortecedor equivalente está no ponto ct1.
(a) (b)
Sugestão: A energia dissipada por um amortecedor viscoso em um ciclo durante o movimento
harmônico circular é dada por , onde c é a constante de amortecimento, é a frequência e X é a
amplitude de oscilação.
13. A constante de amortecimento (c) do amortecedor pistão-cilindro mostrado na figura é dado
por:
6(
)
7 [
]
Determine a constante de amortecimento do amortecedor para os seguintes dados: = 0,3445
Pa.s, =10cm, h = 0,1 cm, a = 2 cm, r = 0,5 cm.
14. No problema 13, usando os dados apresentados como referência, determine a variação da
constante de amortecimento c quando:
a) r varia de 0,5cm a 1,0 cm. b) h varia de 0,05cm a 0,10 cm c) a varia de 2 cm a 4 cm.
Vibrações Mecânicas – Prof. Juvenil Jr – 30
2.1 Introdução
2.2 Vibração livre de um sistema de translação não amortecido
2.2.1 Equação do movimento pela segunda lei do movimento de Newton
2.2.2 Equação do movimento por outros métodos
2.2.3 Equação do movimento de um sistema massa-mola em posição vertical
2.2.4 Solução da equação do movimento
2.2.5 Movimento harmônico
2.3 Vibração livre de um sistema torcional não amortecido
2.3.1 Equação do movimento
2.3.2 Solução
2.1 Introdução
onsidera-se que um sistema sofre vibração livre quando oscila somente sob
uma perturbação inicial, sem a ação de nenhuma força após essa
perturbação inicial. As oscilações do pêndulo de um relógio de armário e o
movimento de uma criança em um balanço após o empurrão inicial
representam alguns exemplosde vibração livre.
C
2
As oscilações livres dos sistemas são fatores importantes que devem ser considerados para o
estabelecimento de operações eficazes em um sistema. No caso de um helicóptero ou
guindaste de navio, as oscilações da carga devem ser consideradas para que as operações de
transferência de carga sejam executadas com segurança.
Na turbina eólica, a massa das
hélices é apoiada pela coluna, que
funciona como uma mola.
Vibrações Mecânicas – Prof. Juvenil Jr – 31
A figura 2.1(a) mostra um sistema massa-mola que representa o sistema vibratório mais
simples possível. É denominado um sistema com um grau de liberdade visto que a coordenada
(x) é suficiente para especificar a posição da massa a qualquer tempo. Não há nenhuma força
externa aplicada à massa; por consequência, o movimento resultante de uma perturbação
inicial será uma vibração livre. Uma vez que não existe nenhum elemento que cause
dissipação de energia durante o movimento da massa, a amplitude do movimento permanece
constante ao longo do tempo; é um sistema não amortecido.
O estudo da vibração livre de sistemas com um grau de liberdade, amortecidos e não
amortecidos, é fundamental para o entendimento de questões mais avançadas de vibrações.
Figura 2.1: Sistema massa-mola em posição horizontal.
Os elementos do sistema came-seguidor (haste de
comando, balancim, válvula e mola da válvula) são todos
elásticos, mas podem ser reduzidos a uma única mola
equivalente de rigidez keq. Assim, para uma análise
simples, o sistema came-seguidor pode ser idealizado
como um sistema massa-mola com um grau de liberdade,
como mostra a figura 2.2.
De maneira semelhante, a estrutura apresentada na
figura 2.3(a) pode ser considerada uma viga em balanço
fixada no solo.
Para o estudo da vibração transversal, a massa que
está na parte superior pode ser considerada uma massa
pontual, e a estrutura do suporte (viga) pode ser
aproximada como uma mola para obter o modelo com um
grau de liberdade exposto na figura 2.3(b) e (c).
(a) (b) (c)
Figura 2.3: (a) Obelisco Espacial, uma torre com 184 metros de altura, Seattle. (b) Idealização da
estrutura alta. (c) Sistema massa-mola equivalente.
Figura 2.2: Sistema massa-mola
equivalente para o sistema came-
seguidor.
Comprimento
livre
Comprimento
distendido
Vibrações Mecânicas – Prof. Juvenil Jr – 32
A estrutura de edifício mostra a figura 2.4(a) também pode ser idealizada como um
sistema massa-mola, como se pode ver na figura 2.4(b). Nesse caso visto que a constante
elástica da mola, k, é a mera razão entre força e deflexão, ela pode ser determinada pelas
propriedades geométricas e materiais das colunas. A massa do sistema idealizado é igual à
massa do piso, se considerar que a massa das colunas é desprezível.
Figura 2.4: Idealização da estrutura de um edifício.
2.2 Vibração livre de um sistema de translação não amortecido
2.2.1 Equação do movimento pela segunda lei do movimento de Newton
Nesta seção, usaremos a segunda lei de movimento de Newton para obter a equação de
movimento. O procedimento utilizado pode ser resumido em:
(I) Seleção de uma coordenada adequada para descrever a posição da massa ou do
corpo rígido no sistema;
(II) Determinação da configuração de equilíbrio estático do sistema;
(III) Medição do deslocamento da massa ou do corpo rígido em relação à sua posição de
equilíbrio;
(IV) Desenho do diagrama de corpo livre da massa ou corpo rígido quando submetido a
um deslocamento positivo e a uma velocidade;
(V) Aplicação da segunda lei do movimento de Newton à massa ou corpo rígido.
Assim, se a massa m for deslocada por uma distância ⃗( ) quando uma força resultante
⃗( ) agir sobre ela na mesma direção, a segunda lei do movimento de Newton resulta em:
⃗( )
4
⃗( )
5
Se a massa m for constante, essa equação se reduz a:
⃗( )
4
⃗( )
5 ̈ ( )
Onde
̈
⃗( )
É a aceleração da massa. A equação 2.1 pode ser enunciada em palavras como:
(b) Sistema massa-mola
equivalente (a) Estrutura do edifício
Colunas elásticas
(massa é desprezível)
Piso rígido
(massa = m)
Vibrações Mecânicas – Prof. Juvenil Jr – 33
Força resultante sobre a massa = Massa x Aceleração
Para um corpo rígido sujeito a movimento rotacional, a lei de Newton resulta em:
⃗⃗⃗( ) ̈ ( )
Onde ⃗⃗⃗ é momento resultante que age sobre o corpo, e e ̈ =d²(t)/dt² são o
deslocamento angular e a aceleração angular resultantes, respectivamente. A equação (2.1) ou
a (2.2) representa a equação de movimento do sistema vibratório.
Agora, o procedimento é aplicado ao sistema não amortecido com um grau de liberdade
mostrado na figura 2.1(a). Nesse caso, a massa está apoiada sobre roletes sem atrito e pode
ter movimento de translação no sentido horizontal.
Quando a massa é deslocada a uma distância +x em relação à sua posição de equilíbrio
estático, a força na mola é kx, e o diagrama de corpo livre da massa pode ser representado
como mostra a figura 2.1(c).
A aplicação da equação 2.1 à massa m resulta na equação de movimento.
( ) ̈
Ou
̈ ( )
2.2.2 Equação do movimento por outros métodos
As equações de movimento de um sistema vibratório podem ser derivadas por vários
métodos como: o Princípio de D’Alembert, o principio dos deslocamentos virtuais e o princípio
da conservação de energia.
Princípio da conservação da energia: Diz-se que um sistema é conservativo se nenhuma
energia for perdida devido a atrito ou membros não elásticos que dissipam energia. Visto que a
energia de um sistema vibratório é parcialmente potencial e parcialmente cinética, a soma
dessas duas energias permanece constante.
A energia cinética T é armazenada na massa em virtude de sua velocidade, e a energia
potencial U é armazenada na mola em virtude de sua deformação elástica. Assim, o princípio
de conservação de energia pode ser expresso como:
T + U = Constante
Ou
( ) ( )
As energias cinética e potencial são dadas por:
̇ ( )
E
( )
A substituição das equações (2.5) e (2.6) na equação (2.4) dá a equação desejada:
̈ ( )
Vibrações Mecânicas – Prof. Juvenil Jr – 34
2.2.3 Equação de movimento de um sistema massa-mola em posição vertical
Considere a configuração do sistema massa-mola mostrada na figura 2.5(a). A massa
está pendurada na extremidade inferior de uma mola cuja extremidade superior, por sua vez,
está ligada a um suporte rígido.
Figura 2.5: Um sistema massa-mola em posição vertical.
Em repouso, a massa penderá em uma posição denominada posição de equilíbrio
estático, na qual a força da mola dirigida para cima equilibra exatamente a força gravitacional
dirigida para baixo que age sobre a massa.
Nessa posição, o comprimento da mola é , onde é a deflexão estática – o
alongamento devido ao peso W da massa m. Pela figura 2.5(a), constatamos que, para
equilíbrio estático.
( )
Onde g é a aceleração da gravidade. Se a massa sofrer uma deflexão até uma distância
+x em relação à sua posição de equilíbrio estático, então a força da mola é ( ), como
mostra a figura 2.5(c). A aplicação da segunda lei do movimento de Newton à massa m dá:
̈ ( )
E, visto que , obtém-se:
̈( )
Observe que as equações (2.3) e (2.8) são idênticas. Isso indica que, quando a massa se
movimenta em uma direção vertical, podemos ignorar seu peso, contanto que x seja medida
em relação á sua posição de equilíbrio estático.
Posição de equilíbrio estático
Posição final
Força de mola
Energia potencial
Posição de equilíbrio estático
Vibrações Mecânicas – Prof. Juvenil Jr – 35
2.2.4 Solução da equação do movimento
Partindo da equação do movimento encontrada anteriormente, temos:
̈
Dividindo a equação anterior por m tem-se:
̈( )
( ) ( )
Definindo a frequência angular natural não-amortecida em rad/s.
√
( )
Substituindo a equação 2.10 na equação 2.9 tem-se:
̈( )
( )
Para encontrar as equações da posição, velocidade e aceleração, temos duas soluções e
são elas:
Com uma solução geral, temos:
( ) ( )
Onde e são constantes e podem ser determinadas pelas condições iniciais do
sistema. Duas condições devem ser especificadas para avaliar essas constantes
inequivocamente. Observe que o número de condições a especificar é igual à ordem da
equação diferencial governante. No presente caso, se os valores do deslocamento ( ) e da
velocidade ̇( ) ( ( ) ) forem especificados como e ̇ em t = 0, temos, pela equação
2.11,
( )
̇( ) ̇
Por consequência, e ̇ . Assim, a solução da equação movimento
sujeita às condições iniciais é dada por:
( )
̇
( )
Os valores máximos dos módulos da velocidade e aceleração são:
( )
( )
Vibrações Mecânicas – Prof. Juvenil Jr – 36
( )
( )
2.2.5 Movimento Harmônico
As equações 2.11 e 2.12 são funções harmônicas do tempo. O movimento é simétrico em
relação à posição de equilíbrio da massa m. A velocidade é um máximo, e a aceleração é zero
toda vez que a massa passa por essa posição. Nos deslocamentos extremos, a velocidade é
zero e a aceleração é um máximo. Visto que isso representa movimento harmônico simples, o
próprio sistema massa-mola é denominado um oscilador harmônico. A quantidade dada
pela equação 2.10 representa a frequência natural de vibração do sistema.
A equação 2.11 pode ser expressa de uma forma diferente com a introdução da notação:
( )
onde A e são novas constantes, que podem ser expressas em termos de e
como:
(
) [
.
̇
/
]
(
) (
̇
)
Introduzindo a equação 2.15 na equação 2.11, a solução pode ser escrita como:
( ) ( ) ( )
Usando as relações
A equação 2.11 também pode ser expressa como:
( ) ( ) ( )
Onde:
6
(
̇
)
7
( )
E
(
̇
) ( )
A seguir temos uma representação gráfica do movimento de oscilação harmônica:
Vibrações Mecânicas – Prof. Juvenil Jr – 37
Figura 2.6: Representação gráfica do movimento de um oscilador harmônico.
Observações:
1 – Se o sistema massa-mola estiver em uma posição vertical, como a figura seguir, a
frequência natural circular pode ser expressa como:
√
A constante elástica da mola, k, pode ser expressa em termos da massa m pela seguinte
equação:
A substituição da equação anterior na equação 2.6 dá
√
Por consequência, a frequência natural em ciclos por segundo e o período natural são
dados por:
Máximo de velocidade
Amplitude
Inclinação = 𝑥 ̇
Vibrações Mecânicas – Prof. Juvenil Jr – 38
√
√
Assim, quando a massa vibra em sentido vertical, podemos calcular a frequência natural
e o período de vibração pela simples medição da deflexão estática . Não é necessário saber
qual é a rigidez da mola, k, e a massa da mola, m.
2 – Pela equação 2.17, a velocidade ̇( ) e a aceleração ̈( ) da massa m no tempo t
pode ser obtida como:
̇( )
( )
( )
.
