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Especificidades linguísticas da língua
brasileira de sinais
A estrutura gramatical da Libras, bem como os parâmetros e a sistemática da língua visoespacial.
Prof. Alexsander Pimentel
1. Itens iniciais
Propósito
Compreender elementos básicos da gramática e da estrutura da Libras.
Objetivos
Descrever os parâmetros no uso da Libras.
Identificar as bases instrumentais da gramática da Libras.
Reconhecer a estruturação de sentenças em Libras.
Introdução
Desde que nascemos, somos expostos à comunicação. Para crianças ouvintes, o contato com a língua
portuguesa ocorre desde os primeiros dias de vida; no entanto, para as crianças surdas não existe tal
estímulo, visto que não há possibilidade de oferecer a aprendizagem por meio auditivo.
Imagine a “enxurrada” de estímulos e informações que um bebê ouvinte recebe a cada minuto por meio dos
seus cinco sentidos (visão, audição, tato, paladar e olfato). Como já notara Aristóteles alguns séculos antes de
Cristo, os sentidos são responsáveis por toda a nossa codificação sensorial. Mas vamos direcionar nossa
reflexão para o sentido da audição.
Codificação sensorial
Vale a pena ler o trecho da Metafísica, de Aristóteles, em que ele pensa sobre sentidos, memória e
aprendizado:
As crianças aprendem a falar escutando seus pais e as pessoas que estão ao seu redor. E a criança surda? Se
não possui o receptor sensorial da audição, como vai aprender a pronunciar sons? O estímulo da audição não
existe.
As línguas de sinais surgiram do convívio entre as pessoas surdas e, por isso, são consideradas línguas
naturais. Elas são organizadas, complexas e expressivas como as línguas orais. Assim, por meio delas,
qualquer conceito, concreto ou abstrato, emocional ou racional, complexo ou simples, pode ser transmitido. A
língua brasileira de sinais, como meio legal de comunicação e expressão da comunidade surda brasileira,
cumpre um papel fundamental, possibilitando a interação entre os mundos do surdo e do ouvinte.
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Sinal LÍNGUA DE SINAL.
1. Parâmetros no uso da Libras
Estrutura da Libras (língua brasileira de sinais)
É importante partirmos de uma fundamentação legal e, portanto, oficial da Libras:
A Língua Brasileira de Sinais é uma língua visual-espacial articulada por meio das mãos, das expressões
faciais e do corpo.
(BRASIL, 2009a, p. 11)
Assim, devemos entender que ela possui uma gramática, além de todos os componentes das línguas orais,
como:
Logo, a Libras apresenta os requisitos científicos, considerados instrumentos linguísticos, para que se
caracterize uma língua.
A Libras é uma língua, e não uma linguagem.
Pesquisas de diversos estudiosos (como Lucinda Ferreira Brito, à frente dos primeiros estudos no Brasil)
demonstram o quanto as línguas de sinais são complexas, completas, abstratas e ricas (FERREIRA BRITO,
1995).
Também se sabe que, em diversas situações
como pedidos, formas imperativas e atos de
solicitação, as expressões faciais preenchem a
função da entonação (marcadas pelos sinais
gráficos nas línguas escritas).
 
Nas línguas de sinais, as expressões faciais
podem ser gramaticais, ou seja, imprescindíveis
para expressão correta do significado.
A Libras é constituída a partir de cinco
parâmetros, que se combinam e são muitas
vezes simultâneos:
Configuração de mãos (CM)
Representada pelas formas diversificadas que as mãos realizam ao fazerem os sinais.
Ponto de articulação (PA)
É o espaço diante do corpo, também conhecido como espaço neutro de sinalização, ou uma região do
próprio corpo onde os sinais são articulados.
Movimento (M)
Compreende uma grande quantidade de formas e direções, desde os movimentos da mão, do pulso,
movimentos direcionais no espaço e até conjuntos de movimentos no mesmo sinal.
Orientação de palma/direção (OP)
Os sinais em Libras têm uma direção em que são realizados: as mãos para frente, para trás ou
lateralmente.
Componentes não manuais (EF = expressão facial e EC = expressão corporal)
Podem incluir posição do corpo (movimentação dos ombros, por exemplo) ou de partes da face
(testa, bochechas e língua, por exemplo).
Percebamos na realização do sinal em Libras DESCULPA, na imagem a seguir, a sequência de execução dos
parâmetros.
A configuração da mão (CM) em Y; o movimento (M) é de baixo para cima até o ponto de articulação (PA), o
queixo; com a expressão facial (EF) apaziguadora ou de pesar.
Sinal DESCULPA.
Outra forma de descrevermos é a seguinte:
Configuração de mão (CM): mão em Y.
Orientação da palma (OP): palma para trás.
Movimento (M): tocar rapidamente o queixo com o dorso dos dedos, a mão vem de baixo para cima.
Ponto de articulação (PA): queixo.
Expressão facial (EF): pesar (apaziguadora) ou neutra.
Expressão corporal (EC): neutra.
A mudança de um desses cinco parâmetros altera o significado do sinal e, ainda, um sinal pode ser constituído
por mais de uma unidade mínima que não tenha significado isoladamente. Por isso, vale a pena nos
aprofundarmos em cada um desses parâmetros.
Configuração de mãos (CM) e orientação da palma (OP)
As configurações das mãos também são conhecidas como unidades mínimas, que constituem a estrutura
gramatical da Libras; elas podem ser produzidas simultaneamente e sua variação modifica o significado do
sinal.
No parâmetro configuração de mãos, temos as possíveis orientações de palma da mão:
Para cima Para baixo
Para dentro
Para fora Para esquerda do sinalizador
(contralateral)
Para direita do sinalizador (ipsilateral)
A orientação da palma da mão é um elemento que merece destaque em Libras.
Por exemplo, a configuração de mãos (CM) em V em Libras pode representar:
Ao alterar um dos cinco parâmetros (no caso do exemplo anterior, foi alterada a orientação da palma da mão), 
modifica-se o significado de um sinal.
Esses dois articuladores da CM V constituem dois classificadores diferentes. Na Libras, os classificadores são
formas representadas por configurações de mãos que, relacionadas a coisa, pessoa e animal, funcionam como
1 
Uma pessoa caminhando quando a
orientação da palma da mão é voltada para o
sinalizador e os dedos apontam para o chão.
2 
Com a palma orientada para o
interlocutor e os dedos apontando para
o alto, o significado será o de duas
pessoas caminhando lado a lado.
marcadores de concordância. Ou seja, os classificadores marcam concordância com pessoas, objetos ou
animais.
Atenção
É essencial entender que nem todas as configurações de mãos são usadas como classificadores
(morfemas). OBS.: O morfema é um modelo recorrente e com significado que não pode ser analisado em
formas recorrentes menores. Cada morfema é um signo mínimo, um “átomo”, com significado. Assim, a
morfologia é o estudo desses átomos e das combinações que podem ocorrer. 
Na língua de sinais, os classificadores são morfemas que, por fazerem parte de uma língua visoespacial,
exploram multidimensionalmente o espaço. Logo, os classificadores são frequentemente usados nas
realizações dos sinais. Podemos afirmar, então, como Quadros e Karnopp (2004), que o sistema de
classificadores compõe parte do léxico nativo da Libras.
A seguir, vamos conhecer alguns dos classificadores mais utilizados:
Usado para representar uma pessoa obesa andando, objetos largos de
forma irregular (telefone, bule de café, salto de sapato, ferro de passar
roupas, avião, submarino, chifre de boi), roupas, alimentos e outros
objetos em uma casa.
CM com algumas variações quanto ao dedo polegar estendido ou não,
usado para representar coisas planas, lisas ou superfícies onduladas (os
veículos, o telhado de uma casa, um pé num sapato, um livro, uma casa
ou roda).
Usado para descrever formas lineares, para indicar lugares usando a
ponta do dedo e para representar objetos longos e finos (uma pessoa,
um poste, um prego, o rabo de animais).
Usado para representar pequenos objetos cilíndricos (moedas, botões,
uma gota de água), para mostrar o modo de segurar objetos pequenos e
finos e, usando as duas mãos, para descrever objetos cilíndricos longos
(um cano fino).
Usadopara segurar objetos (uma faca, um guarda-chuva ou um
ramalhete de flores).
Usado para representar pessoas (com as variações já indicadas acima).
Usado como um equivalente do substantivo, pode referir-se a várias
coisas (plural) ou somente a uma.
O mecanismo de produção da língua de sinais é composto por quatro subsistemas: membros superiores,
tronco, cabeça e membros inferiores. Cada um desses subsistemas atua desempenhando funções
coordenadas, sucessivas ou simultaneamente — um conjunto de tarefas coordenadas para a realização de um
sinal.
Isso significa que o que expressa as palavras na Libras é o conjunto das configurações de mãos, das
localizações onde os sinais são compostos, de seus movimentos e da direção em que é realizado o sinal.
Uso dos classificadores
Reveja a descrição dos cinco parâmetros e entenda melhor o uso dos classificadores. Vamos assistir!
Conteúdo interativo
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Pontos de articulação (PA) e componentes não manuais
Dão origem à execução do sinal em Libras, com a mão tocando esse ponto, o PA; os sinais também podem ser
realizados no espaço neutro (em frente ao corpo).
O quadro a seguir apresenta uma descrição dos pontos de articulação (PA) no subsistema “cabeça”:
 
