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FACULDADE DE CIÊNCIAS JURÍDICAS, ADMINISTRATIVAS E CONTÁBEIS DE PRESIDENTE PRUDENTE - DIREITO DA FLEXIBILIZAÇÃO DO TRABALHO NA MODALIDADE DO HOME OFFICE THIAGO ZAMINELI DE LIMA Presidente Prudente - SP 2016 FACULDADE DE CIÊNCIAS JURÍDICAS, ADMINISTRATIVAS E CONTÁBEIS DE PRESIDENTE PRUDENTE - DIREITO DA FLEXIBILIZAÇÃO DO TRABALHO NA MODALIDADE DO HOME OFFICE NO BRASIL THIAGO ZAMINELI DE LIMA Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado a Faculdade de Ciências Jurídicas Administrativas e Contábeis de Presidente Prudente, Curso de Direito, Universidade do Oeste Paulista, como parte dos requisitos para a sua conclusão Orientador: Alan Rodrigo Bicalho Presidente Prudente - SP 2016 THIAGO ZAMINELI DE LIMA DA FLEXIBILIZAÇÃO DO TRABALHO NA MODALIDADE DO HOME OFFICE NO BRASIL Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado a Faculdade de Ciências Jurídicas Administrativas e Contábeis de Presidente Prudente, Curso de Direito, Universidade do Oeste Paulista, como parte dos requisitos para a sua conclusão Presidente Prudente, 21 de Outubro de 2016 BANCA EXAMINADORA _______________________________________________ Prof. Dr. Alan Rodrigo Bicalho Universidade do Oeste Paulista – Unoeste Presidente Prudente-SP _______________________________________________ Prof. Dra. Elizabeth Emiko Katayama Bicalho Universidade do Oeste Paulista – Unoeste Presidente Prudente-SP _______________________________________________ Prof. Dra. Ana Augusta W. Ebaid Universidade do Oeste Paulista – Unoeste Presidente Prudente-SP DEDICATÓRIA Dedico esse trabalho à minha família, em especial a minha mãe Reodete Fereira de Lima Zamineli e ao meu pai Orlando Zamineli de Lima, que me ensinaram os valores que tenho hoje, pelo incentivo e confiança, à minha noiva Carla Aparecida da Silva Xavier por oferecer motivação, amor, carinho e apoio no sentido de que fosse possível a realização desse curso e desse trabalho. A razão do meu crescimento pessoal, emocional, profissional e tudo que conquistei até hoje e realizarei no futuro, é fruto de tudo o que fizeram por mim. Meu muito obrigado. Ao meu orientador Professor Dr. Alan Rodrigo Bicalho, pela grande pessoa que é, por ter aceitado o projeto de última hora, por ser um excepcional professor, sempre disposto a ajudar. Sendo pessoa decisiva para a realização deste trabalho, pelo comprometimento, pela cooperação e dedicação, enfim, por tornar o Direito do Trabalho tão instigante para se aprender e exercer. AGRADECIMENTOS Primeiramente a Deus por guiar a minha vida, por ajudar em todos os momentos e por dar a sabedoria necessária para a realização de mais um sonho. Ao corpo docente do curso de Direito da Unoeste, pelo profissionalismo, e aos funcionários do Núcleo de Prática Jurídica Aos amigos que acompanharam a minha evolução nesse curso, em especial aos amigos como Franclin Rodrigues, João Emilio Zola Neto, Julio Cesar Lopes Viana, Julio Vieira da Silva FIlho, Rachel de Lima Ferreira, Maria Luisa Santos Lopes, Jeniffer Sabrina Silva dos Santos sempre presentes durante os estudos. Foram horas de aprendizado e momentos de reflexão; aos demais amigos e parceiros de turma sempre presentes contribuindo para argumentações e pensamentos jurídicos. Aos colegas de turma que foram ficando pelo caminho. As minhas irmãs Rosangela Zamineli de Lima, Alessandra Zamineli de Lima e Suzilene Zamineli de Lima, por terem incentivado e motivado para a conclusão de mais um curso. Agradeço a todos por proporcionar meu crescimento intelectual e jurídico. “Se os fracos não tem a força das armas, que se armem com a força do seu direito, com a afirmação do seu direito, entregando-se por ele a todos os sacrifícios necessários para que o mundo não lhes desconheça o caráter de entidades dignas de existência na comunhão internacional.” (Rui Barbosa) RESUMO Da flexibilização do trabalho na modalidade do home office no Brasil O presente trabalho, intitulado “Da flexibilização do trabalho na modalidade do home office no Brasil” - teve como objetivo principal, um levantamento de como funciona a modalidade de trabalho home office aqui no Brasil, e seus termos adotados no Brasil como o teletrabalho e o trabalho em domicílio, explicando as suas peculiaridades, assim como um pouco da sua história do trabalho, da flexibilização do trabalho, como funciona ela modalidade no estrangeiro, as vantagens e desvantagens para a empresa e para o trabalhador. Trago também, como as normas brasileiras estão se adequando a respeito desse tema, como estão sendo julgados os litígios dessa modalidade e se existe, e como funcionam as formas de controle do empregador sobre o empregado e o trabalho realizado. Concluo o presente trabalho, externando minha opinião, que essa modalidade de trabalho trás vantagens para as empresas, com redução de custos operacionais e para o trabalhador, que não perde tempo com a locomoção até a empresa e ainda pode estar mais perto da sua família, trago a questão das normas brasileiras, que, já houve sim uma evolução no ambito do home office, mas ainda tem que evoluir muito para garantir um amparo completo para o trabalhador, que é o polo hiposuficiente. Palavras-chave: Home office. Teletrabalho. Trabalho em Domicílio ABSTRACT Of the flexibilization of the work in the modality of the home office in Brazil This work, entitled "of the flexibilization of the work in the modality of the home office in Brazil" - had as main objective, a survey of how the home work modality office here in Brazil, and the terms adopted in Brazil as telecommuting and work at home, explaining the its peculiarities, as well as some of their history of work, flexible working, how does it form abroad, the advantages and disadvantages for the company and the worker. I bring also, as Brazilian standards are adjusting on this subject, as are disputes of this type tried and whether and how they work forms of employer control over the employee and the work done. I conclude this paper, expressing my opinion that this type of work back benefits to businesses, reducing operating costs and the worker, who does not waste time with getting out to the company and can still be closer to his family, bring the issue of Brazilian standards, that there have been rather an evolution in the home office boundaries, but has yet to evolve much to ensure full protection for the worker, which is the hub hiposuficient. Keywords: Home Office. Telecommuting. Home Work LISTA DE SIGLAS CLT EC OIT ONG RO TRT TST– Consolidação das Leis Trabalhistas – Emenda Constitucional – Organização Internacional do Trabalho – Organização Não Governamental – Recurso Ordinário – Tribunal Regional do Trabalho – Tribunal Superior do Trabalho SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 10 2 DO DIREITO DO TRABALHO .......................................................................... 2.1 Evolução histórica do direito do trabalho ...................................................... 12 12 2.2 Da relação empregatícia ............................................................................... 2.2.1 Continuidade .............................................................................................. 