/
̈( )
( )
( )
( ) ( )
A equação 2.22 mostra que a velocidade está adiantada (defasada) em relação ao
deslocamento por ⁄ e a aceleração esta adiantada (defasada) em relação ao deslocamento
por .
3 – Se o deslocamento inicial ( ) for zero, a equação 2.17 torna-se:
( )
̇
.
/
̇
Contudo, se a velocidade inicial ( ̇ ) for zero, a solução torna-se:
( )
Exemplo 2.1: Módulo de Young pela medição da frequência natural
Constata-se que uma viga simples bi engastada com seção transversal quadrada de 5 mm x 5
mm e comprimento de 1 m, que suporta uma massa de 2,3 kg em seu ponto médio tem uma
frequência natural de vibração transversal de 30 rad/s. Determine o módulo de Young (E) da
viga.
Vibrações Mecânicas – Prof. Juvenil Jr – 39
Exemplo 2.2: Determinação da frequência natural
Um corpo de massa desconhecida é colocada sobre uma mola sem peso, que se comprime
2,54 cm. Determine (a) a frequência natural de vibrações do sistema massa mola; (b) a
frequência natural em ciclos por segundo e (c) o período natural.
Exemplo 2.3: Determinação da constante elástica
Quando um colar de 3 kg é colocado sobre o prato que é preso à mola de rigidez
desconhecida, observa-se que a deflexão estática adicional do prato é de 42 mm. Determine a
constante elástica da mola.
Exemplo 2.4: Resposta harmônica de uma caixa d’água
A coluna da caixa d’água mostrada na figura ao lado, tem 300 ft de altura e é feita de concreto
reforçado com uma seção transversal tubular de 8 ft de diâmetro interno e 10 ft de diâmetro
externo. A caixa d’água pesa 2,76 x 105 lb quando está cheia. Desprezando a massa da
coluna e admitindo que o módulo de Young do concreto reforçado seja 4 x 106 psi, determine o
seguinte:
(a) A frequência natural e o período natural de vibração transversal da caixa d’água;
(b) A resposta de vibração da caixa d’água resultante de um deslocamento transversal inicial
de 10 in;
(c) Os valores máximos da velocidade e da aceleração experimentados pela caixa d’água.
Figura 2.7: Reservatório elevado.
Vibrações Mecânicas – Prof. Juvenil Jr – 40
Exemplo 2.5:
Um corpo de 10 kg é suspenso por uma mola de rigidez k=2,5 kN/m. No tempo de t=0 ele
possui uma ̇= 0,5 m/s para baixo quando para pela posição de equilíbrio estático. Determine:
(a) Deslocamento estático da mola;
(b) Frequência natural do sistema em rad/s e em Hz;
(c) Período do sistema;
(d) Deslocamento x em função do tempo, onde x é medido a partir da posição de equilíbrio
estático;
(e) A velocidade máxima alcançada pela massa;
(f) Aceleração máxima alcançada pela massa.
2.3 Vibração livre de um sistema torcional não amortecido
2.3.1 Equação do movimento
Observe a figura 2.8:
Figura 2.8: Vibração por torção de um disco.
A vibração livre, gerada por umacondição inicial, é regida por uma equação resultante da
aplicação da segunda Lei de Newton ao movimento angular, em que os esforços atuantes
estão mostrados no diagrama de corpo livre da figura 2.8 (b), resultando em:
̈ ( )
que podemos verificar que é idêntica à equação 2.3, se o momento de inércia de massa polar
, o deslocamento angular e a constante elástica torcional kt forem substituídos pela massa
m, deslocamento x e a constante elástica linear k, respectivamente. Assim, a frequência natural
circular do sistema torcional é:
√
( )
e o período e a frequência de vibração em ciclos por segundo são:
Vibrações Mecânicas – Prof. Juvenil Jr – 41
√
( )
√
( )
Observe os seguintes aspectos desse sistema:
1. Se a seção transversal do eixo que suporta o disco não for circular, a constante de
rigidez deverá ser calculada apropriadamente através dos métodos de Resistência dos
Materiais.
2. O momento de inércia de massa polar de um disco é dado por:
onde é a densidade da massa, h é a espessura, D é o diâmetro e W é o peso do
disco.
3. O sistema de mola de torção-inércia mostrado na figura 2.8 é denominado pêndulo de
torção. Uma das mais importantes aplicações de um pêndulo de torção é em relógios
mecânicos, nos quais um sistema catraca-lingueta converte a oscilação regular de um
pequeno pêndulo de torção nos movimentos dos ponteiros.
2.3.2 Solução
A solução geral da equação 2.23 pode ser obtida, como no caso da equação 2.3:
( ) ( )
Onde é dado pela equação 2.24 e A1 e A2 podem ser determinados pelas condições
iniciais. Se:
( ) ̇( )
( ) ̇ ( )
As constantes A1 e A2 podem ser determinadas:
̇
⁄
Com isso, a solução da equação se transforma em:
( )
̇
( )
A equação 2.30 representa um movimento oscilatório de frequência igual a que
depende, exclusivamente das condições iniciais.
( )
Vibrações Mecânicas – Prof. Juvenil Jr – 42
Exemplo 2.6: Frequência natural de pêndulo composto
Qualquer corpo rígido articulado em um ponto que não seja seu centro de massa oscilará em
relação ao ponto de articulação sob sua própria força gravitacional. Tal sistema é conhecido
como um pêndulo composto, mostrado na figura. Determine a frequência natural desse
sistema.
Exercícios
15. Determine a velocidade máxima e a aceleração máxima de uma partícula que se move em
movimento harmônico simples com uma amplitude de 5 mm e um período de 0,1 s.
16. Um homem de 90 kg fica de pé na extremidade de um trampolim, causando um
deslocamento nessa posição. Se ele flexionar seus joelhos levemente, de modo a provocar
uma vibração na direção vertical, com período de 0,6s, qual é a deflexão estática causada pelo
homem na extremidade do trampolim? Admita um comportamento elástico do trampolim e
despreze sua massa relativamente pequena.
17. Uma prensa industrial está montada sobre almofadas de borracha, a fim de evitar a
transmissão de vibrações para a vizinhança. Quando da montagem, verificou-se que os
isoladores deformaram 5 mm devido ao peso da prensa. Achar a frequência natural do sistema.
18. Uma torre de resfriamento de uma unidade de condicionamento de ar pesa 8900 N e deve
ser montada sobre 4 molas de ar. Calcular a rigidez que deve ter cada mola de tal modo que a
frequência natural da unidade seja 7,5 rad/s.
Vibrações Mecânicas – Prof. Juvenil Jr – 43
19. O cilindro de um servomecanismo da figura possui um pistão com m = 0,3 kg associado a
uma mola helicoidal de d =1 mm, D = 10 mm, 10 espiras ativas e G = 1,05 x 1011 Pa.
Determinar a frequência natural da vibração do pistão se não há óleo no cilindro.
20. Determine a amplitude e a velocidade máxima de uma partícula que se move em
movimento harmônico simples com uma aceleração máxima de 60 mm/s² e uma frequência de
40 Hz.
21. Uma chave de comando elétrica é suportada por um guindaste por meio de dois cabos de
aço de 4 m de comprimento e 12 mm de diâmetro cada. Se o período natural de vibração axial
da chave for 0,2 s, determine a massa da chave.
22. Determine a frequência natural do sistema massa-mola mostrado na figura em rad/s e em
ciclos /s (Hz).
23. Resolva a equação ̈ para k = 4N/m, m= 1kg, x0= 1mm e v0= 0. Sabemos que a
solução da equação diferencial acima é ( ) ( ) ( ).
24. Um sistema massa-mola tem um período natural de 0,21 s. Qual será o novo período se a
constante elástica for:
a) aumentada em 50 %.
b) reduzida em 50 %.
25. Considere um bloco de 6 kg suspenso por uma mola de rigidez k = 200 N/m. Comunica-se
ao bloco uma velocidade de 0,4 m/s para cima quando este está 75 mm acima da sua posição
de equilíbrio. Determine a equação que descreve o movimento do bloco.
26. Durante o projeto de um sistema de apoio com molas uma plataforma de pesagem de 4000
kg, foi decidido que a frequência de vibração livre vertical na condição descarregada não deve
exceder 3 ciclos por segundo. (a) Determine a constante de mola máxima aceitável k para cada
uma das três molas idênticas. (b) para essa constante de mola, qual seria a frequência natural
da vibração vertical da plataforma carregada por um caminhão de 40 t?
Vibrações Mecânicas – Prof. Juvenil Jr – 44
27. Quando se prende um bloco de 3 kg com uma mola esta se alonga 60 mm. Determine a
frequência natural e o período de vibração para um bloco de 0,2 kg ligado à mola.
28. Quando se suspende uma massa de 9,1 kg por uma mola esta se alonga 101,6mm.
Determine a frequência natural e o período de vibração correspondente para uma massa de
4,54 kg ligada à mola.
29. Um praticante de bungee jumping que pesa 160 lb amarra uma extremidade de uma corda
elástica de comprimento 200 ft e rigidez 10 lb/in a uma ponte e a outra extremidade a si mesmo
e pula da ponte. Admitindo que a ponte seja rígida, determine o movimento vibratório do rapaz
em relação à sua posição de equilíbrio estático.
30. As molas de suspensão de um automóvel cuja massa é 2.000 kg sofrem uma deflexão de
0,02 m sob condições estáticas. Determine a frequência natural do automóvel no sentido
vertical, considerando o amortecimento desprezível.
31. Determine a frequência natural do sistema massa mola tanto em rad/s quanto por ciclos por
segundo. Dados: k = 100 N/m e m = 30 kg.
32. Para o sistema massa mola do problema anterior determine:
(a) A posição x da massa em função do tempo se a massa for solta do repouso no tempo t = 0
de uma posição 50 mm à esquerda da posição de equilíbrio;
(b) A velocidade e a aceleração máximas da massa em um ciclo de movimento.
33. Para o sistema mostrado abaixo, calcule:
(a) Rigidez equivalente do sistema;
(b) A frequência natural em rad/s e em ciclos por segundo;
(c) O período de oscilação natural.
34. Três molas e uma massa estão ligadas a uma barra rígida sem peso PQ, como mostra a
figura abaixo. Determine a frequência natural de vibração do sistema.
Vibrações Mecânicas – Prof. Juvenil Jr – 45
35. Uma unidade de resfriamento de ar com peso de 2000 lb deve ser apoiada por quatro
molas de ar. Calcule as molas de ar de modo que a frequência natural de vibração da unidade
fique entre 5 e 10 rad/s.36. A velocidade máxima obtida pela massa de um oscilador harmônico simples é 10 cm/s, e o
período de oscilação é 2 s. Se a massa for solta com um deslocamento inicial de 2 cm,
determine: (a) a amplitude; (b) a velocidade inicial; (c) a aceleração máxima; (d) o ângulo de
fase.
37. O manômetro inclinado mostrado abaixo é usado para medir pressão. Se o comprimento
total de mercúrio no tubo for L, determine uma expressão para a frequência natural de
oscilação do mercúrio.
38. Um pacote de instrumento B é colocado na mesa C como mostrado na figura. A mesa foi
projetada para se deslocar horizontalmente em movimento harmônico simples com uma
frequência de 3 Hz. Sabendo que o coeficiente de atrito estático é igual a 0,40, determine a
maior amplitude possível do movimento para que o pacote não deslize na mesa.
39. Derive uma expressão para a frequência natural do pêndulo simples mostrado na figura
abaixo. (a) Determine o período de oscilação de um pêndulo simples com massa m = 5 kg e
comprimento l = 0,5 in.(b) Se esse mesmo pêndulo for colocado dentro de um foguete que se
movimenta em sentido vertical com uma aceleração 5 m/s², qual será seu período de
oscilação?
40. Um bloco de 15 kg é suportado pela mola. Se o bloco é movido verticalmente para baixo
até sua posição de equilíbrio e liberado, determine (a) o período e a frequência do movimento
resultante, (b) a velocidade máxima e a aceleração máxima do bloco se a amplitude de seu
movimento é de 50 mm.
Vibrações Mecânicas – Prof. Juvenil Jr – 46
41. Um pêndulo simples consistindo de um peso ligado a uma corda oscila em um plano
vertical com um período de 1,3s. Considerando um movimento harmônico simples e sabendo
que a velocidade máxima do pêndulo é de 400 mm/s, determine (a) a amplitude do movimento
em graus, (b) a aceleração tangencial máxima do peso.
42. Uma caixa de instrumento A está aparafusada numa mesa vibratória como mostrado na
figura. A mesa se movimenta verticalmente em movimento harmônico simples na mesma
frequência do motor de rotação variável que a impulsiona. A caixa deve ser testada para uma
aceleração de pico de 50 m/s². Sabendo que a amplitude da mesa vibratória é de 60 mm,
determine (a) a rotação requerida do motor em RPM, (b) a velocidade máxima da mesa.
