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REVISTA OBSERVATORIO DE LA ECONOMIA LATINOAMERICANA 
 
ISSN: 1696-8352 
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REVISTA OBSERVATORIO DE LA ECONOMIA LATINOAMERICANA, Curitiba, v.23, n.2, p. 01-24. 2025. 
Monitoramento tecnológico e análise comparativa entre patentes de 
invenção e modelos de utilidade nas instituições de ensino superior 
públicas no estado da Paraíba 
 
Technological monitoring and comparative analysis between invention 
patents and utility models in public higher education institutions in the 
state of Paraíba 
 
Monitoreo tecnológico y análisis comparativo entre patentes de 
invención y modelos de utilidad en instituciones de educación superior 
públicas en el estado de Paraíba 
 
DOI: 10.55905/oelv23n2-031 
 
Receipt of originals: 1/10/2025 
Acceptance for publication: 2/3/2025 
 
Ricardo Maia do Amaral 
Mestre em Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia para Inovação 
Instituição: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba 
Endereço: Campina Grande, Paraíba, Brasil 
E-mail: ricardo.maia@academico.ifpb.edu.br 
 
Erika dos Santos Leal Maia 
Doutoranda em Propriedade Intelectual e Inovação 
Instituição: Instituto Nacional da Propriedade Industrial 
Endereço: Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil 
E-mail: erikaleal31@gmail.com 
 
Elizabeth Ferreira da Silva 
Doutora em Engenharia Civil 
Instituição: Instituto Nacional da Propriedade Industrial 
Endereço: Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil 
E-mail: silvafbeth@gmail.com 
 
RESUMO 
Este estudo investigou as tendências de patenteamento em Instituições de Ensino Superior 
na Paraíba, enfocando patentes de invenção e modelos de utilidade. Os resultados indicam 
um aumento expressivo nos pedidos de patentes de invenção, evidenciando o 
compromisso das instituições com a inovação e o desenvolvimento tecnológico. A 
metodologia utilizada foi a análise de patentes de invenção e modelos de utilidade das 
IES da Paraíba no período entre janeiro de 2009 e julho de 2022. Observou-se uma 
preferência pelas patentes de invenção em detrimento dos modelos de utilidade, sugerindo 
 
 
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um foco em soluções tecnológicas mais complexas, contraposto à natureza do modelo de 
utilidade, destinado ao aprimoramento tecnológico do objeto de uso prático ou parte 
deste, sendo mais próximo da realidade das empresas. Este padrão pode refletir estratégias 
institucionais voltadas para inovações de maior impacto ou o distanciamento do setor 
produtivo da academia. O estudo também discute o papel da patente de modelo de 
utilidade na aproximação do setor acadêmico ao produtivo. Contudo, o estudo apresenta 
limitações, incluindo sua restrição geográfica à Paraíba e o enfoque quantitativo. Para 
estudos futuros, recomenda-se uma abordagem mais ampla, considerando diferentes 
regiões e análises qualitativas para compreender melhor o impacto das inovações. 
 
Palavras-chave: Patentes de Invenção, Modelos de Utilidade, Inovação em Instituições 
de Ensino Superior, Paraíba. 
 
ABSTRACT 
This study investigated patenting trends in Higher Education Institutions in Paraíba, 
focusing on invention patents and utility models. The results indicate a significant 
increase in applications for invention patents, revealing a strong engagement of 
institutions with innovation and technological development. The methodology used was 
the analysis of invention patents and utility models from HEIs in Paraíba in the period 
between January 2009 and July 2022. A preference for invention patents was observed to 
the detriment of utility models, suggesting a focus on solutions more complex 
technological technologies, as opposed to the nature of the utility model, intended for the 
technological improvement of the object of practical use or part of it, being closer to the 
reality of companies. This pattern may reflect institutional strategies aimed at innovations 
with greater impact or may also reflect the distancing of the productive sector from 
academia. The study also discusses the role of the utility model patent in bringing the 
academic sector closer to the production sector. However, the study has limitations, 
including its geographic restriction to Paraíba and the quantitative focus. For future 
studies, a broader approach is recommended, considering different regions and qualitative 
analyzes to better understand the impact of innovations. 
 
Keywords: Invention Patents, Utility Models, Innovation in Higher Education 
Institutions, Paraíba. 
 