2.2.2 Subordinação ............................................................................................. 2.2.3 Onerosidade ............................................................................................... 2.2.4 Pessoalidade .............................................................................................. 2.2.5 Trabalho por pessoa física ......................................................................... 15 15 15 15 15 16 3 DA FLEXIBILIZAÇÃO DO TRABALHO ............................................................ 17 3.1 Do teletrabalho .............................................................................................. 19 3.2 Do teletrabalho e do trabalho em domicílio.................................................... 21 3.3 Do empregado em domicílio ......................................................................... 3.3.1Tendências das legislações estrangeiras quanto ao trabalho em domicílio 3.3.2 Vantagens e desvantagens do trabalho em domicílio ................................ 4 CONTROLE DA JORNADA DE TRABALHO ................................................... 5 DA COMPETÊNCIA EM RAZÃO DO LUGAR (FORO).................................... 21 24 24 27 32 5 CONCLUSÃO.................................................................................................... 33 6 REFERÊNCIAS................................................................................................. 34 10 1 INTRODUÇÃO O objetivo do presente trabalho foi analisar a flexibilização do trabalho na modalidade do home office, que nada mais é, do que o teletrabalho, foi levantada a visão do trabalhador e do empregador, acerca das vantagens e desvantagens dessa modalidade de trabalho, assim como o enquadramento nas normas trabalhistas através da atualização desta. O tema em tela é extremamente atual e vem ganhando mercado no Brasil, a alguns anos, por isso, foi necessário trazer um levantamento histórico desse tipo de trabalho e sua moderna aplicação, diante das mudanças que estão ocorrendo nas empresas, que estão impactando nos processos de trabalho, nas instalações e no local de trabalho, que está sendo descentralizado. O estudo realizado foi exploratório, descritivo e explicativo do “home office”, das relações de trabalho e embasou-se na literatura sobre o tema, nas críticas relacionadas a esta e uma elucidação de como está a sua aplicação no Brasil. O método de abordagem utilizado foi o hipotético-dedutivo, desenvolvido a partir da interpretação da legislação do Direito do Trabalho vigente e pesquisas bibliográficas. A metodologia de estudo aplicada foi a busca de publicações, livros, sites na internet e demais fontes de pesquisa, com o objetivo de coletar informações e enriquecer o trabalho. Apresenta-se como forma de organização, em capítulos, títulos e subtítulos, assim o primeiro capítulo trouxe a introdução do tema, as motivações e o método utilizado. No segundo capítulo é trazida uma breve explanação sobre o Direito do Trabalho e um levantamento histórico desse ramo jurídico, onde mostro toda a transformação pela qual passou até chegar ao Direito do Trabalho que conhecemos hoje, além de detalhes a respeito da relação empregatícia, ou seja, é necessário que a relação preencha esses requisitos para que seja caracterizada a relação empregatícia. No terceiro capítulo, são apresentadas explicações acerca da flexibilização do trabalho, com as principais mudanças nas relações de trabalho e emprego, conceituando o teletrabalho, o trabalho em domicílio, principais diferenças 11 entre ambos e as vantagens e desvantagens para o empregado e empregador, abordando ainda, as principais tendências das legislações estrangeiras. O quarto capítulo é destinado à forma de monitoramento do trabalho realizado e do trabalhador, os horários que este executa suas funções laborais, quais clientes ele atendeu, e alguns julgados para acompanhar o comportamento e aceitação dessa modalidade, e como está sendo feita a fiscalização. No quinto capítulo, faço uma exposição acerca da competência relacionada ao foro, para julgar questões inerentes ao home office, infelizmente ainda não temos em nossa legislação, normas específicas para o home office, por isso devemos fazer uma aplicação por analogia. E por fim, no sexto capítulo, a conclusão do presente trabalho. 12 2 DO DIREITO DO TRABALHO O direito do trabalho é o ramo jurídico especializado que regula as relações laborativas na sociedade contemporânea (DELGADO, 2016, p. 41). O ramo jurídico que estamos analisando já recebeu diferentes nomes desde o início de sua existência no século XIX, ele já foi chamado de Direito Industrial, Direito Operário, Direito Corporativo, Direito Sindical e Direito Social, mas nenhum desses termos foi adotado permanentemente devido a vários problemas de insuficiência quanto a sua hegemonia consagrando assim o título Direito do Trabalho (DELGADO, 2016, p. 44). Porém devemos reconhecer que expressão direito do trabalho não é perfeita, ou seja, a palavra trabalho refere-se um objeto muito mais amplo, que seria toda a forma de trabalho, como por exemplo o trabalho autônomo, enquanto o nosso direito do trabalho regula basicamente o trabalho empregaticiamente contratado onde há relação de subordinação, se observou que a expressão direito empregatício seria um termo mais correto (DELGADO, 2016, p. 46). 2.1 Evolução histórica do direito do trabalho Antigamente o homem produzia o que era útil para seu próprio consumo e para atender às suas necessidades e de sua família, interagindo com a natureza e os outros homens que agiam como ele, era um tempo de mediações de ordem primária e de comportamento instintivo (CARVALHO, 2011, p. 15). Nesta época o escambo foi se desenvolvendo e se tornando popular progredindo com alguma complexidade até que se iniciou um processo de conversão do valor de uso para um valor de troca, pois o valor transferido não era mais o valor da utilidade que proporcionavam, passava a ter um valor alto, valorizado pelo trabalho humano, ou seja, já nessa época se começava a agregar ao produto, o valor da mão de obra utilizado na produção, mais adiante também passou-se a agregar o valor do lucro, que era o valor que o empresário precisava para assistir e para justificar o seu investimento na produção. 