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ALIMENTOS DE ORIGEM ANIMAL Lina Sant Anna Microbiologia de leite e derivados Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Conhecer os principais microrganismos dos leites e seus derivados. Verificar a importância da qualidade microbiológica dos leites e seus derivados. Identificar critérios que asseguram a qualidade higiênico-sanitária e microbiológica do leite e seus derivados. Introdução Entende-se por leite, sem outra especificação, o produto oriundo da ordenha completa e ininterrupta, em condições de higiene, de vacas sadias, bem alimentadas e descansadas. O leite de outros animais deve denominar-se segundo a espécie de que proceda (BRASIL, 2002). Leites e derivados, por possuírem pH próximo da neutralidade e serem ricos em água e nutrientes, são alimentos perecíveis, sujeitos à contami- nação por microrganismos, como os fermentadores de lactose, micror- ganismos mesófilos, psicrotróficos e patogênicos. Portanto, os cuidados higiênico-sanitários são essenciais para controlar o crescimento desses microrganismos nesses alimentos. A legislação brasileira padroniza a cadeia produtiva de leite e derivados por meio de leis, decretos, resoluções e normas técnicas, estabelecidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Neste capítulo, você vai conhecer os principais microrganismos de leites e derivados, verificar a importância da qualidade higiênico-sanitária e microbiológica dos leites e derivados, e identificar os critérios que asseguram a qualidade microbiológica desses produtos. Principais microrganismos de leites e derivados O leite, por seu alto valor nutricional, pH próximo do neutro e aumento do teor de água, é um substrato ideal para o desenvolvimento de diversos grupos de microrganismos, como bactérias, leveduras, fungos, vírus e outros, que podem provocar alterações no produto fi nal e também causar contaminação. Vamos discutir cada um deles a seguir. Bactérias Entre os microrganismos do leite, os de maior representatividade são as bac- térias, que são divididas em gram-positivas e gram-negativas. Bactérias gram-positivas: incluem as bactérias ácido-lácticas, os micro- cocos e estafilococos, as bactérias esporuladas e outros representantes patogênicos. Bactérias gram-negativas: compreendem bactérias anaeróbias faculta- tivas, como Escherichia, Enterobacter, Klebsiella, Salmonella e Shi- gella, e aeróbias estritas, como Alcaligenes, Pseudomonas, Brucella, Campylobacter. Bactérias gram-positivas As bactérias ácido-lácticas fazem parte da fl ora que fermenta a lactose, formando proporções signifi cativas de ácido láctico e de ácido pirúvico. Es- sas bactérias podem contribuir para a fermentação natural do leite, gerando produtos como o iogurte e os queijos. Os efeitos benéfi cos das bactérias ácido- -lácticas na indústria de laticínios residem principalmente na produção de grande número de enzimas que transformam os nutrientes fundamentais do leite e do queijo em compostos com propriedades sensoriais desejáveis. As bactérias fazem isso por meio de três ações: atacam a lactose, produzindo ácido láctico; participam das degradações proteicas que acontecem durante os pro- cessos de maturação; produzem compostos aromáticos voláteis a partir do citrato, como dia- cetil, acetaldeído e acetoína (ORDÓÑEZ, 2005; RESENDE et al., 2011). Microbiologia de leite e derivados 2 Pertencem a esse grupo os Lactococcus, Lactobacillus, Streptococcus e Propionibacterium, que serão descritos a seguir: Lactococcus: consiste em sete espécies, entre as quais a Lactococcus lactis spp. é predominante no leite cru, no queijo e em outros produtos lácteos que não passaram por processo de aquecimento. São utilizados como culturas iniciadoras para a fabricação do queijo. Além de serem encontrados naturalmente no leite cru, eles também são adicionados com frequência ao leite pasteurizado, a fim de facilitar a produção dos queijos; o seu papel principal nesse processo é a acidificação por meio da produção de lactato. Também contribuem para a proteólise, convertendo os aminoácidos em compostos aromáticos. Lactobacillus: o gênero Lactobacillus é muito diverso e possui apro- ximadamente 174 espécies diferentes. É encontrado no leite cru e uti- lizado para a produção de uma grande variedade de produtos lácteos, principalmente devido à sua atividade proteolítica e sua habilidade de produzir componentes aromáticos que contribuem para aumentar a qualidade do sabor, diminuir a acidez e aumentar o valor nutricional desses produtos. Os mais utilizados na indústria de laticínios são L. helveticus, L. delbrueckii ssp. bulgaricus e L. delbrueckii ssp. lactis. Streptococcus: apesar de muitos gêneros de Streptococci serem patogê- nicos, o S. thermophilus é frequentemente isolado de leites e derivados, incluindo leite cru, culturas e queijos. Essa bactéria é utilizada como uma cultura iniciadora na produção de produtos lácteos, devido à sua habilidade de converter a lactose em lactato, reduzindo rapidamente o pH e produzindo metabólitos como diacetil, acetaldeído e acetato. Também produzem uma textura mais viscosa em produtos fermentados, particularmente o iogurte. Em queijos, o S. thermophilus é utilizado sozinho, em combinação com Lactobacilli, mas em iogurtes ele em geral é utilizado com o L. bulgaricus. Propionibacterium: esse grupo compreende quatro espécies – Propioni- bacterium freudenreichii, P. acidipropionici, P. jensenii e P. thoenii. A P. freudenreichii é utilizada para a produção de queijo suíço ou emmental. Essa bactéria produz bolhas de dióxido de carbono durante a maturação do queijo, resultando em um produto cheio de furos (QUIGLEY et al., 2013; VIDEIRA, 2017). A Figura 1 mostra um exemplo da importância das bactérias ácido-lácticas na produção de vários derivados do leite. 3Microbiologia de leite e derivados Figura 1. Exemplos de derivados de leite produzidos com o auxílio de bactérias ácido-lácticas. Fonte: Africa Studio/Shutterstock.com. Os micrococos fazem parte da flora inócua que contamina o leite e, por- tanto, não afetam a sua conservação. Já os estafilococos provocam fermentação acidificante da glicose, com diminuição acentuada do pH (até 4,3 e 4,5); a grande preocupação concentra-se nos estafilococos patogênicos, que são produtores de enterotoxinas. No caso do leite e seus derivados, o número de microrganismos patogênicos presentes e as condições adequadas (105 a 107 UFC/g ou ml e temperatura de 37 °C) podem favorecer o crescimento microbiano e a produção de enterotoxinas estafilocócicas. Ressalta-se que o microrganismo é termolábil, mas a toxina é termorresistente – mesmo que o leite seja submetido à pasteurização, ela não será destruída (TRONCO, 2013). Algumas bactérias produzem enterotoxinas que não são inativadas pelo calor, como Staphylococcus aureus. Nesse caso, o tratamento térmico elimina o microrganismo, mas não a toxina excretada no leite antes da pasteurização. Microbiologia de leite e derivados 4 As bactérias esporuladas possuem uma característica importante de resistir a tratamentos térmicos elevados. Os dois gêneros de maior interesse são os Bacillus e os Clostridium. Os membros do gênero Bacillus são aeró- bios ou facultativos, característica que permite diferenciá-los dos membros dos gêneros Clostridium e Desulfotomaculum, obrigatoriamente anaeróbios. Além dessa característica, os microrganismos do gênero Bacillus em geral são produtores de catalase, diferentemente dos microrganismos do gênero Sporolactobacillus (LAGO, 2002). O gênero Clostridium forma-se de bactérias esporuladas anaeróbias estritas. Os problemas mais sérios estão relacionados com a grande produção de gás em queijarias ou a produção de algumas toxinas por cepas de Clostridium perfringens. Outros representantes do grupo gram-positivo são oCoryme- bacterium e o Brevibacterium (ORDÓNEZ, 2005). Bactérias gram-negativas As bactérias gram-negativas compreendem bactérias anaeróbias facultativas e aeróbias estritas. Entre as gram-negativas anaeróbias facultativas, as ente- robactérias constituem um dos grupos mais frequentes no leite, fermentando a lactose. São importantes sob dois pontos de vista: Higiênico: diversas espécies são responsáveis por doenças infecciosas que podem apresentar caráter endêmico, como salmonelose e shigelose. Tecnológico: como fermentam os açúcares, formam também gases e ácidos. Podem produzir também substâncias viscosas ou de sabor desagradável, acarretando em uma série de problemas tecnológicos, como fermentações indesejáveis, acidificação, estufamento, etc. Os gêneros que merecem maior destaque são a Escherichia, Enterobacter, Klebsiella, Salmonella e Shigella (TRONCO, 2013). Entre as gram-negativas aeróbias estritas, destacam-se: Alcaligenes: comuns em leite cru, não provocam grande modificação, porque não fermentam os açúcares; portanto, o leite não se coagula, mas pode tornar-se alcalino; Pseudomonas: fazem parte da flora psicrotrófica, e a preocupação de maior interesse são as enzimas proteolíticas e lipolíticas; Brucella: bactérias patogênicas para homens e animais; 5Microbiologia de leite e derivados Campylobacter: causam enterites por meio do consumo de leite cru ou mal pasteurizado (TRONCO, 2013). A maioria dos microrganismos patogênicos é destruída pela pasteurização, mas alguns microrganismos – denominados termodúricos – podem sobreviver