RESUMEN 
Este estudio investigó las tendencias en materia de patentes en las instituciones de 
educación superior de Paraíba, centrándose en las patentes de invención y los modelos de 
utilidad. Los resultados indican un aumento significativo en las solicitudes de patentes de 
invención, lo que revela un fuerte compromiso de las instituciones con la innovación y el 
desarrollo tecnológico. La metodología utilizada fue el análisis de patentes de invención 
y modelos de utilidad de IES de Paraíba en el período comprendido entre enero de 2009 
y julio de 2022. Se observó una preferencia por las patentes de invención en detrimento 
de los modelos de utilidad, sugiriendo un enfoque en soluciones tecnológicas más 
complejas. frente a la naturaleza del modelo de utilidad, destinado a la mejora tecnológica 
del objeto de uso práctico o parte de él, acercándose más a la realidad de las empresas. 
 
 
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Este patrón puede reflejar estrategias institucionales orientadas a innovaciones de mayor 
impacto o también puede reflejar el distanciamiento del sector productivo de la academia. 
El estudio también analiza el papel de la patente de modelo de utilidad para acercar el 
sector académico al sector productivo. Sin embargo, el estudio tiene limitaciones, entre 
ellas su restricción geográfica a Paraíba y el enfoque cuantitativo. Para estudios futuros, 
se recomienda un enfoque más amplio, considerando diferentes regiones y análisis 
cualitativos para comprender mejor el impacto de las innovaciones. 
 
Palabras clave: Patentes de Invención, Modelos de Utilidad, Innovación en Instituciones 
de Educación Superior, Paraíba. 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
No âmbito da inovação tecnológica contemporânea, as patentes emergem como 
um dos pilares fundamentais, não apenas em setores corporativos, mas também no 
ambiente acadêmico, especialmente no caso das Instituições de Ensino Superior (IES), 
objetivando a transferência do conteúdo tecnológico emergente da pesquisa e 
desenvolvimento (P&D) para o mercado. 
A Lei 10.973/2004, conhecida como a Lei de Inovação, no Brasil, marca a 
contribuição das universidades e dos institutos de pesquisa públicos no processo de 
inovação ao regular a transferência de tecnologia dessas entidades para o setor produtivo 
– empresas privadas de tecnologia –, como reflexo de uma política pública ativa de 
Ciência e Tecnologia (Viotti, 2008). 
As IES da Paraíba têm suas estratégias de patenteamento moldadas por fatores 
regionais e institucionais. Estes incluem a natureza das pesquisas realizadas, a 
infraestrutura disponível, a cultura de inovação e as políticas de apoio à pesquisa e 
desenvolvimento. Conforme destacado por Santos et al. (2023), a relevância da inovação 
tecnológica para o desenvolvimento econômico no país cresce principalmente a partir do 
papel das universidades na criação de produtos e processos inovadores, destacando a 
contribuição significativa das IES da Paraíba. 
No Estado da Paraíba, as instituições públicas desempenham um papel essencial 
no avanço tecnológico e no crescimento econômico regional. Nesse cenário, os Núcleos 
 
 
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de Inovação Tecnológica (NITs) dessas instituições são particularmente relevantes, 
atuando na gestão da política de inovação das Instituições de Ciência e Tecnologia (ICTs). 
Sua função principal é administrar a propriedade intelectual e facilitar a transferência de 
conhecimento para o mercado. Assim, promovem a interação com o setor 
socioeconômico ao viabilizar a comercialização de soluções tecnológicas, impulsionando 
a economia (Ferreira, 2019). 
A agenda de pesquisa das universidades, devido à sua capacidade científico-
tecnológica, especialmente em áreas emergentes, gera novos produtos e processos 
passíveis de proteção por patentes de invenção. Já os modelos de utilidade focam em 
melhorias funcionais associadas à configuração tridimensional de objetos, tornando-os 
atrativos para as universidades por seu potencial de comercialização. A escolha entre 
patentes de invenção e modelos de utilidade, portanto, pode representar uma estratégia 
relevante para as Instituições de Ensino Superior (IES) (Ferreira et al., 2009). 
Este artigo visa explorar as tendências de patenteamento nas IES da Paraíba, com 
ênfase nos modelos de utilidade. Por meio de uma análise comparativa entre a 
Universidade Federal da Paraíba (UFPB), a Universidade Federal de Campina Grande 
(UFCG), a Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) e o Instituto Federal de Educação, 
Ciência e Tecnologia da Paraíba (IFPB), pretende-se investigar em que medida a patente 
de modelo de utilidade pertencentes as IES da Paraíba pode atender à demanda local do 
setor produtivo, tornando-se mais receptiva à comercialização e ao codesenvolvimento 
pelas empresas. 
A hipótese a ser verificada é que as soluções tecnológicas mais simples, protegidas 
por modelo de utilidade, tendem a ser mais adequadas para atender à demanda do setor 
produtivo, considerando as limitações e especificidades do desenvolvimento industrial 
brasileiro, além de se constituírem numa estratégia de aproximação da IES com o setor 
produtivo. Trata-se de uma pesquisa exploratória, quali-quantitativa e documental, a 
partir das informações coletadas na base de dados de patentes do Instituto Nacional da 
Propriedade Industrial. 
 
