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Revisar envio do teste: Questionário Unidade IESTUDOS DISCIPLINARES XVI 6724-20_SEI_RI_0122_R_20252 CONTEÚDO Usuário MARIANA CUSTODIO VITALINO Curso ESTUDOS DISCIPLINARES XVI Teste Questionário Unidade I Iniciado 03/11/25 11:54 Enviado 18/11/25 19:43 Status Completada Resultado da tentativa 4,5 em 5 pontos Tempo decorrido 367 horas, 48 minutos Resultados exibidos Todas as respostas, Respostas enviadas, Respostas corretas, Comentários, Perguntas respondidas incorretamente Pergunta 1 Os refugiados ambientais são motivados pelas inundações, secas, elevação do nível das águas dos rios e mares. Ainda assim, poucos países incluem os “migrantes ambientais” em uma categoria especial de pessoas que necessitam de proteção. De acordo com as estatísticas do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), agência da ONU para os refugiados, nos próximos 50 anos, aproximadamente 250 milhões de pessoas serão obrigadas a abandonar suas casas e migrar para outras regiões ou para fora do seu país, se o homem não reduzir a degradação ambiental e o aquecimento global. Disponível em: https://elpais.com/internacional/2015/12/14/actualidad/. Acesso em: 3 ago. 2022 (adaptado). CONTEÚDOS ACADÊMICOS BIBLIOTECAS MURAL DO ALUNO TUTORIAISUNIP EAD 0,5 em 0,5 pontos http://company.blackboard.com/ https://ava.ead.unip.br/webapps/blackboard/execute/courseMain?course_id=_433352_1 https://ava.ead.unip.br/webapps/blackboard/content/listContent.jsp?course_id=_433352_1&content_id=_4853173_1&mode=reset https://elpais.com/internacional/2015/12/14/actualidad/ https://ava.ead.unip.br/webapps/portal/execute/tabs/tabAction?tab_tab_group_id=_25_1 https://ava.ead.unip.br/webapps/portal/execute/tabs/tabAction?tab_tab_group_id=_27_1 https://ava.ead.unip.br/webapps/portal/execute/tabs/tabAction?tab_tab_group_id=_47_1 https://ava.ead.unip.br/webapps/portal/execute/tabs/tabAction?tab_tab_group_id=_29_1 https://ava.ead.unip.br/webapps/portal/execute/tabs/tabAction?tab_tab_group_id=_10_1 https://ava.ead.unip.br/webapps/login/?action=logout Resposta Selecionada: c. Respostas: a. b. c. d. e. Comentário da resposta: Com base nas informações apresentadas e nos conhecimentos sobre direito internacional e relações internacionais, analise as afirmativas abaixo. I. A Convenção de 1951 relativa ao Estatuto dos Refugiados reconhece expressamente os refugiados ambientais como grupo protegido, assegurando-lhes os mesmos direitos que os refugiados por perseguição política. II. A crescente migração ambiental coloca desafios à governança global, exigindo a formulação de novos instrumentos jurídicos e políticas públicas transnacionais para garantir direitos básicos a esses migrantes. III. Apesar das projeções alarmantes, os refugiados ambientais ainda não são contemplados pelo sistema de proteção internacional, o que revela lacunas importantes na arquitetura legal vigente sobre migração e refúgio. Está correto o que se afirma em: II e III, apenas. I, apenas. II, apenas. II e III, apenas. I e III, apenas. I, II e III. Resposta: C Comentário: A Convenção de 1951 não reconhece os refugiados ambientais como grupo protegido. Ela restringe o estatuto de refugiado a pessoas perseguidas por motivos de raça, religião, nacionalidade, pertencimento a determinado grupo social ou opinião política. Pergunta 2 Resposta Selecionada: e. Respostas: a. As preocupações da Economia Política das Relações Internacionais estão voltadas para a distribuição global ou territorial das atividades econômicas, as discussões técnicas e políticas sobre o comércio, os investimentos externos e as finanças mundiais, a divisão internacional do trabalho, a eficiência relativa na adoção de políticas pelos países desenvolvidos e em desenvolvimento e o crescimento desigual oriundo das instabilidades do sistema internacional provocadas pelas falhas ou omissões dos atores internacionais. Não obstante, algumas teorias foram elaboradas para explicar a relação dos fatores político e econômico envolvidos nessas problemáticas: três delas adquiriram importância na pesquisa e na política. Verifica-se que o nacionalismo econômico advoga o primado da política sobre a economia, o liberalismo econômico defende a separação clara das esferas política e econômica, e o marxismo argumenta que a economia é a condutora da política. Enquanto os liberais tendem a ignorar a distribuição, e os nacionalistas