Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.

Prévia do material em texto

Base das Relações 
Privadas
Aula 2
Prof. Vagner PATINI 
Agenda do encontro:
• ROTEIRO DE ESTUDOS
ü Pessoa Física
ü Personalidade e Capacidade
ü Fim da pessoa natural
• DÚVIDAS.
Apenas os seres humanos podem ser titulares de relações jurídicas. 
No estágio atual do Direito, entendemos por pessoa o indivíduo ao qual são 
atribuídos direitos e obrigações, ou seja, a Pessoa Física!
A personalidade jurídica é a manifestação da personalidade íntima e psíquica 
de cada um; é a projeção social da personalidade psíquica, com repercussões 
jurídicas.
CC
Art. 1 o Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil.
Art. 2 o A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a 
lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro.
Animais e objetos inanimados não podem ser 
sujeitos de direito, mas podem ser objetos de 
direito. As normas que visam proteger a flora 
e a fauna o fazem tendo em vista a atividade 
humana. Os animais são considerados apenas 
em relação à sua finalidade social, de forma 
protetiva.
Ao longo da história, nem sempre toda pessoa 
foi sujeito de direitos. Os escravos, 
considerados como coisas, estavam fora do 
âmbito da personalidade.
Todo ser humano é pessoa no sentido jurídico. 
A capacidade jurídica, conforme delineada no artigo 1º do atual Código Civil, é possuída 
por todos. 
Trata-se da chamada capacidade de direito. 
O ser humano é sujeito de direitos, podendo agir pessoalmente ou por meio de 
representação. No entanto, nem todas as pessoas têm capacidade de fato. Esta 
capacidade de fato, ou de exercício, é a habilidade de adquirir direitos e contrair 
obrigações pessoalmente. Diversos fatores, como idade e estado de saúde, influenciam 
nessa capacidade. 
O conceito de personalidade engloba o conjunto de poderes conferidos ao ser humano 
para participar das relações jurídicas, sendo a capacidade um elemento crucial, 
definindo os limites da personalidade. Se a capacidade é plena, o indivíduo possui tanto 
capacidade de direito quanto de fato; se é limitada, o indivíduo tem capacidade de 
direito, como todo ser humano, mas sua capacidade de exercício é restrita pela lei em 
alguns ou todos os atos da vida civil. Quem não é plenamente capaz precisa de outra 
pessoa, com outra vontade, para substituir ou complementar sua própria no campo 
jurídico. 
A pessoa maior de 18 anos, no sistema atual e com plena saúde mental, possui 
capacidade de direito e de fato.
Direito Objetivo e Direito Subjetivo
Direito Objetivo: Refere-se ao conjunto de normas jurídicas 
que regulam as relações entre as pessoas na sociedade. É o 
direito enquanto sistema, as leis escritas, os códigos, as 
constituições, os regulamentos, as normas jurídicas em 
geral. O direito objetivo estabelece as regras que devem ser 
seguidas por todos os membros da sociedade e é o meio 
pelo qual a sociedade organiza-se e regula-se, buscando a 
harmonia e a ordem. Em resumo, o direito objetivo é a 
norma que rege a conduta dos indivíduos na sociedade.
Direito Subjetivo: Refere-se aos direitos individuais reconhecidos 
pelo ordenamento jurídico e que são exercidos pelos sujeitos de 
direito (pessoas físicas ou jurídicas). São as faculdades, prerrogativas 
ou poderes conferidos a uma pessoa para agir em seu próprio 
interesse, podendo ser defendidos ou exigidos perante o Estado ou 
outros indivíduos. Por exemplo, o direito de propriedade, o direito à 
liberdade de expressão, o direito à vida, entre outros. São direitos 
subjetivos aquilo que podemos exigir em virtude das normas do 
direito objetivo.
Início da Personalidade Natural
O artigo 2º do Código Civil estabelece que "A personalidade civil da pessoa começa do 
nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do 
nascituro." O Código refere-se à personalidade civil da "pessoa" nessa disposição. 
Com os avanços da ciência genética, busca-se também proteger o embrião, segundo 
projeto que pretende alterar essa disposição da lei vigente. 
