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Fraturas da Cabeça do Rádio e Olécrano R4 Bruno Gobbato Introdução l Fx + comum do cotovelo l Fxs sem desvio >> consenso >> conser l Fxs desviadas >> Conser/RAFI/Excisão/Artroplastia l A cabeça do rádio é intraarticular e participa da flexo-extensão e da rotação do antebraço l Importância da restauração anatômica da superfície articular e da movimentação precoce Anatomia e Biomecânica l A cabeça do rádio está sediada na incisura sigmóide menor e mantém contato com a ulna durante toda a pronação e supinação do antebraço l Maior transmissão de força em extensão completa e pronação l A força de preensão ou levantamento é transmitida do punho ao cotovelo com a carga dividida pelo rádio e a ulna l Depois da excisão da cabeça do rádio,as faixas centrais da membrana interóssea ajudam a estabilizar o rádio, resistindo à translação proximal. l Importante estabilizador VALGO (primário) com complexo lig medial incompetente l Estabilizador AXIAL e VARO na instabilidade póstero-lateral rotatória (tensionando lig lat) l 60% transmissão de carga cotovelo Mecanismo de lesão l Queda sobre a mão estendida l Axial, valgo >> fx cab rádio >> instab post- lateral l Qualquer traumatismo que cause luxação do cotovelo tbém pode resultar em fx cabeça do rádio. Classificação l 1929 – Speed – propôs uma classificação baseada em 2 fatores: a quantidade de comprometimento da cabeça, marginal ou completa, e o grau de desvio l 1954 – Mason – combinou-os em um esquema único l 1962 – Johnston – acrescentou a luxação do cotovelo como uma fx tipo IV Classificação de Mason l Tipo I – Fissuras ou Fx marginais sem desvio l Tipo II – Fx marginais com desvio l Tipo III – Fx cominutivas da cabeça inteira l Tipo IV – Qualquer das acima com luxação do cotovelo Fx tipo I – sem desvio Tipo II – marginal com desvio Fx tipo III - cominutiva Tipo IV – luxação cotovelo + fx Windows Explorer.lnk Sinais e Sintomas l Dor – lateral ao cotovelo, agravada pela rotação do antebraço l Crepitação l Luxação??? l O antebraço e o punho devem ser examinados – dor e edema l Se dor no punho – provável dissociação radioulnar aguda e antebraço instável l Aspiração do hematoma >> avaliar se restrição da ADM é por dor ou bloqueio mecânico Exame Radiográfico l AP l Perfil l Greenspan e Norman – incidência radiocapitular com antebraço em rotação neutra e Rx angulado a 45º cefalicamente l Rx punho em rotação neutra – se dor no punho e antebraço GUIDELINES l Hotchkiss l Mason 1 >> cons l Mason 2 com desvio > 2 mm ou bloqueio >> RAFI l Mason 3 >> excisão / artroplastia Tratamento – fx tipo I l Fx sem desvio (<33% ou < 2mm) – tto conservador l Aspiração aguda da hemartrose e infiltração de anestésico local para reduzir a dor e auxiliar na movimentação ativa precoce l Determinar se existe bloqueio mecânico Reparos anatômicos para realizar aspiração do cotovelo: cabeça radial, epic. Lat. extremidade do olécrano – uma agulha inserida no centro do triângulo penetra apenas o m. anconeu e a cápsula antes de penetrar na articulação Tratamento fx tipo II Fx marginais com desvio, restrição ADM, instabilidade cotovelo l TTo conservador l RAFI l Ressecção parcial cabeça do rádio l Ressecção total da cabeça do rádio l Zona segura l Arco 90º com antebraço em neutro >> lateralmente Tratamento fx tipo III Fraturas cominutivas da cabeça inteira l Excisão com movimentação precoce imediata é recomendada quase universalmente l RAFI é excluída devido à cominuição l Excisão: l Determinar estabilidade varo/valgo/axial l Contra-indicada em instabilidade cotovelo. l Artroplastia: l Instabilidade/ lesão lig colaterais ou interósseo Lesões associadas DRULA – Dissociação Radioulnar Longitudinal Aguda l O punho deve ser palpado quanto a dor à palpação sobre a articulação radioulnar distal, e o antebraço examinado quanto ao excessivo aumento de volume l RX punho PA – comparar com o lado contralateral l Se houver evidência de lesão da membrana interóssea e ligamentos radioulnares distais, a preservação da cabeça radial torna-se mais importante DRULA l A – Distensão sem ruptura completa l B – Dissociação completa com translação longitudinal e lux da artic radioulnar distal Lesões associadas Luxação do cotovelo – ruptura do ligamento medial e/ou fx do processo coronóide l A combinação de lesão do ligamento medial e fx da cabeça radial pode levar à instabilidade grosseira. l Tríade – fx da cabeça do rádio + ruptura do lig medial + fx processo coronóide – indicação para RAFI Tratamento de fraturas específicas Fratura tipo II com DRULA – Essex-Lopresti l A cabeça do radio deve ser preservada l Após fixação da cabeça do rádio, fixa-se a articulação radioulnar distal com o antebraço em supinação l Depois de 3 sem os fios são removidos e é começada rotação do antebraço l Se o fragmento for demasiado pequeno e causando colisão mecânica – melhor excisar o fragmento Tratamento de fraturas específicas Fratura tipo II com lux posterior do cotovelo l São geralmente pequenos fragmentos tirados da porção anterior da cabeça do radio l Se não houver nenhum bloqueio mecânico à pronação e supinação trata-se como uma lux post do cotovelo l Qdo o cotovelo exibe instabilidade grosseira