estão preocupados primordialmente com a distribuição internacional da riqueza, os marxistas focalizam os efeitos internos e internacionais da economia de mercado na distribuição da riqueza. GILPIN, R. A Economia Política das Relações Internacionais. Brasília, DF: Editora da UnB, 2002 (adaptado). Com relação às problemáticas e aos argumentos teóricos da Economia Política das Relações Internacionais, avalie as afirmações a seguir. I. O marxismo se desenvolveu em reação ao liberalismo econômico, pois os conflitos políticos nascem da luta entre as classes sociais em relação à distribuição da riqueza. II. No nacionalismo, privilegia-se o Estado e o Mercado deve estar sujeito aos interesses estatais, como é o caso das medidas estabelecidas pelas elites nacionais a fim de proteger a base produtiva interna da competitividade internacional. III. O Mercado, no liberalismo, deve funcionar livre de interferência política, embora a ordem internacional liberal preconize a adoção de regras no comércio internacional. Está correto o que se afirma em: I, II e III. I, apenas. 0,5 em 0,5 pontos b. c. d. e. Comentário da resposta: II, apenas. I e III, apenas. II e III, apenas. I, II e III. Resposta: E Comentário: As três afirmações estão corretas. O marxismo entende que a economia determina a política e que os conflitos surgem da luta de classes pela distribuição da riqueza. O nacionalismo econômico prioriza o Estado, defendendo a subordinação do mercado aos interesses nacionais por meio de políticas protecionistas. Já o liberalismo sustenta a separação entre política e economia, defendendo mercados livres, mas dentro de uma ordem internacional baseada em regras que promovam o comércio justo e previsível. Pergunta 3 Resposta Selecionada: b. “Nenhuma abordagem isolada é capaz de captar toda a complexidade da política mundial contemporânea. Portanto, é preferível termos uma diversidade de ideias concorrentes do que uma única ortodoxia teórica”. WALT, S. M. One World, Many Theories. Foreign Policy, n. 110, 1998. Em relação às teorias no campo de Relações Internacionais, assinale a opção correta. As perspectivas teóricas de inspiração marxista têm como horizonte discutir possibilidades de transformação e mudança na política internacional, na qual a ideia de Estado unitário e racional é questionada, de modo a destacar a centralidade das relações de produção, o papel das classes sociais e a interconexão entre os processos políticos e econômicos. 0,5 em 0,5 pontos Respostas: a. b. c. d. e. Comentário da resposta: O realismo, o neorrealismo e o marxismo compartilham premissas analíticas positivistas e a ideia de que a política internacional é o resultado da distribuição de poder, atribuindo-se igual relevância aos processos históricos e econômicos. As perspectivas teóricas de inspiração marxista têm como horizonte discutir possibilidades de transformação e mudança na política internacional, na qual a ideia de Estado unitário e racional é questionada, de modo a destacar a centralidade das relações de produção, o papel das classes sociais e a interconexão entre os processos políticos e econômicos. A discussão teórica dos anos 2000, em comparação com a diversidade de abordagens dos anos 1980, restringiu-se a questões cada vez mais específicas, de modo a garantir a autonomia institucional das Relações Internacionais em relação às outras ciências sociais, como a Sociologia, Ciência Política e História. A teoria neoinstitucionalista não tem por base a ideia de Estado unitário e racional, o que a aproximaria do neorrealismo,no entanto, um dos principais esforços de Robert Keohane, nos anos 1980, foi exatamente distanciar-se dos pressupostos teóricos e metodológicos do neorrealismo, partindo de bases distintas para explicar as razões da cooperação internacional em ambientes institucionalizados. A teoria realista e a teoria neorrealista têm por base a ideia de Estado unitário e racional, sendo que o realismo, ao explicar as motivações centrais do comportamento dos Estados, privilegia questões relacionadas com as consequências da anarquia, ao passo que o neorrealismo enfatiza a dimensão das características das unidades e da natureza humana como elementos que explicam comportamentos específicos do Estado. Resposta: B Comentário: As alternativas A, C, D e E estão incorretas por distorcerem aspectos centrais das teorias de Relações Internacionais. A opção A erra ao afirmar que