43. Um braço de robô de seleção e posicionamento, mostrado abaixo, transporta um objeto
que pesa 10 lb. Determine a frequência natural do braço de robô na direção axial para os
seguintes dados: l1 = 12 in, l2 = 10 in, l3 = 8 in; E1 = E2 = E3 =10
7 psi; D1 = 2 in. D2 = 1,5 in, D3 = 1 in; d1 =
1,75 in, d2 = 1,25 in, d3 = 0,75.
Vibrações Mecânicas – Prof. Juvenil Jr – 47
44. Um colar C de 8 kg pode deslizar sem atrito sobre uma barra horizontal entre duas molas
idênticas A e B nas quais não está preso. Cada mola tem uma constante k = 600 N/m. O colar
é empurrado para a esquerda contra a mola A, comprimindo esta em 20 mm, e liberado na
posição mostra na figura. Ele então desliza ao longo da barra para a direita e atinge a mola B.
Após comprimir esta mola em 20 mm, o colar desliza para esquerda e atinge a mola A, que é
comprimida de 20 mm. O ciclo é então repetido. Determine (A) o período do movimento do
colar, (B) a velocidade do colar 1,5 s depois de ter sido liberado. (Nota: isto é um movimento
periódico, mas não um movimento harmônico simples.)
45. Observou-se que o período de vibração do sistema mostrado na figura é de 0,6 s. Após o
cilindro B ser removido, o período observado é de 0,5 s. Determine (a) a massa do cilindro A,
(b) a constante da mola.
46. Quando o bloco A com uma massa de 5 kg está ligado ao bloco B, a frequência natural do
sistema combinado é reduzida de 30% em comparação com o valor que teria somente com o
bloco B. Qual é a massa do bloco B?
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3.1 Equação do movimento
3.2 Solução
3.2.1 Caso 1: Sistema sub amortecido
3.2.2 Caso 2: Sistema criticamente amortecido
3.2.3 Caso 3: Sistema superamortecido
3.3 Decremento logarítmico
3.4 Energia dissipada em amortecimento viscoso
3.5 Sistemas torcionais com amortecimento viscoso
3.1 Equação do movimento
Na natureza não existe uma vibração sem nenhum amortecimento. Por menor que seja
ele sempre está presente. Este amortecimento será responsável pela atenuação do
movimento, tendendo a diminuir a sua amplitude com o tempo.
A força de amortecimento viscoso, F, é proporcional à velocidade ̇ e pode ser expressa
como:
̇ ( )
Onde c é a constante de amortecimento ou coeficiente de amortecimento viscoso, e o sinal
negativo indica que a força de amortecimento é oposta ao sentido da velocidade. Um sistema
com um grau de liberdade com um amortecedor viscoso é mostrado na figura 3.1. Se x for
medida em relação à posição de equilíbrio da massa m, a aplicação da lei de Newton dá a
equação de movimento:
̈ ̇
Ou
̈ ̇ ( )
3
Sistema de amortecimento da Ponte Rio Niterói - RJ. As oscilações ocorrem devido
ao vento, e teve cerca de 80% de redução com a utilização deste sistema.
Vibrações Mecânicas – Prof. Juvenil Jr – 49
Figura 3.1: Sistema com um grau de liberdade com amortecimento viscoso.
3.2 Solução
Para resolver a equação 3.2, admite-se uma solução na forma:
( ) ( )
onde C e s são constantes indeterminadas. A inserção dessa função na equação 3.2 resulta na
equação característica:
( )
cujas as raízes são:
√
√.
/
( )
Estas raízes dão duas soluções para equação 3.2:
( )
( )
( )
Assim, a solução geral da equação 3.2 é dada por uma combinação das duas soluções
( ) ( )
( )
( )
8
√.
/
9
8
√.
/
9
( )
Sistema Diagrama de corpo livre
Vibrações Mecânicas – Prof. Juvenil Jr – 50
Constante de amortecimento crítico e o fator de amortecimento
O amortecimento crítico é definido como valor da constante de amortecimento c para o
qual o radical na equação 3.5 torna-se zero:
.
/
Ou
√
√ ( )
Para qualquer sistema amortecido, o fator de amortecimento (zeta) é definido como a
razão entre a constante de amortecimento e a constante de amortecimento crítico:
( )
Pelas equações 3.9 e 3.8, pode-se escrever:
( )
e, por consequência,
. √ / ( )
Assim, a solução, equação 3.7, pode ser escrita como:
( )
. √ /
. √ / ( )
A natureza das raízes s1 e s2 e, por consequência, o comportamento da solução,
equação 3.12, depende da magnitude do amortecimento.
Pode-se perceber que o caso resulta nas vibrações não amortecidas discutidas no
capítulo anterior.
Por consequência, admite-se que e consideramos os três casos seguintes.
Sistema Superamortecido: ;
Sistema Criticamente Amortecido: ;
Sistema Sub amortecido: .
Exemplo 3.1:
Um bloco de 0,8kg está suspenso por uma mola de rigidez igual a 120 N/m. Se umamortecedor apresenta força de amortecimento de 2,5 N quando a velocidade é de 0,2 m/s,
determine o período amortecido.
Exemplo 3.2:
Para um sistema massa-mola-amortecedor temos m = 1 kg, c = 2 kg/s e k = 10kN/m. Calcule
os valores de e . E diga se o sistema é: superamortecido, sub amortecido ou criticamente
amortecido?
Vibrações Mecânicas – Prof. Juvenil Jr – 51
3.2.1 Caso 1: Sistema sub amortecido ( ou ou
√ ).
Para essa condição, o radicando ( ) é negativo e as raízes s1 e s2 podem ser
expressas como:
. √ /
. √ /
E a solução, equação 3.12, pode ser escrita de formas diferentes:
( )
. √ /
. √ /
( ) 2
√
√ 3 ( )
Para as condições iniciais ( ) e ̇( ) ̇ , pode-se determinar
e
:
̇
√
( )
e, por consequência, a solução torna-se:
( ) 8 √
̇
√
√ 9 ( )
O movimento descrito pela equação 3.15 é um movimento harmônico amortecido de
frequência angular √ ; porém, por causa do fator
, a amplitude diminui
exponencialmente com o tempo, como mostra a figura 3.2.
Figura 3.2: Solução sub amortecida.
A quantidade:
√ ( )
é denominada a frequência de vibração amortecida. Pode-se ver que a frequência de
vibração amortecida é sempre menor do que a frequência natural não amortecida . A
redução na frequência de vibração amortecida com o aumento da quantidade de
amortecimento, dada pela equação 3.16, é mostrada em gráfico na figura 3.3.
Equação 3.15
Vibrações Mecânicas – Prof. Juvenil Jr – 52
Figura 3.3: Variação de com amortecimento.
O caso sub amortecido é muito importante no estudo de vibrações mecânicas porque é o
único que resulta em um movimento oscilatório.
Exemplo 3.3:
A massa de 3,6 kg é solta a partir do repouso a uma distância x0 para a direita em relação à
posição de equilíbrio. Determine o deslocamento x em função do tempo t, onde t=0 é o tempo
em que a massa foi solta.
3.2.2 Caso 2: Sistema criticamente amortecido ( ou ou
√ ).
Neste caso, as raízes e da equação 3.11 são iguais:
( )
Por causa das raízes repetidas, a solução da equação 3.2 é dada por:
( ) ( )
( )
A aplicação das condições iniciais ( ) e ̇( ) ̇ para esse resulta em:
̇ ( )
e a solução torna-se:
( ) , ( ̇ ) -
( )
Pode-se ver que o movimento representado pela equação 3.19 é aperiódico (isto é, não
periódico). Visto que 0 quanto t , o movimento eventualmente diminuirá até zero,
como indicado na figura 3.4.
Vibrações Mecânicas – Prof. Juvenil Jr – 53
Exemplo 3.4:
A massa do sistema mostrado na figura é liberada a partir do repouso em x0 = 150 mm,
quando t=0. Determine o deslocamento x em t=0,5s se c=200 Ns/m.
3.2.3 Caso 3: Sistema superamortecido ( ou ou
√ ).
As raízes e são números reais negativos e distintos e são dadas por:
0 . √ /1
0 . √ /1
com << . Nesse caso, a solução, equação 3.2, pode ser expressa como:
( )
. √ /
. √ / ( )
A aplicação das condições iniciais ( ) e ̇( ) ̇ para esse resulta em:
. √ / ̇
√
. √ / ̇
√
( )
A equação 3.20 mostra que o movimento é aperiódico, independentemente das
condições iniciais impostas ao sistema. Visto que as raízes e são ambas negativas, o
movimento diminui exponencialmente com o tempo, como mostra a figura 3.4.
Figura 3.4: Comparação entre movimentos com tipos diferentes de amortecimento.
Vibrações Mecânicas – Prof. Juvenil Jr – 54
Exemplo 3.5:
A massa de 2 kg é solta a partir do repouso a uma distância x0 à direita da posição de
equilíbrio. Determine o deslocamento x em função do tempo. Dados c = 42 Ns/m e k = 98 N/m.
3.3 Decremento Logarítmico
O decremento logarítmico representa a taxa de redução da amplitude de uma vibração
livremente amortecida. É definido como o logaritmo natural da razão entre duas amplitudes
sucessivas. Vamos representar por e os tempos correspondentes a duas amplitudes
(deslocamentos) consecutivas medidas, como mostra a figura 3.2.
Pela equação 3.13, podemos expressar a razão:
( )
( )
( )
Porém, onde é o período de vibração amortecida. Por
conseqüência, ( ) ( ) ( ) e a equação 3.22 pode
ser escrita como:
( )
( )
O decremento logarítmico pode ser obtido pela equação 3.23:
√
√
( )
O decremento logarítmico é adimensional e, na realidade, é outra forma do fator de
amortecimento adimensional . Uma vez conhecido , pode ser determinado resolvendo-se a
equação 3.24.
√( )
( )
Exemplo 3.6:
Um bloco possui massa de 20 kg e a mola tem rigidez k = 600 N/m. Após o bloco ser
deslocado e solto, efetuaram-se duas medidas da amplitude x1=150 mm e x2=87 mm.
Determine o coeficiente de amortecimento viscoso c.
Vibrações Mecânicas – Prof. Juvenil Jr – 55
3.4 Energia dissipada em amortecimento viscoso
Em um sistema amortecido viscosamente, a taxa de variação de energia com o tempo
(dW/dt) é dada por:
(
)
( )
pela equação 3.1. O sinal negativo na equação 3.26 denota que a energia dissipa-se com o
tempo. Suponha um movimento harmônico simples como ( ) , onde X é a
amplitude do movimento e a energia dissipada em um ciclo completo é dada por:
∫ (
)
∫
( )
( )
( )
Isso mostra que a energia dissipada é proporcional ao quadrado da amplitude do
movimento. Observe que ela não é uma constante para valores de amortecimento e amplitude
determinados, visto que também é função da frequência .
A equação 3.27 é válida mesmo quando há uma mola de rigidez k em paralelo ao
amortecedor viscoso.
Também podemos calcular a fração da energia total do sistema vibratório que é dissipada
em cada ciclo de movimento ( ), como segue. A energia total do sistema W pode ser
expressa como a máxima energia potencial (
) ou como a máxima energia cinética
(
). As duas serão aproximadamente iguais para valores pequenos de
amortecimento. Assim:
(
).
/ ( )
A quantidade
é denominada capacidade de amortecimento específico e é útil para
comparar a capacidade de amortecimento de materiais de engenharia. Outra quantidade,
conhecida como coeficiente de perda, também é usada para comparar a capacidade de
amortecimento de materiais de engenharia. O coeficiente de perda é definido como a razão
entre a energia dissipada por radiano e a energia total de deformação.( )
( )
3.5 Sistemas torcionais com amortecimento viscoso
Considere um sistema torcional com um grau de liberdade com um amortecimento
viscoso, como mostrado na figura 3.5. O torque de amortecimento viscoso é dado por (figura
3.5b):
̇ ( )
Vibrações Mecânicas – Prof. Juvenil Jr – 56
Onde é a constante de amortecimento viscoso por torção, ̇ é a velocidade
angular do disco, e o sinal negativo denota que o torque de amortecimento está no sentido
oposto ao da velocidade angular.
Figura 3.5: Amortecedor viscoso por torção.
A equação de movimento pode ser descrita como:
̈ ̇ ( )
onde = momento de inércia de massa do disco, = constante elástica do sistema (torque
restaurador por unidade de deslocamento angular), e = deslocamento angular do disco. A
solução da equação 3.30 pode ser determinada exatamente como no caso de vibrações
lineares. Por exemplo, no caso de um sistema sub amortecido, a frequência de vibração
amortecida é dada por:
√ ( )
Onde
√
( )
E
√
( )
onde é a constante crítica de amortecimento por torção.