a esse processo. Algumas vezes, a contaminação do leite ocorre também após a pasteurização, por meio de equipamentos e utensílios que não foram devidamente higienizados, ou de manipuladores que são portadores de microrganismos patogênicos. Fungos Os fungos desempenham um importante papel na indústria de produtos lác- teos, pois podem promover deterioração ou então desencadear fermentação e/ou maturação desejáveis aos derivados do leite. Em situações indesejáveis, esses microrganismos podem estar presentes no leite como contaminantes de medicamentos para mastite e diluentes de antibióticos, oriundos da água de lavagem dos equipamentos de ordenha ou, ainda, das mãos do ordenhador (RUZ-PERES, 2010). Em situações desejáveis, como na produção de queijos azuis (roquefort, gorgonzola, Stilton, etc.), contribuem para a maturação, o sabor e o aroma característicos, sendo o principal o Penicillium roqueforti. Na elaboração de queijos mofados brancos, como o camembert e o brie, são utilizados Peni- cillium camemberti, P. caseicolum e P. album. Verifica-se também o fungo Geotrichum candidum em coalhadas (TRONCO, 2013; VIDEIRA, 2017). A Figura 2 mostra um exemplo dos queijos azuis e brie produzidos com o auxílio de fungos. Microbiologia de leite e derivados 6 Figura 2. Exemplos queijos produzidos com o auxílio de fungos. Fonte: MaraZe/Shutterstock.com. Leveduras Existem diversos gêneros de leveduras relacionados com produtos lácteos. O gênero Candida caracteriza-se pela sua frequência elevada no leite; porém, não provoca alterações signifi cativas em sua composição. As espécies Kluwe- romyces fragilis e K. lactis são capazes de fermentar a lactose com produção de álcool. No kefi r, identifi cou-se a Torula kefi r. As leveduras também podem constituir a fl ora pegajosa de queijos que possuem elevado teor de umidade (TRONCO, 2013). Importância da qualidade microbiológica dos leites e derivados Atualmente, o consumidor busca por alimentos mais saudáveis e por uma dieta mais adequada. Com isso, há um aumento no consumo de leite e derivados. Portanto, produtores e comerciantes desses alimentos devem estar cientes da importância da qualidade microbiológica desses alimentos. 7Microbiologia de leite e derivados A qualidade microbiológica do leite possui dois aspectos de enfoque a considerar: a qualidade industrial e os riscos à saúde do consumidor. Ela está relacionada com fatores como: manejo e alimentação do gado; sanidade animal (glândula mamária); condições dos equipamentos e utensílios da ordenha; água utilizada no estábulo e na higienização dos equipamentos; estocagem e resfrio do leite; transporte, processamento tecnológico, embalagem e comercialização, entre outras (BARONI; BATISTA, 2016). Contaminação do leite A fl ora bacteriana do leite pode variar consideravelmente em número e em espécies, dependendo de como este se contamina. Quando proveniente de animais sadios, se forem ordenhados de forma asséptica, ele conterá poucos microrganismos, mas posteriormente pode sofrer contaminação a partir do ambiente e do homem. A contaminação do leite pode ocorrer por duas vias: endógena ou exógena. Contaminação endógena: ocorre quando o animal apresenta alguma doença, como tuberculose, brucelose ou mastite. Habitualmente, a glândula mamária normal contém um número reduzido de bactérias, que podem penetrar pelo canal do teto; portanto, os primeiros jatos de leite devem ser desprezados, porque contêm um maior número de microrganismos. As espécies encontradas em maior proporção, na saída do úbere dos animais, são os micrococos, estreptococos e bacilos. Contaminação exógena: ocorre a partir da saída do leite do úbere. Nesse caso, a contaminação se dá pelo ambiente na ordenha e pelo beneficia- mento do leite. A pele da mama é causa frequente de contaminação, principalmente quanto não se realiza a higienização adequada. O uso de água não potável pode resultar em prejuízos maiores do que a não lavagem, pois, muitas vezes, essa água contém bactérias do gênero Pseudomonas, Aeromonas, Achromobacter ou Alcaligenes. O orde- nhador pode ser portador de estafilococos ou estreptococos, e a sala de ordenha pode conter microrganismos esporulados, como bacilos e clostrídios. Os excrementos dos animais geram microrganismos diversos e constituem foco importante de enterobactérias, como Escherichia Microbiologia de leite e derivados 8 coli e outras. Em relação às máquinas e aos utensílios de ordenha, são fonte de contaminação das mais significativas, geralmente fazendo parte os microrganismos termorresistentes e os grupos Escherichia e Enterobacter. A essas fontes de contaminação somam-se aquelas que podem ocorrer durante o transporte da