realismo, neorrealismo e marxismo compartilham premissas analíticas, ignorando que o marxismo segue uma abordagem crítica e não positivista. A C falha ao sugerir que houve isolamento teórico nos anos 2000, quando, na verdade, ocorreu maior interdisciplinaridade. A D erra ao dizer que o neoinstitucionalismo não adota a ideia de Estado unitário e racional, sendo que esse é justamente um ponto comum com o neorrealismo. Já a E inverte os fundamentos teóricos: é o realismo que se baseia na natureza humana, enquanto o neorrealismo foca na estrutura do sistema internacional. Pergunta 4 Resposta Selecionada: d. Respostas: a. b. c. d. e. Comentário da resposta: Durante uma reunião hipotética do Conselho de Segurança da ONU, discute-se a possibilidade de determinar a aplicação de sanções a um país A que invadiu o território de seu vizinho B. Sabemos que A pode contar com o apoio de dois membros permanentes do Conselho. Discute-se sobre a natureza da operação militar realizada por A e, dentre os membros do Conselho, há discordância sobre se esta pode ser definida como uma agressão ou se é um caso de movimento defensivo. Qual dos cenários é impossível? O Conselho aprova uma resolução definindo A como agressor e sua ação como uma ameaça à paz e à segurança internacional e determina a implementação de sanções. O Conselho de Segurança não chega a nenhuma resolução, pois está dividido entre dois grupos compostos por membros permanentes, dentre outros. O Conselho chega a uma resolução condenando a ação de A e a mobilização de tropas de B ocorrida anteriormente e aprova um mecanismo de negociação segundo os parâmetros do capítulo 6 da Carta da ONU. O Conselho aprova uma resolução determinando que deva ocorrer uma resolução pacífica para a disputa. O Conselho aprova uma resolução definindo A como agressor e sua ação como uma ameaça à paz e à segurança internacional e determina a implementação de sanções. O Conselho transfere a decisão sobre a disputa para a Assembleia Geral. Resposta: D Comentário: A alternativa D é impossível porque A conta com o apoio de dois membros permanentes do Conselho de Segurança, e qualquer resolução substantiva, como a aplicação de sanções sob o Capítulo VII da Carta da ONU, exige ausência de veto dos cinco membros permanentes (EUA, Rússia, China, França e Reino Unido). Como dois membros permanentes apoiam A, qualquer tentativa de classificá-lo como agressor e impor sanções seria vetada. As demais alternativas são possíveis: A, B, e C envolvem discussões, negociações ou impasses, e a alternativa E é viável caso o 0,5 em 0,5 pontos Conselho esteja paralisado, conforme o mecanismo de "Unidos pela Paz", que permite que o debate ocorra no âmbito da Assembleia Geral. Pergunta 5 Resposta Selecionada: a. Respostas: a. b. c. Os ataques aos Estados Unidos da América, em setembro de 2001, tiveram impacto na agenda de segurança internacional. Devido a sua natureza e características singulares em um contexto de globalização – mobilidade de capital, mobilidade de pessoas, constituição de redes transnacionais –, tais ataques desafiam algumas concepções anteriormente em voga a respeito do ordenamento das relações internacionais. A respeito desse tema, avalie as afirmativas abaixo. I. A ênfase à chamada “guerra ao terror” na agenda internacional envolveu políticas de combate à lavagem de dinheiro em paraísos fiscais. II. Nos termos da Escola de Copenhague, a “securitização” do fenômeno do terrorismo permite ações de intervenção em Estados soberanos. III. O fato de vários países concordarem que o terrorismo é um problema real sugere que a definição do termo é inequívoca. IV. Na “luta contra o terror”, as ações de combate ao terrorismo são centradas em atores transnacionais. Está correto apenas o que se afirma em: I e II. I e II. II e IV. III e IV. 0,5 em 0,5 pontos d. e. Comentário da resposta: I, II e III. I, III e IV. Resposta: A Comentário: I – Afirmativa correta. JUSTIFICATIVA. A guerra ao terror envolveu o uso de inúmeros recursos para localizar e dissolver a rede de apoio ao terrorismo. Assim, países foram invadidos, contas bancárias e bens foram congelados e/ou confiscados, escutas telefônicas foram utilizadas e correspondências violadas. A rede de apoio financeiro ao terrorismo foi um dos alvos da guerra ao terror, envolvendo a ação do governo americano e de governos aliados aos Estados Unidos em vários paraísos fiscais. II – Afirmativa