Sinais labiais (superior, inferior e laterais).
Sinais na região nasal (na ponta e nas laterais).
Sinais tocando a região dorsal da cabeça.
Sinais tocando a região frontal.
Sinais tocando a região temporal (dir. e esq.).
Sinais tocando a região lateral da cabeça (dir. e esq.).
Sinais realizados próximos à face.
Sinais na região ocular.
Sinais na região dos dentes.
Sinais nas laterais oculares.
Sinais na região das bochechas.
Sinais acima da cabeça.
Sinais na língua.
Sinais na região auricular.
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Sinal BEIJO/BEIJAR.
Como podemos perceber, o subsistema “cabeça” é complexo porque reúne muitas estruturas: orelhas, nariz,
lábios, língua, dentes, bochechas, olhos, testa, queixo, sobrancelhas e o próprio pescoço. Algumas dessas
estruturas podem apresentar os seguintes comportamentos:
Passivo
Como a orelha, que será sempre passiva. Exemplo no sinal APARELHO
AUDITIVO.
Passivo ou ativo
Como a boca, que pode ser passiva, como no sinal VERMELHO, ou ativa,
como no sinal PINTINHO.
Estrutura passiva
Como a estrutura lábios, que pode ser um ponto sobre o qual a mão ativa
apenas repousa; como no sinal BAR.
Dois gestos articulatórios coordenados
Esses gestos podem fazer parte de um sinal, por exemplo, projetando-se
para frente ao mesmo tempo em que a mão, também ativa, toca a região
da bochecha, como no sinal BEIJAR, ou a mão é articulada na CM L em
frente à boca, como em SORRIR.
Dentro do parâmetro componentes não manuais, algumas expressões expressões faciais (EF) são parte
integrante do próprio sinal, podendo determinar a diferença de significado entre itens lexicais. Logo, as EF são
fundamentais para o entendimento e a comunicação da Libras. Há palavras que não têm CM para
representação, que somente podem ser compreendidas pela EF ou ainda sinais que se distinguem apenas
pela EF.
Como exemplo, temos a palavra “roubo”, que pode ser representada pelo deslocamento da língua contra a
bochecha distendida.
Sinal ROUBO.
As configurações que compõem a EF são apresentadas a seguir:
Agora que você já conheceu um pouco sobre o assunto, vamos a uma pequena observação acerca dos 
componentes não manuais:
 
Sobrancelhas franzidas.
Sobrancelhas arqueadas.
Olhos entreabertos.
Olhos abertos.
Olhos arregalados.
Arcada dentária cerrada.
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Arcada dentária aberta e aparente.
Arcada dentária batendo os dentes.
Olhos fechados, lábios protuberantes (beijo/bico).
Bochecha distendida pela ponta da língua.
Batendo a língua entre os lábios.
Língua ou ponta da língua para fora.
Lábios cerrados (mastigar).
Lábios entreabertos.
Lábios simulando fala.
Lábios estalando.
Lábios abertos.
Bochechas infladas.
Bocejo.
Perceba as expressões faciais nas fotos dos sinais a seguir.
Sinal OI Sinal IDADE
Agora, observe e perceba os cinco parâmetros dos sinais adiante.
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1
Configuração de mão (CM): mãos abertas. 
Orientação da palma (OP): palma a palma. 
Movimento (M): separar as mãos inclinando as
palmas para cima, mantendo-as unidas pelas
laterais dos dedos mínimos. 
Ponto de articulação (PA): espaço neutro (ou
seja, à frente do corpo, mas sem uma
localização pontual). 
Expressão facial (EF): neutra.
2
Configuração de mão (CM): mão em Y. 
 
Orientação da palma (OP): palma para trás,
dedo mínimo apontando para baixo. 
 
Movimento (M): sem movimento. 
 
Ponto de articulação (PA): polegar tocando
queixo. 
 