13 A exploração da mão de obra humana não surgiu com a Revolução Industrial havia surgido um pouco antes com a utilização do trabalho escravo etambém através do uso da mão de obra de prisioneiros de guerras. O direito do trabalho surgiu através de uma ruptura sócio política e econômica que caracterizaram o fim da era moderna tumultuando o século XVIII, onde haviam condições adversas do trabalho humano, em que o industrial deveria assegurar aos trabalhadores que trabalhavam para ele apenas uma remuneração que se garantisse a sua subsistência, contudo, nessa época não era possível uma acumulação de riqueza. No agonizante século XVIII, os trabalhadores perceberam que existia uma influência da primeira revolução industrial com relação à oferta de trabalho e se recusaram a ser submissos às normas inspiradas nos princípios da revolução burguesa, especialmente com relação à igualdade e liberdade, que era posta num plano artificial das abstrações jurídicas semelhantes, os empresários que exigiam inclementemente condições injustas de trabalho (CARVALHO, 2011, p. 16). Os fenômenos sociais que motivaram o surgimento do Direito do Trabalho foram a Revolução Industrial, o trabalho penoso que era desenvolvido na Indústria Têxtil no fim do século XVIII a concentração de trabalhadores nas cidades (CARVALHO, 2011, p. 21). Houve uma reação dos trabalhadores da Inglaterra reivindicando uma condição mínima de trabalho, que pudessem ser impostas ao Industrial capitalista, foi quando Ned Ludd comandou os trabalhadores no chamado luddismo, foi o movimento criado por ele em que se atribuíam às máquinas a culpa pelos males que afligiam os trabalhadores. Ludd endereçou uma carta a um certo empresário de Hudersfield em 1812, dizendo que se até uma próxima semana as máquinas não fossem retiradas, ele mandaria destruí-las através de seus representantes, e se qualquer dos seus homens fossem feridos de alguma forma, eles já tinham ordem para matar o tal empresário. Em 1832, o parlamento inglês aprovou o “Reform Act”, uma lei eleitoral que privaria os operários do direito ao voto, com isso os trabalhadores reagiram formulando suas reivindicações através da “Carta do Povo”, um documento com quase 300 mil assinaturas de conteúdo político fundando assim o movimento conhecido como cartismo (CARVALHO, 2011, p. 22). 14 Em 1848, surgiu na França o maior movimento dos trabalhadores com uma influência massiva, para que na Alemanha se iniciasse uma revolução obreira também, diferente da Inglaterra a França era um país de vocação agrária em que o pequeno agricultor sofria com os grandes impostos destinados a custear a burocracia e a casta militar. Na França havia pouca tolerância às greves e ao associativismo, com isso o trabalhador francês adquire uma consciência de classe que promoveu a divulgação da doutrina marxista com reflexos positivos do Direito do Trabalho (CARVALHO, 2011, p. 22). A industrialização na Alemanha teve um impulso somente na segunda metade do século XIX com o reconhecimento do altíssimo poder político e econômico da Inglaterra, o progresso industrial da Alemanha produziu um intenso movimento dos trabalhadores, muito semelhante a revolução cartista ocorrida na Inglaterra (CARVALHO, 2011, p. 22). Como podemos observar, o direito do trabalho surgiu em um momento histórico de crise como uma resposta política aos problemas sociais que vinham ocorrendo entre os trabalhadores e os industriais, e através dos dogmas do capitalismo, tendo um marco no contexto mundial no século XIX quando se tentou solucionar uma crise social gerada após a Revolução Industrial que nasceu sobre o império da máquina, que veio para reduzir o esforço físico e reduzir a atenção mental, facilitando assim uma exploração do trabalho das mulheres e das crianças, considerados como “meias forças” de trabalho, levando assim a força de trabalho do homem adulto a um plano secundário. O estado resolveu intervir regulamentando o trabalho diante de toda essa agitação dos trabalhadores e das lutas sociais que ocorreram no Continente Europeu criando assim um novo Ramo do Direito com critérios próprios não encontrados em outros ramos normas contendo princípios peculiares do direito do trabalho entre os quais o da proteção centralizando uma garantia de condições mínimas de trabalho por outro princípio que é o da irrenunciabilidade (BARROS, 2011, p. 63) 2.2 Da relação empregatícia 15 Os requisitos da relação empregatícia são: a continuidade, a subordinação, a onerosidade, a pessoalidade e a alteridade (MARTINS, 2016, p. 175) 2.2.1 Continuidade Deve haver continuidade do trabalho prestado aquele que prestar serviço eventual não é considerado empregado. Existem contratos que findam com uma única prestação, como por exemplo o contrato de compra e venda, o que não ocorre no contrato de trabalho, onde há entre as partes uma relação sucessiva que perdura no tempo. 2.2.2 Subordinação O trabalhador exerce suas atividades dirigidas pelo empregador, ao qual tem dependência, e por consequência é subordinado, já o trabalhador autônomo, exerce suas atividades com autonomia, assumindo os riscos do seu negócio, não havendo assim, a subordinação. 2.2.3 Onerosidade O empregador deve pagar salários ao empregado, pelos serviços prestados, ou seja, contrato de trabalho é oneroso e não gratuito. 2.2.4 Pessoalidade O contrato de trabalho é realizado com pessoa certa e determinada, denominado intuitu personae, desta forma, o empregado não pode ser substituído por outra pessoa, pois caso isso ocorra, a pessoa substituta criará o vínculo empregatício. 16 2.2.5 Trabalho por pessoa física Os bens jurídicos protegidos pelo Direito do Trabalho são inerentes a pessoa física, não podendo assim, ser usufruídos por pessoas jurídicas. A prestação de serviços considerada no Direito do Trabalho diz respeito às pactuadas por pessoa física, ou seja, o trabalhador deve ser sempre uma pessoa natural. O Direito do Trabalho vem evoluindo muito, partiu da produção somente para o consumo, passando por produtos manufaturados visando lucro, a industrialização, preocupação com a tutela do trabalhador em suas diversas formas de trabalho, lembrando que ara existir a ligação empregatícia, devem ser preenchidos os requisitos supracitados. 17 3 DA FLEXIBILIZAÇÃO DO TRABALHO As relações individuais de trabalho vêm sofrendo várias modificações últimos anos, a partir da crise econômica de 1970 desencadeado pelo alto preço do petróleo, aumentou uma necessidade de competitividade entre os países orientais e, relacionado a isso, está uma necessidade de combater o desemprego, essas mudanças desencadearam uma discussão sobre a flexibilização do emprego que variam de acordo com o desenvolvimento de cada país (BARROS, 2011, p. 64). A flexibilização trabalhista vem sendo historicamente uma reivindicação empresarial, pois geram menores custos sociais e um maior controle do fator trabalho, sob esse prisma, temos uma flexibilidade das normas trabalhistas que poderão ser atingidas mantendo ainda uma segurança das garantias mínimas do empregado. A flexibilização do trabalho teve dois momentos históricos importantes, o primeiro conhecido como o direito do trabalho de emergência que corresponde a um processo temporário, e o segundo, conhecido com a instalação da crise que corresponde às reivindicações patronais permanentes (BARROS, 2011, p. 65). Alguns países como Espanha e Argentina vem sendo lembrados como exemplos de tentativas de flexibilização de suas leis trabalhistas com o intuito de diminuir o desemprego, a principalmudança foi na forma de contratação dentro de prioridade ao prazo determinado ou contratos provisórios evitando os contratos por prazo indeterminado Essas alterações tiveram efeito contrário do desejado tendo a Espanha feito uma reforma em sentido contrário em 1997 com a “reforma pelo emprego” passando a priorizar a contratação por prazo indeterminado que o mesmo tipo de contrato que vigora aqui no Brasil Marly Cardone nos aponta as seguintes modalidades de flexibilização a) quanto ao modo de prestar trabalho, b) quanto à modalidade (interna e externa), c) quanto ao tempo, d) quanto ao salário. Quanto ao modo de prestar trabalho, com o desenvolvimento da informática surgiram diversas modalidades, entre elas o teletrabalho que