correta. JUSTIFICATIVA. Nos termos da Escola de Copenhague, a “securitização” do fenômeno do terrorismo permite ações de intervenção em Estados soberanos. Segundo as teorias desenvolvidas por essa escola, há situações que se configuram como excepcionais: nessas situações, acredita-se que os Estados podem abandonar determinadas normas ou modus operandi em face de uma imensa ameaça e da necessidade de pronta resposta como garantia para a sua sobrevivência. A situação de exceção, portanto, admite o uso de estratégias que não fazem parte do receituário comum das políticas de relacionamento internacional, mesmo em casos de guerra ou de conflito. III – Afirmativa incorreta. JUSTIFICATIVA. Não se pode afirmar que o termo “terrorismo” esteja cercado de ambiguidade ou que a definição do termo seja inequívoca. O que de fato ocorre é que o fenômeno, por atingir diversos países e diversas culturas, e por se manifestar de inúmeras formas, é definido de várias maneiras. Em outras palavras: embora seja consensual a percepção do perigo representado pelo terrorismo, sua definição e seu conceito não o são. IV – Afirmativa incorreta. JUSTIFICATIVA. Na “luta contra o terror”, as ações de combate ao terrorismo envolvem atores nacionais (como os Estados) e os atores transnacionais (os agentes que atuam de forma a estabelecer relações extra-estatais e internacionais, nem sempre sob o alcance ou o controle dos atores nacionais, tais como as empresas transnacionais, as organizações internacionais governamentais ou intergovernamentais e as organizações internacionais não governamentais). De forma alguma as ações de combate ao terrorismo estão concentradas nos agentes transnacionais, haja vista os complexos relacionamentos entre os órgãos diplomáticos de diversos países resultantes dos trabalhos de cooperação no combate ao terrorismo. Pergunta 6 Leia o texto a seguir. 0,5 em 0,5 pontos Resposta Selecionada: b. Respostas: a. b. c. d. e. Na questão da interface entre o regime comercial da Organização Mundial do Comércio (OMC) e os regimes ambientais, é preciso enfatizar que, mesmo tendo sido construídos com lógicas distintas e sem uma hierarquia no direito internacional, o primeiro tende a prevalecer, por ter mostrado, em menos de dez anos de existência, que a regulação comercial por meios multilaterais institucionalizados é desejável. A clareza e a precisão das normas estabelecidas e a sua observância, bem como o nível de delegação dos membros são suficientemente assegurados para que o regime seja forte, o que não ocorre na maioria dos regimes internacionais ambientais. BARROS-PLATIAU, A. F. et al. Meio ambiente e relações internacionais: perspectivasteóricas, respostas institucionais e novas dimensões de debate. Revista Brasileira de Política Internacional, Brasília, DF, v. 47, n. 2, jul/dez. 2004 (com adaptações). Considerando o paralelo apresentado no texto acima entre os regimes comercial e ambiental, avalie as afirmativas. I. As questões de cunho comercial são tratadas regularmente nas rodadas de liberalização comercial, ao passo que as questões ambientais são debatidas exclusivamente quando se realizam as grandes conferências internacionais. II. Por ter capacidade regulatória, a OMC pode constranger os Estados e demais atores internacionais a seguirem padrões comportamentais; já o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) não possui a mesma capacidade regulatória, o que dificulta a construção de um regime ambiental internacional. III. A agenda comercial internacional (iniciada com a criação da OMC, em 1995) é mais recente que a agenda ambiental internacional (iniciada com a criação do PNUMA, em 1972), o que explica ser esta agenda mais complexa que aquela. Está correto apenas o que se afirma em: II. I. II. III. I e II. II e III. Comentário da resposta: Resposta: B Comentário: I – Afirmativa incorreta. JUSTIFICATIVA. As questões comerciais e ambientais permeiam os regimes internacionais tanto do ponto de vista comercial quanto do ponto de vista ambiental. Embora as questões ambientais sejam discutidas no contexto das regulamentações e das instituições do regime internacional ambiental (mesmo quando envolvem questões de cunho comercial), os conflitos de ordem comercial (mesmo quando envolvem aspectos ambientais) são dirimidos por meio do regime internacional comercial. Percebe-se, portanto, que há intersecção e confluência de debates desses dois regimes