 
 
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1.1 PATENTES DE INVENÇÃO VS. MODELOS DE UTILIDADE 
 
O direito de propriedade industrial, no tocante às patentes, é um regime de 
incentivo à inventividade, conferindo direitos temporários de exclusividade. Esses 
direitos permitem a exploração de mercado, a recuperação de investimentos e a criação 
de um mecanismo de retroalimentação para novos investimentos em pesquisa e 
desenvolvimento. 
Os regimes de modelo de utilidade, com requisitos mais baixos para concessão do 
que as patentes de invenção, podem auxiliar na aprendizagem tecnológica e na inovação 
incremental, principalmente em economias em desenvolvimento (Prud'homme, 2017). 
As patentes de invenção são muitas vezes associadas a avanços tecnológicos 
fundamentais e inovações radicais ou disruptivas, originando novos produtos e novos 
processos. Já os modelos de utilidade oferecem um caminho para a proteção de melhorias 
incrementais em produtos já existentes conforme a Lei da Propriedade Industrial 
brasileira (Gama, 2021). 
De acordo com a Lei da Propriedade Industrial nº 9.279/96 - LPI (Brasil, 1996), 
art. 9, a proteção por modelo de utilidade é concedida ao “objeto de uso prático, ou parte 
deste, suscetível de aplicação industrial, que apresente nova forma ou disposição, 
envolvendo ato inventivo, que resulte em melhoria funcional no seu uso ou em sua 
fabricação”. Em contraste, a patente de invenção protege uma inovação que atenda aos 
requisitos de novidade, atividade inventiva e aplicação industrial. 
Portanto, a patente de invenção se aplica a uma solução tecnológica que contemple 
efeito técnico novo e surpreendente, Já o modelo de utilidade, segundo Barbosa (2003), 
define-se como uma forma ou disposição nova que não seja decorrência comum ou vulgar 
do estado da técnica, exigindo uma inventividade menor em relação às patentes de 
invenção, as quais demandam uma solução que não seja óbvia para um técnico no assunto 
(art. 13 da LPI). 
Para Silveira (2012), a relação causa-efeito é essencial na atividade inventiva, 
enquanto o ato inventivo se limita a uma nova forma associada à melhoria funcional, 
configurando uma intervenção pontual. Segundo o autor: 
 
 
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“Enquanto a invenção revela uma concepção original no que toca à obtenção 
de um novo efeito técnico, o modelo de utilidade corresponde a uma forma 
nova em produto conhecido que resulta em melhor utilização. Isso significa 
que, mesmo quando a invenção decorra da forma do produto, a ela não se 
reduz, abarcando possíveis variações dentro da mesma ideia inventiva (relação 
causa-efeito), ao passo que o modelo de utilidade não revela uma nova função, 
mas, apenas, melhor função, sendo sua proteção restrita à forma”. 
 
Portanto, as patentes de invenção e de modelo de utilidade se destinam ao campo 
da técnica e visam a finalidade utilitária, cujo prazo de proteção abarca, respectivamente, 
os períodos de 20 e 15 anos, em função do nível de inventividade envolvido na solução 
tecnológica proposta. 
Para De Andrade Lima e De Oliveira (2001), destacam a importância dos modelos 
de utilidade como parte integral da propriedade industrial, ressaltando sua função de 
proteger e promover melhorias funcionais em objetos existentes. Segundo os autores, os 
critérios de novidade, ato inventivo e aplicabilidade industrial são essenciais para a 
proteção de modelos de utilidade, diferenciando-os do desenho industrial, que prioriza o 
aspecto estético. 
 
2 METODOLOGIA 
 
O estudo foi classificado como exploratório de caráter quali-quantitativo, pois 
possibilitou uma visão geral sobre o assunto por meio da pesquisa na literatura científica 
e do mapeamento tecnológico. Para Dos Santos e Dos Santos (2018), o mapeamento 
tecnológico é um instrumento que auxilia pesquisadores e empresas no desenvolvimento 
de pesquisas e orienta o processo de tomada de decisão ao demonstrar tendências de 
inovações tecnológicas, construindo indicadores do desenvolvimento científico obtidos a 
partir de registros de patentes. 
Outro método utilizado foi a pesquisa na literatura científica para fundamentação 
teórica, uma vez que a pesquisa bibliográfica reúne trabalhos importantes já concluídos 
sobre o tema, fornecendo ao pesquisador informações atualizadas sobre o estado da arte 
da temática, além de servir como referência e orientação para possíveis indagações 
(Marconi e Lakatos, 2003). 
 