“A questão é polêmica, ainda porque o embrião não se apresenta de per si como uma 
forma de vida sempre viável. A ciência ainda deve dar passos no sentido de fornecer 
ao jurista a exata concepção da dimensão do embrião como titular de alguns 
direitos.” Venosa, Sílvio de Salvo. Direito civil: parte geral – 23. ed., – Barueri [SP]: Atlas, 2023. pg. 126.
“O nascituro é um ente já concebido que se distingue de todo aquele que não o foi 
ainda e que poderá ser sujeito de direito no futuro, dependendo do nascimento, 
tratando-se de uma prole eventual. Essa situação nos remete à noção de direito 
eventual, isto é, um direito em mera situação de potencialidade, de formação, para 
quem nem ainda foi concebido. É possível ser beneficiado em testamento aquele 
ainda não concebido. Por isso, entende-se que a condição de nascituro extrapola a 
simples situação de expectativa de direito. Sob o prisma do direito eventual, os 
direitos do nascituro ficam sob condição suspensiva. A questão está longe de estar 
pacífica na doutrina.” Venosa, Sílvio de Salvo. Direito civil: parte geral – 23. ed., – Barueri [SP]: Atlas, 2023. pg. 129.
O nascituro possui certos direitos reconhecidos pela lei, tais como o reconhecimento 
voluntário de filiação, a nomeação de curador se o pai falecer estando a mulher 
grávida e não detiver o pátrio poder, o direito de ser beneficiário de uma doação feita 
pelos pais, assim como adquirir bens por testamento. No entanto, esses direitos ficam 
condicionados ao nascimento com vida, sendo considerados direitos eventuais. 
Alguns juristas também consideram que o nascituro possui apenas uma expectativa 
de direito nesses casos. Essas distinções são abordadas em detalhes em outros 
contextos, como quando tratamos dos negócios jurídicos.
ATENÇÃO! o fato de o nascituro ter proteção legal e 
poder até mesmo requerer alimentos não significa que 
ele tenha personalidade jurídica da mesma forma que 
uma pessoa já nascida, Ou seja, mesmo que ele tenha 
capacidade para alguns atos, isso não implica que o 
ordenamento jurídico lhe tenha atribuído personalidade. 
Embora haja opiniões divergentes, a maioria entende que 
o nascituro está em uma situação que se aproxima da 
personalidade, mas não equivale a ela. A personalidade 
jurídica é adquirida apenas com o nascimento com vida.
Incapacidades: Absoluta e Relativa, Exclusão do Ausente do Rol de Incapacidades
A capacidade de fato é a habilidade da pessoa para realizar por si mesma os atos da 
vida civil, exigindo certas qualidades para que a pessoa tenha plena capacidade de 
fato. 
Já, incapacidade pode ser absoluta ou relativa. A incapacidade absoluta impede 
totalmente a pessoa de realizar por si mesma os atos da vida civil, necessitando ser 
devidamente representada pelos pais ou representantes legais. A incapacidade 
relativa permite que o indivíduo realize alguns atos, geralmente assistido pelos pais 
ou representantes, sendo uma incapacidade limitada.
Art. 3 o São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente 
os atos da vida civil os menores de 16 (dezesseis) anos.
Art. 4 o São incapazes, relativamente a certos atos ou à 
maneira de os exercer:
I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;
II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico;
III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não 
puderem exprimir sua vontade;
IV - os pródigos.
Parágrafo único. A capacidade dos indígenas será regulada 
por legislação especial.
APELAÇÃO – Ação de Curatela – Propositura pela filha do interditando - Sentença de procedência – Decretação 
de interdição do réu e nomeação da autora como Curadora - Inconformismo do réu, alegando que não há 
qualquer prova de que seja pródigo, pois nem todas as pessoas que possuem gastos excessivos são pródigas e 
sujeitas à curatela, devendo haver a reforma da sentença - Descabimento – Instituto da curatela que tem por 
escopo proteger o curateladoe seu patrimônio - Laudo pericial que concluiu que o réu é portador de Transtorno 
Afetivo Bipolar (CID 10 F31) e sofre de restrições, ainda que reduzidas, na capacidade de gerir e/ou administrar 
seus bens e para a prática de todos os atos da vida negocial e patrimonial - Medida protetiva que se encontra 
satisfatoriamente justificada diante das necessidades do caso – Recurso desprovido.