internacionais, porque há uma associação direta entre desenvolvimento econômico e governança ambiental. II – Afirmativa correta. JUSTIFICATIVA. A OMC configura-se como um dos mais eficazes ordenamentos no campo comercial internacional, tornando-se exemplo e modelo de instituição voltada para a governança global. Não há, em termos de regime internacional ambiental, uma instituição ou organização com esse mesmo poder regulatório. III – Afirmativa incorreta. JUSTIFICATIVA. As agendas comerciais e ambientais internacionais são igualmente complexas, sendo essa complexidade resultado das inúmeras variáveis que envolvem as atividades comerciais e de proteção ao ambiente. Ambas as agendas apresentam interfaces em termos de conteúdo, preocupações, objetivos e conflitos, já que há íntima associação entre crescimento econômico, desenvolvimento e política ambiental. Pergunta 7 Leia o texto a seguir. O construtivismo tornou-se uma das mais celebradas correntes teóricas das Relações Internacionais por ter estabelecido, segundo Adler (1997), uma via média entre racionalistas e reflexivistas. ADLER, E. Seizing the Middle Ground: constructivism in world politics. European Journal of International Relations, v. 3, p. 319-363, 1997 (com adaptações). 0,5 em 0,5 pontos Resposta Selecionada: b. Respostas: a. b. c. d. e. Comentário da resposta: Considerando as contribuições construtivistas ao estudo da política internacional, avalie as afirmativas. I. A premissa da intersubjetividade implica o entendimento de que a identidade dos atores é exógena ao processo de interação social. II. A identidade dos atores no sistema internacional fornece a base para a definição de seus interesses. III. O construtivismo wendtiano adota ontologia positivista do sistema internacional, segundo a qual a estrutura material é totalmente condicionada pela estrutura ideacional. IV. O fato de as relações internacionais serem socialmente construídas implica constantes rupturas dos padrões de ordenação sistêmica. V. A política de poder e a autoajuda não são derivações causais necessárias da estrutura anárquica do sistema internacional. Está correto apenas o que se afirma em: II e V. II e IV. II e V. I, III e IV. I, II, III e V. I, III, IV e V. Resposta: B Comentário: I – Afirmativa incorreta. JUSTIFICATIVA. Variável exógena é aquela que um modelo teórico toma como dada, como algo que surge por maneiras que o modelo não explica. O contrário de exógeno é endógeno (ou seja, são as variáveis que são causadas por mecanismos que o modelo explica). A crítica dos construtivistas aos racionalistas (principalmente aos realistas) é que eles tratam as identidades dos Estados como se fossem dadas, como se existissem desde sempre e não mudassem, ou seja, como exógenas. Para os construtivistas, os interesses dos Estados são endógenos e surgem justamente na interação social entre eles. Intersubjetividade é o nome que se dá ao processo de formação social e interativa das identidades e dos interesses. II – Afirmativa correta. JUSTIFICATIVA. Essa é uma afirmação essencial dos construtivistas, que os diferencia das correntes teóricas racionalistas. Os construtivistas não tratam os interesses dos Estados como variáveis exógenas, mas como causadas pelas identidades dos Estados (Sarfati, 2005). III – Afirmativa incorreta. JUSTIFICATIVA. A questão tem dois erros, apresentados a seguir. 1) Positivismo, em Relações Internacionais, é uma visão de que a ciência precisa explicar a realidade como ela é. Assim, positivismo é uma perspectiva epistemológica, pois trata de como se deve produzir conhecimento. A ontologia (do grego "ontos" – ser – e "logos" – estudo ou ciência) somente trata de como é a realidade. No sentido que se dá a esses termos em Relações Internacionais, existe epistemologia positivista, mas não ontologia positivista. 