Expressão facial (EF): triste.
Dando sequência ao parâmetro pontos de articulação, no quadro seguinte, faz-se uma descrição dos PAs nos
subsistemas membros superiores, tronco e membros inferiores:
Subsistemas: cabeça, membros superiores, tronco e membros inferiores (quadril e
coxas).
Sinais nas laterais do pescoço.
Sinais na região frontal do pescoço.
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Sinais na região da nuca.
Sinais nos ombros (dir. e esq.).
Sinais na região dos braços das costas (alta e baixa).
Sinais na região peitoral.
Sinais nas partes ventral (parte interna) e dorsal (parte de fora) dos braços.
Sinais nas partes ventral e dorsal dos antebraços.
Sinais na articulação do braço e antebraço.
Sinais nas partes ventral e dorsal dos dedos.
Sinais nas partes ventral e dorsal dos punhos.
Sinais nas partes ventral e dorsal das mãos.
Sinais nos cotovelos.
Sinais no abdômen.
Sinais na região das costelas.
Sinais na região da cintura.
Sinais na região do quadril.
Sinais na região da pélvis.
Movimento (M)
Para começarmos a compreender a importância desses parâmetros, devemos anteriormente destacar algo
sobre o espaço onde esses movimentos (e suas orientações) acontecem.
Os sinais da Libras são realizados no espaço de sinalização (que vai da cintura até um ponto acima da
cabeça), formando um paralelepípedo ou triedro egocêntrico com a horizontal, tendo uma distância entre a
mão direita e a esquerda estendidas (FERREIRA BRITO, 1995). A autora esclarece que esse espaço é medido
em centímetros, conforme podemos verificar na imagem seguinte:
Medidas do espaço de sinalização.
Para Faria-Nascimento (2009), o espaço de sinalização corresponde a toda área circundada pela mão,
anterior, posterior e lateralmente ao corpo, até o limite máximo atingido pela mão com o braço estendido.
Entretanto, a maioria dos sinais da Libras se concentra na região à frente da face e do tronco do sinalizante.
Isso porque:
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As partes corporais que mais se movimentam na produção dos sinais são os braços, incluindo os ombros
(a raiz), e as mãos. No entanto, as mãos são consideradas como os articuladores primários ou principais
articuladores em razão da mobilidade articular dos dedos, permitindo a produção de diversas formas.
(QUADROS; KARNOPP, 2004, p. 51)
Agora, podemos falar especificamente do parâmetro:
O parâmetro movimento (M) se caracteriza pelo deslocamento no espaço durante a realização do
sinal.
Alguns sinais possuem movimentos e outros não. Eles podem ser da mão, das mãos ou dos dedos e se
caracterizam por: tipo, modo, direção, intensidade e frequência. A imagem a seguir apresenta a primeira
característica:
Tipos de movimento.
As junções dos tipos de movimentos com variadas configurações das mãos, acrescentando as expressões
faciais e os diversos pontos de articulação dentro do espaço circundado, geram uma série de sinais em Libras
(conceito de recombinatividade). Isso a caracteriza como uma língua multidimensional.
Devemos perceber que seus parâmetros podem se alterar de acordo com a incorporação de informações
gramaticais e lexicais, de quantificação, de negação e de tempo (FERREIRA BRITO, 1995).
Por meio de alterações do movimento (M) ou da configuração de mão (CM) dos sinais,obtêm-se aspectos
fundamentais para a comunicação, a ideia de algo:
É preciso informar que a amplitude do movimento dependerá da intensidade ou frequência.
Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
Libras como língua
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Parâmetros da Libras
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Verificando o aprendizado
Questão 1
Quantos e quais são os parâmetros que compõem os sinais da Libras?
A
São centenas de parâmetros, uma vez que cada palavra tem um sinal diferente.
B
São cinco parâmetros: configuração de mãos (CM), ponto de articulação (PA), movimento (M), orientação da
palma/direção (OP) e expressão corporal (EF).
C
São cinco parâmetros: configuração de mãos (CM), ponto de articulação (PA), movimento (M), orientação da
palma/direção (OP) e componentes não manuais, que podem ser expressões faciais (EF) e expressões
corporais (EC).
D
São dez parâmetros: configuração de mãos (CM), que pode ser dorsal ou ventral; ponto de articulação (PA),
também dorsal ou ventral; movimento (M), lento ou rápido. orientação/direção (O), dorsal ou ventral; e
expressões não manuais (ENM), lentas ou rápidas.
E
São dois parâmetros: configuração de mãos (CM) e ponto de articulação (PA).
A alternativa C está correta.
É por meio da combinação dos cinco parâmetros — configuração de mãos (CM), ponto de articulação (PA),
movimento (M), orientação/direção (O) e componentes não manuais — que se formam os sinais da Libras. A
partir deles, em suas inúmeras expressões e combinações, é possível descrever todos os sinais.
Questão 2
O que faz da Libras uma língua e não uma linguagem?
A
Sua riqueza de componentes.
B
A possibilidade de as expressões faciais do sinalizante suprirem a ausência de entonação oral.
C
A oficialização da língua em território brasileiro.
D
Seus componentes linguísticos: gramática, semântica, pragmática e sintaxe.
E
O fato de apresentar sinais complexos e abstratos, e que se complementam.
A alternativa D está correta.
Os estudos descritivos das línguas de sinais começaram nos anos 1960 com Stokoe, que provou que a ASL
(american sign language) era uma língua natural, dotada de elementos linguísticos característicos de uma
língua. No Brasil, os primeiros trabalhos sobre a língua brasileira de sinais são de Ferreira Brito, nas décadas
de 1980 e 1990 e, posteriormente, de Quadros e Karnopp (2004).
2. Bases instrumentais da gramática
Bases instrumentais da gramática da Libras
Como vimos, a Linguística considera a Libras como uma língua, pois esta compartilha uma série de
características de cunho específico e que a distingue dos demais sistemas de comunicação.
Linguística
Linguística é a área de estudo científico das línguas. 
As línguas orais humanas estão organizadas por sequência: frases > palavras > sons, correspondendo,
assim, à sintaxe, morfologia e fonologia.
(QUADROS; PIZZIO; REZENDE, 2009, p.18)
Saiba mais
Sintaxe: Parte da gramática que estuda as palavras como elementos de uma frase, bem como as suas
relações de concordância, de subordinação e de ordem. Morfologia: Parte da gramática que estuda as
classes de palavras e seus paradigmas de flexões. Fonologia: Ramo da Linguística que estuda os
sistemas de fonemas de uma língua ou das línguas em geral. 
As línguas de sinais apresentam semelhanças quanto às estruturas morfológicas das línguas orais, que são
fixadas sequencialmente por meio da gramaticalização. Logo, todos esses mecanismos para criar ou gerar
palavras (sinais) trazem imensa riqueza linguística à Libras.
Há vários aspectos que constituem a estrutura linguística da Libras. Entre eles, a ocorrência de alguns 
empréstimos. Vejamos os tipos de empréstimos.
Empréstimos
Esse termo é da área da Linguística. Entende-se como “empréstimo linguístico” a incorporação, ao léxico
de uma língua, de um termo pertencente a outra língua, seja mediante a reprodução do termo sem
alteração de pronúncia e da grafia (exemplo: layout, pen drive, champignon), seja mediante adaptação
fonológica e ortográfica (exemplos: garçom, futebol).
Empréstimo lexical
Alfabeto manual composto por configurações de mão (CM) constitutivas dos sinais que representam as letras
do alfabeto da língua portuguesa, como na imagem a seguir:
Digitalização da palavra Libras no alfabeto manual (L-I-B-R-A-S), mas lembre-se de
que há um sinal na Libras para essa palavra.
Inicialização
Nome dado aos empréstimos que recorrem à utilização de uma configuração de mão (CM) que corresponde à
primeira letra da palavra equivalente em português no alfabeto manual, como no exemplo a seguir:
Sinal BRASIL - Configuração de mão em B.
Empréstimos lexicais de outras línguas de sinais
Exemplos:
Sinal ANO, cuja origem parece ser o sinal de mesmo valor semântico da ASL.
Sinal VERMELHO e sinal LARANJA, possivelmente emprestados da ASL ou da língua de sinais francesa (LSF).
Empréstimo de domínio semântico
Esse empréstimo nem sempre é facilmente identificado. "[...] funciona como um decalque da carga semântica
e cultural da palavra traduzida literalmente para Libras. É muito comum em expressões idiomáticas como, por