matéria-prima, o processamento, a estocagem e a distribuição até o consumidor (TRONCO, 2013). Alterações de leites e derivados A indústria de produtos lácteos tem mostrado crescente preocupação com a presença de bactérias psicrotrófi cas no leite, devido aos aspectos antitecnoló- gicos e a prejuízos econômicos causados pelas enzimas produzidas por essas bactérias. As bactérias psicrotrófi cas produzem lipases e proteases durante a refrigeração prolongada do leite, as quais apresentam forte potencial de degradação sobre a caseína e a gordura (MONTANHINI, 2016). A consequência da grande termoestabilidade das proteases e lipases cau- sadas por bactérias psicrotróficas é que elas continuam agindo nos produtos já elaborados, se as condições de temperatura e armazenamento do produto forem favoráveis, dando margem à degradação do material proteico e lipí- dico de leites e derivados que ficam armazenados durantes longos períodos (ORDÓÑEZ, 2005; FELIX, 2012). As enzimas que provocam alterações no leite e seus derivados são: proteases: atacam principalmente a beta-caseína, resultando no apa- recimento de sabores amargos e no aumento da viscosidade do leite; lipases: atacam principalmente os triglicerídeos, que são o componente majoritário da gordura, rompendo a ligação éster, com a consequente liberação de ácidos graxos livres – particularmente ácido butírico – que podem causar rancidez; sacarases: atuam sobre os carboidratos, produzindo ácidos, gases e álcool (ORDÓÑEZ, 2005). A formação de gostos e odores desagradáveis resulta da ação de diversos microrganismos, por alimentação dos animais ou por enfermidadedestes. Gosto amargo: aparece no leite por proliferação de microrganismos da mama, como Micrococcus lactis, Micrococcus amaris e Torula amara, por consumo de forragens contaminadas, por transtornos fisiológicos 9Microbiologia de leite e derivados dos animais, com aumento de produção de sulfeto de magnésio no leite, e por dissolução de ferro dos recipientes por ação do ácido láctico. Odor a estábulo: geralmente adquirido em função de ambientes sujos ou mal ventilados. Odor a vegetais: deve-se geralmente a forragens ou ao ambiente. Às vezes pode ser de origem microbiana, provocada por Pseudomonas mucidolens. Odor a frutas: pode ocorrer devido a Pseudomonas fragi; o odor aro- mático e alcóolico ocorre por ação de Micrococcus caseolyticus. Odor malteado: deve-se ao Bacillus subtilis e ao Lactoccus lactis. Odor de ranço: produzido em leites frescos que tenham sido deixados a uma temperatura de 27 °C, por ação solar. Odor e gosto de pescado: deve-se à ação das bactérias que infectam as mamas, principalmente o Aeromonas hydrophilia, que age sobre a lecitina, formando colina e trimetilamina. Gosto de sabão: em algumas vezes, tem sabor amargo e, em outras, pode formar espuma ao ser agitado. Produzido pela ação do Bacillus ou de Pseudomonas, quando se armazena o produto a temperaturas próximas de 0 °C. A produção de gás normalmente é acompanhada pela acidificação do leite e de seus derivados. As principais bactérias destacadas na produção de gás são os coliformes, Clostridium spp, alguns Bacillus, além das bactérias propiônicas e heteroláticas. A formação de espuma na superfície do leite, em seu estado líquido, identifica a visualização da produção de gás (FELIX, 2012). A coloração anormal pode ser muito perceptível e se origina por ação de distintas bactérias: cor vermelha ou roxa: deve-se aos pigmentos de Serratia marcescens e Torula glutinis que proliferam no produto; cor azul: provocada pelo desenvolvimento de Pseudomonas synianae, provenientes de infecção no úbere ou levados por moscas ao leite; cor verde: ocorre em manteigas, devido à presença de Pseudomonas fluorescens (FELIX, 2012). Microbiologia de leite e derivados 10 Classificação do leite O conteúdo bacteriano do leite é medido a fi m de determinar a sua qualidade microbiológica. Os resultados obtidos das análises fornecem informações úteis, que refl etem as condições sob as quais o produto foi produzido e mantido. As altas contagens bacterianas nem sempre signifi cam a presença de bactérias patogênicas; indicam, porém, uma contaminação excessiva ou uma refrigeração inadequada, ou, ainda, condições de armazenamento imperfeitas. No Brasil, com o objetivo de melhorar a qualidade do leite, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) publicou a instrução normativa 51 (IN 51), que regulamenta normas para a qualidade do leite e de seus derivados, bem como a produção, a identidade e a qualidade de leites tipo A, B, C, pasteurizado e cru refrigerado, além de regulamentar a coleta de leite cru refrigerado e seu transporte a granel (SANTOS, 2010). Leite