2) A ontologia construtivista não afirma que as ideias (estruturas ideacionais) condicionam totalmente a realidade material. Construtivistas afirmam que existe um mundo material real (físico, material) independente das ideias, mas que os agentes interpretam esse mundo e que essa interpretação depende das interações sociais (Adler, 1997). Para os construtivistas, as ideias são capazes de mudar o mundo real, mas a realidade existe independentemente do nome que lhe damos (Sarfati, 2005). IV – Afirmativa incorreta. JUSTIFICATIVA. Wendt afirma que os agentes (Estados) criam e transformam seus interesses e suas ideias nas interações de uns com os outros de uma forma contínua. Ele também considera que essas mudanças e aprendizados são condicionados pelo path dependence (termo que pode ser traduzido literalmente como "dependência do caminho"), ou seja, que as escolhas que serão feitas em um momento dependem das escolhas que já foram feitas anteriormente (WENDT, 1992). A maior parte das mudanças no sistema internacional descritas por ele acontece de uma forma gradual e contínua, não em constantes rupturas. Wendt não fala que rupturas são impossíveis, mas definitivamente não afirma que a interação social necessariamente gera rupturas. V – Afirmativa correta. JUSTIFICATIVA. Estrutura anárquica do sistema internacional é a situação de ausência de um governo mundial (Sarfati, 2005). Política de poder e autoajuda é a necessidade que os Estados têm de lutar por sua própria sobrevivência (Nogueira; Messari, 2005), ou seja, de não poder recorrer a ninguém, além de si mesmos, para garantir sua segurança. Para os realistas, a anarquia necessariamente causa a política de poder e autoajuda, ou seja, se não há quem mande nos Estados, a única possibilidade é ter relações internacionais de "cada um por si", de forma que o conflito (a guerra) sempre é uma possibilidade. Os construtivistas discordam dessa afirmação, pois entendem que a política de autoajuda ou conflito é apenas um dos resultados possíveis da anarquia internacional. Esse é o significado de uma frase bem conhecida, que é título de um artigo de Wendt: "a anarquia é o que os Estados fazem dela" (Wendt, 1992). Ele dá um exemplo: mesmo com um sistema internacional anárquico, poderia haver um sistema de segurança cooperativo no qual a segurança de cada Estado membro do grupo fosse responsabilidade de todos (Wendt,1992). Pergunta 8 Leia o texto a seguir. Nos dois governos da década de 1980 de João Baptista Figueiredo e de José Sarney, o paradigma de política exterior acoplado ao desenvolvimento nacional evoluiu para uma fase de crise e contradições. O Brasil, como a maioria dos países em desenvolvimento, passou 0,5 em 0,5 pontos Resposta Selecionada: a. Respostas: a. b. c. d. e. Comentário da resposta: a sofrer os efeitos do sistema internacional, ao mesmo tempo em que sua capacidade de influir sobre ele reduziu-se. CERVO, A.; BUENO, C. História da Política Exterior do Brasil. 3 ed. Brasília, DF: Ed. UnB, 2010 (com adaptações). Considerando esse contexto, avalie as asserções e a relação proposta entre elas. I. As contradições da política exterior no decênio de 1980 correspondem, entre outros fatores, ao aumento das pressões geradas pela crise da dívida externa e pela ascensão de políticas neoconservadoras e agressivas, no campo estratégico, em países como os Estados Unidos da América (EUA). PORQUE II. O objetivo dos EUA era ganhar a Guerra Fria contra a União Soviética e dificultar políticas de autonomia em nações do Terceiro Mundo, como o Brasil, que buscou preservar, em condições adversas, uma posição universalista e investir em agendas regionais de reaproximação com a Argentina, que originaram o Mercado Comum do Sul (Mercosul) na década seguinte. A respeito dessas asserções, assinale a opção correta. As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a asserção II justifica a I. As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a asserção II justifica a I. As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a asserção II não justifica a I. A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa. A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira. As asserções I e II são proposições falsas. Resposta: A Comentário: I – Asserção verdadeira. JUSTIFICATIVA. A política externa brasileira da década de 1980 responde a um cenário econômico de endividamento e a um contexto internacional de acirramento das tensões entre EUA e URSS. II – Asserção verdadeira. JUSTIFICATIVA. Na Guerra Fria, os EUA buscaram evitar a ascensão do bloco soviético e os movimentos de autonomia de nações não alinhadas, como o Brasil. Nesse período, o Brasil promoveu iniciativas bilaterais com a Argentina que prenunciaram o Mercosul. Relação entre as asserções. O contexto de bipolaridade e de rivalidade entre dois blocos geopolíticos durante a Guerra Fria levou, na década de 1980, ao recrudescimento das tensões entre EUA e URSS e à dificuldade de coordenação de política externa nos países não alinhados