sai dos limites da divisão clássica do trabalho para o aparecimento de novas modalidades que permitem o trabalho em domicílio, essa nova situação de trabalho em domicílio 18 está entre subordinado e autônomo, essa modalidade tem uma qualificação de trabalhadores muito elevada, com um grande poder contratual ao ponto de imprimir à própria prestação de serviço algumas características típicas do trabalho autônomo, alguns autores entendem se tratar de uma para a subordinação da situação dos representantes comerciais contratados na forma da lei 4886/65 (MARTINS; MESSA, 2009, p. 164). Quanto à mobilidade, ela será interna ou externa, a externa vai implicar na liberdade de admissão e demissão e na outra hipótese, na interna, refere-se a movimentação convencional do empregado, seja no sentido horizontal, vertical inclusive in pejus, que nos remete há uma ampla aplicação dos jus variandi como poder do empregador. Com relação ao próximo aspecto que mais nos interessa, diz respeito ao tempo, falamos da abordagem dos contratos quanto a sua duração, ou seja, se será de prazo determinado, prazo temporário, por tempo indeterminado e também com relação à duração do trabalho, que será por um período, será em dias alternados, part-time(trabalho por tempo parcial) ou com relação ao horário de trabalho flexível que hoje pode ser do trabalho individualizado, o teletrabalho também entra nessa relação, a telecomputação entre outros, e o centro de trabalho remoto (MARTINS; MESSA, 2009, p. 164). A flexibilização é uma postura do legislador no sentido de permitir que relações entre empregado e empregador possam ter soluções de uma forma diversa do contrato de trabalho comum, e assim eventuais problemas que possam surgir da flexibilização, terão uma solução diversa das regras tradicionais da CLT. A flexibilização e a terceirização são prejudiciais ao trabalho aos trabalhadores porque ambas as formas de tratamento da mão de obra, da prestação de serviço, oferece vantagens ao capital, se não fosse dessa forma ao empregador não adiantaria nada não utilizaria desse tipo de mão de obra senão, para economizar para a empresa, é evidente que isso é uma forma de desvantagem para o trabalhador que atua nesse tipo de trabalho que são fenômenos atuais de grandes concentrações de capitais e de leis de mercado e onde vivemos. Foi por causa dessas mudanças na nossa realidade que a Constituição Federal cuidou da flexibilização da relação de emprego através do artigo 7º, I do texto constitucional que assegura nesses casos de flexibilização a irredutibilidade do salário, salvo se houver alguma convenção ou acordo coletivo dizendo o contrário o 19 inciso VIII do mesmo artigo se refere à duração diária do trabalho que deve ser de oito horas, e o limite semanal de 44 horas onde é facultativo a compensação e redução da jornada de trabalho de acordo com convenção coletiva de trabalho. O inciso XIV do mesmo artigo assegura uma jornada de 6 horas em turnos ininterruptos de revezamento salvo negociação coletiva. A redução de custos pode ser feita sim desde que seja de forma lícita ou seja buscando uma redução das despesas possíveis sob pena de infringir a lei, é nesse sentido que a terceirização e flexibilização são condenadas quando são buscadas de forma ilícita precarizado as condições de trabalho (MANUS, 2015, p. 117). 3.1 Do teletrabalho O avanço da tecnologia dos Tempos Modernos permite o trabalho à distância denominado teletrabalho onde o labor ocorre preponderantemente fora do estabelecimento do empregador que ocorre geralmente na própria residência do empregado, embora o empregador mantenha com o empregado um contato somente através de recursos eletrônicos e de informática Como o trabalho em domicílio incide as regras constantes no artigo 6º da CLT? No teletrabalho são desenvolvidos atividades que exigem um conhecimento mais especializado como auditoria, tradução, digitação, diferenciando- se do trabalho em domicílio que geralmente tenho trabalho mais comum com atividades manuais. Segundo a doutrina o trabalho à distância não se restringe ao trabalho realizado na residência do empregado, este termo também pode ser aplicado em centro de trabalho que estão situados fora do estabelecimento do empregador que são considerados unidades de fornecimento de trabalho à distância (GARCIA, 2016, p. 249). Na realidade, pode-se dizer que o trabalho a distância é gênero, tendo como uma de suas espécies o teletrabalho. Em termos doutrinários, o trabalho em domicílio, de certa forma, também seria uma modalidade de trabalho a distância. (GARCIA, 2016, p. 249). 20 A reengenharia do processo produtivo através da informática, da globalização, e outros fatores geram uma reestruturação da prestação de serviço transferindo os trabalhadores para unidades menores por motivos econômicos tecnológicos ou industriais aumentando a produção e diminuindo a quantidade de trabalhadores, dessa forma foram surgindo os tipos de trabalho que os computadores e a televisão criaram como o teletrabalho que se realiza na residência do trabalhador (NASCIMENTO, 2011, p. 74). A legislação brasileira não distingui entre o trabalho realizado no estabelecimento do empregador o executado na residência do empregado desde que haja uma caracterização da relação de emprego conforme o artigo 6º da CLT, assim o trabalho em domicílio é compatível com a subordinação conforme o referido artigo nesse sentido também é a doutrina italiana mas com algumas ressalvas, que deve haver uma caracterização perfeita da subordinação admitindo-se que há uma dependência econômica para que o emprego para que o vínculo de emprego exista. Para Sinagra os trabalhadores em domicílio são economicamente dependentes do empregador para qual trabalha. De Litala acha que o trabalhador em domicílio é uma figura intermediária entre o trabalhador autônomo e o subordinado. Agostini afirma que todos os trabalhadores em domicílio são empregados subordinados a menos que sejam empregadores. Por outro lado existe uma corrente que sustenta a autonomia dessa relação jurídica como Greco, que afirma que o trabalhador em domicílio não se adapta ao esquema do trabalhador subordinado. Di Marcantônio considerando que o trabalhador em domicílio não tem horário, não se sujeita a controle, dirige com critérios técnicos próprios o seu trabalho e assumi certo risco, deve ser um trabalhador autônomo muito mais do que subordinado. Riva Sanseverino pensa que o trabalhador em domicílio enquadra-se na figura do trabalhador autônomo seja quando se põe numa relação direta com o consumidor, seja quando desenvolve a sua atividade a disposição de um ou mais empregadores. No Brasil não temos essas discussões porque para a doutrina, o trabalhador em domicílio é considerado empregado desde que haja os requisitos da relação de emprego. Nos Estados Unidos, é sabidoque essa prática não se configura relação de emprego por se entender desnecessário o fato do trabalhador ter que se dirigir até a empresa para qual exerce atividade, visto que, como ele trabalha em sua 21 residência, existe a possibilidade dele organizar seus horários segundo as suas próprias necessidades e conveniências, e há ainda a possibilidade de empreender numa atividade que tenha diversos beneficiários, nesse sentido já encontramos fatores suficientes que descaracterizam o vínculo de emprego, critérios estes que aqui no Brasil também poderão prevalecer. Com o avanço tecnológico presente na sociedade pós-industrial, a modificação do processo produtivo através de novas formas de atividades descentralizadas, sem a concentração de trabalho em unidade, ou seja, em uma sede, poderá abrir novas perspectivas para o trabalho executado em domicílio, e que a cada vez mais deixa de se alinhar na diretriz do artigo 6º da CLT para de querer formas próprias que as pessoas resolvem desenvolver por sua conta e risco (NASCIMENTO, 2011, p. 1011). Houve um aumento muito grande desse tipo de trabalho no Brasil nos últimos anos. Pesquisas realizadas em 2009 pela ONG Market Analysis, com 345 trabalhadores em nove capitais, incluindo São Paulo, mostra que o serviço virtual já é adotado por 23% dos funcionários do setor privado. As microempresas são as que mais se utilizam do teletrabalho. Já são 10,6 milhões de teletrabalhadores no País - em 2001 eram apenas 500 mil. (NASCIMENTO, A.; NASCIMENTO, S., 2014, p 1062). 