 
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Para atingir os objetivos propostos, a etapa de coletas de dados neste estudo foi 
executada da seguinte forma: foram consultadas informações disponibilizadas na base de 
dados do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), com o recorte temporal 
delimitado entre 01/01/2009 e 15/07/2022. As consultas foram realizadas no dia 
16/01/2024, utilizando o Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) de cada uma das 
IES. 
O período inicial da pesquisa foi delimitado a partir de 1º de janeiro de 2009, 
considerando que os Institutos Federais de Educação (IFs), incluindo o IFPB, foram 
criados com a promulgação da Lei 11.892/2008, em 29 de dezembro de 2008 (Brasil,2008). Assim, o ano de 2009 foi estabelecido como marco inicial para a coleta dos dados. 
As outras três Instituições de Ensino Superior (IES) do estado da Paraíba já existiam 
formalmente nesta data. 
Durante o período delimitado, foram analisados um total de 1.100 pedidos de 
depósito de patentes de invenção e de modelo de utilidade. Desses, 507 eram provenientes 
da UFPB, 447 da UFCG, 64 da UEPB e 82 do IFPB. 
Por fim, para a operacionalização das variáveis, considerou-se: 
• Os anos em que foram realizados os pedidos de depósito de patentes de invenção 
e de modelo de utilidade; 
• A quantidade de pedidos de depósito de patentes de invenção por IES; 
• A quantidade de pedidos de depósito de patentes de modelo de utilidade por IES; 
e 
• A Classificação Internacional de Patentes (IPC) dos pedidos de depósito de paten-
tes de modelo de utilidade por IES. 
 
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
Ressalta-se que, no período analisado, a redução nos depósitos de patente, no 
intervalo de 2020 a 2022, pode ser atribuída à pandemia de Covid-19. 
 
 
 
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3.1 UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA 
 
A UFPB é uma instituição de ensino superior pública federal, localizada no estado 
da Paraíba. Criada em 13 de dezembro de 1960, por meio da promulgação da Lei nº 3.835, 
a UFPB resultou da federalização de várias faculdades situadas nas cidades de João 
Pessoa e Campina Grande, estabelecidas entre 1951 e 1956 (Brasil, 1960). 
A UFPB tem se destacado em diversas áreas, possuindo uma política de incentivo 
à pesquisa e inovação, incluindo o desenvolvimento de patentes e outras formas de 
propriedade intelectual. Suas iniciativas abrangem desde pesquisas básicas até projetos 
complexos realizados em parceria com o setor privado. 
A Instituição conta com iniciativas como incubadoras de empresas, parques 
tecnológicos e centros de pesquisa que visam transformar o conhecimento gerado dentro 
da universidade em inovações práticas e soluções tecnológicas. Essas ações reforçam o 
objetivo de promover a transferência de tecnologia e fomentar a interação da universidade 
com a sociedade e o mercado (Fernandes et al., 2018). 
Portanto, a UFPB tem consolidado seu papel como um centro de excelência em 
pesquisa e inovação, refletido na trajetória de depósitos de patentes de invenção. 
Conforme a Figura 1, a primeira análise está relacionada ao quantitativo de 
pedidos de depósito de patentes de invenção realizados pela UFPB entre os anos de 2009 
e 2022. 
 
 
 
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Figura 1. Quantidade de pedidos de depósito de patentes de invenção da UFPB. 
 
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados obtidos na base de dados do INPI (2024). 
 
A UFPB apresentou uma variação significativa na quantidade de patentes de 
invenção ao longo dos anos, com um total de 497 pedidos de depósito de patentes de 
invenção realizados no INPI entre 2009 e 2022. O período de 2017 a 2020 se destaca, 
representando 73,04% dos depósitos realizados pela instituição nos últimos 14 anos. 
Em relação à Figura 2, a segunda análise está relacionada ao quantitativo de 
pedidos de depósito de patentes de modelo de utilidade, realizados pela UFPB no mesmo 
período. 
O número de modelos de utilidade é consistentemente inferior ao das patentes de 
invenção, com a maioria dos anos apresentando poucos ou nenhum depósito desse tipo. 
O total de pedidos de modelo de utilidade representa apenas 2,01% do total dos depósitos 
de patentes da UFPB. 
 
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Figura 2. Quantidade de pedidos de depósito de patentes de modelo de utilidade da UFPB. 
 