exemplo, 'cair o queixo', em que o sinal em Libras foi criado para expressar o sentido literal já existente em
português" (RODRIGUES; BAALBAKI, 2014, p. 1112).
Empréstimo de ordem fonética
Esse tipo de empréstimo é obtido pela tentativa de representação visual do som que constitui a palavra em
língua portuguesa, mas ela é percebida pelo surdo. Por exemplo, em São Paulo, a expressão coloquial
utilizada, em Libras, para DICIONÁRIO é PÁ BURRO, que é derivada da expressão portuguesa “pai dos burros”.
Resumindo
A morfologia e a sintaxe da Libras (mecanismos gramaticais) são baseadas na simultaneidade e na
modificação na duração e extensão do movimento, podendo, muitas vezes, acrescentar a ideia de grau,
como acontece com os verbos direcionais. 
Saiba mais
Verbos direcionais, também chamados de verbos de movimento, verbos flexionados e mesmo verbos
com concordância, são aqueles que demandam a flexão de pessoa. Eles precisam marcar o sujeito, os
pontos inicial e final do movimento. Exemplos de verbos direcionais: perguntar, responder, avisar,
chamar, dar, zombar. De acordo com o início do movimento, o sinalizante pode estar afirmando ”Eu
pergunto [a] você” ou “Você pergunta [a] mim”; “Eu chamo você”, “Você chama ‘eu’” etc. 
Alguns mecanismos gramaticais na Libras
Gênero
Na Libras, não existe flexão de gênero. Os substantivos e os adjetivos, em geral, não são marcados. Quando
se quer explicitar substantivos em determinados contextos, a indicação de gênero (masculino e feminino) é
feita com os sinais “homem/macho” ou “mulher/fêmea”, tanto para pessoas quanto para animais.
Abaixo os sinais simples:
Sinal MULHER Sinal HOMEM
E agora os sinais compostos:
Sinal NOIV@.
Sinal MÃE Sinal PAI
Exemplo de sinal: HOMEM^BENÇÃO [significa PAI] /MULHER^BÊNÇÃO [significa MÃE].
^
O sinal ^ é usado na notação para esse tipo de composição na Libras — sinais compostos. Ou seja:
[sinal] HOMEM + [sinal] BÊNÇÃO significa pai. 
Para representar a Libras em português, nos substantivos
que possuem sua escrita semelhante quanto ao gênero
(masculino e feminino), usa-se "@" para referir-se à palavra
no masculino ou feminino.
Exemplos: ESPOS@ = esposa ou esposo
FILH@ = filha ou filho
Sinais compostos
Na estrutura da Libras, podemos ter dois ou mais elementos especificadores de uma palavra núcleo.
Exemplo
CAFÉ, AMIGO, CONHECER são sinalizados com sinais simples, enquanto ZEBRA apresenta um sinal
composto: um núcleo (CAVALO) e um especificador (LISTRAS). ZEBRA: CAVALO^LISTRAS.FAQUEIRO:
CAIXA^GUARDAR^COLHER^FACA^GARFO 
Numerais
Os numerais têm diferentes formas de apresentação, conforme sejam utilizados como cardinais, quantidades,
ordinais, medidas, idade, dias, mês, horas e valores. Vejamos alguns exemplos a seguir.
Cardinais
Têm as mesmasconfigurações de mão dos números ordinais, mas sem o
movimento.
Cardinais representando quantidade
Os numerais de 1 até 4 apresentam configuração de mão diferente da
dos cardinais que não sejam de quantidade, a partir do 5, no entanto, têm
a mesma configuração.
Ordinais
Têm as mesmas configurações de mão dos números cardinais, mas com
movimento, que varia conforme o regionalismo — podendo ser para cima
e para baixo (mais comum) ou para os lados.
Valores monetários
São sinalizados com movimentos rotacionais do 1 ao 9, seguindo a
configuração de mão dos números cardinais. Do número 10 em diante,
acrescenta-se o sinal da moeda (REAL). Sinais soletrados R-L “real” ou R-
S “reais”.
Grau dos adjetivos
Há formas variadas de modificar os adjetivos. Por exemplo, pode-se aumentar a velocidade de um sinal para
significar um aumento ou uma intensificação. Veja mais a seguir:
Para alguns sinais, os pontos de articulação com o advérbio MUITO poderão mudar de lugar e ainda pode
ocorrer mudanças nas expressões faciais.
Por exemplo, ao se reforçar a expressão facial ao sinalizar BONITO, entende-se que se está falando de algo
muito bonito.
Na Libras, o processo de representar objetos quanto ao formato ou à textura (arredondado, quadrado,
listrados etc.) ocorre por meio de traçados no espaço ou no corpo do sinalizador em uma tridimensionalidade
permitida pela língua.
Quanto à colocação dos adjetivos na frase, eles geralmente vêm após o substantivo que qualificam.
Muito nervoso 
Fazem-se os movimentos do sinal do
adjetivo mais rápidos e curtos.
Muito fraco 
Faz-se o movimento do adjetivo
desejado mais lento e frouxo.
Exemplo
LEÃ@ COR CORPO AMAREL@ PERIGOS@ GAT@ PEQUEN@, COR PRET@, ESPERT@ 
Pessoa
É a forma de representar pessoas no discurso, ou seja, um sistema pronominal, e para tanto se usa a seguinte
configuração de mão.
Vejamos as diferenças para representar, no singular e no pluras, as pessoas no discurso.
Singular
Todas as representações têm a mesma configuração, mudando somente a orientação. Na primeira pessoa do
singular, o dedo indicador aponta para o peito do próprio sinalizador (locutor); na segunda pessoa, aponta
para o interlocutor.
Eu Você
Plural
A configuração muda de acordo com o número de participantes, mudando também a orientação conforme a
pessoa do discurso. No plural, utiliza-se o movimento semicircular para a segunda pessoa e o movimento
circular para a primeira pessoa.
Pronomes possessivos
Os pronomes possessivos em Libras estão relacionados às pessoas do discurso e aos objetos de posse, e não
possuem marca de gênero. Logo, a direção do olhar e da mão é importante. Os movimentos de olhar e
sobrancelhas possuem papel gramatical na Libras.
Essa é a configuração de mão (CM) em P, usada nos pronomes possessivos.
MEU - 1ª pessoa
A mão é configurada em P, na horizontal, com a ponta do dedo médio tocando no peito levemente.
TEU - 2ª pessoa
Para se referir a outras pessoas, o sinalizador configura a mão em P e o movimento deverá ser feito
rapidamente virando a palma da mão para frente, CM em P, em direção à pessoa com que ele está
falando.
DELE - 3ª pessoa
O sinalizador também configura a mão em P, fazendo o movimento rapidamente, virando a palma da
mão para frente, em direção à pessoa que está sendo mencionada na conversa.
Tempo
O tempo é expresso usando locativos temporais manifestados conforme a relação espacial do sinalizador.
HOJE, AGORA
O sinalizador indica em frente do seu corpo no plano vertical.
AMANHÃ
O futuro próximo é indicado por um movimento curto direcionado para a frente do sinalizador.
DAQUI A MUITO TEMPO
Para o futuro distante, deve-se realizar um movimento amplo que se afasta mais ainda do corpo do
sinalizador para frente.
ONTEM
O passado é indicado por um movimento sobre o ombro até atingir o espaço imediatamente anterior
ao ouvido.
HÁ MUITO TEMPO
Para o passado distante, o movimento no ombro fica amplo e se estende além das costas.
Para tratar das horas, usa-se a mesma configuração dos numerais para quantidade e, após 12 horas, não se
continua a contagem, começa-se a contar novamente:
1 HORA, 2 HORA, 3 HORA e assim por diante + Sinal TARDE
Sinal de TARDE é usado quando necessário, porque geralmente pelo contexto já se sabe se está se referindo a
manhã, tarde, noite ou madrugada.
A expressão interrogativa QUE-HORAS? (um apontar para o pulso) está relacionada ao tempo cronológico. Ao
passo que a expressão interrogativa QUANTAS-HORAS? (um círculo ao redor do rosto) está sempre
relacionada ao tempo gasto para se realizar alguma atividade.
Interrogativos e exclamativos
As expressões faciais gramaticais sentenciais estão ligadas às sentenças.
QUEM? QUANDO?
QUAL?
Não há diferença entre o “por que” interrogativo e o “porque” explicativo. O contexto mostra, pelas expressões
facial e corporal, quando se está usando em frase interrogativa ou em frase explicativa.
Exemplo
BLUSA MAIS BONITA. ESTAMPADA OU LISA, QUAL?VOCÊ LER LIVRO? QUAL NOME?POR-QUE FALTAR
ONTEM TRABALHAR?POR-QUE ESTAR DOENTE. 
Aspectos pontual, continuativo, durativo e iterativo
Esses aspectos são obtidos por meio de alterações do movimento ou da configuração de mão.
A seguir, veremos mais exemplos dos aspectos citados.
Aspectos continuativo, durativo e iterativo
Veja mais exemplos dos aspectos continuativo, durativo e iterativo. Vamos assistir!
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Comparativo de igualdade, superioridade e inferioridade
Para os comparativos de superioridade e inferioridade, usam-se os sinais MAIS ou MENOS antes do adjetivo
comparado, seguido da conjunção comparativa DO-QUE:
Comparativo de superioridade
MAIS (...) DO-QUE
Comparativo de inferioridade
MENOS (...) DO-QUE
Para o comparativo de igualdade, podem ser usados dois sinais:
 