pasteurizado tipo A De acordo com a Instrução Normativa nº 51, de 18 de setembro de 2002, o leite tipo A deve ser produzido, benefi ciado (pasteurizado) e envasado em estabe- lecimento denominado granja leiteira (BRASIL, 2002). Imediatamente após a pasteurização, o produto assim processado deve apresentar teste qualitativo negativo para fosfatase alcalina, teste positivo para peroxidase e enumeração de coliformes a 30/35 °C menor do que 0,3 NMP/ml da amostra. De acordo com o teor de gordura, será denominado como: a) leite pasteurizado tipo A integral; b) leite pasteurizado tipo A semidesnatado; c) leite pasteurizado tipo A desnatado. O processo chamado de homogeneização – por meio do qual a gordura do leite é uniformemente distribuída, evitando a formação da nata e a separação da gordura – deve ser informado, caso o produto tenha sido submetido a ele. O Quadro 1 demonstra as características do leite pasteurizado tipo A, em relação à gordura e aos aspectos microbiológicos. 11Microbiologia de leite e derivados Re qu is it os In te gr al Pa dr on iz ad o Se m id es na ta do D es na ta do M ét od o de an ál is e Gordura, (g/100 g) Teor original 3,0 0,6 a 2,9 máx. 0,5 IDF 1 C: 1987 Acidez, (g ácido láctico / 100 ml) 0,14 a 0,18 para todas as variedades LANARA/ MA, 1981 Estabilidade ao Alizarol 72 % (v/ v) Estável para todas as variedades CLA/DDA/ MA Sólidos não gordurosos (g/100 g) Mín. de 8,4* IDF 21 B: 1987 Índice crioscópico máximo -0,530 oH (-0,512 °C) IDF 108 A:1969 Índice de refração do soro cúprico a 20 °C Mín. 37º Zeiss CLA/DDA/ SDA/MAPA Quadro 1. Características do leite pasteurizado tipo A em relação à gordura e aos aspec- tos microbiológicos. (Continua) Microbiologia de leite e derivados 12 Quadro 1. Características do leite pasteurizado tipo A em relação à gordura e aos aspec- tos microbiológicos. Testes enzimáticos: - prova de fosfatase alcalina - prova de peroxidase Negativa Positiva LANARA/ MA, 1981 LANARA/ MA, 1981 Contagem padrão em placas (UFC/ ml)** n = 5; c = 2; m = 5,0 x 102; M = 1,0 x 103 S.D.A/ MA, 1993 Coliformes – NMP/ml (30/35 °C)** n = 5; c = 0; mMA, 1993 Salmonella spp/25 ml** n = 5; c = 0; m = ausência S.D.A/ MA, 1993 * Teor mínimo de SNG, com base no leite integral. Para os demais teores de gordura, esse valor deverá ser corrigido pela seguinte fórmula: SNG = 8,652 – (0,084 x G) (onde SNG = Sólidos Não Gordurosos, g/100 g; G = Gordura, g/100 g) ** Padrões microbiológicos a serem observados até a saída do estabelecimento industrial produtor. (Continuação) 15Microbiologia de leite e derivados Leite pasteurizado tipo C Segundo a Instrução Normativa nº 51, de 18 de setembro de 2002, entende-se por leite pasteurizado tipo C o produto classifi cado quanto ao teor de gordura como integral, padronizado a 3% m/m, semidesnatado ou desnatado, submetido à temperatura de 72 a 75 °C durante 15 a 20 segundos, em equipamento de pasteurização a placas, dotado de painel de controle com termorregistra- dor e termorregulador automáticos, válvula automática de desvio de fl uxo, termômetros e torneiras de prova. Após, segue-se o resfriamento imediato em aparelhagem a placas até temperatura igual ou inferior a 4 °C e envase no menor prazo possível, sob condições que minimizem contaminações. O Quadro 3 demonstra as características do leite pasteurizado tipo C em relação à gordura e aos aspectos microbiológicos. Re qu is it os In te gr al Pa dr on iz ad o Se m id es na ta do D es na ta do M ét od o de A ná lis e Gordura, (g/100 g) Teor original 3,0 0,6 a 2,9 máx. 0,5 IDF 1 C: 1987 Acidez, (g ácido láctico / 100 ml) 0,14 a 0,18 para todas as variedades LANARA/ MA, 1981 Quadro 3. Características do leite pasteurizado tipo C em relação à gordura e aos aspec- tos microbiológicos. (Continua) Microbiologia de leite e derivados 16 Fonte: adaptada de Lineicons freebird/Shutterstock.com e Brasil (2002). Quadro 3. Características do leite pasteurizado tipo C em relação à gordura e aos aspec- tos microbiológicos. Estabilidade ao Alizarol 72 % (v/ v) Estável para todas as variedades CLA/DDA/ MA Sólidos não gordurosos (g/100 g) Mínimo de 8,4* IDF 21 B: 1987 Índice crioscópico máximo -0,530 oH (-0,512 °C) IDF 108 A: 1969 Índice de refração do soro cúprico a 20 °C Mínimo de 37 °C Zeiss CLA/DDA/ SDA/MAPA Contagem padrão em placas (UFC/ml) n = 5; c = 2; m = 1,0 x 105 M = 3,0 x 105 S.D.A/ MA, 1993 Coliformes, NMP/ml (30/35 °C) n = 5; c = 2; m = 2 M = 4 S.D.A/ MA, 1993 Coliformes, NMP/ml (45 °C) n = 5; c = 1; m = 1 M = 2 S.D.A/ MA, 1993 Salmonella spp/25 ml n = 5; c = 0; m = ausência S.D.A/ MA, 1993 * Teor mínimo de SNG, com base no leite integral. Para os demais teores de gordura, esse valor deve ser corrigido pela seguinte