Eixo
Fluido
Vibrações Mecânicas – Prof. Juvenil Jr – 57
Exemplo 3.7: Resposta da bigorna de um martelo de forjar
A bigorna de um martelo de forjar pesa 5.000N e está montada sobre uma base que tem uma
rigidez de 5 x 106 N/m e um amortecimento viscoso constante de 10.000 Ns/m. Durante
determinada operação de forjamento, o martelo-pilão (isto é, o martelo de queda, martelo ou
pilão) com peso de 1.000 N é acionado e cai de uma altura de 2 m sobre a bigorna (figura a).
Se a bigorna estiver em repouso após o impacto. Considere que o coeficiente de restituição
entre a bigorna e o pilão seja 0,4.
Exemplo 3.8: Amortecedor de choque para uma motocicleta
O projeto de um absorvedor de choque subamortecido para uma motocicleta de 200 kg de
massa (figura a) deve atender às seguintes especificações: quando o amortecedor estiver
sujeito a uma velocidade vertical inicial devido a uma saliência na estrada, a curva
deslocamento-tempo resultante deve ser como a indicada na figura (b). Determine as
constantes de rigidez e amortecimento necessárias para o amortecedor se o período de
vibração amortecida for de 2 s e a amplitude x1 tiver de ser reduzida a um quarto em um meio-
ciclo (isto é, x1,5 =x1/4). Determine também a velocidade inicial mínima que resulta em um
deslocamento máximo de 250 mm.
Vibrações Mecânicas – Prof. Juvenil Jr – 58
Exemplo 3.9: Análise de um canhão
O diagrama esquemático de um canhão de grande porte é mostrado na figura. Quando a arma
é disparada, gases sob alta pressão aceleram o projétil no interior do cano até uma velocidade
muito alta. A força de reação empurra o cano do canhão no sentido contrário ao do projétil.
Visto que é desejável que o canhão volte à posição de repouso no menor tempo possível sem
oscilação, ele é forçado a fazer uma translação para trás contra um sistema mola-amortecedor
criticamente amortecido denominado mecanismo de recuo. Em um caso particular, o cano do
canhão e o mecanismo de recuo têm uma massa de 500 kg com uma mola de recuo de
rigidez 10.000 N/m. O recuo do canhão após um disparo é 0,4 m. Determine (1) o coeficiente
de amortecimento crítico do amortecedor, (2) a velocidade inicial de recuo do canhão e (3) o
tempo que leva para o canhão retornar até uma posição a 0,1 m de sua posição inicial.
Cano do canhão
Projétil
Mecanismo de recuo
(mola e amortecedor)
Vibrações Mecânicas – Prof. Juvenil Jr – 59
Exercícios
47. Para um sistema massa-mola-amortecedor, temos m=1kg, c= 2kg/s e k=10N/m. Calcule os
valores do fator de amortecimento e da frequência natural do sistema. E depois diga se o
sistema é superamortecido, subamortecido ou criticamente amortecido?
48. Um aprimoramento do projeto original da plataforma de pesagem é mostrado aqui com dois
amortecedores viscosos que foram introduzidos limitando para 4 a razão entre amplitudes
positivas sucessivas da vibração vertical na condição descarregada. Determine o coeficiente de
amortecimento viscoso c para cada um dos amortecedores. Admita m = 4000kg e k=474 k N/m.
49. Um vagão de trem carregado de massa 30.000 lb está circulando a uma velocidade
constante v0, quando é acoplado com uma mola e um sistema amortecedor (fig.1). O registro
da curva de deslocamento-tempo do vagão de trem carregado é mostrado (fig.2). Determine (a)
a constante de amortecimento, (b) a constante da mola.
50. Determine o valor do coeficiente de amortecimento c para o qual o sistema é criticamente
amortecido se k = 70 kN/m e m= 100kg.
51. Um oscilador harmônico possui massa m = 30kg e constante de rigidez k=100kN/m.
Determinar:
a) A constante de amortecimento para um fator de amortecimento .
b) O decremento logarítmico e a frequência natural amortecida.
Vibrações Mecânicas – Prof. Juvenil Jr – 60
52. Determine o valor do coeficiente de amortecimento viscoso c para o qual o sistema
mostrado na figura apresenta uma taxa de amortecimento de (a) 0,5 e (b) 1,5.
53. Determine o valor do coeficiente de amortecimento viscoso c para o qual o sistema
mostrado na figura é criticamente amortecido.
54. O sistema mostrado na figura é liberado a partir do repouso a uma posição inicial x0.
Determine o deslocamento negativo de x1. Admita que o movimento de translação ocorra na
direção x.
55. A massa do sistema mostrado na figura é liberada a partir do repouso em x0 = 125 mm,
quando t=0. Determine o deslocamento x em t=0,65s se c=300 Ns/m.
Vibrações Mecânicas – Prof. Juvenil Jr – 61
56. O proprietário de uma picape testa a ação dos amortecedores traseiros aplicando uma
força permanente de 450 N ao para-choque traseiro e medindo um deslocamento estático de
75 mm. Ao se retirar repentinamente a força, o para-choque se levanta e, em seguida, desce
até um deslocamento máximo de 12 mm abaixo da posição de equilíbrio sem carga. Trate a
oscilação como um problema unidimensional com uma massa equivalente igual à metade da
massa do carro. Determine o fator de amortecimento viscoso para a extremidade traseira e o
coeficiente de amortecimento viscoso c para cada amortecedor supondo que sua ação seja
vertical. Admita a massa do veículo igual a 1.600 kg.
57. Para o sistema massa-mola-amortecedor ao lado, calcule:
Dados:
k = 150 N/m;
m = 7 kg;
C1 = 42 Ns/m;
C2 = 7 Ns/m.
(a) A frequência natural não amortecida do sistema;
(b) O período de oscilação natural não-amortecido;
(c) O fator de amortecimento;
(d) A frequência natural amortecida;
(e) O período de oscilação natural amortecido;
(f) O decremento logarítmico;
(g) Caracterize a oscilação livre do sistema como superamortecida,
(h) criticamente amortecida ou sub-amortecida. Justifique sua resposta.
58. Durante parte do Campeonato Mundial de Fórmula 1 de 2006, a Equipe Renault utilizou em
seus carros absorvedores de vibração na dianteira e na traseira, com o objetivo de minimizar
as oscilações do chassi provocadas pela passagem sobre as “zebras” e, consequentemente,
melhorar seu desempenho. No detalhe está mostrado o dispositivo empregado na dianteira,
que consiste basicamente em um sistema massa-mola-amortecedor de 1 grau de liberdade,
com uma massa de 7 kg (1) apoiada sobre molas (2 e 3) de diferente rigidez, com relação 1:3,
inseridas emuma carcaça (4) de fibra de carbono, e com um amortecedor regulável (5)
contendo um fluido viscoso.
Vibrações Mecânicas – Prof. Juvenil Jr – 62
PIOLA, G., Formula 1 Technical Analysis 2006-2007. Giorgio Nada Editore, 2007. (Adaptado).
a) Sabendo que a frequência natural não amortecida do absorvedor de vibração utilizado
na dianteira é de √ Hz, determine a rigidez das molas empregadas.
b) O gráfico a seguir apresenta uma possível configuração do fator de amplificação da
resposta da parte dianteira do veículo em função da frequência de excitação, para o
sistema sem e com o absorvedor de vibração, empregando um determinado ajuste do
amortecimento no absorvedor. Analise a influência do absorvedor de vibrações no
comportamento do sistema.
59. Verifica-se que a frequência de vibração de um pêndulo simples é 0,5 Hz no vácuo e 0,45
Hz em um meio fluido viscoso. Determine a constante de amortecimento, considerando que a
massa do peso do pêndulo é de 1 kg.
60. Para sistema massa-mola amortecedor, m=50kg e k=5000 N/m. Determine os seguintes:
(a) constante de amortecimento crítico cc;
(b) a frequência natural amortecida quando c = cc/2;
(c) o decremento logarítmico.
61. Uma locomotiva de 2.000 kg de massa que está viajando a uma velocidade v=10m/s é
parada no final da via férrea por um sistema mola-amortecedor, como mostra a figura. Se a
rigidez da mola for k=40 N/mm e a constante de amortecimento for c = 20 Ns/mm, determine o
deslocamento máximo da locomotiva após alcançar as molas e o amortecedor.
Vibrações Mecânicas – Prof. Juvenil Jr – 63
62. Um pêndulo de torção tem uma frequência natural de 200 ciclos/min quando vibra no
vácuo. O momento de inércia de massa do disco é 0,2 kg/m². Então, o pêndulo é imerso em
óleo, e verifica-se que sua frequência natural é 180 ciclos/min. Determine a constante de
amortecimento. Se o disco, quando mergulhado em óleo, sofrer um deslocamento inicial de 2°,
determine seu deslocamento ao final do primeiro ciclo.
63. Um sistema viscosamente amortecido tem uma rigidez de 5.000 N/m, constante de
amortecimento crítico de 0,2 Ns/mm e um decremento logarítmico de 2,0. Se for imprimida ao
sistema uma velocidade inicial de 1 m/s, determine o máximo deslocamento do sistema.
64. Um prisma retangular de madeira de seção transversal 40 cm x 60 cm, altura 120 cm e
massa 40 kg flutua em um fluido, como mostra a figura. Quando perturbado, observa-se que
ele vibra livremente com um período natural de 0,5 s. Determine a densidade do fluido.
65. Determine os valores de e para os seguintes sistemas viscosamente amortecidos:
a) m = 10 kg; c = 150 Ns/m; k = 1000 N/m;
b) m = 10 kg; c = 200 Ns/m; k = 1000 N/m;
c) m = 10 kg; c = 250 Ns/m, k = 1000 N/m.
66. Determine a resposta de vibração livre dos sistemas viscosamente amortecidos descritos
no problema 62 quando = 0,1 m e ̇ = 10 m/s.
67. Determine a energia dissipada durante um clico de movimento harmônico simples dado por
( ) por um sistema viscosamente amortecido com um grau de liberdade com os
seguintes parâmetros:
a) m = 10 kg; c = 50 Ns/m; k = 1000 N/m;
b) m = 10 kg; c = 150 Ns/m; k = 1000 N/m.
Vibrações Mecânicas – Prof. Juvenil Jr – 64
4.1 Vibração livre com amortecimento Coulomb
4.1.1 Equação do movimento
4.1.2 Solução
4.1.3 Vibração torcional com amortecimento Coulomb
4.2 Vibração livre com amortecimento por histerese
4.2.1 Rigidez Complexa
4.2.2 Resposta do sistema
4.1 Vibração livre com amortecimento Coulomb
O amortecimento de Coulomb aparece quando corpos deslizam em superfícies secas.
Em muitos sistemas mecânicos, são utilizados elementos que provocam amortecimento por
atrito seco. Também em estruturas, componentes frequentemente deslizam um em relação ao
outro e o atrito seco aparece internamente. A Lei de Coulomb para o atrito seco estabelece que
quando dois corpos estão em contato, a força requerida para produzir deslizamento é
proporcional à força normal atuante no plano do contato. A força de atrito F:
( )
onde N é a força normal e é o coeficiente de atrito. A força de atrito atua em sentido oposto
ao da velocidade. O amortecimento de Coulomb é, algumas vezes, chamado de amortecimento
constante, uma vez que a força de amortecimento é independente do deslocamento e da
velocidade, dependendo somente da força normal atuante entre as superfícies em
deslizamento.
4.1.1 Equação do movimento
A figura 4.1a, mostra um sistema de um grau de liberdade com amortecimento de
Coulomb. A figura 4.1b apresenta os diagramas de corpo livre para as duas possíveis
orientações do movimento. Em cada uma destas orientações a equação do movimento tomará
uma forma diferente. O movimento se dá oscilatoriamente, portanto o sistema está ora em uma
situação, ora em outra.
Figura 4.1: Sistema com amortecimento de Coulomb.
4
Vibrações Mecânicas – Prof. Juvenil Jr – 65
(4.4)
Primeira fase do movimento: Quando a velocidade tiver sentido positivo (segundo o
referencial adotado), a força de atrito será negativa e a Segunda Lei de Newton aplicada
resultará:
que é uma equação diferencial ordinária, linear, de segunda ordem, coeficientes constantes,
não homogênea.
A solução geral desta equação compõe-se de duas partes, uma chamada homogênea e
a outra chamada particular, que inclui o termo do lado direito da equação, resultando:
( )
( )
onde √ é a frequência de vibração e A1 e A2 são constantes cujos valores dependem
das condições iniciais desse meio-ciclo.
