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história da enfermagem
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Saúde Mental Universidade Estácio de SáUniversidade Estácio de Sá

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Resumo sobre Enfermagem Psiquiátrica no Brasil A história da psiquiatria no Brasil remonta ao início do século XIX, com a chegada da família real portuguesa ao Rio de Janeiro em 1808. A rainha D. Maria I, considerada insana, foi um dos primeiros casos notáveis que evidenciaram a necessidade de um sistema de saúde mental. Naquela época, os doentes mentais eram frequentemente vistos nas ruas, tratados como objetos de escárnio, ou eram mantidos em condições deploráveis, segregados em quartos escuros e insalubres. As Santas Casas de Misericórdia começaram a acolher esses indivíduos, mas as condições eram precárias, com os pacientes mais agitados sendo submetidos a tratamentos brutais, como a contenção física e a violência. O desenvolvimento da psiquiatria no Brasil também foi influenciado por figuras como Philippe Pinel, que introduziu métodos mais humanizados no tratamento de doentes mentais na Europa. No Brasil, a assistência psiquiátrica começou a se estruturar com a construção de instituições como o Hospício de Alienados, fundado pelo Barão de Lucena entre 1874 e 1883. Este local se tornou um centro de inovação na assistência psiquiátrica, especialmente sob a liderança de Ulysses Pernambucano de Mello, que trouxe práticas pioneiras para o tratamento de pacientes. A enfermagem psiquiátrica, no entanto, ainda enfrentava desafios significativos, com a maioria dos cuidados sendo prestados por leigos e irmãs de caridade, que muitas vezes não possuíam formação adequada. A formalização da enfermagem psiquiátrica no Brasil começou a tomar forma com a inauguração do Hospício Pedro II em 1852, que se tornou um marco na história da psiquiatria nacional. Contudo, a enfermagem era vista como uma atividade de baixo prestígio, associada a trabalhos manuais e degradantes. A partir de 1890, o governo republicano convidou enfermeiras francesas para ajudar na formação de profissionais de enfermagem, resultando na criação da primeira escola brasileira de enfermagem, embora essa instituição não tenha sido reconhecida como um marco na formação da profissão. O verdadeiro reconhecimento da enfermagem como uma categoria profissional no Brasil é atribuído à Escola de Enfermagem Anna Nery, fundada em 1923, que, embora seguisse o modelo Nightingaleano, não abordava diretamente a saúde mental. Nas décadas seguintes, a enfermagem psiquiátrica começou a evoluir, com um foco crescente nas necessidades terapêuticas dos pacientes. Durante o período de 1890 a 1930, as enfermeiras passaram a ter um papel mais ativo, assistindo médicos em procedimentos psiquiátricos e implementando medidas terapêuticas. No entanto, o papel das enfermeiras ainda era predominantemente custodial, focando nas necessidades físicas dos pacientes, enquanto as necessidades psíquicas eram tratadas de forma mais superficial. A partir da década de 1940, teóricas como Peplau, Travelbee e Minzoni começaram a introduzir conceitos de relacionamento interpessoal na prática da enfermagem psiquiátrica, promovendo uma abordagem mais humanizada e terapêutica. Na década de 1970, um movimento significativo começou a questionar o modelo asilar da assistência psiquiátrica, propondo um enfoque comunitário que buscava integrar os pacientes à sociedade, longe do isolamento. Este movimento foi parte de um contexto mais amplo de redemocratização no Brasil e culminou na formação do Movimento dos Trabalhadores em Saúde Mental (MTSM), que criticou as práticas manicomiais e o enfoque estritamente médico-terapêutico das instituições psiquiátricas. Essa mudança de paradigma na assistência psiquiátrica reflete uma evolução na compreensão da saúde mental e a importância de um tratamento mais humano e integrado. Destaques A psiquiatria no Brasil começou com a chegada da família real em 1808, destacando a necessidade de um sistema de saúde mental. As condições de tratamento para doentes mentais eram precárias, com práticas brutais e segregação social. A formalização da enfermagem psiquiátrica começou com o Hospício Pedro II, mas a profissão só foi reconhecida com a Escola de Enfermagem Anna Nery em 1923. A partir da década de 1940, surgiram abordagens mais humanizadas na enfermagem psiquiátrica, focando no relacionamento interpessoal. O movimento dos anos 1970 questionou o modelo asilar, promovendo um enfoque comunitário na assistência à saúde mental.

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