fórmula: SNG = 8,652 – (0,084 x G) (onde SNG = Sólidos Não Gordurosos, g/100 g; G = Gordura, g/100 g). (Continuação) 17Microbiologia de leite e derivados Critérios que asseguram a qualidade higiênico-sanitária e microbiológica do leite e derivados Mesmo com todas as precauções para evitar a contaminação do leite, é impossí- vel excluir completamente as bactérias do leite fresco. Além disso, como já visto anteriormente, o leite é um excelente meio de cultura para o crescimento de bactérias, por possuir todos os nutrientes necessários ao seu desenvolvimento. A menos que ele não seja resfriado até 4 °C logo após a ordenha, rapidamente ocorre sua deterioração microbiana, pois, à temperatura de 37 °C, as bactérias lácticas crescem com muita rapidez (OLIVEIRA, 2009). A qualidade do leite é muito importante para as indústrias e os produtores, tendo impactos diretos tanto na produção de derivados, quanto na segurança alimentar da população. O uso humano e industrial do leite requer sua obtenção de forma higiênica, de forma a evitar a contaminação microbiana e a atividade enzimática, que levariam ao comprometimento de seu emprego para os mais diversos fins (OLIVEIRA, 2009; RODRIGUES et al., 2013). A má qualidade do leite cru está relacionada a fatores como deficiências no manejo e na higiene da ordenha, índices elevados de mastite, manutenção e desinfecção inadequadas dos equipamentos e refrigeração ineficiente. Se não forem tomados certos cuidados na propriedade leiteira, algumas bactérias podem estar presentes no leite, causando doenças em humanos que o con- sumirem. Esse tipo de contaminação pode ocorrer como resultado da falta de higiene no processo de ordenha, além de contaminação a partir do ar, dos pelos do animal, da silagem e das fezes (CERVA, 2013). Um dos primeiros passos na obtenção de um leite com qualidade é a ordenha higiênica e a limpeza dos utensílios utilizados nela, que pode ser manual ou mecânica. A ordenha higiênica deve ser feita da seguinte maneira: Deve-se ordenhar somente animais sadios, uma vez que animais doentes transmitem microrganismos presentes no seu sangue para o leite. No caso de doenças ou infecção do úbere, mesmo o leite obtido higienicamente pode conter microrganismos prejudiciais à saúde humana. Eliminar os primeiros jatos de leite de cada teto faz com que a maioria dos microrganismos presentes no úbere não contaminem o leite. Além disso, é com os primeiros jatos que podemos observar, por meio da utilização da caneca de fundo preto, a formação de grumos e a presença de pus, que indicam a existência de mastite. Microbiologia de leite e derivados 18 O ordenhador deve ser saudável, ter roupas e mãos limpas, para não contaminar o leite. Também não deve tossir, espirrar ou conversar no momento na ordenha, nem sobre os utensílios que entram em contato com o leite. O estábulo deve estar localizado longe de estradas. O piso deve ser preferencialmente cimentado, a fim de facilitar a limpeza, e as paredes devem permitir a sua lavagem. O estábulo deve ser provido de cobertura, e a água deve ser tratada com solução clorada para enxágue e lavagem dos utensílios e dos tetos. Na ordenha manual, a maior parte das impurezas encontradas no leite vêm do animal que está sendo ordenhado. A melhor maneira de reduzir a contaminação que ocorre por meio do animal é a utilização de balde semiaberto. Além disso, deve-se buscar manter os pelos dos flancos e do úbere aparados e a cauda contida durante a ordenha. O teto deve ser limpo com água clorada ou com solução contendo 12 a 25 ppm de iodo ou água sanitária, e seco com papel toalha (um para cada teto). Usar coador de boca no latão evita a entrada de impurezas, insetos e dejetos dos animais durante a ordenha. Após o término da ordenha, os tetos devem ser imersos em solução desinfetante, como solução de iodo contendo 12 a 25 ppm, e as vacas devem ser mantidas em pé por pelo menos 30 minutos após a ordenha (BRITO, 2009). A ordenha mecânica é efetuada em máquinas especiais, denominadas ordenhadeiras, as quais são dotadas de quatro tubos metálicos revestidos internamente por borracha e acoplados a um reservatório sob vácuo. Os tubos massageiam os tetos dos animais sob ação de pressão atmosférica, e o leite é conduzido com o auxílio de vácuo através de tubos coletores até o tanque de depósito. Todo o sistema deve ser higienizado de forma rigorosa, lavando-se com água clorada e esterilizando-se com sanificante e água quente, previa- mente à colheita do leite (OLIVEIRA, 2009). Na Figura 3, vê-se um exemplo de ordenhadeira mecânica. 