A equação (4.2) e, consequentemente, sua solução (4.3), valem somente enquanto a
velocidade permanecer com o sinal positivo.
Segunda fase do movimento: Quando a velocidade troca de sinal, a força de atrito
também muda de sinal resultando na equação:
( )
( )
onde A3 e A4 são constantes a ser determinadas pelas condições iniciais desse meio-ciclo. O
termo μN/k representa o deslocamento da mola devido à força de atrito estabelecendo uma
nova posição de equilíbrio. Como a força de atrito muda de sentido a cada meio ciclo (período
em que a velocidade permanece com sinal inalterado), esta posição de equilíbrio também
muda a cada meio ciclo como pode ilustrar a figura 4.2.
𝑚�̈� 𝑘𝑥 𝜇𝑁 ( )
que tem solução análoga a 2.3, apenas com o sinal da
solução particular invertido, resultando:
𝑚�̈� 𝑘𝑥 𝜇𝑁
𝑚�̈� 𝑘𝑥 𝜇𝑁 ( )
Ou então,
Vibrações Mecânicas – Prof. Juvenil Jr – 66
Figura 4.2: Movimento do sistema com amortecimento de Coulomb.
4.1.2 Solução
Para complementar a solução das equações (4.2) e (4.4), deve-se analisar o movimento
a partir de condições iniciais. O sistema inicia o seu movimento a partir de um deslocamento
inicial, com velocidade inicial nula, para caracterizar a inversão do sentido do movimento em
cada meio ciclo. São, então, as condições iniciais:
( )
̇( ) ( )
Se o movimento começa com um deslocamento inicial positivo e velocidade nula, o
primeiro meio ciclo ocorrerá com velocidade negativa. A equação que descreve esta fase do
movimento é (4.4), cuja solução é dada em (4.5). Introduzindo as condições iniciais (4.6) em
(4.5), as constantes podem ser determinadas por:
( )
̇( )
Resultando em:
A equação 4.5 se torna, portanto:
( )(
)
( )
Está solução é válida apenas para metade do ciclo, isto é, para 0 ≤ t ≤ ⁄ . Quando t =
⁄ , a massa estará em sua posição extrema esquerda e seu deslocamento em relação à
posição de equilíbrio pode ser determinado pela equação 4.7.
Vibrações Mecânicas – Prof. Juvenil Jr – 67
(
⁄ ) (
)
Uma vez que o movimento começou com um deslocamento de x = x0 e, em um meio-
ciclo, o valor de x tornou-se – , ( )-, a redução em magnitude de x no tempo de
é .
No segundo meio-ciclo, a massa movimenta-se da esquerda para a direita, portanto a
equação 4.3 deve ser usada. As condições iniciais para esse meio-ciclo são:
( ) ⁄ (
)
̇( ) ̇ ⁄ (
)
Assim, as constantes na equação 4.3 tornam-se:
(
)
O deslocamento, neste segundo meio ciclo do movimento, é regido então por:
( ) (
)
( )
Esta equação é válida somente para o segundo meio-ciclo, isto é, para ⁄
⁄ . No final desse meio-ciclo, o valor de x(t) é:
(
⁄ )
̇ (
⁄ )
̇
Estes valores serão as condições iniciais do terceiro meio ciclo, quando, novamente,
passa a valer a equação (4.4) e sua solução (4.5).
O movimento prosseguirá desta forma, mudando de equação a cada meio ciclo até que
no final de um determinado meio ciclo, o deslocamento seja tão pequeno que a força de mola
seja incapaz de vencer a força de atrito estático. Isso acontecerá no final do meio ciclo de
ordem r que pode ser determinado por:
isto é,
{
} ( )
Vibrações Mecânicas – Prof. Juvenil Jr – 68
A característica principal do amortecimento causado por atrito seco, como já foi dito
anteriormente, é que a amplitude diminui sempre uma quantidade constante a cada ciclo (ou
meio ciclo). Observando 4.7 e 4.8, ambas representam movimentos harmônicos na frequência
, com a amplitude caindo
a cada meio ciclo e com a posição de equilíbrio variando
também a cada meio ciclo.
Observe a seguintes características de um sistema com amortecimento Coulomb:
1. A equação de movimento é não linear com amortecimento Coulomb, ao passo que é
linear com amortecimento viscoso.
2. A frequência natural do sistema permanece inalterada com a adição de amortecimento
Coulomb, ao passo que é reduzida com a adição de amortecimento viscoso.
3. O movimento é periódico com amortecimento Coulomb, ao passo que pode ser não-
periódico em um sistema viscosamente amortecido (superamortecido).
4. O sistema entra em repouso após algum tempo com amortecimento Coulomb, ao passo
que, teoricamente, o movimento continua para sempre (talvez com uma amplitude
infinitesimalmente pequena) com amortecimento viscoso e por histerese.
5. A amplitude é reduzida linearmente com amortecimento Coulomb, ao passo que a
redução é exponencial com amortecimento viscoso.
6. Em cada ciclo sucessivo a amplitude do movimento é reduzida pela quantidade ,
de modo que as amplitudes no final de quaisquer dois ciclos consecutivos estão relacionadas:
( )
Como a amplitude é reduzida por uma quantidade em um ciclo (isto é, no tempo
de ), a inclinação das retas do envelope (representadas por linhas tracejadas) na figura
4.2 é:
(
) (
) ⁄
A posição final da massa normalmente é afastada em relação à posição de equilíbrio
(x=0) e representa um deslocamento permanente no qual a força de atrito é travada. Leves
batidinhas normalmente farão a massa chegar à sua posição de equilíbrio.
Exemplo 4.1:
Uma massa de 10 kg oscila deslizando em uma superfície seca sob a ação de uma de rigidez
10 N/mm. Após quatro ciclos completos a amplitude é 100 mm. Qual é o coeficiente de atrito
médio entre as duas superfícies se a amplitude original era 150 mm? Em quanto tempo a
massa executar quatro ciclos?
Exemplo 4.2:
Uma massa de 20 kg está suspensa por uma mola de rigidez 1000N/m. O movimento vertical
da massa está sujeito a uma força de atrito de Coulomb de magnitude 50N. Se a mola é
inicialmente deslocada de 5 cm para baixo de sua posição de equilíbrio estático determinar:
a) O número de meio-ciclos transcorridos até que atinja o repouso;
b) Tempo transcorrido até atingir o repouso;
c) Posição em que ocorrerá a parada.
Vibrações Mecânicas – Prof. Juvenil Jr – 69
Exemplo 4.3: Coeficiente de atrito em relação a posição medidas de massa
Um bloco de metal colocado sobre uma superfície irregular está ligado a uma mola e recebe
um deslocamento inicial de 10 cm em relação à sua posição de equilíbrio. Após cinco ciclos de
oscilação em 2 s, constata-se que a posição final do bloco de metal é 1 cm em relação à sua
posição de equilíbrio. Determine o coeficiente de atrito entre a superfície e o bloco de metal.
4.1.3 Sistemas torcionais com amortecimento Coulomb
Se um torque de atrito constante agir sobre um sistema torcional, a equação que controla
as oscilações angulares do sistema podem ser derivadas, semelhantes às equações 4.2 e 4.4,
como:
̈ ( )
e
̈ ( )
onde T denota o torque de amortecimento constante (semelhante a para vibrações
lineares). As soluções das equações 4.11 e 4.12 são semelhantes às das vibrações lineares.
Em particular, a frequência de vibração é dada por:
√
( )
e a amplitude do movimento ao final do r-ésimo meio-ciclo ( ) é dada por:
( )
onde é o deslocamento angular inicial em t=0 (com ̇ em t=0). O movimento cessa
quando:
{
} ( )
Exemplo 4.4: Polia sujeita a amortecimento Coulomb
Um eixo de aço com 1 m de comprimento e 50 mm de diâmetro está fixado em uma
extremidade e suporta uma polia de momento de inércia de massa de 25 kg/m² na outra
extremidade. Um freio de lona exerce um torque de atrito constante- de 400 N/m ao redor da
circunferência da polia. Se a polia for deslocada de 6° e então solta, determine (1) o número
de ciclos antes de a polia atingir o repouso e (2) a posição final de acomodação da polia.
Vibrações Mecânicas – Prof. Juvenil Jr – 70
4.2 Vibração livre com amortecimento por histerese
Considere o conjunto mola-amortecedor viscoso mostrado na figura 4.3(a).
Figura 4.3: Sistema mola-amortecedor viscoso.
Para esse sistema, a força F necessária para causar um deslocamento x(t) é dada por:
̇ ( )
Para um movimento harmônico de frequência e amplitude X,
( ) ( )
As equações 4.16 e 4.17 dão:
( )
( ) √ ( )
( ) √ ( )
Quando construímos um gráfico de F em relação a x, a equação 4.18 representa um laço
fechado, como mostra a figura 4.3 (b). A área do laço denota a energia dissipada pelo
amortecedor em um ciclo de movimento e é dada por:
∮
∫ ( )( )
( )
O amortecimento causado pelo atrito entre os planos internos que escorregam ou
deslizam à medida que o material de deforma é denominado amortecimento por histerese (ouamortecimento sólido, ou estrutural). Tal amortecimento gera um laço de histerese que se
formará na curva tensão-deformação ou força-deslocamento (figura 4.4a). A perda de energia
em um ciclo de carregamento é igual à área envolvida pelo laço de histerese.
Vibrações Mecânicas – Prof. Juvenil Jr – 71
Figura 4.4: Laço de histerese.
A similaridade entre as figura 4.3(b) e 4.4(a) pode ser usada para definir uma constante
de amortecimento por histerese. Constatou-se experimentalmente que a perda de energia por
ciclo devido atrito interno independe da frequência, mas é aproximadamente proporcional ao
quadrado da amplitude. Para conseguir esse comportamento observado na equação 4.19,
considera-se que o coeficiente de amortecimento c é inversamente proporcional à frequência
como:
( )
onde h é denominada a constante de amortecimento por histerese. As equações 4.19 e 4.20
dão:
( )
4.2.1 Rigidez complexa
Na figura 4.3 (a), a mola e o amortecedor estão ligados em paralelo e, para um
movimento harmônico geral, , a força é dada por:
( ) ( )
De maneira semelhante, se uma mola e um amortecedor por histerese forem ligados em
paralelo, como mostrado na figura 4.4(b), a relação força-deslocamento pode ser expressa
como:
( ) ( )
onde
(
) ( ) ( )
é denominada a rigidez complexa do sistema e é uma constante que indica uma
medida adimensional de amortecimento.
Descarregamento
Área
Tensão (força)
Laço de
histerese
Carregamento
Deformação
(deslocamento)
Vibrações Mecânicas – Prof. Juvenil Jr – 72
4.2.2 Resposta do sistema
Em termos de , a perda de energia por ciclo pode ser expressa como:
( )
Sob amortecimento por histerese, o movimento pode ser considerado como
aproximadamente harmônico (visto que é pequeno), e a diminuição na amplitude por ciclo
pode ser determinada usando equilíbrio de energia.
O decremento logarítmico por histerese pode ser definido como:
4
5 ( ) ( )
Já que consideramos que o movimento seja aproximadamente harmônico, a frequência
correspondente é definida por:
√
( )
O fator de amortecimento viscoso equivalente pode ser determinado igualando-o à
relação para o decremento logarítmico
( )
Assim, a constante de amortecimento equivalente ceq é dada por:
√
√
( )
Observe que o método para determinar um coeficiente de amortecimento viscoso
equivalente para um sistema estruturalmente amortecido só é válido para excitação harmônica.
A análise que acabamos de fazer supõe que a resposta do sistema seja aproximadamente
harmônica à frequência .
Exemplo 4.5: Estimativa de constante de amortecimento por histerese
As medições experimentais realizadas em uma estrutura resultaram nos dados de força-
deflexão mostrados na figura. A partir desses dados, estime a constante de amortecimento por
histerese h e o decremento logarítmico.
Vibrações Mecânicas – Prof. Juvenil Jr – 73
Exemplo 4.6: Resposta de uma estrutura de ponte com amortecimento por histerese
Uma estrutura de ponte é modelada como um sistema com um grau de liberdade com uma
massa equivalente de 5 x 105 kg e uma rigidez equivalente de 25 x 106 N/m.
Durante um teste de vibração livre, constatou-se que a razão entre amplitudes sucessivas era
1,04. Estime a constante de amortecimento estrutural ( ) e a resposta de vibração livre
aproximada da ponte.
Exercícios
68. A massa de um sistema massa-mola com k = 10.000 N/m e m = 5 kg é posta para vibrar
sobre uma superfície irregular. Se a força de atrito for F=20N e observarmos que a amplitude
da massa diminui 50 mm em 10 ciclos, determine o tempo transcorrido para completar os 10
ciclos.