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados obtidos na base de dados do INPI (2024). 
 
Há, portanto, uma predominância clara das patentes de invenção em comparação 
com os modelos de utilidade. A média anual de patentes de invenção é significativamente 
superior à de modelos de utilidade. 
A disparidade entre os dois tipos de depósitos pode refletir uma tendência 
institucional de priorizar invenções de maior complexidade e impacto potencial. O baixo 
número de modelos de utilidade pode ser consequência de uma política interna voltada 
para inovações mais abrangentes e estratégicas. Essas tendências indicam a necessidade 
de uma análise aprofundada das políticas institucionais e do ecossistema de inovação que 
influenciam a atividade patentária na UFPB. 
 
3.2 UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE 
 
A UFCG foi criada após a promulgação da Lei nº 10.419, de 9 de abril de 2002, 
como resultado do desmembramento da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Suas 
origens remontam à década de 1950, com a criação da Escola Politécnica de Campina 
Grande, em 1952, e da Faculdade de Ciências Econômicas, em 1955. Ao longo de sua 
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2
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trajetória, a UFCG tem desempenhado um papel fundamental no desenvolvimento 
econômico, social e educacional da região (UFCG, 2021). 
Quanto às atividades de propriedade intelectual e inovação, a UFCG tem se 
destacado no cenário nacional. Entre 2017 e 2020, a universidade realizou 447 pedidos 
de registro de patentes, com um aumento significativo impulsionado pela criação do 
Observatório de Inteligência Tecnológica (OBITEC). Em 2020, a UFCG alcançou uma 
posição de destaque no ranking nacional de registros de patentes de invenção, com 101 
depósitos, superando empresas de grande porte como a PETROBRAS - Petróleo 
Brasileiro S.A. (UFCG, 2024). 
A Figura 3 apresenta o quantitativo de pedidos de depósito de patentes de 
invenção realizados pela UFCG entre 2009 e 2022. Observa-se uma tendência de variação 
significativa ao longo dos anos, com alguns períodos marcados por números expressivos 
de depósitos, totalizando 443 pedidos de depósito. 
 
Figura 3. Quantidade de pedidos de depósito de patentes de invenção da UFCG. 
 
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados obtidos na base de dados do INPI (2024). 
 
A análise temporal dos depósitos de patentes de invenção pela UFCG aponta uma 
concentração de atividade inventiva entre 2017 e 2021. Esse período reflete a capacidade 
de inovação robusta da instituição e destaca a UFCG como um agente transformador no 
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17
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64
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cenário nacional de propriedade intelectual, consolidando-se entre os principais 
depositantes residentes de patentes de invenção no Brasil. 
Os picos nos registros de patentes oferecem insights sobre o alinhamento entre a 
pesquisa acadêmica e as demandas do mercado, evidenciando o potencial de 
comercialização e transferência tecnológica. 
Na Figura 4, observa-se uma frequência relativamente baixa de registros de 
modelo de utilidade, com anos em que não houve nenhum depósito. Esse perfil é 
semelhante ao identificado na UFPB, reforçando a tendência das IES na Paraíba de 
priorizarem inovações mais disruptivas. 
Este perfil é similarao identificado na Universidade Federal da Paraíba, 
reforçando que as abordagens institucionais predominantemente adotadas pelas IES na 
Paraíba tendem a privilegiar inovações com um caráter tecnologicamente mais disruptivo. 
Observa-se um interesse emergente por invenções que não apenas apresentam 
incrementos tecnológicos, mas também são robustas em termos de aplicabilidade e 
impacto no desenvolvimento tecnológico sustentável. 
Este fenômeno pode refletir um alinhamento estratégico dos esforços de pesquisa 
e desenvolvimento dessas instituições, visando avanços que transcendem as melhorias 
incrementais e abraçam inovações de maior envergadura, em detrimento dos depósitos de 
patentes de modelo de utilidade. 
Adicionalmente, a variação anual nos registros de modelo de utilidade pode ser 
reflexo de diversos fatores, incluindo mudanças na alocação de recursos financeiros e 
humanos e na estrutura de incentivos à pesquisa, com apenas 04 (quatro) pedidos de 
depósito de modelo de utilidade entre 2009 e 2022. 
 
 
 
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Figura 4. Quantidade de pedidos de depósito de patentes de modelo de utilidade da UFCG. 
 
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados obtidos na base de dados do INPI (2024). 
 