19Microbiologia de leite e derivados Figura 3. Exemplos de ordenhadeira mecânica. Fonte: Hennadii H/Shutterstock.com. Refrigeração do leite Após a ordenha, o tempo gasto para a refrigeração do leite deve ser de, no máximo, três horas. Nesse período estão incluídos o transporte do leite da propriedade até o tanque – no caso de tanques comunitários – e o tempo que o tanque gasta para baixar a temperatura do leite até os 7 ou 4 °C. A Instrução Normativa nº 51 de 2002 estabelece que o leite deve atingir a temperatura de 4 °C quando estocado em tanques refrigeradores por expansão direta, e a 7 °C quando mantido em tanques refrigeradores por imersão em água gelada, chegando aessa temperatura em, no máximo, três horas após a ordenha. O armazenamento do leite cru em temperatura de até 4 °C reduz a taxa de mul- tiplicação de microrganismos, embora não a impeça completamente (CERVA, 2013). Recepção do leite Na etapa de recepção, o leite de animais doentes e aquele que contém anti- biótico ou sedimentos não devem ser aceitos pelo laticínio. Mesmo traços de antibióticos no leite podem torná-lo inadequado para o processamento, em especial se o leite for destinado ao uso em produtos derivados, fabricados por fermentação láctica, como iogurtes e queijos. Nessa etapa, são realizados Microbiologia de leite e derivados 20 vários testes de controle de qualidade. Os testes mais comuns realizados são os seguintes: determinação de acidez; determinação de densidade; avaliação da temperatura; determinação do teor de gordura; determinação do extrato seco total; determinação do teor de gordura, sólidos totais e conteúdo de proteína total; determinação do ponto de congelamento; contagem total de bactérias; contagem das células somáticas (OLIVEIRA, 2009). Em circunstâncias especiais, também se analisa a presença de substâncias estranhas, como amido, sacarose, cloretos, pus e sangue, além de conser- vadores, como bicarbonato de sódio, formol, água oxigenada, antibióticos, pesticidas, entre outros (OLIVEIRA, 2009). Armazenamento do leite Na etapa de armazenamento, o leite cru integral é armazenado em grandes tanques alocados na área externa do estabelecimento, que são construídos em aço inoxidável e possuem parede dupla para proteção térmica. Os tanques são equipados com sistema de agitação lenta, para evitar a separação do creme pela gravidade. Em regra, a temperatura do leite ao chegar no laticínio aumenta ligeiramente, devido ao transporte. Portanto, antes de ser conduzido ao tanque, o leite é resfriado a uma temperatura inferior a 4 °C, em um trocador de calor a placas (OLIVEIRA, 2009). Pasteurização do leite A etapa de pasteurização é a mais importante do benefi ciamento do leite. Ela tem como objetivo destruir totalmente a fl ora microbiana, sem alteração da constituição física e química do leite e sem prejuízo de seus nutrientes, assim como de suas propriedades organolépticas normais (OLIVEIRA, 2009; TRONCO, 2013). No Brasil, a pasteurização deve ser aplicada ao leite cru, quando este for destinado ao consumo humano direto na forma fluida. Elimina os microrga- 21Microbiologia de leite e derivados nismos patogênicos não esporulados e reduz significativamente a microbiota deteriorante de baixa resistência térmica do leite, garantindo a segurança do consumidor e a conservação das suas características sensoriais e nutricionais. Para o leite, os binômios tempo/temperatura aplicados hoje são eficientes para garantir que os patógenos não esporulados mais termorresistentes, como Mycobacterium tuberculosis, Listeria monocytogenes e a Coxiella burnetti, sejam eliminados do produto pasteurizado. Após a pasteurização, o leite deve ser resfriado com o objetivo de inibir a multiplicação dos microrganismos sobreviventes (SANTANA, 2015). No Brasil, a pasteurização é obrigatória para todo leite. Os derivados de leite devem ser fabricados a partir do leite pasteurizado. A pasteurização do leite pode ser realizada por meio de dois processos: Pasteurização rápida ou HTST (High Temperature, Short Time): refere- -se a um tratamento térmico na faixa de temperatura de 72 a 75 °C, durante 15 a 20 segundos, em equipamento de pasteurização a placas com termorregistrador e termorregulador automáticos, válvula auto- mática de desvio de fluxo e termômetros e torneiras de prova. Por esse espaço circula leite, vapor, água quente ou fria; o leite circula em fluxo contínuo. Após o aquecimento, o leite segue com resfriamento imediato por placas até uma temperatura igual ou inferior a 4 °C, e envase em circuito fechado, no menor prazo possível. Pasteurização lenta ou LTLT (Low Temperature, Long Time): nesse processo, utilizam-se temperaturas de 62,7–63 °C a 65 °C, durante 30 minutos. Em geral, pode ser efetuada em tanques com camisa de vapor, onde, logo após o tratamento, circule