(TJSP; Apelação Cível 1006838-03.2018.8.26.0101; Relator (a): José Aparício Coelho Prado Neto; Órgão Julgador: 
10ª Câmara de Direito Privado; Foro de Caçapava - 1ª Vara Cível; Data do Julgamento: 20/07/2022; Data de 
Registro: 20/07/2022)
Exclusão do Ausente do Rol de Incapacidades (Emancipação)
Art. 5 o A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando 
a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil.
Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade:
I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, 
independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o 
menor tiver dezesseis anos completos;
II - pelo casamento;
III - pelo exercício de emprego público efetivo;
IV - pela colação de grau em curso de ensino superior;
V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde 
que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria.
Fonte: https://aldeiatabelionato.com.br/noticias/emancipacao 
https://aldeiatabelionato.com.br/noticias/emancipacao
Menores de 16 anos
O Código Civil estabeleceu que os menores de 16 anos são absolutamente incapazes, 
possuindo apenas a capacidade de direito, não a de fato. Isso significa que esses menores não 
podem, por si mesmos, exercer os atos da vida civil, exceto quando representados legalmente 
por pai, mãe ou tutor, conforme o caso.
Ao adotar a idade de 16 anos como critério, o 
legislador considerou não apenas a aptidão 
genética para procriação, mas também o 
desenvolvimento intelectual que teoricamente torna 
o indivíduo plenamente capaz de gerir sua vida.
Deficiência Mental. O Estatuto da Pessoa com Deficiência
O Código de 2002, no art. 4º=, inciso III: “III - aqueles que, por causa transitória ou 
permanente, não puderem exprimir sua vontade;”
O Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei nº 13.146/15), traz uma tentativa de melhor 
qualificação. A capacidade atual ou transitória, mais ou menos ampla, deve ser 
apurada no caso concreto, na forma do art. 2º, § 1º, do Estatuto:
“A avaliação da deficiência, quando necessária, será biopsicossocial, realizada por 
equipe multiprofissional e interdisciplinar e considerará:
I – os impedimentos nas funções e nas estruturas do corpo;
II – os fatores socioambientais, psicológicos e pessoais;
III – a limitação no desempenho de atividades; 
 IV – a restrição de participação”.
Desse modo, com esse diploma legal, que procura atribuir os mais amplos direitos às pessoas 
deficientes, aprioristicamente nunca serão considerados totalmente incapazes, mas 
relativamente capazes, de acordo com sua respectiva avaliação, com a nova redação aos arts. 
3º e 4º do CC. 
“O exame da incapacidade transitória depende da averiguação da situação concreta, exame 
biopsicossocial, (...). Nem sempre será fácil sua avaliação e nem sempre a perícia médica será 
conclusiva, mormente quando do ato já decorreu muito tempo e quando não possa o agente 
ser examinado diretamente. Nesse campo, muito mais falível se apresentará a prova 
testemunhal. O juiz deverá ser perspicaz ao analisar o conteúdo probatório, levando sempre 
em conta que a regra é a capacidade; a incapacidade é exceção.”
Venosa, Sílvio de Salvo. Direito civil: parte geral – 23. ed., – Barueri [SP]: Atlas, 2023. pg. 136
Os ébrios habituais e os viciados em tóxico
Nos incisos II e III do art. 4o, o Código Civil de 2002 inovou na redação ao descrever de forma 
mais precisa as pessoas que, por não terem pleno entendimento da realidade e dos fatos, ficam 
impedidas de exercer autonomamente os atos da vida civil, necessitando de assistência.
Nesse sentido, a lei civil se refere aos "ébrios habituais" e aos "viciados em tóxicos".
Caberá ao juiz avaliar o caso concreto com auxílio da perícia médica para determinar o grau de 
limitação mental que justifique a incapacidade relativa. A dependência de álcool e drogas pode 
ser tão grave que iniba completamente a compreensão dos fatos da vida, implicando em 
incapacidade absoluta. Portanto, a situação de embriaguez ou toxicomania nem sempre 
implicará em incapacidade total. O juiz decidirá com base em provas técnicas e no conjunto 
probatório, incluindo seu contato pessoal com a pessoa, fundamental para sua decisão. O 
interrogatório do interditando é uma peça importante nesse processo (art. 751 do CPC).