69. Uma massa de 10 kg esta ligada a uma mola de rigidez 3000 N/m e é solta após sofrer um
deslocamento inicial de 100 mm. Admitindo que a massa movimenta-se sobre uma superfície
horizontal, determine a posição na qual a massa atinge o repouso. Suponha que o coeficiente
de atrito entre a massa e a superfície seja 0,12.
70. Uma massa de 20 kg desliza para frente e para trás sobre uma superfície seca devido à
ação de uma mola com rigidez de 10 N/mm. Após 4 ciclos completos, verificou-se que a
amplitude é de 100 mm. Qual é o coeficiente médio de atrito entre as duas superfícies se a
amplitude original era de 150 mm? Quanto tempo transcorreu durante os 4 ciclos?
71. Um peso de 25 N esta suspenso por uma mola que tem uma rigidez de 1000 N/m. O peso
vibra no sentido vertical sob uma força de amortecimento constante. Quando o peso é
inicialmente puxado para baixo até uma distância de 10 cm em relação à sua posição de
equilíbrio estático e então é solto, atinge o repouso após exatamente dois ciclos completos.
Determine a magnitude de força de amortecimento.
72. Um bloco de metal colocado sobre uma superfície irregular esta ligado a uma mola e sofre
um deslocamento inicial de 10 cm em relação á sua posição de equilíbrio. Constata-se que o
período natural de movimento é 1,0 s e que a amplitude decresce 0,5 cm em cada ciclo.
Determine:
(a) O coeficiente de atrito cinético entre o bloco de metal e a superfície;
(b) O número de ciclos de movimento executados pelo bloco antes de parar.
Vibrações Mecânicas – Prof. Juvenil Jr – 74
73. A massa m = 2 kg de um oscilador harmônico linear com k = 500 N/m desliza em uma
superfície horizontal com coeficiente de atrito estático μs = 0,2 e cinético μ = 0,08.
(a) Determinar o máximo valor do deslocamento inicial que não resultará em qualquer
movimento devido à força de atrito.
(b) Determinar o número de ciclos para a vibração iniciada por um deslocamento inicial de 25
mm até pararem completamente.
74. Determine: (a) o número de ciclos; (b) A posição na qual a massa atinge o repouso.
Admitindo que: a massa, de 20000g, esta ligada a uma mola de rigidez 25 N/cm e é solta após
sofrer um deslocamento inicial de 128 mm e que a massa movimenta-se sobre uma superfície
horizontal, como mostrado na figura, sendo que o coeficiente de atrito entre a massa e a
superfície seja 0,14.
75. Uma massa de 20 kg esta ligada a um conjunto de molas, sendo que as suas respectivas
rigidez são mostradas abaixo, e é solta após sofrer um deslocamento inicial de 120 mm.
Admitindo que a massa movimenta-se sobre uma superfície horizontal, como mostrado na
figura abaixo, determine a posição na qual a massa atinge o repouso. Suponha que o
coeficiente de atrito entre a massa e a superfície seja 0,13.
76. Uma massa de 20 kg está suspensa por uma mola de rigidez 1N/mm. O movimento vertical
da massa está sujeito a uma força de atrito de Coulomb de magnitude 55N. Se a mola é
inicialmente deslocada de 65 mm para baixo de sua posição de equilíbrio estático determinar:
(a) O número de meio-ciclos transcorridos até que atinja o repouso;
(b) Tempo transcorrido até atingir o repouso;
(c) Posição em que ocorrerá a parada.
77. Determine a constante de amortecimento viscoso equivalente para amortecimento Coulomb
para vibração senoidal.
78. Uma viga em balanço embutida com resistência à flexão (rigidez) de 200 N/m suporta uma
massa de 2 kg em sua extremidade livre. A massa sofre um deslocamento inicial de 30 mm e
então é solta. Se constatarmos que a amplitude seja de 20 mm após100 ciclos de movimento,
estime a constante de amortecimento por histerese da viga.
k1 = 3 kN/m
k2 = 1500 N/m
k3 = 4,05 kN/m
Vibrações Mecânicas – Prof. Juvenil Jr – 75
5.1 Introdução
5.2 Forças de excitação
5.3 Equação do movimento
5.4 Resposta de um sistema não amortecido à força harmônica
5.5 Resposta de um sistema amortecido à força harmônica
5.5.1 Resposta total
5.6 Resposta de um sistema amortecido a movimento harmônico de base
5.6.1 Força transmitida
5.6.2 Movimento relativo
5.7 Resposta de um sistema amortecido ao desbalanceamento rotativo
5.8 Vibração forçada com amortecimento Coulomb
5.1 Introdução
Diz-se que um sistema mecânico ou estrutural sofre vibração forçada sempre que energia
externa é fornecida ao sistema durante a vibração, sendo esta energia fornecida por meio de
uma força aplicada ou por uma excitação de deslocamento imposta.
Se a frequência de excitação coincidir com a frequência natural do sistema, a resposta do
sistema será muito grande. Essa condição, conhecida como ressonância, deve ser evitada,
para impedir falha do sistema. A vibração produzida por uma máquina rotativa desbalanceada,
as oscilações de uma chaminé alta, provocadas por emissões de vórtices (redemoinhos) sob
5
Vibrações periódicas forçadas podem ocorrer a partir de sistemas em rotação, tais como
engrenagens num redutor de velocidades. A transmissão destas vibrações a suas proximidades
pode ser reduzida por meio de várias técnicas de isolamento e redução de vibrações. Estas técnicas
são utilizadas para projetar uma luva de ar que reduz vibrações da britadeira na mão e suportes
elásticos que reduzem o efeito de vibrações de máquinas rotativas na fundação.
Vibrações Mecânicas – Prof. Juvenil Jr – 76
vento constante e o movimento vertical de um automóvel sobre a superfície senoidal de uma
estrada são exemplos de vibração excitada harmonicamente.
5.2 Forças de excitação
Força Harmônica: Forma mais simples de excitação em sistemas mecânicos, descrita pela
equação:
( ) ( ) ( )
Um movimento harmônico é definido completamente a partir do conhecimento das
variáveis acima. Um exemplo prático de excitação harmônica aparece em rotores com massa
desbalanceada.
Figura 5.1: Exemplo de força harmônica.
Força Periódica: Tipo de excitação que se repete após um período, mas não de forma
exatamente igual, conforme o exemplo da figura 5.2. Motores de combustão interna são
exemplos deste tipo de excitação.
Figura 5.2: Exemplo de força periódica.
Força Aleatória: Não descrevem um padrão determinístico que possa ser definido por uma
equação. Para tratar de sistemas excitados por forças aleatórias é necessário utilizar métodos
estatísticos. Fenômenos aeroelásticos são exemplos de sistemas excitados por forças
aleatórias, como forças em asas de aviões, ventos em colunas de pontes, etc.
Vibrações Mecânicas – Prof. Juvenil Jr – 77
Figura 5.3: Exemplo de força periódica.
Força Transitória: caracterizada por uma liberação de energia grande em um intervalo
curto de tempo. Inúmeros exemplos descrevem este tipo de força: explosão, impacto, etc.
Figura 5.4: Exemplo de força periódica.
5.3 Equação de movimento
Considera-se, inicialmente, o sistema mostrado na figura 5.5, onde o corpo está sujeito à
força harmônica externa F(t), com o diagrama de corpo pode-se aplicar a segunda lei de
Newton e obter:
̇ ̈ ( )
Figura 5.5: Um sistema massa-mola-amortecedor.
Diagrama de corpo livre
Vibrações Mecânicas – Prof. Juvenil Jr – 78
Em excitações harmônicas a força ( ) , onde é a amplitude da força e é
a frequência de excitação (em radianos por segundo).
Certifique-se de fazer a distinção entre √
, que é uma propriedade do sistema, e ,
que é uma propriedade da força aplicada ao sistema.
Considerando
,
, e substituindo na equação 5.2, tem-se:
̈
̇
( )
5.4 Resposta de um sistema não amortecido à força harmônica
Antes de estudarmos a resposta de um sistema amortecido, consideramos um sistema
não amortecido sujeito a uma força harmônica, por simplicidade. Se uma força ( )
agir sobre a massa m de um sistema não amortecido, a equação de movimento, equação 3.2,
reduz-se a:
̈ ( )
A solução homogênea dessa equação é dada por:
( ) ( )
onde ( )
é a frequência natural do sistema. Como a força excitadora F(t) é
harmônica, a solução particular ( ) também é harmônica, e tem mesma frequência . Assim,
admitimos uma solução na forma:
( ) ( )
onde X é uma constante que denota máxima amplitude de ( ). Substituindo a equação 5.5
na equação 5.3 e resolvendo para X, tem-se:
.
/
( )
onde ⁄ denota a deflexão da massa sob uma força F0. A solução total ( ( ) ( )
( )) da equação 5.3 torna-se:
( )
( )
Usando as condições iniciais ( ) e ̇( ) ̇ constatamos que:
̇
( )
E, por consequência,
( ) (
) (
̇
)
( )
A máxima amplitude X na equação 5.6 pode ser expressa como:
( ⁄ )
( )
Vibrações Mecânicas – Prof. Juvenil Jr – 79
A quantidade ⁄ representa a razão
entre a amplitude dinâmica e amplitude estática
do movimento e é denominado fator de ampliação,
fator de amplificação ou coeficiente de amplitude.
A variação do coeficiente de amplitude, ⁄ ,
com a razão de frequências ⁄ (equação
5.10) é mostrada na figura 5.6.
Por essa figura, pode-se constatar que há
três tipos de reposta do sistema.
CASO 1: Quando 0 < ⁄ < 1, o denominador da
equação 5.10 é positivo, e a resposta é dada pela
equação 5.5 sem alterações. Diz-se que a
resposta harmônica do sistema ( ) está em fase
com a força externa como mostra a figura 5.7.
CASO 2: Quando ⁄ >1, o denominador da
equação 5.10 é negativo, e a solução em regime
permanente pode ser expressa como:
( ) ( )
onde a amplitude do movimento X é redefinido
para ser uma quantidade positiva como:
.
/
( )
As variações de F(t) e ( ) com o tempo
são mostradas na figura 5.8. Visto que ( ) e F(t)
têm sinais opostos, diz-se que a resposta está
defasada de 180° em relação à força externa.
Além disso, quando ⁄ , . Assim, a
resposta do sistema a uma força harmônica de
frequência muito alta é próxima de zero.
CASO 3: Quando ⁄ =1, a amplitude X dada
pela equação 5.10 ou equação 5.12 torna-se
infinita. Essa condição, para a qual a frequência
forçante é igual à frequência natural do sistema
, é denominado ressonância. Para determinar a
resposta para essa condição, reescrevemos a
equação 5.9 como:
( ) (
̇
)
[
.
/
] ( )
Visto que o último termo dessa equação toma uma forma indefinida para ,
aplicamos a regra de L’Hospital. Assim, a resposta do sistema em ressonância tornar-se:
( ) (
̇
)
( )
Figura 5.6: Fator de amplificação de um
sistema não amortecido.
Figura5.7: Resposta harmônica quando
0<𝜔 𝜔𝑛⁄ < 1.
Figura 5.8: Resposta harmônica quando
𝜔 𝜔𝑛⁄ > 1.
Vibrações Mecânicas – Prof. Juvenil Jr – 80
Podemos ver que a equação 5.14 que, em ressonância, ( ) aumenta indefinidamente. O
último termo da equação 3.15 é mostrado na figura 5.9, pela qual podemos ver que a amplitude
da resposta aumenta linearmente com o tempo.
Figura 5.9: Resposta quando ⁄ = 1.
Exemplo 5.1: Placa de Suporte da uma Bomba
Uma bomba alternativa com 200 N de peso está montada no meio de uma placa de aço de
13,2 mm de espessura, 508 mm de largura e 25400 mm de comprimento, presa por
braçadeiras ao longo de duas bordas, como mostra a figura seguir. Durante a operação da
bomba, a placa é sujeita a uma força harmônica, F(t) = [120 cos (62,5 t)] N. Determine a
amplitude de vibração da placa.
5.5 Resposta de um sistema amortecido à força harmônica
Se a função forçante for dada por ( ) , a equação de movimento torna-se:
̈ ̇ ( )
Espera-se que a solução particular da equação 5.15 também seja harmônica; admitimos
que esteja na forma:
( ) ( ) ( )
onde e são constantes a determinar. e denotam a amplitude e o ângulo de fase da
resposta, respectivamente. Substituindo a equação 5.16 na equação 5.15, chega-se a:
,( ) ( ) ( )- ( )
usando as relações trigonométricas:
( )
( )
na Equação 3.17 e igualando os coeficientes de e em ambos os lados da
equação resultante, obtemos:
,( ) -
,( ) - ( )
13,2 mm
25400 mm
Vibrações Mecânicas – Prof. Juvenil Jr – 81
A solução da equação 5.18 dá:
*, - +
( )
e
0
1 ( )
Inserindo as expressões de X e das equações 5.19 e 5.20 na equação 5.16,obtemos a
solução particular da equação 5.15. A figura 5.10(a) mostra gráficos típicos da função forçante
e resposta (em regime permanente). Os vários termos da equação 5.17 são mostrados sob
forma vetorial na figura 5.10(b).