e a fx da cabeça radial é grande, RAFI (fx coronoide, se presente deve ser fixada). Tratamento de fraturas específicas l Fratura tipo III sem DRULA ou luxação l Para fx com extensa cominuição e desvio, sem luxação ou DRULA, a excisão precoce permanece o tto de escolha Tratamento de fraturas específicas Fratura tipo III com DRULA (Essex-Lopresti) l Numa fx tipo III, o grau de cominuição requer excisão da cabeça do rádio l A faixa central da membrana interóssea usualmente foi lacerada e provavelmente não se repará, apesar da imobilização l É necessário reduzir o rádio com tração distal e mantê-lo supinado com pinos de transfixação à ulna, impedindo qualquer movimentação útil da cabeça radial Tratamento de fraturas específicas Fx tipo III com luxação do cotovelo l O estabilizador principal (ligamento ântero- medial) e o secundário (cabeça radial) do cotovelo podem estar comprometidos levando a instabilidade grosseira e luxação aguda recorrente l Com excisão da cabeça radial, a base de apoio contra esforço em valgo é perdida Cirurgia Acesso lateral Kocher – entre os mm: l Anconeu l Extensor ulnar do carpo Acesso lateral – Boyd l Levanta subperiostalmente o m. anconeu, desinserção Kaplan l Via ântero-lateral, entre o extensor comum dos dedos e o extensor radial curto do carpo COMPLICAÇÕES l Lesão n interósseo post (pronação protege) l Restrição ADM (principal) Fraturas do Olécrano INTRODUÇÃO l 10% das fxs cotovelo l Várias técnicas de fixação (banda, placa, parafuso IM, ressecção) l Intra-articular >> redução anatômica l Estável suficiente para mobilização precoce Anatomia l Junto com a porção proximal do processo coronóide, o olécrano forma a incisura sigmóide maior (semilunar) da ulna, uma depressão que se articula com a tróclea, que permite movimento apenas no sentido ântero-posterior e fornece estabilidade à articulação do cotovelo Anatomia l Ocentro de ossificação do olécrano aparece aos 10 anos de idade, e funde-se à ulna proximal por volta dos 16 anos de idade l Patella cubiti – ossículo acessório localizado no tendão do tríceps na sua inserção com o olécrano (bilaterais) l Placa epifisária persistente em adultos... (bilaterais, familiar) l Área nua (bare area) transversa entre olecrano e coronóide – não deve ser confundida com depressão artic nem tentativa de hiperredução Mecanismo de Lesão l Trauma direto na superfície posterior do cotovelo l Trauma indireto - queda com a mão estendida com o cotovelo em flexão, com forte contração do tríceps (excêntrica) l Trauma direto + trauma indireto = fx cominutivas com desvio l O fragmento proximal desvia-se posteriormente por ação do tríceps enquanto o fragmento da ulna distal (junto com a cabeça do rádio) pode desviar-se anteriormente, resultando em fx-luxação ¨nos traumas de grande energia¨ Sinais e sintomas l Aumento de volume l Dor l Incapacidade de estender o cotovelo ativamente contra a gravidade ( indica descontinuidade do mecanismo do tríceps) l Avaliação neurológica – lesão n. ulnar Avaliação radiográfica l Perfil cotovelo – 90º l AP – em extensão Classificação de Colton l Tipo I – fraturas sem desvio l Tipo II – fraturas com desvio – A – Fx por avulsão – B – Fx oblíquas e transversas – C – Fx cominutivas – D – Fx-luxação l FRATURAS SEM DESVIO 1. desvio < 2mm 2. nenhum aumento deste desvio com flexão a 90º do cotovelo 3. capacidade do paciente de estender ativamente o cotovelo contra a gravidade Fratura avulsão Fx oblíquas e transversas Fx cominutivas Fx luxação Classificação de Mayo (desvio, estabilidade e cominuição) l Tipo I – sem desvio l Tipo II – com desvio , estáveis – A - Sem cominuição – B – com cominuição l Tipo III – com desvio, instáveis – A – sem cominuição – B – com cominuição Classificação AO Tratamento - objetivo l Restauração da anatomia articular l Preservação da força motora de extensão l Preservação da estabilidade articular l Manter mobilidade articular Fraturas sem desvio (Mayo Ia Ib) l Desvio < 2mm, sem mudança com 90º flexão. l TTo conservador – GBP com cotovelo fletido a 90º - 3-6 semanas – não atingir flexão > 90º até a consolidação completa l Pctes idosos, iniciar AMD mais precoce (3 sem) Fraturas por avulsão l Se fragmento pequeno – ressecção do fragmento e reparo do tríceps, l Amarrias em banda de tensão Fraturas transversas sem cominuição (IIA) l Amarrias em banda de tensão. l RAFI com parafuso de 6,5mm + banda de tensão Fraturas oblíquas l RAFI com parafuso esponjoso l Se houver insuficiente obliquidade para um mínimo de 2 parafusos de compressão forte - placa Fraturas cominutivas l RAFI com placa e parafuso (+-) banda de tensão Cominuta l Se grande cominuição e fx cominuídas isoladas do olécrano (sem luxação, e sem ruptura de tecidos moles anteriores) – excisão do olécrano e reinserção do tríceps l Estudos in vitro demonstram que até 50% podem ser retirados se coronóide e tróclea preservados Fraturas-luxações l RAFI – placa, parafuso... l Excisão primária do olécrano é contraindicada – translocação anterior do rádio e ulna - instabilidade Complicações l Implante – remoção (principal) l Diminuição da amplitude de movimento (10-15º extensão) l Artrose pós traumática l Pseudoartrose – 5% das fx l Neuropraxia n. ulnar – 10%