Apenas 0,90% do total de pedidos de patentes da UFCG entre 2009 e 2022 
corresponde a modelos de utilidade, com somente quatro pedidos registrados no período. 
Essa baixa incidência pode ser vista como uma escolha estratégica alinhada à evolução 
do ambiente de pesquisa e inovação dentro da instituição. 
Fatores como mudanças na alocação de recursos financeiros e humanos, além da 
estrutura de incentivos à pesquisa, podem ter influenciado essa variação anual nos 
registros. A priorização de invenções de maior envergadura reflete uma política 
institucional voltada para a inovação de impacto. 
 
3.3 UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA 
 
A UEPB foi fundada como Universidade Regional do Nordeste (URNE) em 1966 
e tornou-se uma universidade estadual em 1987, após a promulgação da Lei nº 4.977, de 
11 de outubro de 1987 (UEPB, 2021). 
No que se refere à inovação e propriedade intelectual, a UEPB, por meio da 
Coordenadoria de Inovação Tecnológica (INOVATEC), tem demonstrado avanços 
significativos. Em 2023, a universidade destacou-se no cenário nacional ao posicionar-se 
0 0 0 0 0 0 0
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2
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1
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4
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1,5
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3
3,5
4
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2 0 0 9 2 0 1 0 2 0 1 1 2 0 1 2 2 0 1 3 2 0 1 4 2 0 1 5 2 0 1 6 2 0 1 7 2 0 1 8 2 0 1 9 2 0 2 0 2 0 2 1 2 0 2 2T O T A L
 
 
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na 34ª colocação entre as 50 instituições com maior número de depósitos de patentes e 
programas de computador registrados, com um total de 17 registros de programas de 
computador, segundo ranking do INPI (UEPB, 2024). 
A análise da Figura 5 ilustra a quantidade de pedidos de depósito de patentes de 
invenção realizados pela UEPB, um crescimento relevante em propriedade intelectual e 
inovação. 
 
Figura 5. Quantidade de pedidos de depósito de patentes de invenção da UEPB. 
 
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados obtidos na base de dados do INPI (2024). 
 
Conforme indicado pela Figura 5, a UEPB apresentou um total de 60 depósitos de 
patentes de invenção. Embora o ritmo seja mais lento em comparação à UFPB e à UFCG, 
a UEPB evidenciou um desempenho significativo, com destaque para os anos de 2019 e 
2020, quando foram registrados 24 depósitos no total. Essa trajetória reflete não apenas a 
capacidade inovadora da instituição, mas também sua contribuição para a disseminação 
do conhecimento e para o avanço tecnológico, pilares essenciais para fortalecer a pesquisa 
aplicada e o desenvolvimento sustentável regional. 
Analisando a Figura 6, que apresenta a quantidade de pedidos de depósito de 
patentes de modelo de utilidade pela UEPB, verifica-se um padrão semelhante ao 
observado na UFPB e na UFCG, com poucos ou nenhum depósito registrado em muitos 
anos. 
0 0 0 1 3
7
2 4 6
3
12 12
7
3
60
0
10
20
30
40
50
60
70
 
 
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Figura 6. Quantidade de pedidos de depósito de patentes de modelo de utilidade da UEPB. 
 
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados obtidos na base de dados do INPI (2024). 
 
A figura revela uma frequência baixa de depósitos de modelos de utilidade, com 
apenas quatro registros no período analisado, ocorrendo exclusivamente em 2013 e 2020. 
Essa tendência sugere que, embora a UEPB demonstre engajamento em atividades de 
inovação, seu foco predominante está nas patentes de invenção, em detrimento dos 
modelos de utilidade. 
 
3.4 INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DA 
PARAÍBA 
 
O IFPB é uma instituição que se dedica à pesquisa, inovação e pós-graduação, 
com o objetivo de fomentar o desenvolvimento em todas as áreas do conhecimento e 
contribuir para o avanço científico, tecnológico e social. Foi criado a partir da 
promulgação da Lei nº 11.892, de 29 de dezembro de 2008 (IFPB, 2023). 
A política de inovação e propriedade intelectual do IFPB é abrangente, cobrindo 
produções científicas e tecnológicas, inventos, modelos de utilidade, registros de 
desenhos industriais, marcas e programas de computador. Além disso, a instituição 
0 0 0 0
1
0 0 0 0 0 0
3
0 0
4
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
4
4,5
 
 
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promove parcerias com o setor produtivo para incentivar a pesquisa científica e 
tecnológica, bem como a inovação tecnológica (IFPB, 2021). 
A Figura 7 apresenta um aumento expressivo nos pedidos de patentes de invenção 
ao longo dos anos, refletindo um alinhamento estratégico do IFPB com as demandas 
tecnológicas emergentes. Esse crescimento evidencia o investimento significativo em 
pesquisa e desenvolvimento aplicado. 
 