IGUAL — dedos indicadores e médios das duas mãos roçando um no outro.
IGUAL — palmas (PA) viradas para baixo, com a CM das duas mãos em B encostadas lado a lado,
geralmente no final da frase.
1 
FALAR (pontual)
“Ele falou”: o sinal FALAR é feito uma vez
somente.
OLHAR (pontual)
“Ele olhou”: o sinal OLHAR é feito uma vez
somente.
VIAJAR (pontual)
“Ele viajou”: o sinal VIAJAR é feito uma vez
somente.
2 
FALAR (continuativo)
“Ele fala sem parar”: o sinal FALAR é
feito repetitivamente.
OLHAR (durativo)
“Todos ficaram olhando”: o sinal
OLHAR fica estático, com uma
duração maior.
VIAJAR (iterativo) “Ele viaja sempre”: o
sinal VIAJAR é feito repetitivamente.
• 
• 
Dois sinais
Assim como no português brasileiro, a Libras possui características vinculadas à sua regionalidade
decorrente de aspectos geográficos e culturais. De norte a sul, há danças, tradições, culinária e outros
artefatos culturais que não fazem parte do folclore de outra parte do país; isso influencia também o
léxico da região.
Exemplos:
VOCÊ MAIS VELH@ DO-QUE EL@
VOCÊ MENOS VELH@ DO-QUE EL@
VOCÊ BONIT@ IGUAL (a mim - o sinalizador)
Pronomes demonstrativos e advérbios de lugar
Pronomes demonstrativos e advérbios de lugar têm o mesmo sinal, somente o contexto os diferencia, tanto
pelo sentido da frase quanto pela expressão facial. Eles estão relacionados às pessoas do discurso e
representam, na perspectiva do emissor, o que está bem próximo, perto e distante.
Esses pronomes ou advérbios têm a mesma configuração de mãos dos pronomes pessoais; no entanto, os
pontos de articulação e as orientações do olhar são diferentes.
EST@ / AQUI
Aponta para o lugar perto e em frente do
emissor, acompanhado de um olhar para esse
ponto.
ESS@ / AÍ
Aponta para o lugar perto e em frente do
receptor, acrescido de um olhar direcionado
não para o receptor, mas para o ponto indicado
perto da segunda pessoa do discurso.
AQUEL@ / LÁ
Aponta para um lugar mais distante, o lugar da
terceira pessoa, mas diferentemente do
pronome pessoal, ao apontar para esse ponto,
há um olhar direcionado.
Negativas
O uso da negação na Libras é obtido por meio do léxico NÃO ou pelo uso simultâneo do lexema verbal e a
negação como balanço da cabeça.
Lexema
Nas línguas orais, lexema é a unidade mínima distintiva do sistema semântico de uma língua que reúne
todas as flexões da mesma palavra. Em termos simplificados, é a parte de uma palavra que constitui a
unidade mínima dotada de significado lexical.
Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
Empréstimos linguísticos
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Mecanismos gramaticais em Libras
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Verificando o aprendizado
Questão 1
Quanto às bases instrumentais da Libras, analise as afirmações:
I. A língua é pobre por não existir flexão de gênero nos substantivos.
II. A Libras não apresenta aspectos pontuais, continuativos ou durativos.
III. Há apenas uma maneira de usar a negativa.
IV. Existem sinais simples e compostos.
Está correto o que se afirma em
A
I, II e III.
B
I, III e IV.
C
III e IV.
D
IV somente.
E
II somente.
A alternativa D está correta.
As bases instrumentais da Libras apresentam sinais simples e compostos. Existem ao menos duas maneiras
de expressar sentenças negativas. Há também na Libras aspectos pontuais, continuativos e durativos
(obtidos por intermédio de alterações na CM e no M). Mesmo que a língua não apresente flexão de gênero,
suas bases instrumentais são variadas e ricas, seja na formação das palavras ou na estrutura das frases.
Questão 2
Quanto à estrutura linguística da Libras, é correto dizer que é composta
A
por empréstimo lexical, inicialização, empréstimo de itens lexicais de outras línguas de sinais, empréstimo de
domínio semântico e empréstimo de ordem fonética.
B
por alfabeto da língua portuguesa, datilologia, empréstimo de léxico de outras línguas de sinais, empréstimo
de ordem fonética e empréstimo semântico.
C
somente pelas configurações de mão (CM) constitutivas dos sinais que representam as letras do alfabeto da
língua portuguesa.
D
pelo alfabeto manual, pela datilologia, pelas configurações de mãos e pelo empréstimo de itens lexicais de
outras línguas de sinais.
E
pelo empréstimo semântico, pelas configuração de mãos (CM) e pelo alfabeto da língua portuguesa.
A alternativa A está correta.
São vários os aspectos que constituem a estrutura linguística de Libras. Entre eles, a ocorrência de alguns
empréstimos (FERRERA BRITO, 1995). As demais alternativas estão parcialmente corretas, incompletas e
falsas.
3. Estruturação de sentenças
Pontos de partida
Antes de tratarmos sobre a estrutura da sentença na Libras, é importante expor que alguns surdos têm a
tendência de alterar a estrutura da Libras para que ela se torne mais compreensível quando falam com
ouvintes ou se expressam em sua presença (FERREIRA BRITO, 1995). Também vale lembrar do recurso da
datilologia.
Datilologia
Utilizado em interpretações e ensino/aprendizagem, a datilologia é a soletração de uma palavra usando o
alfabeto manual de Libras.
Para realizar a datilologia de duas ou mais palavras, consecutivamente, deve-se fazer o sinal ESPAÇO entre
cada palavra ou fazer uma pequena parada dando sequência à palavra seguinte.
A representação da datilologia em português deverá ser escrita com letras maiúsculas e entre hífen, como
podemos verificar nos exemplos a seguir.
Exemplo
D-I-AF-E-R-I-A-D-OF-É-R-I-A-S 
Por enquanto, o melhor recurso para registrar a Libras, diante de seu caráter visoespacial, tem sido a imagem
em vídeo. Há alguns sistemas de notação (escrita) das línguas de sinais, como o SignWriting, mas ainda se
encontram em fase de pesquisas e aceitação. Com isso, é comum a transcrição da Libras para palavras da
língua portuguesa com o intuito de representar aproximadamente os enunciados.
Como você deve ter notado, os sinais em Libras são representados por uma glosa (sistema de nota
explicativa) da língua portuguesa em letras maiúsculas.
Exemplos: DESCULPA, SORRIR, VERMELHO, BEIJAR, BRASIL.
Relembrando
Vamos lembrar aqui das configurações das mãos (CM), que são unidades mínimas da Libras,
constituindo parte de sua estrutura gramatical, produzidas simultaneamente com os outros parâmetros
(ponto de articulação, movimento, orientação/direção, componentes não manuais) para compor o sinal. 
Conheça as configurações de mãos das unidades mínimas na Libras. Alguns autores são mais detalhistas e
descrevem 75 CM. Abaixo, algumas das CM mais usadas:
Modais
Na Libras, a maneira como o sinalizador se expressa em relação ao conteúdo da frase influencia a estrutura
frasal; é assim que o sinalizador se refere a conceitos ou modalidades epistêmicas e deônticas. Advérbios,
alguns verbos e algumas categorias gramaticais podem contribuir para modalizar o discurso.
Epistêmicas, Deônticas
EpistêmicasA modalidade epistêmica diz respeito ao conhecimento e à certeza do que se fala. Nessa
modalidade, o usuário da língua manifesta seu conhecimento em relação a um enunciado e o quanto
está comprometido com determinada proposição. DeônticasA modalidade deôntica se relaciona à
conduta. É a linguagem das normas, obrigações, proibições, ordens, permissões etc. 
Observe os exemplos em português:
 
Jorge viajou.
A entonação indica qual o grau de certeza que o falante credita na afirmação.
 
Eu acho que Jorge viajou / É improvável que Jorge tenha viajado.
Nas frases acima, os modais do discurso acho e improvável indicam incerteza de modo explícito e
claro, e ainda se referem aos conceitos de certeza, incerteza, inveracidade ou exclusão.
• 
• 
 
Jorge viajaria hoje.
Na frase, a incerteza do falante torna-se explícita pela forma condicional do verbo (viajaria), que dá a
noção de futuro.
Como explica Ferreira Brito (1995), em Libras, o futuro é marcado pelo sinal FUTURO. E quando acompanhado
por um sinal modal (aqui TALVEZ), o conceito seguinte é reforçado pela noção de futuro. 
Assim, essa sinalização em Libras equivale à seguinte frase em língua portuguesa:
Há, também, modos de discursos (modais) no português que demonstram espectro de necessidade (polo
positivo) e impossibilidade (polo negativo).
A Libras possui sinais equivalentes para todos os modos de discurso (precisar, desnecessário,
impossibilidade, obrigação, proibição, permissão ou que não é obrigatório etc.).
Dêixis
Para compreender a estrutura de Libras, é importante conhecer a dêixis ou o elemento dêitico. Esse elemento
é um recurso para a compreensão do discurso imagético e é utilizado para referenciar pessoas, animais,
personagens da ficção, objetos e lugares. Logo, é composto por pronomes pessoais, possessivos,
interrogativos e demonstrativos (PRADO; LESSA-DE-OLIVEIRA, 2012) e indica o tempo verbal.
Dêixis
Aspecto da linguagem humana, em especial do ato de enunciação, que consiste em se referir a um
contexto situacional (real ou imaginário) criado pelo enunciado, por meio de marcas ou categorias de:
Veja o exemplo a seguir para entender a importância dos apontamentos para a constituição dos enunciados
imagéticos:
• 
1 
JORGE TALVEZ FUTURO PROFESSOR
2 
Jorge será provavelmente um
professor no futuro.
Sinal AJUDAR.
No sinal anterior, temos a seguinte informação: AJUDAR. Somente com esse sinal não se pode determinar
quem praticou a ação, isto é, não se sabe o sujeito da oração. Isso porque não há “sujeito oculto” em Libras
como acontece na língua portuguesa.
Veja a mudança no enunciado ao se utilizar a dêixis pronominal.
VOCÊ AJUDAR
Português 
É possível não citar o pronome pessoal, pois o
verbo estará conjugado no tempo e
flexionado na pessoa que faz parte do
enunciado, por exemplo: “ajudei”, “ajudamos”,
“ajudaremos” etc.
Libras 
Sem o sujeito, o sinal AJUDAR do
exemplo está isolado e fora de um
contexto.
Ao acrescentar VOCÊ ao enunciado AJUDAR, pode-se então conjugar o verbo AJUDAR em Libras. Ao contrário
do que se pensa, os sinais verbais são passíveis de conjugação (BENASSI; DUARTE, 2014). Por exemplo: 
VOCÊ AJUDAR = “Você ajuda”
Para conjugar no tempo presente, precisam-seadmitir os sinais correspondentes às palavras AGORA e HOJE,
ou pode-se deduzir, ante a ausência de tais sinais, que o verbo esteja no tempo presente (BENASSI; DUARTE,
2014). 
Resumindo
Podemos dizer que existem: dêixis de pessoas, dêixis de lugar e dêixis de tempo. 
No que se refere ao uso da dêixis temporal, a ausência do uso dos sinais de PASSADO, para indicar ações que
já aconteceram, ou do FUTURO, para designar acontecimentos vindouros, causaria no interlocutor certa
confusão, dependendo do contexto em que se insere o discurso. Isso porque não há desinências verbais na
Libras; logo, a marcação temporal é realizada pela forma dêitica. Importante destacar que, em geral, os verbos
modais da Libras se situam no início do enunciado. Veja os exemplos!
EU PENSAR VOCÊ (dêixis tempo) CERTO.
“Eu acho que você está certo.” A dêixis de tempo, nesse caso, é a falta
de sinal expressando passado ou futuro.
EU SABER ELE (dêixis tempo) SEU IRMÃO.
“Eu sei que ele é seu irmão.” Como no exemplo anterior, essa dêixis é, na
verdade, expressa pela ausência de sinal de tempo.
EU DUVIDAR ELA COMO VOCÊ
“Eu duvido que ela seja como você”.
Estrutura frasal
Uma questão relevante, pertinente à estrutura frasal da Libras, é a ordem básica da frase. Comparando as
estruturas entre o português e a Libras:
Língua portuguesa
A ordem direta (ordem predominante) é:
SUJEITO + VERBO + OBJETO (OBJETO DIRETO + OBJETO INDIRETO) ou SUJEITO + VERBO +
PREDICADO.
Exemplo:
Eu (sujeito) estou aprendendo (verbo) Libras (objeto) no curso.
Libras
A ordem predominante é:
OBJETO + SUJEITO + VERBO.
Exemplo:
Curso Libras (objeto) eu (sujeito) estou aprendendo (verbo). (CURSO LIBRAS EU APRENDER)
A Libras não pode ser reproduzida na mesma estrutura da língua portuguesa porque tem sua gramática
diferenciada e independente da língua oral. A ordem dos sinais na construção de um enunciado obedece a
regras próprias que refletem a maneira como o surdo processa suas ideias, com base em sua percepção
visoespacial da realidade.
Outras comparações
A seguir veremos alguns exemplos de comparações.
 
Libras: CASA EU IR. (verbo direcional)
Português: Eu vou para a casa.
 
Libras: FLOR EU-DAR MULHER^BENÇÃO (verbo direcional)
Português: Eu dei a flor para a mamãe.
 
Libras: PORQUE ISTO (expressão facial de interrogação)
Português: Para que serve isto?
 
Libras: IDADE VOCÊ (expressão facial de interrogação)
Português: Quantos anos você tem?
 
Libras: FILME “O PIANO” MUITO-BOM (omissão do verbo)
Português: O filme “O Piano” é muito bom!
 
Libras: PORQUE PESSOA FELIZ DEMAIS (omissão do verbo)
Português: ... porque as pessoas estão felizes demais!
Há regras de estruturação na Libras. Artigos, preposições e conjunções estão incorporados ao sinal, então
não são articulados isoladamente, como aconteceria na língua portuguesa (por exemplo, a casa; ir para etc.).
Concordância
• 
• 
• 
• 
• 
• 
Tipos diferentes de concordância podem coexistir no mesmo verbo. Assim, há verbos que possuem
concordância de gênero e localização. Pode-se esquematizar o sistema de concordância verbal da seguinte
maneira:
Concordância número-pessoal
Parâmetro orientação da palma (OP)
Concordância de gênero e número
Parâmetro configuração de mão (CM)
Concordância de lugar
Parâmetro ponto de articulação (PA)
É preciso esclarecer que a Libras não é universal. Há diferentes línguas de sinais e elas adquirem
características culturais e lexicais de cada país; mesmo dentro do país ou de uma comunidade linguística oral,
como a comunidade dos países de língua portuguesa.
Veja a seguir outras línguas de sinais de diferentes países:
 
Língua de sinais kaapor brasileira
País: Brasil (Sul do Maranhão)
Povo: índios Urubu-Kaapor
 
Língua gestual portuguesa (LGP)
País: Portugal
(Língua oral: português)
 
Língua angolana de sinais (LAS)
País: Angola
(Língua oral: português)
 
Língua moçambicana de sinais (LMS)
País: Moçambique
(Língua oral: português)
 
Lengua de señas de Chile (LSCH ou língua de sinais chilena)
País: Chile
(Língua oral: espanhol)
 
Língua de sinais espanhola (LSE)
País: Espanha
(Língua oral: espanhol)
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• 
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• 
• 
• 
 
Língua de sinais argentina (LSA)
País: Argentina
(Língua oral: espanhol)
 
Língua de sinais francesa (LSF)
País: França
(Língua oral: francês)
 
American sign language (ASL)
País: Estados Unidos
(Língua oral: inglês)
Na Libras, existem, ainda variações regionais, sociais e aquelas relacionadas às mudanças históricas, sinais
arcaicos. 
Exemplo de variação regional: COR VERDE
Rio de Janeiro São Paulo
Curitiba
Como vimos, há a possibilidade da produção de inúmeras codificações na estrutura da Libras, mostrando o
quão completa e complexa essa língua pode ser.
É essencial apresentar, ainda, os sinais icônicos e sinais arbitrários. Embora a Libras seja uma modalidade
gestual-visual-espacial, a maior parte de seus sinais é arbitrária (PACHECO; ESTRUC, 2011), ainda que
também haja iconicidade.
• 
• 
• 
Sinais arbitrários
São aqueles que não mantêm nenhuma semelhança com o dado da realidade que representam.
Exemplos: PESSOA / CONVERSAR / DEPRESSA
Sinal icônico
Refere-se diretamente ao objeto representado; ele faz alusão ao significado do objeto. Um percentual
grande de sinais da Libras é icônico.
Exemplos: ESCOVAR OS DENTES / CASA / BORBOLETA / TELEFONE / ÁRVORE / CARRO
O chamado paradoxo de Klima e Bellugi traz uma interpretação interessante sobre a iconicidade dos sinais.
Em pesquisas, tanto Klima e Bellugi (1979) quanto Martins (2017) se depararam com a seguinte situação
contraditória:
 
Quando expostos a sinais não conhecidos anteriormente, informados sobre seus significados e
solicitados a atribuir uma nota para avaliar o grau de iconicidade desses sinais, observadores tendem a
atribuir notas elevadas e a persistir em buscar, nos sinais, aspectos que justifiquem, em maior ou
menor grau, a sua forma a partir de seu significado.
 
Quando, porém, não há informação acerca dos significados desses sinais, e solicitados a adivinhar-lhes
o significado, esses mesmos observadores tendem a atribuir a esses sinais significados díspares e
inadequados.
Esses estudos revelam que a maioria absoluta dos sinais é, de fato, muito opaca e arbitrária, apesar de ser
vista, quase sempre, como bastante icônica. Interessante, não é mesmo?
Elementos dêiticos e concordância
Reveja alguns exemplos de modais, de usos dos elementos dêiticos e da concordância em Libras no vídeo a
seguir.
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Datilologia
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• 
Elemento dêitico
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Verificando o aprendizado
Questão 1
Ao se comparar a estrutura das sentenças na língua portuguesa e na Libras, pode-se dizer que
A
uma reproduz exatamente a outra.
B
o português apresenta a ordem usual sujeito + verbo + predicado, enquanto a Libras usa predicado + sujeito +
verbo.
C
a Libras inverte a ordem sujeito + verbo + predicado, apresentando frases na sequência predicado (ou objeto)
+ verbo + sujeito.
D
não há regra para ordenação da frase na Libras.
E
a Libras, diferentemente do português, utiliza apenas sujeito + verbo.
A alternativa B está correta.
A estrutura das frases em Libras apresenta primeiro o predicado, ou objetos (direto e indireto), em seguida
o sujeito, e só então o verbo. Mas vale lembrar que muitos surdos alteram a estrutura frasal para facilitar o
entendimento de pessoas mais acostumadas com a ordem da língua portuguesa.
Questão 2
O elemento dêitico na Libras constitui um importante recurso para a compreensão do discurso imagético.
Quanto a seu uso, analise as afirmações e marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas.
( ) Esse elemento não trata sobre os usos dos verbos na Libras.
( ) No uso temporal, a ausência douso dos sinais de PASSADO para indicar ações que já aconteceram ou do
sinal de FUTURO é normal.
( ) No uso temporal, a ausência do sinal que indica PRESENTE é comum.
( ) O elemento dêitico indica que o sujeito está implícito no sinal. 
A sequência correta, de cima para baixo, é
A
V, V, F, F.
B
F, V, V, F.
C
F, F, V, F.
D
F, F, F, V.
E
V, F, F, F.
A alternativa C está correta.
O componente dêitico é um componente morfológico importante para a compreensão do discurso
imagético. Na dêixis temporal, é necessário indicar o sinal PASSADO ou FUTURO para completar o
entendimento do tempo do verbo. Quando não há o sinal HOJE ou AGORA, entende-se que, ainda assim, a
ação é presente. Por fim, não há sujeito implícito em Libras, de modo que a dêixis de pessoa também é
obrigatória.
4. Conclusão
Considerações finais
Toda língua tem características próprias e comuns às outras, e com a Libras não é diferente. Mas essa língua
tem uma peculiaridade: é de modalidade diferente da língua hegemônica no Brasil, a língua portuguesa, que é
uma língua oral. Assim como outras línguas de sinais, a Libras é visoespacial.
Aprendemos como ela se baseia nos cinco parâmetros — configuração de mãos, ponto de articulação,
movimento, orientação da palma da mão/direção, componentes não manuais —, de compreensão
indispensável para qualquer um que deseja aprendê-la. São as combinações desses parâmetros que formam
todo o léxico da Libras.
Também aprendemos outras especificidades como a representação dos números, do gênero, dos
comparativos, da negação, entre outros, além da importância dos modais e do elemento dêitico.
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Existe um provérbio africano que diz: “O conhecimento é como um jardim: se não for cultivado, não pode ser
colhido”. Logo, não há como apropriar-se do conhecimento sem que haja uma dedicação e uma busca
constante por ele. Confira três fontes importantes para entender alguns mecanismos da Libras:
 
A dissertação de mestrado Uma Descrição da Dêixis de Pessoa na Língua de Sinais, de Renata Lúcia
Moreira, disponível no banco de teses da USP.
 
O artigo de Emmanuelle Félix dos Santos e colaboradores Sintaxe da Libras e a (re)afirmação
linguística: o óbvio que ainda precisa ser dito, publicado na Interdisciplinar: revista de estudos em
língua e literatura.
 
O livro Absurdo ou lógica: os surdos e sua produção linguística, de Elidea Bernardino.
 
Outra referência interessante é a plataforma SpreadTheSign. O banco de dados reúne 4 milhões de sinais de
diferentes linguas de sinais ao redor do mundo; você pode fazer a busca na caixa de pesquisa.
Referências
ARISTÓTELES. Metafísica. Livro 1. São Paulo: Abril Cultural, 1984. (Coleção Os pensadores).
 
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• 
BENASSI, C. A.; DUARTE, A. S. Da importância da dêixis para a compreensão do discurso imagético. In:
BENASSI, C. A.; DUARTE, A. S. Além dos sentidos: ensaios sobre Libras. Cuiabá: [S. n.], 2014, p. 67-74.
 
BRASIL. Secretaria Nacional de Justiça. A Classificação Indicativa na Língua Brasileira de Sinais. Brasília, DF :
SNJ, 2009a.
 
BRASIL. Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. Secretaria Nacional de Promoção dos
Direitos da Pessoa com Deficiência –SNDPD. 2009b.
 
CAPOVILLA, F. C. et al. Dicionário da Língua de Sinais do Brasil: a Libras em suas mãos. v. 2: sinais de E a O.
São Paulo: Edusp, 2017.
 
FARIA-NASCIMENTO, S. P. Representações Lexicais da Língua de Sinais Brasileira: uma proposta lexicográfica.
Tese (doutorado) — Departamento de Linguística, Português e Línguas Clássicas, Instituto de Letras,
Universidade de Brasília, Brasília, DF, 2009.
 
FERREIRA BRITO, L. Integração social & educação de surdos. Rio de Janeiro: Babel, 1993.
 
FERREIRA BRITO, L. Por uma gramática de Língua de Sinais. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro/ UFRJ, 1995.
 
FERREIRA, L. B. J. Língua brasileira de sinais - libras, língua natural do sujeito surdo. In: CONGRESSO
NACIONAL DE EDUCAÇÃO – EDUCERE, 12.; Seminário Internacional sobre Profissionalização Docente, 5.,
2015, Curitiba. Anais [...]. Curitiba: PUC-PR, 2015. p. 22085-22094.
 
GESUELI, Z. M. Lingua(gem) e identidade: a surdez em questão. Educação & Sociedade, v. 27, n. 94, p.
277-292, 2006.
 
KLIMA, E.; BELLUGI, U. The signs of language. Cambridge: Harvard University Press, 1979.
 
MARTINS, A. C. Lexicografia, metalexicografia e a natureza da iconicidade da Língua de Sinais Brasileira. Tese
(Doutorado em Psicologia) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2017.
 
PACHECO, J. ; ESTRUC, R. Curso básico de Libras. [S. l.: S. n.], 2011.
 
PIMENTEL, A. Aplicativo sobre conhecimento de cinesiologia em libras: uma tecnologia educacional em saúde.
Dissertação (Mestrado em Tecnologia em Saúde) – Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Curitiba, 2019.
 
PIMENTEL, A; BASTOS, L. A. Libras dinâmica e interativa – Básico 1 – Comunicar. Curitiba: [S. n.], 2020.
 
PRADO, L.; LESSA-DE-OLIVEIRA, A. Dêixis em elementos constitutivos da modalidade “falada” de línguas de
sinais. ReVEL - Línguas de sinais: cenário de práticas e fundamentos teóricos sobre a linguagem, v. 10, n. 19, p.
38-57, 2012.
 
QUADROS, R. M.; KARNOPP, L. B. Língua de Sinais Brasileira: estudos linguísticos. Porto Alegre: Artmed, 2004.
 
QUADROS, R. M.; PIZZIO, A. L.; REZENDE, P. L. F. Língua Brasileira de Sinais IV. Universidade Federal de Santa
Catarina, 2009.
 
RODRIGUES, I. C.; BAALBAKI, A. C. F. Práticas sociais entre línguas em contato: os empréstimos linguísticos do
português à Libras. Revista brasileira de linguística aplicada [on-line], v. 14, n. 4, p.1095-1120, 2014.
	Especificidades linguísticas da língua brasileira de sinais
	1. Itens iniciais
	Propósito
	Objetivos
	Introdução
	1. Parâmetros no uso da Libras
	Estrutura da Libras (língua brasileira de sinais)
	Configuração de mãos (CM)
	Ponto de articulação (PA)
	Movimento (M)
	Orientação de palma/direção (OP)
	Componentes não manuais (EF = expressão facial e EC = expressão corporal)
	Configuração de mãos (CM) e orientação da palma (OP)
	Para cima
	Para baixo
	Para dentro
	Para fora
	Para esquerda do sinalizador (contralateral)
	Para direita do sinalizador (ipsilateral)
	Atenção
	Uso dos classificadores
	Conteúdo interativo
	Pontos de articulação (PA) e componentes não manuais
	Passivo
	Passivo ou ativo
	Estrutura passiva
	Dois gestos articulatórios coordenados
	Sinal OI
	Sinal IDADE
	1
	2
	Movimento (M)
	Vem que eu te explico!
	Libras como língua
	Conteúdo interativo
	Parâmetros da Libras
	Conteúdo interativo
	Verificando o aprendizado
	2. Bases instrumentais da gramática
	Bases instrumentais da gramática da Libras
	Saiba mais
	Empréstimo lexical
	Inicialização
	Empréstimos lexicais de outras línguas de sinais
	Empréstimo de domínio semântico
	Empréstimo de ordem fonética
	Resumindo
	Saiba mais
	Alguns mecanismos gramaticais na Libras
	Gênero
	Sinal MULHER
	Sinal HOMEM
	Sinal MÃE
	Sinal PAI
	Sinais compostos
	Exemplo
	Numerais
	Cardinais
	Cardinais representando quantidade
	Ordinais
	Valores monetários
	Grau dos adjetivos
	Exemplo
	Pessoa
	Singular
	Eu
	Você
	Plural
	Pronomes possessivos
	MEU - 1ª pessoa
	TEU - 2ª pessoa
	DELE - 3ª pessoa
	Tempo
	HOJE, AGORA
	AMANHÃ
	DAQUI A MUITO TEMPO
	ONTEM
	HÁ MUITO TEMPO
	Interrogativos e exclamativos
	QUEM?
	QUANDO?
	QUAL?
	Exemplo
	Aspectos pontual, continuativo, durativo e iterativo
	Aspectos continuativo, durativo e iterativo
	Conteúdo interativo
	Comparativo de igualdade, superioridade e inferioridade
	Comparativo de superioridade
	Comparativo de inferioridade
	Pronomes demonstrativos e advérbios de lugar
	EST@ / AQUI
	ESS@ / AÍ
	AQUEL@ / LÁ
	Negativas
	Vem que eu te explico!
	Empréstimos linguísticos
	Conteúdo interativo
	Mecanismos gramaticais em Libras
	Conteúdo interativo
	Verificando o aprendizado
	3. Estruturação de sentenças
	Pontos de partida
	Datilologia
	Exemplo
	Relembrando
	Modais
	Dêixis
	VOCÊ
	AJUDAR
	ResumindoEU PENSAR VOCÊ (dêixis tempo) CERTO.
	EU SABER ELE (dêixis tempo) SEU IRMÃO.
	EU DUVIDAR ELA COMO VOCÊ
	Estrutura frasal
	Língua portuguesa
	Libras
	Outras comparações
	Concordância
	Concordância número-pessoal
	Concordância de gênero e número
	Concordância de lugar
	Rio de Janeiro
	São Paulo
	Curitiba
	Sinais arbitrários
	Sinal icônico
	Elementos dêiticos e concordância
	Conteúdo interativo
	Vem que eu te explico!
	Datilologia
	Conteúdo interativo
	Elemento dêitico
	Conteúdo interativo
	Verificando o aprendizado
	4. Conclusão
	Considerações finais
	Podcast
	Conteúdo interativo
	Explore +
	Referências

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