do Terceiro Mundo. Pergunta 9 Resposta Selecionada: e. Considerando as abordagens teóricas de Economia Política Internacional e a forma como são tratadas as noções de hegemonia, poder, estabilidade e interdependência, avalie as afirmativas. I. Na teoria da interdependência complexa, de Robert Keohane e Joseph Nye, os temas da agenda internacional são hierarquizados de forma a serem privilegiados os temas econômicos e financeiros, devido a seu impacto nos Estados. II. Segundo a teoria da estabilidade hegemônica, de Charles Kindleberger, considera-se que a estabilidade do sistema internacional está vinculada à existência de diferentes polos de poder hegemônico interligados pelas estruturas econômicas de produção. III. O conceito de poder estrutural, de Susan Strange, que se diferencia da noção de poder relacional do realismo estrutural, pode ser compreendido como o poder que molda e determina a estrutura da economia mundial em que Estados, instituições, grupos e indivíduos devem operar. IV. Segundo a abordagem neoinstitucionalista, de Robert Keohane, a interdependência gera incentivos para a criação de instituições internacionais, as quais contribuem para a estabilidade internacional, mesmo em situação caracterizada pelo declínio da potência hegemônica internacional. Está correto apenas o que se afirma em: III e IV. 0,5 em 0,5 pontos Respostas: a. b. c. d. e. Comentário da resposta: II. IV. I e II. I e III. III e IV. Resposta: E Comentário: I – Afirmativa incorreta. JUSTIFICATIVA. Diferentemente da corrente neorrealista, que afirma que a segurança é um tema de alta política (high politics), que se sobrepõe a outras questões de baixa política (low politics), a teoria da interdependência complexa afirma que não existe hierarquia entre os temas de relações internacionais, uma vez que os interesses dos Estados em várias matérias (economia, finanças, meio ambiente etc.) dependem de outros Estados para serem efetivados. Além disso, a agenda e as prioridades dos Estados mudam ao longo do tempo, por conta de mudanças nas sociedades, na conjuntura econômica e nos avanços tecnológicos, entre outros. II – Afirmativa incorreta. JUSTIFICATIVA. A teoria da estabilidade hegemônica afirma que o sistema internacional tende a ser mais estável quando uma potência se sobrepõe às outras e atinge a hegemonia. Isso porque o Estado hegemônico arcaria com uma parcela desproporcional dos custos de cooperação. Assim, a existência de muitos polos de poder, segundo essa teoria, é associada à instabilidade da ordem internacional e à emergência de conflitos. III – Afirmativa correta. JUSTIFICATIVA. Segundo Strange, o poder estrutural é a capacidade de influenciar e decidir sobre as instituições, organizações e regras da economia política global, em quatro esferas: segurança; produção; crédito; conhecimentos, créditos e ideias. O poder relacional, por sua vez, é a capacidade de influenciar diretamente a ação de outros Estados, principalmente por meio de coerção. IV – Afirmativa correta. JUSTIFICATIVA. A interdependência é a situação em que cada Estado depende de outros Estados para atingir seus interesses. Assim, segundo Keohane, ela gera incentivos para a cooperação, uma vez que os Estados são incapazes de resolver isoladamente as questões que afetam seus interesses nacionais. Não seria necessário, portanto, que um ator hegemônico assumisse a liderança e a maior parcela dos custos da cooperação para que ela emergisse. Pergunta 10 Considerando os pressupostos das Teorias Feministas de Relações Internacionais, avalie as afirmativas. 0 em 0,5 pontos Terça-feira, 18 de Novembro de 2025 19h43min13s GMT-03:00 Resposta Selecionada: e. Respostas: a. b. c. d. e. I. A progressiva, embora tímida, inclusão de mulheres nas mais altas esferas decisórias da política internacional implicou alteração substancial nas convenções, nos costumes e nos comportamentos nesses espaços. II. Na construção política dos gêneros nas relações internacionais ainda se valoriza o masculino, o que resulta na tradicional exclusão das mulheres da alta política, ou na adaptação delas às demandas do contexto. III. Para as abordagens feministas liberais, a presença de mulheres como representantes políticas internacionais diferencia os processos e os resultados da política internacional. Está correto o que se afirma em: I, II e III. I, apenas. III, apenas. I e II, apenas. II e III, apenas. I, II e III. ← OK