Os ébrios habituais e os viciados em tóxico
Nos incisos II e III do art. 4o, o Código Civil de 2002 inovou na redação ao descrever de forma 
mais precisa as pessoas que, por não terem pleno entendimento da realidade e dos fatos, ficam 
impedidas de exercer autonomamente os atos da vida civil, necessitando de assistência.
Nesse sentido, a lei civil se refere aos "ébrios habituais" e aos "viciados em tóxicos".
Caberá ao juiz avaliar o caso concreto com auxílio da perícia médica para determinar o grau de 
limitação mental que justifique a incapacidade relativa. A dependência de álcool e drogas pode 
ser tão grave que iniba completamente a compreensão dos fatos da vida, implicando em 
incapacidade absoluta. Portanto, a situação de embriaguez ou toxicomania nem sempre 
implicará em incapacidade total. O juiz decidirá com base em provas técnicas e no conjunto 
probatório, incluindo seu contato pessoal com a pessoa, fundamental para sua decisão. O 
interrogatório do interditando é uma peça importante nesse processo (art. 751 do CPC).
SILVÍCOLAS
O vigente Código Civil, no parágrafo único do art. 4o, estabelece: “A 
capacidade dos silvícolas será regulada por legislação especial.”
Nossos indígenas, enquanto afastados da civilização, geralmente 
não possuem a experiência necessária para lidar com os aspectos 
cotidianos da vida civil do chamado “homem civilizado”. A 
incapacidade persiste até que se adaptem à civilização.
O termo "silvícola" foi escolhido para deixar claro que se 
refere aos habitantes da floresta e não aos indígenas já 
integrados à civilização.
Atualmente, o Estatuto do Índio é regido pela Lei no 6.001, de 19-12-73. Essa lei coloca o 
indígena e suas comunidades, enquanto não integradas à comunidade nacional, sob o regime 
tutelar estabelecido nela. A Lei no 5.371, de 5-12-67, autoriza a instituição da Fundação 
Nacional do Índio (Funai), que exerce os poderes de representação ou assistência jurídica tutelar 
do índio, conforme estabelecido na legislação comum ou em legislação especial.
O Estatuto do Índio busca preservar os usos, costumes e tradições das comunidades indígenas, 
nas relações familiares, na ordem de sucessão, no regime de propriedade e nos atos ou 
negócios realizados entre os índios, salvo se optarem pelo direito comum (art. 6o). 
Os índios, enquanto não absorvidos pelos costumes da civilização, estão sob o regime 
tutelar da União. Portanto, para praticar atos da vida civil, eles precisam da assistência do 
órgão tutelar (art. 8o). É importante lembrar que qualquer silvícola pode solicitar ao Poder 
Judiciário sua emancipação do regime tutelar de seu estatuto, adquirindo plena 
capacidade civil, desde que atenda aos requisitos do art. 9o, como ter pelo menos 21 anos, 
conhecimento da língua portuguesa, habilidade para exercer uma atividade útil na 
comunidade nacional e compreensão razoável dos usos e costumes da comunidade 
nacional. Há outras formas de emancipação previstas no Estatuto, como o reconhecimento 
pelo órgão tutelar, homologado judicialmente, ou decreto do Presidente da República em 
relação à comunidade indígena e seus membros.
Ausência(art. 6º do CC)
No contexto jurídico, um "ausente" é alguém que desapareceu sem deixar notícias por um 
período prolongado, levando à incerteza sobre seu destino. As regras jurídicas relacionadas 
aos ausentes são geralmente aplicadas para proteger seus interesses e administrar seus bens 
na sua ausência.
Podemos afirmar que um ausente, no contexto jurídico, é uma pessoa que deixa seu domicílio 
e não há mais notícias de seu paradeiro, mas vale ressaltar que não basta apenas a não 
presença: o ausente deve ser declarado como tal pelo juiz. Conforme explicado por 
Washington de Barros Monteiro (2005, v. 1:120), a fórmula para conceituar a ausência é a 
seguinte: não presença + falta de notícias + decisão judicial = ausência. Isso significa que a 
ausência só é reconhecida oficialmente após a intervenção do judiciário.