3.2 Do teletrabalho e do trabalho em domicílio Alguns autores afirmam que o teletrabalho é nada mais do que o renascimento do trabalho domicílio ele é o fruto de uma moderna tecnologia começou a ser difundida na década de 80 embora já se falava nesse assunto em meados de 1970. O trabalho em domicílio tradicional é caracterizado pela realização de tarefas manuais simples, diferenciando-se do teletrabalho que traz um tipo de trabalho mais complexo, onde os profissionais necessitam de qualificação, e tem em sua essência tecnologias de comunicação como a informática e a telecomunicação interligando o trabalhador em domicílio com a sede da empresa (BARROS, 2011, p. 258). 3.3 Do empregado em domicílio 22 O trabalho em domicílio surge nos primórdios do século XVI na Europa quando as mulheres perderam várias atividades que pertenciam somente a elas como a confecção de velas, de materiais preciosos, de cerveja, trabalhos em seda, porém esse tipo de trabalho perdeu um tanto da sua importância a partir do século XIX, quando os trabalhos foram deslocados das casas para as fábricas, como o caso da confecção de algodão e lã. A partir dessa época, com o surgimento da era industrial, onde o maquinário das indústrias substituíram a mão de obra pesada, masculina, por uma mão de obra mais “dócil”, que é a mão de obra da mulher e da criança, assim foi a industrialização no século XIX no mundo europeu, caracterizado por eles pela exploração dessas chamadas meias forças (BARROS, 2011, p. 253). Inicialmente o trabalho em domicílio era exclusivo do setor industrial, com o passar dos anos foi passando para o setor de serviços com a preparação da publicidade americana, grafia a revisão de originais, tradução de textos e a informática, caso o trabalhador se utilize de um terminal que o mantenha em contato com a empresa, esse trabalho será chamado de teletrabalho. Para ser empregado em domicílio o trabalho precisa ser apresentado por conta do empregador e não de forma autônoma e deve haver onerosidade e subordinação conforme estabelece o artigo 83 da CLT “executado na habitação do empregado ou em oficina de família, por conta de empregador que o remunere” (GARCIA, 2016, p. 248). Havendo os elementos essenciais da prestação laboral presentes no art. 3º da CLT (pessoalidade, não eventualidade, subordinação e onerosidade), o liame empregatício não estará desconfigurado se o trabalhador executar seu trabalho em seu domicílio, escritório, oficina, etc.. O teletrabalho não é só aquele realizado em domicílio, teletrabalho é todo o trabalho realizado fora da sede da empresa, podem ser em locais como os centros satélites, que são pequenos estabelecimentos interligados com a sede da empresa por meio eletrônico informatizado ou telemático. Esta nova realidade mundial estreia em nosso país, onde a cada dia, mais e mais pessoas passam a fazer do seu domicílio a sua base profissional com uma relação direta de emprego, que são o teletrabalho ou home office (MELLO, 1999, p. 12). Em outros países o trabalho em domicílio é objeto de um contrato especial, aqui no Brasil não existe uma distinção entre o trabalho realizado no 23 estabelecimento do empregador e aquele realizado no domicílio conforme artigo 6º da Constituição Federal, o direito do trabalho pátrio abrange suas normas ao empregado em domicílio desde que este preste serviços de natureza não eventual ao empregador mediante salário e uma subordinação jurídica que são os pressupostos da relação empregatícia (CARVALHO, 2011, p.254) O empregador tendo permitido que o trabalhador execute suas atividades laborais em seu domicílio não significa que ele renunciou ao poder diretivo controle continua sendo exercido pelo empregador sobre o resultado final do produto dessa forma o empregado em domicílio deve seguir as ordens do empregador. Quanto a possibilidade de o trabalhador ser dirigido por meio telemático, que são através dos dispositivos móveis como computadores portáteis, celulares, tablets, para prestação de trabalho de ordem recebida do empregador, com isso gera mudanças significativas, como por exemplo, o estabelecimento empresarial deixa de ser a referência espacial necessária à prestação de serviço, o empregado pode até nem conhecer a sede da empresa, o horário de funcionamento da sede da empresa e o comparecimento a sede da empresa não são mais dados tão relevantes da jornada de trabalho pois o tempo e a disposição do empregado não dependem do contato pessoal mas sim com sistema virtual de comunicação. O fato de o empregador colocar ao alcance do trabalhador o uso de meios informáticos não deixa livre para que ele pratique atos invasivos a privacidade, ou seja, o empregador não pode acessar o computador do trabalhador via acesso remoto para investigar o que ele está fazendo, investigar sua vida pessoal através de sua webcam e até se ele está trabalhando ou não (CARVALHO, 2011, p. 118). Mesmo trabalhando em casa o empregado em domicílio tem direito a horas extras apesar de haver uma grande dificuldade em comprovar o valor devido em razão de trabalhar em sua própria residência, que em tese, pode trabalhar no horário mais adequado. Assim, o direito pode ser assegurado, desde que seja devidamente caracterizado e provado o efetivo labor sobrejornada (GARCIA, 2016, p. 248). O trabalho em domicílio tem atraído bastante mão de obra de mulheres com responsabilidades domésticas e familiares, conseguindo conciliar o tempo de trabalho com a atenção aos filhos e a casa (BARROS, 2011, p. 256). 24 As mulheres também estão trabalhando em domicílio nas atividades da Indústria têxtil, de vestuário e do tabaco em decorrência da perda de seus empregos devido a rápida industrialização no Brasil, Índia, México e Nigéria. Já no setor agrícola muitas mulheres trabalham em domicílio na Índia para aumentar a renda suas famílias segundo estatísticas fornecidas pela OIT. Nos trabalhos realizados pelas mulheres os homens não trabalham em domicílio, mas agem como intermediários na contratação de serviços e se encarregam da distribuiçãoda matéria-prima e do recolhimento dos trabalhos executados pelas mulheres. 