água fria e gelada, para posterior resfriamento. A legislação brasileira não permite esse método para o beneficiamento do leite para consumo, ficando este restrito à produção de derivados lácteos. A vantagem desse sistema é que con- serva as propriedades do leite o mais próximas possível do seu estado in natura; contudo, por se tratar de um processo descontínuo, requer Microbiologia de leite e derivados 22 tempo, grande quantidade de calor e frio, além de muito espaço para seus equipamentos (TRONCO, 2013; SANTANA, 2015). Esterilização do leite O objetivo de qualquer tratamento esterilizante é a destruição dos microrga- nismos presentes, esporulados ou não – ou pelo menos de todos aqueles que possam se proliferar no produto fi nal. Com isso, busca-se obter um produto microbiologicamente estável, a fi m de que seja possível armazená-lo a tempe- ratura ambiente por um longo período de tempo (ORDÓÑEZ, 2005). A esterilização realizada pelo processo conhecido como UHT (Ultra High Temperature) consiste na conservação de alimentos líquidos por meio de uma breve e intensa exposição a um aquecimento adequado. No caso dos leites, estes são homogeneizados, aquecidos a 135-150 °C, durante 2 a 4 segundos, por um processo térmico de fluxo contínuo, e imediatamente resfriados e envasados em condições assépticas, em embalagens esterilizadas, as quais se fecham hermeticamente. Esse é o leite comumente denominado longa vida (TRONCO, 2013). Etapas operacionais para a produção de derivados do leite A industrialização do leite é considerada como a etapa na qual se eliminam contaminações, por meio da eliminação de sujidades (por fi ltração e centrifu- gação) e de microrganismos (por processamento térmico). Isso proporcionará condições adequadas para o seu consumo, bem como para o seu processamento para obtenção de derivados (NOAL, 2006). O fl uxo do processamento para o envase do leite fl uído ou para o processamento de derivados encontra-se na Figura 4. 23Microbiologia de leite e derivados Figura 4. Fluxo do processamento para envase do leite fluído ou para o processamento de derivados. Fonte: Foschiera (2004). Recepção Análise Filtração Armazenamento Padronização Pasteurização Leite �uído Derivados Armazenamento Distribuição A Resolução da Diretoria Colegiada RDC nº 12, de 2 de janeiro de 2001, estabelece o Regulamento Técnico sobre os Padrões Microbiológicos para Alimentos (BRASIL, 2001). Em relação aos derivados lácteos, determina a pesquisa dos agentes e a tolerância para amostra indicativa conforme disposto no Quadro 4. Microbiologia de leite e derivados 24 Fonte: Brasil (2001). Tipo de derivado Pesquisa a ser realizada Tolerância para amostra indicativa Queijo de baixa umidade: 55%, com bactérias lácteas abundantes e viáveis, incluído o minas frescal correspondente Coliformes a 45 °C/g Estaf. coag. positiva/g Salmonella sp/25 g L.monocytogenes/25 g 5 x 103 103 Aus Aus Manteiga, gordura láctea (gordura anidra de leite ou butter-oil), creme de leite pasteurizado Coliformes a 45 °C/g Estaf. coag. positiva/g Salmonella sp /25 g 102 102 Aus Doce de leite, com ou sem adições, exceto os acondicionados em embalagem herméticaou a granel Coliformes a 45 °C/g Estaf. coag. positiva/g Salmonella sp /25 g 5 x 102 102 Aus Leite fermentado, com ou sem adições, refrigerado, e com bactérias lácticas viáveis nos números mínimos Coliformes a 45 °C/g 10 Bebida láctea fermentada Coliformes a 45 °C/ml 10 Quadro 4. Pesquisa de microrganismo e tolerância para amostra indicativa de derivados de leite. 25Microbiologia de leite e derivados BARONI, V. B.; BATISTA, L. M. Leite como matéria prima: sua obtenção higiênico-sanitária e fatores relacionados. Viver IFRS, Bento Gonçalves, v. 4, n. 4, p. 62-63, 2016. Disponível em: . Acesso em: 23 dez. 2017. BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução normativa nº 51, de 18 de setembro de 2002. Aprova os Regulamentos Técnicos de Produção, Identidade e Qualidade do Leite tipo A, do Leite tipo B, do Leite tipo C, do Leite Pasteurizado e do Leite Cru Refrigerado e o Regulamento Técnico da Coleta de Leite Cru Refrigerado e seu Transporte a Granel, em conformidade. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 18 set. 2002. Disponível em: . Acesso em: 20 dez. 2017. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução-RDC nº 12, de 2 de ja- neiro de 2001. Aprovar o Regulamento técnico sobre padrões microbiológicos para alimentos. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 12 jan. 2001. Disponível em: . Acesso em: 20 dez. 2017. BRITO, L. G. 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Na Biblioteca Virtual da Instituição, você encontra a obra na íntegra. Conteúdo: