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FACULDADE EVANGÉLICA DE CERES CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA RELATO DE EXPERIÊNCIA ANÁLISE BIOMECÂNICA DA TÉCNICA DO LANCE LIVRE NO BASQUETE GRASIELE RIBEIRO DE OLIVEIRA KAMILLA MENDES DE BESSA RAYANE GONÇALVES DE OLIVEIRA 6º PERÍODO CERES 2017/2 GRASIELE RIBEIRO DE OLIVEIRA KAMILLA MENDES DE BESSA RAYANE GONÇALVES DE OLIVEIRA RELATO DE EXPERIÊNCIA ANÁLISE BIOMECÂNICA DA TÉCNICA DO LANCE LIVRE NO BASQUETE Relato de Experiência da Prática Supervisionada Integrada II apresentado ao Curso de Bacharelado em Educação Física da FACULDADE EVANGÉLICA DE CERES, como requisito parcial para obtenção de média avaliativa no componente curricular sob orientação do prof. Fernando Pires. CERES 2017/2 SUMÁRIO 1. Introdução .................................................................................... 04 2. Objetivos ...................................................................................... 07 3. Metodologia ................................................................................. 07 4. Resultados ................................................................................... 08 4.1. Fase Preparatória ................................................................. 08 4.2. Fase Principal ....................................................................... 09 4.3. Fase Final .............................................................................. 09 5. Considerações Finais ................................................................... 11 6. Referências Bibliográficas ............................................................ 12 7. Apêndices ..................................................................................... 13 4 1. INTRODUÇÃO Existem várias definições de Biomecânica. Diversos autores têm vindo a propor diferentes definições para esta ciência, que é o mesmo que dizer que perfilham diferentes perspectivas quanto ao seu papel no domínio da investigação na área das atividades físicas. O termo, biomecânica combina com o prefixo “bio”, de biológico que significa vida, ou seja, relativo aos seres vivos e, “mecânica”, que é o estudo da ação das forças. Logo, a partir da análise morfológica da palavra, a Biomecânica será a aplicação dos princípios da Mecânica aos seres vivos (SUSAN, 2016). Hay (1978) descreve a Biomecânica como sendo a ciência que estuda as forças internas e externas que atuam no corpo humano e os efeitos produzidos por essas forças. Ou seja, esta nada mais é que uma adaptação da definição de mecânica aplicada a sistemas biológicos, neste caso o corpo humano. Segundo Susan (2016), as forças internas são as forças produzidas pelos músculos e as forças externas são as forças que atuam sobre o corpo onde representa os parâmetros de determinação quantitativa ou qualitativa referentes às mudanças de lugar e de posição do corpo, ou seja, refere-se às características observáveis exteriormente na estrutura do movimento. Por sua vez, McGinnis (1999), refere que será integrado na Biomecânica interna o estudo dos biomateriais, do sistema esquelético, do sistema nervoso e, do sistema muscular. Ainda o mesmo autor, integra na Biomecânica externa o estudo da cinética linear e angular, da cinemática linear e angular, do equilíbrio e, da mecânica dos fluídos. O Basquetebol, um desporto criado por James Naismith em 1891 nos Estados Unidos e trazido para o Brasil pelo professor de História da Arte do colégio Mackenzie de São Paulo, Augusto Shaw; durante décadas sofreu várias modificações estruturais e fisiológicas, e, na contemporaneidade caracteriza-se por ser um jogo coletivo, de oposição constante entre ataque e defesa e de cooperação dos companheiros de equipe (OLIVEIRA, 2012). Também é composto por habilidades específicas, em sua maioria intermitente, mas, alternando-se com momentos contínuos, onde companheiros de equipe, adversários, limites de tempo e espaço determinam uma imprevisibilidade, 5 tornando-o um dos esportes mais dinâmicos e variados do mundo esportivo (MORENO, 1998). O Basquetebol constitui-se de um desporto coletivo, que reúne uma série de habilidades técnicas chamadas de fundamentos ou gestos técnicos, e que constituem a base para a prática do jogo, deve-se obedecer aos princípios, às diretrizes pedagógicas e às regras de aprendizagem que sejam consequência de uma teorização da problemática por parte de quem ensina, sob a influência de parâmetros que condicionam a eficiência do movimento humano. Um desses fundamentos é o Lance Livre que é um tipo de arremesso onde este tem por particularidade ser realizado após a equipe adversária ser penalizada por alguma infração a regra, onde o executante tem a permissão de realizar a cobrança de lances consecutivos, sem marcação ou a possibilidade de interceptação. Realizado na linha de lances-livres (OLIVEIRA, 2013). Desta forma, o refinamento da técnica é primordial à execução de uma boa performance e a habilidade específica de cada jogador, em cada posição/função na quadra, no momento de uma partida, pois, a fundamentação técnica também se baseia no processo de aprendizagem e desenvolvimento de algumas competências mínimas para o desempenho da modalidade (OLIVEIRA, 2012). Um lance livre é uma oportunidade dada a um jogador para marcar um ponto, sem marcação, de uma posição atrás da linha de lance livre e dentro do semicírculo. Uma série de lances livres é definida como todos os lances livres e ou a posse de bola subsequente resultantes de uma única penalidade de falta (ÁVILA; PIOVESAN, 2010). Para executar o lance livre de forma sucinta o jogador deve ter os dois pés apoiados no chão da quadra onde os pés devem estar afastados exatamente da largura dos ombros. O pé da mão que estará executando o arremesso deverá estar ligeiramente à frente do outro pé, com a sola inteira do pé descansando no chão, conseguindo desta forma ter uma base de equilíbrio. Em seguida o jogador irá flexionar os joelhos, quadril e tronco, e se inclinar para frente com a bola em mãos. A mão que irá arremessar a bola deve estar sob a cabeça em direção à cesta, a bola deve ser apoiada com os dedos apontando para cima, a palma da mão não deve tocar a bola durante a preparação para o arremesso de forma que o jogador controle a bola usando os dedos e o polegar. O cotovelo da mão que 6 irá arremessar a bola deve estar flexionado em um ângulo reto entre o antebraço e o braço, a outra mão deve ser colocada na lateral da bola para direcionar o arremesso. Para arremessar pule sem tirar os pés do chão e faça uma extensão do joelho para impulsionar a bola. Empurre a bola para cima com a mão que irá arremessar fazendo também uma extensão de cotovelos e quadril, em seguida, solte a bola e deixe o cotovelo reto e exerça força com o punho de forma que a bola forme um arco e não chegue à cesta em linha reta. A mão que a arremessou deve dobrar e ficar apontada para baixo, finalizando o movimento de arremesso (GALILUA, 2016). A imagem a seguir ilustra passo a passo a execução do arremesso lance livre. Fonte: google.com/imagens/free throw. Assim, iremos analisar detalhadamente o movimento de forma biomecânica da técnica do lance livre no Basquetebol, sendo ele umesporte mundialmente difundido e praticado. Neste ainda será apresentado diferentes fases do lance livre com seus respectivos objetivos, desde o início até o final de cada movimento executado, enfatizando também o aspecto anatômico, destacando em detalhes os músculos e as articulações envolvidas. O presente trabalho envolve as ACADÊMICAS Grasiele Ribeiro de Oliveira, Kamilla Mendes de Bessa e Rayane Gonçalves de Oliveira que cursam o 6º período Bacharel em Educação física onde foram orientadas pelo PROF.º 7 Fernando Pires, o tema do mesmo foi escolhido de uma forma conjunta para que no decorrer deste relato de experiência pudéssemos ter um diálogo eficaz e buscar novos conhecimentos por esse movimento do lance livre utilizando a biomecânica, sendo este esporte o basquetebol que é pouco difundido pelo país. 2. OBJETIVOS Objetivo Geral: Analisar e compreender através da biomecânica uma melhor técnica para conseguir executar de forma eficaz o lance livre. Objetivos Específicos: Compreender o posicionamento e postura durante o arremesso do lance livre; Identificar as articulações e os músculos envolvidos. 3. METODOLOGIA O relato de experiência foi realizado sob forma descritiva qualitativa onde observamos e analisamos passo a passo cada movimento realizado do início ao fim da execução do fundamento arremesso do basquetebol, relacionado ao lance livre através de fontes secundárias, tais como, pesquisas bibliográficas utilizando sites e livros relacionados à área da biomecânica e do basquetebol. A análise da execução do arremesso, o lance livre, foi realizada através de 3 fases: Fase Preparatória ou de Contra-Movimento, Fase Principal ou Produção de Força e a Fase Final, Recuperação. 8 4. RESULTADOS Para poder compreender a análise técnica utilizamos o método baseado no estudo biomecânico realizado pelo professor Micael Tolosa Morales em 2011, onde ele separa os movimentos em 3 fases, o que ele detalha da seguinte maneira. 4.1. Fase Preparatória ou de Contra-Movimento Esta fase começa com o jogador em uma posição direta, a bola é mantida com a ponta dos dedos. O cotovelo da mão de lançamento deve ser flexionado em um ângulo o mais próximo possível de 90 graus. Para gerar força no lançamento é necessário realizar uma flexão do joelho, antes de jogar a bola. Este gesto (flexão do joelho) é o ponto final da primeira fase. Articulações envolvidas: Escápulo-Umeral (Articulação do Ombro), Extensão Radial e Epicondilar no plano sagital (Articulação do Cotovelo), Articulação Acrômio-Clavicular (Ombro), Articulação do Joelho, Articulação do Pescoço, Articulação do Tornozelo e a Articulação do Quadril. Músculos envolvidos: Deltóides, Tríceps, Bíceps, Isquíotibiais, Glúteo Máximo e Tibial Anterior. Observa-se que esta fase não é de grande complexidade técnica, pois a performance pode ser realizada à velocidade que melhor convieria 9 .Nesta fase o atleta deve estar posturalmente preparado para que mecanicamente ele possa jogar a bola o mais eficiente possível. 4.2. Fase Principal ou Produção de Força O início desta fase é dado pela elevação da bola sobre os ombros e o vértice. O lançador flexiona os ombros para cima, o mesmo acontece com o pulso, enquanto o cotovelo faz uma extensão. Articulações envolvidas: Articulação Patelar (Articulação do Joelho), Junção escapo-humeral (Articulação do Ombro), extensão radial e epicondilar no plano sagital (Articulação do Cotovelo), Articulação do Pescoço e flexão Acrômio-Clavicular (Articulação Do Ombro). Músculos envolvidos: Deltoíds, Tríceps, Bíceps e Quadríceps. Nesta fase, o atleta porcura projetar o lance com as mãos em direção à cesta, preparar a transferência de força para jogar a bola e procurar a precisão e a altura exata. 4.3. Fase Final, Recuperação. Esta fase começa no momento exato em que a bola deixa de entrar em contato com os dedos e termina com o pouso no chão. 10 Articulações envolvidas: Ombro (realiza uma extensão de 60º aproximadamente), Cotovelo (realiza uma hiper-extensão de aproximadamente 180º), Punho (extensão de aproximadamente 60º), Pescoço (hiper-extensão), além de uma extensão completa da articulação radial e epicondilar (Cotovelo) no plano sagital e uma ligeira flexão da articulação acrômio-clavicular (Ombro) (aproximadamente120º), Articulação do Tornozelo. Músculos envolvidos: Bíceps, Tríceps, Cubital encontrado nos flexores do Antebraço, Trapézio, Palmar maior e menor, Extensores dos dedos e Peitoral Maior, Gastrocnêmios e Sóleo. Nesta fase, o atleta procura jogar a bola com precisão e eficiência na cesta. De acordo com o movimento realizado durante todas as fases de execução, para que haja uma melhor eficiência no fundamento arremesso, o lance livre, o atleta deve ter de início uma grande concentração, respirando fundo de forma que possa esquecer tudo que está a sua volta, estar em uma postura eficiente, preparar a transferência de força para enfim arremessar a bola com precisão e com uma altura exata, fazendo que a bola vá em direção à cesta através de uma parábola atingindo a região superior da cesta concretizando o ponto, a habilidade e posição correta do atleta são também de extrema importância devido alguns atletas serem mais apteis ao lance livre tendo estes técnicas para uma melhor realização do arremesso. 11 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Neste Relato de Experiência verificamos que o conhecimento da técnica de um esporte hoje em dia é fundamental para poder maximizar o desempenho. Por outro lado, acontece com atletas e treinadores que não conhecem a importância da biomecânica do gesto técnico e está tem uma extrema importância, pois eles não possuem uma ferramenta fundamental para melhorar ou ver onde eles não estão conseguindo atingir seu objetivo que é conseguir acertar o centro do cesto. A técnica do lance livre no basquete é reconhecida por todos os atletas que a praticam a nível recreativo, escolar e profissional, mas a grande maioria não possui o conhecimento de sua análise detalhada, desde este ponto de vista, a biomecânica é fundamental para poder compreender a técnica em todos os seus aspectos. Ao dividir o gesto em fases o atleta pode ter maiores possibilidades de progressos mais concretos, pois terão a possibilidade de ensaiar a técnica em partes e a mecanização do movimento será mais viável. A descrição que Tolosa faz em sua é a que mais se aproxima da nossa opinião, que descreve o movimento em 3 fases claramente determinadas. Do mesmo modo, com base nessas três fases, conseguimos aprofundar e ser mais específicos para determinar qual poderia ser o objetivo geral de desempenho do gesto completo e os propósitos mecânicos que cada uma das fases tem, assim teremos uma visão completa de tudo o que precisamos saber no momento de poder treinar esta técnica. Contudo, o presente relato contribuiu a nós acadêmicas do curso bacharel em educação física, melhores formas de como analisar uma técnica do basquetebol e entender de forma mais clara os aspectos envolvidos para obter uma ampla eficiência na concretização do arremesso lance livre. 12 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ÁVILA, G. M. PIOVESAN, A. J. Regras oficiais de basquetebol. Departamento de arbitragem CBB. Porto Rico, abril, 2010. BARBOSA, T. Departamento de ciências do desporto e educação física. Introdução à Biomecânica. Disponível em: http://www.ipb.pt. FIBA. Documento FIBA Official Rules. p. 54, 2000. GALILUA. A melhor técnicade lance livre.YouTube. 29, jan. 2016.Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=uTT8Q2oQQNo. Acesso em: 22 nov. 2017. HAY, J. The Biomechanics of Sports Techniques. Prentice-Hall. Englewoo Cliffs, N.J.1978. MC GINNIS, P. Biomechanics of Sports and Exercise. Human Kinetics. Champaign, IL, 1999. MORENO, J. H. Baloncesto. Iniciación y entrenamiento. Barcelona, Paidotribo, 1998. OLIVEIRA, José Eduardo C. de. Basquetebol. Aspectos Históricos e Funcionais. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, ano 17, n. 174, nov. 2012. Disponível em: http://www.efdeportes.com/efd174/basquetebol-aspectos- historicos-e-funcionais.htm. OLIVEIRA, José Eduardo C. de. Os fundamentos técnicos do basquetebol. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, ano 18, Nº 183, Agos. 2013. Disponível em: http://www.efdeportes.com/efd183/os-fundamentos-tecnicos-do- basquetebol.htm. SUSAN, T. H. Biomecânica básica. 7ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. TOLOSA, M. Prática 4, Biomecânica das técnicas esportivas, 2ª Ciência da atividade física e do esporte, 2011. 13 7. APÊNDICES