3.3.1 Tendências das legislações estrangeiras quanto ao trabalho em domicílio A legislação que regulamenta o trabalho em domicílio ainda é insuficiente na maioria dos países Alguns países como Bangladesh, Egito, Hong Kong, Índia, Panamá, Turquia, Cingapura e África do Sul, ainda consideram o trabalho em domicílio como autônomo em face desses aspectos peculiares inerentes à relação de trabalho. Alguns países regulam o trabalho em domicílio e uma legislação própria como a Alemanha, Argentina, Áustria, Cuba, Hungria, Índia, Itália, Japão, Marrocos, Noruega, Países Baixos, Peru, Polônia, Portugal, Rússia, São Marino, Suíça e Uruguai, outros trazem seu código trabalhista um artigo próprio, que é o caso da Bolívia, Colômbia, Costa Rica, El Salvador, Equador, Espanha, França, Guatemala, Haiti, Honduras, México, Nicarágua, Paraguai, República Dominicana e Venezuela, outros, numa legislação Geral do trabalho que é o caso do Brasil e Finlândia, e aos países que a exclui de certos institutos jurídicos como Dinamarca, Malta e Suécia (BARROS, 2011, p. 257) 3.3.2 Vantagens e desvantagens do trabalho em domicílio As principais vantagens que o trabalho em domicílio oferecem, são um ganho de tempo nas atividades laborais, uma vez que o trabalhador perde muito 25 tempo se deslocando entre a casa e o trabalho, com isso ele tem horários mais flexíveis e uma maior disponibilidade de tempo para o labor. Como uma principal desvantagem, como o trabalhador trabalha em seu domicílio, geralmente isolado, o que dificulta uma fiscalização das suas condições de trabalho pelo órgão do ministério do trabalho emprego e até do sindicato de categoria (BARROS, 2011, p. 256). A doutrina vem apresentando várias vantagens para o empregador acerca do trabalho em domicílio, entre as quais estão na redução do espaço de trabalho, redução do mobiliário, diminuição dos custos com aquisição de locais que são, por exemplo aluguéis, manutenção, transportes, etc., contudo, também proporciona uma melhor atenção aos clientes com através da conexão informática e telemática, aumenta a produtividade do empregado, porque ele estará trabalhando em seu próprio domicílio, desaparecendo o absenteísmo, ele não perde tempo se deslocando do domicílio à empresa e vice versa, não perde tempo no trânsito, trabalhando em seu domicílio aumenta a motivação do trabalhador, ele fica mais satisfeito no exercício da sua atividade laboral, isso tudo sem contar fenômenos meteorológicos que atrapalham no deslocamento do trabalhador, se tiver uma chuva forte ele pode chegar atrasado, atrapalhando o seu desempenho, os acidentes de trajeto que deixam de existir nessa modalidade de trabalho, diminuindo assim custos com afastamentos de trabalhadores, sem contar com eventuais greves das redes de transporte público, da qual o trabalhador estaria submetido se dependesse dele para se deslocar até a empresa(BARROS, 2011, p. 259) Com relação às desvantagens nessa modalidade de trabalho, o empregador necessita de um investimento expressivo com equipamentos que se tornam obsoletos com rapidez, ou seja, com os equipamentos de computação que ficam ultrapassados numa velocidade incrível, juntamente a isso, deve haver uma estrutura informática extremamente livre de erros, e eventuais problemas, para facilitar a transmissão e recepção desses dados em tempo integral, necessita de uma equipe de manutenção presente em tempo integral na empresa, também dificulta de certa forma uma direção e um controle dos trabalhos dos trabalhadores, como essa forma de trabalho é em sua grande maioria com dados informáticos, existe, por mais seguro que seja o sistema, uma certa ameaça a confidencialidade da informação. 26 Se o trabalhador conseguir distinguir entre o tempo de trabalho e o tempo livre, essa será a principal vantagem para o trabalhador em domicílio em vista da flexibilidade de horário que facilita uma conciliação das atividades profissionais com os encargos de ordem familiar, melhorando assim a sua qualidade de vida. Uma outra grande vantagem é que o trabalho em domicílio funciona também como meio de reinserção no mercado de trabalho de pessoas como as donas de casa, de pessoas com deficiência física, trabalhadores com uma idade avançada, ex presidiários, ampliando assim, as oportunidades, contribuindo também para o aspecto social. Existe uma desvantagem nesse tipo de trabalho que na verdade é uma preocupação, no sentido de que o trabalhador fica isolado em seu domicílio, impossibilitando assim que ele se socialize, socialização esta, que geralmente acontece no trabalho realizado no estabelecimento do empregador, o meio de trabalho acaba propiciando uma integração entre os trabalhadores fazendo com que eles possam discutir problemas familiares, trocas de ideias, entre outros. Outra preocupação que se tem é no sentido de uma dificuldade do trabalhador, quanto ao exercício do seu direito de greve, porque ele trabalha à distância, e isso dificulta na prática, o seu exercício, outra questão relevante é com relação a eliminação da carreira, onde se entende que nessa modalidade de trabalho não há promoção. Outro ponto importante a ser levado em consideração, é a respeito da fiscalização, esta só poderá ser feita pelo fiscal com autorização do trabalhador, sob pena de violar o seu domicílio, nos Estados Unidos, mais precisamente em Los Angeles, para contornar esse tipo de problema já é exigido dos trabalhadores que designem um cômodo para ser destinado a sua atividade laboral, este cômodo deve ter passagem direta para parte externa domicílio para quê o fiscal do trabalho tenha acesso sem que viole o domicílio do trabalhador (BARROS, 2011, p. 260). O trabalho vem se modificando, se adaptando, hoje muitas profissões deixaram de existir, e outras são inventadas a cada dia, contudo, o trabalho em domicílio e o teletrabalho, representam claramente essa grande evolução e simplificação do trabalho. 27 4 CONTROLE DA QUALIDADE DE TRABALHO O fato de estarem ou não trabalhando, não seria o foco do problema pois elas podem estar no escritório convencional e não estar trabalhando, o mais importante no home office é saber escolher as pessoas corretas para esse tipo de trabalho, estabelecer metas claras, as pessoas escolhidas devem receber um treinamento para que façam o trabalho de uma forma programada, independente de estarem no escritório convencional ou em seu domicílio, bons empregados sempre vão produzir e mostrar resultados não importando o local onde atua ou quando isto ocorre (MELLO, 1999, p. 41). Existem várias formas de se controlar o trabalho prestado. uma delas é através do princípio do controle de Taylor, no qual o trabalho era controlado para se ter certeza de que o mesmo estava sendo realizado de acordo com as normas e diretrizes passados pela organização. Outra forma de controle bastante difundido é o controle através da supervisão, em que a preocupação não está apenas nos resultados mas também dos meios utilizados. Existe também, a forma de controle de qualidade, na qual o empregador se atém apenas se os resultados serão alcançados não se preocupando com os meios utilizados (TROPE, 1999, p. 46). Alice Monteiro de Barros nos trás algumas possíveis formas de controle do trabalho executado pelo trabalhador em domicílio como também controle de sua jornada de trabalho, é possível até saber quando foi acessado pela última vez o teclado, conforme segue: A internet permite, inclusive, aferir o tempo de conexão do terminal do empregado,bem como quando foi acessado pela última vez o teclado. Esse controle revela, sem dúvida, a subordinação jurídica que, poderá estar presente ainda quando a execução do serviço seja desconectada (off line). Tudo irá depender da análise do programa de informática utilizado. (BARROS, 2011, p. 261). A autora ainda cita o nome e como funciona o referido software ao qual a doutrina faz referência 28 A doutrina faz referência a um programa operativo específico (software aplicativo), que permite registrar o tempo de trabalho, bem como pausas, erros, falsas manobras, cadência de trabalho e recebimento de instruções[...]