Figura 5.10: Representação de função forçante e resposta.
Dividindo o numerador e o denominador da equação 5.19 por k e fazendo as seguintes
substituições:
√
√
e
obtemos:
8[ .
/
]
0
1
9
√( ) ( )
( )
e
{
.
/
}
(
) ( )
Como dito na seção 5.4, a quantidade ⁄ é denominada fator de ampliação, fator
de amplificação ou coeficiente de amplitude. As variações de ⁄ e com a razão de
frequências ⁄ e o fator de amortecimento são mostradas na figura 5.11.
(a) Representação gráfica
(b) Representação vetorial
Vibrações Mecânicas – Prof. Juvenil Jr – 82
Figura 5.11: Variação de X e com a razão de frequências r.
As seguintes características do fator de amplificação (M) podem ser observadas pela
equação 5.21 e a figura 5.11(a):
1. Para um sistema não amortecido ( ), a equação 5.21 reduz-se à equação 5.10 e
quando ;
2. Qualquer quantidade de amortecimento ( ) reduz o fator de amplificação (M) para
todos os valores da frequência forçante;
3. Para qualquer valor especificado de r, um valor mais alto de amortecimento reduz o
valor de M;
4. No caso degenerado de uma força constante (quanto r = 0), o valor de M=1;
5. A redução de M na presença de amortecimento é muito significativa na ressonância ou
próximo da ressonância;
6. A amplitude de vibração forçada torna-se menor com valores crescentes da frequência
forçante (isto é, M quando );
7. Para 0 < <
√
, o valor máximo de M ocorre quando:
√ √ ( )
que podemos observar que é mais baixo que a frequência natural não amortecida e a
frequência natural amortecida √ .
8. O valor máximo de X (quando √ ) é dado por:
(
)
√
( )
e o valor de X em , por:
(
)
( )
A equação 5.24 pode ser usada para a determinação experimental da medida do
amortecimento presente no sistema. Se a amplitude máxima da resposta ( ) for
medida durante um teste de vibração, o fator de amortecimento do sistema pode ser
determinado usando-se a equação 5.24. Ao contrário, se a quantidade de
amortecimento for conhecida, pode-se fazer uma estimativa da máxima amplitude de
vibração.
As seguintes características do ângulo de fase podem ser observadas pela equação 5.22
e a figura 5.11(b):
1. Para um sistema não amortecido ( ), a equação 5.22 mostra que o ângulo de fase
é 0 para 0< r < 1 e 180° para r>1. Isso implica que a excitação e a resposta estão em
fase para 0 < r < 1 e fora de fase para r > 1 quando ;
Vibrações Mecânicas – Prof. Juvenil Jr – 83
2. Para e 0 < r < 1, o ângulo de fase é dado por 0 < < 90°, o que implica que a
resposta se atrasa em relação à excitação;
3. Para e r > 1, o ângulo de fase é dado por 90° < < 180°, o que implica que a
resposta se adianta em relação à excitação;
4. Para e r = 1, o ângulo de fase é dado por , o que implica que a diferença
de fase entre a excitação e a resposta é 90°;
5. Para e valores grandes de r, o ângulo de fase aproxima-se de 180°, o que
implica que a resposta e a excitação estão fora de fase.
5.5.1 Resposta total
A solução completa é dada por ( ) ( ) ( ) é dada pela equação 3.13. Assim,
para um sistema sub-amortecido, tem-se:
( )
( ) ( ) ( )
onde são dados pela equações 5.21 e 5.22, respectivamente, e podem ser
determinados pelas condições iniciais. Para as condições iniciais, ( ) e ̇( )
̇ , a equação 5.26 dá:
̇ ( )
Exemplo 5.2: Resposta total de um sistema
Determine a resposta total de um sistema com um grau de liberdade com m=10 kg, c=20
Ns/m, k= 4000 N/m, x0 = 0,01 m, ̇ =0 sob as seguintes condições:
a) Uma força externa ( ) age sobre o sistema com F0= 100 N, .
b) Vibração livre com ( ) .
Exemplo 5.3:
O pistão de 45 kg mostrado na figura é suportado por uma mola de rigidez k = 35 kN/m. Um
amortecedor com coeficiente de amortecimento c = 1.250 Ns/m atua em paralelo com a mola.
Uma pressão flutuante p = 4.000 sen 30t, expressa em Pa, atua sobre o pistão, cuja área de
superfície superior é de 50 (10-3) m². Determine o deslocamento no regime estacionário em
função do tempo e a força máxima transmitida à base.
Exemplo 5.4:
Determine a amplitude x do movimento em regime permanente da massa de 10 kg se (a)
c=500 Ns/m e (b) c=0.
Vibrações Mecânicas – Prof. Juvenil Jr – 84
Exemplo 5.5:
Uma máquina com 45 kg é montada em cima de um isolador não-amortecido composto por
quatro molas em paralelo com rigidez de em cada mola. Quando opera a uma
velocidade de 32 Hz, a amplitudes em regime permanente é medida a partir de um teste
experimental e corresponde a 1.5mm. Qual a magnitude da força que excita esta máquina
nesta velocidade?
5.6 Resposta de um sistema amortecido a movimento harmônico de base
Às vezes, a baseou o suporte de um sistema massa-mola-amortecedor sofre movimento
harmônico, como mostra a figura 5.12.
Figura 5.12: Excitação de base.
Seja y(t) o deslocamento da base e x(t) o deslocamento da massa em relação à sua
posição de equilíbrio estático no tempo t. Então, a elongação líquida da mola é x – y e a
velocidade relativa entre as duas extremidades do amortecedor é ̇ ̇. Pelo diagrama de
corpo livre mostrado na figura 3.12(b), obtemos a equação de movimento:
̈ ( ̇ ̇) ( ) ( )
Se ( ) , a equação 5.28 torna-se:
̈ ̇ ̇ ( ) ( )
onde √ ( ) e 0
1. Isso mostra que fornecer excitação à base equivale
a aplicar uma força harmônica de magnitude A à massa. A resposta em regime permanente da
massa, ( ), pode ser expressa como:
( )
√ ( )
,( ) ( ) -
( ) ( )
onde
.
/
Usando identidades trigonométricas, a equação 5.29 pode ser reescrita de uma forma
mais conveniente como:
( ) ( ) ( )
onde X e são dados por:
6
( )
( ) ( )
7
6
( )
( ) ( )
7
( )
e
Vibrações Mecânicas – Prof. Juvenil Jr – 85
6
( ) ( )
7 6
( )
7 ( )
A razão entre a amplitude da resposta ( ) e a do movimento da base movimento
( ) ⁄ , é denominada transmissibilidade de deslocamento. As variações de ⁄ e ,
dadas pelas equações 5.31 e 5.32, são mostradas nas figuras 5.13 (a) e (b), respectivamente,
para diferentes valores de r e .
Figura 5.13: Variações de e com r.
Os seguintes aspectos da transmissibilidade de deslocamento, ⁄ , podem ser
observados na figura 3.15(a):
1. O valor de é unitário em r = 0 e próximo à unidade para pequenos valores de r;
2. Para um sistema não amortecido ( ), em ressonância (r = 1);
3. O valor de é menor que a unidade ( ) para valores de r > √ (para qualquer quantidade
de amortecimento );
4. O valor de para todos os valores de em r = √ ;
5. Para r < √ , fatores de amortecimento menores levam a valores maiores de . Por outro lado,
para r > √ , valores menores do fator de amortecimento levam a valores menores de
6. A transmissibilidade de deslocamento, , atinge um máximo para 0 < < 1 à razão de
frequências r = rm < 1 dada por:
0√ 1
( )
5.6.1 Força transmitida
Na figura 5.12, uma força, F, é transmitida para a base ou suporte devido às reações da
mola e do amortecedor. Essa força pode ser determinada como:
( ) ( ̇ ̇) ̈ ( )
Pela equação 5.30, a equação 5.34 pode ser escrita como:
( ) ( ) ( )
onde FT é amplitude ou valor máximo da força transmitida à base dada por:
6
( )
( ) ( )
7
( )
A razão .
/ é conhecida como transmissibilidade de força. Observe que a força
transmitida está em fase como movimento da massa x(t). A variação da força transmitida à
base com a razão de frequências r é mostrado na figura 5.14 para diferentes valores de .
Vibrações Mecânicas – Prof. Juvenil Jr – 86
Figura 5.14: Transmissibilidade de força.
5.6.2 Movimento relativo
Se z = x – y denotar o movimento da massa em relação à base, a equação de
movimento, equação 5.28, pode ser reescrita como:
̈ ̇ ̈ ( )
A solução em regime permanente da equação 5.37 é dada por:
( )
( )
,( ) ( ) -
( ) ( )
onde
√( ) ( )
√( ) ( )
( )
e
.
/ (
)
A razão é mostrada em gráfico na figura 5.15. A variação de é a mesma que a de
mostrada na figura 5.11(b).
Figura 5.15: Variação de com a razão de frequências r.
Vibrações Mecânicas – Prof. Juvenil Jr – 87
Exemplo 5.6:
A figura abaixo mostra um modelo simples de um veículo automotor que pode vibrar no
sentido vertical quando percorre uma estrada irregular. O veículo tem 1.200 kg de massa. O
sistema de suspensão tem constante elástica de 400 kN/m e fator de amortecimento de =0,5.
Se a velocidade do veículo for 20 km/h, determine a amplitude de deslocamento do veículo. O
leito da estrada apresenta variação senoidal com uma amplitude de Y=0,05 m e comprimento
de onde de 6 m.
Exemplo 5.7: Máquina sobre fundação resiliente
Uma máquina pesada, com 3.000N de peso, está apoiada sobre uma fundação resiliente. A
deflexão estática da fundação devido ao peso da máquina foi determinada como 7,5 cm.
Observa-se que a máquina vibra com uma amplitude de 1 cm quando a base da fundação é
sujeita a oscilação harmônica na frequência natural não amortecida do sistema com uma
amplitude de 0,25 cm. Determine (a) a constante de amortecimento da fundação, (b) a
amplitude da força dinâmica na base e (c) a amplitude do deslocamento da máquina em
relação à base.
5.7 Resposta de um sistema amortecido ao desbalanceamento rotativo
O desbalanceamento de máquinas rotativas é uma das principais causas de vibração.
Um modelo simplificado de tal máquina é mostrado na figura 5.16.
A massa total da máquina é M, e há duas
massas excêntricas m/2 que giram em sentidos
opostos com uma velocidade angular constante .
A força centrífuga ( ) devido a cada
massa causará excitação da massa M.
Consideramos duas massa iguais m/2 girando em
sentidos opostos para que as componentes
horizontais de excitação das duas massas cancelem-
se mutuamente. Todavia, as componentes verticais
da excitação somam-se e agem ao longo do eixo de
simetria A – A na figura 5.16. Se a posição angular
das massas for medida em relação a uma posição
horizontal, a componente vertical total da excitação é
sempre dada por ( ) . A equação de
movimento pode ser derivada pelo procedimento
usual:
̈ ̇ ( )
A solução dessa equação também pode ser
expressa como:
Figura 5.16: Massas desbalanceadas em
rotação.
Vibrações Mecânicas – Prof. Juvenil Jr – 88
( ) ( )
onde
,( ) ( ) -
( )
e
.
/ ( )
Definindo e as equações 5.41 e 5.42 podem ser reescritas como:
,( ) ( ) -
( )
e
(
) ( )
A variação de
com r para valores diferentes é mostrada na figura 5.15. Por outro
lado, o gráfico de em relação a r permanece como na figura 5.11.
Exemplo 5.8: Turbina hidráulica Francis
O diagrama esquemático de uma turbina hidráulica Francis é mostrado na figura a seguir, no
qual a água escoa de A, passa pelas pás B e desce até a pista de descarga C. O rotor tem
uma massa de 250 kg e um desbalanceamento ( ) de 5 kg.mm. A folga radial entre o rotor e
o estator é 5 mm. A turbina funciona na faixa de velocidade de 600 a 6.000 rpm. Pode-se
admitir que o eixo de aço suporta o rotor. Está fixado nos mancais. Determine o diâmetro do
eixo de modo que o rotor fique sempre afastado do estator em todas as velocidades de
operação da turbina. Suponha que o amortecimento seja desprezível.