Figura 7. Quantidade de pedidos de depósito de patentes de invenção da IFPB. 
 
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados obtidos na base de dados do INPI (2024). 
 
O gráfico revela uma tendência ascendente nos depósitos de patentes de invenção, 
com destaque para o ano de 2017, quando ocorreu um pico de 22 pedidos. Esse aumento 
é mais evidente entre os anos de 2014 e 2020, período marcado por maior ênfase na 
pesquisa aplicada e na busca por soluções inovadoras para desafios específicos do setor 
produtivo. No total, o IFPB realizou 70 pedidos de depósito de patentes de invenção entre 
2009 e 2022. 
Por outro lado, a Figura 8 destaca uma menor frequência de pedidos de patentes 
de modelo de utilidade, evidenciando uma estratégia institucional focada em inovações 
mais complexas e com maior impacto potencial 
 
0 0 0 0 1
6
3
7
22
9 9 9
3 1
70
0
10
20
30
40
50
60
70
80
 
 
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Figura 8. Quantidade de pedidos de depósito de patentes de modelo de utilidade do IFPB. 
 
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados obtidos na base de dados do INPI (2024). 
 
Ao contrário da Figura 7, a Figura 8 mostra uma frequência moderada de pedidos 
de patentes de modelo de utilidade, com maior constância a partir de 2018. Alguns anos 
apresentaram poucos ou nenhum depósito no período analisado. Ainda assim, o IFPB 
lidera entre as quatro IES do estado em depósitos de modelo deutilidade, totalizando 12 
pedidos no período. 
Essa tendência sugere que, embora o foco do IFPB esteja predominantemente em 
inovações mais complexas, o número expressivo de modelos de utilidade evidencia 
esforços também voltados para inovações incrementais e aplicadas. Esse desempenho se 
manteve estável mesmo durante a pandemia de Covid-19. 
Após a análise das Figuras 1 a 8, observa-se uma variação considerável na 
quantidade de depósitos de patentes de invenção e modelos de utilidade pelas IES da 
Paraíba. Essas flutuações refletem fatores como a natureza das pesquisas realizadas, as 
áreas de foco estratégico e a capacidade de inovação de cada instituição. 
 
0 0 0 0 0
1
0 0 0
1
5
1
3
1
12
0
2
4
6
8
10
12
14
 
 
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3.5 CLASSIFICAÇÃO INTERNACIONAL DE PATENTES (IPC) DOS PEDIDOS DE 
DEPÓSITO DE PATENTES DE MODELO DE UTILIDADE POR IES 
 
A Classificação Internacional de Patentes (IPC), do inglês International Patent 
Classification, é um sistema hierárquico utilizado mundialmente para a categorização de 
patentes e documentos correlatos. Esse sistema é administrado pela OMPI - Organização 
Mundial da Propriedade Intelectual (WIPO, 2024). 
A estrutura hierárquica da classificação IPC é dividida em seções, classes, 
subclasses, grupos principais e subgrupos, proporcionando um nível detalhado de 
categorização. Por exemplo, a seção C engloba química e metalurgia, enquanto suas 
classes abordam compostos químicos ou processos específicos (França, 2007). 
A principal função da IPC é oferecer um sistema de classificação uniforme para 
organizar e buscar documentos de patentes, facilitando o acesso a informações técnicas. 
Isso beneficia examinadores de patentes, inventores e empresas, permitindo a 
identificação de documentos relacionados em campos específicos. Utilizada por mais de 
100 países-membros da OMPI e diversas organizações, a IPC é reconhecida como o 
padrão internacional para classificação de patentes, promovendo a cooperação e o 
compartilhamento de informações técnicas entre países (Evangelista, 2021; Oliveira, 
2005). 
A análise da classificação internacional de patentes dos modelos de utilidade para 
as IES da Paraíba, apresentada na Tabela 1, destaca a diversidade de áreas em que essas 
instituições desenvolvem tecnologias, com foco na melhoria funcional de objetos por 
meio da alteração de sua configuração. 
 
 
 
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Tabela 1. Classificação Internacional de Patentes da IES da Paraíba. 
Instituição Ano de Referência 
Quantidade de 
Pedidos de MU 
Códigos IPC 
UFPB 2009 a 2023 10 
A61B 5/00; A22B 5/00; A47J 43/28; B62M 
25/06; A61B 10/00; C01B 32/00; 
C12P 19/02; F24F 7/08. 
UFCG 2009 a 2023 4 
BA2C12/04; H04B3/46; H02G 7/05; 
G09B 9/00. 
UEPB 2009 a 2023 4 
A41D 13/11; A01K 1/035; A41D 13/11; 
C07D 333/50. 
IFPB 2009 a 2023 12 
A47F 1/08; G01N 27/416; A61B 5/00; 
H04L 12/24; F24F 1/62; A47J 43/28 
A61F 5/01; H02K 7/00. 
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados obtidos na base de dados do INPI (2024). 
 