. (BARROS, 2011, p. 261). A seguir alguns julgados acerca do home office Temos esse Acórdão da 4ª Turma da 5ª região, em que a modalidade de trabalho home office é equiparada à dos empregados que exercem atividades externas, no caso em tela, o reclamante era monitorado pela empresa através de relatórios diários contendo os horários dos atendimentos dos seus clientes, o preposto da empresa declarou que o reclamante tinha que fazer um controle de todos os incidentes encontrados pelo reclamante em cada posto visitado através de um documento chamado check list e neste documento ele poderia colocar horário de entrada e saída em cada posto visitado, declarou ainda, que o reclamante deveria se conectar a uma central de computação da reclamada antes de sair para cada visita e depois de retornar para cada visita, deixando explícito que a reclamada controlava sim o horário do reclamante. HORA EXTRA - REGIME HOME OFFICE - A situação do empregado em regime home office se equipara à dos empregados que exercem atividade externa, não se submetendo às regras pertinentes à duração de jornada, desde que não tenham horário de trabalho controlado pelo empregador. (TRT-5 - RO: 90006420065050029 BA 0009000-64.2006.5.05.0029, Relator: NÉLIA NEVES, 4ª. TURMA, Data de Publicação: DJ 24/04/2008) Nesse Acórdão da 2ª Turma da 5ª região, uma testemunha arrolada pela reclamada teria relatado que a jornada de trabalho do reclamante era fiscalizado pelo empregador, o reclamante informa que ele trabalhava das 7:30 às 19:00 no regime de contratação de home office, ou seja, teria que trabalhar em sua casa com equipamentos da empresa, e que estava subordinado a reclamada. GERENTE DE VENDAS. TRABALHO EM DOMICÍLIO. HOME OFFICE. AUSÊNCIA DE FISCALIZAÇÃO. O gerente de vendas que labora em sua residência, não estando subordinado a nenhum outro empregado no Estado da Bahia, sem qualquer fiscalização na sua jornada está enquadrado na exceção prevista no inciso II do art. 62 da CLT, não fazendo jus, portanto, às horas extras e verbas reflexas. (TRT-5 - RO: 388004920055050005 BA 0038800-49.2005.5.05.0005, Relator: DALILA ANDRADE, 2ª. TURMA, Data de Publicação: DJ 16/01/2007) 29 No presente Recurso Ordinário da 4ª Turma da 3ª região, a reclamada comprova que não é possível fiscalizar os trabalhos prestados pelo reclamante e que este somente deveria comparecer na sede da empresa, duas vezes por ano, e diz não haver diferenças entre o trabalhador do sistema Home office com o trabalhador que exerce suas funções no interior da empresa: O sistema de trabalho conhecido como home office é juslaboralmente bem aceito e já está até regulamentado, por meio da Lei 12.551/11, que alterou o artigo 6º/CLT. O atual padrão normativo visa equiparar os efeitos jurídicos da subordinação exercida por meios telemáticos e informatizados à exercida por meios pessoais e diretos. Nessa ordem de idéias, não se distingue entre o trabalho realizado no estabelecimento do empregador, o executado no domicílio do empregado e o realizado à distância, desde que estejam caracterizados os pressupostos da relação de emprego. Os meios telemáticos e informatizados de comando, controle e supervisão se equiparam, para fins de subordinação jurídica, aos meios pessoais e diretos de comando, controle e supervisão do trabalho alheio. HOME OFFICE - AUSÊNCIA DE FISCALIZAÇÃO E CONSEQUENTE CONTROLE DE JORNADA - INCIDÊNCIA DE EXCEÇÃO LEGAL. O sistema de trabalho conhecido como home office é juslaboralmente bem aceito e já está até regulamentado, por meio da Lei 12.551/11, que alterou o artigo 6º/CLT. O atual padrão normativo visa equiparar os efeitos jurídicos da subordinação exercida por meios telemáticos e informatizados à exercida por meios pessoais e diretos. Nessa ordem de ideias, não se distingue entre o trabalho realizado no estabelecimento do empregador, o executado no domicílio do empregado e o realizado à distância, desde que estejam caracterizados os pressupostos da relação de emprego. Os meios telemáticos e informatizados de comando, controle e supervisão se equiparam, para fins de subordinação jurídica, aos meios pessoais e diretos de comando, controle e supervisão do trabalho alheio. Demonstrada na vertente hipótese a ausência de fiscalização da jornada praticada, além de livremente organizadas pelo trabalhador as atividades externas realizadas, ou em sistema de home office praticadas, incide a exceção expressa no art. 62, inciso I, da CLT. Executado o labor fora do alcance de controle do empregador, não faz jus o obreiro às horas extras postuladas. (TRT-3 - RO: 00727201301803001 0000727-42.2013.5.03.0018, Relator: Convocado Vitor Salino de Moura Eca, Quarta Turma, Data de Publicação: 21/09/2015) O presente Acórdão do TST em decorrência de Agravo de Instrumento em Recurso de Revista em face de decisão publicada antes da vigência da Lei 13.015/2014 versa sobre a impossibilidade de controle do horário do trabalhador pelo sistema home office por parte do empregador, onde o TRT deu provimento para deferir o pagamento de horas extras. 30 AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA EM FACE DE DECISÃO PUBLICADA ANTES DA VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.015/2014. HORAS EXTRAS. TRABALHO EXTERNO. CONTROLE INDIRETO DE JORNADA. Agravo de instrumento a que se dá provimento para determinar o processamento do recurso de revista, em face de haver sido demonstrada possível afronta ao artigo 62, I, da CLT. RECURSO DE REVISTA EM FACE DE DECISÃO PUBLICADA ANTES DA VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.015/2014. HORAS EXTRAS. TRABALHO EXTERNO. CONTROLE INDIRETO DE JORNADA. A exceção prevista no artigo 62, I, da CLT não depende apenas do exercício de trabalho externo, mas também da impossibilidade de controle de horário pelo empregador. No caso, o Tribunal Regional registrou que: o autor trabalhava em home office por opção da ré, que fechou a filial em Curitiba em 2005; os técnicos, que trabalhavam em idêntica condição, recebiam hora extra, quando acionados no plantão; não havia poderes especiais na gerência; a testemunha da ré admitiu a possibilidade de exceder o horário, caso algum cliente ligasse, a existência de folga compensatória, caso atendesse fora do expediente, e as horas trabalhadas a mais eram informadas. Indubitável, portanto, que o empregador exercia o controle indireto sobre os horários cumpridos pelo empregado. Somente quando se revelar inteiramente impossível o controle, estará afastado o direito ao pagamento de horas