Existem prazos para a declaração de ausência. O Código Civil prevê que, passados um 
ano da arrecadação dos bens do ausente, sem que este apareça, ou dois anos, se ele 
estiver ausente em lugar não sabido, o juiz declarará a ausência e nomeará um curador 
para administrar os bens do ausente (artigo 22). 
“Art. 22. Desaparecendo uma pessoa do seu domicílio sem dela haver notícia, se não 
houver deixado representante ou procurador a quem caiba administrar-lhe os bens, o 
juiz, a requerimento de qualquer interessado ou do Ministério Público, declarará a 
ausência, e nomear-lhe-á curador.”
As regras jurídicas relacionadas aos ausentes são geralmente aplicadas para proteger 
seus interesses e administrar seus bens na sua ausência. Essas regras estão previstas 
nos artigos 22 a 25 do Código Civil brasileiro:
1. Curadoria do Ausente (art. 22): Quando alguém desaparece, é possível nomear um 
curador para cuidar de seus interesses e bens. O curador é responsável por 
representar o ausente em questões legais e administrativas.
2. Sucessão Provisória (art. 23): Caso haja interesse na abertura da sucessão do 
ausente, pode-se solicitar a sucessão provisória, que permite a administração dos bens 
e interesses do ausente até que sua situação seja esclarecida.
3. Sucessão Definitiva (art. 24): Após um período 
determinado de ausência e cumprimento de certos 
requisitos legais, é possível requerer a sucessão 
definitiva, que declara oficialmente o falecimento do 
ausente e permite a distribuição de seus bens entre 
os herdeiros.
4. Proteção dos Bens (art. 25): Durante a ausência, 
os bens do ausente devem ser protegidos e 
administrados adequadamente para preservar seu 
patrimônio e interesses.
FIM DA PERSONALIDADE NATURAL. A MORTE PRESUMIDA
Art. 6 o A existência da pessoa natural termina com a morte; presume-se esta, quanto aos 
ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão definitiva.
Art. 7 o Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência:
I - se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida;
II - se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois 
anos após o término da guerra.
Parágrafo único. A declaração da morte presumida, nesses casos, somente poderá ser 
requerida depois de esgotadas as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a data 
provável do falecimento.
Art. 8 o Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo averiguar se 
algum dos comorientes precedeu aos outros, presumir-se-ão simultaneamente mortos.
A personalidade jurídica da pessoa natural chega ao fim 
com a morte, conforme o artigo 6º do Código Civil. Com a 
morte, encerram-se os direitos e obrigações ligados à 
pessoa falecida, ressalvados aqueles ligados à sua 
personalidade, como o direito ao nome e à imagem. É 
fundamental determinar o momento da morte ou 
comprová-la para que os efeitos jurídicos decorrentes 
sejam aplicados, como a dissolução do casamento, o fim 
das relações de parentesco e a transferência da herança.
A maneira comum de comprovar a morte é por meio da certidão de óbito. Na ausência 
deste documento, é necessário recorrer a meios indiretos de prova. É importante 
distinguir a prova indireta da morte da situação de ausência, em que há apenas a 
certeza do desaparecimento, sem a presunção de morte. O artigo 88 da Lei dos 
Registros Públicos (Lei nº 6.015/73), permite a justificação judicial de morte em casos de 
pessoas desaparecidas em desastres, como naufrágios, incêndios ou terremotos, 
quando comprovada a presença da pessoa no local do desastre e não sendo possível 
encontrar o corpo para exame.
O Código Civil, em seu artigo 8º, trata da comoriência, que é a 
situação em que duas ou mais pessoas falecem ao mesmo 
tempo e não é possível determinar quem faleceu primeiro. 
Nesses casos, presume-se que as pessoas faleceram 
simultaneamente.
A comoriência é importante no direito sucessório, pois 
determina a ordem de transmissão da herança. Por exemplo, se 
um casal falece ao mesmo tempo e não deixou descendentes ou 
ascendentes, a lei presume que ambos faleceram 
simultaneamente. Se fosse possível provar que um deles faleceu 
primeiro, a herança seria transmitida de forma diferente.
DÚVIDAS
Prof.: Vagner PATINI
vagner@patini .adv.br 
 https://www.instagran.com/vagnerpatini/
OBRIGADO.
mailto:vagner@patini.adv.br

Mais conteúdos dessa disciplina