Na UFPB, as classificações IPC abrangem áreas como dispositivos médicos, 
processamento de alimentos e tecnologia de veículos, sendo cada código listado utilizado 
apenas uma vez. A UFCG apresenta classificações em áreas como comunicações sem fio 
e educação, com frequências também únicas. 
De forma semelhante, a UEPB concentra-se em áreas como vestuário e química, 
com uma distribuição uniforme dos códigos IPC listados. Já o IFPB apresenta uma 
classificação mais diversificada, abrangendo áreas como dispositivos médicos, mobiliário 
e energia, mas, assim como nas outras IES, cada código IPC ocorre apenas uma vez. 
A diversidade da classificação IPC entre as IES reflete diferentes focos de 
pesquisa e inovação, evidenciando especializações institucionais. Essa análise fornece 
insights valiosos sobre as áreas temáticas prioritárias para cada instituição, destacando 
potencial para colaborações interdisciplinares. 
 
4 CONCLUSÃO 
 
Este estudo analisou as tendências de patenteamento nas IES da Paraíba, com 
ênfase nas patentes de invenção e modelos de utilidade. Observou-se um incremento 
significativo nos pedidos de patentes de invenção, refletindo o crescente 
comprometimento das IES com a inovação e o desenvolvimento tecnológico. Esse 
aumento pode ser interpretado como resultado do fortalecimento da pesquisa aplicada e 
do incentivo à inovação nessas instituições. 
 
 
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No entanto, o número de pedidos de patentes de modelo de utilidade permaneceu 
baixo durante o período analisado. Entre 2009 e 2022, as IES depositaram, juntas, 1.100 
pedidos de patentes, dos quais apenas 30 (2,72%) eram de modelo de utilidade. Essa 
disparidade destaca uma preferência clara pelas patentes de invenção, sugerindo que as 
IES da Paraíba tendem a focar em inovações mais complexas e com maior impacto 
potencial. 
As patentes de invenção mostraram-se predominantes em relação aos modelos de 
utilidade, evidenciando uma estratégia de pesquisa voltada para soluções tecnológicas 
avançadas e potencialmente disruptivas. Em contraste, os modelos de utilidade, com sua 
abordagem incremental, apresentaram baixa representatividade, o que pode indicar um 
distanciamento do setor produtivo em buscar soluções tecnológicas junto às 
universidades. 
Este estudo demonstrou o compromisso crescente das IES da Paraíba – UFPB, 
UFCG, UEPB e IFPB – com a inovação tecnológica, como evidenciado pelo aumento no 
número de patentes de invenção. O predomínio das patentes de invenção reflete uma 
orientação para tecnologias mais complexas e impactantes, alinhadas à natureza das 
pesquisas realizadas nas universidades. Por outro lado, o baixo número de pedidos de 
modelo de utilidade sugere que ainda há um caminho a percorrer na integração do setor 
produtivo com as universidades para soluções tecnológicas mais direcionadas. 
Embora o estudo tenha delineado as estratégias de patenteamento adotadas pelas 
instituições paraibanas, ressalta-se a importância de investigações mais profundas sobre 
o impacto dessas estratégias. Pesquisas futuras poderiam explorar como as tecnologias 
desenvolvidas nas IES são efetivamente integradas ao tecido produtivo e comercial, 
destacando o papel das universidades na dinâmica de inovação regional e no 
desenvolvimento econômico sustentável. 
Soluções incrementais protegidas por modelos de utilidade podem representar 
uma maior aproximação entre o setor produtivo e as universidades, indicando um 
comprometimento em abordar problemas específicos da realidade local. Isso contribui 
para o desenvolvimento regional e para a colaboração entre os setores acadêmico e 
produtivo. 
 
 
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Recomenda-se uma investigação mais detalhada sobre a estratégia de 
patenteamento do IFPB, a mais recente entre as instituições analisadas. O portfólio de 
modelos de utilidade do IFPB, embora discreto, apresenta sinais de maior constância a 
partir de 2018, possivelmente refletindo uma atuação regionalizada e uma aproximação 
com o setor produtivo. Esse cenário pode estar relacionado à missão institucional do IFPB 
- a terceira missão da universidade com foco no desenvolvimento regional. 
 
 
 
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Acesso em: 10 fev. 2024. 
https://www.wipo.int/

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