extraordinárias, em razão da liberdade de dispor do seu próprio tempo, a exemplo do que ocorre, mesmo nesses casos, com o intervalo para refeição, cujo gozo é presumido, diante a autorização legal para dispensa do registro. Recurso de revista de que se conhece e a que se dá provimento. (TST - RR: 12179720115090008, Relator: CláudioMascarenhas Brandão, Data de Julgamento: 08/04/2015, 7ª Turma, Data de Publicação: DEJT 17/04/2015) Neste julgado da 2ª Turma da 14ª Região, a reclamante trabalhava na modalidade de trabalho home office e, segundo a reclamada, a própria obreira é quem controlava seus horários. TRABALHO EM ATIVIDADE EXTERNA. INCOMPATIBILIDADE COM CONTROLE DE JORNADA. HORAS EXTRAS. A impossibilidade de controle de jornada do empregado pela empresa, decorrente do método de trabalho adotado por ela, faz incidir a exceção prevista no art. 62, I da CLT, não se cogitando da possibilidade de condenação em horas extras. ACIDENTE AUTOMOBILÍSTICO. NEXO DE CAUSALIDADE. CULPA. INEXISTÊNCIA DE PROVA. A teoria da responsabilidade subjetiva exige, como pressupostos para sua aplicação, a ocorrência de dano, ação ou omissão voluntária e nexo de causalidade entre o dano e a conduta. Não havendo nos autos comprovação acerca da existência de culpa por parte da empregadora no acidente automobilístico sofrido pela obreira, ou ao menos a prova de que o acidente ocorreu quando a obreira exercia atividades para a empresa recorrida, não há que se falar em indenização. DESPEDIDA IMOTIVADA. INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. A simples despedida vazia do empregado não é capaz de, por si só, gerar o direito ao recebimento de indenização por danos morais. A responsabilidade civil do empregador ao pagamento de indenização pressupõe a comprovação da existência de dano propriamente dito (prejuízo material ou sofrimento moral); prática de ato ilícito ou com abuso de poder (dolo ou culpa) e nexo de causalidade entre o ato praticado pela empregadora e o dano sofrido pelo empregado. Inexistindo prova acerca da existência de dano moral causado a obreira que guarde nexo de causalidade com a conduta da empresa recorrida (dispensa sem justa causa) é indevida a condenação ao pagamento de indenização por danos morais. CONTRATO DE TRABALHO. 31 SISTEMA HOME OFFICE. INDENIZAÇÃO. INCABIMENTO. O contrato de trabalho firmado sob a modalidade home office, onde o empregado executa seu mister em sua própria residência, com gerenciamento próprio de horário e de realização das suas atribuições, não comporta indenização reparadora pelo uso de sua residência, tendo em vista que desde a contratação já havia consenso mútuo de como se aperfeiçoaria a modalidade contratual avençada, inexistindo na espécie qualquer ilicitude perpetrada pelo empregado (TRT-14 - RO: 2300 RO 0002300, Relator: JUIZA FEDERAL DO TRABALHO CONVOCADA ARLENE REGINA DO COUTO RAMOS, Data de Julgamento: 27/05/2010, SEGUNDA TURMA, Data de Publicação: DETRT14 n.096, de 28/05/2010) O controle da jornada de trabalho em si não é o ponto mais importante, o ponto principal aqui é a fiscalização para que a relação seja honesta, em outras palavras, para que haja uma confiança mútua entre o empregador e empregado, confiança em lato sensu, deve vigorar o princípio da boa fé. 32 5 DA COMPETÊNCIA EM RAZÃO DO LUGAR (FORO) O foro competente em razão do lugar é onde o trabalhador presta serviços ao empregador nos termos do art. 651, caput, da CLT (com as adaptações impostas pela EC n. 24/99), a competência das varas do Trabalho “é determinada pela localidade onde o empregado, reclamante ou reclamado, prestar serviços ao empregador, ainda que tenha sido contratado noutro lugar ou no estrangeiro” (LEITE, 2016, p. 345) A regra mencionada no artigo supracitado, foi pensada para facili tar o acesso do trabalhador à justiça, e também à instrução processual, sendo que as provas são encontradas no local da prestação do serviço. 33 10 CONCLUSÃO A evolução das normas trabalhistas acerca do home office são evidentes, mas ainda é deficiente, pois, ao invés de termos mais uma lei para regular essa modalidade de trabalho, em meio a tantas leis, o brasileiro deve se basear no princípio da boa fé, assim como em outros países, para melhor “controlar” as atividades laborais dessa modalidade de trabalho que vem crescendo exponencialmente no Brasil e no mundo ano a ano. Trata-se, a meu ver, de uma evolução do trabalho moderno, onde as empresas podem reduzir seus custos operacionais e estruturais, sem mencionar uma queda com afastamentos por acidentes de trabalhos e de trajeto, além de o trabalhador ter uma melhora significativa na sua qualidade de vida, pois, mesmo separando o trabalho do lazer, estará com sua família em tempo integral. As empresas criarão cada vez mais formas de controlar os trabalhadores e os resultados, principalmente no tocante aos horários de início e término da execução efetiva do trabalho, esse é o ponto mais crítico dessa modalidade de trabalho. Contudo, conclui-se que a sociedade mundial, como um todo, está em plena e constante modificação, cabe ao Direito do Trabalho moderno, acompanhar essas mudanças constantes do mundo globalizado, para poder dar amparo ao trabalhador, que é o polo hipossuficiente dessa relação. 34 REFERÊNCIAS BARROS, A. M. de. Curso de Direito do Trabalho / Alice Monteiro de Barros. 7. ed. São Paulo: LTr, 2011. BRASIL. Consolidação das Leis do Trabalho. Lei nº 5.452/1943. Disponível em: www.planalto.gov.br. Acesso em: 18 out. 2016. CARVALHO, A. C. L. de. Direito do Trabalho [recurso eletrônico]: curso e discurso / Augusto Cesar Leite de Carvalho. Aracaju: Evocati, 2011. DELGADO, M. G. Curso de Direito do Trabalho. 15. ed. São Paulo: LTr, 2016. GARCIA, B., G. F. (03/2016). Curso de Direito do Trabalho. 10. ed. [Vital Source Bookshelf Online]. Retrieved from https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788530969998/. LEITE, C. H. B. Curso de Direito Processual do Trabalho / Carlos Henrique Bezerra Leite. 14. ed. de acordo com o novo CPC – Lei n. 13.105, de 16-3-2015. São Paulo: Saraiva, 2016. MANUS, P. (07/2015). Direito do Trabalho. 16. ed. [Vital Source Bookshelf Online]. Retrieved from https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597000122/. MARTINS, P. S., MESSA, F. A. (09/2009). Empresa e Trabalho - Estudos em homenagem a AMADOR PAES DE ALMEIDA. 1. ed.. [Vital Source Bookshelf Online]. Retrieved from https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788502139275/. MARTINS, S. P. Direito do Trabalho / Sergio Pinto Martins. 32. ed. São Paulo: Saraiva, 2016. MELLO, A. Teletrabalho (telework): o trabalho em qualquer lugar e a qualquer hora… / Alvaro Mello. Rio de Janeiro: Qualitymark Ed.: ABRH-Nacional, 1999. TROPE, A. Organização Virtual: impactos de teletrabalho nas organizações / Alberto Trope. Rio de Janeiro: Qualitymark Ed., 1999. NASCIMENTO, A. M. Curso do Direito do Trabalho: história e teoria geral do trabalho: relações individuais e coletivas do trabalho / Amauri Macaro Nascimento. 26. ed. São Paulo: Saraiva, 2011. NASCIMENTO, A. M., NASCIMENTO, S. M. Curso de Direito do Trabalho: história e teoria geral do direito do trabalho: relações individuais e coletivas do trabalho / Amauri Mascaro Nascimento. 29. ed. São Paulo: Saraiva, 2014.