Exemplo 5.9:
Um motor com 100 kg está apoiado em quatro molas, cada uma com constante de rigidez
igual a 90 kN/m, e está ligado ao solo por um amortecedor com coeficiente de amortecimento
c = 6500 Ns/m.O motor é obrigado a mover-se verticalmente, e a amplitude da vibração do
motor é de 2,1 mm a uma velocidade de 1200 rpm. Sabendo que a massa do rotor é de 15 kg,
determine a distância entre o centro de massa do rotor e o eixo de rotação.
Exemplo 5.10:
Um motor de 9 kg é suportado por quatro molas, cada uma de constante 20 kN/m. O motor é
forçado a mover-se verticalmente e a amplitude observada de seu movimento é de 1,2 mm a
uma velocidade de 1200 rpm. Sabendo que a massa do rotor é 2,5 kg, determine a distância
entre o centro de massa do rotor e o eixo da árvore (e).
Vibrações Mecânicas – Prof. Juvenil Jr – 89
Exemplo 5.11:
Um motor pesa 1500 N e está apoiado por quatro molas, cada uma com constante de rigidez
igual a 120 kN/m. O desequilíbrio do motor é equivalente a uma massa de 50 g colocada a
200 mm do eixo de rotação. Sabendo que o motor é obrigado a mover-se verticalmente,
determine a amplitude de vibração do motor à velocidade de 1200 rpm.
5.8 Vibração forçada com amortecimento Coulomb
Para um sistema com um grau de liberdade com amortecimento Coulomb ou por atrito
seco, sujeito a uma força harmônica ( ) como na figura 5.17:
Figura 5.17: Sistema com um grau de liberdade e amortecimento Coulomb.
A equação de movimento é dada por:
̈ ( ) ( )
onde o sinal da força de atrito ( ) é positivo (negativo) quando a massa movimenta-se
da esquerda para a direita (da direita para esquerda). A solução exata da equação 5.45 é bem
complicada. Todavia, podemos esperar que, se a força de amortecimento por atrito seco for
grande, o movimento da massa será descontínuo. Por outro lado, se a força de atrito seco for
pequena em comparação com a amplitude da força aplicada F0, espera-se que a solução em
regime permanente seja aproximadamente harmônica. Nesse caso, podemos determinar uma
solução da equação 5.45 determinando um fator de amortecimento viscoso equivalente.
Para determinar tal fator, igualamos a energia dissipada devido ao atrito seco à energia
dissipada por um amortecedor viscoso equivalente durante um ciclo de movimento completo.
Se denotarmos a amplitude de movimento por X, a energia dissipada pela força de atrito em
um quarto de ciclo é . Por consequência, em um ciclo completo, a energia dissipada por
amortecimento por atrito seco é dada por:
( )
Se denominarmos a constante de amortecimento viscoso equivalente por ceq, a energia
dissipada durante um ciclo completo será:
( )
Igualando as equações 5.46 e 5.47, obtém-se:
( )
Assim, a resposta em regime permanente é dada por:
( ) ( ) ( )
onde a amplitude X pode ser determinada através da equação:
0( ) ( )
1
( ⁄ )
[.
/
.
/
]
( )
Vibrações Mecânicas – Prof. Juvenil Jr – 90
com
( )
Substituindo a equação 5.51 na equação 5.50, tem-se:
0( ) ( )
1
( ⁄ )
[.
/
.
/
]
( )
Como já dito anteriormente, a equação 5.52 só pode ser usada se a força de atrito for
pequena em comparação com F0. Na verdade, o valor-limite da força de atrito pode ser
determinado pela equação 5.52. Para evitar valores imaginários de X, precisamos ter:
(
)
O ângulo de fase que aparece na equação 5.49 pode ser determinado pela equação:
.
/ [
] {
} ( )
Exemplo 5.12: Sistema massa-mola com amortecimento Coulomb
Um sistema massa-mola com 10 kg de massa e uma mola de rigidez de 4000N/m vibra sobre
uma superfície horizontal. O coeficiente de atrito é 0,12. Quando sujeito a uma força
harmônica de frequência 2 Hz, constata-se que a massa vibra a uma amplitude de 40 mm.
Determine a amplitude da força harmônica aplicada à massa.
Exercícios
79. O instrumento está centrado uniformemente sobre uma plataforma P, que por sua vez é
suportada por quatro molas, cada uma com rigidez de 130 N/m. Se o piso está sujeito a uma
vibração de 7 Hz, com amplitude de deslocamento vertical de 0,05m, determine a amplitude do
deslocamento vertical da plataforma e instrumento. A massa total da plataforma e instrumento
é de 8,2 kg.
80. Um motor pesando 1.750 N está apoiado em quatro molas, cada uma tendo constante de
150 kN/m. O desbalanceamento do rotor é equivalente a um peso de 0,3 N localiza a 0,15 m do
eixo de rotação. Sabendo-se que o motor é obrigado a mover-se verticalmente, determinar (a)
a frequência em RPM em que ocorrerá ressonância, (b) a amplitude da vibração do motor na
frequência de 1200 RPM.
Vibrações Mecânicas – Prof. Juvenil Jr – 91
81. Um cilindro de 5 kg esta suspenso por uma mola de constante igual a 320 N/m e esta
submetido a uma força periódica vertical F=Fm sen wt, onde Fm= 14N. Determine a amplitude
do movimento do cilindro para (a) w = 6 rad/s e (b) w = 12 rad/s.
82. Um peso de 50 N esta suspenso por uma mola de rigidez 4000 N/m e sujeito a uma força
harmônica de amplitude 60 N e frequência 6 Hz. Determine:
(a) A extensão da mola devido ao peso suspenso;
(b) O deslocamento estático da mola devido à máxima força aplicada;
(c) A amplitude de movimento forçado do peso.
83. Um bloco de 50 kg está ligado a uma mola de constante k= 20 kN/m e pode se mover sem
atrito em uma fenda vertical como mostrado na figura. Sobre ele atua uma força periódica de
intensidade P = Pm sen , onde =18rad/s. Sabendo que a amplitude do movimento é de 3
mm, determine Pm.
84. Um sistema massa-mola com m = 10kg e k = 5000N/m esta sujeito a uma força harmônica
de amplitude 250 N e frequência w. Se for constatado que a amplitude máxima da massa é 100
mm, determine o valor de w.
85. Considere um sistema massa-mola com k= 4.000 N/m e m = 10 kg sujeito a uma força
harmônica F(t) = 400 cos 10t N. Determine a resposta total do sistema as seguintes condições
iniciais:
a) ̇
b) ̇ ;
c) ̇ .
86. Um sistema massa-mola com amortecimento viscoso é excitado por uma força harmônica
de amplitude constante F0 mas frequência que varia lentamente w. Se observa que a amplitude
do movimento em regime permanente decresce por um fator de 10 quando se faz variar a
razão entre frequências w/wn de 1 para 2, determine a taxa de amortecimento ζ do sistema.
87. Um cursor de 5 kg pode deslizar sobre uma barra horizontal sem atrito e está ligado a uma
mola de constante 550 N/m. Sobre ele atua uma força periódica de intensidade P = Pm sen ,
onde Pm= 15 N. Determine a amplitude do movimento do cursor se (a) w= 5 rad/s, (b) w= 10
rad/s.
88. O bloco de massa igual 45 kg é suspenso por duas molas, cada uma de rigidez k = 200
N/m, e é acionado pela força F = [75 cos(15t)] N, onde t é o tempo em segundos. Determine a
amplitude X do movimento em regime permanente se o coeficiente de amortecimento viscoso c
é (a) 0 e (b) 60 Ns/m.
Vibrações Mecânicas – Prof. Juvenil Jr – 92
89. Um motor com 100 kg está apoiado em quatro molas, cada uma com constante de rigidez
igual a 90 kN/m, e está ligado ao solo por um amortecedor com coeficiente de amortecimento c
= 6500Ns/m. O motor é obrigado a mover-se verticalmente, e a amplitude da vibração do motor
é de 2,1mm a uma velocidade de 1.200 RPM (seis polos).
Sabendoque a massa do rotor é de 15 kg, determine a distância entre o centro de massa do
rotor e o eixo de rotação.
90. Para o sistema mostrado abaixo, determine o valor necessário para o coeficiente de
amortecimento c se a amplitude em regime estacionário não exceder 75mm. Utilize a w=6
rad/s.
91. Um motor pesa 1.472N e está apoiado por quatro molas, cada uma com uma constante de
rigidez k = 120 kN/m. O desequilíbrio do motor é equivalente a uma massa de 30g colocada a
150mm do eixo de rotação. Sabendo que o motor é obrigado a mover-se verticalmente,
determine (a) a velocidade em RPM para a qual ocorre a ressonância, (b) a amplitude de
vibração do motor à velocidade de 1.200 RPM.
92. Um motor com 15 kg está apoiado em 4 molas cada uma com k=45 kN/m e o desequilíbrio
do motor é equivalente a uma massa de 20g situada a 125 mm do eixo de rotação. Sabendo
que o motor é forçado a mover-se verticalmente, determine a amplitude de vibração do motor
em regime estacionário a uma velocidade 1500 RPM, admitindo que:
a) Não existe amortecimento, c=0;
b) Se ζ =1,3.
93. Um sistema massa-mola consiste em uma massa que pesa 100 N e uma mola cuja rigidez
é 2.000 N/m. A massa está sujeita a ressonância por uma força harmônica F(t) = 25 cos t N.
Determine a amplitude do movimento forçado no final de:
a)
ciclo;
b)
ciclos;
c)
ciclos.
94. Considere um sistema massa-mola-amortecedor com k = 4.000 N/m, m = 10 kg e c = 40
Ns/m. Determine a resposta em regime permanente e as respostas totais do sistema sob a
força harmônica F(t) = 200 cos 10t N e as condições iniciais ̇
95. Um automóvel com motor de quatro cilindros deve ser apoiado sobre três suportes
amortecedores, como indicado na figura. O conjunto do bloco do motor pesa 500 lb. Se a força
desbalanceada gerada pelo motor for dada por 200 sen 100t lb, calcule os três suportes
amortecedores (cada um com rigidez k e constante de amortecimento viscoso c), de modo tal
que a amplitude de vibração seja menos que 0,1 in.
Vibrações Mecânicas – Prof. Juvenil Jr – 93
96. Para um sistema vibratório, m = 10 kg, k = 2500 N/m e c = 45 Ns/m. Uma força harmônica
de amplitude 180 N e frequência 3,5 Hz age sobre a massa. Se o deslocamento e a velocidade
iniciais da massa são 15 mm e 5 m/s, determine a solução completa que representa o
movimento da massa.
97. O trem de aterrisagem de um avião pode ser idealizado como o sistema massa-mola-
amortecedor mostrado na figura. Se a superfície da pista for descrita por y(t) = y0 cos t,
determine os valores de k e c que limitam a amplitude de vibração do avião (x) a 0,1 m.
Suponha m = 2.000 kg, y0 = 0,2 m e = 157,08 rad/s.
98. Se o solo estiver sujeito a um deslocamento harmônico horizontal com frequência = 200
rad/s e amplitude Xg = 15 mm na figura, determine a amplitude de vibração do piso (massa m).
Suponha que a massa do piso seja 2.000 kg e a rigidez das colunas é 0,5 MN/m.
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99. Um compressor de ar de um cilindro com 100 kg de massa está montado sobre suporte de
borracha, como mostra a figura. As constantes de rigidez e amortecimento dos suportes de
borracha são dadas por 106 N/m e 2000 Ns/m, respectivamente. Se o desequilíbrio do
compressor for equivalente à massa de 0,1 kg localizada na extremidade da manivela (ponto
A), determine a resposta do compressor à velocidade da manivela de 3000 rpm. Suponha que r
= 10 cm e l = 40 cm.
100. Um sistema massa – mola está sujeito a amortecimento Coulomb. Quando é aplicada
uma força harmônica de amplitude 120 N e frequência 2,5173268 Hz, constata-se que o
sistema oscila com uma amplitude de 75 mm. Determine o coeficiente de atrito seco se m = 2
kg e k = 2.100 N/m.
Vibrações Mecânicas – Prof. Juvenil Jr – 95
Anexo I – Tabelas
Propriedades físicas de alguns materiais de engenharia
Material
Módulo de
Elasticidade E
Módulo de Rigidez
G
Densidade em
massa
Ligas de Alumínio 71,7 GPa 26,8 GPa 2,8 Mg/m³
Cobre 120,7 GPa 44,7 GPa 8,9 Mg/m³
Ferro Fundido
Cinzento
103,4 GPa 5,9 GPa 7,2 Mg/m³
Ferro Fundido Dúctil 168,9 GPa 9,4 GPa 6,9 Mg/m³
Aço-carbono 206,8 GPa 11,7 GPa 7,8 Mg/m³
Aço Inoxidável 189,6 GPa 10,7 GPa 7,8 Mg/m³
Fonte: Projeto de Máquinas. Autor: Robert L. Norton. Pag. 846.
Momento de Inércia
Seção Momento de Inércia
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